Divulgação
Adilson de Paula Almeida Aguiar
Zootecnista, Especialista em Didática do Ensino Superior e em Solos e Meio Ambiente; Professor de Pastagens e Plantas Forrageiras I dos cursos de Agronomia e Zootecnia e de Zootecnia I (Bovinocultura de Corte e Leite), do curso de Agronomia das Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU); Consultor – Sócio da CONSUPEC – Consultoria e Planejamento Pecuário Ltda. Investidor na atividade Leiteira.
Como aumentar a produção de bovinos leiteiros em Sistemas de Pastejo sem aumento dos custos de produção
E
m pastagens de clima temperado, de azevém perene, as respostas de animais em pastejo, em termos de consumo de forragem e desempenho animal, foram descritas e correlacionadas com variações em estrutura de pasto1, sendo que, de forma geral o consumo e o desempenho aumentam com aumentos em altura do pasto, a massa de forragem, o resíduo pós-pastejo ou a oferta de forragem. O aumento, contudo tende a um limite específico para espécie e categoria animal, tendo sido determinado 6cm para ovelhas e cordeiros e 10cm para bovinos adultos em pastagens de azevém perene (HODGSON, 1990). Estudos com plantas forrageiras de clima tropical e subtropical têm indicado um padrão semelhante de resposta dos animais em pastejo. Para o capim-braquiarão o pastejo foi realizado por bovinos, em crescimento, com valores ótimos de consumo e desempenho acima de 30cm de altura, condição de relvado que está dentro da faixa de 20 a 40cm de altura para a produção eficiente de forragem para aquele capim. Dos resultados da TABELA 1 pode-se concluir que o valor nutritivo não é o fator limitante quando em condição de baixa oferta de forragem (altura do pasto de 10cm) e, sim, o consumo de forragem pelos animais. Observa-se que há tendência de redução do valor nutritivo com o acréscimo na altura do pasto; entretanto, o desempenho animal respondeu de forma inversa, com aumento no ganho de peso em resposta à elevação da altura de pastejo. Sendo assim, as diferenças em desempenho
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TABELA 1 - Valor nutritivo de amostra de pastejo simulado e ganho de peso de novilhas mantidas em pasto de capim-braquiarão com quatro alturas de pastejo durante o verão.
PB = proteína bruta; FDN = fibra em detergente neutro; FDA = fibra em detergente ácido; DIVMO = digestibilidade in vitro da matéria orgânica; GMD = ganho médio diário. Fonte: REIS, 2009 (adaptado de Andrade, 2003).
animal (ganho de peso, produção de leite) são consequência basicamente da quantidade de forragem ingerida, uma vez que a diferença em valor nutritivo é pequena, fato que acentua a importância de conhecer e compreender como se dá o consumo de forragem pelos animais em pastejo e como ele é afetado pelas práticas de manejo utilizado. Na TABELA 2 estão resumidos dados relativos às taxas de lotação e a produtividade por área em resposta às quatro condições de manejo do pastoreio neste experimento, dadas pelas diferentes alturas do pasto. Houve decréscimo no ganho de peso e aumento na taxa de lotação com redução na altura do pasto. Neste caso a capacidade de suporte estaria dentro das condições de alturas entre 30 e 40cm. Se o objetivo for maximizar o desempenho por animal, a altura de 40cm deveria ser a buscada, enquanto que na altura de 30cm o desempenho por animal seria menor, com produtividade por área semelhante, apesar de possibilitar maior eficiência de uso da forragem produzida e um maior número de animais na propriedade. Para o capim-mombaça, os tratamentos com pastejos iniciados com 95% de interceptação de luz pelo pasto, condição correspondente a 90cm de