Relatório de Atividades GET Arquitetura e Urbanismo 2020

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UFJF.

Reflexões na quarentena : relatório de atividades 2020 / Bruna Almeida... [et al.] ; Rafaelli Machado (Org.) ; Ana Aparecida Barbosa Pereira . -- Juiz de Fora : GET Arquitetura e Urbanismo UFJF, 2021.

Dados eletrônicos (1 arquivo: 13,1 mb)

1. Aquitetura. 2. Planejamento Territorial Urbano. I. Almeida, Bruna. II. Machado, Rafaelli. III. Pereira, Ana Aparecida Barbosa. IV. Título.

CDU 72

Capa/Edição Rafaelli Machado e Thalisson Souza/Rafaelli Machado

get.arq.urb

Artes das postagens no Instagram Bruna Almeida, Carolina Cardi, Everton Ribas, Lara Vitarelli, Marcela Figueiredo, Maria Eduarda Ribeiro, Mariana Soldati e Thalisson Souza.

Ilustrações em giz de cera Carolina Cardi, Everton Ribas, Lara Vitarelli, Marcela Figueiredo, Maria Eduarda Ribeiro e Thalisson Souza Texto Prof.ª Ana Barbosa, Prof. Angelo Carrara, Bruna Almeida, Carolina Cardi, Everton Ribas, Lara Vitarelli, Marcela Figueiredo, Maria Eduarda Ribeiro, Mariana Soldati, Rafaelli Machado, Prof. Ricardo Zaidan e Thalisson Souza.

Getianos Bruna Almeida, Carolina Cardi, Everton Ribas, Lara Vitarelli, Marcela Figueiredo, Maria Eduarda Ribeiro, Mariana Soldati, Rafaelli Machado e Thalisson Souza.

Tutora Prof.ª Dra. Ana Aparecida Barbosa Pereira

Parceiros:

facebook.com/GETARQURB GET Arquitetura e Urbanismo

APRESENTAÇÃO O presente relatório/caderno tem por intuito cumprir com as exigências do CLAA como forma de retorno institucional das atividades realizadas pelo GET, conforme resolução específica. Registra as atividades desempenhadas ao longo do ano de 2020 conforme Plano de Atividades aprovado e os ajustes que foram necessários, devidamente justificados. Além disso, compartilha o processo de concepção do realizado pelo Grupo através dos objetivos alcançados e trabalhos finais apresentados. O Grupo de Educação Tutorial (GET) é constituído por alunos da graduação, sob a tutoria de um docente, norteados pelo princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Desse modo, o GET Arquitetura e Urbanismo tem por intuito oferecer uma formação acadêmica ampla, diversificada e de qualidade aos seus integrantes, promover contribuições para melhorias no ensino superior na UFJF e no país, assim como na formação e atuação docente, além de estimular o senso crítico, a responsabilidade social e a ética nos discentes participantes. Para tanto, são propostas atividades relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão, bem como organização e participação em eventos acadêmicos e viagens de estudo, quando possível (foram suspensas neste período pandêmico).

As atividades e tarefas são desenvolvidas entre os membros do GET, de forma que cada um participe de ações individual e/ou coletivamente, em todas as esferas do programa. Em razão das medidas de contenção da COVID-19, as atividades do GET - Arquitetura e Urbanismo foram realizadas remotamente desde 18 de março de 2020. Assim, os estudos sobre a Décima Predial, Morfologia urbana e geotecnologias e Caminho Novo seguiram seu curso naturalmente de maneira remota, bem como aqueles sobre Paisagem e a Teoria das Cores de Goethe, objetos de discussão em nossas reuniões bissemanais por videoconferência. Foi mantida a estrutura geral das atividades de maneira global, com inspiração goetheanística do “observar, intelectualizar e projetar”.

Com o compromisso social inerente a um grupo da UFJF, o GET Arquitetura e Urbanismo compartilhou com a comunidade externa estudos e reflexões relacionados a temas diversos, com realização de posts contemplando as temáticas abordadas no GET e acrescentando reflexões atualizadas em seu tempo acerca da pandemia de COVID-19, construindo uma relação da doença com o desenho urbano e o habitar x isolamento domiciliar, na medida que tudo isso a todos envolvia em caráter inesperado e absolutamente inusitado. O Grupo se empenhou em construir respostas analíticas em tempo real para uma questão imediata e desconhecida, a Pandemia da Covid-19. Os conteúdos postados tiveram como objetivo constituir um olhar leve, mas educativo, adequado para fomentar debates saudáveis sobre o atual modelo de cidade brasileira, e ainda as formas do habitar e a percepção da paisagem. Tais postagens foram reunidas na ação “Reflexões da Quarentena” que inspirou o título deste relatório. O GET Arquitetura e Urbanismo conquistou a honra de conseguir, mesmo em isolamento social, através de muito empenho, dedicação e cuidados com a saúde física e psicológica realizar todas as atividades previstas no Plano Anual de 2020, seja plenamente, parcialmente ou com pequenos ajustes. As atividades parcialmente desenvolvidas foram aquelas que, em razão da pandemia de COVID-19 e a paralisação das atividades, precisaram ser adaptadas ao Ensino Remoto Emergencial (ERE). Dessa forma, foi necessário o uso das redes sociais como forma de estabelecer um contato com a comunidade externa, inclusive com apresentação de artigo em evento on-line, e a promoção de um Seminário científico, regional, o primeiro do GET Arquitetura e Urbanismo. O Grupo utilizou salas de videoconferência para realização das atividades coletivas de debate e experimentações artísticas. As atividades apresentadas a seguir receberam uma bandeira de identificação, conforme a legenda abaixo: ATIVIDADES PLENAMENTE DESENVOLVIDAS:

ATIVIDADES PARCIALMENTE DESENVOLVIDAS:

I. ATIVIDADES PLANEJADAS

1. anéis d’água

Atividade I. O Arraial do Tejuco a partir da Décima Predial Data Início da atividade: fevereiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Estudos do imposto Décima dos prédios urbanos criado pelo alvará de 27 de junho de 1808, e seus registros constituem o ponto de partida desta pesquisa. Os artigos 1º e 3º do alvará estabeleciam que os proprietários de todos os prédios urbanos deviam pagar anualmente 10% do seu rendimento líquido, isto é, do quanto cada imóvel rendia a seu proprietário, caso estivesse alugado, ou quanto poderia render, se o fosse.

A demarcação do espaço no interior do qual os imóveis seriam considerados urbanos deveria ser feita de acordo com os critérios estabelecidos pelas câmaras municipais (artigo 2º). A cobrança seguia o seguinte procedimento (artigo 11): do preço do aluguel devia-se abater 10% para falhas e consertos; do valor resultante era cobrada a décima parte. Assim, conhecer o arraial a partir destes parâmetros trata de pesquisa nunca antes realizada. Possibilitando importante contribuição científica sobre o tema.

Objetivos: Através da leitura de autores como Sylvio de Vasconcellos, Junia Ferreira Furtado e Cristiane Gonçalves e o estudo da planta cadastral de 1784 foi possível analisar o processo de ocupação do espaço edificado do arraial do Tijuco entre os fins do século XVIII e primeiros anos do século XIX. Desta pesquisa surgiu ainda a possibilidade de se debruçar sobre uma fonte histórica primária, o Livro de Registro do abastecimento de água do final do século XIX, cujo conteúdo apresenta uma relação entre o número e a quantidade de anéis d’água, o proprietário, o endereço, a forma de arrematação e o histórico de vendas do anel ou da residência abastecida por este.

Como a atividade foi realizada?

A pesquisa dos documentos de fontes primárias, ao invés da Décima Predial foi adotada os Anéis D’água, com transcrição dos documentos com grafia manual do século XIX, por todos do GET. Esta troca foi uma escolha de potência da própria pesquisa sobre o Arraial do Tejuco. Dessa forma, a metodologia contou com apoio historiográfico complementar com leitura de textos sobre o Arraial do Tejuco e a Vila Diamantina, previstos no Plano Anual de 2020, somada à leitura e transcrição de arquivos históricos que pôde ser experienciada a partir do Livro de Registro, obtido pelo Prof. Dr. Angelo Carrara.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Ampliação do conhecimento do uso do solo urbano de Diamantina, e como as pessoas habitavam a cidade no início do século XIX. Resultados/produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Foi possível avançar na identificação dos imóveis com seus habitantes, a partir do Livro de Registro dos anéis d’água, e iniciar uma pesquisa sobre a relação do acesso ao abastecimento de água com a localização da residência, proximidade dos cursos hídricos, estrato social e valorização do imóvel em função da oferta de água encanada. Além disso, o estágio atual da pesquisa foi exposto no I Seminário Científico do Get Arquitetura e Urbanismo em dezembro de 2020. Espera-se a possibilidade de publicação de um artigo em evento e a contribuição para produção de material didático para a disciplina “História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo VI: Brasil, em um aspecto da vida social nas Minas do Ouro e do Diamante”.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Ao longo do ano de 2020, alcançamos a assiduidade nos estudos e o envolvimento nas atividades, conforme o previsto no Plano Anual do mesmo ano. Além disso, desenvolvemos uma experiência na leitura, interpretação e transcrição de fontes históricas primárias, bem como na sistematização dos dados coletados, conhecimento que se somou à compreensão histórica, arquitetônica e urbanística de Diamantina. Para o ano que se segue almejamos a oportunidade de produção e submissão de artigo científico.

ANÉIS D’ÁGUA Os estudos com ênfase no “Arraial do Tejuco a partir da Décima Predial” foram conduzidos em duas frentes: os estudos bibliográficos sobre o arraial setecentista e a etapa inicial da pesquisa sobre os anéis d’água e o abastecimento de água na Vila Diamantina, sob orientação do Prof. Dr. Angelo Carrara. As atividades mencionadas são descritas abaixo: 1. O estudo bibliográfico pautou-se em obras disponíveis na internet que abordam o Arraial do Tejuco e a Vila Diamantina, seu contexto físico, social e econômico, além de suas características morfológicas, arquitetônicas e urbanísticas. Tal estudo abarcou leituras como o capítulo Formação Urbana do Arraial do Tejuco, texto de Sylvio de Vasconcellos publicado no livro Arquitetura Civil II, organizado a partir de publicações na Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional; a obra “O Livro da Capa Verde”, autoria de Júnia Ferreira Furtado, e diversos artigos como, por exemplo, “Diamantina: breve relato de sua formação” de Cristiane Gonçalves, que reúne e revisita a obra de Sylvio de Vasconcellos, Júnia Furtado entre outros autores.

2. A segunda atividade reuniu todos os integrantes do GET e consistiu em se debruçar sobre o Livro de Registro dos anéis d’água referente ao séc. XIX. A primeira etapa consistiu na transcrição do conteúdo referente aos anéis d’água encontrados no Livro de Registro, seguida da organização do conteúdo de cada página em uma planilha com as seguintes informações: número do anel d’água, nome do proprietário, forma de aquisição, endereço, observações e o número da página correspondente no Livro de Registro.

A segunda etapa foi composta pela tabulação da frequência com que as ruas ou becos apareciam no livro para que, em seguida, as ruas encontradas pudessem ser mapeadas em uma base cartográfica. Nesta etapa foi necessário averiguar se o nome das ruas contidas no registro permaneceram até os dias de hoje, e nos casos negativos iniciou-se um processo de pesquisa para encontrar os nomes atuais.

O processo de concepção de um mapa utilizando as ferramentas AutoCAD e Photoshop sobre a base cartográfica atual de Diamantina, obtida no Plano Diretor de 2013, constituiu a terceira etapa.

Para tanto, foi fundamental a leitura da dissertação da Bárbara de Castro Vieira sobre a distribuição de água nos séculos XVIII e XIX. O acervo da pesquisa conta com a planta cadastral de 1784 e o arquivo vetorizado da mesma no AutoCAD, material adquirido à partir da pesquisa “Espaços urbanos em Minas Gerais nos séculos XVIII-XIX: o arraial do Tijuco, 1784-1831” que tem como propósito o estudo sobre as bases documentais referentes à décima urbana predial, desenvolvidos pelas bolsistas Letícia Carvalho e Mariana Oliveira, sob orientação de Prof. Dr. Angelo Carrara e coorientação da Prof.ª Dra. Ana Barbosa. Assim, a quarta etapa consiste na elaboração de um mapa georreferenciado no ArcGIS a partir dos dados coletados, tabulados, cartografados e das leituras realizadas ao longo da pesquisa. O mapa elaborado é resultado da sobreposição do basemap do arquivo AutoCAD disponível no Plano Diretor de 2013, dos cursos d’água da planta cadastral de 1784 e a marcação das ruas que constavam no livro de registros dos anéis d’água.

A sobreposição das informações permitirá a formulação de hipóteses no que tange ao abastecimento de água na Vila Diamantina.

2. MORFOLOGIA URBANA E GEOTECNOLOGias

Atividade II - O Arraial do Tejuco: geotecnologia aplicada à morfologia urbana Data Início da atividade: fevereiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Utilizar de geotecnologia como ferramenta de trabalho tanto para estudos cartográficos como de análises estatísticas diversas do Trabalho no GET, com o Laboratório de Geoprocessamento Aplicado da UFJF - LGA/UFJF. Além de instrumental e dados de apoio à outras pesquisas, essa atividade se propõe a compreender o conjunto de espaços livres da cidade de Diamantina, de forma a caracterizar e investigar seus tempos morfológicos, entendendo o conjunto colonial como um todo, para além das arquiteturas tombadas. As ferramentas de geotecnologia podem ser usadas de forma a subsidiar estudos mais aprofundados acerca do território que podem auxiliar no ordenamento e planejamento urbano que respeite o sítio histórico.

Objetivos: Os estudos realizados ao longo do ano de 2020 se dividiram em estudos de geotecnologia e de morfologia urbana, buscando compreender as origens e evolução do tecido urbano do Arraial do Tejuco. O mapa do arraial em 1784 foi executado, porém como os estudos de geotecnologia foram afetados pela interrupção das aulas e todas as particulares do processo pandêmico, o mesmo não foi realizado na sua complexidade de análise. Os estudos morfológicos, no entanto, avançaram conceitualmente de maneira expressiva em direção a uma compreensão das dinâmicas territoriais do arraial. Com a leitura de autores como Satël Costa, Maria Neto e Sylvio de Vasconcellos, entre outros, foi possível interpretar o território, e interface com as informações contidas nas documentações históricas estudadas pelo grupo.

Como a atividade será realizada?

A princípio a metodologia proposta manteve, com estudos acerca do instrumental geotecnológico disponível, no entanto com os desafios apresentados pela pandemia os estudos se voltaram às questões morfológicas a partir de uma revisão bibliográfica.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Ampliação do conhecimento acerca do tecido urbano do arraial do Tejuco, sua origem, expansão e consolidação, buscando mapear e interpretar esses momentos de transformação do tecido.

Resultados/produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Espera-se a produção de mapas que representem os períodos morfológicos do arraial, possibilitando a partir deles a aplicação da morfologia urbana dentro de uma perspectiva da geografia. Os estudos de morfologia urbana realizados ao longo de 2020 serão organizados de forma a possibilitar a publicação de um artigo. O primeiro mapa previsto segue em processo de refinamento das informações representadas, ainda a depender da possibilidade de avanço nos estudos de geotecnologia.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Assiduidade dos estudos e envolvimento dos alunos nas atividades. Houve um avanço na compreensão dos fundamentos da geotecnologia, além de um início das atividades e experiências no programa de geoprocessamento usado. Grande enfoque nos estudos morfológicos, bem como na aplicação dos mesmos no objeto de estudo.

MORFOLOGIA URBANA E GEOTECNOLOGIAS Os estudos relacionados ao tema “O Arraial do Tejuco: geotecnologia aplicada à morfologia urbana” tiveram em vista a interface desses estudos visando criar um caminho para o entendimento e gestão do território de forma mais completa e efetiva. Os estudos foram divididos em etapas e todas foram desenvolvidas por um trio de bolsistas em conjunto, desde os debates dos textos até a realização das atividades listadas.

um estudo de ações para a cidade de Ouro Preto. Ao longo dos estudos apresentados foi interessante perceber a riqueza do uso dessas ferramentas para a gestão do território como um todo, mas em especial quando tratamos do patrimônio histórico cultural urbano, como feito em Ouro Preto, visando possibilidades de trabalho em Diamantina, a fim de entender as melhores formas de intervir no território sem descaracterizá-lo ou escondê-lo.

1. Morfologia Urbana: o subgrupo iniciou o ano com leituras acerca das bases das escolas inglesa e italiana de morfologia urbana. Começamos pela leitura do livro “Fundamentos de morfologia urbana” (NETTO; COSTA, 2015), que apresenta as duas escolas a partir do estudo da cidade de Ouro Preto, utilizando das ferramentas das duas escolas para entender a formação e consolidação do tecido da cidade. A partir dessa leitura, com uma base já mais bem estruturada dos conceitos a serem trabalhados, passou-se à leitura de artigos que tratam dos conceitos das duas escolas de morfologia em recortes distintos, de maneira a conquistar adequadamente o conhecimento viável à vivência prática para a cidade de Diamantina, integrando estes estudos ao trabalho do GET-Arquitetura e Urbanismo como um todo. É importante ressaltar a importância do estudo das bases conceituais de maneira sistemática para que se possa reinterpretar essas teorias para o território e as realidades brasileiras, e não apenas aplicar os conceitos estudados sem uma leitura crítica dos mesmos. Para isso, as contribuições de Sylvio de Vasconcellos são essenciais.

3. Aulas de Introdução ao ArcGis: dando continuidade aos estudos de geoprocessamento, foram iniciados os estudos da ferramenta em si. A partir da apostila disponibilizada pelo professor Dr. Ricardo Zaidan, o subgrupo pode passar pelas bases do geoprocessamento e começar a vislumbrar aplicações e formas de trabalho a serem aplicadas nas atividades do GET-Arquitetura e Urbanismo.

2. Geoprocessamento: o segundo ponto de estudo do grupo foi o livro “Geoprocessamento na gestão e planejamento urbano” (MOURA, 2003), no qual são apresentadas as mais diversas possibilidades do uso da geotecnologia para o planejamento urbano a partir de

4. Estudos morfológicos em Diamantina: para o I Seminário Científico GET Arquitetura e Urbanismo, que apresenta o conjunto de ações produzidas pelo Grupo no ano de 2020, foi proposto um tour virtual pela cidade de Diamantina, no qual todos os integrantes do GET, em seus estudos temáticos diversos apresentaram a cidade sob óticas específicas, baseadas nos estudos realizados por cada um ao longo do ano.

Demonstrando uma unidade e síntese incrível conquistada pelo GET Arquitetura e Urbanismo. Para essa apresentação, os integrantes de estudos relacionados à geografia compartilharam uma análise morfológica da cidade de Diamantina, com recorte espacial no centro histórico e na Rua da Direita, se inspirando em bases conceituais da Escola Italiana de Morfologia Urbana, com o intuito de explorar a lógica de formação e estruturação da urbis a partir das unidades básicas: as tipologias edilícias, desde a menor unidade até o estudo do organismo urbano como um todo.

3. CAMINHO NOVO

Atividade IV . Caminho Novo: o caminhar como ato artístico Data Início da atividade: fevereiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Estudos bibliográficos pertinentes ao tema do Caminho Novo discutidos em Rodas de Conversa virtuais mensalmente. A partir de Juiz de Fora, como localidade que se insere na lógica de ocupação a partir da exploração do ouro e pertencente à realidade mineira colonial de desbravamento dos sertões de Minas, é que este estudo se norteia.

Objetivos: Foi possível aprofundar nos conceitos de paisagem estabelecendo vínculos com o caminhar a partir da obra de Jean Marc-Besse e Francesco Careri; compreender como se deu o processo de uso e ocupação de Juiz de Fora partindo do Caminho Novo e subsequente desenvolvimento de outras rotas que atualmente compõem a forma urbana, destaque para a área central; pesquisa de material referencial sobre o assunto; ampliação do conteúdo que passa a englobar os povos originários devido seu conhecimento do espaço e influência na demarcação das rotas coloniais brasileiras da qual o Caminho Novo faz parte em Minas Gerais; e identificação dos valores intrínsecos as paisagens dos caminhos. A atividade perpassa pela compreensão dos caminhos como forma de construção da arquitetura, da paisagem e de uma outra forma de se relacionar com o mundo ao revelar o valor da experimentação, recortando para o universo de Minas Gerais a importância dos caminhos na gênese da formação das cidades mineiras, sua relação com os percursos do ouro, como ainda, reconhecer a importância dos povos originários na consolidação dessas primeiras rotas.

Como a atividade será realizada?

As informações reunidas a partir de bases textuais, cartográficas e iconográficas de autores como Francesco Careri, Jean Marc Besse, Darcy Ribeiro, Luciane Cristina Scarato e Francisco de Assis Carvalho, referências importantes de fundamentação teórico-metodológica como de compreensão sobre a formação dos caminhos do ouro e a gênese de povoamentos de Minas Gerais do período relacionado, foram discutidos semanalmente pelos integrantes do GET, vinculados aos estudos do Caminho Novo. O conteúdo das bases textuais foram organizados e apresentados esporadicamente para todo o grupo em reuniões internas do GET Arq e Urb, reconhecendo os elementos da paisagem dos caminhos, seus valores e a contribuição dos povos originários em sua construção. Os estudos da atividade do Caminho Novo: o caminhar como ato artístico contribuíram para a pesquisa de Iniciação Científica Voluntária “Caminhos de Minas: Rotas para o ouro” (pela Propesq, orientada pela professora Ana Barbosa), bem como para a produção do vídeo apresentado ao XXVI SEMIC 2020 da UFJF referente a IC (VIC).

Os estudos ainda se ampliaram para a compreensão da paisagem do Caminho dos Diamantes, rota que conecta Mariana à Diamantina, sendo o conteúdo das leituras realizadas apresentado no 1° Seminário Científico do GET Arq. e Urb.: paisagem, caminhos e cores. Evento on-line promovido pelo GET Arquitetura e Urbanismo Quais os resultados que se espera da atividade?

Aprofundamento nos conceitos envolvidos e nas dimensões existentes na relação paisagem e caminhar; sistematização das informações coletadas e elaboração de ferramental para realizar as leituras de paisagem; organização do conteúdo para ser apresentado ou divulgado em formato de material didático e artigo a ser publicado.

O conteúdo elaborado para o 1° Seminário Científico do GET Arq. e Urb.: paisagem, caminhos e cores já está sendo utilizado como material didático referencial para a disciplina eletiva Conservação da Paisagem ofertada pela FAU/UFJF. Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Revelar a importância do olhar e pensamento paisagísticos sobre o processo de construção da paisagem para a formação de arquiteto e urbanista, destacar a importância do Caminho Novo para a gênese de Juiz de Fora e reconhecer valores que devem ser resgatados e preservados. Artigo em produção.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

O projeto ressalta a necessidade de se desenvolver um olhar e pensamento paisagístico atento e sensível para a ordenação, construção, planejamento e conservação da paisagem mineira ao reconhecer os valores essenciais para as comunidades contemporâneas e futuras, como a americanidade, através da perspectiva do caminhar.

CAMINHO NOVO Os estudos realizados sobre o tema “Caminho Novo: o caminhar como ato artístico” visam explorar a construção da paisagem pelo ato de caminhar como ação inauguradora do espaço e explorar a experiência corporal como instrumento de percepção das qualidades da paisagem.

Para isso recorta-se o Caminho Novo como objeto para a aplicação dos conceitos apreendidos pelo referencial teórico levantado, bem como para a realização das leituras da paisagem do caminho colonial. Os momentos de levantamento do material e discussão podem ser divididos em quatro momentos. A curadoria dos textos escolhidos foi realizada em conjunto pelo grupo à medida que percebia-se a necessidade de se aprofundar em um tema específico desvelado pelas pesquisas.

1. Paisagem e o Caminhar: os integrantes do GET vinculados a este estudo iniciaram suas atividades em 2020 a partir de fundamentação teórica sobre os conceitos de paisagem e do caminhar utilizando como obras principais O gosto do mundo: exercícios de paisagem (BESSE, 2009) e Walkscapes (CARERI, 2002), fundamentais para a compreensão da relação entre os dois conceitos (obras estudadas por todo o GET).

Passadas a leitura e discussão das obras, o conteúdo foi organizado e apresentado a todos do Grupo em formato de seminário interno. A base sistematizada organizada para tal apresentação poderá servir de base para a identificação de definições essenciais para a continuidade da atividade.

2. Caminho Novo: em conjunto com a Iniciação Científica VIC “Caminhos de Minas: Rotas para o ouro” foi apresentado e discutido um breve histórico geral do Caminho Novo, sendo a dissertação de Scarato (2009) Caminhos e Descaminho do ouro nas Minas Gerais: administração, territorialidade e cotidiano (1733 - 1783) importante referência para a compreensão territorial,

política e social na qual os caminhos coloniais se inserem ressaltados os valores transmitidos por ele e os significados impressos pelas sociedades. O artigo de VENACIO (1999) Caminho Novo: a longa duração resgata a ancestralidade dos povos originários na construção dos caminhos pelo território brasileiro que durante o período colonial foram incorporados pelos portugueses, igualmente relevante aos estudos. Deste ponto, descortina-se uma importante necessidade de se compreender melhor a importância dos povos originários da região de estudo dentro desse contexto colonial das Minas Gerais, nesta rota do ouro.

3. O povo brasileiro: para os estudos relacionados aos povos originários e os Caminhos foram estruturadas discussões a partir dos conteúdos desenvolvidos no documentário “O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil” de Darcy Ribeiro visando ampliar a compreensão do processo de formação e territorialização do Brasil. Discussão essencial para um adequado percurso científico sobre o processo envolvendo os povos originários e a colonização do país na região de estudo, em Minas Gerais. Isso possibilitou relacionar importantes conceitos sobre o tema, na busca pela ampliação do olhar investigativo dos valores que podem ser encontrados na paisagem do Caminho Novo, rota do ouro a partir dos povos originários.

4. Caminho dos Diamantes: neste quarto momento toda a base conceitual elaborada e organizada foi aplicada na leitura da paisagem do percurso do Caminho dos Diamantes para o 1° Seminário Científico do GET Arquitetura e Urbanismo: paisagem, caminhos e cores. O objetivo focou na realização de uma experiência indireta reveladora das características e dos valores pelos quais a paisagem do Caminho dos Diamantes pode narrar.

4. reflexões da quarenta

Atividade III. Grupo de Estudo, Fenomenologia de Goethe: A teoria das cores hoje Data Início da atividade: fevereiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Facilitar recursos inerentes ao ser criativo para a solução de problemas contemporâneos do Organismo Social Humano. Sensibilizar a percepção sensorial e a vivência anímica do artista para a produção consciente do objeto arquitetônico em benefício do desenvolvimento humano e social.

Objetivos: Conforme proposto no Plano Anual de 2020, iniciamos o processo de observação e intelectualização dos fenômenos da natureza buscando sua condição primordial nas cores, conforme ciclo das cores de Goethe.

Como a atividade será realizada?

Realizamos o estudo da obra de Ennio Possebon, A teoria das Cores de Goethe Hoje, a partir de leituras individuais de um capítulo por semana e debates coletivos para fortalecer a apreensão dos conteúdos abordados.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Conhecimento das cores em uma perspectiva do sensível, em seus parâmetros conceituais e técnicos, pautados na fenomenologia de Goethe.

Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Entendimento dos textos e desenvolvimento de postura e responsabilidade para estudos de profundidade diferente daqueles diários na formação acadêmica, exigindo estudos muito além da simples leitura. Estimulando ainda busca de textos em outros idiomas. Contribuir com a disciplina da graduação Viagem de Estudos oferecida pelo DPHT/FAU/UFJF. Resultados esperados na formação dos getianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Organização de um caderno síntese dos estudos, como conclusão física das atividades. E ações propositivas para atividade junto aos alunos da graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Atividade VII. CineGET - Vivências do sentir: Psicogeografias de Juiz de Fora Data Início da atividade: janeiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: O CineGet é uma atividade intrínseca ao Get Arquitetura e Urbanismo, estabelecida como forma de debater temas que são de interesse da comunidade acadêmica da FAU/UFJF através de exibição de longa-metragens e/ou documentários. Para 2020, o CineGET apresenta uma proposta de produção própria, a partir do “corpo” na cidade, em um ato de caminhar, comunicando esta experimentação através do cinema.

Objetivos: Os objetivos da atividade partiam da geografia emocional, como forma de explorar a experiência in situ promovida pela paisagem cinematográfica de longa-metragens e/ou documentários que se convertem em paisagem emoção, somada a experiência deambulatória pela cidade de Juiz de Fora a fim de incorporar os fundamentos da paisagem e observar as dinâmicas de uso e ocupação do solo urbano. Contudo, a atividade também precisou ser adaptada na medida em que as deambulações não puderam ser concretizadas em função da pandemia de COVID-19.

Como a atividade foi realizada?

Foi previsto que no início de cada mês, haveria a divulgação da produção cinematográfica que seria apresentada pelo CineGET juntamente com referências bibliográficas relacionadas ao tema tratado para aproximar os participantes ao objeto de estudo e fomentar as discussões em um debate após a sessão. Além disso, seriam promovidas deambulações por Juiz de Fora, pautadas no princípio da errância a fim de analisar aspectos de morfologia urbana e com isso elaborar mapas psicogeográficos, em conformidade com os estudos de Francesco Careri. Entretanto, a atividade precisou ser adaptada ao novo cenário, fazendo uso das redes sociais para indicar curtas que abriram espaço para a reflexão dos temas estudados. Assim, a atividade foi reunida junto à Atividade III. Grupo de Estudos sobre a Fenomenologia de Goethe: a teoria das cores hoje, constituindo o eixo temático “CineGET” na ação Reflexões da Quarentena.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Estabelecer uma troca de conhecimentos sobre os fundamentos teóricos e compartilhamento das experiências envolvendo uma prática estética e artística. Além de ampliar a percepção de paisagem e o que a envolve para toda a comunidade juiz forana participante informando tanto sobre aspectos paisagísticos quanto urbanísticos da cidade. Traduzindo o processo, em meio material, a partir dos mapas psicogeográficos elaborados.

Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Inicialmente foi possível criar um espaço de interação nas redes sociais e ampliar o alcance do perfil do GET, sobretudo no Instagram. Essa experiência foi importante também para que o grupo pudesse se inserir na rede de apoio e divulgação em redes sociais que já ocorre espontaneamente entres os PETs e GETs. Essa aproximação foi fundamental para que as postagens realizadas atingissem o maior número possível de pessoas. Espera-se que o GET possa explorar ainda mais as redes sociais como forma de reduzir as distâncias entre o meio acadêmico e a comunidade externa. Além disso, foi mantida a intenção de elaborar um caderno de estudo síntese proveniente das discussões e deambulações e a realização de uma exposição dos mapas psicogeográficos.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Ainda que a atividade tenha passado por adaptações impostas pela necessidade de isolamento social da Covid-19, os resultados foram cumpridos de maneira satisfatória. A partir do envolvimento com a atividade, da produção dos exercícios propostos e participação da divulgação em exposição e meio digital foi ótima.

08

ABRIL

CineGET Hoje começam as atividades do GET durante o período de isolamento. Começando pela edição do CINE GET de quarentena, todas as quartas abrimos aqui um espaço para a reflexão sobre a cor. Para isso, toda a semana teremos a indicação de um curta e um convite ao debate e ao exercício do olhar para o mundo, mesmo que este pareça, nesse momento, limitado às nossas casas.

Ao longo dessa temporada vamos abordar diversos aspectos da doutrina das cores de Goethe e sua análise qualitativa das cores, assim, o primeiro curta aborda vários aspectos da teoria goethiana, mas vamos nos atentar, neste momento, à relação com a pintura, na forma de expressão e entendimento das cores, especialmente ao retratar a natureza. Para os impressionistas a cor e o movimento eram a essência formadora da visão, sendo aquilo o que deveria ser retrato. cada instante representava uma alteração nas cores da paisagem, por isso as pinceladas rápidas, elas buscavam representar o momento.

Convidamos você a se abrir para a cor, e por meio dela se sensibilizar para perceber o mundo. Escolha algum momento do dia para uma pausa, vá até a janela mais próxima e observe como o céu muda de cor, como tudo se transforma quando o sol se abre, ou mesmo a atmosfera alterada quando ele se esconde atrás das nuvens. Tente entender a personalidade das cores e pense: a cor é momentânea?

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de: pinterest.com

REFERÊNCIAS Doutrina das Cores e Impressionismo - Móbile - Iniciação Científica 2014/2015. Móbile Iniciação Científica. Youtube.

2 de out. de 2015. 10 min. e 59 s. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=9JhoILdlWiU>. Acesso em: 8 de abril de 2020.

É propícia a reflexão acerca da conformação da cidade e a proliferação de doenças enquanto o Brasil e o mundo convivem com as certezas e incertezas da pandemia do COVID-19.

Em meio a esse caos que desregula todo um sistema internacional, surge a questão de como as cidades estão contribuindo neste contexto problemático. Nesse sentido, convidamos à reflexão, e também a um diálogo, deixando nos comentários o que vocês pensam acerca das seguintes questões: Quais os efeitos do crescimento desordenado? Qual é a relação entre o espaço urbano e a saúde do indivíduo? Quais direitos básicos têm sido sanados?

Repostaremos os comentários nos nossos stories. Fiquem atentos!

Pintura: Favelinha - Edifício Engenheiro Itamar Franco/UFJF: tinta de terra sobre parede.

Autoras: Ilka Dutra, Jéssica Aniceto e Victória Peixoto Colagens: Everton Ribas Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

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ABRIL

NOSSAS CIDADES

Estamos começando hoje uma série de postagens com algumas reflexões que podem ser feitas a partir do contexto de pandemia no qual estamos inseridos, relacionado ao modo como habitamos nosso planeta.

Durante esse período de isolamento social muitas questões começaram a serem levantadas, e uma delas é justamente o impacto de nossas ações sobre a Terra. Estamos acostumados a olhar para a Natureza a partir de um afastamento e pensar o que podemos retirar dela. Acreditamos sermos coisas separadas, mas a verdade é que estamos inseridos nela e fazemos parte de seu sistema.

As notícias ambientais recentes são tristes e as previsões também não são nada otimistas. Repensar o nosso modo de vida e a forma como habitamos é urgente!

Em isolamento social percebemos como desejamos pelo contato com o mundo, o quão essencial é deixarmos nos tocar pelo lugar. O ambiente externo não é somente o Lá, mas o Aqui também que nos pertence quando experimentamos o mundo, sentimos falta do tato.

Tornou-se surpresa ver as estrelas no litoral de São Paulo e que a água de Veneza pudesse ser tão clara a ponto de vermos peixes. É assim que queremos viver, sem poder ver o céu de verdade ou saber se aquela é a cor real da água ?

Podemos ser pequenos, frágeis e passageiros, mas nossas ações tem a potência de mudar o mundo Ilustração: Carolina Cardi

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ABRIL

HABITAR A TERRA

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ABRIL

CineGET O primeiro foco do GET no estudo da teoria das cores de Goethe foi a sua relevância atual, vista a rejeição que tal teoria qualitativa sofreu ao fazer frente a teoria newtoniana, na época de publicação. Para isso, trabalhamos a tese de doutorado de Ennio Lamoglia Possebon, “A teoria das cores de Goethe hoje” (2009), que, além de traduzir alguns textos de Goethe, apresenta a atualidade da perspectiva sensível das cores.

Dentro dessa linha de estudos o CINE GET apresenta hoje o curta “Um Novo Tom”. Trata-se de uma metáfora bastante sensível e atual para o aprendizado das cores. Entendendo e destacando a importância de se estar atento e disponível para se aproximar e entender as cores. Mais do que isso, apresenta a cor como forma de entender o mundo. A sensibilização para a temática das cores levanta uma questão: nós realmente percebemos a cor que nos rodeia? Ou apenas absorvemos a realidade ao nosso redor de forma automática?

Convidamos você a tirar um momento do dia para observar de fato o que está ao seu redor e perceber como as cores se manifestam para você.

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de: pinterest.com

REFERÊNCIAS A New Hue. George Rigby. Vimeo. 17 de jul. de 2014. 2 min. e 6 s. Disponível em: <https://vimeo.com/100989995>.

Acesso em: 15 de abril de 2020.

O estatuto da cidade trata de diretrizes organizativas de gestão do espaço urbano, abrangendo desde a prestação de serviços, oportunidades e infraestruturas, a fim de fazer cumprir a função social da propriedade. Mas será que, de fato, estas diretrizes, entendidas como direitos básicos, contemplam todos os brasileiros?

No que tange às questões habitacional e sanitária, evidencia-se que ainda há cidadãos que não têm acesso ao saneamento básico – como coleta de lixo e de esgoto. Além disso, somam 15,1% a população que não possui abastecimento de água por rede geral em sua residência. Cerca de 37,2% da população convive com a ausência de ao menos um destes serviços de saneamento.

Num contexto em que as infraestruturas não contemplam esta determinada população, torna-se caótica a prevenção por meio da higiene pessoal e, junto à questão da aglomeração acentuada, faz com que o contágio aconteça mais facilmente.

Algumas das dificuldades enfrentadas no controle do novo coronavirus são reflexo de um planejamento desarticulado que se reformula a cada gestão governamental, e que não segue um plano a longo prazo – o estatuto da cidade em totalidade –, gerando uma fragmentação na gestão do território.

Colagem: Everton Ribas Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

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ABRIL

NOSSAS CIDADES

REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nª 10.257, de 10 de julho de 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em: < http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm#art58>. Acesso em 16 de abril de 2020.

IBGE. Condições de Moradia. In ____. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira. 2019. Rio de Janeiro: IBGE – Coordenação de População e Indicadores Sociais, 2019. p. 62-70. Disponível em: < https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ livros/liv101678.pdf>. Acesso em: 16 de abril de 2020

Nas últimas semanas temos vivenciado mais as nossas casas e algumas pessoas só os seus quartos - quando é possível ter um quarto só seu - devido ao confinamento proporcionado pela covid-19.

Voltamos nossos olhos para a casa então e nos perguntamos sobre o nosso morar. Moramos bem ? No sentido de nossas casas responderem aos objetivos de fornecer espaços adequados para as atividades relacionados ao trabalho, lazer, educação, exercícios físicos, higiene e espiritualidade.

Dentro desse universo, resgatamos a ideia da ausência de contato, mas de um contato específico. Muitos de nós conseguimos conversar com nossos amigos e família pela internet, chamadas de vídeo são destinadas a reuniões de trabalho, visitas à museus e a outros lugares podem ser feitas em realidade virtual, para conhecermos um conteúdo acessamos videoaulas, assistimos shows e apresentações em lives e fazemos compras em aplicativos de delivery. De certa forma, aqueles que se enquadram dentro dessa realidade conseguem realizar suas atividades com um smartphone ou um computador com acesso à internet.

Mas e quanto ao mundo físico e mental que o habitar envolve, ele é suficiente para suprir as necessidades do nosso ser ?

Segundo Pallasmaa (2017) em seu livro Habitar, “O ato de habitar é o modo básico de alguém se relacionar com o mundo.”, e isso envolve o nosso contato com a natureza.

A forma de urbanização das cidades com diminuição das áreas verdes públicas e privadas proporciona que vivemos cada vez mais em espaços fechados e nos separamos da natureza.

Como você tem interagido em sua casa com a natureza ?

Imagem: Mariana Soldati

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ABRIL

HABITAR A TERRA

REFERÊNCIAS A natureza em nossas vidas. SESC São Paulo. São Paulo, 19 de jun. de 2018. Disponível em: <https://www.sescsp. org.br/online/artigo/12208_A+NATUREZA+EM+NOSSAS+VIDAS>. Acesso em: 20 de abr. de 2020.

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CineGET As perspectivas da teoria das cores de Goethe na atualidade passam pela sensibilização para a temática da cor como intermediário para entendimento de mundo. O terceiro curta dessa temporada do CINE GET, “Azul”, apresenta o impacto da cor a vivência do indivíduo frente a sua realidade.

A abordagem lúdica, apresentada no curta demonstra a série de processos mentais que a “descoberta” da cor provoca no seres. Se permitir a afetação pela cor pode expandir os horizontes e as possibilidades de interação com o mundo.

Goethe apresenta nesse sentido, a noção de vocação das cores, ou seja, o que elas comunicam de sentimentos e sensações nas pessoas. A afetação pra cor compreende essa disponibilidade para entender essa vocação.

Convidamos você a pense na cor com a qual você mais se identifica, o que ela comunica para você?

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS Saari “Blue”. Veronica Lassenius. Vimeo. 24 de nov. de 2009. 3 min. e 7 s. Disponível em: <https://vimeo. com/7796100>. Acesso em: 22 de abril de 2020.

As cidades em que vivemos são constituídas por áreas que abrigam determinadas funções, interligadas por eixos de circulação. Além disso, elas ainda se relacionam entre si pelo turismo, economia, saúde, educação, dentre outros. Assim, setorizadas e interdependentes, é preciso que ocorra o fluxo de pessoas para manter este sistema.

No entanto, ocorrem traslados e geram-se aglomerações em certos lugares específicos, como, por exemplo, terminais viários, áreas de comércio ou locais de trabalho.

O que se destaca neste cenário de pandemia, é que foi justamente isso o que tornou propícia a transmissão do COVID-19, e que resultou nos pedidos de isolamento social como tentativa de retardar o contágio.

Deste modo, evidencia-se que é preciso repensar a produção das cidades. Quais seriam, então, as alternativas?

Colagem: Bruna Almeida Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

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NOSSAS CIDADES

Atualmente a realidade urbana brasileira mostra não ter condições básicas e nem adequadas para que todas e todos tenham refúgio em suas casas para comprirem as medidas de restrição de circulação e as de higiene necessárias no presente. Ao contrário, evidencia a extrema desigualdade em que as pessoas vivem no Brasil.

No último post do habitar foi dito sobre o suporte tecnológico que a internet pode oferecer. Mas e aqueles que não têm acesso e nem estrutura para home office ou que suas profissões são incompatíveis com esta forma de trabalho?

Nos últimos dados da pesquisa TIC Domicílios, 70% da população brasileira possui acesso à internet, e o dispositivo mais utilizado é o celular, 56% utilizam somente os smartphones para se conectarem. Ressaltamos que esses dados não podem ser interpretados como uma constante no território brasileiro em razão da diminuição do número de acessos entre a população das zonas rurais e regiões interioranas, além dos números nos dizerem unicamente sobre a quantidade e não revelarem sobre a qualidade do sinal.

Para dar continuidade ao aprendizado de crianças e jovens a alternativa que tem sido implementada é a educação à distância (EAD), além dos problemas referentes às condições tecnológicas, outro problema que se impõe é como transmitir e estimular outras dinâmicas ao adaptar o conteúdo para esse tipo de plataforma e construir novas pedagogias, soma-se a isso às dificuldades do letramento digital. Lembrando que todos estão confinados em uma habitação com organização espacial diversa daquela da escola.

Estamos em um período de repensar as atitudes, de reinvenção e de propostas para soluções criativas a fim de enfrentar a crise, onde o interno agora precisa cumprir papel do externo na apropriação do espaço na habitação.

Imagem: Mariana Soldati

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HABITAR A TERRA

REFERÊNCIAS BRITO, G; ALMEIDA, I. M de; LACERDA, L.; FOLETTO, L. Coronavírus nas cidades: proteger quem mais precisa é o grande desafio. São Paulo, 20 de mar. de 2020. Disponível em: <http://www.labcidade.fau.usp.br/coronavirus-nas-cidades-proteger-quem-mais-precisa-e-o-grande-desafio/>. Acesso em: 27 de abr. de 2020.

DURAN, Débora. Coronavírus viraliza educação online.

Jornal da USP. São Paulo, 18 de mar. de 2020. Disponível em: <https://jornal.usp.br/artigos/coronavirus-viraliza-educacao-online/.>. Acesso em: 27 de abr. de 2020.

LAVADO, Thiago. Uso da internet no Brasil cresce, e 70% da população está conectada. Disponível em: <https:// g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/08/28/ uso-da-internet-no-brasil-cresce-e-70percent-da-populacao-esta-conectada.ghtml>. Acesso em: 27 de abr. de 2020.

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CineGET Em um momento de isolamento social, como o que estamos passando, nós nos pegamos, diversas vezes, desejando estar em algum espaço querido da cidade, frequentemente dizemos sentir falta do verde de uma praça ou parque. O curta apresentado essa semana pelo CINE GET, Alike, apresenta um retrato de como nossas relações afetivas com o espaço urbano se expressam pela cor, especialmente naqueles em que a presença das cores se dão pela vegetação. É possível pensar a importância da cor na construção dos espaços, especialmente na escala da cidade. Trazemos, assim, uma reflexão sobre o papel do arquiteto e urbanista como um agente produtor do espaço, no sentido de entender a cor como ferramenta fundamental de trabalho. Entendendo a cor como uma manifestação da percepção pessoal, como apresenta a teoria das cores de Goethe, é possível trabalhar locais de efetividade na cidade, como apresentado no curta. É fundamental que voltemos os olhos para uma questão básica, se buscamos projetar cidades melhores, como nos relacionamos com o espaço? No recorte da teoria goethiana, como a cor tem poder de promover respiros e relações no espaço urbano?

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS CGI Animated Short Film HD “Alike “ by Daniel Martínez Lara & Rafa Cano Méndez | CGMeetup. CGMeetup. Youtube. 8 de jan. de 2017. 8 min. e 1 s. Disponível em: <https:// www.youtube.com/watch?v=PDHIyrfMl_U&feature=youtu.be>. Acesso em: 29 de abril de 2020.

No nosso país, há realidades muito distintas se tratando do quinto país mais extenso e sexto mais populoso do mundo.

Além disso, ao analisar o processo de construção histórica do Brasil, evidencia-se que a desigualdade esteve tanto na origem, quanto no decorrer do tempo, sendo acentuada.

Há lugares em nossas cidades em que poucas pessoas vivem em moradias espaçosas, com projeto de arquitetura, e muitas pessoas vivem em moradias apertadas, com aglomerações tanto de moradores quanto de vizinhança – espaços de circulação pequenos, ventilação e insolação inadequadas. Trata-se de uma contradição imensa quando, ao vislumbrar uma paisagem, encontra-se estas realidades lado a lado, coexistindo numa situação que já se tornou corriqueira no cotidiano urbano.

Há ainda que se perguntar se, neste cenário que pede o isolamento social, dentre estas pessoas, quais delas podem realmente permanecer em suas casas sem trabalhar? Quais delas dependem de trabalhar no dia de hoje para garantir seu sustento de amanhã? Ou, ainda, quais delas têm uma casa para morar?

Neste momento em que vivemos uma crise é preciso repensar as estruturas sociais além das políticas públicas, a fim de que, além de superar a pandemia, possamos alcançar melhorias à população. É preciso superar a COVID-19, e, inaugurando este cenário potencial de mudança, é necessário lutar contra a desigualdade, mobilizando-nos enquanto sociedade organizada para o cumprimento desta agenda e reivindicando direitos aos governantes.

Colagem: Everton Ribas Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

06

maio

NOSSAS CIDADES

13

maio

HABITAR A TERRA No contexto de pandemia que vivemos atualmente garantir o direito à moradia é mais do que nunca garantir o direito à vida. Cumprir as medidas de isolamento social de forma efetiva se torna um desafio frente ao contexto brasileiro de desigualdades sociais, econômicas e culturais.

O contexto de habitação no Brasil apresenta elevadas taxas de déficit habitacional e as ocupações subnormais são uma realidade presente, incluindo elevada densidade demográfica por cômodo residencial e coabitação. Por mais que seja necessário o isolamento social, as desigualdades do território expõem muitas pessoas ao risco de contaminação.

Assim, políticas de reforço à segurança da moradia como suspensão de toda a retomada compulsória de imóveis envolvendo despejos residenciais, ordens de reintegração de posse e execução hipotecária se tornam importantes medidas para evitar o aumento do risco de infecção da população.

Ilustração: Carolina Cardi

REFERÊNCIAS A CIDADE é Nossa com Raquel Rolnik #9: Direito à moradia sofre golpe no Senado. São Paulo: Labcidade Fauusp, 2020. P&B. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6mcUpgU8PFY. Acesso em: 27 abr. 2020.

ARANTES, José Tadeu. Déficit habitacional é obstáculo para isolamento vertical, dizem pesquisadores. 2020. Disponível em: http://agencia.fapesp.br/deficit-habitacional-e-obstaculo-para-isolamento-vertical-dizem-pesquisadores/32874/. Acesso em: 27 abr. 2020.

IBDU. Coronavírus e Direito à moradia: IBDU em nota se posiciona sobre PLS 1.179/2020. 2020. Disponível em: http://www.ibdu.org.br/noticias/coronavirus-e-direito-a-moradia-ibdu-em-nota-se-posiciona-sobre-pls-1-179-2020. Acesso em: 27 abr. 2020.

20

maio

CineGET Um dos conceitos mais marcantes da Teoria das Cores de Goethe, e que a diferencia da teoria newtoniana, é a noção da vocação das cores. Ao longo dessas semanas, esse tema foi abordado de algumas maneiras, mas o recorte apresentado no curta “O tom da cor do som” apresenta uma nova dimensão desse conceito. A vocação da cor é, segundo Goethe, o sentimento que ela provoca, as características com as quais ela se apresenta, sob a ótica da subjetividade de cada um.

A expressão da cor através da música deixa clara essa personalidade da cor. Ao atribuir e relacionar um tom a um som é possível perceber de forma mais evidente como a vocação da cor se manifesta na expressão de sentimentos e sensações.

O curta apresenta cores, ou sons, mais vibrantes, mais calmos, aqueles que animam e aqueles que fazem refletir. Ao associá-los com imagens diversas a mente trabalha, criando relações entre o que está sendo apresentado e nosso próprio repertório pessoal de cores.

Voltemos nossos olhos, e ouvidos, ao nosso redor. Ao ouvir uma música, tente perceber como você associa os sons que escuta às cores que você não está vendo no momento.

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS O tom da cor do som. Câmara Clara. Youtube. 9 de jun. de 2011. 7 min. e 07 s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=y3Ayt5HUa0M&feature=emb_logo>.

Acesso em: 20 de maio de 2020.

POSSEBON, Ennio Lamoglia. A teoria das cores de Goethe hoje. 2009. Tese (Doutorado em Design e Arquitetura) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. doi:10.11606/T.16.2009.tde10052010-144639. Acesso em: 2020-05-20.

27

maio

NOSSAS CIDADES O isolamento social causou a diminuição do tráfego de veículos e cessou algumas atividades industriais, cujas energias provêm de combustíveis fósseis. Os efeitos disso são a redução da emissão de grandes toneladas de gases na atmosfera, sobretudo de CO2. Os Índices de qualidade do ar (que classificam a concentração de poluentes em determinado lugar) de diversas metrópoles sofreu uma queda significativa em questão de semanas, como foi o caso de São Paulo e Porto Alegre.

Fica evidente, ainda, uma melhora potencial da qualidade de vida com a redução da poluição e diminuição dos engarrafamentos. Estudos apontam que várias doenças respiratórias e crônicas são causadas pela mobilidade urbana, responsável pela emissão de gases. No caso da COVID-19, pesquisas mostram que a exposição ao ar poluído das metrópoles eleva a vulnerabilidade dos habitantes, e até mesmo a letalidade.

Diante disto, é preciso refletir questões ligadas ao meio ambiente, à mobilidade urbana e às atividades industriais, considerando os aspectos prejudiciais aos cidadãos. Os efeitos do isolamento social, neste sentido, mostram que é necessário tomar alternativas reais ao invés de mitigatórias, como tem sido feito. Resta, no entanto, a dúvida se as melhorias evidenciadas trarão mudanças visíveis ou serão revertidas pelo desespero econômico pós-pandemia.

Colagem: Bruna Almeida Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS BATISTA, Lopes Everton. Estudos relacionam pior qualidade do ar com mais mortes por COVID-19. Folha de São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol. com.br/equilibrioesaude/2020/05/estudos-relacionam-pior-qualidade-do-ar-com-mais-mortes-por-covid-19. shtml>. Acesso em: 23 de maio de 2020.

SAN MARTIN, Maristel Coelho; SAN MARTIN, Meister Coelho. Condições atuais das emissões de poluentes atmosféricos durante a quarentena da COVID-19 e as perspectivas futuras. Boletim de Conjuntura (BOCA), v. 2, n. 5, p.

85-96, 2020.

SOUZA, Ludmila. Com o isolamento, cai a poluição do ar em São Paulo. Agência Brasil, 2020. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2020-03/ com-isolamento-cai-poluicao-do-ar-em-sao-paulo>.

Acesso em: 23 de maio de 2020.

03

junho

HABITAR A TERRA O caminhar inaugura o encontro do corpo com o meio (podemos compreender esse meio como a cidade, o campo ou a paisagem em si), a questão é a proximidade com as questões da vida que permite o (com)tato com a Terra.

O movimento e o “parar” estão em constante diálogo e a dança coreografada pela corporeidade dos homens abre as portas para uma conexão entre um interior e exterior a partir do despertar dos sentidos e reflexão da fisionomia atual do mundo.

O caminhar em si é um ato crítico, uma proposição estética, política, ideológica, espiritual, urbanística e paisagística e que revela possibilidades para se imaginar uma nova forma de habitar.

E que faz pensar sobre o corpo e questionar sobre os padrões e reprodução de valores na construção das cidades e das paisagens. Quais são as geografias do seu corpo ?

Ilustração: Carolina Cardi

REFERÊNCIAS MESA PLENA PATRIMÔNIO INVERSO - MAU XXI / GIOVANA CASTRO (HISTÓRIA-UFJF). Juiz de Fora, 2020.

P&B. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ApU48hJpGs4. Acesso em: 03 jun. 2020.

10

junho

CineGET Dando continuidade aos estudos do GET sobre a teoria das cores de Goethe, apresentamos a sexta edição do CINE GET na quarentena. Entendendo a abordagem goetheanística da cor, é possível compreender seu papel na construção da paisagem e esse é o tema do sexto curta apresentado pelo CINE GET, Reulf.

O curta trata a questão da cor a partir de uma cidade em preto e branco, que se abre às cores. É possível pensar, assim, como a percepção da cor pode ampliar as relações com o espaço.

A importância da cor na construção da paisagem vem justamente do seu poder de afetação e sensibilização das pessoas, sendo algo que atrai o olhar e alerta a mente para que possamos, simplesmente, prestar atenção em elementos ou situações que poderiam nos escapar, no vai e vem cotidiano.

No seu dia a dia, em casa ou nos deslocamentos essenciais, tente estar atento aos elementos que se destacam ao olhar.

Pode ser uma árvore florindo, visível pela janela, ou talvez um quadro dentro de casa… Todos esses elementos que detém o olhar… Qual a cor desses elementos? Sem eles você prestaria atenção naquele ambiente da mesma forma?

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS POSSEBON, Ennio Lamoglia. A teoria das cores de Goethe hoje. 2009. Tese (Doutorado em Design e Arquitetura) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. doi:10.11606/T.16.2009.tde10052010-144639. Acesso em: 2020-05-20.

Reulf. Charlesque. Vimeo. 27 de mai. de 2009. 04 min. e 21 s. Disponível em: <https://vimeo.com/4870899/description>. Acesso em: 10 de jun. de 2020.

17

junho

NOSSAS CIDADES Ocorreram transformações morfológicas nas cidades decorrentes da necessidade de lidar com doenças. Como exemplo, lembramos o caso do Rio de Janeiro que atravessou epidemias de varíola, febre amarela, peste bubônica, febre tifóide, malária e tuberculose na virada do século XIX para o século XX. Esforços higienistas foram então empregados, mas a justificativa ia além da sanitização, perpassando por ideais de modernização e embelezamento da cidade, inspirados na reforma de Paris de Haussmann. É neste contexto que é aplicada a medida de demolição dos cortiços - habitações coletivas de aparência colonial que aglomeravam muitos habitantes, responsabilizados pela ausência de saneamento e higiene. Outra justificativa utilizada para esta intervenção era, além do mal cheiro que emanava deles, o estado antigo das edificações que contrastava com a parte “bela” da cidade.

Cerca de 20 mil pessoas foram desalojadas e os aluguéis na região central foram elevados em virtude da valorização decorrente de novos serviços de abastecimento, saneamento e iluminação, resultando em uma crise habitacional. Foi um processo exclusório que culminou na ocupação dos morros, que permitiram que os trabalhadores permanecessem próximos aos seus trabalhos, embora a qualidade das ocupações tenha sido precária da mesma forma que dos cortiços.

Colagem: Bruna Almeida Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS SILVA, N. A. C. A reforma urbana de Pereira Passos e as transformações espaciais na cidade do Rio de Janeiro (1890-1910). 2018. 56p. Trabalho de Conclusão de Curso.

Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.

AZEREDO, L., CORRÊA, F., EVERS, H., LINDAU, L. A. Planejamento Urbano e Epidemias: como doenças do passado transformaram as cidades. Archdaily, 2020. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/939978/planejamento-urbano-e-epidemias-como-doencas-do-passado-transformaram-as-cidades>. Acesso em: 14 de junho de 2020.

24

junho

HABITAR A TERRA A crise ecológica continua e por mais que a produção de conhecimento científico sobre o assunto nunca se esgote e os alertas sobre as consequências sejam cada vez mais frequentes, ainda há uma descrença sobre a perversidade das ações sobre todo o sistema vivo da Terra.

A incapacidade do homem de ver a si mesmo como natureza o transforma em espectador, retirando de si a responsabilidade e o coloca na posição de perpetuador de uma forma de produção de vida que não pode mais ser mantida. O corpo humano não é separado do mundo, e a própria noção de mundo e de ser se fazem nas relações implicadas na vida vivida construídas na realidade humana. Como diria Ailton Krenak, a sociedade está tão acostumada com a certeza que vai ter um amanhã que não percebe que está caindo, e sempre esteve. .

Colagem: Mariana Soldati

REFERÊNCIAS DANOWSKI, Déborah. Não tem mais mundo para todo mundo. Disponível em: https://n-1edicoes.org/081. Acesso em: 17 jun. 2020.

BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo. Exercícios de paisagem. Rio de Janeiro:EdUERJ,2014 KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo.São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

01

JULHO

CineGET Finalizando esse ciclo de postagens sobre a teoria das cores goetheanística, apresentamos as “Sombras Coloridas de Goethe”. O GET realizou, durante esse semestre, estudos acerca dessa nova forma de apreender as cores, proposta por Goethe.

O vídeo apresenta um série de experimentos realizados com a luz, buscando demonstrar os conceitos geotheanísticos de interação e surgimento das cores. Ao observar como as cores surgem a partir de sobreposição de tons é possível perceber a sensibilidade do círculo cromático de Goethe em oposição a outras formas de entendimento da luz.

Essa parte dos estudos se finaliza, mas ainda há muito a se explorar do tema, que seguirá sendo tema dos estudos do grupo nesse novo semestre.

Colagem: Thalisson de Souza Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS Lux | Sombras coloridas de Goethe (09/04/19). UFPR TV. Youtube. 9 de abr. de 2019. 4 min. e 3 s. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=CNVfz3tmo5Y>.

Acesso em: 1 de julho de 2020.

08

julho

NOSSAS CIDADES As medidas de isolamento social fizeram com que diversas cidades tivessem um esvaziamento das vias e espaços públicos.

As cidades turísticas ganharam destaques em fotografias em virtudeda situação atípica de um sensação desértica. As manchetes eram de cidades vazias.

No entanto, considerando esta medida que pediu a permanência das pessoas em suas casas surge a questão: qual o destino das pessoas que habitam as ruas? O sentido de isolar as pessoas socialmente junto às práticas de higiene consiste me reduzir o contágio, mas na realidade dos moradores em situação de rua isso é muito problemático devido à grande vulnerabilidade.

Não há água para higienizar-se. A alimentação depende de relacionar-se com outras pessoas ou de perambular pela cidade.

Ficam expostos ao tempo, podendo ter quedas de imunidade e contrair doenças. Nos postos de atendimento - albergues -, encontram aglomerações.

E o número ainda cresce. Há o caso dos desempregados que foram despejados de suas casas pelo não pagamento do aluguel e passaram à situação de rua. Diante disto, é preciso pensar além. Quais políticas de assistência estão sendo tomadas?

Os espaços públicos foram esvaziados... de quem?

Colagem: Bruna Almeida e Maria Eduarda Ribeiro Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

REFERÊNCIAS ARAÚJO, Gabriel, BENASSATTO, Leonardo, PEROBELLI, Amanda.

Moradores de Rua: eles vivem tantos riscos, o corona vírus é mais um. ECONOMIA UOL, 2020. Disponível em: <https://economia.uol.com.br/noticias/reuters/2020/04/08/moradores-de-rua-eles-vivem-tantos-riscos-o-coronavirus-e-mais-um.htm>.

Acesso em: 8 de julho de 2020.

BALDWIN, Erick. Cidades Vazias: fotógrafos registram impacto do COVID-19 no espaço urbano. Tradução do Romullo Baratto.

ARCHDAILY, 2020.

MAIZTEGUI, Belén. Fotografias aéreas das ruas de Buenos Aires mostram a cidade vazia em quarentena. Tradução de Romullo Baratto. ARCHDAILY, 2020. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/936618/fotografias-aereas-das-ruas-de-buenos-aires-mostram-a-cidade-vazia-em-quarentena>.

Acesso em: 8 de julho de 2020.

O conhecimento do mundo é indissociável do autoconhecimento, uma vez que tudo que se conhece no mundo se conhece pela experiência pessoal corporificada como homem senciente, aquele aberto a observação, percepção e compreensão dos elementos que compõem o mundo de maneira a revelar pela, consciência e pela linguagem, o pensamento e a memória estabelecidas na relação sujeito e objeto, entendendo a paisagem, o caminhar e o corpo como instrumentos integradores da continuidade entre o interno e o externo.

Uma vez que o homem reconhece o mundo a sua volta em relação a si, ele também o valorará a partir de si e de seus interesses, determinando uma certa atitude dentro de uma visão de mundo.

Alguns comportamentos apresentam um padrão, de forma repetida os realizamos em nossas rotinas e muitas vezes não nos damos conta. À essa ação tendenciosa e específica, chamamos hábito. Os hábitos são um resultado das vivências e influências individuais e coletivas de cada ser, podendo ser apreendida desde a cultura até a rede familiar, como também construída conscientemente. Esse sistema de hábitos se molda a partir do espaço físico que o identifica, assim como, o contrário também acontece.

Habitar, relação arquitetura e hábito presente em nosso lar, onde os nossos rituais e memórias são mais evidentes. Quantas vezes você mudou um ambiente da sua casa para se perceber de forma diferente nessa quarentena? Quantos novos hábitos foram criados? Quais hábitos inconscientes têm se tornado conscientes com sua nova visão de mundo e presença com o seu ser intrínseco?

Colagem: Mariana Soldati Todas as imagens foram adaptadas de pinterest.com

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JULHO

HABITAR A TERRA

REFERÊNCIAS PALLASMAA,Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre:Bookmam, 2011.

TUAN,Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo:Difel, 1980.

GUIMARÃES, Tomaz de Oliveira. Hábito e Habitat. 102 f.

Monografia - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2017.

5. get no youtube

GET NO YOUTUBE Dentro dos debates promovidos pelos subgrupos semanalmente surgiu uma intersecção entre os temas. A morfologia urbana é capaz de esclarecer algumas reflexões postas nas discussões dos diferentes temas de pesquisa desenvolvidos pelos diversos integrantes do GET, sobretudo nas pesquisas sobre a Décima Urbana Predial (agora Anéis d’água) e Morfologia urbana, geotecnologias.

O interesse pela temática somado ao desafio de retratar em modelo 3D a vida urbana no distrito diamantino no séc. XVIII e XIX levou o Grupo a ampliar a investigação sobre morfologia urbana e resgatar entre pesquisadores conhecidos contribuições para o estudo do tema em Diamantina.

O Grupo convidou Karla Cavallari, arquiteta e urbanista formada pela FAU-UFJF e mestranda em Planejamento pela Universidade IUAV de Veneza para uma mesa científica virtual com o GET. Na ocasião ela compartilhou conosco suas experiências de estudos urbanos que utilizam como caminho metodológico a escola italiana de morfologia urbana. O diálogo realizado em junho de 2020 teve como importante contribuição um vídeo a ser publicado no IGTV, YouTube e outros veículos digitais do GET Arquitetura e Urbanismo. lIustração: Carolina Cardi Imagem: Bruna Almeida

6. ONDE ESTOU...

EU... E NÓS?

Atividade VIII. Semana do Calouro 2020: Onde estou..eu..e nós..

Data Início da atividade: fevereiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Atividade deambulatória no interior do Campus da UFJF voltada aos calouros do curso de Arquitetura e Urbanismo, intitulada “ONDE ESTOU …….EU... E NÓS...”, na perspectiva do uso do solo e ocupação urbana. Propõem-se a vivência de um percurso dentro do campus no qual serão apresentados as categorias da paisagem: Física , Biológica e Antrópica a fim de localizar o calouro no espaço e tempo.

Objetivos: Sensibilizar o aluno que acaba de chegar na Universidade para o conhecimento da Arquitetura e do Urbanismo através observação da paisagem da universidade em seu transcorrer na história.

Como a atividade será realizada?

Realização de um percurso dentro do campus no qual foram exploradas as categorias de análise da paisagem: física, biológica e antrópica. Os alunos elaboraram desenhos, croquis, mapas sobre a cor, forma e textura das paisagens da UFJF, bem como textos, comentários e/ou poemas sobre a experiência de percepção do espaço.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Espera-se uma aproximação do aluno em relação ao espaço da universidade a partir da experiência sensível estimulada pelo caminhar.

Resultados/produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Os resultados e produtos esperados foram alcançados através do resumo expandido publicado nos anais do XX SudestePET, na Universidade Federal de Uberlândia. E a exposição do material elaborado pelos alunos durante a Semana do Calouro 2020 no I Seminário Científico do GET Arquitetura e Urbanismo, cujo tema foi “Paisagem, Caminhos e Cores”.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Tanto no processo de concepção quanto na realização da oficina, foi possível atingir os resultados previstos através do envolvimento com a atividade e produção dos exercícios propostos.

ONDE ESTOU... EU... E NÓS? A oficina “Onde estou... eu... e nós” foi elaborada pelo GET Arquitetura e Urbanismo para Semana do Calouro do semestre de 2020.1 (ainda presencial no início de 2020) da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, como forma de acolhimento aos alunos ingressantes no curso e aplicação de teorias estudadas até então. A referência bibliográfica principal adotada pelo grupo para esta atividade foi “Walkscapes: o caminhar como prática estética”, de Francesco Careri, o qual aborda o ato de caminhar em diferentes épocas. Através dele, o indivíduo edifica signos e atribui significados ao espaço, num descobrimento e modificação da arquitetura da paisagem. Considerando a característica de “lugar” que a universidade adquiriria aos alunos durante os anos de sua formação, a atividade proposta foi uma deambulação pelo campus da UFJF em Juiz de Fora. Desvendando os espaços que os alunos utilizariam cotidianamente de forma lúdica na universidade. O grupo realizou paradas em diferentes regiões do Campus para sínteses do percurso através de expressão artística manual e construção de reflexões. Além disso, o campus da UFJF se apresenta propício à atividade proposta pelo GET aos calouros da FAU, por apresentar os atributos físico, biológico e antrópico da paisagem, que permitem a apreensão conforme estudos e publicações de Sá Carneiro e Figueroa. Apresenta ainda qualidades diferentes em seus caminhos como: atalhos, escadarias, arruamentos, morros ou trilhas, e possibilidades vastas de observação, a partir de espaços abertos, exteriores, interiores e mirantes. Ao todo, cinco paradas foram feitas (previamente escolhidas pelos Getianos), nas quais foram discutidos alguns conceitos como, o “caminhar” e o “parar”, de Francesco Careri, a qualidade da percepção do indivíduo (eu) e do grupo (nós), a “topofilia”, de Yi-Fu Tuan, e o uso e ocupação do solo urbano. Dos recursos de síntese artística estavam a escrita de textos; os desenhos de observação e sensação; os mapas; as fotografias; dentre outros. Por meio deles, a percepção se tornou mais atenta e, da mesma forma, a apreensão dos espaços. As discussões apontaram uma interação recíproca entre o lugar, a paisagem, o indivíduo e o grupo, através da percepção do espaço e da afetividade por ele despertadas.

Com isso, o significado pode ser atribuído a partir da inserção do homem no meio, e este em sua comunidade, com a qual compartilha de uma cosmovisão que o acompanha em seus juízos. A partir dos resultados da atividade, o GET Arquitetura e Urbanismo realizou uma publicação no XX Sudeste PET, da Universidade Federal de Uberlândia. Escrito por todos os membros, o resumo expandido foi apresentado remotamente por um dos integrantes do GET, no eixo temático das ciências sociais aplicadas.

7. vivências em giz de cera

Atividade VI. Experimentação artística: o ciclo das cores conforme Goethe Data Início da atividade: janeiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Aquarela molhada para vivência das cores primárias e secundárias, conforme círculo das cores de Goethe, em uma abordagem da construção da forma proposta pela Tutora, através da atividade em sua intenção enquanto movimento e não nos limites do desenho que a definiria. O resultado é um surgir da intenção e não um produto estrito da mesma.

Objetivos: Envolver o grupo no conhecimento das cores, conforme círculo das cores de Goethe. Inicialmente, foi prevista a utilização da aquarela como possibilidade de entrosamento entre os materiais e as vivências poéticas, no fortalecimento da Arquitetura como arte síntese. Entretanto, surgiu a oportunidade dos integrantes acompanharem o curso online de desenho em lousa, ministrado pela professora Verônica Calandra Martins, que adota os princípios das cores conforme Goethe, em que é utilizado o giz de cera.

Deste curso partiram as experimentações artísticas realizadas durante o ano.

Como a atividade será realizada?

Com base no curso de Desenho em Lousa com a professora Verônica Calandra Martins, foram feitas pinturas com giz de cera construindo cenas utilizando as cores primárias, que em seu encontro descortina as cores secundárias e complementares, retratando a paisagem em seus aspectos naturais, físicos, biológicos e antrópicos. Esta sensível vivência possibilitou de maneira inconsciente experienciar os conceitos apresentados de Possebon, que o Grupo estudou anteriormente, em uma riquíssima oportunidade de bem estar artístico, com leveza, alegria e relativo distanciamento da tela do monitor, tão utilizado em pandemia no ano de 2020.

Um dos encontros semanais foi destinado para a experimentação artística como forma de criar um ponto de descompressão não só para as atividades desempenhadas até o momento, mas também para o momento atípico que todos vivem decorrente da Covid-19.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Desenvolvimento da sensibilidade do aluno para com suas limitações e desafios do que o mundo lhe permite intervir. Espera-se concretude na participação do processo de autoconfiança do aluno para intervir no mundo, em especial em seu exercício profissional. Painéis de aquarela produzidos conforme exercícios propostos.

Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Os produtos da experimentação artística foram expostos em parte no I Seminário Científico do GET Arquitetura e Urbanismo e no presente relatório a ser publicado no site institucional do grupo. Espera-se com a atividade a possibilidade de síntese dos estudos para compor material didático relacionado à disciplina Viagem de Estudos. Painéis de exposição física e digital. Publicação da vivência e seus significados no título Cadernos do Lapasa, pelo Laboratório da Paisagem da FAU/UFJF. Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Envolvimento com a atividade, produção dos exercícios propostos, participação da divulgação em exposição e meio digital, e publicação futura.

VIVÊNCIAS EM GIZ DE CERA Vivências em Giz de Cera é uma atividade inspirada no círculo das cores de Goethe, a partir de estratégia metodológica apresentada em curso online com a professora e artista plástica Veronica Calandra Martins que aplica princípios da antroposofia na educação, conhecida como pedagogia Waldorf. Utilizou-se ilustrações em giz de cera sobre papel canson. O curso se fundamenta no conhecimento científico da Teoria das Cores de Goethe e revisitado pela compreensão e tendências que se seguiram através dos estudos do filósofo Rudolf Steiner, fundador da antroposofia e da Pedagogia Waldorf. Esse trabalho faz parte de uma iniciativa de experimentações com cor que complementam nossos estudos sobre a Doutrina das Cores de Goethe, com enfoque nas sensações e significados atrelados à cada cor e suas influências subjetivas do indivíduo diante do mundo em suas vivências cromáticas, sem julgamento. Além disso, teve-se como objetivo compor uma atividade mais artística e sensitiva constituindo um ponto de descompressão entre os estudos teóricos e as ações virtuais, promovendo um afastamento temporário das telas, tão utilizadas durante o isolamento e o Ensino Remoto Emergencial, e o bem estar físico e mental pela própria natureza terapêutica do ato de desenhar, pintar em giz de cera, sem rigor estilístico ou estético. Uma vivência livre. As ilustrações aqui expostas foram realizadas pelos integrantes do GET, em suas reuniões on-line às sextas-feiras, a partir de paisagens imaginativas, fotografias disponíveis online ou da vista que cada um tinha de sua janela.

LARA VITARELLI

CAROLINA CARDI

thalisson souza

EVERTON RIBAS

MARIA EDUARDA RIBEIRO

MARCELA FIGUEIREDO

8. paisagem caminhos e cores

Atividade V. A Paisagem em uma vivência Data Início da atividade: janeiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Viagem a Ouro Preto e Mariana (MG), por exemplo, permeando o rural e o urbano como percepção, a partir de observações fenomenológicas conforme Goethe. Trata de uma perspectiva mais do sensório e menos no sensível.

Objetivos: A princípio o objetivo era vivenciar o limiar entre o natural, o rural e o urbano a partir da ação antrópica a partir de uma experiência essencialmente presencial. Entretanto, com as imposições de segurança sanitária decorrentes da COVID-19 e o isolamento social, esta atividade foi revisitada com a construção de uma nova proposta. Este objetivo foi adaptado para uma experiência pautada na leitura de obras sobre cidades mineiras setecentistas aliada ao uso das tecnologias e recursos audiovisuais para fortalecer a imersão dos integrantes e enriquecer os estudos. Em razão da pandemia em 2020, foi possível contribuir na construção apenas da disciplina que estuda a paisagem na FAU/UFJF: PP1: arquitetura da Paisagem, com um integrante do GET. E, foi estartado o início de uma ação, apresentada no I Seminário Científico do GET Arquitetura e Urbanismo, que configura a primeira experiência de tour virtual pela cidade de Diamantina acompanhada dos estudos desenvolvidos ao longo do ano de 2020, organizada e desenvolvida apenas pelo Grupo GET. Como a atividade será realizada?

A partir de estudos de filosofia da paisagem, do conhecimento do objeto em seus atributos físicos, biológicos e antrópicos, estudando fontes textuais e iconográficas e realizando a vivência, antes prevista em campo, agora remotamente, com auxílio de tecnologia virtual.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Maior proximidade do aluno com a realidade da paisagem a partir de uma perspectiva individualizada, mas construída em grupo em vivência coletiva, e partilhada com os demais alunos da graduação e comunidade em geral. O evento foi regional com ampla divulgação Demonstrando a universalidade da apropriação do conhecimento a partir da vivência em campo.

Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

A partir dos estudos realizados foi possível elaborar um tour virtual pela cidade de Diamantina e criar um evento de extensão com o intuito de apresentar os frutos do trabalho do Grupo ao longo de todo ano de 2020, construindo oportunidades de reconexão da comunidade acadêmica e geral externa ao GET Arquitetura e Urbanismo.

Com a atividade espera-se que todos se coloquem mais conectados à realidade, que os envolve e que transformam e fazem parte, de maneira consciente e não replicante. Produção de material textual e artístico da região vivenciada, compartilhada com a sociedade através de exposição dos estudos em suporte físico e em meio digital. E ainda síntese dos estudos de campo para compor material didático relacionado à disciplina Viagem de Estudos, e Projeto Paisagístico.

Resultados esperados na formação dos petianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc.

Mesmo com as adversidades encontradas foi possível desenvolver as pesquisas propostas pela atividade e adaptar os meios de vivenciar a cidade para o contexto pandêmico utilizando os recursos digitais disponíveis e a literatura que já tínhamos acesso.

PAISAGEM, CAMINHOS E CORES O I Seminário Científico GET Arquitetura e Urbanismo apresentou um apanhado dos nossos estudos e atividades realizados durante o ano de 2020, com foco nos temas Paisagem, Caminhos e Cores. O evento online e voltado para toda a comunidade, aconteceu nos dias 09 e 10 de dezembro de 2020, das 10h às 12h, e percorreu os caminhos dos nossos estudos ao longo do ano, passando por temas como o círculo cromático de Goethe, os caminhos das Minas Gerais e a paisagem urbana histórica, com enfoque especial na cidade de Diamantina.

O primeiro dia de evento contou com a apresentação do grupo e dos estudos realizados pelo GET no ano de 2020, dentro do eixo temático Paisagem, Caminhos e Cores. Enquanto no segundo dia foi apresentada uma Viagem Virtual com destino à cidade de Diamantina, passando pelos caminhos das Minas Gerais e nos debruçando sobre a paisagem urbana histórica e sobre a história da cidade.

Imagem: Bruna Almeida e Thalisson Souza Apoio: Universidade Federal de Juiz de Fora, Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD), Pró-reitoria de Extensão (PROEX), FAU-UFJF, Laboratório da Paisagem (LAPASA) e Laboratório de Geoprocessamento Aplicado (LGA).

II. ATIVIDADES NÃO PLANEJADAS

9. CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO REMOTO

MONITORIA EM PROJETO PAISAGÍSTICO I Atividade IX. Contribuição em Projeto Paisagístico I Data Início da atividade: janeiro de 2020

Data Fim da atividade: dezembro de 2020

Descrição: Apoio no desenvolvimento de atividades e conteúdo para a disciplina de PHT008/PHT508 - Projeto Paisagístico 1: Arquitetura da Paisagem durante o semestre 2020.01.

Objetivo Desenvolver estratégias adequadas e instigantes para o momento do Ensino Remoto Emergencial de maneira a incentivar a criatividade dos alunos da disciplina e aproximá-los ao tema da arquitetura paisagística.

Como a atividade foi realizada?

Apoio na elaboração das atividades e na metodologia de desenvolvimento de projeto paisagístico utilizada para avaliação dos discentes da disciplina, como a atividade de Representação Botânica inspirada na obra Metamorfose das Plantas de Goethe. E acompanhamento direto nos momentos síncronos e assíncronos da disciplina.

Quais os resultados que se espera da atividade?

Formular estratégias de desenvolvimento da disciplina visando a adequação do programa à modalidade de Ensino Remoto Emergencial e a ampliação das questões que envolvem o tema da arquitetura da paisagem, de maneira a auxiliar os discentes na compreensão e aproximação do tema, permitindo uma formação ampla como exercícios de sensibilização, conscientização da função de arquiteto paisagista e criação artística e técnica com base nos conteúdos abordados.

Resultados / produtos esperados com a atividade: melhorias para o Curso, para a Educação, para a sociedade, meios para a socialização dos resultados, publicações, etc.

Foi possível avaliar a qualidade das estratégias para o envolvimento dos alunos; as atividades relacionadas à percepção da paisagem e de seus elementos foram bem recebidas pelos discentes da disciplina e provocaram bem estar mental e motivo de socialização entre os alunos nos momentos síncronos na disciplina enriquecendo a experiência sobre o tema e ampliando o olhar sobre o conteúdo da paisagem. A preferência pelas técnicas manuais para o desenvolvimento das atividades e a compilação de todo material no que foi chamado de Caderno do Arquiteto Paisagista permitiu uma imersão maior e a possibilidade de síntese da experiência permitindo observar o desenvolvimento individual dos discentes.

Resultados esperados na formação dos getianos: habilidades, competências, conhecimentos, saberes, reflexões instaladas, etc. Envolvimento com a atividade, produção de metodologia e exercícios para os alunos discentes da disciplina da graduação da FAU; desenvolvimento de pensamento crítico sobre objetivos e competências que se deseja desenvolver para a arquitetura da paisagem; além de possibilidade de publicação futura sobre as atividades desenvolvidas na disciplina.

Estas atividades serão incluídas nas atividades planejadas pelo grupo para o próximo ano?

O apoio do Get Arquitetura e Urbanismo será mantido para o semestre 2020.03 com o mesmo objetivo, mas com metodologia e ações renovadas.

III. PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS

XX SUDESTE PET UFU 2020 Nome do evento XX Sudeste PET - Universidade Federal de Uberlândia 2020 Local Universidade Federal de Uberlândia (participação remota, conforme recomendações do ERE) Data 10 a 25 de outubro Organizadores PET Bio Pontal Participantes (tutor e petianos/getianos) Everton Ribas Freitas Descrição Publicação de resumo expandido em Anais do Congresso sobre a atividade “Semana do Calouro 2020: Onde estou..eu..e nós...”. Trata-se de um relato de experiência escrito pelo grupo num todo, apresentado por um getiano representante.

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

CONSIDERAÇÕES FINAIS O relatório aqui exposto relata o desenvolvimento das atividades previstas no Plano Anual de 2020. Entretanto em virtude da pandemia de COVID-19, a paralisação das atividades de sala de aula da UFJF e a posterior retomada das mesmas através do Ensino Remoto Emergencial (ERE), atrelada a determinação Federal para o isolamento social, algumas atividades foram adaptadas ao novo contexto. Ainda assim, todas as atividades planejadas foram desenvolvidas, seja plenamente ou parcialmente. O uso das redes sociais e das diversas plataformas virtuais foi fundamental para a continuidade e divulgação dos estudos, pesquisas, atividades e ações do GET Arquitetura e Urbanismo.

O Ensino Remoto Emergencial também provocou importante reflexão para o Grupo, sobre de que forma o GET Arquitetura e Urbanismo poderia contribuir para o novo formato de ensino recém adotado na UFJF. Dessa forma, todo o Grupo promoveu um importante evento de extensão que explorou a possibilidade de vivenciar espaços urbanos virtualmente e extrair deles sua essência, vocação, aspectos históricos, culturais e sociais. Destacando a competência e compromisso institucional do GRUPO diante dos recursos públicos que patrocina as bolsas do GET, que teve a ação de trabalho ininterrupta de seus integrantes, cumprindo adequadamente sua função na interface entre pesquisa, ensino e extensão. Atuaram em todas as frentes com primazia...

Destaca-se portanto que, 2020 representa um ano de muito trabalho e realizações do GET Arquitetura e Urbanismo para o Grupo, para a FAU, para a UFJF e para a sociedade como um todo. Para além das realizações acadêmicas, os integrantes puderam se conhecer melhor e criar laços de amizade que contribuíram para a qualidade do trabalho desempenhado e expressivo envolvimento humano, com afeto, respeito e forte companheirismo, mostrando que mesmo na adversidade as pessoas podem buscar a sustentação de seus compromissos e trabalharem com muito amor. Espera-se que o ano de 2021 seja um ano de esperança repleto de amor no desenvolvimento dos compromissos não apenas de trabalho mas de humanidade e que o GET Arquitetura e Urbanismo possa ser bem sucedido nas atividades que se comprometer, podendo assim contribuir para a ampliação da formação dos próprios getianos para além daquela relacionada ao meio acadêmico e da comunidade externa e sociedade em geral.