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Tradição já não era categoria bacalhau é o que
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TEXTO Bárbara Sousa FOTOS Shutterstock
As exigências em termos de preparação do bacalhau seco têm dissuadido os consumidores portugueses de favorecer este segmento. Afinal, o consumidor de hoje é informado, sem tempo e procura o melhor equilíbrio entre o preço, a qualidade da oferta e, acima de tudo, a conveniência levando, assim, a um consistente afastar da tradição. Deste modo, assim como aconteceu no ano de 2016, os portugueses voltam a reconhecer e a valorizar o segmento do bacalhau congelado, o que contribuiu para que este tenha demonstrado um crescimento expressivo na ordem dos dois dígitos.
O consumo de bacalhau em Portugal está relativamente estabilizado em cerca de 65 mil toneladas ao ano, o que significa 6,5 quilogramas per capita. Contudo, nos últimos anos, têm-se vindo a observar algumas mudanças no comportamento do consumidor, com as famílias portuguesas a consumirem cada vez menos bacalhau seco. Segundo os dados da Nielsen, relativos ao ano móvel findo à semana 40/2017, foram comercializados 37,3 milhões de quilogramas, que representa uma ligeira queda de 1%, prolongando a tendência observada no ano passado. Da mesma forma, as vendas em valor decresceram para os 244,1 milhões de euros, ou seja, uma evolução negativa na ordem de 1%. “Naturalmente, o consumidor português, e nomeadamente o consumidor com mais idade, é tradicionalista no que ao bacalhau
diz respeito. A tradição desempenha um papel fulcral no consumo desta categoria, especialmente no bacalhau seco. É exatamente devido ao fator ‘tradição’ que assistimos a um pico de vendas tão significativo no período de Natal. No entanto, os aumentos de preço poderão limitar o consumo, com decréscimos, nomeadamente, no bacalhau seco”, analisa Manuel Carvalho Martins, New Business Development Manager da Nielsen. De facto, ultimamente, tem-se observado um aumento dos preços da matéria-prima. De acordo com a indústria, houve uma margem importante que foi por si absorvida, num esforço considerável que, em muitas situações, acabou por colocar em causa as margens mínimas de rentabilidade. Simultaneamente, com o consumo estabilizado, tem-se observado