O Girolando 71 - Jan/Fev 2010

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Mercado Rafael Ribeiro de Lima Filho Zootecnista Scot Consultoria

PRODUTOR JÁ ESTÁ RECEBENDO MAIS PELO LEITE Após amargar uma desvalorização de 19% no preço do leite nos últimos cinco meses, o produtor agora tem motivos para se animar. No pagamento de fevereiro, referente à produção de janeiro, a média nacional ficou em R$0,631/litro, um reajuste de R$0,02/litro na comparação com o pagamento anterior. Apesar do aumento tímido, os atuais valores estão 7% acima do verificado no mesmo período de 2009. Este cenário é reflexo de um mercado mais ajustado. No Centro-Sul do país o volume captado em janeiro diminuiu em 70% das empresas consultadas pela Scot Consultoria. Em fevereiro a captação continuou menor em função da queda na produção de leite. Daqui para frente, com a proximidade da entressafra, este deve ser o comportamento do mercado. No mais, depois das fortes chuvas agora é o calor e a seca que afetam a atividade, em especial nas regiões Sul e Sudeste. Em alguns laticínios a captação caiu entre 15% e 20% devido a esses fatores. Na principal bacia leiteira do país, Minas Gerais, o preço do leite subiu 2,2% no pagamento de fevereiro. Em média, o produtor recebeu R$0,65/litro, 11% acima do verificado no mesmo período de 2009. De acordo com levantamento da Scot Consultoria, 60% dos laticínios pesquisados captaram menos leite. A menor oferta aumenta a concorrência entre as indústrias. No Leste mineiro a falta de chuva e o calor intenso prejudicaram a produção. Em São Paulo, o produtor recebeu, em média, 2,5% a mais pelo leite no pagamento de fevereiro. O preço mínimo no Estado foi de R$0,54/litro, enquanto o máximo chegou a R$0,75/litro. Em média, o produtor recebeu R$0,70/litro, o maior valor entre todas as praças pesquisadas. No Sul do país a situação é semelhante: os produtores estão recebendo mais pelo litro de leite devido aos fatores mercadológicos, de demanda e problemas na produção. As altas variaram entre 2% e 6% na comparação com o pagamento anterior.

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PRODUTOS LÁCTEOS: ALTA NO ATACADO E VAREJO Além da concorrência pelo leite, as indústrias contam com estoques relativamente menores. Com demanda maior na ponta final da cadeia, os preços já subiram no atacado e no varejo. Os preços dos lácteos reagiram pelo segundo mês consecutivo no atacado. Considerando a média de todos os produtos pesquisados pela Scot Consultoria, em fevereiro o aumento foi de 0,6%. O leite longa vida (UHT), principal lácteo comercializado no mercado interno, trabalha em alta há quatro meses. Desde novembro o preço médio do produto já subiu 24% na indústria, tornando-se o mais alto dos últimos seis meses. A gradual retomada do consumo bem como a redução da captação de leite, em especial no Centro-Sul, “enxugaram” os estoques das empresas. No varejo, a exemplo do que ocorreu no atacado, os preços dos produtos lácteos aumentaram, em média, 4,5% em fevereiro. Destaque para o longa vida, cujo preço reagiu 13% em relação a janeiro. O consumidor paga atualmente, R$1,80/litro em média, o maior valor dos últimos cinco meses. A tendência para o curto prazo é de preços firmes. A oferta de leite para os laticínios, que está menor, deve se agravar ainda mais com a proximidade da entressafra. NORDESTE FOI A EXCEÇÃO No Nordeste, a captação de leite, em janeiro, foi maior que em dezembro na maioria dos laticínios pesquisados. Dessa forma, o preço do leite ao produtor caiu. Na Bahia, principal bacia leiteira da região, as quedas somam 15% desde o pagamento de setembro. Em fevereiro, o produtor baiano recebeu, em média, R$0,59/litro. Em Pernambuco e no Maranhão o produtor está recebendo 18% menos em relação ao pico registrado em setembro/outubro. Para o próximo pagamento a tendência é de estabilidade na região. Apesar da maior oferta de leite, as vendas no varejo melhoraram, ajustando o mercado.

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