Revista GPS Brasilia 21

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BURLE MARX OS 110 ANOS DO ARTISTA MULTITASKING ANO 7 « Nº 21 « 2018

IBANEIS ROCHA

GOVERNADOR PROMETE CHOQUE DE GESTÃO NA CAPITAL DA REPÚBLICA

VILAS DO SOL

Os spots que marcarão o verão no litoral brasileiro

THAILA AYALA ATIVISTA, ATRIZ SE ENGAJA EM CAUSAS SOCIAIS E AGE POR UM MUNDO DIFERENTE # 21 / 2018

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Diretora de Conteúdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Reportagem Larissa Duarte, Rebeca Oliveira e Roberta Pinheiro Editora de Criação Chica Magalhães Editor de Fotografia Celso Junior Fotografia Bruno Cavalcanti Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Colaboradores Alexandre Dornellas, Aline Vessoni, André Nicolau, Bruna Nardelli, Bruno Cavalcanti, Bruno Peres, Edinho Magalhães, Gustavo Azevedo, Henrique Azevedo, Márcia Rocha, Maria Thereza Laudares, Mariana Rosa, Mariana Spezia, Morillo Carvalho, Patrícia Justino, Paulo Pimenta e Theodora Zaccara Revisão Jorge Avelino de Souza Diretora de Estilo Flaviany Leite Diretor Executivo Rafael Badra Diretor de Relacionamento Guilherme Siqueira Publicidade Marina Vitali e José Roberto Silva Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística

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SÓCIOS-DIRETORES RAFAEL BADRA PAULA SANTANA FLAVIANY LEITE GUILHERME SIQUEIRA Edifício Vega Luxury Design Offices, Setor Comercial Norte, quadra 1, sala 216 CEP: 70711-010 – Brasília-DF Tel.: (61) 3364-4512 | (61) 3963-9003

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EQUIPE

Chica Magalhães

Marcella Oliveira

Karine Moreira Lima

Celso Junior

Larissa Duarte

Enaile Nunes

Rebeca Oliveira

Bruno Cavalcanti

COLABORADORES

Alexandre Dornellas

André Nicolau

Bruna Nardelli

Bruno Peres

Gustavo Azevedo

Henrique Azevedo

Márcia Rocha

Mariana Rosa

Mariana Spezia

Morillo Carvalho

Paulo Pimenta

Roberta Pinheiro

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ANO 7 – Nº 21 – OUT NOV DEZ 2018

Thaila Ayala veste blazer Fendi, hot pants Christian Dior e joias Grifith. Fotografada por André Nicolau, com styling de Alexandre Dornellas e beleza de Henrique Azevedo

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A ARQUITETURA DO PODER

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BURLE MARX, 110 ANOS

30 36 40 44

Ensaio da Capital com Marcel Gautherot O legado da obra do paisagista

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O trabalho exuberante do artista chinês

66 68 72 78 80

LIVE MAN José Victor Oliva, o eterno rei da noite paulistana

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DE CORAÇÃO ABERTO

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A MAIS BELA FLOR

82

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A RUPTURA

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ALINHAVAR O TEMPO

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A filantropia da jovem Gabriella Constantino

LIXO ZERO NA PRAIA O projeto do festival recebe o título

As festas decoradas por Valéria Leão Bittar

SANTÉ A francesa Chandon e o verão brasileiro

Retrospectiva do Concretismo no Brasil Paula Costa e sua criatividade multimídia

ARTIGO POR MÁRIO ROSA Reflexões do jornalista sobre o homem frágil

O ETERNO CASAL DA DIPLOMACIA

Histórias de Paulo Tarso e Lúcia Flecha de Lima

O HOMEM QUE AMA DEMAIS Palavras encantadoras de Fabrício Carpinejar

UMA NEO HUMANISTA

Marlova Noleto representa o Brasil na Unesco

MATHEUS, O GRANDE O talento do ator Matheus Nachtergaele

PORTA-VOZ DA INDÚSTRIA

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade

JAPAN HOUSE Casa apresenta o lifestyle japonês

O DEFENSOR DE BRASÍLIA

Entrevista com o governador Ibaneis Rocha

AI WEIWEI... TRANSGRIDE, TRANSFORMA

MODO DE PREPARO: COM AMOR A vida da banqueteira Renata La Porta

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A GRÉCIA DENTRO DE MIM

Culinária mediterrânea por Mariana Fonseca

ELE É UM DOCE

As criações do chocolatier Stefan Behar

CHÁ COM A RAINHA

Tradição inglesa no The Queen’s Place

106 MÉDICO DE CARNE, OSSO... E CORAÇÃO

Um papo com o cardiologista Roberto Kalil

112 MEDICINA DE EXCELÊNCIA

Tratamento humanizado do Hospital SírioLibanês

114 ARTAS, O ROBÔ

Como a tecnologia pode ajudar no transplante capilar

116 MAGRO PROFISSIONAL

O método de emagrecimento Máximo Ravenna

118 INDERMA

Uma década de inovação no cuidado com a pele

136 A INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO Casa Thomas Jefferson aposta na tecnologia

142 THAILA AYALA, ATIVISTA SOCIAL A atriz estrela a nossa capa

152 ESSENTIAL Flay Leite apresenta as tendências para o verão

156 TETÊ COM ESTILO A história da Birkenstock por Maria Thereza Laudares

160 ENTRE NÓS Patrícia Justino indica as novidades da temporada

164 REAL E SURREAL Os influencers oriundos da computação gráfica

166 MINI ME Crianças que movimentam o mercado da moda

168 O ÉDEN DA BELEZA Simone Sancho e a operação digital da Sephora

120 BYE, BYE, GORDURA LOZALIZADA

174 COM ALMA DE ARTISTA

124 ARTIGO POR VINICIOS CARDOSO DOS SANTOS

176 NOS MOLDES REAIS

Clínica Slim Esthetcs investe na criolipólise

Compliance como fator de sucesso em 2019

126 ARTIGO POR EDINHO MAGALHÃES

O resultado das urnas na visão do jornalista

128 ARTIGO POR CELSO OLESKOVICZ Odontólogo fala sobre o que esperar da política

130 EM DEFESA DO ESTADO E DA SOCIEDADE

Unificação das carreiras da AGU irá economizar R$ 1 bi

132 RECONHECIMENTO SUSTENTÁVEL Prédio ganha certificado LEED Platinum

134 ACADEMIA BRASILIENSE RECEBE PRÊMIO

Fit One é destaque em gestão empresarial

Workholic, Rapha Mendonça desponta no mercado da moda

O sonho das alianças da Tiffany&Co.

180 DESEJO PRECIOSO A bolsa Devotion da Dolce & Gabbana

182 AS HORAS VOAM Cartier apresenta o Relógio Santos

186 EM TERRAS POTIGUARES Encantos na região de Natal

190 CARAÍVA, MEU AMOR Um refúgio na Bahia em descobrimento

192 VILAS DO SOL Os spots da temporada no litoral brasileiro

206 A FUGA PERFEITA O paraíso no Caribe em Turks and Caicos

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EDITORIAL

Paula Santana

Flay Leite

Guilherme Siqueira Rafael Badra

SABER É SABER FAZER

É

discurso datado, porém sem data de validade iniciar o ano invocando o sentimento da gratidão. É maravilhoso sentir-se grato, mas não como um gesto pontual de celebrações. Tem que ser na mesma dinâmica da nossa rotina. Agradecer verdadeiramente e a todo instante é o maior movimento da mística da vida. O maior. “A tudo dai graças”. Está na Bíblia. A gente espera na tevê e nas revistas a retrospectiva dos fatos que ocorreram no planeta, mas e a nossa autoanálise pessoal? Será que a gente não precisa se reprogramar? Ficar diferente? Não vale iniciar o ano que caminha sendo a mesma pessoa do ano anterior. Porque estamos plantando o tempo todo. E colhendo. Tudo isso para dizer que o GPS entra em 2019 se ressignificando. Nos tornamos um grupo de comunicação, gerando conteúdo nas diversas frentes que o mercado demanda. Não é fácil, nunca é, na verdade, mas descobrimos que nós somos o que realizamos. E nessa vibração, criamos uma associação sem fins lucrativos, a GPS|Foundation. Será a nossa forma de contribuir com a comunidade que confia no nosso trabalho, que investe no nosso produto e que espera de nós algo que os sensibilize. A nova dinâmica da vida é essa. Fala-se que estamos num momento de desglobalização, numa busca de concentrar-se em si, e não somente na oferta do mundo virtual. Esse comportamento geracional busca a verdade, a transparência, a palavra tendo mais valor que um documento. O mundo já foi assim algum dia, sabia? E aí, nesse contexto, Mario Rosa abre a revista com um belo texto, e nos relembra que os generosos vidros claros do Palácio do Planalto eram o modo de dizer que naquele

lugar governaria-se com clareza. E que a Praça dos Três Poderes povoada pelo vazio arquitetônico significava que deveria haver espaço para que os poderes não se esbarassem. Genial, o mestre Oscar. E é disso que o Brasil carece: do renovo, do alinhamento. Afinal os gregos definiram política como a gestão de uma vida coletiva. Autoridade e poder… bom, aí já foi obra dos romanos. Nesta edição, perfilamos pessoas que causam impacto, que são encorajadas nos negócios, engajadas socialmente, criativas e habilidosas. In memoriam, Burle Marx e Lucia Flecha de Lima. Na medicina, Roberto Kalil. Matheus Nachtergaele no teatro, Fabrício Carpinejar na literatura, Ai WeiWei na arte. Vanguardistas que saem à frente Brasil afora: Marlova Noleto, primeira mulher representante da Unesco no País; Valéria Leão Bittar, a maior expertise em décor de festa; a chef Mariana Fonseca e seus sabores do mediterrâneo; a banqueteira Renata La Porta, que cozinha para chefes de estado a crianças vulneráveis com a mesma intenção; Gabriella Constantino tão jovem, católica e atuante em comunidades fragilizadas. Na nossa capa, uma bela ativista social: Thaila Ayala, mulher de fibra, atenta ao próximo, desconectada das desnecessidades. Todo o restante, como beleza e sucesso, é consequência para a atriz. É isso, é assim que ansiamos pelos próximos 365 dias de 2019. Invocando a máxima que o famoso coach Paulo Vieira prega: “Fica tranquilo, tá tudo certo, você tem a vida que merece”. Como dizem por aí... “dorme com essa”. Perseveremos!

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No trânsito, a vida vem primeiro.

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ENSAIO

PELAS PRECIOSAS LENTES DE MARCEL GAUTHEROT, CONSTRUÇÕES ICÔNICAS DA NOVA CAPITAL FORAM REGISTRADAS AO LONGO DE SEU NASCIMENTO. AINDA HOJE, A OBRA DO RETRATISTA FRANCÊS FORMADO EM ARQUITETURA PELA ÉCOLE NATIONALE SUPÉRIEURE DES ARTS DÉCORATIFS COMUNGA DO MESMO SENTIDO E VALOR DAS PALAVRAS DO ESCRITOR MARIO ROSA SOBRE A BRASÍLIA EM TEMPOS DE RESSIGNIFICAÇÃO POR MÁRIO ROSA

A ARQUITETURA DO PODER E O PODER DA ARQUITETURA EM BRASÍLIA 16 « GPSLifetime

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E

ntre as inúmeras sagas sobre a Capital que brotou do barro vermelho do cerrado no Planalto Central, uma sempre me enfeitiçou: como as enormes lâminas de cristal que adornam os principais palácios e prédios de Brasília conseguiram ser levadas intactas a um lugar tão longínquo? São placas de vidro de dez ou mais metros quadrados, em muitas vezes. Como transportar o colossal volume delas num tempo em que as estradas eram de chão batido e os caminhões de molejo rígido? E o mais fascinante de tudo: as lâminas de cristal não eram um mero capricho de arquiteto. Eram a tradução de uma visão do poder do grande Oscar Niemeyer. Numa capital, tudo é política. A começar por ela própria. Sua localização, seu nome e, sobretudo, sua arquitetura. A arquitetura de uma capital é um discurso de poder feito de vigas, concreto, aço e outros adornos. Toda capital “fala” por intermédio de seus símbolos e seus idealizadores perenizam uma narrativa, mediante suas construções. Em Brasília, não foi diferente. Olhar um pouco de sua arquitetura e entender alguns aspectos dela e o que aconteceu ao longo do tempo também é uma forma de decifrar esse mistério chamado Brasil. Niemeyer não teve tanto trabalho para montar uma logística insana de mover delicadas lâminas de cristal de grandes proporções por uma questão estética. Os vidros que embelezam os palácios do Planalto, do Supremo, as torres do Congresso, o Alvorada e os Ministérios foram colocados ali com um propósito deliberado: o poder da Capital inovadora deveria ser transparente. Os de fora poderiam ver o que ocorria lá dentro. A transparência do Poder era a mensagem que os vidros enormes simbolizavam e, por isso, a saga incrível do deslocamento dos vidros foi levada a cabo. Falamos tanto em transparência do Poder nos dias de hoje, mas o criador de Brasília já a queria assim, já na sua arquitetura. E o que aconteceu desde então? O que sempre acontece com a política: princípios idealistas precisam se adaptar à realidade prática. O fato é que a Capital de Niemeyer foi instalada numa parte do País com elevadíssimo grau de insolação. Os usuários de suas obras precisavam se proteger da luz inclemente do cerrado. Com o tempo, lâminas de insufilm foram colocadas. A transparência inicial perdeu, mas a funcionalidade ganhou. Depois vieram, persianas verticais, cortinas. E os de fora já não conseguiam mais ver o que ocorria lá dentro. O tempo passou e as fachadas do Congresso e dos Ministérios ganharam persianas móveis de ferro. Menos transparência ainda para fora, mais conforto para dentro. Observar a arquitetura de Brasília é o exercício de um desafio permanente da vida pública: como conciliar os ideais com as demandas reais impostas pela realidade. Um passeio pela cidade com esse olhar nos traz revelações que vão muito além da arquitetura. O tempo passou e o espaço dos ministérios não era mais suficiente para abrigar toda a burocracia. Vieram então os “anexos”, prédios baixos, de modo a não interferir na paisagem original. No caso dos Ministérios, os anexos foram feitos com vidros fumê, bem escuros. A transparência já não era prioritária nas pranchetas.

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A Praça dos Três Poderes guarda uma visão do Poder, segundo o arquiteto-criador. A Casa do Povo, o Congresso, ergue-se em duas torres gigantescas que apequenam as sedes do Executivo e do Judiciário, os franzinos Planalto e STF. No início, a grandeza na Praça deveria estar na proeminência arquitetônica das torres do Parlamento, a Casa do Povo. Era uma visão de poder e não de arquitetura. A propósito, Brasília é uma cidade antes de tudo cenográfica. Parece mais do que é. Feita às pressas por um país pobre, teve no gênio de Niemeyer a malandragem de parecer monumental, embora seus Palácios e Ministérios

sejam, em verdade, acanhados. Parecem grandiosos nas fotografias e souberam explorar bem o surgimento da era da comunicação global, para se tornarem icônicos. Mas nossa «Esplanada» é modesta perto de outras por aí. Niemeyer fez cenografia junto com sua arquitetura. No palácio presidencial, dois elementos se destacam: a rampa, proporcionalmente enorme, e o parlatório. A rampa é uma lembrança simbólica de que é preciso percorrer um looooonnnngooooo caminho até ascender ao comando da nação. O parlatório, quase nunca usado na prática, simboliza que o ocupante do Planalto tem que estar falando sempre com seus representados.

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Chamam atenção as dimensões modestas dadas à sede da Suprema Corte. Arquitetonicamente falando, na visão do criador, o Poder Maior estava no Parlamento, depois na Presidência e só então nas togas. Esse era o princípio original, mas no exercício prático da realidade vemos hoje que essa visão ficou para trás e a Justiça se agigantou. Não ficou confinada ao seu espaço previsto e, com isso, o equilíbrio se impôs na Praça, apesar das aparências da arquitetura sugerirem o contrário. Aliás, a Praça dos Três Poderes tem uma concepção visionária: é um enorme vazio. Uma praça sem árvores, formada apenas por pedras portuguesas, é o

que une as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Esse vasto vazio está ali como para nos dizer: é preciso um grande espaço para que os Três Poderes possam se mover livremente sem o risco de que haja um choque entre eles. Para que possa haver as acomodações necessárias sem risco de invasão da área um do outro. Para que haja harmonia, pois os limites não são e nunca serão totalmente claros. Por isso, a Praça dos Três Poderes é vazia: porque há um espaço da competência entre eles que nunca será nítido e que requer um campo comum para que as definições sejam feitas com o arejamento necessário.

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Neste capítulo da arquitetura da Capital e seus significados que não estão tão claros aos olhos, cito apenas alguns últimos exemplos. A sede do STJ, o Superior Tribunal de Justiça – erguido pela empreiteira OAS –, tem 133 mil metros quadrados de área construída, equivale à área edificada de mais de três mil casas populares. Isso sem contar o monumental terreno que o circunda. O projeto é de Niemeyer. O STJ é a última instância de julgamento para governadores de Estado, muitos deles pilhados em crimes de toda espécie. Fico imaginando como devem se sentir quando cruzam aqueles portões e constatam sua pequenez diante daquilo tudo. Outro caso curioso é a sede da Procuradoria Geral da República. Niemeyer, aqui, não soube expressar o conceito precioso dessa grande instituição. Por definição, ministérios públicos são instâncias responsáveis por zelar pela aplicação mais eficiente dos recursos de uma sociedade. Eles não combatem a corrupção e o descumprimento da lei por mero cacoete. É missão do MP buscar que o dinheiro da sociedade seja gasto com a maior eficiência possível. E não é que inventaram uma sede com dois prédios – redondos – para a PGR? Não há nada, arquitetonicamente falando, menos eficiente do que plantas redondas – mais uma vez a diferença entre o discurso e a prática na arquitetura da Capital. No caso da PGR, além dos vidros não serem transparentes, eles são espelhados. Isso significa um problema e tanto para os pássaros do Cerrado, que vivem batendo de cara ali, enganados pelo reflexo que parece real. Mas ao menos essa releitura de vidros, digamos assim, traz uma mensagem simbólica interessante: com vidros espelhados, não conseguimos ver o que acontece ali dentro, embora possam nos ver sem que percebamos. Num certo sentido, é o oposto do que Niemeyer pensava no início. Mas há algo interessante aí: uma fachada espelhada mostra o que somos. O MP mostra, de certa forma, o que somos, sim. Por fim, inventaram de construir a sede da Escola Superior dos Auditores Fiscais (Esaf) numa área então afastada da cidade. Pois bem: a Esaf forma os fiscais de altíssimo nível que combatem a sonegação no País. No muro ao lado dela, em todos os terrenos na frente, enfim, a Esaf ficou ilhada em meio a terrenos invadidos. A escola de altos estudos de combate ao caixa dois não consegue combatê-lo sequer na sua vizinhança, embora tente fazê-lo num País de dimensões continentais, a milhares de quilômetros dali. O último episódio é a famosa CEI, Comissão de Erradicação de Invasões. Nos primórdios da Capital, reservaram uma área longínqua para despachar os migrantes que podiam desfigurar o projeto lindinho da cidade futurista. Criaram um órgão, a CEI, que providenciou uma área a mais de 30 quilômetros do centro da Capital. Essa área virou a... Ceilândia. E se transformou na maior cidade satélite do Distrito Federal, algo não previsto em qualquer planejamento. A arquitetura de Brasília mostra que os princípios se adaptam à realidade mais frequentemente do que o contrário. Isso não tira a importância dos princípios. Sem eles, não haveria inspiração. Mas a realidade é uma luta surda e silenciosa que testa os princípios nessa batalha permanente chamada História. (Por fim, o nome da residência oficial do presidente, quase uma maldição: Palácio da Alvorada. Parece otimista e entusiástico, poético. Alvorada é o amanhecer. Bonito! Mas alvorada também é o lusco fusco, o nebuloso, algo que não é claro nem escuro. Pois é lá que moram oficialmente os presidentes no projeto de Brasília. Curioso).

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MEMÓRIA

BURLE MARX,

110 ANOS P

equi, voquisia, guanandi. Embiruçu, pau-rosa, mulungu. Pau-D’Óleo, paineira, pau-Terra. Angico-preto, sucupira-branca. Jequitibá Vermelho, quaresmeira roxa, tal qual o ipê, também amarelo. Foi no meio deste universo de nomes tão botânicos, tão coloridos quanto verdes, que viveu o maior paisagista do século 20 do Brasil: Roberto Burle Marx. Se vivo estivesse, o artista faria 110 anos no 2019. Suas marcas por Brasília dão vida ao concreto armado de Oscar Niemeyer. Mas seu legado é conhecido e respeitado mundo afora. Ele fez mais de três mil projetos em vinte nações. O Rio de Janeiro dedica um museu a ele – o sítio em que viveu e colecionou plantas de 1973 a 1994, quando morreu. São Paulo, onde nasceu, tem um parque com seu nome e obra dedicados à contemplação. E bem no

O PAISAGISTA MULTITASKING DEU VIDA A PROJETOS EM MAIS DE VINTE PAÍSES. SÃO PAULO, RECIFE E RIO DE JANEIRO MANTÊM SEU LEGADO. EM BRASÍLIA, PALÁCIOS E ÓRGÃOS PRESERVAM SUA ARTE, ENQUANTO GOVERNO DEIXA DETERIORAR TODA A SUA OBRA PÚBLICA POR MORILLO CARVALHO

centro do Recife, onde os pais (uma francesa e um judeu alemão) viveram ao chegar ao Brasil, uma praça enche os olhos do morador e do visitante, e é tombada como patrimônio histórico. Sua devoção à arte foi além das plantas: ao final da vida, dedicou-se às litografias, coisa que pouquíssima gente conheceu. Também foi ceramista, tapeceiro, designer de joias, pintor, músico, cenógrafo e figurinista. Um especialista em fazer o olho brilhar. Essa especialidade em “encher os olhos” surgiu, quem diria, a partir de uma doença oftalmológica. Foi antes, aliás: desde muito pequeno, ele tinha um pedacinho do jardim que a mãe cultivava para chamar de dele. “Aos sete anos, eu já tinha uma coleção de plantas. Minha tia me deu uma alocasia cuprea – planta tam-

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Sítio Burle Marx no Rio de Janeiro

Fotos: Visit.Rio

bém conhecida como pulmão de aço. A emoção foi tão grande que eu não consegui dormir”, disse, fala reproduzida no Filme Paisagem – Um Olhar Sobre Roberto Burle Marx, documentário de João Vargas Penna, que percorre o universo criativo do artista. E foi no final dos anos 20 que veio a certeza de sua vocação para o paisagismo. Por causa de uma doença que nos olhos que os pais de Burle Marx procuraram tratamento na Europa. Durante o percurso, o jovem avistou o Jardim Botânico de Berlim e naquele instante tudo se tornou claro. Aquele seria o seu ofício.

CENTRO DAS ATENÇÕES

Tribunal de Contas da União

São Paulo

“É um homem que, na minha memória, é dos tipos mais inesquecíveis de ser humano. Recebia as pessoas aos sábados, bebia um pouco de vinho e ficava alegre”, disse o arquiteto de paisagem Carlos Fernando de Moura à série documental Conhecendo Museus, que percorreu o sítio do paisagista no Rio de Janeiro. No mesmo relato, a diretora do espaço, Claudia Storino, conta que o paisagista começou a adquirir os terrenos na Barra de Guaratiba em 1943, para instalar sua coleção botânica, que era reunida a partir das expedições que ele realizava pelo Brasil – tinha verdadeiro amor às espécies nativas de cada local em que preparava um projeto, e fazia questão de levar uma mudinha pra casa. “E nessa intenção de ter um lugar pra desenvolver essa coleção e experimentar como essas plantas funcionariam em projetos paisagísticos é que o sítio começou a ser constituído”, completa Claudia. GPSLifetime « 23

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Celso Junior

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Palácio do Itamaraty, em Brasília

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O Rio era o centro das atenções do País, mas logo isso mudaria, com a transferência da capital para Brasília. Como era modernista, foi estranha a ausência de Marx no projeto da nova cidade. Ele próprio, reza a lenda, teria levantado o dedo para criticar o que previa Lúcio Costa e estava sendo anunciado para a nova capital, denunciando a ausência de paisagismo. Em 2019, 15 anos após sua morte, o projeto dele para tornar o Eixo Monumental mais bonito permanece inacabado – novamente, Marx merecia estar no centro das atenções de Brasília. A obra do espaço começou em dezembro de 2013, completando a área da Fonte Luminosa da Torre de TV,

e era para estar pronta para a Copa do Mundo de 2014. Calçadas com acessibilidade, espelhos d’água e caixas de peixes, bancos de madeira e canteiros ornamentais estavam previstos. Hoje, um elefante branco que enfeia o ambiente e abriga usuários de drogas. Com o abandono da construção pelos empreiteiros, o governo encerrou o contrato em janeiro de 2018, deixando a obra parada. Agora é tarefa para o governador eleito, Ibaneis Rocha (MDB), a retomada das obras para, enfim, presentear o paisagista como ele merece. Se estas expectativas forem atendidas, é lá que estarão todas as espécies de plantas que abrem esta reportagem.

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MODELOS, PARQUES E CRISTAIS

Celso Junior

Jardim de Burle Marx, centro de Brasília

A quadra modelo de Brasília, a 308 Sul, tem paisagismo assinado pelo artista. No livro A Noite da Espera, o último do escritor amazonense Milton Hatoun, é lá o cenário de diversas tramas ocorridas nas décadas de 1960 e 1970, quando o País vivia sob a ditadura militar e o quadrilátero formado junto com as quadras 500 e 100 era frequentado pelos jovens que faziam resistência ao regime – e frequentavam a Igrejinha, o extinto Cine Cultura e o teatro da Escola Parque.

“A Superquadra 308 foi objeto de intervenções por grandes arquitetos, urbanistas, paisagistas, artistas plásticos – como, afinal, ocorreu com todos os setores da área central da cidade nessa época pioneira. Burle Marx tinha 50 anos quando participou, a convite tanto de Lucio Costa, do qual foi discípulo, quanto de Oscar Niemeyer, do qual foi colega, do grande experimento brasiliense”, conta o urbanista e professor da Universidade de Brasília, Frederico Flósculo. Ele, portanto, apresenta outro lado da história ao revelar que o clima com Lucio Costa não era de meras divergências. “Burle Marx aplica ao caso da 308 Sul princípios que se coadunam perfeitamente com as linhas sucintas do modernismo arquitetônico da concepção de Lucio Costa, embora francamente competidor com Oscar Niemeyer no modo elegante de usar curvas e formas orgânicas”, conta. A 308 Sul é hoje parte de roteiros turísticos na Capital. Aos moradores da cidade, vale a visita. Burle Marx também foi um dos autores do projeto do Parque da Cidade, mas desde o princípio foram feitas tantas modificações que hoje descaracterizam o local como obra sua. Uma pena. Ao mesmo tempo, na proposta de simetria da cidade, o lado norte tem uma porção de mata preservada que, um dia, há de ser o Parque Burle Marx – que fica entre as 900 da Asa Norte e o Noroeste. O local foi criado na década de 1990 e jamais tirado do papel. Hoje, está ocupado por famílias em situação de rua e é frequentado por uns poucos corajosos corredores, que aproveitam as trilhas abertas na terra. Mais um desafio para o novo governo. “O paisagismo sempre se mostrou componente essencial da concepção de Brasília, e o próprio Lucio Costa era exímio paisagista, como deduzimos de sua concepção de Superquadra, de sua escala bucólica, de sua expressão de cidade parque. Contudo esse experimento não tem sido valorizado por sucessivos governos”, defende o professor. “O resultado tem sido uma cidade feia, cinza, imobiliária”, completa Flósculo. Quer ver, então, outro local onde é possível encontrar tudo o que Marx preconizava e em bom estado de preservação? A dica é uma visita à Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano. O projeto é dele, e uma ida ao local, a qualquer hora do dia, vale muito a pena, mas se você conseguir ir ao fim da tarde, o pôr do sol duplicado pelo reflexo do espelho d’água vai ser das melhores fotos que você poderá fazer na cidade. GPSLifetime « 27

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Celso Junior

Praça dos Cristais

LEGADO

“Se Burle Marx fosse vivo ou tivesse deixado discípulos realmente dignos de sua genial escola, a grande luta dos paisagistas seria pela defesa e recuperação do Cerrado, a defesa do Jardim Botânico tão atacado por bandidos especuladores, seria pela recriação da ‘cidade parque’ em nossas cidades cinzas”, opina Flósculo. O principal discípulo, o arquiteto Haruyoshi Ono, morreu no Rio de Janeiro em 2017, aos 73 anos. Era ele o responsável pelos Jardins Burle Marx, no centro da capital. Na última visita a Brasília, ficou decepcionado com o que havia ocorrido com o jardim do sócio e amigo no Parque da Cidade. Ono tornou-se sócio de Marx e era o principal responsável pela manutenção do legado de seus projetos. Hoje, o local está sob o comando dos familiares de Ono. Mas essa reportagem não termina em tom de lamentação: além dos locais já citados, é possível ter acesso à arte de Burle Marx em outros pontos de Brasília. Não se incomode de desconhecer as espécies de plantas... “Essa aqui, vamos dizer, é uma ‘Jenessepássia’, com certeza”, 28 « GPSLifetime

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diria Marx. Era uma brincadeira que ele fazia com o francês Je ne sais pas, que em português significa: “eu não sei”. Ele também poderia dizer “Vem cá, menino, me traz um pouco de vinho pra sentir a beleza da vida”, levantando um brinde e seguindo de uma piada – como o faz em um vídeo caseiro que pode ser visto na internet. Não seria possível levar vinho ao jardim suspenso do Itamaraty, mas dá pra imaginar este clima festivo ao conhecer o local em uma visita guiada – é das vistas mais bonitas da Esplanada. “A curiosidade me faz viver e justifica minha vida. No dia que eu perder a curiosidade, é melhor não continuar mais a viver”, disse, ao programa Globo Ciência, em 1989. Então, siga a dica: a vida é muito curta e Brasília é muito pequena para que não se conheça cada pedacinho da cidade pensado com tanto carinho por um de seus artistas maiores, Roberto Burle Marx.

PARA COLECIONAR

Burle Marx não se cansou de aprender novas formas de se expressar. Aos 85 anos iniciou um de seus últimos e maiores prazeres: a litografia Roberto Burle Max não exibiu seus dons apenas em jardins e projetos monumentais. Burle era um artista completo e de curiosidade aguçada. Ele foi pintor, designer de joias, escultor, ceramista, decorador… para citar alguns de seus talentos. As litografias se tornaram um de seus prazeres já aos 80 anos de idade. Com forte tendência para abstração e nuances vivas, a técnica o conquistou e com seu nanquim o artista extraiu diversas formas da natureza, especialmente as folhagens. “Eu sempre gostei da obra do Burle Marx, um artista completo, que, além de paisagista, era designer de joias, artista plástico e também fazia tapeçarias espetaculares. Ele é considerado como um dos melhores do século 20, reverenciado como pioneiro no modernismo brasileiro. Ao aprender a técnica da litografia, o artista se dedicou e executou mais cem obras”, conta Marcelo Pé, dono da Pé Palito Antiquário & Arte, no Shopping Iguatemi Brasília. Em sua particular linguagem, o zelo com o uso das cores lhe renderam soluções formais do cubismo em justaposição ao abstracionismo sempre se sobrepondo à estrutura das obras. Para muitos, a genialidade de Marx esteve na excelência de que seus jardins e suas produções plásticas dialogavam a todo instante de modo a não haver diferenças estéticas entre objeto-pintura e objeto-paisagem. O que mudavam era apenas os meios de expressão. GPSLifetime « 29

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ENTREVISTA

O DEFENSOR DE BRASÍLIA EM 2019, IBANEIS ROCHA TERÁ COMO MISSÃO ATENDER A EXPECTATIVA DE UM MILHÃO DE BRASILENSES DE QUEM OBTEVE O VOTO. A DIGITAL IMPRESSA NUMA CAIXINHA DITA MODERNA MARCOU A EXPECTATIVA DO FIM DE UMA DÉCADA DE MAZELAS SEM PRECEDENTES NA HISTÓRIA DA CAPITAL DA REPÚBLICA POR MARCELLA

OLIVEIRA « FOTOS CELSO JUNIOR

N

a certidão de nascimento, Hospital de Base. O primeiro trabalho foi como empacotador de mercado. Teve a educação como oportunidade de mudar de vida. A advocacia como fonte da sua atual fortuna. E tem um Distrito Federal em apuros como novo desafio. O debutante na política, Ibaneis Rocha, aposta em sua persistência e no talento da oratória como armas para governar Brasília. Advogado há 25 anos, Ibaneis é pragmático, tem autoconfiança. No meio do Direito, tem fama de ser um “trator”, pelo fato de sua personalidade parecer, por vezes, arrogante. Ele tem respostas para tudo e é trabalhador, insistente, com histórias de sucesso em seus processos. Acumulou uma fortuna declarada de quase R$ 94 milhões. “Minha vida tem sido marcada por trabalho e dedicação desde muito novo, quando tracei os objetivos que queria alcançar”, afirma, em entrevista exclusiva à revista.

A justificativa para se filiar ao MDB e concorrer às eleições para o GDF, seu primeiro cargo político? Nenhum dos candidatos o representava. “Entrei para a política exatamente porque não estava satisfeito com ela; acho que podemos fazer diferente, melhor”, afirma. De forma inesperada, o advogado de 47 anos saiu dos 2% na primeira pesquisa de intenção de votos para 69,79% dos votos válidos no segundo turno. Mais de um milhão de brasilienses acreditaram nele. Mas sua meta agora não é só honrar a confiança do eleitorado, é também melhorar a vida de toda a população do DF, que chega a três milhões de pessoas. As dificuldades enfrentadas por Brasília nos últimos anos não o intimidam. “Eu digo que fui eleito para resolver os problemas e não para relatá-los para a sociedade”. Zerar a fila de cirurgias, advogar em prol dos empresários para que possam voltar a gerar emprego e renda, reajuste salarial para polícias e professores, reabrir todas as delegacias. São muitas as metas de campanha, e ele garante cumprir todas. “A saúde em primeiro lugar, porque ela não espera. O resto vem depois”, afirma. Ibaneis tem demonstrado pressa. Apesar de integrar a tradicional legenda do MDB, aposta em um governo prático e diz que será “um novo jeito de fazer política”. Seu secretariado tem sido selecionado por critério técnicos e ficha limpa. Ele tem dito ainda que será seu próprio articulador político. “O mandato tem dia para começar e acabar. A tarefa de governador será árdua, eu sei; mas eu gosto de vencer desafios. Eu acordo muito cedo e durmo muito tarde, sei delegar funções e sei cobrar resultados”, espera. Ibaneis sempre dedicou sua vida para o trabalho, mas é na família que encontra fôlego. Morou em Sobradinho e Taguatinga. Dos oito aos 15 anos viveu na cidade dos pais, Corrente, no Piauí, e depois voltou para Brasília onde construiu sua história. Hoje, é no Lago Sul que vive com a esposa Mayara, com quem tem um filho recém-nascido – tem outros dois herdeiros do primeiro relacionamento. O sangue nordestino nas veias fez de Ibaneis um exímio cozinheiro. Dobra-

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dinha, buchada e galinha caipira são algumas das suas especialidades. Por isso, garante, as comidas saboreadas durante a campanha não eram só pela política. “Tirei dois dias depois da vitória para fazer uns exames para ver como estava a saúde”, disse. O advogado tem dito que se orgulha em ser o primeiro governador nascido no DF. Com apoio da família, a expertise na advocacia, a experiência como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional DF, e nos cargos de direção na ordem serão os elementos para ajudar na ação desse novato na política. Confira a entrevista. Como tem sido o trabalho no governo de transição?

Tenho trabalhado muito neste período pós-eleição. Tirei apenas dois dias para fazer alguns exames e um fim de semana para relaxar. O resto tem sido de trabalho, buscando verbas federais, oportunidades de investimentos, conversando com empresários e políticos. A situação do DF é muito grave, a cidade está parada, ninguém quer investir aqui, os problemas se avolumaram e agora temos que correr em várias frentes. Mas eu gosto muito de trabalhar e gosto mais ainda de resolver as coisas. Após tomar posse, qual será a primeira ação?

Vou assinar uma série de decretos que vão começar a mudar a cara da cidade. Ainda estou decidindo a melhor forma. Mas uma das primeiras ações do governo já está acontecendo, que é o pedido da redução de impostos – ICMS, ISS, ITBI – para que a economia comece a ser aquecida. Vamos começar com ações emergenciais e aos poucos ir evoluindo para soluções definitivas, que preparem a cidade para as próximas décadas. Em Brasília, em todo o Distrito Federal, é preciso pensar grande, buscar alternativas, sem se conformar com as dificuldades. Eu digo que fui eleito para resolver os problemas e não para relatá-los para a sociedade.

“FUI ELEITO PARA RESOLVER OS PROBLEMAS E NÃO PARA RELATÁ-LOS PARA A SOCIEDADE”

O senhor tem falado que será o articulador político de seu governo. Como pretende agir?

Eu fui talhado no diálogo. Como advogado, minha vida foi buscar acordos por meio de argumentações, foi minha marca na Ordem dos Advogados do Brasil, onde agi sempre depois de ouvir todas as partes interessadas. Quero levar essa experiência para o governo; aliás, já estou fazendo isso na formação do secretariado e na escolha dos diretores das empresas, conversando com setores de toda a sociedade organizada para encontrar os melhores nomes. No governo, pretendo agir da mesma forma, conversando com as bancadas de parlamentares, com entidades e associações. 32 « GPSLifetime

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“QUERO CONSULTAR OS DEPUTADOS ANTES DE ENVIAR QUALQUER PROJETO PARA A CÂMARA LEGISLATIVA”

“OS EMPRESÁRIOS PRECISAM É DE QUE O GOVERNO ATRAPALHE O MENOS POSSÍVEL”

Como será o trabalho junto à nova Câmara Legislativa?

O que pretende fazer para que os empreendedores voltem a trabalhar?

Quero consultar os deputados antes de enviar qualquer projeto para a Câmara Legislativa, negociar, ouvir, para que a tramitação ocorra sem grandes problemas. Oposição é parte do sistema democrático. Eu espero trabalhar de forma a convencer os deputados a nos ajudar a fazer os projetos de interesse do governo, com um diálogo permanente com os deputados. Espero que o interesse dos moradores do Distrito Federal sempre prevaleça nas minhas relações com a Câmara Legislativa; afinal, todos fomos eleitos para isso. Acredito que conversando podemos sempre chegar a um bom termo e faremos isso com todas as leis. Qual expectativa de relacionamento com o Presidente Jair Bolsonaro?

A melhor possível. O presidente é morador de Brasília há muitos anos, a esposa dele é nascida aqui; ou seja, ele tem uma relação com a cidade e tenho certeza de que vai nos ajudar a administrar o DF. Brasília é sede dos Poderes nacionais, das embaixadas e precisa ter um tratamento diferenciado do governo federal. Mas o Presidente sabe disso. A saúde será sua prioridade, como tem dito. Quais serão as mudanças efetivas no setor?

Serão mudanças profundas. Na saúde básica vamos recompor todas as equipes para que o primeiro atendimento seja muito melhorado, o que certamente vai diminuir as filas em hospitais e postos de saúde; também vamos zerar as filas de operações e exames, se preciso fazendo convênios com a rede privada e, em seguida, vamos recuperar equipamentos e a infraestrutura de hospitais, centros e postos de saúde e também das UPAs. Há muito trabalho a ser feito e o nosso secretário, Osney Okumoto, que ainda está no Ministério da Saúde, terá todo o apoio para fazer seu trabalho.

A primeira ação foi feita antes mesmo de o governo começar, com a transferência da administração da Junta Comercial para o Distrito Federal, deixando a esfera federal. Isso causava muito transtorno para os empreendedores, notadamente os micro e pequenos. Eu sempre digo que o que os empresários precisam é de que o governo atrapalhe o menos possível; nós vamos criar condições para ter um ambiente amigável para quem quiser abrir ou ampliar os negócios; uma das ações é a liberação dos alvarás em até 48 horas, fazendo com que haja uma agilidade maior nos processos e confiando no empresário. Vamos fazer a fiscalização, para eventualmente adequar alguma coisa que esteja fora das normas, mas queremos que o empreendedor possa tocar seu negócio com mais rapidez e segurança. A construção civil é o meio mais rápido de criar empregos e girar a economia, mas o empresário precisa de segurança para investir. O senhor pretende dar continuidade ao Projeto Orla, implementado pelo atual governo, ou fará mudanças?

O projeto Orla está sendo desenvolvido de forma errada, causando insegurança nos moradores e contribuindo para mais sujeira no lago. Agora há uma imensa área que não está sendo cuidada por ninguém, com mato alto, ratos, baratas. É preciso democratizar o lago de uma forma que todos aproveitem e cuidando do meio ambiente. Passamos por uma severa crise hídrica. O que planeja para que isso não volte a acontecer?

Primeiro, é preciso terminar as obras que os governos deixaram pelo caminho, terminando a captação de água de Corumbá IV, aumentando a captação no lago Paranoá e cuidando da proteção dos mananciais que GPSLifetime « 33

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“VOU TRANSFORMAR A RESIDÊNCIA OFICIAL NUM ESPAÇO PARA ABRIGAR E CUIDAR DE DEFICIENTES” abastecem todo o DF. Mas vamos além: já estamos estudando como fazer uma nova barragem, provavelmente aproveitando o rio Maranhão, que poderá abastecer toda a região norte do Distrito Federal. Também vamos estudar um projeto de microbarragens na região do Rio Preto para abastecer os produtores rurais. Como pretende usar a Residência Oficial, em Águas Claras?

A primeira ideia é transformar a residência oficial num espaço para abrigar e cuidar de deficientes. São mais de 400 mil pessoas com algum tipo de deficiência no DF e ali poderia ser criado um grande centro de referência. Outra parte seria usada para construir uma nova saída de veículos de Águas Claras para a EPTG e o restante do terreno poderia ser integrado ao Parque Ecológico, mas tudo isto ainda está em estudo. E o que fará com o Centro Administrativo?

O Centro Administrativo pede uma solução urgente. Já estamos tratando da burocracia, conversando com a Caixa Econômica Federal e com o consórcio que fez o prédio para encontrar a melhor solução. O GDF paga muitos aluguéis e temos que saber se a mudança geraria

economia; os estudos já começaram e em poucas semanas teremos uma definição para apresentar para a sociedade Como será o relacionamento com as cidades do Entorno?

Já conversei com o governador Ronaldo Caiado algumas vezes, porque este é um problema interestadual. Estou propondo a criação de uma região metropolitana, o que resolveria inúmeros processos burocráticos e facilitaria a vida das populações do DF e de Goiás, principalmente, mas incluindo Minas Gerais. Já estamos trabalhando neste sentido. É a sua estreia na política. Tem algum político que o inspire?

Eu admiro muito Juscelino Kubistchek pela capacidade de realização e Tancredo Neves pela notável competência no diálogo. Aqui em Brasília, gosto mundo do ex-governador Roriz por causa da preocupação dele com as famílias mais humildes e pela visão de futuro. Daqui a quatro anos, como pretende entregar a cidade para os 70% do eleitorado que apostou no senhor como governador?

Vou entregar o Distrito Federal funcionando. Será possível retomar os trilhos do desenvolvimento, dar esperança para as pessoas, melhorando os cuidados básicos – como a saúde – e investindo numa educação com mais qualidade e oferecendo empregos de qualidade. Não gosto do instituto da reeleição, acho importante a renovação e não está nos meus planos buscar a renovação do mandato. Só admitiria essa hipótese no caso de uma aprovação muito grande, mas ainda assim resistiria à ideia. Eu quero ser um governador que abra as portas do futuro para a cidade e para as pessoas.

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ECONOMIA

INDUSTRIAL E PRESIDENTE DA CNI, ROBSON BRAGA DE ANDRADE É CATEGÓRICO EM AFIRMAR QUE EMPRESÁRIOS PRECISAM INVESTIR EM INOVAÇÃO, PROCESSOS DE PRODUÇÃO, GESTÃO E ADEQUARSE ÀS NOVAS NECESSIDADES DOS CONSUMIDORES. EM CONTRAPARTIDA, GOVERNO PRECISA TRABALHAR JUNTO POR PAULO PIMENTA

PORTA-VOZ DA INDÚSTRIA “É

imprescindível elevar a produtividade”. Essa declaração do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, demonstra a preocupação do setor, que projeta avanços nos próximos anos e luta para deixar os recentes dias difíceis para trás – considerados, pela CNI, parte da pior crise da história. “Atualmente, a indústria enfrenta dificuldades para retomar a produção e sair, de vez, da crise econômica”, completa. Um desafio e tanto para o presidente reeleito, que até 2022 estará à frente do setor que é responsável por boa parte das exportações, da arrecadação previdenciária e de tributos federais.

Mineiro de São João Del Rey, o empresário de 70 anos comanda a CNI desde 2010, reeleito em 2014 e novamente neste ano. Enfrentou a crise política, a econômica e o desemprego. Para isso, contou com sua experiência como empresário: há 30 anos preside uma empresa em Contagem (MG), que produz e exporta equipamentos para os segmentos de energia, petróleo, gás, mineração, siderurgia, saneamento, telecomunicações e transportes. Se os últimos anos não foram fáceis, existe uma expectativa positiva no momento. “Há um sentimento de esperança em relação ao governo e aos parlamentares eleitos”, adianta o engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal de Minas

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“PODEMOS TRABALHAR JUNTOS E CONSTRUIRMOS UMA POLÍTICA INDUSTRIAL BEM DEFINIDA, QUE AJUDE O BRASIL A AVANÇAR E ENFRENTAR OS DESAFIOS DO MUNDO GLOBALIZADO E DA INDÚSTRIA 4.0”

Gerais (UFMG) e especialista em gestão estratégica pelo Fundação Dom Cabral e pelo INSEAD (Instituto Europeu de Administração de Negócios), na França. A CNI representa as federações e sindicatos do setor desde 1938 junto aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; e administra o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Em números, são 27 federações de indústrias, 1.250 sindicatos patronais e 700 mil indústrias filiadas a eles. Segundo levantamento feito em outubro, o setor emprega 9,4 milhões de trabalhadores brasileiros, ou seja, 20% dos empregos formais no País. A mesma pesquisa também mostrou que o valor gerado é maior neste setor do que nos outros: a cada R$ 1 produzido na Indústria, R$ 2,32 são gerados na economia. Enquanto isso, a Agricultura gera R$ 1,67 e o setor de Comércio e Serviços, R$ 1,51. Neste ano, a Confederação ainda produziu o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que propõe algumas saídas para a melhora da economia ligada ao setor. “O Mapa é uma agenda para o Brasil crescer, inovar e criar mais empregos nos próximos quatro anos”, disse Robson Braga de Andrade. “Quem cria emprego é empresário. Precisamos de um ambiente favorável para isso”, acrescenta. E afirma: empresários e governo precisam trabalhar juntos. Confira a entrevista completa. O senhor assumiu um novo mandato neste ano. Quais foram os desafios em 2010, 2014 e agora?

Ao longo desses anos, a indústria e a CNI enfrentaram uma série de obstáculos. Alguns foram superados e outros ainda esperam uma solução. No entanto, os maiores desafios, sem dúvidas, foram a crise política e a profunda recessão que se agravou a partir de 2015 e deixou cerca de 13 milhões de desempregados. Atualmente, a indústria enfrenta dificuldades para retomar a produção e sair, de vez, da crise econômica. Diante

disso, a CNI reforçou seu papel de porta-voz da indústria brasileira e fortaleceu sua atuação, apresentando ao governo e ao Congresso Nacional propostas factíveis em diversas áreas para retirar os entraves ao crescimento da economia e aumentar a competitividade da indústria. A CNI também está atenta ao acelerado processo de incorporação das tecnologias digitais à produção, mais conhecido como Indústria 4.0, que exigirá uma política nacional integrada, com ações governamentais e empresariais voltadas à produtividade e à inovação. Como o senhor avalia o cenário político atual?

Há um sentimento positivo e de esperança em relação ao governo e aos parlamentares eleitos. Exemplo disso é a melhora significativa dos indicadores da CNI que medem a confiança dos empresários e dos consumidores. Os dois índices mostram que o otimismo aumentou. Como foram esses últimos anos para a Indústria?

A exemplo dos demais setores, a indústria ainda sente os efeitos da mais profunda crise econômica da história recente. Diante das dificuldades para a retomada da atividade, a CNI revisou para baixo as estimativas para o crescimento da indústria e da economia neste ano. A previsão feita em outubro é que o PIB industrial terá expansão de 1,3%, inferior os 1,8% previstos em junho. Trata-se de um desempenho fraco, especialmente se lembrarmos que o PIB industrial teve queda de 4% em 2016 e que 2017 foi um ano em que a indústria não registrou crescimento. Para a economia brasileira, a expectativa é de um crescimento de 1,3%, também abaixo do 1,6% previsto em junho. O que deve ser considerado pelo próximo presidente como prioridade?

A expectativa da CNI é que o presidente Jair Bolsonaro use o capital político das urnas para pacificar o País e fazer um ajuste duradouro nas contas públicas, que controle a expansão da dívida pública. Para isso, é imprescindível a manutenção da emenda constitucional que fixa limites para o crescimento dos gastos públicos e a aprovação da reforma da Previdência. Outras ações importantes são a reforma tributária e ações que reduzam a insegurança jurídica e permitam a participação da iniciativa privada na modernização da infraestrutura brasileira. O Brasil também precisa melhorar o ambiente de negócios, com a redução da burocracia e dos custos tributários, a facilitação do acesso ao crédito e a integração ao comércio exterior, por meio de acordos comerciais, não por uma abertura unilateral e sem critérios, que prejudicaria a indústria e geraria mais desemprego. GPSLifetime « 37

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O que o senhor acha de uma possível junção de ministérios que afetam diretamente o setor?

O presidente eleito Jair Bolsonaro tem um programa de governo, e tudo indica que ele pensa em unir os Ministérios da Fazenda e da Indústria. É possível trabalhar desta forma. Podemos trabalhar juntos e construirmos uma política industrial bem definida, que ajude o Brasil a avançar e enfrentar os desafios do mundo globalizado e da Indústria 4.0. Essa política deve considerar que a indústria é muito importante para o desenvolvimento econômico e social do país, afinal o setor representa 21,5% do PIB, recolhe 32% dos impostos federais, responde por 51,3% das exportações e emprega 9,4 milhões de trabalhadores brasileiros. Qual é a prioridade do setor atualmente?

É imprescindível elevar a produtividade. Mesmo com os avanços registrados nos últimos dez anos, a produtividade brasileira cresceu menos do que a dos dez principais parceiros comerciais. Com isso, diminuiu a capacidade de o País concorrer com os demais países nos mercados interno e externo. Empresários e governo têm papel importante no aumento da produtividade. As empresas precisam investir em inovação e na melhoria constante dos processos de produção, na eficiência da gestão e no lançamento de produtos de qualidade adequados às novas necessidade dos consumidores. O governo precisa construir políticas públicas e instrumentos que estimulem o desenvolvimento tecnológico e criar um ambiente mais favorável aos negócios. O que o senhor avalia como avanço no Brasil em relação à Indústria nos últimos anos?

“QUEM CRIA EMPREGO É EMPRESÁRIO” tas no Mapa, o PIB brasileiro, calculado pela paridade de poder de compra, crescerá 4% ao ano, em média, a partir de 2023. Caso esse cenário se confirme, o PIB per capita aumentará 3,5%, em média, também a partir de 2023. Nesse ritmo, o PIB per capita do Brasil atingiria US$ 50 mil em 2054, o mesmo patamar da renda dos Estados Unidos, da Holanda e da Suíça em 2016. Quais são as principais áreas de investimento no Brasil?

Os avanços do Brasil nos últimos anos são notáveis. Na área de infraestrutura, por exemplo, o governo privatizou aeroportos e rodovias e aperfeiçoou programa de concessões e a legislação para petróleo e gás. É importante destacar ainda a aprovação da emenda constitucional que limitou a expansão dos gastos públicos, a reforma trabalhista e a regulamentação do trabalho terceirizado. Mas é preciso avançar ainda mais para construir uma economia dinâmica, competitiva e socialmente justa.

O Brasil é um lugar de oportunidades. Com a aceleração das reformas econômicas e institucionais, o país poderá atrair importantes investimentos em obras de infraestrutura, saneamento básico e energias renováveis. O País também precisa de investimentos em inovação e tecnologias que busquem o uso sustentável dos recursos naturais e a redução das emissões dos efeitos dos gases do efeito estufa.

Existe um planejamento da CNI para o Brasil retomar o crescimento?

Um novo Congresso começa a ser desenhado. O que esperar dessa próxima legislatura?

A CNI, como protagonista do debate dos grandes temas nacionais, apresentou à sociedade neste ano o Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022, que foi o ponto de partida para a elaboração das propostas em 43 áreas que a CNI apresentou aos candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano. Uma simulação feita pela CNI mostra que, com a implementação das ações propos-

É importante que os parlamentares eleitos se mobilizem em torno de um projeto para o país e das reformas econômicas e institucionais. A CNI está aberta ao diálogo e disposta a contribuir para viabilizar as reformas necessárias à retomada da atividade industrial, à volta do crescimento sustentado e à geração de empregos. Precisamos fazer mais e melhor nos próximos quatro anos.

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MUNDO

UMA NEO HUMANISTA PRIMEIRA MULHER REPRESENTANTE DA UNESCO NO BRASIL, MARLOVA NOLETO É UM COMPILADO DE BONDADES. UNANIMIDADE ENTRE GRUPOS E GÊNEROS, ELA TRANSITA DE PERSONALIDADES A VULNERÁVEIS, PREGANDO, SOBRETUDO, O RESPEITO E A SOLIDARIEDADE POR MARCELLA OLIVEIRA

Q

uando a pequena Marlova Jovchelovitch Noleto tinha sete anos, sua avó perguntou o que ela queria ser quando crescesse. A resposta foi: “cada dia uma coisa”. A história foi contada pela mãe inúmeras vezes, que emendava a explicação. “Isso é a Marlova. Uma pessoa que desde cedo foi conectada e sabia o que estava acontecendo no mundo”. E o que esperar de uma menina que, aos 12 anos, tinha um programa de televisão chamado Pacto Jovem, em que falava sobre as notícias do Brasil? Hoje, aos 57 anos, Marlova tem em sua trajetória a concretização do desejo de infância. É múltipla. Em um mesmo dia, pode visitar uma favela, almoçar com um empresário e se reunir com o Presidente da República no Palácio do Planalto. “Cada dia eu sou uma coisa e meu trabalho me permite isso. Tenho raízes profundas, sou muito estável e firme no que preciso ser, que são meus valores, mas tenho asas e sei voar. Brinco que jamais vou morrer de tédio”, afirma a diretora e representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil. Há 21 anos no Sistema ONU e 19 anos de Unesco, assumiu oficialmente a nova função em julho deste ano. Atrás da sua mesa de trabalho, no quinto andar do prédio no Setor de Autarquias Sul, em Brasília, um quadro com o mapa do mundo, a bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU) e o nome da Unesco pintado na parede. Há também livros, medalhas, prêmios, artesanato brasileiro e arte. É lá onde ela passa

©UNESCO/Mila Petrillo

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©UNESCO/Marri Nogueira Marlova e a equipe do escritório da UNESCO no Brasil recebem a nova diretora-geral, Audrey Azoulay

dez horas do seu dia. O segredo do sucesso profissional? Muito estudo, foco e objetividade. “Meu dia rende muito. Sou focada e organizada. Hoje temos muitos ladrões do tempo, se se deixar distrair pela velocidade da informação, cada minuto é interrompido por algo. Precisa-se de disciplina no trabalho”, afirma. Agenda cheia? “Lotada”, brinca a assessora. Um objeto de desejo? Mais tempo. “É o maior artigo de luxo do mundo hoje”, diz. Mas Marlova se realiza no trabalho e fala de suas experiências com brilho no olhar. “Eu me sinto muito privilegiada, porque sou paga para fazer o que gosto”, comenta Marlova, que é mestre em Serviço Social. O trabalho já a levou para conhecer muitos lugares do mundo e, com isso, tem paixão por viajar. Seus lugares preferidos? “Paris, Nova York, Porto Alegre”, confessa. A Unesco é uma agência especializada do sistema ONU, que atua nas áreas de educação, cultura, ciências (humanas e sociais), comunicação e informação. Há uma grande diversidade de projetos, assuntos e eventos, e uma rede enorme de parceiros, do governo ao setor privado. “Construímos pontes para que múltiplos atores se encontrem para fazer do mundo um lugar melhor para todos”, diz a brasileira que também tem a nacionalidade romena e um perfil bem diplomático. Com um jeito calmo e simpático, ela reflete o que está escrito em um quadro na sua sala: “A paz está em nos-

sas mãos”. Marlova é naturalmente elegante. Está em sua alma, em sua natureza. Conhece o mundo inteiro, do luxo às mazelas. Fala cinco línguas – Português, Inglês, Espanhol, Francês e Hebraico, este último após uma temporada em Israel quando jovem. Inteligente, fala sobre qualquer assunto. É cheia de amigos, dos mais variados. Em sua conta pessoal e fechada do Instagram, compartilha um pouco da sua vida pessoal. Por lá estão seus familiares, amigos mais íntimos e também amigos famosos, como o apresentador Luciano Huck e a atriz Dira Paes. Está sempre conectada, com seu iPhone na mão. A vida profissional pode ser vista no perfil e site da Unesco. Nas horas vagas, adora se perder pelas prateleiras da Livraria Cultura com a filha Laura, de 17 anos, e sempre separa um momento semanal para curtir o marido. Não é muito de bebida alcoólica, mas gosta de um champagne. Sua paixão? O café. “Tenho um grupo de amigas do café”, revela. Na cabeceira, sempre um livro. O atual é Sol na Cabeça, de Giovani Martins, contos sobre a realidade do carioca morador da favela. “Também adoro uma novela, porque tem as fórmulas dos grandes clássicos: conflitos, romance e histórias de amor”, revela a gaúcha moradora da Asa Norte, em Brasília, desde 1997. Marlova é humana, cuida das pessoas. E é gente como a gente. A entrevista termina e peço para tirar uma foto. “Deixa eu passar um batom”. Não tem quem não saia de uma conversa sua fã. Confira a entrevista. GPSLifetime « 41

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©UNESCO/Rafael Hildebrand

Inauguração do Instituto Proeza, em Brasília

CULTURA DA PAZ

Entrei na Unesco para coordenar o trabalho da cultura de paz. São os valores que eu tenho com a ideia de ser generoso, de rejeitar violência, respeitar a vida, preservar o planeta, ser solidário. Esses são os princípios do Manifesto 2000, em que vários ganhadores do Prêmio Nobel da Paz escreveram nos anos 2000 a pedido da Unesco.

PAZ NO MUNDO

O mundo vive a maior crise humanitária desde a Segunda Guerra. Não sou eu quem está dizendo, é a própria ONU. Temos uma crise humanitária muito severa, desencadeada por uma série de guerras, pela crescente ameaça do terrorismo. Temos uma reação muito forte na questão das migrações; o desafio da água. Nessa crise humanitária, é importante que as pessoas se voltem para o essencial.

IMAGEM DO BRASIL

É um país muito bem visto nos fóruns internacionais e vem de longa história com as Nações Unidas. Tem papel importantíssimo e é considerado protagonista na ONU e na Unesco. Sempre tivemos representação diplomática forte. Em muitos momentos, o Brasil funciona como mediador, porque tem diplomacia respeitada no mundo.

REFERÊNCIA

O Brasil tem muitos exemplos positivos. Como o Bolsa Família, que começou como Bolsa Escola no governo FHC. O presidente Bolsonaro disse que vai continuar. Nós temos um programa de transferência de renda eficiente, que é exemplo para o mundo. A criança tem que estar com vacina em dia, frequentar escola, a mãe tem que fazer pré-natal. Outro exemplo é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que completou 20 anos. E a Prova Brasil, que avalia a qualidade da educação.

EDUCAÇÃO

A educação brasileira avançou muito nos últimos anos, temos os dados robustos do próprio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa. Nós temos hoje a decisão de uma base curricular nacional comum sendo aprovada pelo Conselho Nacional de Educação, a reforma do ensino médio. Acho que o caminho vai bem. Não são resultados imediatistas, mas estamos num bom percurso.

C

NOVO HUMANISMO

É a ideia de que os valores essenciais do humanismo contribuem para rever a crise humanitária. Quando nos conectamos com solidariedade, compaixão, generosidade, igualdade, respeito, tolerância, nós nos reconectamos com a ideia de um mundo mais igual para todos, que é um dos princípios fundamentais da democracia. Estou falando da importância de redescobrir esses valores. Falta empatia, ouvir para compreender.

C M

POLÍTICA

Tenho certeza de que vamos trabalhar bem com o mandato de Bolsonaro. Eu, desde que estou aqui, já trabalhei com Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Eu vejo o Brasil como um país muito maduro, com instituições sólidas e temos chance de continuar avançando. Há políticas em curso e a Unesco está pronta para continuar apoiando o próximo governo em toda a nossa agenda convergente.

SU

FUTURO HUMANO

As pessoas se esquecem de que, independentemente do lugar onde nasceram ou moram, nós todos habitamos a mesma casa, que é o Planeta Terra. Se não preservarmos esse nosso bem comum de todas as formas, nós estamos comprometendo a própria vida e a das gerações futuras. O mundo precisa hoje de redescobrir a solidariedade. O papel de resolver o problema não é só do governo, é de cada um.

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IN MEMORIAN

JUNTOS, O EMBAIXADOR PAULO TARSO E SUA MULHER, A EMBAIXATRIZ LÚCIA FLECHA DE LIMA, CONQUISTARAM O MUNDO E POSICIONARAM O BRASIL NO MAIS ALTO GARBO DO UNIVERSO DIPLOMÁTICO. AO RETORNAR PARA O BRASIL, PAULO TARSO TORNOU-SE CONSELHEIRO DE GRANDES MENTES. E LÚCIA, ANTES DE PARTIR, EM 2017, DEDICOU-SE À FILANTROPIA. COM TODA SUA DESTREZA, DIRIGIU A PRIMEIRA CRECHE DE BRASÍLIA, A CASA DO CANDANGO POR REBECA OLIVEIRA A embaixatriz e o embaixador em visita à Família Real

O ETERNO CASAL DA DIPLOMACIA “H

omem fino, hábil, astuto, reservado e de fino trato”. A definição encontrada nos dicionários para o termo diplomata se molda com precisão à história e à personalidade de Paulo Tarso Flecha de Lima. O embaixador brasileiro aposentado que atuou em Londres, Washington e Roma, ao longo de mais de 40 anos de carreira, perpetuou valores que fogem a qualquer estereótipo associado ao Brasil – tanto os antigos quanto os atuais. Em missões mundo afora, impregnou, com maestria, parte do DNA nacional com o qual os estrangeiros não estavam acostumados. Mais que País do samba, da feijoada e do futebol, fez autoridades de dezenas de países enxergaram em solo tupiniquim uma nação economicamente estável, com empresas consolidadas e potencial para ladear as mais importantes potências mundiais. Graças a ele, gigantes como a Volkswagen e a Sadia, na década de 1970, viveram momentos de auge no mercado internacional. As glórias são tão incontáveis e os resultados difíceis de mensurar. Da formatura em Direito à entrada na carreira diplomática, aos 21 anos, sobram razões para se ter orgulho. Castelo construído sobre o terreno da ética, sem precisar recorrer a recur-

sos ilícitos, atitude infeliz, mas recorrente na política e na carreira pública. “Um diplomata em posto encarna a imagem de seu país”, define. Suas decisões até hoje se perpetuam – inclusive nas consultorias empresariais que presta em Brasília, cidade que escolheu para viver após se afastar do posto. Ainda assim, todas essas vivências tornam-se meros detalhes perto da mais importante conquista do mineiro de Belo Horizonte: o longevo casamento com Lúcia, mais famosa e elegante embaixatriz que o País já conheceu. A habilidade para resolver problemas era comum à dupla formada por Paulo Tarso e Lúcia Flecha de Lima. Talvez por isso tenham partilhado mais de 50 anos de casamento, que só findou em 2017, quando Lúcia não resistiu a um câncer no útero. Na alegria e na tristeza. Nos mais badalados restaurantes ou na tensão pré-guerra do Iraque. Da união, nasceram Isabel, João Pedro, Beatriz, Luiz Antônio e Paulo Tarso Jr., falecido em 2000 em consequência de uma cirurgia bariátrica. “O amor entre os parceiros implica lealdade recíproca”, responde Paulo Tarso, sem titubear, quando questionado sobre a fórmula para uma relação tão duradora em tempos de relacionamentos efêmeros, fugazes e descartáveis.

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O casal com os cinco filhos

Encontro com o Papa, em Roma

Respeitados, sabiam resolver conflitos e fazer recepções como poucos. Aos filhos, doaram uma educação de qualidade e sem espaço para “mimimi”, segundo João Pedro. “Fomos educados em um ambiente de responsabilidade”, explica. Na casa da família, segundo o empresário, agora com 55 anos, o comprometimento com o trabalho era claro. E, ainda assim, a mãe nunca se fez ausente. “Ela era a primeira a chegar se acontecesse algo sério. Há oito anos, quando minha filha foi internada com um problema de saúde, ela só deixou o hospital depois que tudo foi resolvido. Era uma mulher com objetivos, que chegava e logo os resolvia”, comenta.

Embora já tivessem passado pelas mais sofisticadas acomodações, fossem íntimos de autoridades de todo o globo e dividissem a rotina com membros da realeza, nunca perderam o tato com pessoas em situação de vulnerabilidade. Lúcia, por exemplo, presidiu o Lar São José e a Casa do Candango, primeira creche do Distrito Federal, e agraciada com os lucros do primeiro Gala GPS|Foundation. Ainda hoje, a família relembra com carinho do ponto de acolhimento. “É um grande trabalho que fazem, porque dão educação de qualidade para mais de 300 crianças”, emenda Paulo Tarso. A embaixatriz tratava os pequenos acolhidos na creche com o mesmo carinho com o qual recebia a princesa Diana, eterna Lady Di, de quem foi grande amiga. A brasileira a conheceu em 1990, durante um chá no Palácio de Buckingham. Essa relação se intensificou um ano depois, quando príncipe Charles e Diana vieram ao Brasil para uma visita de seis dias. Quando voltou a Londres, os laços continuaram, e Diana a convidou para assistir partidas do Torneio de Wimbledon. Foi com ela que um dos mais importantes ícones do século passado se abriu quando descobriu as traições do marido com Camilla Parker-Bowles. Mesmo quando Paulo Tarso foi transferido para os Estados Unidos, a cumplicidade entre as duas continuou. Tanto que Diana viajou para o país em busca da companhia da amiga, à época do Natal. Entretanto, Lúcia Flecha de Lima afirmou, em entrevistas, que ser embaixatriz não era um papel. “Sou mulher do embaixador”, comentava. Inclusive, nunca

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Com o ex-presidente dos EUA Bill Clinton

Com a família Neves: Aécio, Tancredo e Risoleta

Lúcia e a princesa Diana: longa amizade

“MINHA MULHER ACHAVA QUE A AMIZADE TINHA QUE SER PRESERVADA, E NÃO CONCEBIA EXPÔ-LA DESNECESSARIAMENTE” Paulo Tarso Flecha de Lima

se beneficiou irregularmente do cargo. Pelo contrário. Pagou, do próprio bolso, a passagem para acompanhar o marido ao Iraque, na negociação com representantes de Sadam Hussein pela libertação de brasileiros que estavam impossibilitados de deixar o país oriental, quando eclodiu a Guerra do Golfo. Não foram raros os pedidos de entrevistas para Lúcia falar sobre a Princesa de Gales, sobretudo após sua morte comovente em um acidente de carro, em 1997. Negou todas elas. Discreta como Paulo, jamais trocaria valores intangíveis, como cumplicidade, por algum punhado de euros. “Minha mulher achava que a amizade tinha que ser preservada, e não concebia expô-la desnecessariamente”, relembra Paulo. O filho, João Pedro, acrescenta: “convivi com a princesa, mas a discrição da minha mãe em relação a ela envolvia inclusive a nós. Ela não compartilha seus segredos nem conosco”, emenda, e resgata casos como a vez em que o pai foi internado em Washington, no final da década de 1990, e Diana chegou ao hospital antes dele. “Nos falávamos e ela se sentia em casa quando estava com minha família”, diz. Católico e um homem de fé, Paulo Tarso é grato. Aos 85 anos, guarda com carinho as memórias de um passa-

do não tão distante. A missão foi cumprida. E os sonhos, agora, são menos complexos que salvar brasileiros da guerra. “Na realidade, hoje, devido às minhas limitações médicas eu sonho mesmo é com um bom tutu de feijão. Acredito que cheguei ao ápice de minha vida e não tenho mais nenhuma aspiração fora do meu alcance”, brinca. Nos anseios, não nega a origem mineira. E nem nas lembranças mais saudosistas. “Tive muito êxito na vida, mas um momento muito importante foi quando fui convidado a trabalhar no Palácio do Catete, no Governo Juscelino Kubitschek”, recorda. Atualmente, vê como desafio o cenário de políticas internacionais brasileiras – vale lembrar que diversos fatores afetam a imagem do País no exterior, caso do recente processo eleitoral, polarizado como há anos não se via. “O cenário econômico atual é muito desafiador porque o Brasil, depois de uma fase difícil em sua vida econômica, começa a emergir como uma potência no cenário mundial. Mas, para acelerar esse processo, estamos precisando de boas ideias e de muita seriedade. A alternância de poder é o que caracteriza a vida democrática de um país. O desafio é enfrentar as dificuldades com seriedade, contando com o bom funcionamento das instituições”, conclui o embaixador.

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GABRIELLA CONSTANTINO É GRADUADA EM INTERNATIONAL BUSINESS, FALA QUATRO IDIOMAS E ABRIU A PRÓPRIA EMPRESA AOS 24 ANOS. O QUE A TRANSBORDA DE ORGULHO, NO ENTANTO, SÃO OS TRABALHOS FILANTRÓPICOS QUE REALIZA

POR BRUNA NARDELLI « FOTO BRUNO CAVALCANTI

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pesar da pouca idade, Gabriella Constantino coleciona vitórias. De educação rara e estilo apurado, a empreendedora de 28 anos tem o domínio do inglês, do francês e do italiano. Formada em International Business na Inglaterra, fundou o e-commerce de seminovos de luxo Pretty New em 2014 e, hoje, comanda uma equipe de seis funcionários. O negócio? Vai muito bem, obrigada, mas o que mais a orgulha não é o título de girlboss. Tampouco a fama de fashionista. É realizando projetos sociais, dentro e fora do Distrito Federal, que a multitask se encontra. Praticada sem muito alarde, a filantropia marca a trajetória da brasiliense desde a primeira infância. “Me lembro de ir, toda terça-feira depois da escola, num asilo de Samambaia com a minha família. Levámos biscoitinhos amanteigados assados pela minha avó e passávamos a tarde papeando com as senhorinhas. Foi ao longo daqueles encontros que tomei gosto por impactar positivamente a vida das pessoas”, conta. Católica fervorosa, ela diz ter o mandamento “amar ao próximo como a ti mesmo” como premissa máxima. “O amor é a resposta para tudo”, ressalta. Pensando justamente em propagar tal sentimento, a visionária lançou a iniciativa Share Love. A ideia é ajudar uma ONG por ano com parte dos lucros do Pretty New. “A cada venda efetuada, doamos R$ 10. Ainda incentivamos parceiros e clientes a se juntarem a nós, revertendo uma parcela de seus proventos”, afirma. A empreitada do bem teve start em 2016 e já arrecadou verba para três projetos sociais. O primeiro deles foi o Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci), em São Paulo. Criada em 2002, a entidade especializada em oncologia é referência nacional no atendimento à criança e ao adolescente. Oferece assistência

médica gratuita em mais de 20 especialidades pediátricas e, ao contrário dos demais centros públicos, aceita pacientes em estágio terminal. A segunda iniciativa favorecida foi a capacitante Kaapu, que atua na região amazônica de Oriximiá desde 2017. O projeto faz parte do portal EcoEra, liderado pela stylist e consultora de moda Chiara Gadaleta, e tem por objetivo empoderar as índias da tribo Wai Wai. Uma vez inseridas no programa, as mulheres aprendem técnicas de artesanato e produzem pulseiras e colares feitos de semente de morototó e crochê. Os acessórios enaltecedores da cultura indígena são vendidos em todo o Brasil, ajudando a gerar renda para a comunidade local. O terceiro agraciado foi o Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). Como muitos hospitais do DF, encontra-se em estado calamitoso. “Soube da situação delicada da casa por meio da entidade Amigos do Hmib. Ao visitar o hospital, me sensibilizei. As paredes internas estavam todas descascadas e as crianças sem roupa”, comenta. Como o centro médico não aceita ajuda monetária – a que costuma ser oferecida pelo Share Love –, a empresária fez a doação por meio de fraldas, materiais de construção e uniformes. Inquieta, Gabriella já escalou a instituição a ser beneficiada no ano que vem. “Iremos abraçar a causa da GPS|Foudantion”, entrega. Idealizada pelo GPS|Media Group e presidida por Vivianne Piquet, a organização busca contribuir para a erradicação do abismo social. O segredo de tamanha empolgação e dedicação para o voluntariado, segundo a trendsetter, é se manter conectada com o lado espiritual. Ela diz que, a cada encontro do grupo de oração do padre Fábio de Melo, a vontade de pregar o bem é revigorada. “Não consigo nem enumerar a quantidade de coisas que aprendi com o padre. Ele é um ser muito iluminado. Quando fala, conseguimos sentir a presença do Espírito Santo”, declara. Foi o presbítero, inclusive, quem oficializou sua união com o namorado da adolescência, o empreendedor Luiz Paulo Leal. “Casamos no dia em que completamos dez anos de namoro”, lembra, sobre o enlace em 2014 na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na capital paulista, em 2014. Educada, porta voz do consumo consciente, religiosa e altruísta, a representante da era millennial é um exemplo para sua faixa etária. Modesta, ela garante não fazer mais do que a obrigação. “Pretendo me dedicar ainda mais à filantropia. Ajudar o próximo nos preenche, faz com o que nos tornemos seres menos ligados aos prazeres mundanos... É viciante”, conclui. Se antes Gabriella era fonte de inspiração nos quesitos moda e empreendedorismo, agora ela é referência também quando assunto é ativismo social. GPSLifetime « 49

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lores, toneladas de flores, caminhões carregados de móveis, lustres seculares, projeções tecnológicas, dezenas de profissionais esperando suas coordenadas. Há todo um espetáculo cênico prestes a ser executado com exímia maestria. Apenas uma breve consideração: o projeto não está armazenado num arquivo em 3D pronto para ser executado. Está concentrado em sua mente – em sua mente genial. E em meio a toda a logística que envolve uma celebração – considerando, inclusive, a tensão natural do

VALÉRIA LEÃO BITTAR PUXOU DA MÃE, MOEMA LEÃO, O TALENTO PARA DÉCOR. HÁ 18 ANOS ASSUMIU A VERVE DA FAMÍLIA DE CRIAR FESTAS SOFISTICADAS E, ATUALMENTE, É UMA DAS PROFISSIONAIS MAIS REQUISITADAS DO PAÍS

POR MARIANA ROSA « FOTO BRUNO CAVALCANTI

contratante – lá está Valéria Leão Bittar na montagem. Serena, tranquila, como se estivesse num jardim podando plantas. Com seu fone de ouvido a postos, ela acessa sua setlist sertaneja de raiz e começa a criar. Lindamente. Em algumas horas, surge uma estupenda décor, ornando os maiores festejos do País. Cada festa, um desafio. Mas nada que seja surpreendente para Valéria. Nascida no interior de Goiás, Rio Verde, ela cresceu em meio a uma esfuziante família de fazendeiros. Ao desembarcar na Nova Capital, sua mãe,

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Moema Leão, tornou-se uma locomotiva social. E ainda é. Na Mansão Flamboyant, onde foi criada, acompanhou grandiosas recepções cujos convidados oscilavam de chefes de estado a artistas célebres. Desse modo, transformar em profissão o rotineiro foi natural. “Naquela época, não existia decorador, buffet, manobrista… era a família e os funcionários da casa fazendo de tudo. Dava super certo”, lembra. “Minha mãe montava superproduções. Isso me encantava. Sempre gostamos de casa cheia, de receber as pessoas”, conta. Ainda hoje, escritório e acervo de sua empresa lá estão instalados, “na mansão”, como chama a casa de sua infância. Coisas de Brasília, uma pequena cidade grande. Casada com o empresário do setor hoteleiro Ricardo Bittar, mãe de três filhas, Nathalia, Isabella e Luiza, e avó de Maria, um aninho. Tantas mulheres com o sangue Leão e nem é necessário dizer que na casa as portas sempre se abrem para festas. Receber um convite seu é sabido que, mesmo no despojamento, a atmosfera será, no mínimo, acolhedoramente bela. Adepta de pouca maquiagem, cabelos longos, negros e naturais, roupas fluidas, estampadas, longe do corpo. E um sorriso sempre pronto para acompanhar uma boa prosa.

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Atualmente Valéria não para. A cada semana, um destino. Capitais, litorais, vilarejos. Basta acompanhar suas mídias sociais, cuja concepção do trabalho é registrada quase em tempo real. “Eu estudo a personalidade da pessoa, vou descobrindo-a e identificando o que se adapta melhor. Estou sempre muito ligada, por isso acabo tendo bons resultados”, revela. Aos risos, brinca ao lembrar que, antigamente, em Brasília, as pessoas traziam equipes de São Paulo ou Belo Horizonte. Agora, a decoradora é quem viaja o País. “Virei tipo exportação”, brinca. Um dos percalços mais recentes aconteceu em maio de 2018, quando caminhoneiros entraram em greve geral. Por quase dez dias, o Brasil sofreu uma das maiores crises de desabastecimento de sua história. Caminhões parados em 17 estados e no Distrito Federal atrasaram entregas de alimentos, combustíveis, remédios e, inevitavelmente, decorações de festas. Enquanto isso, Valéria organizava um casamento em Belo Horizonte, com fornecedores de São Paulo. Às vésperas da data do enlace, todos os caminhões com seus insumos estavam parados na rodovia Régis Bittencourt, a maior do País. Ela não tinha som, luz, flores, móveis, cadeiras, nada para organizar a festa. “Só havia eu e o meu pessoal para trabalhar. Foi muito emocionante a solidariedade de toda a região para decorar a festa com a folhagem nativa, móveis e prataria locais. Na verdade, foi uma loucura. Caímos aos prantos quando, por fim, conseguimos entregar o buquê à noiva e ver o casamento sendo realizado”, relembra.

Por falar em crise, foi em período de crise que a carreira nacional da decoradora deslanchou. Enquanto as grandes festas minguavam em Brasília com tamanhas denúncias da operação Lava Jato, Valéria se reinventou e foi descoberta no restante do Brasil. Nos estados, passou a coordenar festas muito grandes e com público diferente do brasiliense. Precisou se adaptar às necessidades regionais. “Percebi que em todos os lugares as pessoas estão mais exigentes. Elas têm informação de tudo. Acabou essa história de fazer mais ou menos. É criação e agilidade”, explica.

A CASA É SUA

Voltando no tempo, foi há 18 anos o despertar do talento para a decoração profissional. Valéria produzia jantares e festas menores, até que em 2005 recebeu o convite irrecusável para organizar o casamento da filha de uma amiga. Mesmo com aquele frio na barriga, a recepção para mil pessoas foi sucesso. Um de seus recentes feitos foi representar o Centro-Oeste na edição especial de 15 anos da Chair Parade, evento de design no Shopping Iguatemi São Paulo. Batizada de Um Voo Pelo Cerrado, a cadeira com a assinatura da decoradora representa a imensidão do bioma e reflete o cuidado em tudo que faz. “Brasília é a minha terra, meu lugar. Não há como não se render ao azul extremo do céu, ao pôr do sol mais bonito, à exuberância dos flaboyants e à beleza dos ipês branco, amarelo e rosa, que florecem e nos trazem colorido e beleza no auge da seca e do calor”, declarou.

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ARTE

O NASCIMENTO DO CONCRETISMO NO BRASIL GANHA RETROSPECTIVA HISTÓRICA COM 50 OBRAS DE ARTISTAS QUE CRIARAM UM FABULOSO DIÁLOGO ENTRE DESIGN E ESPAÇO POR PAULA SANTANA

Ruptura, na Luciana Britto Galeria

A RUPTURA Espasso Annex 4

Sem título, por Lothar Charoux

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atava a década de 50 quando um movimento mundial de artistas, designers e arquitetos se esmerava para romper paradigmas da abstração em detrimento da figuração. Tal disputa alimentou acalorados debates durante o período e ganhou o nome de Concretismo. Para esse manifesto foi dado o nome de Ruptura, cujo resultado tornou-se uma emblemática exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1952. Seis décadas depois, a arte visual que sucumbiu à subjetividade da época, ganha até certo lirismo com a coletiva histórica apresentada na Luciana Brito Galeria. Nomes portentosos como Geraldo de Barros, Augusto de Campos, Lothar Charoux, Waldemar Cordeiro, Kazmer Féjer, Hermelindo Fiaminghi, Leopoldo Haar, Judith Lauand, Maurício Nogueira Lima, Luiz Sacilotto e Anatol Wladyslaw.

Foram eles que fizeram nascer a arte concreta, baseada nas relações restritas de cores puras, alinhamentos, polaridades e deslocamentos, numa evidente articulação entre arte e indústria. Faz-se lembrar, inclusive, o momento de otimismo em que o Brasil caminhava para modernização. Para enriquecer ainda mais a mostra paulistana, os trabalhos são emoldurados pela construção assinada pelo arquiteto Rino Levi, hoje sede da galeria. Tombada como patrimônio cultural, a casa é fruto de um projeto de 1958 e possui ainda paisagismo de Burle Marx. “A exposição marca a celebração de todos esses anos de trabalho em parceria não só com esses grandes criadores, mas também junto a seus herdeiros”, finaliza Luciana Brito. GPSLifetime « 59

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RETRANCA REVELAÇÃO

COM O USO DA MATÉRIA ORGÂNICA, QUE SECA DIA APÓS DIA, PAULA COSTA CRIA ESCULTURAS ARTESANAIS CUJO PENSAMENTO TRANSITA ENTRE O FLORESCER E O ENVELHECER POR PAULA SANTANA Fotos: Brunno Rangel

Série Slide of Life #7, 2018

ALINHAVAR O TEMPO Série Slide of Life #7, 2018

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Entre o gesto e a intenção, 2018

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rtista multimídia que transitava nas dependências do Parque Lage, Rio de Janeiro, em busca de tornar-se mestre em conceito e imagem, Paula Costa iniciou suas destrezas no mercado de moda, em que esteve nos últimos dezesseis anos, até realizar sua primeira exposição individual em 2017. Desde então, vem tornando-se um expoente da cena contemporânea. Sua linguagem e pensamento transitam na arte viva e mutante do Ephemera, projeto solo exposto na Galeria Emmathomas, São Paulo. A produção de Paula Costa percorre o tempo entre florescer e envelhecer. Agulha, fio de algodão e lã alinhavam folhas e flores em distintas etapas de sua existência.

Colagens, esculturas orgânicas e fotografias desvendam essa transformação, que, independentemente da ação da artista, cumpre o ciclo natural. “Na cultura ocidental, temos dificuldade em olhar para a morte. Mas ela nem sempre representa o fim. Ela é parte da transformação para outro estágio ou outra consciência. É por meio de nossas pequenas mortes individuais que fechamos ciclos e começamos outros”, relata. Em outras palavras, a artista fez do efêmero um objeto contemplativo. Para produzir o que não foi feito para durar, ela exercita a cada bordado a humildade e o desapego. “Minha maneira de afirmar minha passagem pelo mundo é aceitando o tempo de duração das coisas. O artista vem bem antes da arte. Mas a vida, antes de tudo”, finaliza.

O beijo, 2018

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CONTEMPORÂNEO

AI WEIWEI… TRANSGRIDE, TRANSFORMA O ARTISTA ELEGE O BRASIL PARA REALIZAR A MAIOR EXPOSIÇÃO DE SUA TRAJETÓRIA. SUA OBRA AUTOBIOGRÁFICA LHE RENDEU REPRESSÕES DO GOVERNO CHINÊS, RESULTANDO NUM HOMEM SEM LAR, MAS COM LIBERDADE PARA CONCRETIZAR VIVÊNCIAS POR ROBERTA PINHEIRO

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le carrega o peso de um popstar. Por onde anda, chama a atenção e é reconhecido. Ao contrário de muitos artistas que marcaram a História da Arte, ele tem a oportunidade de desfrutar, em vida, de seu sucesso. Cheios de admiração, jornalistas se aproximam dele e questionam: qual mensagem traz na nova exposição? “Quero trazer outro olhar e novas perspectivas”, responde em voz baixa e em poucas palavras o chinês Ai Weiwei. A monumentalidade de suas obras e a força de sua presença são proporcionais ao seu jeito

simples e humilde. Nome importante na arte contemporânea e um grande expoente da arte política, ele afirma: “os artistas não precisam se tornar mais políticos; os artistas precisam se tornar mais humanos”. Ai Weiwei abandonou a pintura por acreditar que não era possível se tornar um artista de sucesso. Estudou cinema, mas o percebe como uma arte privilegiada demais. Praticou arquitetura por achar “natural”. Foi a poesia da vida, seu interesse por ela e, principalmente, a sua biografia que esculpiram o

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Bob Wolfenson

Fotos: Carol Quintanilha

Árvore (Ai Qing, 1940) Uma Árvore, outra árvore, Cada uma de pé e eretas O Vento e o Ar Dizem de sua distância Mas Abaixo da capa da terra Suas Raízes se estendem E em profundezas que não se vê As raízes da árvore se entrelaçam Ai Weiwei Studio

artista e ativista social chinês. “É uma atitude, que tem a ver com um modo de ver o mundo e uma forma de se expressar”, afirma. A convite de Marcello Dantas, curador e amigo brasileiro, Ai Weiwei veio ao Brasil para interpretar uma nova cultura e realizar novos trabalhos a partir de seu modelo criativo. “O convite não foi para uma refeição cotidiana: foi para um banquete ‘mutuofágico’, em que se come e se é comido pelo outro, em que cada lado devora o outro, seu corpo, sua alma e sua energia”, explica Dantas. O resultado: Ai Weiwei Raiz, a maior exposição do artista já realizada, instalada nos oito mil metros quadrados da Oca, no Parque Ibirapuera, em São Paulo.

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A mostra não tem uma ordem certa ou um percurso a ser seguido. Tampouco é segmentada. “A exposição foi criada para este espaço e respeita a sua natureza, dialoga com ela. A arquitetura aparece como outro elemento e o Ai Weiwei, como arquiteto, abraçou a ideia”, comenta o curador. A única exigência do artista foi liberdade. “Ele disse que não faria algo com tutela de alguém”, conta o curador. Ao todo, setenta obras de arte pesando 500 toneladas foram encaixadas como peças de um quebra-cabeça na Oca. Um dos primeiros trabalhos de Ai Weiwei a fisgar Marcello Dantas ocupa um andar inteiro. Sunflower Seeds tem cem milhões de sementes de girassol de porcelana pintadas à mão por 1,6 mil artesãos chineses – a maioria de mulheres – de uma pequena cidade na China. O tapete que se forma inverte a organização social da comunidade, colocando as mulheres no papel de líderes e provedoras de renda. “Ele mobilizou uma comunidade ao fazer com que aquelas pessoas replicassem as sementes. Ele fez do processo artístico um processo transformador”, explica Dantas. Ai Weiwei é um artista que se envolve. Não é um observador da realidade, mas atua sobre ela e concretiza as vivências em suas obras. Não à toa, em 2015, voltou sua atenção para a crise migratória e a situação dos refugiados. Abraçou esse tema como um ativista feroz e o transformou numa plataforma artística. Chegou a instalar um ateliê em Lesbos, na Grécia, para acompanhar de perto a crise. A partir daí nasceram vários trabalhos:

desenhos de uma odisseia contemporânea com imagens de guerra, de fuga e de exílio; o filme Human Flow como um poema visual da dramática situação; e um barco inflável que traz homens, mulheres e crianças sem rostos, pessoas que para sobreviver precisaram renunciar a sua identidade, as suas raízes. Outro destaque é a obra Straight. Pela primeira vez montada na íntegra. São 60 metros e 250 toneladas de barras de metal resgatadas de escolas em Sichuan, na China, onde milhares de crianças foram mortas em um terremoto em 2009. Ai Weiwei recuperou a forma original de cada barra. Além disso, identificou cada uma das crianças que morreu e publicou uma lista com os nomes das vítimas – estampado em uma das salas de vídeo. As autoridades chinesas, contudo, não queriam divulgar e

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a obsessão de Ai Weiwei pelo ocorrido, o que resultou em uma de suas prisões. Por questionar, por se expressar e por mexer em feridas que poucos querem curar, o artista foi preso pelo governo chinês mais de uma vez. Já teve, inclusive, seu passaporte retido. Entretanto, Ai Weiwei nunca se calou. Durante o cárcere, realizou mais de cinquenta exposições sem sua presença. Também reproduziu em mármore as câmeras de segurança colocadas na frente do seu ateliê, e idealizou a instalação S.A.C.R.E.D. Na mostra, uma das salas de vídeo traz as imagens do período de prisão domiciliar. Ao recuperar seu documento, depois de cinco anos, viu a liberdade no exílio e se tornou um cidadão do mundo. O status em questão ou a ausência de um lugar para chamar de lar nunca representaram novidades para o artista. Filho de um dos maiores poetas da China – Ai Qing –, Ai Weiwei acompanhou de perto as punições sofridas pelo pai, um libertário e membro da Revolução Chinesa, durante o regime de Mao Tsé-Tung. A vida em campos de trabalho na área rural, o exílio e, sobretudo, a queima dos livros, página por página, de Ai Qing para evitar as penas do Exército Vermelho influenciaram diretamente o artista. A relação com o Brasil e a América Latina, inclusive, começou quando Ai Qing viajou para o Chile no começo dos anos 1950 numa missão cultural e ficou amigo do poeta chileno Pablo Neruda. Da terra tupiniquim, o poeta chinês levou de recordação sementes de dragão. As mesmas que Ai Weiwei resgata em uma das obras expostas.

“OS ARTISTAS NÃO PRECISAM SE TORNAR MAIS POLÍTICOS; OS ARTISTAS PRECISAM SE TORNAR MAIS HUMANOS”

Mesmo com toda essa bagagem, Ai Weiwei chegou ao Brasil e deixou-se surpreender pelo novo, pelo desconhecido, pelo tropical, pela natureza. Com a consultoria da designer Paula Dib, entrou em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais e produziu trabalhos inéditos. Madeira, sementes, tecidos, couro e raízes aparecem como materiais de expressão. O artista e mais 25 chineses, além de uma equipe de brasileiros, ficaram embrenhados na Mata Atlântica para moldar uma centenária raiz do pequi-vinagreiro, espécie típica da região baiana, atualmente em risco de extinção. A partir dela, fez um molde para uma escultura de ferro de 36 metros de altura e mais de 200 toneladas, que foi levada para a China. “Elas têm formatos imagináveis. Ele quebra o DNA original e cria uma escultura. É o casamento entre a subversão do artista, resgatando outras formas”, comenta o curador. A arte nunca foi a coisa mais importante para Ai Weiwei. A vida é. Dela, o artista e ativista chinês retira seus códigos e linguagens para construir suas obras, verdadeiros poemas visuais. Também a própria vida do chinês, sua raízes, emergem com vigor como arte. Por fim, é na vida, no cotidiano em que está inserido, que Ai Weiwei deixa seu legado, confirmando que o processo artístico por si só não é essencial, mas, sim, o seu papel transformador. GPSLifetime « 65

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RETRANCA TRADIÇÃO

JAPAN HOUSE

PERMITIR QUE OS VISITANTES SINTAM COMO É ESTAR NO JAPÃO. FOI ASSIM QUE O GOVERNO JAPONÊS INVESTIU R$ 100 MILHÕES NA CASA SITUADA NA AVENIDA PAULISTA, ONDE VÊ-SE O LIFESTYLE DO POVO QUE ENXERGA O FUTURO SEM ABRIR MÃO DO PASSADO POR ROBERTA PINHEIRO

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a cidade mais japonesa do Brasil, os semáforos para pedestres ganham desenhos do portal Torii; as fachadas de lojas e os letreiros são escritos com alfabeto oriental; nos restaurantes, os mais variados temperos da culinária nipônica e nas ruas, entre as cores vermelho e branco, passos apressados e cabelos escuros. Imagens de uma nação que cruzou oceanos, migrou para São Paulo e fez do Bairro da Liberdade sua casa. A cerca de 30 quilômetros dali, no coração da cidade, nada de quimonos, leques ou lamparinas de papel milenares. Na Avenida Paulista, o universo nipônico é apresentado dentro de uma construção que se destaca em meio aos arranha-céus. Na fachada, uma cortina de ripas de madeira trabalhadas por artesãos japoneses

dialogam com uma parede de cobogós. Jardins de bambu circundam o prédio, uma planta ao mesmo tempo japonesa e brasileira. Brasil e Japão se encontram nos detalhes projetados pelo japonês Kengo Kuma em parceria com o escritório paulistano FGMF Arquitetos. No letreiro, de forma discreta: Japan House São Paulo. “Kengo foi escolhido pela capacidade de transmitir faces da cultura nipônica por meio da arquitetura. Entre os traços que identificam o seu trabalho estão o uso inovador de materiais naturais, como a madeira e o papel, para criar espaços de leveza e luminosidade”, comenta Natasha Barzaghi Geenen, diretora cultural da Japan House. O local é uma iniciativa global do governo japonês, que quer apresentar a cultura, modo de viver, tecnologia e negócios de um país que enxerga o futuro brilhante sem abrir mão do glorioso passado. E é perceptível logo que se entra no espaço. Da maneira como é recebido pelos mediadores às cores usadas no projeto arquitetônico, o visitante se vê imerso em uma atmosfera leve e, ao mesmo tempo, repleta de referências. Tudo indica que cada mínimo detalhe foi pensado cuidadosamente para transmitir a essência nipônica. O espaço é minimalista para desconstruir qualquer imagem preconcebida do Japão. Nada de cores fortes.

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Fotos: Rogério Cassimiro

Tudo em tons pastéis. Também não há paredes fixas: telas feitas de papel artesanal – o washi – movem-se em diversas direções para criar ambientes conforme a necessidade. No site do empreendimento, a explicação da ideia: “... permitir que os visitantes sintam como é estar no Japão, qual é a sensação de viver dentro de uma casa japonesa, com suas divisórias leves e ambientes flexíveis, com espaços que se alteram conforme a necessidade – ora de mais espaço, ora de mais recolhimento”. Ao todo, são três andares que oferecem exposições, performances artísticas, seminários, conferências e workshops, além de moda, gastronomia e design. Na programação, um olhar inovador. Mostras tecnológicas, sensitivas e que ultrapassam o conceito do cubo branco dos espaços expositivos. A recente Aromas e Sabores, por exemplo, explorou ingredientes japoneses e o mundo sensorial por outro viés, permitindo que o público construísse e adivinhasse sabores. Circular pela Japan House é se encantar com cada detalhe. Difícil escolher um local preferido. Ao lado do café-bar, por exemplo, uma biblioteca com cerca de dois mil livros abre as portas para uma cultura muito além do comum. As obras, em português, japonês e inglês, são divididas em categorias como arte, design, viagem e gastronomia. Todas elas ao alcance e disponibilidade do público. Uma xícara de café, no jardim da Japan House e uma boa leitura. Além do café, o local também tem um restaurante japonês permanente. E, na saída, se quiser levar um pouquinho do Japão para casa, existem as lojinhas, como a Madoh, especializada em ingredientes regionais, e a Furoshiki, batizada em homenagem ao lenço japonês que pode ser amarrado em formato de bolsas e embalagens. O projeto, que teve um investimento total de R$ 100 milhões, contará com filiais em outras cidades, como Londres e Los Angeles. “A Japan House deve mostrar ao brasileiro e a qualquer visitante essa forma peculiar de ser, de saudar uns aos outros, de andar, de falar dentro de um ambiente público com discrição, de gesticular, de sentar-se para uma refeição. Enfim, é uma maneira de reaprender a viver”. Fica aquela sensação de ter sido absorvido por uma cultura cheia de traços históricos, milenares, mas que se lança para o contemporâneo, sem medo. www.japanhouse.jp/saopaulo Instagram: @japanhousesp

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BRASILIDADE

Daryan Dornelles

COM CINCO DÉCADAS DE VIDA, TRÊS DELAS DEDICADA À ARTE, MATHEUS NACHTERGAELE ELENCA O HALL DE GRANDES ATORES BRASILEIROS. E SEM PERDER A TERNURA, NOS PALCOS E NA VIDA POR REBECA OLIVEIRA

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Daryan Dornelles

“ME CONSIDERO UM RETRATO DE VÁRIOS BRASIS”

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ano de 2018 é simbólico para Matheus Nachtergaele. Há 20 anos, estreava Hilda Furacão, minissérie que o ajudou a alcançar projeção nacional com o personagem Cintura Fina, um transexual que frequentava a cena boêmia de Belo Horizonte. Foi justamente esse papel que o ajudou em outro passo significativo na carreira: dar vida a João Grilo em O Auto da Compadecida. De lá até aqui, o artista de 50 anos seguiu por um caminho curioso. É um incansável rosto que escancara as diferentes maneiras de ser brasileiro. Do homem simples do sertão ao político corrupto. «Me considero um retrato de vários Brasis», revela. E, de fato, poucos pares de profissão tiveram a oportunidade de dar voz a papéis autênticos, que vão do pai de santo trambiqueiro, Helinho, em Da Cor do Pecado (Rede Globo, 2004), a José Mojica Marins, o polêmico Zé do Caixão, em cinebiografia lançada há três anos. Nascido na capital paulista, esteve entre as mais relevantes produções brasileiras, dentre as quais Cidade de Deus (indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro), e venceu cinco vezes o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Também já se aventurou

Peça Processo de Conscerto do Desejo

como diretor, com o longa-metragem A Festa da Menina Morta, de 2008, muito elogiado pela crítica. O currículo é extenso e preencheria páginas a fio. Ainda assim, mantém o jeito manso de falar. Delicado e bem-humorado, é pontual ao atender o telefonema da reportagem, indícios de seu profissionalismo. E conversa sem tempo marcado. Passados 45 minutos de ligação, a entrevista segue como um papo de “comadres”. Matheus é leve, mesmo quando fala de assuntos que lhe arrancam o sorriso. Não se envaidece ou foge de qualquer questionamento. De política a sexualidade. Anos atrás, causou burburinho ao se assumir bissexual. Tempos depois, ainda se vê surpreso pela forma como as pessoas conduzem temas como as questões de gênero. “Amor é amor, não acredito que ainda discutimos isso, e em pleno século 21”, lamenta.As marcas do tempo estão visíveis no rosto, embora cabelos brancos ainda não tenham dado o tom no intérprete de corpo miúdo. O ator tenta se manter saudável, praticando natação uma vez ao dia, religiosamente, mas não é “caxias” com a vida. Permite-se à boemia. Hoje, trocou o agito da cidade grande pela mineira Tiradentes. GPSLifetime « 69

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“É NECESSÁRIO E SEMPRE VÁLIDO DAR IMPORTÂNCIA A ALGO CHAMADO HISTÓRIA” E ele não teme a luta nem quando as fronteiras entre vida e arte tornam-se tênues e delicadas. Este ano, voltou a apresentar Processo de Conscerto do Desejo, peça produzida por ele e que é baseada em 30 textos da sua mãe suicida. A poeta Maria Cecília Nachtergaele tirou a própria vida quando o ator tinha apenas três meses. Com o espetáculo, que passou por Brasília, Nachtergaele faz as pazes com suas raízes e seu passado. É “uma oração livre”, resume. Entrar em cena e ler os relatos da mãe, escritos em plena Ditadura Militar, são o seu processo de cura. “É como adentrar em uma capela”, compara. Em cena, o suicídio não é romantizado. Longe disso. O processo é doloroso e, como tal, deixa feridas – algumas ainda a cicatrizar. “Torço para que a minha caminhada pelo Brasil tenha ajudado a fazer outras pessoas lidarem com isso”, conta. Os anos de chumbo moldaram a história de sua família. Não seria diferente que, décadas depois, Matheus usasse sua voz para reverberar desejos políticos, como a busca genuína pela manutenção dos valores democráticos. “Há uma ameaça, neste momento, de se desejar calar as vozes mais libertárias. Espero que isso não aconteça. A arte é a mais bonita voz na contramão da história”, filosofa. “É necessário e sempre válido dar importância a algo chamado história”, complementa. No ano em que o Brasil passou por uma de suas mais polarizadas eleições, a lição que fica é a de uma mensagem agregadora – força que, no teatro, é exponenciada a

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Fotos: Memória Globo

Com Selton Mello, em cena do filme O Auto da Compadecida

Na série Hilda Furacão

níveis inimagináveis. “Não há nada mais puro que o rito vivenciado ao assistir uma peça. Voltamos à nossa ancestralidade”, comenta. Mais uma comemoração para a conta: faz exatos 30 anos que Matheus subiu a esse tipo de palco pela primeira vez, no Teatro da Vertigem, do qual foi um dos fundadores. E é assim que ele se sente sempre que sai do camarim, independente de quantos textos, roteiros e mensagens já tenha transmitido, nas mais diversas plataformas artísticas. Para a sorte do público, que assim seja, ainda e sempre.

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Fotos: Rodrigo Coutinho

LITERATURA

O HOMEM QUE AMA DEMAIS DE PENSAMENTOS INQUIETANTES E CONFESSIONAIS, O POETA E JORNALISTA FABRÍCIO CARPINEJAR SE ENCHE DE LIRISMO E FACTUALIDADE PARA DESPERTAR O GRANDE PÚBLICO PARA O AMOR ESSENCIAL POR PAULO PIMENTA

À

s sextas-feiras, ele costuma ir ao cinema com o filho. Quando está em casa, de folga, gosta de cozinhar – lasanha e panqueca são os primeiros pratos que surgem na conversa. A faxina também pode ficar por conta dele, “mas aí todo mundo tem que sair de casa. Odeio fazer faxina com plateia”, pondera. Sempre que pode, assiste aos jogos do Internacional, time do coração. A mulher Beatriz também tem lugar cativo no

peito dele: é amada nas sextas, nas folgas, durante as faxinas, quando pode, quando não pode, e o tempo todo. Aliás, também a todo o tempo ele está online. De bermuda azul, camisa verde, chinelos amarelos, relógio preto no braço, aliança no dedo e celular na mão, Fabrício Carpinejar apareceu no saguão do hotel, em Brasília, para conversar com a revista GPS|Lifetime. Naquela sexta-feira o programa de Carpinejar não era com o filho, como de praxe, mas com o pai, Carlos Nejar. Os dois estavam na cidade para estrear a peça Poesia de Pai para Filho – Encontro de Duas Gerações. A montagem, tomada de emoção, reuniu textos dos dois poetas. Com uma sintonia que muitas vezes só os laços sanguíneos permitem, Carpinejar calçou os sapatos do pai, deu carinho e, a tempo de resgatar a infância, brincou com ele em cima do palco.

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do conforto, é repor a forma de gelo, é buscar a toalha, é recuar, é pedir desculpa e é não deixar o orgulho crescer. Não tem como coexistir o orgulho e o amor”, completa.

AMOR À MODA ANTIGA

Em cena com o pai, Carlos Nejar

AMIZADE TAMBÉM É AMOR Aos 46 anos, o gaúcho de Caxias do Sul leva amor por onde passa. Fala de relacionamentos como se eles fossem uma conta de 2+2. Ele mostra o amor simples, nu e cru. Age como se já tivesse nascido amando. E quem garante que não? Quando Carpinejar é questionado sobre a propriedade que tem sobre tal sentimento, é rápido na resposta. “Dificilmente você vai encontrar alguém que se jogou tanto no amor”, entrega-se. Durante toda a infância, foi o melhor amigo da menina que queria namorar. No fim das contas, não terminou com ela. “Eu não tinha como mandar no amor dela. Não se convence uma pessoa a lhe amar. Isso não faz de mim, que não fui o escolhido, um injustiçado”.

PARA ONDE VAI O AMOR? Carpinejar crava a resposta para esta pergunta no peito de quem o questiona e, no final, ri: “Se ele está indo, tem alguma coisa errada. Ele tem que ficar”. Amor não vai. Amor fica. Ele diz que é escolha, que as pessoas lidam com o amor como se fosse o destino, uma fatalidade, mas que não é bem assim. “A gente quer entrar em um relacionamento que seja pronto. Mas isso não existe. Você precisa se dedicar todo dia como se fosse o último dia ou o primeiro dia para não perder a atenção, não perder o carinho”, afirma. “As grandes decisões do amor são as mais banais. Quando a mulher pede um copo d’água de noite, no inverno, e você decide se vai fingir que está dormindo e não ouviu ou vai se levantar e buscar. É sair

Foram muitos os autores que escreveram sobre as transformações do amor ao longo dos anos, sobre a superficialidade ou sobre como as pessoas perderam a capacidade de amar em um mundo cada vez mais agitado, apressado e impaciente. Afinal, o que seria o amor? Dá para aprender a amar? Seria ele a salvação do mundo? “A gente não sabe amar porque a gente não sabe perdoar. Na verdade, a gente não sabe agradecer. Quem agradece sabe o que tem, reconhece o que tem, e sabe o quão difícil é ser alguém. Não queremos isso. Queremos ter razão. A gente não quer ter amor. A gente prefere um sentimento superior. Por isso eu acho que a gente escolhe muito mais o orgulho do que o amor”. www.twitter.com/carpinejar

Carpinejar está no Twitter, no Facebook, no Instagram, no YouTube, em programas de TV, em jornais e em livros. Tudo o que posta escreve direto no celular e disse não usar mais laptop. O último livro, inclusive, foi todo escrito no bloco de notas de um smartphone. São milhares de seguidores atentos às palavras dele. É ele mesmo quem cuida de tudo, desde responder os comentários até fazer os posts, em todas as plataformas. E então pergunta se tem algum sentido alguém ter uma conta para outra pessoa gerenciar. Como resposta, declara que ali nos comentários se emociona, pensa diferente, coloca-se em situações insuspeitas, sai do lugar e da sua acomodação. “Nas redes sociais as pessoas querem aparecer. E o que é amor? É desaparecer pra dentro de alguém”. A afirmação pode parecer contraditória, mas ele explica. “A questão é expor tudo o que você tem. E aí não sobra nada pra contar somente para uma pessoa. Se você coloca tudo o que vive nas redes sociais é porque você está vivendo pouco”, alerta.

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Rodrigo Coutinho

Palco da peça Poesia de Pai para Filho – Encontro de Duas Gerações

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A poesia – É mais um espírito meu. Poesia é desarmar. A poesia não dá tempo para a pessoa se proteger. O poeta – É um esquisito. O poeta é justamente aquele que faz com que você se emocione ao meio dia. O poeta é um terrorista emocional. A crônica – É mais o corpo do texto. É escrever quando a gente não tem certeza. É contar histórias. A inspiração – Gabriel García Marquez. Ele tinha a simbiose entre literatura e jornalismo. Sempre acreditei nessa perspectiva. Lágrimas – A minha lágrima é tinta. Medo – Ser cafona, mas eu acho que já sou. O medo que eu tinha era do meu time cair para a segunda divisão e isso aconteceu. Vida – Eu gosto de viver. Adoro acordar cedo porque estou mais vivo mais cedo, antes de todo mundo. Morte – Morrer, eu não tenho medo. Se quem eu amo fosse morrer, eu me dediquei ao máximo e recebi muito. Brasília – Gosto pela pluralidade. Não tem onde se esconder em Brasília. É uma fratura exposta.

ESPERO ALGUÉM Carpinejar não demora para responder que encontrou quem esperava. E mais, diz que passou muito tempo procurando dentro de si e achou Beatriz fora. O encontro se deu em um lançamento. “Mágica. Beatriz é mágica”. Fabrício e Beatriz rendem um filme. Na voz mansa e fala doce, sente-se o carinho saindo do coração e passando pelas cordas vocais antes de virarem declarações como essa. Ainda na garganta, um nó. Carpinejar diz que as pessoas estão ameaçadas pelo fim da eternidade. Sugere que antes as amizades eram eternas, o emprego era eterno, o casamento era eterno. Fala, ainda, que hoje se conhece alguém que pode ser o amor da vida, mas a relação também pode durar apenas seis meses. “E você fica com toda aquela eternidade engasgada. Não tem nada de errado. O infinito morreu. A arte hoje é ser provisório”, acredita.

CUIDE DOS SEUS PAIS ANTES QUE SEJA TARDE Esse é o título do livro mais recente de Carpinejar e vem com uma mensagem: não adiar os pais. Para o escritor, os filhos não se prepararam nem para a velhice nem para as doenças dos genitores. Filho de Maria Carpi e Carlos Nejar, ambos com 79 anos, Fabrício se inspirou na poesia dos dois para criar a sua própria. Assim, fugiu à regra – o pai é procurador aposentado, a mãe é defensora pública aposentada, dois irmãos são promotores de justiça e outro é juiz. Carpinejar, jornalista de formação. Apesar dos aprendizados e alegrias, ele diz que gostaria de ter se divertido mais com eles. “Eu sou de uma geração que criança brincava com criança, não com adulto. Eu gostaria de ter brincado com meus pais”, recorda-se o pai de Vicente, 16 anos, e Mariana, 24.

AS SOLAS DO SOL O sol a pino anunciava que estava na hora de deixar Fabrício Carpi Nejar, o Capinejar, descansar para a apresentação que daria início à turnê por seis cidades brasileiras. Com dois jornais nas mãos, um para ele e outro para o pai, o poeta e escritor se despediu com carinho. Ao virar-se de costas, deixou à mostra a palavra “poema” escrita na cabeça. Antes, porém, respondeu a uma última pergunta: Se te perguntarem na rua o que é o amor, o que você fala? “O que você está fazendo conversando aqui comigo?” *Todos os intertítulos desta reportagem são títulos de livros de Carpinejar

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Há 35 anos, transformando sonhos em grandes histórias. Este é Hamilton de Holanda, o Hamilton do bandolim. Ele é vencedor de 2 Grammys Latinos e de 12 Prêmios da Música Popular Brasileira. Para muitos, o maior bandolinista de todos os tempos. O que poucos sabem é que a sua história começou no Sigma. Ao lado dele está Maria Luiza Silva Medeiros, aluna do Sigma. Ela está construindo o seu caminho e, assim como o Hamilton, quer transformar seu sonho em realidade.

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ARTIGO POR MÁRIO ROSA

HOMEM: CUIDADO, FRÁGIL O QUE GUARDO NA MEMÓRIA DO TEMPO REMOTO EM QUE EU ERA EU

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uando eu era eu, você tinha de ver: eu era imponente! Eu era diferente. Eu era... prepotente? Eu era gente! Eu era o cara. Eu... eu era eu. É pouco? Quando eu era eu, eu não pensava em nada, mas sabia tudo. Quando eu era eu, eu falava tudo, mas não ouvia nada. Quando eu era eu, era visto pra todo lado, por todo mundo, mas não me enxergava. Quando eu era eu, eu não dizia. Eu ditava. Eu não comprava. Eu arrematava. Eu não pedia. Eu determinava. Quando eu era eu, eu fazia tudo isso. Mas de uma maneira tão sutil que só eu era capaz. Mas isso era quando eu era eu. Quando eu era eu, não era assim não. Eu cuspia, não engolia. Ai de quem atravessasse o meu caminho. Que desatino. Quando eu era eu, eu via o medo no olhar do vizinho. Não suportava nada. Eu era insuportável, mas a pessoa ao meu lado ficava calada. Dizer o quê? Quando eu era eu, ninguém nunca gritou comigo, era só eu estalar e tudo era possível, fosse qual fosse o mínimo capricho. Ah, quando eu era eu, comigo não tinha perdão. Era do meu jeito ou não havia opção. Quando eu era eu, eu vivia no centro do mundo, mas o mundo era um lugar sem ninguém. Quando eu era eu, só havia um jeito: o meu. Quando eu era eu, ao menor descompasso, era um terremoto, era o cadafalso. Quando eu era eu, eu cismava com qualquer movimento. E ordenava ao meu pelotão de fuzilamento: atirem! Quem manda sou eu! Quando eu era eu, não existia ninguém. Nem eu. Quando eu era eu, eu acordava todo dia e todo dia era igual ao outro dia e todo dia era assim quando eu era eu. Quando eu era eu, eu estava perto de todos e distante de tudo, eu estava aberto ao mundo e fechado em mim, eu não via o tempo

passar e só via a vida passar como um filme sem fim. Era esse que eu era quando eu era eu. Até que um dia eu acabei. Simples, foi desse jeito. Não pude escolher. Nem disse sim. Saí de cena. Saí de mim. Foi de fora pra dentro. E nunca mais eu fui eu. Me botaram pra fora, fui expulso e nunca eu me reencontrei. Estava tão cansado de mim, eu confesso, que nem fui atrás do meu rastro. Não me procurei. Nas segui os meus passos. Nunca mais tive notícias minhas. Ninguém sentiu falta, ninguém tentou me achar. Pra ser bem sincero, acho que me livrei de um fardo. E agradeço a quem me expulsou de mim o enfado, o enfado imenso que eu sentia quando eu era eu. Hoje, eu cruzo com gente que conheci no passado e vou logo dizendo: eu não sou eu. São poucos os que me dão fé. Quando eu era eu, isso me irritaria. Agora, tanto faz. Quem diria! Fico em paz. O que importa sou eu e não o eu que eu era e que não existe mais. Quando eu era eu, o mundo era um lugar distante, a vida era um tijolo, não havia brita. Era uma coisa só e não um montão de coisas. Quando eu era eu, eu não caminhava; sobrevoava. Eu não convivia; eu assistia. Eu não sentia; eu refletia. Quando eu era eu, eu não era. Eu era capaz de tudo, mas não era capaz de mim. Eu era um observador de todos os detalhes, menos os meus. Eu era uma máquina para os outros, mas não funcionava pra mim. Quando eu era eu, eu não me olhava no espelho. Eu não me via inteiro. Quando eu era eu, eu não via as minhas lacunas. Eu era uma sombra, sem dúvida nenhuma. Agora que eu não sou mais eu, eu me vejo por completo. E finalmente eu me interpreto e constato quantos vazios carrego dos tempos de quando eu era eu.

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ENTRETENIMENTO

LIVE MAN JOSÉ VICTOR OLIVA MARCOU DUAS DÉCADAS COM O THE GALLERY, UMA DAS DISCOTECAS MAIS EMBLEMÁTICAS DE SÃO PAULO. MAS O TEMPO TAMBÉM PASSOU PARA O “REI DA NOITE PAULISTANA”. COM VISÃO ESTRATÉGICA DE NOVOS NEGÓCIOS EM MARKETING, HOJE ELE PREFERE OS DIAS E APROVEITA AO MÁXIMO O TEMPO COM A FAMÍLIA. E AFIRMA: “ESSE É O MAIOR LUXO QUE TENHO NA VIDA” POR ALINE VESSONI

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amos passar a adolescência e, até mesmo, boa parte da vida adulta para descobrir que as mães – quase – sempre têm razão. E se elas passaram tanto tempo se preocupando com as companhias dos filhos é porque, afinal de contas, andar com as pessoas certas é decisivo. Por esta razão, é que os pais do empresário José Victor Oliva não se importaram em hipotecar a própria casa para que ele pudesse montar uma sociedade com Gugu di Pace, Giancarlo Bolla e Zé Pascowitch – mesmo que isso tenha acontecido depois de ele ter abandonado as fa-

culdades de Medicina e de Direito. Esse empréstimo financiou a abertura do Gallery, uma boate de luxo das mais memoráveis da noite paulistana, frequentada por celebridades como Pelé, Cazuza e Tom Jobim. Uma palavra resume o empreendimento: sucesso. “Conseguimos pagar meu pai em apenas três meses de funcionamento”, relembra. Não foi à toa que o empresário ficou conhecido como o “rei da noite” em uma das maiores cidades do mundo, que tem uma vida fervilhante. Em 1979, ele tinha apenas 23 anos quando começou a acompanhar direta-

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mente seus negócios e conhecia de perto as demandas do seu mercado, também porque era um habitué. “Eu já fui muito festeiro. Inclusive, comecei a trabalhar com as festas porque eu gostava muito. Nos meus vinte, trinta anos, eu curtia a noite paulistana todos os dias”. Entretanto, com a chegada dos filhos – dois do primeiro casamento com a jogadora de basquete Hortência Marcari e, outras duas, da relação com a atual mulher, Tatianna Oliva –, seus interesses mudaram. “Quando fiz 45 anos, eu não aguentava mais essa vida. O ritmo das festas e da vida noturna já não combinava com o ritmo da minha vida. Queria passar mais tempo com meus filhos. Entendi que, se eu continuasse ali, não ia mais funcionar”, conta, hoje, aos 64 anos. A vida noturna de Oliva atualmente se resume a voltar para casa, colocar roupas bem confortáveis e jantar ao lado das filhas – Maria e Manoela – e da esposa. Como gosta de afirmar e reafirmar, família é o seu bem maior, por essa razão tatuou o nome de todos os herdeiros e de sua companheira. Outro fato que confirmaria isso é a grande amizade que mantém com sua ex-mulher, Hortência. O segundo casamento só fez o clã aumentar e fortalecer os laços de amizade. Católico, o empresário confessa que passou a ficar mais religioso com o passar dos anos e, mais uma vez, a razão disso são os filhos. A prece é simples: proteção para eles, em um tête-à-tête com São Jorge.

OS NOVOS NEGÓCIOS Apesar de não encerrar completamente suas atividades na noite – ele ainda é um dos donos do tradicional Riviera Bar e do Mirante 9 de Julho, ambos em São Paulo – ao migrar para a área de comunicação e marketing, ele consegue executar boa parte do seu trabalho durante o dia. Em 1988, Oliva criou a Holding Clube, considerado o maior grupo de live marketing do País. Atualmente, a marca é detentora de seis agências. “O Banco de Eventos é meu primogênito, e é responsável por um projeto muito especial para mim, o Camarote Nº1, no Rio de Janeiro. Em 2005, criamos a Lynx, que leva impacto positivo para as ações de grandes marcas. A Lynx é responsável, por exemplo, pela plataforma Nosso Bar, da Brahma”. E a expansão não parou. Em 2006, a Holding lançou a Samba Marketing ao Vivo, uma agência que promove eventos dos mais diferentes tipos, de ativações a exposições e que, por trabalhar com marcas

específicas, possibilita um atendimento mais próximo e personalizado aos clientes. A Cross Networking, criada em 2008, por sua vez, promove projetos customizados e garante o ganha-ganha em intercâmbios entre diferentes marcas. Há dois anos, Oliva se dedicou a colocar no mercado a Storymarkers, que chegava com a missão de criar histórias para marcas e desenvolver um legado para suas ações através de um trabalho conjunto de expertise na criação, branding e planejamento estratégico. A ideia dessa agência é desenvolver meios de criar uma relação afetiva entre consumidor e empresas. “Por mais que sejam mercados bem diferentes, a minha experiência na noite me ajudou a alcançar o sucesso na comunicação e no live marketing. E uma das coisas mais importantes no universo empreendedor é o planejamento”, conta o empresário que depois da Gallery – aberta durante 25 anos – teve mais de dez restaurantes e cinco boates. Alguns deram certo e outros não, e ele é categórico em dizer que todos os empreendimentos mal planejados fracassaram. Então, planejamento é palavra-chave para empreender. Para uma pessoa com tamanha expertise da vida noturna – que está atento aos modismos e àquilo que as pessoas estão buscando – não foi difícil entender o que faltava e ele passou a investir justamente nessas lacunas. “Busco projetos que sei que suprirão uma demanda da sociedade. Foi assim com o Camarote Nº1, por exemplo. Por muito tempo, ele foi o Camarote da Brahma, exclusivo para convidados, mas objeto de desejo de muita gente. Quando lançamos o Camarote Nº1, conseguimos abrir venda de ingressos, proporcionando uma experiência inesquecível para quem sempre quis estar no melhor lugar da Sapucaí”. Oliva se considera uma pessoa empreendedora, mas essa característica só se sobressaiu quando ele começou a faculdade de Administração na Fundação Getúlio Vargas. Como gostava de festas, e estava sempre antenado às tendências deste mercado, o negócio foi de vento em popa. Mas, segundo o empresário, planejamento é a base para a prosperidade de qualquer empreendimento. “Por mais que sejam mercados bem diferentes, a minha experiência na noite me ajudou a alcançar o sucesso na comunicação e no live marketing. E uma das coisas mais importantes em todos os casos é o planejamento, uma das partes mais importantes no universo empreendedor. E uma vez que você planeja o funcionamento de uma casa como o Gallery, consegue planejar grandes ações e eventos como os que a Holding Clube realiza hoje”, explica. GPSLifetime « 81

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PUBLIEDITORIAL

PELO SEGUNDO ANO, O NA PRAIA RECEBE O TÍTULO DE EVENTO “LIXO ZERO” EVENTO BRASILIENSE FOI RECONHECIDO COM CERTIFICADO EMITIDO PELO INSTITUTO LIXO ZERO BRASIL

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temporada de pés na areia do Na Praia de 2018 reuniu arte, cultura, diversão, gastronomia e sustentabilidade com toda a energia trazida do Sudeste Asiático. Os 11 finais de semana do projeto totalizaram um público de 233 mil pessoas, incluindo 26.282 entradas de turistas que desembarcaram na Capital Federal para contemplar as 128 atrações que passaram pelos palcos.

A transformação não foi só essa, o Na Praia elevou a meta da edição anterior e foi reconhecido como o maior evento Lixo Zero do mundo, com certificado emitido pelo Instituto Lixo Zero Brasil (ILZB), único representante da Zero Waste International Alliance no país. Durante o evento, o índice de reutilização, reciclagem e compostagem de resíduos foi de 98,29%. Foram 27 toneladas de embalagens compostáveis e resíduos orgânicos transformados em adubo e 169 toneladas de outros resíduos foram reciclados. A título de comparação, hoje o Brasil recicla apenas 3% do resíduo sólido urbano produzido.

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O uso eficiente de água também foi recorde: 975 mil litros de água foram economizados, ou seja, o suficiente para atender às necessidades de 295 pessoas durante um mês, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde 2017, o Na Praia já fazia uso dos ecocopos, o que evitou que 1,5 milhão de copos plásticos fossem descartados, e a novidade esse ano foi a adoção de canudos compostáveis. A nova prática evitou o descarte de 200 mil canudos de plástico, que levariam até 400 anos para se decompor. “Temos muito orgulho de sermos oficialmente um evento Lixo Zero. Esse trabalho costuma ser invisível aos olhos dos frequentadores do evento e da população. Estamos falando de uma nova consciência e de atitudes que devem transformar não só a indústria do entretenimento, mas a sociedade como um todo. Não se trata apenas do futuro, mas do nosso presente e do que queremos construir”, destaca o diretor de sustentabilidade do projeto, Eduardo Azambuja. Para neutralizar as emissões de carbono, o Na Praia inovou mais uma vez e estabeleceu parceria com a ADASA para contribuir com o projeto Descoberto Coberto. Por meio desta iniciativa, oferece sua cota de contribuição para aplacar a escassez hídrica inédita no DF e no Brasil, com o aporte de R$ 180 mil em produtos e serviços para a restauração ambiental da região. Quando se trata de valorização da cadeia produtiva local, o projeto gerou mais de 23.771 postos de trabalho e engajou 14 voluntários. A preocupação social é outra marca registrada do evento: foram disponibilizadas 50 infraestruturas PCD, além de cardápio em braile, atendimento especializado e intérprete de libras para os shows. Estas iniciativas garantiram o atendimento a 608 pessoas com deficiência. A comunidade do DF também foi beneficiada por meio da doação de 125 toneladas de alimentos recebidos como contrapartida à meia entrada do evento ao Mesa Brasil, programa desenvolvido pelo SESC. No total, mais de 68 mil pessoas de 200 entidades, entre creches, asilos e comunidades carentes, estão sendo beneficiadas pelo projeto diariamente durante 3 meses.

OS RS DO CONCEITO “LIXO ZERO” REPENSAR: Acabar com a ideia de que resíduos são sujos. Não descartar no lixo comum ou misturar materiais que poderiam ser reciclados. REUTILIZAR: Diversos materiais podem ser utilizados de outra maneira antes de serem encaminhados para a reciclagem. Ex.: usar folha de papel dos dois lados. REDUZIR: Gerar o mínimo possível de lixo. Em vez de lixeiras, adotar residuários e contentores para acomodar os materiais. RECICLAR: Aproveitar a matéria prima do resíduo para fabricar o mesmo ou outro tipo de produto, sem encaminhá-lo para aterros.

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VA L O BRASIL COLOCOU A CASA EM ORDEM, AJUSTOU A ECONOMIA E VOLTOU A CRESCER. A economia está estabilizada, a inflação caiu e o país está crescendo: cerca de 800 mil carteiras de trabalho foram assinadas até agora.

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A LEU por etomar

o crescimento!

“A gente agora pode produzir mais porque a inflação tĂĄ controlada, o povo voltou a comprar, os juros baixaram e a gente tem crĂŠdito pra produzir!â€? Guilherme Bezerra PermĂ­nio Produtor Rural

Milhþes de brasileiros puderam sacar suas contas inativas do FGTS e antecipar o PIS/Pasep. As duas últimas safras foram as maiores da história do país, com produção de 237,7 milhþes de toneladas em 2017 e 229 milhþes de toneladas em 2018.

Para saber mais, acesse: brasil.gov.br/valeubrasil

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VERÃO

SANTÉ

A HERANÇA FRANCESA COM MAIS DE 270 ANOS DE EXPERTISE FAZ DA CHANDON O MELHOR ESPUMANTE NATURALMENTE ELABORADO EM SOLO BRASILEIRO, POSICIONANDO-SE NOS MAIS EXCLUSIVOS SPOT E CELEBRAÇÕES

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excelência da francesa Chandon ganha atenção especial nesta temporada. Sob o selo da LVMH, ela impera no verão com forte posicionamento nos spots do País. Sua história vale ser contada em Garibaldi, Rio Grande do Sul, com a chegada da Moët & Chandon em terras tupiniquins, em 1973. Na região, cultiva as uvas Chardonnay e Pinot Noir, mudas importadas da França, e também o Ries Ries-

ling Itálico, que já era produzido e também integra o blend. Na confeccão, Chandon Réserve Brut, Chandon Brut Rosé, Chandon Riche Demi-Sec, Chandon Passion, Excellence Brut e Excellence Rosé. “É uma marca líder e dita as tendências, sempre com foco em surpreender”, resume Gabriella Moreno Sanches, diretora de marketing da Chandon Brasil. Neste ano, além de mensagens especiais nos rótulos, há ainda packs com taças comemorativas da data e drinks de verão que propõem o mix da bebida com frutas e outros sabores.

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Pelo produto de qualidade, não é difícil encontrar a marca associada a eventos exclusivos. Recentemente, para citar alguns exemplos, se associou ao São Paulo Fashion Week, ao Kart com Fernando Alonso, na Welcome da McLaren. Em Brasília, apoia o primeiro gala beneficente doGPS|Foundation, instituição presidida por Vivianne Piquet. “Um parte importante da nossa estratégia é de parcerias para estar visível nos melhores eventos e momentos, nos associando com marcas exclusivas e relevantes para o nosso público”, afirma Gabriella. Com Chandon há sempre um convite para celebrar o melhor da vida. Como a marca se prepara para as ações desta temporada?

O final de ano é um momento prioritário para a marca Chandon. O planejamento da marca é feito sempre com muita antecedência. É hora de celebrar a vida, renovar laços e fazer votos para mergulhar no ano novo, que sempre começa com um brinde. Com isso em mente, criamos experiências de consumo que reforcem o posicionamento e a história da marca, que é líder absoluta em valor no segmento premium de espumantes. Como exemplo, a presença da Chandon nos mais badalados spots de verão e os packs especiais. Uma das novidades deste ano é a realidade aumentada nos rótulos das garrafas. A Chandon é engajada com campanhas bem-sucedidas, como wedding, verão, lovers... Como essas experiências são realizadas? Temos ambição de estar presentes nos momentos mais marcantes da vida das pessoas, criando memórias, proporcionando muitos brindes tanto em grandes comemorações quanto em pequenas. O importante é celebrar! Em algumas campanhas, presenteamos nossos consumidores, em outras oferecemos degustações de descoberta de nossos espumantes, jantares harmonizados, podendo passar por festas e celebrações temáticas. A Chandon se conecta com seu público de maneira bem clara. Com receitas, minigarrafas em casamentos, taças no verão, músicas para lovers... Como se dá essa busca? Estamos sempre atentos aos seus hábitos, necessidades e movimentos e procuramos constantemente antecipar as tendências e surpreendê-los. Buscamos agregar valor, através de inovação e de experiências únicas. Somos uma grande marca, mas com muita atenção aos pequenos detalhes. Por exemplo, há receitas de drinks sob medida; criamos as garrafas de baby Chandon per-

sonalizadas; durante quase dois anos trabalhamos para desenvolver um modelo totalmente único de taça que vira copo, temos parcerias com DJs para criar trilhas sonoras, para citar alguns dos muitos exemplos. E a busca da excelência da bebida originária para, em solo brasileiro, manter a excelência francesa? A nossa Chandon nasceu na França, mas foi criada no Brasil. Essa herança da Moët & Chandon faz parte da história e DNA da Chandon Brasil. Valorizamos muito essa herança francesa, que nos coloca numa posição privilegiada com mais de 270 anos de expertise. Ao mesmo tempo, temos grande orgulho de ser um espumante natural elaborado em solo brasileiro, com as melhores uvas, melhores terroirs e com olhar precioso e experiente do nosso diretor de enologia, Philippe Mevel, que é reconhecido por todo o mercado. A uva é a alma do espumante, e a Chandon emprega todo o seu conhecimento para transformar as melhores uvas nos melhores espumantes. qwww.chandon.com.br

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BANQUETE

MODO DE PREPARO: COM AMOR OS ESTUDOS NA SUÍÇA ATRELADOS À FORMAÇÃO EM GESTÃO TRANSFORMARAM RENATA LA PORTA NA BANQUETEIRA MAIS SOLICITADA DA REPÚBLICA. NAS HORAS DE DESCANSO, ATUA EM COMUNIDADES, ENSINANDO MULHERES SOBRE O TEMA POR BRUNO PERES « FOTO BRUNO CAVALCANTI

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ode parecer um tanto inimaginável, ao menos em um primeiro momento, encontrar algo em comum entre um piquenique na Toscana, uma roda de samba no quintal de casa ou uma discreta reunião de negócios. Não se estivermos falando de Renata La Porta, quem, há duas décadas, assina concorridos e elogiados serviços de catering na Capital Federal e é opinião unânime quando se trata de excelência em atendimento. O padrão na oferta de um trabalho primoroso teve origem em uma temporada de três anos de estudos na Suíça, quando a jovem, então aos 16 anos, assimilou o comportamento típico de atendentes em restaurantes, casas de chá e buffets encontrados no país. E a paixão por comida e criativas combinações de ingredientes, enriquecida por inspirações colhidas em viagens ao longo da vida, começou ainda mais cedo. O início se deu na preparação da própria festa de aniversário de cinco anos, na casa de praia da família. Na ocasião, foram servidos drinks infantis dentro de cocos e abacaxis. “Até hoje não sei de onde tirei essas ideias”, diz Renata, com o olhar de quem aparenta estar permanentemente visualizando, em detalhes, as lembranças e as ideias que vêm à mente. “Sempre fui apaixonada por comida e serviços”, admite. O item mais apreciado de um cardápio infindável é o camarão empanado com gergelim, versão própria para uma proposta encontrada em uma de suas experimentações no exterior – algo recorrente na carreira de Re-

nata. “Tudo o que é diferente também é bacana e pode ser interessante, desde que seguindo alguns padrões. Gosto de pegar a ideia dos clientes e ir aprimorando, fazendo um trabalho realmente personalizado”, revela, com a propriedade de quem consegue fidelizar os mais diferentes perfis de consumidores. Veio ainda da necessidade de sustento e de maneira simples, no intervalo das aulas de graduação em Administração, a primeira evidência de que dedicação e zelo na cozinha são componentes essenciais para um bem-sucedido modo de preparo. “Eu inventei de montar uma lanchonete na UnB, no Ceubinho. Eu atendia em média 1,5 mil pessoas por dia em um espaço de três metros quadrados. Era um cantinho em frente à reprografia”, lembra. O modesto espaço, entretanto, não impedia Renata de se destacar à frente dos concorrentes. “Eu vendia muito. Era campeã de venda de coca-cola no Distrito Federal. Mais até do que o Objetivo”, diz. Já a ex-

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pansão do serviço se deu a partir de banquetes e coquetéis servidos em tempos áureos do Autódromo Internacional de Brasília. Claro que houve quem tentasse desencorajá-la diante de um mercado concorrido e consideravelmente saturado. “Mas o que eu queria apresentar era completamente diferente do que as pessoas ofereciam. Era a criatividade. Eu nunca peguei funcionário de outros buffets, por exemplo”, explica. A autenticidade, afirma Renata, é determinante para o sucesso do serviço. “Muita gente tenta reproduzir e reforçar a posição de líder no mercado, mas o meu lema sempre foi fazer a diferença. E o bom concorrente estimula a nunca permanecer em uma zona de conforto. Sempre me norteei pela criação, inventando coisas, zelando pela qualidade mesmo. Aqui não tem gato por lebre”. A atenção e a franqueza no tratamento ao público externo são as mesmas encontradas na equipe do Renata La Porta – atualmente são 200 colaboradores diretos para dar conta de até seis eventos, de distintas escalas, por dia. Clientes que se tornam amigos. Tamanha afinidade é notada na prestação do serviço e recorrentemente elogiada pelos clientes. “O resultado de um evento, de uma festa, é fruto de uma energia. Eu valorizo muito meus funcionários. É um respeito mútuo. A empresa é resultado da alma que a gente coloca”, diz a banqueteira, que, mesmo em meio a tanto trabalho, encontra tempo para praticar aulas de canto e pintura em telas e porcelanas, além de acompanhar o filho pequeno na

escola. “É tudo uma questão de organização”, completa. Algumas das lições dessa carreira de sucesso são repassadas em cursos beneficentes oferecidos em comunidades. Servem para incentivar a geração de renda e o despertar para o empreendedorismo. Se não há limites para ideias e sonhos na hora de imaginar uma celebração sob os cuidados de Renata La Porta, é difícil apontar algum momento considerado mais marcante nessa trajetória. “É tanta coisa que a gente inventa. A comida fala com a nossa alma, com nossos centros de prazer. Remete às nossas memórias”, conclui a banqueteira. www.renatalaporta.com.br

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GASTRONOMIA

MARIANA FONSECA TRAZ O MEDITERRÂNEO NO CORAÇÃO E MANIFESTA ESSE AMOR NO MYK E NA KOUZINA COM FABULOSAS RECEITAS. A ESSÊNCIA SIMPLES E NATURAL DO PAÍS ESTÁ IMPRESSA EM TUDO QUE A CERCA. DA DÉCOR AO LIFESTYLE POR

MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS ANDRÉ GIORGI

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alar grego. A gente usa essa expressão quando quer dizer que não estamos entendendo algo que é dito. Não temos o mesmo alfabeto e arriscar pronunciar as palavras pode render boas risadas. Mas sabemos reconhecer sua atmosfera. Aqueles cenários de filme com casinhas brancas e detalhes em azul são peculiares. Isso, claro, sem esquecer os sabores da culinária mediterrânea. Muita ousadia trazer esse contexto para São Paulo? Não para a chef Mariana Fonseca. Mariana é brasileira de nascimento e grega de coração, como costuma dizer. Foram sete anos vivendo pelo Mediterrâneo, onde aprendeu a culinária, experimentou sabores e vivenciou a cultura. Apaixonou-se tanto por lá que é essa atmosfera grega que ela reproduz em seus restaurantes, o Myk e duas unidades do Kouzina, todos em São Paulo. Ambientes clean, com muito branco, louças e detalhes em azul. É a Grécia aqui. “Foi tudo pensado por mim. Não queria representar apenas o paladar. Meus restaurantes trazem o lifestyle grego”, explica. A paulistana leva uma típica vida agitada da cidade cosmopolita. Com um filho de dois anos, Theodoro, acorda 6h30, faz ginástica, despacha de casa e às 10h segue se dividindo entre os restaurantes ao longo do dia. De uma cozinha para outra, de um escritório para outro. “Sou controladora e gosto de saber tudo que acontece”. O fim do dia é de volta para casa para passar mais um tempo com o filho, mas durante a noite segue novamente pela saga de visitar suas cozinhas. Parece cansativo? Sim, mas ela não para. Já tem planos concretos de mais uma unidade do Kouzina e outros três novos restaurantes para 2019. A empresária comanda uma equipe de 180 pessoas e treina outras 120 para os novos empreendimentos. “Entrevisto cada pessoa que vai trabalhar comigo, olho no olho, escuto meu feeling. Minha equipe é minha família”, diz a chef exigente, perfeccionista e metódica. Com uma rotina intensa, parece até ironia quando revela o que mais a atrai nos gregos. “Gosto do jeito simples que eles levam a vida. Acordar de manhã, comprar o pão na padaria mais antiga da ilha, cozinhar com produtos da horta, nadar em mar aberto sem perigo. Eles

A GRÉCIA DENTRO DE MIM aproveitam o que foi dado: bons ingredientes, mar azul, e celebram a vida com muita festa”, diz a amante do mar e avessa à multidão. Mariana viveu em Mykonos e é onde hoje tem uma casa. “Mas amo de paixão Athenas”, completa. Você fala grego? “É meu terceiro idioma e falo com meu filho em casa, quero que ele aprenda”. Empreendedora, criativa e inteligente, Mariana não passa despercebida. Seja pela culinária ou pela mulher alta e bonita que é. É discreta e tímida, mas abre um sorriso sincero quando é requisitada em uma mesa de clien-

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tes para receber um feedback. Ela cozinha com o coração e com simplicidade. “Mas minhas receitas favoritas são as que minha falecida mãe preparava, como a abobrinha recheada ou o bolo de carne, comida de verdade, como as que tento fazer nos meus restaurantes”, conta. O amor de Mariana pela Grécia está em tudo que ela fala, em seus gestos, seu trabalho e na sua vida. Hoje, aos 38 anos e com uma carreira já consolidada no Brasil, conta que não se sentiu intimidada quando começou a atuar na maior cidade do País. “Meu diferencial é fazer uma cozinha que nunca foi muito explorada, sou a primeira no Brasil a difundir a culinária grega contemporânea. Agora está na moda, mas a minha paixão é, além de antiga, um estilo de vida. Eu vivo a Grécia 24 horas por dia”, afirma. Mariana é clássica na forma de levar a vida e no seu processo criativo. Usa as ferramentas que estão ao seu alcance para criar. Dos primórdios da cozinha da avó italiana até a última viagem que fez, além do aprendizado dos livros. “Não paro de ler, sempre um atrás do outro, e deixo minha criatividade reinar”, confessa. Nas poucas horas livres que tem, viaja ou degusta um bom vinho. Mas é na cozinha que se sente viva. “Alimentos alimentam minha alma”, conclui a chef.

MYK

Inaugurado em janeiro de 2013, é no Myk que Mariana Fonseca faz sua cozinha mais autoral. “Foi a melhor maneira que achei de colocar todo meu amor pela Grécia aqui no meu País. O restaurante me transporta direto para Mykonos. O olho grego é minha marca registrada. A música alta lembra os beach clubs de Mykonos”, conta. É lá que fica seu prato preferido, o polvo grelhado. @mykrestaurante

KOUZINA

Kouzina é uma taverna, como um boteco grego. Surgiu em junho de 2015, no Jardins. Uma grande bandeira da Grécia mostra que a comida é tradicional e farta. “Lembrando a vovó grega”, brinca Mariana. A disposição permite que os clientes vejam parte da cozinha. Na décor, latinhas de tomate originais da Grécia com pimentas plantadas pela própria chef. Este ano, inaugurou o segundo Kouzina, em Pinheiros. @kouzinamyk

NOVOS SABORES

Atualmente a chef finaliza o projeto da terceira unidade do Kouzina, no Shopping Cidade Jardim. Paralelamente, ela coordena a abertura de outros três restaurantes em 2019. O Fotiá vai trazer o fogo como base das receitas, nos Jardins, e o Mediterranee intensifica a paixão pelo Mediterrâneo em receitas que vão da Grécia para França, Marrocos, Israel, Itália. “O último é o Vulcano, inspirado na região da Magna Grécia, no sul da Itália”, revela Mariana.

Com a sous-chef Gabriela Ranzatti

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Fotos: Divulgação

DESEJO

ELE É UM DOCE STEFAN BEHAR TROCOU CARGO EXECUTIVO EM CONGLOMERADO DE LUXO PARA TORNAR-SE CHOCOLATIER. SABOR APURADO E ESTÉTICA REFINADA FIZERAM COM QUE SUA GRIFE DESSE NOVO CONCEITO À CHOCOLATARIA POR MARCELLA OLIVEIRA

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café da manhã e o chá da tarde realizados na casa da família paulistana Behar sempre tiveram muito charme. A matriarca, dona Márcia, era cuidadosa não só na escolha dos quitutes, mas também nas peças em que as bebidas e comidas seriam servidas. Pela sala, circulava seu filho Stefan, que desde cedo observou a habilidade e o bom gosto da mãe. O que parecia algo simples se reflete hoje nas prateleiras da loja Stefan Behar Sucré, no Shopping Iguatemi de São Paulo, marca de chocolate brasileira de alto padrão, com doces saborosos em embalagens igualmente lindas. Caixas, louças, papéis de seda. Pão de mel, bombom, wafer e muito, muito chocolate. Tudo impecavelmente produzido e apresentado, com ares de uma tradicional confeitaria francesa. É lá o nosso encontro

com Stefan Behar, o paulistano de 33 anos que é naturalmente elegante, educado e, já de cara, divertido. Ele dá uma conferida na vitrine, conversa algo com os funcionários e sentamos para nosso papo. Com um jeito doce de menino bem criado, ele termina de mandar uma mensagem no celular. “Sou superconectado”, brinca. A habilidade com a comunicação é uma herança da carreira bem-sucedida no marketing - atuou por quase dez anos no escritório brasileiro da Louis Vuitton. “Eu tinha um emprego bacana, mas sempre fui muito habilidoso, criativo, gostava de arte, de pintura, de fazer cartões. Tinha certa dó de não explorar esse meu dom”, lembra Stefan, que é formado em Propaganda e Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Por um ano, conciliou ambos,

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produzindo os doces nas madrugadas, com a ajuda da Paulete, funcionária da família por 65 anos. “Era muito puxado, mas eu me divertia e amava”, conta. Foi então que, em 2012, largou tudo para fazer brigadeiro. “Meus pais quase surtaram”, lembra, aos risos. “Mas eu disse: ‘vou ser feliz’”. Além de inspiração para o bom gosto, a mãe também o ajudou: deu um espaço de 30 metros quadrados na garagem de casa, no bairro de Pinheiros, para ele colocar suas peças de decoração. “Em um primeiro momento pensei em decorar casas para eventos. Cheguei a fazer para amigos e familiares”. Mas o sucesso de seu brigadeiro feito com ingredientes especiais foi maior. “Eu não sabia cozinhar nada, só fazer brigadeiro”. Não precisou de mais. Deixou o emprego, viajou por quase um ano em um período sabático e em busca de inspiração nas confeitarias mundo afora e de matéria-prima diferenciada. “Eu adoro viajar, pelo menos três vezes por ano vou para fora do Brasil. Enquanto todo mundo quer comprar, eu gosto de ver os doces, a decoração, comprar chocolates”, revela o confeiteiro, que já tem seu próximo destino: Orlando. “Eu amo a Disney”.

A PRODUÇÃO Em 2013, inaugurou sua cozinha, também em Pinheiros. Brigadeiros eram a especialidade, mas aos poucos foi incluindo outros produtos. Chocolates e doces que passaram a ser desejados pela alta sociedade paulistana e por celebridades. Na lista de clientes, a atriz hollywoodiana Sofia Vergara, que o contratou para fazer a recepção de sua festa após ganhar uma estrela na calçada da fama, em Los Angeles; e o leilão promovido pelo jogador Neymar Junior. O primeiro ponto de venda foi na loja Carol Bassi, nos Jardins, em outubro de 2016. Em dezembro do mesmo ano, inaugurou o que seria uma loja temporária no shopping Iguatemi, mas acabou ficando por lá. “Foi quando eu percebi que amava estar com os clientes”. Para manter tudo fresco, faz a reposição duas vezes ao dia. A produção também é intensa para eventos. Inclusive, inaugurou há pouco o conceito da mesa de doces Stefan Behar, muito procurada para casamentos, em que ele e sua equipe decoram e usam peças especiais que parecem deixar os doces ainda mais gostosos. “O que

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me deixa feliz é saber que adoço a vida de tanta gente em momentos especiais. Eu me realizo todos os dias. É a extensão do que eu sou”, confessa o chocolatier. E o motivo de tanta preocupação com a apresentação dos produtos? “Sempre fui alucinado e compulsivo com embalagens e papelaria. Então, isso reflete no que produzo”. O próprio Stefan desenha suas caixas, assim como escolheu a estampa toile de jouy das embalagens. “Tem vez que eu primeiro penso na caixa e depois no produto que colocarei lá dentro. As pessoas me perguntam a que horas me inspiro. Mas eu me inspiro o dia inteiro”, conta. Quem o vê hoje comandando uma equipe de 80 pessoas e uma marca bem-sucedida não imagina o trabalho que deu para chegar até aqui. “Eu não sou só empresário, eu sou confeiteiro. Coloquei e coloco a mão na massa”. São dele todas as receitas produzidas. Autodidata, fez um curso aqui, outro ali, mas aprendeu tudo na prática. Cresceu e há um ano inaugurou a nova cozinha, com 1.500 metros quadrados, em Barra Funda. Hoje, passa 60% do seu dia no escritório e o restante do tempo ele aproveita para vistoriar a cozinha. “Eu sou o chefe da produção”. Tudo é minuciosamente supervisionado por ele. A tentação? O que ele chama de cemitério. “O que não está bonitinho, que não passou no crivo, vai para um carrinho. E nós podemos comer aquelas delícias durante o dia”, conta. O sabor dos produtos Stefan Behar? Ah, o sabor. É realmente diferenciado. A baunilha vem de Madagascar; frutas e farinha de trigo são brasileiras; ovos e mel orgânicos; os corantes naturais são franceses; as formas são belgas; os chocolates vêm da França, da Tanzânia, da Venezuela e do Equador. “O blend é nosso”. Esse talvez seja o segredo. A fábrica fica a dez minutos de carro de seu apartamento em Higienópolis, onde vive com o companheiro e parceiro de trabalho, Caio Carvalho, que cuida do

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U marketing da marca. Apesar de Stefan ter um estilo clássico, seu apartamento é um estúdio e tem uma pegada moderna, que inclui uma parede de cimento queimado. Ele deu seus toques com os detalhes em dourado, o sofá de veludo na cor Fendi e a mesa de mármore. É lá que ele gosta de passar seu tempo livre, assistindo séries na TV ou saboreando um chá, sua bebida preferida. Não é baladeiro nem bebe nada alcoólico. “Minha única droga é a Nutella”, brinca. Tanto que o famoso chocolate inspirou um dos grandes sucessos da loja, a barra de ouro gigante de Nutella. É um quilo de chocolate recheado com o creme de avelã mais famoso do mundo. No menu há dois anos, ela chama atenção na vitrine. Você já comeu uma inteira, Stefan? “Várias. Certa vez em menos de uma hora”, diverte-se o chocólatra. O segredo desse menino doce? “Fazer tudo com muito amor”, conclui. @stefanbeharsucre

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SPOT

RECEITA DE SUCESSO NO MERCADO GASTRONÔMICO, O THE QUEEN’S PLACE EM MENOS DE UM ANO TORNA-SE SPOT NA CAPITAL. O COSTUME INGLÊS, COM A SOFISTICAÇÃO PALACIANA, TRAZ TODO O LIRISMO DE SENTIR-SE INTEGRADO À ROTINA DE REIS E SEU PRINCIPADO POR GUSTAVO AZEVEDO « FOTOS LUARA BAGGI

CHÁ COM A RAINHA D

ois mil e dezoito foi o ano da família real britânica. A rainha Elizabeth celebrou 65 anos à frente do trono, o príncipe Charles completou 70 primaveras, Kate Middleton deu à luz a mais um herdeiro, o pequeno Louis, e o príncipe Harry se casou com Meghan Markle, que ficou grávida. Para completar este ciclo, Brasília ganhou um spot que estreita a distância entre o país tupiniquim e Londres. Com menos de um ano de gênese, o The Queen’s Place conquistou os brasilienses – literalmente. A casa de quitutes tipicamente ingleses, localizada na 116 Sul, é um sucesso. Afinal, encanta tanto o paladar quanto os olhos. “Para nós foi uma surpresa. Não sabíamos que o brasiliense gostava tanto de chá da tarde e que aceitaria o

projeto tão rapidamente”, celebra o proprietário Ricky Araújo, ao lado da sócia, Matilde Gemeli. Contrariando os empresários, o êxito veio logo de cara. “Inauguramos em maio de 2018, atendendo cerca de seis mil clientes por mês e, atualmente, recebemos mais de oito mil”, diz. A fachada, o atendimento personalizado e a decoração de ares palacianos nos faz sentir parte da realeza. No cardápio, uma variedade de delícias tradicionais de dar água na boca: eggs Benedict, pancakes, fish and chips, bolos, scones adocicados, croissant, entre outros. Há opções para café da manhã, almoço, lanche e jantar. Para celebrar o bom momento, o The Queen’s Place inicia 2019 cheio de novidades. A começar pelo gazebo londrino montado no jardim da casa. O espaço único e

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reservado comporta até oito pessoas. Que tal um jantar à luz de velas, menu exclusivo, playlist especial e um garçom à disposição durante toda a experiência? Essa é a intenção do novo projeto. “São detalhes que fazem a diferença. Vai ser mágico esse local para datas especiais.” Mudanças também no cardápio. Entram mais opções de pratos salgados, como o clássico lamb shank, um pernil de carneiro marinado no vinho tinto e servido

com risoto ou purê de batatas. “Tentamos sempre manter a essência britânica, mas com um toque brasileiro”, pondera Rick, que já tem planos de expansão da marca para 2020, com a abertura de outra unidade em Brasília e uma em São Paulo. O menu executivo é sucesso. Pensando em atender pessoas com intolerância a lactose e glúten, a tea house criou um menu especial para dietas restritivas. Bolos, doces e até opções salgadas que não trazem em sua composição a proteína do leite nem o trigo. Há ainda alternativas para quem não quer deixar a dieta de lado, e também receitas veganas e vegetarianas. Carro-chefe da casa, o tradicional chá da tarde da realeza, com duração de uma hora e meia, também será modificado. A começar por pelo menos quatro novos sabores de chá. “Notamos que o paladar brasileiro é mais salgado do que doce”. Para atender pedidos, os visitantes poderão escolher oito quitutes salgados e quatro doces. Entre as delícias, minissanduíches, os famosos scones servidos com creme e geleia, além de uma deliciosa seleção de bolos e doces desenvolvidos pela chef Matilde Gemeli. Um toque especial? Tudo vem em uma louça charmosa de três andares. Como a gente imagina ser lá no Palácio de Buckingham, em Londres. Será? Serviço The Queen’s Place www.thequeensplace.com Instagram: @thequeensplace Reservas: (61) 3879-0056

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Food Experience Comer é um ritual cada vez mais apreciado na velocidade do mundo digital. Com o tempo cada vez mais raro, sentar-se para o deleite da boa mesa tem sido a experiência mais desejada por aqueles que também têm o lazer como prioridade na vida. A gastronomia requer engrenagem com status dimensionais, especialmente nos últimos 16 anos, quando este segmento ganhou todos os elementos que o credenciaram a uma das mais expressivas atividades da economia criativa. Chefs se tornaram personalidades e devem mesmo ser tratados com a maior deferência ao exercerem sua arte criativa. Em meio a esse fenômeno, Brasília tornou-se o terceiro polo gastronômico do País, e veja que estamos falando de uma capital com 58 anos de existência. Pesquisas indicam que 60% da população brasileira come fora. Então, renda-se ao eterno prazer de comer, saboreando. Nas páginas a seguir, casas de Brasília se preparam para a época mais esperada do ano: verão e férias com descanso e diversão. Merecidamente. Apreciem 2019 com sabor, leveza e harmonia.

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MENU RÉVEILLON

2019

MENU DEGUSTAÇÃO À BASE DE PEIXE ENTRADA CARPACCIO DE SALMÃO DEFUMADO Carpaccio de salmão defumado com caviar preto. PRIMO PIATO: PAPARDELLE COM CAMARÃO GGG Massa parpadele com creme de gorgonzola, camarões e aspa aspargos salteados. SECOND PIATO: BACALHAU POMPEI Bacalhau gadus morhua ao forno, com azeite extra virgem, com molho a napolitana, acompanhado de risoto de açafrão ou legumes grelhados. MENU DEGUSTAÇÃO À BASE DE CARNE ENTRADA CAR CARPACCIO DI CARNE CON CARCIOFINI TRUFADO Carpaccio de carne com molho de mostarda, lâminas de alcachofra e Grana Padano, acompanhado de torradas com azeite e ervas. PRIMO PIATO: RAVIOLI DE BÚFALA Massa fresca recheada de mussarela de búfala ao molho de cogumelos frescos, abobrinha e tomate cereja. SECOND PIATO: BISTECA DE CORDEIRO Bisteca de cordeiro no molho de pimentas verdes, acompanhado de risoto de cogumelos e gorgonzola com trufa negra. SOBREMESA PETIT GATEAU Pequeno bolo de chocolate ao run e mel trufado. SUGESTÃO PROSECCO Prosecco italiano nino franco valdobbia superiore rústico docg (veneto)

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REFERÊNCIA

MÉDICO DE CARNE, OSSO... E CORAÇÃO TRÊS PILARES FAZEM DE ROBERTO KALIL UM DOS MÉDICOS MAIS ADMIRADOS NO PAÍS: SALVAR VIDAS, LIDERAR EQUIPES E PRATICAR O BEM. À FRENTE DO INCOR HÁ SETE ANOS, CONSEGUIU FINDAR A ENORME DÍVIDA E REFORÇAR SUA POSIÇÃO COMO CENTRO DE REFERÊNCIA. NAS HORAS VAGAS, VESTE-SE DE SUPER HERÓI NA PEDIATRIA, TOCA SAXOFONE COM FUNCIONÁRIOS E PEDE RECURSOS AOS SEUS AMIGOS IMPORTANTES POR MÁRCIA ROCHA 106 « GPSLifetime

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sala no quinto andar do prédio do Instituto do Coração (InCor), na capital paulista, parece ter o relógio acelerado. Reflete o jeito de seu dono, o médico Roberto Kalil Filho, presidente do Conselho Diretor do Instituto. Em uma manhã comum de trabalho, secretária e assistente esperavam o chefe agitadas, além de pessoas que o aguardavam. Kalil chegou “ventando” e levando para dentro de sua sala quem estava à espera. Tudo sem parar de ler mensagens no WhatsApp, de atender o celular e de disparar várias ordens ao mesmo tempo. É preciso ser rápido para acompanhar o raciocínio de Kalil. Que ninguém duvide da capacidade de realização desse paulistano de 59 anos, que também montou e dirige o Cento de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Conhecido como médico do poder por conta da lista de pacientes ilustres que atende, Kalil garante que não se intimida com a notoriedade de quem o procura – Michel Temer, Lula, Dilma Rousseff e José Sarney, além de artistas como Roberto Carlos e Gilberto Gil (que até escreveu uma música para ele), só para citar alguns. Da porta de seu consultório para dentro, são todos pacientes. Da porta para fora, porém, ele não pensa duas vezes em recorrer a seus inúmeros amigos para conseguir que os políticos (não importa o partido) e a sociedade em geral reconheçam a importância do InCor, um dos três maiores centros de cardiopneumologia do mundo, que tem 80% do seu atendimento voltado para pacientes financiados pelo SUS. Kalil fez sua residência médica no InCor e achava que ia ser contratado. Mas o cardiologista Fulvio Pi-

leggi, que dirigia a instituição na época, aconselhou o jovem pupilo a estudar fora do País. Depois de uma temporada nos Estados Unidos, na Johns Hopkins University, voltou para lá, onde está até hoje. Ele ainda pretende fazer muita coisa em sua gestão até se aposentar, em 2034. E olhe que já avançou bastante, considerando que o Instituto chegou a acumular dívidas de R$ 464 milhões, que foram quitadas no final do ano passado. “Quando eu assumi, em 2011, o hospital já vinha se recuperando, mas a situação ainda era crítica, e a instituição não estava bem”, conta. Para conseguir fazer a entrevista, a revista GPS|Lifetime esteve duas vezes no InCor. Na primeira, mal o gravador começou a funcionar, Kalil se desculpou: “Não tenho a menor condição de falar hoje. Estou com um paciente em estado grave, o telefone do consultório não está funcionando... esta segunda-feira está um caos”. Ele combinou que nos atenderia dali a dois dias. Aí, sim, a conversa transcorreu normalmente – quer dizer: normalmente para os padrões de Kalil, porque além da repórter, havia outras quatro pessoas na sala, número que aumentou no final da conversa de 40 minutos. Logo em seguida, Kalil tinha um compromisso importante: vestir-se de Batman para a festa de Dia das Crianças do InCor. “A fantasia já está até aqui”, disse ele, apontando para o pacote sobre uma das poltronas de sua sala. Ele não perde uma festa das crianças. “Ao lado da tecnologia e das técnicas de ponta, esse lado humano é que faz do InCor um lugar tão especial para as pessoas”.

CHOQUE DE GESTÃO

S.O.S AMIGOS

Assumi o InCor há sete anos e, na época, o hospital estava com dívidas milionárias. Já vinha se recuperando lentamente, mas ainda havia muitas contas, e a instituição em si não estava bem. É por isso que, na ocasião, eu disse que o InCor precisava de um choque de gestão – e não apenas de um pesquisador com dedicação exclusiva.

EM ÓTIMA COMPANHIA

O importante é montar uma boa equipe, escolher pessoas competentes. Como não sou especialista em gestão, trouxe pessoas para me ajudar. Como o José Antonio de Lima que, depois, acabou se tornando diretor presidente da Fundação Zerbini e fez um excelente trabalho. Houve várias auditorias internas e externas. Também contamos com o apoio do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, às quais o InCor está ligado, e dos outros membros titulares do Conselho Diretor do InCor. E tivemos várias conversas com o Ministério Público, que sempre nos ajudou nesse processo de recuperação da Fundação Zerbini.

Eu uso minhas relações, no bom sentido. Partidos e governos não são para sempre, mas o InCor permanece, e é uma instituição seríssima, reconhecida mundialmente como um grande centro de pesquisa e ensino. Todos os ministros, secretários e governadores que procuramos nos estenderam a mão. E tenho certeza de que vai ser o mesmo com os políticos que procurarmos daqui em diante.

DOIS MUNDOS

InCor e Sírio são universos completamente diferentes. O Sírio é um hospital privado, com dinheiro, as coisas andam mais rápido. Lá não tem as burocracias do serviço público – aliás, os governos precisam ver isso, porque, muitas vezes, o maior problema, além da falta de recurso, é a burocracia desnecessária, aquela que atravanca os processos ao invés de dar agilidade a eles. Não tenho a menor paciência para isso!

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AO MESTRE, COM CARINHO

Dr. Fulvio Pileggi [diretor do InCor de 1981 a 1997] foi muito importante na minha carreira. Ele não viajava, ficava 24 horas à disposição dos pacientes, atendendo o telefone mesmo quando já estava em casa. Isso em uma época em que não havia bipe. O Dr. Fulvio também me ensinou muito sobre gestão, porque se cercava de pessoas competentes. Ele tinha relacionamento político com todo mundo e também usava seus contatos para trazer recursos para o InCor.

AUTOGESTÃO

Na parte da manhã, trabalho no InCor. Vou para o Sírio na hora do almoço e, à tarde, sigo para o consultório, que fica na frente do hospital. Por volta das 22h30, retorno ao Sírio, de onde só saio à meia-noite. Eu continuo na vida louca e gosto disso, mas estou me cuidando mais, até porque tenho histórico importante de doença cardiovascular na família. Nunca gostei de fazer exercícios, mas faço porque é um santo remédio para a saúde, mesmo que, confesso, ele seja amargo. Além disso, tomo meus remédios religiosamente.

PALHINHA

Faço aula de saxofone domingo à noite e criei uma banda chamada InCordes com funcionários do hospital. A primeira apresentação aconteceu em março deste ano, na solenidade de entrega do Bloco III do InCor. Interpretando Como é grande o meu amor por você, de Roberto Carlos, a banda tinha na plateia o então governador de São Paulo Geraldo Alckmin, além de várias das estrelas da cardiologia brasileira. Foi o momento alto do evento, de grande emoção. Não perco um ensaio da banda, toda quinta-feira, aqui no hospital. No futuro queremos fazer apresentações também para os pacientes.

LADO B

Não gostava de redes sociais. Aí, o Fernando Rocha, do Bem-Estar [programa matutino da Rede Globo que conta com a participação de Kalil], vivia dizendo que eu tinha que mostrar para as pessoas também o meu lado mais pessoal, aquele que está por trás do meu jeito mais sério quando eu falo sobre medicina. Achei que ele estava certo, porque essa proximidade aumenta o nosso poder de comunicação. E isso é importante quando o objetivo é levar as pessoas a se identificarem com a informação e, a partir daí, mudar hábitos para uma vida mais saudável. Comecei com o Facebook e, desde agosto, estou no Instagram. Nesses canais, além de falar sobre saúde, eu mostro cenas do meu dia a dia, como em casa

brincando com minhas gatas ou com a minha família, dando palestras para médicos e ou para a população, nos bastidores de gravações ou com meus amigos. Agora, em novembro, lancei um canal no Youtube, o Canal do Dr. Kalil, para falar diretamente com a população sobre saúde e bem-estar e, também, tirar dúvidas sobre mitos que circulam na Internet.

PASSANDO O CHAPÉU

O InCor precisa de recursos, pois um hospital de pesquisa e ensino dessa envergadura exige grandes investimentos em equipamentos, novos estudos e também na infraestrutura de atendimento. O dinheiro que vem do governo não é suficiente. Quando assumi, alguns empresários fizeram doações. Recentemente, criamos o Comitê Comunitário, ligado ao Conselho Diretor do InCor, para sensibilizar a sociedade. Está a cargo desse Comitê, coordenado por Bia Aydar e Fabiola Lutfalla, um projeto para divulgar o InCor – por incrível que pareça, o hospital não é conhecido nacionalmente, o que dificulta as doações. E tem também outra questão fundamental: as pessoas não dão dinheiro para hospital público, porque acham que isso é papel do governo. Quem está cuidando da campanha é a Agência Africa. O filme está ficando lindo! Em 2019, vocês vão ver também.

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PUBLIEDITORIAL

MEDICINA DE EXCELÊNCIA COMEÇA PELO CALOR HUMANO E O RESPEITO À VIDA

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que você entende por um hospital de excelência? Instalações confortáveis? Prestação de assistência médico-hospitalar com equipamentos de última geração? Corpo clínico formado pelos mais renomados especialistas do País, com experiência nos melhores centros médicos do mundo e ampla publicação científica? O Hospital Sírio-Libanês Brasília, que será inaugurado em fevereiro de 2019, chega com tudo isso e muito mais. O novo hospital trará para a Capital Federal a excelência médica, a técnica e o atendimento aprimorados nos últimos quase 100 anos, desde a fundação da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês, em 1921, enfim, tudo o que envolve ser o Sírio-Libanês, uma instituição que combina a excelência na medicina a um atendimento acolhedor, que coloca o paciente no centro do cuidado e que investe no desenvolvimento de pesquisas em prol dos avanços da medicina, por

meio do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa (IEP). Na sua busca constante por ajudar a melhorar a saúde no Brasil, o hospital compartilha seu conhecimento e promove ações de responsabilidade social e filantropia, além de suas parcerias com o poder público para oferecer assistência a todos os brasileiros. “Criamos uma instituição baseada em valores sólidos de cuidado, qualidade e excelência. Isso é o que nos diferencia, que nos faz acolher o nosso paciente, fazendo com que ele se sinta em casa, sinta-se abraçado, acarinhado, cuidado”, afirma Marta Khedi Schahin, Presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês. A Presidente revela que tudo começa pelo entendimento de que é um privilégio atender pessoas no seu momento de maior fragilidade e poder dar alguma coisa a mais para esse paciente, juntando o conhecimento técnico avançado em saúde com a essência do cuidado ao ser humano.

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O Sírio-Libanês já possui dois Centros de Oncologia e um de Medicina Diagnóstica em Brasília, lançados ao longo dos últimos sete anos, período em que centenas de pacientes puderam experimentar o padrão de tratamento de que fala Marta Schahin. Agora, a instituição se prepara para inaugurar na Capital Federal o seu primeiro hospital completo fora de São Paulo. “Temos uma enorme alegria em oferecer para Brasília um hospital novo, com características novas, e que vai atender a saúde em Brasília e região de uma maneira diferente, certamente”, resume Dr. Gustavo Fernandes, Diretor-Geral do Sírio-Libanês em Brasília. Em 2019 o Hospital Sírio-Libanês passa a oferecer diversas especialidades na Capital, com destaque para a Cardiologia, Neurologia, Ortopedia, além de um Pronto Atendimento, com profissionais de grande expressão, capacitado a oferecer do mais simples diagnóstico a atendimentos e tratamentos nas situações de maiores riscos e complexidades.

ENSINO E PESQUISA A excelência do Sírio-Libanês também passa pela área do Ensino e Pesquisa. Para a instituição, produzir e compartilhar conhecimento contribui para uma sociedade mais justa e fraterna. Por meio do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, apoia o aprimoramento profissional

de médicos, profissionais da saúde e gestores da área, além de estimularmos a investigação científica para uma assistência à saúde ainda melhor. Essa área atua em aliança com instituições públicas e privadas que também têm como objetivo a excelência no cuidado em saúde, respeito às pessoas e o compromisso com a sociedade. No setor de pesquisa, as parcerias incluem o Ludwig Institute for Cancer Research e o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, entre outras instituições. O Sírio-Libanês já realiza gradualmente em Brasília, há cerca de quatro anos, estudos e pesquisas com pacientes com perfis específicos para serem incluídos em protocolos de pesquisas clínicas internacionais de câncer de mama, pulmão, esôfago ou junção gastroesofágica, trato urinário e células renais. Para estes pacientes, esta é a única forma de ter acesso a tratamentos inovadores que, muitas vezes, ainda não estão disponíveis no Brasil. Seja no estudo, na pesquisa ou na assistência, o novo hospital Sírio-Libanês de Brasília está chegando cheio de novidades, seja na sua parceria com o Fleury, na área de medicina diagnóstica, ou no seu trabalho de capacitação dos servidores do poder público e na filantropia, com atendimentos gratuitos de radioterapia. Hospital Sírio-Libanês Brasília SGAS 613, S/N – Lote 94 – Asa Sul www.hospitalsiriolibanes.org.br

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TECNOLOGIA

ARTAS, O ROBÔ QUEDA DE CABELO NÃO É DOENÇA, E, SIM, UM SINTOMA QUE ATINGE METADE DA POPULAÇÃO MASCULINA. A MAIS EFICIENTE TECNOLOGIA ROBÓTICA CHEGA A BRASÍLIA E, COM TRANSPLANTE CAPILAR, TRAZ APARÊNCIA NATURAL EM DOZE MESES POR GUSTAVO AZEVEDO « FOTOS BRUNO CACALCANTI

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inda não é possível afirmar que a calvície está com os dias contados. No entanto, é fato que as tecnologias avançam a favor de quem possui o problema. Além dos métodos convencionais, como o uso de medicamentos ou aplicação de produtos, atualmente o transplante capilar é um grande aliado. “Hoje, com a ajuda de um robô ultra tecnológico, conseguimos captar os folículos do couro cabeludo sem manuseio da mão humana e transplantá-los em outra área sem cabelo. Esse procedimento traz muito mais segurança e eficácia para o tratamento”, destaca o dermatologista Gilvan Alves, primeiro médico da América Latina a apostar no Artas – único robô de transplante capilar do mundo – e trazê-lo a Brasília. No comando do instituto dermatológico Aepit desde 1999, Gilvan revela que a tecnologia revolucionou o tratamento da calvície. “Os resultados são excelentes. Não existe mais aquele aspecto temido de ‘cabelo de boneca’, provocado pela técnica manual. O robô é preciso e colhe fio a fio, deixando a aparência bem natural”, afirma. A calvície ou alopecia, como é conhecida cientificamente, afeta especialmente os homens. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que metade da população masculina apresenta perda de cabelo até os 50 anos de idade. Porém, o problema não é exclusividade deste gênero: o mal também preocupa muito as mulheres. As causas da queda de fios estão ligadas principalmente a questões hormonais e genéticas, mas também podem ocorrer por estresse e até por uso impróprio de produtos ou procedimentos estéticos.

NOVOS FIOS

O transplante capilar é indicado para todas as faixas etárias, devendo ser avaliado caso a caso pelo especialista. De forma precisa e inteligente, o robô faz a retirada dos fios da área doadora e, posterior-

“HOJE, COM A AJUDA DE UM ROBÔ ULTRA TECNOLÓGICO, CONSEGUIMOS CAPTAR OS FOLÍCULOS DO COURO CABELUDO SEM MANUSEIO DA MÃO HUMANA E TRANSPLANTÁ-LOS EM OUTRA ÁREA SEM CABELO". Gilvan Alves

mente, o especialista implanta esses folículos na região calva. Com recuperação rápida e fácil, logo o indivíduo pode voltar à sua rotina normal. Mas não se espante: dentro de alguns meses, todos os fios transplantados vão cair – o que é normal, segundo a dermatologista Vanessa Zanetti. “Depois nascem novamente”, acrescenta.

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Segundo a médica, o resultado final vem em até 12 meses. Ela ressalta que a cirurgia não dispensa o paciente do acompanhamento periódico com o dermatologista. “É muito importante conservar tanto o cabelo implantado quanto os fios naturais. O tratamento é de longo prazo”, explica Zanetti. A queda de cabelo não é uma doença e, sim, um sintoma. O dermatologista Rodrigo Frota, responsável pela realização do procedimento na clínica, relata que há diversos fatores que causam a calvície. A principal é a alopecia androgenética, tipo relativamente frequente na população. Mas existem algumas enfermidades do couro cabelo que também podem provocar a perda de fios. Entre elas: a alopecia areata, associada principalmente a doenças autoimunes; e a alopecia frontal fibrosante, que é progressiva e, frequentemente, irreversível. “Eu tenho que, primeiramente, entender o problema e o motivo da queda para dar o diagnóstico”, diz o especialista. “Por isso, a importância de procurar um profissional para indicar o tratamento ideal”. Em média, pessoas com faixa etária entre 30 e 50

anos são as que mais procuram o implante de cabelos. Rodrigo pondera que, normalmente, indivíduos que possuem grau maior de calvície já buscam a clínica em busca do procedimento cirúrgico. Contudo, existem casos de pacientes que fazem o tratamento precocemente com o intuito de retardar o avanço da perda de cabelo. “Tem casos de pessoas que fizeram a cirurgia anteriormente e nos procuram para realizamos um novo procedimento como o objetivo de deixar o cabelo o mais natural possível”. Alguns famosos se renderam ao método. E o procedimento vai muito além da estética. “O cabelo está altamente ligado ao estado emocional da mulher. Esse é o principal motivo para a procura do público feminino por tratamentos no couro cabeludo. Em relação aos homens, especialmente aqueles que realizam o transplante, a mudança é completa. Não é só vaidade”, afirma. Clínica Aepit Ed. Vital Brasília, SEPS 710/910, Asa Sul Fone: (61) 3364-4104

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SAÚDE

MAGRO PROFISSIONAL

HÁ QUASE TRÊS DÉCADAS MAXIMO RAVENNA IDEALIZOU O MÉTODO DE EMAGRECIMENTO DE NOME HOMÔNIMO, EM QUE O SEGREDO NÃO É O DOMÍNIO DO CORPO, E SIM DA MENTE. NUMA ESPÉCIE DE CLUBE ONDE HÁ ATIVIDADES E DINÂMICAS, A MUDANÇA DE VIDA COMEÇA PELO PACIENTE COMPREENDENDO SOBRE SI MESMO POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS HÉLIO PERFEITO

S

e alguém te perguntar o que é preciso fazer para emagrecer, você saberá a resposta: comer menos, exercitar-se mais. A fórmula parece simples, mas, verdade seja dita, a gente busca o milagre. Atire a primeira pedra quem nunca se aventurou na dieta da lua, da sopa, da proteína, dos pontos, do jejum intermitente. E foi então que a Revista GPS|Lifetime foi vivenciar o método de emagrecimento Máximo Ravenna.

Na primeira visita, conhecemos a proprietária do método no Brasil, Moema Soares. O saldo dela? Menos 47 quilos. Ela era aquela típica mulher que, podemos dizer, já tinha feito de tudo para emagrecer. “Fiz minha primeira dieta com 15 anos. Tomei remédio. Engordei muito nas duas gravidezes. Levava um estilo de vida em que trabalhava 12 horas por dia, não me cuidava, não fazia atividade física e era muito estressada. Che-

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guei até a colocar um balão gástrico”, lembra. Morando em Buenos Aires, em 2006, viu em uma revista sobre o “guru das dietas”. “Como era viciada em dietas, fui experimentar. Em dois meses, emagreci dez quilos. Mas engordei tudo de novo”, conta. A vergonha de assumir que tinha fracassado a afastou da clínica por um período, até que decidiu voltar. Em oito meses, eliminou 47 quilos. “Mudou quando tive uma conexão com a terapeuta. E também nas amizades que fiz. Na minha primeira passagem pela clínica eu não me relacionei com ninguém, não participava dos grupos. Isso fez toda diferença na segunda vez”, revela. “Eu passei a viver aquilo. Você engorda sozinho, mas emagrece só em grupo”. Há 11 anos ela está no que o método chama de manutenção. De volta ao Brasil, decidiu empreender. Com o próprio exemplo, Moema abriu a primeira clínica, em Salvador, em 2009. Depois vieram as de São Paulo, em 2010, e Brasília, em 2012, que conquistou políticos como a ex-presidente Dilma Rousseff. “Em quase nove anos, foram cerca de 25 mil pacientes atendidos. São inúmeras histórias de quem teve melhora de saúde, doenças curadas, taxas de diabetes melhoradas”, comemora. “Não tem segredo, fórmula mágica. Reduza as quantidades, mas entenda como funciona seu próprio processo metabólico. Você precisa se conhecer”, sugere.

O RAVENNA “Se você estivesse de bem com a vida, não estaria gorda”. Essa é uma famosa frase de Máximo Ravenna, que vive em Buenos Aires, mas vira e mexe vem ao Brasil ver de perto o andamento das suas clínicas. Aos 71 anos, esbanja saúde e disposição, sempre bem vestido e com um jeito durão, meio coronel. O guru argentino já tinha trabalhado por quase 20 anos em spas quando, em 1993, decidiu criar seu próprio método. “Como diretor de internação em uma clínica, ao comparar dietas hipocalóricas com uso de medicamentos para o tratamento da obesidade e dos transtornos alimentares, vi que a dieta hipocalórica tinha mais resultado, inclusive os pacientes tinham menos compulsão, porque os alimentos que oferecíamos eram, apesar da pouca quantidade, hiperproteicos, sem farinha nem açúcar, o que os mantinha saciados por mais tempo”, explica o médico e psicoterapeuta. Autor de sete livros sobre emagrecimento saudável, defende uma redução de peso sem cirurgia ou medicamentos. A fórmula de uma dieta de baixa caloria não é novidade. Mas o trunfo? Os grupos terapêuticos, técnica similar a de tratamentos para viciados em drogas e álcool. “Percebi que as pessoas se sentiam desamparadas quando emagreciam, por isso engordavam de novo. O apoio durante e no pós-processo é muito importante.

A DIETA

O foco é a perda rápida de peso. A dieta tem entre 800 e 1.200 calorias, balanceada com 40% de carboidratos (de baixo índice glicêmico), 20 a 30% de gorduras (de boa qualidade) e 30 a 40% de proteínas (de alto valor biológico e boa absorção). São quatro refeições por dia. O café da manhã e o lanche da tarde têm os mesmos componentes: uma bebida quente e uma proteína com fruta. O almoço e o jantar são em quatro etapas: primeiro um caldo quente de legumes (ou chá), salada, um prato principal com uma proteína e acompanhamento, e sobremesa (fruta ou gelatina). Na lista de proibidos: tubérculos, farinhas, raízes, oleaginosas, gordura, mel, melaço ou bebida alcoólica. “Durante o período de emagrecimento, priorizamos carboidratos complexos, que promovem uma maior saciedade e diminuem o impacto da glicose na corrente sanguínea”, explica a nutricionista Isadora Fadul.

Nosso objetivo é que os resultados apareçam não só no corpo, mas também no comportamental”, acredita. Ravenna transformou suas clínicas em verdadeiros clubes, onde o ponto crucial é a troca entre os pacientes, que pagam uma mensalidade e podem frequentar dia e noite o local para realizar as atividades – que vão de exercícios funcionais a ioga e meditação – e o restaurante Ravenna Gourmet, que faz releitura de pratos tradicionais com baixa caloria. Um sistema que envolve pacientes e profissionais, criando uma verdadeira rede de apoio. E como ele sempre diz: “Você pode cortar o estômago fora, mas, se não tratar da cabeça, vai engordar novamente”. wServiço Centro Terapêutico Máximo Ravenna Complexo Brasil 21 – SHS quadra 6, bloco E, loja 4, Brasília (DF) www.maximoravenna.com.br

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INDERMA

UMA DÉCADA DE INOVAÇÃO NO CUIDADO COM A PELE A CLÍNICA COMANDADA PELA MÉDICA BARBARA UZEL É REFERÊNCIA NO CUIDADO COM A PELE E CABELOS

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brasileiro está vivendo mais e os cuidados com a pele em todas as fases da vida têm sido cada vez mais procurados por quem quer ter saúde e estar de bem com sua aparência. Segundo o IBGE, a expectativa de vida da população subiu mwais de 30 anos entre 1940 e 2016 e, atualmente, o país alcançou a sua maior média: 76 anos. Seja qual for a idade, a medicina dermatológica oferece procedimentos e alternativas para prevenir doenças, corrigir imperfeições e manter a pele sempre nutrida e saudável. Os avanços científicos, especialmente os conquistados na última década, com exames diagnósticos cada vez

mais precisos, equipamentos inteligentes e procedimentos menos agressivos, invasivos e dolorosos, fazem da dermatologia uma das áreas em que os efeitos positivos dessa revolução tecnológica são sentidos com maior intensidade. Segundo a médica Barbara Uzel, fundadora do Instituto de Dermatologia Avançada – Inderma, tanto a área clínica quanto a cirúrgica e a estética foram beneficiadas. Na avaliação dela, os últimos 10 anos trouxeram mudanças expressivas para o segmento. “Houve um grande incremento no arsenal diagnóstico e terapêutico. A videodermatoscopia e a microscopia confocal, por exemplo, são novos aliados no diagnóstico e acompanhamento de várias patologias dermatológicas, especialmente o câncer de pele. As novas tecnologias para tratamento não invasivo da gordura corporal, como a criolipólise e a radiofrequência, também foram um avanço significativo na última década”, destaca.

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BELEZA COM SAÚDE Junto aos profissionais da clínica que lidera, Barbara – que é coordenadora voluntária do ambulatório de cosmiatria do Hospital Universitário de Brasília – participa constantemente de eventos nacionais e internacionais, onde se atualiza sobre as técnicas mais recentes e compartilha o que sabe, já que costuma treinar profissionais em cursos e palestras, como o Simpósio Internacional de Unhas e Cabelos que aconteceu recentemente em Brasília e reuniu alguns os maiores especialistas em doenças do cabelo do Brasil e do mundo. Segundo ela, as opções de tratamentos aumentaram, com destaque para os clínicos, como o tratamento farmacológico para lesões pré-cancerosas e alguns casos específicos de câncer de pele. Outro exemplo é a psoríase, mal que atinge mais de dois milhões de brasileiros. A médica chama atenção para o surgimento de novas drogas eficazes contra a enfermidade. “A chegada de uma nova classe de remédios melhorou muito a vida de pacientes com psoríase grave”, ressalta. Na dermatologia estética, a evolução é ainda maior. Prova disso é que o Brasil é o segundo país onde mais se realizam procedimentos estéticos, atrás apenas dos Estados Unidos. Os aparelhos atuais são capazes de alcançar camadas profundas da pele e várias tecnologias penetram a epiderme de modo mais preciso, promovendo resultados mais eficazes, como o CO2 fracionado, o ultrassom microfocado e a radiofrequência. Novas técnicas de preenchimento e injeção de substâncias que promovem intensa estimulação de colágeno podem postergar e até mesmo substituir intervenções cirúrgicas para resolver problemas como flacidez facial. No entanto, é necessário ressaltar a importância do especialista para um tratamento seguro. Apesar de estar à frente quando o assunto é cuidado com a estética do corpo, o Brasil também tem altos índices de pessoas que recorrem a profissionais irregulares.

Barbara Uzel alerta: cuidar da saúde da pele é assunto sério e um procedimento feito de forma inadequada ou por alguém sem a devida qualificação pode trazer problemas graves. “Os procedimentos estéticos não podem ser separados da medicina”, destaca. Para ela, a oferta de serviços baratos por profissionais não capacitados aumenta o número de vítimas de intervenções malsucedidas. “Costumo dizer para minhas pacientes que é necessário valorizar o trabalho dos verdadeiros profissionais. Muitos decidem realizar o procedimento com base no preço mais baixo e acabam pagando muito mais caro por isso”, revela a especialista.

DEZ ANOS DE HISTÓRIA Capitaneado pela médica, o Inderma é referência no cuidado com a pele e cabelos, oferecendo a pacientes de todas as idades atendimento especializado e de alta qualidade. Com título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Barbara Uzel é expert em cosmiatria – área voltada para o tratamento e prevenção de problemas estéticos na pele – e em tricologia – segmento da medicina que trata dos pelos e cabelos. Em 2018, o Inderma completa uma década de história. Aliando a atualização científica de seus profissionais a uma estrutura de ponta e com alta tecnologia, o Instituto adota as melhores práticas dermatológicas para cuidar plenamente de seus pacientes. “Trabalhamos incansavelmente para oferecer atendimento humanizado com competência técnica”, ressalta. Além de procedimentos e tratamentos dermatológicos necessários para cuidar da saúde da pele e dos cabelos, a clínica oferece atendimentos em endocrinologia e nutrição. Inderma – Instituto de Dermatologia Avançada Fone: (61) 3353-5764 www.indermadf.com.br Facebook: indermadf Instagram: @drabarbarauzel

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PUBLIEDITORIAL

BYE, BYE, GORDURA LOCALIZADA CRIOLIPÓLISE DE PLACAS É A APOSTA ENTRE PACIENTES QUE BUSCAM BOA FORMA

É

difícil encontrar alguém que nunca tenha lutado para eliminar aquela indesejável gordurinha localizada que insiste em dar as caras. Vilã de quem deseja ficar em boa forma, o acúmulo desta adiposidade em certas regiões do corpo atrapalha até mesmo a autoestima das pessoas. A boa notícia é que, com o avanço da tecnologia, ficou mais fácil de queimálas. Um exemplo? A criolipólise de placas, que combina resfriamento tecidual com bioativação celular, muscular e dérmica – e oferece resultados em 48 horas. Não é novidade que os brasileiros dão valor à estética – e gostam de cuidar dela. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) comprovam: a procura por métodos não cirúrgicos aumentou 390%. Uma das novidades da Slim Esthetics Center, a criolipólise de placas já é sucesso entre as clientes. Além de indolor, a técnica ainda melhora a circulação, acelera o metabolismo e recupera a qualidade da pele. No comando da clínica, a fisioterapeuta dermatofuncional Érica Coutinho ressalta: a tecnologia está a favor. “As correntes bioativas são o diferencial do equipamento, capaz de garantir efeitos mais rápidos e seguros” A criolipólise de placas veio para substituir a criolipólise tradicional, feita por sucção. A nova técnica tem o mesmo poder de congelar as gordurinhas, mas sem o incômodo do vácuo, e age nas camadas mais profundas da pele, encolhendo a camada adiposa e remodelando o tecido. A sessão com o equipamento dura uma hora e trata até quatro áreas de uma só vez. “Em alguns casos, quando há associação da criolipólise com outros procedimentos, a perda de gordura pode ser ainda maior”, destaca a especialista.

ADEUS AOS PNEUZINHOS O procedimento estético é executado em duas etapas. Na primeira, há o congelamento das células adiposas, que resulta na cristalização dos lipídios encontrados em seu interior. Já na segunda, acontece a bioativação. A fase consiste na queima de calorias em um nível localizado, estimulando a atividade celular e muscular, intensificando a circulação sanguínea local e enrijecendo o tecido tratado. A consequência é uma redução significativa da área que apresenta flacidez e gordura localizada. A técnica também aumenta o colágeno e a elastina pelas células da pele, efeito da atividade celular e muscular que o tratamento oferece. “Os clientes querem resultados a olho nu. Não adianta para mim, como profissional, fazer um procedimento que vai custar muito caro e no qual o paciente não vê a melhora. O especialista vai ser cobrado por isso”, completa Érica. Com a criolipólise de placas é possível notar redução de medidas após a primeira sessão. Além disso, trata áreas que o método tradicional não consegue alcançar, como culote, papada e braços. O procedimento ainda atua na redução de medidas e diminui os intervalos entre as sessões: não é preciso esperar dois a três meses para fazer a mesma região. A técnica pode ser repetida com intervalo de 10 a 15 dias. Slim Esthetics Center SCLRN 712 BLOCO D LOJA 41 – Asa Norte secretariasslim@gmail.com Fone: (61) 3039-3662 e (61) 3039-3668

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er proprietário de avião, lancha, jet-ski ou carro de luxo sempre passou a ideia de uma coisa dispendiosa, de acesso restrito, de muito dinheiro, ou um verdadeiro privilégio destinado a poucos. Possuir uma embarcação de luxo para os momentos de lazer, por exemplo, é para a maioria das pessoas um sonho distante e inacessível. Nos últimos anos, no entanto, uma tendência mundial começou a mudar essa percepção e tornar possível o sonho de muita gente: o compartilhamento de bens considerados de luxo, onde o gerenciamento dos custos de manutenção fica por conta de uma empresa. Dessa maneira – e de forma simples – as despesas desse bem são divididas entre os cotistas na mesma proporção de sua fração, otimizando assim o investimento. A Premier Jet nasceu em Brasília com o objetivo de dar a oportunidade ao brasiliense de se tornar proprietário de uma lancha e/ou jet-ski sem ter que arcar com o seu valor integral. Hoje são gerenciadas pela Premier Jet 25 embarcações contando com mais de 90 cotistas. A empresa também atua no ramo de aluguel de lanchas e jet-skis. Administrar patrimônio de alto valor requer experiência e seriedade. A Premier Jet opera com um moderno sistema de reservas online, equipe de atendimen-

to especializada e uma parceria com a concessionária Real Náutica, atuando a mais de 20 anos no cenário náutico. Esse cuidado e qualidade fazem da Premier Jet a maior empresa do Centro-Oeste no segmento de compra compartilhada de embarcações. O cotista da Premier Jet pode ser sócio de uma de uma lancha nova a partir de R$ 25.000,00 ou de um jet-ski a partir de R$ 6.000,00. Uma lancha de 21 a 50 pés, por exemplo, pode ser dividida entre quatro a oito cotistas e a empresa se encarrega da formação dos grupos, da manutenção preventiva, aluguel da marina, seguros, marinheiro, limpeza, revisões, mecânico e todas as possíveis dores de cabeça que a gestão de uma embarcação aquática pode gerar. Brasília possui hoje a terceira maior frota náutica do Brasil e, provavelmente, é a cidade com o maior número de lanchas por habitante, fazendo do Lago Paranoá uma das melhores opções de lazer da Capital. A Premier Jet convida você a aproveitar o lago e essa excelente oportunidades de negócio. *Rogério Fayad de Albuquerque Rosa é sócio proprietário da Premier Jet www.premierjet.com.br Contato@premierjet.com.br (61) 9 8335-2710 / (61) 9 8284-2204 Facebook: Premier Jet BSB Instagram: @premierjetbsb

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ARTIGO POR VINICIOS CARDOSO DOS SANTOS Coordenador Civil - Nelson Willians Advogados Associados

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O COMPLIANCE COMO FATOR DE SUCESSO EM 2019

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compliance tem ganhado, cada vez mais, destaque no mundo empresarial, e no próximo ano não será diferente. Devido à globalização, é notório que os indivíduos estão mais predispostos a se relacionar com empresas preocupadas em observar a ética e a transparência compatível com a boa-fé objetiva. Afinal, o que é compliance? Em síntese, o compliance é o conjunto de mecanismos e procedimentos internos da empresa com o escopo de detectar e corrigir atos ilícitos, fraudes, irregularidades e desvios praticados em sua atividade, prevenindo, portanto, riscos de sanções legais, perdas financeiras e perda de reputação. Os profissionais do compliance são responsáveis por avaliar se a empresa necessita ajustar alguma conduta e repassam orientações normativas internas aos seus colaboradores, com esteio na legislação aplicável, a fim de que haja a construção de uma cultura empresarial clara e ética de todos os agentes envolvidos em sua prática. Após, caberá ao compliance monitorar e fiscalizar o cumprimento das regras, de maneira estruturada. O compliance também pode ser utilizado para fiscalizar o mercado e os concorrentes da empresa, com intuito de reduzir crimes econômicos, como a concorrência desleal e o cartel, por exemplo.

Ademais, para as empresas que contratam com o Poder Público, as investigações policiais dos últimos anos demonstraram a necessidade de refinar essas relações, a fim de proporcionar crescimento econômico do País e consequente desenvolvimento social de sua população. O compliance é importante para o consumidor, para o parceiro comercial e para o investidor, que clama por segurança jurídica, pois está cansado de ter surpresas indesejadas. Desta forma, o compliance é instrumento para garantir que a empresa evite atos ilícitos, até mesmo desconhecidos, reduza e previna o risco de fraudes, eliminando ou mitigando prejuízos, e preserve a sua reputação, principalmente quando há promessas de que o próximo Ministro da Justiça intensificará o combate à corrupção. A empresa que investe em compliance, portanto, é vista como comprometida com a boa gestão de contratos consubstanciada, em suma, em adoção de apropriadas práticas empresariais, ações contra a corrupção e crimes financeiros, desenvolvimento ético e sustentável em benefício de todos. Por isso, o compliance poderá ser mais um fator de sucesso para a sua empresa em 2019.

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ARTIGO POR EDINHO MAGALHÃES edinho.assessoria@gmail.com

OS CLAROS RECADOS DAS URNAS “PIOR DO QUE ANULAR UM VOTO A CADA 4 ANOS É ‘SE’ ANULAR POR 4 ANOS ATÉ UM PRÓXIMO VOTO”

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onstatado o resultado das eleições presidenciais, faz-se necessária uma análise do que vimos e vivemos na última campanha e, também, alguns prognósticos do que deveremos ver, e viver, a partir do próximo ano. Sobre a campanha é preciso entender, em primeiro lugar, que, além dos números, as urnas falam! Saber traduzi-las, na sua essência, é uma arte para poucos. Mas é possível extrair, ao menos, alguns “recados”. Um deles foi sobre a postura do eleitor. Venceu a “certeza do que não quero”, sobre a “dúvida do que espero”. Explica-se: grande parte dos que votaram no agora presidente eleito Bolsonaro, fizeram-no pelo antipetismo. E há outros recados. O mais gritante deles foi o da renovação. Apesar de poucas exceções, o povo não deseja mais assistir a velha política tradicional se multiplicando como feudos eleitorais, e nem se perpetuando como capitanias hereditárias, onde “políticos profissionais” e seus familiares

mais se serviam “do” público do que serviram “ao” público com seus mandatos. Outro claro recado foi o da necessidade de mudança. A mudança não somente dos políticos, mas também na forma de fazer política. Não apenas do Governo, mas na forma de Governar. É aquilo que já vínhamos repetindo por aqui: não adianta apenas mudar os jogadores se as regras do jogo continuarem as mesmas. O povo também quer a mudança do Sistema! Mais um recado das urnas: o da mobilização. O fenômeno dessas eleições foi o alcance das redes sociais. Não foi simplesmente Bolsonaro ter sido eleito com apenas 8 segundos de TV. Foi a constatação de que o eleitor não precisa da TV pra escolher seu candidato! E aí, novamente, vem a onda do antipetismo: o PT usou as redes sociais para replicar o que lhe convinha. Bolsonaro teve a sacada de replicar o que convinha para o povo. O fenômeno dessa mobilização superou a propaganda eleitoral. O eleitor preferiu as redes sociais ao jornal, ao rádio e à TV. Outros recados foram mais subliminares, porém não menos importantes. Um deles é que as redes sociais continuam mais ativas do que nunca e, portanto, os eleitos que se cuidem para não haver mobilização de cobrança. O eleitor, por sua vez, precisa se manter atento e vigilante. Seu “pós-voto” é tão importante quanto o voto em si. É preciso fiscalizar os eleitos, pois, pior do que anular um voto a cada quatro anos, é “se” anular por quatro anos até o próximo voto. Outro recado nas entrelinhas: “não atrapalhem o país”. O eleitor fez sua opção e deu seu recado. Se as mudanças não vierem, ele já sabe o que fazer. Não será mais uma oposição “político-partidária gritante”, propondo boicotes nacionais desde já, que irá mobilizar o eleitor. Não mais. Pelo contrário: o eleitor é que deverá mobilizar a oposição. Se, e quando, quiser. O Brasil se comunicou pelas redes sociais e se manifestou pelas urnas. O resultado tem que ser respeitado pelos adversários e os recados têm que ser seguidos pelos eleitos. Do contrário, o eleitor continuará se mobilizando até entenderem o real sentido do grito “Muda Brasil!”.

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COM TODA DEDICAÇÃO, HONESTIDADE E TRANSPARÊNCIA DOS ÚLTIMOS ANOS DE GOVERNO, MUITA COISA PÔDE SER FEITA PELO DESENVOLVIMENTO DE BRASÍLIA: Criação da Delegacia de Combate à Corrupção Lançou o Portal Dados Abertos, para controle social e transparência

R$ 143 milhões investidos no Programa de Descentralização Administrativa e Financeira em 2018

Cortou mais de 4.000 cargos comissionados

Mais de 10 mil novas vagas com a inauguração de 9 Centros Interescolares de Línguas

Infraestrutura em Sol Nascente, Porto Rico e Buritizinho

Todas as crianças de 4 a 5 anos inscritas no 156 foram atendidas

Pagamento em dia do salário dos servidores

Inauguração do Parque Tecnológico – Biotic

Desobstruiu 44,4 milhões de m2 de áreas tomadas ilegalmente

200 mil pessoas serão beneficiadas com as obras do Trevo de Triagem Norte

Garantia de água pelos próximos 50 anos com as obras de captação do Lago Paranoá, Bananal e Corumbá

Mais de 63 mil escrituras entregues e 5,5 mil lotes em condomínios regularizados

Agilidade no atendimento, com a implantação do Instituto Hospital de Base

Menor índice de homicídios dos últimos 29 anos

Ampliação de 67,8% da cobertura da Estratégia Saúde da Família

Implantação do Bilhete Único e da biometria facial

Desativação do lixão da Estrutural, o segundo maior do mundo Coleta seletiva em 26 regiões administrativas Inauguração do Aterro Sanitário de Brasília Entrega do Bloco 2 do Hospital da Criança, com 202 leitos e 38 salas de UTI Lançamento do aplicativo Amamenta Brasília 75 mil estudantes atendidos pelo Programa #BoraVencer

3 novas estações de metrô em obras Orla Livre: 1,7 milhão de m² desobstruídos Lançamento do Plano de Ciclomobilidade, com ampliação de ciclovias e oferta de bicicletas compartilhadas Manutenção e reforma de equipamentos culturais Inauguração de 3 Centros de Artes e Esportes Unificados R$ 52,2 milhões investidos no Fundo de Apoio à Cultura Criação do Núcleo de Enfrentamento ao Feminicídio Nomeou mais de 15 mil servidores aprovados em concursos 700 mil pessoas beneficiadas com a entrega de 17 terminais novos e reformados Economia e segurança para a população com a troca de 8.432 lâmpadas antigas por lâmpadas de LED 13 mil novas vagas de educação infantil com a entrega de 28 novas creches e 18 escolas

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ARTIGO POR CESAR OLESKOVICZ

Dentista, membro do Partido Novo, foi candidato suplente ao Senado na últimas eleições.

O FIM DE UM CICLO POLÍTICO E O QUE ESPERAR

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eleição de Jair Bolsonaro para Presidente da República marca o fim de um ciclo político e podemos presenciar a História sendo escrita em nosso próprio tempo. É o fim de uma ideologia socialista ou “de esquerda” que tomou conta do Brasil desde o fim do período militar. Apesar de vários tons de vermelho, em todos os governos essas ideias dirigiram de uma forma ou outra as decisões políticas, isso ficou mais claro quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso declarou, no segundo turno, seu apoio a Fernando Haddad. Vivemos hoje a pior crise econômica de toda a história do Brasil e isso teve um peso fundamental na vitória de Bolsonaro. O brasileiro o escolheu tanto para desviar de um caminho que nos transformaria numa Venezuela, como para nos tirar dessa crise. As bases que nos levaram para essa crise são várias. E com o Estado, mediante seu monopólio da força, controlando a riqueza e decidindo quem pode ou não trabalhar criou-se um terreno fértil para a corrupção e, como acontece com todos os regimes socialistas, os governos lulopetistas se tornaram os mais corruptos da história brasileira, culminando com seu líder e ex-Presidente Lula preso. Agora, será que o novo presidente vai atuar de forma efetiva para combater a crise? Combater o socialismo e sua corrupção é um passo importante, mas não é o suficiente. Para que se rompa essa barreira precisaremos acreditar na livre iniciativa e na livre concorrência, acreditar que a livre interação entre as pessoas é o melhor método de criação de riquezas. Que a interferência do Estado além de antiprodutiva é um estímulo à corrupção e ao autoritarismo. Que todos devem ser livres para trabalhar e produzir. Que o sucesso dos programas

sociais deve ser medido pelo número de pessoas que saem deles e não pelos que necessitam deles. O clima agora é de otimismo, mas não devemos esquecer que essa esquerda que agora sai chegou ao poder graças a desastrosa política econômica dos militares, que fechou o País gerando reservas de mercado, criou estatais e monopólios que cerceavam a liberdade de escolha e drenavam as riquezas da população, e para pagar o déficit de um Estado falido imprimiu dinheiro, gerando as inflações que corroeram o poder de compra do brasileiro. Ou seja, de uma forma diferente, também foram contra a livre-iniciativa. Agora, industriais já se reúnem com o futuro vice-presidente preocupados com uma abertura de mercado, o setor agropecuário continua solicitando juros subsidiados pelo governo, os monopólios estatais e ministérios reguladores já estão na mídia explicando sua necessidade. O Estado brasileiro está falido e precisando de impostos para se pagar, cada redução na burocracia regulatória cortará privilégios de algum setor e de uma forma ou outra diminuirá a arrecadação. Não há como fazer omelete sem quebrar os ovos, vamos ter que escolher entre um Estado grande e controlador ou a prosperidade. Vemos a nossa vizinha Argentina fracassar, pois apesar de trocar o chefe de Estado e abandonar a esquerda, manteve as mesmas políticas antiliberais. Só nos resta torcer para que o novo presidente tenha ideias claras, vontade e força política para desmontar esse Estado invertido de consumo de riquezas da população, e que não opte pelo caminho mais fácil de aumentar os tributos e tentar cobrar do produtor brasileiro toda a conta para pagar e manter esses privilégios. Nós não iremos aguentar...

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EM DEFESA DO ESTADO E DA SOCIEDADE 130 « GPSLifetime

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ANAFE TEM A MAIOR REPRESENTATIVIDADE DOS MEMBROS DA AGU. SEGUNDO O PRESIDENTE, MARCELINO RODRIGUES, UM ESTUDO DA FGV AVALIA QUE A UNIFICAÇÃO DA CARREIRA IRÁ GERAR R$ 1 BILHÃO EM ECONOMIA: "ADVOCACIA PÚBLICA TEM QUE TER INDEPENDÊNCIA TÉCNICA POR EDINHO MAGALHÃES

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Associação Nacional dos Advogados Públicos Federais (ANAFE), maior entidade representativa da AGU (Advocacia Geral da União), com sede em Brasília, tem entre os seus objetivos, promover a edificação institucional da Advocacia Pública Federal e viabilizar a atuação conjunta de todos os membros da AGU: Advogados da União, Procuradores Federais, Procuradores da Fazenda Nacional e Procuradores do Banco Central. Os advogados públicos federais atuam em todas as áreas para defender o patrimônio público da União fazendo sua representação judicial como função essencial à Justiça. Essa atividade auxilia no efetivo combate à corrupção e oferece segurança jurídica aos atos administrativos. Juntos eles somam mais de quatro mil integrantes da AGU, congregados à ANAFE, que já nasceu grande no início de 2016. A ANAFE surgiu para propagar e lutar ainda mais pelas pautas comuns dos membros da AGU, valorizando a carreira composta por especialistas na defesa do Estado brasileiro, buscando o reconhecimento e a ampliação de suas prerrogativas para que possam cumprir ainda melhor seu mister, constituindo uma AGU forte e independente, que atue em consonância com os anseios de seus associados e da sociedade. A revista GPS conversou com o presidente da ANAFE, Marcelino Rodrigues: Qual a importância da advocacia pública federal para a sociedade brasileira? Sua atuação é voltada para a defesa do Estado brasileiro. A AGU representa judicial e extra judicialmente os três Poderes da União. Então, se fazemos a defesa dos interesses públicos, logo, fazemos também a defesa dos interesses da sociedade composta por cidadãos contribuintes. De que maneira o cidadão contribuinte pode perceber essa atuação? Quando atuamos em diversas frentes, como na defesa do patrimônio público; da recuperação de ativos; do combate à sonegação; da execução de dívidas que tenham a União como credora, por exemplo. Podemos dividir essa atuação em dois momentos: o da prevenção e o da remediação. Ações preventivas no campo jurídico evitam “malfeitos” e práticas criminosas.

Nós fazemos consultorias, análises de licitações e de contratos, por exemplo. Já a remediação envolve ações como cobranças judiciais de recursos desviados, arrecadação de tributos sonegados, celebração de “acordos de leniência”, que é uma previsão nova, que veio na esteira da operação “Lava Jato” em parceria com a CGU, entre outras iniciativas. Existe alguma proposta da ANAFE para o novo Governo sobre racionalização do serviço público e otimização do trabalho dos servidores da AGU? Sim. Há um estudo que encomendamos à FGV de unificação das carreiras da AGU, que aponta para uma economia de mais de R$ 1 bilhão por ano. Apenas racionalizando e otimizando recursos no âmbito da própria AGU: enxugando estruturas como prédios, viaturas, material, carreira de apoio, diminuição de retrabalho e de “sombreamento” das atividades, além de um ganho de eficiência sem igual, que teríamos derivado de uma estrutura única. Como a ANAFE espera que o novo Governo valorize os membros da AGU? Garantindo mais independência técnica. Uma Advocacia Pública Federal forte tem que ter suas prerrogativas respeitadas. Um membro da AGU não pode sofrer influência política e nem retaliação por exercer suas prerrogativas funcionais. Além disso, defendemos uma regulamentação para que todo órgão público, ou ministério, mantenha um membro da AGU coordenando a consultoria jurídica. Hoje já é assim, mas isso ainda não é regulamentado. GPSLifetime « 131

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PRIMEIRO EMPREENDIMENTO LEED PLATINUM DO CENTRO OESTE É CERTIFICADO EM BRASÍLIA

RECONHECIMENTO SUSTENTÁVEL

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á anos o mundo já entende da importância do melhor uso dos recursos naturais e da busca do menor impacto ambiental causado pela interferência humana. Paulatinamente, surgem atitudes visando mais consciência coletiva quanto ao problema, que é de todos. O U.S. Green Building Council, por meio da sua Certificação LEED, realiza um importante trabalho de incentivo e motivação para que cada vez mais empreendimentos busquem seguir as determinações que resultem em qualidade no projeto, na execução e na operação de empreendimentos. O Centro Corporativo Portinari, em Brasília, recentemente tornou-se o primeiro empreendimento

certificado LEED Platinum do Centro-Oeste. “Para a região, que abriga um bioma sensível como o Cerrado e cujo clima tende a ser mais seco, receber esse importante certificado traz a certeza de que estamos no caminho certo para que a população jamais sofra com as terríveis consequências climáticas de um desequilíbrio ecológico. Representa um importante avanço ao desenvolvimento sustentável da indústria da construção civil de Brasília”, diz Leandro Miranda Alvares, engenheiro da Supera Engenharia, construtora do centro corporativo. E foram consideradas como diretrizes de sustentabilidade as seguintes premissas:

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TERRENO SUSTENTÁVEL Com o intuito de minimizar os impactos ambientais decorrentes da construção do edifício, diversos cuidados foram tomados durante as etapas de projeto e construção, como implementação de diversas estratégias para prevenir a saída de sedimentos e os impactos da construção; implementação de um sistema de lava bicas móvel; escolha do terreno para construção em área urbana consolidada, com pleno aproveitamento da infraestrutura local; disponibilização de bicicletário e vestiários; dentre outras.

ÁGUA A fim de reduzir o consumo de água potável do empreendimento, as seguintes determinações foram adotadas: instalação de torneiras e chuveiros com baixa vazão, bacias sanitárias à vácuo e mictórios com fechamento automático; emprego de espécies vegetais de baixo consumo e/ou adaptadas para o paisagismo, que demandam menor quantidade de água; captação e aproveitamento das águas pluviais para irrigação; implantação de um sistema de irrigação eficiente utilizando fonte de água não potável; consumo de água monitorado e controlado através de um sistema de automação predial. Com as estratégias descritas foi possível estabelecer uma redução de cerca de 49% no consumo de água potável em sanitários e de 100% no consumo de água potável no sistema de irrigação.

ENERGIA O Centro Corporativo Portinari foi concebido com foco no desempenho energético, projetado para diminuição da carga térmica do edifício; com sistema de gerenciamento de iluminação com lâmpadas LED de alta eficiência; e o consumo de energia é monitorado e controlado por intermédio de um sistema de automação predial; dentre outras medidas. Com as estratégias adotadas foi possível demonstrar que o projeto proposto alcançou economia de 36% no custo anual de energia em relação aos parâmetros de um modelo de referência (denominado “baseline”).

MATERIAIS E RECURSOS Dentre as diversas medidas previstas e implantadas no decorrer da obra destacam-se: previsão de um Depósito Central de Resíduos (recicláveis e não recicláveis) para facilitar a gestão de resíduos durante o uso e a operação do edifício; 76,35% dos resíduos gerados na construção foram desviados de aterro ou “bota-fora”, sendo encaminhados para reciclagem ou reaproveitamento;

priorização pela aquisição de materiais regionais, extraídos, beneficiados e manufaturados em um raio inferior a 800 km do empreendimento; dentre outros.

QUALIDADE DO AMBIENTE INTERNO O projeto adotou diversas estratégias para garantir a qualidade dos ambientes no decorrer da obra, como taxas de renovação de ar nos ambientes excedendo em 30% as vazões mínimas exigidas; redução dos impactos gerados pelas atividades geradoras de poeira e outras emissões, implementando um Plano de Gestão da Qualidade Interna do Ar; diminuição da quantidade de contaminantes no ar e nocivas à saúde dos colaboradores da obra e usuários com a aquisição de adesivos, selantes, tintas e revestimentos com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis no ambiente; dentre outros. Além dessas, as categorias Inovação em Projeto e Prioridade Regional foram criadas com o intuito de considerar as estratégias ambientais inovadoras adotadas na certificação e as particularidades da região onde o empreendimento está inserido. Para a bem-sucedida estratégia que culminou no reconhecimento que é a certificação LEED PLATINUM, a Supera Engenharia contou com parcerias primordiais e definitivas. Dentre elas, o Grupo Orion, que foi responsável pela implantação da solução completa de inteligência predial do Centro Corporativo Portinari, incluindo os sistemas de supervisão controle, gerenciamento de iluminação, detecção e Incêndio e sistema fotovoltaico. Outro parceiro foi a especialista no mercado de aluguel de grandes áreas em Brasília, a Iris Imóveis Corporativos, responsável pela comercialização e pela gestão da locação do Centro Corporativo Portinari. A Iris Imóveis desenvolveu todo o processo de planejamento e implantação do condomínio e oferece os serviços de Facility Management, que abrangem desde o dimensionamento de equipes e contratação de empresas terceirizadas até a gestão interdisciplinar das diversas atividades relacionadas ao funcionamento do edifício, tais como: manutenção predial, segurança patrimonial, limpeza e conservação, combate a incêndio, gestão sustentável do consumo de água e energia elétrica, descarte de lixo, gestão de processos administrativos e financeiros, entre outros. É uma empresa membro do Green Building Council Brasil desde 2014 e tem como prioridade a realização de práticas sustentáveis baseadas em três principais pilares: preservação do meio ambiente, conforto dos usuários e redução do custo de operação. Suas ações e atividades estão totalmente alinhadas com os propósitos do grupo, sendo parte da força que rege este movimento. GPSLifetime « 133

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ACADEMIA BRASILIENSE RECEBE PRÊMIO INTERNACIONAL POR GESTÃO EMPRESARIAL A FIT ONE FOI A ÚNICA BRASILEIRA PREMIADA NO LATIN AMERICAN QUALITY AWARDS 2018, REALIZADO EM NOVEMBRO, NO URUGUAI

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om apenas quatro anos de mercado, a academia de ginástica Fit One de Brasília acaba de ser premiada como uma das instituições de maior destaque na Gestão de Qualidade da América Latina. Os sócios da academia, Thiago Castro e Paulo Albuquerque, viajaram à Punta del Este, no Uruguai, em novembro, para receber o Latin American Quality Awards 2018 por sua gestão empresarial e compromisso com o modelo de excelência e desenvolvimento integral do corpo. A Fit One foi a única academia brasileira homenageada neste ano, na 12ª edição do Quality Festival, que contou com a participação de mais de 50 líderes. Para Thiago Castro, um dos sócios da academia, a premiação é motivadora. “Foi uma surpresa esse reconhecimento por um organismo internacional de tanto respaldo em tão pouco tempo de história”.

A Fit One Brasília tem uma história recente no Distrito Federal, mas já atua com duas unidades, uma no Jardim Botânico e a mais recente no Cruzeiro Novo. Ambas funcionam de segunda a sexta, das 6h às 23h; aos sábados de 8h às 16h; e aos domingos das 9h às 14h. Dentre as modalidades oferecidas estão o spinning, kangoo jumps, fit dance, boxe, pilates, localizada, zumba, jiu jitsu, funcional, alongamento, pole dance, muay thai, divas dance, stileto e ballet fit. “Vamos buscar ainda mais a excelência dos serviços e atender cada vez melhor os clientes”, promete Thiago. Paulo Albuquerque avalia que 2018 foi um ano de grandes mudanças. “Nos empenhamos para melhorar processos e estabelecer padrões rigorosos de qualidade. E o resultado foi esse. Estamos muito felizes e orgulhosos com esse reconhecimento”, diz. Os sócios participaram do evento no Uruguai ao lado de empresários do mundo inteiro. Dez especialistas internacionais realizaram conferências e mesas de discussão sobre novas tendências em liderança, talento humano, desenvolvimento sustentável, responsabilidade social empresarial, comunicação corporativa e marketing digital.

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A INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO 136 « GPSLifetime

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O MAKERSPACE FOI SÓ UM DE NOSSOS MOVIMENTOS NA BUSCA PELA INOVAÇÃO. TEMOS DIVERSOS EXEMPLOS DE SUCESSO QUE COMPROVAM ESSE NOSSO COMPROMISSO. TEMOS ORGULHO EM NOS RECONHECER COMO UMA INSTITUIÇÃO DE VANGUARDA.

POR LUCIA SANTOS Diretora Executiva

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asta olhar para o lado para perceber a marcante presença da tecnologia em nosso dia a dia. Os avanços tecnológicos, cada vez mais rápidos e impactantes, vêm transformando a maneira como vivemos já ao longo de muitos anos. A educação não ficou de fora. A forma como nos comunicamos, colaboramos e aprendemos mudou. Até nosso vocabulário tem se expandido para dar lugar a novas práticas: nativos digitais, habilidades do século XXI, geração Z, movimento maker etc. A educação no século XXI vem ganhando cada vez mais destaque nas falas dos estudiosos. Nela, os alunos tornam-se aptos a aprender de qualquer lugar, a qualquer momento, sobre qualquer tópico. Esses alunos têm agora, portanto, outro perfil – fato que precisa estar claro para as instituições de ensino. As escolas precisam entender que, se o comportamento de seus clientes mudou, para atender a essas novas e diferentes necessidades, será preciso também oferecer novos e diferentes produtos e serviços. Como a tecnologia influencia e até impulsiona essa mudança de comportamento de forma rápida e constante, os alunos estarão, por sua vez, constantemente exigindo que as escolas atendam a suas novas expectativas. E é aí que está a chave do sucesso: em encarar a mudança como algo natural. Estar sempre aberto à inovação não é mais uma qualidade de start-ups ou de empresas de tecnologia. Trata-se de um pré-requisito para o sucesso – comum a todos os negócios. É impossível atender às expectativas dos clientes, de forma sustentável, sem inovar.

Na Casa Thomas Jefferson, sempre buscamos fazer com que esse pensamento permeasse nossas decisões estratégicas. Em 2013, quando ouvimos pela primeira vez a palavra Makerspace, não tínhamos ideia do que se tratava, mas buscamos aprender, acreditamos no potencial e embarcamos no desafio de implantar a cultura maker em nossa instituição como um grande diferencial. A partir daí, grandes projetos pensados por grandes inovadores foram tomando forma e, juntos, fomos capazes de incorporar ao nosso portfólio de produtos e serviços, de maneira sistemática e orgânica, a cultura do fazer, a abordagem do campo STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e as habilidades necessárias para o século XXI. Hoje, não vemos como operar nosso negócio sem essas características. Muito pelo contrário, pudemos perceber que essas novas práticas favorecem a disseminação da inovação por toda a instituição. Os inovadores desejam ser desafiados e incentivados todos os dias e, para recrutar e reter esses talentos, precisamos instaurar a “cultura da inovação” em nossas instituições. Os grandes inovadores estão por toda parte e, em um ambiente como o Makerspace, eles encontram o espaço perfeito para fazer aflorar e executar suas ideias. O Makerspace foi só um de nossos movimentos na busca pela inovação. Temos diversos exemplos de sucesso que comprovam esse nosso compromisso. Temos orgulho em nos reconhecer como uma instituição de vanguarda. É nosso desejo continuar inspirando nossos alunos e a comunidade que nos cerca, sempre surpreendendo-os positivamente. Como diria Abraham Lincoln, “The best way to predict the future is to create it”. A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo. GPSLifetime « 137

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VOCÊ FAZ PARTE. VOCÊ FAZ ACONTECER. Você é parte fundamental para que esta noite aconteça. E seja plena, completa. E transforme vidas. A todos os que se engajaram e sonharam o nosso sonho, nossa eterna gratidão e agradecimento. Juntos, vamos fazer nascer milhares de sorrisos, criar e fortalecer uma rede de solidariedade que nunca mais vai parar de crescer. É esse o sentimento que melhor traduz esta noite: aproximar as pessoas e fazer a nossa parte na construção de um mundo melhor para todos e todas. Sem distinção.

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THAILA AYALA

ATIVISTA SOCIAL

VIDA ENTRE LOS ANGELES E SÃO PAULO PARA GRAVAÇÕES E TRÊS FILMES PARA ESTREAR EM 2019. A VIVACIDADE DA DESCENDÊNCIA ÁRABE INSTIGA UMA DAS ATRIZES MAIS ENGAJADAS DA ATUALIDADE POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS ANDRÉ NICOLAU

Produção Executiva: Karine Lima Fotos: André Nicolau Styling: Alexandre Dornellas Produção de Moda Gustavo Secundo e Rafael Cietto Beleza Henrique Azevedo Set: Hotel Palácio Tangará

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infância daquela menina-moleca em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, foi brincando na rua e fazendo aulas de teatro na escola. Mas nas horas vagas participava de gincanas da igreja e do colégio para angariar alimentos para os mais necessitados. “Eu ganhava praticamente todas as gincanas, porque eu não sossegava enquanto não arrecadava o máximo de itens”. O tempo passou e aquela garota ganhou o mundo. Deixou o interior aos 14 anos para ser modelo na cidade grande, tornou-se uma mulher bonita, atriz de cinema e televisão. E, além de emprestar seu corpo para seus personagens, ela atua como ativista social. “Acho incrível ter a oportunidade de usar minha imagem para algo que possa fazer o bem ao próximo”. Thaila Ayala se autodefine na biografia do Instagram – com 4,4 milhões de seguidores – como “atriz brasileira, ativista, feminista e espiritualista”. É daquelas pessoas com a energia boa e preocupada com o outro. Deu para sentir desde o primeiro contato, quando ela chegou para uma tarde exclusiva de fotos para a revista GPS|Lifetime na Grand Suíte São Paulo do Palácio Tangará, na capital paulista. Comemorava o sucesso de um leilão beneficente

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em prol do projeto Cidades Invisíveis, que organizou dias antes. “Foi lindo, fiquei feliz demais”. Já faz alguns anos que a atriz está envolvida com o projeto, que oferece capacitação e empoderamento em comunidades vulneráveis. Desta vez, organizou e produziu sozinha o leilão, realizado em São Paulo. “Acabei fazendo uma parceria com o Luiz Maluf, que é galerista, e as coisas fluíram. Foi incrível. Poderemos ajudar muitas pessoas com esses recursos”, disse. Thaila também realiza, há seis anos, um bazar. “Ganhamos muita coisa, temos tantas parcerias. Reuni os amigos e coloquei em prática”. O lado ativista e de atriz caminham, muitas vezes, juntos. “Por exemplo, já conhecia o projeto Milagre Sertão, e me interessei mais depois que eu fui gravar um filme no sertão. Um ano após rodar O Matador, eu construí com o dinheiro do bazar um poço artesiano na região em que a gente filmou”, contou. São inúmeras participações em ações sociais. “Nem todo mundo sabe. Eu acabo divulgando porque é uma forma de atrair mais atenção para essas causas e ter mais ajuda. Se cada um fizesse um pouco, poderíamos ter um mundo melhor”, acredita.

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Vestido Adriana Degreas, brincos AndrĂŠa Murad e anĂŠis Bruno Gioia

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Thaila é inteligente, bem-informada e mostra que não veio nessa vida só para realizar suas conquistas pessoais. Quer mais. Quer ajudar. Também se engaja em defesa dos animais, contra o trabalho escravo, contra o assédio. É feminista. “Vejo muitos equívocos quando uma mulher se diz feminista. Alguns dizem que é ‘mimimi’, que as mulheres querem ocupar o lugar dos homens. Acho bom explicar: não é ‘mimimi’, e ninguém quer ocupar o lugar de ninguém. Feminismo é a luta pela igualdade entre homens e mulheres, nada além disso. Eu atuo no meu dia a dia, com as minhas atitudes, quando posso falar sobre o assunto. Nós caminhamos alguns passos na sociedade, mas ainda temos muito o que evoluir”, afirma. Thaila é descolada. “Sou zero frescura”. É caxias, pontual e focada. E intensa. “Sou ariana”. Gosta de um bom papo. De calça jeans, camiseta e boina, ao movimentar os braços ao falar, deixa aparecer uma tatuagem no braço. Tem quantas? “São mais de 30”. A preferida? “A segunda que fiz, que é o nome da minha família toda em árabe: os nomes do meu pai, da minha mãe e das minhas irmãs. Essa continua sendo meu xodó”, confessa. Ela parece não ter deixado o jeito moleca para trás. “Vou desfilar no Carnaval”, contou, empolgada. Aos 32 anos, questionada sobre a vontade de ser mãe, responde logo de cara: “Quero adotar uma criança”. Mas também revela a vontade de engravidar. “Sou muito próxima da Sophie (Charlotte, atriz). Depois que vi o nascimento do Otto e essa relação dela com o filho, isso aflorou mais em mim. Mas não estipulo um prazo. Vai ser natural”, disse. Comemora um bom momento pessoal e profissional. Durante nosso shooting, foi surpreendida com um buquê de flores do ator Renato Góes, pelo aniversário de um ano de namoro completados naquele dia. E ainda teve uma blue box da Tiffany&Co. com um colar. “As coisas estão todas encaixadas e estou curtindo essa fase”, comemora. Da estreia na tevê, como a protagonista Marcela, em Malhação, em 2007, para hoje, muito amadurecimento. “Não cresci com nenhuma referência artística dentro de casa. Com nove anos, comecei no teatro na escola e me apaixonei pela arte, mas não tinha noção de que seria minha carreira. Quando criança, eu queria ser cantora. Era muito fã da Sandy, ela era uma inspiração. Só depois de Malhação que vi que seria minha profissão e fui em busca de me aperfeiçoar e aprender mais”, revela. E seguiu atrás de novas possibilidades, como cinema e séries. Há pouco mais de quatro anos, após a separação

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do ator Paulo Vilhena, embarcou para uma temporada nos Estados Unidos. Estudou na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), na escola Stella Adler, na escola Eric Morris. James Franco a convidou para uma participação no filme Zeroville, que estreia em 2019. “Fiz coaching com Margie Haber e Larry Moss. Decidi ter um agente, veio o filme Pica Pau, que eu protagonizei, e outros trabalhos. Quando eu vi, estava conciliando os projetos no exterior com os do Brasil”, lembra. Recentemente, foi vista nas telonas com o filme Coração de Cowboy. Para o ano que vem, a estreia de outros dois filmes – Hotel Delire e The Pretenders –, além de um para rodar, O Garoto. Atualmente, grava uma série para o Netflix, Coisa mais linda, que se passa no final de década de 1950 e fala sobre o universo feminino. “Tenho muito trabalho para o ano que vem”, brinca. “Devo retornar aos Estados Unidos no começo de 2019, quando as emissoras apostam nos pilotos de séries e escolhem elenco”, acrescenta. Dividindo-se desde então entre o Brasil e os Estados Unidos, é na sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro, que se reenergiza. “Amo o meu quintal, que é algo que gosto de cultivar e deixar bonito. Tenho um pé de manga, um pé de limão e uma horta, pela qual sou apaixonada”, conta. Outra paixão? Pilotar sua moto. Ativismo social, trabalhos como modelo, eventos, sets de gravação. Ela não para. Suas atividades podem ser acompanhada em sua conta no Instagram: é super conectada e sempre com celular na mão. “Acho que as redes sociais nos possibilitam uma troca muito legal com o público. É um canal direto que o fã tem com você. Contudo, precisamos ficar atentos para não nos afastar daqueles que estão próximos. Tenho essa preocupação de encontrar as pessoas que eu gosto, de tomar um café, bater papo olho no olho”, conta. A moça bonita de cabelos escuros chama atenção. Suas madeixas conquistaram a Kérastase e ela tornou-se embaixadora da marca. O corpo esguio tem sido mantido com alimentação, já que por conta de uma recente cirurgia de hérnia está proibida de praticar atividades físicas. Mas ela confessa sua tentação: fast food. Aos poucos, fomos descobrindo mais sobre suas paixões. “Amo comer”, disse, às gargalhadas. Coleções de história em quadrinhos, boneco bobble head, ímãs de geladeira e canecas. Viajar e conhecer novos lugares. Boa de papo, Thaila é uma mulher de paixões. No dicionário, paixão significa: “sensibilidade, calor, emoção, vida”. Assim é essa mulher: linda, talentosa, do bem, divertida e boa companhia. Definitivamente, de se apaixonar.

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Body Adriana Degreas, vestido Frou Frou Brechรณ, brincos Miranda Castro e anel Andrea Murad

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Jardineira Cotton Project, top Água de Coco, joias Tiffany & Co., bolsa e tênis Louis Vuitton

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Lenรงo Cotton Project, hot pants Christian Dior, botas Fendi e joias Grifith

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ATITUDE

Alexander McQueen Stella McCartney

Balenciaga

SUPREMO ESCAPISMO Poiret

John Galliano

Ellie Saab Miu Miu

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Hermes

Gucci Balmain

Chloé Isabel Marant

Saint Laurent

Loewe

Off- White

Celine

Christian Dior

Valentino

Por tradição, Milão traz um classicismo que lhe garante o DNA em excelência de produto. Muitas vezes nem tão conceitual, mas divinamente construído. Algo como: sempre o mesmo, mas sempre diferente. As fabricações hiperluxuosas numa inteligente mistura da estética menino e menina. Como referência sazonal, segue a ode aos anos 80 e 90, indumentadas em construções como o oversized, a liberdade das cores, os efeitos sensoriais das estampas e a equilibrada arquitetura da roupa. A fluidez valorosa que este tempo pede. (Paula Santana) GPSLifetime « 151

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ESSENTIAL POR FLAY LEITE

contato@flayleite.com.br – Instagram: @flayleite

MIX AND MATCH Além de chapéu, bolsa de palha e biquíni ou maiô, adicione o item colar no look beachwear. Para colocar o bronze em dia, as influencers aderiram à tendência da cascata de colares. Chockers, body chains e correntes com medalhas são os acessórios da vez no pescoço de Bella Hadid, Hailey Baldwin e Izabel Goulart. Uma ótima forma de aproveitar a trend é optar por colares de tamanhos e materiais diferentes para dar destaque, especialmente, à região do decote. Puro charme. Mas, se você tem receio de ousar na praia, prefira acessórios básicos, sem adornos, finos e de preferência da mesma cor: dourado, prata ou cobre. De veia norteamericana, a grife Jacquie Aiche é a queridinha no quesito cascata de colares. A label criou uma coleção de joias em que mistura vários modelos do acessório. De pedras como turquesa a pingentes de cristais, a linha inspirada na vibe boemia traz combinações multicoloridas em diversas formas. www.jacquieaiche.com

JACQUES MARIE

MAGE

imos da grife se tornaram sinôn o çã di tra e ro o lux Com apenas quat Exclusividade, ie Mage (JMM). ar M s e, ue ag cq M Ja e s de óculo a por Jerom a etiqueta fundad nador. anos de atuação, desejo de colecio de s rio só es ac ia cr , limitadas. A label em Los Angeles ltado de edições su re é para de da ivi Total selet de cada modelo ia 400 unidades éd s, de m na em ini m na fe cio ou confec masculinas jam Se o. os ob gl o his detalhes tóric vender em todo óculos combinam de s as ha nt lin po as as , , lar grau ou so . Para se ter ideia trema qualidade titânio, e materiais de ex o e metais, como at et o feitas em ac tagem sã s on ra m po na m e tê ec s da também apar cia lên ce área, ex A da . ze os res artesã ouro e bron ssam pelos melho pa so, e cio qu inu s, m rio o só lh dos aces fim do traba Ao . lia Itá na e o ica pã a ún residentes no Ja Mage, com palet de Jacques Marie as ric ét om ge as surgem as peças rm cores ricas e fo s, so io entos ec im pr ov s m iai a de mater referência s detalhes fazem O . es nt na . sio es ue impr lle Époq a Art Déco a La Be artísticos desde ge.com

www.jacquesmariema

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À PROVA DE SOL E MAR Verão à vista. Época de férias, calor, sol, piscina e, claro, praia. Mas quem precisa de ajuda para se adaptar à estação são os cabelos, que ficam fragilizados com os resíduos de sais e minerais da água do mar. Para impedir a sensibilidade dos fios, algumas hair labels desenvolveram produtos que protegem a fibra capilar de danos estruturais. Produzido com a intenção de revigorar a saúde e a beleza das madeixas após um mergulho no mar, o óleo protetor solar da Keune, Care Sun Shield Oil, tem um filtro que preserva o cabelo da ação da salinidade, por ser resistente à água, função que evita o ressecamento. Além disso, o produto não deixa que os fios loiros fiquem com a cor esverdeada depois do contato com a água salgada. Para melhor eficácia, aplique a fórmula 30 minutos antes de cair na água. A composição ainda protege os cabelos da radiação UVA e UVB. www.keune.com/br/

TRÈS CHIC Sol no rosto, pé na areia e um banho de mar traduzem a essência da estação mais quente do ano. Para compor o look veranil, a Chanel já deu a letra: a tendência fashion para aproveitar os hotspots durante as férias será a alta-costura. A sofisticação das peças feitas sob medida para eventos de black tie promete trazer bossa aos beachwear outfits. Além da trama aberta, tecidos clássicos como tweed surgiram desconstruídos na passarela da etiqueta francesa em túnicas e saídas de praia.

www.chanel.com/pt_BR

NEW NUDE PALETTE

Beauty addicts preprarem a wishlist. A novidade da vez é a New Nude Palette, da Huda Beauty. Composto por tons frios e quentes, o estojo versátil reinventa o nude e inspira a criar infinitas possibilidades de make, seja para o dia ou à noite. A paleta inclui 18 tonalidades altamente pigmentadas que trazem o acabamento matte, perolado ou com glitter. Um diferencial? O tom Concealed funciona como corretivo, além de potencializar a textura e a cor das outras sombras. O produto, no entanto, ainda não está à venda no Brasil. Lá fora, custa USD 65. www.hudabeauty.com

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Giorgio Armani

Prada

Alberta Ferretti

Fendi

Versace

Etro

FASHION ETHIC Por tradição, Milão traz um classicismo que lhe garante o DNA em excelência de produto. Muitas vezes nem tão conceitual, mas divinamente construído. Algo como: sempre o mesmo, mas sempre diferente. As fabricações hiperluxuosas numa inteligente mistura da estética menino e menina. Como referência sazonal, segue a ode aos anos 80 e 90, indumentadas em construções como o oversized, a liberdade das cores, os efeitos sensoriais das estampas e a equilibrada arquitetura da roupa. A fluidez valorosa que este tempo pede. (Paula Santana)

Missoni

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MaurícioMoreira_Anúncio.pdf

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TETÊ COM ESTILO POR MARIA THEREZA LAUDARES mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares

UMA HISTÓRIA CHAMADA

BIRKENSTOCK

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onforto – uma palavra que traduz tantas sensações. Foi com o foco nela que iniciei minha pesquisa sobre calçados e cheguei à sandália de origem alemã, Birkenstock. Ao invadir o mundo Birkenstock, descobri que conforto para essa marca vai além de uma palavra de ordem, é a interpretação de um estado de espírito que envolve alegria, saúde e bem-estar. A origem nasce no século XVIII, época de Maria Antonieta, com Johann Adam Birkens-

tock. Um artesão sapateiro alemão que acreditava que não só o corpo merecia uma cama para descansar, mas os pés também. E lá se vão mais de 240 anos de empresa! Foi Konrad Birkenstock, tataraneto de Johann, que em 1896 inovou ao criar a palmilha flexível, que faria a história de seu produto chegar aos nossos dias. Nascia assim a “fussbett”, cama para os pés, uma palmilha inspirada no con-

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forto que sentimos quando apoiamos os pés na areia. A ideia desenvolveu-se em uma palmilha flexível, de apoio anatômico, que assegura o caminhar, ou seja, a forma que acompanha a função. Foi nos anos de 1960 que Carl Birkenstock, usando um forno em sua casa, experimentou a criação do modelo que conhecemos hoje como o tradicional da marca. O primeiro protótipo trazia a palmilha confortável de seus antepassados, com uma mistura de cortiça, juta, e látex, ajustada aos pés por tiras de couro. Assim, em 1963, nascia a sandália Madrid, até hoje uma das mais vendidas da marca, que conta com um portfólio de mais de 800 modelos exclusivos. As sandálias Birkenstock e sua emblemática palmilha têm diversos benefícios ortopédicos que promovem a saúde dos pés, como suporte para os dedos – que incentiva a força natural dos pés, exercita as pernas e estimula a circulação – e divisão em quatro arcos, que garantem o peso distribuído uniformemente e boa postura. A sola antiderrapante, levemente tratorada, garante excelente tração e bom amortecimento em todas as superfícies. Conhecidas por sua durabilidade, a marca ganha clientes fiéis.

VEGANA + ANIMAL FRIENDLY Consumir somente alimentos à base de plantas é uma escolha que está se tornando cada vez mais popular hoje em dia, especialmente entre os jovens. Com isso, a demanda por moda sem componentes de animais também está crescendo. Atualmente, um quinto das sandálias Birkenstock são fabricados sem componentes animais. Em 2018, a empresa recebeu o prêmio Peta2 Libby “Empresa de Calçados Mais Vegan-Friendly 2017”. Birkenstock www.birkenstock.com.br @birkenstock | @birkenstockbr Av. Brig. Faria Lima, 2232 – Piso Térreo, São Paulo, SP Av. Afranio de Melo Franco, 290 – Segundo Piso, Rio de Janeiro, RJ

COLLABS! + EDIÇÕES LIMITADAS Colaborações e edições limitadas estão cada vez mais presentes no mundo da moda. A Birkenstock fez dessa tendência uma realidade ao lançar uma versão exclusiva de sua mais famosa sandália, Arizona, assinada pelo joalheiro suíço Patrik Muff. O modelo de inspiração náutica trouxe como principal diferencial fivelas feitas artesanalmente em prata de lei. Outro exemplo foi a colaboração com Rick Owens durante Semana de Moda Masculina de Paris, quando o estilista redesenhou a sandália cult de velcro ROTTERDAM.

UNISSEX

Longe de ser um produto que prefere um cliente ao outro, a proposta é incluir toda a família em linhas que vão da numeração infantil àquelas maiores. Não é à toa que, mundialmente, a Birkenstock vende cerca de 25 milhões de pares de sapatos a cada ano. O Birkenstock Group está sediado em Neustadt, no coração da Floresta Negra, uma região da Alemanha onde a natureza preservada dá ares ao romantismo. No Brasil, a loja do shopping Iguatemi São Paulo foi a primeira de operação própria nas Américas, seguida da loja no Rio de Janeiro. Segundo as pesquisas, os modelos queridinhos do público brasileiro são: Arizona (de duas tiras largas), Madrid (de tira única afivelada) e Mayari (de tiras cruzadas), que também são apresentados em versões 100% livres de qualquer material de origem animal. A cada pesquisa descubro um mundo novo por trás de um produto de moda. E me encanta conhecer a história. Assim termino minha pesquisa já pensando no verão e inspirada pela Birkenstock, com aquela sensação de “pé na areia”! GPSLifetime « 157

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ATITUDE

LOVELY GIRL Os vestidos das princesas imperam, mas não estão sozinhos nesse altar. Empoderadas, as noivas querem viver o seu sonho, ao seu modo, em seu estilo. Isso abre um véu de possibilidades para bridal designers. Essa última temporada dedicou-se especialmente a evidenciar tal revolução. As formas limpas, seguindo o corte da alfaiataria, têm aquele ar de anos 90 e agradam as minimalistas. Não há espaço para bordados ou aplicações de origem alguma.Na estética simples, cabe um generoso decote V, transparência e até gola alta. Não se surpreenda se a noiva entrar de macacão, saia e cropped ou até mesmo vestindo calça e camisa. Sempre branco para não impactar tanto. No mais, os véus podem ser substituídos por capas fartas, há flores em 3D, como se escapassem do vestido. E também o corpete ficou ousado e agora é corselete com todas as barbatanas à mostra. Quer mais? Vestidos metalizados, com brilho de ponta à ponta. (Paula Santana)

Giambattista Valli

Giambattista Valli

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FOTO - RAPHA MILAGRES, CABELO E MAQUIAGEM - RICARDO MAIA, VESTIDO - AMANDA GUERRA, JÓIA - DORA THIAGO


ENTRE NÓS POR PATRICIA JUSTINO

pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovaz

ISTRICT

AESOP DESIGN D

vo Cedroni, da Corullon e Gusta Os sócios Martin Associados, Metro Arquitetos empresa brasileira to super oje pr éricas com um debutaram nas Am ra cuidados pa os ut od da loja de pr cool: a conceitua District, onde, no Miami Design do corpo, Aesop, a das regiões em, tornou-se um diga-se de passag a tantas idéias eio m de Miami. Em es nt sa es er int ais m ao exaltar um etro se sobressaiu geniais por ali, a M brasileira e as dição modernista vínculo entre a tra indro e o círculo, cil o as puras, como ric ét om ge as rm fo co e recorrentes movimento Art Dé muito usadas no tada nesse projeto al (inclusive, foi ve na arquitetura loc nasceu com a loj as agudas). A a rm fo de ão aç iliz a ut ra leve e clean, mitir essa atmosfe intenção de trans branco, a quase cores próximas ao seja pela paleta de s formatos no o obiliário ou mesm inexistência de m tal qual toda ... ue iq ch , tudo muito simples, orgânicos ada lá. a linha comercializ

MUNDO SEM FRONTEIRAS Uma das mais incríveis experiências imersivas está sendo proposta, pelo MORI Building Digital Art Museum em Tóquio, no Japão. Trata-se das instalações criadas para o TeamLab, um grupo de obras de arte digitais que nasceram para tornar o mundo sensorialmente sem fronteiras. Através de recursos tecnológicos modernos, os visitantes entram em galerias onde as obras de arte se conectam, influenciam e se relacionam com as pessoas, além de se comunicarem com outras obras e, às vezes, até se misturam umas com as outras. O mais incrível é que as obras se modificam de acordo com a presença das pessoas. Está pronto para viver essa experiência? Já comece a reservar com antecedência! www.ticket.teamlab.art

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A MODA QUE FAZ BEM

LE COUCOU

ots de os melhores hotsp Sempre abrigando francês o z ve a ss rebece de Nova York, o Soho lista dos inclusive, está na Le Coucou, que, . Sob o do urantes do mun 50 melhores resta dicou seis de e qu , se Daniel Ro comando do chef construção o pela França na anos peregrinand onômicos, str nhecimentos ga da sua base de co hen Starr, ep St r o restaurateu m co ria rce pa em lo seu Pétit bém é famoso pe o Le Coucou tam linda e mundo de gente Bar, que atrai um gustar drinks de é ritual habitué o , Lá a. ad ol sc de espera para ivos enquanto se deliciosos e criat l e tradicional de um impecáve desfrutar à mesa o foie gras ov o deixe de pr ar a la serviço francês. Nã es ch Pê a es de sobrem s da vida! meatball e pedir re ho el m s da a ente um creme, simplesm m

Ávida por viagens exóticas e com um DNA muito forte voltado a ajudar pessoas, a empresária carioca Márcia Kemp sentiu um forte desejo de compartilhar a beleza dos artesanatos singulares que admirava entre os povos pelo mundo. Diante de tantos talentos catalogados e o seu lado empreendedor à tona, criou a marca Nannacay, que significa irmandade de mulheres. Ela ajuda pessoas a desenvolverem os seus potenciais criativos, servindo de ponte entre povos que precisam de ajuda e pessoas que queiram trabalhar. Sua primeira coleção foi uma linha de produtos de uma comunidade peruana. A marca possui uma espécie de studiostore no Rio de janeiro, faz vendas online e espalhada pelo mundo está em pontos de vendas importantes, como a Bergdorf Goodman, Lane Crawford, Moda Operandi e Net a Porter, entre outros. www.nannacay.com

OS ÓCULOS DA VEZ

Não basta mais trocar de roupas, as pessoas querem trocar também os sapatos, as joias e, principalmente, s.co ant os óculos! Cada vez mais eles vêm aur est lecoucou.info@starr-r diferenciados e irreverentes. Produtores de moda já dizem até que eles são “a cereja do bolo” na composição dos looks. As influencers, então, possuem coleções gigantescas. Uma febre! E qual o modelo da vez? A sensação do verão europeu e que ainda vai continuar por um bom tempo são os de máxi lentes, estilo esportivo, quase que uma máscara de esqui! Os entendidos dizem que o ideal é que as lentes sejam transparentes, coloridas ou bicolores, o que traz A marca britânica Escentric Molecules chegou mais leveza, já que eles são enormes e ocupam grande parte recentemente ao Brasil distribuída pela empresa Espírito do rosto. Parece esquisito? Relaxe, você ainda vai ter um! Bird. Seus perfumes atendem ao mercado de luxo e se revelam de forma única em cada pele, com fragrâncias que agem como feromônio, produzindo um efeito sexy e atrativo. A inusitada proposta da grife é personalizar os cheiros usando uma combinação de dois ou mais perfumes. Todos eles se harmonizam e, juntos, causam um efeito ainda mais surpreendente. A Escentric Molecules também é a queridinha de famosos como Consuelo Blocker, Elton John, Marco Antonio de Biaggi, Kate Moss e, inclusive, era a favorita de Amy Whinehouse. Em Brasília, à venda na Q.U.A.D.R.A Concept Store e nas melhores multimarcas mundiais.

ALTA PERFUMARIA

www.espiritobird.com

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MASCULINO

HOMEM DE CONFIANÇA

Mixed - R$ 1.230

Uma mistura sensacional. Inclusiva. Prevalecendo a harmonia estética, pode usar, sim. Por que, não? Sem amarras. Neste homem confortável com a moda, há passeios nostálgicos pelo tempo, há uma enorme convergência com as cores. Tem um clima de excitação e tendências encontradas. Existe um homem power flower, sombrio, intenso, fresh e certamente curtindo e exalando por meio da roupa o seu grande espetáculo. (Paula Santana)

Mixed - R$ 1.230 Mixed - R$ 1.230 Mixed - R$ 1.230

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CONCEITO Chanel - preço sob consulta McQ para Go Eyewear - R$ 950

Marni

ESTAMOS DE OLHO

Gucci - R$ 5.600

Curte óculos? Então prepare-se para tantas opções desejosas. Queridinhos, os minióculos têm ar futurista e aceitam qualquer formato. Se preferir as versões enormes, então a pegada é hippie chic. Lentes coloridas também voltaram em reverência ao clubber noventista. Dos clássicos, mantiveram-se nas faces influentes o Top Bar e o Wayfarer… o selo cool dos despojados. (Paula Santana)

Givenchy - R$ 1.560

Salvatore Ferragamo - R$ 1.100

Stella Mccartney - R$ 1.200 Dvf - R$ 720

Chloé - R$ 1.990

Dolce & Gabbana R$ 2.550

Alexander McQueen para GO Eyewear R$ 2.300 Saint Laurent para Go Eyewear - R$ 2.000

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DIGITAL

PARA CONECTAR-SE COM A DIGITAL GERAÇÃO Z, O MERCADO DE VANGUARDA INVESTE EM INFLUENCIADORAS ORIUNDAS DE COMPUTAÇÃO GRÁFICA. ELAS INFLUENCIAM DE VERDADE POR THEODORA ZACCARA

REAL E SURREAL N

oonoouri. Dezenove anos, radicada em Paris, grandes olhos castanhos e cabelos escuros. Na segunda-feira, estrela a campanha da label britânica Tom Ford. Na terça, senta na primeira fila da semana de moda de Milão, Londres ou Paris. Na quarta, desfruta de um bom café lado a lado com Carine Roitfeld, titã do mercado editorial francês. Chega o final de semana, “causa” em cliques com Bruna Marquezine, do Gala Diamond Ball, na Big Apple. Quem faz fama dentro do universo digital, vez ou outra, alcança status de Midas da Internet: tudo que toca vira ouro. Noonoouri integra essa lista de personalidades, mas retém um diferencial: apagadas as luzes e desligado o Wi-Fi, a jovem não existe. Projetada pelo designer ale-

mão Joergz Zuber, a influenciadora é uma personagem criada a partir de avançados programas de computação gráfica e integra um cenário em expansão no meio on-line. Trata-se dos “fake influencers”, jovens movimentando as redes sociais, mas que não existem além das telas de celular. Esses empresários do futuro são imateriais e amorfos, mas geram resultados para lá de palpáveis. Contratada pela KKW Beauty, marca de cosméticos de Kim Kardashian, Noonoouri e seu Instagram de sucesso @ noonoouri cultivam um relacionamento com diversas casas do mercado de luxo, e revertem em lucro a forte presença on-line. E que presença. Além de fotos, vídeos e Insta Stories, a personagem também concede entrevistas e participa de cliques ao lado de celebridades – as modelos Candice

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Swanepoel e Bella Hadid já dividiram o “carão» com a instagrammer de 181 mil seguidores. Na visão de Zuber, as gerações mais novas estavam desmotivadas a aprender sobre o que existe além da logo, sobre a história e herança das grandes casas da moda. O projeto Noonoouri nasceu para difundir a cultura de luxo de uma maneira divertida e lúdica, formatado em cima dos três fatores que ele considera “o segredo do sucesso”: fofura, um espírito curioso e looks da mais alta costura. Hoje, nomes como Miquela, Shudu, e Blowko também fazem parte do time de personas digitais que merecem atenção.

@LilMiquela

1,5 milhão seguidores

Autonomeada robô, com muito orgulho, Miquela possui não apenas uma forte assinatura fashion, mas também goza de uma carreira bem-sucedida no meio musical. O hit Hate Me, produzido em parceria com o artista Baauer, já alcança mais de 800 mil visualizações no YouTube. No Spotify, cerca de 159 mil ouvintes mensais acompanham a jovem de 19 anos, seguida por titãs como a maquiadora Pat McGrath, a modelo Suki Waterhouse e o cantor Blackbear. Não bastasse o frisson midiático, a instagrammer cheia de humor também demonstra interesse ativista, envolvendo-se em causas políticas, como a recente movimentação de voto para as eleições americanas. Na moda, prefere a estética extravagante noventista, com conjuntos estampados e muitas referências esportivas. O cabelo, preso no estilo Princesa Leia, é marca registrada, mas vez ou outra a influencer brinca com perucas coloridas em tons de azul, verde e rosa. Minióculos e chapéus bucket completam o visual trendy.

@Blawko22

134 mil seguidores

Menos reconhecidos que as concorrentes femininas, os influenciadores masculinos não detém de tanto espaço e representatividade na rede quanto as mulheres. Dando voz a esse time, o Youtuber não hesita na hora de soltar o verbo, e expressa fortes opiniões sobre assuntos como política, sexo, moda e cultura pop. Com tatuagens no rosto e atitude irreverente, Blawko soma mais de dois mil inscritos na rede social de streaming. A personalidade ácida do influenciador rende boas “alfinetadas” em outras personas robóticas do meio. Inclusive, Blawko protagoniza vez ou outra uma troca de flertes com Miquela.

@Shudu.Gram

151 mil seguidores

“The World´s First Digital Supermodel”. Em bom português, “A Primeira Supermodelo Digital do Mundo”. É assim que Shudu se apresenta na Bio do Instagram. Com apenas 38 posts e mais de 150 mil seguidores na rede, a top negra foi desenvolvida a partir de beldades como Iman e Naomi Campbell, que inspiraram seus traços e comportamento. A modelo virtual é criação do designer Cameron-James Wilson, fotógrafo de moda que, em meio a um limbo criativo, deu início à projeção da jovem em 2017. A imagem ultrarrealista impressiona. O problema apareceu quando empresas como Fenty Beauty e Nylon mostraram interesse na modelo. O debate então se alastrou: porque não contratar profissionais negras reais, tão negligenciadas nesse meio? Para tal, Wilson retrucou: a proposta de Shudu não é usurpar modelos de carne e osso. Ela é uma expressão criativa feita em nome da arte e da beleza. O sucesso da uber rendeu duas “irmãs” desenvolvidas também por Cameron-James, Galaxia (@galaxia.gram), uma modelo alienígena de aparência aquática e pele azul, e Brenn (@brenn.gram), do segmento plus size. GPSLifetime « 165

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INFANTIL

e m I MIN ELES SEQUER UTILIZAM REDES SOCIAIS, MAS SÃO CELEBRIDADES DENTRO DELAS DESCONHECENDO TAL DIMENSÃO. FILHOS DE PAIS FAMOSOS OU FASHIONISTAS, ESSAS PEQUENAS CRIATURAS MOVIMENTAM MILHÕES COM GRANDES MARCAS POR ENAILE NUNES

F

alar de moda é falar sempre de reinvenção. Nos anos 60 e 70, ela refletia os aspectos de uma época tomada por fortes ondas políticas e culturais, como os movimentos hippie e feminista. A partir dos anos 80, a moda começou a dividir o mundo por tribos, que se manifestavam visualmente de acordo com o estilo que cada um se identificava. Em todos esses anos, o mundo fashion era assunto de adulto. Apenas os maiores de idade podiam usar a

roupa como forma de expressão. Foi a partir dos anos 90 que as grandes marcas começaram a designar espaços em suas coleções para as crianças, já de olho nessa fatia de público que é dotada de muita personalidade. Marcas como Dior e Gucci fazem campanhas direcionadas aos pequenos há um bom tempo. A Dolce & Gabbana possui em sua coleção atual uma linha destinada a pais e filhos, mostrando que ser fashion e estar em família é mais do que possível.

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Antigamente, a relação das crianças com a moda se dava por influência dos pais, que nasceram em gerações que valorizavam o consumo e, por essa razão, também queriam produtos de luxo para seus filhos. Com o passar do tempo e crianças cada vez mais conectadas, elas mesmas se tornaram consumidoras. Elas não querem mais ser um reflexo do que os pais vestem, mostram ter gostos bem definidos e buscam inspirações em artistas que acompanham pelas redes sociais. North West é um exemplo. A primogênita do casal Kim Kardashian e Kanye West, de cinco anos, é uma das mais populares fashionistas mirins da atualidade. Os looks que a pequena usava para ir ao ballet ou sair com os pais foram copiados mundo afora. Esse sucesso lhe possibilitou participar de sua primeira campanha publicitária: Ao lado da mãe e da avó, Kris Jenner, Nor-

th foi o centro das atenções na homenagem de dez anos da Peekaboo, bolsa icônica da Fendi. Esse caminho não é muito diferente para Blue IvyCarter, filha do casal mais importante do showbiz: Jay-Z e Beyoncé. Mãe e filha adoram combinar as roupas que vestem, e os cliques das duas rendem. A pequena também é presença garantida ao lado dos pais nas premiações musicais, e chama a atenção tanto pela espontaneidade quanto pelos figurinos. O terninho pink Gucci e o vestido dourado Mischka Aoki são alguns dos modelitos de alta-costura que ela já desfilou. Mesmo sem possuírem qualquer acesso às redes sociais que não seja por meio dos pais, North e Blue Ivy possuem um poder de influência muito grande com o público infantil. Isso se deve ao séquito de fãs dos seus pais, que, naturalmente, também se interessam pelas vidas das pequenas. Mas se engana quem pensa que apenas os filhos de celebridades hollywoodianas fazem sucesso com suas roupas. A força e o alcance das redes sociais são cada dia mais evidentes, e isso possibilitou que mamães apaixonadas pelo universo fashion pudessem vestir, fotografar seus filhos e expô-los na internet de maneira bem lúdica, atraindo o sucesso. Uma fashionista das redes sociais é a japonesa Coco Hamamatsu, de oito anos, mais conhecida como Coco Princess (@coco_pinkprincess). Sua mãe é dona de um brechó e, apaixonada por moda, começou a vestir e fotografar a filha, que hoje já acumula um total de 680 mil seguidores no instagram que admiram seu estilo, uma mistura de streetwear e marcas de luxo. Com proposta mais girlie e delicada, a albanesa Laerta Lil (@fashion_ laerta) também fez fama no instagram. Embora só tenha sete anos de idade, ela faz sucesso como gente grande: seus seguidores ultrapassam um milhão de pessoas. GPSLifetime « 167

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MERCADO

O ÉDEN DA BELEZA SEPHORA MANTÉM SUA A ESTREITA RELAÇÃO COM PÚBLICO. APROXIMOU CLIENTE E PRODUTO. E AGORA CRIOU PLATAFORMA ONDE SEGUIDORES EXPERIMENTAM O PRODUTO VIRTUALMENTE. SIMONE SANCHO COMANDA A OPERAÇÃO NO BRASIL POR THEODORA ZACCARA

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zul, roxo, verde, marrom, amarelo, vermelho, rosa, todas as cores gritam. Duas prevalecem: preto e branco. “Nenhum cliente sai de nossas lojas sem ao menos uma sacolinha listrada”, é o modus-operandi da casa. Em Paris, Tokyo, Brasília, Nova York, Dubai, Hamburgo, Cidade do México, experiência é tudo. Tocar, cheirar, sentir o produto. Passar a base no rosto, cobrir as pálpebras de sombra, colorir os lábios com batom – e torcer para ganhar um bom brinde no final da compra. Criada em 1969, em Paris, a Sephora foi um marco revolucionário do mercado de beleza, que na época separava consumidor e mercadoria por meio de corredores de prateleiras e vitrines, dificultando o alcance. Os vendedores comissionados “empurravam” os cosméticos de forma agressiva, e defraudavam o consumidor de qualquer liberdade em seu momento de compra. A grande sacada do grupo? Aproximar o cliente do produto final, incentivando o toque e a curiosidade. Sem restrições. Sem impedimentos. Sem regras. De lá para cá, muito mudou. A internet entrou na jogada como mais uma variável dessa equação mercadológica, e mudou, mais uma vez, a maneira como mulheres – e homens – compram maquiagem. “A mulher brasileira que navega em nossas plataformas é uma cliente exigente”, conta Simone Sancho, membra da família Sephora desde 2014. Ela é uma das mentes responsáveis pelo programa de fidelidade da marca no Brasil, estudando o comportamento do consumidor brasileiro e as diferentes relações que ele cultiva com as várias categorias de beleza da label. Do alto de seu título de Executiva de Digital Marketing e CRM da marca, a profissional explica que o maior atrativo da Sephora, on ou off line, é vender um sonho, transformando a maquiagem em brincadeira de criança.

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“Maquiagem não é obrigação ou necessidade, trata-se de diversão e indulgência. As clientes buscam entender mais sobre e como utilizá-la, mas, acima de tudo, sentem-se na Disney da beleza.” Essa curiosidade lúdica e sede de novidade tem nome dentro do grupo Sephora: Beauty Power Turn It On, um conceito criado para explicar o livre arbítrio conquistado no Éden da beleza. ”É essa liberdade de decidir o que te faz sentir bem, o que é beleza para cada um e o que te faz feliz.” E a brincadeira tem lugar na world wide web. Com ferramentas tecnológicas, como o Virtual Make Up Artist e o Beauty Board, a Sephora Online concilia internet e realidade. “O Virtual Make Up Artist permite que a cliente ‘experimente’ os produtos, e veja como eles ficam em sua própria pele através do vídeo real time. Os produtos são aplicados virtualmente”. Já o Beauty Board, novidade da casa francesa, funciona como um híbrido de rede social e plataforma de comércio. Lá, usuários podem compartilhar comentários e postar fotos de produções. Essas opiniões se tornam informações humanizadas, que o consumidor pode acessar e ponderar na hora da compra. “No ambiente digital, a amostragem é muito maior, proporcionando ao cliente a possibilidade de experimentar através das amostras, tanto de maquiagem quanto de skincare”, relata. A afirmativa é verdadeira, principalmente se forem analisados casos como as marcas Kylie Cosmetics e Fenty Beauty, que cresceram graças a generosos likes e follows. A grife da Kardashian caçula, na fase de estreia, bateu a marca de USD 400 milhões em faturamento num espaço de 18 meses – número que grifes tradicionais demoram cerca de dez anos para alcançar. O poder de influência de Rihanna e Kylie Jenner tem parte nesse sucesso. “Somos influenciados diariamente não só pelo conteúdo de grandes influencers e celebridades, mas também pelo material distribuído por microinfluenciadores, amigos e familiares,” conta Sancho.

Mas essa cachoeira de possibilidades é uma faca de dois gumes. Se, de um lado, o consumidor tem acesso às informações, o que o impede de fechar a tela e digitar o endereço eletrônico do concorrente? “O ambiente online é bem mais agressivo que o off-line. No virtual, o consumidor está sempre a um click de distância de qualquer player”, entrega Simone. Toda essa tecnologia e avanço não poderiam passar pela cabeça notóde Cleópatra, uma das mais notó rias – e pioneiras – make up gurus da história, enquanto aplicava seu kajal negro ao redor dos olhos. Mas para Simone, é uma realidade que está a poucos ““likes” de disSetância. “A operação global da Se phora sempre esteve à frente dos competidores no quesito inovação e ferramentas”, conclui.

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COR

Petar Petrov - R$ 12.524

Self - Portrait para Farfetch - R$ 3.339

Prada - R$4.180

Versace Yves Saint Laurent R$ 10.748

Miu Miu - R$ 4.800 Dolce & Gabbana R$12.500

Conciliar elegância com urbanida de. Manter a profundidade em tempos rasos. Ser intenso sem render-se ao exagero. Só o vermelho tem esse poder. Alegre e edificante, a cor regenera nosso estado de espírito. (Paula Santana) Blue Bird Shoes R$ 998

Tom Ford - R$ 5.670

EXPRESSIONISMO Saint Laurent - R$ 4.880

Prada - R$ 13.750

Bottega Veneta R$ 5.190

Salvatore Ferragamo R$ 7.790

Nike - R$ 942 Louis Vuitton - preço sob consulta

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Fone: (61) 3248-5891 / (61) 99654-3349

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JOIAS

Colar Simplesmente em ouro rosa, Carla Amorim R$ 14.080 Brincos em ouro amarelo e esmeraldas, Grifith - R$ 11.500

Colar com sodalita e topázios brancos, Silvia Badra - R$ 2.980 Anel em ouro amarelo e esmeraldas, Grifith - R$ 2.300

Pulseira, Miranda Castro preço sob consulta

Brincos da Linha Black Label - R$ 85.590

OI, TUDO JOIA? As joias estão inclusivas e se conectando cada vez mais com o streetstyle. De anéis grandiosos a conjuntos incomuns. Matérias-primas nativas numa gama de pedras especiais. Colares em multicamadas, brincos geométricos. O boho ainda é um acontecimento e divide o mood com o vintage. Peças frágeis e charmosas vão dominar o verão. Assim como os bichinhos. Se aderir ao fashionismo, pérolas gigantes ou correntes agressivas. (Paula Santana)

Colar em ouro amarelo e esmeraldas, Grifith - R$ 8.600

Brincos, Miranda Castro preço sob consulta

Diamante com Tanzanita, Tiffany&Co. - R$79.000

Anel bola de malaquita, Silvia Badra - R$ 1.800

Brincos da Linha Black Label, Carla Amorim - R$ 36.570

Brinco com malaquita, Silvia Badra - R$ 2.650

Anel da linha Black Label, Carla Amorim - R$ 45.110

Pingente vintage Alhambra, VanCleef&Arpels - R$ 20.300

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ESTILO

COM ALMA DE ARTISTA

MULTIFACETADO NAS ESFERAS DA MODA, RAPHAEL MENDONÇA TRAFEGA ENTRE STYLIST, DESIGNER E RP POR MARIANA SPEZIA FOTOS PEDRO DIMITROW

“O trabalho vem em primeiro lu lugar na minha vida”. É assim que o stylist Raphael Mendonça hipese define. De criança hipe rativa tornou-se um adulto estifocado. Atua ainda como esti requisilista e relações públicas requisi tado, o que prova sua capacidade de ser multifacetado. Tudo começou no Rio de Janeiro, onde nasceu e passou boa parte de sua revida. O caminho foi longo e houve re sistência na família. Para atender aos diploanseios de seu avô, que o queria diplo mata, iniciou o curso de Direito. “Logo estapercebi que minha felicidade não esta ria ali. Tranquei a faculdade e foi um berreiro só lá em casa”. Resolveu cursar Moda na Cândido Mendes.

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Com 19 anos, era assistente de um produtor de moda. Um de seus primeiros trabalhos foi com a top Gisele Bündchen. “A Gisele tinha uns 13, 14 anos. Eu fiz uma exposição de moda que retratava décadas e a escolhi como a cara dos anos 90”, conta, acrescentando que esteve neste trabalho com fotógrafos incríveis, como Steven Klein. À época, também atuou como assistente no Mercado Mundo Mix. “Eu era vendedor da Escola de Divinos, do Heitor Werneck. Ao lado, estavam Alexandre Herchcovitch, André Lima, Caio Gobbi, entre outros, que vendiam suas criações nos estandes”, diz, lembrando do movimento clubber da época, do qual fez parte. Ao terminar a faculdade, Rapha foi morar em Londres e Paris. De volta ao Brasil, decidiu residir em São Paulo. Como produtor de moda, fez trabalhos em campanhas publicitárias para Pernambucanas e C&A, e editoriais

de moda para as revistas internacionais. Foi convidado pelo estilista Carlos Miele para auxiliar no styling de seu desfile na semana de moda de Nova York. “Logo após o desfile, um agente me convidou para morar lá”, relata. Além dos desfiles de Miele, produziu o figurino da atriz Amanda Setton, do seriado Gossip Girl. “Graças a isso, conheci muitos estilistas expressivos e mais oportunidades foram surgindo. Quando me dei conta, já estava fazendo editoriais para a Harper’s Baazar de vários países, conhecendo designers e recebendo as roupas mais sofisticadas do mundo para fotografar”. Na volta ao Brasil, apresentou por um período o quadro Pode ou Não Pode, no programa da Márcia Goldschmidt. Nomes conhecidos, como Naomi Campbell, Candice Swanepoel, Barbara Fialho, Izabel Goulart, Debora Secco, Giovanna Antonelli, Sophia Abraão, Sabrina Sato, Alessandra Ambrósio, entre outros, estão no portfólio de Rapha. Atualmente, ele cuida do visual da atriz Cleo Pires. Uma de suas paixões também é criar, tanto que se uniu à empresária Alexandra Fructuoso, da Maison Alexandrine. Vestiu a modelo Barbara Fialho para o Brazil Foundation e começou a desenhar vestidos para ela usar nos desfiles da Victoria’s Secret. Deu tão certo que Alexandra o convidou para criar a própria coleção. “Em maio de 2017, apresentei 32 looks. Para simbolizar o amor que tenho pelas mulheres, criei um vestido com recorte de coração”. Em setembro do mesmo ano, Raphael foi convidado para uma festa de 150 anos da Harper’s Baazar America, em Nova York. Ele foi acompanhado da Barbara. “Foi a primeira vez que entrei num red carpet com uma modelo. Atrás de mim estava o estilista Naeem Cam. Ele elogiou o vestido da Barbara e me deu parabéns”, lembra. A revista elegeu as cinco mulheres mais bem-vestidas da festa e o vestido de Mendonça estava lá. Outros nomes do show business, como Miley Cyrus e Carrie Underwood, também já vestiram suas peças. Ele ainda atua como RP. Cartier, Fendi, Yves Saint Laurrent, Giorgio Armani, Versace, Bottega Veneta, Roberto Cavalli são alguns de seus clientes. Embora trabalhar seja prazeroso para Raphael Mendonça, ele também tem seus momentos de ócio. Assistir séries na Netflix, embaixo do cobertor e com o ar-condicionado ligado. Além disso, gosta de cozinhar na casa de amigos e de sair para jantar em restaurantes badalados. Para manter o corpo são, ele não descuida da rotina de exercícios. “Aprendi a fazer umas compensações”. Aos 44 anos, ostenta aparência bem mais jovem. A receita? Dormir pelo menos oito horas por noite, não beber em excesso e não fumar de jeito nenhum. “A vida precisa ser leve. Considero-me feliz e realizado”. GPSLifetime « 175

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ENLACE

NOS MOLDES REAIS CADA VEZ MAIS NATURAL, O PEDIDO DE NOIVADO ACOMPANHA UM ANEL SOLITÁRIO, DEIXANDO AS ALIANÇAS PARA A CERIMÔNIA DO CASAMENTO. TIFFANY&CO. FOI PIONEIRA EM DEMOCRATIZAR O RITUAL POR PAULA SANTANA

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ão tantas as definições históricas pontuando a origem dos anéis de noivado, que a única certeza reinante e absoluta é a de que simbolizem o amor eterno. Ao longo do tempo prevaleceu a crença dos romanos de usar a peça no quarto dedo da mão esquerda, onde passaria vena amoris, a veia que dava direto no coração. Os cristãos trataram de perpetuar a simbologia do anel, tornando-se assim protocolo nos casamentos reais desde o século XV. Tradição ou ritual, não importa, ainda faz todo sentido – anel de noivado, aliança de casamento.

Mas foi em 1886 que a joalheria Tiffany & Co. adaptou o roteiro, consagrando o modelo solitário como a melhor escolha para o pedido. Desde então, o diamante tem sido a pedra favorita. Não apenas pela durabilidade, mas por contemplar substantivos como perfeição, maturidade, verdade e pureza.

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Geraldo Carrara, learning specialist da Tiffany&Co. no Brasil, explica que o anel é uma escolha do noivo, enquanto as alianças são uma escolha do casal. “Elas devem ser clássicas, pois acreditamos que uma joia que acompanhará o casal por tantos anos deve permanecer sempre bela e não sofrer com tendências de moda”. Na verdade, o costume de troca de alianças no noivado é uma tradição dos países ibéricos. Cada vez tor torna-se mais comum o pedido de casamento com um anel solitário de diamantes e a troca de alianças acontece somente na cerimônia de casamento. “Mas eles devem decidir como viver intensamente um momento tão espeespe cial”, conclui. Veja as dicas de Geraldo.

O momento da escolha: surpresa para a noiva ou o casal escolhe junto?

Normalmente, a escolha do anel de noivado, preferencialmente um solitário em diamantes, é feita pelo noivo e as alianças são escolhidas pelo casal. Acreditamos que toda mulher gostaria de ser surpreendida por uma caixinha azul da Tiffany. Quais são os modelos mais vendidos pela Tiffany?

Os modelos são Tiffany Setting, Tiffany Harmony e Princess Cut. O icônico Tiffany Setting tem sido o símbolo das maiores histórias de amor há mais de 130 anos. Há um clássico na hora de escolher as alianças?

Os tradicionais, como a Tiffany Lucida Classic ou Milgrain são as preferidas sempre.

Quais as características de um anel de noivado?

Deve ser belo e atemporal para que nunca saia de moda. Tudo o que se espera de uma relação duradoura. As alianças de noivado podem ser usadas na cerimônia de casamento?

Com certeza, marcando a passagem para uma nova etapa da relação. A noiva pode optar por continuar usando-o na mão direita, mão do noivado no Brasil, ou passar a usá-lo junto com a aliança de casamento, na mão esquerda. Para os casais que querem inovar, quais são as novidades?

A joia permanecerá, se não pela vida toda, pelo menos por muitos anos. É importante que não sejam influenciados por modismos ou peças de difícil manutenção.

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ESTILO Dolce & Gabbana - R$ 1.490

Philip Plein - R$17.317

Balmain para Farfetch R$ 6.260

Chanel

Louis Vuitton - a partir de R$ 12.300 Balenciaga - R$ 13.377

Versace - R$ 3.163

A obsessão por logos voltou. Nem faz tanto tempo assim, mas cá estão elas. E não são localizadas aqui ou acolá. Pode estar no total look. Fendi, Valentino, Dior saíram na frente e pararam todas as ruas das capitais da moda. Não absorveu ainda? Sem problemas. Deixe seu recado em t-shirts com frases de efeito e palavras empowered. (Paula Santana)

Gucci - R$ 1.140 Valentino - preço sob consulta Fendi - R$ 7.995

Burberry - R$ 2.877

LOGO VI Moschino - R$ 1.893

Dsquared2 - R$ 1.140

Prada - R$ 5.450

Gucci - R$ 5.020

Valentino - R$5.500 Dior Eyewear - R$ 2.550

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Dolce & Gabbana - R$ 1.200

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TENDÊNCIA

DESEJO PRECIOSO Um dos momentos mais impactantes da temporada europeia foi a performance da bolsa Devotion. Nas asas de anjos mecânicos guiados por drones, elas cruzaram a passarela, como se vindas do céu. Uma boa imagem de expressão que faz todo sentido ao que a dupla Domenico Dolce e Stefano Gabanna promove ao se declarar por meio de suas invenções, eternos devotos da moda. Assim são suas coleções, que fazem interagir

valores, tradição, inovação e elegância – contrastes que definem a identidade da label italiana. A Devotion Bag traz essa representatividade. E vai da artesania do fazer à mão à manifestação da religiosidade na figura do sagrado coração de Jesus. Trata-se da habilidade sofisticada do made in Italy confeccionado com a destreza do fazer de uma joia rara. Veja como se dá a manufatura de uma delas. (Paula Santana)

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Aos noos colaboradores, clientes e parceiros, Nesta data especial queremos agradecer a todos aqueles que nos ajudaram a construir o que somos e que foram fundamentais para chegarmos até aqui. Desejamos a vocês que, neste novo ciclo, suas energias sejam renovadas, seus objetivos sejam alcançados e que 2019 seja repleto de paz, saúde, amor e harmonia!

Boas festas !

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PULSO

RELÓGIO SANTOS, CRIAÇÃO DE LOUIS CARTIER PARA O AMIGO AVIADOR, GANHA NOVA LINGUAGEM SEM PERDER SEU CONCEITO HISTÓRICO. SANTOS DUMONT, POR SUA VEZ, DIZIA AO RELOJOEIRO QUE VOAVA PARA ESCAPAR DA SOCIEDADE E PENSAR POR PAULA SANTANA

AS HORAS VOAM A amizade entre dois visionários conectados, Louis Cartier e Alberto Santos Dumont, rendeu a mais importante revolução da alta relojoaria mundial. Foi para que o amigo pudesse facilmente ver as horas durante o voo que Louis Cartier criou o primeiro relógio de pulso moderno. Isso foi em 1904. Desde então, a releitura de Santos, batizado de Santos de Cartier, permanece fiel à filosofia do original. Com caixa em forma geométrica e os parafusos aparentes, o novo modelo se revigora com duas inovações patenteadas: os sistemas Smart Link e Quick Switch. O lançamento internacional foi no Pier 48 em São Francisco, na Califórnia. O voo seguiu pela China, Brasil, Inglaterra e em todas as capitais a Cartier projetou a caixa do relógio Santos, superdimensionada para que os visitantes pudessem conferir a história e o conceito por trás dos 114 anos da coleção. Muitos não sabem, mas Santos Dumont era bastante generoso. Compartilhava o que tinha, e ganhou notoriedade também por seus gestos altruístas de fazer grandes doações para organizações sem fins lucrativos. Potencialmente estiloso, criou uma nova estética de conforto e elegância, mudando assim a indumentária rígida da época por costumes modernos. Dentre os amigos, Gustave Eiffel, Jules Verne, Louis Cartier, e membros da indústria, artística e científica. Dumont era um catalisador de amizades. Tanto que Cartier levou três anos para sanar uma demanda de seu grande amigo. A partir daí, Cartier e Santos ditaram o novo comportamento de lifestyle do século que se iniciava. Em Brasília, é vendido na loja Grifith, no Shopping Iguatemi.

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Este Governo criou o Plano Nacional de Segurança Pública, que define meta de redução de homicídios e recursos para os próximos anos vindos das Loterias e do BNDES (R$ 42 bilhões). Em junho, também foi criado o Sistema Único de Segurança Pública, que integra todas as forças policiais federais, estaduais e municipais, além do corpo de bombeiros. Esta integração já possibilitou três grandes operações contra pedofilia, uma contra feminicídio e uma contra drogas nas escolas.


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Podia ser lá no Japão. Mas é aqui no Sudeste. Culturas dos cinco continentes do mundo você encontra nas cinco regiões do Brasil. Quanto mais você viaja, mais curte e compartilha experiências. Aqui tem tudo para todos. Um mundo de sabores e tradições, um mundo de aventuras e emoções. Saiba mais em feriasenobrasil.com.br

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PASSEIO

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EM TERRAS POTIGUARES OS ARREDORES DE NATAL SÃO RETIRO COM CONFORTO. MATA ABERTA CERCADA DE FALÉSIAS QUE SEPARAM RIOS E MAR COMPÕEM O CENÁRIO DE QUEM GOSTA DE DESVENDAR O NORDESTE POR LARISSA DUARTE – ENVIADA ESPECIAL

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atal (RN) – Ligado no modo verão durante todas as estações do ano, Natal é o destino que deixa qualquer um abufelado. Se você buscar por essa expressão na internet, encontrará de primeira algo como “estar com raiva” ou “enfurecido”. Porém, em terras potiguares, o real significado dessa palavra passa longe de qualquer ideia negativa. No dialeto regional, estar abufelado é sinônimo de estar apaixonado. E é esse o sentimento que a cidade exala: amor. E é um amor leve, leve como uma pipa... Mas ao mesmo tempo é aventureiro, com sobes e desces nas dunas de areias. A atmosfera fica ainda mais calorosa com o sorriso do povo local, que vai de orelha a orelha... E contagia. Por lá, a temperatura mínima durante o inverno, a época mais fria do ano, é de 22°C, podendo chegar a 29°C. Em outras palavras, o sol é rei.

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PASSEIOS “Tem pareia não!”. A gíria potiguar traduz uma experiência sem igual e é a expressão perfeita para definir os passeios tropicais pelo destino.

EM MEIO À NATUREZA

Localizado a 75 quilômetros da cidade, em Tibau do Sul, o Ponta do Pirambú Day Use é um club que harmoniza o rústico e o sofisticado, ideal para quem busca curtir um dia de sol com tranquilidade. Cem por cento em contato com a natureza – com direito a miquinhos e iguanas circulando próximo aos ombrelones – o lugar à beira-mar da Praia do Giz conta com piscina, restaurante, ducha de água doce, redário, espreguiçadeiras e uma vista que dispensa comentários.

AMOR À VISTA!

A icônica Praia de Pipa, a 80 quilômetros de Natal, é um passeio que pode começar pelo Chapadão, uma enorme falésia com um visual espetacular da Praia do Amor, conhecida pelo seu desenho em formato de coração. Por ali é possível visitar Santuário Ecológico de Pipa, reserva natural de mata atlântica, onde há uma trilha tranquila até a Praia do Madeiro. O pit-stop é no fotogênico e aprazível Amô Restaurante e Tapiocaria. Dica de pedido? O cobiçado “chapadão de camarão” ou o peixe da casa.

SOBRE AS ÁGUAS...

O passeio de barco na Lagoa de Guaraíras, também em Tibau do Sul, é outra opção para se deleitar com a exuberância da natureza local. A bordo do Barco Solemio, uma embarcação adaptada típica de Pescadores, a francesa Aude Solemio dá uma verdadeira aula sobre a história e ecossistema da região. Muitas vezes os golfinhos dão as caras por lá. No fim do passeio, a despedida do Astro-Rei colore as águas com nuances de laranja, lilás e cor de rosa. Um espetáculo para aplaudir de pé. O passeio tem 6h de duração.

COM EMOÇÃO, POR FAVOR!

Um dos cartões postais mais famosos do Rio Grande do Norte, as Dunas de Genipabu estão localizadas a 24 quilômetros de Natal e é cenário dos tradicionais passeios de buggys. O ponto turístico é sempre lembrado por suas memoráveis aparições nas novelas de sucesso da Rede Globo, Tieta (1999) e O Clone(2001). O passeio tem 7h de duração.

COM ESTRELAS

Entre um dia de passeio e outro, o tempo para relaxar também merece destaque. O Wish Natal – o antigo Pestana Hotel – está sob nova direção desde dezembro de 2017 e é o novo five stars da rede GJP, já elencando o primeiro lugar em rankings de sites de viagem. A hospedagem foi amplamente reformulada e ganhou assinatura do arquiteto João Armentano. Junto com o upgrade da marca veio uma remodelação na programação de atividades do hotel, que preza pelo equilíbrio entre diversão e sossego. A carta de lazer é eclética e munida com ioga ao amanhecer, treinos funcionais, atividades na praia, jantares temáticos, massagens, sunset parties, shows, programas voltados exclusivamente para o público infantil, entre outros passatempos. No quesito gastronomia, o hotel abraça do menu praiano descomplicado até a alta cozinha. O restaurante The Grill é a promessa do Wish para se destacar na capital potiguar com cardápio especializado em carnes. Já na área externa, o Malta é o spot de sabores regionais. Hotel Wish Natal by GJP Reservas: reservas.wishnatal@gjphotels.com www.wishhotels.co Ponta do Pirambu (Day Use) www.pontadopirambu.com.br/ Amô Restaurante e Tapiocaria www.amotapiocaria.com.br Luck Receptivo Natal (Passeios) www.luckreceptivo.com.br receptivo-nat@luckreceptivo.com.br *A repórter viajou a convite do Wish Natal by GJP Hotels & Resorts

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Hospedar-se em um Meliá signifca explorar sentimentos únicos, uma mistura de sensações que só podem ser expressas com novas palavras. Bem-vinda a um mundo de novas emoções.

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REFÚGIO

CARAÍVA, MEU AMOR

UMA ILHA DE MIL HABITANTES COMPOSTA POR NATIVOS BAIANOS E “URBANÓIDES” QUE DEIXARAM A CIDADE GRANDE POR UMA VIDA DE SOSSEGO. CASINHAS ALEGRES, PESSOAS AMOROSAS E RUAS ILUMINADAS PELA LUA COMPÕEM O LIFESTYLE DESSA VILA SEM WI-FI POR MARCELLA OLIVEIRA – ENVIADA ESPECIAL « FOTOS RAFAELA GONÇALVES

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araíva, Bahia – Ruas de areia que não permitem a circulação de carros. Nada de postes ou fiação elétrica exposta. O transporte é feito em charretes ou a pé. Roupas confortáveis e chinelo. Habitantes simpáticos. Turistas brasileiros e estrangeiros. Paz e calmaria por onde for. Caraíva, no sul da Bahia, leva-nos de volta ao passado. Para chegar, a partir de Porto Seguro, são 70km. Pode ser por carro até a beira do Rio Caraíva, onde se pega uma canoa para atravessá-lo, ou se vai de lancha pelo mar. Pode demorar um pouco, mas vale a pena conhecer esse paraíso ainda pouco explorado por turistas. Ela é pequena, aconchegante e acolhedora. Na beira do rio, simpáticos táxis-carroças esperam pelo turista. A ilha vive praticamente do turismo. E você será bem tratado lá. Há inúmeras pousadas pelo caminho, mas nem se arrisque a ir sem reserva. E quando chegar lá, prepare-se para ser tratado com carinho. Vai conhecer os donos das pousadas, dos restaurantes, ouvir suas histórias, contar um pouco da sua vida louca na cidade grande, que se contrapõe com a calmaria experimentada por quem vive na pequena ilha.

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ONDE FICAR

O local tem sido descoberto como opção para a realização de eventos, especialmente casamentos, em pousadas beira-mar ou em terrenos como o La Boutique Café Caraíva, que ocupa um privilegiado espaço de 800 metros quadrados, com vista para o mar azul, e receberá cerimônias a partir do ano que vem. No terreno, um bangalô já recebe hóspedes, todo equipado com uma minicozinha, climatizador de vinhos, máquina de café expresso. A área de lazer é exclusiva para seus hóspedes, com espreguiçadeiras para banho de sol, pergolados, ducha, deck para fogueira, com uma champanheira feita em madeira e redário para seis redes. O proprietário oferece serviço de transfer a partir do aeroporto de Porto Seguro. La Boutique Café Caraíva @laboutiquecafecaraiva

Para manter o clima calmo, há muitas características e exigências. A luz elétrica chegou há pouco mais de dez anos e o acordo foi que a fiação fosse subterrânea para não descaracterizar o local. Tenha na bagagem uma lanterna, porque não há postes nas ruas. A iluminação noturna vem somente da lua. Aliás, à noite, não deixe de aproveitar os bares no Beco da Lua, um charmoso complexo de estabelecimentos com pizza, carnes e sanduíches. De lá, caminhe alguns passos e vá ao imperdível Forró do Pelé, que reúne quem gosta de um arrasta pé. É o maior agito da região. Caraíva não é um lugar para quem quer curtir balada. A farra não acaba tarde. No pé, só chinelo. Nem adianta querer usar outro calçado. Roupas confortáveis e leves, afinal, é Bahia e faz calor o ano inteiro. Deixe para trás vaidade e dê espaço ao conforto. O cabelo vai ficar bagunçado, os pés e pernas cheios de areia, mas o coração em paz. A ilha tem uma população de mil habitantes. Alguns são paulistas, mineiros, cariocas e até gringos que trocaram a vida agitada pela tranquilidade

que talvez só exista lá. Você vai encontrar pessoas que colocaram em prática aquele sonho de largar tudo e ir montar uma pousada na praia. Apesar de ser um convite a se desconectar – não tem wi-fi em todos os lugares e o sinal do celular não funciona sempre –, Caraíva tem casinhas coloridas e paisagens irresistíveis para as lentes de uma câmera fotográfica. É o lugar para passar alguns dias e se reenergizar. Não à toa, é sempre chamada de “Caraíva, meu amor”. GPSLifetime « 191

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FÉRIAS

VILAS DO SOL

O LITORAL BRASILEIRO, EM ESPECIAL BALNEÁRIOS DE DIFÍCIL ACESSO, TEM OS ESCAPES QUE CONFLUEM BALADA E SOSSEGO, AO MESMO TEMPO, NUMA BELA INTERATIVIDADE COM A NATUREZA DE NOSSO TRÓPICO POR LARISSA DUARTE A contagem regressiva para a estação mais esperada do ano já começou. Junto com sol e férias, o ano de 2019 e suas novas energias. Na mochila, uma bagagem de gratidão, aprendizado e lembranças eternizadas. À frente, 365 páginas em branco marcam o início do próximo capítulo. Aos bem-aventurados, as taças de champanhe ao alto reforçam os bons fluidos aos melhores dias do verão. Afinal, há época melhor para começar histórias? Com roteiros que agitam os dias que antecedem e sucedem o Réveillon, os hotspots brasileiros para pular as sete ondas são verdadeiros paraísos espalhados pelo litoral. Por mais antinômico que pareça, a diversão nos dias ensolarados fica sob a responsabilidade de quem leva a época a sério. Só quem pode dar a letra do melhor da virada em cada praia é quem vive o destino de corpo, alma e muito, muito trabalho.

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NORONHE-SE

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Para início de conversa, vale dizer que Hugo Gloss, Camila Coutinho, Giovanna • Ewbank, Bruno Gagliasso, Marina Ruy Barbosa e Camila Coelho são apenas alguns dos nomes que curtiram a última virada de ano em Fernando de Noronha. O réveillon do arquipélago pernambucano é uma collab idealizada pelo Projeto Amo Noronha, a Pousada Zé Maria e a Agência Carvalheira, com objetivo em comum: proporcionar uma experiência inigualável em um dos lugares mais lindos do Brasil. • “Noronha não é lugar para ir apenas para curtir uma festa e voltar para a casa. Você passa a semana abduzido pela vibe da ilha”, compartilha o “empresário da • ilha”, Tuca Sultanum, filho do respeitado pousadeiro da região, Zé Maria Sultanum. Ao lado do ator Bruno Gagliasso, Tuca é fundador da entidade Amo Noronha, que tem como objetivo atuar em prol do desenvolvimento cultural, social e econômico da comunidade noronhense.

Festa da virada: Réveillon Zé Maria, na programação do Réveillon de Noronha. A agenda de cinco dias começa com o boas-vindas da Corona Sunsets, no dia 28 de dezembro, e acaba só na Galinhada Zé Maria, no dia 2 de janeiro. A virada é na tradicional Zé Maria, mesclando natureza, gente bonita, boas energias e música alto astral. O roteiro possibilita que você conheça pessoas em uma festa e no dia seguinte curta uma praia com as novas amizades. Essa é a magia: criar laços! www.reveillondenoronha.com Quem vai: não tem jeito, Noronha é para quem curte natureza! As baladas são para os descolados que unem balada, mar e praia. Dicas do Tuca: o melhor de Noronha está na natureza, com certeza. O passeio à Baía do Sancho é obrigatório! A praia de lá foi eleita por três vezes a melhor do mundo. A atração para os “bons de prato” é o Festival Gastronômico da pousada Zé Maria, que acontece todas as quartas e sábados. É impossível ficar parado no forró do Bar do Cachorro! Além da música, o lugar ainda tem uma linda visão panorâmica do arquipélago.

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RETRANCA

JERI WILL ROCK YOU

“É um paraíso a ser explorado no Brasil”. É assim como a executiva Juliana Ferraz define o litoral quase intocável do estado do Ceará, a 280 quilômetros de Fortaleza: a Praia de Jericoacoara, ou, para os íntimos, apenas “Jeri”. Em 2018, Ju assumiu a direção comercial de novos negócios e de relações públicas da Holding Clube – grupo do empresário José Victor Oliva – responsável pelas fervidas agências Banco de Eventos, Samba Marketing Ao Vivo, Storymakers, Cross Networking, Rio 360 e Lynx. Nesta época do ano, o clima paradisíaco do spot ganha energia com a John John Rocks Jeri, a festa premium do réveillon da Vila, realizada pelo grupo e patrocinada pela grife John John. 196 « GPSLifetime

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Festa da virada: John John Rocks Jeri. São seis dias de evento pé na areia, “open bar” e atrações internacionais e nacionais na megaestrutura Arena John John. O espaço abre às 22h e vai até o sol raiar! Em 2018, a festa recebe nomes como Ivete Sangalo, Anitta, Dennis e Alok espalhados em um line-up que se estende de 27 de dezembro ao dia 2 de janeiro. www.johnjowwhnrocksjeri.com.br Quem vai: público jovem, que gosta de festas, natureza, paraíso e querem viver uma experiência única.

Dicas da Ju: os visitantes não podem deixar de assistir ao pôr do sol veranil no rooftop do Café Jeri. O local fica no terraço do Hotel Hurricane Garden, palco dos melhores sunsets da vila. Para amenizar a temperatura da estação, a pedida é o Gelato & Grano, sorveteria local na praça central de Jeri. A sugestão de boa mesa é do restaurante Tamarindo, o mais concorrido da região. Os aventureiros não podem deixar de praticar kitesurf no Rancho do Peixe. GPSLifetime « 197

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ANGRA IS BACK O ano de 2019 promete ser marcante para o balneário carioca de Angra dos Reis. Segundo as previsões minuciosamente calculadas do empresário Bazinho Ferraz, líder da agência BFerraz, a região da Costa Verde do Rio de Janeiro voltará a ser um destino desejado e disputado. Ao lado de Flávio Sarahyba, da agência Hug, e Conrado Denton, da agência Haute, Bazinho aproveita o réveillon e o verão para apertar o play no projeto #GoAngra. A iniciativa é uma mobilização dos empresários para resgatar os tradicionais bons agitos do local. Por lá, o lema do novo ano é Angra is back! (“Angra está de volta!”, em português). “Com voos compartilhados para o destino, a inauguração do Hotel Fasano e a reabertura dos restaurantes do Frade, as visitas têm aumentado cada vez mais entre brasileiros e estrangeiros”, afirma o empresário.

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Festa da virada: Baile dos Reis. Quatro dias de festas #GoAngra movimentarão o luxuoso Hotel Fasano – o antigo Hotel do Frade – no Porto Frade. Nos últimos dois anos, fizemos festas de ano-novo fechadas muito bem-sucedidas. Para 2018, decidimos ampliar. Pensamos em um calendário de festas abertas, e não apenas uma. A Al Mare, que rola em uma balsa em alto-mar, promete ser um diferencial e tanto. Tudo isso vai resgatar esse projeto de baladas que só a atmosfera de Angra pode oferecer. Instagram: @goangra

Quem vai: são pessoas que curtem o pacote completo: sol, mar, dias na natureza, esportes e também um bom badalo

Dicas do Bazinho: os restaurantes Reis Magos, para o almoço, e os pratos de jantar do Crudo, no Fasano, devem entrar para a lista de um bom apreciador da gastronomia. O excepcional de Angra é que a cada dia você consegue visitar um novo vilarejo, ilha ou praia. As praias de Dois Rios e de Lopes Mendes, na Ilha Grande, são umas das mais belas! Para quem gosta do badalo, a Praia do Dentista é a pedida. Para um momento relax, a Praia da Cotia, em Paraty.

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PADRÃO EUROPEU

A areia branca e a água cristalina só podem ser bênçãos vindas direto da charmosa Capela de São Benedito. Chamada carinhosamente de Igrejinha dos Carneiros, a construção à beira-mar é a atração-símbolo da Praia dos Carneiros, no município de Tamandaré, no litoral sul de Pernambuco. Para a chegada de um novo calendário, o destino quase deserto transforma-se em uma euforia de padrão europeu. “Fazemos festa para brasileiros e estrangeiros! Queremos colocar o réveillon de Carneiros no circuito mundial, como Mykonos, Ibiza e Tulum, sendo o destino perfeito de fim de ano para o público dos beach clubs que fervem nesses locais”, conta Pedro Alcântara, à frente da agência Fun2U e um dos sócios responsáveis pelo projeto. Em 2018, o réveillon do litoral realiza sua segunda edição e mantém o badalado Mouton Beach Club, na Pousada Praia dos Carneiros. O point sazonal surge especialmente para as baladas da época. 200 « GPSLifetime

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Festa da virada: Réveillon Carneiros. A programação é pensada muito além das festas. A prioridade é o engajamento entre as pessoas. Queremos que amizades, amores e histórias sejam feitas durante os cinco dias de festa. Além dos beach clubs europeus, nosso line-up teve como referência o festival Burning Man. Inclusive, trouxemos uma das atrações de lá, o alemão Jan Blomqvist, que se apresentará no Brasil pela primeira vez. É a alternativa para os estrangeiros celebrarem a virada de ano do jeito que eles gostam – com muita festa – já que, por conta do frio da época, os agitos não são costume no hemisfério norte. E, claro, tudo com uma pitada do tempero brasileiro. www.reveilloncarneiros.com

Quem vai: aqueles que desejam fugir do óbvio! Reunimos o mesmo público que se familiariza com o circuito do verão europeu, ou seja, são pessoas exigentes em serviço e atrações

Dicas do Pedro: degustar o melhor da cozinha nordestina à beira-mar e visual ímpar no restaurante Beijupirá, integrado à Pousada Pontal dos Carneiros. Quem preferir um clima de bar de praia, a dica é o Jobar, localizado na pousada Bangalôs do Gameleiro. Alugar um barco com os amigos para passar o dia curtindo as belezas da Ilha de Santo Aleixo não pode ficar de fora do roteiro dos amantes da natureza.

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I BELIEVE IN MIRACLES

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O nome já diz tudo: Milagres. Não é por nada que esse é um dos destinos mais procurados no fim de ano para iniciar novos ciclos e ambições. Localizado no litoral norte de Alagoas, a vila de São Miguel dos Milagres fica a 99 quilômetros de Maceió e integra a apaixonante Rota Ecológica do estado. Para a virada de ano e chegada do verão, as águas calmas do spot contrastam com uma bateria de festas com o pé na areia. Responsável por encabeçar os eventos mais repercutidos de Milagres, incluindo o cobiçado Réveillon Milagres, o empresário Maurício Vasconcelos, à frente da produtora TJ Tamo Junto, credita toda a good vibes da época aos encantos naturais do litoral. “Uma rota ecológica com 23 quilômetros de coqueirais, praias paradisíacas, gastronomia ímpar e a segunda maior barreira de corais do mundo. Imagina curtir uma semana de evento imerso nessa energia?”, indaga.

Festa da virada: Réveillon dos Milagres. A noite do dia 31 de dezembro encerra a programação de cinco dias de agito à beira-mar. Antes disso, o point é o fervido Bar da Praia, na Praia do Marceneiro, onde acontecem os badalos diurnos e sunsets, que rolam durante toda a semana e preparam o público para a grande virada. www.reveillondosmilagres.com.br

Quem vai: pessoas de todas as partes do mundo, que gostam de praias paradisíacas, pousadas charmosas, comer bem e viver um estilo de vida onde o luxo é a simplicidade. A principal ideia é ser feliz descalço e com os melhores amigos do lado, na beira da praia!

Dicas do Maurício: os verdadeiros amantes da natureza devem fazer os passeios nas piscinas naturais do Marceneiro, voar de parapente, fazer sup nas barreiras de corais e visitar o santuário do peixe-boi. No roteiro gastronômico, vale incluir os restaurantes Corten, Amor e No Quintal. No fim de tarde, a dica é assistir ao sunset no Bar de Praia. Além de tudo isso, é imprescindível separar um tempo no litoral para agradecer na Capela dos Milagres.

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FAZ O QUADRADINHO! A tranquilidade que alcançou fama internacional está no sul da Bahia. Com seu centro de formato geométrico, moldado por amendoeiras e casinhas coloridas, a vila de Trancoso recebe o apelido carinhoso de Quadrado. Fundado no início da colonização portuguesa, o lugar foi redescoberto por hippies na década de 1970 e hoje recebe visitas de turistas de todas as partes do mundo, incluindo personalidades como Beyoncé, Naomi Campbell, Kate Moss e Will Smith. “Trancoso abriga a essência do ‘menos é mais’, com festas incríveis, num lugar mágico. Nessa época do ano, o vilarejo recebe desde habitués, que frequentam o destino há muitos anos, até pessoas que estão em busca de viver novas experiências”, entrega Bruno Dias, sócio fundador da Agência Haute. A empresa é responsável por grandes etiquetas de festas, como Baile da Favorita, Budweiser Basement, Corona Sunsets e o afamado Réveillon Trancoso.

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Festa da virada: Festa do Taípe. A festa já acontece há 19 anos em Trancoso e é cercada por falésias da região, terminando com um inesquecível nascer do sol no horizonte do mar da Bahia. www.haute.com.br

Quem vai: em 2018 usamos a hashtag #MenosÉMais, que transmite exatamente a essência de Trancoso. São pessoas com um estilo low profile, mas que adoram o vilarejo e toda a energia que o Quadrado transmite. Não temos área vip!

Dicas do Bruno: esse ano, a Haute produz a Casa Corona, um espaço criado na Praia dos Coqueiros durante o período do Ano Novo, perfeito para aproveitar os dias de sol com atividades ao ar livre, cerveja gelada e boa gastronomia. No fim de tarde, nosso ponto de encontro para drinks é na Casa Haute e na Trend House, nossa multimarca com opções de roupas e acessórios para o verão. A famosa Igreja de São João de Trancoso também merece uma visita sem pressa.

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DESTINO

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A FUGA PERFEITA

O CARIBE TEM SEGREDOS INIMAGINÁVEIS. TAL COMO GANSEVOORT VILLAS, UM CONDOMÍNIO SOFISTICADO ONDE O MAR É ELEMENTO PRESENTE NUMA CASA ABASTECIDA DOS DESEJOS NECESSÁRIOS PARA REFUGIAR-SE EM TUDO QUE SE REMETE A PAZ E BEM-ESTAR POR REBECA OLIVEIRA – ENVIADA ESPECIAL GPSLifetime « 207

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E

xistem destinos no mundo que surpreendem desde o primeiro contato. Turks and Caicos, no Caribe, facilmente entra nessa lista. Da janela do avião, aproximando-se a Providenciales, mais povoada cidade do país, um momento que chega próximo a uma epifania revela a bela vista que aguarda o viajante. Como em um quadro vivo, o conjunto de 40 ilhas visto do alto amalgama céu e oceano, que se fundem em uma imagem difícil de narrar. É ver para crer – e agradecer. Antes mesmo de tocar os pés no arquipélago de domínio britânico, há uma comoção imediata. É como chegar perto do divino, em uma sensação expressa de calmaria. Providenciales recebe voos diretos diários de Miami, Charlotte, Atlanta, Nova York, Filadélfia, Londres, Toronto e Montreal. E lá tudo parece supremo. É justamente isso que promete as Gansevoort Villas, um “refúgio dentro do refúgio” para viagens, sobretudo àquelas de grupos de famílias ou amigos que anseiam por exclusividade. Lançadas em junho deste ano, as acomodações dispõem de amenidades que vão de itens de uso pessoal da L’Occitane en Provence a personal spa, além de um chef somente seu. O nome pode soar complicado, mas a ideia da hospedagem, parte mais prestigiosa do resort homônimo, é simples de compreender. Trata-se de uma espécie de condomínio de alto padrão – com diárias que podem chegar a R$ 40 mil, no mês de dezembro – à beira-mar, com casas de quatro e cinco quartos. As villas ficam em uma encosta na baía de Turtle Tail, que se transforma na tradução de felicidade quando o sol nasce e, mais tarde, quando dá adeus como quem quer arrastar a “prosa” aos que o observam. Todas as casas têm duas piscinas privativas, uma no pátio central e a outra com borda infinita, além de áreas coletivas, como lareira ao ar livre. O acesso ao mar é exclusivo, feito por meio de um deck de madeira.

É importante frisar: diferentemente de outros destinos recheados de turistas do Caribe, Turks and Caicos ainda guarda ares de praia deserta. As águas azuis são protegidas por recifes de corais – aos mais animados, dá para praticar snorkeling próximo a eles. Como tem poucas ondas, agradam grupos mistos: de casais que buscam descanso a famílias com crianças pequenas. Na mala, ponha protetor e chapéu. Providenciales, como um todo, é banhada pelo Astro Rei a maior parte do ano. São cerca de 350 dias de sol. No entanto, se cansar de curtir o litoral, basta correr para uma das suítes equipada com banheira e, de lá, perder as horas ao olhar para a vista intocada. A natureza, nua e crua, é o principal trunfo dessas “bandas” da ilha.

DÉCOR MODERNA Se analisadas do ponto de vista arquitetônico, as villas têm um projeto contemporâneo que se difere de resorts, onde geralmente são exploradas clássicas tendências praianas ou mesmo a estética navy. Próximo a uma das piscinas foi erguida uma parede de pedras com discreta queda d’água. Salas de tevê e de refeição ao ar livre deixam claro que o mood de férias deve ser levado a sério. Entre as vantagens estão a de poder desfrutar das iguarias dos restaurantes do Gansevoort, resort do mesmo grupo e que fica à frente de Grace Bay Beach, considerada a melhor praia do mundo pelo Traveller’s Choice Awards de 2018. Corajosos pedem o ceviche de concha, prato exótico local, que desperta a curiosidade dos comensais mais ousados. Outra facilidade é poder pedir, delivery, os serviços do spa Exhale Spa e, com sorte, conhecer a simpática massagista Rose. É, como sentencia o poeta: “desligar o mundo um instante”.

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INSIDE TURKS AND CAICOS Formado por um conjunto de 40 ilhas, Turks and Caicos é um país de domínio britânico que ganhou fama por ser queridinho de milionários. Com 35 mil habitantes, por lá já passaram Oprah Winfrey, Bill Gates, Will Smith, David Beckham, as Angels da Victoria Secret’s e até a brasileira Bruna Marquezine. Embora esteja no incensado Caribe, o país guarda uma tranquilidade incomum a áreas semelhantes, como Ilhas Maurício ou Bahamas, amplamente exploradas turisticamente. Como ainda não foi descoberta de forma maciça pelo turismo, mesmo as praias mais movimentadas de Providenciales têm ares de paraíso particular. O comércio de ambulantes se resume a praticamente zero. Ao desembarcar por lá, vá além das villas, se possível for. Um bom conselho é visitar o Pink Bar, dentro do Gansevoort, com happy hour e vinhos rosé a preços mais em conta. Ainda na linha de bebidas refrescantes (e totalmente locais), prove a I-ain-ga-lie, uma lager leve, ou o rum Bambarra, outra exclusividade das ilhas.

@gansevoortturks www.gansevoortturks.com/rooms/luxury-villas/

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SOCIAL

Os convidados durante a cerimônia

Após oito anos de namoro, Bruna Paraiso e Rodrigo Yani elegeram a ilha espanhola de Ibiza para selar o amor eterno. A cerimônia se deu no natural anfiteatro do Hacienda Na Xamena, um dos wedding spots da juventude dourada mais solicitados. A noiva usou um modelo de Lucas Anderi. FOTOS CELSO JUNIOR E HELIO PERFEITO

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Bruna se arruma para o grande momento

A noiva e suas madrinhas

A noiva posa com sua mãe, Alessandra Paraíso

Momentos de bênção ao casal

Os noivos posam ao entardecer

e passeio de barco

Bruna e Rodrigo durant

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Momentos de carinho do casal

Arnaldo conduz sua filha até o altar

O pai da noiva a acompanha para a cerimônia

Foi na Capela de São Pedro dos Pescadores, em Fernando de Noronha, que Flávia Caixeta e Flávio Tibúrcio consolidaram o sacramento do matrimônio. Em cerimônia íntima, com a benção da bela natureza, amigos e familiares celebraram o casal. A noiva vestiu Marcelo Quadros e Martha Medeiros. FOTOS CELSO JUNIOR E HELIO PERFEITO

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CENA DE CINEMA 10/12/2018 09:17


Detalhes das roupas dos noivos

Visão do altar

Flávia e o pai, Arnaldo Caixeta

Bênção aos noivos

Flávia e Flávio se divertem na recepção

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SOCIAL

Detalhes da decoração e mesa de doces

UM SONHO Kaliandra Andrade e Gabriel Troianelli pararam o paradisíaco vilarejo de Trancoso, na Bahia, para celebrar a união. Foram três dias intensos de festa, culminando no showprivate de Ivete Sangalo na festa após a cerimônia. A noiva vestiu Elie Saab e foi maquiada por Junior Mendes. No comando, Mannu Carvalho com décor da Verde que te Quero Verde. FOTOS CELSO JUNIOR E HELIO PERFEITO Kaliandra de Andrade e Gabriel Troianelli

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A baiana Ivete Sangalo animou a recepção do casamento

Kaliandra a caminho do altar

Ivete Sangalo botou todo mundo pra dançar

Hora de jogar o buquê

Kaliandra e Ivete arrasam no palco

A noiva posa para algumas fotos antes da cerimônia

Os noivos após a cerimônia

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Os noivos posam com seus pais: Eduardo e Gerluce Schneider, Adir e Lúcia Passarinho

Hora dos votos

AMOR NA PRAIA

Em cenário de paraíso, Clarissa Passarinho e Eduardo Schneider casaram-se em São Miguel dos Milagres, um lindo vilarejo de Alagoas. Na praia, o casal celebrou com amigos e familiares. Para encantar, o cantor Rogério Midlej, e animaram a pista DJ Edy, DJ Cinara e Yex. FOTOS CELSO JUNIOR E HELIO PERFEITO

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O casal posa com seus padrinhos e madrinhas

Dança dos noivos

Clarissa Passarinho e Eduardo Schneider

O noivo e seus convidados curtem bastante a festa

A hora da cerimônia

Os padrinhos brincam com Eduardo

Clarissa e Eduardo se divertem na recepção

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ÚLTIMO SUSPIRO

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