Porto Resistência - Apresentação

Porto_Resistência

<camadas, escalas e memórias de uma região emtransformação>

Guilherme Motta Orient. Mariana Vieira Trabalho de Conclusão de Cursos Arquitetura e Urbanismo Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro | 2017.1

CAPA - FRANCIS ALŸS | A STORY OF DECEPTION O tornado altera dinâmicas.

As crises alteram dinâmicas.

As reformas alteram dinâmicas.

A reconstrução altera dinâmicas.

Zona Portuรกria da cidade do Rio de Janeiro

mudanรงas na zona portuรกria novos projetos // novos usos // novas escalas

<o futuro do Porto Porto do <o futuro do do Rio> Rio> _imagens dede empreendimen_imagens empreenditos esperados para a região mentos esperados para a região

2.1_Espaços indeterminados // Solà-Morales // Terrain Vague // Solà-Morales apresenta o termo Terrain Vague ao falar dos espaços da cidade que são vistos como espaço do possível, da expectativa do indeterminado, do impreciso. Espaços que se encontram em áreas improdutivas. Essa é uma das

Inquietações/questões/incertezas Como se caracteriza a região portuária da cidade do Rio de Janeiro?

Como entender as pssibilidades da região?

estudo

entendimentos

construção

A arquitetura não se limita em si. Vidler entende que ela está inserida num campo que vai além do tradicional de estudo e pensamento. Ela vai além do limite físico, é moldada e construída por outros diversos fatores. O reconhecimento de um campo expandido é necessário para a reinterpretação do que se entende como bases do pensamento da arquitetura. As relações são aspectos fundamentais para essa construção: as relações humanas, relações de contexto, relações de utilização dos espaços, relações que a arte trava com o mundo. É essa ampliação de conceitos que complementam o pensar a cidade e a arquitetura. As conexões entre os pensamentos que vão além das disciplinas fundamentais, auxiliam na compreensão da cidade. Esse pensamento se aplica no Rio de Janeiro, que vem sendo Como entender o território? alterada por conta das diversas nuances que surgem com a revitalização do porto, e suas diversas formas de entendimento. Não cabem mais nesse pensar -assim como no pensamento // Anthony Vidler // O Campo Expandido da Arquitetura // universal da arquitetura e do urbanismo- as dualidades seculares da “forma e função, historicismo e abstração, utopia e realidade, estrutura e delimitação”.

A arquitetura vai além, o pensamento deve ir além. É com essa percepção que o trabalho se estrutura. A busca do entendimento parte de diferentes eixos, tanto na literatura, filosofia, arte, sociologia. Busca-se o entendimento da cidade e arquitetura dentro desse campo ampliado.

Solà-Morales apresenta o termo Terrain Vague ao falar dos espaços da cidade que são vistos como espaço do possível, da expectativa do indeterminado, do impreciso. Espaços que se encontram em áreas improdutivas. Essa é uma das formas de se entender a área. A região do porto e seu entorno ainda são Espaços imprecisosindeterminados e indeterminados. A transformação dessa área não aconteceu efetivamente, o que vemos são esboços, e por isso ainda não é possível determinar seu sucesso//ou fracasso enquanto balizador de mudanças.

Solà-Morales // Terrain Vague //

Em “O conto da ilha desconhecida”, Saramago nos apresenta o embate com o Status Quo. O rei até então nunca pareceu disposto a se preocupar com as necessidades dos súditos, e apenas com o que lhe agradava, apenas aos obséquios. O personagem principal do conto, o homem, desafia o imaginário existente ao propor partir em busca de alguma ilha que ainda fosse desconhecida, enquanto todas as pessoas que o ouviam tomava como natural o fato de todas as ilhas já serem conhecidas. Percebe-se uma aceitação natural com o estado das coisas, e é a inquietação, o não estar satisfeito que se torna o estopim para o novo, para as descobertas. É o embate com o status consolidado, o enfrentamento de adversidades, ao mesmo tempo que vai descobrindo suas necessidades para alcançar seu objetivo, para vencer as barreiras.

Atenção às necessidades Pensando dessa maneira, a atenção às necessidades e não só as concessões atuais dentro das reformas no porto da cidade, irá encon¬trar caminhos para ir de encontro // Saramago // O conto da ilha desconhecida // à iminente gentrificação.

A lógica construída para a região desconsidera o usuário local, desconsidera as dinâmicas existentes e propõe outra. Propõe novos usos, novos programas, novas características. Há de se pesquisar, entender, buscar, os caminhos possíveis dentro de um território que no é forçado a ver como ausente de um contexto, onde se constrói o que serve de interesse ao capital. Quais são as relações, os lugares, as trocas, as memórias, que estão sendo deixadas de lado para que se construa o Porto Maravilha?

O espaço urbano não pode ser entendido como objeto construído e imutável. A cidade não deve ser pensada como esse lugar em que as pessoas devem se adaptar a ele, pelo contrário: a cidade se desenvolve através das necessidades humanas e suas possibilidades. Os espaços públicos contemporâneos são organizados segundo uma lógica de consumo, que restringem a apropriação pública, restringem a livre atividade humana (Brito, Jacques - 2012). Não há como experenciar um território se ele já nasce e se desenvolve expulsando quem ouse o enfrentar. Expulsa o usuário ao impor uma nova arquitetura, umAnovo açãoespaço, urbanauma nova lógica imobiliária, novas dinâmicas do lugar. É nesse cenário que se mostra importante a consolidação de espaços que tenham o potencial resguardar memórias, locais // Fabiana Britode _ Paola Jacques // Corpoescalas & Cidade // e relações. O se colocar, se impor, se consolidar enquanto espaço local é que irá garantir que as vivências não se percam, e ao mesmo tempo, agregar novas possiblidades. É permitir a percepção humana dentro desse território, é permitir experiências dentro do espaço urbano.

“[Matta-Clark é] alguém que poderia transformar o lixo da cidade em algo além.“ Jane Crawford sobre Matta-Clark em Gordon Matta Clark Exhibit at Whitney walk through with Jane Crawford;

A ressignificação do lugar é o estopim para o novo. O espaço abandonado da cidade torna-se algo além, com novas possibilidades. Os resíduos e detritos de uma cidade deixada para trás podem ter nova vida, ao invés de servirem apenas como o lixo do espaço. O espaço/estrutura/forma/usos ser redefinidos e reutilizados, a fim Ressignificaçãopodem dos espaços de interromper o processo de deterioração e iminente fim.

Matta-Clark se utiliza do termo “anarchitecture“, // Matta-Clark que // pode ser lido como “anarco-arquitetura”, para falar de diversos de seus trabalhos. O que ele busca é ressignificar espaços subutilizados, sem atenção. Trazer da aparente impossibilidade da arquitetura algo possível, algo inimaginável.

Para ele, a cidade é instável e polimórfica, e são as inúmeras influências e ações no espaço que a configuram, assim como alteram a realidade humana. Essas duas condições, a humana e da cidade estão interligadas. O algo além da cidade é que transforma a sociedade.

Conclusões // caminhos à seguir <entender as camadas de formação da região e suas especificidades, necessidades e identidades> <caminhar junto às mudanças da camada do Porto Maravilha, as tornando melhores> <repensar espaços esquecidos e abandonados, retomar usos e ocupações> <exaltar identidades e resgatar memórias>

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relevo original

território condicionador de ocupação // morfologia natural do espaço

ocupação primária

ocupação natural // reflexo da história de urbanização

ocupação secundária

construção da cidade // aterro // mudança de propósito // mudança de escala de ocupação // reestruturação

reconfiguração

novos espaços // novas lógicas // desconsideração de relações // reestruturação imobiliária // perda de escala

lugares esquecidos lugares (re)construídos FAVELA NOME?

não-lugares

0m

250m

500m

1000m

1 _ acessos ao mar // 2 _ museu do amanhã // 3 _ rodoviária // 4 _ banco central // 5 _ aquaRio // 6 _ praça mauá // 7 _ complexo porto vida // 8 _ praça do santo cristo // 9 _ vila olímpica da gamboa // 10 _ cidade do samba // 11 _ praça da harmonia // 12 _ cais do valongo // 13 _ galpão apauso // 14 _ morro do pinto // 15 _ morro da providência // 16 _ teleférico // 17 _ pedra do sal // 18 _ morro de são diogo // 19 _ vlt // 20 _ central do brasil // 21 _ expansões francisco bicalho

FAVELA NOME?

0m

250m

500m

1000m

1 _ acessos ao mar // 2 _ museu do amanhã // 3 _ rodoviária // 4 _ banco central // 5 _ aquaRio // 6 _ praça mauá // 7 _ complexo porto vida // 8 _ praça do santo cristo // 9 _ vila olímpica da gamboa // 10 _ cidade do samba // 11 _ praça da harmonia // 12 _ cais do valongo // 13 _ galpão apauso // 14 _ morro do pinto // 15 _ morro da providência // 16 _ teleférico // 17 _ pedra do sal // 18 _ morro de são diogo // 19 _ vlt // 20 _ central do brasil // 21 _ expansões francisco bicalho

<conexĂľes>

barreiras do territรณrio // monumentos do porto

_os novos nรฃo-espaรงos

_a construção abandonada

_as vias de corte

_o nĂŁo-acesso ao mar

_os canteiros

_o espaรงo abandonado

<ensaios>

(parênteses) a escala humana dentro da proposta urbana

8,7

// estrutura metálica // preparo para cobertura vegetal //

me

tro

s

3,0 metros

// estrutura metálica // cobertura em lona tensionada //

// estrutura metálica // cobertura permeável//

<direcionamento>

<permanĂŞncia>

<nĂşcleo de atividades>