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Lula afirma que empresas de aplicativos exploram trabalhadores como nunca se viu
Opresidente Luiz
Inácio Lula da Silva criticou ontem (1) a relação de trabalho criada pelas empresas de aplicativo com os prestadores de serviço e disse que essa realidade representa um desafio para os sindicatos e países de todo o mundo.
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Lula disse que as pessoas não conseguem falar seus empregadores e que não tem onde reclamar. “Eu falo para os amigos que era mais fácil fazer sindicalismo nos anos 80, nos anos 70, na porta das fábricas, porque a gente sabia onde estava o trabalhador, a gente sabia onde estava o empregador, a gente sabia como brigar pra enfrentar as adversidades. Hoje não está tão fácil assim”, pontuou.
“O trabalho informal ganha dimensão maior que o trabalho formal. E as empresas de aplicativo exploram os trabalhadores como jamais em outro momento da história os trabalhadores foram explorados”, disse.

A declaração ocorreu du- rante encontro de lideranças da Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), no Palácio do Planalto.

“E cabe, outra vez, aos dirigentes sindicais encontrar uma saída que permita a classe trabalhadora do mundo inteiro, que possam reconquistar o seu espaço, não só na relação com os seus trabalhadores, mas as conquistas da seguridade social que muitos países estão perdendo”.
Uma das pautas do governo
Na reunião da ONU, o ministro declarou que o governo federal quer retomar a cooperação internacional no tema dos direitos humanos, deixada de lado durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). "Queremos retomar uma relação construtiva com os sistemas internacionais, em benefício das prioridades domésticas. Como sa- bem, o Brasil é candidato a assento no Conselho de Direitos Humanos, mandato 2024-2026. Esperamos, caso eleitos, contribuir para a consolidação de um sistema internacional que efetivamente responda às necessidades das populações de nossos países, particularmente no Sul Global", disse o ministro.

Silvio também defendeu que é preciso estabelecer uma "perspectiva integral dos direitos humanos", argumentando que não é possível combater a violência policial sem políticas sociais, e que não há como garantir o direito à saúde sem garantir que grupos vulneráveis não serão discriminados. "Não há combate ao racismo, particularmente no Brasil, sem acesso à justiça, combate à pobreza e liberdade religiosa", frisou. A comitiva do Ministério dos Direitos Humanos participou, neste terceiro dia da Suíça, além do evento sobre as políticas brasileiras, de reuniões com representantes de organizações não-governamentais e encontros bilaterais com o membro e relator do Fórum Permanente de Afrodescendentes, Michael Mc Eachrane, e com o relator especial sobre direitos de liberdade de reunião e associação, Clément Nyaletsossi Voule.
Lula é regulamentar a relação trabalhista das plataformas de aplicativos com os prestadores de serviço. O ministro de Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, chegou a dizer, em janeiro, que essa relação “beira ao trabalho escravo”.
Integração Regional
Na presença do ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, o petista disse que sonha, assim como ele, por uma integração regional. “Eu sou um latino-americano. Eu acredito na construção de uma grande nação. Eu acredito em uma América do Sul sem fronteiras, uma América Latina sem fronteiras. Não com o comércio livre, mas com o mundo do trabalho livre. Uma América Latina sem fronteira. Uma América Latina a onde o capital, que transita livremente, e o trabalhador não possa transitar de um país para outro”.
Sem citar nomes, Lula criticou as negociações individuais de líderes regionais com nações fora do conti- nente. O petista disse que isso enfraquece os países da América-Latina como um todo. O mandatário brasileiro pontuou que “juntos” eles são mais fortes.
Não é a primeira vez que o petista trata deste tema. Em viagem recente para o Uruguai, Lula defendeu que o país vizinho não negocie diretamente com os chineses, mas que aguarde ser fechado o acordo Mercosul-União Europeia e o acordo China-Mercosul.