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Boletim

Ecetistas em Luta Edição São Paulo - ano IX- nº 757-

- Distribuição gratuita -

terça-feira, 15 de abril de 2014

Órgão da corrente nacional Ecetistas em Luta

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POLÍTICA DE METAS E RESULTADOS

UM MECANISMO POLÍTICO DE E XPLORAÇÃO DO TRABALHADOR

Nos Correios, o chamado GCR (Gerenciamento de Competências e Resultados) é uma arma da chefia para o assédio moral dentro dos setores

Há algumas semanas, esse jornal denunciou que em um setor da zona Sul de São Paulo, o CTE (Centro de Tratamento de Encomendas) Saúde, a chefia estava distribuindo baixas avaliações do GCR sem nenhum motivo aparente e sem nenhuma explicação. Os chefes estavam usando o GCR para atacar os trabalhadores mais ativos no movimento sindical, os companheiros que mais questionam a política da chefia e da empresa etc. Companheiros que não tem participação sindical mais ativa também foram surpreendidos por um GCR baixo. Apesar da aparente contradição, há muito em comum entre os dois casos. Tanto em um como no outro caso, fica claro que o GCR é um instrumento contra o trabalhador, usado para pressionar, assediar moralmente e controlar a categoria com “rédea curta” dentro dos setores. Em última instância,

o GCR é um instrumento do patrão para aumentar a exploração do trabalhador. Depois da denúncia feita pelo jornal e pelo Boletim Ecetistas em Luta distribuído no setor, a chefia do CTE Saúde recuou e apresentou novas avaliações para boa parte dos companheiros que haviam sido avaliados negativamente. Os trabalhadores que tinham recebido a avaliação “não qualificado”, receberam a avaliação de “tende à qualificação”. Esse recuo prova que o GCR não tem nada a ver com uma real avaliação do trabalho, mas é um mero instrumento político. Se a avaliação fosse séria, se fosse possível uma avaliação séria, a chefia do setor não precisaria mudar o GCR dos companheiros. No entanto, se sentindo pressionada pela denúncia feita pelos próprios companheiros do setor, a chefia decidiu voltar atrás. Os che-

fes foram “pegos no pulo”. A reação dos trabalhadores do CTE Saúde foi a mais correta. Se a direção da ECT quer usar mecanismos ditatoriais para chantagear a categoria, o trabalhador precisa reagir à altura e mostrar que não vai aceitar chantagem. Há boatos de que um companheiro mandou o chefe enfiar o GCR naquele lugar, se for verdade, ele fez certo, só não sabemos se o chefe seguiu o conselho dele. Pelo menos a denúncia foi eficiente e fez a chefia recuar um pouco, mas não é suficiente, é preciso ampliar a denúncia para acabar com o GCR, que é usado como chantagem também para o pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados). A política de metas e resultados nas empresas, como é o caso do GCR nos Correios, é um instrumento de exploração do trabalhador, nada mais do que isso.


CTE SAÚDE

UMA EMPRESA SUJA Trabalhadores convivem com a sujeira nos setores

Não. Não estamos falando dos inúmeros casos de roubalheira envolvendo dirigentes da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) desde que a empresa foi criada, décadas atrás. Nos referimos ao caos dos setores de trabalho. Chegam denúncias da situação degradante de trabalho de vários setores do País. Dessa vez, foram os companheiros do CTE (Centro de Tratamento de Encomenda) Saúde que denunciaram o descaso da empresa em relação a itens básicos de higiene. Para se ter uma ideia, é comum faltar sabonete nos banheiros do setor. A situação é bem grave, já que o trabalho dos OTTs (Operadores de Triagem e Transbordo)

e carteiros suja muito as mãos, já que têm que manipular centenas de objetos empoeirados. O sabonete é básico para a higiene dos trabalhadores. A falta de sabão pode causar problemas sérios à saúde. Mas não é só isso. Não é difícil faltar papel para enxugar as mãos e a situação já chegou ao cúmulo de faltar água durante todo o período de trabalho. Os funcionários não podiam lavar as mãos nem dar a descarga, uma humilhação. Para piorar, a empresa diminuiu o número de trabalhadores terceirizados da limpeza. Agora, durante as oito horas de serviço do turno da noite, apenas dois funcionários da limpeza têm que dar conta de

todo o setor, onde trabalham cerca de 100 pessoas apenas durante a noite. Para economizar dinheiro, a empresa coloca em risco a saúde dos funcionários e aumenta ainda mais a exploração dos companheiros da limpeza. Essa situação nos leva de volta ao início dessa matéria. A sujeira nos setores dos Correios é a manifestação da sujeira entre a cúpula da empresa. Afinal, onde está o investimento recorde anunciado pela ECT em 2013? Dissera que foi gasto em infraestrutura, mas o trabalhador não viu nada disso. A sujeira dos de cima gera a sujeira embaixo e quem sempre leva a pior são os trabalhadores.

O PT ENTREGOU O PETRÓLEO, O PSDB QUER ENTREGAR MAIS O último caso de corrupção denunciado na imprensa capitalista contra o PT envolve diretamente a Petrobras. As negociatas petistas, envolvendo superfaturamento e um grande prejuízo para o País, forneceram a matéria prima ideal para a campanha da direita. Em primeiro lugar, a denúncia e a movimentação para abrir a CPI da Petrobras, são obviamente um trunfo do PSDB e da direita na campanha eleitoral deste ano. Mas o mais importante a ser destacado é que a esse setor assumisse a absurda posição de “defensor do petróleo nacional”. Mas qual é de fato a política dessa direita? Em fins de 2013, Dilma leiloou o Campo de Libra, na Bacia de Santos. Impôs algumas condições para o leilão que afastaram as maiores empresas do ramo. Ainda assim, o leilão foi uma verdadeira doação do petróleo brasileiro. O campo foi vendido por um preço muito abaixo do que ele de fato valia. Para piorar, a Petrobras é operadora exclusiva, o que significa que todo o trabalho será feito por ela. Ou seja, vendeu-se metade do lucro que poderia render esse campo de petróleo em troca de uma ninharia. Uma transação absurda que ninguém faria. E o governo do PT fez. No entanto, nesse episódio a direi-

ta não criticou o governo por entregar de mão beijada o petróleo nacional para empresas estrangeiras. A crítica era de que o governo deveria ter entregado mais e que, como não o fez, espantou os grandes investidores. A politica do PSDB e da direita escondida detrás dele é entregar mais e não menos, ao imperialismo. Aécio foi à televisão dizer que quer “devolver o petróleo para o povo brasileiro”. Uma demagogia para encobrir a verdadeira política do seu partido. Foi no governo Fernando Henrique Cardoso, que ele chama de “mentor”, que a Petrobras foi privatizada. FHC entregou 40% da empresa. O marco regulatório estabelecido por ele obrigava as empresas petrolíferas a pagar apenas 10% de royalties ao governo. Para se ter uma ideia, na Venezuela o governo fica com 85%. O marco regulatório estabelecido pelo governo do PT elevou para 40%, mas evidentemente com uma série de outras regras que acabam por diminuir essa porcentagem. Não é de estranhar que o imperialismo faça uma campanha tão intensa contra o governo chavista. Ele é o governo mais criminoso do mundo, aos olhos do imperialismo, porque, possuindo uma enorme reserva de petróleo, quer ficar com a maior parte dos lucros. Realmente uma ditadura contra os monopólios imperialistas!

No Brasil não é diferente. Cheio de riquezas, o país foi saqueado desde o início pelas diversas potências. O ouro, a madeira, agora o nióbio e o minério de ferro: matérias-primas muitas vezes raras, que poderiam fazer do Brasil um país riquíssimo e que, no entanto, são vendidas a preço de banana por imposição do imperialismo. Veio à tona, finalmente, que o Brasil é abundante em petróleo: uma riqueza que poderia promover um salto no desenvolvimento do país. O governo do PT está entregando essa riqueza e deixando aqui uma ínfima parte. Mas a política do PSDB é ainda pior. Esse partido, que se tornou porta-voz da direita, quer entregar tudo. Documentos divulgados pelo site Wikileaks, revelaram uma conversa entre José Serra e um diplomata norte-americano. Serra teria feito então uma promessa de campanha: se eleito, entregaria o petróleo. Esse modo de agir é típico da direita. A campanha contra o governo entreguista e capitulador do PT, é promovida pelo imperialismo, que quer arrancar ainda mais do país. A direita brasileira é seu instrumento político. Se o PT está entregando o petróleo, as empresas, pagando a dívida em dia etc., só podemos esperar da direita uma entrega muito maior, uma depredação ainda mais profunda do patrimônio nacional.


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