Eel n444

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Boletim

Edição Nacional - nº 444 - terça-feira, 11 de março de 2015

Ecetistas em Luta Contribuição sugerida - R$0,25

Órgão da corrente nacional Ecetistas em Luta

Entre em contato com Ecetistas em Luta na Internet: olhovivoecetista.wordpress.com Receba o boletim Ecetistas em Luta por e-mail, escreva para: pco@pco.org.br - fones: (31) 3224-0752 (11) 98427-2254

Trabalhadores dos Correios!

toDos Às ruas no Dia 13 De marÇo! CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DOS CORREIOS, PELA ESTATIZAÇÃO DA PETROBRAS SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES. CONTRA A DIREITA GOLPISTA EM DEFESA DAS REIVINDICAÇÕES DOS TRABALHADORES Agora, chegamos ao ponto em que as ilusões sobre a possibilidade de golpe de Estado no Brasil estão fora de questão. Todos os líderes da direita deixaram claro que pretendem remover Dilma Rousseff da presidência nos próximos 30 dias. Os objetivos do golpe podem ser percebidos com extrema facilidade. Basta ver o programa de destruição completa da Petrobras, estabelecido pelos golpistas na imprensa, e o violento pacote econômico de Beto Richa no Paraná, que suscitou uma imensa mobilização da massa do funcionalismo público daquele Estado. A direita golpista quer aprofundar a privatização dos Correios e todos os ataques aos trabalhadores. O golpe significa demisssões, mais arrocho salarial, corte de direitos e mais terceirização. A crise econômica mundial chegou a um ponto crítico. Os governos de tipo nacionalista, mesmo muito moderados

como o PT, já não são tolerados pela burguesia que necessita retomar em sua plenitude a política neoliberal da década de 1990 e levá-la a um novo nível, sem precedentes, de ataques à classe trabalhadora e ao povo. Independente do resultado imediato da campanha golpista, que ameça de imediato, derrubar o governo que tomou posse em janeiro, ou seja, impedi-lo de exercer o mandato popular, o crescimento e fortalecimento da direita, é uma ameaça a todo o movimento operário e popular, às suas organizações e aos direitos democráticos conquistados. Diante da ameaça de golpe de Estado não pode haver nenhuma neutralidade. Aqueles que não denunciam e não combatem a ofensiva golpista, apoiam e são cúmplices, diretos ou indiretos, voluntários ou involuntários do golpe de Estado. Opor-se ao golpe de Estado não significa nem concordar, nem apoiar a

política do PT, como martela insistentemente a propaganda da direita. Representa, ao contrário, um movimento de defesa dos trabalhadores contra um inimigo muito superior e muito mais feroz que a política de conciliação de classes do PT. A classe trabalhadora brasileira encontra-se em um momento histórico fundamental e deve se colocar à altura do desafio mobilizando-se contra a direita em defesa dos seus interesses próprios, das suas organizações e das suas conquistas sociais e políticas e, acima de tudo, do futuro desenvolvimento da sua luta. Chamamos todos os trabalhadores e a juventude a se mobilizar contra a ameaça do golpe de Estado com suas próprias bandeiras e suas próprias reivindicações. Chamamos todos a participar do ato do dia 13 de março, que é um esforço consciente para dar uma resposta à ameaça de golpe de Estado da direita.

em sÃo paulo a manifestaÇÃo estÁ senDo chamaDa para o masp, na aveniDa paulista Às 15h.

sintect-mg ganhou liminar na justiça obrigando ect a devolver os salários descontados

ir Às ruas no Dia 13 ! contra o golpe e contra a privatização dos correios


Resultado da eleição do Postalis

Direita golpista se fortalece dentro da burocracia da ECT O resultado das eleições do Postalis revelou uma ofensiva da direita tradicional nos Correios para transformar a empresa em uma nova frente da campanha golpista contra o PT As eleições do Postalis – Fundo de Pensão dos Correios – terminaram nessa terça-feira, dia 3. Os eleitos, segundo o resultado apresentado pela instituição, foram os dois candidatos oficiais da ADCAP (Associação dos Profissionais dos Correios), para o Conselho Deliberativo, Sérgio Bleasby, e para o Conselho Fiscal, Ângelo Donga. A ADCAP é uma associação formada pelos chamados Administradores Postais, ou seja, gerentes, chefes e membros da cúpula administrativa da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). Reconhecidamente, a ADCAP é uma entidade patronal dentro dos Correios, formada pela burocracia da empresa. Por isso mesmo, a ADCAP é controlada por partidos tradicionais da direita, como o PSDB, PMDB e DEM. Os dois vencedores das eleições, que não apenas eram os candidatos da ADCAP como também são membros e exdirigentes dessa associação patronal, representam a vitória da ala direita da burocracia da ECT dentro do Postalis. A penas para não deixar de citar, as eleições para o Postalis são extremamente controladas pela empresa, com a ínfima participação dos trabalhadores. Dentro dos Correios, desde que o PT assumiu a presidência da República em 2003, há uma disputa política pelo controle da empresa. O PT conseguiu certo espaço dentro da empresa, principalmente através da nomeação de ex-sindicalistas pelegos para cargos dentro da empresa. Ao todo, mais de 500 sindi-

calistas receberam cargos na empresa. É importante ter bem claro que essa política do PT não foi capaz, pelo menos não até o momento, de garantir ao partido uma superioridade em relação aos outros. A burocracia da empresa, já constituído há décadas pelos tradicionais partidos da direita, se manteve praticamente intacta. Nas eleições, essa luta dentro da empresa se expressou nos candidatos da ADCAP e na candidatura da Articulação/PT, da presidenta do Sintect-DF (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Distrito Federal), Amanda Corcino. O resultado da eleição mostra, em primeiro lugar, um fortalecimento da ala direita e extrema-direita dentro da empresa. O fortalecimento de uma ala mais abertamente patronal. O candidato do “combate à corrupção” O programa dos candidatos da ADCAP deixa claro que se trata de uma ofensiva da direita dentro dos Correios. As propostas e palavras de ordem dos “santinhos” e das páginas dos candidatos revelam um programa alinhado com a campanha golpista contra o governo do PT. “Transparência”, “chapa branca, não”, “uma previdência séria e honesta” são alguns dos motes de campanha dos candidatos vitoriosos. Chegaram a prometer que “abririam a caixa preta” do Postalis. Tudo isso, como toda promessa anticorrupção não passa de demagogia. Como todo candidato burguês, o principal interesse de pleiteia um cargo no Postalis são os privilégios resultantes disso. Para se ter uma ideia, somente de jetom a cada reunião um conselheiros ganha cerca de R$ 4 mil.

À parte a tradicional demagogia, o programa anticorrupção, o apoio aberto par parte da entidade patronal e o ataque direto ao PT dentro dos Correios deixam muito claro que a candidatura vitoriosa foi impulsionada para servir como mais uma frente de luta da direita pró-imperialista na campanha do golpe. A imprensa capitalista já ensaia acrescentar os Correios no noticiário de corrupção. Os candidatos vitoriosos são representantes dessa direita, maior responsável pelo rombo no Postalis e por todos os problemas dentro dos Correios. São os representantes de uma ala da burocracia da empresa que não está satisfeita com a privatização “lenta e gradual” que o PT está colocando em prática; querem entregar a ECT – e consequentemente o Postalis – de uma vez por todas aos banqueiros internacionais. Resumindo, Sérgio Bleasby e Ângelo Donga foram escolhidos para acelerar a privatização e destruição do Postalis, seguindo a cartilha da política da direita, cujo principal representante é o PSDB. Esse é o motivo que está por trás da “abertura da caixa preta” do Postalis. Encher a imprensa de escândalos, colocar cinicamente toda a culpa no PT e preparar a privatização e o golpe. E o que os trabalhadores vão ganhar com isso? Nada. Os trabalhadores só têm a perder, como na história sempre perderam com os golpes e a privatização. Contra a política patronal dentro do Postalis, seja da direita ou do PT, a única saída é o controle dos fundos de pensão pelos trabalhadores. É preciso retirar os patrões de dentro do Postalis e acabar com a farra feita com o dinheiro dos trabalhadores.

Empresa tem que devolver descontos dos trabalhadores O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais, dirigido pela Corrente Ecetistas em Luta/PCO ganhou liminar contra os descontos abusivos da direção dos Correios contra os trabalhadores grevistas. No último pagamento, no final de fevereiro, alguns trabalhadores chegaram a ter R$ 1.000,00 de desconto. A justificativa da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) para esse abuso foi a participação desses trabalhadores na greve contra a privatização do pano de saúde da categoria que durou 40 dias.

A medida, além de abusiva, foi completamente arbitrária, já que a empresa sequer avisou os trabalhadores sobre as compensações dos dias parados conforme havia determinado o TST no final da greve. Essa política da empresa serve para intimidar os trabalhadores que estão prestes a realizar mais uma greve nacional, no dia 17 de março, contra a privatização dos Correios e todos os abusos que a categoria vem sofrendo, pela contratação de 120 mil funcionários por tempo indeterminado, pelo fim da ter-

ceirização e pela entrega matutina. Os descontos são um ataque ao direito de greve dos trabalhadores. A vitória dos trabalhadores, no entanto, só será garantida através da mobilização. Não dá para confiar na justiça, nem na empresa que já mostrou que não está disposta a cumprir suas obrigações diante dos trabalhadores. É preciso preparar a greve nacional do dia 17, contra o CorreiosPAR, que é a privatização da ECT, contra o reajuste zero, por mais contratações e o fim do excesso de serviço.


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