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Vocação e discernimento

(Ir. Elisabete Comparin, ASCJ)

Jesus chamou os doze apóstolos e quis que ficassem um tempo com Ele. Conforme a exortação apostólica de João Paulo II, Pastores Dabo Vobis: “Depois de tê-los chamado e antes de enviá-los a pregar, o Senhor lhes pede um ‘tempo’ de formação, destinado a desenvolver um relacionamento de comunhão e de amizade profunda com Ele mesmo. A estes, reserva uma catequese relativamente mais aprofundada que a do povo (Mt 13,11) e os quer testemunhas da sua silenciosa oração ao Pai”.

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O documento preparatório Os Jovens, a Fé e o Discernimento Vocacional diz que “[...] graças à experiência de ir e ver, os discípulos experimentaram a amizade fiel de Cristo e puderam viver cotidianamente com Ele, fazer-se interrogar e inspirar pelas suas palavras [...] atingir e comover pelos seus gestos”.

Segundo as constituições das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, o Postulado é um período de preparação ao noviciado. Tem por objetivo favorecer a maturidade humana e espiritual das candidatas, permitindo-lhes tomar consciência do chamado e predispondo-as a uma passagem progressiva da vida do mundo ao noviciado, conforme o espírito do Instituto.

Trata-se de uma etapa de crescimento em nível humano e espiritual, em que a jovem, atraída pelo fascínio da pessoa de Jesus e pela beleza do dom total de si à causa do Evangelho, faz de sua vocação uma história de amizade crescente com o Senhor.

No diálogo interpessoal e na convivência entre as jovens, a postulante é auxiliada no autoconhecimento e na aceitação de si mesma, a nutrir a vida espiritual na Palavra e na Eucaristia, a construir na comunidade relacionamentos interpessoais cordiais e sinceros, favorecendo um clima de serenidade e acolhida, fundamentado na estima e confiança recíproca. É despertada à reflexão pessoal com temas privilegiados e um suficiente conhecimento do carisma e espiritualidade do Instituto.

É preciso uma atitude de abertura, disponibilidade interior e empenho na purificação das motivações para fazer um sincero e livre processo de discernimento, ou seja, perceber o chamado de Deus para sua vida. Isso requer da jovem, dos que a acompanham e de toda a comunidade, uma atitude de oração permanente, de silêncio interior para escutar a voz de Deus, e assim, com docilidade e disponibilidade, responder ao seu chamado, a fim de segui-lo mais de perto, descobrindo e confrontando suas capacidades nas várias formas de serviço na Igreja e aderindo aos autênticos valores. O lema: “Caritas Christi urget nos” convida e impulsiona a agir com zelo pela difusão do Reino do Coração de Jesus, tornando-o conhecido, amado e servido, como exorta a querida Clélia Merloni, nossa Madre Fundadora.