Revista GPS Brasília 24

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ANO 8 « Nº 24 « 2019

JULIANA PAES UMA DIVA MARAVILHOSA




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Diretora de Conteúdo Paula Santana Editora-chefe Marcella Oliveira Editora de Criação Chica Magalhães Fotografia Celso Junior, Bruno Cavalcanti e Luara Baggi Produção Executiva Karine Moreira Lima Pesquisa de Imagens Enaile Nunes Reportagem Giulia Roriz, Larissa Duarte, Marina Adorno, Marina Ferreira, Morillo Carvalho, Sabrina Pessoa e Theodora Zaccara Colaboradores Edyana Mascarenhas, Edinho Magalhães, Érica Santos, Guilherme Lima, Isadora Campos, Lucas Luz, Maria Thereza Laudares, Mariana Rosa, Mario Rosa, Maurício Lima, Paulo Pimenta, Patrícia Justino, Rebeca Oliveira e Yan Acioli Revisão Jorge Avelino de Souza Diretor Executivo Rafael Badra Diretora de Estilo Flaviany Leite

GPS|BRASÍLIA EDITORA LTDA. www.gpslifetime.com.br

Diretor de Relacionamento Guilherme Siqueira

SÓCIOS-DIRETORES

Publicidade Will Madson e José Roberto Silva Tiragem 30 mil exemplares Circulação e Distribuição EDPRESS Transporte e Logística

RAFAEL BADRA PAULA SANTANA FLAVIANY LEITE GUILHERME SIQUEIRA Edifício Vega Luxury Design Offices, Setor Comercial Norte, quadra 1, sala 216 CEP: 70711-010 – Brasília-DF Tel.: (61) 3364-4512 | (61) 3963-9003


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Celso Junior

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ANO 8 – Nº 24 – OUT NOV 2019

ANO 8 « Nº 24 « 2019

JULIANA PAES Juliana Paes veste look total Dolce&Gabbana. A atriz foi fotografada por Guilherme Lima, com styling de Yan Acioli e beleza de Lucas Luz

UMA DIVA MARAVILHOSA

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A BELEZA DO ÁRIDO

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ENSINAR COM RESPONSABILIDADE

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O MANTO SAGRADO

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A UNIÃO EMPRESARIAL FEMININA

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CATEDRAL DA DIVERSIDADE

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PINCELADAS DE AMOR

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A PRÓXIMA ERA URBANA

O Cerrado sob o olhar do fotógrafo Celso Junior A suntuosa bandeira do Brasil na Praça dos Três Poderes

Casa Thomas Jefferson e suas ações sociais Lívia Faria à frente do Lide Mulher-DF

66 ÍCONES

Isadora Campos destaca projetos sociais da cidade

Templo da Boa Vontade celebra 30 anos

70

UM ESCRITÓRIO BOUTIQUE

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BELEZA E JUVENTUDE

Entrevista com o presidente da CLDF, Rafael Prudente

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ARTIGO POR MARIO ROSA

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ARTIGO POR EDINHO MAGALHÃES

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A VIDA NUMA LINGERIE

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ARTIGO POR MANUELA MOTA CUNHA

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ARTIGO POR LÚCIA MIRANDA

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O CIRURGIÃO PRESIDENTE

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A Escola de Arte Santas Marcelinas Secretário Gilvan Máximo fala sobre a cidade inteligente

O NOVO POLÍTICO

“Lava jato”: quem não deve não teme A era digital e o direito à privacidade

Antonio Macedo na Rede D’Or São Luiz

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A advocacia de Anna Carolina Noronha e Gabriela Marcondes Cristina Salaro fala sobre procedimentos estéticos Homem Frágil: o amor das borboletas Helena Schargel e sua ousadia aos 79 anos Dermatologista explica blefaroplastia sem cortes



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MIAMI ZEN

O lado wellness da Cidade Mágica

154 NA CASACOR, A FLORA AFLORA A tendência da iluminação natural

82 EXPLORA

158 É TEMPO DE FESTAH

84

ENTRE O BIOMA E O URBANO

160 SOB O TETO DA CONTEMPORANEIDADE

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ORIUNDI... NATURAL DE...

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OS VANGUARDISTAS

Marcella Oliveira e suas dicas pelo mundo São Paulo abriga o sofisticado hotel Four Seasons

Evvai, o melhor restaurante italiano do País O gastrobar Social Lab e seu conceito inovador

108 JULIANA PAES

A atriz divina maravilhosa estrela nossa capa

118 YAN FOR YOU

Os 15 anos de carreira de Yan Acioli

126 ESSENTIAL

Flay Leite elenca as novidades da temporada

130 EM CASA COM DIOR

Peças para maison na loja em Paris

134 ENTRE NÓS

Empresa de mobiliários apresenta novidades A modernização das telhas sustentáveis

162 O ANTROPÓFAGO IDEAL

Flávio de Carvalho e sua arte multimodal

164 EXPERIÊNCIA DO OLHAR

Os trabalhos do artista carioca Eduardo Sued

168 MINIMALISMO TRANSCENDENTE A delicada obra de Jaqueline Terpins

172 NO BALANÇO DO TEMPO

Exposição Vaivém conquista o Brasil

174 SALVE, SALVE, MEU POVO

Mostra evidencia a arte popular brasileira

176 FAZERES ANCESTRAIS

Sérgio Matos e seu design regional

180 A AMAZÔNIA FALA

Fotografias evidenciam nossa floresta

Novidades cool por Patrícia Justino

138 LUXO A UM CLIQUE

Dona Karda e seus produtos second hand

142 TETÊ COM ESTILO

Bvlgari sob o olhar de Maria Thereza Laudadores

146 IT’S TRUE

Iniciativa green da Tiffany&Co.

150 O ARQUITETO DA BOTÂNICA

Paisagens artísticas de Alex Hanazaki

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Nano Baguette, Fendi



EDITORIAL

Paula Santana

Flay Leite

Guilherme Siqueira Rafael Badra

POR ISSO ESSA FORÇA

Q

uando criança, eu achava o Cerrado desolador, distante. Eu quase tinha vergonha de encará-lo, especialmente no inverno onde as árvores ressequidas se contorciam num balé de paisagem sinistra. Nada tinha a ver com os filmes da Disney que assistia na fita cassete de jardins verdejantes e floridos. Na juventude, lendo, descobri que Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas, fez do Cerrado o cenário de Riobaldo e Diadorim na mais pura apresentação literária do regionalismo brasileiro nos idos de 1950. Em meio à aridez, o jagunço confuso das ideias discorria sobre o sentido das coisas, sobre Deus e o diabo, sobre o bem e o mal. Uma tormenta de pensamentos, com ouvidos fechados e visão turva. Tal qual nos encontramos hoje, sobreviventes da avalanche chamada vida. Adulta, eu entendi a exuberância do Cerrado. O tal balé das árvores de curvas baixas nada mais são que esculturas que celebram a vida, pois esse bioma desesperadamente cresce para baixo do chão, buscando o que não cai do céu... a água. Portanto, não há formosura maior que o nosso Cerrado. Louvemos-o. E assim começamos esta edição que celebra um momento tão especial para todos que são família GPS. Nossa edificação no terceiro setor com a GPS|Foundation, projeto que iniciamos ano passado e que tanto nos traz alegria na alma. Compartilhar preenche o coração. De certo modo, faz nossos vazios se calarem e nos provoca a perceber, sobretudo, que com o essencial a chegada vem mais rápido sem que nos can-

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semos tanto com o peso da caminhada. Afinal, para que acumular tanto? Dividir, contribuir num conjunto de atividades voluntárias quebra velhas muralhas, cria alicerces firmes. Nessa toada, a revista ganha vida própria. Doação tal qual a de Juliana Paes, atriz que amamos e que há um ano tentávamos fotografá-la sem conseguir casar agendas. Eis que ela, em seu único dia de folga das gravações, topa o shooting. Deixa família, descanso, lazer. E surge "diva maravilhosa", como ela mesma se definia à medida que a montávamos para capa. Juliana é contagiante de beleza estonteante. E generosa, dedicada. E feliz. Que bela companhia. Quanta brasilidade. Que nos representa. Como sujeitos de fibra, que nascem e renascem a cada impacto. Como os índios, a comunidade ribeirinha, os nortistas nativos que trazem na verve a raiz e os costumes que nos edificaram. E desembarcamos finalmente na Amazônia. Na mata que se contrai em savana, nos povos da floresta, seus guardiões, que bradam por sua majestade. Não se trata de ser globalista ou nacionalista. Amazônia é geograficamente nossa, mas de interesse planetário. Não cometamos o ecosuicídio. Transformemos o irreversível no possível! Sustentabilidade, vulnerabilidade social. E lembremos sempre de todos estes seres brilhantes que povoam as páginas a seguir... pois brilhar pode ser iluminar caminhos.


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NATUREZA

A BELEZA DO ÁRIDO O BIOMA QUE PERMANECE INVISÍVEL AOS OLHOS DOS BRASILEIROS. O CERRADO, EM SEU ASPECTO DE DESOLAÇÃO E RESISTÊNCIA, REVELA NO CONTORCIONISMO DE SUA VEGETAÇÃO DESESPERO PARA VIVER. E VIVERÁ, SE NÃO O DESTRUIRMOS COM NOSSAS PRÓPRIAS LEIS POR MARIO ROSA « FOTOS CELSO JUNIOR

Q

uem quer que já tenha visto uma árvore do Cerrado, terá ficado exatamente com a mesma sensação: a de presenciar um grito. A beleza do Cerrado, a beleza do árido, é uma câimbra que brota da terra e se projeta para o espaço e se contorce a céu aberto em galhos em direção ao sol. Mas que fique bem claro aos viajantes que aqui chegarem: as árvores do

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Cerrado não são a paisagem do desespero onde a aridez pode falsamente enganar olhos desavisados, desacostumados a ver estas vastas chapadas de vazio, de secura e de ninguém. Ao contrário: as árvores do Cerrado são esculturas que celebram a vida! Elas se contorcem acima como se contorcem suas raízes abaixo do chão, buscando a seiva da vida – que é a água.


Então, as árvores do Cerrado são cenas que nos lembram os que lutam e nunca se entregam, os que jamais perdem a esperança, os que têm resistência e se reviram por dentro e por fora pela vontade inata de viver. As árvores do Cerrado são assim. Eis a mais poética e dissonante beleza de toda a feiura do Cerrado. Suas árvores esqueléticas são o mais belo retrato da vontade de viver levada às últimas consequências, ao limite máximo. Cada árvore do Cerrado e toda sua paisagem são marcas que a vida deixou em quem insistiu em viver. Viver apesar de tudo, viver acima de tudo, viver contra tudo e contra todas as possibilidades. Mas viver. O Cerrado é vida, vida nos extremos. Essas árvores nos ensinam todos os dias que viver é tão bom, que viver vale tanto à pena que devemos encarar qualquer sacrifício. Que se viver for de algum modo um sacrifício, sempre valerá. E será preciso, como elas, praticar o contorcionismo vital, de completarmos as rotações sobre nós mesmos e nos flexionarmos e, talvez, assumirmos as posições mais bizarras que a vida pode nos impor. Mas, no final das contas, o que vai importar é estar de pé, vivos e esperar tocarem nossas folhas e galhos as gotas da chuva, que sempre hão de chegar, sempre chegam.

O SEU DESMATAMENTO É CINCO VEZES MAIOR QUE O DA AMAZÔNIA, RESTANDO HOJE APENAS CERCA DE METADE DE SUA ÁREA ORIGINAL

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O Cerrado nos ensina que estar vivo é o grande prêmio, apesar de toda a aridez que a vida nos oferece. O Cerrado é um território em que se pode vislumbrar a contradição que existe nos vazios. O deserto, o cansaço, a exaustão, os perigos, as feras, a natureza madrasta que não acolhe seus filhos. O Cerrado nunca lhe diz “seja bem-vindo”. Mas há no Cerrado esse outro lado da aridez: a força dos que resistem, dos que não desistem, dos que não perdem a fé. O Cerrado, com todo

o seu estranho habitat, é onde se vê brotar mais da terra a esperança. Pois cada árvore que se contorce e desafia todas as regras e permanece ali, fincada no barro quente sem jamais se entregar, é um grito que brota e diz com a força de todos os seus galhos desgrenhados: - Eu acredito! Eu não vou me entregar! Ah, JK... você não poderia ter escolhido melhor lugar para plantar sua Capital da Esperança.

TRATA-SE DO SEGUNDO MAIOR BIOMA DA AMÉRICA DO SUL, OCUPA CERCA DE 22% DO TERRITÓRIO NACIONAL

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A SAVANA É A MAIS RICA DO MUNDO, ABRIGANDO 12 MIL ESPÉCIES DE PLANTAS NATIVAS

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É RESPONSÁVEL POR ABRIGAR E ABASTECER TRÊS DAS PRINCIPAIS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO PAÍS: TOCANTINS-ARAGUAIA, SÃO FRANCISCO E PARANÁ

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ESTÃO CATALOGADOS 199 ESPÉCIES DE MAMÍFEROS E AVIFAUNA COM 837 ESPÉCIES

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PÁTRIA

O MANTO SAGRADO UMA VEZ AO MÊS, UM BELO MOMENTO CÍVICO EXECUTA A TROCA DA BANDEIRA. COMO DIZIA OLAVO BILAC, QUE ELA SEJA TÃO SOMENTE O PAVILHÃO DA JUSTIÇA E DO AMOR POR MARCELLA OLIVEIRA « FOTOS LUARA BAGGI

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“S

alve, lindo pendão da esperança; salve, símbolo augusto da paz. Tua nobre presença à lembrança, a grandeza da Pátria nos traz”. Os versos do Hino da Bandeira Nacional, escritos por Olavo Bilac, são cheios de um amor à Pátria que parece não ter perdurado aos dias atuais. Por onde anda nossa bandeira? No frenesi cotidiano, mal sobra tempo de vislumbrar sua imponência. Passar tão perto no fluxo onde se concentram os Poderes da capital da República. Olhar sem enxergá-la de fato. O quão exótico ou exuberante é o encontro do verde com o amarelo, cercado pelo azul límpido proporcionado pelo bioma árido do Cerrado. Qual a extensão do patriotismo brasileiro à exceção de momentos esportivos ou manifestações políticas? O olhar atento, no entanto, é suficiente para perceber que ela está ali, silenciosa, dialogando com o vento, trepidando com leveza e austeridade para quem quiser contemplá-la – um espetáculo à disposição dos interessados. Como cenário, a natureza entrega o azul e o branco numa harmonia natural. Combinação casual ou proposital? Um lirismo inevitável. 30 « GPSLifetime

No alto do mastro da Praça dos Três Poderes, ela pode ser vista de vários pontos da região central da cidade. Da sutileza intocável, surge a curiosidade sobre seu tamanho. São 280 metros quadrados com dimensões de 14x20 metros, a maior do País. Mensalmente, ela é substituída. Há décadas uma cerimônia é realizada no primeiro domingo do mês para que seja feita sua troca, pontualmente às 10h. Marinha, Aeronáutica, Exército, Corpo de Bombeiros do DF, Polícia Militar do DF. Cada vez um deles assume o comando do evento. Dedicam-se de corpo e alma. Desfile, apresentação da banda, exposição de objetos e viaturas. Uma espécie de mini versão do desfile 7 de Setembro. A curiosidade transporta o público até lá. Famílias exercendo a cidadania. Pais educando filhos. Momento cívico. Cerca de três mil pessoas participam. Muita gente, pouca gente? Não importa. Na verdade, surpreende os presentes. Ao vivo, emociona. E as curvas monumentais de Oscar Niemeyer ganham vida e sentido. A expectativa do início da performance é nítida. Não há ideologia, sequer partidarismo. Ninguém pre-


tende protestar ou defender. A protagonista, sem dúvida, está acima de comportamentos factuais. Ela é a pátria. Será possível uma aproximação? Conhecê-la melhor, tocá-la, posicionar-se embaixo dela. Sentir-se fisicamente abrigado, acolhido.

A TROCA Militares esperam o momento certo de agir. Impecavelmente fardados, conversam despretensiosamente. Estão acostumados. Mas é possível perceber o cuidado e a dedicação para que tudo saia como programado. No céu não há nuvem. Faz muito calor. O líder dá o sinal e eles começam a desenrolá-la. Ela ganha forma, vemos suas cores, seus detalhes, suas estrelas. Por fim, cerca de 20 homens se posicionam em um semicírculo segurando a sua ponta, agora completamente esticada. Ela fica ali, aberta, por alguns minutos. Não sabe-se precisar o tempo. Pouquíssimas pessoas ao redor. Os cliques fotográficos começam. Os olhares se encantam. E a resposta vem. Sim, é possível aproximar-se. É um sentimento oposto ao de antes. Tão perto, tão grande, tão palpável. A imagem é linda. Mais uma vez o tempo para no relógio. “Se você entrar debaixo, fica melhor”, diz o sargento do Corpo de Bombeiros. Os curiosos se aproximam. “Pode tocar, a bandeira é nossa”, reforça o bombeiro. É quando nos damos conta de que ela é real, está ao alcance. A mão encosta o tecido, o coração acelera, os olhos marejam. É muita emoção. Uma salva de 21 tiros anuncia o início da cerimônia. O barulho é alto, provoca sustos. De forma orquestrada, os militares soltam a bandeira, deixando o vento impri-

mir o seu ritmo. Ela começa a ser erguida. Não se escuta nada além dos tiros e a sonoridade do encontro entre vento e tecido. Quem está na Praça dos Três Poderes é embalado pelo Hino Nacional do Brasil. A antiga permanece lá em cima enquanto a nova sobe. “Brasil”, grita uma espectadora. O movimento de subida é lento. Em determinado momento, as duas se encontram. É lindo. Toca o Hino da Bandeira. “Contemplando o teu vulto sagrado, compreendemos o nosso dever; e o Brasil, por seus filhos amado, poderoso e feliz há de ser”. Todos hipnotizados. A velha bandeira chega ao solo. Observa-se alguns rasgados nas extremidades. “Foi o vento”, alguém explica. Os militares a acomodam carinhosamente no porta-malas da viatura do Corpo de Bombeiros. Afinal, não deve ter sido um mês fácil, representando a amada terra do Brasil. Foram muitas as bordoadas climáticas. E o que acontece com ela? “Ela é queimada”, revela o bombeiro. A cerimônia termina. “Recebe o afeto que se encerra; em nosso peito juvenil; querido símbolo da terra...”. O olhar se volta mais uma vez para o céu. Uma nova mesma bandeira inicia sua missão já colorindo o céu de Brasília. Ela não é mais intocável, nem distante, nem pequena. Antes de ir embora, uma última contemplada para o alto e o sentimento de patriotismo e de pertencimento. Sim, pois Bilac escreveu... “Sobre a imensa Nação Brasileira; nos momentos de festa ou de dor, paira sempre, sagrada bandeira; pavilhão da Justiça e do Amor”. GPSLifetime « 31


RELIGIOSIDADE

CATEDRAL DA DIVERSIDADE O TEMPLO DA BOA VONTADE CELEBRA 30 ANOS E NA SUA JORNADA ECUMÊNICA INVOCA RELIGIÕES E CIVILIZAÇÕES EM BUSCA DA UNIDADE DO CRIADOR − A PAZ E O AMOR UNIVERSAIS POR LARISSA DUARTE « FOTOS LUARA BAGGI

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m 16 de março de 1989, os telejornais noticiavam a descoberta do que seria a “maior pedra de cristal bruto do mundo”, em Cristalina, Goiás. Ao ligar a tevê em uma reportagem já pela metade, o radialista, jornalista e escritor José Simões de Paiva Netto sentiu que havia encontrado o que há tanto almejava. Iniciou a saga em busca do material. E encontrou o garimpeiro Chico

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Jorge. Diante das ricas ofertas, nacionais e estrangeiras, Chico optou por vender o cristal para Paiva Netto. Praticamente de graça. Semanas antes do ocorrido, a mulher do garimpeiro havia sonhado que ele encontraria uma pedra e que o mineral teria uma nobre destinação. Esta é uma das inúmeras místicas que envolve o Templo da Boa Vontade, um monumento que não passa


A Nave fica aberta 24 horas todos os dias do ano

despercebido por quem transita pela Asa Sul. Projetada pelo arquiteto e engenheiro R. R. Roberto, a obra é fruto de um sonho do jornalista, radialista, poeta e escritor Alziro Zarur, fundador e primeiro presidente da Legião da Boa Vontade (LBV), uma entidade de assistência social fundada oficialmente em 1º de janeiro de 1950, no Rio de Janeiro. Com o falecimento de Zarur, em 1979, a concretização do desejo de ter uma sede ficou como empenho para o seu sucessor, Paiva Netto, à frente do posto até hoje. O local, no entanto, deveria ter mais propriedades além do espaço administrativo. A Legião gostaria de um templo. Um templo ecumênico, alheio a crenças ou religiões. Um templo que representasse tão somente a conexão dos seres humanos com Deus. Pois bem, que seja erguido. Assim surgiu uma pirâmide em mármore branco, dimensional em sete faces − número da perfeição − com

21 metros de altura e 28 metros de diâmetro. E, no topo, a pedra bruta de 21 quilos, chamada de Cristal Sagrado. Para adentrar, há todo um processo que se inicia com uma parede preta, cujos passos direcionam para uma curva no túnel escuro até desembocar numa grande sala iluminada. Durante o dia, banhada pelo sol purificado pelo cristal. “Este ponto é o momento de sair do mundo material e entrar no mundo espiritual”, introduz o administrador do Templo, Paulo Medeiros. Uma espiral com sete faixas escuras e sete faixas claras compõe o principal ambiente de meditação do templo, a Nave. Aos lados das voltas geométricas, sete bancos à direita e sete à esquerda. Uma música serena e contemplativa toca ao fundo sem cessar. A tradicional caminhada pela espiral surgiu de modo espontâneo no dia seguinte à abertura. No sentido anti-horário, ela parte da trilha de azulejos escuros,

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Sala Egípcia, espaço para meditação e relaxamento

caracterizando a árdua jornada do ser humano em busca de equilíbrio. Na sétima faixa, uma curta pausa na placa de bronze que fica sob nossos pés. Exatamente acima, o Cristal Sagrado emana boas energias, expressando o começo de uma nova jornada. Esse é o momento para fazer curtas orações. O retorno é pela faixa clara, desembaraçando os pensamentos para o recomeço. Na última volta, uma mesa deixa à disposição papel e caneta para o registro escrito a ser depositado no recipiente ao lado. O percurso é finalizado diante da obra Trono e Altar de Deus, do italiano Roberto Moriconi. Sem qualquer símbolo religioso, a escultura traz os quatro elementos da natureza: fogo, terra, água e ar. “É a representação ecumênica do Criador”, explica Paulo. No granito abaixo do painel metalizado de sete degraus, uma mensagem de Paiva Netto conclui a caminhada e inspira os peregrinos: “Todo dia é dia de renovar nosso destino”. A única outra obra de arte no ambiente é uma réplica autorizada de Aleijadinho, que retrata a passagem bíblica Daniel na Cova dos Leões. Segundo Paulo, a escultura está ali para simbolizar “a fé de cada um”.

UM MUSEU A partir daí, um universo museológico se abre em departamentos. Um local expõe imenso acervo de presentes e homenagens enviados por representantes nacionais e internacionais a Zarur, Paiva Netto e ao Templo. Uma das paredes é tomada pelo painel A Evolução da Humanidade, do artista Marcos Garrot, elencado por desenhos de personalidades que entraram para a história por sua colaboração com a humanidade, desde Jesus

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Cristo e Madre Teresa de Calcutá até Juscelino Kubitschek, Chico Xavier e John Lennon. Estátuas dos faraós Ramsés II e Akhenaton, o Vale de Gizé com as três pirâmides − Quéops, Quéfren e Miquerinos –, o deus Hórus e o busto de Nefertiti entregam a admiração do Templo pela civilização do Egito Antigo. A cultura ganhou a Sala Egípcia, assinada pelo artista plástico Marciel Oehlmeyer, destinada a meditação e relaxamento. Já em outra área, a ampla Galeria de Arte fica à disposição de artistas. No acervo, Peixes, obra rara de Athos Bulcão; o excêntrico Tarô de Brasília, de Marlene Godoy; e outros afrescos assinados por Tarsila do Amaral, Chico Anysio, Ralfe Braga, Antônio Poteiro, Umazo Shinoda, Manabu Mabe, Chico Metamorfose e mais. Uma estátua francesa de Jesus, em bronze, datada no século XVII e com mais de 300 quilos, é, definitivamente, um dos grandes destaques do TBV. Ali, sob a mão estendida da escultura, os peregrinos


A mandala criada pela artista plástica russa Ula Haensell

fazem suas preces enquanto tocam ou beijam os pés da imagem. A escultura está ao lado da Fonte Sagrada, também parada obrigatória dos visitantes para abastecer garrafinhas com a água fluidificada. “O líquido passa por vários filtros e faz o mesmo trajeto da espiral da Nave, passa sob o cristal e, finalmente, é jorrada na fonte”, esclarece. O andar de baixo é em memória de Zarur. As cores são da mandala de duas faces feita pela artista alemã Ula Haensell. O painel em cristal com interferências no mármore é traduzido como um “emissor de energias”, motivo pelo qual também é muito visitado pelos frequentadores. Atrás da obra está o Memorial Alziro Zarur, onde há um túmulo simbólico e o painel A Conquista, do pintor alagoano Sátyro Marques. Na saída, é quase inevitável deixar o passeio sem parar em uma das lojas de souvenirs. Mas a maior recordação que se leva do tour, no entanto, dispensa o uso de cartão de crédito: a energia que abastece a alma.

Reprodução do escritório de Alziro Zarur

CURIOSIDADES • Desde 21 de outubro de 1989, data inaugural que compatibilizava com o 10º aniversário de morte de Zarur, a nave fica aberta 24 horas por dia • O Templo da Boa Vontade é aclamado como uma das Sete Maravilhas de Brasília, eleito por votação popular • Em visita ao Templo, em 1997, o artista plástico Siron Franco “identificou” no painel fotográfico do Cristal Sagrado linhas que formariam o rosto de Jesus Cristo • Entre os visitantes que já passaram pelo templo, está Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi; Robert Plant, ex-vocalista do Led Zeppelin; integrantes do Guns N’ Roses

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SACRA

PINCELADAS DE AMOR HÁ QUARENTA ANOS A ESCOLA DE ARTE SANTA MARCELINA ENCANTA E EMOCIONA COM A CONFECÇÃO DE OBRAS SACRAS. FREIRAS E ALUNAS ORAM, PINTAM E TECEM, ENQUANTO RESTAURAM SUAS ALMAS POR MARINA FERREIRA « FOTOS GUSTAVO MORENO

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S

ilêncio, paz, harmonia e tranquilidade são emoções geralmente transmitidas em templos, mas que fazem morada em uma especial escola de arte no Lago Sul, em Brasília. Repleto de imagens e pinturas sacras, o espaço reúne alunos que buscam não apenas aprender métodos de pintura, escultura ou desenho. Eles encontram na Escola de Arte Santa Marcelina um verdadeiro refúgio. Tudo começou há 41 anos, quando a religiosa Elena Menegon foi transferida de Botucatu (SP) para Brasília. Com habilidade artística, fundou a escola. Anos depois, as irmãs Vicentina Menin e Marcelina Munaro foram enviadas para auxiliar na coordenação da casa artística devido à alta demanda. Até embaixatrizes já se renderam aos cursos. A escola oferece, atualmente, aulas de diversas técnicas, como: barroco, fiorentino, laca chinesa, policromia, cerâmica, tapeçaria, entre outras. Atende mais de 120 alunos, a maioria está na escola há décadas, sendo que alguns se tornaram professores. É o caso da educadora aposentada Maria Christina Solomon, de 73 anos. A vida dela se entrelaça com a trajetória da Escola de Arte Santa Marcelina, a qual define como “bênção”.

Aluna há 30 anos, Maria Christina passou por todas as habilidades, inclusive pelas que apresentavam perigo – corrosão em vidro e corrosão em metal – e precisaram ser deixadas de lado. Tamanha dedicação da educadora resultou no convite das irmãs para que ela atuasse como professora. De prontidão, a aposentada aceitou a missão, no momento, coordenada pelas freiras Marcelina Munaro, Isolina Fochesatto e Leonides Zancanaro. Hoje, circular pela casa que fica no Lago Sul é se deparar com religiosidade e arte. As paredes brancas ganham vida com as cores e os detalhes das obras expostas pelo espaço. Quadros, esculturas, mosaicos, bandejas, caixas e baús atraem os olhares de quem visita o ateliê pela primeira, segunda ou seja lá qual for a vez. Enquanto transitam pelo salão, os alunos encontram itens a serem restaurados ou em processo de finalização. Ao longo dos anos, alguns criaram apreço por determinadas obras de arte. Por exemplo, o crucifixo do século XVII que se destaca pela conservação. Santos lideram a lista dos artigos mais admirados. Nossa Senhora com manto trabalhado em policromia chama atenção pelo tamanho, beleza e riqueza de particularidades. GPSLifetime « 37


Para chegar ao resultado são meses de horas-aula, motivo para que os frutos de tamanha dedicação não sejam colocados à venda. “Além das técnicas e dos materiais serem caros, o aluno fica tanto tempo fazendo a peça que acaba tendo alto valor de preço e pessoal. Ninguém consegue vender as peças por criar um carinho, um afeto”, frisa a professora Maria Christina. Em casa, ela tem um Santo Antônio, feito especialmente para presentear o marido. Se as obras da Escola de Arte Santa Marcelina adornam vários cantos do Distrito Federal, algumas peças chegaram a cruzar o Oceano Atlântico. Na visita do Papa João Paulo II a Brasília, em junho de 1980, a irmã Vicentina Menin deu um jarro com monumentos da capital ao pontífice. Ele levou a lembrança para o Vaticano. As embaixatrizes que marcaram presença nas aulas também fizeram questão de levar as criações para o país de origem, como Irã e Iraque. “Estamos há 40 anos embelezando Brasília e o mundo”, pontuou Maria Christina. A atmosfera da escola é tão revigorante que os médicos recomendam os cursos como forma de terapia ocupacional, principalmente para idosos. Aos 103 anos, Laura Nascimento dos Santos esbanja saúde e sempre que pode frequenta as aulas. “Deus me ajuda. Eu não sou trêmula 38 « GPSLifetime

e minha cabeça continua boa”, disse a senhora enquanto pintava de laranja as flores de uma tigela de porcelana. Laura ainda aproveitou para elogiar o cuidado das freiras com os alunos: “Chego aqui e me distraio. Jogamos conversa fora. Gosto de vir para ficar com as irmãs”. Próximo do centenário está Rachid Conceição Matos. Com 99 anos, ela afirmou não ficar “ruim da cabe-


ça” por conta dos cursos. Ela comparece ao local desde 1980, época em que Elena Menegon ainda dirigia a casa. “Aprecio tudo aqui. Gosto até das professoras”, revelou Rachid, em meio a risos. Ao fundo do espaço, uma capela para quem deseja alimentar o lado espiritual ou conversar pessoalmente com as religiosas. Para os alunos, o lugar não ensina somente técnicas artísticas. Os aprendizes consideram a casa de arte um refúgio, não à toa dizem que quando lá estão “esquecem o mundo”. Um lugar que é feito de pinceladas de amor, cuidado e longevidade. Escola de Arte Santa Marcelina SHIS QI 5 Chácara 90 – Lago Sul, Brasília (DF) (61) 3366-8500

Arte sacra – técnica que engloba barroco, policromia, pátina, biscuit e douração com ouro brunido. O método pode ser usado no restauro de obras de arte, confecção e embelezamento de peças sagradas em diferentes materiais, como madeira, gesso, cerâmica e mármore. A arte sacra é produzida para fazer parte dos cultos divinos e rituais religiosos.

Barroco – o estilo tem como referência desenhos florais, como rosa, tulipa e cravo. A princípio, a pintura barroca era aplicada em móveis, como forma de disfarçar e proteger a madeira. Na atualidade, a técnica é usada na decoração de bandejas, móveis, caixas e baús.

Faiança – espécie de cerâmica branca porosa que necessita passar por um processo de esmaltação. As faianças ganham um tom marfim ou creme e ficam com aspecto craquelado. Menos nobre que a porcelana, o tipo de louça atrai pelo efeito visual quebradiço.

Arte fiorentina – feita sobre a madeira, a pintura clássica se destaca pela riqueza de detalhes. O desenho realizado com carimbos de bronze sobre massa especial é a principal etapa da arte fiorentina. Com aplicação de folhas de ouro, a peça se transforma em um luxuoso adorno.

Iconografia – é a arte de pintar ou escrever um ícone conforme as normas da liturgia católica. Os frutos da técnica são representações da presença de Deus, Jesus Cristo, Maria, anjos e santos. Pintados em madeira preparada com carbonato de cálcio e cola natural, os desenhos de devoção só podem ser feitos com pigmentos provenientes da natureza.

Laca chinesa – técnica de usar a laca na decoração de objetos. O material com textura de resina é extraído da árvore da laca, presente em províncias chinesas. Forma uma película de aparência vitrificada, brilhante e transparente.

Tapeçaria – a matéria-prima é a lã. O bordado, feito em diferentes tipos de pontos, confere uma textura própria com perspectiva, profundidade, luz e sombra. A técnica é considerada “uma pintura feita com lã e agulha”. GPSLifetime « 39




FUTURO

BRASÍLIA ESTÁ PRESTES A SE TORNAR UMA CIDADE INTELIGENTE. A MISSÃO COUBE AO SECRETÁRIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA, GILVAN MÁXIMO. PRÓXIMO PASSO SERÃO CARROS ELÉTRICOS DISPONÍVEIS PARA SERVIDORES FOTOS LUARA BAGGI FOTOS LUARA BAGGI

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A PRÓXIMA ERA URBANA R

ubialândia – cidadezinha goiana com 19 mil habitantes, a pouco mais de 300 quilômetros de Brasília. Gilvan Máximo não nasceu em ambiente propício à tecnologia. Ao contrário, o nome de seu município é uma referência às rubiáceas, família de plantas a qual pertence o café. Portanto, local cheio de bucolismo e pouco acesso às tecnologias. Mas isso não impediu que o empresário se apaixonasse por elas. O agora secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF quer ser o secretário high-tech de Brasília. É assim que se manifesta quando trata do assunto que agora dirige. Foi a sua experiência em gestão, tanto na iniciativa privada – é empresário do ramo da construção civil – quanto como Secretário do Entorno, a convite de Marconi Perillo (então governador de Goiás, entre 2011 e 2014), e sua boa articulação política que o alçaram ao cargo de secretário. Atual vice-presidente do PRB de Goiás, nas eleições de 2014, Gilvan se candidatou a deputado federal pelo seu estado natal e obteve quase 60 mil votos, mas não se elegeu. Além de bem relacionado na política, também circula pela sociedade brasiliense, por conta da mulher, a conceituada joalheira Miranda Castro. O secretário divide a paixão por tecnologia com a filha Sophia, de 14 anos. E, no que depender dele, Brasília será transformada em uma das cidades mais tecnológicas do País – e em pouco tempo. "Recebi o convite para a pasta, prontamente aceitei, e estamos trabalhando para superar os obstáculos", relata, com otimismo. E o motivo? Apenas 25 servidores compõem os quadros da pasta. “É como trabalhar na lógica de uma startup”, compara. A atual gestão do Governo do Distrito Federal não tinha completado 60 dias e Gilvan já comemorava um feito inédito. Uma parceria com a Microsoft, sem ônus para os cofres públicos, mas de enorme alcance. "Isso permitiu a disponibilização do Pacote Office 365, gratuitamente, para alunos de escolas públicas. E isso foi a custo zero para o DF", destaca.

Os resultados em pouco tempo não param por aí: Brasília dispõe agora de pontos de wifi gratuito em quatro locais fixos de grande circulação e em 400 ônibus que fazem as linhas do BRT para o Gama e para Santa Maria. E o GDF terá 17 carros elétricos em funcionamento para atender os servidores. No que depender dos planos do secretário, muito mais ainda está por vir: uma Parceria Público-Privada (PPP) da Iluminação Pública, a instalação de laboratórios de tecnologia nas cidades para dar formação aos alunos da rede pública, chamados de Laboratórios Include; a disponibilização de carros elétricos para servidores do Governo do Distrito Federal; e a expansão das Reciclotecas – centrais de recolhimento e recondicionamento de lixo eletrônico. Confira alguns dos projetos da secretaria. “Quero que Brasília e o governo Ibaneis sejam referência de cidade inteligente no Brasil”, diz.

CAMPUS PARTY “É um sucesso e a nossa edição da Campus Party já se equipara, em números, à de São Paulo. Esperamos que cresça ainda mais, porque além de permitir essa troca de informações sobre tecnologia, movimenta toda a cidade, a economia local, os hotéis”.

CARROS ELÉTRICOS “Em parceria com a Itaipu Binacional, empresa que gere a usina hidrelétrica com sede em Foz do Iguaçú (PR), os 17 carros passarão a movimentar os servidores do GDF de modo compartilhado. Com esse projeto de eletromobilidade, nós já ficamos em segundo lugar no ranking de cidades inteligentes, e além de ser custo zero para o governo, ainda garantirá uma economia de milhões de reais com os combustíveis. E são veículos não poluentes".

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LABORATÓRIOS INCLUDE RECICLOTECAS “Esse é um projeto que pode mudar a forma como o brasiliense lida com o lixo eletrônico. Uma primeira espécie de teste ocorreu na edição deste ano da Campus Party Brasília, quando 30 toneladas de lixo eletrônico foram recolhidas. Aquele computador ou celular que você tem em casa e não quer mais, você pode doar para a Secretaria e a gente manda para a Recicloteca. Os jovens pegam essa máquina, dão upgrade nela, turbinam, e a gente volta esse computador para uma creche, uma escola. Vai ter um ônibus de coleta e até o plástico do computador pode ser recuperado como matéria prima da impressora 3D”.

WIFI SOCIAL "Como o valor dos pacotes de dados são altos, essa é uma ação muito boa para a população do DF. Isso tem sido feito por meio de um contrato com empresas de prestação de serviços de internet, que exploram a disponibilidade de wifi nos pontos. O principal é na Rodoviária do Plano Piloto, mas também já funciona nas feiras de Vicente Pires e de Ceilândia, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia e na estação do BRT do Gama – além dos 400 ônibus que fazem as linhas do BRT para o Gama e para Santa Maria. Vamos chegar a todas as estações do Metrô, praças, avenidas, feiras, restaurantes comunitários, hospitais, UPAS".

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“Pretendemos alcançar quatro mil estudantes de escolas públicas do DF, no primeiro ano. Serão 14 laboratórios, já logo de cara. Estão em obras prédios e terrenos da administração pública que hoje estão desocupados para serem os Laboratórios Include. Todos terão wifi e vão funcionar até mais tarde para a meninada poder ir depois da escola. Vamos pegar essa garotada, os gênios do DF, e eles lá vão fabricar o drone e botar ele para voar. Vão poder manusear uma impressora 3D, uma de corte a laser, montar e fabricar os próprios robôs".

PPP DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA “Com a PPP, serão instaladas mais de 40 mil câmeras com reconhecimento facial, nos novos postes do DF, que terão luzes de led e uso de energia solar. Além da questão ambiental, o uso das câmeras vai ajudar muito na segurança pública. Se você mora na Rua 10 do Guará e tem um disparo na frente da sua casa, essa informação gerada pela imagem vai cruzar com a da Central da Polícia. Também teremos drones espalhados pelos postes, então poderemos levantar o drone e fazer a varredura da área".

MONITORAMENTO “Também por meio de parcerias, pretendemos desenvolver um programa no qual sejam instalados chips em todos os carros em circulação. Com um pequeno chip que você instala no para-brisa do carro, toda a frota do DF vai poder estar rastreada".


Novo asfalto em todas as cidades. As obras de recapeamento de asfalto estão acontecendo em todas as cidades do DF. E, agora, chegaram ao Lago Sul.

Urbanização completa de Bernardo Sayão. O GDF está investindo R$ 48 milhões no setor habitacional Bernardo Sayão, no Guará. São obras de pavimentação, iluminação, drenagem, água e esgoto que vão beneficiar 40 mil pessoas.

Ampliação do viaduto de Taguatinga. O viaduto de Taguatinga está sendo ampliado. Ele terá agora 11 faixas, sendo duas exclusivas para ônibus.

/govdf

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df.gov.br

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ENTREVISTA

O NOVO POLÍTICO AOS 36 ANOS, O PRESIDENTE DA CÂMARA LEGISLATIVA, RAFAEL PRUDENTE, IMPRIME NOVO RITMO AO LEGISLATIVO. DE PERFIL CONCILIADOR, ELE TRAZ FÔLEGO AO PLENÁRIO, PROMOVE SESSÕES EM CENTROS URBANOS E PROMETE MODERNIZAR A CASA POR EDYANA MASCARENHAS « FOTOS SÉRGIO LIMA

N

ão é incomum ver filhos seguindo os caminhos profissionais dos pais. E não foi diferente com o brasiliense Rafael Prudente. Herdeiro do ex-deputado distrital Leonardo Prudente, Rafael entrou para a política, mas conseguiu se desvincular da imagem política do pai e trilhar sua própria trajetória. Seu perfil conciliador levou o deputado do MDB-DF a ser eleito presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, tornando-se o deputado distrital mais jovem a chegar ao posto, com 36 anos.

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Foi o amor a Brasília que o levou para a política. Começou a trabalhar aos 15 anos no almoxarifado de uma empresa, seguiu para o departamento de compras, operacional e depois atuou como diretor comercial. Formou-se em Administração e abriu uma empresa no segmento eletrônico. A estreia política foi nas eleições de 2014, sendo eleito deputado distrital. No ano passado foi reeleito e, no início desse ano, assumiu a presidência da Casa.


No primeiro ano à frente da presidência da Mesa Diretora da CLDF, Prudente demonstrou tranquilidade ao lidar com o episódio envolvendo um colega distrital. Na época, foram apuradas inconsistências quanto à assinatura de um parlamentar na lista de presença. Prudente planeja instalar o controle de gestão de ponto digital e também a utilização do Painel Eletrônico para as votações. “Espero ser reconhecido como o presidente que trouxe um ritmo diferente para esta Casa. Hoje, nós somos quase que totalmente analógicos”, explicou Prudente. A entrevista com Rafael Prudente foi para o Blog da Ema. Ele falou sobre os projetos para a sua gestão à frente da Mesa Diretora da CLDF e os planos para aproximar a população dos parlamentares. Até o final deste ano, está prevista a instalação da primeira TV, com o objetivo de divulgar os trabalhos realizados naquela Casa. O deputado também comentou sobre o Câmara Mais Perto de Você. Por meio do programa, mensalmente, sessões oficiais são realizadas em diferentes cidades satélites para que os eleitores possam acompanhar de perto as deliberações, muitas delas, sobre temas específicos das respectivas cidades. Prudente é casado com Pollyanna Vaz e é pai de Samuel e Rafael. Durante a entrevista, falou ainda sobre sua a proximidade com o atual governador do DF, Ibaneis Rocha, a intenção e o desafio de renovar a Legenda e a possibilidade de reeleição à mesa diretora. Confira a entrevista. Como é que o senhor lida com as críticas em relação ao seu pai? Acredita que conseguiu se desvincular politicamente da imagem dele?

Um dos nossos principais desafios é justamente desvincular um pouco, pois somos pessoas distintas, com características, às vezes, similares, mas outras diferentes também. Buscamos impor o nosso ritmo de trabalho naquilo que propúnhamos fazer. E, naturalmente, com o tempo, a imagem foi se descolando. Todo político recebe muitas críticas. E a gente trabalhou duro nos últimos quatro anos, conquistamos o respeito das pessoas, dos nossos deputados, tanto é que me elegeram presidente da Câmara. Quais são os seus objetivos para esse mandato?

Modernizar a Câmara Legislativa. Dar mais transparência, a um custo mais baixo. Eu espero ser reconhecido, quando passar o posto, como um presidente que realmente fez a diferença, que impôs um ritmo diferente de votações, nos processos internos, e que resolveu algumas questões que trazem, em especial, a Câmara

Legislativa ao século 21, porque hoje ela está quase que completamente analógica. Com o avanço tecnológico, o que o senhor pretende fazer, na prática, para modernizar os trabalhos da Câmara Legislativa?

Até o dia 1º de novembro, nós não teremos mais papel aqui na Câmara Legislativa. Nós estamos em fase de implementação do sistema eletrônico de gestão interna. Num segundo aspecto, nós estamos em fase final de elaboração do processo para contratação de uma empresa para que faça a nossa TV Legislativa. Até o final do ano, essa TV estará funcionando. E para que não ocorra mais o que aconteceu no caso do deputado, já foi realizada uma licitação para a contratação de um painel eletrônico. Veja só, já estamos em 2019 e as votações internas aqui na Câmara são [controladas] através de uma folhinha manual, como acontecem nas chamadinhas nas escolas. Isso vai acabar. Dentro de alguns meses, ainda este ano, nós teremos o nosso painel inaugurado em votações, e o controle de presença do parlamentar vai se dar de forma biométrica, não tendo falhas, e também, o principal, cada posicionamento do parlamentar em plenário vai poder ser medido pela população, pois as votações serão de forma eletrônica. Além dessa TV, o que mais o senhor imagina que pode aproximar a Câmara da População? A gente precisa se comunicar melhor. Por isso, essas atividades que estamos propondo aqui durante a nossa gestão. Nós fizemos uma remodelagem do Programa Câmara em Movimento, e lançamos o Câmara Mais Perto de Você. Então, até o final do ano, por meio desse programa, nós pretendemos visitar pelo menos seis localidades. Assim, ao menos uma vez por mês, nós estaremos em uma Região Administrativa, levando uma sessão oficial por dois dias para que possamos deliberar, muitas vezes, sobre temas específicos daquela cidade. Nós já estivemos, esse ano, no Recanto das Emas, justamente para nos aproximar. Porque grande parte da sociedade critica a CLDF, mas não sabe o que ela fez, não sabe o que pretendemos fazer e qual o papel da CLDF efetivamente. Muitas vezes se confunde o que é papel da Câmara e o que é papel do Executivo. Há parte da população que acha que a contratação de médicos e a construção de hospitais é obrigação da Câmara. Claro que a CLDF vai ser fiscalizadora e vai cobrar. Mas quem constrói e faz contratações é o Poder Executivo.

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“ESTAMOS EM 2019 E AS VOTAÇÕES INTERNAS AQUI NA CÂMARA SÃO [CONTROLADAS] ATRAVÉS DE UMA FOLHINHA MANUAL, COMO ACONTECEM NAS CHAMADINHAS NAS ESCOLAS. ISSO VAI ACABAR”

Quais as medidas que o senhor pretende adotar para transformar o DF num ambiente mais próspero, numa capital de negócios?

Quando Brasília foi concebida, sua a economia, praticamente, dependia do setor e do servidor público. Atualmente, não existem cargos no setor público para todos. E Brasília cresceu muito e continua crescendo todos os anos. Nós já temos três milhões de habitantes e crescemos em torno de cem mil habitantes todos os anos. É claro que a matriz econômica da cidade mudou. A gente tem que acompanhar esse avanço. Todos nós temos que entender, em especial o Governo, especialmente nós da CLDF, que Brasília já deixou de ser a cidade do servidor público. Nós temos que ser a cidade da tecnologia, do investimento. A cidade onde as pessoas venham e tenham condições de empreender com menos burocracia e com crédito. Nós temos um banco! A maior parte dos estados se desfizeram dos seus bancos, enquanto nós temos um banco aqui. O BRB tem que ser um banco de fomento e que diminua a burocracia. O senhor e o governador Ibaneis Rocha têm uma relação próxima. Foram, inclusive, considerados responsáveis

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pela mudança na direção do MDB-DF. Quais projetos pretende utilizar para oxigenação e renovação da legenda?

Os partidos, da mesma forma, têm de entender esse momento novo na política. Então me foi passada a missão, pela nossa capacidade, pela nossa vontade de trabalhar e pela nossa posição na CLDF, de renovar o partido, de construir um partido maior e melhor. Formado por pessoas com ideias novas. Respeitando, claro, aquelas pessoas que construíram o partido até agora. Mas com a experiência, com a vontade de trabalhar, com novas ideias, eu tenho certeza de que, num futuro breve, nós voltaremos a ser o maior partido da nossa Capital. O senhor pretende se candidatar à reeleição da mesa? Na verdade, o que a gente busca é ser um bom deputado e ser um bom presidente na condução dos trabalhos aqui. Nesse primeiro ano de mandato, nós tivemos a quantidade recorde de apreciação de projetos. Votamos todos os projetos que o governo encaminhou e que efetivamente fariam a diferença na ponta para as pessoas, e nós vamos manter esse mesmo ritmo de trabalho até o final do ano e durante os dois anos. Todo presidente que entra na CLDF fala a respeito de reeleição. Não estamos falando nisso. Não estamos preocupados com isso. @blogdaema.com.br


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No trânsito, dê sentidoGPSLifetime à vida. « 49


ARTIGO EDINHO MAGALHÃES Jornalista e advogado, atua como consultor parlamentar no Congresso Nacional – edinho.assessoria@gmail.com

“LAVA JATO”: QUEM NÃO DEVE NÃO TEME

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epois de revelar ao País o maior esquema de corrupção sistêmica e endêmica encrustada no seio da máquina pública, como o jogo político-partidário se arvorando sobre órgãos federais e estatais por meio de indicações a cargos de chefia, a “Lava Jato” corre, agora, sérios riscos de ser enfraquecida e diminuída. São várias as frentes abertas que tentam limitar as atividades e funções de cada um dos “Agentes da Justiça” que atuam na Força Tarefa mais famosa do país. A principal delas é a Lei de Abuso de Autoridade, aprovada a “toque de caixa” no mês passado na Câmara dos Deputados, que delimita o que Auditores Fiscais, Policiais Federais, Procuradores da República e Magistrados podem ou não fazer contra os crimes de corrupção. Algo como “uma autorização do Legislativo e do Judiciário para se investigar, ou não, parentes e membros do próprio Legislativo, do Judiciário e também do Executivo”. Ato seguinte vieram as primeiras decisões do STF: uma que suspendeu todas as investigações que compartilhavam informações fiscais entre órgãos administrativos da República, como a Receita Federal e o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras); e, outra, que afastou dois auditores fiscais da Receita Federal, que fiscalizavam empresas de parentes de ministros do próprio STF. Não se deve confundir “investigar” com “criminalizar”. Para isso, claro, é preciso ter critérios e se evitar excessos. Mas também não se pode confundir a exigência desses critérios com a anuência para criar uma “casta de intocáveis” na República. Ou nem todos estão sujeitos à Lei? Na esteira das decisões do STF, ainda surgiram outras do TCU – o órgão auxiliar do Legislativo para, 50 « GPSLifetime

justamente, fazer fiscalização e controle no país. Um de seus ministros, pasmem, passou a exigir explicações à Receita sobre “eventuais investigações de todas as autoridades dos Três Poderes, nos últimos 5 anos”. Não deveria ser o contrário? Em vez de intimidar não se deveria incentivar o servidor a cumprir sua função pública? Um órgão deveria auxiliar o outro para, juntos, atuarem com critérios e sem excessos para o bem da administração pública e em defesa do contribuinte, que, no final, é quem paga a conta de tudo e de todos. Voltando à Lava Jato em números: em 5 anos foram realizados mais de 2.400 procedimentos instaurados, sendo 1.230 mandados de busca e apreensões; 230 de conduções coercitivas; 160 de prisões preventivas; 155 de prisões temporárias; e mais de 750 pedidos de cooperação internacional, que resultaram em 185 acordos de colaboração premiada (delação), firmados com pessoas físicas; 11 acordos de leniência com pessoas jurídicas; e mais de 225 condenações criminais contra 160 pessoas. Ainda tiveram no período 10 acusações de improbidade administrativa contra 65 pessoas físicas, 18 empresas e 3 partidos políticos, com pedido de ressarcimento aos cofres públicos (incluindo multas) de R$ 40 bilhões, dos quais R$ 13 bi já foram recuperados, outros R$ 3 bilhões (de réus condenados) estão bloqueados pela justiça, e mais R$ 850 milhões estão sendo repatriados (Fonte: MPF atualizado em julho/2019). Agora você decide: queremos continuar vendo o país sendo passado a limpo, investigando-se tudo sobre todos, ou conviver com “Os Intocáveis da República”? Quem não deve não deveria temer, não é mesmo?


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LGPD – A ERA DIGITAL E O DIREITO À PRIVACIDADE

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om o avanço tecnológico, a internet e as suas plataformas digitais passaram a fazer parte do cotidiano de muitos indivíduos, sendo utilizadas não apenas para comunicação, mas igualmente para fins profissionais, sociais e de conhecimento. Nesse contexto, visando participar cada vez mais desse progresso social, os usuários, ao preencherem os seus dados em sites ou em redes sociais, não se preocupam de que maneira as suas informações serão utilizadas. Ocorre que, esses dados, quando somados, servem para criar a identificação de uma pessoa, o que acaba por proporcionar que as organizações formem uma cadeia de elementos específicos sobre cada indivíduo, conhecendo os seus hábitos de consumo e as suas preferências. É comum o usuário ficar surpreso com aquele produto, que acabou de pesquisar em um site de buscas, aparecer na timeline da sua rede social, passando a ter a impressão de que alguém vigia os seus atos. Contudo, a resposta para esse sentimento é muito simples. Tal circunstância acontece em razão de ter organizações que coletam as informações do usuário no momento do cadastro e a cada nova ação realizada na internet, como curtidas, visualizações e conversações. As empresas não apenas utilizam os dados, como também vendem essas informações para os seguimentos que atendem as suas predileções. Tudo está conectado. Nota-se, portanto, que a relação entre o indivíduo, portador dos dados, e as organizações, que os utilizam, não é equitativa. Partindo desse pressuposto, em abril de 2014, foi promulgada a Lei n° 12.965/2014, mais conhecida como “Marco Civil da Internet”, que foi criada para estabelecer os princípios, direitos, as garantias e os deveres para o uso da internet no Brasil. A aplicação desta lei propiciou para que fosse implementada uma regulamentação ainda mais ampla e eficaz,

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prevendo, não apenas a transparência na utilização dos dados, como também resguardar a privacidade dos usuários da internet. Nessa quadra, a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD (Lei nº 13.709/2018) foi promulgada, que visa, fundamentalmente, possibilitar e garantir a proteção dos direitos individuais, instituindo requisitos rígidos de privacidade e respeitando as escolhas singulares. Seu objetivo é estabelecer a transparência e exigir maior segurança na utilização dos dados pessoais de cada cidadão. É sob essa perspectiva que nasce para as organizações os deveres legais de solicitar o consentimento prévio aos usuários da internet, bem como de se responsabilizar pela proteção dos dados armazenados, aplicar as melhores práticas na gestão e garantir a segurança das informações, endossando, ainda, a existência de um profissional que assegure o fiel cumprimento desses deveres, denominado “encarregado de proteção de dados”. As empresas de todo o país travam uma corrida para assegurar a observância da LGPD, que entrará em vigor em agosto de 2020, sob pena de sofrerem aplicação de severas multas derivadas de denúncias, reclamações e até mesmo processo de auditoria, conduzido pela Agência Nacional de Proteção de Dados - ANPD, órgão do governo criado para realizar a regulação da lei. Além das significativas mudanças impostas pela lei, a nova dinâmica de regulamentação pode ser vista como oportunidade única e, inclusive, positiva, oportunizando às organizações buscarem, cada vez mais, o desenvolvimento ético em benefício de todos. Por certo, é inconteste que a LGPD é uma iminente realidade para os indivíduos, que devem buscar mais sobre os seus direitos, e para as empresas, que precisarão empregar práticas mais transparentes e honestas para alcançar os seus clientes.


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PUBLIEDITORIAL

O MÉDICO QUE BUSCA CIRURGIAS PERFEITAS MUDA DE PARADIGMAS AO INGRESSAR NA REDE D’OR SÃO LUIZ. ALÉM DE OPERAÇÕES DE ALTA COMPLEXIDADE, ANTONIO MACEDO TAMBÉM SE DEDICARÁ AO ENSINO

Antonio Macedo elege o DFStar para a continuidade do atendimento ao presidente Jair Bolsonaro, iniciado em São Paulo

O CIRURGIÃO DO PRESIDENTE

A

ntonio Luiz Macedo é inabalável. Não há outra palavra para definir a força de trabalho e a resiliência ao encarar desafios até vencê-los. Tem sido assim desde criança, quando aos 13 anos um trauma ao cair de um cavalo paralisou o lado direito do seu rosto. Desencorajado a seguir a carreira médica, o profissional não apenas se formou na área, como se tornou um dos nomes de referência internacional para cirurgias do aparelho digestivo. Macedo tem sido destaque na mídia de todo o País desde que foi chamado a operar o presidente Jair Bolsonaro, esfaqueado no abdome durante a campanha presidencial. Meses depois, voltou aos jornais quando transferiu seu consultório para o Hospital Vila NovaStar, em São Paulo, após mais de três décadas no Hospital Albert Einstein. Nessa edição da revista, o cirurgião do aparelho digestivo conta como é lidar com esses holofotes em meio à busca constante pelo que, em suas palavras, chama de “cirurgias perfeitas”. 54 « GPSLifetime

Além de todos os riscos inerentes a qualquer cirurgia de grande porte, ser o “cirurgião do presidente” traz uma carga extra de pressão externa e da mídia. Como o senhor lidou com isso?

Sim, qualquer cirurgia de grande porte tem riscos. Por isso o cirurgião tem que ter experiência, vivência de cirurgia e, com o passar do tempo, aprender a lidar com a pressão externa da mídia e da família. No caso da cirurgia do presidente Jair Bolsonaro, todos esses fatores estiveram presentes. Se é indispensável a serenidade para lidar com a imprensa e com a família, mais calma ainda é necessária para tomar as condutas certas e conduzir a cirurgia do modo mais perfeito possível.


DFStar é o mais novo hospital de categoria premium da Rede D’Or São Luiz. As outras duas unidades estão em São Paulo (Vila NovaStar) e no Rio de Janeiro (CopaStar)

Para agravar essa responsabilidade, o senhor trocou recentemente o Hospital Albert Einstein pelo Hospital Vila NovaStar, da Rede D’Or São Luiz. Teve receio de que algo não transcorresse da forma como esperava?

Sua rotina de trabalho inclui sábados e domingos, em uma intensidade que chega a mais de 50 grandes procedimentos por mês. Em que medida o volume interfere no aprendizado de um cirurgião e no resultado esperado pelo paciente?

Não se tratou de uma troca. Eu fui atraído por um desafio profissional muito diferente. A Rede D’Or São Luiz, grupo ao qual pertence o Star, é uma rede em expansão, responsável por 47 hospitais, e onde eu me encaixaria também nas áreas de ensino e como cirurgião que pudesse auxiliar e orientar casos mais complexos. Se eu tive receio de que algo não fosse da mesma forma? Não, porque eu conheci com muito detalhe o Hospital Vila NovaStar e o centro cirúrgico. Além disso, eu já tinha ajudado a desenhar uma das salas cirúrgicas em junho do ano passado. Então não houve uma troca de hospitais. Houve uma mudança de paradigma. Uma mudança de projeto de vida. Por que a escolha por um hospital com a bandeira Star?

Cirurgia e medicina são mais do que uma profissão. São um modo de vida, então eu não sei quantas horas eu trabalho. Eu acredito que o volume interfere no aprendizado no cirurgião. Assim, a perfeição da cirurgia vem da prática perfeita. Eu concordo em trabalhar o número de horas que forem necessárias, porque eu não tenho pressa para operar. Pratico o que ensino aos meus residentes: não ter pressa, não “pesar a mão” nos instrumentos e realizar cortes e secções suaves, de décimos de milímetros. Isso pode significar cerca de 12h diárias em pé e um grande esforço de concentração. Como manter tanta energia e preparo físico?

Pelo simples fato de eu ter lutado a minha vida toda pela excelência da cirurgia e da medicina, e a bandeira Star é a excelência dos hospitais de qualidade no nosso país. Aqui em Brasília há também um hospital com a mesma bandeira de categoria premium, o DFStar. O senhor já teve a oportunidade de conhecer? Qual a sua impressão? Sim, conheci o DFStar recentemente, quando tive a oportunidade de atender ao presidente da República e de realizar exames à beira do leito. É um hospital de alta qualidade, de primeiro mundo. Realmente traz um conceito muito avançado do que é a excelência em um hospital. Podemos esperar que venha com mais frequência ao Distrito Federal para acompanhar casos de pacientes? Apenas se eu for solicitado para acompanhar casos. Eu virei apenas para ajudar os colegas, uma vez que os clínicos e cirurgiões do Distrito Federal são extremamente competentes. Eu só concordarei em vir se for para somar a eles com a nossa experiência.

Primeiro tem que gostar do que faz. Só assim você emprega excelência, cuidado e energia. O que pratico como “preparo físico do cirurgião” é: abolir o uso de açúcar e farinha de trigo, comer moderadamente e, mais do que tudo, realizar musculação para não perder o estado atlético. Assim, em cirurgias que podem durar até 24 horas, o cirurgião aguenta e resiste à fome, ao frio e à dor. Se não tiver capacidade de resistir a isso, não pode se dedicar a cirurgias de grande porte. Sobra tempo para lazer e família? Depende muito do movimento clínico cirúrgico. Sim, o tempo a gente faz aparecer. É claro que existe um tempo para a família e para o lazer. No meu caso, meu lazer é a musculação, que pratico todo dia por meia hora antes de dormir. Com a família, passo os finais de semana, quando não estou operando o dia inteiro. Eu sou um homem feliz porque eu faço o que eu gosto há muitos anos. Tento fazer da melhor maneira possível, com a melhor qualidade possível. E, se tivesse que fazer tudo de novo, o que eu fiz nesses últimos 40 anos, eu teria a honra de dizer que eu faria tudo, seguiria todos os passos novamente. Hospital DFStar SGAS 914, Asa Sul – Brasília (DF) – (61) 3251-3100 – www.dfstar.com.br

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Foto: Alan Fotografia - Felipe Costa

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EM HARMONIA COM A FACE CENTRO DE ESTÉTICA HOB: NOVA CLÍNICA OFERECERÁ INÚMEROS TRATAMENTOS COSMIÁTRICOS. DE BOTOX À CIRURGIA PLÁSTICA OCULAR

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população mundial está cada vez mais preocupada com a estética. É o que revela o Allergan 360º Aesthetics Report™, realizado em 18 países. Segundo o estudo, 69% dos adultos pesquisados dizem que ter uma melhor aparência é importante para as atividades diárias e 64% afirmam que parecer em forma, saudável e se sentir mais belo, contribui para a

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autoconfiança. Em vista disso, 83% dos consumidores em todo o mundo asseguram estar dispostos a investir em sua aparência. Alinhado com essa realidade, o Hospital Oftalmológico de Brasília - uma empresa do OPTY, o maior grupo de oftalmologia da América Latina - amplia sua área de atuação e inaugura mais um empreendimento de suces-


so: o Centro de Estética HOB. O novo espaço, localizado na 607 Sul, alia alta tecnologia e profissionais especializados a um ambiente bonito e confortável, que preza o bem-estar de cada paciente. “O Centro de Estética do HOB será uma inovação no quesito rejuvenescimento, com procedimentos cirúrgicos para o brasiliense. O diferencial do nosso serviço é trazer aos nossos pacientes um atendimento personalizado, prático, em um espaço moderno e confortável e com profissionais especializados das três áreas mais procuradas dentro da estética: a Cirurgia Plástica Ocular, a Dermatologia e a Cirurgia Plástica Geral”, explica a médica especialista em plástica ocular, Patrícia Moitinho, que integra a equipe da cínica ao lado do dermatologista André Marinho e do cirurgião plástico Bruno Luitgards. De acordo com o último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), em 2016, entre os tratamentos não invasivos mais procurados estão preenchimento, toxina botulínica, peeling, laser e suspensão com fios. “Não é apenas uma intervenção estética. A beleza é individual. Cada um tem a própria essência. Respeitar isso durante um procedimento médico é fundamental para que o paciente não perca a própria identidade”, ressalta o Dr. André. No Centro de Estética o paciente poderá fazer harmonização orofacial, toxina botulínica, peeling, lifting facial com fios de sustentação, harmonização facial, cirurgia de pálpebras sem corte, blefaroplastia a laser, plástica ocular, lipo de papada, peeling químico, laser CO2, microagulhamento, intradermoterapia, tratamento de alopecias com mesoterapia, rinomodelação e peeling corporal. “São tratamentos que buscam o bem-estar do paciente e que elevam a autoestima. Buscamos um atendimento personalizado e que harmonize a beleza de cada pessoa”, enfatiza o Dr. Bruno.

A diretora-regional Centro-Oeste do OPTY, Michelle Kaline, destaca que o novo empreendimento atende às necessidades de vários pacientes do complexo de saúde. “Os procedimentos de estética são atividades bastante requisitadas por nossos pacientes e agora contamos também com uma equipe qualificada e tecnologia de ponta para os cuidados com a beleza”, afirma. Para o oftalmologista Canrobert Oliveira, fundador do HOB e mentor da ideia do Centro de Estética, é gratificante ver um sonho se tornar realidade. “Mudanças podem trazer mais jovialidade e bem-estar às pessoas e a reconhecida eficiência em oftalmologia da instituição vem proporcionar aos pacientes um espaço que oferece competência também à serviço da estética”, assegura. O Hospital Oftalmológico de Brasília faz parte do Grupo OPTY, que nasceu em abril de 2016, a partir da união de médicos oftalmologistas apoiados pelo Pátria Investimentos, que deu origem a um negócio pioneiro no setor oftalmológico do Brasil. Atualmente, o OPTY é o maior grupo de oftalmologia da América Latina, agregando 14 empresas oftalmológicas, 1500 colaboradores e mais de 450 médicos oftalmologistas. Entre os associados estão o Instituto de Olhos Freitas (BA), o DayHORC (BA), o Instituto de Olhos Villas (BA), a Oftalmoclin (BA), o Hospital Oftalmológico de Brasília (DF), o Hospital de Olhos INOB (DF), o Hospital de Olhos do Gama (DF), o Centro Oftalmológico Dr. Vis (DF), o Hospital de Olhos Santa Luzia (AL), o Hospital de Olhos Sadalla Amin Ghanem (SC), o Centro Oftalmológico Jaraguá do Sul (SC), a Clínica Visão (SC), o HCLOE (SP) e a Visclin Oftalmologia (SP) fazem parte dos associados, resultando em 30 unidades de atendimento em todo o país.

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ENSINAR COM RESPONSABILIDADE SOCIAL REFERÊNCIA EM METODOLOGIA DE ENSINO, A CASA THOMAS JEFFERSON BENEFICIA ALUNOS E COMUNIDADE COM AÇÕES PROMOVIDAS EM APOIO AO MEIO AMBIENTE, À CULTURA E AO ESPORTE

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Casa Thomas Jefferson é um Centro Binacional Brasil-Estados Unidos sem fins lucrativos que já atua há mais de 55 anos no mercado de ensino de inglês, tendo se tornado uma das instituições mais respeitadas da área. O que a Casa traz na essência, no entanto, vai muito além de ensinar. Seus mais de 15 mil alunos e as comunidades das cidades onde atua têm a oportunidade de viver experiências culturais, multidisciplinares e de inclusão. Milhares de pessoas são beneficiadas todos os anos pelos diversos projetos e programas que fazem parte da política de responsabilidade social da instituição

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MEIO AMBIENTE A busca por economia de recursos, aliada à preservação do meio ambiente, impulsionou a Casa Thomas Jefferson a integrar o grupo de empresas parceiras do Programa de Eficiência Energética promovido pela Companhia Energética de Brasília (CEB). A escola instalou um sistema de geração solar fotovoltaica em algumas de suas unidades, com planos concretos de extensão do projeto. Como parte dessa iniciativa, a Casa modernizou instalações elétricas e equipamentos. Assim, mais de 277 MWh/ano serão economizados –

Fotos: Divulgação

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redução equivalente a 26 toneladas de gases de efeito estufa ou, ainda, ao plantio de 1.250 árvores por ano. Com a geração de energia para consumo próprio, a Casa Thomas Jefferson poderá devolver o que sobrar para a distribuição pública. Tendo em mente essas discussões acerca de temas ambientais, cada vez mais presentes e necessárias, a Casa Thomas Jefferson também conseguiu reduzir a geração de lixo e seu descarte no meio ambiente. Isso se deu por meio do programa de gestão de resíduos sólidos implementado recentemente pela instituição. O objetivo é fazer com que alunos, funcionários e comunidade fiquem atentos ao desperdício de recursos naturais, além de promover a conscientização sobre a separação dos lixos reciclável e não reciclável. Para atingir a sustentabilidade desses projetos, a Casa Thomas Jefferson já mudou vários de seus hábitos: instalou lixeiras seletivas nas unidades, capacitou os funcionários que fazem a limpeza do local quanto à destinação correta dos resíduos e proibiu o uso de descartáveis nas lanchonetes. A escola também passou a fazer uso do adubo produzido nos próprios jardins, além de implantar composteiras.

tes plásticas, mostras de filmes, palestras e shows. Com essa parceria, ganham os artistas, que se apresentam em auditórios confortáveis e com tecnologia de ponta, e a comunidade, que garante o acesso a eventos culturais de forma frequente e gratuita. Além do incentivo à arte, a instituição também apoia atletas locais por meio de patrocínio. Hoje, dois nadadores, uma piloto de asa-delta e uma carateca recebem auxílio da Casa Thomas Jefferson como parte do entendimento da instituição de que o esporte é um grande pilar para a formação de jovens.

CULTURA E ESPORTE Um dos fortes compromissos da Casa Thomas Jefferson com a sociedade diz respeito à cultura. Desde 1987, a instituição realiza o projeto Sextas Musicais em Brasília, que consiste na oferta de uma programação de eventos culturais de alto padrão abertos ao público e com entrada franca. O acesso à cultura de forma gratuita se dá por meio de parcerias com a Universidade de Brasília, a Escola de Música, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, a Secretaria de Cultura do DF e representações diplomáticas. A agenda cultural da Casa conta, ainda, com exposições de arGPSLifetime « 61


Fotos: Divulgação

EDUCAÇÃO São vários os projetos desenvolvidos pela instituição relacionados à área educacional. Um deles é o Programa de Desenvolvimento de Professores de Escolas Públicas (ou PSTDP), que existe há mais de 15 anos e é realizado em parceria com o Departamento de Estado dos EUA. O objetivo é aperfeiçoar o conhecimento dos docentes sobre práticas linguísticas e pedagógicas. O PSTDP foi remodelado recentemente para dar lugar a um novo currículo, que aborda tópicos como a nova Base Nacional Comum Curricular e sua ligação com linguagem comunicativa, habilidades do século XXI e metodologias essenciais. O ano de 2019 é o primeiro ano de implantação do novo projeto. A Casa Thomas Jefferson, ainda em parceria com o governo americano, não só desenvolve o programa como também coordena a implantação em outros centros binacionais pelo Brasil. O grande objetivo é promover o aperfeiçoamento de práticas de ensino e a troca de experiências entre os professores, resultando em um efeito multiplicador com o poder de beneficiar centenas de alunos da rede pública. Outra iniciativa que acontece uma vez por ano é o English Immersion Program.

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Jovens de comunidades carentes de todo o Brasil vivem uma completa imersão tanto na cultura quanto no idioma norte-americano. Com custo zero para os participantes, o programa é desenvolvido em parceria com a Embaixada dos Estados Unidos. Durante uma semana, além de aprimorar o inglês, esses jovens – líderes em suas comunidades por todo o país – têm a chance de trocar experiências e replicar melhores práticas em suas comunidades. Todo o programa é oferecido sem custo algum para o aluno e inclui despesas de transporte, acomodação e alimentação.


A Embaixada também é parceira da instituição no English Access Program, em que jovens entre 14 e 15 anos oriundos de comunidades carentes são selecionados para estudar inglês com bolsa integral por dois anos. Além do curso, os alunos também recebem auxílio-transporte para o deslocamento até a escola na qual o programa é realizado. Os melhores alunos, ao final dos dois anos, recebem uma bolsa integral para concluir os estudos na Casa Thomas Jefferson. Por meio das bolsas desses projetos e de outras centenas de bolsas oferecidas anualmente, a Casa Thomas Jefferson permite aos alunos desfavorecidos economicamente um contato mais próximo com a língua inglesa. Quando não custeia integralmente o curso, a escola cobra um valor simbólico. É o caso do Everyday English, cuja contribuição mensal é de R$ 80. Neste programa, a Casa auxilia membros da comunidade a se capacitarem para o mercado de trabalho. Para que os alunos tenham acesso a um acervo de qualidade e a uma estrutura tecnológica robusta, todas as unidades da Casa Thomas Jefferson contam com um

Resource Center – uma biblioteca equipada com materiais e equipamentos de ponta. Só no ano passado, mais de 225 mil pessoas passaram por esses ambientes e mais de 31 mil empréstimos foram realizados. A preocupação com temas sociais também se estende aos profissionais que trabalham na Casa por meio de investimentos organizacionais. Capacitação profissional e bolsas de estudo para funcionários fazem parte do projeto de responsabilidade social da instituição. A Casa também oferece a seus funcionários auxílio-creche para crianças de até cinco anos. Dessa forma, seja em Brasília, Goiânia ou Uberlândia, a Casa Thomas Jefferson mostra por que está há tanto tempo no mercado. A escola busca exercer o papel não apenas de ensinar a língua inglesa e promover a cultura americana, mas também de levar conhecimento aos alunos e à comunidade sobre uma variedade de temas sociais nos quais acredita, sempre buscando propiciar experiências singulares de aprendizagem.

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EMPREENDEDORISMO ADVOGADA, EMPRESÁRIA, MÃE E ESPOSA, RELIGIOSA, MESTRANDA E A MAIS JOVEM PRESIDENTE DO LIDE MULHER-DF, RECÉMCHEGADO À CAPITAL. ESTA É A MÚLTIPLA WOMAN, LÍVIA FARIA FOTOS CELSO JUNIOR

A UNIÃO EMPRESARIAL FEMININA C

olaboração talvez seja a palavra do momento para o empreendedorismo. Conectar para crescer. Unir forças. Se o poder dos relacionamentos tem estado no centro das conversas entre empresários, o que dizer quando se trata de empreendedorismo feminino? Em um momento em que as atenções têm se voltado para incentivar as mulheres a ocuparem cargos de liderança, promover uma rede de apoio é fundamental para fortalecer essa ideia. Há 16 anos, o Grupo de Líderes Empresariais, ou apenas LIDE, atua no País e reúne os executivos dos mais variados setores. Nacionalmente, o grupo já possui um capítulo temático feminino – o LIDE Mulher, na ativa desde 2006. E, agora, a força feminina está também em Brasília. Criado em 10 de agosto de 2019, o LIDE Mulher DF filia mulheres com reconhecido protagonismo nos diversos setores que formam a economia de Brasília. E tem em Lívia Faria o nome de referência e representação. Lívia é advogada do escritório Nelson Wilians & Advogados Associados, e recebeu do presidente do LIDE Brasília, o empresário Paulo Octávio, a missão de presidir o grupo, composto por mulheres das mais diversas atuações. “São mulheres líderes filiadas com atuação empresarial, pública, executiva e associativa, em uma plataforma de atividades que proporciona relacionamento, negócios, conteúdo e o desenvolvimento de suas lideranças”, diz Lívia. 64 « GPSLifetime

Uma árdua missão para a mineira de Uberaba de 35 anos, que vive em Brasília desde a infância, quando a família se mudou para que os pais entrassem no serviço público. Além de dirigir um escritório advocatício que emprega 150 pessoas em Brasília, é casada há nove anos com o médico Eduardo, e mãe das gêmeas Alice e Beatriz, de quatro anos. Advogada há 12 e atuando no meio jurídico há 15, Lívia é pós-graduada em Direito Civil e em Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes. Atualmente, estuda mestrado em Direito no Instituto de Direito Público e MBA em Gestão na Fundação Getúlio Vargas. Para dar conta de tanto, assumir a presidência do LIDE Mulher Brasília e ainda manter a saúde em dia, acorda todos os dias às 5h30 para ir à academia, às 8h está no escritório, e dorme antes das 23h. “Eu cresci junto com o escritório, que, de nove anos pra cá, teve uma guinada. Me tornei sócia, gerente jurídica e, em abril de 2018, diretora responsável pela filial de Brasília. Sempre me dediquei muito”, conta a presidente.


A advogada em sua rotina no escritório Nelson Wilians

A posse de Lívia ocorreu em cerimônia no Hotel Kubitscheck Plaza e contou com a presença da presidente do LIDE Mulher Nacional, Nadir Moreno, e a vice-presidente do Grupo Dória, Célia Pompeia, que atuam em São Paulo e estarão em constante articulação com a líder local. “O LIDE Mulher não é vinculado a um único setor produtivo. Portanto, sua atuação é multissetorial. O capítulo temático filia mulheres de reconhecido protagonismo nos diversos segmentos que formam a economia do Distrito Federal”, explica a advogada. Sobre como se deu sua aproximação com o grupo e o convite para presidi-lo, Lívia revela: “Estávamos conversando, eu e a sócia do escritório, com o Paulo Octávio e ele disse: ‘Então por que vocês não enfrentam esse desafio?’, e me convidou. Eu aceitei. Me inspirei muito na Nadir Moreno e em outras líderes daqui do Distrito Federal. Embora eu seja uma das mais jovens, eu acho que a união vai ser o grande diferencial para que a gente possa ter pautas propositivas e colocar nossos anseios para a sociedade empresária do Distrito Federal”. Católica e devota de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa – que tem um templo na cidade natal de Lívia –, ela atribui a força feminina e a capacidade de lidar com tantas tarefas a um dom divino. “Hoje a gente não precisa mais discutir o empoderamento feminino. Nós já mostramos que somos empoderadas. Precisamos agora provar que somos capazes de desenvolver inúmeras tarefas, acho que isso é um dom que vem de Deus mesmo para a mulher, como o de ser mãe, gerar vida, conciliar na mente as atribuições e responsabilidades que temos. Quando eu

fiquei grávida de gêmeas, achei que não daria conta, mas sempre acreditei na força interior feminina e no dia a dia eu consigo dividir as atividades”, revela. O trabalho do LIDE ainda é muito inicial. “O LIDE Mulher se preocupa com os problemas econômicos e sociais enfrentados no DF. Como líderes empresariais que somos, nos solidarizamos com essas questões e acreditamos que o desenvolvimento da economia, a geração de emprego e a discussão sobre a política pode potencializar a atuação do empresariado na construção de uma sociedade ética e competitiva globalmente”, declara. O desafio é imenso e a agenda, intensa. Mas, com os compromissos previstos, Lívia espera reposicionar o papel da mulher no ambiente econômico do DF. Sobre as marcas que pretende deixar à frente do grupo, é categórica: “a união”, enfatiza. “O objetivo é integrar mulheres dos mais variados setores produtivos. Acredito que o networking é uma imprescindível forma de unir grandes nomes femininos do DF para que juntas façamos uma agenda propositiva voltada ao fomento da economia do DF”, acrescenta. Se a atuação do grupo ainda guarda um certo ar de novidade, os êxitos até aqui já são palpáveis. Segundo Lívia, várias lideranças femininas brasilienses já despertaram o interesse pela filiação, o que, para ela, é a demonstração clara desses grandes nomes locais para o desenvolvimento e a ampliação da voz da mulher no debate conjunto para o melhor para o DF. “Mulheres incríveis, de fibra, de garra, determinação, de faixas etárias distintas, unidas por um propósito nobre: o desenvolvimento, a evolução e a projeção da economia do Distrito Federal”, conclui a presidente. GPSLifetime « 65


ÍCONES POR ISADORA CAMPOS @isadoracampos

A ALVORADA DA SOLIDARIEDADE Assim como a chegada da Primavera é anunciada pelo colorir dos Ipês, essas iniciativas floreiam Brasília de esperança e generosidade. Em sua magnanimidade, os notórios transformadores sociais compartilham seus recursos e atenção com dadivosas causas. Acolhem vulneráveis, promovem integração social, defendem direitos e lutam por uma vida fidedigna àqueles que nem sempre podem fazê-lo por si. Crianças, idosos, mulheres e animais marginalizados pela sociedade recebem afeto, doçura e têm suas esperanças renovadas pelos grandiosos instrumentos de bondade que são os voluntários dedicados à Brasília melhor. Inspire-se e contribua com as boas ações aplaudidas pela GPS!

INSTITUTO PROEZA Criado com o intuito de contribuir na transformação de vidas, o Instituto Proeza já capacitou mais de 2 mil mulheres em situação de vulnerabilidade. Somando 16 anos de experiência e a construção de uma sede erguida com auxílio de recursos privados e voluntariado, o projeto atende 268 famílias. Aulas de ballet, auxílio para tarefas de casa e preparatório para o vestibular social são algumas das atividades oferecidas no Recanto das Emas, que conta ainda com oficinas de bordado, padaria solidária e ativo trabalho e suporte às mulheres. “O objetivo é garantir capacitação para independência financeira e autoestima”, empodera Katia Ferreira, idealizadora e fundadora do projeto e da marca Apoena. @institutoproeza

INSTITUTO DOANDO VIDA Nascido com a missão de erradicar a fome através do desenvolvimento da cidadania e da dignidade de famílias carentes, o Instituto Doando Vida oferece, diariamente, alimentação, educação complementar e atividades culturais para 60 crianças, estendendo o acompanhamento psicológico e social aos seus familiares. Em sua sede, acolhem, amparam e proporcionam uma primeira infância digna às crianças de Santa Luzia, na Cidade Estrutural, em contribuição ao crescimento socioeducativo de suas famílias e da comunidade assistida. “Queremos saciar as fomes do presente para dar chance ao futuro”, assegura Ana Carolina Siqueira Hudson, conselheira do Instituto. @institutodoandovida

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AÇÃO SOCIAL DO PLANALTO (ASP DF) Inspirados na missão de promover a inclusão social de jovens em situações críticas, a Ação Social do Planalto tem sua história entrelaçada à construção de Brasília. Fundada em 1963 por Natanry Osório, a ASP oferece inclusão digital, apoio à aprendizagem, oficinas de arte e esportes e auxílio à iniciação profissional. “Realizamos um trabalho de resgate da cidadania dos jovens em situação de dificuldades”, convida. Professora pioneira do DF, Natanry foi responsável pela alfabetização da primeira turma de candangos. Nesses 56 de atuação, mais de 17 mil se beneficiaram da iniciativa socioeducativa realizada com dedicação, compromisso e determinação no empenho de criar oportunidades aos brasilienses. @asp.df


Fotos: Divulgação

ASSOCIAÇÃO DOS VOLUNTÁRIOS DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA (AVHUB)

CENTRO DE ENSINO E REABILITAÇÃO (CER) Sediado aos fundos do Colégio público CASEB, o CER ampara permanentemente 67 crianças e adolescentes excepcionais, oferecendo um processo inclusivo, fisioterapia, aulas de computação, música, dança e artes. Sob o atento cuidado de Martha Santos e Oslima Ribeiro, edifica as famílias dos infantes com oficinas e possui um Bazar permanente de vestuário. A causa é apadrinhada pelas notórias filantropas Ana Maria e Melissa Gontijo, e pela anestesista Liliana Mesquita. “Iguais em dignidade, somos todos chamados a conviver com a diversidade na construção de uma humanidade nova, por meio de atitudes solidárias, respeito e amor”, convida Oslima Ribeiro de Lima. SGAS 909 Conjunto A Lotes 27/28. Asa Sul

Nelma Freire preside a associação que oferece aos pacientes do Hospital Universitário de Brasília uma condição mais fidedigna, com identificação dos leites, oficinas de patchwork para criações de almofadas aos leitos, lanches, cortes de cabelos e manicure, e vestuário. Oferece também oficinas para a composição de perucas e sutiã com prótese em tecido oferecidos às mulheres mastectomizadas. Causa aplaudida e apoiada pelo voluntariado das empresárias Nadia Yusuf, Anielle Almeida e pela dermatologista Joana Costa.

PROJETO ADOÇÃO SÃO FRANCISCO O grupo de voluntários, liderado por Daniela Nardelli, compartilha o amor de São Francisco de Assis pelos animais. Responsáveis pelo resgate, amparo, proteção e assistência de 120 cães e gatos, os voluntários promovem feiras de adoção periodicamente e tiveram notoriedade ampliada após a Campanha Espalhe Amor 2015, idealizada em colaboração com Fabiani Christine, da Remembear, pelo apoio de Ana Carolina Valença, através do Casa Park, e pela chef Mara Alcamim. @adocaosaofrancisco

CONSELHO DA MULHER EMPRESÁRIA (CME) Voltado ao enobrecimento da mulher no mercado de trabalho, a organização presidida por Ivonice Campos é vinculada à Associação Comercial do Distrito Federal. Entre suas principais atividades estão a inclusão digital, cursos de capacitação e defesa dos direitos sociais das mulheres, através de apoio jurídico, de classe e integração ao mercado de trabalho. Em dedicação voluntária e decisões colegiadas, é destacado o trabalho das empresárias Patrícia Deconto, Maria Vandira Peixoto, Laura Oliveira, Sandra Soares Costa e Renata La Porta, responsáveis pelo recente lançamento do Selo Empresa Amiga da Primeira Infância. “Estão convidadas a participar empresas públicas ou privadas, tendo por finalidade incentivá-las e homenageá-las pelo cumprimento da responsabilidade social, assegurando à criança o seus direitos e colocando-a a salvo de toda negligência, discriminação, exploração e opressão”, convidam. @cmedf

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ÍCONES

VEM BRINCAR COMIGO Advogada, filantropa e ativista social, a primeira dama do Distrito Federal, Mayara Noronha lança mais uma campanha em prol das crianças em situação de vulnerabilidade. A ação, que visa contemplar o Dia das Crianças e os preparativos ao Natal Solidário, busca incentivar a leitura através da arrecadação de livros e brinquedos lúdicos. “A ideia é que a campanha de doação estimule o público interno (servidores do GDF) e externo, envolvendo toda a sociedade”, convida Mayara, que recebe o apoio de empresas privadas como pontos de coleta, além dos órgãos públicos do GDF. Entre as impulsionadoras da campanha estão Andrea e Vanessa Meireles, e Miranda e Priscila Castro.

INSTITUTO VICKY TAVARES – VIDA POSITIVA Inspirada na perda de um grande amigo ao HIV, “vírus moralista que muito maltrata”, Vicky Tavares fundou o instituto em 2006 para assistir portadores e familiares na luta contra a aids. Oferece apoio pedagógico, psicológico, educacional e assistência à saúde e ao desenvolvimento do esporte e artes entre os 32 jovens, crianças e adolescente, que ampara. Além, promove o Lanchinho Positivo, que “distribui 2000 lanchinhos para 5 laboratórios de Hospitais Públicos – atendimento nos exames de sangue –, após a coleta”. Entre os projetos do Instituto está a Farofa Solidária, cuja renda é destinada integralmente à manutenção das suas atividades. (61) 99942-8932

CASA DO CANDANGO Pioneira na assistência social, a Casa do Candango foi a primeira creche fundada em Brasília, em 1960, para atender os filhos dos construtores da nova capital. Inspirada pela missão de erradicar o abismo social, a instituição foi a escolhida para ser agraciada pelo primeiro GALA promovido pela GPS|Foundation, presidido por Vivianne Piquet. Apoiada pelo ativismo social de Moema Leão, franqueada da Casa Cor 2019, a Casa do Candango é gerida por Margarida Kalil, e assiste 340 crianças pelo trabalho de 83 profissionais empregados. “Poder contribuir com o crescimento e a educação dessas crianças não tem preço”, assegura Margarida. www.casadocandango.org.br

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ADVOCACIA

UM ESCRITÓRIO BOUTIQUE AS ADVOGADAS ANNA CAROLINA NORONHA E GABRIELA MARCONDES SE UNEM NO DESAFIO DE EXERCER A ADVOCACIA DE MODO MULTIDISCIPLINAR, CUSTOMIZADO E ACOLHEDOR POR MARIANA ROSA E MARCELLA OLIVEIRA « FOTO BRUNO CAVALCANTI

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tendimento personalizado, foco na satisfação do cliente e aplicação da técnica do Direito de forma estratégica são os diferencias das advogadas Anna Carolina Noronha e Gabriela Marcondes. Em um ambiente acolhedor, amplamente pensado no conforto dos clientes, as advogados buscam o atendimento diferenciado do engessado mercado da advocacia brasiliense. As profissionais perceberam o quão abaladas as pessoas chegam para falar com o advogado e uniram profissionalismo com contato olho no olho. “Costumo dizer que nós temos técnica, mas não esquecemos a humanidade”, afirma Anna Carolina. Gabriela é especialista em Direito Processual Civil e atua em Tribunais Superiores desde 2004. Com ênfase em resolução estratégica de conflitos, passou a atender com afinco a pessoas físicas, especialmente nas áreas de Direito de Família e de Direito Médico. Anna Carolina prefere a área criminal, com foco em Direito Penal Econômico e em Direitos Humanos, sua área de concentração do mestrado português. Há dez anos, são consideradas prodígios ao atuarem em Tribunais Superiores em Brasília. Ambas com 33 anos, acumulavam experiências em escritórios de advocacia da cidade, mas sempre com o desejo de trilharem o caminho solo. Foi justamente em um desses tribunais que as amigas de infância se reencontraram, já como candidatas ao Conselho Seccional do DF da Ordem dos Advogados do Brasil. As advogados compartilham os propósitos na profissão, têm expectativas parecidas sobre o futuro, foco e visão empresarial em convergência, e, tão importante quanto, dividem o desejo de consolidar os próprios escritórios de advocacia em áreas dominadas por homens.

O local escolhido para dividirem o dia a dia é um refinado espaço no Setor de Autarquias Sul. A vista do décimo andar é acolhedora: o Museu Nacional da República, a Catedral e a Esplanada dos Ministérios. Esqueça o preconceito sobre escritórios de advocacia. Nada de instalações gigantescas, móveis pesados, multidão de livros. Escolheram uma decoração clean, como a cidade onde vivem. Na sala de reunião, além de uma coleção de Siron Franco e de referências a Athos Bulcão, um sofá e uma poltrona confortáveis trazem o conceito do projeto do escritório. “Muitas vezes, o cliente precisa de uma palavra reconfortante, de um apoio. Queremos que ele se sinta em casa”, descreve Gabriela. As advogadas gerenciam e lideram as carreiras como pessoas jurídicas distintas e buscam oferecer aos seus clientes atendimento em diversas áreas do Direito. Após analisarem que, em grandes escritórios, os clientes, muitas vezes, são tratados como números, as advogadas optaram por fazer o contrário. Cada caso é único, analisado com tempo e organização exclusiva. Firmar o conceito de escritório boutique e humanista é o desafio das advogadas. Por isso, só trabalham com demandas únicas em litígios estratégicos e, sobretudo, acompanham os casos em tempo integral. Elas atuam no sistema jurídico como porta-vozes de quem não tem o direito de falar. Anna Carolina lembra que por trás do calhamaço de papel – ou arquivos eletrônicos – existem vidas, famílias. “O Brasil é signatário de vários tratados internacionais de Direitos Humanos e precisa cumprir sua parte. Por isso, olhamos todo o cenário em um processo. As pessoas só sentem quando o problema bate à porta”, explica. “O nosso dever é trazer tranquilidade ao cliente”, conclui Gabriela. www.gmarcondes.adv.br

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SAÚDE

BELEZA E JUVENTUDE NÃO É PRECISO TER MEDO PARA REALIZAR PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS, MAS É IMPORTANTE TER O ACOMPANHAMENTO DE UM ESPECIALISTA POR CRISTINA SALARO

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comum ouvir a demanda: “Doutora, me deixa natural. Não quero ficar artificial.” Ao realizarmos procedimentos estéticos, tais como toxina botulínica (Botox), preenchimento, MD Codes, harmonização facial, o bom senso do médico ocupa papel preponderante na obtenção dos resultados. Uma pessoa discreta, tímida, não combina com um bocão, por exemplo. Já aquela mais extrovertida, pode se beneficiar de características mais marcantes. O primeiro passo rumo à realização de procedimentos cosméticos é a conversa médico-paciente, onde algumas perguntas devem ser esclarecidas: algo incomoda no seu rosto? Qual sua principal preocupação? Como andam seus hábitos de vida? Dorme bem? Se alimenta bem? Em meio à conversa, vamos observando a gesticulação e o discurso de cada um e observando o que combina com aquela pessoa. É comum alguém chegar e pedir: “Vim aplicar botox no meu bigode chinês”, quando na verdade seria aplicar preenchimento no sulco nasogeniano. Ou ainda “Vim aplicar preenchimento no bigode chinês”, quando se faz necessária uma reestruturação global do rosto para sustentá-lo. Precisamos analisar o todo e, a partir daí, traçarmos um planejamento de beleza. Muitas vezes ele é feito em etapas, paulatinamente. Dou prioridade ao que causará maior impacto positivo ou ao que levará a bons resultados a longo prazo. Cada caso é um caso. Cada tratamento é individualizado. No caso da toxina botulínica, por exemplo: há rostos que precisam de 50 unidades, outros de 70. Há pessoas que precisam de dez ampolas de ácido hialurônico para harmonizar a face, enquanto outras conseguem resultado marcante com apenas duas ou três. Existem rostos que não se beneficiarão muito com a aplicação do bioestimulador ácido poliláctico, por serem naturalmente “preenchidos” e firmes. Outras 72 « GPSLifetime

Foto: Divulgação

faces, mais magras, flácidas, são candidatas ideais à utilização deste bioestimulador. De uma forma geral, o bom procedimento estético é aquele em que você ouve: “ Nossa, como você está bonita...!” Mas não se consegue dizer o que você fez. Ficam analisando, observando... foi botox? Foi plástica? Mas ela não ficou nem um dia de molho em casa... plástica não foi... E por aí vai. Seja qual for seu anseio, saiba que há excelentes profissionais na área da Dermatologia para lhe atender. Na Dermatologic prezamos pela sua eterna beleza e juventude.



ARTIGO POR MARIO ROSA

HOMEM FRÁGIL HOJE ENTENDO O AMOR DAS BORBOLETAS, MAS TIVE DIAS DE CÃO

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epouso em suas mãos, quero voar. Mas permaneço. Tu não me entendes, nem eu. Só sei que quero bater as minhas asas, minhas membranas cheias de estilo, as minhas asas coloridas e voar pelos ares todos do mundo. Só quem já foi borboleta é que me entende. Só quem foi borboleta é que percebe que a mão em que estamos nem imagina o que se passa em nosso pensar. E a borboleta, que pode ir pra qualquer canto, decide o que só as borboletas podem deliberar: repousar naquela mão e ficar ali imóvel, frágil, enigmática. Estática. Somente elas sabem o grande segredo das borboletas: estarem paradas, mas prestes a voar. Já fui cão um dia e como é diferente. Eu corria, eu latia, eu rosnava. Eu assustava quem não me conhecia. Fazia muito barulho, mordia os móveis da sala. Nunca tive a sutileza e a sutileza das borboletas. Mas eu tinha dona. E no fim de tudo voltava e deitava aos seus pés e aguardava a coleira, quase implorava, sem reclamar. E suspirava feliz por qualquer afago e olhava nos olhos e, os meus, eram só lealdade. Ficava ali muitas horas, sem ver o tempo passar. O lugar mais seguro do mundo, aos pés de minha dona, ao alcance de sua mão. Tudo era tranquilidade e a minha fúria, ela sabia, era coisa de cão. Passageira, estrondosa, estabanada. Era só brincadeira. O que eu gostava mesmo era dela e da coleira. Borboletas pousam. Borboletas não ficam. Ou ficam? Quem vai saber? Cinco minutos na vida delas é uma eternidade. Cachorros vivem tanto... Mas não é esse o caso. Borboletas ficam ou pousam e nunca sabemos quando se vão. Seu voo mais encantador em nossos corações é a completa inação. É isso que nos fascina: ver os objetos das asas flamejantes ali, estagnadas. Vê-las contra sua própria natureza, apaixona74 « GPSLifetime

das em nossa pele, por aqueles instantes. Borboletas são seres insinuantes e não, não, seu lugar não somos nós, nem nossas mãos. Elas têm de bater asas, pois o tempo urge. Elas têm de bater asas porque voar é a síntese, final de toda sua transformação. Transformação de quem um dia já foi lagarta, casulo crisálida e finalmente ganhou asas. Para voar, ora bolas! As borboletas não voam porque estão indo para algum lugar. Voam em reverência ao lugar de onde vieram. Por isso as borboletas quando pousam parecem amores impossíveis: porque parar vai contra a sua natureza. Mas o amor, às vezes, como o pousar delas, é capaz de ir contra tudo que somos, contra tudo o que viemos para ser. E ainda assim pousamos, ainda assim amamos. As borboletas às vezes pousam. Os amantes às vezes decidem que é impossível não amar. Quanto tempo isso dura? Uma eternidade, dependendo de quem é ou onde se está. O amor, egoísta como é, quer adestrar borboletas, quer fazê-las de cães. Possessivo, quer ser dono e não aceitar ser a escala de uma vida. Ai daqueles que amam as borboletas. Amá-las não se mede em dias. Isso vale para os cães. Amá-las é o próprio pouso, por menor que seja a duração. Amá-las é entender que os cães amam para sempre porque sempre foram cães. Mas as borboletas são o resultado das mutações. E quem muda tanto numa só vida é capaz de amar, sempre será. Mas haverá sempre algum impulso inexplicável após o pouso, um impulso de bater asas e se lançar ao vento. Voar não é um abandono. É a mutação, é um movimento. É preciso amar as borboletas e entender que elas vieram e o privilégio foi tê-las antes de vê-las cumprir o seu destino. E o destino das borboletas, o destino delas? É voar.



ATITUDE

A VIDA NUMA LINGERIE “A

senhora tem algum projeto, dona Helena?”. “Sim, uma coleção de lingerie 60+”. Quando respondeu a essa despretensiosa pergunta em um encontro para maiores de 50 anos, Helena Schargel não imaginava que dali sairia realmente uma ideia que mudaria sua vida. Ela havia acabado de se aposentar, depois de 45 anos trabalhando em uma empresa têxtil. Vivia o que é almejado por muitos: a tranquilidade da aposentadoria, sem obrigações nem sacrifícios. “Queria experimentar o tal ano sabático que todos falam. Nunca fiz tanta terapia, cursos e pilates. Mas estava sem tesão nenhum. E eu sou movida a tesão”, conta, aos risos.

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Fotos: Divulgação

EM VEZ DA APOSENTADORIA, HELENA SCHARGEL TORNOU-SE ESTILISTA, MODELO, EMPREENDEDORA E INFLUENCIADORA DE MULHERES QUE SE ACHAM INVISÍVEIS POR MARCELLA OLIVEIRA


“As mulheres do encontro queriam saber onde poderiam comprar as peças. Mas se eu tinha acabado de inventar aquela ideia, imagina se teria produtos”, diverte-se, ao lembrar do fato. Com a proposta em mente, procurou a Myriam Recco, proprietária da etiqueta Recco Lingerie, em dezembro de 2018. Parceria feita, iniciaram a execução dos produtos. “Não existia nada voltado para a mulher da ‘melhor idade’. Minha coleção é linda, confortável e sexy. Quis tirar as mulheres dessa faixa etária da invisibilidade. É possível ser bonita e sensual de lingerie depois dos 60 anos, sim”, afirma. Hoje, meses depois, aos 79 anos, Helena é empreendedora, virou exemplo quando o assunto é se reinventar e, o mais ousado: é a modelo de sua própria marca. Ser a garota-propaganda foi a exigência dela. “Nas minhas campanhas, apenas mulheres reais e sem Photoshop. No meu mais recente desfile, não quis aparecer sozinha. Ao meu lado estavam uma big size, uma negra e uma grávida. Eu quero mostrar a diversidade”, diz. E quando foi que uma coleção de lingerie para mulheres maduras, lançada no início do ano, fez de Helena uma referência em empreendedorismo feminino e inovação? “Percebi isso ao ser convidada para palestrar no TED”, conta. A série de palestras realizada mundo afora apresenta, como a organização define, “ideias que merecem ser disseminadas”. Helena falou por dez minutos na edição em São Paulo, meses atrás. De sobretudo preto

e tênis da moda, surpreendeu quando ficou de lingerie e desfilou para a plateia presente. Foi aplaudida de pé. Curioso imaginar isso de uma mulher criada em uma família machista e que, no passado, ela só tomou coragem para se divorciar do primeiro marido após a morte da sua mãe. “Na minha época, uma mulher trabalhar já era uma ousadia, imagina ser divorciada...”, lembra a paulista de Marília, que desde os 14 anos vive em São Paulo. Viúva há sete anos do segundo marido, tem dois filhos e cinco netos. Questionada sobre o que a família acha da matriarca empreendedora e ousada, ela abre um sorriso. “Eles me admiram”, afirma a vovó super família. “Sempre fui de quebrar padrões e fazer isso hoje podendo ajudar outras pessoas é a recompensa. A cada palestra, o mais gratificante é quando as pessoas se aproximam e dizem que as inspirei de alguma forma. E isso aconteceu dentro de casa. Minha neta de 33 anos trabalha com moda e, ao final da minha apresentação no TED, disse-me, chorando, que estava pensando em desistir, mas que as minhas palavras a motivaram”, conta. Tanta força e garra não fizeram com que Helena perdesse seu jeito doce de falar. Moderna, seus looks sempre incluem tênis e roupas confortáveis. Estilosa, chama atenção por onde passa, é comunicativa e adora um bom papo. O celular está sempre na mão. “Amo as mensagens que recebo no Insta”, diz, sobre seu perfil no Instagram. As peças que desencadearam tudo isso são lingeries diurnas e noturnas, além de pijamas. E ela vai parar por aí? “Claro que não. Quando me deu um estalo de começar de novo, todo o meu tesão de viver retornou. Já estou preparando uma linha de esporte e de moda praia para maiores de 60”, revela. “Eu peguei a lingerie para ser meu caminho. Não é só uma coleção, é uma mensagem”, acrescenta. O que começou despretensiosamente, hoje, é o propósito de vida de Helena. Sua história e seu espírito de se reinventar encantam e inspiram jovens, adultos e idosos, empresários e servidores públicos, de todas as classes sociais, de todo o Brasil. O nosso bate-papo com Helena foi antes dela subir no palco em um evento em Brasília. Vaidosa, pediu um espelho para ver se o cabelo estava bom. “Não me chame de ‘senhora’, me chame de ‘você’. Eu ainda sou muito jovem. Há pouco tempo descobri que não tenho mais 33 anos. Então, pelas minha contas, tenho 50 e poucos”, brincou. Ela se sente à vontade sob os holofotes e com o microfone na mão. Divertida, arranca gargalhadas da plateia. “Gente, desculpa, eu falo palavrão”. As próximas palestras? “Em um asilo de pessoas carentes e depois em uma favela. Eu quero chacoalhar todos. Fazer com que as mulheres tirem o bumbum do sofá. Elas precisam entender que se eu pude, elas também podem”, afirma. “E nunca pense que não dá mais tempo. Sempre é hora de se reinventar”, conclui a empresária.

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ARTIGO POR LÚCIA MIRANDA Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia

BLEFAROPLASTIA SEM CORTES: SOLUÇÃO PARA FLACIDEZ E RUGAS NA REGIÃO DAS PÁLPEBRAS CONQUISTA BRASILEIROS

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procura por procedimentos estéticos menos invasivos cresce cada dia mais. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, esse tipo de operação cresceu incríveis 390% em apenas dois anos. E uma das técnicas mais procuradas na face é a cirurgia de pálpebra sem corte, indicada para rejuvenescimento, rugas finas, flacidez, redundância de pele, olheiras e, ainda, para tratar as bolsas de gorduras. Uma das queixas mais comuns na região é a flacidez, causada por uso abusivo de bebidas alcoólicas, tabagismo, noites mal dormidas, além da exposição solar demasiada. A prevenção com cremes antienvelhecimento somada à realização de tratamentos estéticos é muito importante e deve ser iniciada o quanto antes para que os efeitos naturais da flacidez sejam minimizados. Entretanto, essas medidas, sozinhas, não são totalmente eficazes quando a flacidez já se estabeleceu, significativamente, na região das pálpebras. Apesar de muito importantes como forma de prevenção, elas já não conseguem melhorar o aspecto de tristeza e cansaço que se instala no olhar. Para solucionar esses casos, a blefaroplastia sem corte é indicada. Também conhecida como eletrofulguração, ela consiste na destruição, ou ablação de um tecido vivo mediante o uso de centelha elétrica proveniente 78 « GPSLifetime

de corrente de alta frequência. É como se queimasse um tecido ou uma pele através do calor produzido por essa corrente. A intervenção é feita no próprio consultório, com duração de 20 a 50 minutos e conta com uso de anestesia local e infiltrativa para minimizar quaisquer desconfortos ao paciente. O tratamento promove a retração da pele flácida, estimulando a formação de mais colágeno na região tratada No período de cicatrização, podem ser formadas pequenas crostas (casquinhas) em regiões onde o processo de coagulação foi mais intenso, mas elas devem cair entre sete e dez dias. É importante seguir as recomendações médicas, como o uso do protetor solar via oral e tópico e nunca arrancar as crostas. E, após a cicatrização total, já é possível perceber uma atenuação na flacidez da pálpebra. Entretanto, o resultado final ocorre somente entre o terceiro e o sexto mês, quando terá ocorrido o máximo da formação de colágeno e retração da pele e, dependendo da gravidade do caso, pode ser necessária a realização de mais uma sessão de tratamento. Clínica Imederm Centro Médico de Brasília − SHLS 716, bloco F, salas 609/610 (61) 32451335 ou (61) 99923-0464


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BEM-ESTAR

MIAMI ZEN PARA ALÉM DAS ENSANDECIDAS PRAIAS E BALADAS, MIAMI SE CONSOLIDA COMO DESTINO ZEN. INICIATIVAS DE REDES HOTELEIRAS FACILITAM ESSA NOVA FACE DA CIDADE ENSOLARADA POR REBECA OLIVEIRA

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espira e inspira. Uma tranquilidade incomum a quem é acostumado à vida em grandes centros invade o cômodo com decoração clean e inteiramente preenchido pelo aroma do óleo de ylang ylang, extraído da famosa flor de origem oriental. Na área interna, onde acontece uma sessão de massagem, mal se percebe o ar quente dos quase 40ºC que os termômetros marcam nas ruas. O som que vem do mar é inebriante. O sono naturalmente vem. A paz, utopia para tantos, torna-se praticamente tangível. 80 « GPSLifetime

A cena poderia descrever a visita a um SPA em uma distante ilha paradisíaca ou uma experiência transcendental em algum país budista. A localização, entretanto, mira em outro destino: Miami. É hora de deixar estereótipos para trás. Não que as belas praias e a vida noturna agitada sejam águas passadas na Cidade Mágica. Mas, lentamente, ela se renova. Entre as mais pungentes cidades dos Estados Unidos, “MIA” se abre a novas vivências, e elas têm os dois pés fincados em outros paradigmas de lifestyle, muito mais calmos e centrados no autoconhecimento.


MAGICAMENTE TRANQUILA Em vez de agito, a calmaria. Essa é a proposta de hotéis como o Metropolitan by COMO, com décor que mixa o charme da art déco dos anos 1930 com elementos industriais. Enquanto vizinhos de Miami Beach investem em agitos como happy hours com doses triplas de bebidas ou baladas que viram a madrugada, o hotel pertencente a uma conhecida rede de luxo vibra em outra frequência. Com apenas oito andares e conceito boutique, a unidade americana do complexo promove atividades como manhãs no SPA Shambhala e aulas individuais ou coletivas de yoga, cena que se repete nas Maldivas, Indonésia e Tailândia, alguns dos países onde também estão instalados hotéis do grupo. Até mesmo o que sai da cozinha segue uma linha mais leve. Há alguns meses, o restaurante Traymore passou a ser assinado por Michael Schwartz. A influência asiática é clara em cada item do cardápio, das conservas ao pratos mais saudáveis. “É a primeira vez que ele cria um menu inspirado nessa cultura. Ele é um dos chefs pioneiros do conceito farm to table na América. É tudo muito leve, valorizando o sa-

bor de cada ingrediente e a experiência minimalista do COMO», ressalta a gerente de vendas do empreendimento, Rosario Ramirez. Na mesma avenida do COMO – a indefectível Collins Ave – está o The Palms, que também conta com um pacote zen. Por um custo médio de US$ 80, é possível praticar yoga em frente ao mar e, logo depois, provar o brunch do Essensia, repleto de frutas locais e os onipresentes frutos do mar. Quem procura uma hospedagem relax também pode atracar no Standard, também em Miami Beach, onde acontecem aulas da modalidade ao pôr do sol. Em Brickwell, o Mandarin Oriental guarda em seu programa de bem-estar modalidades como o “Escape digital”. Investindo US$ 250, o hóspede desfruta de 1h20 de meditação guiada como uma espécie de detox de novas tecnologias. Ele é focado em quem é usuário frequente de smartphones. Faz parte do momento uma massagem focada na cabeça, olhos, pescoço, ombros, mãos e pés.

ONDE FICAR COMO Metropolitan Miami Beach www.comohotels.com/en/metropolitanmiamibeach Mandarin Oriental www.mandarinorientalbrazil.com/miami/brickell-key/luxury-hotel Standard www.standardhotels.com/miami/ The Palms Hotel www.thepalmshotel.com/ GPSLifetime « 81


EXPLORA POR MARCELLA OLIVEIRA @marcella_oliveira

Fotos: Divulgação

A AMAZÔNIA É NOSSA A nossa floresta nunca esteve tão em evidência. Os incêndios noticiados recentemente levaram nossos olhares para a Amazônia. E você já se aventurou pela região e foi conhecer de perto a maior biodiversidade do mundo? Tive a felicidade de passar uns dias em Alter do Chão, um vilarejo no Pará, perto de Santarém. Por conta do volume do Rio Tapajós, As mulheres estão cada vez mais se a melhor época para visitar é entre julho e aventurando a viajar sozinhas. Fazer as malas, janeiro. Por lá, muita simplicidade, não espere pegar o passaporte e embarcar para um lugar hospedagens luxuosas. Mas tenha certeza desconhecido não é mais algo que surpreende nem de que vai encontrar um povo acolhedor, assusta. Que tal se hospedar em um local dedicado cenários paradisíacos – vai descobrir porque somente a elas? Se seu destino é a Espanha, a dica é o lá é chamado de Caribe brasileiro – e recém-inaugurado Hotel Som Dona, em Maiorca, o primeiro uma energia ímpar. Não deixe de dar um do país apenas para o público feminino. O décor segue o mergulho no Rio Tapajós nem de fazer o design moderno e clean e abusa do branco, bem no estilo passeio pela Floresta Nacional do Tapajós, mediterrâneo. O toque colorido fica por conta de pufes, unidade de conservação onde é possível almofadas e detalhes em rosa e vermelho. O quatro ver uma sumaúma com idade estimada em estrelas tem 39 elegantes quartos, uma piscina linda e mil anos – dizem que são necessárias 30 fica em meio à natureza. O bar é um dos atrativos, pessoas para conseguir abraçar seu tronco. com variados drinks e menu de culinária saudável, E, claro, aproveite um dos grandes encantos bom para socializar. A justificativa da rede foi da região: seus sabores. Cachaça com jambu, atender a uma demanda crescente das bolinho de piracuí, caipiroska de taperebá. Uma dica mulheres viajantes. imperdível? O restaurante Casa do Saulo, do paraense www.somhotels.es/hotel-som-dona/ Saulo Jennings, eleito melhor chef da Região Norte pela revista Prazeres da Mesa. Com muita criatividade e talento, ele faz uma deliciosa mistura de ingredientes locais. O carro-chefe leva o nome da casa – peixe Filhote com molho de castanha, banana da terra frita e camarões. E o visual lá do alto, onde está localizado? De tirar o fôlego. Especialmente no pôr do sol.

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A FUGA DE ALCATRAZ

PELAS OLIVEIRAS Que tal visitar um olival? Em Portugal, em Ferreira do Alentejo, um espaço de 10 mil hectares e com mais de 13 milhões de oliveiras plantadas está aberto à visitação. Faz parte de um passeio organizado pela marca de azeites Andorinha em suas plantações. A melhor época para visitar, quando eles estão prontos para a colheita, é entre outubro e janeiro. Você anda pelo Olival de Andorinha e também pelo local onde se produz os azeites, o Lagar de Marmelo. O passeio é bem legal e um guia explica cada etapa, você vê as azeitonas chegando, o suco sendo extraído. E o desafio no final é distinguir as diferenças entre os tipos de azeite. Ah, e o melhor, é de graça.

Quem vai a colorida e divertida São Francisco, na Califórnia, não pode deixar de incluir um passeio que não é tão cheio de cor assim, mas é imperdível. Se assistiu Fuga de Alcatraz, de Clint Eastwood, de 1979, conhece um pouco da história. A energia começa desde que se entra no barco no píer para chegar até a ilha. O vento, característico da região, assusta. Faz frio. Ao olhar para a água e imaginar a baixa temperatura, impossível não se questionar: como os prisioneiros aguentaram nadar ali na tentativa de fuga? Já na ilha, primeiro, você a contorna por fora. Depois, acessa a prisão. A “The Rock” está sempre lotada de turistas. Mas quando você coloca o fone para ouvir o áudio e entrar no mundo de Alcatraz, é um passeio, digamos, até meio solitário. O mais interessante é que eles pegaram os próprios prisioneiros e ex-guardas para narrarem as histórias que resgatam da memória com uma carga emocional muito intensa. Você circula pelo local, pode tocar nas celas – inclusive na do gângster ítalo-americano Al Capone –, vê o buraco por onde teria acontecido uma das fugas e conhece os bastidores da prisão desativada há 56 anos. Um dos pontos mais agonizantes é quando um grupo é convidado a passar 30 segundos na cela solitária, no escuro. Parece uma eternidade. Mas vale estar em uma das mais famosas prisões do mundo e viver essa experiência sensorial. www.alcatraztickets.com | @alcatrazcruises

www.azeiteandorinha.com.br/nosso-olival

I LOVE GIN Não há como negar que as cartas de gins em bares Brasil afora conquistaram de vez a gente. A bebida geladinha combina com nosso clima Tropical. As cartas são cada vez mais variadas e casas especialistas na bebida surgiram por aí. Fui atrás para descobrir onde é a preferida e me deparei com a informação de que uma casa em São Paulo se transformou no maior vendedor de gin da América Latina. O Trabuca Bar, no bairro do Itaim, serve, por noite, uma média de 200 drinks gin tônica. A novidade é que a casa vai inaugurar seu segundo endereço em terras paulistanas, no charmoso bairro Jardins, neste mês de outubro, e promete agitar ainda mais a noite na Terra da Garoa. @trabucabar_jk

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CONCEITO

ENTRE O BIOMA E O URBANO

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oram 58 anos até que a rede Four Seasons Hotels and Resorts aportasse sua primeira unidade no Brasil. Nas Nações Unidas, o novo epicentro econômico da capital paulistana, está situado o portentoso empreendimento de 29 andares, 84 residências e 258 suítes. A diversidade de pássaros e borboletas nativos colaboram para o paisagismo de Sergio Santana, composto por mais de 120 árvores da Mata Atlântica, como Sibipiruna, Ipês, Pau Ferro e Cassias. Uma amostra de riqueza do nosso bioma. A identidade brasileira prevalece e confirma o potencial de design e matéria-prima nacionais. Uma instalação com 537 luzes de cristal num fundo infinito paira sobre a recepção. Ainda na entrada, há um trio de esculturas assinadas por Francisco Brennand, que repousa acima do piso de mármore titanium, vindo do Acre. O olhar é rapidamente atraído por uma escada espiralada ao fundo, cujo verso vermelho a torna impossível de ser esquecida. Esse detalhe é apenas um entre muitos que fazem referência ao trabalho de Oscar Niemeyer. O projeto é de autoria do estúdio HKS Architects em parceria com Aflalo e Gasperini Arquitetos, enquanto o décor foi elaborado pelo estúdio BAMO, de São Fran-

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Fotos: Divulga

ção

INSERIDO NUM GRANDE JARDIM, FOUR SEASONS HOTEL SE INSTALA EM SÃO PAULO E REÚNE A ESSÊNCIA DO DESIGN BRASILEIRO EM AMBIENTES SOFISTICADOS POR PAULA SANTANA cisco. Foram eles que se dedicaram a uma extensa pesquisa para encontrar itens como os móveis da Tora Brasil, poltronas assinadas pelos arquitetos Guilherme Torres e Paulo Mendes da Rocha, além do revestimento de parede de Nani Chinelato, feito a partir de fibra de folha de bananeira e fios de seda. Para complementar a diversidade criativa, o Studio Arthur Casas desenvolveu o conceito desses interiores. O restaurante Neto, por exemplo, personifica o encontro da gastronomia italiana com ingredientes do Brasil. O Bar Caju segue a mesma filosofia e combina acepipes dos clássicos botequins com drinks da coquetelaria internacional. Já o Four Seasons Spa é um santuário de fuga para recarregar corpo, mente e espírito. A sauna tem design celeste e a piscina indoor/outdoor coroa a experiência daqueles em busca de descanso, permitindo momentos ao sol e à sombra. A abertura do Four Seasons Hotel São Paulo faz parte do plano de expansão da rede na América do Sul, que já conta com uma unidade em Buenos Aires, duas em Bogotá e está em negociação para novos empreendimentos no Brasil, Colômbia e América Latina.


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Seu ponto de encontro no Lago Sul!

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Fotos: Tadeu Bru ne

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GASTRONOMIA

ORIUNDI... NATURAL DE... A ORIGEM NATIVA DA ITÁLIA E DO BRASIL FEZ DO EVVAI O MELHOR RESTAURANTE ITALIANO DO PAÍS, CONSAGRANDO SEU CHEF COMO O EMBAIXADOR INTERNACIONAL DA COZINHA BRASILEIRA POR PAULA SANTANA

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fachada discreta na Rua Joaquim Antunes, entre Pinheiros e Jardins, São Paulo, abriga uma refinada experiência gastronômica protagonizada pelo chef comandante Luiz Filipe Souza. De pedagogia francesa, ensinamentos italianos e brasilidade nativa, o paulistano de 30 anos é o nome da vez na alta cozinha autoral. O restaurante chama-se Evvai, em tradução livre no italiano, ‘viva’, fruto da parceria do jovem com os empresários Leonardo Marigo e Guilherme Vilazante. Inaugurado em 2017, a casa foi reconhecida em 2019 com sua primeira estrela Michelin. Nesse interim, ganhou como melhor restaurante italiano e Souza consagrou-se chef revelação, ambos em publicações conceituadas. 92 « GPSLifetime

A autonomia para o comando dos fogões com a possibilidade de dar asas à criatividade foi o grande invento do trio. O Evvai tornou-se um espaço para comidas originais na entrada, seguido de um elegante prato principal, com a cozinha à vista e parcialmente integrada ao ambiente. O cardápio italiano moderno foi elaborado à base de pratos muito visuais, frescos e equilibrados.


nelli Fotos: Tadeu Bru

Souza introduziu o que ele definiu como cozinha Oriundi. Em tradução literal, Oriundi quer dizer ‘natural de’. Na Itália, o termo é utilizado para designar os imigrantes e descendentes italianos espalhados ao redor do mundo. Pois, no Evvai, este conceito é usado como ponto de partida para a criação de todos os menus. Para concebê-los, o chef inspirou-se fundamentalmente no intercâmbio cultural iniciado com as imigrações da Itália para o Brasil e na cozinha dele resultante. Há, no entanto, delícias que se tornaram clássicos, como o pão de mandioca da casa, que sempre abre as degustações e é servido com três variedades de manteiga emulsionadas com fermentos naturais, vindos de diversos lugares do mundo, desidratados ou tostados, e que conferem diferentes notas aromáticas e de acidez a cada uma. Respeitando a sazonalidade das matérias-primas, o Evvai prepara pratos contemporâneos, que têm como base ingredientes garimpados entre pequenos produtores nacionais, dos queijos aos méis nativos, em recei-

tas de técnica elaborada e apresentação primorosa. Um menu que reflete inspirações ora italianas, ora brasileiras, ou ambas, traçando paralelos e conexões, tradição e contemporaneidade, entre os dois países. Formado pelo The International Culinary Center, em Nova York, e com passagens por restaurantes premiados, como Reale, três estrelas Michelin, localizado em Abruzzo, na Itália, Souza representou o Brasil na final mundial do Bocuse D’Or, em 2019, concurso considerado como a copa do mundo da gastronomia. Foi neste momento que veio sua consolidação no mercado, quando projetou-se como novo embaixador internacional da cozinha brasileira. www.evvai.com.br @evvai_sp

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OS VANGUARDISTAS SOCIAL LAB, UM GASTROBAR ONDE O MOOD COSMOPOLITA QUE NOS REMETE A EXPERIÊNCIAS MUNDO AFORA PREDOMINA EM MEIO AO MODERNISMO DA CAPITAL POR SABRINA PESSOA « FOTOS FERNANDO VELER

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ar: um estabelecimento que reúne o público para bons drinks. Balada: um lugar com música e diversão. E o que dizer de um “bar lada”? A definição despretensiosa sugere a mistura perfeita que envolve coquetelaria, gastronomia, ambiente de design, boa música e socialização. Ao chegar ao Social Lab Bar, na 306 Sul, percebe-se que é um lugar para quebrar padrões. Ele tem personalidade. Do lado de fora, uma fachada em LED muda de cor diariamente, conforme o mood do dia ou mês. Um mesão central com 30 cadeiras evidencia a essência e o nome da casa: proporcionar a troca de experiências e os novos laços sociais. O conceito do local é futurista. O design moderno do gastrobar foi criação de uma inédita collab entre a produtora Social Couture Entretenimento, Avocado Design, Bloco Arquitetos, Summá Soluções Sustentáveis e Grid Engenharia. Os detalhes minuciosos são reflexo do DNA do time por trás do negócio: o casal Gustavo Antony e Joana Batista, e os investidores André Moura e João Pedro Pinheiro Gurgulino. Alguns dos nomes facilmente são reconhecidos pela sociedade brasiliense por agitarem as noites com a produtora. Apostando no projeto do Social Lab, a ideia foi criar um spot cheio de personalidade. A inspiração veio de estabelecimentos na noite em outros países do mundo. 96 « GPSLifetime

“Sempre sonhei em ter uma casa ou ponto de encontro para nossos amigos à altura dos melhores bares que existem no Brasil e em destinos como Lisboa, Roma e Buenos Aires”, conta Gustavo Antony. A casa ainda prestigia fornecedores locais e utiliza canudos de inox e coleta água da chuva para regar o jardim e lavar as dependências do bar, além de produzir água com gás como opção a quem solicita a da casa. A carta de drinks, assinada pelo mixologista Victor Quarenta, tem releituras de clássicos da coquetelaria e criações próprias cheias de sabores e cores. Os copos e taças instagramáveis são elaborados com insumos produzidos no Social Lab, como a kombucha de caju, os fermentados e o caramelo que finaliza o topo de um dos drinks mais pedidos da casa: o Caramaju Lab. As viagens inspiraram também a criação das bebidas Social Spritz e dois gins-tônicas. O primeiro é um spritz branco autoral, o mais tomado em Viena. Já os gins-tônicas vêm com referências do verão europeu. O Mediterrâneo e o Social Tonic são feitos com gins superiores e ingredientes como manjericão e a bergamota. Para acompanhar as bebidas, nada melhor do que os temperos e sabores do inovador menu fusão de petiscos, tapas e sanduíches italianos, os famosos Paninis, criados pelo chef Gustavo Maragna e equipe. Por meio de uma cozinha-show, é possível acompanhar e curtir as produções do menu. “Quisemos montar cardápios diferentes, vanguardistas, como a proposta da nossa arquitetura e decoração, tal qual os eventos autorais da Social. Repletos de personalidade, contemporaneidade e buscando a ruptura do que temos em excesso na cidade”, detalha a sócia proprietária Joana Batista. @social.lab.bar



SOCIAL

Mariana, Gabriela e as amigas

FELICIDADE TRIPLICADA

98 « GPSLifetime As aniversariantes se divertem ao som de Pedro Sampaio

Os quinze anos dos trigêmeos Gabriela, Mariana e Matheus Bittar foram celebrados em grande estilo no Lago Sul. O décor levou a assinatura da renomada Valéria Leão Bittar, que transformou a casa do clã em um verdadeiro salão de festas. Para ajudar na ornamentação, flores brancas by Clarice Mukai e Joel Matsuoka encheram o salão e os olhos dos 550 invitados. A pista de dança ferveu até o amanhecer com os sets do trio de DJs Dudu Moreira, Christian Liu e Pedro Sampaio, e para reabastecer a energia dos que ficaram até o fim da festa, um quiosque com sorvetes e cheeseburgers do Mcdonald’s foi montado especialmente para a ocasião. FOTOS: CELSO JUNIOR


O DJ Christian Liu colocou todo mundo pra dançar O clã Bittar Blaese

Mariana e Gabriela Bittar As aniversariantes dançam com Luiza Bittar e a mãe, Márcia Bittar

Gabriela e Mariana dançam valsa com os primos Marcelo e Lucas Bittar

Mariana e o pai, Carlos Blaese

As aniversariantes com a avó, Alice Bittar

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SOCIAL

A aniversariante e seus pais, Marcelo e Daniela Perboni

SWEET FIFTEEN

A dupla Jorge e Mateus cantou seus maiores sucessos para os convidados da festa

A festa de arromba para comemorar os 15 anos de Marcela Perboni contou com a presença de mais de mil convidados, que se reuniram no Lago Sul. A decoração em tons de verde e dourado e muitas flores by Valéria Leão Bittar coloriu o special day da debutante, que escolheu looks Prada e Marcelo Quadros para compor seus visuais durante a celebração. Delícias da Casa do Chocolate, Bolo da Ivone, Maria Amélia e Brazilian Ice Cream adoçaram a festa, que ainda teve show da dupla sertaneja Jorge e Mateus. FOTOS LUARA BAGGI 100 « GPSLifetime

Marcela brinda com os pais e os irmãos


Fernanda Córdova, Júlia Falcão e Maria Fernanda Cortopassi

Paola Cabral e Maria Fernanda La Roque

Flay Leite

Maitê Queiroz, Luisa Miari e Carolina Coca

Julia Barros, Ingrid Araújo e Isadora Cronemberger

Maria Valentina Salomão Isabela Nabuco e Maria Paula Fidalgo

Maria Victória Salomão

Roberta Holanda e Vitória Marinho

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SOCIAL

AMOR MADURO Uma cerimônia intimista, ao entardecer e rodeada apenas por familiares e convidados escolhidos a dedo. Foi dessa maneira que Fátima de Figueiredo e Ruy Carneiro escolheram celebrar sua união. A noiva surgiu elegante com os cabelos presos em coque e um macacão branco by Gilda Braga Ateliê. Na recepção, os convidados desfrutaram de um menu especial com assinatura do buffet Renata La Porta e o bolo, receita da mãe da noiva, foi reproduzido pela confeiteira Clotilde Felten. FOTOS: JULIO DUTRA E MIRIAM PIMENTEL

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Os noivos entre Antônio Carlos, Neuza Angélica e Maria Angélica Figueiredo


Ruy e Fátima entre familiares Laísa e a pequena Stella Figueiredo

A entrada das damas de honra

Os noivos com Jeane Carneiro e César Augusto

Raul Carneiro, Fátima, Ruy e Sandra Carneiro

Ruy e Fátima posam com Mariana e Luiza Carneiro

Fátima e seu filho, Ticiano Figueiredo

Gabriela e Aureliano Figueiredo

Os noivos entre Pedro Ivo e Juliana Velloso GPSLifetime

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SOCIAL A décima-terceira edição da SP-Foto – Feira de Fotografia de São Paulo trouxe artistas renomados, curadores de todo o mundo e admiradores para celebrar o mês dedicado especialmente à arte, com exposições, talks e visitas guiadas pelo shopping JK Iguatemi. Foram contados mais de 80 anos de história da fotografia, captados através do olhar de mais de 200 profissionais. FOTOS: JÉSSICA MANGABA

FOTOGRAFIA EM CENA Guilherme Wisnick

Pablo di Giulio e German Lorca

Bárbara Tannenbaum

Fernanda Feitosa

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SOCIAL

NOITE ESTRELAR

A Louis Vuitton reuniu fidèles da grife para um jantar especial na capital paulista. O local escolhido para o happening foi a casa do empresário Paulo Velloso, que recebeu decoração e mobiliário exclusivos da marca francesa. A noite foi abrilhantada com as presenças de Sabrina Sato, Isabelle Drummond e do artista Eduardo Kobra, que fez intervenções artísticas em um dos baús clássicos da label. Um show intimista da cantora Marisa Monte e a animação da dupla de DJs Jet Lag fecharam com chave de ouro o Savoir-faire. FOTOS ALEXANDRE VIRGÍLIO E RODRIGO ZORZI

Benoit Louis Vuitton e Alexandre Frota

Glória Maria

Sabrina Sato

Isabelle Drummond

Thiago Mansur e Gabriela Vedova

Marisa Monte

A dupla de DJs JetLag

Eduardo Kobra

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Mariana Ximenes


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JULIANA PAES

UMA DIVA MARAVILHOSA

AOS 40 ANOS, A ATRIZ VIVE SEU MOMENTO DE DELEITE. TUDO ESTÁ EM PAZ. “EU SINTO UMA FELICIDADE MADURA”, DIZ A FLUMINENSE QUE SE TORNOU UNANIMIDADE NACIONAL PELA SUA NATURALIDADE POR MORILLO CARVALHO « FOTOS GUILHERME LIMA

Direção Criativa: Paula Santana Styling: Yan Acioli Produção Executiva: Karine Moreira Lima Beleza: Lucas Luz Assistente de fotografia: Letícia Lavatori Making of: Gustavo Breder


Full looks Dolce&Gabbana


E

la nasceu numa cidadezinha daquelas típicas do interior antigo do Brasil: um belo rio, uma igrejinha e o casario formam sua paisagem urbana, encravada em meio a montanhas. Hoje, 60 mil pessoas moram lá em Rio Bonito, mas há 40 anos, quando nasceu a menina Juliana, a primeira da prole dos quatro filhos de Regina e Carlos, eram pouco mais de 40 mil. Na ascendência, árabes, africanos, portugueses, indígenas e espanhóis – o que faz dela a mulher-síntese do Brasil. Talvez sua família, seus vizinhos e amigos não percebessem, mas a menina daquela casa simples chegaria muito além dos 82 quilômetros que a separavam do Rio de Janeiro. Hoje, Juliana Paes é a dona do pedaço. De 2000 até aqui, ela coleciona 30 papéis apenas na TV Globo. Foi em Laços de Família que encarou Ritinha, a jovem empregada doméstica de Alma (Marieta Severo) e Danilo (Alexandre Borges), que guardava uma sensualidade tímida e que mexia com o patrão. Um pa-

pel pequeno que acabou crescendo graças à disciplina e ao talento da jovem atriz. Dali em diante, foram inúmeras personagens marcantes: a Jaqueline de Celebridade, a Maya de Caminho das Índias, a Gabriela do remake de Gabriela (uma grande responsabilidade em dar corpo a uma personagem interpretada antes por Sônia Braga)... E foi agora, em 2019, que chegou seu papel mais importante até aqui: Maria da Paz. “É a personagem mais difícil da minha carreira porque é a que mais se assemelha comigo. Eu acho que eu sou a Maria da Paz. Talvez por isso eu tenha escolhido um corpo diferente, um leve sotaque diferenciado, porque senão ia ser a Juliana ali. Eu tenho muito da Maria da Paz na minha verve. Venho de uma família muito humilde, tenho uma história de vida de muita luta e muitos reveses. É difícil não se envolver com as dores da personagem. Eu, às vezes, me pego chegando na gravação angustiada, sabendo das cenas que estão por vir. Quando


“TEM UM INGREDIENTE QUE ME FAZ SABER APROVEITAR TUDO ISSO, QUE É A MATURIDADE”

envolve a Josiane, questões que tocam muito pra mim, não é fácil. Não é fácil mesmo”, decreta a atriz. E não é à toa que ela diz isso... Maria da Paz é uma mulher que nasce em local humilde, numa cidadezinha do Espírito Santo. Migra para São Paulo onde torna-se uma empresária de sucesso depois de muito batalhar como boleira, até o momento em que constrói a própria fábrica de bolos. Cuida de todos – família, amigos, funcionários – com o maior amor, respeito e carinho. Alguma semelhança com o que já apresentamos até aqui sobre Juliana Paes? “Eu gosto de cuidar da minha casa, da alimentação dos meus filhos, das roupinhas deles...”. Maria da Paz foi um presente inesperado. Juliana estava afastada das novelas para fazer um tratamento de voz e se recuperar de um pequeno cisto nas cordas vocais. Não havia previsão de A Dona do Pedaço ocupar a grade das 21h da Globo para este ano. Mas a emissora mudou de planos e encomendou, rapidamente, o roteiro

a Walcyr Carrasco. Foi quando viver essa personagem tornou-se mais que inevitável: foi irresistível. “O Walcyr me ligou e contou sobre ela, disse que me imaginava no papel. Que sabia que eu estava batalhando com os probleminhas de voz, mas só conseguia pensar em mim. De cara eu já me identifiquei”. Por isso tudo, ela está feliz – e o melhor, é uma felicidade madura. “Esses momentos de muito trabalho, exposição e sucesso deveriam ser de puro deleite. Porém, são acompanhados de muita dedicação e disciplina. É um mix de sentimentos. Ao mesmo tempo, eu estou feliz e plena com todo esse sucesso. Tem um ingrediente que me faz saber aproveitar tudo isso, que é a maturidade. Hoje, consigo olhar para tudo com certo distanciamento e falar: ok, eu estou muito cansada, é muita responsabilidade em cima de mim, mas por outro lado, é tanto sucesso. Assim eu me mantenho serena e consigo ficar feliz, muito feliz”.




“É A PERSONAGEM MAIS DIFÍCIL DA MINHA CARREIRA PORQUE É A QUE MAIS SE ASSEMELHA COMIGO”

E a GPS|Lifetime teve dois prazeres com Juliana: o de aproveitar seu dia de folga para produzir este shooting no hotel Fairmont Copacabana, no Rio de Janeiro; e um domingo para uma conversa com ela, ao telefone. Combinada para meia hora após dar o almoço aos filhos, Pedro, 8 anos, e Antônio, 6, no final de uma semana de agenda muito agitada – e uma enxaqueca daquelas chatas... E quando dizemos que foi uma conversa, é porque não foi uma entrevista, foi uma prosa que rolou solta por mais de meia hora. Nesses momentos com Juliana, pudemos conhecê-la em sua essência: ela sorri, brinca, e até comenta sobre o descascadinho da parede da varanda, que avista enquanto conversamos. “Estou vendo aqui um cantinho que tá precisando de uma pintura, vou anotar aqui para resolver disso. Eu não paro nunca de cuidar da minha casa, é um prazer”, relata. Casada desde 2008 com o empresário Carlos Eduardo Baptista, Juliana tem como predileção falar sobre a vida familiar em suas redes sociais. Ama. Ainda assim, consegue resguardar os amados da hiperexposição. “Eu talvez nem faça isso de maneira muito mecânica. Não sou o tipo de artista que fica escondendo os meus filhos dos holofotes, mas também tento não expor de maneira frequente. Fico sempre no caminho do meio. Quando acho que dá para mostrar, eu mostro, vou seguindo minha intuição”. Nesse aspecto, aliás, Juliana e Maria da Paz se distanciam: a personagem tem que lidar com problemas como a traição da filha Josiane, que rouba todo o dinheiro da mãe. Já Juliana... “Filho só melhora com o tempo. Cada fase tem seu brilho. Chego em casa e eles já estão deitados, o Antônio dormindo, e o Pedro ainda naquele cochilo... Deito na cama dele e a gente troca altas ideias. Às vezes, eu conto coisas para ele que eu não conto para mais ninguém. Falo que fiquei com o coração apertado em uma cena com a minha filha e ele fala: ‘ela é do mal, né? Eu nunca vou fazer isso com você’. É meu parceirinho, meu amigo”. A personagem também atravessa outros problemas distantes de Juliana. Sofre traição do marido, que provoca um estelionato sentimental. Camadas de uma personagem bastante contemporânea. “A Maria da Paz talvez é mais complexa do que a própria trama dê cabo de construir. É uma mulher completamente solitária. Eu nunca vi uma personagem tão solitária, e mesmo assim ela consegue sorrir, ser boa para as pessoas, ter um bom coração. Nesse aspecto, se eu tivesse levado os reveses que ela levou, eu não sei se eu teria esse sorriso no rosto. Para ela, o importante é continuar, e isso é algo para a vida, né? Continuar. E isso é muito bonito, eu aprendo com ela”, constata. A felicidade também fica estampada no rosto de Juliana quando fala dos bastidores da trama. “Fazemos uma festa a cada não sei quantos capítulos. Eu encabeço a organização, ainda arrumo tempo para fazer vaquinha para



pagar o DJ, Paolla [Oliveira] contrata o grupo de samba, o [Sérgio] Guizé ajuda a botar mais dinheiro, é uma super união”, revela. E uma união que não dá margem nem para fofoca. Na semana anterior à entrevista, especulou-se sobre uma possível briga entre ela e Paolla Oliveira. Oito horas antes de conversarmos, porém, lá estavam as duas, trocando elogios e boas energias: Juliana passou à Paolla a faixa de rainha de bateria da Grande Rio para 2020. “Uma das coisas que adotei para minha saúde mental é que não vejo mais sites de fofoca. Só que outro dia me marcaram numa fofoca dessas, de bastidores. Eu: ‘mas fofoca de bastidores? A nossa coxia é maravilhosa!’. Nunca participei de uma novela com tanta gente trabalhando feliz, animada e surpresa com esse sucesso todo. Ninguém esperava esses recordes de audiência”, conta. Coisas da maturidade. Juliana lembra que, em sua primeira protagonista de novela das 21h, Maya, há 15 anos, não foi como é hoje. “Eu não tinha nem 30 anos ainda. Você não curte tanto porque ainda dá muitos ouvidos para as críticas, muito foco para os aspectos negativos da fama e do sucesso... Então foi uma experiência prazerosa, mas, hoje em dia, com certeza eu aproveito mais, eu me divirto mais. Talvez até porque como os filhos são minha prioridade, colocam meu trabalho, o sucesso e a fama em outra perspectiva. Isso não está em primeiro plano pra mim. Vem como um plus, e aí tem um gosto especial”. Sobre o outro momento de Juliana Paes conosco, o que estampa essa reportagem, mais deleite: “com todas aquelas roupas da Dolce&Gabbana não tem como eu não me sentir maravilhosa. Inclusive, fui ao evento da Grande Rio totalmente inspirada pelo nosso ensaio. Me senti tão linda que falei que queria colocar aquelas flores na cabeça de novo. Eu me senti uma diva maravilhosa, foi especial, um dia de folga, um respiro”, conta a atriz, com uma beleza ímpar aos 40 anos, ainda mais linda do que quando foi eleita a mulher mais sexy do mundo, 12 anos atrás. Entre o glamour dos looks e cliques e a vida familiar simples e bonita, Juliana revela: “sempre soube fazer bolos simples. Mais elaborados, aprendi com Maria da Paz. O bolo mágico sei a receita de cor. É fácil. Basta acrescentar canela à gosto e deixar as claras de uma receita de bolo comum para jogar, em neve, no final!”. Tá anotado, Ju! E, ó: sabe toda esse verve cômica que ela guarda há tanto tempo, que é tão perceptível, mas que nunca se transformou em personagem? Pode ser que isso mude em 2020. “Todo mundo fala para mim: ‘Ju, você tem que pegar um papel cômico. Ouço isso dos diretores. Eu fiz um filme, ano passado, com o Leandro Hassum, justamente para explorar um pouco desse meu lado, mas ele ainda não foi finalizado. Foi minha primeira incursão nesse lado, vamos ver como é que vai sair”. Será sucesso. Ninguém duvida.

“OS FILHOS SÃO MINHA PRIORIDADE, COLOCAM MEU TRABALHO, O SUCESSO E A FAMA EM OUTRA PERSPECTIVA”



YAN FOR YOU

PERFIL

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N

ão há label, maison ou produto nacional ou importado que seduzam Yan Acioli se ao exercer a natural função do vestir não houver sinergia entre matéria e corpo. Ainda mais se o instrumento para este casamento florescer, nada mais seja que a alma, a alma de Yan, que se faz presente em cada look que compõe. Sem exceção. Para o personal stylist que deixou Brasília para a robusta aventura de desbravar o universo da moda em São Paulo, a sua vestimenta mais valorosa, no entanto, é revestir-se de espiritualidade. Foi assim que o publicitário consagrou-se, step by step, o profissional mais requisitado do mundo das celebridades. Yan é um match de comportamento. Ao mesmo tempo em que tem profundo respeito pelo ser humano – ouve, observa, pondera, fala e se cala, quando necessário –, ele é explosivo. Uma combustão vive dentro dele, transformada em criatividade, em sensualidade, em performance, em vida. "Mais do que trabalhar com moda, eu trabalho com gente. Pessoas têm vontades", pondera, identificando a influência da formação publicitária em sua rotina. "É vestir da forma que ela deseja passar determinada imagem". Em seu elenco de clientes, Juliana Paes, Luciano Huck, Claudia Leitte, Fernanda Lima, Ivete Sangalo, Marina Rios e Lais Ribeiro. "Quando as pessoas me procuram, elas já sabem o que vão encontrar, eu gosto de sair do lugar do comum", evidencia o profissional, que é reconhecido pelo estilo ousado que imprime nas produções. Acioli defende que é preciso saber explorar a liberdade de ser extravagante em um dia. E ser básico no outro. Apesar de tamanho renome na fashion industry e de tantos trabalhos especiais, ele afirma, sem hesitar, que sua maior conquista é conseguir viver há 15 anos fazendo diariamente o que ama. "Eu escolhi essa carreira sem sequer saber do que se tratava". Claro que, como em qualquer profissão, pensou em desistir. "Estar longe da família e dos amigos agravou muito esse sentimento e a questão financeira era uma loucura, mas São Paulo é uma cidade acolhedora e tem oportunidades para todos que querem fazer as coisas darem certo", acrescenta.

MODA Yan já assinou 13 coleções em parceria com grandes marcas e até pouco tempo jamais pensaria em lançar uma label própria. "Agora, com 38 anos, eu digo: como é bom a gente mudar de ideia", comenta. Seu foco principal sempre foi o crescimento como personal stylist, mas atualmente não descartaria o projeto. "O grande barato da vida é aprender a olhar as coisas de diferentes ângulos".

OS 15 ANOS DA CARREIRA DE YAN ACIOLI SERÃO MARCADOS COM A ESTREIA DE UM PROGRAMA NAS REDES SOCIAIS. GENEROSO, O PERSONAL STYLIST QUER DIVIDIR SEU CONHECIMENTO: "DEMOCRATIZAR MINHA EXPERIÊNCIA" POR MARINA ADORNO FOTOS IUDE RICHELE

MERCADO E o que será que uma marca precisa para entrar no radar do renomado stylist? Para o brasiliense, o mais importante é ser fiel ao próprio DNA. Ele acredita que você deve "bater o olho" e identificar a qual grife pertence a peça. "Gosto de personalidade. As grandes marcas vieram para o Brasil e, paralelamente, nasceram muitas pequenas com potencial", avalia.

BSB 'TILL I DIE Brasília é algo latente em seu pensamento. "Várias vezes antes de dormir me pego na rua que minha avó morava, no Cruzeiro Velho. É muito real, sei descrever até mesmo a chave que ficava na porta". Na parede da sala de jantar do apartamento, em São Paulo, ele ostenta com orgulho uma foto que tirou com o celular das árvores que ficavam na frente da antiga casa da avó. "Essa imagem tem uma importância tão grande para mim... Olhar para ela me leva imediatamente às minhas raízes", admite. Além da família, a coisa de que ele mais sente falta na cidade é o tradicional cachorro-quente do Landi, localizado na 405 Sul. Não apenas pela iguaria culinária, mas pelo que representa. Era lá que ia – depois da faculdade – com os melhores amigos, Guilherme Siqueira, Bruno Araújo Mello, Felipe Cardoso e André Queiroz. "Era o nosso QG. Naquelas mesas simples decidíamos a programação do final de semana".

EFEITO SABRINA Impossível falar de Yan e não pensar em Sabrina Sato, sua principal parceira de trabalho, e vida, durante 12 anos. Basta uma simples menção do caminho que

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NEW BEGGINING

traçaram lado a lado para a voz estremecer e as primeiras lágrimas surgirem. "Eu virei o Yan Acioli com a Sabrina do meu lado", assegura. Muito mais do que uma cliente, Sabrina representa a realização pessoal, profissional e financeira do brasiliense que largou tudo para correr atrás de um sonho. Inclusive, foi com a “japa” que viveu um dos maiores perrengues da carreira: ela era musa da Salgueiro e, devido a uma série de imprevistos, a escola estava entrando na avenida e a roupa de Sabrina ainda não havia chegado. No último segundo a fantasia apareceu. "Eu arrancava pedaços da minha camiseta para amarrar a roupa e ela tem marcas de cola quente no corpo até hoje por causa desse dia", recorda. A recompensa de tanto esforço veio no momento em que a vitória da escola foi anunciada. Em abril de 2018, a dupla optou por seguir caminhos diferentes. O último registro da relação profissional dos dois ocorreu durante o baile da amfAR, em 17 de abril. "Sabe quando duas pessoas viram uma? Chega uma hora que elas precisam voltar a ser duas novamente".

GPS #24 Yan já orquestrou quatro produções para capas da revista GPS|Lifetime. A icônica primeira edição – estampada por Sabrina Sato –, com Fernanda Motta e a que estrelou ao lado de Beto Pacheco, Camila Coutinho e Marina Morena. Nesta edição, ele vestiu Juliana Paes com produções Dolce&Gabbana para garantir uma capa tão alto astral quanto a atriz. "As duas 'marcas' representam muito do que a gente precisa no momento. Ser colorido, extravagante e divertido", destaca. "Acho que essa vai ser uma daquelas capas para guardar, desenvolvi um afeto especial por ela".

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O mês de setembro deste ano ficou marcado na vida de Yan. Ele iniciou um projeto que planejava há meses. "Eu sentia a necessidade de dar um passo além e realizar uma entrega maior". Yan Acioli observa que muitas pessoas acompanham seu trabalho, recebe retornos e, frequentemente, dúvidas sobre a profissão. Em nova fase, o profissional almeja repassar o conhecimento e a experiência que adquiriu de maneira democrática. Assim, nasceu o conceito de sua plataforma de conteúdo no IGTV. Por meio de vídeos semanais, ele pretende despertar a melhor versão das pessoas que o seguem. "Quero esclarecer a profissão, responder perguntas de forma mais direta, levar pessoas populares para serem transformadas. Não pretendo falar de tendências, mas, sim, contribuir como personal stylist", esclarece ao confidenciar que está vivendo um mix de ansiedade e nervosismo. "Nem a minha mãe sabe desse projeto".


Pe rs pe cti vas m e ram e n te i lu strati vas

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ALTA-COSTURA

Fantasia e tradição são os componentes da haute couture que dinamizam todos aqueles que não pertencem a uma vida mediana. Para acompanhar o trabalho de ateliê, uma dose sem moderação de extravagância compôs o mood desta temporada. A sofisticada alfaiataria ganhou mais importância, cores em tecidos aristocráticos se sobressaíram, o romance veio em vestidos volumosos, a sensualidade passeou pelas gregas e romanas. As mangas, essas sim, deram humor à passarela. (PS)

Jean Paul Gaultier

Chanel

Giorgio Armani

Fendi

Rami Al Ali Valentino Rami Al Ali Elie Saab



Richard Quinn

LUXO

A chegada de Tom Ford no lugar de Diane Von Furstenberg no Conselho de Estilistas da América do Norte trouxe um imediato entusiasmo que refletiu, sobretudo, na passarela. Desde então, a expectativa era saber se Nova York deixaria, em caráter emergencial, o ostracismo fashion dedicado somente ao retail. E aconteceu... Uma boa curadoria, novos formatos, diversidade e, sobretudo, o forte impacto dos jovens designers transformaram Nova York no new highlight da temporada. A euforia que trafegou entre os anos 80 e a discreta sobriedade dos anos 90 fez confluir exuberância com minimalismo. Mas o clima é happy, happy. Houve um tsunami floral, um pouf pouf de mangas, o ultra cool laços e babados, a profundidade dos decotes simétricos, as girlies boss em alfaiatarias preciosas. Joy, joy nas cores intensas. Surprisingly! Seductive!

Zimmermann

Rachel Zoe

Cynthia Rowley

Reem Acra Proenza Schouler Marc Jacobs

POR PAULA SANTANA

VIBRANT ENERGY NK

Cinq à Sept Christian Cowan Libertine

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Marchesa Badgley Mischka Taoray Wang

Pyer Moss

Sies Marjan Jason Wu Naheem Khan

Tommy Hilfiger

Zang Toi

Richard Quinn

Rosie Assoulin Naeem-Khan

Rodarte

Bibhu Mohapatra

Monique Lhuillier


ESSENTIAL POR FLAY LEITE contato@flayleite.com.br – Instagram: @flayleite

SUMMER NAILS Conferir quais serão as tonalidades tendências da temporada de sol para montar os looks praianos faz parte do check list antes de curtir as sonhadas férias com o pé na areia. Se vestidos, camisetas, shorts e bolsas seguem uma paleta de cores específica, quem também conta com uma cartela de matizes especiais são as unhas. Para a temporada veranil 2020, aposte em tons mais descontraídos e vibrantes. É o caso da cor Ar Livre, da Impala Cosméticos. Pertencente à coleção PicNic Chic, o modelo brinca com as nuances de azul e roxo, o que remete à leveza. Outra tonalidade que promete bombar é o tangerina, que, no leque de esmaltes da Dior, recebeu o nome Aloha, palavra de origem havaiana que significa compartilhar boas energias. Para fechar a lista de opções, o Bianco Puríssimo, da Risqué, é um clássico da estação. O tom de fundo branco laca já foi usado por Camila Coelho, Kylie Jenner e Ariana Grande. De olho na tendência do monocromático, uma sugestão é pintar as unhas das mãos e dos pés da mesma cor para usar na praia.

Fotos: Divulgação

@diormakeup | @mundial_impala | @risqueoficial www.dior.com | www.impala.com.br | www.risque.com.br

HANDMADE Na contagem regressiva para o verão, é hora de pensar na viagem, no roteiro turístico, na mala e nas produções que serão desfiladas à beira-mar. Se antes um biquíni ou maiô bastava para colocar o bronze em dia, atualmente os modismos são outros e pedem uma pitada a mais de bossa. As fashionistas montam um look especial, o que inclui peça beachwear, colares, saídas de praia e o arremate fica a cargo das bolsas. Tais acessórios estão com o status de estrela da estação ensolarada. Nada de investir em modelos de plástico ou algodão, as bags que vão ganhar ruas e areias no início de 2020 surgem em tramas naturais. Palha, vime, bambu ou ráfia são alguns dos materiais utilizados para elaborar as bolsas que imprimem a estética artesanal. Recentemente as peças com o ar handmade tiveram lugar ao sol nas passarelas da Chanel e da Jacquemus. Os modelos aparecem em diversos tamanhos e formatos. Dentre os queridinhos estão o redondo, box, praia e cesta de piquenique. Na onda dos acessórios artesanais aparece a IT-BAG, etiqueta carioca que conquistou Lala Rudge, Thássia Naves e Camila Coutinho. A grife desponta entre as celebridades, por apostar em designs diferenciados, como a versão meia lua. Bem instagramável. @chanelofficial | @jacquemus | @itbagbrasil www.chanel.com/pt_BR/ | www.jacquemus.com/ | www.itbagbrasil.com.br

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STATEMENT

Foto: Marcela Gonçalves

As franjas saíram de jaquetas, blusas, bolsas e foram pairar nas orelhas. A onda é desfilar por aí com brincos que esbanjam fluidez. De olho na tendência que cativou Gisele Bündchen, Bruna Marquezine e Marina Ruy Barbosa, a joalheira Miranda Castro adicionou na segunda remessa de criações da coleção Monet o hype da vez no quesito acessórios. Feito em ouro 18 quilates, o brinco tem a haste horizontal cravejada em diamantes e as franjas metalizadas. Quando movimentados, os adornos criam um belíssimo efeito de reflexo. Nas mãos da designer, a peça de essência minimalista surge em tamanho maxi. @mirandacastrojoalheria

BEACH ATTIRE O que Elsa Hosk, Leonie Hanne e Rosie HuntingtonWhiteley têm em comum no closet? Dentre as opções, certamente, é a sandália de tirinhas finas e o bico quadrado da Bottega Veneta. Elaborado pelo diretor-criativo da grife de luxo, Daniel Lee, o modelo está na lista dos itens mais desejados do momento pelas trendsetters. Um tanto minimalista, o sapato virou protagonista dos pés das fashionistas durante a temporada veranil europeia e promete fazer a mesma proeza no Brasil. Com 9 cm de salto, a sandália de cor branca é a sensação, mas também há outros tons, como rosa, vermelho, preto e azul. Depois da “febre” da sandália da Bottega Veneta, o mood um tanto diferente, quadradinho, chegou com tudo a outras etiquetas, que decidiram fazer a própria versão do sapato. No site oficial da marca, o modelo custa USD 720, o equivalente a mais de R$ 2,9 mil. @bottegaveneta | www.bottegaveneta.com

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Aquazzura - R$ 10.255

Louis Vuitton - R$ 3.850

BLACK BLOCK

Mares - preço sob consulta

Em meio ao match de estampas e a liberdade de confluí-las, o contrassenso dessa explosão deve ser austero. Na moda, a unanimidade não seduz. Sendo assim, enaltecer o preto, tirando-lhe o peso da sobriedade é a bossa da vez. (PS)

Max Mara - R$ 1.160

Dolce&Gabbana - R$ 15.500

Bottega Veneta - R$ 25.100

Gucci - R$ 8.610 Balmain - R$17.433

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Versace



and Foto: Adrien Dir

RETRANCA

EM CASA COM DIOR

“VIVER EM UMA CASA QUE NÃO REFLETE SUA PERSONALIDADE É UM POUCO COMO VESTIR AS ROUPAS DE OUTRA PESSOA” Christian Dior

Boutique Dior Maison - Montaigne

Rayures Noir & Blanc

O COSTUREIRO QUE AMAVA DECORAÇÃO TEM SUA PAIXÃO TRANSFORMADA EM HAUTE DÉCOR COM LINHAS EXCLUSIVAS NA NOVA LOJA EM PARIS POR PAULA SANTANA Jardin d’Hiver par India Mahdavi

Toile de Jouy Bleu

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C

hristian Dior sempre foi apaixonado por decoração. Desde sua primeira casa na Avenida 30 Montaigne ou no Château de la Colle Noire, na Provence, o ambiente era prioridade e deveria ser extremamente acolhedor. Recentemente, ao lado da flagship da maison em Paris, o universo Dior Maison ganhou um espaço exclusivo. A assinatura está impressa no Cannage, criado por Cordelia de Castellane. Inspirado nas elegantes cadeiras Napoleon III, usadas para acomodar convidados em seus shows, a reprise vem em uma paleta de ouro polido, bege e branco, o código da casa. A elegância gráfica leve como a primavera floresce nos pratos em porcelana. Copos e vasos com cores vivas em murano e grandes bandejas se unem a tons de platina para complementar.


Mystic Autumn

Ginkgo Or et Ginkgo Bleu Cannage Platine & Or

Feuille d’Automne

Toile de Jouy Rouge

A célebre flor da sorte de Dior, o lírio-do-vale, inspirou Cordelia a criar uma coleção de pratos de faiança e copos gravados, pontuados com delicadas flores brancas em forma de sino. Tais criações evocam os bordados dos vestidos do costureiro e seu gesto agora icônico de costurar com superstição um raminho de lírio-do-vale dentro da bainha de suas criações de alta-costura, como um presságio de sorte. Há também castiçais embelezados com um trevo prateado de quatro folhas; uma homenagem à natureza supersticiosa de Christian Dior.

A diretora artística foi mais longe. Ela criou uma linha simbólica sobre o Toile de Jouy com animais selvagens na reinterpretação de Maria Grazia Chiuri, recordando as paredes da primeira boutique da Christian Dior, a Colifichets, produzida com a ajuda do decorador Victor Grandpierre, após as recomendações do artista Christian Bérard. Quer mais exclusividade?... é possível. No último Salone del Mobile em Milão, a Dior Maison criou 14 criações projetadas em parceria com o Dimore Studio. Os pedidos são especiais e feitos com um ano de antecedência. GPSLifetime « 131


TENDÊNCIA

Oscar de La Renta Alexander McQueen - preço sob consulta

Bienen Davis - R$ 17.277

Isla - R$ 2.185

Jimmy Choo - preço sob consulta Isla - R$ 2.185

Louis Vuitton - R$ 11.500

AGARRADINHAS Chanel - preço sob consulta Bottega Veneta - R$ 19.512

Silvia Furmanovich - preço sob consulta

Roger Vivier - preço sob consulta

Saint Laurent - R$ 10.020

As clutchs são protagonistas de um figurino elaborado há uma década. Nesta jornada elas se reinventaram de inúmeras formas. A pedida do agora são as petites no tamanho, porém vistosas com seu esplendor, que recebe nobres interferências. De textura a pedrarias. Quanto mais handmade, mais preciosa é. (PS) Christian Louboutin - a partir de R$ 8.890 Dolce&Gabbana - preço sob consulta

Valentino - preço sob consulta Marzook - R$ 9.879

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ENTRE NÓS POR PATRICIA JUSTINO pattyjustino@hotmail.com – @patjustinovaz

ESTILO SOBRE RODINHAS As malinhas de mão ganham cada vez mais importância entre os viajantes frequentes. Elas não passam mais despercebidas nos aeroportos e aviões; surgem em materiais nobres, designs arrojados, sempre revelando a personalidade de cada passageiro. As grandes labels têm investido pesado nesse item, afinal, quem não deseja a sua marca desfilando por aí nas mãos das pessoas mais bacanas, atraindo flashes e posts de peso pelos quatro cantos do mundo? A grife Chanel, por exemplo, acabou de lançar uma linha exclusiva chamada “Street Spirit Trolleys”, as malinhas simplesmente “roubam a cena” por onde passam. Elas vêm estampadas de grafites, tais quais os trabalhos dos artistas que fazem arte nas ruas. Isso sim é o que chamamos de “viajar com estilo!

Fotos: Divulgação

www.chanel.com

PRATICIDADE E ESTILO As designers da marca de bolsas Montunas deixam fluir em suas criações as características básicas de cada uma e de seus respectivos países natal: a naturalidade e bossa da Costa Rica com o minimalismo contemporâneo londrino. A mistura de estilos caiu bem e têm refletido na criatividade e atemporalidade que imprimem em seus produtos. Suas bolsas seguem uma forte tendência, que é o uso de shapes geométricos. O acrílico e o couro são os materiais carros-chefes das produções (que são totalmente artesanais, feitas no sudeste da Espanha), com processos de tingimento natural e nenhum acabamento final industrializado. Elas já conquistaram o mundo, vendendo em lugares de peso, como a Barneys NYC, Net-aporter, Moda Operandi, Liberty London, entre outros... Sem dúvida estão nos primeiros lugares na fila das bags mais estilosas do momento. www.montunas.com

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CASTELO DE ALGODÃO Sabe aqueles lugares a que todo mundo deveria ir ao menos uma vez na vida? Um desses destinos é a cidade de Pamukkale, na Turquia. É lá que tem um dos cenários mais paradisíacos do mundo: o fenômeno “Cotton Castle”. Patrimônio da humanidade, com selo da UNESCO, são piscinas termais de cor azul, totalmente moldadas pela natureza no meio de uma montanha de Travertino. Elas foram formadas pelo acúmulo de águas calcificadas e ricas em minerais que oxidaram as pedras ao longo dos anos, originando essas bacias e espelhos d’água que se sobrepõem nos pequenos terraços de mármore, fazendo um lindo efeito cascata... O visual é surpreendente! Entre abril e junho, o clima é mais ameno, época perfeita para visitação.

MICRO-ONDAS HUMANO

ARTE AUTORAL Aos aficionados por arte em diversas nuances, vale a pena conhecer o trabalho de uma artista “multitalented” que está chamando a atenção por onde passa, não só no Brasil, como também no mundo: a goiana Fabiana Queiroga. O seu currículo por si só enche os olhos, teve sua formação em artes visuais, habilitou-se em design gráfico, pós-graduou-se em arte contemporânea pela faculdade de artes visuais (FAV-UFG) e daí nunca mais parou... É professora e pesquisadora, atuando ainda como artista plástica e design de produto! Enfim, conhecimento e dedicação não lhe faltam! Suas obras saltam aos olhos, desde as delicadas esculturas em metais às ilustrações e mobiliários que desenvolve, todos dignos de grandes exposições. Numa das últimas, inclusive, o Mercado Arte Design, ela ficou em segundo lugar na eleição dos melhores trabalhos, na categoria handmade. Mais que merecida! www.fabianaqueiroga.com

O mundo dos tratamentos estéticos não para de crescer e apresentar novidades. Ávido também por trazer algo inovador nessa área, o dermatologista italiano Nicolas Zerbinati investiu três anos em pesquisas até desenvolver o aparelho que hoje está revolucionando a Europa nos tratamentos contra as celulites: o Ondas/Cool Wave. A boa nova é que ele acabou de chegar ao Brasil e que essa tecnologia surpreende porque o aparelho ataca não só a celulite em si, mas os seus pilares: as gorduras localizadas e a flacidez. O aparelho age de forma indolor, com uma técnica chamada para-necrose (artigo publicado em 2016), a qual consistiria na destruição de gordura por uma alteração na membrana da célula, transformando-a em micropartículas que serão depois eliminadas pelo nosso sistema de defesa. Poderíamos comparar o aparelho como se fosse um micro-ondas humano, derretendo gorduras localizadas em camadas profundas, além de melhorar a circulação na área tratada. www.goldenskin.com.br

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ESTILO

Os poás nunca se ausentaram da passarela, tampouco dos armários, especialmente da ala dos clássicos. Mas desta vez eles surgem bem exuberantes, com texturas, em grandes proporções, no full look. E a sofisticação de seu esplendor, nos anos 50, agora pode ser desconstruída com uma pegada romantic cool. (PS)

House of Holland - R$ 1.762 Haider Ackermann - preço sob consulta

Rebecca Vallance - R$ 10.489

Redemption para Farfetch - R$ 3.700

Prada - preço sob consulta

Dolce&Gabbana - R$ 8.900

O D N A

Carolina Herrera

L U C R I Fendi - R$ 3.720

C

Balenciaga - preço sob consulta

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Christopher Kane - R$ 8.590

Aquazzura - a partir de R$ 4.897



ACESSÓRIO

LUXO A UM CLIQUE

A EXPERTISE MUNDO AFORA DE ANA MARIA KARDACHEUSKI TRANSFORMOU O DESAPEGAR DE OBJETOS PESSOAIS NUM BEM-SUCEDIDO E-COMMERCE DE LUXO POR SABRINA PESSOA « FOTOS OTAVIO STADLER

O

mundo parece já ter entendido o conceito de moda consciente. Se há algum tempo comprar uma peça de second hand gerava medo ou receio. Hoje, grandes celebridades internacionais têm deixado em evidência que não há problema nenhum em adquirir um item seminovo. “O Brasil ainda está caminhando na cultura de second hand, mas a nível mundial é um mercado crescente, que tem ganhado muita força”, conta Ana Maria Kardacheuski, empresária à frente do Dona Karda Luxo, que comercializa peças de luxo novas e seminovas. O empreendimento de second hand fomenta o verdadeiro significado de moda consciente há mais de dois anos. O e-commerce tem no portfólio grifes como Balenciaga, Hermès, Louis Vuitton, Chanel, Dior, Fendi, Gucci, Louboutin, Prada e Dolce&Gabbana. “Tenho vários produtos-desejo. Alguns nunca foram usados, outros nem estão à venda no Brasil”, diz. Os mais procurados? “São os lançamentos, pois ainda estão disponíveis nas lojas, e os de edição limitada”, revela. Tudo começou quando Ana retornou ao Brasil, em 2016, após um curso de business no Canadá e decidiu 138 « GPSLifetime

desapegar de itens que estavam parados em seu próprio closet. “Como esses produtos de luxo têm um valor agregado, tentei vendê-los e encontrei dificuldade. Foi quando vi a oportunidade”, lembra. Usou do know how adquirido ao trabalhar em lojas de luxo, como Louis Vuitton e Dolce&Gabbana, e também dos bons relacionamentos em Curitiba, onde mora. Amigas próximas abraçaram a ideia e o número de itens foi crescendo. Formalizou a empresa e iniciou o Dona Karda. Hoje, o e-commerce atende mulheres de todo o Brasil que buscam bolsas, sapatos, carteiras e outros acessórios do segmento de luxo. Em um mercado em constante crescimento, Ana alerta para a precaução em saber a história da empresa de second hand antes de adquirir um produto. Ela, por exemplo, faz pessoalmente toda a curadoria e ainda optou até mesmo por aparecer nas fotos que divulga no Instagram. “Não uso imagens de outras pessoas nem de produtos da internet. Eu mesma apareço nas fotos, sem grande produção, para passar credibilidade. Sou a dona do negócio mostrando a minha cara”, acredita. Uma das preocupações de quem compra em brechó é a autenticidade dos produtos. Além de ter conhecimento para analisar a procedência das peças – provenientes de desapegos de amigas, antigas clientes e indicações confiáveis –, Ana garante que faz uma rígida verificação de legitimidade dos desapegos. “É uma forma de desmistificar o receio de comprar em brechó. Sendo assim, busco o máximo de informações possível, em alguns casos até a data da compra e a localização em que as peças foram adquiridas. Todo cuidado é pouco para produtos raros e especiais”, conclui a empresária. www.donakardaluxo.com.br @donakardaluxo


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URBANO

AFRO U F TU RIS MO a Basquiat, Rihann o h, lo Ab ou Virgil primeiro estilista negro a assumir a direção criativa da francesa Louis Vuitton. Nesta filosofia, com representantes da cultura negra contemporânea, es cruzando vertent a o m cis ra do latendências, reve a um de a se a forç da ca de tu juven , vez mais política al ob urbana, gl e esteticamente , influente. Na cena rte o festival no nk, americano Afropu os que celebra 14 an no to de movimen hor Brooklyn, na mel do ce an rm perfo S) body positive. (P

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CHEGAMOS EM BRASÍLIA !

CENTRO COMERCIAL GILBERTO SALOMÃO - LOJA 9 BRASÍLIA - DF


TETÊ COM ESTILO POR MARIA THEREZA LAUDARES mtlaudares@gmail.com – @mtlaudares

A BELEZA SINGULAR DE UMA JOIA PODE FAZER OS OLHOS BRILHAREM. A JOALHERIA BVLGARI, FUNDADA NO SÉCULO XIX, EM ROMA, VAI ALÉM PARA COMUNICAR TUDO AQUILO QUE ENTENDE COMO PRECIOSO.

BVLGARI, UM TRIBUTO ÀS CRIANÇAS

E

m 2019 a Bvlgari celebra uma década do programa em parceria com a Save the Children e para marcar a ocasião nasce uma nova joia. O lançamento é um novo pingente em prata e ônix inspirado no design da coleção Bvlgari Bvlgari. O círculo em ônix é realçado pela logo ao redor e enriquecido por um rubi de Moçambique. No reverso, o pingente medalha traz o símbolo da ação com sua 142 « GPSLifetime

mensagem. Você, leitor, pode não estar entendendo, mas essa história começou há dez anos, em 2009, quando, ao celebrar seu 125 aniversário, a Bvlgari decidiu comemorar sua história de forma inovadora. Realizar sonhos, viabilizar melhores condições de vida e ser solidária com o próximo são valores que fizeram com que a Bvlgari e a Save the Children, uma ONG de origem inglesa, unissem suas forças.


SOBRE A SAVE THE CHILDREN Fundada em 1919 por Eglantyne Jebb e sua irmã Dorothy Buxton, a Save the Children começou na Inglaterra com o objetivo de ajudar as crianças que sofriam de fome por causa do bloqueio que a Inglaterra e outros países impuseram à Alemanha e à Áustria no período pós-Primeira Guerra. Eglantyne era professora e pensava além do seu tempo, acreditando que o bem-estar infantil é dever de todos. Suas ideias foram registradas em sua Declaration of the Rights of the Child e contribuíram na criação da convenção dos direitos da criança da ONU.

A parceria gerou a criação de uma linha de joias assinadas, que já arrecadou mais de 85 milhões de dólares ao longo de dez anos de existência. A coleção, que leva o nome de Save the Children Jewelry Collection, inclui um anel, pulseira e pingente. Inspiradas na icônica coleção Bvlgari Bzero1, as peças são feitas em prata e cerâmica. Os fundos arrecadados até hoje pela ação foram revertidos em mais de 100 projetos que beneficiaram mais de 1,5 milhões de crianças em situações de risco nutricional, educacional, miséria, violência e abandono. O programa também treinou em torno de 50 mil professores em quase cinco mil escolas pelo mundo.

SOBRE A BVLGARI Fundada em Roma pelo artesão Sotirio Bulgari, a joalheria Bvlgari começou com criações em prata. Quando os filhos, Giorgio e Costantino se uniram ao pai, nasceu a ideia de expandir para joias em ouro e platina. Assim, a partir da década de 1920, a Bvlgari lançou peças em platina, diamantes e linhas geométricas, encarnando o Art Déco em voga na época. Nos anos 1940 nasceu a coleção Serpenti e nas décadas seguintes vieram mais criações que acompanharam a moda e ditaram os tempos até nossos dias. A Bvlgari é reconhecida internacionalmente por sua alta joalheria elaborada de forma inovadora e contrastes cromáticos ousados.

A determinação em fazer da educação um investimento para afrontar os desafios e lançar um futuro mais promissor às crianças do amanhã inspira a continuidade dos projetos que por meio da parceria atingem 33 países. Ao comprometer-se com um futuro melhor para as crianças mais vulneráveis, a ação Bvlgari Save the Children lança ao mundo uma mensagem de esperança: a educação é um direito e não um privilégio. GPSLifetime « 143


JOIA

Colar, Grifith - R$ 20 mil

Anel em ouro branco e turmalina paraíba, Grifith - R$ 140 mil

Anel Mina D`água em ouro amarelo 18K com brilhantes, Carla Amorim - R$ 12.270

BRILHO DIÁRIO UM MOVIMENTO HOLÍSTICO ELEGEU O VERDE COMO A PEDRA DAS BOAS VIBRAÇÕES. JADES, ESMERALDAS. BRUTAS OU ESCULPIDAS. O ARTSY, O LÚDICO OU O ORGÂNICO DIVIDEM SEUS TRAÇOS, ABRIGANDO DESIGN, GEOMETRIA, ROMANCE E URBANIDADE. Anel em ouro 18k com pedras naturais, PENDURICALHOS E FORMATOS PETITES Silvia Badra - R$ 1.100 AINDA AGRADAM, E MUITO. A IDEIA É DO RENASCIMENTO, DA LEVEZA, DA SERENIDADE (PS).

Anel em ouro branco e esmeraldas, Grifith - R$ 38 mil

Brinco em ouro branco e esmeraldas, Grifith - R$ 70 mil Brinco Algas em ouro rosa 18K com jade verde e esmeralda. Carla Amorim - R$ 16.800

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Anel Algas em ouro rosa 18K com jade verde e esmeralda. Carla Amorim R$ 9.840



IT’S TRUE INICIATIVA GREEN, TRABALHO HUMANIZADO E MINAS ÉTICAS, ALÉM DE COMUNICAR A ORIGEM EXATA DE CADA DIAMANTE, FAZEM COM QUE A TIFFANY&CO. BRILHE NO UNIVERSO DA JOALHERIA POR THEODORA ZACCARA

A

história começa na terra – melhor, dentro dela. África do Sul, Namíbia, Botsuana… o país difere, mas a origem é sempre a mesma. Do manto terrestre, o carbono ascende à superfície sob pressão e temperatura, formando o elemento que os gregos chamavam de adamas, sinônimo de indestrutível. Da formação rochosa a milagre da natureza, a pedra passa por numerosos processos. Corte, bloqueamento das facetas, lapidação, tudo feito artesanalmente, até que sua luz se assemelhe à de uma constelação perdida – e, de fato, o brilho de um diamante Tiffany é eternamente monumental. A viagem temporal é tão intensa e impetuosa quanto a geográfica. Fundada em 1837, a casa que deu nome ao icônico tom de azul tem como pilar a união de dois extremos: tradição e inovação. “Uma marca de 182 anos sobreviveu a guerras, recessões e momentos históricos muito fortes. E por que ela está viva até hoje?” Luciana Marsicano é quem pergunta e quem responde. CEO brasileira da empresa entre 2012 e 2019 – em agosto foi alavancada para ocupar a direção de mercado da grife em Miami –, a paulistana tem pose de empresária, veia de comerciante e mente de historiadora. “Porque a marca sempre teve um olhar para a sustentabilidade em vários sentidos – responsabilidade social, equidade de trabalho, igualdade de gênero, políticas LGBTQ+”. 146 « GPSLifetime

No segundo semestre de 2018, rumo à completa transparência quanto à proveniência de seus diamantes, a casa abriu novos precedentes. “Só realizamos compras com minas éticas e sustentáveis. Mas não marcávamos se aquele diamante vinha do Canadá, da Rússia, da Austrália… Ele entrava na nossa cadeia e nós o traduzíamos na joia mais linda do mundo, mas não sabíamos te dizer de onde aquele diamante vinha – e as pessoas têm essa curiosidade”. Foi essa curiosidade que mobilizou a nova decisão da label, de compartilhar com os clientes a origem exata de cada peça de diamante Tiffany & Co. Para ela, uma medida “inevitável”, quando levado em consideração o legado da casa. “É preciso voltar no tempo”, diz a gestora, ao traçar uma linha cronológica que retorna até a década de 1960 – aquela, marcada pelo vestido preto de Audrey Hepburn, a eterna Holly Golightly, do clássico filme Bonequinha de Luxo (ou Breakfast at Tiffany’s), caminhando pelas ruas de Nova York e o brilho dos diamantes Tiffany reluzindo nas lentes dos seus óculos escuros. A partir deste período, a etiqueta traçou um caminho que casava luxo e responsabilidade. Desde então, a joalheria foi além das “bonequinhas de luxo”, e se ligou a iniciativas green, além de garantir que cada etapa da montagem de uma peça Tiffany seja marcada por um trabalho ético e humanizado.


Luciana Marsicano

Maximiliano Suffriti Foto: Lu Prezia

cia é um divisor de águas, que transformará a maneira como joalherias comercializam diamantes – e como os próprios consumidores compram suas joias. “A Tiffany tem o compromisso de entregar para a próxima geração um mundo tão abundante como o que recebemos. Acreditamos que é importante trazer estas informações aos nossos clientes. Este é o momento de reforçar as boas práticas corporativas”, afirma Suffriti. Primeira novidade da grife após uma década sem lançamentos no setor, o Tiffany True não é uma comparação aos demais: é uma joia que simboliza uma nova era, um novo cliente e um consumo urgente. Urgente também é a mensagem que vem atrelada à peça – amor verdadeiro, sem preconceitos. Cantada por Lado Gaga, único pescoço a vestir o diamante Tiffany amarelo após Hepburn, a campanha dirigida por Cass Bird reapresenta a canção Is That Alright, do filme premiado A Star Is Born. No clipe, fragmentos de mãos, carícias e beijos enobrecem não só o diamante, como o amor de homens e mulheres, de sexualidades e raças diversas. Diferentemente do Tiffany Setting, anel de noivado projetado pelo fundador Charles Tiffany, o True atende aos desejos do novo milênio. Com a saída de Luciana, coube a Maximiliano Suffriti ocupar o posto que comanda a operação da label em suas seis locações brasileiras. Membro da família Tiffany & Co. desde 2005, o empresário acredita que a nova política de transparên-

TRUE COLORS O azul é tão icônico que deu o nome, literalmente. O «azul Tiffany», como ficou conhecido, vai além das desejáveis caixinhas da marca – é o nome usado para descrever a variação de ciano. Não é só a ele, entretanto, que a grife se limita. Verde, preto e até um inusitado efeito “mármore” são as novas colorações que integram a linha Tiffany T – das coleções mais procuradas da história da label. As peças apresentam a beleza de gemas como olho de tigre, opala rosa, turquesa, madrepérolas, diamantes e ônix preto. Assim, os adorados braceletes, colares e anéis da série ganham variação vibrante, conservando o design minimalista e atemporal que caracteriza a linha – mas com uma pitada intensa de energia.

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SHOPPING CASA PARK - LOJA 201 A E 201 B SGCV SUL LOTE 22, BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL @BRETONOFICIAL • WWW.BRETON.COM.BR


JARDINS

O TÍTULO DE “O JARDIM MAIS BONITO DO MUNDO” FAZ PARTE DA ESTRADA DO PAISAGISTA BRASILEIRO ALEX HANAZAKI. GEOMETRIA E MATEMÁTICA SÃO REFLEXOS DE EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS, EM QUE TECNOLOGIA E NATURALIDADE SE COMPLEMENTAM NUM AMBIENTE REPLETO DE SIGNIFICADOS POR LARISSA DUARTE « FOTOS YURI SERÓDIO E BETO RIGINIK

O ARQUITETO DA BOTÂNICA Alex Hanazaki no projeto IGA Berlin

O

contato com a natureza, ainda que breve ou despretensioso, tem o poder de transformação. Até mesmo de maneira sútil, imerso na rotina concreta de um centro urbano hiperativo. Cruzar uma praça arborizada no caminho para o trabalho, admirar um ipê munido de flores coloridas enquanto aguarda no sinal de trânsito, observar um jardim através da janela do trabalho em busca de inspiração – dispensamos dados para confirmar a sensação ímpar que os elementos naturais nos trazem. É como um gentil abraço. 150 « GPSLifetime

O resultado dessa conectividade é uma das missões da arquitetura paisagista. A técnica, sobretudo, artística, possibilita a imersão numa paisagem plácida que contrasta com a velocidade do dia a dia. Um projeto paisagístico pode ressignificar o outdoor de uma casa, assim como a área externa de condomínios, espaços públicos e ambientes corporativos – as chamadas “áreas verdes”. Brasileiro de ascendência japonesa, Alex Hanazaki é marcado como o ícone do paisagismo contemporâneo


Projeto IGA Berlin

no País. Seu escritório homônimo é o único com etiqueta verde-amarela, vencedor do prêmio Professional Awards da American Society of Landscape Architects (ASLA), a associação de paisagismo mais renomada no globo, fundada em 1899. A conquista, até o momento, é dupla. Em 2014, a marca foi consagrada por assinar o “jardim mais bonito do mundo” na categoria residencial. A área fazia parte de casa projetada pela arquiteta Debora Aguiar em São Paulo. Já na cerimônia de 2017, Hanazaki saiu na frente na categoria geral, com o jardim da Praça Eliane, erguido no Jockey Club de São Paulo para a Casa Cor 2016. Também em 2017, o escritório recebeu uma “encomenda” que atravessou o oceano. O profissional foi convidado pela prefeitura de Berlim, na Alemanha, para criar um espaço escultural no bairro Marzahn-Hellersdorf para a maior exposição internacional de jardins do país, a IGA Berlin.

Jardim GM, escolhido como o “mais bonito do mundo” em 2014

Para Hanazaki, o paisagismo não só muda o bem-estar de uma população, como a de uma cidade de maneira geral. “Os centros urbanos precisam de pulmões verdes. Os benefícios são inúmeros para a qualidade de vida, a qualidade do ar. Mas, é importante lembrar que o paisagismo não se resume apenas a plantas, é tudo que se enxerga, como o nome mesmo entrega, é ‘paisagem’.”

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CENÁRIO NACIONAL

“No Brasil, estamos conseguindo trazer essa cultura de paisagismo para o nosso cotidiano, enquanto em países europeus, por exemplo, temos jardins pensados mil anos atrás. Estamos engatinhando, mas já crescemos bastante nos últimos 20 anos. A consciência das pessoas está ascendendo e elas estão buscando, nem que seja em uma pequena varanda, construir um jardim, hortas... Por menor que seja, vemos que isso está acontecendo.” Jardim GM

LIFESTYLE

“Podemos ver que as grandes cidades do mundo sempre se preocuparam em oferecer à população espaços abertos como forma de melhoria de vida dos habitantes. Praças e parques enormes e ruas arborizadas já são os focos dos destinos mais desenvolvidos. Infelizmente, no Brasil, ainda não existe essa consciência de nossos governantes, o que acaba fazendo com que grandes projetos paisagísticos sejam voltados, em sua grande maioria, para obras particulares. Um exemplo de sucesso é Singapura, uma cidade que é praticamente um jardim botânico. Nacionalmente falando, Curitiba também tem essa cultura de jardins e parques públicos. O Parque Ibirapuera, por sua vez, é o pulmão verde de São Paulo e traz benefícios gratuitos físicos, mentais e culturais para as pessoas. Hoje, no escritório, projetamos muitos prédios e muitos deles têm a parte de jardim aberta para a rua, oferecendo esses espaços para a população em geral, e não ficam restritos aos moradores ou ao empreendimento.”

SUSTENTABILIDADE

“Arquitetos e paisagistas trabalham no planejamento das cidades, então eles são criadores. Devem criar cidades que sejam pensadas para causar o mínimo de impacto no mundo, utilizando, por exemplo, materiais de reuso, evitando choques na natureza, trabalhando com o mínimo de extração de materiais naturais, tentando usar tecnologias mais sustentáveis. Isso gera um grande resultado positivo, se todos trabalharem com esse pensamento. Hoje, temos prédios verdes, prédios de vidro que economizam energia, telhados verdes que captam água...”

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Jardim GM


Praça Eliane no CasaCor SP 2016

BRASÍLIA

“Burle Marx é uma grande inspiração. Como paisagista e estudioso da botânica, descobriu vários tipos de vegetação, tem o tropicalismo brasileiro na veia. Ele, na verdade, é uma referência para todos os arquitetos paisagistas nacionais, não apenas pelos tipos de jardim que faz, mas foi uma das poucas pessoas no mundo que teve a oportunidade de construir uma cidad e. Outro exemplo é Oscar Niemeyer. Em nenhum lugar do mundo existiu essa oportunidade para um profissional, tanto paisagista como na arquitetura.”

Projeto IGA Berlin

REFERÊNCIAS

“Singapura é um dos maiores exemplos de inspiração para o paisagismo, você vê, mesmo em fotos de Singapura, a quantidade prédios verdes que eles constroem, assim como Vancouver, Curitiba, Johanesburgo, Frankfurt, Montreal... São cidades gigantescas e dão uma verdadeira aula em relação às cidades verdes no mundo. No Brasil, por incrível que pareça, Goiânia e Campinas são as cidades mais verdes do Brasil, Curitiba está em quinto lugar.” www.hanazaki.com.br

Jardim GM

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Lounge GPS por Renata Vieira, Juliana Velloso e Laísa Figueiredo

Foto: Bruno Cavalcanti

ARQUITETURA

NA CASACOR, A FLORA AFLORA RECORTES ILUMINADOS EM ÂNGULOS FILTRADOS PELA LUZ NATURAL SÃO RECURSOS DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA PARA ACONCHEGAR A NATUREZA AO CONCRETO COM CONSCIÊNCIA AMBIENTAL POR GIULIA RORIZ « FOTOS JOMAR BRAGANÇA

A

s nuances de um ambiente bem projetado têm segredos. Um deles, a iluminação. Capaz de transformar um espaço, ela é preciosa entre arquitetos, engenheiros e paisagistas. O foco é a luz natural. Por isso, os profissionais que participaram da CasaCor Brasília 2019 investiram em soluções arquitetônicas que unem requinte, design e consciência ambiental. 154 « GPSLifetime

Além de proporcionar conforto visual eficiente, a iluminação deve ser projetada de forma a valorizar os elementos, economizando energia e reduzindo os impactos ao meio ambiente. E, sempre que possível, deve-se aproveitar a luminosidade natural. Essa proposta da arquitetura contemporânea integra ambiente interior com exterior, trazendo a flora para dentro de casa. Junto com ela, a abundância de luz, que confere as sensações de liberdade e aconchego. Para as arquitetas Renata Vieira, Juliana Velloso e Laísa Figueiredo, do Studio Arch +, a iluminação natural é um dos primeiros pontos de partida para qualquer projeto. “É um recurso que se tornou nosso aliado e frequentemente usado, tanto para um aconchegante e funcional projeto quanto para a sustentabilidade”, explica Juliana.


ESTAR LÁ FORA Feito por Encanto Verde Paisagismo e Flávia Araújo Arquitetura, o ambiente destaca o verde natural das plantas em formas exclusivas de Jardins Verticais

SALA DE BANHO S DOIS Alex Claver, arquiteto, e Wilker Medeiros, designer de interiores, usaram Tulum como referência

O trio foi o responsável por criar o ambiente em homenagem ao GPS|Lifetime na CasaCor Brasília deste ano. Com referências da arquitetura minimalista, o ambiente de 120 m² foi construído em formas puras. A partir de recortes iluminados e ângulos internos, trouxe a luz natural difusa filtrada pela vegetação, incorporando a natureza ao ambiente. “Fizemos uma base neutra, que se mistura com diferentes materiais, trazendo textura, beleza e personalidade ao ambiente, tudo com a luz que vem de fora e entra pela parede de vidro”, descreve Laísa. A caixa de concreto que abrigou o jardim sob o espelho d’água suavizou o clima austero. O banco típico das varandas modernistas e a bancada em pedra remeteram ainda mais a alma ao projeto. A afetividade e memória ficaram também por conta das texturas dos acabamentos: os muxarabis de madeira, pedra que segue a linha brutalista e tacos originais de madeira, restaurados in loco. Em contraponto ao minimalismo, o mobiliário escolhido pelo squad tinha um toque contemporâneo e as-

sinatura de mestres do design nacional e do italiano, a exemplo da icônica poltrona Peacock, do designer Dror Benshetrit para Cappellini. Outro destaque foi a escultura em bronze da artista Bea Machado, intitulada Liberdade Ajoelhada. Para alinhar à trend do momento, as profissionais indicam o uso de materiais naturais, texturas, fibras e pedras, além de fluidez. “O uso de objetos e materiais que remetem à afetividade e à memória também são cada vez mais essenciais dentro do design minimalista e funcional, referência que usamos no Lounge GPS”, complementa Renata. Segundo as arquitetas, ambientes minimalistas e com iluminação natural são uma tendência mundial, com foco no essencial, em que o “menos é mais”, trazendo cada vez mais um consumo consciente, sem exageros. “Na própria CasaCor podemos observar tendências de sustentabilidade cada vez mais presentes”, ressalta Renata.

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CASA FINITURA O ponto de partida do projeto da arquiteta Deborah Pinheiro foi valorizar as características originais da Casa da Manchete

NOSSO RECANTO Por Larissa Dias, o espaço é inspirado na natureza e no prazer de estar em espaços abertos e próximos a ela

RESTAURANTE ARAUCO A arquiteta e urbanista Priscila Gabriel se inspirou na década de 70 no prédio de Niemeyer

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MOBILIÁRIO

É TEMPO DE FESTAH O SUPERDIMENSIONAL GALPÃO DE MOBILIÁRIO PARA EVENTOS DE LUXO CHEGA COM IMPONÊNCIA A BRASÍLIA E APRESENTA O MELHOR DAS TENDÊNCIAS EUROPEIAS POR GIULIA RORIZ

Q

uando adentramos uma linda festa, primeiramente nos impactamos com a suntuosidade do décor, que promove toda a atmosfera do ambiente. Além da flora exuberante, que dimensiona o espaço, há um componente elementar: o mobiliário. Ele precisa ser nobre, aliás, nobilíssimo. Nem sempre é simples encontrá-los com excelência de qualidade e design. Muitas vezes se faz necessário circular estados afora para conseguir o almejado. Mas uma boa notícia desembarcou na capital. A Festah. 158 « GPSLifetime

Fundada em 2005, a empresa paulistana se consolidou no mercado prestige com a proposta de oferecer peças de alto padrão aos exigentes clientes. A store de proporções faraônicas conquistou o estilo refinado de decoradores expressivos do cenário nacional, como Valéria Leão e Vic Meirelles – protagonistas da indústria casamenteira do País. Além da parceria com grandes profissionais, a etiqueta ainda conta com rico repertório, que varia do enlace estrelado de Marina Ruy Barbosa até os lounges descolados do megafestival Rock in Rio. Em evidência nas cidades de São José do Rio Preto, São Paulo e Rio de Janeiro, com a ajuda e o olhar visionário da publicitária e sócia Viviane Mouco – que mora em Brasília –, os fundadores da Festah, Maisa Lemos e Dime Medeiros, pretendem trazer ainda mais comodidade às fidèles candangas com a nova coleção 2020.


Lançada no Copacabana Palace em um evento exclusivo para seletos e profissionais do mercado, a novidade traz tendências que foram apresentadas em Milão e Paris. “Depois de uma temporada pesquisando novidades em Milão, berço do design, percebemos que a tendência são as cores, e com elas a chegada de móveis mais modernos. Foi o que trouxemos. As mesas são todas laqueadas e podem ser customizadas na cor da festa. O veludo é nossa aposta e também pode ser personalizado. As cadeiras são impactante“, descreve Maísa. Sofisticação, cores marcantes e designer moderno são a marca registrada das peças. “O cinza misturado com dourados e mostarda fica luxuoso. O cinza com o verdes e terrosos fica despojado. Já se colocarmos os rosês, vira romântico. Juntos com o preto e branco, moderno. Há uma infinidade de opções”, entrega a profissional. Para ela, a dica mais importante para não errar no décor do happening é acreditar na customização que

a marca faz para cada evento. “Investimos constantemente em peças novas para nos mantermos na vanguarda com acervo mais eclético do País.” A vantagem não é só estética, como explica Lemos: “Já faz tempo que o mobiliário deixou de ser apenas ‘mesas e cadeiras’ e passou a fazer parte importante da cenografia dos casamentos. E o fato dos noivos poderem customizar com as cores da decoração acaba viabilizando muitos projetos e fazendo com que eles economizem no todo. Um sofá rosa por si só já chama a atenção. Uma mesa curva verde faz, em muitos projetos, às vezes do elemento surpresa, que antes precisava ser considerado através de arranjos e peças decorativas. São economias pontuais, mas que fazem diferença no casamento.” E Maisa complementa: “compor o novo com os queridinhos do acervo é a tarefa mais enriquecedora e deliciosa da minha vida”. www.festah.com.br @festahmoveis

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SUSTENTABILIDADE

A NOVA CONSCIÊNCIA GLOBAL SE DESTINA TAMBÉM A LARES QUE UNEM DESIGN E TECNOLOGIA. COBERTURAS QUE OFERTAM SEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE SÃO FRUTO DA LARGA PESQUISA DA PORTENTOSA CORABRAS POR SABRINA PESSOA « FOTOS BRUNO CAVALCANTI

SOB O TETO DA CONTEMPORANEIDADE

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ma das últimas etapas a ser finalizada na construção é a principal responsável por garantir a proteção e a cobertura de um dos bens mais preciosos: a moradia. E é a partir da mistura de cimento com areia que as telhas de concreto vêm ganhando novas versões e inovando seu desempenho, seja em residências ou estabelecimentos comerciais. A modernização das peças resulta em telhas mais leves por metro quadrado, que valorizam a obra, já que o menor peso evita a utilização de reforços na estrutura,

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além de economizar mais de 20% no custo do madeiramento. Sustentabilidade, maior impermeabilidade, resistência e desempenho térmico são outras das grandes vantagens para quem opta pelas telhas no material. Há 28 anos atuando com vendas das telhas no Brasil, a Corabras Telhas de Concreto, administrada no DF por Alessandro Cruz, conta com seis unidades ramificadas pelo País. Atualmente, a empresa vem ampliando suas fronteiras e já conquistou São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás e Distrito


Federal, alcançando, assim, o título de maior empresa de cobertura do Brasil no ramo das telhas de concreto. “O nosso sucesso é trabalhar de forma correta, priorizar a qualidade dos nossos produtos e um atendimento personalizado”, afirma o empresário. Referência no setor, a marca produz seis modelos diferentes de telhas de alta qualidade. Dentre as opções de diversas cores e modelos, o que mais ganha destaque no comércio é a Telha Max. A atual queridinha, por conta da sua modernidade se sobressai no catálogo, por ser a mais leve e por estar aliada à economia na estrutura do telhado, com dimensões exatas para essa finalidade. Foram elaboradas e produzidas também para trazer luxo e beleza ao topo das residências. Atualmente, muitos, em parceria com construtoras, não deram ouvidos aos que bradaram anunciando que a crise econômica do Brasil atrapalharia o mercado da construção civil. “A Corabras foi na contramão disso tudo, foi quando houve mais investimos em pesquisas, engenharia e produção, conseguindo com

isso criar e patentear a Telha Max, que hoje é sem dúvida a melhor e mais moderna telha de concreto do mercado”, ressalta Cruz. Com fortes referências em grandes obras, a empresa tem intensa participação em trabalhos filantrópicos. Uniformes, taxas de inscrição, chuteiras, viagens para campeonatos e cestas básicas são destinados a várias escolinhas de futebol infantil e amador, entre elas a Gol de Placa, Águas Claras Futebol Clube, Juventude DF, Grêmio Estilus, Madureira DF. Tudo começou quando Alessandro passou a observar, na rotina de levar o filho para a escolinha de futebol, que muitas crianças jogavam sem chuteira e utilizando uniformes velhos e com tamanhos grandes, pois eram herdados de alunos mais velhos. “Começamos a ajudar um time apenas, depois fomos auxiliar outros até chegar ao time adversário do meu filho. E, no presente, a Corabras abraçou a causa e damos continuidade ao trabalho”, conta. Alessandro Cruz também entregou com exclusividade à GPS|Lifetime os próximos passos do negócio. As pesquisas e investimentos na área continuam sendo a prioridade da Corabras e, em breve, farão o lançamento da Telha Fotovoltaica, que vem com placas de energia solar instaladas. “Será mais um passo sustentável da empresa”, comemora. www.corabras.com.br

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TALENTO

O ANTROPÓFAGO IDEAL

ARTISTA MULTIMODAL, FLÁVIO DE CARVALHO FOI O MAIOR VANGUARDISTA NA ARTE PERFORMÁTICA BRASILEIRA. CHOCOU-SE COM O CONSERVADORISMO DO SÉCULO PASSADO, MAS CONTRIBUIU MUITO PARA O FAZER ARTÍSTICO POR PAULA SANTANA

E

m 1956, aos 60 anos de idade, um senhor desfila pelas ruas de São Paulo vestindo um blusão bufante, uma saia plissada e sandálias. Um traje projetado para servir como alternativa ao padrão do terno e gravata e libertar o homem tropical do desconforto causado por estilos de moda importados da Europa. Acompanhado por uma extensa cobertura de imprensa, organizada por ele próprio, o artista batizou a obra de New Look (Experiência n.3).

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Duas décadas antes, em 1931, ele realiza sua primeira intervenção em espaço público; a Experiência n.2, na qual caminhava contra o fluxo de uma procissão de Corpus Christi nas ruas do centro de São Paulo. Tratava-se do primeiro registro de uma performance no Brasil. Esse era Flavio de Carvalho, nascido no Rio de Janeiro, em 1899. Ao total de cinco décadas de atuação, o exótico artista realizou cinco intervenções em espaço público, as quais intitulava como experiências, muitas delas apreciadas somente por policiais no exercício do trabalho, tentando impedi-lo. Pintor, escultor, arquiteto, cenógrafo, designer, jornalista, escritor e dramaturgo, Flávio foi vanguardista na arte performática. Usou seus muitos talentos e formas irreverentes de expressão para chocar a burguesia. Foi a partir de suas excentricidades que se abriu caminho para as novas tendências que se desenvolveram no Brasil a partir dos anos 1960. “Flávio de Carvalho é uma das figuras mais interessantes do século XX. Seus projetos de cunho conceitual atestam seu extraordinário feito de expandir o campo da arte para além de territórios, ampliando assim a própria definição daquilo que pode ser considerado arte”, comenta a curadora Kiki Mazzucchelli. A extensa obra do artista, que morreu em 1973, foi reunida pela Galeria Almeida e Dale, em São Paulo, cerca de cinquenta trabalhos, entre desenhos, pinturas, ilustrações, materiais de arquivo e documentação dos projetos imateriais do artista. Tal mostra foi originalmente apresentada na Sotheby’s S2 Gallery,

em Londres, em abril deste ano, sendo a primeira exposição individual dedicada a Flávio de Carvalho no Reino Unido, país onde viveu de 1914 a 1922. Aclamado na Europa Ocidental, na URSS e nos Estados Unidos, seus retratos expressionistas de personalidades estão em acervos de importantes museus em Nova York, Paris, Roma, Moscou. Entre os destaques, está o conjunto de retratos de alguns nomes significativos que acompanharam Carvalho em sua trajetória artística. Já seus projetos arquitetônicos combinavam linguagem futurística a elementos alegóricos e decorativos apresentados pelo artista em concursos nacionais e internacionais. Apesar de ter recebido atenção significativa da mídia ao longo de sua carreira, a obra de Carvalho constantemente se chocou com o conservadorismo dominante em uma época em que não havia museus dedicados à arte moderna no país – o primeiro deles, o MASP, foi fundado apenas em 1947. Chamado de “revolucionário romântico” por Le Corbusier ou “antropófago ideal”, segundo definição de Oswald de Andrade, as exaltações usadas para definir sua prática multimodal deram melhor compreensão de seu papel fundamental para a historiografia da arte brasileira. Neste século, compactuadas e reconstruídas pela Galeria Almeida Dale. “Carvalho combina o experimentalismo utópico a uma abordagem calcada no racionalismo, metodologia que utilizou em várias ocasiões para desmistificar as crenças e convenções dominantes”, conclui Kiki.

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ARTE

EXPERIÊNCIA DO OLHAR

CONSIDERADO UM DOS MAIORES PINTORES BRASILEIROS VIVOS, OS TRABALHOS DO CARIOCA EDUARDO SUED COLOREM O CONCRETO DO MUSEU NACIONAL DA REPÚBLICA FOTOS LUARA BAGGI

A

os 94 anos, o artista carioca Eduardo Sued continua indo ao seu ateliê pintar. Antes, trabalhava de segunda a sexta, começava de manhã e ia até a tarde. Agora, o ritmo diminuiu, não vai mais todos os dias e sua jornada está menor, mas ainda com muita energia e vitalidade continua com suas vigorosas e potentes pinceladas, preenchendo telas com cores que instigam os admiradores de arte. Sued começou a se dedicar à arte em 1948, quando abandonou a faculdade de engenharia. Dois anos depois, começa a trabalhar como desenhista no escritório 164 « GPSLifetime

de Oscar Niemeyer e, após juntar algum dinheiro, vai para Paris estudar arte nas academias La Grande Chaumière e Julian. Quando volta para o Rio de Janeiro, em 1953, passa a frequentar o ateliê de Iberê Camargo para estudar gravura em metal, tornando-se mais tarde seu assistente. Em sua carreira, Sued participa de várias bienais pelo mundo, inclusive a mais celebrada de todas, a Bienal de Veneza. Um dos maiores entusiastas da obra de Sued é o Marchand Mauricio Lima, representante do artista em Brasília, Rio e Miami. No primeiro semestre desse ano,


em conversa com o diretor do Museu Nacional da República, Charles Cosac, que considera Sued um dos maiores pintores brasileiros vivos, Lima mencionou que durante os últimos 15 anos montou uma coleção composta por 55 obras do artista. Surge, então, o convite de se fazer uma exposição de dois meses no Museu, mostra que teve sua abertura no final de agosto. Nas 52 obras exibidas na exposição Experiência do olhar, no Museu Nacional, algumas décadas estão representadas. Os anos 1980, com suas linhas minimalistas, a década de 1990, em que o artista aumenta o vigor e a força de suas pinceladas, trazendo mais matéria para as obras. Foi nessa época que a preto e o negro tomam conta de muitas telas como cores principais, deixando definitivamente de ter um papel limitado a formar sobras ou linhas delineadoras. Nas décadas de 2000 e 2010, muita cor e tridimensionalidade.

No Brasil, tivemos importantes coloristas, entre eles se destacam Alfredo Volpi, Tarsila do Amaral e Eduardo Sued. Para os dois primeiros, a cor e a figura andavam juntas, dividindo a importância. Já Sued desconsidera totalmente a figura e foca sua atenção exclusivamente na cor. “A cor é elemento formativo, fundamental na minha obra. Nosso Brasil é o país das luzes e isso me remete a considerações anteriores aos eventos da modernidade, quando a pintura era dócil reflexo da natureza. Cada região tem sua luminosidade. Sabe-se que a luz nos é dada pelas cores; através delas falaríamos então das luminosidades de São Paulo, de Veneza, de Madri, de Nice, etc. Não se poderia entender que a luminosidade do Norte do Brasil, por exemplo, fosse interpretada por cores sombrias”, diz Sued. O artista tem uma relação especial com o preto, ao longo da história da arte, essa cor foi inicialmente associada à sombra e à escuridão. A partir de meados do século XIX, começa a ser usado como uma cor como outra qualquer. Em alguns casos, o preto, em vez de ser um tom que cria o escuro, produz luminosidade. GPSLifetime « 165


C

M

Y

Em sua tese de doutorado, Marcela Rangel relata que Eduardo Sued transforma a tinta preta em campos cromáticos. Ele costuma diferenciar a cor preta da cor negra. Diz que o preto torna-se negro à medida que a escuridão e a intensidade vão se apossando dele. Para Sued, o preto permite o passeio apenas em sua superfície, enquanto no negro há profundidade. “Há noites pretas e noites negras”, afirma o artista. Em um determinado momento, Sued entende que a profundidade conquistada com o negro não bastaria e começa a usar materiais para conquistar uma diferente perspectiva. Seus trabalhos começam a ter volume, além do obtido somente com a tinta, e para isso ele usa recortes de madeira que saem das telas. Esses elementos escondem cores que só são reveladas quando o trabalho é visto lateralmente. Há também objetos totalmente feitos de madeira que de uma forma mais direta demonstram a intenção do artista de alterar a leitura da obra dependendo do ângulo de observação. Essa intenção fica ainda mais evidente em alguns trabalhos em que usa o acrílico como base, essas obras permitem que o observador ande em volta delas, em cada ângulo o conjunto de cores visto é diferente, dando quase que vida à obra. 166 « GPSLifetime

CM

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CY

CMY

K



DESIGN

MINIMALISMO TRANSCENDENTE FORMAS ARTÍSTICAS E FUNCIONAMENTO EFICAZ. A EXPLOSÃO DO ORGÂNICO, VIDRO OU MADEIRA, SÃO OS INSTRUMENTOS DE FORÇA E DELICADEZA NA OBRA DE JACQUELINE TERPINS POR MARINA ADORNO « FOTO BRUNO CAVALCANTI

Aparador U

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“O

que me interessa mesmo é a matéria-prima, é isso que me encanta e me move”, declara a artista Jacqueline Terpins sobre o ofício que exerce há mais de vinte anos. Ela atua tanto no universo do design como no da arte, e ambos lhe renderam muitos reconhecimentos. Não há palavras que definam o trabalho de Jacqueline, ela própria sente dificuldade em traduzir a trajetória profissional. A designer ingressou na arte por meio do desenho e, a partir daí, não parou mais. Argila, madeira, vidro plano e vidro soprado são apenas alguns dos elementos que ela explora no estúdio, localizado em um edifício construído em 1950, em São Paulo. Filha de pais judeus e alemães, que vieram para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial, Jacqueline nasceu em Campina Grande, Paraíba, mudou-se para São Paulo ainda bebê e aos três anos de idade a artista foi para o Rio de Janeiro. A Cidade Maravilhosa foi cenário da sua vida estudantil, universitária e também de seu despertar artístico.


Gigantesca roda de gelo que desaguava por um único ponto central, pingava marcando de forma literal o tempo e formando um grande espelho d’água de 9mx2m. A criação da obra Tempo “viveu” por dois dias.

Fotos: Divulgação

Ainda que a avó pintora possa ter exercido certa influência, Terpins acredita que esse caminho foi traçado de maneira espontânea em sua vida. “Comecei a desenhar e acabei fazendo aulas com um pintor chamado Bandeira de Mello. Executava grandes desenhos de 1,20m mais ou menos”, relembra. A primeira exposição individual veio justamente com esses trabalhos iniciais, aos 18 anos. Apesar da profissional garantir que a arte sempre foi sua vocação e “plano a”, ela admite que não sentia uma coragem total de enveredar nessa direção. Optou então por ingressar no curso de Comunicação Visual da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Arraia fumê e aquamarine

Arraia fumê e âmbar

“Isso também tem muito a ver com a minha criação de pais alemães. Precisa ter uma profissão, não tinha essa de ‘eu faço arte’. Porém, paralelamente à faculdade, fui fazendo todos os cursos de arte possíveis”, comenta Terpins. Foi no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) que Jacqueline conheceu o grande mestre querido, o pintor Ivan Serpa. Ele a ensinou a olhar e lhe apresentou a técnica do cristal soprado. “Eu enlouqueci quando assisti aos filmes tchecos, sobre esse tema, que o Ivan me recomendou.”

Já fascinada pelo universo artístico, ela saiu do País em busca de cursos de especialização. Passou pela Byam Shaw School of Art, em Londres, pela Penland School of Art and Craft, na Carolina do Norte, e também pela Pilchuck Glass School, em Seattle. Jacqueline se descreve como uma artista que coloca a mão na massa. A renomada profissional adicionou na bagagem as novas técnicas que conheceu ao longo da carreira, sem desapegar de nenhuma. Ora trabalha com madeira, ora com vidro e assim por diante.

Puff centopéia

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Conjunto Tuiuiu

“Tudo tem seu charme, eu vou só agregando”, aponta. Ao longo de sua trajetória, ela profissionalizou-se em vidro soprado e vidro plano e, desde 1990, acrescentou no portfólio trabalhos em madeira. Frequentemente suas criações são descritas como minimalistas. Sobre essa designação ela argumenta que existem duas justificativas. A mais rasa é que ela simplesmente gosta do conceito do “quase nada”

Carrinho Bar

e acredita que o menos é mais. A versão mais ampla é: “Eu sinto, de verdade, que quando eu tiro todos os excessos de um projeto eu valorizo o que realmente importa. Valorizo a natureza e o que eu tenho dentro de mim, intelectual e emocional.” O equilíbrio também é uma característica importante do trabalho da célebre brasileira e, para ela, o que as pessoas querem apelidar de minimalismo é, na verdade, uma procura pessoal da artista, que gosta de se propor novos desafios. “Eu tenho essa busca da ancoragem, como se fossem gafanhotos. Nas minhas peças, eles pousam com elegância. Uma coisa sem esforço”, observa. Outro traço marcante da estética de Jacqueline Terpins é justamente a variedade de materiais que ela manipula, e as particularidades de cada matéria-prima são fatores que a instigam e a “mantém viva”. Entretanto, Jacqueline destaca que respeita muito as características de cada material e que seus admiradores jamais verão uma mesa assinada por ela que mistura vidro com madeira, por exemplo. A natureza é sempre uma grande fonte de inspiração para a mente criativa de Jacqueline. Contudo, ela defende que a rotina em uma cidade grande como São Paulo também atiça sua imaginação. “Se estou engarrafada no trânsito, eu vejo vários carros parados eu observo as cores, combinações inusitadas que eu não tinha pensado e anoto. Estou sempre atenta.” Na visão dela, esse lado observador não está diretamente relacionado ao ser artista e sim ao ser sensível. Em abril deste ano, Jacqueline apresentou uma obra grandiosa no maior festival de artes visuais da América Latina: a SP-Arte. Trata-se de uma escultura de uma tonelada de gelo, intitulada Tempo e que explora justamente sua finitude. «É algo que não se vende e não se compra, fala da nossa essência e da nossa fragilidade nessa condição efêmera que nós temos», explica.

Fotos: Divulgação

Sofa Flap

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HISTÓRIA

NO BALANÇO DO TEMPO UMA NARRATIVA HISTÓRICA SOBRE REDES DE DORMIR CONQUISTA O BRASIL NA EXPOSIÇÃO VAIVÉM, EM QUE O PÚBLICO É CONVIDADO A DESCONSTRUIR O ARTEFATO EM SUA CONTEMPORANEIDADE POR PAULA SANTANA

O

tempo antes. O tempo depois. O corpo ao leste, o corpo ao oeste. O pensamento na razão, o pensamento na emoção. Uma rede vai, a mesma rede vem. Num pedaço de tecido, uma cultura ancestral. O estereótipo da tropicalidade? Redes. Mobiliário, meio de transporte, prática funerária, pouso. Repouso. A pesquisa de doutorado de Raphael Fonseca, crítico, historiador da arte e curador do MAC-Niterói, fez de 172 « GPSLifetime

seu trabalho acadêmico o retrato da trajetória das redes de dormir nas artes e na cultura visual no Brasil. Foram quatro anos de pesquisa. Numa seleção de pinturas, esculturas, instalações, fotografias, vídeos, documentos, intervenções e performances, além de objetos de cultura visual, transformaram o apanhado na exposição Vaivém, que circula pelo País com o selo do CCBB.


“Esta exposição investiga as origens das redes e suas representações iconográficas”, explica Fonseca. Para o curador, as redes surgem como símbolo e objeto onipresente da cultura dos povos originários do Brasil, desde a produção das antigas redes de dormir Pataxó, feitas com fibras extraídas das folhas da palmeira Tucum. Uma série de gravuras discute seu pertencimento e não pertencimento às culturas ameríndias no Brasil, enquanto pinturas lançam um olhar sobre as narrativas a respeito da negritude no Brasil desde a colonização. “Ao revisitar o passado, conseguimos compreender como um fazer ancestral criado pelos povos ameríndios foi apropriado pelos europeus e, mais de cinco séculos após a invasão das Américas, ocupa um lugar de destaque no panteão que constitui a noção de uma identidade brasileira”, explica.

Arraigadas sobretudo no Norte e no Nordeste, elas são obras que se relacionam com tais regiões, produzindo trabalhos que surgem ainda hoje como símbolo de orgulho local, em especial quando se trata de sua potente indústria têxtil. A rede também se apresenta como esculturas a partir da linguagem associada à preguiça, à estafa e ao descanso decorrentes do encontro entre o trabalho braçal e o calor tropical, a exemplo de Macunaíma (1929), fabuloso livro de Mário de Andrade. O personagem que passa grande parte da história deitado em uma rede está em obras de diferentes linguagens. Neste suave e clínico passeio histórico, artístico, comportamental, filosófico e literário sobre a extensão da importância jamais discutida das redes tecidas em nosso país continental, resta a indagação: é possível prospectar quais lugares as redes ocupam na vida contemporânea no Brasil? GPSLifetime « 173


MEMÓRIA

POR PAULA SANTANA

I

nvenções visuais e a extrema beleza das inúmeras manifestações do povo brasileiro em meio à história de profundas mudanças sociais. Uma imensa fonte popular espontânea que surge de culturas indígenas, barrocas, coloniais e toda a influência pictórica de estrangeiros no país. Este é o compilado da união das galerias Pé Palito e Pontes, de Brasília e São Paulo, respectivamente. Com curadoria assinada pelo artista plástico paraense Bené Fonteles e por Edna Matosinho de Pontes, pesquisadora de referência na área, animais, cenas cotidianas, figuras religiosas, alegorias sobre a vida humana e peças folclóricas estão representados nas obras da exposição, que conta com artistas de estados como Paraíba, Minas Gerais, Piauí, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso e Alagoas. Com passagem em mostras internacionais, além de compor coleções de importantes museus brasileiros, a exposição A Arte do Povo Brasileiro vem no momento em que se assiste, finalmente, ao crescimento do prestígio, ressaltando sua importância, originalidade e requinte. “Bem-vindos ao Brasil. Vamos celebrar juntos a arte brasileira, do Oiapoque ao Chuí. Nem popular, nem erudita: arte”, comemora Marcelo Lima.

MESTRE VITALINO

Nascido nos arredores de Caruaru, Vitalino é talvez o nome mais celebrado da arte popular brasileira. Aprendeu a fazer “loiça de brincadeira” com a mãe, vendendo miniaturas de animais para crianças na feira. Também trabalha com ritos de passagem, figuras míticas de cangaceiros, lobisomens, bois, grupos de músicos e cenas religiosas.

SALVE, SALVE, MEU POVO 174 « GPSLifetime


ANTÔNIO POTEIRO

FAMÍLIA JULIÃO

Zezinho Julião, carpinteiro, ensinou aos oito filhos a técnica de trabalhar a madeira. No início, trabalhavam o animalismo, produzindo representações de macacos, leões, sapos, serpentes, pássaros e jabutis. Porém, com o afinamento da técnica, começaram a produzir santos, anjos, presépios e cenas do mundo animal.

Fotos: Cortesia Galeria Pé Palito

Nascido em Braga, Portugal, chegou ainda criança ao Brasil e morou em São Paulo, em Minas Gerais e na Ilha de Bananal, onde pode viver entre os povos indígenas. Posteriormente, fixou-se em Goiânia, onde trabalhou como padeiro, cozinheiro e faxineiro. É conhecido por esculpir santos, grandes urnas com relevos, animais associados ao sagrado e figuras humanas.

TOTA

Filho de ceramistas de Tracunhaém (Pernambuco), Antônio Paschoal Régis, mais conhecido como Tota, é um dos ceramistas mais celebrados da arte popular brasileira. Especializouse na produção de louça utilitária e de belas esculturas expressionistas, feitas em altorelevo de potes ou figuras de corpo inteiro, tendo sempre como destaque o rosto.

MANUEL EUDÓCIO

Nascido em Caruaru (Pernambuco), um dos berços da arte popular brasileira, Manuel Eudócio foi um dos primeiros e principais discípulos do Mestre Vitalino. Sua principal especialidade é a cerâmica, que pode ganhar pintura ou ser finalizada na cor do barro natural. Além de animais e figuras religiosas, o artista também reproduzia cenas cotidianas, personagens a partir de suas profissões e grupos de festas populares.

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BRASILIDADE

DE UM CALDEIRÃO CULTURAL SURGE DESIGN, TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E UMA ENORME REVERÊNCIA AO REGIONALISMO BRASILEIRO. ASSIM SE MOVE O TRABALHO AUTORAL DE SÉRGIO MATOS, O FAZEDOR DE CALOR HUMANO POR MARCELLA OLIVEIRA

FAZERES ANCESTRAIS F

eira de Campina Grande, na Paraíba. Colher de pau, balaio, funil, cestos, peneiras, afoxé. Circular por ali é ver de perto a expressão cultural nordestina – e, por consequência, brasileira. Foi lá que, em 2001, o então calouro do curso de Designer de Produto da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o mato-grossense Sérgio J. Matos, deparou-se com a diversidade regional do País. “Ir estudar no Nordeste foi a descoberta de um mundo novo”, diz. E é aquele olhar curioso, detalhista e de novidades que o designer busca manter até hoje, mais de 17 anos depois. “Temos de sempre ser turistas, enxergar o que as pessoas locais não veem mais”, acredita. Mesmo com a projeção nacional e internacional de seu trabalho, é em Campina Grande que vive e onde mantém seu estúdio, criado em 2010. Analisar o portfólio de Matos significa encontrar produtos exclusivos, criativos, repletos de conceitos. É se surpreender. Peças únicas, exóticas, cheias de cor – e de vida. Vê-se muito forte a identidade regional e uma imensa valorização do artesanato em suas criações. Dá para reconhecer algumas das fontes de inspiração que ele conta 176 « GPSLifetime

Cadeira Chita vinho


Poltrona Balão Azul Bic

Puff Carambola extra grande verde floresta

encontrar da feira, e também de outros elementos que observa Brasil afora. Um peão aparece na luminária; as barrigueiras de cavalo estão na poltrona; o porco-espinho inspirou uma fruteira de madeira; a folha de um ipê virou um balanço; pirarucu pode ser identificado em um banco; sementes se transformaram em cadeiras; o detalhe de um portão ganhou vida como objeto de decoração. Tudo que cruza o caminho de Sérgio Matos pode se transformar em um produto. “Até mesmo o Maracatu de Pernambuco, o São João de Campina Grande e a cultura afro da Bahia já foram temas de peças que criei”, conta o designer de 42 anos. E Brasília? Nossa entrevista foi durante o evento Brasília Cidade Design. “Como certeza a capital me inspira de alguma forma. A arquitetura daqui é algo incrível”, afirma.

Fotos: Divulgação

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Segundo ele, nos últimos dez anos, a mudança do design brasileiro foi drástica. “É um mercado completamente diferente e houve uma transição da imagem do Brasil lá fora. Passaram a não nos olhar mais como copiadores, mas como um país criativo”, afirma. Matos tem uma preocupação não apenas em desenvolver o produto, mas de contar uma história, de fazer algo em que as pessoas reconheçam a alegria e a energia brasileiras. “Hoje, o slow design vem crescendo muito, porque as pessoas estão buscando algo em que se reconheçam, que lembrem a infância, que as acalentem e as aproximem dos produtos. Não é mais só estético”, acredita. Se de uns tempos para cá o mundo começou a prestar mais atenção na sustentabilidade e na questão social, o designer já o vinha fazendo. “Trabalho com pequenos artesãos, participo de projetos sociais diversos pelo Brasil”, exemplifica. Jovens talentos, comunidades carentes, grupo de bordadeiras, marisqueiras.

Ao longo da sua trajetória, Matos desenvolveu um trabalho fortemente autoral e original. Quando começou, havia pouca referência de design brasileiro e uma influência eminente do estilo europeu, mais clean. “Aquilo me incomodava. Era tudo meio parecido. Quis criar uma linguagem própria para o meu trabalho e incorporei essa parte cultural e regional. O meu produto tinha que me representar”, lembra. E, então, usou e abusou de cores e matérias-primas brasileiras. Em vez de ir atrás de grandes empresas, ele foi em busca dos pequenos artesãos. “Eu queria produzir. Então procurei quem trabalhava com serralheria e marcenaria nos fundos de casa, o artesão que fazia beiral de redes. Foi com eles que comecei a trabalhar e são eles que estão até hoje comigo na produção dos móveis do estúdio”, revela. Antes de ganhar destaque no Brasil, foi descoberto no Salão Satélite de Milão, na Itália, em 2010, com sua poltrona vermelha. Voltou de lá com holofotes em sua direção e, a partir daí, conquistou o Brasil. No currículo, premiações como Product Design Award (Pufe Carambola, Alemanha/2012), DesignExcellence Brazil (2012), Brazil Design Award (2012) e Prêmio Be Open (2014). E ainda parcerias com grandes marcas, como Artefacto e Tok Stok.

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Poltrona Arreio

Um recente projeto, iniciado há cinco anos, tem espaço especial no coração de Matos. Promovido pelo Sebrae, o Brasil Original – Artesanato Amazonas atua em comunidades indígenas, por meio do desenvolvimento de produtos. “É meu xodó”, confessa. A parte que cabe ao designer é ensinar a criar produtos a


partir de simples detalhes do cotidiano das comunidades. Plantas, folhas, troncos, miçangas, cordas e animais servem de inspiração para peças únicas. Humildemente, Matos diz ser apenas um braço de um amplo trabalho. A ideia é que as comunidades indígenas se tornem autônomas. “Envolve empreendedorismo, marketing, com foco em promover uma mudança de filosofia de vida. Mas fico feliz que hoje sejam independentes e consigam viver só do artesanato. Para mim, o que vale é voltar e ver o quanto melhoraram a qualidade de vida, puderam adquirir bens, coisas básicas. Eu me envolvo com as histórias e com a luta. Tornaram-se meus amigos. O laço criado é muito forte”, revela. As fotos de Matos em meio à floresta mostram um brasileiro à vontade. “É uma desconexão com nosso mundo corrido de cidade grande”, compara. Dali, além de trabalho e amizades, o designer destaca a oportunidade de conhecer mais de perto a própria história do Brasil. “Trabalhar com comunidades indígenas é delicado, pois estou lidando com uma cultura ancestral e não posso descaracterizá-la. Tenho um respeito muito grande por tudo que vivencio lá”, conta o designer.

Antes de desenvolver as peças, ele fica imerso uma semana. “Ouço e procuro conhecer a comunidade, com o que ela trabalha. Tento entender e aí sim eu volto com as ideias para o estúdio e consigo transformar em produtos”, exemplifica. No jeito de falar do designer é possível observar o cuidado e o carinho que ele tem com as comunidades indígenas. O papo com Sérgio Matos deixa em evidência que o design é muito mais do que ser criativo e produzir peças que sejam sucesso de vendas. É abrigar uma história, criar laços afetivos. É mergulhar na regionalidade. É valorizar o início e o meio, não apenas o fim. O designer usa seu trabalho para mostrar que somos brasileiros e temos nas mãos um calor humano capaz de impressionar o mundo, em todos os aspectos. Cadeira Cobra Coral

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ENSAIO

Índia da população Zo’é passando urucum para colorir o corpo, por Sebastião Salgado

A AMAZÔNIA FALA CRIMINOSOS! ÀQUELES QUE FAZEM E DEIXAM ARDER A MAIOR RESERVA DE BIODIVERSIDADE DA TERRA. O USO DO SOLO, O DESMATAMENTO, A QUEIMA DA VEGETAÇÃO A DESAFIAM. INDÍGENAS, AGRICULTORES, AGENTES PÚBLICOS E POLICIAIS SÃO AMEAÇADOS, LOGO ELES, OS GUARDIÃES DA FLORESTA. QUEM OUSA CONFRONTÁ-LA, HUMANOS POR MARIO ROSA « FOTOS JEAN MANZON, LUIZ BRAGA E SEBASTIÃO SALGADO 180 « GPSLifetime


Homem subindo árvore gigante, por Sebastião Salgado

E

u sou um manto vicejante que cobre os vossos dias e as vossas noites quase desde a Criação. Eu sou o mistério da imensidão, os perigos da vida, eu sou o medo da morte que sempre vos aterrorizou em minhas profundezas. Eu sou o que sou e a minha própria natureza. Eu sou a fonte dos mais belos e tépidos ambientes, das brumas mais frias e das terras mais calientes, das mais pródigas farturas, eu sou a superfície onde se reflete com esplendor mais reluzente o crepúsculo nas noites mais escuras e sou também onde ardo as chamas de meus acidentes naturais e incendeio tudo e sou como um vulcão à flor da pele e, quando entro em erupção, o mundo todo sente. Eu tenho tanta vida em mim e toda vida tem o seu reverso e toda intensidade – e como sou intensa – causa espanto e temor e se propaga pelo universo. Eu me chamo Amazônia. Falam tanto de mim e eu me preservo. Eis aqui um raro autorretrato de como me entendo e como me enxergo. Sou o útero exposto em vísceras colossais e verdejantes na superfície da Terra. E habito boa parte do pla-

neta e sou eu mesma a casa dos meus filhos e filhas que moram em meus mais remotos e surpreendentes recantos. Voam sobre mim e sobre mim navegam. Me escalam, farfalham sobre as gotas de folhas que choram de minhas copas, se esgueiram em minhas tocas e há os que me temem, mas que são os que mais me dominam: dominam numa escala infinitesimal que eu lhes permito, pois sou tão indomável e, mais do que todos, eles me veneram porque sabem que sou uma doida de cabeleiras verdes infinitas, capaz das crueldades mais atrozes e das generosidades mais bonitas. Mas esses povos da floresta que vivem aqui comigo são os meus íntimos amigos e me conhecem por inteira. Vivem em suas tabas frágeis e peregrinam por mim e, à noite, me iluminam na escuridão de suas clareiras. Eles são animais, como tantos outros que em mim trafegam. Mas não são iguais. São diferentes. São reverentes. Há outros animais da mesma espécie que não respeitam a minha majestade, que não me obedecem. E declaram guerra a mim e promovem atentados, tascam fogo em GPSLifetime « 181


Pesca em canoa longa, por Jean Manzon

SOU O ÚTERO EXPOSTO EM VÍSCERAS COLOSSAIS E VERDEJANTES NA SUPERFÍCIE DA TERRA. E HABITO BOA PARTE DO PLANETA E SOU EU MESMA A CASA DOS MEUS FILHOS E FILHAS QUE MORAM EM MEUS MAIS REMOTOS E SURPREENDENTES RECANTOS. 182 « GPSLifetime Menino no barbeiro, por Luiz Braga


SOU, FUI E SEMPRE SEREI USADA POR VÓS E POR TODOS QUE VIVEM EM MIM. ESSA É A MINHA NATUREZA. MAS EIS QUE, AGORA, USAM A MINHA DOR TAMBÉM CONTRA MIM E A MEU FAVOR. ENQUANTO EU SOFRO, EU SOU USADA. ENQUANTO EU SOU USADA, EU SOFRO.

Meninos no chafariz, por Luiz Braga

minhas costas, me devastam, me sugam, querem me matar. Quanta ambição! Será que não sabeis que não sois os primeiros? E que, como filha de Deus, sou como um cordeiro, mas o que me faz única não é a crucificação. É a ressurreição. Então, por mais cicatrizes que teimem em lancinar-me em minhas copas, o tempo há de passar e eu hei de ressurgir e os que tentaram me violar vão ficar no pó da História, como tudo que passou por mim, nos milênios das crostas de minha formação paleolítica. Olheis para mim: olheis lá de fora, desde as engrenagens que flutuam sob a abóbada, na atmosfera. Vejais o espetáculo que eu vos ofereço, no silêncio majestoso de minhas tocas. Mergulhais nas minhas corredeiras e sintais a imensidão e a profundidade de todo o meu sangue que desemboca nos vossos mares. Desbravais-me e vos perca em mim, pois eu sou tão colossal que sou todos os lugares. Por que então ousais me confrontar, me destruir, me imolar, me infringir um inútil suplício? Não entendeis que isso na verdade é um autossacrifício? Que eu e vós temos um destino traçado e Índia se maquiando, por Sebastião Salgado

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Menino e pneu no Marajó, por Luiz Braga

que eu posso viver sem vós, mas vós sem mim têm os dias contados? Vós achais que me sabotais? Ou será autossabotagem? Pra que quereis vos destruirdes? Porque eu hei de ressuscitar e haverá outras espécies caminhando sobre o meu terreno furioso e selvagem. Sou, fui e sempre serei usada por vós e por todos que vivem em mim. Essa é a minha natureza. Mas eis que, agora, usam a minha dor também contra mim e a meu favor. Enquanto eu sofro, eu sou usada. Enquanto eu sou usada, eu sofro. Humanos, eu faço parte deste mundo. O mundo que é nosso, o mundo imperfeito, de pagãos, de pecadores. Eu não sou a encarnação de Deus. Eu sou a filha dele sobre a Terra. Vim para viver as dores e as delícias da vida e da morte. Não vos fala aqui um ser superior, mas uma irmã. Que talvez saiba um pouco mais porque tenha conhecido mais a vida e mais a morte do que todos os que estais aqui neste momento.

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Eu já vi os impérios da China, a rota da Seda, Alexandre, o Grande, eu vi as pirâmides brotarem da areia, as cruzadas sangrentas, eu vi a cura das doenças e a luz da ciência, o cogumelo de Hiroshima e aquele pequeno fragmento seguindo para uma das minhas mais velhas amigas, a Lua, minha brilhante companheira. Por isso vos digo: eu tenho feridas em mim que carrego em minhas entranhas. Por isso, eu me consumo, eu me ardo, eu me incinero. Mas vem de mim também uma força estranha que me renova e me faz reviver tudo de novo. Eu já vi bilhões de seres como vós passarem, mas vós nunca passastes sem mim. Eu sinto a saudade de cada um que se foi, mas se um dia eu partir não haverá saudade. Pois não haverá depois. Ao menos para vós. Porque eu, eu, eu tenho uma força estranha dentro de mim. E eu viverei, depois que tudo passar, inclusive vós. *As fotografias integraram a feira SP-Foto sob curadoria das galerias Almeida&Dale e Mario Cohen


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