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Boletim

Edição Nacional - nº 450 - segunda-feira, 15 de Junho de 2015

Ecetistas em Luta Contribuição sugerida - R$0,25

Órgão da corrente nacional Ecetistas em Luta

Entre em contato com Ecetistas em Luta na Internet: olhovivoecetista.wordpress.com Receba o boletim Ecetistas em Luta por e-mail, escreva para: pco@pco.org.br - fones: (31) 3224-0752 (11) 95106-0007

As consequências do ajuste fiscal do governo para os trabalhadores

reCessão e demissÕes

É preciso organizar a classe operária com um programa de luta diante da crise econômica Há uma tendência muito séria ao desemprego e consequentemente à redução salarial. Nessas condições, se forem aprovadas medidas de reforma sindical, o ataque ao movimento operário de conjunto tende a ser muito duro. Nesse mesmo sentido vai a reforma política que está sendo aprovada no Congresso Nacional. Uma reforma que tenta proscrever a esquerda e tornar o processo eleitoral e a luta política no país ainda mais antidemocrática. O que afeta diretamente a organização independente dos trabalhadores para enfrentar os ataques que estão por vir. Por exemplo, com a aprovação da Cláusula de Barreira, que retira do PCO, PSTU e PCB o horário gratuito na TV e no Rádio, ou seja, nos meios que atingem um maior contingente da população brasileira, o acesso do povo à informação vinda da oposição de esquerda ao governo se reduz drasticamente. Diante de todas essas iniciativas da direita e da tendência de ataques ainda maiores do que os que já estão sendo levados adiante via Medidas Provisórias 664 e 665 é preciso levantar um programa em defesa das condições de vida da classe trabalhadora. Redução da jornada de trabalho para a preservação do emprego e a escala

móvel de salários são umas das questões essenciais, especialmente das demissões em massa que são uma realidade em algumas fábricas no país. No entanto, essas palavras de ordem não são levantadas pela burocracia sindical de conjunto. Essa é a única maneira efetiva de lutar contra as demissões. O resto é pura demagogia. Se ocorre a demissão em uma fábrica de 10, 20% do contingente de trabalhadores ou você ocupa ou você tem de fazer a luta com uma categoria dividida. Sem a ocupação a luta continua com um setor trabalhando e outro do lado de fora. Os que estão dentro da fábrica vão olhar a situação de um ponto de vista que o emprego deles está garantido, apesar da situação que é difícil, vão ficar com medo de se mobilizar, e os que estão do lado de fora vão lutar de maneira isolada. Com a fábrica ocupada você unifica os trabalhadores em defesa do emprego de todos. E mantém a fábrica ocupada até que os trabalhadores sejam readmitidos. Se os patrões explicarem que a fábrica está falida deve-se pedir a abertura dos livros de contabilidade da fábrica. Se os patrões explicarem que não dá para trabalhar com tantos trabalhadores, devese exigir que as horas de trabalho sejam reduzidas e divididas para que todos os

trabalhadores possam trabalhar. Isso significa que quem paga pela crise são os patrões e não os trabalhadores. Em certo sentido essa luta tende a ser a continuidade da luta que nós estamos vendo entre os professores e servidores públicos em geral. Os professores e servidores estão lutando contra os ajustes estaduais e o ajuste federal deve atingir também esses trabalhadores. Uma coisa que nós devemos analisar cuidadosamente, é se esse ajuste e as consequências do ajuste, as atitudes dos patrões diante do ajuste vão provocar uma maior depressão no movimento operário, ou uma reação que leve a um despertar das lutas dos setores operários.

E para impulsionar esse movimento é preciso organizar os trabalhadores em torno de um programa de luta, centralizado principalmente em torno da questão do emprego e das condições de vida: redução da jornada de trabalho em escala nacional; a escala móvel de horas de trabalho nas empresas; e a ocupação da empresa diante das demissões em massa. Devemos levantar também o problema da formação de comissões por local de trabalho, comissões de fábrica... porque em grande medida a luta deve ser organizada por baixo. E é preciso que o trabalhador se organize por baixo para combater o freio que é a burocracia sindical.

Congresso da Fentect

goLpe do pt prepara a privatização dos Correios A empresa está ajudando o PT e os demais traidores do PSTU e PCdoB a retornarem para a Fentect pois precisam dos sindicalistas de confiança para ajudar nos ataques aos trabalhadores Conforme calendário oficial, o XII Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect) deveria ocorrer na próxima semana, entre os dias 16 e 20 de junho. No entanto, as inúmeras fraudes denunciadas nas assembleias para a eleição de delegados nos sindicatos dirigidos principalmente pela Articulação Sindical/PT, coloca em risco a própria realização do congresso. Essas fraudes já são reconhecidas por vários sindicatos que enviaram documentos para a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) exigindo a reorganização do congresso sobre bases democráticas. O significado dessas fraudes é simples. Depois de perder o controle da Fentect no último congresso, a Articulação

Sindical/PT está contando com a ajuda da direção da empresa para voltar à direção da Federação. É um golpe patronal na organização sindical nacional da categoria. A direção da empresa favoreceu as fraudes nas assembleias, fornecendo chefes para votar nas chapas do PT, liberando puxa-sacos para participarem das assembleias. No Rio de Janeiro e em São Paulo, bases em que os sindicatos não estão filiados à Fentect e que representam cerca de 30% de todo o congresso, a empresa forneceu os delegados para o PT e o PSTU, que nunca fizeram oposição real aos divisionistas do PCdoB/CTB. O que deveria ser uma assembleia de oposição, se transformou em uma assembleia com a intervenção da empresa.

Está em marcha um golpe na Fentect para recolocar os traidores do PT em sua direção. Mais ainda, recolocar o bloco traidores composto por PT, PSTU e PCdoB no controle da federação. Esse golpe, cuja principal articuladora é a própria direção da empresa, tem um objetivo claro: facilitar os planos de privatização dos Correios. A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), agindo de acordo com os capitalistas e banqueiros internacionais, para poder colocar em prática a privatização da empresa, precisa que as organizações da categoria, em primeiro lugar a Fentect, sejam dominadas pelos sindicalistas de confiança. Querem a volta do bloco traidor, que ficou conhecido como “Bando dos Quatro” (PT, PCdoB, PS-

TU e Psol), para ter uma barreira à luta dos trabalhadores contra os ataques necessários para privatizar os Correios. Não à toa, PT e PCdoB furaram a greve contara a Postal Saúde, que significou a privatização do convênio médico da categoria. Mais recentemente, PT, PCdoB e PSTU furaram a greve contra a CorreiosPAR, já um passo largo para a entrada da iniciativa privada através das empresas subsidiárias. Esse é o sentido do golpe na Fentect. Os trabalhadores e os sindicalistas que se dizem de oposição precisam ter claro o que realmente está em jogo. Qualquer conivência com o golpe no Contect vai servir para a privatização, que será o maior ataque de todos os tempos aos trabalhadores dos Correios.


Por uma organização de base e classista dos trabalhadores

Corrente Ecetistas em Luta apresenta tese para o XII Congresso da Fentect Organização sindical do PCO nos Correios apresenta tese denunciando a fraude do PT na Fentect, defendendo a luta contra a direita golpista e a propondo a criação de um sindicato nacional da categoria A corrente Ecetistas em Luta, de militantes e simpatizantes do PCO, apresentou sua tese para o XII Congresso Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Contect), que está marcado pra ocorrer entre os dias 16 e 20 de junho. O Contect está marcado pelas fraudes que o PT colocou em prática nas assembleias dos sindicatos que dirige. Golpe na Fentect Por isso mesmo, um dos pontos centrais da tese da corrente Ecetistas em Luta é a denúncia do golpe do PT na Fentect, com a ajuda da empresa. A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) quer colocar os sindicalistas traidores de volta à direção da Fentect para facilitar os planos da empresa de privatizar os Correios. Para dar o golpe na Fentect, o PT conta com o apoio do PSTU/Conlutas que também fraudou as assembleias nos sindicatos que dirige. Além disso, o PSTU/ Conlutas teve apoio dos divisionistas do PCdoB/CTB que forneceu delegados nas assembleias de São Paulo e do Rio de Janeiro. Isso porque o PCdoB sabe que o PSTU é um aliado para colocar em prática a divisão ainda maior da categoria. Da mesma maneira, que o PCdoB, que saiu da Fentect para formar a federação paraguaia (Findect), o PSTU/Conlutas quer sair da Fentect para criar uma federação nanica. Assim, dentro da Fentect, quem sai fortalecido é o PT, que ganha maioria mais folgada na federação e a empresa, que sai favorecida pela divisão dos trabalhadores. “(...) Contra a adoção destas medidas antidemocráticas, propomos a realização de uma Plenária imediatamente para reorganizar o Congresso da categoria, estabelecendo regras democráticas e classistas para realização da eleição da nova diretoria da entidade. Sem Chefes, sem a interferência da ECT, sem divisão da categoria em várias assembleias no mesmo Estado, sem catraca e com verdadeiras assembleias nas oposições aos sindicatos divisionistas controlados pelo PCdoB.” Através da fraude e do golpe, o velho “Bando dos Quatro”, formado pelos sindicalistas traidores do PT, PCdoB, PSTU e Psol, querem voltar a tomar conta do movimento sindical dos Correios para favorecer a empresa.

De 4 a 12 de julho Nas férias, PCO realizará curso sobre a história da Revolução Russa

Luta contra a direita A tese da corrente Ecetistas em Luta levanta a importância da luta contra a direita golpista. Essa direita, com o total apoio da Rede Globo e de toda a imprensa capitalista, saiu às ruas, com o pretexto de “impeachment”, para pedir todo o tipo de ataques ao trabalhador, como a intervenção militar, a privatização “de tudo”. Para se ter uma ideia do nível de repugnância que essas manifestações têm aos trabalhadores, em Curitiba, a sede do Sintcom-PR (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná) foi pixada com palavras ati-comnistas. Essa mesma direita está organizada no Congresso Nacional para retirar os direitos dos trabalhadores. Com a liderança do ultra reacionário presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), já foi aprovado o Projeto de Lei da Terceirização que agora está para ser aprovado no Senado. Também está sendo aprovada uma Reforma Política que na realidade é uma contra-reforma, que serve para restringir ainda mais a participação da esquerda e da população trabalhadora no regime político. Dentro dessa mesma onda de ataques aos trabalhadores e à população pobre, está a redução da maioridade penal, que a Câmara deve votar e que é defendida abertamente por Eduardo Cunha. A redução da maioridade penal é uma exigência da direita para aumentar a repressão ao povo pobre e aos trabalhadores. (...) Ecetistas em Luta/PCO se opõe ao golpe da direita contra o governo do PT, mesmo não concordando e tampouco apoiando a política do PT contra os trabalhadores e nos dirigimos a todos os ecetistas e a todos trabalhadores da cidade e do campo, à juventude e a todas as suas organizações de luta (como a CUT, MST, MTST, UNE, sindicatos, partidos e organizações de esquerda) fazendo um chamado a cerrarmos fileiras para marcharmos juntos em defesa dos interesses dos trabalhadores contra um inimigo muito mais forte e perigoso do que a política de conciliação de classes do PT e que está por detrás desta política: o imperialismo e seus representantes no Brasil. Que unifiquemos nossas bandeiras de luta e nossos punhos, para gritar em alto e bom som: “fascistas, golpistas, não passarão!”. Tendo como base um programa de lutas em defesa das reivin-

dicações dos ecetistas e de todos os trabalhadores diante da crise. (...) Por fim, os “ajustes” fiscais foram votados no Congresso, o que representa uma exigência dos banqueiros internacionais para atacar os direitos dos trabalhadores. O PT sedeu à pressão da direita e do imperialismo e aprovou as Medidas Provisórias 664 e 665. O exemplo da luta contra os “ajustes” está na greve dos professores de São Paulo e do Paraná. Nesses dois estados, governados pelos tucanos, a política de “ajustes” é levada até as últimas consequências e os professores resistem bravamente a esses ataques. Por um sindicato único da categoria A corrente Ecetistas em Luta defende uma bandeira antiga de luta na categoria, a organização de um sindicato nacional dos trabalhadores dos Correios. Os trabalhadores ecetistas têm um único patrão, trabalham em uma mesma empresa nacional, portanto, a divisão da categoria em 36 sindicatos é um entrave para a luta dos trabalhadores. Quanto maior a centralização do movimento, mais forte ele será. A tese da corrente Ecetistas em Luta vai na contramão de todas as alas da burocracia sindical que preferem agir para dividir e não unificar. O PSTU/Conlutas há anos defende a saída da Fentect para criar uma “federação anã” e o PCdoB/CTB de fato rompeu para ressuscitar uma velha federação criada pela empresa. Tudo com a ajuda dos patrões. (...) A Fentect, diferente da maioria das federações, não é uma simples junção de sindicatos. Já é, mais do que qualquer outra coisa, uma representação dos mais de 110 mil trabalhadores dos Correios, que é uma empresa estatal nacional. É esse, inclusive, o motivo pelo qual é a Fentect que tem o poder de assinar o acordo coletivo. Esse poder faz da Fentect uma espécie de sindicato nacional. Diferente de outras federações que, embora também sejam um embrião da tendência de unificação dos trabalhadores, não representam uma única empresa nacional. O próprio estatuto da Fentect é bem avançado em relação ao problema do movimento nacional. A maneira como é constituída a diretoria da federação, a partir de um congresso constituído por delegados eleitos em assembleias de base, dilui o poder burocrático dos sindicatos em relação à federação.

O caminho para a vitória dos trabalhadores é a construção do sindicato nacional. Está colocada, diante dos ataques patronais dos divisionistas e diante do crescimento da mobilização nacional, a necessidade de um sindicato que unifique as lutas da categoria e enfrente a empresa e a burocracia”. Todo o divisionismo é uma política formulada pela direção da empresa. Tanto é assim, que a ECT criou uma Mesa de negociação Permanente para tentar retirar da Fentect o poder de negociar e representar os trabalhadores dos Correios em nível nacional. Nas assembleias para a eleição de delegados para o Contect, os sindicalistas dividiram até mesmo as assembleias dos sindicatos, fazendo assembleias em várias cidades diferentes, ou até mesmo em setores de trabalho. Isso favorece o patrão, que tem maior facilidade de enfrentar a categoria quando ela está dividida e à própria burocracia sindical, que utiliza a divisão para dificultar a participação das oposições e dos trabalhadores da base. “Campanha salarial 2015: não ao rebaixamento da pauta, não vamos abrir mão de nenhuma de nossas reivindicações Ecetistas em Luta/PCO apresentará ao XII Contect, quando será aprovada a Pauta de Reivindicações da categoria para a campanha salarial deste ano, a Pauta com o conjunto das reivindicações gerais e específicas dos trabalhadores da ECT aprovada no Congresso de 2012 e reafirmada nos últimos CONREP’s, defendendo apenas a sua atualização diante dos últimos golpes da direção da ECT, por exemplo, contra nosso plano de saúde e no caso do roubo do Postalis. Nos opomos e chamamos a categoria e todos os setores que tenham compromisso com os trabalhadores a rejeitarem a política de “rebaixamento da Pauta”, ou seja, de abrir mão das reivindicações dos trabalhadores para facilitar um acordo (capitulação) diante dos interesses dos patrões, como defendem PT/Articulação, PCdoB e PSTU”. A corrente Ecetistas em Luta defende a dissolução do congresso da federação para reorganiza-lo sobre novas bases, democráticas e classistas e chama os trabalhadores e se juntarem numa oposição nacional, de base que derrote os sindicalistas traidores e patronais do PT, PCdoB e PSTU.


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