Edição 317 - Reajuste de Preço de Medicamentos é de 4,33%

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GUIA DA FARMÁCIA ANO XXVI • Nº317 ABRIL DE 2019

ATENDIMENTO O balconista é a primeira pessoa a ter contato com o cliente e, muitas vezes, responsável pela primeira impressão que se tem da farmácia

PONTO DE VENDA O autosserviço proporciona acessibilidade, transparência e economia, fatores de alta necessidade para o cliente

REAJUSTE NO PREÇO DE MEDICAMENTOS É DE 4,33% Correção anual entrou em vigor dia 1º de abril. Percentual é linear e poderá ser aplicado em 13 mil apresentações


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EDITORIAL

Novos preços O percentual anual de reajuste no preço de medicamentos está definido. O anúncio da tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) ficou estabelecido em 4,33% para 2019. Desde 2004, o preço dos medicamentos, no Brasil, é regulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), um órgão interministerial composto por quatro ministérios, entre eles o da Saúde, e que tem como secretaria-executiva a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O índice ficou acima da inflação de 2018, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano em 3,75%. De acordo com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), em 2018, a inflação de medicamentos foi de 1,63%, ficando bem abaixo do IPCA geral. Isso porque, segundo a entidade, a indústria farmacêutica manteve preços e não repassou o reajuste integral autorizado pelo governo, que foi de 2,43%, na média ponderada, em razão da forte

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo DIRETORA DE CONTEÚDO Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br) EDITOR DE ARTE Junior B. Santos COMERCIAL (EXECUTIVAS DE CONTAS) Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) e Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTE COMERCIAL Mariana Batista Pereira

IMAGEM: SHUTTERSTOCK

concorrência entre as empresas do setor. Ainda segundo o Sindusfarma, o reajuste anunciado pela CMED é linear, ou seja, válido para todos os produtos. O reajuste anual de preços fixado pelo governo pode ser aplicado em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos que estão disponíveis no varejo nacional. Porém, apesar de já estar em vigor, o reajuste não acarreta aumentos automáticos no varejo. Esse é o destaque da matéria de capa desta edição do Guia da Farmácia. Outro assunto bastante pertinente fica por conta da importância do autosserviço, que nasceu a partir de uma necessidade do shopper por conveniência e preço. O desafio é encontrar a solução perfeita com acessibilidade, transparência, agilidade e economia, explorando outros sentidos do consumidor, além da visão. Acompanhe essas e outras reportagens sobre o canal farma. Boa leitura!

O percentual anual de reajuste no preço de medicamentos está definido. O anúncio da tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) ficou estabelecido em 4,33% para 2019

Lígia Favoretto Diretora de Conteúdo

ASSINATURAS Morgana Rodrigues COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri FINANCEIRO Cláudia Simplício e Misleine Brito ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira ASSISTENTES DE MARKETING Leonardo Grecco e Noemy Rodrigues

COLABORADORES DA EDIÇÃO Textos Adriana Bruno, Carine Pessoas, Kathlen Ramos e Laura Martins Revisão Cristina Balerini Colunistas Clóvis A. Gil, Jiovanni Coelho, Pedro Dias e Silvia Osso IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes. O Guia da Farmácia é uma revista vendida e distribuida ao varejo farmacêutico, dirigida principalmente ao profissional farmacêutico, mas também aos demais profissionais de saúde: médicos, odontólogos, prescritores e dispensadores de medicamentos.

2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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SUMÁRIO #317 ABRIL 2019

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E MAIS

32 > DEBATE CAPA

O reajuste anual nos preços dos medicamentos está estabelecido em 4,33% para este ano. Índice ficou acima da inflação de 2018, que foi de 1,63%, ficando bem abaixo do IPCA geral, de 3,75%

06 > GUIA ON-LINE 08 > ENTREVISTA 14 > ANTENA LIGADA 22 > ATUALIZANDO 24 > GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE 50 > PONTO DE VENDA 54 > CANAL 74 > ESPECIAL MATERNIDADE

ESPECIAL SAÚDE 38

>

ATENDIMENTO

O balconista deve ser muito mais do que um vendedor. É preciso saber como atender bem o cliente, afinal de contas, muitas vezes um sorriso ou uma cara amarrada podem determinar a compra ou não da mercadoria

44 > ATUALIDADE Nem só atrás de um balcão vive um farmacêutico. Esse profissional pode atuar em dez grandes áreas, além de 135 especialidades, e está presente em vários setores

62 > EVENTO A Contento Comunicação se destaca durante a 15ª edição da Abradilan Conexão Farma com o Varejo em Foco, que apresenta ao público as mais novas tendências do mercado 4

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GRIPES E RESFRIADOS OLHO SECO

98 > MIX 102 > CATEGORIA 108 > ORAL CARE 112 > SORTIMENTO 116 > COMPORTAMENTO 120 > SEMPRE EM DIA

ARTIGOS 26 > VAREJO Silvia Osso 28 > GESTÃO Pedro Dias 30 > FINANCEIRO Jiovanni Coelho 60 > LOGÍSTICA Clóvis A. Gil IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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GUIA ON-LINE INFORMAÇÕES NA INTERNET

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CONTEÚDO NO PORTAL CARÊNCIA DE VITAMINA D

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), metade da população do mundo – 3,6 bilhões de pessoas – tem quantidades insuficientes de vitamina D. Só na América Latina, cerca de 67% das pessoas têm níveis inadequados. Sua deficiência pode causar diversos problemas ao organismo.

CFF PROÍBE REGISTRO DE DIPLOMAS DE CURSOS EaD

O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, deliberou pela proibição de inscrição e registro pelos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs) de alunos egressos de cursos de Farmácia integralmente realizados na modalidade de Ensino a Distância (EaD). Segundo o CFF, a expansão das autorizações para a realização de cursos de graduação com conteúdo na modalidade de EaD coloca em risco a qualidade da formação dos profissionais de saúde e, principalmente, coloca em risco a qualidade dos serviços ofertados à sociedade.

O QUE ROLA NAS REDES SOCIAIS Farmacêutico é o profissional mais contratado do País em 2018 A profissão de farmacêutico ocupou a terceira posição no ranking das áreas que mais contrataram com carteira assinada em 2018, entre as carreiras de nível superior. O levantamento foi realizado pelo site Quero Bolsa, a pedido da revista Veja. Com 38.607 novas admissões formais, a profissão superou as carreiras de médico clínico (11.884), nutricionista (10.312) e fisioterapeuta (10.040).

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O medicamento homeopático nas farmácias Fruto de muitas discussões, a homeopatia é um conceito de tratamento que tem como base a administração de doses mínimas de um medicamento para evitar intoxicação e fazer com que a reação a ele seja orgânica.

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ENTREVISTA-FEBRAFAR

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IMAGENS: DIVULGAÇÃO


União de resultados FEBRAFAR E FARMARCAS, SIMILARES, MAS DIFERENTES. AMBAS FAZENDO USO DE FERRAMENTAS DE GESTÃO EXCLUSIVAS GANHAM ESPAÇO E CRESCEM MUITO ACIMA DA MÉDIA DE MERCADO POR LÍGIA FAVORETTO

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Em um primeiro momento a união de empresas de um mesmo ramo de atuação pode parecer sem lógica, pois essas deveriam ser concorrentes. Mas o modelo associativista que vem sendo desenvolvido pela Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) está mostrando uma outra realidade, na qual a união faz com que se tornem mais competitivas e cresçam em conjunto. A comprovação do sucesso do modelo é facilmente constatada, bastando observar os números relacionados ao mercado farmacêutico. Resultados positivos foram consolidados também pela Farmarcas, quem tem faturamento de R$ 2 bilhões. O presidente da Febrafar, Edison Tamascia, concedeu uma entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia e revela detalhes peculiares de cada um desses formatos de negócios.

Guia da Farmácia • Os resultados da Febrafar e da Farmarcas mostram crescimento de 50% acima da média do mercado, mesmo em um período de transição de governo e crise econômica em vias de recuperação. A que se deve tamanho desempenho? Edison Tamascia • Na verdade, o segmento farmacêutico passou do lado da crise; ele não está e nunca esteve na crise. As projeções da IQVIA e do Close-Up mostram isso. Enquanto o mercado cresce cerca de 13%, a Febrafar cresce 50% acima disso, e existe um motivo bem claro para esses resultados. Nós estamos presentes em mais de 2.700 municípios, ou seja, estamos no Brasil todo, principalmente no interior. E é justamente por termos um desempenho maior nessas regiões que o nosso crescimento acontece. Temos uma leitura e uma capacidade de capturar com mais ênfase o mercado que está crescendo e temos sido 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA-FEBRAFAR

bastante assertivos na estratégia. Nosso cartão fidelidade hoje é uma ferramenta muito importante. A melhoria na gestão das lojas acabou sendo mais competitiva em preços, o que tem sido importante, além da layoutização e do posicionamento correto de nossas unidades. Guia • Estar nas cidades do interior é uma estratégia de negócios definida? Vocês evitam abrir lojas nos grandes centros comerciais? Tamascia • É algo que acontece de forma natural. Não é que a gente evita os grandes centros, pelo contrário. Os grandes centros são sempre mais concorridos, então o custo de abertura é maior. Na capital paulista, por exemplo, devo ter umas 50, 60 farmácias. Isso é nada perto do tamanho que a gente poderia ser. Guia • Vocês notam uma mudança no perfil do consumidor do interior para os grandes centros? Tamascia • Quanto menor a cidade, mais pessoal é o relacionamento. Há a compra fiada, o farmacêutico conhece o cliente por nome, sabe de sua condição econômica. Existe essa aproximação dentro das nossas lojas. Guia • E isso é positivo? Tamascia • É positivo, isso ajuda bastante. É o que a gente chama de farmácia assistencialista, aquela pessoa da farmácia que sabe tudo, que ajuda em tudo praticamente. Guia • As ferramentas exclusivas da Febrafar sempre são evidenciadas por toda a equipe. Elas são de fato o que mantêm os associados em linha com as metas estipuladas? Tamascia • O que acontece com as ferramentas da Febrafar? Se a gente olha a nossa estrutura, temos uma ferramenta para cada coisa. O PEC (Programa de Estratégias Competitivas) ajuda a vender mais; o SIC (Sistema Integrado de Compras) ajuda a comprar melhor. A gente tem o PAE (Painel de Aferição de Indicadores), que ajuda a fazer uma gestão com mais eficiência. E, por fim, temos os sistemas que fazem a integração das informações de mercado, nos ajudando a tomar decisões assertivas. Então, as ferramentas atuam na profissionalização, nos ajudam a capturar melhor as oportunidades oferecidas pelo espaço. 10

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Guia • Temos hoje novas categorias entrando, principalmente na gama de não medicamentos. Hoje, as associativistas conseguem absorver tudo o que a indústria está oferecendo? Tamascia • Não, não conseguimos ainda. Talvez essa seja a nossa maior deficiência e onde temos mais para crescer. Qual é o grande desafio dos não medicamentos? É a distribuição e o tamanho da visibilidade que a indústria dá para o mercado de independentes. Ela vai muito para as grandes redes e muito no canal alimentar e tem pouca visibilidade, pouco trabalho sendo feito no nosso mercado, no nosso negócio. Por consequência natural dessa situação, acabamos tendo uma participação menor. Guia • Falando um pouco de Farmarcas, trata-se de um novo negócio dentro da Febrafar? Tamascia • Não necessariamente. O conceito é o mesmo. Uma associação que faz gestão de um grupo de farmácias independentes. A diferença da Farmarcas é que ela tem por trás um nível de profissionalismo maior do que a gente tem no mercado em geral. A Farmarcas tem sido muito assertiva tanto na política adotada quanto na gestão. Temos um nível de seleção muito forte de empresários com características empreendedoras e isso ajuda muito a trazer para dentro do grupo pessoas que realmente querem crescer. E, por fim, acho que tão importante quanto, o fato de termos atuação nacional nos permite ter um crescimento exponencial em número de lojas e em volume. Nós não damos a opção ao associado de usar ou não nossas ferramentas, ele é obrigado. A partir do momento que ele foi para o grupo, ele se compromete com a totalidade das ferramentas que nós temos. Isso traz um nível de profissionalização maior e, por consequência, um resultado maior. Guia • Qual a expectativa de abertura de lojas Farmarcas para 2019? Tamascia • Nós temos um projeto de chegar até o final do ano em 1.100 lojas, obtendo R$ 3 milhões em faturamento, com crescimento de cerca de 45%. Não tenho dúvida nenhuma de que nós vamos conseguir. Guia • O percentual de crescimento de lojas maduras é de quanto?


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ENTREVISTA-FEBRAFAR

Tamascia • Crescemos 17% em 2018. As lojas melhoraram muito em termos de layout, tamanho de loja, mix de produtos, o que nos possibilita esse resultado. Guia • A Farmarcas se posiciona como uma loja de preço baixo? O consumidor a reconhece dessa forma? Tamascia • Temos lojas com posicionamento de preço baixo, que são: Ultra Popular, Maxi Popular e Super Popular. Elas têm um posicionamento estratégico mais voltado para preço, lembrando que nós estamos falando de uma farmácia com um mix completo, ela não trabalha, necessariamente, só com medicamentos genéricos e similares. E temos as marcas que nós chamamos de convencionais: Entrefarma, Bigfort, Farma 100, AC Farma, Mega Pharma e Drogarias Maestra, que são voltadas para serviço. Então, de acordo com o perfil do público-alvo da região, podemos sugerir uma loja no modelo tradicional ou popular, depende do local e da própria característica do empresário. Guia • Você disse que o mercado vai se comportar parecido com o que foi 2018. Por que poucas mudanças? Tamascia • Eu não vejo muita diferença, pelo menos eu não consigo enxergar nada de excepcional. O que me parece é que vai haver algumas reformas ao longo do tempo. Existe, por parte da população, dos empresários, de todo mundo, uma esperança de que a economia melhore bastante. Eu acredito que vá melhorar, mas não acredito que isso tenha um impacto no curto prazo. Acredito que a gente deve crescer no mesmo percentual. Guia • No setor farmacêutico, em específico, você acredita que tenha algum grande desafio a ser superado este ano? Tamascia • Desafio comercial, de verdade, acho que não. Acho que a gente tem desafios pela frente, alguns no curto prazo e outros em médio prazo, mais na questão regulatória, que é a viabilidade de medicamentos. Tem a logística reversa, que já está sendo cobrada das entidades, mas ainda falta um caminho enorme para percorrer. Hoje, temos muitos problemas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com falta de estrutura, de gente. A licença de funcionamento da Anvisa, por exemplo, está demorando seis meses para sair. Então, no sentido regulatório, 12

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a gente tem bastante desafio. Acho, de verdade, que tem muita conversa sobre mudanças no comportamento do consumidor que não chegou e nem vai chegar no curto prazo ao nosso negócio, como o tal do digital, que todo mundo fala e da, da Atenção Farmacêutica como fator principal de atratividade, mas não vejo nosso negócio com essas características. Guia • Por que você não acredita no digital? Tamascia • É mais fácil você falar o que todo mundo está falando. Ninguém vai discutir que todo mundo usa o digital, mas depende para qual setor que nós estamos falando. No canal farma você tem excesso de oferta de estabelecimento físico ao seu lado. Não faz sentido você comprar nada pela internet. Se você descer aqui, tem três farmácias nesse prédio. Onde você mora, em 200 metros, tem duas farmácias no mínimo. Quando você sai do escritório até em casa, você passa por cinco ou seis farmácias. Então, quando você tem excesso de ofertas, você tem uma diminuição do e-commerce. Você usa o e-commerce para o que você pode esperar dez dias para chegar à sua casa. Não faz nenhum sentido comprar medicamento, esperar uma semana e pagar R$ 10 de frete, sendo que você tem a farmácia do seu lado. É muito bonito, mas não funciona.


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ANTENA LIGADA

ENTRE FUSÕES E AQUISIÇÕES O CANAL FARMA SEGUE MOVIMENTADO. NOS ÚLTIMOS MESES, GIGANTES DA INDÚSTRIA INVESTIRAM BILHÕES EM COMPRAS E PARCERIAS PROMISSORAS POR CARINE PESSOAS

RAIA DROGASIL ADQUIRE A ONOFRE

A Raia Drogasil (RD) adquiriu a Drogaria Onofre no último mês. Com R$ 479,4 milhões de receita bruta em 2018 e um total de 50 lojas, sendo 47 no Estado de São Paulo (SP), duas no Rio de Janeiro (RJ) e uma em Minas Gerais (MG), a Onofre, atualmente controlada pela CVS Health Corporation, é uma das empresas mais reconhecidas do varejo farmacêutico brasileiro e uma das referências nacionais em e-commerce. De acordo com comunicado da CEO da Onofre, Elizangela Kioko, a rede está confiante de que a expertise digital da empresa, combinando serviços on-line e delivery, somadas à escala, capilaridade no varejo físico, experiência e inovação da RD, irão aumentar a densidade de entregas, expandindo a atuação do programa Onofre em Casa (e-commerce da rede), a fim de entregar uma proposta de valor única aos clientes e parceiros estratégicos. • www.rd.com.br • www.onofre.com.br • https://cvshealth.com 14

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ENCONTRO DE FARMACÊUTICOS

A 13ª edição do Encontro Paulista de Farmacêuticos, promovido pelo Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), reuniu, no dia 18 de janeiro último, em São Paulo (SP), mais de 450 farmacêuticos para debater como empreender de maneira competitiva na era da tecnologia. Cinco palestrantes mostraram o quanto é fundamental o profissional estar inserido nesse novo cenário de inovações que diferenciam e dão segurança aos serviços prestados. Os temas abordados foram: empreendendo de forma competitiva na era da tecnologia, saúde 4.0, uso seguro de medicamentos, jornada do consumidor e prescrição eletrônica. • www.crfsp.org.br IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


PARCERIA DE SUCESSO

A farmacêutica Sanofi acaba de firmar uma parceria com o inovabra habitat, espaço de coinovação do Bradesco. A adesão acontece em um cenário no qual o ecossistema de startups está reconstruindo e desafiando de forma radical o setor empresarial brasileiro. O segmento de saúde também está inserido neste cenário e a Sanofi, uma das maiores farmacêuticas do mundo, está apostando nessa tendência. O objetivo do acordo, assinado no fim de 2018, é participar do ecossistema do espaço, colaborando com o desenvolvimento de startups e tendo acesso à geração de negócios no setor da inovação. “Essa parceria é mais um importante passo da Sanofi em busca de inovação, um dos principais pilares estratégicos da companhia no Brasil e no mundo”, afirma o head de Digital da Sanofi na América Latina, Marcelo Nadruz. • www.sanofi.com.br • https://banco.bradesco/html

VENDA SUSPENSA

NOVA UNIDADE

Aracaju (SE) acaba de receber uma nova unidade da rede Pague Menos, localizada no bairro de São Conrado, que conta com serviços exclusivos como o Clinic Farma, programa que dispõe de salas dentro das farmácias para a prestação individual de serviços e atenção farmacêutica. Nos últimos 18 meses, a rede inaugurou quatro lojas em Sergipe, o que representa um crescimento da rede na região de 12,9%. “A Pague Menos já é reconhecida por investir na região Nordeste e segue trabalhando para ficar cada dia mais perto das pessoas”, afirma a vice-presidente comercial da Pague Menos, Patriciana Rodrigues. • www.paguemenos.com.br

A venda da rede de drogarias Farmais foi suspensa em fevereiro último pela Justiça. A operação de venda faz parte do processo de recuperação judicial da BR Pharma, controladora da rede. Os leilões de venda da Farmais, que seriam realizados, foram suspensos. O plano de recuperação judicial da BR Pharma, homologado judicialmente em 27 de novembro de 2018, previa a venda da controlada. O anúncio dos leilões da Farmais tinha sido feito no último dia 14 de fevereiro. A empresa tentou leiloar a rede de drogarias já no dia 24 de janeiro, sem sucesso. A decisão foi da 1ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. O Tribunal concedeu efeito suspensivo ao agravo interposto contra a homologação do plano de recuperação judicial. • https://farmais.com.br

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ANTENA LIGADA

PROGRAMA P&G DE DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORAS

A P&G, uma das maiores empresas de bens de consumo do mundo, em parceria com a organização não governamental WEConnect International, realiza, entre 12 de março e 7 de maio de 2019, o Programa P&G de Desenvolvimento de Fornecedoras, voltado para o fortalecimento de empresas pertencentes a mulheres no Brasil. O objetivo é facilitar o acesso de empresas pertencentes e lideradas por mulheres às grandes cadeias de suprimentos globais por meio do aperfeiçoamento de seus modelos de gestão empresarial. “O público feminino representa cerca de 85% do poder de compra em todo o mundo, porém menos de 1% dos gastos das multinacionais em compras são destinados a empresas lideradas por mulheres. Como uma companhia que tem o compromisso com a diversidade e inclusão, queremos mudar esse cenário e investir nessas pequenas e médias empreendedoras para que tenham as habilidades necessárias para expandir seus negócios”, afirma a presidente da P&G Brasil, Juliana Azevedo. • https://br.pg.com/pt-BR

CONQUISTA DA NATULAB

A Natulab conquistou os direitos sobre a marca Floratil, regulador intestinal com base em probióticos. Produzido pela francesa Biocodex, o produto está licenciado para comercialização em 27 países da América e da Europa. No Brasil, Floratil passou a ser comercializado pela Natulab em março último. Com investimentos de R$ 30 milhões, a expectativa da companhia é de que o produto agregue cerca de 25% já no faturamento de 2019. • www.natulab.com.br • www.biocodex.com • www.floratil.com.br

BAYER EM ALTA

As vendas do grupo Bayer aumentaram em 4,5%, atingindo 39,586 bilhões de euros. Em uma base informada, as vendas subiram 13,1%. O EBITDA antes de itens especiais subiu 2,8%, para 9,547 bilhões de euros, embora os efeitos cambiais negativos tenham diminuído os lucros dos negócios da Bayer antes da aquisição em 457 milhões de euros. O lucro líquido diminuiu 76,9%, para 1,695 bilhão de euros, devido em parte ao valor do ano anterior, incluindo um ganho em conexão com a desconsolidação da Covestro. O lucro básico por ação das operações continuadas ficou acima das expectativas, em 5,94 euros (menos 10,5%). • www.bayer.com.br 18

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NOVO POSICIONAMENTO

Em um momento em que a longevidade e a qualidade de vida estão no centro das discussões sobre saúde, no ano em que comemora 55 anos de história a EMS anuncia a renovação do posicionamento de marca e da nova linguagem verbal e visual. A intenção é se comunicar de uma maneira mais simples e se fazendo entender mesmo ao tratar de assuntos mais complexos, gerando engajamento e maior conexão com todos os públicos de relacionamento. “A linguagem verbal está mais sucinta, simples, consistente e conectiva”, diz a gerente de marketing institucional da EMS, Josemara Tsuruoka. • www.ems.com.br

FREESTYLE® LIBRELINK

A Abbott anuncia o lançamento do aplicativo FreeStyle® LibreLink nos sistemas Android e iOS (para versões a partir do iOS 11 para iPhone 7 e Android 5.0 e que tenham habilitada a funcionalidade NFC - Near-Field Communication). A inovação permite que os usuários da tecnologia monitorem seus níveis de glicose diretamente de seus smartphones, além de poderem compartilhar os dados obtidos pela tecnologia com seus médicos, cuidadores e profissionais de saúde no País. Basta o usuário aproximar o smartphone do seu sensor de FreeStyle® Libre para registrar e visualizar os níveis de glicose em tempo real, avaliar o histórico de glicose das últimas oito horas, além de ver uma seta que indica a tendência da glicose, auxiliando a tomada de decisão pelo usuário. • www.abbottbrasil.com.br

VINTE ANOS DE GENÉRICOS

A Lei 9.787/1999, que instituiu os medicamentos genéricos no Brasil, completou 20 anos de existência no último dia 10 de fevereiro. Nestas duas décadas, esses medicamentos mudaram radicalmente o panorama da indústria farmacêutica e se consolidaram como eixo central da ampliação do consumo de medicamentos no País. Nesses 20 anos, os genéricos proporcionaram uma economia de mais de R$ 127 bilhões em gastos com medicamentos para os consumidores brasileiros. O valor, entretanto, é potencialmente maior, já que este indicador não captura os reais descontos praticados pela indústria, em média muito maiores do que o estipulado na legislação. “O binômio preço e qualidade que os genéricos representam foi fundamental para a ampliação do acesso a medicamentos no País”, diz a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles. Acompanhe, na próxima edição, o Especial Genéricos. • www.progenericos.org.br 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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ATUALIZANDO

MAIS COMODIDADE OS LABORATÓRIOS TÊM INVESTIDO EM ITENS PRÁTICOS PARA CONTROLE E MANUTENÇÃO DA SAÚDE, PENSANDO NO CONFORTO E BEM-ESTAR DE SEUS PACIENTES POR CARINE PESSOAS

SAYANA® PFIZER

Primeiro anticoncepcional com sistema de autoaplicação trimestral aprovado no Brasil, Sayana® (acetato de medroxiprogesterona) acaba de chegar ao mercado nacional. Comercializado pela Pfizer, o produto apresenta uma opção mais cômoda e prática de contracepção para a mulher moderna, além de ser indicado para o tratamento da dor relacionada à endometriose. De baixa dosagem, também pode ser utilizado por mulheres que estão amamentando e por aquelas consideradas pacientes de risco para o uso de contraceptivos combinados, produtos que apresentam o hormônio estrogênio em sua composição. O medicamento deve ser ministrado em uma única aplicação, a cada três meses. MS 121100439 • www.pfizer.com.br

CLORIDRATO DE TERBINAFINA TEUTO

O Laboratório Teuto lança para o mercado um novo genérico. O cloridrato de terbinafina é um antifúngico indicado para o tratamento de onicomicoses e infecções cutâneas, não sendo indicado para pitiríase como sua forma tópica. O novo medicamento está disponível na apresentação de 28 comprimidos na dosagem de 250 mg. Ele não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. MS 1.0370.0707.003-3 • www.teuto.com.br

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ALETAM ABBOTT

O desgaste articular aumenta conforme o envelhecimento, sendo mais frequente na população com mais de 60 anos de idade. Com o objetivo de proporcionar mais qualidade de vida aos consumidores em todas as etapas de suas vidas, a Abbott lança, no Brasil, Aletam, novo suplemento de colágeno para a saúde articular. O produto utiliza a tecnologia de fabricação B2Cool, que preserva a estrutura do colágeno em sua forma original e evita que ele seja quebrado durante o processo de produção. Além disso, possui uma pequena cápsula de gel, tornando-o mais fácil e confortável de engolir. Disponível em embalagem com 30 cápsulas gelatinosas. MS 6.7198.0070 • www.abbottbrasil.com.br

GANFORT®UD ALLERGAN

Entre os principais desafios dos médicos oftalmologistas para conter a evolução do glaucoma está a aderência ao tratamento medicamentoso, que agora ganha mais um aliado com o lançamento do colírio Ganfort®UD, da farmacêutica Allergan. O medicamento se destaca ao combinar duas substâncias que agem simultaneamente na redução da PIO (pressão intraocular) aumentada nos olhos, em uma composição que apresenta o benefício de ser sem conservante. É indicado para pacientes portadores de glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular que não responderam suficientemente ao tratamento tópico com betabloqueadores ou análogos da prostaglandina. MS 1.0147.0171 • www.allergan.com.br

XYLITOL

SCHRAIBER

O xilitol é um adoçante natural extraído a partir de fibras de algumas plantas, como ameixa e milho. A grande vantagem do produto é que seu índice glicêmico é baixo, podendo ser consumido por diabéticos. Pensando neste público, a Schraiber investiu conhecimento e tecnologia para produzir o Xylitol. O produto pode ser utilizado para adoçar bebidas e preparar doces em substituição ao açúcar. O item é vegano, não contendo nenhum ingrediente animal, assim como não aplica testes em animais. MS Produto isento de registro conforme RDC 27/10 • https://schraiberhomeopatia.com.br

HIPODERME® COSMÉTICO TEUTO

Hipoderme® Cosmético é o mais novo lançamento do Laboratório Teuto, para somar com a família Hipoderme®, de prevenção contra assaduras. O item também auxilia a hidratação e maciez da pele do bebê, aumentando o conforto a cada troca de fraldas, devendo ser exclusivo o uso externo. O produto está disponível na apresentação de 45 g. Não deve ser indicado para casos onde a pele já está irritada ou ferida. Número de processo 25351.563116/2018-33 • www.teuto.com.br 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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QUEM TEM PRESSÃO ALTA PODE TOMAR IBUPROFENO? SE NÃO, QUAL O MELHOR MEDICAMENTO PARA ALIVIAR AS DORES NOS OSSOS? PERGUNTA ENVIADA POR SAMIA PONTES CLEMENTE – FORTALEZA (CE)

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O ibuprofeno é um fármaco anti-inflamatório não esteroide (AINE) indicado para o alívio temporário da febre e de dores de intensidade leve a moderada como cefaleia, lombalgia, gripes e resfriados comuns, dor de dente, dores musculares, dismenorreia e artrite, segundo descrito em bula. Saliente-se que o ibuprofeno é derivado do ácido fenilpropiônico e sua ação é atribuída à inibição da cicloxigenase e, consequentemente, da síntese de prostaglandinas. Para a sua utilização deve se levar em conta a relação risco-benefício antes do início de seu uso em indivíduos nas seguintes condições: história de doença ulcerosa péptica, sangramento ou perfuração gastrintestinal, disfunção renal, cirrose, asma ou outras afecções alérgicas, hipertensão ou cardiopatia agravada por retenção hídrica e edema, disfun-

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ção hepática, história de distúrbios da coagulação ou lúpus eritematoso sistêmico, ou que estejam utilizando outros AINEs. A utilização desse fármaco por idosos requer cautela e atenção especial. Dentre as cardiopatias, a hipertensão é doença com alta prevalência em nossa população e que apresenta relação direta com a idade, de modo que sua prevalência é superior a 60% em indivíduos acima de 65 anos de idade. Os fármacos utilizados para o controle da hipertensão devem reduzir os níveis tensionais e também as taxas de eventos mórbidos cardiovasculares fatais e não fatais. São várias as classes de anti-hipertensivos disponibilizados para o tratamento: diuréticos, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos, inibidores da enzima conversora da angiotensina, antago-

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MARIA APARECIDA NICOLETTI

Farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP)

nistas dos canais de cálcio e antagonistas do receptor da angiotensina II. A questão da interação medicamentosa é uma preocupação constante, considerando que o alto consumo de medicamentos anti-hipertensivos e anti-inflamatórios pode provocar interações medicamentosas, quando usados concomitantemente. Tanto os medicamentos anti-hipertensivos como os medicamentos anti-inflamatórios são muito utilizados pela população em razão da prática de automedicação. Quando se trata de paciente idoso a atenção deverá ser intensificada, pois há potencialidade de decréscimo de função renal ou hepática, retardo do metabolismo, fatores predisponentes para interações medicamentosas e agravamento de eventos adversos. Cada paciente tem características próprias e deve ser tratado e acompanhado individualmente con-

siderando sua condição clínica e, concomitantemente, as doenças associadas e a capacidade da terapia proposta em influenciar a morbidade e mortalidade cardiovasculares. A leitora não especificou qual fármaco anti-hipertensivo utiliza. Deve ser salientado, também, que a prevalência da hipertensão arterial primária aumenta com a idade e, portanto, é observado aumento em enfermidades reumáticas, desencadeando, assim, o consumo concomitante de anti-inflamatórios. Considerando que o principal mecanismo dos anti-inflamatórios não esteroides é a inibição de prostaglandinas, estes poderão levar a várias alterações na função renal e, também, afetar o controle da pressão arterial em casos clínicos onde há redução da perfusão renal, como ocorre em doenças cardiovasculares, na desidratação e nos rins de idosos.

2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

Uma nova era no varejo

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D

A ATUALIDADE PRESSUPÕE UMA COMBINAÇÃO DE TECNOLOGIA COM GENTE E ABRE UMA SÉRIE DE REFLEXÕES SOBRE O FUTURO DO TRABALHO, DA VIDA EM SOCIEDADE E DESSA INTEGRAÇÃO

SILVIA OSSO Palestrante e consultora de empresas. Especialista em varejo e autora dos livros destinados ao varejo e serviços denominados ATENDER BEM DÁ LUCRO; ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM FARMÁCIA, PROGRAMA PRÁTICO DE MARKETING EM FARMÁCIAS; LIDERANÇA PARA TODOS; PÍLULAS DE GESTÃO. Para adquirir os livros, acesse: www.lojacontento.com.br E-mail siosso@uol.com.br 26

Guia317.indb 26

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

Duas grandes forças vêm atuando paralelamente no varejo mundial e no Brasil também, ainda em menor escala. De um lado, temos a digitalização e a automação avançando em todos os aspectos, e, de outro, a crescente exigência pelos chamados soft skills (aptidões, capacidades que podem ser desenvolvidas, intrínsecas a cada ser humano) resgatando características que nos tornam mais flexíveis, e humanos, como a capacidade de se comunicar de maneira eficaz e empática, a criatividade, a cooperação e, principalmente, a consciência coletiva. Há uma força muito grande buscando a tecnologia e outra de igual tamanho pressionando pela humanização e pela convivência integrada. No varejo, já percebemos esta mudança. Atender um cliente hoje vai infinitamente além de ser simpático, atento, gentil e vender no final. A compra ou venda de produtos está ficando para trás. Os clientes estão buscando experiência, engajamento, informação, curadoria, aconselhamento. Agilidade, compra sem atrito e comodidade ficam a cargo da tecnologia, do mobile, do e-commerce e da jornada integrada de canais e mídias. A troca, a inteligência da informação, as vantagens da aquisição e a razão da compra ficam no contato humano: com consultores de venda, com os amigos, nas recomendações e “curtidas”, no alinhamento com os propósitos da empresa. No final, o cliente quer experimentar aquilo que seja positivo, consuma menor tempo possível e entregue o valor que ele busca.

Há uma simbiose entre o uso da tecnologia e a experiência promovida pelas pessoas e o contato humano. E esta mistura precisa entregar uma sensação final positiva em todos os segmentos. Na maior parte das palestras da NRF Retail’s Big Show 2019 houve uma explosão das diversas formas do uso da tecnologia, mas com alerta frequente sobre a necessidade da humanização combinada. A tecnologia e seu uso não são o motivo principal de sua aplicação. A razão está no atendimento das necessidades dos clientes e na promoção da experiência. O show, o encantamento e o engajamento ficam a cargo da inovação no visual das lojas, nos detalhes e, principalmente, em como as pessoas se sentem vivendo aquele momento. Por esta razão, o profissional que vai atuar no varejo, nos próximos anos, deverá ter em seu currículo outros tipos de habilidades, principalmente ligadas às sociais e de comunicação. E os soft skills serão mais difíceis de encontrar do que parece. As empresas precisarão de pessoas que gostem de pessoas. Habilidades técnicas e de produtos serão mais facilmente ensinadas e treinadas ou substituídas por processos tecnológicos. Já as habilidades humanas, da personalidade de cada um, continuarão sendo bastante complicadas de automatizar, ao que parece. O novo varejo pressupõe uma combinação de tecnologia com gente e abre uma série de reflexões sobre o futuro do trabalho, da vida em sociedade e da integração dos 3 C’s: comunidade, cliente e colaborador. IMAGEM: DIVULGAÇÃO

29/03/19 14:26


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GESTÃO

Gerente de farmácia: a sua farmácia é “VUCA” ou uma “MUVUCA”?

A

CHEGOU A HORA DE BUSCAR O DESENVOLVIMENTO CONTÍNUO DE COMPETÊNCIAS TÉCNICAS E EMOCIONAIS COMO RESILIÊNCIA, CORAGEM, FLEXIBILIDADE E ATITUDE

PEDRO DIAS Consultor de empresas, palestrante, autor do livro “Pílulas de Gestão”, atua na área de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas em todo Brasil. Diretor do Instituto Pedro Dias – consultoria empresarial e coaching. E-mail: pedro@ institutopedrodias.com.br 28

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

As farmácias e todos os seus colaboradores estão vivendo o momento do mundo VUCA. Para você que não sabe o que significa, VUCA é um acrônimo para descrever as quatro características do momento atual: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, onde: Volatilidade: com a alta demanda de mudanças e a velocidade com que elas têm ocorrido, torna-se mais complexo prever cenários futuros, como era feito no passado recente. Nesse momento, acredita-se ser mais fácil preparar seus gerentes de farmácia para aceitar essas novas mudanças e colocá-las em prática o mais rápido possível do que perder horas e horas em planejamentos altamente complexos que, por vezes, não têm aplicabilidade dentro da farmácia. Vivemos em um mundo fluido, líquido, onde nada é permanente. Prepare seu time para mudanças! Incerteza: está cada vez mais difícil prever cenários futuros apenas com os dados do passado. Estamos vivendo o período das dúvidas, das indecisões e das imprecisões. Chegou o momento no qual cada vez mais o gerente de farmácia precisa olhar para o seu time, entender suas necessidades, entender as necessidades da empresa e entender o seu mercado. Complexidade: nesse setor altamente competitivo é difícil compreender o resultado das inúmeras variáveis de uma determinada situação, fica confuso interpretar se estamos diante de um desafio ou de um problema. Não existe uma única resposta, mas inúmeras alternativas de resposta para a situação em discussão. Isso

mostra que existem fatores internos e externos que podem impactar a sua farmácia e que muitas vezes eles estão fora do controle do gerente. Ambiguidade: como podemos ter diversas respostas para a mesma situação, isso pode provocar uma visão míope sobre a origem dos problemas, o que pode levar a uma falta de clareza sobre o que acontece na farmácia e no mercado farmacêutico, além de poder gerar interpretações desconectadas com a realidade. A resposta para detectar problemas não é mais “é isso ou aquilo”, e sim “pode ser isso, aquilo, aquilo outro, mas também x, y ou z”. Todo esse cenário complexo tem alterado os processos, as estratégias e as pessoas do mercado farmacêutico e impactado a postura e o posicionamento do gerente de farmácia. Com isso, o mercado está exigindo que esse colaborador tenha que desenvolver novas competências para aumentar sua performance, ou até mesmo para não a deixar cair e fazer com que a farmácia perca participação de mercado para seus concorrentes. Por isso chegou a hora de o gerente de farmácia buscar desenvolvimento contínuo das suas competências técnicas e também de suas competências emocionais como resiliência, coragem, flexibilidade e atitude, para conseguir todos os seus resultados do mundo VUCA. Caso contrário, ele terá uma baixa performance, baixo engajamento e tornará sua farmácia uma “MUVUCA = bagunça”. Sucesso para você! IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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FINANCEIRO

Por favor, não forme preço de venda com markup!

V

MUITAS VEZES, OS RESULTADOS DA FARMÁCIA NÃO CORRESPONDEM ÀS EXPECTATIVAS POR CONTA DE DETALHES SIMPLES ESQUECIDOS OU MAL TRABALHADOS. EXPERIMENTE USAR A MARGEM

JIOVANNI COELHO Consultor e instrutor em Pricing
da SimTax 30

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

Você compra e precifica todos os seus produtos buscando ter lucratividade, certo? Porém quando vai fechar o mês, parece que não sobrou o que tinha planejado? É uma sensação frustrante, não é? Não se preocupe. Esta história não precisa acabar assim. Neste artigo vou explicar os modelos de markup e margem e ajudá-lo a entender onde pode estar o erro. Formação de preço de venda por markup Vamos imaginar o seguinte cenário: Custo: R$ 10,00 Markup: 30% Agora vamos calcular o multiplicador: (1 x 0,3) = 1,30 Multiplicador: 1,30 Para formar o preço de venda, multiplicamos o custo x multiplicador. Preço de venda: R$ 10,00 x 1,30 Preço de venda: R$ 13,00 Apurando o resultado Preço de venda: R$ 13,00 Custo: R$ 10,00 Lucro bruto: R$ 3,00 Markup: lucro bruto/custo Markup: R$ 3,00/R$ 10,00 = 30% O markup é o ganho pelo custo, ou seja, você teve um ganho de 30% sobre o seu custo de R$ 10,00. Porém se dividirmos o seu lucro de R$ 3,00 pelo valor de sua venda de R$ 13,00, o seu ganho sobre a venda foi efetivamente de 23,07%. Formação de preço de venda por markup Você pode ter grande experiência em seu negócio e estar até aplicando o método de markup, mas o convido a entender o conceito de margem. A principal diferença deste método é que ele garante o ganho sobre a venda, o que deixa a lucratividade mais clara. Porém a pergunta é:

por que todas empresas não aplicam este método, já que ele garante a lucratividade sobre a venda? Por três motivos principais: 1. Nunca ouviram uma explicação clara sobre este método; 2. Por ele usar uma fórmula, torna-se um pouco mais complexo; 3. Toda mudança gera desconforto. Vamos entender na prática como formar preço de venda utilizando margem Custo: R$ 10,00 Margem: 30% Preço de venda = custo/(1 – margem %) Preço de venda = R$ 10,00/(1 – 30%) Preço de venda = R$ 10,00/(1 – 0,30) Preço de venda = R$ 10,00/(0,70) Preço de venda = R$ 14,28 Apurando o resultado Preço de venda: R$ 14,28 Custo: R$ 10,00 Lucro bruto: R$ 4,28 Margem: lucro bruto/preço de venda Margem: R$ 4,28/R$ 14,28 = 30% A margem estabelece o ganho pela venda, ou seja, você teve um ganho de 30% sobre os R$ 14,28. Agora reflita sobre os dois modelos e entenda a diferença principal entre os mesmos. Se eu pudesse te dar uma dica de formação de preço de venda agora, seria: pare de usar markup e comece a usar margem. Com a margem é possível ter a lucratividade do negócio de forma clara, evitar problemas e erros de comunicação, ter tranquilidade na hora de dar desconto e comissão, pois tudo está na mesma base, ou seja, no preço de venda. Mude o modelo de lucratividade, seja mais profissional e saiba exatamente qual é o seu lucro sobre a sua venda. Você é capaz de muito mais do que imagina, acredite! Acesse o Portal Guia da Farmácia: www.guiadafarmacia.com.br e simule seus cálculos. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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DEBATE

Reajuste nos preços de medicamentos está definido A CORREÇÃO ANUAL NOS PREÇOS DE MEDICAMENTOS ENTROU EM VIGOR NO DIA PRIMEIRO DE ABRIL. ÍNDICE DE 4,33% PODERÁ SER APLICADO EM CERCA DE 13 MIL APRESENTAÇÕES DISPONÍVEIS

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POR ADRIANA BRUNO

O reajuste anual da tabela de Preços Máximos ao Consumidor (PMC) ficou estabelecido em 4,33%, para 2019. Desde 2004, o preço dos medicamentos, no Brasil, é regulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), um órgão interministerial composto por quatro ministérios, entre eles o da Saúde, e que tem como secretaria-executiva a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O índice ficou acima da inflação de 2018, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou o ano em 3,75%. De acordo

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GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

com o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), em 2018, a inflação de medicamentos foi de 1,63%, ficando bem abaixo do IPCA geral, de 3,75%. Isso porque, segundo a entidade, a indústria farmacêutica manteve preços e não repassou o reajuste integral autorizado pelo governo, que foi de 2,43%, na média ponderada, em razão da forte concorrência entre as empresas do setor. Ainda segundo o Sindusfarma, o reajuste anunciado pela CMED é linear, ou seja, válido para todos os produtos. O reajuste anual de preços fixado pelo governo pode ser aplicado em cerca de 13 mil apresentações de medicamentos que estão disponíveis no varejo nacional. PoIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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DEBATE

CONHEÇA OS FATORES QUE COMPÕEM A FÓRMULA DO ÍNDICE DE REAJUSTE DOS MEDICAMENTOS • O IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final. Estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mensalmente, ele representa o índice oficial da inflação no Brasil. • O Fator X é uma das variáveis que balizam a regulação dos preços de medicamentos no Brasil. Tem como objetivo repassar aos consumidores os ganhos de produtividade que a indústria farmacêutica obtém ao longo de cada ano. • O Fator Y tem como objetivo ajustar os preços relativos entre o setor farmacêutico e os demais setores da economia. Com o seu uso pretende-se minimizar o impacto dos custos não administráveis nas empresas do setor farmacêutico, inserindo uma perspectiva multissetorial na regulação. Isso é obtido por meio de duas variáveis: o custo da energia elétrica (obtido na Agência Nacional de Energia Elétrica) e a taxa de câmbio entre dólares e reais. • O Fator Z visa a promover a concorrência nos diversos mercados de medicamentos, ajustando preços relativos entre os mercados com menor concorrência e os mais competitivos. Para definição do nível de concentração de mercado utiliza-se o sistema Anatomical Classification nível 4 (AC4), da European Pharmaceutical Market Research Association (EPhMRA). Com isso, definem-se mercados relevantes de medicamentos, agrupando em um mesmo mercado fármacos substituíveis, dado seu efeito terapêutico. Fontes: especialista em Tributação e Lucratividade, Jiovanni Coelho, e especialista Tributário, Vinícius Baptista

rém, apesar de já estar em vigor, o reajuste não acarreta aumentos automáticos no varejo. “Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar me34

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

ses ou nem acontecer”, comenta o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini. Vale destacar que o reajuste é calculado a partir de indicadores como a inflação, as oscilações cambiais e o preço da energia elétrica. “Os reajustes são autorizados anualmente, em abril. Embora os preços tenham um teto, eles podem variar nos pontos de venda (PDVs) por conta dos descontos aplicados pela indústria farmacêutica e demais elos da cadeia produtiva. Como todos os anos, o reajuste deve ser percebido gradualmente pelo consumidor, conforme os estoques do varejo farmacêutico forem renovados”, informou por meio de nota a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).

O CÁLCULO Para se chegar ao índice anunciado, a CMED considera alguns critérios, conforme explicam o especialista em Tributação e Lucratividade, Jiovanni Coelho, e o especialista Tributário Vinícius Baptista. “Primeiramente, a indústria define um preço sugerido, baseado na Resolução CMED 2, de 2004. Este preço sugerido é baseado nos custos de produção e lucratividade da indústria, além do posicionamento de mercado no qual o produto será inserido. Posteriormente, este preço é submetido à CMED, que irá avaliar todos os critérios para a aprovação ou um retorno com outro preço”. Ainda de acordo com Coelho e Baptista, neste momento a indústria pode aceitar, tentar fazer uma contestação ou simplesmente não lançar o medicamento caso o preço não gere a viabilidade do mesmo. Segundo os especialistas, para se chegar ao preço publicado pelo órgão regulador existem seis critérios evidenciados na Resolução CMED 2, de 2004. São eles: 1. Patente própria: quando a indústria desenvolve uma nova molécula (medicamento referência), a formação do preço é livre, pois não existe um balizador no mercado; 2. Criação de uma molécula nova, não compreendida no critério acima (medicamento de referência): a formação do preço é livre, pois não existe um balizador no mercado; 3. Uma nova apresentação para um medicamento que a indústria já comercializa (o enquadramento pode ser tanto referência quanto similar): o preço é baseado mediante uma média aritmética; 4. Uma nova molécula para sua empresa, porém já existente no mercado (medicamentos similares): usa-se a média ponderada baseada nas vendas por dose da molécula já existente;


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DEBATE

AJUSTE MÉDIO PERMITIDO PARA O MERCADO DE MEDICAMENTOS NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS

ANO

AJUSTE MÉDIO

2007

2,01%

2008

3,57%

2009

5,90%

2010

4,64%

2011

4,78%

2012

2,80%

2013

4,51%

2014

3,35%

2015

6,00%

2016

12,50%

2017

4,76%

2018

2,84%

Fonte: Ministério da Saúde (MS)

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GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

5. Associação de moléculas para sua empresa, porém já existente no mercado (medicamentos similares): usa-se a média ponderada baseada nas vendas por dose da molécula já existente; 6. Medicamentos genéricos: sempre até 65% do preço do medicamento referência. Para produtos inovadores sem referência no País, é feita uma pesquisa internacional de preços, em busca do menor preço praticado. “Atualmente, países como Estados Unidos, Canadá, Portugal, Espanha, Itália, França, Grécia, Austrália e Nova Zelândia são utilizados como parâmetros de preços”, afirmam os especialistas em tributação. Há ainda uma pesquisa realizada no país onde o medicamento é produzido, e caso ele seja de fato inovador, autoriza-se o menor preço praticado entre os países citados. “Caso o produto não represente inovação, adota-se o menor preço internacional ou o mesmo fixado para o produto similar já existente no Brasil, o que tiver o menor preço. Isso é importante até mesmo para o governo, que consome muitos medicamentos em seus hospitais públicos”, afirmam Coelho e Baptista. Eles ainda explicam que para chegar ao percentual de reajuste a CMED utiliza a fórmula: (VPP = IPCA – Fator X + Fator Y + Fator Z). Essa fórmula é composta por quatro fatores determinantes: • IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo; • Fator X: fator de produtividade; • Fator Y: fator de ajuste de preços relativos entre setores; • Fator Z: fator de ajuste de preços relativos intrassetor. Ainda segundo os tributaristas, o Fator Z é dividido da seguinte forma: nível 1 – com maior participação de genéricos (genéricos têm faturamento igual ou superior a 20%) e, consequentemente, com teto mais alto de reajuste; nível 2 – com participação média de genéricos (entre 15% e 20% de faturamento), possuem teto intermediário de reajuste; e nível 3 – menor participação de genéricos (inferior a 15% do faturamento) e, portanto, menor concorrência de mercado. Possui o teto mais baixo de reajuste. Ainda em relação ao Fator Z, o Sindusfarma explica que o mesmo foi criado para promover a concorrência nos diversos segmentos do mercado farmacêutico e que a adoção das três faixas de ajuste depende do índice de produtividade. Quando o Fator X é zero, o índice de reajuste é único (linear). O Sindusfarma esclarece ainda que em 2019 o índice de reajuste apurado pela fórmula de cálculo é o seguinte: • IPCA: 3,89% • Fator X: 0% (zero) • Fator Y: 0,443% • Fator Z: 0% (zero) Índice de reajuste: 4,33%


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ATENDIMENTO

Atuação indispensável O PAPEL DO BALCONISTA QUE ATUA NAS FARMÁCIAS VAI MUITO ALÉM DO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. BRAÇO DIREITO DO FARMACÊUTICO, ESTE PROFISSIONAL GANHA CADA VEZ MAIS IMPORTÂNCIA PARA O SETOR

E

POR ADRIANA BRUNO

Ele é a primeira pessoa a ter contato com o cliente e, muitas vezes, responsável pela primeira impressão que se tem da farmácia. O balconista representa a própria empresa. Ele é o elo entre o ponto de venda (PDV) e o consumidor e deve encarar essa tarefa com seriedade, profissionalismo e uma boa dose de gentileza. “Ele age como ‘relações públicas’ da farmácia e tem como objetivo o bom atendimento ao cliente, trazendo, assim, bons retornos para a farmácia e para si mesmo”, comenta a consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso. Ela aponta esse profissional como o responsável direto pela venda. “A sua função é mostrar as qualidades e os benefí-

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GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

cios dos produtos para que o próprio consumidor possa decidir. Essa relação interfere diretamente na venda ou permanência de um produto nas prateleiras”, diz Silvia. A especialista completa afirmando que hoje em dia o balconista deve ser muito mais do que um vendedor. “É preciso saber como atender bem o cliente, afinal de contas, muitas vezes um sorriso ou uma cara amarrada pode determinar a compra ou não da mercadoria. Além disso, a maioria dos balconistas deve fazer cursos e se aprimorar, sobretudo porque as exigências do mercado são muitas. Com os conhecimentos adquiridos, conseguem credibilidade junto aos clientes”, recomenda. Mas não é apenas pelas habilidades como vendedor que esse profissional se destaca. A farmacêutica-bioquímica, docente do Curso Técnico em Farmácia e cursos livres do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (Senac-SP) e de pós-graduações na Universidade Cruzeiro do Sul e autora do livro Balconista de Farmácia, pela Editora Senac-SP, Claudia Caresatto, conta que ele também auxilia o farmacêutico na assistência farmacêutica, atuando principalmente nas etapas de dispensação, conservação e controle de estoque de medicamentos e produtos para saúde (correlatos). “Atuar como balconista em farmácias e drogarias não é como exercer essa mesma função em outras empresas do segmento varejista, como em uma loja de roupas ou sapatos, uma vez que os medicamentos são produtos utilizados na manutenção, prevenção IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ATENDIMENTO

ou recuperação da saúde das pessoas. Se um medicamento for fornecido de forma errada, ou se a concentração estiver equivocada, ou, ainda, se a informação prestada não foi adequada ou de fácil entendimento pelo cliente, o mesmo o utilizará de forma distorcida e poderá ter uma complicação ou agravamento de seu quadro clínico”, comenta Cláudia. Uma função cheia de nuances e responsabilidades que faz com que o balconista tenha que conhecer bem mais do que o funcionamento de uma farmácia. Ele precisa entender e atender às necessidades do cliente e ainda gerar experiências de compra positivas e capazes de serem transformadas em fidelização. Veja a seguir as dez contribuições indispensáveis do balconista para a farmácia:

Manter um bom layout e ambiente de loja O ambiente da drogaria e a disposição dos produtos “conversam” com os clientes, especialmente os de perfil visual, portanto o balconista deve ter ciência de que a limpeza e a arrumação da empresa, das prateleiras, gôndolas, balcão e também dos produtos são ações que contribuem para a volta dos clientes e até para a fidelização. Desse modo, é importante verificar se o ambiente está organizado, se os produtos estão em ordem, nos locais certos, se estão limpos, com preço, com a face voltada para a frente e se estão sendo repostos continuamente para não dar a impressão de empresa falida, sem produtos.

Recepcionar e atender o cliente com profissionalismo e de forma personalizada Como muitas farmácias e drogarias são bem parecidas em estrutura física e nos produtos dispensados e comercializados, uma das melhores formas de se diferenciar é pelo atendimento realizado pela equipe. Os clientes querem se sentir bem e únicos enquanto estão sendo atendidos, querem estar em um ambiente agradável, portanto os balconistas precisam estar atentos às necessidades e desejos dos clientes, desde o momento que entram no estabelecimento até a saída do mesmo. Entre as ações simples que podem e devem ser aplicadas estão: cumprimentar o cliente; chamar pelo nome, não esquecendo o “senhor” e “senhora”; dar um aperto de mão; manter contato visual; ouvir atentamente; perguntar se precisa de alguma informação, se tem dúvidas; e sempre agradecer pela preferência. Mostrar que está ali para auxiliar o cliente. Contrariamente, ações que não devem ser praticadas são: não cumprimentar o cliente, deixar o cliente esperando no balcão enquanto conversa com outro colega da 40

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

equipe, atender o cliente olhando o que está acontecendo ao redor, não olhar nos olhos do cliente, entregar o produto e mandar ir para o caixa, entre outras.

Respeitar as diversidades e as necessidades dos colegas de equipe e dos clientes O respeito é uma ação muito importante do atendimento em qualquer tipo de empresa, mas especialmente nos estabelecimentos de saúde, como as farmácias. Muitos clientes vão às lojas para adquirir medicamentos que serão utilizados no tratamento de problemas de saúde. Não é incomum que estejam com dor, com receio, assustados ou preocupados, devendo ser respeitados e compreendidos em sua totalidade como seres humanos. Assim, o balconista deve sempre respeitar os clientes, colegas de trabalho e fornecedores. Ninguém gosta de ficar perto de uma pessoa mal-educada, que destrata os outros, que ignora a pessoa, é arrogante. O balconista não deve usar apelidos nem para os clientes nem para os colegas de equipe. Essas ações podem levar a uma reclamação por parte dos clientes, manchando a imagem da farmácia e até mesmo do balconista.

Ouvir e atingir à necessidade do cliente As pessoas precisam se sentir bem com a empresa, precisam estar confortáveis, seguras e ter confiança no balconista. Para que isso seja conquistado, ele precisa entender o que o cliente deseja, como quer ser tratado, como quer que seu problema seja resolvido, olhando nos olhos e ouvindo atentamente o que é dito. Mostrar que está interessado e pronto para ajudar e, caso não consiga, encaminhar o cliente para quem poderá dar continuidade ao atendimento, como o gerente ou o farmacêutico. Erros comuns são: não prestar atenção no cliente; completar a frase antes que ele termine de falar; atender sem olhar nos olhos; não se interessar pela causa do cliente, simplesmente dizendo “não temos” ou “não posso fazer nada” ou, ainda, “isso não é comigo”.

Comunicar-se adequando sua linguagem conforme o perfil e as necessidades do cliente A comunicação é definida de forma bem simplista como “a arte de se fazer entender e entender os outros”, ou seja, para que uma mensagem possa ser transmitida de forma efetiva, é preciso usar sinais e termos que sejam comuns à pessoa que está recebendo a informação. O balconista deve ter ciência de que muitas vezes precisa usar mais do que palavras, precisa se atentar ao modo co-


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ATENDIMENTO

mo está transmitindo a informação, ao volume, ao ritmo e à necessidade de usar gestos e imagens. Por exemplo, os elementos utilizados durante o atendimento de uma pessoa idosa são diferentes dos utilizados para um jovem. Outra questão importante é que pessoas de perfil visual precisam de imagens, ver o produto; as sinestésicas precisam tocar os produtos, sentir o cheiro; e as auditivas precisam ouvir o que está sendo dito. É importante salientar que o balconista não deve agir como um robô, com falas decoradas, sem se atentar ao que o cliente está comunicando. Dependendo do cliente, não deve usar termos técnicos e palavras difíceis. Não deve usar gírias, diminutivos, palavras pronunciadas de forma errada e nem modismos.

Fornecer o que o cliente procura O profissional precisa ter conhecimento de que é importante entender o que o cliente busca, quais são as suas reais necessidades e até mesmo seus desejos, para poder fornecer o produto mais adequado àquela situação. No caso dos medicamentos, é importante lembrar que o balconista não é um mero “entregador de caixinha”. Ele precisa orientar o cliente sobre como usar o produto para que ele possa fazer efeito e auxiliar a recuperação da saúde. Muitos erram pensando que não podem oferecer outros produtos e até mesmo serviços para os clientes ou, ao contrário, para cumprir metas de vendas, saem “empurrando” produtos que em nada agregam. Os balconistas devem saber que venda adicional também faz parte da atenção prestada ao cliente e deve ser praticada com bom senso, pelo oferecimento de produtos e serviços que possam auxiliar o cliente, como um medidor de pressão arterial para pessoas que estão fazendo uso de medicamentos anti-hipertensivos, creme hidratante para idosos que têm a pele mais seca, entre outros. O balconista deve ainda se lembrar que ele é parte integrante nas vendas e no sucesso da empresa, mas, acima de tudo, deve sempre manter compromisso com os clientes que atende.

Estar atento ao que está acontecendo à sua volta É preciso ser um profissional antenado com o que está acontecendo ao seu redor, seja dentro da própria empresa, via comentários dos clientes, seja na concorrência ou na mídia. Se algum programa ou revista mostra algum produto, certamente em um curto espaço de tempo vários clientes procurarão por ele no estabelecimento. Para colaborar, o balconista precisa comunicar o farmacêutico ou o gerente para que esses avaliem 42

GUIA DA FARMÁCIA ABRIL 2019

a possibilidade de integrar ao mix de produtos do estabelecimento. Um profissional que não tem compromisso com a empresa, com seus produtos e serviços, dificilmente será promovido e respeitado.

Saber trabalhar em equipe e resolver conflitos É muito importante que as pessoas que trabalham em farmácias e drogarias gostem do que fazem, gostem de estar com outras pessoas, mantenham um ótimo trabalho em equipe, estejam disponíveis para informar, procurem entender as necessidades do outro, pratiquem a empatia e tenham muita paciência. Tem que ser “gente que gosta de gente”, ou seja, profissionais que queiram contribuir com os colegas e que estejam empenhados em resolver os conflitos quando estes surgirem. Contrariamente, não devem colocar a culpa nos colegas, fazer comentários inconvenientes, querer prejudicar o colega, entre outras ações indesejadas que prejudicam o andamento das tarefas e o clima organizacional. Colaboradores felizes fazem clientes internos e externos felizes.

Participar ativamente de treinamentos, buscar informações e querer aperfeiçoar seus conhecimentos – capacitação contínua Os procedimentos, as atividades, as normas sanitárias, o perfil do consumidor – os produtos estão sempre mudando e para acompanhar essa mudança os balconistas precisam buscar atualização contínua. Precisam participar ativamente dos treinamentos que são aplicados nas empresas ou fora delas. Ser um profissional da saúde exige atualização constante, para não se tornar obsoleto e não conseguir colocação profissional.

10ª

Ser proativo no exercício de suas funções e auxiliar a melhoria dos procedimentos Toda empresa, para se manter e crescer no acirrado mercado varejista farmacêutico, precisa da colaboração de todos os profissionais da equipe, independentemente das funções que realizam, pois em muitas situações o trabalho de um compromete a continuidade pelo outro colega. A falta do produto, a falta de educação e a falta de informação podem comprometer a dispensação de medicamentos e a comercialização de outros itens. Os balconistas precisam ser proativos e dar sugestões para melhorar os processos internos e favorecer o crescimento da empresa.


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ATUALIDADE

Profissão: farmacêutico

ATUALMENTE, EXISTEM 637 CURSOS DE FARMÁCIA PRESENCIAIS NO PAÍS, DE ONDE SAEM MILHARES DE PROFISSIONAIS TODOS OS ANOS COM UM LEQUE DE ÁREAS DE ATUAÇÃO PARA SE ESPECIALIZAR E SEGUIR CARREIRA

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POR ADRIANA BRUNO

Nem só atrás de um balcão vive um farmacêutico. Esse profissional de saúde pode atuar em dez grandes áreas, além de 135 especialidades, e está presente em quase tudo, seja na indústria cosmética, alimentícia, nas farmácias propriamente ditas, entre outros. Sem que ao menos se imagine, pode haver o conhecimento e o trabalho técnico de um farmacêutico envolvido em algum produto ou serviço usado ou consumido por um número imenso de pessoas no Brasil e no mundo.

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Diante de tanta importância é preciso voltar o olhar para a formação deste profissional. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (CFF), dados de 2019, levantados junto ao Ministério da Educação (MEC), revelam que existem 637 cursos de Farmácia presenciais. Desse total, 264 estão na região Sudeste, 149 na Nordeste, 96 na Sul, 74 na Centro-Oeste e 54 na região Norte. “São ofertadas 101.217 vagas. Academicamente, os cursos se organizam em 40,8% em universidades; 15,5% em centros universitários e 43,7% estão em IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ATUALIDADE

faculdades. Dessas instituições, 81,4% são privadas e 18,6% públicas. No último ano, a média de egressos do curso de Farmácia que se formou ficou em torno de 19.500 pessoas”, conta a farmacêutica, professora e especialista na área de Educação, assessora da presidência do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e que faz parte da Comissão de Ensino (Comensino), também do CFF, Zilamar Fernandes. Segundo ela, atualmente, existem pouco mais de 218 mil farmacêuticos registrados nos Conselhos Regionais de Farmácia (CRFs), em todo o Brasil, sendo que 75% atuam em farmácias de qualquer natureza. Números que vêm crescendo rapidamente. Prova disso é que em 2016, segundo o Censo da Educação Superior, havia 115 mil estudantes matriculados em 510 cursos de Farmácia. O censo aponta ainda que o Brasil detém um quarto de todos os cursos de graduação em Farmácia do mundo. Ainda segundo o CFF, em 2018, a profissão farmacêutica apareceu como a terceira com maior número de contratações formais no mercado de trabalho.

QUALIDADE COMPROVADA Para a professora e coordenadora da Pós-graduação Latu Sensu em Farmacologia Clínica e coordenadora do Curso de Farmácia Diurno da Universidade de Brasília (UnB), Patrícia Medeiros de Souza, o curso de Farmácia está se aprimorando e, segundo as normativas do MEC, está ocorrendo uma inserção da linha de cuidados farmacêuticos que abrange todas as áreas, fazendo com que o profissional tenha a oportunidade de atuar na prática desde o início da graduação. “Acredito que desta forma os cursos que não se adequarem serão descredenciados pelo MEC, pois o ministério tem uma preocupação de que o farmacêutico termine a graduação com a capacidade de atuar em diversas áreas, mas com atuação prática. Outro olhar do ministério está na inserção de atividades de extensão obrigatórias no curso, sendo mandatório em cada eixo que estas contemplem 10% da carga horária”, comenta. A professora ressalta ainda que, em relação aos cursos oferecidos pelas mais de 600 instituições de ensino públicas e particulares, há que se destacar que todas devem atender à mesma demanda, principalmente para atender às solicitações do MEC 46

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para a melhoria do ensino. “Existem diversas disciplinas iniciais que servirão de suporte para que os estudantes façam as específicas, incluindo um rol enorme de matérias relacionadas à química, às disciplinas básicas de anatomia, biologia dos sistemas, dentre outras. Devido à reestruturação do currículo, a tendência é que haja uma incorporação em diversos eixos onde o farmacêutico poderá trabalhar o conteúdo dentro de um contexto prático, assimilando o conteúdo programático e se qualificando para atuar no mercado farmacêutico”, avalia.

FORMAÇÃO E ATUAÇÃO As áreas de atuação e formação do farmacêutico são inúmeras, incluindo as de alimentos, indústria farmacêutica, clínica, pesquisa, docência, laboratório de análises clínicas, drogaria, farmácia comunitária, farmácia hospitalar, residências diversas nas áreas hospitalar, clínica, comunitária e saúde mental. Com tantas opções, Patrícia destaca que, de acordo com a experiência na UnB, praticamente 100% dos formandos conseguem ingressar no mercado de trabalho. “Dentre as áreas de atuação mais procuradas está a de atuação clínica, seja ela na parte hospitalar ou ambulatorial, incluindo des-


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ATUALIDADE

de a saúde mental até o atendimento de cuidados farmacêuticos, alta hospitalar e conciliação medicamentosa. O empoderamento do farmacêutico aumentou muito. A tendência é o atendimento multiprofissional. Acredito também que esta área foi aprimorada devido à abertura de diversas residências. Entretanto os farmacêuticos podem atuar em qualquer área e também cursar o mestrado profissionalizante, fazer pós-graduação Latu Sensu ou Stricto Senso”, diz. Segundo ela, apesar de um leque de atuação tão extenso, entre os motivos que podem fazer com que o estudante de Farmácia desista do curso está no fato de que muitos ingressam nessa faculdade porque não passaram em Medicina, e acabam se frustrando. “Outros têm muita dificuldade em química e ficam represados no curso até desistirem”, explica. O currículo das universidades ainda prevê o estágio obrigatório, ou não, sendo que este, além de ser uma porta de entrada para o mercado de trabalho, também é regulamentado pelo CFF, de acordo com a Resolução nº 634, de 25 de novembro de 2016.

NOVA ERA Há que se destacar que a revolução tecnológica 4.0 está batendo à porta, tendo em vista o aumento da expectativa de vida, mas os profissionais da área da saúde ainda continuarão a ser uma das ca48

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tegorias mais requisitadas e com as maiores ofertas no mercado de trabalho. A afirmação de Zilamar, do CFF, está embasada no fato de que, como todo profissional, o farmacêutico também deverá se apropriar das inovações tecnológicas, pois a própria profissão assim exige. “Os laboratórios de análises clínicas e toxicológicas estão cada vez mais automatizados; a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos biológicos exigirá o conhecimento de tecnologia de ponta”, comenta. A especialista elenca ainda, conforme disposto nas diretrizes curriculares do curso de graduação em Farmácia, outras áreas nas quais o farmacêutico deverá estar preparado para atuar: I - Pesquisar, desenvolver, inovar, produzir, controlar e garantir a qualidade de: a) Fármacos, medicamentos e insumos; b) Biofármacos, biomedicamentos, imunobiológicos, hemocomponentes, hemoderivados e outros produtos biotecnológicos e biológicos; c) Reagentes químicos, bioquímicos e outros produtos para diagnóstico; d) Alimentos, preparações parenterais e enterais, suplementos alimentares e dietéticos; e) Cosméticos, saneantes e domissanitários; f) Outros produtos relacionados à saúde. II - Pesquisar, desenvolver, inovar, fiscalizar, gerenciar e garantir a qualidade de tecnologias de processos e serviços aplicados à área da saúde, envolvendo: a) Tecnologias relacionadas a processos, práticas e serviços de saúde; b) Sustentabilidade do meio ambiente e a minimização de riscos; c) Avaliação da infraestrutura necessária à adequação de instalações e equipamentos; d) Avaliação e implantação de procedimentos adequados de embalagem e de rotulagem; e) Administração da logística de armazenamento e de transporte; f) Incorporação de tecnologia da informação, orientação e compartilhamento de conhecimentos com a equipe de trabalho.


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PONTO DE VENDA

Liberdade de escolha

QUANDO O VAREJO OPERA NO AUTOSSERVIÇO, O CLIENTE BUSCA SEUS PRODUTOS SOZINHO E QUER RAPIDEZ E ACESSIBILIDADE NESSA OPERAÇÃO. GÔNDOLAS ABASTECIDAS E ARRUMADAS SÃO ALGUNS DOS CUIDADOS QUE O FORMATO DEMANDA

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POR ADRIANA BRUNO

Conveniência e preço. Dois desejos do consumidor que o varejo se desdobra há anos para atender. Mas nem sempre é fácil. Toda operação tem um custo, seja ele financeiro ou humano. O fato é que encontrar a solução perfeita para atender às necessidades do shopper parece algo inalcançável, mas que varejistas do mundo todo seguem tentando. E numa dessas tentativas nasceu o autosserviço. O cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo, conta que

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o autosserviço foi implementado no Brasil nos anos 50 e que naquela oportunidade o formato proporcionou: acessibilidade (a pessoa passou a “pegar” o produto, sem a intermediação de um vendedor), transparência (os preços estavam fixados nos produtos), agilidade (o modelo do autosserviço não dependia de um balconista e, neste sentido, era ágil) e economia (o modelo de autoatendimento reduziu custos importantes e tornou os produtos monetariamente IMAGENS: SHUTTERSTOCK


PONTO DE VENDA

mais acessíveis). “Este movimento ocorreu em um momento econômico importante que foi o pós-guerra e o surgimento do mercado de consumo de massa (produção em grande escala). Foi o momento de urbanização”, diz Araújo. Ainda de acordo com ele, o autosserviço é um modelo onde o shopper se sente confortável e que vem se adaptando ao longo do tempo. “O autosserviço vem incorporando novas técnicas para atender às necessidades e desejos das pessoas e, consequentemente, vender mais. Dentre estas técnicas incluímos o layout da loja, a altura das gôndolas, a forma de organizar e expor os produtos, entre outras”, avalia. Araújo destaca ainda as oportunidades de crescimento para o formato. “Quando se olha para os diferentes Brasis que temos, considerando as desigualdades econômicas e sociais, ainda há espaço para o autosserviço crescer. Há regiões carentes nas quais esse formato pode contribuir muito. E as farmácias, por incorporarem o autosserviço em algumas regiões do Brasil, oferecem um sortimento próximo da loja alimentar, suprindo inclusive carências regionais de abastecimento”, diz.

NA PRÁTICA O autosserviço tem crescido bastante no Brasil. Uma loja ambientada para autosserviço permite que mais sentidos do consumidor sejam explorados, além da visão. São explorados principalmente o tato, pois o cliente pode tocar nos produtos que desejar, e também em vários casos o olfato, para produtos que possuem cheiro. Quanto mais sentidos são envolvidos em um processo de compra, melhor, pois aumenta a chance das vendas por impulso. “Para que uma loja de autosserviço funcione bem é preciso ter um bom visual merchandising, já que ao entrar em um ambiente, 83% das nossas percepções vêm da visão. A melhoria no aspecto visual de uma empresa pode ampliar as vendas de 12% a 40%, muitas vezes, com baixo e até sem investimento”, orienta a consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), Paola Goulart Rosa. Nas farmácias, o autosserviço está restrito aos produtos de higiene pessoal e aos Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs). “A importância desses produtos tem crescido muito nos últimos anos, com ampliação de sor-

ATENDIMENTO NO AUTOSSERVIÇO Em que momento o colaborador pode ou deve abordar o shopper em uma loja de autosserviço? Para a diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti, o ideal é que haja uma abordagem assistida simples, como “bom dia, estou aqui se precisar de mim”, deixando o cliente livre para a circulação. “A não abordagem faz com que o consumidor se sinta muitas vezes perdido, do mesmo jeito que a abordagem em demasia faz com que ele se sinta invadido”, afirma. A abordagem deve acontecer sempre para que o colaborador se coloque à disposição do cliente ou para informar sobre uma promoção, sem ser invasivo ou insistente. “A chance de perder a venda é grande nesse caso”, alerta o head de eficiência operacional da AGR Consultores, Rodrigo Catani, que diz ainda que o pessoal de atendimento deve gostar de se relacionar com pessoas, algo que deve ser identificado no recrutamento. “Também é importante realizar treinamento para que os colaboradores façam abordagens para perguntar ao cliente se ele encontrou tudo o que desejava ou se faltou algo. Se faltou e realmente não havia na loja ou se não é comercializado, passar essa informação para a área comercial. Isso pode ser útil para discussões sobre o sortimento”, orienta. Para o cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo, o passo mais importante é o gestor da loja ter clareza do papel do estabelecimento na vida das pessoas, ou seja, como ele quer atender às necessidades e desejos de seu público-alvo primário. Conhecer a missão de compra de seu cliente principal deve ser a prioridade. “Podemos ir em uma loja em busca de solução em momentos diferentes. Com isto em mente, a equipe da loja pode ser orientada para apoiar o cliente e ser eficaz na abordagem. Da perspectiva da loja, ser eficaz compreende aumentar a satisfação do cliente com a loja e aumentar o tíquete médio. Neste segundo tópico tem a orientação da compra e o apoio na solução. Há diferentes tipos de clientes e o profissional da loja precisa ser preparado para usar a linguagem certa”, finaliza.

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PONTO DE VENDA

timento, melhoria na sinalização, criação de áreas exclusivas, demonstração de produtos em loja, entre outros”, diz o head de eficiência operacional da AGR Consultores, Rodrigo Catani. Ele ainda reforça que o formato também pode ser apresentado no que se chama de “autosserviço assistido”, quando o consumidor pode fazer a compra sem auxílio, mas também existe a presença do vendedor ou atendente – dentro desse modelo se encaixam as farmácias e drogarias. “Apesar do crescimento do formato em todos os segmentos de varejo, ainda é uma questão cultural o consumidor brasileiro gostar de ser atendido. Claro que há uma variação grande de região para região e entre faixas etárias, então o importante é entender como o consumidor de cada loja e/ou segmento prefere ser atendido”, comenta.

LOCALIDADE TAMBÉM CONTA Araújo diz que as farmácias estão localizadas em pontos de fluxo ou em bairros, o que gera movimentos diferentes. O que chama a atenção das farmácias é a disponibilidade de lojas. “Há uma grande oferta deste tipo de loja, o que é ótimo para o consumidor, mas isso gera o desafio de ser rentável, pelo alto nível de concorrência. Há movimentos interessantes no segmento farma, como os serviços de atenção farmacêutica e a ampliação de produtos de autosserviço”, afirma. O especialista ainda destaca que as farmácias transmitem o conceito de bem-estar, de cuidado, e que pelas características do negócio, conciliam o autosserviço com mais atendimento personalizado e conduzem muito bem o fato de lidar com saúde e passar confiança para as pessoas. Cabe destacar que o autosserviço não é o abandono do consumidor no ponto de venda (PDV), mas sim o seu direcionamento na compra por meio de outras atitudes e serviços que não o humano, sem que ele se sinta perdido. “Isto pode ser feito por meio de tecnologia, ambientação e layout de loja, comunicação no PDV, planogramas facilitados, dentre outros”, comenta a diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar), Patricia Cotti. Segundo ela, um erro comum é criar um modelo de negócios voltado para autosserviço e simplesmente implementá-lo, sem um período de adaptação. “Este choque de expectativas acaba por gerar muito prejuízo em marca. O segundo erro mais comum é a falta de co52

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municação clara. Os varejistas são conscientes de seus produtos e benefícios, os consumidores, não. Algumas coisas que para o varejista podem parecer óbvias, para o consumidor não o são. É preciso pensar com a cabeça do shopper, da forma mais clara e simples possível”, orienta.

ORGANIZAÇÃO É FUNDAMENTAL A organização da loja e das gôndolas e, consequentemente, o abastecimento das mesmas, são pontos cruciais para a operação do autosserviço. Paola alerta para o fato de que muitos são os fatores que ajudam o consumidor na decisão de compra. E a disposição correta dos produtos nas gôndolas e prateleiras é um deles. “As gôndolas bem organizadas funcionam como um vendedor silencioso que mostra os tipos de produtos que a loja oferece. Gôndolas que não estão abastecidas dão a impressão de que o local está sem sortimento de produtos. Além de reabastecer, é importante sempre estar atento para a organização do espaço”, diz. Aliás, esse ponto é primordial para as operações de varejo no País. “O grande desafio do autosserviço está na organização da loja em seções que façam sentido do ponto de vista da árvore de decisão do consumidor, no layout da loja, na arrumação das prateleiras e na sinalização clara das etiquetas de preços. Ainda há muito o que evoluir, principalmente em layout e organização de gôndolas. É comum a arrumação ser feita com a lógica do fornecedor, e não do consumidor”, afirma Catani. Segundo ele, nesse tipo de loja o consumidor só deverá pedir auxílio a um atendente em caso de dúvidas, e não para encontrar produtos, o que pode aumentar as vendas e reduzir a necessidade de pessoal em loja. Ele ainda reforça que a exposição adequada dos preços é extremamente importante, pois como os espaços são reduzidos, há uma dificuldade natural em sinalizá-los. Além disso, é preciso ficar atento à frequência de abastecimento das gôndolas. “Essa é uma questão crítica que está intimamente ligada ao giro do produto e ao espaço destinado à sua exposição. A ruptura deve ser evitada sempre, principalmente nos casos em que a mercadoria está no estoque da loja. Ao mesmo tempo, ter a necessidade de reposição implica em custos de pessoal, portanto é preciso achar o equilíbrio”, diz.


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CANAL

Escolha da direção FARMÁCIA, SUPERMERCADO OU PERFUMARIA? A DECISÃO PELO CANAL DE COMPRA DEPENDE DE DIVERSAS VARIÁVEIS, COMO TEMPO PARA DESLOCAMENTO, SORTIMENTO OU NECESSIDADE DE ATENDIMENTO PERSONALIZADO

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POR KATHLEN RAMOS

Supermercados, mercados de vizinhança, perfumarias, farmácias. Hoje, perto de casa ou do trabalho, o consumidor encontra uma infinidade de pontos de venda (PDVs) para adquirir o que precisa. Mas a decisão pelo canal ideal leva em consideração suas necessidades naquele momento. Precisa de preço baixo ou de promoções? Bom atendimento? Personalização? Rapidez na hora da conversão? São respostas a questões como estas que levam o shopper à decisão final.

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Em mercados de vizinhança, por exemplo, a maioria dos consumidores mora no entorno da loja e, no geral, são compradas pequenas quantidades, conforme explica o cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo. “O formato de loja de vizinhança está mais associado a compras de emergência/conveniência. São compras que, na sua maioria, são inferiores a cinco itens. Além disso, nessas lojas, espera-se por um atendimento mais pessoal e personalizado”, descreve. Já nos supermercados, o número de itens comprados é um pouco maior. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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CANAL

“As compras para abastecimento do lar, ou seja, as compras mensais, que tendem a ter algum planejamento, podem ser feitas nos supermercados ou em outros canais como o atacarejo, onde a missão é a economia. Portanto costuma-se adquirir grandes quantidades do mesmo item”, diferencia. Em perfumarias, o comportamento e as preferências também se diferem. Nessas lojas, o grande chamariz são os produtos dirigidos especificamente para beleza e a grande variedade de produtos (com lançamentos e alguns itens exclusivos) é um diferencial, conforme explica o diretor superintendente da Beauty Fair, César Tsukuda. Para ele, outro ponto importante nesses canais é a experiência. “As consumidoras esperam um atendimento consultivo, com profissionais capacitados explicando o funcionamento dos produtos, além da possibilidade de experimentação”, aponta o executivo, salientando que, nesses canais, até mesmo por

O CONSUMIDOR ENCONTRA UMA INFINIDADE DE PONTOS DE VENDA PARA ADQUIRIR O QUE PRECISA. DECISÃO PELO CANAL IDEAL LEVA EM CONSIDERAÇÃO NECESSIDADES DAQUELE MOMENTO

conta do momento econômico que o País atravessa, os consumidores esperam por promoções, mesmo que em menor escala. Já em farmácias, o principal driver é o atendimento, e ele não se estende apenas na hora de esclarecer dúvidas ou pedir mais informações sobre os produtos. De acordo com a fundadora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin, o shopper espera conveniência, rapidez no caixa e ajuda assertiva na hora da decisão de compra. “Nas farmácias, o cuidado específico também é outro ponto alto desses canais. Diferentemente de um supermercado, onde costuma-se buscar por produtos básicos para abastecimento do lar, nas farmácias, a tendência é se optar por itens mais premium ou que agreguem benefícios à saúde”, aponta. 56

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CANAL

PREFERÊNCIAS DE CANAL DO CONSUMIDOR POR CATEGORIA DE PRODUTO

FRALDAS (INFANTIL E ADULTO) E ABSORVENTES Farmácias As fraldas, sejam elas infantil ou adulto, assim como os absorventes, constituem categorias extremamente fortes e relevantes, sendo as farmácias um dos pontos de preferência do shopper para a aquisição desses produtos. Isso se dá, justamente, pelo apelo à qualidade e segurança (no caso das fraldas infantis) e tratamento (como é o caso das geriátricas, voltadas para quadros de incontinência urinária). Nos absorventes, a facilidade de encontrar a versão que precisa é outro ponto alto da preferência.

Perfumarias São produtos disponíveis em apenas algumas perfumarias, porque não são destino. De modo geral, quando estão nestes Ponto de venda (PDVs), o shopper compra por conveniência, porque visualiza a categoria, lembra-se de que não tem o produto e aproveita a oportunidade.

Supermercados/mercados de vizinhança Em supermercados, o shopper compra para abastecimento. Então, os pacotes econômicos de fraldas ou absorventes – com mais unidades e preços atrativos – tendem a ganhar a preferência. Já em mercados de vizinhança, as compras costumam ser de urgência. Dessa forma, procura lojas perto de casa ou do trabalho e que ofereçam rapidez. As compras costumam ser de pacotes menores.

DESODORANTES Farmácias São canais muito fortes para as compras desses produtos. Neles, além das compras básicas, o consumidor também busca pelas novidades do mercado, itens mais premium e apresentações diferenciadas. Quando a busca é por versões dirigidas para o tratamento de algum problema, como suor mais intenso ou odor forte, as farmácias também ganham a preferência. Nessas lojas, o consumidor, tende a aproveitar packs promocionais.

Perfumarias São produtos disponíveis em apenas algumas perfumarias, porque não são destino. De modo geral, quando estão nestes PDVs, o shopper compra por conveniência, porque visualiza a categoria, lembra-se de que não tem o produto e aproveita a oportunidade.

Supermercados/mercados de vizinhança O shopper procura aproveitar a ocasião e adquirir os produtos para toda a família. Em mercados de vizinhança, as compras costumam ser de emergência, quando o produto falta em casa. Mas vale lembrar que, em algumas regiões brasileiras, onde o mercado de vizinhança pode ser a loja principal do entorno, o shopper também pode usar esses estabelecimentos para se abastecer.

Fontes: as informações sobre farmácias são da fundadora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin; os dados sobre supermercados e mercados de vizinhança são do cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo; e as informações sobre perfumarias são do diretor superintendente da Beauty Fair, César Tsukuda

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XAMPUS + PÓS-XAMPUS Perfumarias Para esses produtos, a variedade de marcas e itens é extremamente importante. O shopper espera por uma solução completa. Outra demanda nesse canal é por um atendimento capacitado, que indique a melhor solução para cada tipo de cabelo.

Farmácias O shopper espera por uma solução completa (xampu + condicionador + tratamento) e isso deve se refletir, de forma clara, na exposição. A procura também é alta por produtos com tratamento agregado ou por aqueles com indicação médica.

Supermercados/mercados de vizinhança Nesses canais, as compras tendem a ser de abastecimento e para o uso da família. O shopper tende a ser mais fiel à marca, mas a busca também é por soluções que agreguem lavagem (xampu) + tratamento (pós-xampu).

CREMES E ESCOVAS DENTAIS Farmácias Nesses canais, a busca costuma ser pelos benefícios diferenciados, embora os itens básicos também registrem boas vendas. Escovas com mais cerdas ou para alguma necessidade específica e cremes dentais com mais benefícios agregados (como clareamento ou redução da sensibilidade) ou para tratamento de gengivite.

Perfumarias São produtos disponíveis em apenas algumas perfumarias, porque não são destino. O shopper compra por conveniência, porque visualiza a categoria, lembrase de que não tem o produto e aproveita a oportunidade.

Supermercados/mercados de vizinhança Nesses canais, buscam-se os itens básicos, para toda a família. O consumidor busca por facilidades na exposição, que deve oferecer uma solução completa. A procura tende a ser para as marcas líderes.

PROTETORES SOLARES Farmácias São produtos fundamentais em farmácias e que o consumidor procura o ano inteiro, seja em períodos sazonais – de férias ou sol intenso – ou para prevenção ou tratamento de pele. Assim, o shopper costuma procurar não só as marcas mais populares, mas também aquelas com mais valor agregado.

Perfumarias São produtos disponíveis em apenas algumas perfumarias, porque não são destino. De modo geral, quando estão nestes PDVs, o shopper compra por conveniência, porque visualiza a categoria, lembra-se de que não tem o produto e aproveita a oportunidade.

Supermercados/mercados de vizinhança São lojas de destaque para a categoria, especialmente aquelas que estão localizadas em regiões litorâneas do País. Mas elas são a preferência, desde que os produtos não estejam confinados e não ofereçam resistência ou demora na hora da conversão, que tenham preços competitivos e que a loja esteja próxima à sua rota principal.

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LOGÍSTICA

Da indústria ao varejo, transporte de medicamentos exige atenção diferenciada CONDIÇÕES ESPECIAIS SÃO EXTREMAMENTE IMPORTANTES E ESSENCIAIS PARA ASSEGURAR A QUALIDADE E A SEGURANÇA DOS PRODUTOS PARA QUE SUAS PROPRIEDADES SEJAM PRESERVADAS

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CLÓVIS A. GIL Presidente da Ativa Logística 60

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Da fábrica ao consumidor final, nos balcões e prateleiras das farmácias e drogarias, o medicamento percorre um longo caminho. Nesse processo, um item fundamental, e cada vez mais valorizado, é a logística. Para que o produto alcance o efeito desejado, a transportadora necessita de uma boa gestão operacional. O primeiro passo, fundamental para qualquer operação de armazenagem e transporte de medicamentos, é cumprir uma série de exigências junto aos órgãos competentes, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E não são poucas, muito pelo contrário. Além delas, é preciso estar de acordo e atender às boas práticas que assegurem que os serviços prestados sejam feitos de modo apropriado para o cumprimento de todas as etapas, todas elas acompanhadas por farmacêuticos responsáveis. O armazenamento ou estocagem se faz necessário para melhoria na demanda da produção até a entrega ao consumidor final. Os medicamentos exigem condições especiais, por isso é extremamente importante e essencial um gerenciamento correto (entradas, saídas, controles através do código de barras, lote e validade), assegurando a qualidade e a segurança em ambientes monitorados, controlados, resfriados, refrigerados e até congelados.

Um detalhe importante é que, justamente de olho na qualificação das companhias que atuam no segmento, muito em breve o mercado deverá ganhar um selo de certificação para as empresas transportadoras. A iniciativa veio de um grupo de executivos e farmacêuticos que integram a Câmara Técnica de Transporte de Produtos Farmacêuticos (CT Farma) da NTC & Logística, que sabe o quanto é essencial cumprir à risca as exigências da indústria e do varejo. Dentro desse contexto, a mão de obra qualificada, aliada a um eficiente processo de gestão, faz toda a diferença em uma empresa prestadora de serviços. Quem cumpre os requisitos primordiais sabe o que estou dizendo. Por isso é recomendável que todos, de farmacêuticos a gestores nas transportadoras, passem por treinamentos constantes. Ações corretivas e preventivas bem aplicadas também são ferramentas eficazes para melhoria contínua. Como parte integrante de toda a cadeia farmacêutica, nós transportadores sabemos que, definitivamente, nosso papel é assegurar que os medicamentos cheguem aos pontos de vendas (PDVs) sem inconformidades e com todas as suas propriedades preservadas. Afinal, mais do que produtos, cuidamos de vidas também. IMAGEM: DIVULGAÇÃO


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EVENTO

Abradilan Conexão Farma registra recorde de público em 2019 EVENTO CONTABILIZOU CERCA DE 12 MIL INSCRITOS E 100 EXPOSITORES, SENDO PORTA DE ENTRADA PARA MUITOS NEGÓCIOS E TROCA DE CONHECIMENTOS. PARCERIA COM A CONTENTO COMUNICAÇÃO SE CONSOLIDA MAIS UMA VEZ COM O VAREJO EM FOCO POR KATHLEN RAMOS E LÍGIA FAVORETTO

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IMAGENS: ALMA DE GATO


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A 15ª edição da Abradilan Conexão Farma, organizada pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), bateu o recorde de visitantes. O evento foi realizado no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), entre os dias 19 e 21 de março último. A feira, apontada como uma das principais do setor farma no País, ocorreu em um momento de alta nas vendas de medicamentos e não medicamentos da entidade. Em janeiro, segundo a associação, houve crescimento de 11,8% nas vendas em comparação com o mesmo mês de 2018. “A Abradilan Conexão Farma foi um sucesso. Tivemos cerca de 12 mil inscritos – um aumento de 20% em relação a 2018. As empresas mais relevantes do segmento estiveram presentes para lançamentos de produtos e marcas. A maioria dos estandes da edição 2020 já foi comercializada nos primeiros dias”, comemora a diretora-executiva da Abradilan, Maria Cristina Amorim. Por ter ocorrido antes da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) anunciar o reajuste anual dos medicamentos, o evento também se tornou uma oportunidade aos players do canal farma realizarem grandes negociações. No ano passado, o reajuste dos medicamentos foi definido em 2,43%. Contudo, para 2019, alcançou 4,33%, segundo informa a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). “As principais indús-

Abradilan Conexão Farma 2019 se consolida como o maior evento do setor

Sala de palestras Varejo em Foco recebeu os melhores e maiores profissionais do mercado farmacêutico. À esquerda, consultor e instrutor em Pricing
da SimTax, Jiovanni Coelho; à direita, gerente de marketing da Rede Farma Ponte, Ricardo Silveira

trias apresentaram seus produtos com condições especiais, além de demonstrar lançamentos e muita capacitação para os profissionais do setor”, resume o presidente atual da Abradilan, Juliano Vinhal, acrescentando que a entidade conseguiu reunir todos os elos da indústria farmacêutica, trazendo relacionamento e bons negócios. “Temos certeza de que 2020 vai ser muito melhor”, projeta. Um destaque importante do evento fica por conta da parceria da Contento Comunicação com a Abradilan. Cultivada há anos, foi consolidada em mais esta edição. “A Contento tem uma participação importante neste encontro, com a responsabilidade de entregar ao público palestras de qualidade, com especialistas renomados e com foco nos interesses dos varejistas”, comenta o diretor da Contento Comunicação, Vinícius Dall’Ovo. Para Cristina, a Contento é uma referência quanto a conteúdos profissionais. “As atividades desenvolvidas durante a Abradilan Conexão Farma são sempre bem avaliadas pelos frequentadores, agregando valor e visibilidade ao nosso trabalho”, finaliza. Interessadas em proporcionar conteúdo e propagar a profissionalização do varejo farmacêutico, empresas de grande desempenho no mercado apoiaram a ação. Para o gerente de trade marketing da Fini Brasil, André Ferreira, a linha Bem-Estar está crescendo e ano a ano há lançamentos de novos SKUs (“Stock Keeping Unit” - Unidade de Controle de Estoque, em português). “Tentamos acertar o que o shopper está pedindo dentro do farma, que é a questão de saudabilidade e produtos com bene2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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EVENTO

fícios relevantes. Isso comecou há três anos atrás, aqui na Abradilan. Passamos por mudanças de embalagem, relançamentos com novos benefícios.” Para a edição de 2019, a Fini apresentou três grandes e importantes lançamentos. São eles: Kléts, que é um chicle com embalagem superinovadora, permite que o consumidor leve o produto para onde quiser e tem a quantidade ideal de consumo; Fini Sun, que é um produto rico em vitamina A, com betacaroteno, auxilia na questão do bronzeamento, é zero açúcares e zero glúten; por fim, o lançamento da Vitamina C Kids, com licenciamento dos Minions, que é uma vitamina para crianças. De acordo com Ferreira, bomboniere hoje é a categoria que mais entrega faturamento em não medicamentos dentro da farmácia. “Trabalhar com bomboniere acaba aumentando a cesta do consumidor, é uma oportunidade de incrementar o faturamento e prestar uma oferta de produtos diferenciada.” No que diz respeito à parceria com a Contento, Ferreira ressalta a importância de se trabalhar o conceito de bomboniere dentro da farmácia. “Mais importante do que só estar na farmácia, a gente quer que a categoria esteja bem estruturada e para isso temos que oferecer a estratégia correta, o mix ideal, como funciona a questão de precificação, quais são as oportunidades. Poder falar com esse varejista e dar a oportunidade para que ele comece a trabalhar da forma correta é estruturar um negócio de longo prazo e é nisso que a Fini está baseada desde o início.” Para o diretor do Grupo Buzatto’s, Renato Diniz, o principal retorno que um evento como esse pode trazer é a oportunidade de apresentar novidades, principalmente para o pequeno e médio varejista. “Apresentamos o lançamento do balcão vendedor, que permite uma exposição melhor dos produtos, aumentando o faturamento da loja, linha

Diretor do Grupo Buzatto´s, Renato Diniz, durante entrevista para a diretora de conteúdo da Contento Comunicação, Lígia Favoretto

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Gerente de trade marketing da Fini Brasil, André Ferreira

extremamente interessante para dermocósmeticos, com o Dermo Show, que tem iluminação em LED, deixando a exposição muito mais bonita e chamando a atenção do consumidor. “Isso faz com que aumente o tíquete médio e a quantidade de tíquetes.” Diniz não hesita em dizer que às vezes o varejista nem precisa investir em mobiliário, uma pequena alteração que gere fluxo orgânico já é capaz de aumentar o faturamento. “Apesar de fabricarmos tudo o que vendemos, a gente não vende móveis. Vendemos o aumento de faturamento e entregamos a solução para isso.” De acordo com o empresário, para aumentar o faturamento é preciso ter conhecimento. “O conteúdo proposto pela Contento é muito importante porque não adianta o varejista ter uma loja bonita e maravilhosa se não tiver conhecimento. A partir do momento que entendo meu público, coloco na loja um mobiliário interessante, com layout assertivo; é o ciclo virtuoso do varejo.” Na Geolab, o relacionamento é interessante para poder mostrar ao varejo a empesa, as novidades e o crescimento. O grande destaque levado pelo laboratório ao evento fica


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EVENTO

Gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro

por conta do Fitobiloba, que é um Ginkgo biloba, medicamento fitoterápico que atua na circulação, memória e problemas de origem cerebral. O gerente de marketing da Geolab, José Ribeiro, comenta que a parceria firmada com a Contento é imprescindível para aumentar a atualização dos profissionais do setor. “A gente sabe que o dia a dia é complicado para todo mundo e nem sempre as pessoas conseguem ter acesso a informações, então poder participar disso e trazer esse acesso é muito interessante e traz benefício de um nível muito alto.” A Cless identificou uma oportunidade de estar junto aos distribuidores de farma, varejo independente e associativistas. O diretor nacional de vendas da empresa, João Roberto Eisenzofp, ressalta que este é um grande momento de trabalhar forte em cima desse novo canal. “Tivemos alguns lançamentos como a linha de xampu a seco e a linha de hidratantes e desodorantes. Para 2019 a Cless está trabalhando com “causas”. No mês das mulheres lançamos o hair spray Charming com a causa do empoderamento feminino; em abril, lenços umedecidos Baby Poppy com a causa do autismo. Essa é a grande sacada nosso para o ano; além de parcerias com a da Contento, para se aproximar e trabalhar o profissionalismo do farma independente.

CURADORIA DE CONTEÚDO Este ano, foram apresentados dez diferentes painéis, com temas diversos, passando pelos caminhos do varejo para 2019 e a transformação que o contexto atual está 66

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causando na jornada do consumidor, além do mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) e de Farmácia Clínica, somados a importantes conceitos sobre lucratividade e preço de venda. “O objetivo era munir o profissional de argumentos, ferDiretor nacional de vendas da ramentas e informações que pos- Cless, João Roberto Eisenzofp sam ser utilizadas para crescimento e evolução no mercado”, pontua a gerente de marketing da Contento Comunicação, Luciana Bandeira. A consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso, ministrou a palestra “Aplicações práticas das teorias da NRF – Mitos e Verdades”. “Trouxe alguns aspectos da NRF Retail’s Big Show, mas o mais importante é justamente a humanização em função dos processos. A tecnologia vai cuidar dos processos, mas é preciso aplicar cada vez mais afeto, mais alegria e mais felicidade. Pessoas mais felizes produzem mais, trazem mais resultados e acabam sendo muito mais produtivas. Clientes mais felizes compram mais e são fãs dos negócios.” “Critérios de utilização do Sistema Antifraude no Farmácia Popular” foi tema da palestra do CEO da MSD Consultoria Pharmaceutica, Márcio Duque. “Esse momento com a Contento foi muito importante para o conhecimento daquilo que hoje está sendo muito focado no governo atual sobre fraudes e irregularidades. É importante que a gente saiba que a Inteligência Artificial (IA) tem um papel importante para que os números comprovem aquilo que tem sido feito, ou seja, hoje o governo

Consultora especializada em varejo farmacêutico, Silvia Osso


consegue controlar, com um simples computador, sem olhar para onde está a farmácia, sem olhar para onde estão o estado e a cidade, e assim identificar situações incomuns, como vendas e aquisição de compras, o que tem sido comum em algumas farmácias, além de situações como a detecção de pessoas jovens fazendo uso de medicamentos não apropriados à idade, entre outras situações adversas”, destaca. Já o consultor e instrutor em pricing
da SimTax Consultoria e Treinamento em Pricing, Jiovanni Coelho, ficou com o tema “Lucratividade e preço de venda”. Ele sentiu que o público ainda tinha muitas dúvidas entre o que era margem e markup. “Os participantes estavam muito atentos, mas eles saíram aliviados, dar impactos de coisas que usam há muito tempo, de forma incorreta. O objetivo foi mostrar de que forma maximizar o lucro dele com estratégias práticas para garantir a otimização da lucratividade.” Para o cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo, que palestrou sobre “Os caminhos do varejo para 2019”, não há como definir os caminhos, porque não existe uma resposta pronta. “Tem tantas opcões tecnológicas, se fala tanto, são tantas novidades que a opção da palestra foi encaminhar no sentido de indicar por onde começar a fazer algo. A concorrência está mais acirrada, o consumidor tem mais opções de produtos e locais de compra e o varejista tem o desafio de alcançar os resultados no final do mês. Por vezes, com tanta informação corre-se o risco de ficar desinformado”. Araújo é enfático ao sugerir que o ser humano deve estar no centro das decisões porque quem vai comprar soluções ou produtos que a loja oferece são seres humanos e quem toma as decisões da loja, seja o dono, ou outra pessoa, por exemplo, também é um ser humano. “É preciso ter brilho nos olhos, ter foco no cliente, ser ousado, pensar na linha de frente e combater a burocracia. É preciso ouvir o que os clientes e funcionários têm a falar. A partir disso, é possível identificar quem é o cliente que está na loja.” Não se pode esquecer que existem diversos perfis, e ao entendê-los, realiza-se o mapa da empatia, o que faz com haja melhoria nos processos. O especialista finaliza dizendo: “Vou usar a tecnologia como meio, e não como fim”. O consultor do Instituto Pedro Dias, Pedro Dias, falou sobre “Excelência no atendimento a diversos públicos”. Ele apresentou tópicos que conectam a visão do varejista, do distribuidor de medicamentos e da indústria farmacêutica quando se alinham os três pontos. “Alcanço a excelência no atendimento não mostrando o que se deve fazer, mas como fazer.” Alguns pontos importantes para desmistificar a gestão por categoria foram abordados pela diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima, que pontuou aos varejistas presentes

Diretora da Mind Shopper, Alessandra Lima

Diretor da Unidade de Negócios Consumer Health da IQVIA, Rodrigo Kurata

que pequenas iniciativas que podem trazem resultados fantásticos. “Dá para começar por pequenas iniciativas. Revisitamos vários pontos e indiquei que não só o ponto natural precisa ser trabalhado, mas também outros pontos estratégicos, como o checkout.” O diretor da unidade de negócios Consumer Health da IQVIA, Rodrigo Kurata, ficou com o desafio de falar sobre o mercado de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), categoria que representa 40% de todo o faturamento do autosserviço do varejo farmacêutico. “Existem diversas alavancas de crescimento que estão sendo exploradas nos últimos anos. Atingiu-se um nível de maturidade importante que faz com que o pequeno varejo se movimente. Existe uma grande tendência global para o autocuidado, diante disso, o varejista deve entender diversos cenários, perfis de loja, de mercado e do shopper.” Não medicamentos é um tema sempre recorrente e de muita relevência. Por isso, o gerente de contas do Close-Up, Sérgio Oliveira, lembrou das oportunidades que eles entregam. Segundo ele, existem muitas categorias que estão crescendo em um ritmo diverso do varejo farmacêutico como um todo e isso mostra o positivismo em absorvê-las.” Por fim, o gerente de marketing da Rede Farma Ponte, Ricardo Silveira, que palestrou sobre a “Evolução da Farmácia Clínica no Brasil”, disse que a farmácia clínica é a área da farmácia voltada para a prática do uso racional de medicamentos, em que o profissional farmacêutico presta serviços com foco no cuidado do paciente, proporcionando 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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EVENTO

Cofundador da Inteligência360º, Olegário Araújo

Gerente de contas do Close-Up, Sérgio Oliveira

saúde, bem-estar, qualidade de vida, otimização da farmacoterapia e prevenção de doenças. “O serviço tem crescido e evoluído, proporcionado cada vez mais acesso à saúde”. Acompanhe, a seguir, algumas das novidades reveladas pelos expositores neste encontro.

PELA FEIRA ATIVA LOGÍSTICA: esta operadora logística de saúde, beleza e bem-estar fortaleceu sua grande aposta para expandir as operações, como as áreas de adequação (inkjet, rotulagem, montagem de kits, inclusão de manuais e bulas etc.) e separação de pedidos (cargas fracionadas), além do GIL (Gestão Integrada de Logística), sistema que permite aos parceiros de negócios a geração de informações como posição no palete, status de recebimento e saída, inventários e relatórios precisos de toda a sua operação em tempo real, tudo conciliado com o sistema do próprio cliente. BIOLAB: com 21 anos de história dedicados à produção de medicamentos de referência e alta qualidade, a empresa lançou, oficialmente, a Biolab Genéricos, linha de medicamentos que traz consigo a qualidade e eficácia da marca, com o desafio de chegar ao mercado com um portfólio de produtos exclusivos e semiexclusivos. DAILUS: a Dailus tem se consolidado no canal farma nos últimos três anos. Segundo informa o gerente nacional de vendas da empresa, Samir Silva, parcerias têm sido muito importantes para a alavancagem dos negócios. “Nos últimos cinco anos o mercado farmacêutico mudou muito o jeito de trabalhar. Com a chegada dos genéricos e preços mais baratos, as farmácias buscaram trabalhar com outros itens como os MIPs, por exemplo. Com a cultura da conveniência dentro do mercado farmacêutico, começaram a aparecer ambientações para o uso de cosméticos, até por influência do mercado americano, tendo a farmácia como principal canal de compra de um esmalte ou maquiagem.” O lançamento ficou por conta do Lip Tint, que é um intermediário entre o 68

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CEO da MSD Consultoria Pharmaceutica, Márcio Duque

batom e o gloss. “É como se fosse um corante para tirar a aparência pálida dos lábios. Vem no formato em gel e com aplicador de batom, além de ser vegano.” CATARINENSE PHARMA: a farmacêutica apresentou o xarope Hedera, medicamento fitoterápico à base de Hedera helix. Sem açúcar, o produto auxilia o combate à tosse expectorante de adultos e crianças acima de dois anos de idade. A empresa também aproveitou a ocasião para anunciar o Cranberry, pó para preparo de bebida de cranberry sabor frutas vermelhas que promete uma potência antioxidante 20 vezes maior do que a vitamina C e é 50 vezes mais potente do que a vitamina E, além de duas novas versões para a linha de ômega-3. Entre elas, a versão Veg Ômega 3, 100% extraída de algas, e o Ômega 3 DHA Gesta, ideal para gestantes e lactantes. EUROFARMA: a multinacional farmacêutica reforçou a estratégia da companhia de ampliar o acesso da população a medicamentos de qualidade a preço acessível. “Investimos constantemente em Pesquisa&Desenvolvimento (P&D) e na qualidade dos nossos processos de produção de genéricos, que apresentam a mesma segurança de medicamentos referência e ainda podem ser intercambiáveis. Hoje, somos o terceiro laboratório desse mercado no Brasil e estamos trabalhando continuamente para assumir a vice-liderança”, reforçou o diretor da Unidade de Genéricos do laboratório, Donino Scherer. EMS GENÉRICOS: a empresa participou da feira para reforçar o seu papel de parceira do canal farma, já que apresenta soluções para 97% das classes terapêuticas no ponto de venda (PDV), com 200 moléculas e 475 apresentações. A companhia também anunciou o aumento da capacidade produtiva para atender à demanda do mercado. “No ano passado, nossa capacidade produtiva foi de 620 milhões de cápsulas. Neste ano, atingiu


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EVENTO

800 milhões, com aumento da fábrica e aposta em automação. Para 2019, pretendemos crescer, no mínimo, 15 pontos percentuais na unidade de genéricos”, disse o diretor comercial da Unidade de Genéricos da EMS, Aramis Domont. Também para 2019, a EMS pretende apresentar 11 lançamentos genéricos, com opções para hipertensão, diabetes e anti-inflamatórios. LINX: a empresa, que atua na área de tecnologia para o varejo, anunciou a chegada do Linx Farma Cloud, uma solução em nuvem que oferece rapidez e disponibilidade no controle e na administração do setor farmacêutico. A solução estará disponível ao mercado a partir do dia dois de julho e permitirá, ao varejista, a administração de estoque, reposição de mercadorias, além de gestão financeira completa para o cumprimento de obrigações tributárias e fiscais. MEDLEVENSOHN: a companhia expôs algumas de suas principais soluções de diagnóstico. Entre elas, equipamentos para monitoramento dos índices de glicose e hipertensão arterial. Segundo o CEO da MedLevensohn, José Marcos Szuster, a empresa vê potencial de crescimento diante do aumento da assistência farmacêutica no País. “Temos uma origem relacionada à aferição da glicose. Então, não é difícil crescermos entre os diagnósti70

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cos de colesterol, colesterol total e perfil lipídico, além do trabalho voltado para a hipertensão. Fora isso, estamos trazendo uma linha de testes rápidos – hoje trabalhamos com 23 deles – que poderão ser disponibilizados no futuro para a atenção farmacêutica”, aposta o executivo. MIDWAY LABS: a companhia levou à feira uma ampla linha de suplementos alimentares. Entre os destaques, estiveram o Diet Way RTD, Whey Sachê, Whey to Go e Caffeine Black Jack Blister. O estande da empresa também recebeu a nutricionista e musa fitness Bella Falconi, que mostrou, aos visitantes do espaço, os benefícios da categoria. NATULAB: a empresa, que acaba de iniciar as operações com Floratil no Brasil, aproveitou o evento para fortalecer a importância deste regulador intestinal. De acordo com o CEO da companhia, Wilson Borges, a expectativa é de ampliar em 20% as vendas de Floratil (que têm se mantido estáveis nos últimos cinco anos). “Vamos explorar nossa expertise e presença no canal independente, especialmente no Norte e Nordeste, para ganhar participação nestes mercados em que o desempenho do produto pode ser melhorado”, revela. OMRON HEALTHCARE: a gigante japonesa em dispositivos e equipamentos de cuidados para a saúde apresentou, em primeira mão, um novo nebulizador, o InalaPop. O equipamento, que proporciona uma inalação rápida e eficiente, possui a inovadora tecnologia antibacteriana Microbran, proteção que impede a fixação e proliferação de bactérias nocivas, causadoras de manchas e odores, durante toda a vida útil do produto. “Demonstramos, na feira, como os benefícios dos nossos produtos impactam a qualidade de vida e bem-estar da população”, finaliza o CEO e presidente da Omron Healthcare Brasil, Wanderley Cunha. PRATI-DONADUZZI: a farmacêutica anunciou a previsão de lançar 170 novas apresentações ao longo deste ano, sendo que quase a metade delas é voltada para o Sistema


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EVENTO

Dentro da parceria entre Contento Comunicação e Fini Brasil com o Varejo em Foco, teve também o Bomboniere Talk, onde seis palestrantes apresentaram as principais tendências nacionais e internacionais. Formato intimista e inovador chamou a atenção do público

Nervoso Central (SNC). A empresa também aproveitou a ocasião do evento para anunciar outras novidades da farmacêutica, como o produto Sensilatte, direcionado a intolerantes à lactose, e reforçou suas expectativas com o Myalo, um medicamento à base de canabidiol (CBD) indicado para o controle de crises de epilepsia refratária, grau mais crítico da doença, cuja incidência é mais comum em crianças. “Estamos prevendo o lançamento do Myalo para o começo de 2020”, sinalizou o diretor-presidente da farmacêutica, Eder Fernando Maffissoni. PROFESSIONAL DONNA: a marca de varejo da Itallian Hairtech resolveu apostar no varejo farmacêutico para incrementar os projetos de expansão. “Depois de consolidarmos nossa posição junto aos profissionais cabeleireiros, enxergamos esse canal como fundamental em nossa estratégia de crescimento no varejo”, afirma o gerente de marketing da empresa, Décio Alcântara. Atualmente, a Professional Donna representa 2% do faturamento da

Itallian Hairtech, mas a estimativa é de que chegue a 10% nos próximos dois anos. As vendas de 2019 já devem sofrer um incremento de 30%. Para isso, a estratégia da companhia é atuar de maneira mais próxima aos distribuidores e atacadistas em regiões estratégicas, especialmente no Sudeste e no Sul do País. SANFARMA: a companhia anunciou algumas novidades preparadas para chegar ao mercado ainda este mês, a exemplo do Cicatrisan Película Protetora, que chega com fórmula sem álcool e é aliado da cicatrização rápida de machucados, cortes e lesões. Em versão em 10 mL, com rendimento para até 80 aplicações, o produto pode ser usado também em tatuagens. TEUTO: o laboratório participou do evento como patrocinador safira/máster, levando um dos maiores estandes da feira, com 220 m2. No espaço, foram apresentados os principais lançamentos realizados e previstos para o mercado, e a estratégia de crescimento e visão de futuro para os próximos anos. O laboratório ofereceu, ainda, atividades de interação, como totem para fotos instantâneas e personalização de canecas com caricaturas. Além disso, os participantes tiveram a chance de conhecer o parque fabril da empresa em 360º, por meio de uma ação de “realidade virtual”.

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Especial Maternidade

Momento de mudanças QUANTO MAIS AS FARMÁCIAS TRABALHAREM A PERFUMARIA DA LOJA CONSIDERANDO O PERFIL FEMININO, MAIORES SERÃO AS OPORTUNIDADES DE VENDA COM AUMENTO DE TÍQUETE E LUCRATIVIDADE POR LAURA MARTINS

A

A gestação e a chegada de um filho é um dos momentos mais felizes e importantes para uma mulher. Mas, ainda que esse seja um marco na vida da mãe e de toda a família, algumas preocupações podem surgir nos nove meses de gravidez e nos primeiros meses de vida do bebê. Além de todo o cuidado com a saúde da mãe e do bebê, alguns incômodos podem aparecer se não forem prevenidos e tratados com muita atenção. Amamentação, suplementação alimentar e problemas estéticos estão na lista de preocupações das mães de primeira – e outras – viagens.

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ESTÉTICA PERFEITA Durante a gravidez, há um aumento de um hormônio, a melanotropina, que estimula a produção de pigmentos em algumas áreas do corpo, como nariz, bochechas e testa, em mais de metade das gestantes, principalmente a partir do quarto mês de gravidez. Chamada de melasma, “é uma mudança que, muitas vezes, depois da gestação, pode não voltar à condição normal. Ela pode ser amenizada, atenuada, mas não tem um tratamento que consiga voltar 100%”, explica a ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Lidia Hyun Joo Myung. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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Especial Maternidade

SUPLEMENTAÇÃO INFANTIL Diferentes fórmulas estão disponíveis no mercado para os bebês. As principais são: • Antirregurgitação (com a sigla AR na embalagem): indicadas para os pequenos com regurgitação frequente e/ou refluxo gastroesofágico; • Contra gases: são fórmulas para melhorar o funcionamento dos intestinos e diminuir os gases; • Leite de soja: são fórmulas à base de leite de soja para quem tem alergia à proteína do leite de vaca; • Hidrolisadas: para os bebês que têm alergia à proteína do leite e que também não se adaptam às fórmulas com leite de soja. A partir do primeiro ano de idade até os cinco, a decisão de usar as fórmulas cabe aos pais e aos responsáveis, já que as crianças podem começar a ter introdução de leite de vaca em sua dieta. Na categoria de nutrição infantil, geralmente o shopper é a mãe, que costuma ir ao ponto de venda (PDV) buscar uma marca recomendada por um especialista. Ter as principais marcas é fundamental para não perder a venda, já que é grande a probabilidade de a cliente ir em outra loja caso não encontre a marca desejada. Considerando que na árvore de decisão de nutrição infantil a marca é o principal critério de decisão, é importante que a exposição seja feita por marca, com os itens sendo organizados por idade dentro de cada marca, já que este é outro critério relevante dentro do processo de decisão do shopper. Geralmente, as fórmulas infantis e os compostos lácteos abrem a exposição. Recomenda-se colocar os itens premium nas partes intermediária e superior da gôndola, deixando a parte inferior para os produtos de menor valor, favorecendo o incremento do faturamento da loja e o tíquete médio da compra. É recomendado expor as papinhas e os suplementos alimentares no mesmo corredor, expostos por marca e depois por sabor. Fontes: professora de trade marketing da ESPM e consultora de varejo, Alice Amigo; hematopediatra da Rede D’Or São Luiz, Dra. Lara Lobianco e Souza; e cardiopediatra da Rede D’Or São Luiz, Dra. Mirella Castro

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Algumas mulheres podem sofrer, também, com o aumento da acne na pele. Isso acontece, de acordo com o ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Eduardo Vieira da Motta, devido ao estímulo hormonal sobre as glândulas sebáceas, já que o folículo piloso aumenta a oleosidade da pele. O acúmulo dessa oleosidade pode obstruir a saída destas glândulas e proporcionar a formação da acne e de infecções locais. Mais para o final da gravidez, os problemas costumam ser outros: inchaço, celulites, varizes e estrias. Isso porque o volume do bebê e do útero aumentam, piorando a circulação nas pernas e aumentando a retenção de líquidos. “O inchaço da gravidez decorre do estímulo hormonal para reter líquidos necessários para a evolução da própria gestação. Já a celulite é decorrente do acúmulo de gordura abaixo da pele e sua expressão depende da espessura e da circulação linfática da pele, que são condições genéticas, e do ganho de peso durante a gestação”, exemplifica o Dr. Motta. As estrias, por sua vez, são uma característica muito individual, pois respondem ao estiramento da pele. Condições de hidratação, do colágeno da paciente e de quanto peso a gestante ganhará estão diretamente ligadas à propensão de aparecimento das estrias. “A mulher, na gestação, está embebida no hormônio da gravidez (progesterona). Quando ela não está grávida, só tem esse hormônio na ovulação. A progesterona provoca os mesmos sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM) – inchaço como um todo. Ao reter líquido, acaba acentuando a celulite já existente”, complementa a ginecologista da BP. O grupo de mulheres que tem mais risco são as que ganham mais peso – mais de 13 kg. Além disso, mulheres que já têm uma condição de pele com tendência a ter manchas, ou que já têm mais celulites e mais estrias, são mais propensas. Por isso é importante beber ao menos dois litros de água por dia e ter hábitos alimentares saudáveis. “Os problemas podem ser prevenidos por meio de uma alimentação equilibrada e a mais natural possível, além da redução de ingestão de sódio, de alimentos industrializados e gordurosos. Quanto ao controle de ganho de peso e exercícios físicos direcionados para cada etapa da gestação, a melhor fase é entre 15 e 28 semanas, quando se tem


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Especial Maternidade PERGUNTAS MAIS COMUNS

Quando os problemas aparecem? O melasma e a acne costumam aparecer no começo da gravidez, enquanto os outros, nos meses finais.

Quais produtos podem ser usados para evitar e diminuir os incômodos? Produtos próprios para a linha de gestantes que já foram testados em sua eficácia e segurança, além de meias elásticas ¾ de média compressão.

Quais suplementos vitamínicos podem ser usados na amamentação? Cálcio + vitamina D, ácido fólico, ômega-3 e zinco.

Quais são os principais produtos para amamentação? Os absorventes de seio que auxiliam no desconforto quando há vazamento indesejado do leite; a concha para amamentação, que ajuda na preparação do mamilo e o protege no caso de fissuras; o protetor de mamilo; a bomba manual extratora de leite; e o recipiente para leite.

Como diminuir o ressecamento vaginal? Podem ser usados lubrificantes à base de água e sem hormônios (sempre com indicação do ginecologista) na gravidez e na amamentação.

Fontes: diretor da Fitoway, Daniel Mencacci; consultora de amamentação da NUK, Lavínia Springmann; e ginecologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dra. Lidia Hyun Joo Myung

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Especial Maternidade

muita disposição e os enjoos melhoram. O exercício mais completo e indicado é a hidroginástica ou natação”, frisa a Dra. Lidia.

AMAMENTAÇÃO Falta de orientação, dificuldade de posicionar o bebê no seio, traumas mamilares, mamilos invertidos e planos, preocupação com a estética das mamas e medo de sentir dor são algumas das principais assombrações das mulheres quando falam sobre amamentar. Segundo a consultora de amamentação da NUK, Lavínia Springmann, uma das maiores preocupações e mitos sobre aleitamento que devem ser combatidas é imaginar que o colostro (líquido amarelado produzido pelas mamas das mulheres alguns meses antes e alguns dias após o parte e que contém alto teor de proteínas e minerais) e o leite materno são fracos e não alimentam o bebê. Para diminuir ou acabar com os problemas, a indústria desenvolve diferentes produtos que auxiliam as mães na amamentação, como, por exemplo, conchas de amamentação, que são desenvolvidas com formato ergonômico e interior em silicone, promovendo o efeito massageador que facilita o aleitamento. As conchas sem ventilação são indicadas para mães com alto fluxo de leite, pois coletam o máximo possível de leite materno e evitam o vazamento. As conchas com furos de ventilação são indicadas para proteger os mamilos com fissuras ou doloridos. “A bomba manual para extração de leite é pequena, leve e de fácil manuseio. Foi desenvolvida juntamente com especialistas em amamentação para que a extração do leite seja realizada de maneira fácil e confortável, utilizando apenas uma mão. O produto possui uma almofada de silicone supermacia que se ajusta perfeitamente ao seio, proporcionando uma agradável sensação na pele. Sua textura massageia suavemente a mama, estimulando o fluxo do leite”, explica Lavínia. Os protetores de mamilos ajudam a proteger os mamilos sensíveis durante o processo de amamentação, possuem formato anatômico e são de silicone, o que permite maior aderência ao seio. São indicados para mamilos planos, extraídos e invertidos. Já os absorventes para seis absorvem rapidamente o líquido e evitam vazamentos indesejáveis. Além 80

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de permitirem a retenção de líquidos, os protetores também reduzem o risco de irritação da pele.

AJUDA NUTRICIONAL A rotina acelerada impede que grande parte das futuras mães tenha uma alimentação saudável e equilibrada. Exatamente por isso é cada vez mais comum a prescrição de suplementos à base de vitaminas e minerais para as mulheres grávidas desde o início da gestação. Essa suplementação serve para garantir a boa formação do bebê, sendo fundamental para o crescimento e o desenvolvimento sadio da criança. O diretor da Fitoway, Daniel Mencacci, cita algumas das suplementações mais comuns nesse período: • Cálcio + vitamina D: participam da formação óssea do bebê; • Ácido fólico: auxilia a formação do sistema nervoso central; • Ômega-3: entra na formação e no desenvolvimento do cérebro; • Zinco: regula também o desenvolvimento cerebral e o sistema imune. Já no puerpério acontecem inúmeras modificações, tanto fisiológicas quanto psicológicas na mãe e que devem ser acompanhadas com bastante atenção para não aumentar a insegurança em relação à maternidade e aos cuidados com a saúde do bebê. “Alguns cuidados básicos devem ser adotados, como avaliar a qualidade da amamentação, avaliar se existe sangramento vaginal, observar a cicatrização e retirar pontos, vacinar e realizar o teste do pezinho no bebê e avaliar se existe o desejo de uma nova gravidez, sendo o médico o responsável pela orientação sobre métodos anticoncepcionais”, alerta ele. Quanto à suplementação, também fica a cargo do médico a decisão sobre continuar ou não, uma vez que novos exames devem ser realizados de a mulher tomar a decisão.

PROBLEMAS ÍNTIMOS As gestantes e mulheres que estão amamentando podem sofrer também com o ressecamento vaginal. O problema acontece, de acordo com a Dra. Lidia, pois a mulher, nestes períodos, fica sob efeitos do hormônio da progesterona e, concomitantemente, com


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a redução do efeito do hormônio estrogênio, que é responsável pela maior lubrificação íntima feminina. A principal função da secreção vaginal é a lubrificação, que serve para a atividade sexual, além de ser parte da proteção do ambiente genital, já que é nela que está a flora vaginal (microrganismos que, quando estão em equilíbrio, protegem o corpo de infecções). Entre as principais queixas estão, segundo a ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, Dra. Bárbara Murayama: secura, ardência, dor na hora da relação sexual e/ou diminuição do tempo de duração do sexo. Podem estar associados, ainda, sintomas como coceira, irritação na região e sintomas urinários como urgência. Existem opções de tratamento que devem ser avaliadas e prescritas pelo médico, como hidratantes genitais e lubrificantes. A primeira opção é usada na rotina, enquanto os lubrificantes apenas na hora do sexo. Porém, no caso de gestantes ou na amamentação, é preciso que sejam indicados produtos que não tenham hormônios. Outra preocupação comum das mulheres é sobre quais métodos contraceptivos podem ser usados lo82

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go após a gestação. “Após 40 dias do parto, não existe mais a proteção contraceptiva da gestação e da amamentação. Sendo assim, deve-se reiniciar o contraceptivo após esse período. Lembrando que se o contraceptivo for hormonal, na amamentação são permitidos apenas os métodos à base de progestágenos”, comenta a Dra. Lidia. É importante ressaltar que nem todas as mulheres poderão sofrer com o ressecamento. E que, se sentir sintomas, o problema pode e deve ser tratado. Um dos possíveis causadores a ser observado é, por exemplo, o uso de preservativos, que pode causar alergia e, por isso, a mulher pode sentir coceira e aumentar a frequência de higiene, o que pode causar o ressecamento. “Muitas mulheres não estão cientes das opções de tratamento e, ao invés de buscá-los, fazem mudanças no estilo de vida para lidar com seus sintomas. Algumas optam por parar a atividade sexual devido à dor causada pela secura vaginal. Por isso é importante falar sobre isso e orientar as mulheres a falarem com seus ginecologistas”, complementa a Dra. Bárbara.


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GRIPES E RESFRIADOS

Ocorrências de inverno A BAIXA UMIDADE, COMBINADA COM A QUEDA DE TEMPERATURA, CRIA O AMBIENTE PERFEITO PARA A PROLIFERAÇÃO DE DOENÇAS, QUE TAMBÉM APROVEITAM A AGLOMERAÇÃO DAS PESSOAS NOS MESES MAIS FRIOS DO ANO. PREVENÇÃO E TRATAMENTO AJUDAM A ACABAR COM OS SINTOMAS

A

POR LAURA MARTINS

Algumas teorias explicam o porquê de se observar mais pessoas doentes em meses mais frios. Uma delas diz que a incidência dos vírus aumenta, pois a população fica mais aglomerada, facilitando a contaminação entre as pessoas. Outra justificativa é a falta de sol e, consequentemente, a falta de vitamina D, deixando o corpo com uma resposta imune deficitária. Mas estudos científicos provaram que o vírus da gripe consegue sobreviver em temperaturas mais frias e se disseminar mais facilmente em ar com umidade reduzida. Ou seja, durante a temporada

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de outono e inverno, ele fica suspenso por mais tempo e atinge distâncias maiores. “Quando a umidade do ar aumenta, quase não há transmissão ou não é tão importante a transmissão do vírus da gripe. Talvez as teorias estejam todas certas, como a de não arejar os ambientes ou de não ficar tão exposto ao sol, mas a questão do vírus provavelmente é a principal”, resume o infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. João Prats. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as gripes e os resfriados afetam em média de 10% a 20% da população mundial por ano. O boletim da OMS de noIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

GRIPES E RESFRIADOS

vembro de 2018 publicou que, mundialmente, há predomínio do vírus Influenza A (H1N1) pdm09. No Brasil, neste último ano, foram notificados cerca de 34 mil casos de síndrome respiratória grave, com 25% confirmados para o vírus Influenza. Só na região Sudeste, explica o otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello, foram registrados 46,3% dos casos. O Estado de São Paulo teve a ocorrência de dez mil casos, sendo que 17% evoluíram a óbito. Concentraram-se na região metropolitana de São Paulo 40% dos casos e 33% dos óbitos. É importante ressaltar que o monitoramento das doenças não é simples. No caso da gripe, há dois tipos: as gripes leves, onde o controle é feito por hospitais que coletam dados aleatórios de pacientes para ter ideia de quais cepas estão circulando e, nos casos mais graves, as pessoas que estão internadas com suspeita de gripe. Já nos casos de incidência de resfriado é muito difícil ter um número, já que é uma doença mais leve e, muitas vezes, o paciente não chega a ir ao hospital. “Os sintomas da gripe atingem o corpo todo, com febre de início repentino, tosse ou dor de garganta, dor de cabeça, dor nos músculos e nas articulações. Dá vontade de não sair da cama. Quadros de maior gravidade podem ser acompanhados de dificuldade para respirar. Já os resfriados são mais leves, não atingem o corpo todo, apresentam sintomas como nariz escorrendo e entupido, normalmente sem febre (ou febre baixa), e o organismo se recupera mais rápido”, diferencia a infectologista do Hospital Santa Catarina, Dra. Glaucia Verkulja. Alguns grupos merecem mais atenção. É o caso de gestantes; crianças de até cinco anos de idade e adultos com mais de 60; pessoas que tenham alguma doença pulmonar, cardiovascular ou diabetes; que estejam em tratamento de câncer ou que usem medicações que reduzem a defesa do organismo.

CONTRA A GRIPE Para diminuir os casos e a possibilidade de aumentar a gravidade da gripe, todos os anos são realizadas campanhas de vacinação para os grupos de risco. A vacina, segundo o Dr. Mello, é considerada a forma mais eficiente de prevenção. Diferente de muitos mitos que circulam primeiramente na internet, ela não causa gripe, mas leva de duas a oito semanas para fazer efeito. Por isso o indivíduo pode ficar doente nesse período. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir em até 45% o número de hospitalizações decorrentes de complicações e em até 75% a mortalidade global. 86

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NA PRATELEIRA Conforme o número de pessoas que sofrem com gripes e resfriados no outono/inverno aumenta, crescem também as vendas de medicamentos relacionados às doenças, como antigripais e antitérmicos. Entre abril e agosto, as vendas são cerca de 40% maiores do que nos meses mais quentes (setembro a março). Fonte: IQVIA

OS EFEITOS DO VÍRUS INFLUENZA A NA IMUNIDADE O otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello, explica que o vírus Influenza A é constituído por glicoproteínas das membranas: hemaglutinina (HA) e neuraminidase (NA). A HA é o principal antígeno viral, principal foco da maioria dos anticorpos. O dano celular primário causa lesão no epitélio respiratório e a liberação de citocinas e mediadores inflamatórios secundários à infecção viral. A resposta imune depende predominantemente da imunoglobulina A (IgA) do trato respiratório, que promove a quebra das células infectadas. O organismo responde com um influxo de linfócitos e macrófagos que causam inflamação, vasodilatação e edema da mucosa do trato respiratório. “Mutações da HA diminuem ou inibem a ligação de anticorpos do hospedeiro, permitindo o surgimento de novas cepas virais que se disseminam na população, uma vez que tais variantes podem escapar da imunidade desenvolvida por infecção ou vacinação prévia. O acúmulo de mutações pontuais é um mecanismo de variabilidade genética do vírus Influenza conhecido como variação antigênica e é a explicação molecular para as epidemias sazonais de gripe. O vírus Influenza B tem menor propensão para variação antigênica, mas pode causar quadros tão graves quanto os do vírus tipo A”, diz ele.


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GRIPES E RESFRIADOS

GRIPES X RESFRIADOS Ambos são doenças virais que acometem as vias aéreas. Resfriado

Gripe

Acontece pela ação de vários vírus diferentes, sendo o Adenovírus e o Rinovírus os mais frequentes.

É uma infecção causada pelo vírus Influenza.

Tem evolução autolimitada, geralmente de três a quatro dias, e possui baixo risco de complicações. Caracteriza-se por sintomas como tosse, obstrução nasal, coriza, dor de garganta e rouquidão.

É mais comum do que a gripe e pode ser confundido com rinite alérgica.

Causa febre, mal-estar, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite, tosse, coriza e dor de garganta. Algumas pessoas podem apresentar náuseas, vômitos e diarreia. Os sintomas duram por volta de uma semana.

É mais forte e compromete o estado geral da pessoa, causando mal-estar em todo o corpo, não somente sintomas na região nasal.

Fontes: infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. João Prats; e otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello

A recomendação sobre a composição da vacina é feita sempre no segundo semestre de cada ano que antecede à temporada. A composição da vacina a ser comercializada ou utilizada no Brasil para a temporada de 2019 foi divulgada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro de 2018. Sendo assim, as vacinas influenza trivalentes que devem ser utilizadas em 2019 deverão conter, obrigatoriamente, três ti88

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pos de cepas de vírus em combinação, e deverão estar dentro das especificações determinadas. As vacinas influenza quadrivalentes contendo dois tipos de cepas do vírus Influenza B deverão conter um vírus similar ao vírus Influenza B/ Phuket/3073/2013 (linhagem B/Yamagata/16/88) adicionalmente aos três tipos de cepas comentadas acima.


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GRIPES E RESFRIADOS

10 DICAS DE PREVENÇÃO CONTRA GRIPES E RESFRIADOS Todo cuidado é pouco, então o ideal é que os pacientes saibam como se prevenir e ajudar outras pessoas a não ser infectadas pelo vírus da gripe ou do resfriado: 1. Lavar as mãos com água e sabão várias vezes ao dia, especialmente após o contato com pessoas infectadas, o manuseio de equipamentos compartilhados e o uso de transporte público; 2. Carregar na bolsa ou na mochila álcool gel 70% para, quando necessário ou na falta de água e sabão, higienizar as mãos; 3. Evitar colocar a mão no rosto, especialmente na boca, no nariz e nos olhos; 4. Boa higiene respiratória – cobrindo boca e nariz ao tossir ou espirrar, usando lenços e descartando-os corretamente; 5. O ideal é sempre manter o ambiente arejado e as janelas abertas. Evitar ambientes fechados e sem ventilação, pois favorecem a circulação e a multiplicação dos diversos tipos de vírus respiratórios; 6. Autoisolamento precoce daqueles que se sentem mal, febris e com outros sintomas de influenza; 7. Vacinar-se anualmente (principalmente as pessoas que estão em grupos de risco). Existem diversos tipos de vírus da gripe e, a cada ano, a vacina é direcionada de acordo com aqueles que estão circulando, para aumentar a eficácia; 8. Praticar atividade física e alimentar-se bem para fortalecer o sistema imunológico; 9. Evitar aglomerações e proximidade com pessoas doentes; 10. Apesar de não ser tão comum no Brasil, usar máscara ajuda a evitar que as outras pessoas se contaminem com os vírus. Fontes: infectologista do Hospital Santa Catarina, Dra. Glaucia Varkulja; infectologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Dr. João Prats; e otorrinolaringologista do Hospital CEMA, Dr. Marcelo Mello

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Além disso, o infectologista da BP frisa a importância de que 90% das pessoas (somando todos os grupos de risco) estejam vacinadas para que a imunização tenha seu efeito desejado na população. “Todos devem tomar a vacina, em especial as pessoas com maior risco de complicações, como, por exemplo, os idosos; os menores de cinco anos de idade; as grávidas; as pessoas com problemas crônicos no pulmão, coração, fígado, rim ou diabetes; as com deficiência na defesa do organismo (por exemplo: que recebem quimioterapia ou que vivem com o vírus HIV/AIDS); e as obesas”, comenta a Dra. Varkulja.

RESULTADOS NA FARMÁCIA É importante que as farmácias deem mais atenção aos medicamentos destinados ao tratamento da gripe e do resfriado nos meses mais frios. Por conta da sazonalidade, a categoria de antigripais acaba sendo destino/gerador de tráfego para as lojas. É fundamental garantir o estoque correto, realizando análises do incremento de venda de antigripais e antitérmicos no período do outono/inverno versus os demais períodos do ano. Entender o giro dos principais SKUs (sigla em inglês para Stock Keeping Units; Unidades de Controle de Estoque, em português) destas categorias, em especial, é de suma importância para o correto abastecimento e para evitar que vendas sejam perdidas por problemas de ruptura. “Em relação ao mix, vai depender se o posicionamento da loja adota uma estratégia com foco maior em sortimento ou em conveniência, e também do tamanho destinado à exposição da categoria. Mas é importante trabalhar com pelo menos três opções de marcas, incluindo a marca líder, para dar opções de escolha ao shopper”, explica a professora da ESPM e consultora de varejo, Alice Amigo. O ideal é que sejam agrupados por marca, e a categoria separada por referência e genéricos. É importante ter atenção ao facing dos produtos na gôndola, garantindo o espaço na prateleira condizente com as vendas e o giro, para evitar rupturas. Além disso, segundo a especialista, capacitar o time pode ser uma boa estratégia para o aumento das vendas. Um bom atendente ouve com atenção as necessidades do cliente para buscar atender ou superar as expectativas do mesmo, e ainda faz vendas adicionais. Por exemplo, o cliente pode ir à loja para comprar um antitérmico e o atendente pode perguntar se ele também deseja um termômetro. Ou ainda investigar se ele foi diagnosticado com gripe e teria interesse em levar um antigripal.


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OLHO SECO

Lágrimas sem qualidade A EXPOSIÇÃO EXCESSIVA A TELAS E AO AR-CONDICIONADO ESTÁ PREJUDICANDO A SAÚDE OCULAR, CAUSANDO MAIOR INCIDÊNCIA DA SÍNDROME DO OLHO SECO. PEQUENAS MUDANÇAS MELHORAM O QUADRO

A

POR LAURA MARTINS

A sensação de irritabilidade e a falta de hidratação são alguns dos principais problemas oculares no século 21. Isso porque o uso excessivo de tecnologias e os ambientes internos com climatização artificial prejudicam a saúde dos olhos. Atualmente, cerca de 15% da população queixa-se de ter sintomas da síndrome do olho seco.

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“O crescente uso de tablets, computadores e smartphones tem aumentado a frequência de relatos de sintomas de olho seco. Ou seja, o mundo moderno trouxe avanços significativos em termos de tecnologia, mas, ao mesmo tempo, aumentou a incidência de olho seco, uma vez que, durante o uso desses aparelhos, existe uma redução da frequência ao piscar, levando a uma evaporação da lágrima mais ráIMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ESPECIAL SAÚDE

OLHO SECO

AS LÁGRIMAS ARTIFICIAIS

Ao pingar o colírio lubrificante, há aumento de oferta de água, eletrólitos e outras substâncias para a camada aquosa do filme lacrimal. Há maior proteção para as células da superfície ocular, com uma melhora significativa na estabilização das três camadas do filme lacrimal. Fonte: oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Adriano Biondi

pida do que o normal, desencadeando o problema”, resume a doutora em Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Dra. Myrna Serapião. Ao usar o computador, as pessoas tendem a piscar quatro vezes menos do que com a visão relaxada. O uso do computador também elevou a exigência do esforço muscular ocular e, quando todos esses fatores convergem, pode-se configurar uma nova entidade descrita como síndrome do uso excessivo do computador, que afeta quase 90% das pessoas que usam a máquina por mais de três horas por dia. “Isso ocorre pois o esforço muscular intraocular para realizar a acomodação visual passou a patamares elevados, para os quais ainda não há adaptação”, alerta o oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Dr. Adriano Biondi. O problema é agravado também pelo uso constante de ar-condicionado ou ventiladores na direção dos olhos, assim como vento excessivo, polui94

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AS LÁGRIMAS ARTIFICIAIS OFERECEM PROTEÇÃO PORQUE HIDRATAM E MANTÊM A SUPERFÍCIE OCULAR UMEDECIDA POR MAIS TEMPO, EQUILIBRANDO O FILME LACRIMAL E SUAS CAMADAS. OS COLÍRIOS TÊM FUNÇÕES ESPECÍFICAS, COMO LUBRIFICAR A SUPERFÍCIE OCULAR, MELHORAR A CAMADA LIPÍDICA E REDUZIR A EVAPORAÇÃO DA LÁGRIMA

ção, clima seco e fumaça. Para entender melhor a patologia, o oftalmologista do Hospital Samaritano, Dr. Bernardo Kaplan Moscovici, explica que existem dois tipos de olho seco. “A síndrome do olho seco pode ser dividida em qualitativa (falta de qualidade da lágrima) e quantitativa (quando não há produção suficiente de lágrima). A maioria das pessoas tem problemas com a qualidade da lágrima, principalmente por causa desses fatores externos”, diz. A doença pode ser desencadeada, ainda, por agentes internos. “As principais causas são o envelhecimento; a menopausa; as doenças sistêmicas e as autoimunes; o uso de certos medicamentos, como antidepressivos, antialérgicos e anti-hipertensivos; e o uso de lentes de contato”, analisa a doutora da Unifesp. “Entre estes pacientes, aproximadamente 10% dos que apresentam deficiência aquosa clinicamente significativa possuem síndrome de Sjögren primária e podem necessitar de uma abordagem multidisciplinar”, ressalta o oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Apesar de incômoda, a síndrome do olho seco não causa, normalmente, problemas maiores. De acordo com o oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Emerson Castro, a maior parte dos casos não evolui para uma


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OLHO SECO

doença mais grave, sendo a maior preocupação a possibilidade de embaçar muito a visão.

COMO ACONTECE E COMO EVITAR O filme lacrimal é formado por três camadas: mucosa, aquosa e lipídica (gordurosa). Esta última é a mais influenciada por fatores externos e, se danificada, prejudica a qualidade da lágrima (parte aquosa). “O olho seco evaporativo (qualitativo) é como a água do macarrão (gordura em cima e água embaixo). Essa gordura é o que retém a água. Se essa gordura tem problema, a água evapora e muitos fatores externos podem ser responsáveis por essa deficiência”, comenta o Dr. Castro. Quando acontece a alteração da superfície dos olhos, aparecem sintomas como sensação de areia dentro do olho, vermelhidão, coceira, sensibilidade à luz, ardência, cansaço, peso na pálpebra e hipertermia. O oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês cita que pessoas com a pele oleosa, principalmente na zona T do rosto (testa, nariz e queixo), podem concentrar mais gordura na região lacrimal, gordura esta que tende a

CURIOSIDADE

• A cada homem atingido pela síndrome do olho seco, três mulheres sofrem do mesmo problema. Isso acontece especialmente na menopausa, quando os hormônios tendem a modificar a produção das lágrimas. O fator hormonal atinge, principalmente, as mulheres.

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

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ser mais ácida, irritando o olho. Ou ser mais densa e entupir os poros, não hidratando da maneira correta o filme lacrimal. Para diminuir o problema, certos detalhes podem fazer toda a diferença. “É preciso ter alguns cuidados na frente do computador, pois as pessoas tendem a não piscar em frente à tela. Reduzir o brilho das telas para não irritar mais os olhos e evitar deixá-las acima da linha dos olhos, pois olhar para cima diminui o ritmo de piscadas”, exemplifica o oftalmologista do Hospital Samaritano. O ideal é que pessoas que ficam grande parte do dia em frente ao computador tenham pausas de um minuto a cada hora. Caso não seja possível, experimente ficar olhando para o infinito dez segundos a cada dez minutos. Em ambientes com ar-condicionado ou ventilador, o ideal é que o vento não esteja direcionado diretamente para os olhos. “A higiene dos cílios e das pálpebras é essencial, pois as glândulas responsáveis pela produção gordurosa podem entupir, diminuindo a qualidade da lágrima. A limpeza pode ser feita com produtos específicos ou com xampu neutro diluído em água. A higiene pode ser feita com água morna, fazendo massagem nos cílios e nas pálpebras com os olhos fechados”, completa o Dr. Moscovici.

DIFERENTES TRATAMENTOS O uso de colírios lubrificantes, também conhecidos como lágrimas artificiais, alivia os sintomas. Segundo o oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês, o colírio “coloca” mais água dentro do olho, sem prejudicar o funcionamento dos olhos, ainda que usado diversas vezes ao dia. São mais indicadas as lágrimas artificiais sem conservantes, pois os formulados com conservantes podem irritar os olhos, se usados com frequência. “As lágrimas artificiais oferecem proteção porque hidratam e mantêm a superfície ocular umedecida por mais tempo, equilibrando o filme lacrimal e suas camadas. Os colírios têm funções específicas, como lubrificar a superfície ocular, melhorar a camada lipídica e reduzir a evaporação da lágrima”, completa a Dra. Myrna. Cada lágrima artificial possui uma composição específica. Os colírios de última geração combinam dois importantes agentes, o ácido hialurônico e a carboximetilcelulose, substâncias que ajudam a lubrificar e a hidratar os olhos com mais conforto ocular. Nos casos mais graves, colírios anti-inflamatórios imunomoduladores podem ser usados para diminuir a inflamação e estimular a produção de lágrima.


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MIX

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IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


Negócios guiados pelas cores A CADA ESTAÇÃO, OS ESMALTES GANHAM NOVAS TONALIDADES. É PRECISO ESTRATÉGIA PARA ESCOLHER O MELHOR SORTIMENTO E TUDO O QUE PODE COMPLEMENTÁ-LO PARA GARANTIR QUE AS CONSUMIDORAS TENHAM UNHAS PERFEITAS POR KATHLEN RAMOS

S

Seja qual for a situação econômica do País, é fato que, para os esmaltes, sempre há propensão ao desembolso. Afinal, esses produtos – assim como acontece com os batons – são itens mais acessíveis e as consumidoras ainda conseguem comprá-los, obtendo satisfação sem comprometer o orçamento. Além disso, são muitas as que procuram fazer as unhas em casa. Para elas, então, é fundamental ter todos os aparatos necessários em mãos.

O processo de manicuração completo não existe sem a cutelaria. A ação se divide entre sete e nove etapas, dependendo do serviço agregado. Entre todas as fases básicas, a cutelaria está presente em quatro delas: corte/lixamento das unhas, remoção da cutícula, aplicação de esmalte e limpeza de resíduos1. Além dos esmaltes – seja para colorir, preparar, tratar ou finalizar as unhas –, os itens indispensáveis são: alicate de corte ou cortador de unhas, espátula, alicate de cutícula, palito, tesoura e lixa de unha. Algodão, removedores de esmaltes e hidratantes para mãos e pés também entram nesta lista2. Já para os esmaltes, é importante dar destaque aos lançamentos das coleções2. Aliás, nesse momento, é fundamental estar atento às novidades do mercado, que surgem a cada estação. “Temos nossas coleções regulares a cada troca de estação (são duas coleções) e lançamentos intermediários de acordo com o que sentimos do mercado e também do que a nossa equipe criativa sugere como aposta”, pondera a gerente de marketing e produto da Impala, Vivian Silvério. Como o principal atributo de compras de esmaltes é a cor, é muito importante criar um degradé nas gôndolas, não só para facilitar a localização do tom desejado, mas também para criar um apelo visual e aumentar o interesse do shopper3. Já para os itens de cutelaria, a organização por linha de produtos possibilita que o consumidor encontre mais facilmente o artigo desejado2. “Com tantas opções, nossa equipe orienta os pontos de venda (PDVs) a usarem nossos corners e posicionar nas gôndolas sempre as coleções mais atuais e as cores de maior sucesso de vendas entre as consumidoras”, aconselha Vivian. Na hora da composição do mix e de destacar os produtos nas gôndolas, vale lembrar que as consumidoras querem mais do que as cores da estação. Elas desejam artigos que tratem as unhas e ainda garantam durabilidade, segundo aponta o Caderno de Tendências – 2019-2020, da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos (Abihpec). De acordo com o estudo, ao mesmo tempo com que sonham com esmaltes mais duráveis, as consumidoras desejam contar com removedores de esmalte eficientes, porém pouco agressivos, para retirá-los.

Fontes: 1. Matéria “A procura de produtos de beleza na farmácia”, portal Guia da Farmácia; 2. Suplemento Especial Mulher 2017. 3. Matéria “Movidos pela Vaidade” Portal Guia da Farmácia 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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MIX

ÚLTIMOS LANÇAMENTOS Donas da Rua by Dote: mostrando a importância da mulher e do empoderamento feminino no projeto, em parceria com Mauricio de Sousa, a coleção conta com 18 itens com textura ultracremosa, secagem rápida, longa duração e brilho intenso. São 12 cores em embalagens exclusivas e mais seis esmaltes na versão duo, com cores cremosas e glitter no mesmo tom.

Viva o Verão (Vult): a coleção foi desenvolvida com um mix de cores vibrantes e brilhantes, junto às queridinhas candy collors. Todos os esmaltes possuem fórmula enriquecida com extratos de algas marinhas, fundamentais para unhas saudáveis. Além disso, a composição é livre de formaldeído, tolueno, DBP (dibutilftalato), resina de formaldeído e cânfora, substâncias que podem causar alergias. Os esmaltes Vult também garantem uniformidade, brilho e secagem rápida.

Risqué Coca-Cola Felicidade em Cores (Coty): com seis novos tons de esmaltes, o lançamento celebra a Felicidade, seja ela vinda da sensação de abrir uma garrafa de Coca-Cola gelada ou do prazer de pintar as unhas com um novo esmalte Risqué. Inspirada no universo descontraído e moderno em torno do refrigerante mais famoso do mundo, a coleção traz nomes e cores que ilustram a parceria. Até mesmo clássicos “memes” muito usados no vocabulário do dia a dia surgem entre os esmaltes, como o “Última Coca-Cola do Deserto”.

“Retrô sem Poeira” (Impala): é uma viagem gostosa no tempo, para ajudar a buscar inspirações da época fashion retrô da década de 80. Entre as cores, estão o Azul Vinil (tom intenso e escuro, reinventado com alto brilho), Troca o Disco (azul pastel com a tonalidade certa para um look clean, suave e nostálgico), Dance, Dance (vermelho com pigmentos de rosa e prata), Chic Butique (rosa queimado inspirado no movimento dos anos 80) e De Volta na Moda (nude sofisticado com um efeito metal matte.

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Trazendo sorrisos de volta OS FIXADORES DE DENTADURAS SÃO PARTE ESSENCIAL DE ALGO QUE DEVOLVE A AUTOESTIMA PARA AS PESSOAS. MAS, ALÉM DISSO, SÃO UMA OPORTUNIDADE PARA OS VAREJISTAS AUMENTAREM SEU TÍQUETE MÉDIO NA FARMÁCIA

V

POR LAURA MARTINS

Vergonha ao sorrir ou ao bocejar e até medo de falar ou beijar são alguns dos impactos na vida daqueles que sofrem com a perda de dentes. Atualmente, 39 milhões de pessoas usam próteses dentárias no Brasil, sendo que uma em cada cinco tem entre 25 e 44 anos de idade, de acordo com dados do IBOPE, de 2017. O estudo Percepções latino-americanas sobre perda de dentes e autoconfiança, encomendado por Corega e realizado pela Edelman Insights entre maio de 2017 e junho de 2018, revela que 42% dos

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brasileiros não vivem ao máximo após a perda de dentes e 66% consideram que seu sorriso ficou pior, enquanto 54% se sentem menos confiantes para sorrir e gargalhar em público. Além disso, mais da metade (52%) consideram que a perda de dentes deixou a aparência do seu rosto pior, e 43% afirmam que a perda lhes atrapalha namorar ou paquerar e 21% dizem que isso os impediu de fazer novos amigos. É exatamente nesse contexto que entra a importância das próteses dentárias e dos fixadores de dentaduras. As dentaduras facilitam a mastigação, melhoram a aparência IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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PERCEPÇÕES LATINO-AMERICANAS SOBRE PERDA DE DENTES E AUTOCONFIANÇA Cenário no Brasil:

39 milhões de brasileiros utilizam próteses dentárias¹.

59%

dos usuários de próteses dentárias são mulheres¹.

com mais de 60 anos já perderam todos os dentes².

não têm nenhum dente².

80%

16%

deles têm mais de 45 anos.

dos usuários estão nas Classes A e B, 52% na Classe C e 32% nas Classe D e E¹.

Envelhecimento

As percepções dos brasileiros pesquisados ³

A perda de dentes é o segundo ponto que mais incomoda as pessoas entrevistadas quando o assunto é envelhecimento.

42%

Dores no corpo

não vivem a vida ao máximo após a perda dos dentes.

29

Perda dos dentes

19

Rugas e flacidez da pele

14

Cansaço físico/mental

10

Cabelos brancos

32% concordam que a perda de dentes os impede de ter um estilo de vida saudável e ativo.

41,5% das pessoas

16 milhões

8

Mais gastos com a saúde

7

(médicos, dentistas, exames etc.)

Modificação geral da aparência

5

Perda de cabelo

5

Autoestima Solidão

3 2

APARÊNCIA

FALA

Os entrevistados sentem que a perda de dentes teve impacto negativo em sua aparência. Veja o que piorou na opinião deles:

41% relatam mais dificuldade em pronunciar as palavras. 36% revelam que conversar com as pessoas piorou. 54% se sentem menos confiantes para sorrir ou

66% sorriso. 52% aparência do rosto. 46% se sentir atraente. 38% ir a entrevistas de emprego.

gargalhar em público.

ALIMENTAÇÃO

38% acham que o sabor dos alimentos piorou. 40% têm mais dificuldade de experimentar novos alimentos. 38% se sentem mais inseguros para ir a festas e eventos.

INTIMIDADE

43% dizem que a perda de dentes atrapalha paquerar e namorar. 40% têm vergonha de beijar na boca. 23% se afastaram do marido/esposa após a perda dos dentes. 21% já deixaram de fazer novos amigos.

Fonte: estudo encomendado por Corega e realizado pela Edelman Insights entre maio e junho de 2018

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do rosto, ajudam as pessoas a sorrir tranquilamente e aumentam a autoestima. E produtos como fixadores e limpadores, quando usados da maneira correta, melhoram a aparência, pois trazem segurança ao usuário, bloqueiam a entrada de partículas de alimentos entre a prótese e a gengiva e combatem as bactérias e o mau hálito.

DESEMPENHO INTERESSANTE Usuários de prótese dentária total ou parcial, que no Brasil representam 24% da população com mais de 16 anos, são o público-alvo da categoria. Mais de 80% desse total têm mais de 45 anos e 59% são mulheres. Os critérios de escolha do consumidor são, em primeiro lugar, a marca, seguida pelo formato de uso e promoções. “Os fixadores vêm ganhando destaque no canal farma. De acordo com a IQVIA, no último ano o mercado movimentou 9,5 milhões de unidades vendidas, com evolução de 13%, gerando uma receita de R$ 220 milhões”, frisa a gerente de produtos júnior da União Química, Flaviana Ferreira. Mas, segundo ela, o mercado ainda tem muita oportunidade para crescer. Com o aumento da população de idosos e a presença de políticas públicas trabalhando na distribuição de próteses (como o Brasil Sorridente), há reforços para que o mercado continue em uma curva ascendente, com abertura para novos lançamentos: kits, outros sabores, volumetria, entre outros. Para atingir todo o público, há diferentes tipos de fixadores disponíveis: cremes, pós e fitas. No entanto a gerente de shopper e trade marketing da GSK Consumer Healthcare, Ana Vidal, afirma que os cremes representam 70% do mercado brasileiro. Eles devem ser aplicados na prótese seca em pequenas tiras, não muito perto das bordas, para evitar transbordamento. Depois, a prótese deve ser colocada na boca higienizada, pressionando firmemente e mordendo por alguns segundos para garantir a fixação com segurança. “O formato pó deve ser aplicado na prótese úmida e ter o excesso removido antes de seguir a mesma forma de encaixe na boca. Já a fita deve ser umedecida levemente com água e colada à prótese não muito próxima às bordas. A forma de colocação é a mesma das demais apresentações”, complementa ela. Com o mix correto de produtos, trabalhados da melhor maneira possível no ponto de venda (PDV), é possível que as farmácias aumentem ainda mais as suas vendas de fixadores de dentaduras, aumentando seu tíquete médio e, consequentemente, o seu faturamento. 106

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CRESCIMENTO DAS VENDAS Uma das estratégias utilizadas por algumas redes para aumentar as vendas é o cross-merchandising, já que expor os produtos em categorias relacionadas quase sempre traz bons resultados. O mercado é impulsionado também pela venda de kits promocionais (leve 3, pague 2) ou kits produzidos pela indústria com a venda associada a brindes. O cross-merchandising pode ser feito com exposição em categorias como fralda geriátrica, multivitamínicos, próximo à área de espera, display no balcão, entre outras. Fonte: gerente de produtos júnior da União Química, Flaviana Ferreira

A MELHOR LOCALIZAÇÃO Segundo Ana, o shopper da categoria de fixadores de dentaduras tem preferência pelo autoatendimento, pois muitas vezes tem vergonha da sua condição. Por isso é essencial que a jornada de compra seja facilitada pela farmácia, que deve oferecer sinalização adequada para a categoria, ativação de fácil acesso no autosserviço e na gôndola de higiene oral, além de todas as informações necessárias em relação aos produtos para a tomada de decisão do consumidor, como preço, sabor, formatos, tamanhos etc. A farmácia deve posicionar os fixadores e limpadores de dentaduras em seu ponto natural (seção de higiene oral), em local visível e de fácil acesso. Além disso, os itens devem estar desconfinados, pois a exposição em gôndola pode aumentar o volume de vendas em aproximadamente 20%. “Dentro do PDV, a categoria já se estabeleceu ao lado de produtos de higiene bucal, que, sem dúvida, é o melhor ponto. A utilização de pontos extras, exposição no checkout e implementação de materiais de PDV (displays de balcão, faixa de gôndola, folhetos, wobbler) é de extrema importância para alavancar o sell out”, complementa Flaviana. Também é importante a exposição da marca por segmento: cremes, pós, fitas e limpadores. De acordo com a gerente da GSK, fazer a exposição dos limpadores de prótese ao lado dos fixadores é uma ótima oportunidade para as farmácias incrementarem o tíquete médio da categoria através do aumento da cesta dos consumidores.


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ORAL CARE

Hábito diário e irrestrito O USO SOMENTE DE ESCOVAS E CREMES DENTAIS ALCANÇA 25% DAS ÁREAS DA BOCA, ENQUANTO QUE A HIGIENIZAÇÃO COMPLETA ALCANÇA 100%. SABENDO DISSO, OS CONSUMIDORES TÊM INVESTIDO NOS ITENS DE CUIDADOS BUCAIS, QUE JÁ REPRESENTAM 39% DO MARKET SHARE DAS FARMÁCIAS POR LAURA MARTINS

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O Brasil é o maior mercado de creme dental, escova de dentes e enxaguatório bucal da América Latina, sendo que 99% dos lares compram cremes dentais no País, de acordo com a Nielsen Retail Index, o que faz com que o País fique entre os três países com maior consumo per capita da América Latina em todos os segmentos de oral care, junto com o Chile e a Colômbia. Está aqui, também, o maior número de dentistas do mundo. Segundo a consultora especializada em trade marketing, Alice Amigo, o market share das farmácias no mercado de enxaguatórios, escovas e cremes dentais é de 39%. Se considerar somente creme dental, o canal farma representa 18%. “Cremes dentais direcionados para o uso de toda

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a família ainda são os mais vendidos no mercado, quando consideramos todos os canais. No entanto os cremes dentais com um posicionamento de uso mais individual, como os especializados, ou seja, produtos com benefícios específicos para pessoas com condições bucais especiais (sensibilidade, halitose, gengivite, entre outras) vêm ganhando relevância no canal farma. Produtos para dentes sensíveis, por exemplo, já são 30% da venda total no canal”, frisa. Além disso, deve ser orientado o uso de enxaguatórios bucais e fio dental, uma vez que o uso somente de escovas e cremes dentais alcança 25% das áreas da boca, enquanto que a higienização completa alcança 100% das áreas, eliminando até 99% dos germes que causam placa, gengivite e mau hálito. IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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ORAL CARE

A marca Oral-B explica que a categoria pode ser dividida em quatro grandes segmentos: cuidado básico (anticáries, limpeza básica), frescor (sensação de hálito fresco), branqueamento (para dentes mais brancos) e saúde/terapêutico (sensibilidade, cuidado da gengiva). Entre os principais ativos estão: • Flúor: atua no processo de remineralização dental, prevenindo a cárie; • Antimicrobianos: previnem as doenças periodontais, a cárie e o mau hálito; • Agentes clareadores: auxiliam o processo de clareamento e a remoção e prevenção de manchas extrínsecas; • Agentes dessensibilizantes: reduzem a sensibilidade dos dentes; • Estanho: cria uma película protetora sobre o dente, protegendo-o da erosão. Uma das grandes oportunidades de mercado são os produtos com benefícios específicos para pessoas com condições bucais especiais. “Isso porque em torno de um terço da população adulta (acima dos 20 anos de idade) brasileira tem sensibilidade, e apenas 25% se tratam. O desafio é conseguir executar com excelência, no ponto de venda (PDV), as ações que endereçam as principais barreiras para esses consumidores não penetrarem no segmento”, destaca Alice. Para isso é essencial que o segmento tenha boa visibilidade, com o sortimento certo e com o preço executado corretamente. Ter promoções auxilia o ganho de penetração, assim como trabalhar com ações de comunicação que eduquem o shopper sobre os benefícios e os diferenciais dos SKUs (Stock Keeping Unit – Unidade de Controle de Estoque, em português) dentro do portfólio.

DICAS DE EXPOSIÇÃO Para o presidente da Sunstar Brasil, empresa que detém a marca GUM, Luiz Augusto Tavares, a organização dos itens depende do fluxo da loja e do público. Após essa análise, o varejista pode avaliar qual a melhor forma de expor os itens para facilitar a vida do cliente e, ao mesmo tempo, otimizar as vendas. É importante sempre proporcionar uma área de melhor visibilidade para o shopper e oferecer fácil acesso aos produtos mais inovadores e com maior valor agregado, além de reservar um espaço para as “categorias destino”. Dentro de todo o mix de oral care, a categoria de cremes dentais é onde se pode encontrar a maior variedade de itens e marcas. Segundo a Mind Shopper, a primeira quebra na exposição acontece entre as marcas, porém, 11 0

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RANKING – TOP 10 EM VENDAS 1. COLGATE (Colgate-Palmolive) 2. CLOSEUP (Unilever) 3. ORAL-B (P&G) 4. SENSODYNE (GSK) 5. SORRISO (Colgate-Palmolive) 6. TANDY (Colgate-Palmolive) 7. MALVATRIKIDS (DDT) 8. PARODONTAX (GSK) 9. BITUFO (Coty) 10. PREVENT (Colgate-Palmolive) Fonte: IQVIA - MAT* Maio 2018 (preço consumidor) *MAT - Moving Annual Total (Movimento Anual Total, em português)

em cada uma delas, há uma série de diferentes produtos. O destaque deve ser dado entre os itens de uso específico, como os cremes para dentes sensíveis ou de tratamento. Em seguida, a exposição é feita com os itens de maior valor agregado, como os branqueadores e tripla ação, e, por fim, os itens básicos. Em cada um desses blocos, os sabores são destacados. Já as escovas são separadas, primeiramente, entre os produtos infantis e adultos. Nos adultos, ainda existe um destaque para aqueles itens de uso específico, como escovas para tratamentos, interdentais, para limpeza da língua, entre outros. Por fim, as marcas são blocadas, dando destaque para os últimos lançamentos e produtos de maior valor. Tão importante quanto a organização correta é a orientação do atendente no momento da compra. “O profissional que domina o conhecimento sobre produtos de oral care e se disponibiliza a compreender as necessidades do consumidor é extremamente importante para tirar dúvidas, principalmente, em relação a inovações que trazem benefícios adicionais e para sugerir os itens ideais para cada necessidade dos clientes”, frisa Tavares. Além do direcionamento básico sobre onde encontrar um produto, o atendente faz as vezes de consultor, que pode dar a devida atenção ao cliente e personalizar o atendimento, o que acaba sendo também uma ferramenta de fidelização dos frequentadores da loja.


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SORTIMENTO

Proteção indispensável DEVIDO AO ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA, O MERCADO DE FRALDAS PARA ADULTOS ESTÁ EM EVIDÊNCIA. TER O SORTIMENTO ADEQUADO E UM ATENDIMENTO EFICIENTE É IDEAL PARA FIDELIZAR ESTE PÚBLICO POR KATHLEN RAMOS E LAURA MARTINS 11 2

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Maturidade, disposição, conhecimento e experiência. Tudo isso vem com a idade e cada vez mais o Brasil está se tornando um País maduro, já que a quantidade de idosos aumenta a cada ano. Com a população vivendo mais e, consequentemente, melhor, alguns problemas que antes eram tratados de forma reservada passam a ser tema de discussão. Um deles é a incontinência urinária, uma condição que atinge aproximadamente 5% da população, ou seja, cerca de dez milhões de brasileiros convivem com ela. Existem muitos mitos sobre a condição, especialmente sobre os acometidos. O problema pode estar presente na vida de homens e mulheres de todas as idades. A maior incidência é no público feminino a partir dos 40 anos, e ocorre devido ao enfraquecimento do músculo do assoalho pélvico, responsável pelo controle da saída de urina pela uretra. Sendo assim, e tendo em vista que há um aumento progressivo do problema com o passar dos IMAGEM: SHUTTERSTOCK


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SORTIMENTO

anos, as empresas investem em produtos que proporcionam conforto, discrição e segurança.

SORTIMENTO IDEAL O objetivo é oferecer à população uma vida normal, mesmo com o uso de roupas íntimas, absorventes ou fraldas geriátricas. Por se tratar de produtos de uso contínuo, é importante que sejam acessíveis. É necessário também que o consumidor saiba avaliar o custo-benefício geral dos itens disponíveis no mercado, considerando variáveis como a saúde da pele, a segurança quanto a vazamentos e a necessidade de trocas ao longo do dia. É muito importante que o consumidor saiba que existem diferentes tipos de produtos para cada necessidade de incontinência e que cada um deles foi desenvolvido a fim de melhorar a qualidade de vida das pessoas, para então poder avaliar qual produto se adapta melhor à sua necessidade. “Os profissionais devem escutar o cliente para entender a realidade do problema antes de fazer qualquer sugestão: tipo de incontinência, volume de urina, atividades cotidianas da pessoa, ambientes que ela frequenta etc. Depois disso, devem guiar o comprador, recomendando o tipo de produto ideal para cada necessidade”, orienta o diretor de marketing da SCA do Brasil, Agustín Lodoño. Em casos de escape, por exemplo, o shopper deve optar por um absorvente específico para incontinência urinária. Detalhes aparentemente pequenos podem significar uma boa economia para o consumidor e, assim, fidelizar o cliente que confia nas orientações e dicas do profissional da farmácia. Segundo o Departamento de Marketing da Bigfral, o segmento de fraldas geriátricas continua crescendo em números absolutos em volume e valor por ser uma solução que oferece maior segurança, performance e a melhor relação custo-benefício para o uso contínuo, direcionado às pessoas com incontinência moderada a severa. Já as roupas íntimas descartáveis têm um custo em média 54% maior do que o das fraldas, o que as torna pouco acessíveis à maior parte da população, sendo um produto de uso eventual por pessoas com incontinência moderada.

EXPOSIÇÃO CORRETA Um erro que o canal não deve cometer é expor as fraldas para adultos ao lado dos produtos infantis. O ideal é que os itens sejam expostos ao lado dos absorventes femininos. Considerando que a incontinência urinária tem o dobro de incidência nas mulheres, é ideal que a categoria esteja próxima a absorventes femininos, gerando a migração dos shoppers que utilizam esses produtos para lidar com o problema. De acordo com a Bigfral, muitas mulheres ini11 4

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RANKING TOP 10 1. Bigfral (Ontex) 2. Plenitud (Kimberly-Cl ark) 3. Tena (SCA Brasil) 4. Biofral (SCA Brasil) 5. Confort Master (Mafra Ind. Com.) 6. Adultcare (Incofral) 7. Masterfral (Mardam Produtos Higiênicos) 8. Sensaty Premium (Capricho) 9. Higifral (Eurofral) 10. Amoravel (Incofral) Fonte: IQVIA MAT* MAIO 2018 (preço consumidor) *MAT - Moving Annual Total (Movimento Anual Total, em português)

DICAS PARA EXPOR COM MAIS EFICIÊNCIA 1. A categoria deve ser blocada por marca, uma vez que 62% dos shoppers têm uma marca preferida e não considera trocar; 2. Dentro do bloco de marcas, segmentar a categoria por tipos de produto, da maior proteção para a menor (iniciando com fraldas, seguido por roupa íntima e, por último, absorventes); 3. Expor os pacotes regulares sempre antes dos econômicos e sempre dos mesmos produtos. Fonte: Bigfral

ciam na categoria fazendo uso inadequado de absorventes noturnos e protetores diários para conter a incontinência. A empresa também alerta para o fato de que a categoria de cuidado adulto ainda é vista como um tabu para grande parte dos shoppers, portanto não se deve expor o produto atrás do balcão e nem fora do alcance deles. O varejo deve trabalhar a exposição para oferecer maior comodidade ao cliente durante todo o processo de compra. Outra recomendação é fazer o cross-merchandising entre as categorias correlatas, como toalhas umedecidas, pomadas para prevenção de assadura, pomadas para escaras, protetores de colchão, entre outras, com a finalidade de aumentar o tíquete médio.


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COMPORTAMENTO

Eles querem um novo padrão de beleza

BARBAS DELINEADAS, CABELOS IMPECÁVEIS E COSMÉTICOS ESPECÍFICOS PARA O SEU TIPO DE PELE SÃO ALGUNS DOS NOVOS DESEJOS DOS HOMENS COM O VISUAL E QUE SE REFLETEM NO MERCADO. ESTEJA ATENTO A ESSA TENDÊNCIA

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POR KATHLEN RAMOS

As mulheres ainda reinam entre as maiores interessadas no universo da beleza, mas os homens ganham uma evidência cada vez mais expressiva no setor. A preocupação massiva com o desenho da barba, o corte dos cabelos e a aparência física criou um novo nicho bastante lucrativo para aqueles que sabem agradá-los. Segundo constata a gerente de Dove Men Care, Andreza Graner, o setor de cuidados pessoais masculinos vem sendo um dos principais contribuintes

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para o crescimento da categoria de beleza como um todo. “Em 2004, apenas 14% dos produtos de cuidados pessoais eram do universo masculino. Mas, em 2017, a representatividade alcançou quase 20%, segundo pesquisa do Euromonitor Internacional. Dependendo da subcategoria, o percentual é ainda maior, como é o caso dos desodorantes masculinos, que representam 41% de todas as vendas, mais que o dobro do total de IMAGENS: SHUTTERSTOCK


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COMPORTAMENTO

cuidados pessoais”, pontua a especialista, reforçando que, mesmo com o cenário de crise do ano passado, o mercado masculino cresceu praticamente o dobro do mercado de beleza total, com 6,1% de alta. Dados como esse refletem o novo comportamento do homem com o visual. Uma prova dessa força está no boom de barbearias que surgem por todo o País, focadas em serviços específicos para esse público. “Desde 2014, o segmento de beleza masculina vem crescendo muito no País e sendo a ‘cereja do bolo’ em feiras e eventos da área de cosméticos. Isso é reflexo de um comportamento dos homens, que estão cada vez mais vaidosos, se cuidando mais, e querendo desfrutar de serviços e formas de bem-estar que antes eram exclusivos das mulheres”, pontua o hair stylist do espaço Luiz Alves Hair, de São Paulo, Luiz Alves. A especialista de Dove Men reforça, inclusive, que são contabilizadas mais de dois milhões de buscas na web sobre o cuidado pessoal masculino por mês, e a procura vem crescendo quase 150% ano após ano. “O homem brasileiro está mais interessado pelo tema e procurando mais soluções às suas necessidades”, reforça. Mas será que esse movimento é apenas um modismo? Projeções do mercado apontam que não. Estatísticas indicam que, de fato, o setor da beleza está diante de uma tendência e de um comportamento que veio para ficar. Dados do Euromonitor Internacional mostram que, em 2019, o Brasil deve se tornar o maior mercado do mundo nessa categoria. “Para 2018, o Brasil, de maneira geral, tem uma previsão otimista de crescimento e, com isto, o setor de beleza masculino vem junto. Se o País pretende crescer perto de 3%, o mercado de beleza deve vir entre 5% e 6%, ou até um pouco acima disso”, analisa o diretor superintendente da Beauty Fair, César Tsukuda. Andreza, da Dove, espera um movimento ainda maior de desenvolvimento. “O aumento do número de consumidores mais preocupados com a beleza faz com que a evolução do mercado continue como uma forte tendência e deva crescer ainda mais nos próximos anos. Segundo estimativas do Euromonitor Internacional, o mercado masculino deve crescer uma média de 10% nos próximos cinco anos. Cada vez mais devemos ver produtos desenvolvidos para esse público no ponto de venda (PDV)”, aconselha. 11 8

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RITUAL PARA CUIDAR DA BARBA • Oito a cada dez homens brasileiros fazem a barba. Entre eles, a frequência de remoção dos pelos do rosto é de 3,2 vezes na semana; • Dois terços dos homens acreditam ter pele sensível, o que exige cuidados e produtos especiais. O barbear sem a ferramenta adequada para a pele sensível costuma piorar ainda mais o quadro, intensificando a vermelhidão, a coceira e a irritação. O primeiro passo para evitar esse cenário é escolher a lâmina adequada para o tipo de pele, que faça um corte limpo e dispense o repasse contínuo; • 60% dos compradores podem se esquecer de comprar produtos para barbear se não forem lembrados nas lojas. Devido a isso, a sinalização frequente desses itens nos pontos de venda (PDVs) é essencial.

O QUE ELES QUEREM NA LOJA FÍSICA? De modo geral, os homens se dividem entre dois perfis de shoppers no PDV, e o mais marcante é o daqueles que compram sem pensar, no “modo automático”. “Os que compram automaticamente (maior parte dos consumidores) passam pouquíssimo tempo na frente da gôndola e, normalmente, compram sempre os produtos em que confiam. Por isso estão menos dispostos a experimentar, a não ser que não encontrem o produto que estão acostumados a usar”, descreve Andreza, alertando que, para este tipo de público, quanto mais fácil de achar sua compra, melhor. Para isso, os artigos precisam sempre estar disponíveis e ter embalagens fáceis de encontrar. Porém, com o crescimento do mercado de beleza masculino, vemos outro perfil crescendo, que é o de homens envolvidos com a categoria. “Esse perfil passa mais tempo na gôndola, procurando seus produtos e lendo os rótulos”, descreve a executiva. Nesse caso, é importante que o PDV esteja apto a levar os be-


CONSULTORIA DE VENDAS: COMO CUIDAR CORRETAMENTE DO APARELHO DE BARBEAR? 2) Não secar o aparelho em uma toalha. Alguns homens pensam que essa ação prolonga a vida útil do produto, mas, na verdade, pode danificar as lâminas, contribuindo para um barbear menos eficaz.

O QUE NÃO FAZER 1) Não bater o cartucho do aparelho na pia. Essa atitude pode danificar seriamente as peças que foram fabricadas para um barbear preciso.

COMO CUIDAR CORRETAMENTE DO SEU APARELHO Existem três etapas para higienizar e armazenar as lâminas sem erros:

1) Lavá-las embaixo de água corrente após algumas passadas. A melhor forma de eliminar os pelos acumulados é deixar que a água escorra da parte de trás para a frente do aparelho.

2) Tirar o excesso de umidade, sem bater o aparelho na pia. Apenas agitar no ar para diminuir a concentração de água entre as lâminas.

3) Deixar o aparelho secar naturalmente. Caso o aparelho acompanhe um suporte, este é o local mais adequado para armazená-lo.

Fonte: Gillette

POTENCIALIZE AS VENDAS DA PERFUMARIA MASCULINA EM TRÊS PASSOS 1. Não subestime a relação do homem com o mercado de cuidado pessoal, pois existe um espaço para o consumo de subcategorias além das básicas. 2. Entenda a missão de compra dos consumidores do canal ajudará a organizar a gôndola, gerando uma melhor experiência e criando mais oportunidades de compra. 3. Esteja atento às tendências e inovações para o público masculino, para liderar esse movimento.

nefícios e funções dos produtos, ajudando-o a fazer a melhor escolha. Para completar a boa experiência, é fundamental que o homem encontre o sortimento completo que, hoje, pode ir além dos produtos para a barba e higiene pessoal. “Existem itens que são essenciais e que, geralmente, toda cesta possui, como desodorante, sabonete, produtos para o cabelo e para a barba, perfume e produtos de higiene bucal. Porém, quanto maior o envolvimento com a categoria, mais produtos podem entrar nessa cesta. São exemplos os artigos para a pele e depilação, artigos complementares para cabelo e barba (pomada, balm etc.), podendo até oferecer maquiagem voltada para o público masculino”, exemplifica Andreza. 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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SEMPRE EM DIA

Saúde bucal em destaque A CATEGORIA DE ORAL CARE ESTÁ EM EVIDÊNCIA NO CANAL FARMA; LANÇAMENTOS DE PRODUTOS DESTE SEGMENTO ESTÃO A TODO VAPOR POR CARINE PESSOAS

ESCOVA DENTAL À BATERIA

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A GUM lança escova de dentes à bateria. O produto possui um design sofisticado e inovador, é prático e não precisa ir à tomada. O diferencial da escova Sonic Deep Clean são as mais de 12 mil vibrações sônicas por minuto que, aliadas à cabeça compacta e às cerdas ultrassônicas, proporcionam uma limpeza 45 vezes mais profunda da linha da gengiva, local em que há maior acúmulo de placa bacteriana. “Com as vibrações é possível ter movimentos padronizados e na mesma intensidade ao escovar os dentes, tornando a limpeza bucal muito mais eficiente durante todas as escovações”, explica o ortodontista e consultor da GUM, Fábio Bibancos.

ORAL-B GENGIVA DETOX

• www.gumbrand.com

• https://oralb.com.br

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Problemas na gengiva são mais comuns do que se sabe. Milhões de bactérias ficam alojadas abaixo da linha da gengiva e até mesmo as escovas mais dinâmicas podem não conseguir se livrar dessa ameaça oculta. Pensando nisso, a Oral-B desenvolveu a Oral-B Gengiva Detox, com microespuma que penetra onde os cremes dentais comuns não conseguem alcançar, neutralizando bactérias e toxinas que causam a placa e limpando até mesmo onde não é possível enxergar. O produto está disponível nas versões Gum, Detox, Deep Clean e Gum Detox Gentle Whitening.

IMAGENS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO


PARA USO NOTURNO

Listerine® Night Reset é o primeiro enxaguatório noturno do mercado desenvolvido para reverter os danos bucais causados pela placa bacteriana. Usado antes de dormir, o produto garante dentes mais fortes em apenas cinco dias de uso versus somente a escovação. “Em versão zero álcool, a fórmula contém maior concentração de flúor do que os demais produtos de Listerine® para remineralizar o esmalte que foi enfraquecido pelos ácidos e açúcares presentes nos alimentos consumidos durante o dia. Com exclusiva tecnologia Rapid Fusion™, que aumenta a absorção do flúor, o produto ajuda a recuperar o esmalte, fortalecendo os dentes durante a noite de sono”, explica a área de Engajamento Científico de Oral Care da Johnson & Johnson Consumo do Brasil. • www.listerine.com.br

MAIS REFRESCÂNCIA

A Sorriso relança sua linha Sorriso Fresh, o gel dental que agora traz a nova tecnologia 10X Fresh, que garante dez vezes mais refrescância após a escovação. A novidade está disponível para os consumidores em quatro versões, visando atender a todos os gostos, e chega com diferentes níveis de refrescância: Hortelã Explosion, Xtra Mint, Menthol Impact e Menta Hit. Os produtos garantem um hálito refrescante e duradouro, além de proporcionar proteção ativa contra a cárie. • www.sorriso.com

TENDÊNCIA NEON

A nova linha de esmaltes da Impala, Neon Power, é pura ousadia tanto nas cores escolhidas para compor essa coleção quanto nos nomes usados para cada esmalte criado. A marca aproveitou o mote da coleção que é puro poder e selecionou algumas expressões muito usadas nas redes sociais para nomear o verde (Não Sou Obrigada), o amarelo (Roubando a Cena), o rosa (Credo, Que Arraso) e o coral (Pisa Menos) que fazem parte da linha. Todos os esmaltes são testados dermatologicamente. • www.impala.com.br

NOVA FRAGRÂNCIA

Os xampus 2 em 1 da marca Senador, da empresa gaúcha Memphis, ganharam uma nova fragrância para o público masculino. A linha Classic apresenta uma nova versão que combina a refrescância de notas cítricas com a presença marcante de notas amadeiradas. Com alta perfumação, o item reforça o estilo e a personalidade masculinos, além de oferecer praticidade. O produto já está disponível em farmácias, perfumarias e redes de supermercado de todo o Brasil, além do e-commerce da empresa. • www.memphisbr.com.br 2019 ABRIL GUIA DA FARMÁCIA

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INSTITUCIONAL – ABRADILAN

O mercado da beleza para as pré-adolescentes

www.abradilan.com.br

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P OR M A R I A C R I S T I N A A M OR IM – DIR ETOR A -EXECUTIVA DA A SSO C IAÇ ÃO B RASILEIRA D E D ISTRIB UIÇ ÃO E LO GÍSTIC A D E PRO D UTO S F AR M A C Ê U T I C O S ( A B R A D ILA N )

Na sociedade do século 21, o consumo é um fenômeno complexo. Quanto mais entendemos as particularidades comportamentais dos grupos e subgrupos, maiores as chances de participar de mercados em crescimento e abandonar os ultrapassados. Hoje, as mulheres formam um grande público, e para atendê-lo, melhor segmentar no mínimo pelos principais parâmetros, como renda, idade, nível de instrução etc. No subgrupo idade, as pré-adolescentes são consumidoras de um mercado atual e potencial, classificadas como tween (do inglês between; entre, em português), estão entre a infância e a adolescência, na faixa etária de oito a 14 anos de idade. No grupo tweens, o consumo está associado à construção da identidade e pertencimento ao grupo. Ansiosas por saber quem são, tendem a consumir avidamen-

te novidades na expectativa de encontrar um modelo e solidificar a posição no grupo social de referência. O estudo da professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniela Ferreira, mostra que as tweens estão convencidas de que a beleza é imprescindível para obter sucesso (afeto e popularidade) e é uma conquista, o resultado de muito empenho e, por isso, um tipo de dever moral. Os produtos de beleza, por sua vez, são os instrumentos para a dura – mas compensatória – tarefa. As informações sobre beleza são tão importantes quanto os produtos. Se de um lado as tweens ainda são sensíveis aos apelos de unicórnios e princesas, de outro, têm familiaridade com a internet e treino para consumir informações sobre a eficácia dos produtos (sejam essas verdadeiras ou falsas).

A alegria ou entusiasmo incessante, compreendido como “aproveitar a vida”, é um objetivo associado à beleza conquistada: quem é bela aproveita mais a vida e vale ser bela se for para aproveitar a vida. As características apontadas neste artigo não esgotam o tema, mas podem orientar o varejo nas decisões de portfólio e atendimento ao cliente. Marcas voltadas especificamente ao público-alvo das pré-adolescentes oferecem mais chances de vendas, particularmente se estiverem associadas a celebridades reconhecidas pelas meninas e produzirem informações sobre como conquistar a beleza. No campo do atendimento a clientes, o varejo farmacêutico poderia pensar sobre estratégias que combinem a busca pela popularidade, inserção no grupo social e pelo hedonismo contido no “aproveitar a vida”, características comportamentais das meninas.

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Indústria Farmacêutica

Inovando para o seu bem-estar.

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Empresas sócias colaboradoras da Abradilan


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