Corpo, Trabalho e Educação
discente, docente e dos servidores administrativos, dispensando as nossas “representações legais” e articulando uma forma diferente de fazer oposição ao descaso dos gestores governantes da universidade, do estado e do país. Descaso que é sempre maior quando se trata da educação, da saúde e da segurança da classe trabalhadora. Por isso, a forma dada à nossa organização para ações coletivas não tem forma, não tem cargos ou funções pré-determinadas, a não serem aquelas discutidas e deliberadas por cada assembleia, em que cada sujeito, independente do segmento que faça parte tem voz e voto na assembleia para a tomada de decisões; sem hierarquias e com voto universal. Isso nos livrou das tendências partidárias de sindicatos e diretórios acadêmicos, não nos envolvemos com processos eleitorais, enquanto movimento social, nem mesmo nos que se referem à própria universidade. Esta estratégia mostra de diferentes formas que a classe trabalhadora, e agora não apenas os trabalhadores assalariados, vem percebendo com mais profundidade as novas explorações que degradam as relações sociais de trabalho e, na sequência, a humanidade, formas cada vez mais perversas que execram a dignidade de cada um e de todos nós, como é o caso das políticas públicas para a pós-graduação. O produtivismo em franco processo de atropelamento não leva em conta mais apenas a quantidade, mas a velocidade em que ele se deva dar, como se isso fosse qualificante para o conhecimento:
Dois anos para se concluir um mestrado?
A pontuação obrigatória de cada professor num quadriênio que não aceita qualquer periódico, tem que ser os que fazem parte de Grupos melhor ranqueados, ao melhor estilo do futebol;
Nesse contexto, não vale mais dar aulas, orientar, estudar, coordenar, participar de eventos, submeter produção em eventos científicos, etc.;
E, não basta a produção dos professores, mas também dos mestrandos e doutorandos, criando uma espécie de segunda divisão, ou seja, esses atores podem publicar em periódicos menos classificados na tabela do mercantilismo;
Pior, isso leva muitos professores pegarem carona com seus orientandos ou alunos de disciplinas e mesmo que não tenham contribuído com o trabalho efetivamente, pontuam; isso vale; 243