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mundo h. 

20 OUT.NOV.DEZ.12

Ano5 Distribuição Gratuita

MOÇAMBIQUE PADRINHOS REFORÇAM LANCHE ESCOLAR EM MAHERA; S.TOMÉ APRENDER COM QUALIDADE; PORTUGAL A HELPO CHEGOU AO PORTO; MAIS MUNDO 2ª CORRIDA SOLIDÁRIA INTERNACIONAL HELPO; ESTÓRIAS OS PADRINHOS NO TERRENO; MAIS DO QUE PADRINHOS DIGNIDADE PARA A OLI; IMAIS CLARIFICAR O VOLUNTARIADO.


ÍNDICE 3

EDITORIAL

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resgatar crianças em sergipe.

contos e contas. 17 4

MOÇAMBIQUE os milagres da matemática. 6

trazer a água para mais perto.

ESTÓRIAS o senhor das bibliotecas. 19

a desejada visita ao meu afilhado joel. 20

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“eu fui!”

S. TOMÉ E PRÍNCIPE a escola “iluminada”.

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MAIS DO QUE PADRINHOS 10

um colo para a menina.

PORTUGAL mãos e olhares nas paredes do porto.

21

i MAIS sortear para ajudar.

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1 por moçambique, 1 por são tomé, 1 por portugal, 1 por todos! 13

MAIS MUNDO todos por todos!

workshop “mais voluntário” - 4ª edição. obrigado disney.


EDITORIAL

CONTOS E CONTAS. Lisboa, António Perez Metelo

N

esta revista fazemo-nos eco de várias iniciativas, que nos enchem de alegria. No Porto já temos “casa”, numa localização fantástica, central, à vista diária de milhares de passantes. No terreno vão-se consolidando as iniciativas, em passos prudentes, porque se querem firmes, tecendo, por exemplo, uma pequena rede de bibliotecas, que já vai sendo (re)conhecida pelas populações, ao ponto de fazer do nosso coordenador nacional em Moçambique o “senhor das bibliotecas”. Em São Tomé, aparecem os primeiros frutos de uma ação mais alargada, que vem sendo desenvolvida naquela ilha. Mais padrinhos deslocam-se até junto dos seus afilhados e dão-nos testemunho emocionado da dura realidade que descobrem, bem como do poder da entreajuda, do amor e da esperança. Acredito plenamente, que estamos mesmo a avançar, em tempos conturbados, para servir mais e melhor os nossos afilhados, seus coleguinhas e suas famílias! É por tudo isto que há matéria para estarmos alegres e confiantes quanto ao futuro e vamos celebrar esta nossa cumplicidade correndo ou marchando, a 7 de Outubro, em Cascais, em Braga, em São Tomé, em Nampula, na Ilha de Moçambique e

em Pemba. Não há tristeza doméstica que nos consiga abater o ânimo e nos impeça de tentar ir sempre um pouco mais longe. Ir mais longe, significa produzir o impacto maior possível, o mais qualificado e mobilizador das populações locais, para que contribua para mudanças benéficas das comunidades, no sentido de uma maior qualidade de vida e de um desenvolvimento sustentado. Só a indução de um tal processo nos promete um ambiente mais favorável, mais propício a incentivar o estudo e o progresso dos conhecimentos dos nossos afilhados. Afinal, é esse o sonho de cada padrinho: que o seu afilhado ou afilhada se destaque, possa prosseguir os seus estudos, se qualifique e consiga construir uma vida feliz para si e se constitua como fator de progresso para o meio no qual cresceu. É a pensar em tudo isto, que pedimos ao Governo duas coisas (e só duas!): que conceda aos expatriados das ONGD o mesmo estatuto de regalias fiscais, que concede aos seus quadros da cooperação oficial; e que estabeleça normas orientadoras para a contabilização rigorosa dos custos de estrutura das ONGD. Para podermos prestar contas cristalinas aos padrinhos e doadores, animando-os a não desistir, mesmo quando tudo à volta aponta em sentido contrário!


MOÇAMBIQUE

os milagres da matemática. Nampula, Carlos Almeida

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m artigo com este título, só poderia começar com números. Segundo estudos realizados recentemente as duas províncias onde a Helpo se encontra a operar, Cabo Delgado e Nampula, são as que apresentam índices mais elevados de prevalência de desnutrição crónica, com 56% e 51%, respetivamente. Este facto traz consigo, além dos graves problemas ligados à saúde, a realidade do insucesso escolar, uma vez que, sem os nutrientes corretos, é impossível conseguir níveis de concentração e raciocínio para enfrentar o desafio de aprender uma língua nova, quando se chega à escola aos 6 anos. Para contrariar este facto, a juntar às ações pontuais de entrega de bolachas, a Helpo começou com a distribuição semanal de lanche escolar na Comunidade de Mahera, Distrito de Ancuabe, Província de Cabo Delgado. O objetivo desta ação não se prende apenas com o facto deste reforço alimentar poder ser um passo contra os problemas instalados, mas também porque a distribuição do lanche escolar promove, em grande escala, o aumento da frequência escolar. Ao ser distribuído em dias alternados, as crianças que têm baixo nível de assiduidade, vêem no lanche uma motivação forte para não fugir da escola. Os Encarregados

de Educação também forçam as crianças a ir à escola - em vez de os obrigar à dura vida de adulto antecipadamente, facto que castiga sempre mais as meninas -, porque sabem que este apoio é importante. Os professores sentem-se realizados ao ver que os seus alunos têm um tratamento especial. No entanto, a operacionalização deste programa apresenta vários desafios que a Helpo tenta dirimir. Para começar, uma vez que Mahera se encontra a 120km do escritório da Helpo, a gestão, controlo e monitorização do processo, nem sempre são fáceis. A equipa da Helpo fornece o doce para barrar o pão e o sumo, enquanto o fabrico do pão, pago pela Helpo, é realizado por um padeiro local. A Direção da escola ficou com a responsabilidade de organizar a equipa que produz e distribui os lanches, transportar o pão, recolher a água que, após o tratamento para ficar potável, é usada para fazer o sumo, lavar as mãos e o material usado. A gestão do número de lanches não é fácil e a Helpo tenta sempre que o número de pães não ultrapasse o número efetivo de crianças que estiveram na escola. Para baixar os custos do projeto, devido ao preço elevado da farinha de trigo no Distrito de Ancuabe, a Helpo começou a comprar e trazer a farinha de


Nampula, com uma redução significativa de custos e um controlo mais eficaz do trabalho do padeiro. Mas a parte melhor do lanche escolar é a sua distribuição pelas crianças. Quando se apercebem que é dia de lanche escolar, os sorrisos e o brilho nos olhos não conseguem disfarçar a satisfação contida. Os alunos são chamados e, em fila indiana, já conhecem o processo: primeiro devem lavar as mãos, porque adquirir hábitos de higiene e saúde também faz parte dos objetivos deste programa. De seguida, alinham-se para receber o precioso pão com doce e o copo de sumo. Cada um celebra este momento à sua maneira: uns optam por molhar o pão de forma lenta no sumo, para ir saboreando a um ritmo muito africano que certamente não se coaduna com o ritmo da barriga, que ferozmente irá consumir este bem. Outros guardam o sumo em pequenas garrafas plásticas e o pão num saco, para saborear mais tarde ou dividir com quem mais precisa. Curioso é ver que algumas das crianças, contrariando as regras da escola, levam os seus irmãos mais novos, que não têm direito a lanche. No entanto, estas crianças que têm tão pouco, conhecem bem a sua matemática: já que não se pode fazer o milagre da multiplicação, fazem o

milagre da divisão! Ver crianças a partilhar o pouco que têm por aqueles que ainda têm menos é algo marcante, que ainda se vai vendo por estas paragens. O objetivo deste programa está a ser cumprido e durante o segundo semestre terá início a distribuição de lanche escolar na Escola Primária Completa de Impire, Distrito de Pemba – Metuge, Província de Cabo Delgado, situada a 50km de Pemba. É uma escola com 1540 alunos, onde os pais e a Direção da escola pediam este apoio há algum tempo. Até ao momento, padrinhos e amigos puseram a matemática a funcionar e optaram por fazer um donativo à Helpo para concretizar este projeto. Foi uma questão de somar um projeto e sorrisos, subtraindo dificuldades aos meninos e meninas desta grande comunidade. Por parte da Helpo vamos continuar a procurar multiplicar lanches, somar comunidades beneficiadas, dividir responsabilidades com a comunidade na implementação do programa e subtrair problemas a estas crianças. Quer seja de máquina de calcular ou de cabeça, este resultado final é fácil de encontrar e, como diria o saudoso ator António Silva: “a prova, faz-se já aqui ao lado”, e é comprovada no sorriso destas crianças.

Sensíveis à importância do alargamento do programa de distribuição do lanche escolar, a Helpo tem recebido o apoio de algumas entidades e particulares para este fim. No passado nº da “mundo h”, comunicámos o donativo que nos chegou da Feira do Mundo Rural do Faial, que será canalizado para a distribuição dos lanches escolares em Impire. Desta vez, pudemos contar com o apoio dos padrinhos Cecília Lopes e Renato Correia, que efectuaram uma contribuição no valor de 1.800,00€ e 500,00€, respetivamente, e da Escola Secundária de Mem Martins, que doou o valor de 401,28€ para este mesmo programa. A todos o nosso MUITO OBRIGADO! Estes donativos vão permitir a distribuição de mais 5.402 lanches (custo aproximado de cada lanche: 0,50€).


MOÇAMBIQUE

trazer a água para mais perto. Nampula, Ondina Giga

N

as imediações das escolas de Momola e Natchetche, a Helpo financiou a construção de dois poços. Utilizou-se maquinaria específica, fizeram-se estudos, perfurações e no fim, conseguiu-se que a preciosa água ficasse mais perto. Mulheres vestidas com capulanas coloridas, carregando os filhos às costas e galões amarelos de 20 litros de água, habilmente equilibrados à cabeça, é algo que faz parte da paisagem diária de quem circula por Moçambique. Os poços são locais de visita diária obrigatória, à volta dos quais é comum reunir-se um grupo de mulheres, que espera pela sua vez de encher o galão. A distância a que se situam das habitações condiciona a vida das famílias por serem necessárias várias visitas diárias para que a água chegue para matar a sede, tomar banho, lavar a roupa e fazer limpezas. Ambos os poços financiados situam-se em Escolas Primárias Completas, cada uma para lados opostos da cidade de Nampula. Natchetche a 35 quilómetros e Momola a 15 quilómetros. Diferem no número de alunos, na Escola Primária Completa (EPC) de Natchetche estudam 658 crianças e na EPC de Momola estudam 865. Diferem também na forma como vão gerir os poços que a Helpo construiu. Mas em ambas as escolas, o processo tem pontos semelhantes. Para começar, o ponto de partida é o mesmo. Comunidades envolvidas é a chave e é por aí que tudo começa. O ponto de chegada também é o mesmo: ter água disponível para as crianças destas escolas e para as comunidades lá residentes. No entanto, a forma como o processo decorre varia de acordo com as vontades de quem lá vive. Não são de agora as construções destes poços, ambos tiveram dissabores no percurso. Em Natchetche, um roubo de bomba obrigou a um duplo investimento da parte da Helpo. Em Momola, a má utilização e o próprio passar do tempo obrigaram à substituição de algumas peças. Porque estes são investimentos que mudam os dias daquelas comunidades, foi prioritária a intervenção com vista à aquisição de uma nova bomba para um e à

reparação das peças danificadas para outro. Preparados os poços para aliviar a sede das crianças e das suas famílias, faltava juntar a comunidade para se decidir a melhor forma de gerir o fornecimento de água e a manutenção dos poços. A Helpo convocou cada uma delas para uma reunião geral, tendo em vista a definição dos procedimentos de gestão e manutenção. Como em todas as outras intervenções, também aqui foi necessária a colaboração da direção da escola e dos líderes de cada comunidade, que convocaram os encarregados de educação. O envolvimento destes dois agentes é essencial. São a direção da escola e os líderes comunitários que validam as decisões tomadas nestas assembleias gerais. As decisões foram diferentes. Foi colocado à consideração de todos qual seria a melhor forma de proporcionar o acesso à água, tanto às crianças que frequentam a escola, como às famílias que


vivem nas suas imediações. Nestas reuniões, a Helpo assume um papel de simples mediador da conversa, deixando que as propostas e decisões saiam da participação ativa da comunidade. Aos participantes foi pedido que decidissem como deveria ser feito o acesso à água, como deveriam ser geridas as contribuições, como deveria ser garantida a segurança dos poços, como deveria ser gerido e mantido um fundo para a aquisição de peças de desgaste rápido e para pequenas reparações. Em Natchetche decidiu-se que cada família pagará uma mensalidade de 10 meticais (o equivalente a aproximadamente 0,30€). Este dinheiro será utilizado para dois fundos diferentes: um para servir de pagamento ao guarda que ficará responsável por garantir que o poço não volte a ser vandalizado, a outra parte será guardada pela escola para constituir um fundo de manutenção a utilizar em caso de avaria. Esta ação permitirá que a comunidade seja autossustentável na gestão do poço, ao invés de dependente da Helpo para a sua manutenção. O diretor da escola decidiu que a escola também deveria contribuir com 10 meticais por mês, uma vez que há crianças que apesar de frequentarem a EPC de Natchetche, não residem no local e as suas famílias não irão usufruir da água deste poço, logo não pagarão a mensalidade definida. Como estes meninos e meninas não poderão deixar de ter acesso a esta água, a escola assumirá então a mensalidade. Em Momola, a forma de gestão será um pouco diferente. A comunidade optou por uma contribuição mensal de 20 meticais (um pouco menos do que 0,60€), embora estes sejam repartidos da mesma forma, entre o guarda e o fundo de manutenção do poço. Aqui foi criada uma comissão responsável pela gestão do dinheiro, que será entregue pelas famílias ao guarda, e por este à comissão que fará a sua gestão. A comissão é composta por três elementos: dois deles encarregados de educação, uma mãe e um pai, e o intérprete da localidade. Tudo sob a concordância

dos presentes, do diretor da escola e do líder comunitário. Nesta reunião foi definido um horário de funcionamento do poço em função daquilo que são as rotinas diárias da população lá residente. Foi também definido um teto máximo que corresponde a 6 baldes de água por dia, para cada família. Os investimentos avultados que estas construções representam são justificados pelas significativas melhorias na qualidade de vida das comunidades e das crianças que frequentam cada uma das escolas e sabemos que o seu dia-a-dia será a partir de agora mais fácil, porque a água está mais perto. Ficha Técnica: Custo da intervenção em Natcheche: 54250 meticais (1458.24€). Custo da intervenção em Momola: 10000 meticais (268.80€). Nº famílias beneficiárias em Natcheche: 80. Nº de famílias beneficiárias em Momola: 60.


SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

a escola “iluminada”. São Tomé, Tiago Coucelo

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roça Monte Café localiza-se na zona centro da ilha de São Tomé, no distrito de Mé-Zochi, bem perto da cidade de Trindade, a 640 metros de altitude, e dista 13 quilómetros da capital. Foi fundada em 1858, por Manuel da Costa Pedreira, tendo pertencido posteriormente à Companhia de Terras de Monte Café. A roça está implantada numa área com clima propício para a cultura do café, mas dedicava-se igualmente à produção do cacau. Monte Café foi uma das maiores empresas agrícolas do país e foi abandonada há cerca de 20 anos. Foram várias as tentativas para reerguer esta roça. Atualmente tem uma nova imagem graças à intervenção de uma empresa líbia. Foram recuperadas várias infraestruturas que se encontravam em ruínas, de entre as quais: as oficinas de marcenaria, carpintaria, serralharia e a turbina hidráulica para fornecimento de energia elétrica. A Escola Primária de Monte Café, onde a Helpo intervém, localiza-se no antigo armazém de cacau. Dividido em 5 salas de aulas, uma de professores, armazém, cozi-

nha e uma casa de banho, a escola alberga diariamente 295 alunos, 8 professores, 4 cantineiras e 1 guarda. Ao todo 308 pares de olhos esforçados em manter o dia a dia normal debaixo de pouca iluminação. Por um lado, as salas de aula, por serem grandes, não tinham luz natural suficiente. Por outro lado, a cozinha, com poucas saídas de fumo e janelas pequenas, opera num ambiente em que a rotina das funções ajuda mais a velocidade do que a luminosidade com que se vê o que se faz. Assim como a formiga antecipa o inverno, o Diretor da Escola de Monte Café quis antecipar a resolução do problema da luminosidade da escola, antes que chegassem os dias cinzentos a Monte Café, zona com um período de chuvas muito extenso. Fez o pedido à Helpo que, em parceria com a empresa “Monte Café”, meteu mãos à obra de eletrificação de todo o edifício – salas, cozinha e corredores. A Helpo forneceu todo o material necessário e a “Monte Café” emprestou 2 dedicados eletricistas da empresa pelo período necessário. Um toque no interruptor e o resultado


pode ser visto. E muito bem visto! Afinal de contas contemplamos a lâmpada mas logo desviamos o olhar para o resto da sala, onde cada canto está mais visível do que nunca. O quadro gasto, onde o giz precisa ser carregado para sobressair a anos de uso, agora está realmente mais visível, a iluminação realça a função do giz. Agora, aos 295 alunos diurnos que usufruem do ensino nesta escola, vão juntar-se mais alguns em período pós-laboral. A iluminação do edifício era o importante pré-requisito que faltava para poder criar turmas de alfabetização de adultos no período noturno. As crianças da creche, ali mesmo ao lado, das quais uma turma inteira vai passar a frequentar a primeira classe já este ano letivo, felizmente já não vão saber o que é aprender nas antigas salas escuras.

Certamente que uma criança que aprende diariamente com melhores condições sensoriais na sala de aula tem mais oportunidades de maximizar o seu desempenho. Assumindo que o futuro de uma criança é tanto mais promissor quanto mais desenvolvida está a comunidade e respetivo agregado familiar, a iluminação desta escola é garantidamente uma das obras mais importantes de encontro a este pressuposto. O máximo aproveitamento desta infraestrutura, enquanto escola diurna e noturna, permite que toda a comunidade possa vê-la como um centro de oportunidades. Esta obra foi pensada para resistir a longo prazo e para beneficiar as várias gerações de crianças e adultos que nasçam e se instalem nesta roça, que hoje tem uma das escolas primárias mais bem equipadas do distrito!

“a iluminação do

edifício era o importante pré-requisito que

faltava para poder criar

turmas de alfabetização de adultos no período noturno”

Ficha Técnica: Local da ação: Escola Primária da Roça Monte Café, distrito de Mé-Zochi, São Tomé. Projeto: Eletrificação da Escola Primária de Monte Café (6 salas - 5 salas de aula e 1 sala de professores), cozinha e corredores. Custo total: 308.37€. Material entregue pela Helpo: 12 Armações, 6 lâmpadas, 6 balaústres, 6 arrancadores, rolo de fio 2x2,5, rolo de fio 2x1,5, 7 interruptores e outros. Parceiros: Empresa “Monte Café” (cedência de 2 eletricistas) Beneficiários: 295 alunos, residentes nas dependências de Monte Café: Saudade, São José, Bemposta, Nova Moca, Novo Destino e São Nicolau; 8 professores, 4 cantineiras e 1 guarda.


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PORTUGAL

mãos e olhares nas paredes do porto. Porto, Ana Luísa Machado

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esde março de 2011 que a Helpo procurava um espaço no norte do país. Um local que fosse central e de fácil acesso e, de preferência, económico. O ideal seria uma parceria com uma instituição ou organismo, que nos cedesse as instalações, mediante o pagamento de uma renda meramente simbólica, dada a nossa natureza não lucrativa. Todos os dias vasculhava os sites de imobiliário, estabelecia contactos com entidades públicas e privadas, com ou sem fins filantrópicos, mas nada se adequava às nossas necessidades: uns espaços, porque eram muito pequenos, outros muito escondidos e fora de mão, outros muito caros… Finalmente encontrámos um local perfeito, em plena Rua de Santa Catarina, que nos seria cedido, a um preço meramente simbólico por uma outra Organização e tudo parecia estar a encaminhar-se! No entanto, a uns escassos dias de celebrarmos

contrato, fomos informados que havia uma proposta de compra do prédio e que os compradores o queriam devoluto. A tristeza ficou estampada nos nossos rostos e tivemos de voltar ao início, numa busca desesperante por um espaço. Como que por milagre, a REFER Património, em resposta a uma solicitação de cedência de espaço na Estação de S. Bento, que havíamos feito há algum tempo, entrou em contacto connosco e perguntou se ainda estaríamos interessados numa loja dentro da estação. A nossa alegria não podia ser maior! - Claro que sim! – foi a nossa resposta óbvia! Começámos, então, a tratar das mudanças, contratos e toda a logística, e decidimos fazer, à semelhança do que já tinha acontecido em Cascais, um fim de semana dedicado à pintura das paredes da loja. Lançámos o repto aos nossos Padrinhos e a adesão não podia ser mais satisfatória! Pena foi não termos mais pare-


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des para pintar! Como o espaço não é grande (63m2) tivemos de declinar a oferta de muitas mãos e braços, mas convidámos todos a estarem presentes para verem e conhecerem a nossa nova casa Helpo. Assim, nos dias 31 de agosto e 1 de setembro, estivemos a pintar o nosso novo escritório! A empresa de tintas Barbot foi fenomenal e acedeu, de imediato, à nossa solicitação, oferecendo tintas para as portas e paredes; Padrinhos ofereceram kits de pintura e a sua boa disposição e disponibilidade, e tivemos, também, dois pequenos pintores que fizeram verdadeiras obras de arte em plaquinhas que vão ser colocadas no teto. Ao todo, no fim de semana, passaram pelas nossas instalações trinta padrinhos e madrinhas, que deixaram a sua marca nas nossas paredes. De modo a que tudo ficasse bem registado, a RTP também apareceu e deu a conhecer ao país e ao mundo o entusiasmo e a boa vontade daqueles que, em troca de quase nada, oferecem parte do que têm em prol dos projetos e das nossas crianças! A alegria de todos estava estampada nos rostos de cada um! Foi um fim de semana verdadeiramente fantástico, onde se respirou o espírito da Helpo: a entreajuda, a partilha, a cooperação! Toda a gente andou num corrupio, entre preparar tintas, lavar vidros, portas e janelas, remover grafitis das paredes e portas exteriores, carregar baldes de água, ora limpa, ora imunda! Ora raspava daqui, ora limpava dali! Não havia mãos a medir, porque aquilo que parecia fácil, tornou-se numa verdadeira obra! Por fim ficámos com um espaço amplo, limpo, agradável, com os olhares daqueles que precisam de nós e as mãos daqueles que as estendem para dar! Tomo a liberdade de dizer, em nome de todos, que o fim de semana foi um sucesso e que todos ficaram imensamente satisfeitos por terem a oportunidade de estar tão próximos daqueles por quem lutam todos os dias. Todos sentimos que estávamos a dar mais um pouquinho de nós e que essa marca iria ficar registada nas paredes dos escritórios que não são apenas isso. São as paredes de uma casa aberta para receber todos os que querem e se dispuserem a

ajudar. São as paredes que acolhem as pequenas lembranças, os donativos e os pequenos sacrifícios que fazemos diariamente para poder contribuir para uma determinada comunidade plasmada no rosto de uma criança. Penso que todos nós saímos mais ricos, porque por momentos demos mais um bocadinho. Um bocadinho que, ainda que nos tivesse feito falta, ou causado qualquer transtorno, valeu a pena! Um bocadinho que, no final, não nos fez falta nenhuma nem foi um transtorno, porque conhecemos pessoas que têm o mesmo objetivo e que partilham princípios e nos fez ganhar muito mais do que aquilo que perdemos. O nosso objetivo foi cumprido e, não só o nosso novo espaço ficou lindo, como podemos conhecer as caras daqueles que trabalham todos os dias um bocadinho para este projeto.




PORTUGAL

1 por moçambique, 1 por são tomé, 1 por portugal, 1 por todos! Porto, Joana Ferrari

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o contexto de crise económica que vivemos em Portugal, as preocupações da Helpo têm, cada vez mais, passado não só por São Tomé e Moçambique, mas também pelo âmbito nacional. Depois do “BRINCA”, projeto dedicado a crianças do bairro das Fontainhas, em Cascais, a Helpo realizou, entre 23 de julho e 3 de agosto, a primeira feira solidária – o “1 por Todos” – dedicada a todos, mas especialmente à população com maiores necessidades. Canalizámos as doações de padrinhos, amigos e colaboradores da Helpo – cuja utilidade para os projetos nos contextos de Moçambique e São Tomé é nula, como é o caso de roupa de inverno, roupa de adulto ou carrinhos de bebé – para ajudar a população em redor da Helpo, em Cascais, com menores possibilidades económicas.

Esta feira, sob o pretexto de apoiar os projectos da Helpo em São Tomé e Moçambique, colocou à disposição da população local, bens essenciais novos ou em ótimo estado, a preços simbólicos. Uma vez que a pobreza se esconde em vários cantos, cada vez mais, e nem sempre é assumida, disponibilizámos todo o tipo de peças de roupa e calçado pelo valor de 1€ cada. Houve ainda algum material tecnológico, (como DVD, uma impressora, uma consola), alguns brinquedos e acessórios de bebé, sem utilidade no terreno. Desta forma, sentindo que está a contribuir para os projetos da Helpo em África, o público aderiu facilmente e muitos foram os que se tornaram clientes fiéis. Embora o objetivo principal não fosse a angariação de fundos, podemos fazer também um balanço positivo em termos do valor que angariámos para os projetos em Moçambique e São Tomé: 514,36€! No cenário da feira, também nós – equipa da Helpo – ficámos mais familiarizadas com quem rodeia a nossa sede. Houve caras e vozes que se foram repetindo ao longo das duas semanas. Houve histórias contadas uma e outra vez. Houve avós a comprarem prendinhas para os netos, mulheres a renovarem guarda-roupas e uma ou outra peça de decoração, meninos desocupados, de férias, à procura de brinquedos. Houve quem procurasse, mais do que produtos específicos, alguma companhia para as horas vagas. Foi interessante e revelador conhecer melhor o “nosso bairro”, algumas histórias e carências. Muitas pessoas questionam o que fazemos nós “por cá”, porque é que só se ajuda “lá”, quando Portugal está “tão mal”. E embora não sejam sequer comparáveis, estas realidades do “cá” e do “lá”, a Helpo tem crescido também ao nível local/ nacional, sempre consciente das necessidades socioeconómicas dos lugares e pessoas por quem passa, tentando sempre marcar a diferença e, “1 por Todos”, conquistando um mundo melhor.




MAIS MUNDO

todos por todos! CASCAIS - PORTUGAL Os preparativos para a 2ª edição da Corrida Solidária Internacional da Helpo continuam de pedra e cal. Já temos as t-shirts, os dorsais, os chips, os sacos, os bonés, os brindes, as águas, a fruta, um doce, que as empresas patrocinadoras do evento gentilmente ofereceram. Queremos que esta iniciativa seja apadri-

nhada em todos os custos para podermos canalizar os fundos para os projetos da Helpo: este ano para o aproveitamento das águas pluviais em Moçambique, para o projeto de Nutrição materno-infantil em São Tomé e para o alargamento do projecto BRINCA nas interrupções letivas, em Portugal. Esta prova tem como pano de fundo um

belíssimo percurso que vai desde o Hipódromo Manuel Possolo em Cascais, até ao Cabo Raso. Não vai querer perder! O número de inscrições está a aumentar, mas ainda há lugar para mais uns quantos pares de pés a correr ou caminhar pela Erradicação da Pobreza!

NAMPULA - MOÇAMBIQUE Durante os preparativos da corrida de Nampula chegou a pensar-se em realizar também uma corrida destinada a angariação de fundos, para além da corrida para as crianças. O Presidente da Associação de Atletismo de Nampula alertou-nos para o facto de provavelmente uma corrida com pagamento vir a ser um fracasso.

A corrida terá novamente lugar nas 3 principais avenidas do centro da cidade de Nampula e conta com o apoio garantido da Êxito - Empresa de combustíveis, MCEL - comunicações móveis e Sumos Sucal, que irão garantir o lanche para todos os participantes e a oferta de t-shirts alusivas ao evento. Como principais parceiros teremos a Direção Provincial

da Juventude e Desporto, a Direção Provincial de Educação e Cultura e a Associação de Atletismo de Nampula. Contamos com a presença de 500 participantes, dos 12 aos 16 anos, que irão colorir as ruas da cidade, numa manhã de Domingo em que o mundo helpo corre com o mesmo objetivo.

SÃO TOMÉ - SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Em São Tomé decorrem os preparativos para a 2ª Corrida Solidária Internacional Helpo. O tempo começa a parecer curto e as reuniões com os nossos principais parceiros, Secretaria de Estado da Juventude e Desporto e Câmara Distrital de Água Grande, são frequentes e intensas. Todos queremos fazer deste evento um acontecimento marcante no panorama

desportivo santomense. A corrida terá 200 participantes, mas queremos alargar a participação a todos os santomenses, abrindo também a possibilidade de fazermos uma marcha solidária com alunos de todas as escolas, associações culturais e desportivas e todos os restantes interessados. Temos já apoio de algumas instituições

e empresas a operar em São Tomé. Esperamos ainda por mais respostas positivas. A Afrolar, o Grupo Pestana, o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe, o Supermercado Colombo e a TAP já nos deram a mão, oferendo t-shirts, bens alimentares e prémios para os primeiros classificados na corrida.


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MAIS MUNDO

PEMBA - MOÇAMBIQUE Em Pemba, prevê-se que a 2ª Corrida Solidária Intenacional Helpo conte com a presença de cerca de 200 crianças, entre os 3 e os 6 anos de idade. Espera-se, ainda, que muitas delas participem na companhia dos pais ou familiares próximos. À semelhança do evento do ano passado, e tendo em conta a idade das crian-

ças participantes, por motivos de segurança o palco da corrida será um circuito estabelecido no interior do centro das Irmãs Pastorelas (centro apoiado pela Helpo). No dia da corrida serão distribuídas t-shirts pelas crianças participantes e no final será entregue um lanche às mes-

mas. Tanto as t-shirts como o lanche serão patrocinados pela Associazione Francesco Realmonte, ONLUS, uma associação italiana sem fins lucrativos que tem estabelecido nos últimos anos diversas parcerias com o Centro das Irmãs Pastorelas, nomeadamente no âmbito da formação dos animadores deste Centro.

BRAGA - PORTUGAL A 2ª Corrida Solidária Internacional Helpo, este ano, vai ter mais um palco: inserida no “Braga Capital Europeia da Juventude 2012”, este Município vai acolher a nossa corrida no Norte. Temos o apoio daquela entidade, bem como da associação de Atletismo de Braga, que nos darão todo o apoio logístico para a realização das provas. A Fundação Inatel será nossa parceira no secretariado da prova, cedendo-nos as suas instalações para a entrega de dorsais, acondicionamento das lembranças (que serão entregues a todos os participantes) e cedên-

cia de balneários e sanitários a todos os concorrentes que ali pretendam tomar banho. O Regimento de Cavalaria n.º 6 de Braga irá fornecer tendas que servirão de apoio a todos os que ali pretendam deixar os seus pertences enquanto participam na prova. A Federação Nacional de Associações Juvenis irá, mais uma vez, cooperar connosco, mas desta feita com uma equipa de formandas e professoras de pinturas faciais e balões para os mais pequeninos. A Get a Riiide (www. getariiide.com), uma empresa novíssima no mercado irá, tal como o nome indica,

dar-nos uma boleia do Porto até Braga! Os escuteiros darão todo o apoio aos concorrentes durante a prova. Pensamos ter uma despesa com a prova inferior a 500,00€ e estimamos uma participação de 600 pessoas. A corrida terá 5700 metros e quem quiser participar terá de contribuir com 5,00€. A caminhada terá 3200 metros e custará 3,00€. Ambas as provas terão início junto à Basílica dos Congregados, na Av. Central, pelas 10H00. Todos os interessados deverão fazer as suas inscrições até às 17 horas do dia 04 de outubro.

ILHA DE MOÇAMBIQUE - MOÇAMBIQUE Na Ilha de Moçambique, a 2ª Corrida Solidária Internacional Helpo está a ser organizada em colaboração com os Serviços Distritais de Educação, Desporto, Juventude e Tecnologia e destina-se aos alunos das quatro escolas da Ilha de Moçambique. O percurso da corrida será de aproximadamente 3km de uma ponta da Ilha à outra, entre o Cemitério Muçulmano e a Fortaleza, pela marginal e passando por alguns locais emblemáti-

cos da Ilha. Em cada escola, os Professores de Educação Física devem inscrever aqueles alunos que melhor representarão a sua escola. A Helpo e a Direção Distrital gostariam de garantir um igual número de participantes femininos e masculinos, num total de 100 raparigas e 100 rapazes, entre os 12 e os 16 anos. A Helpo também levará a sua própria equipa, com 20 crianças que participam

assiduamente nas atividades desportivas do CAI e recebem o apoio da Helpo na Ilha de Moçambique. Haverá lanche e t-shirts alusivas ao evento para todos os participantes e prémios com material didático para os 10 primeiros atletas femininos e masculinos, que serão distribuídos no Centro de Atividades Infantis, onde a Helpo trabalha.


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resgatar crianças em sergipe. Porto, Ana Luísa Machado

S

etembro de 2010 ficará marcado na história da Helpo por ter sido o mês em que uma equipa partiu, pela primeira vez, em missão para o Brasil, com o intuito de diagnosticar as necessidades das crianças vulneráveis no nordeste e apurar se fazia, efetivamente, sentido a sua presença nas terras de Vera Cruz. O nosso destino era o Estado de Sergipe, um dos mais pequenos e mais pobres do Brasil, mais concretamente São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga daquele País! Uma cidadezinha tipicamente do interior, com uma praça central, ladeada por casinhas de só um piso, de estilo colonial. Uma cidade que parou no tempo e onde as mercearias ainda têm um livrinho de “deve e haver”. Uma cidade que vale a pena visitar pela sua

componente histórica, mas também, uma cidade sem futuro. Um local onde não existe indústria ou serviços e onde grande parte da população vive abaixo do limiar da pobreza. Sem saneamento básico, de crianças que vagueiam pelas ruas sem qualquer ocupação e sem ninguém que lhes dê um rumo. Uma cidade, como tantas outras, que está a criar filhos da droga, da prostituição, da violência e do abandono. Estivemos em comunidades que nos recordaram África, em casas de marisqueiras, onde o cheiro era mais intenso do que nos musseques. Vi crianças descalças, praticamente nuas, sujas, sozinhas pelas ruas, porque os pais vivem longe e as mães foram trabalhar para a maré ou para as casas das “senhoras” na cidade. Vi crianças que são exploradas sexualmente e que


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MAIS MUNDO

tentam retomar a sua vida, porque a inocência e a infância lhes foram roubadas. Vi crianças que nunca mais o serão apesar da sua tenra idade. Crianças com um olhar triste, mas um sorriso nos lábios só pela nossa presença e por ela demonstrar alguma esperança. Juntamente com cinco irmãs católicas de duas congregações (Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora e Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição) a trabalhar no local e a Prefeitura (município), identificámos onze povoados onde era urgente intervir. Os problemas destas comunidades não são comuns, mas a solução é! A maior parte dos povoados está cercada pelo tráfico e consumo de crack da população mais jovem (12 anos) e uma enorme taxa de maternidade infantil, com o consequente abandono escolar, violência doméstica, negligência e prostituição infantil. Mas outros há onde temos de combater a exploração de trabalho infantil nas roças, onde as crianças são obrigadas a trabalhar na lavoura, de sol a sol, sem descanso, em troca de um prato de comida. Depois de muito ponderado o tipo de intervenção que poderíamos ter, percebemos que temos um conhecimento e uma experiência na ocupação de tempos livres, que não existe no Brasil. Não há o conceito de ATL. A solução para a resolução destes problemas passa, a nosso ver, pela ocupação das crianças. Elas, quando saem da escola, ficam na rua a brincar e, consequentemente, são vulneráveis aos traficantes e malfeitores. A nossa atuação é na ocupação dos tempos livres! Aproveitámos

o conhecimento das irmãs missionárias e estudámos as atividades passíveis de desenvolver com aquelas crianças, os locais onde seriam postas em prática e a forma de financiamento. Nos povoados mais longínquos, aproveitámos as infraestruturas públicas que lá existem; nos centros mais urbanos, as irmãs cederam-nos as suas próprias casas para realizar as atividades. Tínhamos apenas um problema na comunidade do Tinharé, que não possuía qualquer infraestrutura de acolhimento de crianças e jovens. Felizmente, surgiu a oportunidade e adquirimos um terreno onde será construído um centro polivalente, que servirá todo o povoado e comunidades vizinhas. Esse terreno custou três mil euros e pensamos que a construção terá valor similar. Estamos a desenvolver esforços no sentido de encontrar uma empresa, que suporte este custo, preferencialmente brasileira com representação cá, ou o inverso. Neste momento os 4 centros estão a funcionar uma vez por semana, com apoio escolar, e lanche, mas queremos trazer estas crianças para junto de nós mais regularmente. Só assim conseguiremos alcançar o nosso objetivo. Enviámos para o Brasil 5.413,70€ que foram integralmente aplicados nestes projetos, mas precisaríamos de muito mais! São vidas de crianças inocentes que estão em causa. Todos os dias temos uma nova luta pelas crianças vulneráveis. Estejam elas em África, no Brasil ou em Portugal, não baixamos os braços e tentamos abraçá-las a todas. Se uma se salvar, a nossa atuação já valeu a pena. Da Helpo enviamos o nosso compromisso de apoio e solidariedade com as crianças de Sergipe!


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ESTÓRIAS

o senhor das bibliotecas. Nampula, Ondina Giga

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o armazém da Helpo, as caixas têm designações específicas: livros infantis, literatura infantojuvenil, dicionários, gramáticas e enciclopédias, romances, manuais escolares, livros técnicos. Estão preparadas para seguir viagem, umas até aos mais remotos locais, os mais isolados das províncias de Nampula e Cabo Delgado, outras apenas alguns quilómetros até às bibliotecas das cidades de Nampula e Pemba. São livros que já fizeram muitos milhares de quilómetros. Viajaram de Portugal até aqui e agora, uns já foram e outros estão prestes a ir, para uma outra viagem. Mais quilómetros, desta vez dentro das fronteiras do Norte de Moçambique. São os livros que têm vindo a ser doados por inúmeros anónimos, amigos e padrinhos em Portugal, para que levem o saber, o poder de comunicar, a possibilidade de viajar e sonhar, até aos milhares de alunos e professores de Moçambique. Os livros são preciosos, ninguém tem dúvidas. Aqui são difíceis de encontrar e quando se encontram não podem ser comprados pela maioria destes ávidos leitores, devido aos elevados preços praticados. Mas à falta de livros não é aliada a falta de vontade em lê-los, nem a falta de curiosidade. Pelo contrário, se os livros fazem aqui muitos quilómetros até chegarem ao destino, também quem os lê pode chegar a fazer muitos quilómetros para mergulhar umas horas nesse admirável mundo novo que lhes chega às mãos. Falo dos estudantes e professores, daqueles que diariamente caminham sem cansaço para que a tarde seja passada na biblioteca mais próxima. Estes são os relatos que nos chegam dos responsáveis pelas bibliotecas que a Helpo tem vindo a apoiar: são muitos os jovens que passam lá repetidas tardes embrenhados na leitura, chegando

de longe através de um longo percurso feito a pé. A estas 30 bibliotecas, cujo fundo documental foi significativamente reforçado, juntam-se outras 5 bibliotecas e 2 ludotecas, que foram criadas de raiz pela Helpo. A mais recente inauguração decorreu em maio na Biblioteca Padre António Graciano Agostinho, que integra o Centro Catequético João Paulo II, sob responsabilidade da Missão de Netia-Natete, a aproximadamente 100 quilómetros da cidade de Nampula. O espaço ganhou vida com os livros das mais variadas categorias e com as mesas e cadeiras adquiridas pela Helpo, para que a leitura seja feita com o merecido conforto. Na festa de inauguração foi emocionante receber os agradecimentos do Padre António, responsável pela Missão. Dedicou à Helpo palavras calorosas que refletem a sólida parceria que aqui foi criada. Os agradecimentos foram imensos e nunca é demais fazê-los chegar àqueles que possibilitaram esta inauguração, todos os que em Portugal contribuíram para enviar os livros. Emoção é o sentimento que mais vezes acompanha os agradecimentos que os nossos parceiros responsáveis pelas várias bibliotecas fazem chegar à Helpo. As bibliotecas são todas diferentes umas das outras, com espaços, necessidades e objetivos próprios. Na Missão das Servas de Maria, em Nampula, vivem crianças orfãs a quem uma das Irmãs ensina a ler e a escrever. A estes meninos e meninas a Helpo fez chegar essencialmente livros infantis, muitas cores, letras grandes, próprios para quem se inicia na leitura em Português. A outras, nomeadamente àquelas que complementam os espaços das escolas secundárias e profissionais, chegam essencialmente livros técnicos,

“os livros são

preciosos (...) são

difíceis de encontrar e quando se encontram não podem ser comprados pela maioria destes ávidos leitores”


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ESTÓRIAS

enciclopédias e manuais escolares do ensino secundário. Enquanto que em Portugal as bibliotecas escolares são algo comum à grande maioria das escolas, repletas de livros, vídeos, jogos educativos e outro material didático, em Moçambique, o processo está obrigatoriamente mais atrasado. A maioria das escolas no Norte de Moçambique não possui locais adequados para a instalação de bibliotecas escolares. As salas são de construção precária e não têm condições para receber um fundo bibliográfico. No entanto, os diretores das escolas não desistem. Constroem-se armários, reserva-se espaço no bloco administrativo, na sala do Diretor, por ali, onde for possível. Destas escolas, na maioria escolas primárias onde se leciona até à 7.ª classe, chegam-nos os pedidos dos dicionários, das gramáticas e dos essenciais manuais escolares, para que os professores possam utilizá-los e enriquecer as suas aulas, e também os pedidos de literatura infantojuvenil, estes para que os alunos possam levar para casa a título de empréstimo. A lista dos locais apoiados com estes livros é muito grande. A história que antecede esta lista tomou vida própria a meio da viagem. Começou com a Biblioteca da Escola Profissional do Marrere, sob a solicitação dos Missionários de S. João Batista. De Alua surgiu a segunda solicitação, pela mão dos Missionários Combonianos que, por terem tido conhecimento do bom trabalho feito na primeira, contactaram a Helpo pedindo ajuda para a criação da atual Biblioteca Comunitária Daniel Comboni. Depois da parceria com a Biblioteca Provincial de Nampula

que tutela as bibliotecas escolares e onde foi criada a primeira Ludoteca, a mensagem passou e ganhou vida. Nasceu assim o boca a boca, que passa de missão em missão, de escola em escola, de biblioteca em biblioteca, e que fala do Senhor das Bibliotecas, que tem livros disponíveis para oferta. O Senhor das Bibliotecas é o Coordenador Nacional da Helpo em Moçambique, Carlos Almeida, frequentemente contactado por diretores de escolas ou missionários, que tomaram conhecimento de algum outro espaço apoiado e que também pretendem enriquecer a escola ou missão onde trabalham. Foi assim que os livros enviados de Portugal para Moçambique chegaram a Lalaua, a Malema, a Mocimboa da Praia, a Mogincual, e a muitos outros locais, de entre os mais longínquos e isolados das províncias de Nampula e Cabo Delgado, onde complementam o trabalho que já tem vindo a ser feito na melhoria das condições de educação de milhares de crianças. Também foi assim que os pedidos de apoio passaram além das fronteiras destas duas províncias, tendo já chegado à Helpo um pedido de apoio para uma biblioteca no Gilé, Província da Zambézia. Com este panorama, é intenção da Helpo aumentar a curto prazo o apoio prestado a estes locais, dando resposta às várias solicitações e procurando o estabelecimento de novas parcerias, especializando-se e melhorando constantemente a qualidade com que este apoio é dado, o que também passará por promover recolhas de livros que permitam que o Senhor das Bibliotecas continue a dar a melhor resposta às necessidades por aqui sentidas.


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ESTÓRIAS

a desejada visita ao meu afilhado Joel. Lisboa, Catarina Catarino

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oi em julho que decidi finalmente conhecer o Joel, menino santomense, que apadrinhei há já algum tempo! Confesso que estava ansiosa, até porque, como ainda não sou mãe, ter um afilhado faz emergir em mim algu-

mas reflexões e cuidados maternais! ras corriam mal e alguém saía menos Malas feitas e já em São Tomé, chegou o contente e com algumas nódoas negras! dia de ir à escolinha do Joel, onde fomos Quando perguntei à mãe se havia alrecebidos pelo diretor. Este ficou muito guma coisa que ela precisasse muito, contente por receber a madrinha e fez respondeu-me que precisava de capas questão de me mostrar as pautas que para a chuva, pois os meninos caminham tinha na mão com as notas dos alunos. muito todas as manhãs para chegarem Ao mostrar, apontou as do Joel, referinà escola e, como chove constantemente, do que é um aluno muito esforçado e chegam todos molhados. Apanhou-me com resultados muito bons, mesmo sem desprevenida, pois foi coisa que não lepoder ir à escola todos os dias, porque vei, mas que vou com certeza enviar! tem de ajudar a mãe a apanhar búzio no Durante a curta visita tivemos ainda “Ao mostrar as pautas, tempo para ver o mato para poderem sobreviver! trabalho que a Helpo apontou as do Joel, Finalmente aparedesenvolve junto de ceu o Joel, um olhar várias comunidades referindo que é um muito triste, de quem nas roças, pela mão se sente pequenino do Tiago e da Elisabealuno muito esforçado te, a quem agradeço diante de um mundo tão grande! Nem com toda a simpatia com e com resultados muito que nos receberam! as prendas que levei consegui arrancar-lhe Adorei o projeto das bons, mesmo sem um sorriso. Percebi hortas escolares que depois que a sova estão a ser construípoder ir à escola que tinha levado essa das para melhorar a manhã dos primos qualidade das refeitodos os dias” mais velhos contrições dos alunos! buiu para a sua exGostei muito desta pressão fechada! Em parte fez-me lemexperiência e, apesar de voltar para casa brar a minha infância, em que ninguém sem um sorriso do Joel, tenho a certeza brincava com playstations, nem havia que ficou tão feliz como eu por nos cocomputadores e por vezes as brincadeinhecermos!


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“eu fui!”. Entre os passados dias 6 e 26 de agosto, a Helpo em Cabo Delgado teve o prazer de receber o padrinho/voluntário António Sardinha. Durante a sua estadia, o António deu apoio à ludoteca da Biblioteca Provincial de Pemba, num projeto de capacitação dos seus funcionários para a elaboração de fantoches, à biblioteca do Centro das Irmãs Pastorelas, onde apoiou a organização do acervo, e à alfaiataria deste mesmo Centro, onde, em virtude da sua experiência no ramo têxtil, orientou o alfaiate residente na aplicação de novas metodologias de trabalho. Eis as principais impressões deixadas pela sua experiência.

HELPO. Qual foi a grande motivação para teres vindo passar 3 semanas das tuas férias a Moçambique? António Sardinha. Naturalmente, conhecer a afilhada que apadrinho há 3 anos, mas também conhecer in loco a realidade que me era transmitida pela informação que chegava pela Helpo. Tudo aliado ao facto de fazer 50 anos e querer aproveitar “a marca” como momento simbólico. Há quem viva 100 anos sem nunca ter tido a possibilidade de vivenciar esta realidade. H. Estiveste envolvido em três trabalhos distintos em dois locais: Biblioteca e Alfaiataria, no Centro das Irmãs Pastorelas, e Ludoteca na Biblioteca Provincial. Qual deles te deu maior satisfação e porquê? A.S. Diria a Ludoteca. Isto porque consegui transmitir algo que julgo útil aos monitores que depois espero que transmitam às crianças, e porque eu próprio fiz coisas que já não fazia há mais de 30 anos, ou pelo menos desde que a minha filha era mais pequena. E porque penso que o trabalho resultou muito bem e que tanto eles, como o pessoal da Helpo, ficaram satisfeitos. E está lá para se ver! H. Relativamente a cada um destes três projetos, e face aos objetivos que te foram apresentados, achas que os atingiste? A.S. Penso que dois foram bastante bem sucedidos: os da Ludoteca e da Alfaiataria. O trabalho na biblioteca talvez tenha sido o menos fácil, não só porque não é a minha área, mas também porque me parece que existem demasiadas pessoas a mexer no espaço, sem que haja um fio condutor que permita dar continuidade a quem vem a seguir, uma vez que durante o mês de agosto existe, no centro das irmãs Pastorelas, uma grande presença de voluntários. H. És assumidamente uma pessoa emotiva e deixaste-o transparecer no encontro com a tua afilhada Stephanie. Já a tinhas visto em fotos, mas qual foi a sensação de a veres ao vivo? A.S. Para além de ter sido uma sensação ótima, foi também a de ter a nítida impressão de que já a conhecia e que já a tinha visto e, acima de tudo, que já gostava muito dela. Penso que se criou verdadeiramente uma relação de “amor” à distância. H. Trazias várias ofertas para a menina, e consta que os familiares dela também tinham qualquer coisa para ti… A.S. Sim, tinham! Fiquei muito sensibilizado com a atitude deles. Deram-me fruta das duas vezes que lá estive e quiseram-me oferecer mais coisas, inclusivamente uma galinha viva!!

Naturalmente não a trouxe porque não tinha condições para tal. Disseram-me que estavam extremamente agradecidos pela visita e pelo facto de eu apadrinhar a menina, o que foi mesmo muito bom de ouvir. H. Qual a impressão mais forte que te deixou esta experiência? A.S. É que o mundo tem duas versões e que a maior parte das pessoas só conhece uma! H. Com que impressão geral ficaste do país e das pessoas? A.S. Do país na sua globalidade não consigo dizer nem bem, nem mal, porque é um país muito pobre e com muitas lacunas derivadas das dificuldades existentes. Para além disso só conheci uma parte do mesmo. Relativamente às pessoas diria que são, como ouvi algumas pessoas dizer “muito excelentes mesmo” (risos). Fora de brincadeiras, as pessoas são extraordinariamente afáveis, apesar das enormes dificuldades que têm no seu dia a dia. H. O que gostarias de transmitir aos outros padrinhos? A.S. Ver para crer! Os padrinhos devem saber que existe um mundo, uma realidade, que precisa de ajuda e que a Helpo faz um esforço para ajudar a melhorar esta realidade e que todos nós, padrinhos, estamos a contribuir para que estas pessoas maravilhosas consigam ter um futuro mais promissor. H. Comentários finais? A.S. Valeu muito a pena!!


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MAIS DO QUE PADRINHOS

um colo para a menina. São Tomé, Elisabete Catarino

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teto da casa, as pernas longas da mãe, as correrias dos irmãos que às vezes se agacham e se fixam na menina com uma ou outra brincadeira, uma ou outra palavra, na menina que vê tudo debaixo para cima. Às vezes não vê nada, está sozinha, todas as manhãs da semana fica sozinha a ver o teto sempre debaixo para cima. A menina tem olhos nervosos que procuram. Só os olhos mexem, mais nada na menina. Talvez por isso não parem, procuram as pernas da mãe. Passam moscas e mosquitos, passam ratos, passam sombras e ondas de calor, só ela continua presa ao chão, o movimento nunca é da menina. Mas às 14h chegam as vozes e as pernas da mãe. Depressa chega o colo e a menina sorri, agora já não vê tudo debaixo para cima. Da cama a menina já caiu, por isso o chão com um resguardo continua a ser o melhor para a menina. Acompanha tudo o que mãe faz, de volta ao lugar onde vê tudo debaixo para cima. A cadeira antiga há muito que partiu e a mãe não pode comprar outra. Só resta à mãe ser as mãos e as pernas da menina. A mãe consegue ser assim, duas em uma, ser e acontecer, cuidar e fazer crescer a menina que foi condenada a nunca se mexer. Mãe três vezes, mãe todos os dias, ganha-pão e colo que fazem a menina sorrir. Mas a mãe ainda não conseguiu uma cadeira nova para a menina. Mas hoje tudo mudou, hoje a menina olha de frente para os irmãos, hoje a menina está sentada e já não precisa ver tudo debaixo para cima, hoje tem uma cadeira colo oferecida pela madrinha. Agora já pode fazer o que mais gosta, que é seguir com os olhos todos os movimentos da mãe e vê-la a sorrir para a menina. Oli é uma criança de 9 anos com deficiência profunda. A sua irmã Daynira é apadrinhada ao abrigo do programa materno-infantil. A sua madrinha não ficou indiferente e quis ajudar a Oli, oferecendo-lhe uma cadeira de rodas adaptada. Esta oferta

permite uma grande melhoria da qualidade de vida da menina e de toda a família. Apesar de em São Tomé os cuidados de saúde não permitirem um acompanhamento e fisioterapia desejáveis, o conforto que a cadeira dá à Oli permite-lhe ter uma esperança de vida maior e um dia a dia mais feliz.


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i MAIS

sortear para ajudar. P recisamente há um ano, em agosto de 2011, a Helpo procedeu ao sorteio da mota de água oferecida pela madrinha Luísa Borges, residente na Ilha do Faial. O vencedor da mota de água, o Sr. Hermínio Carneiro, ofereceu a mota de água à Helpo para que pudéssemos realizar um

novo sorteio, possibilitando um aumento do valor do donativo. Em 2011 o sorteio da mota de água rendeu um donativo no valor de 2449,00€ e este ano as nossas voluntárias na Ilha do Faial conseguiram recolher mais 1620,00€. A feliz vencedora deste ano foi a Sra. Dina Gomes que exibe com orgulho

o seu prémio. Agradecemos à madrinha Luísa Borges a oferta da mota de água que permitiu a recolha de fundos, e ao Sr. Hermínio que possibilitou o aumento deste donativo para um total de 4069,00€, assim como a todos os que participaram nesta iniciativa.

workshop “mais voluntário” – 4ª edição.

A

conteceu nos passados dias 7, 8 e 9 de Setembro a 4ª Edição do Workshop de voluntariado “Mais Voluntário” na sede da Helpo, em Cascais. O workshop, que visa a prepa-

ração de voluntários internacionais que queiram realizar missões de longa e curta duração, preparação de visitas ao terreno e contacto com comunidades locais, contou com a presença de 12 partici-

pantes sensibilizados para o tema do voluntariado, entre os quais alguns padrinhos. Este workshop tem, por um lado, o objectivo de seleccionar os voluntários interessados em integrar o programa

obrigado disney. J untamente com os seus padrinhos e amigos, a Helpo tem possibilitado às crianças em Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal, o acesso a bens de 1ª necessidade e a bens que possibilitem às

crianças viver uma Infância própria da sua idade. A Disney apadrinhou esta iniciativa e ajudou-nos a tornar o mundo das nossas crianças num mundo mais mágico. Desde Setembro de 2011, a Disney Store tem oferecido à

Helpo inúmeros brinquedos, material escolar, roupa para criança e acessórios infantis, com o objectivo de canalizarmos para quem mais precisa. Bens que por terem pequeníssimos defeitos, não podem ser comercializados,

de voluntariado internacional da Helpo e, por outro, tornar o programa de voluntariado internacional autossustentável.

mas não deixam de fazer as delícias dos mais pequenos, principalmente daqueles que não têm meios para adquirir este tipo de produtos. Agradecemos à Disney por permitir que as nossas crianças continuem a ser crianças!


THE BRIGHT SIDE OF LIFE” 

FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor

Associação Helpo Morada e Redação: Associação Helpo, Rua Catarina Eufémia 167 A, Fontaínhas, 2750-318 Cascais

Tiago Coucelo Tiago Filipe Correspondente em África

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Joana Lopes Clemente

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ORGAL, Rua do Godim, 272 4300-236 Porto Redação Portuguesa

Sofia Nobre (secretária de redação) Joana Lopes Clemente Margarida Assunção Colaboradores neste número

Ana Luísa Machado António Perez Metelo António Sardinha Carlos Almeida Catarina Catarino Elisabete Catarino Joana Ferrari Joana Lopes Clemente Ondina Giga Sara Sangareau Sofia Nobre

www.helpo.pt A responsabilidade dos artigos é dos seus autores. A redação responsabiliza-se pelos artigos sem assinatura. Para a reprodução dos artigos da revista mundo h, integral ou em parte, contactar a redação através de: info@helpo.pt.


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