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mundo h. 13 DEZ.JAN.FEV.10

Ano3 Distribuição Gratuita

MOÇAMBIQUE REABILITAÇÃO ESCOLAR NA ILHA; S.TOMÉ PROMOÇÃO DA SAÚDE; PORTUGAL CAMPANHA AGENDA 2011; ESTÓRIAS O TERRENO VISTO PELOS PADRINHOS; MAIS DO QUE PADRINHOS 1,2,3 VAMOS LÁ OUTRA VEZ!; QUEM HELPA REN EM CAMPANHA SOLIDÁRIA; I MAIS DOE À HELPO 0,5% DO SEU IRS


ÍNDICE 3

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EDITORIAL

as palavras são um Passaporte.

um laço indestrutível. 18 4

MOÇAMBIQUE

MAIS DO QUE PADRINHOS

mais uma migalha.

brincando com a matemática.

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a César, o que é de César! 8

20

QUEM HELPA? um coffret solidário!

S. TOMÉ E PRÍNCIPE projecto Mais Saúde.

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i MAIS

10

helpo na NATALIS 2010.

PORTUGAL

declarações de IRS de 2010.

muito mais do que 365 dias.

emissão de declarações anuais. campanha de recolha de bens.

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remexer O Sótão. 14

ESTÓRIAS memórias de uma visita.

4º fórum RSO e sustentabilidade. helpo na tv.


EDITORIAL

UM LAÇO INDESTRUTÍVEL Cascais, António Perez Metelo

Q

ueridos madrinhas e padrinhos: Caros leitores do ”mundo h”: Ao dirigir-me a vós, pela primeira vez, na qualidade de director deste laço que nos une, assalta-me um sentimento de emoção, mas também de tristeza, por ter plena consciência das dificuldades com que muitos elementos desta nossa família alargada se confrontam. Na Helpo sentimos agudamente os ecos dessas dificuldades e eu nem consigo imaginar a angústia de quem tem de optar por cortar as suas despesas o mais possível, suspendendo aquele fio de carinho e empenho que cada um mantém com o seu afilhado, lá tão distante. Interpretando o pensamento e a acção de todos na Direcção e no terreno da Helpo, a minha primeira mensagem de compreensão e encorajamento vai justamente para todos aqueles padrinhos e madrinhas, que já nem têm o necessário para prover as necessidades dos que lhes estão próximos. Os vossos afilhados continuarão a beneficiar da acção da Helpo, onde quer que se encontrem, ninguém será deixado de parte! O nosso compromisso é procurar fazer sempre mais, mesmo que seja com menos recursos. Esperamos o contributo de todos, logo que as circunstâncias o permitam de novo. O que pretendemos, com a nossa revista e com a nossa Newsletter, é reforçar os laços entre todos nesta comunidade de mais de quatro mil vontades que ambiciona fazer tanto por aquelas crianças, tão lindas com seus sorrisos rasgados, inesquecíveis para todo e qualquer padrinho que as visite! Não têm quase nada de material mas,

para elas, cada iniciativa, cada novo material escolar, cada nova sala de aula é uma coisa maravilhosa. São a esperança de um futuro melhor para as suas comunidades. É a consciência disso que mobiliza, uma e outra vez, comunidades inteiras para que, com a ajuda da Helpo, se continue a investir na construção de melhores condições de ensino. Nestes tempos difíceis, o segredo é sermos capazes, com um pequeno gesto, de ir alargando o círculo de boas vontades, que operam estes pequenos milagres. A nossa Agenda Helpo 2011 é um bom pretexto para fazê-lo. Proponho-vos, queridos padrinhos, que cada um de vós faça deste objecto útil um meio de levar a nossa acção ao conhecimento de, pelo menos, mais outra pessoa. Se todos o fizermos, obteremos um resultado superior ao do ano passado. Nesta revista, apresentamos o que foi possível fazer com os mais de 13 mil euros angariados com a Agenda Helpo 2010. Façam comigo o exercício de comparar o custo – em tempo e disponibilidade de cada um – com o benefício em bens correntes ou investimentos para os nossos afilhados. É o que está na moda: fazer a análise custo/benefício a tudo e mais a alguma coisa… Neste caso – perdoem-me o economês! – a taxa interna de rentabilidade é mesmo sentida, bem dentro de cada um de nós, e é imensa. Termino, desejando um Natal rico em esperança e coragem para todos. Juntos saberemos superar as dificuldades do presente e dar o nosso modesto, mas insubstituível, contributo para construir milhares de futuros melhores.


MOÇAMBIQUE

mais uma migalha. Nampula, Tiago Coucelo

A

Ilha de Moçambique é um município maioritariamente insular situado na província de Nampula, na região norte de Moçambique, que deu o nome ao país do qual foi a primeira capital. Actualmente, a cidade tem um governo local eleito. De acordo com o censo de 1997, o município tem 42.407 habitantes, e destes 14.889 vivem na Ilha, com 3 km de comprimento e 400 metros de largura, ligada ao continente por uma

ponte com cerca de 3 km de comprimento, construída nos anos 60. Arquitectonicamente, a Ilha de Moçambique está dividida em duas partes, a “cidade de pedra” e a “cidade de macuti”; a primeira com cerca de 400 edifícios, incluíndo os principais monumentos, e a segunda, na metade sul da ilha, com casas de construção precária. Macuti é a folha seca da palmeira, matéria prima abundante que serve para fazer os tectos das habitações locais.

Quando Vasco da Gama aqui chegou, a 2 de Março de 1498, já os portugueses sabiam da existência da Ilha de Moçambique e de outros portos de comércio na costa oriental africana. Esta era constituida por uma povoação swahili de árabes e negros com seu xeque, subordinado ao sultão de Zanzibar. A Ilha de Moçambique ganhou uma importância estratégica como escala de navegação da carreira da Índia que ligava Lisboa a Goa, tornando-se um dos pontos de encontro das embarcações. A ilha tornar-se-ia, a partir de então, escala obrigatória para essa famosa carreira. Um importante acontecimento na Ilha foi o início da construção, em 1558, da Fortaleza de S. Sebastião que só terminou em 1620, sendo a maior da África Austral. A Ilha tinha-se tornado o entreposto da permuta de panos e missangas da Índia por ouro, escravos, marfim e pau preto de África, e era da Ilha que partiam todas as viagens comerciais para Quelimane, Sofala, Inhambane e Lourenço Marques. A exportação de escravos era o principal comércio da Ilha, tal como a do Ibo, mas a independência do Brasil em 1822, que era o principal destino deste comércio, voltou a deixar a Ilha no marasmo. O golpe final foi a passagem da capital da colónia para Lourenço Marques, em 1898.


Outro período que prejudicou o desenvolvimento da Ilha de Moçambique foi o da Guerra Civil (1976 - 1992). Conta-se que a Ilha recebeu de uma única vez, mais de 7 mil pessoas fugindo da guerra. Os ilhéus dormiam na ponte que liga a Ilha ao continente para fazerem segurança e não permitiram que as tropas da Renamo ocupassem a Ilha. As dificuldades que Moçambique enfrentou durante a guerra civil, levaram a que milhares de moçambicanos procurassem refúgio na ilha, a qual enfrenta hoje um claro problema de excesso de população. Em Dezembro de 1991, a Ilha de Moçambique foi declarada pela UNESCO - Património Cultural da Humanidade, em reconhecimento do seu valor histórico, cultural e arquitectónico. O nosso trabalho na Ilha realiza-se graças a uma frutuosa parceria que a Helpo tem desenvolvido com a A.A.I.M (Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique). Convém explicitar qual a origem e missão desta associação: a A.A.I.M foi fundada a 22 de Outubro de 1982. Os seus principais objectivos são a promoção da preservação do património da Ilha de Moçambique, o auxílio a pessoas carenciadas, a educação pré-escolar e a alfabetização de mulheres, jovens e idosos. Actualmente, e graças à identificação

da problemática por parte da A.A.I.M., a Helpo encontra-se empenhada, após ter já concluído o Projecto do Centro de Actividades Infantis (inaugurado a 3 de Abril do ano corrente), no desenvolvimento de um outro projecto na área da Educação: a reabilitação total e equipamento das 2 salas de aulas da ala anexa da Escola 16 de Junho. Nesta escola estudam algumas das crianças apoiadas pela Helpo através do Programa de Apadrinhamento de Crianças à Distância, na Ilha de Moçambique. Este é um projecto que nos atraiu essencialmente pelo número de crianças que dele vai beneficiar - a escola funciona em 3 turnos diários, - mas também por esta escola ter sido a primeira da Ilha de Moçambique. Para percebermos o impacto que a conclusão desta obra vai ter, podemos dizer que cerca de 270 alunos estudam diarimente nestas duas salas e poderão beneficiar de salas equipadas, de um tecto e paredes novas que as poderão abrigar das chuvas que desafiavam constantemente o antigo telhado, e de um recinto exterior protegido das agressões e distrações exteriores ao ambiente escolar, com baloiços e espaço para actividades lúdicas. Toda a reabilitação está a ser levada a cabo por empreiteiros e trabalhadores locais, uma maneira de promovermos

também o desenvolvimento económico da Ilha. Outro ponto que nos toca também, é que a escola vai manter todos os seus traços originais. Ou seja, vai respeitar toda a tradição arquitectónica da Ilha, tendo sido aprovada pelo gabinete competente. A melhoria das salas de aula é um dos princípios que nos move. Acreditamos que as crianças ao terem melhores condições de estudo, tais como abrigo da chuva, material de estudo e lúdico, mesas e cadeiras, podem ter resultados mais animadores ao nível do ensino primário e contrariar o ritmo lento que o tempo dedica a estas melhorias e aos seus resultados. Na Ilha de Moçambique a Helpo, apoiada pelos seus padrinhos e pela A.A.I.M., contribui com mais esta migalha.

FICHA TÉCNICA: Custo previsto do material e técnicos: 13.582,00€ Deslocações: 1.100,00€ Monitorização, licenças e outros R.H.: 8.985,00€ Estrutura de apoio: 2.800,00€ Imprevistos: 2.418,00€ Custo Total: 28.885€


MOÇAMBIQUE

a César, o que é de César! Nampula, Carlos Almeida

N

ampula é a província com mais população de todo o país e aquela onde a presença da Helpo é mais forte, estando presente em 6 dos seus 18 distritos. Um dos distritos mais deslocados da capital de província é o Distrito de Murrupula, cuja vila dista cerca de uma hora de caminho da Cidade de Nampula. Ao chegarmos à pequena vila, se entrarmos por uma estreita estrada que explora o mato cerrado e viajarmos por mais 1 hora, chegaremos às comunidades da zona de Namilasse, posto administrativo de Chinga onde ficam Munimaca, Ilocone e Mahunha. Estas três comunidades apresentavam em comum, para além das enormes dificuldades devido à falta de água, ao facto do posto de saúde mais próximo se situar a cerca de 8km e de apenas contar com a presença de um técnico de saúde sem equipamento de apoio, nem sempre preparado para responder às ne-

cessidades profundas que aparecem, e o isolamento a que estavam sujeitas, o facto de todas terem uma escolinha comunitá-

“97 crianças demostram que nunca é tarde para aprender e que é possível acreditar num futuro melhor” ria. Ao integrar no programa de apoio as crianças destas escolinhas, a Helpo permite que tenham acesso a alimentação diária, material didáctico, roupa e calçado, e a um monitor que permite que sejam

preparadas para as actividades da escola primária. No entanto, as crianças de Mahunha não tinham escola na comunidade e, para terem acesso a um bem que julgamos essencial, estas crianças tinham que se deslocar 8 km para irem à escola mais próxima, a Escola Primária Completa de Namilasse, e outros 8 km para regressar. Nas reuniões comunitárias em que a Helpo está presente, são escutados os problemas existentes e este facto foi sublinhado repetidamente: após frequentarem a escolinha, as crianças de Mahunha “sentavam” em casa! A Helpo comprometeu-se a participar na resolução deste problema, uma vez que encetados os contactos institucionais junto das entidades competentes, que recomendaram a construção prévia de um edifício escolar em material local para que posteriormente aí fosse alocado um professor, a Organização apoiou de


forma singela as construções realizadas pela Comunidade, que construiu a sala de aula da nova escola e a casa do mais que esperado Professor, tendo facultado material para a cobertura. Se o processo de construção da sala de aula e da casa do Professor não constituiu um grande problema, já a colocação de um professor não foi facilmente conseguida. O contacto inicial foi encetado pela Missão de São João Baptista do Marrere, ao nível das direcções distritais e posteriormente pela Missão e pela Helpo directamente com a Directora Provincial da Educação e Cultura de Nampula, a Drª Páscoa. A mesma remeteu-nos para os Serviços Administrativos de Murrupula onde os problemas começaram a surgir. Para começar, algumas questões políticas dificultaram a resolução, uma vez que a zona de Namilasse é um forte reduto da RENAMO, partido da oposição do Governo. Como principal argumento surgia o de 8km não

ser uma distância assim tão grande para as crianças percorrerem, para além do facto de não haver professores para colocar. Para além do apoio da Directora Provincial, também se juntou à missiva da Helpo a Direcção da Acção Social em Murrupula, preocupada com as crianças por não terem acesso à escola, e o Núcleo Multissectorial de Crianças Orfãs e Vulneráveis, do qual a Helpo também faz parte. Ao sentir as dificuldades da Helpo como suas, a Directora Provincial da Educação e Cultura de Nampula, assumiu a resolução deste problema como uma questão pessoal, e acabou solucionando o problema, ultrapassando as dificuldades. Para comemorar o facto, a Helpo ofereceu uniformes escolares e material escolar a todos os alunos. Os alunos que antes “sentavam” por não ir à escola, alegram e dão um colorido diferente à Comunidade de Mahunha: 97 crianças, das quais 56 raparigas e 41 rapazes, com idades compre-

endidas entre os 7 e os 15 anos, envergando os seus uniformes azuis, demonstram que nunca é tarde para começar a aprender e que é possível acreditar num futuro melhor. Na última visita à Comunidade de Mahunha, recebemos a visita do Coordenador da ZIP (Zona de Influência Pedagógica) de Namilasse, que nos informou que durante o presente ano esta escola funcionava como sala anexa da Escola Primária Completa de Namilasse, mas que, tendo em conta a grande afluência de crianças à escola, a partir de 2011 iria passar a ser uma escola independente, e que teria ainda a colocação de um segundo professor. A Helpo sentiu que da simbiose com as Direcções Provinciais, quer da Educação, quer da Acção Social, só podemos colher frutos, uma vez que partilhamos os mesmos objectivos: mais e melhor educação para proporcionar um futuro mais risonho às crianças de Moçambique.


SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

projecto Mais Saúde. Daniela Alves, médica no Hospital de São João do Porto (HSJ), já tinha interesse em realizar uma missão humanitária quando surgiu a oportunidade no Serviço de Pediatria do Hospital de integrar uma missão por 3 meses, oportunidade que agarrou sem hesitar pois fazia parte dos seus objectivos. Susana Branco, também médica no HSJ, frequentava o 4º ano da universidade quando teve oportunidade de assistir ao testemunho de uma colega sobre uma missão que tinha participado em Timor. A descrição da experiência fascinou-a e o “bichinho” de fazer algo semelhante permaneceu. A oportunidade de partir para o terreno surgiu com o HSJ. Susana não pensou duas vezes e decidiu partir! As duas médicas encontram-se em São Tomé e Príncipe integradas no Projecto Mais Saúde, realizado pelo Hospital de São João do Porto em parceria com o Hospital Ayres de Meneses em São Tomé e Príncipe e com a Helpo.

Qual a primeira impressão do estado da saúde em São Tomé e Príncipe? Daniela Alves. A nossa experiência ainda é pequena pois chegámos há três semanas e este período ainda é curto para poder ter uma visão global. Do que pude observar na área da Pediatria, existe um apoio pouco diferenciado, não existem muitos especialistas e os escassos recursos humanos e materiais limitam a actuação. Outro factor do qual me apercebi, e que parece ter alguma influência na assistência prestada, é o facto dos médicos que actuam em S. Tomé terem feito a sua formação em diferentes países (pois não existe uma escola de Medicina no país), o que faz com que tenham atitudes diferentes, não promovendo uma uniformidade na assistência e no sistema de saúde em geral.

Quais os principais objectivos do projecto Mais Saúde? D. A. Está previsto que façamos uma abordagem integrada da saúde da criança desde o seu nascimento até à adolescência, focando na nutrição, crescimento e desenvolvimento da criança. Procuramos contribuir para a melhoria da qualidade e eficácia dos serviços de saúde existentes, assim como para o desenvolvimento de estruturas que fomentem a promoção da saúde. Tentamos estabelecer rotinas e protocolos que uniformizem procedimentos hospitalares. A nível dos distritos, procuramos uniformizar também princípios de actuação nas doenças mais frequentes e tentar estabelecer a comunicação com o Hospital Central, para que sejam referenciadas atempadamente situações que necessitam de um atendimento mais diferenciado. Procuramos portanto fazer o máximo de acções formativas aos profissionais de saúde que dão assistência na Pediatria, no senti-

do de uniformizar os procedimentos em relação aos problemas mais frequentes da população pediátrica. Na área da Nutrição temos por objectivo criar um programa que permita uma acção rápida e eficaz onde existe risco ou situação de desnutrição.

Quais as áreas/eixos prioritários de intervenção? D. A. O combate à desnutrição foi-se tornando o eixo prioritário. Muitas das situações médicas a que assistimos derivam de crianças em perigo de vida por malnutrição, que é uma situação recorrente nos países em vias de desenvolvimento. Susana Branco. Também já foram realizadas acções de formação nos centros de saúde em relação ao tipo de actuação que os enfermeiros e médicos devem ter com crianças com gastroenterite, mais especificamente no caso da desidratação aguda. No que se refere à actuação nos casos mais ligeiros poderá ser feita nos centros de saúde e nas situações mais graves existe a necessidade de se encaminhar para o Hospital Central.

Pela vossa experiência, quais irão ser os principais constrangimentos decorrentes da vossa actividade? S. B. No hospital, deparamo-nos com a falta de recursos materiais, nomeadamente de exames complementares de diagnóstico e de meios para o tratamento das crianças internadas. Além destes, há falta de recursos humanos, principalmente no que se refere a equipas diferenciadas em algumas especialidades pediátricas fundamentais, nomeadamente cardiologia e cirurgia pediátrica. Por outro lado, o facto de não existir uma estrutura bem montada de referenciação das crianças dos centros de saúde para a consulta externa do Hospital Central, leva a que estas cheguem


aqui muitas vezes com a situação clínica muito agravada.

A parceria recentemente realizada entre o Hospital de São João e a Helpo visa a promoção da saúde, cuidados e prevenção da doença. Sendo de extrema importância para o sucesso destes projectos, como vêem o trabalho de mobilização das comunidades à volta destas acções? D. A. O que temos mais interesse em fazer são de facto acções comunitárias que nos permitam formar as populações para a promoção da saúde e prevenção da doença. Através delas podemos chegar à população e alertar para os cuidados primários com a saúde das crianças e também prevenir algumas das situações de risco mais frequentes. Esperamos que as formações que pretendemos fazer nas comunidades com a Helpo tenham esse efeito, que auxiliem as populações a recorrer aos serviços que existem e a saber fazê-lo da melhor forma.

Sendo a formação e consequente capacitação das comunidades um dos principais objectivos da parceria, quais as acções que julgam prioritárias implementar? D. A. Qualquer tipo de apoio que se possa dar a nível comunitário julgo que é bem-vindo. Assim, a nossa prioridade juntamente com a Helpo, é focarmo-nos na prevenção da doença, principalmente na prevenção primária, dotando a população dos elementos que necessita para saber cuidar da criança e encarar a criança como tal e não meramente como um “adulto em miniatura”, respeitando as fases de desenvolvimento, o que necessita para crescer e se integrar de uma forma emocional, psicossocial e também nutricional.

Como pode a Helpo ser um elemento facilitador nesse trabalho? D. A. Tendo uma noção das principais dúvidas e constrangimentos de cada comunidade, que só se adquire estando no terreno; dando-nos o feedback comunitário do resultado das acções de formação e das reais necessidades de cada comunidade. Julgo que com a continuidade do projecto, a Helpo poderá identificar quais os elementos chave em cada comunidade, dotando-os de informação, documentação e know-how para que as pessoas possam dar respostas à comunidade. S. B. As queimaduras são uma das maiores morbilidades da população infantil em São Tomé. Os acidentes, na maioria das vezes por negligência dos pais, condicionam muitas vezes limitações

para o resto da vida, sobretudo num país com tanta falta de recursos terapêuticos. Assim, o melhor é, sem dúvida, preveni-los! A proximidade da Helpo com as comunidades será uma mais-valia para a formação dos pais e prestadores de cuidados das crianças na aquisição de estratégias para a redução do risco de ocorrência dos acidentes que originam não só queimaduras, como feridas, fracturas e outros traumatismos. Penso que a Helpo está num bom caminho ao estabelecer uma parceria com uma instituição como o HSJ, que poderá garantir as formações dadas às comunidades através dos médicos, enfermeiros ou outros profissionais de saúde. O principal papel da Helpo continuará a ser a articulação entre estes profissionais e a população, cujas características conhece bem.

FICHA TÉCNICA: Beneficiários: 646 crianças (das quais 215 crianças apadrinhadas pela Helpo) e entre 1000 e 1500 adultos; Faixa etária das crianças: 3 aos 12 anos; Duração do projecto: 1 ano; Doenças mais evidentes: Malnutrição, Queimaduras e Infecções; Zona de acção: Roças da Saudade, São José, Bemposta, Monte Café e Santa Catarina; Objectivos: Formar as populações para a promoção da saúde e prevenção da doença; Resultados esperados: Membros da comunidade capazes de identificar sinais de alerta e agir em conformidade.




PORTUGAL

muito mais do que 365 dias. Cascais, Joana Lopes Clemente

U

ma agenda é uma sucessão de páginas a abrigar os dias do ano, divididos milimetricamente nas horas que nos esperam. É a promessa de dias em branco, onde pode acontecer qualquer coisa. É a surpresa que o acaso nos reserva, que o futuro nos planeia e onde registamos os pequenos sinais que marcam o cunho dos passos compassados do nosso tempo. De um tempo que é nosso. Uma agenda é um meio para fazer viver um sonho grande que se faz do cruzamento dos caminhos dos padrinhos e dos seus afilhados. No meio das estradas que cruzam, a Helpo. Num objecto, o presente de saber que ali mora uma coisa maior. A pegada que fica, a diferença em que temos a oportunidade única de nos convertermos, para alguém. Para uma população inteira de alguéns. A agenda que promovemos para o ano corrente, converteu-se numa engrenagem essencial para a motivação da-

queles com quem trabalhamos e para o consequente aumento da sua participação nos projectos empreendidos; gerou uma grandiosa transformação na forma de chegarmos aos nossos beneficiários:

“Estimamos abranger mais 850 crianças com os nossos programas de apoio” materializou-se na aquisição de uma viatura usada, e permitiu-nos assim aumentar significativamente a presença da equipa junto dos parceiros e beneficiários in loco. Um veículo significa a optimização dos

recursos humanos presentes no terreno, que com maior frequência e rapidez podem responder às solicitações dos seus parceiros e beneficiários e fazer sentir que uma presença permanente significa o acompanhamento de cada obstáculo, a aferição de cada solução que lhe corresponde, e a partilha de todos os pequenos sucessos. Um dia depois do outro. A nova aquisição da Helpo, permite à Coordenadora Nacional em São Tomé e Príncipe, seguir de forma mais constante cada projecto e consequentemente, concluir a sua implementação com maior celeridade, aumentando a sua capacidade de resposta a novas situações e a intervenção através de novos projectos. Tudo, ganhando terreno na corrida contra o tempo; um veículo permite que se reduzam distâncias, e que os recursos humanos se libertem da inflexibilidade dos custos das viaturas de aluger e da disponibilidade das rotas de transportes públicos, das estradas que os mesmos




recusam ou da simpatia ocasional das boleias. Os pontos de intervenção da Helpo encurtaram assim a distância entre si, e o caminho entre as comunidades parece ficar menor a cada dia. Não podíamos deixar de reconhecer a enorme importância do gesto de todos os que contribuíram para a aquisição de muito mais do que um veículo; de tudo aquilo em que ele se traduz: numa maior proximidade, constância e celeridade na conclusão dos projectos desenvolvidos em benefício das pessoas. O restante valor dos fundos recolhidos com a promoção da campanha Agenda Helpo 2010, permitiu-nos consolidar toda a intervenção em São Tomé e

Príncipe com o estabelecimento de uma sede e a alocação de um recurso humano de forma permanente no terreno, em representação da Helpo com a promessa de continuidade. A Associação revestiu-se de um rosto e morada familiares a quem e onde a população pode recorrer sempre que necessário! A Helpo cresceu. Cresceu em presença e acompanhamento dos seus beneficiários e pretende continuar a crescer em quantidade mas sobretudo na qualidade dos projectos implementados em Moçambique e São Tomé e Príncipe. Não podemos nem queremos parar de agir. Um dia depois do outro. No ano de 2011 esperamos alargar o apoio a três novas estruturas escolares

em São Tomé e Príncipe e fazer proliferar os projectos implementados junto das comunidades em Moçambique. Estimamos abranger mais 850 crianças com os nossos programas de apoio e não desejamos que a falta de recursos nos impeça de concretizar as intervenções que temos a capacidade de cumprir. Por estes motivos, a Helpo decidiu lançar uma nova campanha de recolha de fundos com a promoção da Agenda para 2011. Com a expectativa de que cada um dos nossos padrinhos responderá ao desafio lançado e nos ajudará a crescer junto dos nossos beneficiários mas sobretudo, os ajudará a crescer, com a nossa pequena-grande ajuda!

A Agenda Helpo 2010 gerou a recolha de um total de 13.061,60€ Os fundos recolhidos permitiram: a) Aquisição de viatura usada para o projecto de São Tomé e Príncipe – 10.000,00€ b) Aluguer da sede (casa de habitação e escritório) durante o ano de 2010 – 2.100,00€ c) Compra do gerador para utilização da sede – 849,00€ d) Aquisição de roupa de cama, banho e tábua de passar – 112,21€




PORTUGAL

remexer O Sótão. Cascais, Caroline Staedtler

N

o passado mês de Novembro a Helpo recebeu, por parte da Câmara Municipal de Cascais (CMC), a notícia da aprovação da implementação do projecto O Sótão no Concelho de Cascais, no ano de 2011. Caras intrigadas perguntarão agora: O que é o O Sótão? O projecto O Sótão – Oficina de Desenvolvimento Humano, dirigido a jovens, consiste em proporcionar um espaço de liberdade e partilha onde, através de actividades variadas desenvolvidas que envolverão várias técnicas (dinâmicas de grupo, role playing, etc.) e que tocarão várias áreas de expressão (expressão escrita, expressão dramática, expressão corporal, etc.), os participantes serão conduzidos à exposição de actividades planeadas que envolverão cada um dos intervenientes, sendo possível a cada um viver experiências e sensações ao nível inter e intra-pessoal. Os jovens que irão beneficiar desta descoberta terão idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos, pois é a partir dos 15 anos que os jovens começam a pensar no futuro, nas escolhas pessoais e profissionais mas, por vezes, ainda não possuem maturidade e auto-conhecimento para definirem que caminho querem seguir na vida. Acreditamos que se deve alargar o grupo em termos de idade até aos 30 anos pois a idade adulta atinge-se cada vez mais tarde, devido, entre outras razões, à situação económica da sociedade, que não permite aos jovens tornarem-se independentes mais cedo. O facto de o grupo abranger um leque tão amplo de idades torna-se enriquecedor para os participantes por poderem partilhar diferentes experiências e vivências. Cada grupo de O Sótão terá a duração de 20 sessões de 3 horas, onde uma Psicóloga da Helpo e uma Animadora Sociocul-

tural da CMC acompanharão estes jovens, e onde será possível a construção e desconstrução de pequenos Sótãos, com o desejo que se torne possível um maior número de pessoas poderem usufruir plenamente do seu direito de identidade, expressando-se e dando-se a conhecer livremente e sem receios. O ponto de partida para o desenvolvimento do projecto O Sótão prende-se com a ideia de cada um de nós construir a sua identidade individual de forma activa e dinâmica, na interacção com os outros e de acordo com o meio que nos envolve. É na interacção com o outro que temos acesso ao nosso “Eu”, que construímos a nossa identidade e é através da relação com o outro que temos a oportunidade de construir uma identidade estável e coesa. O Sótão proporcionará, inevitavelmente, o uso de diferentes papéis sociais ao mesmo tempo confrontando os participantes de forma mais directa com o seu “Eu”. Deseja-se que cada hora de oficina promova sensações particulares, permitindo que factores tão íntimos e escondidos da identidade, como a capacidade de relação e exposição ao outro, o confronto com as fraquezas e capacidade de adaptação, sejam despontados de forma desprendida e espontânea e, depois do arrepio inicial, cada um na troca com o outro, tenha a possibilidade de pensá-los e trabalhá-los. A Helpo acredita que este exercício permitirá a cada participante uma atitude mais assertiva e segura de si ao nível individual e colectivo. Conhecermo-nos através do outro será um excelente exercício para trabalhar as próprias potencialidades sem cair em esquecimento a importância da compreensão, respeito e tolerância pelo outro. A Helpo apresentou este projecto à CMC, que se mostrou inte-




ressada em implementá-lo no âmbito dos projectos da Divisão de Juventude e Conhecimento, pois identificou-se uma ausência deste tipo de actividade para o público-alvo que a Helpo pretende atingir. Se, por um lado, o ritmo actual da sociedade não deixa muito espaço para a reflexão sobre a dimensão individual e colectiva e os desempenhos de cada uma delas, por outro lado, as exigências que hoje nos são impostas por nós próprios e pelo meio envolvente, tornam imperativa a existência de uma acção concreta que promova o empowerment dos indivíduos ao nível do conhecimento e exploração dos seus limites para a possibilidade da sua constante superação. Esta acção possibilita um confronto do indivíduo consigo próprio, condição essencial para a adopção de uma atitude/comportamento consciente que se reflicta através de uma maior auto-confiança, conforto individual, desejabilidade social e assertividade. No campo técnico, as avaliações do nível de Desenvolvimento Humano em Portugal, comprovam que ainda há um longo caminho por percorrer para o nosso país; a exploração das nossas próprias capacidades de modo a que o espólio de escolhas com que nos deparamos na nossa vida possa ser alargado o mais possível, é um bom ponto de partida para o atingir de um patamar mais elevado no que respeita a este índice. O Sótão pretende ir de encontro a esta questão e combater esta necessidade que se sente, não somente a nível individual, como a nível social. Só assim será possível construir uma identidade individual sólida e afirmativa, sem medo de se ser colocado na “berlinda” a cada passo, com o objectivo de se tornar um melhor cidadão, consciente das suas capacidades, limites e desejos.


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ESTÓRIAS

memórias de uma visita. Estas “pequenas” histórias que partilhamos com os nossos leitores nesta rubrica, são histórias de padrinhos/madrinhas que visitaram os seus afilhados/afilhadas em Moçambique e São Tomé e Príncipe, no ano de 2010. Partilhas que trazem à memória sentimentos, sonhos, sorrisos, expectativas, saudades e acima de tudo uma enorme vontade de regressar!!! Aos nossos padrinhos, o nosso profundo agradecimento pela dedicação com que se prestam a esta causa. Uma ajuda com rosto efectuada por heróis sem rosto que ambicionam um mundo mais humano! “Já cumpri o meu desejo de ir conhecer o meu afilhado...fui à Ilha de Moçambique conhecer um rapazinho tímido e levar-lhe um pouco de alegria, umas roupitas e o mais importante, a bola de futebol! Não abriu a boca o tempo todo, as respostas eram dadas pelo pai. No Centro de Actividades Infantis, inaugurado recentemente, com a preciosa ajuda da Helpo, gostei muito de ver as crianças a cantar, muito disciplinadas, não disfarçando uma enorme alegria, que me comoveu... vi que os educadores que lá se encontravam estavam motivados na prossecução de um objectivo comum. Em suma, uma grande capacidade para superar carências e ajudar aquelas crianças a ter um rumo na vida. Uma outra visita que me tocou: os colaboradores da Helpo, Carlos Almeida e Tiago Coucelo levaram-me a outra “Escola” ao ar livre, feita de boa vontade, onde se via já um pavilhão feito de “blocos”, que começava a ganhar forma, graças à colaboração das gentes locais com a forte iniciativa da Helpo. Um grande Obrigado à Helpo, com esperança de um reencontro sempre à espera de concretização. Bem-hajam!” Francisco Sousa Mendes

“Neste ano optei, mais uma vez, por efectuar umas férias de enriquecimento, de crescimento, de maturação. Optei por ir a Moçambique, conhecer uma realidade distante, diferente e por vezes inimaginável…Fiquei impressionado pelo trabalho fantástico que a Helpo tem desenvolvido, reconheço que não tinha a percepção do número de projectos envolvidos e a sua variedade. Reconheço que ao apadrinhar uma criança à distância, questiona-se por vezes se o dinheiro é bem aplicado, após ter passado pelo terreno, todas as dúvidas se desvanecem… Poderia estar a contar imensas histórias que vivi ao longo da minha estadia nas terras africanas… mas o que mais me marcou foi sem dúvida o trabalho dedicado e empenhado da Helpo, embora muito limitado… limitado a nível de recursos humanos e financeiros. Se cada Padrinho traçar como objectivo arranjar um novo Padrinho, a Helpo poderia ajudar mais meninos, poderia reconstruir e construir mais escolas, poderia fazer mais furos para extrair água, poderia equipar mais bibliotecas, poderia… Se nós nos juntarmos naturalmente criamos um “mundo mais humano”, mais robusto. Nesta viagem procurei ajudar, mas fui eu que saí beneficiado. Cresci no meu auto-conhecimento. O meu olhar chegou mais longe e mais fundo…” Fernando Pereira


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“Muitas noites sonhei com a visita à aldeia e, como seria o encontro com a minha afilhada mas, sinceramente, a realidade superou todos os meus sonhos e expectativas. Não tenho palavras para descrever a emoção que senti quando o carro da Helpo parou na aldeia e vi as crianças alinhadas ao longo da estrada de terra com cartazes “Helpo é humano”. As crianças cantavam e o Director da Escola trazia pela mão uma menina descalça que reconheci pela fotografia que levava comigo. Era sem dúvida a minha afilhada Teresa que, um pouco inibida, me colocou ao pescoço um colar em papel feito por ela e que eu usei durante toda a minha visita. Foi a primeira vez que uma madrinha visitou aquela aldeia, de tal forma, que a população estava visivelmente feliz com a minha visita. As mulheres fizeram danças nas quais participei para grande divertimento de todos. Seguiram-se os discursos e as prendas para a Teresa e para a escola. O calor e a alegria da multidão tão espontaneamente formada à nossa volta espantou-me, mas eu sabia que não era apenas a minha presença que suscitava esta reacção emotiva, mas o afecto que o povo sentia pela Associação Helpo. A associação tem desenvolvido modelos de assistência que promovem a autonomia e a responsabilidade comunitária e que estão bem visíveis na aldeia de Impire. O meu muito obrigada à minha afilhada Teresa pela felicidade interior que sinto por, de alguma forma, poder contribuir para o seu bem-estar.” Luísa Taveira

“Quando penso na visita à minha afilhada em Impire, consigo voltar a sentir a emoção e aquele arrepio difícil de descrever, consigo sentir a alegria de viver daquelas crianças, ainda que, muitas delas com uma tristeza muito característica no olhar… Consigo sentir o agradecimento sincero de um pai e aquela sensação de incredulidade por estar perante condições de vida que não conseguimos perceber e ter como reais até nos depararmos com elas! Lembro-me também, da sensação boa com que saí da visita à minha afilhada e também da visita a outras comunidades que tive a oportunidade de conhecer, a sensação de alegria e orgulho, por saber que embora o caminho seja ainda longo e sinuoso, existe a Helpo a percorrê-lo! Vale a pena ser madrinha! Bem hajam todos os padrinhos e todos os que trabalham diariamente na Helpo, só assim o nosso Mundo será (cada vez mais) Humano!” Isabel Baleia

“No dia 16 de Outubro, fui fazer umas férias de uma semana a São Tomé e Príncipe, com mais 3 amigos. Tinha gosto em conhecer o meu afilhado Gilson Guilhermino que vive em Santa Catarina. Visitámos várias roças, onde pudemos constatar as condições precárias em que vivem. Juntamente com a Coordenadora da Helpo, Flora Torres, dirigimo-nos à Escola onde o Professor Kadi nos recebeu prontamente. Dezenas de crianças apareceram, pois a comunidade tem cerca de 120 crianças na Escola. Surpreendeu-nos as salas bem ornamentadas, as mesas e bancos alinhados. Constatamos que necessitam ainda de muito material escolar, sem o qual não conseguem trabalhar. O que mais me marcou nesta visita foi o facto de estas populações viverem com tão pouco e mesmo assim serem felizes. Faz-nos repensar, o facto de às vezes andarmos aborrecidos com coisas pouco importantes, quando há pessoas com tão menos que nós mas que estão sempre bem-dispostos!” Berta Ferreira da Costa


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ESTÓRIAS

as palavras são um Passaporte. Nampula, Carlos Almeida

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ão sou especialista em línguas e os meus estudos centraram-se na área das Ciências, por isso, ao escrever este artigo sinto que, de certa forma, estou a entrar por “zonas perfeitamente desconhecidas”, embora se trate de uma área que sempre me apaixonou e que está sempre presente no nosso dia-a-dia. Quando se visita um local, para que a experiência seja completa, é importante ver, experimentar, conhecer locais e sabores, e é importante escutar, não apenas músicas, mas as palavras e outras formas de comunicação. É sempre um exercício interessante ouvir uma língua estrangeira e tentar decifrar o que está para além daquela espessa cortina que se apresenta sob a forma de sons por vezes estranhos e impossíveis de repetir. Lembro-me que o primeiro sintoma da minha evolução na aprendizagem do alemão, foi pura e simplesmente, quando todo aquele som deixou de parecer uma só palavra e começou

a ser formado por pequenas palavras, apesar de ainda não saber o significado de cada uma delas. A Língua é um autêntico passaporte para o conhecimento de uma cultura, e quando se começa a conhecer a Língua começa a perceber-se melhor a cultura. E surge uma questão: será que a Língua é influenciada pela cultura ou a cultura é que é influenciada pela Língua? Não querendo fazer deste artigo um estudo aprofundado, este tema fascina-me e leva-me a pensar que quando D. Dinis proclamou o Português como nossa Língua oficial, se não o tivesse feito e se tivéssemos feito uma evolução linguística semelhante à dos nossos vizinhos de Castela, será que hoje em dia a nossa identidade de portugueses seria diferente e talvez mais aproximada à dos espanhóis? Em Moçambique, apesar da Língua oficial ser o Português, ela está longe de ser difundida por toda a população. Os Padri-


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nhos certamente se questionaram muitas vezes, como será possível que as crianças, às vezes com dez anos ou mais ainda não saibam escrever. A resposta é simples: muitas destas crianças apenas têm o primeiro contacto com o Português com a chegada à escola, o que dificulta muito o seu processo de aprendizagem. Nas províncias onde a Helpo se encontra a operar, Nampula e Cabo Delgado, o dialecto predominante é o Emakhuwa ou Macua, que é o mais falado entre os 13 principais dialectos usados de norte a sul de Moçambique. Ouvir falar Macua é um exercício extremamente interessante pois pelo meio de palavras indecifráveis, surgem palavras que nos são muito familiares. Não são palavras que derivam do Português, são palavras portuguesas, que por pura e simplesmente não terem tradução ou não haver palavra em Macua para melhor expressar o que se quer dizer, são utilizadas. O que é ainda mais fascinante é estar presente numa reunião Comunitária, com direito a lugar de destaque na tribuna improvisada debaixo de um cajueiro e ver, e sentir, como tudo se desenrola. Quando a palavra é dada aos membros da Comunidade para expor os seus problemas, a palavra portuguesa que mais se escuta no discurso em Macua é “escola”. Parece óbvio que antes da chegada dos portugueses não houvesse palavra para dar significado a uma coisa que não existia. No entanto, com o somar de intervenções dos membros da Comunidade, outras palavras começam a aparecer e estas sim, deixam outras questões no ar: porque será que se usa em Português, no meio do discurso em Macua, palavras e expressões como “dia seguinte”, “solução”, “preocupação” e “possibilidade”? Quem fala Macua assegurou que estas palavras podem ser encontradas no seu dialecto, embora expressando algo parecido, mas não exactamente igual. Foi-me também transmitido que a influência da Língua Portuguesa no Macua é muito mais forte no interior do que no litoral, devido a uma presença mais forte dos missionários portugueses. O facto de não haver equivalente para “dia seguinte” parece óbvio para quem já teve oportunidade de constatar esta realidade particular do norte de Moçambique. A pobreza é tão grande e as pessoas estão tão habituadas à luta pela sobrevivência, que o conceito de “dia seguinte” não

fará muito sentido. Para quem não vislumbra um futuro e o planeamento não se apresenta como algo a que se esteja habituado, talvez se justifique não haver uma palavra para “possibilidade”, pois a luta é diária e apenas parece haver dois caminhos: sobreviver ou não, sem espaço para mais possibilidades. Parece curioso pensar que em Macua não exista “preocupação”, mas novamente, apesar de, para nós que estamos habituados a uma modo de vida tão confortável este povo viver sem o mínimo de condições para uma vida feliz, a verdade é que os sorrisos das crianças nos transmitem o oposto. Se juntarmos esses sorrisos contagiantes à bonomia das pessoas que não tendo nada, ainda tentam oferecer o pouco que conseguem, chegaremos rapidamente à conclusão de que realmente não existem preocupações e se, por um lado, esse facto os leva a ser felizes vivendo com muito pouco, talvez seja a alavanca que falta para lhes permitir dar um salto para um patamar superior. Para quem não encontra a palavra “preocupação” no vocabulário, faz sentido que também não haja “solução”, outra palavra normalmente proferida em português, no meio do discurso em Macua. Talvez no caso do dialecto Macua, a Língua deixe transparecer o que está por trás da cultura. Talvez todas estas palavras introduzidas pelos portugueses, não fizessem sentido antes da presença colonialista ter começado em força nos finais do Século XVIII, mas nos dias que correm, para muitas das pessoas das comunidades onde a Helpo está presente, sente-se que estas palavras têm uma importância relativa e só mesmo o sorriso e as brincadeiras despreocupadas das crianças, nos levam a pensar que os actos valem sempre mais que as palavras. E uma palavra tem um forte significado para estas crianças: “ohakalala” – Alegria! Gostaria de acabar com a tradução da palavra “esperança” em Macua, para fundamentar que ela existe. Mas, para meu grande espanto, ao tentar saber a tradução cheguei a “wanriha” ou ”owehenriha” que significa esperar por algo. Os conceitos são realmente diferentes e talvez seja necessária uma grande injecção de esperança para que estas comunidades encontrem o rumo para o Desenvolvimento.


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MAIS DO QUE PADRINHOS

brincando com a matemática... Amadora, Mara Santos


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H

á cerca de um ano atrás, ao assistir a um programa de televisão de final de tarde, conheci o projecto da Helpo. A decisão de participar nele enquanto madrinha foi imediata! A escolha de apoiar uma criança em São Tomé, foi ainda mais rápida... Quem passa pelo país não consegue ficar indiferente às suas crianças, à sua alegria e aos seus sorrisos, mas também às dificuldades visíveis que enfrentam. No passado mês de Fevereiro, a minha segunda viagem a São Tomé, foi marcada pela primeira visita ao meu afilhado Ismael e ao trabalho desenvolvido na Creche de Santa Catarina. A recepção não poderia ser melhor, cerca de oitenta crianças que brincavam no recreio receberam-nos com sorrisos e agitação... alguns olhares assustados também. As horas que se seguiram foram bastante emotivas: cantigas, sorrisos, acenos, agitação e mais sorrisos. Cada canto da pequena Creche foi-nos mostrado com a paixão de quem luta diariamente por tornar a vida destes pequeninos melhor. No regresso ficou a vontade de voltar, de poder passar mais tempo com actividades/brincadeiras com as crianças, de continuar a divulgar e apoiar o trabalho da Helpo. E no início de Outubro estava novamente de partida para São Tomé. A minha intenção de passar mais tempo com as crianças foi muito bem aceite e apoiada pela Helpo. Em conjunto, foram planeadas actividades relacionadas com a Matemática, mais propriamente com a aprendizagem dos números. Mais uma vez a chegada a Santa Catarina despertou emoções fortes em mim. A escola sofreu algumas alterações mas continua ainda bem longe dos padrões europeus. Cada vez são mais os meninos que têm que partilhar o espaço ainda por ampliar. Mas os sorrisos, o espanto e a posterior alegria de receber uma visita (da “brancudi”) continuam os mesmos. Após a calorosa recepção, chegou a hora da Matemática! Entre contagens de peixes e borboletas fomos repetindo vezes sem conta, um, dois, três... Houve ainda tempo para colorir os números, brincar com plasticinas e jogar ao jogo da macaca... As limitações no ensino são muito visíveis e resultam de muitos factores: condições das salas de aula, falta de material escolar e de apoio pedagógico, baixa formação dos professores... para enumerar alguns daqueles que estão mais directamente ligados à Educação. Existe de facto um caminho enorme a percorrer. Contudo, é

realmente importante e emocionante presensear o trabalho conjunto efectuado com visível paixão pela Helpo e pelo Pastor Armindo. As dificuldades estão à vista de todos, mas os sorrisos no rosto e a vontade de fazer cada vez mais, não passam desapercebidos. Os dias que passei na Creche de Santa Catarina foram uma experiência maravilhosa e marcante! O meu contributo foi pouco mais que uns dias de aulas diferentes para as crianças... porém, para mim, foram momentos muito especiais, que serviram para aguçar a vontade de colaborar para que o nosso mundo seja cada vez mais humano. Durante a estadia em São Tomé tive ainda oportunidade de conhecer a Creche da Saudade. A chuva caía forte nessa manhã e expunha a falta de condições do espaço para receber as chuvas frequentes na zona. Porém, ali estavam os meninos em alegres pinturas de aguarelas, só interrompidas pela chegada de um grupo de pessoas que nesse dia tinham ido visitar a escola. Seguiram-se horas de muita brincadeira, cantigas, trocas de afecto e mais sorrisos...muitos! Duas comunidades: Santa Catarina e Saudade, as mesmas carências. Mas mais uma vez, fica visível um trabalho que está a começar, devagar mas cheio de força e de vontade de desenvolver um projecto que no longo prazo contribuía para uma comunidade melhor. Pude presensear o esforço que é feito pelas técnicas da Helpo para que os meninos tenham as melhores condições possíveis, sempre na busca de novas parcerias que contribuam para este objectivo. E elas vão aparecendo e aos poucos começarão a dar frutos. Esta é de facto uma imagem de esperança que trouxe comigo. Penso que é muito importante a possibilidade de conhecer no terreno o projecto no qual acreditamos e para o qual contribuímos. E tal como na anterior, esta visita serviu como estímulo para continuar a tentar dar sempre a minha melhor contribuição para que a Helpo continue a desenvolver o excelente trabalho junto destas comunidades desfavoridas. Esta foi sem dúvida uma oportunidade de viver momentos únicos, que dificilmente conseguiria transpor na sua plenitude para o papel. Na memória fica a imagem da euforia das crianças por receber esta visita, o olhar envergonhado e muito doce do meu afilhado Ismael, a paixão e enorme simpatia de todos aqueles que trabalham neste projecto. E claro, muitos sorrisos, sempre!

“cerca de oitenta crianças que brincavam no recreio receberam-nos com sorrisos e agitação ”


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QUEM HELPA?

um coffret solidário! Cascais, Margarida Assunção e Teresa Antunes

A

REN é uma marca inglesa de dermocosmética nascida no ano de 2000, lançada em Portugal em Junho de 2009, pelas mãos da Omega Prisfar. A REN posiciona-se no mercado com produtos de pele direccionados para os cuidados do rosto e corpo, que usam alta tecnologia e os mais recentes ingredientes bioactivos puros, completamente isentos de componentes sintéticos, inimigos da pele. Na sua história, a REN marca também a diferença e distingue-se de outros pela sua aspiração ao cumprimento de um papel activo no âmbito da Responsabilidade Social, encarando-a com seriedade em duas vertentes muito actuais, como são a Protecção do Meio Ambiente e a Solidariedade Social, satisfazendo desta forma as necessidades de um grupo cada vez mais exigente e alargado de consumidores, que têm em consideração factores como estes quando adquirem bens de consumo. Também em Portugal, a Omega Prisfar quis ir ao encontro desta “forma de estar” da REN e contactou a Associação Helpo para uma extraordinária campanha Natalícia que damos agora a conhecer a todos os nossos leitores. Na compra de qualquer um dos seis coffrets de Natal REN, 2,00€ reverterão a favor da Helpo e das crianças integradas nos programas de apoio da Organização em Moçambique e São Tomé e Príncipe. Os coffrets de Natal REN para o ano de 2010, distinguem-se por uma graciosa embalagem inspirada no exotismo dos papéis de parede De Gournay “Chinoiserie design”, pintados à mão. Os produtos estarão disponíveis no decorrer dos meses de Novembro e Dezembro, num conjunto alargado de Farmácias e Parafarmárcias espalhadas por todo o país. Em Novembro, a Prisfar apresentou os coffrets de Natal REN aos seus clientes e convidou a Helpo a estar presente nos três encontros que tiveram lugar no Porto, em Lisboa e no Algarve, permitindo, por um lado, dar a conhecer a Helpo e os seus projectos a um número cada vez mais alargado de pessoas e, por outro, capacitar os pontos de venda para a importância e o impacto que esta campanha poderá ter nas crianças integradas nos programas de apoio da Helpo. Aguardamos ansiosos que

esta acção despolete um “passa-a-palavra” em cadeia e que permita, no final da campanha, a oportunidade de uma vida com mais condições a um conjunto mais alargado de crianças. Fruto imediato desta campanha, é a recente adesão ao Programa de Apadrinhamento por parte da embaixadora da marca REN em Portugal, Vicky Fernandes, que “amadrinhou” uma menina em São Tomé e Príncipe. Este Natal, ajude-nos a passar a palavra e participe nesta campanha, ofertando duas vezes: à pessoa que deseja presentear e às crianças que esta campanha permitirá apoiar, fazendo parte activa na construção de um mundo mais ecológico e como não podia deixar de ser, um mundo mais humano!


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i MAIS

helpo na NATALIS 2010.

E

ste ano a Helpo estará presente na Feira NATALIS, que conta já com a sua 5ª edição. A NATALIS é, reconhecidamente, a maior feira de Natal do país que vem desenvolvendo, desde a sua primeira edição, uma interligação sustentada entre a verten-

te comercial das Empresas e o apoio às Instituições de Solidariedade Social, na sua missão de dar expressão organizada ao dever moral de solidariedade e de justiça entre os indivíduos. A NATALIS terá lugar no Centro de Congressos de Lisboa, entre os dias 11 e 19 de Dezembro,

das 15h às 23h. O preço do bilhete de entrada é 2€ (individual), 1€ (sénior e pessoas portadoras de necessidades especiais) e grátis para menores de 12 anos. Propomos-lhe que venha visitar o nosso stand e que neste Natal ofereça uma prenda solidária.

declarações de IRS de 2010.

A

Helpo obteve a autorização para integrar a lista das instituições que os contribuintes podem apoiar, no âmbito da sua declaração de IRS. Se desejar direccionar o seu apoio à Helpo, deverá

indicar o nosso número de contribuinte (507136845), no quadro 9 do Anexo H da sua declaração de IRS. Esta iniciativa não tem qualquer custo adicional, pois a doação funciona como uma transferência de dinheiro do

Estado para a instituição escolhida. No caso da Helpo, o valor em causa será aplicado nos projectos que estejam a decorrer em Moçambique e São Tomé, no momento em que recebermos o respecti-

vo montante. Apelamos à sua participação e agradecemos que divulgue esta informação junto dos seus contactos.

emissão de declarações anuais.

A

proxima-se o final do ano e a data em que emitimos as declarações anuais relativas às contribuições de apadrinhamento e aos donativos que recebemos. Verificamos que o nosso sistema ainda não inclui os números de contribuinte de muitos padrinhos, o que nos impossibilita de emitir as respectivas

declarações anuais. Se ainda não nos comunicou o seu número de contribuinte ou tem dúvidas se já o fez, agradecemos que nos envie essa informação com a maior brevidade possível, indicando o código de apadrinhamento e/ou o nome completo do padrinho/madrinha. Poderá fazê-lo através de e-mail (tere-

saantunes@helpo.pt), telefone (211537687) ou carta. No caso dos donativos livres, que não dizem respeito às contribuições dos apadrinhamentos, verificamos que algumas pessoas efectuam transferências para a conta de donativos da Helpo sem nos fazerem qualquer comunicação nesse sentido. A estas pessoas solici-

tamos que sempre que o façam que nos contactem indicando o montante e data da transferência, a fim de podermos identificar o fim do donativo. Necessitamos igualmente dos seus dados para emissão das declarações anuais. Agradecemos desde já a colaboração de todos os padrinhos, madrinhas e apoiantes.


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i MAIS

campanha de recolha de bens.

T

odos os anos a Helpo envia um contentor para Moçambique com os bens recolhidos, fruto das campanhas em vigor nesse ano. O contentor partirá apenas quando a carga enviada o preencher na sua

totalidade. A Helpo pretende enviar um contentor de 20 pés e de momento recolhemos material apenas para o volume de meio contentor. Voltamos a lembrar os nossos padrinhos que poderão enviar os bens para a nossa

morada (Rua da Encosta, Bloco11, Loja A, 2750-104 Cascais), ou entregar na nossa sede nos dias úteis, das 9h às 18h. Neste momento, a Helpo encontra-se a recolher material escolar de base

(cadernos, lápis de carvão, esferográficas…), mantas do tipo polar, escovas e pastas de dentes, para distribuição e realização de acções de sensibilização, nas comunidades onde opera.

4º fórum RSO e sustentabilidade.

A

conteceu no passado 21 de Outubro o 4º Fórum de Responsabilidade Social das Organizações e Sustentabilidade, no Centro de Congressos de Lisboa, onde a Helpo, a convite da Associação Industrial Portuguesa (AIP), esteve presente. Este Fórum teve como objectivos: sensibilizar o tecido empresarial português, instituições de ensino e demais organizações portuguesas para o seu papel enquanto agentes activos da

RS/ Sustentabilidade; conhecer e aprender com especialistas nas temáticas as estratégias e soluções que estão e podem ser adoptadas para um crescimento económico, social e ambientalmente sustentável; partilhar e debater a Estratégia Europa 2020: Constrangimentos, desafios e oportunidades; demonstrar através de projectos, case studies e de instrumentos disponíveis, como a integração de práticas social, ambiental e economicamen-

te responsáveis, abrem novas oportunidades e trazem valor acrescentado às organizações e à sociedade e ainda, aprender de forma directa e prática como implementar algumas ferramentas para o exercício de uma gestão social e ambientalmente sustentável. A Helpo teve neste Fórum mais uma oportunidade de divulgar o seu trabalho e incentivar as boas práticas no que diz respeito a estas temáticas.

helpo na TV.

A

Helpo teve oportunidade de ser referenciada na televisão em duas reportagens que abordaram temas distintos: uma reportagem na TVI, a 18 de Outubro, no programa “Repór-

ter TVI”, intitulada “Geração de Viragem” e que abordava a Educação em Moçambique; e na RTP no programa “30 minutos” a 9 de Novembro, uma reportagem sobre a nossa estimada madrinha Luísa Bor-

ges, incansável na recolha de fundos e que foi visitar pela 2ª vez a sua afilhada ao terreno, nomeadamente os projectos cujos fundos recolhidos, por esta madrinha e pela comunidade do Faial, permitiram im-

plementar. Sugerimos aos nossos leitores a consulta das páginas online dos respectivos canais, para visionamento dos vídeos ou para mais informações sobre estas reportagens.


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FICHA TÉCNICA

Entidade Proprietária e Editor

Associação Helpo Morada e Redacção: Rua da Encosta, bloco 11 - Loja A 2750-104 Cascais Director Responsável

Mara Santos Margarida Assunção Sofia Nobre Susana Branco Teresa Antunes Tiago Coucelo

António Perez Metelo Correspondente em África Directora Editorial

Joana Lopes Clemente

Carlos Almeida Design

Nº de registo no ICS: 124771 Tiragem: 4650 exemplares

Codex - Design e Relações Públicas

Periodicidade:

Ilustração

Trimestral

Luís Nascimento

NIF: 507136845 Depósito Legal: 232622/05

Informações: Associação Helpo

Impressão

ORGAL, Rua do Godim, 272 4300-236 Porto

Tel.: 211537687 info@helpo.pt www.helpo.pt A responsabilidade dos artigos é dos seus autores.

Redacção Portuguesa

Sofia Nobre (secretária de redacção) Joana Lopes Clemente Margarida Assunção Colaboradores neste número

António Perez Metelo Berta Ferreira da Costa Carlos Almeida Caroline Staedtler Daniela Alves Fernando Pereira Flora Torres Francisco Sousa Mendes Isabel Baleia Joana Lopes Clemente Luísa Taveira

A redacção responsabiliza-se pelos artigos sem assinatura. Para a reprodução dos artigos da revista mundo h, integral ou parte, contactar a redacção através de: info@helpo.pt.


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