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Internacional A PEDOFILIA CRESCE NA
A PEDOFILIA CRESCE NA INTERNET
Milhares de pedófilos estão cada vez mais usando o chamado “lado obscuro da Internet” para trocar imagens obscenas de crianças, segundo uma investigação da rede internacional de notícias. (*)
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A Agência Nacional de Crime do Reino Unido advertiu em um relatório que cada vez mais pedófilos utilizam sites anônimos e tecnologias de criptografia de dados via Internet.
Um dos sites de tecnologia de criptografia de dados investigados pela rede de notícias inglesa BBC recebeu, segundo seu fundador, 500 visitas por segundo. O lado obscuro da internet ou deep web, ou In-
ternet profunda, internet invisível ou internet oculta é aquele que não é indexado pelos motores de busca convencionais, o setor de rede que só pode ser acessado com software especial e no qual é possível realizar todos os tipos de atividades ilegais, desde comprar heroína até contratar um sicário ou baixar vídeos de abuso infantil.
No entanto, este lado obscuro é apenas uma pequena parte de algo muito maior e com conteúdo legal, a chamada web profunda, a maior parte da informação que não aparece nos resultados retornados pelo Google ou Bing porque os “espiões” desses motores de busca (conhecidos como crawlers ou aranhas) não conseguem entrar nesses sites para indexá-los.
Algumas pessoas ou organizações usam a web profunda, porque optam por preservar seu anonimato, por várias razões que são contrárias à regulamentação da Internet.
Milhões de bancos de dados com informações de governos e organizações não aparecem nos resultados dos motores de busca e só podem ser achados com ferramentas especiais. Segundo um estudo da Universidade da Califórnia, a web profunda contém 500 vezes mais informação do que a Internet a que todos acedemos.
O grande problema é o lado obscuro da rede: a percentagem de sites onde os pedófilos se refugiam cada vez mais.
O NAVEGADOR ESPECIAL Como os pedófilos acedem ao dark net?
Uma das maneiras mais populares é baixar um navegador especial chamado Tor.
O navegador permite o acesso a diversos sites que não fazem parte do sistema oficial de domínios mais comuns, como “.com”, mas utilizam outras nomenclaturas como “.onion”.
Na web profunda, a informação é criptografada e, antes de chegar a seu destino, passa por vários servidores, que fazem parte de redes voluntárias. Cada etapa remove um nível de criptografia até que a mensagem chegue ao destinatário, fazendo que o autor seja muito difícil de ser rastreado.
O navegador Tor foi originalmente criado pelos militares dos EUA, mas agora é usado por ativistas em INTERNACIONAL campanhas pró-democracia ou jornalísticas que operam em regimes autoritários.
Tor foi usado, por exemplo, durante a Primavera Árabe, para evitar ser detectado pela polícia. Mas os criminosos são os que cada vez mais se aproveitam desta tecnologia para garantir seu anonimato.
A LUTA CONTRA TOR Muitos governos já reconhecem publicamente a ameaça do lado obscuro da rede e a polícia em vários países cooperam em um grupo chamado The Virtual Global Taskforce ou Grupo de Ação Virtual Global para combater conjuntamente a exploração de crianças na Internet.
Alguns especialistas em segurança de rede acreditam que é possível usar formas inovadoras de desmascarar pedófilos.
Greg Virgin, diretor da empresa de software Redjack, está colaborando com o grupo de defesa dos direitos humanos International Justice Mission, que combate o abuso infantil.
Virgin usa algoritmos complexos para extrair dados em sites de bate-papo. “A maneira tradicional de detectar quais computadores são usados para atividades ilegais não funciona mais”, disse ele.
É possível obter dados de usuários analisando, por exemplo, o tráfego de bate-papo. Dos mais de 10.000 usuários de um site usado por pedófilos, 2.000 eram “produtores de conteúdo”, isto é, pessoas que carregam imagens obscenas, segundo Virgin. E deles, 20% eram residentes no Reino Unido.
O site de monitoramento de rede DeepDotWeb. com disse que a maioria dos usuários de rede profunda acha nojento que ele seja usado por pedófilos.
“A rede profunda só reflete o que acontece no mundo real e é apenas uma janela para essa terrível realidade”, disse o fundador do site, que preferiu permanecer anônimo.
MILHÕES DE IMAGENS Não há dúvida de que é preciso procurar novas respostas para um problema cada vez maior.
Em 2002, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas dos EUA, US National Center for Missing and Exploited Children, confirmou que tinha achado quase 45.000 imagens obscenas de crianças na Internet.
Em 2013, o número de pedófilos na Internet superou os 23 milhões e, este ano, o centro detectou até maio 112 milhões de pastas contendo imagens de abuso sexual infantil.