Edição 301 - Salto estratégico

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXV • Nº301 DEZEMBRO DE 2017

OPORTUNIDADE Os produtos de marca própria seguem alheios às dificuldades econômicas e apresentam números de crescimento invejáveis

PESQUISA Segundo dados do Ibope, maioria da população aprova implementação do serviço de imunização nas farmácias e drogarias

SALTO ESTRATÉGICO Traçar um planejamento estratégico para o próximo ano é um exercício fundamental, que deve ser seguido à risca por empresas que almejam crescer com foco e perenidade


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EDITORIAL

É chegada a hora de planejar, de novo Enquanto os últimos três anos foram vividos em um contexto turbulento e incerto, 2018 deve trazer consigo ventos mais calmos. Isso significa mais renda no bolso do brasileiro, mais emprego e, consequentemente, um crescimento no faturamento do varejo. Os momentos de calmaria tendem a anestesiar o varejista e fazem com que ele perca o foco da redução de custos, da busca pela eficiência e pelo aumento da produtividade. À medida que as expectativas apontam para uma retomada econômica, a necessidade de se organizar se torna ainda mais latente. Sendo assim, traçar o planejamento estratégico para os 12 meses que estão por vir é um exercício fundamental, que deve ser seguido à risca por empresas que almejam crescer com foco e perenidade. Se não se sabe para onde se quer ir, dificilmente se chega lá. O plano anual deve levar em consideração os objetivos de cada área, os recursos existentes e o mercado no qual a empresa está inserida, tudo isto dentro de um planejamento estratégico de longo prazo da organização, geralmente de cinco anos. Veja na reportagem de capa desta última edição do ano que, o primeiro passo do planejamento estratégico é a análise

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) ASSISTENTE DE REDAÇÃO Laura Martins EDITOR DE ARTE Junior B. Santos ASSISTENTE DE ARTE Giulliana Pimentel COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) IMAGEM: SHUTTERSTOCK

do cenário. Isso inclui entender a situação atual da empresa, avaliar o histórico de vendas, estudar a concorrência e analisar os índices econômicos, além de compreender o comportamento e nível de confiança do consumidor. Outro destaque fica por conta do assunto tão polêmico: vacinação em farmácias. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope), conclui que a população é a favor. Cinquenta e dois por cento dos entrevistado aprovam o serviço de imunização no canal farma. Em novembro último, foi publicada a Lei Municipal 16.739/17, no Diário Oficial da cidade de São Paulo (SP), que regulamenta a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias da capital. De autoria da vereadora Edir Sales (PSD), a lei garante a realização de serviços, como a aplicação de medicamentos injetáveis, incluindo vacinas, sob a responsabilidade técnica do farmacêutico. Continuamos aguardando e apurando os próximos passos. Boa leitura! Feliz Natal e um 2018 de excelentes negócios! Lígia Favoretto Editora-chefe

ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

MARKETING DIGITAL Bianca Pereira

ASSINATURAS Morgana Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Flávia Corbó, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Maria Elisa Guedes Colunista Silvia Osso

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Fabíola Rocha ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

O plano anual deve levar em consideração os objetivos de cada área, os recursos existentes e o mercado no qual a empresa está inserida

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.:(11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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SUMÁRIO #301 DEZEMBRO 2017

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PESQUISA

A população e a lei estão a favor da vacinação dentro das farmácias, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não regulamentou o serviço no canal

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OPORTUNIDADE

As marcas próprias estão em crescimento constante dentro de farmácias e drogarias, sendo um dos destaques da crise. Resultado é impulsionado pelas categorias básicas

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GESTÃO

CAPA

Mais um ano chega ao fim e, junto dele, as metas e os aprendizados para o novo período que se aproxima. Ter planejamento é o primeiro passo para que 2018 seja melhor do que 2017

E MAIS 06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 14 > ANTENA LIGADA 20 > ATUALIZANDO 26 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 50 > TENDÊNCIA 54 > DIGITAL

ESPECIAL SAÚDE 60 62 68 72 78 84

> CANDIDÍASE > PROBLEMAS ESTOMACAIS > VARIZES > DERMATITE ATÓPICA > CEFALEIA > ALERGIAS

90 > EVENTO 92 > SEMPRE EM DIA

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ATUALIDADE

Diferentes problemas podem surpreender negativamente uma loja. Pensando nisso, mais empresas buscam ter profissionais farmacêuticos e estabelecimentos protegidos por seguros 4

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ARTIGO 28 > VAREJO Silvia Osso IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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As perdas no caixa e as fraudes de cartões de crédito representam 14% das perdas operacionais de uma farmácia. Monitorar e acompanhar a movimentação são o primeiro passo para diminuir o prejuízo.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS A REFORMA TRABALHISTA ENTROU EM VIGOR, MUDANDO DIFERENTES PONTOS DA RELAÇÃO ENTRE EMPRESA E COLABORADOR. CONFIRA AS PRINCIPAIS MODIFICAÇÕES COM AS NOVAS LEIS

BELEZA

A compra de absorventes pode tornar-se complicada para as mulheres, devido à grande opção de produtos. Saiba como orientá-las sobre as principais dúvidas.

GESTÃO

Gerir uma loja ou uma rede é mais difícil do que parece. Confira sete dicas para que a produtividade e gestão sejam mais fáceis no ponto de venda (PDV).

MERCADO

Os programas de fidelidade são muito bem-vistos pelos brasileiros, apesar de poucos realmente usarem o serviço. Promoções e gratificações ajudam a aumentar o número de inscritos. 6

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SAÚDE

Após os 50 anos de idade, é ainda mais importante que haja suplementação alimentar. O envelhecimento faz com que o corpo não produza nutrientes o suficiente para que haja saúde plena na terceira idade. IMAGENS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK


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ENTREVISTA – TAKEDA

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IMAGENS: FABIANO VIANA


Amplitude de acesso APORTES DESTINADOS A CONHECIMENTO, PESQUISA E INFORMAÇÃO PARA DESENVOLVIMENTO DE UM PORTFÓLIO QUE PROPICIE EFICÁCIA E SEGURANÇA POR MEIO DE MARCAS ESTABELECIDAS E CONSAGRADAS NO MERCADO, ALÉM DE PRODUTOS INOVADORES SÃO AS APOSTAS DA TAKEDA PARA O BRASIL

C

POR LÍGIA FAVORETTO

Com 235 anos de presença global e mais de 60 no Brasil, a Takeda se consolida no País, maximizando as possibilidades de acesso dos pacientes a medicações, indo além do aumento da oferta de opções inovadoras mais acessíveis e disponíveis para todos. Ou seja, ampliando constantemente o conhecimento sobre as patologias, a importância do acesso ao diagnóstico e a frequência do acompanhamento médico. O investimento em ciência e inovação é, assim, reflexo do empenho na promoção do bem-estar dos pacientes. A organização de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da empresa é dinâmica, alcançando grande interação com o mundo externo, por meio do foco integral em inovação científica e na criação e aprovação de novas opções terapêuticas. Este conhecimento é proporcionado por meio da construção de áreas especializadas em cada doença, do fortalecimento constante do pipeline e da promoção de uma cultura inspiradora a todos os funcionários. O foco do negócio da farmacêutica está no paciente e no entendimento de suas reais necessidades para que se possam oferecer opções

terapêuticas que façam a diferença na vida das pessoas, onde quer que elas estejam. A presidente da Takeda no Brasil e Área Head LATAM, Renata Campos, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela que a indústria farmacêutica tem um papel fundamental na garantia de acesso às terapias inovadoras para pacientes com necessidades médicas não atendidas, particularmente em países com sistemas de saúde em evolução, como é o caso do Brasil. Acompanhe! Guia da Farmácia • A Takeda tem mais de 200 anos de história e se consolida como o 9º grupo mais importante no Brasil. Qual a importância de nosso País para os negócios da companhia? Renata Campos • Sediada em Osaka, no Japão, a Takeda é hoje uma das 15 maiores farmacêuticas do mundo, número 1 no Japão, comercializando 700 medicamentos nos 70 países em que atuamos. Com o foco no paciente, nosso time de pesquisa e desenvolvimento global (R&D) está focado nas nossas áreas terapêuticas prioritárias: Gastroenterologia (GI), Sistema Nervoso Central (SNC), Oncologia e Vacinas. 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA – TAKEDA

Presente no Brasil há mais de 60 anos, a Takeda está entre as dez principais farmacêuticas do País. A operação na América Latina é a maior dentro da região de Mercados Emergentes, na qual o Brasil representa mais de 50% do negócio.

Nos últimos três anos, a Takeda disponibilizou no mercado brasileiro medicamentos inovadores e com grande impacto na vida do paciente. Um deles é o primeiro e único medicamento biológico aprovado simultaneamente para Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa: Entyvio ® (vedolizumabe). Na área de Guia • O que significa ser o 9º grupo mais importante? Oncologia, a companhia lançou Adcetris ® (brentuximabe vedotina) para pacientes com linfoma de Renata • Ser o 9º grupo mais importante (dados Hodgkin refratário ou recidivado e linfoma AnapláQuintilesIMS PMB Agosto-2017) significa que estasico de Grandes Células sistêmico, após cerca de 30 mos no caminho certo para oferecer as melhores soanos sem qualquer novidade nesta área. luções aos nossos pacientes. É o resultado de que Além disso, em 2017, a Takeda lancou o Dexilant ® os nossos esforços estão alinhados (dexlansoprazol), medicamento “A TAKEDA É UMA EMPRESA à missão de promover uma saúde inovador para o tratamento da melhor e um futuro mais brilhante Doença do Refluxo GastroesoQUE CONSTRÓI PARCERIAS para pessoas em todo o mundo por fâgico (DRGE), que possui um SUSTENTÁVEIS E ACREDITA QUE meio da liderança em inovação de mecanismo único de dupla liO PAPEL COM O CLIENTE NÃO SE beração que proporciona um medicamentos. No Brasil, possuímos LIMITA APENAS À AQUISIÇÃO DOS controle maior da acidez do atuação nacional, temos duas fábricas (Jaguariúna/SP e São Jerônimo/ NOSSOS MEDICAMENTOS. SOMOS estômago e, consequentemenRS), cerca de dois mil funcionários te, a cicatrização de lesões e o CORRESPONSÁVEIS POR TODO e disponibilizamos um portfólio de PROCESSO DE COMERCIALIZAÇÃO” alívio dos sintomas. Este mecerca de 50 medicamentos com marcanismo diferenciado de libecas consagradas, como é o caso de ração permite que o medicaNeosaldina ®, Eparema ® e Nebacetin ®. mento seja tomado em qualquer hora do dia, bem Somos fortemente reconhecidos pelas boas práticomo associado ou não a alimentos, além de reprecas de Recursos Humanos, figurando entre as prinsentar uma opção de alta tecnologia disponível a cipais premiações do setor, tais como: GPTW, GPTW um maior número de pacientes no Brasil por meio mulher, Love Mondays, Top Employers e recentemende um preço mais acessível em comparação aos dete fomos eleitos pelo Guia Exame de Mulheres na mais medicamentos de referência no País. Liderança como a melhor farmacêutica no Brasil em oportunidades de carreira para as mulheres. Guia • Há alguns anos, a Takeda comprou a Multilab, para atuar também com genéricos e similares? Por quê? Guia • A empresa tem um dos portfólios com as pipelines mais importantes. Qual a importância disso e como continuar apresentando novos produtos? Renata • Esta operação contribuiu para expanRenata • A Takeda é uma das empresas que mais investem em P&D em toda a indústria farmacêutica, com cerca de 20% do seu faturamento direcionado todos os anos ao desenvolvimento de novas moléculas. A companhia está focada em buscar soluções inovadoras que façam a diferença na vida de seus pacientes e é com esse objetivo que é possível continuar apresentando novos medicamentos, sempre com orientação da área de P&D. Por isso, temos uma série de estudos clínicos em andamento e nas diferentes fases (I, II e III) nas áreas prioritárias para a companhia. 10

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dir a presença da Takeda no Brasil, posicionando a companhia entre uma das dez maiores farmacêuticas que atuam no País. Guia • Qual a importância do trade para as marcas da empresa? Renata • Fortalecer a área de trade é fundamental, pois é um dos pontos de contato entre empresa e clientes. Não obstante, a estratégia de trade promove ainda um contato importante da Takeda (via seus produtos) com o paciente/consumidor que, por sua vez, é o centro de todas as decisões da companhia.


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ENTREVISTA – TAKEDA

Guia • De que forma a Takeda se relaciona com o varejo? Como estar próximo? Renata • Na Takeda, acreditamos que nossa capacidade de adicionar valor para os pacientes é otimizada por meio de interações positivas com os nossos clientes. Assim sendo, procuramos estabelecer parcerias sólidas e de longo prazo, que nos permitem ser reconhecidos como parceiros preferenciais. Para isso, buscamos entender limitações, oportunidades e necessidades de cada um dos canais de vendas do varejo brasileiro (redes/distribuidores/farmácias independentes e associações) e organizamos a nossa estrutura comercial em times multidisciplinares que desenvolvem e implementam estratégias específicas de acordo com cada canal. Em paralelo, procuramos continuamente desenvolver nossos processos internos de forma a melhorar os indicadores de performance logísticos e de produção, minimizando a possibilidade de rupturas e assegurando uma adequada disponibilidade dos nossos medicamentos nas farmácias, bem como ajudando os clientes a gerir os nossos estoques. Guia • Quais as vantagens de se trabalhar com as marcas da Takeda? Renata • A Takeda é uma empresa que constrói parcerias sustentáveis e acredita que o papel com o cliente não se limita apenas à aquisição dos nossos medicamentos. Entendemos que somos corresponsáveis por todo o processo de comercialização e, dessa forma, investimos em iniciativas e atividades educacionais e promocionais. Oferecemos também um portfólio de marcas já consagradas no mercado brasileiro, com eficácia e segurança comprovadas por anos de estudos clínicos baseados nas reais necessidades dos pacientes. Guia • Como otimizar as vendas e contribuir para um varejo mais profissionalizado, ativo e facilitador dos tratamentos? Renata • Com o consumidor cada vez mais bem informado e exigente, o varejo brasileiro precisa estar antenado às tendências e boas práticas de mercado. A Takeda proporciona conhecimento e ferramentas que possibilitam as melhores práticas de gestão no trade. O investimento em estudos de mercado, 12

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pesquisas de hábitos e costumes e gerenciamento de categorias são exemplos de iniciativas em prol do desenvolvimento e profissionalização do varejo brasileiro. Por exemplo, de acordo com a pesquisa de shopper, realizada pela Takeda em janeiro de 2017, foi identificado que, para os consumidores da cidade de São Paulo, a seção de Consumer HealthCare é o principal ponto de parada, enquanto que nas demais praças, o balcão de atendimento domina. Avaliando o comportamento dentro das lojas, o Rio de Janeiro (RJ) é a cidade na qual os consumidores mais interagem com o (a) balconista. Sobre a interação, a pergunta mais feita é sobre precificação. Com esse tipo de informação, a empresa pode planejar com mais assertividade suas ações no ponto de venda (PDV) e ajudar os farmacêuticos a atender melhor o consumidor.


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ANTENA LIGADA

MARCAS INTERNACIONAIS O SEGMENTO FARMACÊUTICO É AQUECIDO TANTO PELA PRESENÇA DE NOVOS LABORATÓRIOS QUE CHEGAM AO PAÍS, QUANTO PELAS EMPRESAS BRASILEIRAS QUE COMEÇAM A ALÇAR VOOS PARA NOVOS MERCADOS POR LAURA MARTINS

CARNOT CHEGA AO BRASIL

A Hemafarma Com. e Ind. Farmacêutica, filial brasileira da Carnot Laboratórios® do México, é o novo titular do registro do anticoncepcional injetável Cyclofemina® junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento está no mercado brasileiro desde 1997 e teve seu fornecimento interrompido em 2014. A Carnot, fabricante do fármaco, abastece não somente seu mercado mexicano, mas de todos os países onde o produto está presente. Dessa maneira, retomou a venda no Brasil no início de 2015. Assim, a empresa marca sua entrada no País e já aguarda a incorporação de outros medicamentos de prescrição que estão em fase de registro junto à Anvisa. • www.hemafarma.com.br 14

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PRESENÇA INTERNACIONAL

A Biolab Pharma e o governo de Ontário, no Canadá, firmaram parceria para ajudar a empresa brasileira a modernizar sua primeira instalação internacional. Com o apoio do Jobs and Prosperity Fund de Ontário, a companhia está adaptando uma instalação de desenvolvimento e inovação em Mississauga. O laboratório também investirá em novos equipamentos e softwares especiais para melhorar suas capacidades de pesquisa. Esses aprimoramentos ajudarão a Biolab a desenvolver e a comercializar produtos inovadores para os mercados norte-americano e europeu. • www.biolab.com.br

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/GUILHERME BESSA/DIVULGAÇÃO


EMS ADQUIRE A FARMACÊUTICA SÉRVIA GALENIKA

A EMS venceu o processo de licitação pública para a compra da empresa farmacêutica estatal sérvia Galenika. O investimento total, de 46,5 milhões de euros, contempla as duas plantas fabris, uma na capital do país e outra na vizinha Montenegro. O laboratório investe na aquisição da Galenika como parte da estratégia de internacionalização da companhia. Nesse contexto, a empresa sérvia oferece perspectivas de crescimento atraentes e configura oportunidade de expansão de mercado, já que possui uma marca com mais de 50 anos, reconhecida e com forte presença em uma região estratégica, com acesso aos países dos Bálcãs e do Leste Europeu em geral. • www.ems.com.br

UNIÃO CONTRA O CÂNCER DE PULMÃO

NOVO DIRETOR DA ÁREA DE DOENÇAS CARDIOMETABÓLICAS

A Merck anuncia a atuação do executivo Edu Lima como diretor comercial da unidade de negócios voltada para doenças cardiometabólicas. A área inclui todo o portfólio de produtos de marcas de general medicines e genéricos. O executivo continuará no comitê diretivo da divisão de Cuidados com Saúde da Merck, reportando-se diretamente ao presidente da Merck no Brasil, Guilherme Maradei. Lima já lidera a Unidade de Negócios de Genéricos desde 2016, sendo responsável pela estruturação da área. Ele desenvolveu estratégias focadas para que a Merck Genéricos se destacasse como um importante player em portfólio de produtos, políticas de rentabilidade para parceiros, prestação de serviço no processo de comercialização e novos negócios. • www.merck.com.br

AstraZeneca, Bristol-Myers Squibb e Pfizer anunciaram uma parceria inédita em torno de um objetivo: ajudar os pacientes que enfrentam o câncer de pulmão a obter, de maneira mais ágil, a correta identificação de seu câncer – tumor e subtipo, iniciando o tratamento mais adequado rapidamente. Os laboratórios passam a realizar, de forma consecutiva, três testes comercialmente disponíveis para identificação dos subtipos da patologia. Com a sucessão de testes, o tempo de espera dos resultados cai de 90 dias para 17 dias úteis. • www.astrazeneca.com.br • www.bristol.com.br • www.pfizer.com.br

SANOFI DE CASA NOVA

A Sanofi está com sede nova na cidade de São Paulo. O escritório foi criado de forma colaborativa, seguindo padrões ambientais e pensado com o objetivo de atender a diferentes momentos do dia a dia profissional, oferecendo mais qualidade de vida e de bem-estar aos funcionários. O novo escritório possui espaços de colaboração, concentração e privacidade; centro de inovação com áreas para brainstorming e diferentes serviços aos colaboradores, como massagem, fisioterapia, nutricionista, local para repouso e lactário. • www.sanofi.com.br

DEZEMBRO 2017 GUIA DA FARMÁCIA

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J&J INAUGURA RETAIL EXPERIENCE CENTER

A Johnson & Johnson acaba de apresentar o Retail Experience Center (REC), localizado na sede da empresa em São Paulo, capital. O ambiente proporciona experiência de imersão virtual e física com simulação de pontos de venda (PDVs) reais para desenvolvimento de negócios e discussões estratégicas com seus clientes da divisão de Consumo no Brasil, tanto do canal farma quanto do alimentar. As simulações são baseadas em pesquisas de mercado e estudos do consumidor. Com o entendimento do comportamento de compra, é elaborada uma estratégia de exposição dos produtos nas gôndolas do varejo. • www.jnjbrasil.com.br

ACNASE REFORMULA SUA IMAGEM

Acnase, marca da linha de produtos de tecnologia no combate a cravos e espinhas, está se reposicionando no mercado, com uma linguagem mais conectada com o público jovem. O slogan “Acnase de cara nova. A sua.” vem ao encontro das embalagens, mais modernas e coloridas. O filme da nova campanha traz uma jovem que se vê em um bem-humorado pânico ao descobrir uma acne em seu rosto. O letreiro animado “Com que cara eu vou?” acompanha o seu desespero. Ao final, a solução é apresentada: “Não inventa. Vai de Acnase”. • www.acnase.com.br

LOJA CONCEITO REFORMULADA

A Drogaria Iguatemi, conhecida como rede premium de beleza e bem-estar, reinaugura sua loja conceito do Shopping Iguatemi, em São Paulo (SP). O novo estabelecimento teve sua área ampliada de 130 m² para 200 m², com novidades em marcas e produtos. O projeto tem destaque para marcas âncora, melhor divisão de categoria de produtos, enfatizando bem-estar e cosméticos e uma grande programação visual. Outra categoria que ganha destaque é a home device, de itens como barbeadores, secadores e aparelhos estéticos, que podem ser testados na loja. • www.drogariaiguatemi.com.br

SÃO PAULO REGULAMENTA VACINAS EM FARMÁCIAS

Foi publicada, em novembro último, a Lei Municipal 16.739/17, no Diário Oficial Cidade de São Paulo, que regulamenta a prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias da capital. De autoria da vereadora Edir Sales, a lei garante a realização de serviços, como a aplicação de medicamentos injetáveis, incluindo vacinas, sob a responsabilidade técnica do farmacêutico. O profissional deve garantir o armazenamento adequado, manuseio do produto e informar, mensalmente, ao gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) no Boletim Mensal de Doses Aplicadas (fornecido pela Secretaria de Estado de Saúde). As lojas que prestarem os serviços devem ter a licença de funcionamento afixada em local visível, com a descrição das atividades oferecidas para melhor identificação da população. • portal.crfsp.org.br

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PATOLOGIAS CONTROLADAS TER UMA VIDA PLENA E SAUDÁVEL DEPENDE DE COMO O CORPO DE CADA PACIENTE SE COMPORTA. LABORATÓRIOS BUSCAM SOLUÇÕES PARA TODOS OS TIPOS DE PROBLEMAS POR LAURA MARTINS

LUBRINAT®

MASTER FARMACÊUTICA E MERCK

MELUREN® MELCON

A Melcon acaba de lançar Meluren® (dienogest) 2 mg. O medicamento é indicado para o tratamento da endometriose e possui contraindicação no caso de distúrbio tromboembólico venoso em atividade; presença ou histórico de doença cardiovascular e arterial; diabetes mellitus com envolvimento vascular; presença ou histórico de hepatopatia grave; presença ou histórico de tumor hepático; suspeita ou diagnóstico de neoplasias dependentes de hormônio sexuais; e sangramento vaginal não diagnosticado. MS 1.5589.0016 • www.melcon.com.br

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A falta de lubrificação vaginal natural é uma realidade para um grande número de mulheres. Menopausa, período pós-parto e tratamento oncológico estão entre as causas comuns desse sintoma. O Lubrinat®, produzido pela Master Farmacêutica e comercializado pela Merck, é um gel hidratante intravaginal cuja fórmula auxilia na manutenção da hidratação vaginal. Seu maior diferencial é ser à base de ácido hialurônico, uma molécula natural presente em muitos tecidos humanos e responsável por manter os níveis corretos de umidade e hidratação em ambientes sensíveis. MS 80288610005 • www.masterfarmaceutica.com.br • www.merck.com.br IMAGENS: DIVULGAÇÃO


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PREVURI C NATULAB

OFOLATO

MANTECORP FARMASA

A Mantecorp Farmasa trouxe ao mercado o Ofolato (suplemento vitamínico com L-metilfolato de cálcio) – metabólito ativo do ácido fólico, também conhecido como vitamina B9. Quando ingerido, o ácido fólico é convertido em metilfolato, passando para uma forma ativa do ácido fólico. A suplementação fornece porção indicada de toda a ingestão diária recomendada de ácido fólico e vitamina E. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.hypermarcas.com.br

O novo suplemento da Natulab, PrevUri C, contém cranberry, fruta reconhecida por suas propriedades benéficas para o organismo. Há evidências de que as proantocianidinas presentes no alimento auxiliam na prevenção de infecções do trato urinário por inibir a adesão bacteriana no trato urinário, principalmente dos microrganismos envolvidos na cistite (infecção urinária). MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.natulab.com.br

GUARAFLORA® APIS FLORA

Com a extração de preparação do guaraná, realizada pela Apis Flora, há maior quantidade de substâncias ativas, que deixam o GuaraFlora® com uma maior concentração. Além disso, o produto é totalmente isento de aditivos químicos. O guaraná é conhecido por ser um energético, assim como ter vitaminas (A, E, B1 e B3) e minerais (cálcio, magnésio, ferro, potássio, fósforo, seleno e estrôncio), que causam efeito benéfico para a saúde. MS 6.4652.0003.001-1 • www.apisflora.com.br

AMOXICILINA + CLAVULANATO DE POTÁSSIO TEUTO MARCAS

O Laboratório Teuto lança amoxicilina + clavulanato de Potássio. O antibiótico é indicado para o tratamento de infecções bacterianas comuns das vias respiratórias e até mesmo infecções urinárias. O produto está disponível em duas apresentações: comprimidos revestidos de 875 mg + 125 mg com 14 unidades e pó para suspensão oral de sabor morango de 400 mg + 57 mg/5 mL com frasco de 70 mL. MS1.0370.0706.004-6 (Comprimido revestido) MS1.0370.0705.001-6 (Suspensão oral) • www.sempree.com.br

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BASAGLARTM

ELI LILLY E BOEHRINGER INGELHEIM

VIE

ACHÉ

O Aché acaba de lançar o Vie (cloridrato de memantina) na concentração 10 mg com 30 e 60 comprimidos. O medicamento, indicado para o tratamento da doença de Alzheimer nos estágios moderado e grave, controla a irritabilidade e diminui a velocidade da evolução da perda cognitiva. MS 1.0573.0502 • www.ache.com.br

Indicada para portadores de diabetes, a primeira insulina glargina biossimilar do mercado brasileiro oferece um amplo programa de suporte ao paciente e um preço mais acessível que o do medicamento referência. O biossimilar tem similaridade comprovada em relação ao medicamento referência por meio de estudos comparativos em termos de qualidade, segurança e eficácia. MS 1.1260.0194.006-1 • www.lilly.com.br • www.boehringer-ingelheim.com.br

RISPERIDONA TEUTO

ARTICULI C NATULAB

O suplemento Articuli C é produzido à base de colágeno de peptídeos biologicamente ativos, obtidos a partir de sua hidrólise e, então, associado às vitaminas C e D. Proteína fibrosa encontrada nos tecidos conjuntivos do corpo, o colágeno tem a função de contribuir com a resistência e elasticidade dos tecidos. O lançamento é apresentado em sachês (cada caixa conta com 30 sachês de 11,3 gramas cada), que, por possuírem sabor natural, podem ser facilmente misturados a bebidas e alimentos. Sem adição de açúcares, Articuli C é zero caloria, glúten e lactose. MS Produto isento de registro, conforme a RDC 27/10 • www.natulab.com.br

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O medicamento genérico risperidona é um neuroléptico indicado para o tratamento de transtornos relacionados ao pensamento (esquizofrenia), como alucinações, introversão, confusão e desconfiança, atuando tanto em casos súbitos (agudos) quanto de longa duração (crônicos), diminuindo a ansiedade e a tensão devido a estes transtornos, impedindo também recaídas. Além disso, risperidona também pode ser usado no tratamento de manias, irritabilidade e por tempo controlado em casos de demência causada por Alzheimer. MS 1.0370.0619.003-5 (1 mg) MS 1.0370.0619.007-8 (2 mg) MS 1.0370.0619.011-6 (3 mg) • www.teuto.com.br


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COMPREI DUAS CAIXAS DE OXYCONTIN®, UM PARA DURANTE O DIA E OUTRO PARA A NOITE. TOMEI APENAS O PRIMEIRO E ÚNICO COMPRIMIDO DA NOITE, SURGINDO COCEIRA E ASFIXIA APÓS CINCO HORAS. POSSO FAZER A DEVOLUÇÃO DO MEDICAMENTO SENDO RESSARCIDA DO SEU PREÇO? PERGUNTA ENVIADA POR MARISA PAULO SASSO – GASPAR (SC)

O

Oxycontin® (cloridrato de oxicodona) é indicado para o tratamento de dores moderadas a severas, apresenta-se em forma farmacêutica sólida de liberação prolongada, em diferentes dosagens, e sua venda é sob prescrição médica, com a retenção da receita, conforme estabelece a Portaria 344 e suas atualizações. A questão levantada não está relacionada ao desvio de qualidade, mas sim, a reações adversas que constam em bula do medicamento. Em relação ao Sistema Pele e Tecido Cutâneo, a manifestação de coceira (mais de 10% dos indivíduos que utilizam esse medicamento a apresentam) trata-se de reação considerada muito comum e, em relação ao Sistema Corpóreo, a dificuldade de respirar ocorre entre 1% a 10% dos pacientes que utilizam esse medicamento; já a depressão respiratória e a asfixia são manifestações consideradas como reação incomum, ocorrendo entre 0,1% a 1% dos usuários. A depressão respiratória representa o principal risco de todos os medicamentos com ação agonista opioide.

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Saliente-se, também, a possibilidade de interação medicamentosa que poderá ocorrer. Pode haver um aumento do efeito depressor sobre o Sistema Nervoso Central (SNC) durante tratamento concomitante com drogas que também afetem o SNC, como álcool, outros opioides, sedativos, hipnóticos, antidepressivos, fenotiazinas e drogas neurolépticas, etc. A administração concomitante de oxicodona com anticolinérgicos ou medicamentos com atividade anticolinérgica pode resultar em aumento dos efeitos adversos anticolinérgicos. Os antibióticos macrolídeos, agentes antifúngicos azólicos, inibidores de protease e suco de toranja podem levar a um aumento das concentrações de oxicodona plasmática. A farmácia, ao efetuar a dispensação do medicamento controlado, registra a saída no Livro de Controle Especial, ou no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que é informatizado, mediante apresentação da prescrição médica e não há como reincorporar o medicamento dispensado e devolvido pelo usuário ao estoque do estabelecimento, pois não existe dispositivo legal que per-

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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MARIA APARECIDA NICOLETTI Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

mita essa reincorporação. A Nota Fiscal ao consumidor não é documento hábil para escrituração desses medicamentos. Em relação à destinação de sobras de medicamentos que contenham substâncias sujeitas ao controle da Portaria da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) 344/98 não utilizados pelo paciente, é previsto no artigo 90 da Portaria SVS/MS 06/99 que quando, por qualquer motivo, for interrompida a administração de medicamentos à base de substâncias constantes das listas da Portaria SVS/MS 344/98 e de suas atualizações, é recomendado ao paciente ou seu responsável que façam a entrega destes medicamentos no órgão competente de Vigilância Sanitária. A autoridade sanitária emitirá um documento comprobatório do recebimento e, posteriormente, dará o destino conveniente. Portanto, a manifestação relatada na questão proposta trata-se, possivelmente, de Reação Adversa a Medicamento (RAM) em questão e, como tal, deve ser notificada aos órgãos de competência e, também, à empresa fabricante do medicamento (Serviço de Atendimento do Con-

sumidor) em relação aos eventos relatados, além de informar ao prescritor, sobre as reações apresentadas para as orientações e providências cabíveis em relação à segurança do usuário do medicamento. Além disso, normalmente, recomenda-se aos pacientes que suspeitem ter sido afetados por uma RAM que notifiquem a seus médicos para que eles possam notificar ao centro de farmacovigilância. Qualquer pessoa pode fazer a notificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sendo, ou não, profissional da saúde por meio do Portal de Serviços. É necessário que a população se conscientize de que a notificação poderá ser realizada por qualquer indivíduo contribuindo, assim, para a farmacovigilância de medicamentos.A farmacovigilância consiste da ciência e das atividades relativas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer outros possíveis problemas relacionados a medicamentos. Portanto, sobre a dúvida levantada, as reações adversas são previstas na administração de medicamentos e as farmácias não têm como ressarcir o valor referente ao medicamento.

2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

Que aprendizados de 2017 levar para 2018?

H

A PREPARAÇÃO COMEÇA AGORA E É MUITO IMPORTANTE QUE AS EMPRESAS SE FORTALEÇAM E MAXIMIZEM SEUS LUCROS

SILVIA OSSO

Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS . Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 28

Historicamente nos negócios, as crises têm o papel de separar o joio do trigo e como em todas as guerras, existem mortos e feridos. No Brasil, a crise política com efeitos na economia afetou diversos setores e o varejo sofreu os impactos e os reflexos. O ponto mais importante é que finalmente “fazer certo”, ser ético e cumprir seus deveres empresariais corretamente passam a ser uma prioridade. Isso é pensar no básico: planejamento, gestão, eficiência e eficácia com coerência e ética. A preparação para 2018 começa agora e é muito importante que as empresas façam isto, para fortalecer o setor e maximizar os lucros. Que tal observar alguns pontos importantes para o ano que se aproxima? Gestão e controles: estabelecer ferramentas de gestão para controlar a execução das operações e, assim, obter o máximo de eficiência. Ter um modelo de gestão profissionalizado é um dos elementos primordiais para um negócio sustentável. Processos e operações: deixar de fazer as coisas como sempre foram feitas e adotar métodos de trabalho mais objetivos e modernos, implantando rotinas de execução é cada vez mais importante. Quem possui padronização há tempos consegue maximizar as atividades de maneira contínua, fidelizar clientes e manter fãs de sua marca. Caixa e demonstrativos de resultados: ter demonstrativos de resultados acompanhados e fluxo de caixa controlado e saudável minimizam momentos de incerteza, garantindo serenidade para reposicionar-se. Ganhos imediatos não geram sustentabilidade.

GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2017

Pessoas: desenvolver, capacitar e valorizar os profissionais. É o momento do varejo farma deixar de ser uma opção de trabalho, para ser uma definição de carreira. Dada a complexidade de desenvolver processos (compras, vendas, perdas, etc.) para alcançar os resultados necessários, o varejo precisa de pessoas capacitadas, envolvidas, remuneradas pelos resultados, apaixonadas pelo negócio e em constante capacitação. Chega de apadrinhados ou pessoas sem vontade de ajudar a empresa a crescer. Clientes: quando as vendas caem, percebe-se que não se conhecem os clientes como se devia. Há muitas ferramentas de captação de informações que podem ser utilizadas para conhecê-los melhor. Só assim é possível desenvolver serviços melhores, ambientes de loja, marketing mais assertivo, atendimento personalizado, para que os clientes compreendam que a experiência de compra na sua empresa é única e deve ser repetida. Observar indicadores: o varejo é dinâmico, portanto, é preciso estar atento aos indicadores, aos cenários e, principalmente, às projeções e expectativas de médio prazo. É um momento em que as atenções devem ser redobradas. Em 2017, as empresas que sofreram o menor impacto com os acontecimentos econômicos foram as que há anos decidiram se profissionalizar e adotar as práticas citadas, de maneira estruturada e consciente, para tornarem-se empresas com alto desempenho e, sobretudo, sustentáveis. Como sua empresa estará em 2018? IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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PESQUISA

Imunização acessível a todos POPULAÇÃO E ENTIDADES DEFENDEM A REGULAMENTAÇÃO DAS VACINAS EM FARMÁCIAS E DROGARIAS. ACESSIBILIDADE E PREÇO SÃO PRINCIPAIS DIFERENCIAIS PARA O PÚBLICO

A

A população é a favor da vacinação nas farmácias. Ao menos foi isso que concluiu uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (Ibope), que revelou a aprovação de 52% das pessoas sobre a implementação do serviço de imunização nas farmácias e drogarias. Ainda que a permissão para os estabelecimentos oferecerem as vacinas já seja prevista pela Lei 13.021/14, que trata sobre o exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas e, com ela, a regulamentação vigente sobre

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POR LAURA MARTINS

o controle sanitário para estabelecimentos privados de vacinação, alguns impasses impedem o serviço. “Para garantirmos padrão de qualidade, aguardamos a regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em fase final de consulta pública e tratará sobre os requisitos mínimos para a vacinação. Com a regulamentação, cerca de 1.500 farmácias começarão a praticar o serviço, triplicando a oferta de locais privados. Em médio prazo, serão ao menos cinco mil farmácias associadas à Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) com possibilidade IMAGENS: SHUTTERSTOCK


FARMACÊUTICO PREPARADO Para que o serviço de imunização seja feito, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) já possui algumas ações que ajudam o profissional de saúde a se preparar: • Projeto Assistência Farmacêutica Avançada: foram criados oito serviços que visam a atender a uma ampla gama de necessidades de saúde dos pacientes. São eles: hipertensão, diabetes, colesterol, revisão da medicação, autocuidado, imunização, parar de fumar e perda de peso. • Road Shows Care Centers: evento itinerante com palestras ligadas a habilidades clínicas dentro das farmácias. • Pós-graduação latu sensu: com reconhecimento do Ministério da Educação (MEC), os profissionais participantes são diplomados como especialistas em Farmácia Clínica e Serviços Farmacêuticos. Fonte: presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto

de imunizar a população”, explica o presidente executivo da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto. Apesar disso, algumas cidades trabalham em sua regulamentação. É o caso, por exemplo, de São Paulo capital que publicou, em novembro último, a Lei Municipal 16.739/17. A nova lei garante a realização de serviços como aplicação de medicamentos injetáveis, incluindo vacinas. O presidente do Conselho Federal de Farmácias (CFF), Walter da Silva Jorge João, explica que a regulamentação da Anvisa deverá trazer, por exemplo, a descrição do ambiente onde as vacinas serão aplicadas, qual será a estrutura necessária para a conservação dos insumos e outros pontos importantes, como os requisitos necessários ao farmacêutico que executará a vacinação. Tomando São Paulo como exemplo, a regulamentação municipal permitirá, também, medições como como de pressão arterial e diabetes, aplicação de inalação ou nebulização, Atenção Farmacêutica, entre outros. “os farmacêuticos poderão exercer a profissão de modo pleno nas farmácias, aproveitando todas as modificações e os avanços que a Lei 13.021/14 traz para a profissão e para a saúde das pessoas atendidas”, comemora o presidente do Conselho Regional de farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), Pedro Eduardo Menegasso. O levantamento do Ibope identificou que 81% dos entrevistados demonstraram plena segurança em tomar vacina em farmácias. Quando perguntados sobre quais os locais para tomar vacina, 93% mencionaram o posto de saúde; 29%, o hospital; 29%, as clínicas de imunização; 11%, as farmácias; e 1%, outros lugares. Grande parte dos entrevistados (82%) disse que usaria a farmácia para sua imunização e 88% acreditam que amigos ou familiares fariam o mesmo. Entre os principais pontos positivos vistos pela população, está o preço. Os entrevistados entendem que a oferta de imunização no canal farma terá custo menor do que o praticado em clínicas particulares de imunização. “A regulamentação é urgente e necessária para que a Lei 13.021/14 venha, de fato, beneficiar a população, ampliando o acesso à prevenção de doenças por meio da imunização, especialmente na população adulta. A vacina contra a gripe, por exemplo, é garantida pelo Programa Nacional de Imunizações 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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PESQUISA

(PNI) apenas para algumas faixas etárias e grupos prioritários. Quem não se enquadra nesses grupos apenas tem acesso às vacinas na rede privada, a preços que não são acessíveis a todos. Nas farmácias, temos certeza, o custo das doses será menor”, revela Jorge João. A afirmação do executivo é confirmada por Mena Barreto. Segundo ele, como as grandes redes têm uma escala muito grande, a perspectiva é de que o valor cobrado seja menor do que o praticado, hoje, nas clínicas privadas. O poder de compra das grandes redes pode baratear esse custo para a população. “Nossa estimativa é de que o custo da vacina vendida nas farmácias seja até 40% inferior em alguns casos. O preço da vacina de gripe, por exemplo, que varia entre R$ 120 a R$ 180, poderia ser aplicada a R$ 70,00”, frisa ele.

PACIENTES SEM INFORMAÇÃO Ainda que as vacinas sejam de suma importância para prevenir diversas doenças, grande parte da população desconhece pontos essenciais da imunização. De acordo com a pesquisa do Ibope, somente três em cada dez entrevistados sabem que existem em torno de 50 tipos de vacinas que previnem mais de 20 doenças imunizáveis. Metade dos entrevistados disse que a proteção dada por vacinas perde-se após um tempo e 44% disseram que cada vacina possui uma idade correta para ser tomada. Quando questionados porque não tomam vacina, 26% disseram por falta de informação, 22% pelo preço e 12% devido à falta de acesso. Para o presidente da Abrafarma, esse é um dos maiores desafios na adesão do cliente, que ainda carrega alguns mitos, como a não necessidade de tomar a vacina se a doença já foi erradicada, a possibilidade de o organismo combater as doenças naturalmente, sem precisar da vacina, ou mesmo que elas podem fazer mais mal do que bem para a saúde. “É preciso investir na educação do usuário. Ou seja, a ampliação desse mercado dependerá da capacidade das 32

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redes de empoderar o farmacêutico para que ele possa atender bem e explicar ao consumidor a importância da imunização, o motivo e o tipo de vacina que ele deve tomar”, comenta Barreto. O estudo comprova, ainda, que as farmácias podem ser aliadas no acesso à saúde e qualidade de vida. Segundo o CFF, existem no Brasil 36 mil postos do Sistema Único de Saúde (SUS) e 700 clínicas particulares autorizadas a praticar a vacinação, além de 75 mil farmácias regularizadas pelo órgão. Após a regulamentação da Anvisa, 111.700 pontos de atendimento estarão disponíveis para imunização. Isso representa crescimento de 200% na cobertura vacinal do País. Além disso, enquanto somente 65 milhões de pessoas têm acesso à vacinação na rede pública e em clínicas privadas credenciadas, outras 141 milhões sequer foram imunizadas pela dificuldade de acesso. O presidente do CFF fala sobre a ampliação do acesso do serviço, um dos principais diferenciais da vacinação em farmácias. “Citemos apenas um exemplo: as mães precisam ir aos postos de saúde pelo menos dez vezes para garantir proteção aos seus filhos, no primeiro ano de vida deles. Esses postos de saúde estão acessíveis apenas durante os dias úteis, em que elas estão trabalhando, porque, em sua grande maioria, elas são provedoras dos lares”, alerta. Segundo ele, onde os serviços de vacinação em farmácias foram implantados, como nos Estados Unidos, as coberturas contra a gripe, por exemplo, aumentaram de 32,2% para 40,3% em dez anos. “O Brasil precisa da vacinação em farmácias, a sociedade quer, os farmacêuticos podem e existem estrutura e recursos humanos para isso. Desde a publicação das Resoluções/CFF de números 585 e 586/13 e da publicação da Lei 13.021/14, os farmacêuticos e as farmácias estão respaldados a cuidar da saúde das pessoas e isto inclui a prevenção de doenças, que tem na vacinação um dos seus mais fortes pilares”, finaliza Jorge João.


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OPORTUNIDADE

Segmento em alta COM CRESCIMENTO EXPRESSIVO NO VAREJO BRASILEIRO, AS MARCAS PRÓPRIAS SE APRESENTAM COMO ESTRATÉGIA DE AUMENTO NO FATURAMENTO E NA FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

O

POR FLÁVIA CORBÓ

O setor farmacêutico vem enfrentando dificuldades perante a crise política e econômica que se instalou no País. Historicamente, o segmento tende a ser menos impactado por lidar com produtos essenciais à saúde, no entanto, devido à durabilidade e profundidade da crise atual, o setor acabou sofrendo alguns reflexos – ainda que em menor nível que outros segmentos da economia. Depois de 20 anos, a indústria registrou o primeiro trimestre de desempenho negativo nas

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GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2017

vendas entre maio e julho de 2017. No varejo, a participação das 28 maiores redes de farmácias no faturamento total do setor está estável há dois anos. O principal motivo da estagnação é a queda nas vendas de não medicamentos, itens que hoje representam uma fatia importante do faturamento dessas empresas. Enquanto esses números preocupam muitos empresários ao redor do País, há um setor que segue alheio às dificuldades econômicas e apresenta números de crescimento invejáveis: os produtos de marca própria – itens IMAGENS: SHUTTERSTOCK


OPORTUNIDADE

vendidos exclusivamente por uma organização que detém o controle da marca e que, normalmente, não possui unidade produtora. Desde 2010, esse tipo de produto cresceu 68% no País, segundo dados da Kantar Wordpanel. E mesmo diante da crise, o mercado não se abateu. Em 2016, o faturamento do setor no Brasil chegou a R$ 4,3 bilhões, sendo que dez anos antes não passava de R$ 1,3 bilhão. Até agosto deste ano, as marcas próprias entraram em 32,8 milhões de lares, sendo que 48% do crescimento veio de novos compradores. Uma das explicações para tamanha força, apesar do momento delicado que a economia brasileira atravessa, é que as marcas próprias são vistas pelos consumidores como um “porto seguro” em tempo difíceis. “É comprovado que, quando o bolso está apertado, o consumidor busca produtos alternativos. Ao mesmo tempo, durante a crise, a indústria desacelera a inovação e o investimento em mídia, porque está vendendo menos. Enquanto isso, o varejo passa a oferecer a marca própria como uma opção. Como ele não gasta com propaganda, consegue vender um produto a um bom preço e atrai esse cliente que busca novos caminhos de consumo”, explica o diretor da consultoria Inteligência de Varejo, Olegário Araújo. O interessante é que, apesar de se fortalecerem em momentos de crise, as marcas próprias conseguem manter o ritmo de crescimento mesmo quando os problemas econômicos são sanados. “Todos os estudos mostram que, em momento de crise, a curva se acentua, mas depois que cresce, ela não cai novamente, se estabiliza e segue em um ritmo de crescimento. É algo contínuo”, afirma a presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (ABMAPRO), Neide Montesano. De acordo com a especialista, isso ocorre porque o consumidor conhece o produto de marca própria quando está mais aberto a experimentações, mas mantém o consumo ao ficar satisfeito com o custo-benefício do item. “No ano de 2000, a percepção de qualidade dos produtos de marca própria era 17%, hoje temos 87% de satisfação. O varejo brasileiro fez a lição de casa. Está oferecendo um produto de qualidade, honesto, que atende à promessa feita para o consumidor”, garante.

OPORTUNIDADE EM ABERTO Apesar das altas taxas de crescimento apresentadas ao longo da última década, as marcas próprias ainda têm muito que se desenvolver no mercado brasileiro.

CATEGORIAS DESTAQUE Dentro do varejo farmacêutico, 46 categorias apresentam produtos de marca própria. Duas delas se destacam e representam 60% do crescimento: produtos para tratamento de pele e lenços umedecidos. Dos 424 lançamentos no canal farma em 2016, 48% eram de cuidados com a pele e 60%, lenços. Recentemente, novas categorias foram lançadas, como purificador de ar, bico de mamadeira e água mineral. Em muitos casos, os produtos de marca própria não são aqueles que apresentam o melhor preço. A tendência do mercado é investir em itens de muita qualidade e alto valor agregado. De acordo com a Nielsen, o posicionamento tem dado certo e as marcas premium crescem 3,4 vezes mais que outras marcas próprias.

Segundo a Kantar Worldpanel, hoje, elas representam em torno de 1,2% do mercado total, enquanto que, na Europa Ocidental, esse tipo de produto já detém mais de 30% do mercado e, nos Estados Unidos, chega a 20%. A estrada é longa, mas o Brasil tem potencial para expandir – e muito – a representatividade das marcas próprias dentro do varejo brasileiro. E o caminho para esse crescimento passa justamente pelas farmácias. Apesar de 90% dos produtos de marca própria hoje serem adquiridos nos supermercados, é o varejo farmacêutico que apresenta os maiores índices de crescimento. Dados da Nielsen mostram que, entre 2015 e 2016, o segmento de marcas próprias cresceu 13,3% no ramo alimentar. No mesmo período, as farmácias registraram aumento de 46,2%, crescendo mais até que o chash&carry (40,1%), canal que sofreu um boom de consumo durante a crise. Com índices de expansão tão expressivos, o faturamento das marcas próprias nas farmácias aumentou cinco vezes em seis anos. Em 2016, as marcas próprias cresceram mais de 46%, enquanto as de fabricante tiveram desempenho de 22,3%. “Existem inúmeras categorias que o consumidor compra sem que as marcas tenham tanta relevância no fator de escolha, como artigos da chamada ‘farmacinha’, por exemplo. Este tipo de produto pode abrir mais facilmente 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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OPORTUNIDADE

o caminho para categorias mais elaboradas e de maior competitividade, como fraldas, suplementos e vitaminas”, destaca a sócia da Step Stone e referência em marca própria, Alexandra Jakob.

tenha registro na Anvisa, que é o que assegura a eficácia e segurança da formulação”, respondeu a entidade, por meio da assessoria de imprensa. O percentual de ganho com as marcas próprias nas lojas da Assifarma apresentam muita variação de acordo com a categoria trabalhada e a região de atuação – a rede está presente em seis estados e no Distrito Federal. “Mas esse número pode chegar a até 6% do faturamento total”, revela Giovanna. Além de incremento no lucro final, os itens de marca própria são tidos como excelentes instrumentos de fidelização, uma vez que só podem ser encontrados nas lojas detentoras da marca. Dados da Nielsen apontam que 60% dos shoppers que adquiriram marca própria em 2016 voltaram a comprar em 2017. Os dados são corroborados pela Assifarma. “Temos uma excelente taxa de recompra e, com isto, conseguimos crescer 64% no ano passado. Esse percentual não é só de lançamentos, é de consumidores que gostaram dos produtos e voltaram a comprar nas nossas lojas”, garante Giovanna.

CASE PRÁTICO Uma das pioneiras no segmento de marcas próprias dentro do varejo farmacêutico foi a Assifarma, rede de farmácias associativista, que há 11 anos já investe nesse mercado. “Hoje, temos 35 marcas diferentes e mais de 600 SKUs (a sigla que representa o termo Stock Keeping Unit, em português Unidade de Manutenção de Estoque, é definida como um identificador único de um produto e é utilizada para manutenção de estoque). São produtos das mais diversas categorias, como polivitamínicos, tintura, xampu, filtro solar, entre outros”, conta a consultora farmacêutica da Assifarma, Giovanna Dimitrov. “Conseguimos fazer produtos de qualidade muito boa, por meio de 23 fabricantes terceirizados. No fim do processo, os itens recebem o rótulo das diferentes marcas e um selo de garantia da Assifarma.” Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não tem uma legislação específica sobre o tema. “O que exigimos é que cada produto comercializado

EXECUÇÃO NO VAREJO Apesar dos números serem tentadores, é preciso ter cautela antes de investir em uma marca própria. O

EM SEIS ANOS, O FATURAMENTO É CINCO VEZES MAIOR 112,4 Evolução faturamento (bilhões) T. Marca Própria – farma cadeia

76,6 52,3

23,2

32,9

100

142

2010

2011

56,7

39,4

330

170

225

244

2012

2013

2014

Faturamento R$

Índice de crescimento

Fontes: LATAM Retail Show; e Associação Brasileira de Marcas Próprias e Tercerização (ABMAPRO)

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GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2017

484

2015

2016


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OPORTUNIDADE

AUTOSSERVIÇO AINDA É FORTALEZA DA MARCA PRÓPRIA +13,3%

4.200.791

3.702.997

90,01% 2016

CASH&CARRY

2015

243.865

FARMÁCIAS

AUTOSSERVIÇO

Importância dos canais

76.578

+40,1%

341.548

7,2% 2016

2015 +46,2%

2015

112.426

2,7%

2016

Fonte: LATAM Retail Show; e Associação Brasileira de Marcas Próprias e Tercerização (ABMAPRO)

primeiro ponto a ser considerado é a escala. Para tornar o investimento viável, é preciso ter um alto volume de vendas por produtos. “Pequenas farmácias tendem a ter maior dificuldade nesse tema. O caminho para elas é trabalhar por meio de grupos organizados de compras ou passar a fazer parte de redes de franquias de farmácia, que hoje já oferecem o portfólio de próprias como um diferencial”, explica Alexandra. Uma vez que a farmácia decida fazer o investimento, é preciso garantir que a marca própria tenha o posicionamento correto perante os outros fabricantes expostos nas gôndolas. A exposição adequada varia muito de acordo com a categoria e o produto desenvolvido, mas, em geral, as marcas próprias devem ser expostas na altura dos olhos com destaque nas gôndolas. Quanto à precificação, as tendências mais recentes mostram que produtos com melhor preço, mas de baixa qualidade não trazem bons resultados em médio prazo, pois não fidelizam seus clientes. ”É melhor investir em produtos cerca de 10% mais barato que os líderes, mas com boa qualidade”, aconselha a especialista. 38

GUIA DA FARMÁCIA DEZEMBRO 2017

Outro ponto importante é garantir a continuidade da marca dentro da farmácia, de modo que o consumidor possa criar o hábito de consumo e se fidelizar àquele produto. “Não dá certo quando a marca própria não é uma prioridade estratégica. O varejista introduz o produto, mas não cuida da execução ou o abandona diante de uma negociação com a indústria. Os cases de sucesso são de varejistas que criam uma unidade de negócio, que pensam com a mesma mentalidade da indústria no cuidado com a marca”, alerta Araújo, da Inteligência de Varejo. Em casos de dúvidas quanto à escolha de fabricantes terceirizados, precificação, exposição e ao posicionamento da marca, uma alternativa é recorrer aos serviços de entidades de classe, como a ABMAPRO. “É uma associação de caráter informativo. Temos cursos, oferecemos orientação para quem está entrando nesse mercado. É importante que os varejistas comecem sabendo o que vão fazer. Tem de entrar com pé no chão. Buscar informação para não perder a chance de um grande negócio”, orienta Giovanna, da ABMAPRO.


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GESTÃO

Sucesso exige estratégia

PARA GARANTIR UM ANO POSITIVO AOS NEGÓCIOS, É PRECISO ESTABELECER METAS CLARAS E TRAÇAR PLANOS PARA ATINGI-LAS; OS ESFORÇOS DEVEM PERMEAR TODOS OS DEPARTAMENTOS DA EMPRESA

N

POR FLÁVIA CORBÓ

No fim de todo ano, traçar o planejamento estratégico para os 12 meses que estão por vir é um exercício fundamental, que deve ser seguido à risca por empresas que almejam crescer com foco e perenidade. Neste ano, não deve ser diferente, mas à medida que as expectativas apontam para uma retomada econômica, a necessidade de se organizar se torna ainda mais latente. Enquanto os últimos três anos foram vividos em um contexto turbulento e incerto, 2018 deve trazer consigo ventos mais calmos. Isso significa mais renda no bolso do brasileiro, mais emprego e, consequentemente, um crescimento no faturamento do varejo. Para olhares desatentos, o cenário que se aproxima irá permitir que o empresário tire a tensão dos ombros e leve os negócios de maneira mais tranquila. Esse pensamento é perigoso. Os momentos de calmaria tendem a anestesiar o varejista e fazem com que ele perca o foco da re-

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dução de custos, da busca pela eficiência e pelo aumento da produtividade. “Isso aconteceu naquele ciclo de dez anos de crescimento [entre 2003 e 2013], quando tivemos o boom de consumo no Brasil. Hipnotizadas pelo País que estava em alta, as empresas se descuidaram e deixaram os custos crescerem em uma proporção perigosa”, lembra o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra. Ao mesmo tempo em que os empresários tendem a soltar as rédeas, todo o entorno se torna mais difícil em momentos de prosperidade econômica. Os aluguéis ficam mais caros, a mão de obra qualificada se torna mais escassa e localizar um bom ponto de venda (PDV) se torna uma missão quase impossível. “É um paradoxo. O melhor momento para crescer é na crise”, comenta Terra. É devido a essas armadilhas escondidas em um ano de retomada econômica que o planejamento estratégico de 2018 deve ser feito de uma maneira séria e cuidadosa. Com ações bem definidas, fica mais fácil atender aos objetivos de maneira consolidada. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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GESTÃO

“Sem saber para onde se quer ir, dificilmente se chega lá. O plano anual deve levar em consideração os objetivos de cada área, os recursos existentes e o mercado no qual a empresa está inserida, tudo isto dentro de um planejamento estratégico de longo prazo da organização, geralmente de cinco anos”, destaca a diretora de conteúdo da Academia de Varejo e diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti.

FORMALIZAÇÃO DO PLANO O primeiro passo do planejamento estratégico é a análise do cenário. Isso inclui entender a situação atual da empresa, avaliar o histórico de vendas, estudar a concorrência e analisar os índices econômicos, além de compreender o comportamento e nível de confiança do consumidor. Todos esses dados servirão de base para a segunda etapa do planejamento: a definição dos objetivos para o próximo ano. “Ter essas informações em mão é fundamental. Quem não tem dados, vai criar um plano sem foco, sem saber aonde quer chegar”, afirma o professor do Núcleo de Estudos do Varejo da ESPM, Roberto Nascimento. A compreensão do cenário em que se encontra a empresa também ajuda a traçar objetivos reais e adequados.

DICAS PARA VENDER MAIS EM 1. Entender o surgimento de novos públicos (por exemplo, diferentes modelos de famílias). 2. Explorar formatos de compra não tradicionais, como checkout automático. 3. Valorizar produtos que promovam beleza, saúde e bem-estar. 4. Disponibilizar novos formatos e tamanhos de embalagem. 5. Acompanhar com atenção as mudanças de hábito do consumidor. 6. Fazer investimentos no cenário digital. 7. Promover boas negociações com os fornecedores. 8. Dar mais atenção à qualidade e variedade dos serviços oferecidos. 9. Buscar inovação e apresentar constantes novidades ao consumidor. 10. Acompanhar o cenário político, principalmente as eleições presidenciais.

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FORÇA-TAREFA Para que os objetivos traçados no planejamento estratégico sejam, de fato, perseguidos por toda a empresa, cada departamento deve ter suas metas próprias, que convergem para a meta geral. Por exemplo, caso o objetivo seja expandir o número de lojas, cada área deverá trabalhar em prol do crescimento: Marketing: divulgar o processo de expansão da empresa e atrair o público consumidor para as novas unidades; Financeiro: garantir o bom uso dos recursos necessários para a abertura e gestão das lojas; TI: integrar as novas lojas ao sistema de gestão utilizado pela empresa; Comercial: elaborar um plano de negócios junto aos principais fornecedores, a fim de conseguir boas condições de compra e abastecimento para as novas lojas; Recursos Humanos: recrutar colaboradores para as unidades a ser inauguradas.

“Se o mercado está crescendo 15%, o empresário tem de colocar como objetivo uma expansão superior a 15%. Para quem está desinformado, uma meta de crescimento de 10% pode parecer boa, mas, na verdade, está abaixo do mercado”, explica Nascimento. “Também de nada adianta querer crescer 200% em um mês. É preferível separar os objetivos em tempos menores a fim de um maior acompanhamento e correção dos rumos”, complementa Patricia. Crescimento é uma meta comum a toda empresa, mas há outros objetivos que podem ser inseridos no planejamento. Para Terra, no ano de 2018, a digitalização do varejo é uma das metas que precisam ser traçadas. No mundo, essa realidade já está em curso, mas, no Brasil, ficou um pouco estacionada por conta da crise. “Passando a turbulência, vamos observar uma aceleração dessa demanda”, garante. Grandes redes, como Panvel, Droga Raia e Pague Menos, já estão bem avançadas e o movimento natural é que as médias e pequenas comecem a replicar modelos. “Hoje, pelo menos uma rede de médio porte precisa começar a pensar em ter seu próprio aplicativo de desconto.


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GESTÃO

CONFIRA O PASSO A PASSO DA ELABORAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Etapa 1 Análise do cenário: entendimento da atual situação da empresa, histórico de vendas, comportamentos de consumo, comportamentos dos concorrentes, índices econômicos, confiança e intenção de compra do consumidor, etc.

Etapa 6 Mensuração e avaliação dos resultados: o acompanhamento é fundamental. Sem medir, não é possível saber se as ações tomadas estão sendo eficazes ou não.

Etapa 2 Determinação dos objetivos: diante dos cenários apresentados, para onde se quer ir? O que se deseja alcançar ao longo dos próximos anos? É importante pensar em tudo isso de maneira escalonada, de acordo com as reais possibilidades de alcance e dependência entre cada um deles.

Etapa 5 Elaboração de um plano de ação: tendo em vista a estratégia e os recursos existentes, quais são as ações necessárias, ao longo do tempo?

Etapa 3 Determinação das estratégias: como alcançar os objetivos, quais serão as estratégias adotadas para chegar àqueles resultados (objetivos) traçados.

Etapa 4 Entendimento da estrutura necessária: quanto vai custar, quantas áreas estarão relacionadas, quais serão os papéis e responsabilidades de cada parte, como elas serão mensuradas.

Fonte: diretora de conteúdo da Academia de Varejo & diretora vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti

Varejos menores podem investir em redes sociais e relacionamento com o cliente via SMS”, opina Terra.

EXECUTAR É PRECISO Uma vez determinados os objetivos, é hora de traçar as estratégias para alcançá-los. Isso passa pelo entendimento da estrutura necessária: quanto vai custar, quantas áreas estarão relacionadas, quais serão os papéis e responsabilidades de cada parte e como elas serão mensuradas. Cada departamento ou setor deve ter uma meta própria, que converge para o objetivo geral da empresa. “As metas organizacionais devem ser subdivididas em metas de cada área, de acordo com os graus de responsabilidade e participação delas para a entrega da estratégia final. Os objetivos individuais, sem o organizacional, fazem com que a empresa se movimente, porém, sem rumo. Por outro lado, o plano estratégico geral sem as metas específicas por áreas faz com que todos saibam para onde ir, mas sem ninguém saber como”, complementa Patricia. 44

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Os fornecedores também devem ser envolvidos no planejamento. De acordo com Nascimento, são negociações benfeitas que garantem a lucratividade de um negócio, logo, as relações comerciais devem estar alinhadas com os planos da corporação para que possam atender às novas demandas previstas. “O plano de negócio deve ser compartilhado com aqueles 20% de fornecedores que fazem 80% das vendas. É preciso definir em conjunto os objetivos e metas.” A etapa final do planejamento estratégico é um passo fundamental para garantir que as ações planejadas sejam seguidas à risca. Trata-se da mensuração e avaliação dos resultados. O acompanhamento diário é fundamental. Sem medir, não é possível saber se as ações tomadas estão sendo eficazes ou não. “Entrando o ano com tudo isso feito, o trabalho fica mais estratégico do que operacional. E sendo assim, o varejista garante a perpetuação do negócio, o atingimento de metas e a fidelização dos clientes”, afirma Nascimento.


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ATUALIDADE

Segurança para farmácias O MERCADO DE SEGUROS ESTÁ OLHANDO, CADA VEZ MAIS, PARA O VAREJO FARMACÊUTICO. A CRIAÇÃO DE COBERTURAS ESPECÍFICAS PARA O SEGMENTO BUSCA LOJAS E PROFISSIONAIS 100% ASSEGURADOS

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POR LAURA MARTINS

Problemas acontecem. Ainda que haja todo o cuidado e zelo, imprevistos podem trazer consequências financeiras e em todo o negócio do varejista. As farmácias não estão fora desse perigo e a expansão de novos estabelecimentos fez com que o mercado de seguros olhasse com atenção para o varejo farmacêutico. Ter um seguro empresarial impede o proprietário de sofrer impactos financeiros relevantes

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quando eventos inesperados acontecem. Em comparação ao gasto da maior parte desses imprevistos, o investimento para adquirir uma apólice é bastante pequeno. De acordo com o gerente de seguros PME da AIG Brasil, Cristian Achurra, a contratação de um seguro com cobertura média tem tíquete médio anual entre, aproximadamente, R$ 1.000 e R$ 1.400. Para o executivo, o grande foco dos seguros que estão sendo criados são as Pequenas e Médias Empresas (PMEs). IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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ATUALIDADE

Isso porque as grandes redes de farmácias têm outras necessidades, que demandam apólices ainda mais completas e abrangentes. “Temos acompanhado essa tendência e pensado em maneiras de atendê-la de acordo com a exigência. O pequeno e médio empresário têm profissionalizado seu negócio, e um aspecto importante é saber mitigar os diversos riscos envolvidos. É justamente aí que entram as diferentes modalidades de seguros que são decisivas para continuidade da operação em caso de um sinistro”, comenta Achurra.

COBERTURA TOTAL OU PARCIAL Os seguros básicos para estabelecimentos comerciais cobrem, normalmente, incêndios, raios e explosões. O produto pode cobrir, ainda, roubos, tumultos, vendavais, equipamentos quebrados, responsabilidade civil, quedas de vidros, entre uma infinidade de outras possibilidades. “O segurado conta, ainda, com serviços dos planos de Assistência 24 horas, podendo acionar chaveiro, cobertura provisória de telhados, vidraceiro, limpeza do imóvel, reparo em rede de telefonia e substituição de telhas”, comenta o vice-presidente de Auto e Massificados da SulAmérica, Eduardo Dal Ri. Há, ainda, serviços de Descarte Responsável, serviço de coleta para separação e reciclagem de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e móveis que não são mais utilizados, dando destino certo a esses objetos sem agredir o meio ambiente. Porém, essas coberturas gerais não são o suficiente para que o varejista farmacêutico esteja completamente seguro caso aconteça algo em sua loja. Achurra explica que existem coberturas específicas para o mercado farmacêutico. “É o caso do seguro contra erro na aplicação de curativos e/ou injeções, importante para as farmácias com serviços clínicos ou a segurança em caso de erros na preparação e entrega de medicamentos”, diz. A cobertura de Responsabilidade Civil pensada no segmento da SulAmérica cobre danos involuntários, sejam eles materiais ou corporais, causados aos clientes dentro do estabelecimento e falhas que venham a ser cometidas pelo farmacêutico, tais como troca de medicamentos, erro na leitura de receitas e eventuais problemas causados pela aplicação de injeções ou curativos. “A deterioração de vacinas e medicamentos em geladeiras também pode ser segurada, bem como quebra de vidros, mármores, granitos, roubo de valores e bens no estabelecimento, além de danos elétricos”, exemplifica Dal Ri. Segundo ele, o cliente se informa muito mais sobre os seus direitos do que em outras épocas e sabe que, em caso de sofrer algum problema dentro de uma farmácia ou 48

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COBERTURAS PENSADAS NO CANAL FARMA • Erro no aviamento de receitas médicas. • Erro na aplicação de curativos e/ou injeções. • Erro na preparação, no acondicionamento ou na entrega de medicamentos. • Deterioração de vacinas e medicamentos em geladeiras. Fontes: gerente de seguros PME da AIG Brasil, Cristian Achurra; e vice-presidente de Auto e Massificados da SulAmérica, Eduardo Dal Ri

drogaria, pode recorrer à Justiça para ser indenizado com grandes chances de ser ressarcido. Dependendo do pagamento estipulado, podem haver prejuízos financeiros significativos que podem levar até o risco de descontinuidade do negócio. “A venda de seguros para drogarias é uma das que mais crescem na SulAmérica. Observamos o mercado farma com muita atenção, tendo em vista que é um dos setores da economia com boas perspectivas de manter o seu constante crescimento”, frisa o executivo da SulAmérica.

DIRETAMENTE COM O PROFISSIONAL Não somente a farmácia pode estar assegurada contra problemas, mas o farmacêutico também. O healthcare liabity manager da AIG Seguros, Daniel Lamboy, classifica os profissionais como aqueles que não manipulam medicamentos e os que manipulam – que têm mais chances de ter falha evidente. No caso do Seguro de Responsabilidade Civil Profissional na área de Saúde, criado pela AIG, o profissional de saúde se protege de possíveis erros, como o fornecimento e aplicação de injeções, recomendações de medicamentos errados ou na entrega do medicamento incorretos, por exemplo. Ou seja, ainda que as coberturas do colaborador e da farmácia sejam bastante parecidas, o profissional tem a chance de se proteger de possíveis erros de sua profissão ainda que a empresa não o faça. “Além do seguro básico e o de responsabilidade civil, a SulAmérica percebe que pode oferecer outras soluções tanto para os empresários quanto aos funcionários desses estabelecimentos, com produtos, como seguro de acidentes pessoais e doenças, seguro de proteção de renda, de vida e previdência empresarial, entre outros”, complementa Dal Ri.


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TENDÊNCIA

Todos os canais em um só OMNICHANNEL É DISCUTIDO EM EVENTO DA ESPM EM PARCERIA COM A ENTER/SSP. OFERECER EXPERIÊNCIA DE COMPRA ÚNICA É ESSENCIAL PARA O CONSUMIDOR INSERIDO NO MUNDO DIGITAL POR LAURA MARTINS

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A internet e os dispositivos móveis estão presentes a cada dia em mais momentos. A tecnologia mudou o consumidor que, atualmente, é bem informado e sabe o que quer. Do outro lado, o varejo tenta fazer-se presente em todos os canais, não somente em lojas físicas ou e-commerce. A integração de canais é conhecida, também, como omnichannel. Uma das princi-

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pais tendências do varejo, ter os canais integrados faz com que todas as experiências do consumidor tenham a mesma qualidade, indo a uma loja física ou comprando pela internet. E mais do que isso: que ele possa interagir com ambas as opções – comprando pelo e-commerce e buscando na loja, por exemplo. Todo esse universo foi discutido no evento Retail Farma Brasil Workshops 2017 – Omnichannel e o novo shopper digital, realizado pela ESPM em parceria IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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TENDÊNCIA

UMA DAS PRINCIPAIS TENDÊNCIAS DO VAREJO, TER OS CANAIS INTEGRADOS FAZ COM QUE TODAS AS EXPERIÊNCIAS DO CONSUMIDOR TENHAM A MESMA QUALIDADE, INDO A UMA LOJA FÍSICA OU COMPRANDO PELA INTERNET com a Enter/SSP, em outubro último. Para contextualizar a importância do assunto, o head de operação da Always On, prof. Alexandre Marquesi, contou que, atualmente, 48% da população brasileira está on-line. Se forem contadas somente as pessoas entre 15 e 49 anos de idade, 74% dos brasileiros estão conectados à internet. Ou seja, as marcas que estão conectadas a seus consumidores trazem diferentes benefícios, como geração de conhecimento, fluxo de pessoas e fidelidade dos clientes. Para isso, é preciso oferecer uma experiência de compra de acordo com o que o público espera. “O segredo para oferecer uma excelente experiência para o shopper é conhecê-lo profundamente”, comenta o prof. Marquesi. Ele cita o exemplo das farmácias que, hoje, não têm nenhum conhecimento sobre o seu consumidor. Não há o controle de quem é exatamente a pessoa, quanto gasta, com o que gasta, quando vai à loja, entre outros. Com esses dados, seria possível oferecer a experiência de compra exatamente de acordo com o perfil do consumidor, sem generalizações. A importância do consumidor é frisada pelo professor do Núcleo de Varejo da ESPM e sócio diretor da RPLLima Consultoria e Treinamento, Rogério Lima, ao dizer que o funil de decisão mudou. Se antes o consumidor tinha uma estrada certa: conhecer – considerar a compra – selecionar o produto – comprar – ser fiel à marca; agora, ele está menos linear. As pessoas interagem mais, pesquisam, veem vídeos e posts em redes sociais, perguntam aos amigos e familiares. “Antes, o consumidor se relacionava somente com a loja física. Em seguida, tornou-se multicanal – vai a 52

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INTERNET NO DIA A DIA

72% dos usuários de smartphones usam internet no aparelho todos os dias.

59%

usam os smartphones enquanto esperam o transporte público.

71% do tráfego de internet vem do computador no trabalho.

51% usam tablets

Fonte: head de operação da Always On, assistem à prof. enquanto Alexandre Marquesi

televisão.

Fonte: head de operação da Always On, prof. Alexandre Marquesi

vários canais, mas com atuação separada. Chegou, então, o momento do crosschannel – quando o lojista já tem uma visão única dos espaços, mas conta com limitação tecnológica. Agora, chegamos ao momento do omnichannel, onde se cria uma experiência única de compra em todos os canais”, resume o sales director da Vtex, Luiz Paulo Ribeiro. Por fim, Lima frisa que o ponto de venda (PDV) tradicional nunca morrerá, mas a relação com o físico deve mudar, oferecendo a todos os consumidores uma experiência completa independente do canal em que ele está.


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DIGITAL

Revolução em prol da saúde

PELO MUNDO, NOVAS TECNOLOGIAS VÊM SENDO APLICADAS PELO VAREJO FARMACÊUTICO, FAZENDO COM QUE ESSES ESTABELECIMENTOS POSSAM AGREGAR UMA OFERTA DE SERVIÇOS REVOLUCIONÁRIA PARA SEUS CLIENTES

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POR KATHLEN RAMOS

Aplicativos, comércio eletrônico, vestíveis e telemedicina ganham espaço na rotina dos consumidores, exigindo uma adaptação rápida e permanente das empresas. Nesse contexto, companhias que atuam na área da saúde, a exemplo do varejo farmacêutico, já começam a esboçar mudanças a fim de atender a esta nova demanda. Por hora, as experiências mais robustas nesse sentido podem ser observadas, com sucesso, em países como os Estados Unidos, conforme explica o gerente sênior de produto do

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IMS Health, Brian Clancy. O executivo conta que as redes de farmácias estão revolucionando a saúde digital para “tratar o paciente de modo singular”. A gigante Walgreens, por exemplo, abraçou a saúde digital e lançou, em 2015, um aplicativo para lembrete e reposição de medicamentos do paciente. A ideia é encabeçada com base em dados que mostram a falta de adesão ao tratamento, que são alarmantes nos Estados Unidos. Segundo a própria empresa, a não adesão acrescenta, em média, US$ 300 bilhões ao ano para os custos médicos no país. Assim, o app, dirigido a IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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DIGITAL

usuários do Apple Watch, nasce para enfrentar essa realidade, ajudando as pessoas a tomar os medicamentos prescritos por meio de recursos como Pill Reminder (lembrete de medicamentos) e Refill Reminder (lembrete de reposição). A fim de reforçar esse programa, a Walgreens também desenvolveu o Balanced Rewards, fazendo com que os clientes que aderem ao tratamento ganhem pontos que, posteriormente, podem ser trocados por produtos. Tais recompensas têm engajado diversos pacientes, especialmente de doenças crônicas, e cerca de um milhão de pessoas já estão conectadas. A Walgreens também oferece um serviço de telessaúde. Nele, o paciente pode ser atendido via vídeo/telefone, por um farmacêutico, a um valor de US$ 49. “Se um paciente passou dez dias com uma inflamação na garganta, é natural que tenha de marcar uma consulta com um médico, concluindo-se que o início do tratamento vá demorar. Com o programa de telessaúde da Walgreens, essa experiência muda, ao passo que, numa avaliação de cinco ou dez minutos, o paciente já consegue a sua orientação”, comentou Clancy, acrescentando que o prescritor que fez o atendimento passa, automaticamente, a receita para a farmácia e o paciente só precisa se dirigir à loja física para retirá-lo. Os resultados da Walgreens com tecnologias como essa já se mostram bastante expressivos. Até outubro de 2016, haviam sido registrados 55 milhões de downloads do app e esta ferramenta já respondia por 40% dos pedidos de reposição on-line. O número de inscrições para mensagens de texto ultrapassava um milhão e houve, ainda, uma melhoria no movimento da loja, com 5,3 milhões de visitas promovidas pelo aplicativo por semana.

INICIATIVAS MÚLTIPLAS Outro exemplo de ação com foco no avanço digital do varejo farmacêutico se deu na rede de farmácias norte-americana CVS Health, que desenvolveu, em 2015, o laboratório The Digital Innovation Lab, em Boston (EUA), que se concentra no desenvolvimento de serviços digitais à farmácia. Essa iniciativa permite que a equipe digital da CVS traga novas ideias a fim de acompanhar a evolução das plataformas digitais na área da saúde. “As tecnologias digitais são onipresentes e altamente configuráveis. Esta é uma combinação poderosa, por56

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O USO DE APLICATIVOS PARA FARMÁCIAS E DROGARIAS VEM CRESCENDO, MAS COMO UMA FORMA DE SER MAIS UMA MANEIRA DE CONTATO ENTRE O PONTO DE VENDA E O CLIENTE que nos permite capacitar os clientes a qualquer hora e em qualquer lugar. É por isso que estamos duplicando nosso investimento digital, antecipando a preferência crescente de nossos clientes para gerenciar sua saúde digitalmente”, disse, na época, o vice-presidente sênior e diretor digital da CVS Health, Brian Tilzer. O laboratório nasceu, assim, empenhado em desenvolver soluções de cuidados de saúde no futuro e com foco em trabalhar na introdução de uma ampla gama de novos serviços digitais, que vão desde recursos que permitem aos clientes receberem lembretes da farmácia até aplicativos que transformam celulares em ferramentas de diagnóstico remotas. Segundo Clancy, o laboratório detém 200 profissionais atuando em tempo integral.

BARREIRAS NO PAÍS O engajamento do consumidor com tecnologia não é algo que pode ser verificado apenas nos Estados Unidos. Por aqui, as mais diversas soluções digitais estão inseridas nas atividades do cotidiano, visando otimizar o tempo, estreitar distâncias físicas, facilitar contatos e também o acesso aos produtos e serviços. Com a saúde não é diferente. A especialista em atenção farmacêutica e farmacoterapia clínica e em gestão da assistência farmacêutica, e doutora em farmacologia, Dra. Camila Montenegro, cita que, hoje, já é possível encontrar os mais diversos apps dirigidos à saúde, mas alguns gargalos impedem um maior engajamento da população com essas ferramentas. Entre as barreiras, está o baixo poder aquisitivo de parte dos brasileiros, que influencia, diretamen-


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DIGITAL

OPORTUNIDADES PARA AS FARMÁCIAS BRASILEIRAS 1. Qualidade do conteúdo No mundo, já existem 165 mil aplicativos de saúde, com milhões de páginas de informações. No entanto, a qualidade dos dados é amplamente questionável. Encontrar um bom aplicativo de diabetes, apesar de haver muitos, representa uma difícil missão. 2. Dificuldade dos brasileiros com outros idiomas Grande parte dos conteúdos de saúde on-line está, predominantemente, em inglês. Assim, seria válido introduzir informações sobre saúde on-line no mercado brasileiro. É interessante firmar parcerias com empresas de conteúdo de saúde dos Estados Unidos, como WebMD, Google e Mayo Clinic, para desenvolver portais informativos de alta qualidade para o consumidor local. 3. Brasileiro adora smartphones Calcula-se que, até maio de 2016, o número de smartphones no País tenha chegado a 168 milhões e que, até 2018, alcance 236 milhões, segundo dados da 27ª Pesquisa Anual de Administração e Uso de Tecnologia da Informação nas Empresas, desenvolvida pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Assim, se torna uma oportunidade, para empresas que atuam na área, motivar o uso de aplicativos de saúde para melhorar a fidelização; introduzir aplicativos móveis para obter lembretes de tomar e repor medicamentos; programar reposições e fazer pagamento on-line para evitar longas filas nas lojas; e fornecer pontos de programa de fidelidade para comportamentos saudáveis. 4. O brasileiro espera muito tempo por uma consulta médica Enquanto nos Estados Unidos estima-se que existam 2,4 médicos/1.000 pessoas, no Brasil, esse número é de 1,9 médico/1.000 pessoas. Assim, introduzir serviços de telessaúde para melhorar o acesso e impulsionar visitas às farmácias traria um grande benefício à população. Fonte: gerente sênior de produto do IMS Health, Brian Clancy

te, na obtenção dos apps (nem todos são gratuitos) e também o acesso à internet (ainda limitado à parte da população). Somada a esses problemas, também há uma questão cultural, que não está adaptada a receber orientações virtuais. “As classes de baixa e média renda tendem a confiar mais naquele profissional de quem elas recebem a informação pessoalmente ao irem à farmácia, ao terem o acolhimento e um atendimento especial”, diz. O farmacêutico, professor, palestrante e consultor de empresas, Pedro Dias, também considera a resistência da população para o atendimento virtual como um impeditivo. “A população brasileira sente necessidade de se deslocar até a farmácia ou drogaria para ter o contato inicial com o farmacêutico ou o atendente de sua confiança”, observa. 58

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Nesse cenário, ele identifica que o uso de aplicativos para farmácias e drogarias vem crescendo, mas como uma forma de ser mais uma maneira de contato entre o ponto de venda (PDV) e o cliente, e um canal em que as lojas demonstram seus produtos, serviços e realizam e-commerce. Além das barreiras, na visão da Dra. Camila, a saúde digital também pode trazer alguns riscos. “Devido a uma instrução mediana por parte de algumas classes da população, o mau uso ou utilização exacerbada de tecnologias na saúde poderá levar a interpretações precipitadas ou errôneas das informações fornecidas; gerar, por comodismo, a incapacidade de identificar o momento ideal de se recorrer a uma consulta com um profissional; e culminar no aumento do uso irracional e incorreto dos medicamentos”, sinaliza.


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CANDIDÍASE

Um reflexo da baixa imunidade PATOLOGIA VAGINAL É A CAUSA MAIS FREQUENTE DE INFECÇÃO LOCAL. PROBLEMA PODE ESTAR RELACIONADO COM O USO DE ANTIBIÓTICOS, ANTICONCEPCIONAIS COM ELEVADAS DOSES DE HORMÔNIOS OU DIABETES DESCOMPENSADO POR KATHLEN RAMOS

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Ardor e coceira na região vaginal, dor durante a relação sexual e eliminação do corrimento vaginal em grumos podem ser sinal de candidíase, doença que tende a ser bastante comum no universo feminino. Segundo explica a ginecologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Maria Rita Curty, muitas mulheres já foram diagnosticadas, pelo menos uma vez na vida, com esse problema, causado por algum dos tipos do fungo Candida, presente em cerca de 20% da população feminina. Esse fungo convive em harmonia com outros microrganismos da flora vaginal. Entretanto, o problema se dá quando há uma proliferação demasiada de Candida albicans ou Candida glabrata em relação aos outros microrganismos presentes. “Normalmente, há suspeita de desequilíbrio na flora quando ocorre o sintoma de prurido (coceira) vulvar, vaginal e na região da virilha”, comenta a Dra. Maria Rita, acrescentando que os ginecologistas conseguem identificar o problema por meio de avaliação visual, devido à vermelhidão; ou em análise, por meio de um espéculo, aparelho que observa o colo do útero e identifica se as paredes vaginais estão avermelhadas e/ou com secreção esbranquiçada. O diagnóstico do fungo também pode ser visualizado no resultado do exame ginecológico Papanicolau, onde a secreção é colhida e analisada microscopicamente. A principal causa para o aumento do fungo Candida no organismo é a queda da imunidade. “Isso pode acontecer pelo uso de antibióticos, anticoncepcionais com elevadas doses de hormônios, diabetes descompensada, entre outros motivos. É um fungo comum, mas que, com a imunidade baixa, se prolifera pelo meio propício que é a vagina com suas mucosas, úmida e quente”, explica a Dra. Maria Rita. Outros fatores também podem levar à doença. “O calor ou as altas temperaturas causadas

A CANDIDÍASE PODE SER EVITADA COM HIDRATAÇÃO DIÁRIA, ALIMENTAÇÃO REGRADA COM NUTRIENTES E VITAMINAS, BOAS NOITES DE SONO E ATIVIDADES QUE AMENIZEM O ESTRESSE

por roupas apertadas ou de tecidos inadequados podem predispor ao aparecimento do fungo”, acrescenta a também ginecologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Aline Teixeira Bueno Muniz.

TRATAMENTO E PREVENÇÃO De acordo com a Dra. Maria Rita, a candidíase pode ser evitada com hidratação diária, alimentação regrada com nutrientes e vitaminas, boas noites de sono e atividades que amenizem o estresse. O consumo de vitamina D e probióticos (bactérias que fazem bem) também costuma ser eficaz em pacientes que apresentam os sintomas repetidamente. Para tratamento, são receitados antifúngicos via oral e em cremes ou pomadas vaginais. “Se não cuidar, além da maior proliferação fúngica, podem ocorrer alterações na quantidade de bactérias, com aparecimento de secreção amarela esverdeada, agravando os sintomas e necessitando de antibiótico”, alerta. A Dra. Aline cita que, quando o tratamento se dá por via vaginal, que os principais ativos utilizados são o butoconazol, clotrimazol, miconazol, terconazol, nistatina e tioconazol. Já via oral, a principal substância utilizada é o fluconazol. “Após dois a três dias do início do tratamento, já é possível observar a grande recuperação. Mas mesmo que haja melhora, é fundamental que o tratamento seja concluído conforme indicação médica”, reforça. 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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PROBLEMAS ESTOMACAIS

As festas (exageradas) do fim de ano COMIDAS PESADAS E BEBIDAS ALCOÓLICAS SÃO RESPONSÁVEIS POR DESCONFORTOS. MODERAR O CONSUMO É O PRIMEIRO PASSO PARA QUE OS PACIENTES NÃO PASSEM AS FÉRIAS SEM SAÚDE POR LAURA MARTINS

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O fim do ano é marcado pelo consumo exagerado de comidas gordurosas e bebidas alcoólicas. Os dias festivos e as reuniões familiares e entre amigos são sempre regados de cerveja, vinho, frituras, doces e outros desejos que acabam fazendo parte da vida de grande parte da população. Mas o exagero tem um preço. É comum que as pessoas passem a reclamar de azia, má digestão, gases e outros desconfortos estomacais após o consumo exacerbado dessas comidas e de álcool. Isso acontece porque o estômago é muito sensível e sente quaisquer mudanças no momento da digestão.

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“Em geral, no fim do ano, os indivíduos acabam abusando mais e por dias seguidos, não dá tempo de o estômago cicatrizar. Além disso, comem-se comidas mais pesadas e gordurosas, que prejudicam a digestão e agridem o estômago. As festas têm todos os agravantes: elevada quantidade de álcool em dias consecutivos e as comidas mais pesadas”, comenta o gastrocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Alexandre Sakano. Não somente os excessos são prejudiciais ao estômago. Hábitos do dia a dia também modificam o seu funcionamento. A gastroenterologista do Hospital Moriah, Dra. Nilma Lucia Sampaio Ruffeil, revela que o hábito de comer rápido, mastigar pouIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

PROBLEMAS ESTOMACAIS

co, engolir muito ar junto com a alimentação, pouco líquido e falta de atividade física também são fatores que influenciam. O estômago libera ácido gástrico, usado na digestão, quando as pessoas comem. O estômago tem uma camada externa que o protege contra esse ácido, chamada de mucosa. Quando há o consumo de álcool ou comidas muito gordurosas, essa proteção diminui, facilitando as agressões ao órgão. Para o especialista em cirurgia do aparelho digestivo e coloproctologia e coordenador do Centro de Robótica do Hospital Samaritano, Dr. Sérgio Zaladek Gil, as comidas muito gordurosas, pesadas e em grande quantidade também levam ao incômodo do estômago, aumento de gases, à distensão abdominal, azia e queimação. “O fim do ano sempre tem um momento de casos com problemas no trato intestinal. Entre os alimentos

COMO CURAR A RESSACA Ainda não há alguma maneira definitiva para acabar com a ressaca no dia seguinte, mas existem formas de preveni-la ou suavizar os sintomas. Além de beber com moderação, alternar álcool com água dilui o etanol, diminuindo o efeito direto no Sistema Nervoso Central (SNC). Antes de começar a beber, as pessoas devem comer alguma coisa leve, para ajudar a diminuir os efeitos. Caso a ressaca aconteça, é importante que os pacientes tomem muito líquido, não bebam mais álcool e tomem medicamentos para dor de cabeça e anti-inflamatórios para ajudar a acabar com os sintomas desagradáveis. Fonte: especialista em cirurgia do aparelho digestivo e coloproctologia e coordenador do Centro de Robótica do Samaritano, Dr. Sérgio Zaladek Gil

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É COMUM QUE AS PESSOAS PASSEM A RECLAMAR DE AZIA, MÁ DIGESTÃO, GASES E OUTROS DESCONFORTOS ESTOMACAIS APÓS O CONSUMO EXACERBADO DE COMIDAS GORDUROSAS E DE ÁLCOOL. ISSO ACONTECE PORQUE O ESTÔMAGO É MUITO SENSÍVEL E SENTE QUAISQUER MUDANÇAS NO MOMENTO DA DIGESTÃO

que mais causam problemas, estão as carnes vermelhas e o excesso de leite e seus derivados. Como são alimentos pesados, eles induzem a liberação de muitas enzimas e ácidos que ajudam na digestão, criando um desconforto abdominal. A pessoa se sente pesada, como se a digestão demorasse horas para acontecer.” Ele lembra ainda que os corantes e conservantes irritam a parede gástrica, piorando o quadro de quem já tem sensibilidade prévia, assim como a goma de mascar, que aumenta a produção de ácidos. “As frituras e os embutidos levam a agentes que irritam a mucosa. Por fim, os açúcares e doces aumentam a produção de gases pela fermentação, piorando o desconforto intestinal”, exemplifica. Segundo o especialista, o excesso de álcool, por si só, acaba levando a um efeito negativo na mucosa.

O QUE CAUSAM NO ESTÔMAGO Apesar das reclamações, nem sempre o incômodo é o mesmo. Segundo a Dra. Nilma, azia é uma sensação de queimação na região do peito (retroesternal), enquanto a má digestão é uma sensação de peso na região epigástrica (vulgo boca do estômago) após a alimentação. “A azia é o retorno para o esôfago do conteúdo ácido do estômago. Isso acontece quando, por exemplo, a parede do estômago não está preparada para receber tanto ácido, causando queimação que sobe


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ESPECIAL SAÚDE

PROBLEMAS ESTOMACAIS

ORIENTE SEUS CLIENTES: 1. Sempre que for ingerir bebidas alcoólicas, comer alguma coisa leve antes. 2. Tomar bastante água, pois a desidratação leva à dor de cabeça, ao enjoo e à dor no estômago. 3. Comer devagar e mastigar bem os alimentos ajudam a evitar os transtornos estomacais. 4. Praticar atividade física auxilia no volume de gases. 5. Usar probióticos para o equilíbrio da flora intestinal. Fontes: gastroenterologista do Hospital Moriah, Dra. Nilma Lucia Sampaio Ruffeil; e gastrocirurgião da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Alexandre Sakano

até o peito ou a garganta”, comenta o coordenador do Centro de Robótica do Hospital Samaritano. A sensação de mal-estar e enjoo ocorre, normalmente, porque a presença do álcool e das comidas mais pesadas diminui a capacidade do estômago de fazer a digestão. Se a mucosa do estômago estiver inflamada, os sintomas são ainda piores. Para diminuir ou acabar com os sintomas da azia, pode-se usar medicamentos que diminuem a produção de ácido ou fazem proteção local, como os antiácidos e o sucralfato (que faz uma proteção local e ajuda na proteção contra acidez). Os inibidores de bombas de próton, como omeprazol, bloqueiam a produção de ácido dali para frente. De acordo com o gastrocirurgião da BP, os medicamentos que combinam anti-inflamatórios e antiácidos, muito procurados por quem sofre de res66

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saca, ajudam a reduzir os sintomas da inflamação que o álcool causa e revestem a mucosa do estômago para protegê-lo. Dessa forma, ajudam a diminuir os efeitos do álcool no corpo. É importante orientar o paciente, também, a observar se os sintomas apresentados são resultado somente dos abusos de fim de ano ou se aparecem com facilidade e frequência, como os pacientes que necessitam tomar medicamentos quase que diariamente. Isso porque a pessoa pode ter alguma patologia ou lesão que não seja somente por ácido. “O importante é que as pessoas tenham noção de que, mesmo no fim do ano, têm de comer moderadamente. Se vai para uma ceia em que não sabe o que será servido, comer alguma coisa antes para não chegar com muita fome no local e tomar moderadamente álcool”, aconselha o Dr. Zaladek Gil.


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VARIZES

Fora de funcionamento COMUNS NAS PERNAS E NOS PÉS, AS VARIZES ACONTECEM QUANDO HÁ PERDA DA FUNÇÃO DAS VEIAS QUE LEVAM O SANGUE DE VOLTA AO CORAÇÃO. PROBLEMA NÃO É SOMENTE ESTÉTICO, CAUSA DOR E INCOMODA MUITO POR LAURA MARTINS

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As varizes não atrapalham somente a parte estética, elas causam dores, inchaço e sensação de cansaço, principalmente nos membros inferiores. Em sua definição, são veias tortuosas e dilatadas causadas pela dilatação das veias, que ocorre devido ao enfraquecimento de suas paredes. De acordo com a cirurgiã vascular do Hospital Israelita Albert Einstein, Dra. Cynthia Mendes, as veias das pernas têm a função de levar o sangue da extremidade do membro de volta até o coração. Para que o sangue volte, elas trabalham contra a gravidade, tendo que fazer o sangue “subir”. Isso é possível porque essas veias têm válvulas unidirecionais que permitem que o sangue flua apenas em uma direção, a ascendente. “O problema ocorre quando a pressão venosa está aumentada e o retorno sanguíneo é dificultado, o que pode ocorrer devido à insuficiência valvar, obstrução venosa ou uma combinação desses dois fatores. Nas varizes superficiais, a insuficiência das válvulas pode ser primária, pela fraqueza da parede do vaso e consequente dilatação do mesmo ou secundária a uma lesão na válvula, causada, por exemplo, por uma flebite”, explica ela. O problema acomete, principalmente, os membros inferiores, pois é neles que existe a maior pressão. As veias das pernas têm a difícil função de executar o retorno venoso dos membros inferiores e trabalhar em um regime de pressão mais alta. Elas trabalham contra a gravidade e qualquer fraqueza em sua parede que modifique o funcionamento das válvulas acaba alterando o sentido do fluxo sanguíneo. Um dos incômodos mais comuns das varizes é a questão estética – uma vez que as veias em mau funcionamento têm aparência avermelhada ou roxeada e podem estar saltadas e inchadas. Entre os demais sintomas, estão dor, peso e cansaço nas pernas no fim do dia, além de edema, sensação de queimação e câimbras. Para o médico vascular do Hospital TotalCor, Dr. Marcos Barros, se não tratadas, podem levar a alterações nas pernas, causando manchas, fibrose no tecido celular subcutâneo e, em último estágio, úlceras. “É importante lembrar que as varizes não estão relacionadas com trombose venosa pro-

OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO • Hereditariedade. • Idade. • Postura (pessoas que ficam em pé muito tempo tendem a ter maior incidência de varizes). • Obesidade. • Gravidez. • Uso de anticoncepcional. • Sedentarismo. • Tabagismo. Fontes: cirurgião vascular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Caio Focassio; e médico vascular do Hospital TotalCor, Dr. Marcos Barros

funda. O que pode ocorrer, principalmente em varizes maiores, é uma flebite – uma trombose superficial”, adverte. O tratamento clínico das varizes funciona para aliviar os sintomas decorrentes do problema e retardar a doença. Normalmente é feito por meio do uso oral de venotônicos – medicamentos que atuam na inflamação das veias – e meias elásticas de compressão. Os cremes de uso tópico podem ser usados como adjuvantes. Eles auxiliam na hidratação da pele e, juntamente com a massagem, podem aliviar a dor, o inchaço e a sensação de peso. “Existem diversos medicamentos com princípios ativos diferentes usados no tratamento das varizes – com disomina, hesperidina, cumarina e rutina, entre outros”, cita o Dr. Barros. Além disso, o repouso e elevação dos membros inferiores podem ajudar. O tratamento definitivo é realizado com a cirurgia. De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), os cordões varicosos, salientes e visíveis, que elevam a pele e aquelas pequenas veias de trajeto tortuoso ou retilíneo são de tratamento cirúrgico. As veias doentes retiradas não colaboram para a circulação. Ao contrário, sua retirada causa melhoria na drenagem venosa dos membros inferiores, aliviando sintomas e prevenindo as implicações da evolução da doença. Os principais fatores de risco são obesidade, gravidez, uso de anticoncepcionais, sedentarismo e he2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

VARIZES

DICA PARA EVITAR AS VARIZES A prevenção pode acontecer evitando-se fatores que podem ser modificáveis, como o hábito de fumar, o excesso de peso e a permanência em pé por longos períodos. Profissionais que permaneçam longos períodos em pé podem fazer uso de meia elástica compressiva. Fonte: cirurgiã vascular do Hospital Israelita Albert Einstein, Dra. Cynthia Mendes

rança familiar. Exatamente por isso, a prevenção da doença pode ser feita com a adoção de hábitos de vida, como atividade física regular, uso de meias elásticas, evitar ficar muito tempo parado sentado ou em pé. É importante, também, evitar o ganho de peso e prestar atenção no uso de pílulas anticoncepcionais. A SBACV frisa que, apesar dos mitos, não existe nenhuma relação estabelecida entre a formação das varizes e depilação ou uso de salto alto, assim como não há influência com relação a carregar peso. Subir escadas pode ser até considerado um exercício físico, portanto, ajuda a incrementar o retorno venoso.

MULHERES – AS MAIS ACOMETIDAS Ainda que não haja uma conclusão sobre o porquê das mulheres terem maior incidência de varizes do que os homens, os números não mentem. De acordo com o cirurgião vascular da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Caio Focassio, a cada homem com varizes, existem quatro mulheres acometidas. Uma das explicações seriam os efeitos dos hormônios femininos sobre as veias. Além disso, as mulheres que usam anticoncepcional e com história familiar de varizes têm ainda mais chances de desenvolver a doença. “O hormônio feminino é considerado fator de risco para o aparecimento de varizes, portanto, pacientes do sexo feminino têm maior propensão a apresentá-las. Gravidez também é considerada fator de risco”, cita a Dra. Cynthia. 70

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DERMATITE ATÓPICA

Além da pele APESAR DE SER UMA DOENÇA DERMATOLÓGICA COMUM, OS PACIENTES SOFREM NÃO SOMENTE COM OS SINTOMAS DA PATOLOGIA, MAS COM O IMPACTO SOCIAL NEGATIVO

A

POR LAURA MARTINS

A Dermatite Atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica, que causa lesões na pele e coceira intensa, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes. Se todo o incômodo não fosse o suficiente para esses pacientes, eles sofrem também com a falta de informação das pessoas à sua volta, que acabam sendo indelicadas e até preconceituosas. A inflamação é causada por um desequilíbrio do sistema imunológico e ocorre a partir do aumento da liberação de duas citocinas – substâncias liberadas pelo sistema imunológico para regular as reações inflamatórias e

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de defesa do organismo. Com o descontrole da liberação, há um processo inflamatório exacerbado. O problema atinge até 20% das crianças e 3% dos adultos. A maior incidência entre os pequenos acontece, segundo a chefe do Ambulatório de Dermatite Atópica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP), Dra. Ariana Campos Yang, pois a pele costuma ser mais fina e, consequentemente, mais delicada. “A nossa pele é como se fosse um muro de 20 camadas. Essas camadas estão unidas por ‘cimento’ (aminoácidos, proteínas, ceramidas, entre outros), ‘areia’ e água. Um paciente com dermatite atópiIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

DERMATITE ATÓPICA

ca tem pouco cimento. Ou seja, tem a pele porosa, perde água (pele seca). Então, o que deveria protegê-lo acaba sendo prejudicial”, explica a médica. As principais características da DA são o eczema (lesão): um tipo de alteração da pele que acontece, normalmente, nas dobras do corpo. Além disso, a pele se torna áspera, coça, fica com vermelhidão e escamas. De acordo com a Dra. Ariana, o eczema pode surgir por diferentes motivos. “Entre os impulsionadores, estão exposições irritantes, disfunções imunológicas, alergias, inflamações cutâneas, coceiras e estresse. As três principais bases para que uma pessoa sofra com DA são: problemas em sua barreira cutânea, predisposição genética e deficiência no sistema imune”, revela. A origem genética é extremamente relevante, assim como sua relação com outras doenças atópicas, como asma e rinite alérgica. Um a cada dois portadores com grau moderado a grave tem outras doenças atópicas (50%, rinite alérgica e 40%, asma). Além disso, pais atópicos (com quaisquer das patologias) têm mais chances de ter filhos também atópicos. A patologia apresenta três níveis de gravidade: leve, moderada e grave. Para classificar o grau de

REGIÕES MAIS AFETADAS

CABEÇA

PESCOÇO

COTOVELOS MÃOS

JOELHOS TORNOZELOS Fonte: Sanofi

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A INFLAMAÇÃO É CAUSADA POR UM DESEQUILÍBRIO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO E OCORRE A PARTIR DO AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE DUAS CITOCINAS. COM O DESCONTROLE DA LIBERAÇÃO, HÁ UM PROCESSO INFLAMATÓRIO EXACERBADO severidade, é usado um índice chamado SCORAD, que leva em consideração a extensão e a intensidade das lesões na pele e a importância do prurido e das perturbações no sono. Quem, na infância, sofre de maneira leve, costuma não apresentar problemas na fase adulta.

AS CONSEQUÊNCIAS DA DOENÇA Os pacientes que apresentam sintomas moderados a graves carregam algo muito além das marcas ou coceiras. Sinais de ansiedade e depressão estão presentes em 51% dos pacientes com a doença. Mais da metade (55%) das pessoas acometidas com DA relatam ter dificuldade para dormir cinco ou mais noites por semana; 77% relatam que a doença interfere na produtividade; e 57% afirmam que há impactos na vida afetiva. “O estado emocional dos pacientes com a doença é afetado pelo constrangimento e estigmas causados pelas lesões. Pacientes com DA moderada a grave podem apresentar distúrbios no sono por conta das coceiras constantes, além de muitos ficarem impacientes com os desconfortos, questões que afetam negativamente sua vida profissional e social”, comenta a chefe do Ambulatório de Dermatite Atópica da USP. Entre as principais queixas dos pacientes, estão a frustração – uma vez que a pessoa entende que não está fazendo o suficiente para estar melhor –, desejo de esconder-se, isolamento social, ansiedade, depressão, distúrbio do sono, irritabilidade e déficit de atenção. A patologia é mais comum do que parece. Segundo o Censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é a 11ª doença dermatológica mais comum, se considerar todas as faixas etárias. Se se reportar so-


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ESPECIAL SAÚDE

DERMATITE ATÓPICA

IMPACTO SOCIAL

51%

apresentam sinais de ansiedade e depressão

55%

apresentam dificuldade para dormir em cinco ou mais noites na semana

77% relatam que a DA afeta o trabalho e os estudos

57% relatam impacto nas relações afetivas Fonte: Sanofi

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mente à faixa etária até 14 anos, é a segunda doença dermatológica mais comum, atrás somente de acne. Apesar disso, ainda há falta de conhecimento da população, que acaba corroborando em preconceitos, como pensar que a doença é contagiosa. “Apesar do estigma causado pelas lesões, é muito importante destacar que a DA não é contagiosa justamente por ter origem hereditária. Os pacientes com DA podem conviver normalmente com outras pessoas, sem nenhuma restrição de contato”, reforça a Dra. Ariana.

SEM CURA, MAS COM TRATAMENTO Quem sofre com a DA tem de cuidar de sua pele ainda que não existam lesões, pois há uma inflamação persistente em suas camadas mais profundas. A hidratação é fundamental e, nos momentos de crise, os tratamentos tópicos ou medicamentos devem ser administrados. Os medicamentos indicados, reforça a Dra. Ariana, podem ser os corticoides tópicos e inibidores de calcineurina nos casos mais leves, chegando aos antibióticos, antifúngicos e antivirais nos casos mais graves, dependendo do desencadeador das lesões. Além disso, algumas medidas gerais de cuidado com a pele podem contribuir para reduzir o aparecimento dos sintomas: • Manter a pele sempre hidratada; • Evitar banhos longos e muito quentes; • Usar sabonetes e hidratantes neutros; • Identificar fatores desencadeantes e evitá-los; • Consultar o médico com regularidade para verificar o tratamento mais adequado. Aos que foram diagnosticados com a patologia moderada a grave e que não conseguem controlar o problema com as terapias atuais ou para pacientes que não toleram o tratamento com corticoides devido aos efeitos adversos, a Food and Drug Admnistration (FDA – agência reguladora dos Estados Unidos) aprovou uma nova opção de tratamento: o dupilumabe. O medicamento, que está em fase de avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é o primeiro agente biológico desenvolvido especificamente para o tratamento de DA. O medicamento inibe a resposta inflamatória exagerada do organismo aos estímulos e reduz a coceira e as lesões na pele causadas pela doença.


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CEFALEIA

Companhia indesejada PRESENTE NA VIDA DE PRATICAMENTE 100% DA POPULAÇÃO, A DOR DE CABEÇA NÃO TRAZ MUITOS RISCOS, APESAR DE SER BASTANTE INCÔMODA. ESTRESSE E ALIMENTAÇÃO SÃO POSSÍVEIS DESENCADEADORES DO PROBLEMA POR LAURA MARTINS

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Todas, ou quase todas as pessoas, já sofreram com dor de cabeça. O sintoma, comum a mais de 90% da população, funciona como alarme de um sistema de defesa, avisando que tem algo errado. Existem mais de 150 tipos de dor de cabeça, também chamados de cefaleia. As dores de cabeça primárias são aquelas que a própria dor é a doença e, apesar de poderem ser debilitantes, a maior parte delas não oferece riscos à vida dos portadores. “Os seres humanos estão expostos a todos os tipos de dificuldades, estresse e excessos. Esses três fatores são alguns dos pilares centrais para a dor de cabeça, mal que acomete grande parte da população. A expo-

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sição que sofremos diariamente com o estresse no trabalho, fumo, excesso de açúcar e gordura, a falta de sono, entre outros, contribuem para a dor de cabeça ou o agravamento da mesma”, revela o neurologista do Hospital Moriah, Dr. Antônio Barata. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), existem quatro tipos principais de cefaleias primárias. São elas: • Enxaqueca: é uma dor pulsátil, de forte intensidade, pode ser acompanhada de náuseas e vômitos ou intolerância à luz ou ao som. Normalmente, é unilateral e as crises podem durar de quatro a 72 horas. • Tensional: caracterizada por dor bilateral ou na parte da frente ou atrás da cabeça, de moderada intensidade, que não piora com esforço, dura de 30 minutos até sete dias. • Em salvas: é uma dor intensa, unilateral, durando de 15 minutos a três horas. Geralmente, as crises acontecem no mesmo horário (na maior parte do tempo de madrugada) por vários dias seguidos. O sintoma é acompanhado de lacrimejamento e corrimento nasal no mesmo lado da dor.

AS OPÇÕES DE TRATAMENTO As dores de cabeça crônicas podem ser tratadas de duas maneiras: profilaxia (para prevenir ou inibir os episódios de crise) e no controle da dor durante a crise já instalada. No primeiro caso, os medicamentos mais utilizados são: antidepressivos, neuromoduladores e betabloqueadores e, também, com a aplicação de toxina botulínica A. Na fase aguda da dor são, normalmente, utilizados: analgésicos, anti-inflamatórios (agem diretamente no processo inflamatório e apresentam ação analgésica), ergotaminas (vasoconstrição) e triptanos (agem diretamente nos receptores de serotonina). Fonte: farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti

• Crônica diária: é uma situação caracterizada por dores de cabeça em, pelo menos, 15 dias ao mês. É uma evolução das outras formas de dor de cabeça, que crescem a frequência gradativamente por uso exagerado de analgésicos para dor. Uma das causas mais comuns da dor de cabeça é a enxaqueca, uma síndrome dolorida ainda mal entendida, revela o neurologista do Hospital CEMA, Dr. Joel Augusto Ribeiro Teixeira. Segundo ele, a patologia acontece mais no sexo feminino – estima-se que 76% das mulheres e 57% dos homens têm ao menos um episódio de cefaleia por mês, conforme dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC). A piora acontece com anticoncepcionais orais e apresenta outros sintomas, como náuseas, vômitos, alterações visuais, tonturas, alterações do humor e sensibilidade à luz. Já a cefaleia tensional está relacionada à contração da musculatura da coluna cervical e às doenças das articulações que existem entre as vértebras. “Na enxaqueca, alguns tipos de alimentos podem desencadear as crises e isto é variável de pessoa para pessoa. Anticoncepcionais orais também devem ser evitados, assim com o sono irregular. Perfumes podem desencadear dor, bem como excesso de claridade durante o dia. Nada é regra, depende de cada paciente”, diz o Dr. Teixeira. A cefaleia em salvas, ou dor de cabeça de clusters, apesar de menos comum, é uma das que mais podem incomodar. De acordo com o neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Mario Peres, ela é marcada por uma dor de muito forte intensidade, unicamente de um lado da cabeça, duração mais curta que enxaquecas e em certas épocas do ano. Junto com a dor ocorrem lacrimejamento, inchaço no olho, vermelhidão ocular, entupimento nasal e queda da pálpebra. As reclamações são constantes. Segundo a pesquisa A Dor no Cotidiano 2017, realizada por Advil com apoio do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) Conecta, a dor de cabeça foi o incômodo mais relatado, assim como no ano anterior. Entre as principais causas da dor, foram citados o estresse (82%) e a falta de sono (73%). O excesso de trabalho e estudo (61%) e o trânsito (60%) – outros gatilhos citados como causadores da dor – também são situações que os brasileiros consideram complicadas de mudar. 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

CEFALEIA

VIDA MODERNA E AS DORES Alguns hábitos do dia a dia são responsáveis por desencadear ou piorar a cefaleia. Confira alguns deles:

Estresse

Dormir pouco ou demais

Fonte: neurologista do Hospital Moriah, Dr. Antônio Barata

Para o médico e diretor científico da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), Dr. Paulo Renato da Fonseca, o esgotamento e o cansaço são os gatilhos comuns para a dor de cabeça e têm como consequência a dificuldade em continuar produzindo no trabalho ou em outras atividades corriqueiras. A resposta do motivo da dor de cabeça dependerá do tipo de dor e de outros sintomas. Normalmente, o paciente e médico identificam juntos os fatores desencadeadores de dor. Apoiados pela Classificação Internacional de Cefaleia, chega-se a um diagnóstico e, consequentemente, ao tratamento. “Dor de cabeça é um sintoma. Ela pode acontecer em doenças neurológicas ou não neurológicas. O paciente pode tomar um medicamento e ter um efeito tóxico e ter dor de cabeça ou ter uma meningite e a dor de cabeça”, exemplifica o neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. Alex Baeta. De forma geral, contudo, as dores crônicas, mesmo que limitantes, não são problemas mais graves. O paciente deve preocupar-se, entretanto, se as dores de cabeça estão presentes por três ou mais dias no mês, 80

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Consumir certos alimentos em excesso, como chocolate, café, salsicha, queijo, álcool, entre outros

mesmo que exista uma explicação que pareça óbvia (estresse, menstruação ou falta de sono, por exemplo). “Quando a pessoa tem dor de cabeça de pequena intensidade, que responde rapidamente a analgésico e está associada a outro quadro não grave, como gripal ou de sinusite, são casos de menor importância. Já uma dor de cabeça de início agudo, abrupto, de forte intensidade, refratária a analgésicos ou contínua, precisa ser investigada”, frisa o neurologista da BP. Em relação a preocupações com causas possivelmente mais graves, comenta o coordenador do Centro de Atenção à Cefaleia do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Marcelo Calderaro, a pessoa deve buscar um médico quando tiver uma cefaleia muito intensa não usual (com a qual não esteja acostumado), uma dor súbita (que se instale instantaneamente, abrupta), uma dor associada a outros sintomas neurológicos (perda de força, visão dupla, alteração de consciência), dor acompanhada de febre sem outra explicação ou que não esteja melhorando com as medicações usuais. Os homens, especialmente, devem ter uma atenção especial. Isso porque um estudo de Harvard, feito com


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CEFALEIA

mais de 20 mil homens, concluiu que aqueles entre 40 e 84 anos de idade que relatam enxaqueca têm 42% de chances de ter problemas no coração. “Essa relação ocorre por compartilhamento de fatores de risco e por mecanismos causadores da enxaqueca relacionados a problemas circulatórios, por problemas no coração, sangue e artérias”, revela o Dr. Peres, do Einstein. Entre os fatores desencadeantes ou agravantes de cefaleia, diz o Dr. Barata, do Hospital Moriah, estão o estresse, dormir pouco ou demais, consumir chocolate em excesso, assim como queijo, salsicha, álcool, café e outros alimentos. Ele frisa, porém, que os alimentos não devem ser extintos, mas a moderação é importante. “O ideal é que o paciente esteja bem, independentemente de ter de evitar quaisquer desencadeantes da dor. É frequente as pessoas acharem que a dor é causada por vinho, chocolate, queijo, glúten, lactose e, assim, evitarem tudo isso. Na realidade, o problema é uma enxaqueca. O tratamento adequado nesses casos pode reduzir a necessidade de evitar tantas coisas boas. Mas, se vale uma recomendação geral, o tripé não medicamentoso da prevenção da cefaleia envolve: atividade física regular, sono regular e medidas de controle de estresse”, complementa. Essas pequenas atitudes refletem, e muito, no dia a dia de quem sofre com a dor de cabeça. Quando se trata de evitar a dor de cabeça, 45% dos entrevistados pelo Ibope dizem que procuram reduzir o estresse. Manter uma boa noite de sono também é uma atitude vista como importante para não ser incomodado com as dores. “Mesmo com um dia a dia cansativo e sem rotina, percebemos que a preocupação com qualidade de vida – com alimentação saudável e atividade física – tem crescido bastante”, revela o Dr. Fonseca. Além disso, é importante que a pessoa que sofre com muitas crises de dor de cabeça esteja atenta ao uso excessivo de analgésicos. O neurologista da BP explica que a medicação abusiva pode ser uma das causadoras da dor, uma vez que o corpo acostuma-se a estar medicado.

OS MEDICAMENTOS MAIS USADOS Diferentes fármacos podem ser indicados para o tratamento das dores crônicas como profilaxia ou para a diminuição da dor no caso de uma crise. Em geral, os analgésicos não opioides são os mais comumente utilizados. 82

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A PATOLOGIA ACONTECE MAIS NO SEXO FEMININO – ESTIMA-SE QUE 76% DAS MULHERES E 57% DOS HOMENS TÊM AO MENOS UM EPISÓDIO DE CEFALEIA POR MÊS. ENTRE AS PRINCIPAIS CAUSAS DA DOR, FORAM CITADOS O ESTRESSE (82%) E A FALTA DE SONO (73%). O EXCESSO DE TRABALHO E ESTUDO (61%) E O TRÂNSITO (60%) “O mecanismo de ação dos analgésicos anti-inflamatórios não esteroides (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e dipirona sódica) se dá pela inibição da enzima ciclooxigenase, diminuindo a formação de precursores das prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico, regredindo a ação destes mediadores no termostato hipotalâmico e nos receptores de dor”, revela a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), Maria Aparecida Nicoletti. Considerando as cefaleias decorrentes de origem tensional, a utilização de relaxantes musculares pode trazer alívio da dor. Entre os medicamentos usados estão os analgésicos, os triptanos e opiáceos e os medicamentos combinados. O neurologista do Hospital Moriah cita a toxina botulínica, um tipo de bloqueio neuroquímico em que a toxina impede de certa maneira o impulso nervoso de atingir os nervos que conduzem a dor, usados para enxaquecas complicadas e disfunção da Articulação Temporomandibular (ATM). O ácido acetilsalicílico, paracetamol ou ambos são, muitas vezes, combinados com cafeína ou um sedativo em um único medicamento. Associações de fármacos podem ser mais eficazes do que os analgésicos sozinhos.


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ALERGIAS

Presença inconveniente VERMELHIDÃO E COCEIRA SÃO DOIS DOS SINTOMAS COMUNS PARA QUEM É PICADO POR INSETOS. MAS PARA OS ALÉRGICOS, O QUADRO PODE SER AINDA PIOR, PRINCIPALMENTE NO VERÃO POR LAURA MARTINS

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O verão é marcado não somente pelas temperaturas mais altas, mas pelo aumento das chuvas e do clima úmido. Essa combinação é perfeita para a proliferação dos insetos que, não só incomodam, mas podem trazer alergias à pele das pessoas mais sensíveis. Com a maior incidência do calor e umidade, o tempo de reprodução dos insetos é mais curto. Se o ciclo natural de um mosquito é, por exemplo, de 12 dias, nesta estação, pode diminuir para seis. Exatamente por isso, nascem mais insetos nesta época do ano. As alergias causadas pelos mosquitos, pulgas, moscas e carrapatos são ocasionadas pela saliva injetada durante a picada, que tem efeito irritativo e pode provocar uma pequena reação com vermelhidão, inchaço e coceira no local afetado. “Pernilongos, mutucas e borrachudos são os mosquitos predominantes. Pessoas sensibilizadas aos alérgenos desses insetos, quando picadas, podem ter desde uma reação limitada à região da picada com formação de

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ESPECIAL SAÚDE

ALERGIAS

AÇÃO DOS REPELENTES • Aedes aegypti: além da alergia, pode causar as doenças dengue, chikungunya, zika e febre amarela.

Ao usar repelente, o odor do produto afasta os mosquitos, impedindo a aproximação dos insetos onde o item foi aplicado.

• Mosquitos, pulgas, moscas e carrapatos: as alergias são causadas pela saliva injetada durante a picada. Podem provocar pequena reação com vermelhidão, inchaço e coceira no local afetado. • Abelhas, vespas, marimbondos e formigas: as alergias são causadas pelo veneno injetado durante a picada. O indivíduo sente dor e o local fica vermelho e inchado.

Fontes: médica clínica, alergista e imunologista do Hospital Alvorada, Dra. Brianna Cominato Nicoletti; e pediatra e alergologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Victor Nuldeman

uma pápula, vermelhidão e coceira, até graus diferentes de intensidade, como inchaço no segmento do corpo atingido, ou mais intensa, como a disseminação das pápulas por mais segmentos até inchaço a distância de onde foi picada”, revela o pediatra e alergologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Victor Nuldeman. De acordo com a médica clínica, alergista e imunologista do Hospital Alvorada, Dra. Brianna Cominato Nicoletti, o diagnóstico dos casos mais graves é clínico. As lesões apresentam um aspecto característico: inicialmente têm de 3 mm a 10 mm, formando uma circunferência com saliência avermelhada, com um ponto central hemorrágico. Posteriormente, é substituído por uma bolha pequena de conteúdo líquido, que se rompe espontaneamente, porque a pessoa coça, e forma uma crosta. Essa evolução acontece em aproximadamente oito dias. Já as alergias causadas por abelhas, vespas, marimbondos e formigas são originadas pelo veneno injetado durante a picada. “Milhares de pessoas são picadas por esses insetos todo o ano. Todas desenvolvem algum grau de reação, porém menos de 5% 86

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da população é realmente alérgica. Normalmente, após a picada, o indivíduo sente dor e o local fica vermelho e inchado. A aplicação de gelo e a limpeza com uma solução antisséptica são suficientes para melhorar os sintomas”, comenta a Dra. Brianna. Entretanto, existem pessoas que desenvolvem graves reações alérgicas que vão desde uma reação local de maior intensidade, por exemplo, acometendo todo o braço ou uma grande área do corpo, até graves reações generalizadas e choque anafilático. Pessoas que se tornam alérgicas a picadas desses insetos podem correr risco de graves sintomas ou morte.

QUEM MAIS SOFRE Estima-se que aproximadamente 10% da população tenha reação alérgica à picada de insetos do tipo hematófago (pernilongos e pulgas). As crianças podem ter reação mais exagerada, o que pode se resolver em três ou quatro anos espontaneamente, por mudança do padrão de resposta imunológica. O Dr. Nuldeman explica que pessoas com alto metabolismo, temperatura corpórea mais alta e que suam mais tendem a atrair mais os mosquitos. Isso


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ALERGIAS

porque esses insetos são atraídos pelo ácido lático que o corpo produz, pelo dióxido de carbono exalado e pelos tipos de bactérias que se têm na pele. “Pessoas que já se sensibilizaram aos insetos, ou seja, já têm em seu corpo anticorpos de classe IgE fixados nas células reservatórias de histamina, liberam a histamina assim que entram em contato com o alérgeno do mosquito pela segunda e outras vezes. Quanto menor for a criança, maior é seu metabolismo e atratividade de mosquitos e, se for sensibilizada, maior é o risco de reação alérgica”, complementa ele. Para se prevenir do problema, o método mais eficaz é o uso de repelentes. Os produtos funcionam pela sua percepção de odor, que refuta aproximação de insetos em áreas ou ambientes onde ele foi aplicado. Os três principais tipos de repelente são: à base de icaridina, de DEET e de IR3535. Para que ele seja eficaz, é necessário aplicar uma boa quantidade nas áreas expostas. É preciso ter alguns cuidados no uso do produto, segundo a alergista do Hospital Alvorada, pois todos, se mal usados, podem provocar efeitos tóxicos. Deve-se atentar para a faixa etária de quem vai usar, já que é perigoso não passar repelentes específicos nas crianças, que têm pouca defesa corpórea e uma pele que absorve mais. Isso pode causar uma complicação sistêmica, além de alteração neurológica ou pulmonar. É importante lembrar que não se deve dormir com repelente. 88

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“No Brasil, o repelente com maior durabilidade disponível é à base de icaridina, que pode durar até 12 horas na pele. Ele pode ser usado acima dos dois anos de idade. O DEET é o mais comum, presente na grande maioria das marcas e dura quatro horas na pele, em média. Não é permitido reaplicar o DEET mais de três vezes ao dia, por aumentar o risco de absorção e de toxicidade. Os produtos infantis trazem de 6% a 9% do princípio ativo e, para os adultos, a concentração gira em torno dos 14%. Já o repelente à base de IR3535 é o único indicado para bebês acima de seis meses de idade, por ser uma substância com menos risco de alergia e intoxicação”, complementa a Dra. Brianna. A prevenção pode ser feita, também, ao eliminar depósitos de água parada, manter a casa limpa, usar inseticidas nos ralos e repelentes de insetos dentro dos ambientes (aerossóis, líquidos ou pastilhas elétricas, por exemplo), calafetar o assoalho e dedetizar a casa. Recomenda-se fechar as janelas logo ao entardecer ou usar telas mosquiteiras nas janelas e cortinados nos quartos. O tratamento de uma pequena alergia à picada de inseto pode ser feito com gelo no local por até dez minutos e uma pomada à base de corticoide, de duas a três vezes ao dia, por cinco dias. É recomendado evitar coçar a área, uma vez que esta ação pode levar a aumento de irritação da pele ou infecção local. Em alguns casos, pode haver necessidade de tratar uma infecção bacteriana secundária com antibiótico.


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EVENTO

Os melhores do marketing farmacêutico LUPA DE OURO PREMIA, HÁ 41 EDIÇÕES, OS PROJETOS DE DESTAQUE. NOITE DE GALA ACONTECEU NA CAPITAL PAULISTA

O

POR LAURA MARTINS

Os melhores projetos e profissionais de marketing no segmento farmacêutico receberam o Prêmio Lupa de Ouro em outubro último, em cerimônia realizada no Tom Brasil, em São Paulo (SP). O evento, feito pelo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), está em sua 41ª edição, reunindo mais de 800 pessoas na premiação. Neste ano, o Prêmio contou com duas categorias especiais: Prêmio Excelência Adalmiro Baptista – Empresa Mais Admirada do Mercado

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Retail (varejo) e Empresa Mais Admirada do Mercado Non Retail (mercados institucionais). As campeãs – Aché e Roche, respectivamente – foram apontadas em pesquisa qualitativa entre médicos e executivos da indústria farmacêutica, realizada pela consultoria Ipsos Healthcare, com apoio da Associação Paulista de Medicina (APM). “O Prêmio tem um significado muito grande para nós do Aché, ele traz o nome de um dos fundadores, que tinha como DNA toda a força do marketing. E como o Prêmio foi uma votação de toda a indúsIMAGENS: DIVULGAÇÃO/SHUTTERSTOCK


CONFIRA OS VENCEDORES DO PRIMEIRO LUGAR EM CADA CATEGORIA Melhor Projeto – Inteligência de Mercado/ Produtividade e Efetividade Sanofi – Projeto Criação Célula Inteligente Competitiva Melhor Projeto – Marketing Institucional e Processos Abbvie – Projeto Jornada ao Futuro Abbvie Brasil Melhor Projeto – Marketing de Produtos Empate – Abbott – Projeto Cupons Abbott Empate – Latinofarma – Projeto Drylab Latinofarma (Centro Cirúrgico Virtual)

Prescrição – Demais Classes Astellas – Produto Vesomni Prescrição Lançamento – Antidiabéticos, Obesidade, Doenças Cardiovasculares e Vitaminas Novo Nordislk – Produto Saxenda Prescrição Lançamento – Saúde masculina e feminina Eurofarma – Produto Pietra ED Prescrição Lançamento – Demais classes Aché – Produto Pant

Non-Retail Bristol-Myers Squibb – Produto Opdivo

Prescrição Maduros – Cardiovasculares Biolab – Projeto Aradois

Medicamentos Isentos de Prescrição Mantecorp Farmasa – Produto Tamarine Fibras

Prescrição Maduros – Dor, Infecção, Inflamação e Sistema Respiratório Eurofarma – Produto Astro

Prescrição – Cardiovasculares Bayer – Produto Xarelto Prescrição – Vitaminas, Aparelho Digestivo, Antidiabéticos e Obesidade Ferring – Produto Picoprep Prescrição – Dor e Inflamação e Sistema Músculo Esquelético EMS – Produto Condres Prescrição – Sistema Nervoso Central EMS – Produto Patz SL

tria, isto tem um significado ainda maior. Muito obrigado a todos que votaram e confiaram no Aché”, comemora o diretor de marketing do Aché, Marcelo Neri. De acordo com o assessor de Mercado e Assuntos Governamentais da Roche, Marcelo Scattolini, é uma honra receber o Prêmio, que reconhece o trabalho de inovação da Roche. Entre 2015 e 2020, a empresa estará investindo R$ 300 milhões em sua fábrica no Rio de Janeiro, capital, focada em inovação. Em Inteligência de Mercado, Produtividade e Efetividade, a Sanofi foi a grande vencedora. A premiada de Melhor Projeto – Marketing Institucional e Processos foi a

Prescrição Maduros – Demais classes Sanofi – Produto Puran T4 Prêmio de Excelência Adalmiro Baptista – Empresa Mais Admirada do Mercado Retail Aché Empresa Mais Admirada do Mercado Non Retail Roche

AbbVie; em Marketing de Produtos, a Latinofarma; e em Medicamentos Isentos de Prescrição, a Farmasa. “Para nós da Mantecorp Farmasa é uma honra participar da 41ª edição do Lupa de Ouro e sair como campeã na categoria de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs).”, disse a analista de produtos da empresa, Fernanda Pascowitch. O Lupa de Ouro foi apresentado pela jornalista da TV Globo, Jackeline Brazil e contou com a presença da cantora Preta Gil em seu show de encerramento. O Guia da Farmácia é parceiro de mídia e a Contento Comunicação é patrocinadora do evento. 2017 DEZEMBRO GUIA DA FARMÁCIA

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SEMPRE EM DIA

Cuidados desde a cabeça... O IMPACTO NEGATIVO DA PISCINA, DO CLORO E DE OUTROS AGENTES PRESENTES NOS DIAS MAIS QUENTES TRAZ UMA PREOCUPAÇÃO MAIOR COM OS FIOS POR LAURA MARTINS

LIMPEZA E HIDRATAÇÃO EM UM SÓ PRODUTO

O couro cabeludo é sensível e, muitas vezes, sofre com incômodos como coceira. Para diminuir o problema, a Vichy desenvolveu o Dercos Sensi Care, um creme de limpeza que lava sem agredir, condiciona enquanto hidrata e acalma o couro cabeludo. O produto age como um imã, atraindo as impurezas sem ressecar os fios e detecta as regiões danificadas para uma ação de proteção contra futuras agressões. • www.vichy.com.br

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MADEIXAS DE VERÃO

Pantene traz uma linha completa de cuidados para os fios. Composta por sete produtos, a linha Summer Edition possui fórmula fortalecedora Pro-Vitamina e as tecnologias mais avançadas de Pantene. Xampu, condicionador ou 3MM Summer Edition são indicados para o uso antes da exposição solar. Já o creme para pentear e a ampola ajudam a desembaraçar, prevenir quebras e controlar o frizz em qualquer lugar. Após a exposição solar, o tratamento intensivo ajuda a nutrir e hidratar profundamente os fios. • www.pantene.com.br

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


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SEMPRE EM DIA

PROTEÇÃO NOS DIAS DE FOLGA

A atenção à saúde da pele é ainda mais importante no verão. Pensando nisso, SUNDOWN® acaba de lançar a linha Praia & Piscina, que traz tripla proteção: contra os raios ultravioleta (UVA/ UVB), cloro e água salgada, com três vezes mais resistência à água. A linha foi especialmente desenvolvida para proteger o rosto e corpo em condições extremas, além de proteger a pele de queimaduras solares dentro e fora d’água. • www.sundown.com.br

LINHA EM CRESCIMENTO

A linha Fini Natural Sweets está com mais uma novidade: o Chicle com Xilitol em embalagem unitária 2,5 g. O xilitol e outros ingredientes que substituem o açúcar na fórmula deixam de prejudicar a saúde bucal, inibindo o crescimento de bactérias e cáries, além de manter o hálito fresco. A nova versão chega em potes com 100 unidades e na versão bolsas. Com 18 g. • www.mundofini.com.br

ESPECIALMENTE PARA ELAS

Gillette Venus está ampliando sua linha com o depilador Venus Spa. Com três lâminas e cabeça arredondada, o aparelho funciona como dois em um, com barras de gel aromatizadas com essência de chá branco, que lubrificam a pele e oferecem depilação suave e confortável em um passo. O formato oval do produto se encaixa melhor nas curvas da mulher que, normalmente, depilam as pernas, as axilas e as virilhas, o que representa uma superfície ressecada e até 18 vezes maior do que as áreas depiladas pelo público masculino. • www.gillette.com.br

CUBA NAS UNHAS

Inspirada na cultura cubana, a Impala desenvolveu a coleção Paraíso Exótico, com cores vibrantes e tons que irradiam calor e energia. Todos os esmaltes possuem o pincel Flat, que facilita a aplicação e permite cobertura uniforme. No total, são cinco cores: Lenço Estampado (azul); Lucy vai a Havana (nude); Piña Colada (laranja); Baila Mambo (vermelho); Cadillac Pink (rosa). • www.impala.com.br 94

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SEMPRE EM DIA

SAÚDE BUCAL COMPLETA

A Colgate® amplia o portfólio de sua linha carro-chefe com o enxaguante bucal Colgate® Total 12 – que tem ação antibacteriana e proporciona mais saúde bucal, quando associado à escovação básica. O lançamento, formulado sem álcool, chega para completar a linha que já possui produtos para toda a higiene bucal. • www.colgate.com.br

BLOQUEIO REFRESCANTE

O Fotoprotetor ISDIN® Gel Cream, da ISDIN®, é uma das apostas da marca para este ano. O protetor pode ser usado por todos os tipos de pele e, por ter formulação em gel, tem absorção imediata e refrescante. Disponível em duas versões [Fator de Proteção Solar (FPS) 30 com UVA 18,5 e FPS 50+ com UVA 50,7], o produto possui filtros físicos que refletem a luz visível, prevenindo a absorção pela pele. Com fórmula aquosa lipofílica e ativos antioxidantes, o fotoprotetor também diminui o impacto dos danos na pele. • www.isdin.com

LIMPEZA PROFUNDA

Com fórmula exclusiva, Eucerin® apresenta o Dermato CLEAN Solução Micellar 3 em 1, que limpa profundamente a pele, remove a maquiagem e tonifica a cútis. Por meio do Complexo APG, um efetivo agente de limpeza extrassuave, promove uma limpeza profunda da pele, permitindo que ela respire melhor, além de deixá-la preparada para o próximo passo do cuidado facial. Há, ainda, gluco-glicerol e ácido hialurônico, ativos naturais de hidratação e micelas, um conjunto de moléculas que remove até as menores partículas de impurezas da pele. • www.eucerin.com.br

PARA O NORDESTE

Atenta às necessidades de seus consumidores, Rexona® lança duas variantes desenvolvidas para os consumidores que buscam fragrâncias mais refrescantes: Rexona® Erva Doce e Rexona® Men Impacto. Os produtos foram pensados no público nordestino da marca. Enquanto o Rexona® Erva Doce possui fragrância aromática floral, com notas de erva-doce que contribuem com seu frescor natural, o Rexona® Men Impacto possui notas cítricas e de hortelã. A versão feminina está disponível nas versões aerossol e roll-on. Já a versão masculina somente como aerossol. • www.rexona.com.br

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

A exigência do farmacêutico responsável

www.abradilan.com.br

FARMÁCIAS E DROGARIAS NÃO DEVEM PRESCINDIR DOS PROFISSIONAIS EM TODO O SEU HORÁRIO DE ATENDIMENTO

S

P O R J O S É C A R L O S N O GUEIR A , A SSESSOR J UR ÍDICO E DE R ELAÇ Õ ES INSTITUC IO NAIS D A AB RAD ILAN

Segundo a Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas e suas regras constitucionais, as farmácias e drogarias de pequeno porte poderem questionar a exigência da presença de farmacêutico responsável dentro do seu estabelecimento, nos mesmos moldes que empresas de grande porte do setor (ou seja, em todo horário de funcionamento). Em que pese todo o argumento cuidadosamente elaborado, não podemos nos furtar de observar que no nosso entendimento o artigo 6 da Lei 13.021, de 2014, que anulou a regra existente na Lei 5.991, do ano de 1973, é constitucional e não contraria a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e nem fere o arcabouço constitucional. O artigo 6 da Lei 13.021, publicada em 8 de agosto de 2014, prevê o seguinte: “Para o funcionamento das farmácias

de qualquer natureza, exigem-se a autorização e o licenciamento da autoridade competente cabível, além das seguintes condições: I – ter a presença de farmacêutico durante todo o horário de funcionamento.” Em que pese considerações sobre a Medida Provisória 653, de 2014, que visava apontar a exigência de farmacêutico responsável para farmácias e drogarias, no quadro de empresas de pequeno porte, e devidamente constituídas nesse quadrante, pode ter perdido a sua eficácia por não ter sido convertida em lei no prazo previsto no artigo 62 da Constituição Federal de 1988. Assim, o fato é que a Lei das Micro e Pequenas Empresas em si não abraça o direto sanitário, nem a regra constitucional e nem especialmente a regra constante

na lei atualmente em vigor (dado o vencimento já tratado prevalecer em vigor o artigo 6, da Lei 13.021/14). De fato, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em atendimento aos preceitos existentes na Carta Magna de 1988, estabelece um tratamento diferenciado para as empresas assim identificadas nos órgãos competentes (em consonância com o artigo 179 da Constituição Federal). Como conclusão, é o nosso entendimento que as farmácias e drogarias não devem prescindir de farmacêuticos responsáveis em todo o seu horário de atendimento, em que pese a sua condição empresarial. Pois, esse comportamento violaria a regra de 2014 e faria com que os estabelecimentos incorressem em violação legal, ficando sujeitos às penalidades previstas nas leis próprias.

GUIA DA FARMÁCIA

Inovando para o seu bem-estar.

Indústria Farmacêutica

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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