ENSAIO VISUAL Série “Meu corpo é meu campo de diversão”, de Gabriela Canale Miola Proposta de Resumo
Na série “Meu corpo é meu campo de diversão” apresentada a seguir a artista pesquisa a representação da própria imagem buscando uma narrativa autoral, em primeira pessoa, transgredindo a extensão tradição da História canônica da Arte em que a representação do feminino é do domínio dos homens para deleite do patriarcado. A criação que abre a série é um diálogo com a artista Barbara Kruger e sua famosa obra que denuncia as tensões de ser e estar mulher em que se lê “My Body is a Battleground”. Gabriela propõe uma resposta esperançosa de que no século XXI as mulheres possam dizer que seus corpos são espaços-tempos de seu próprio prazer e autocuidado. Completam a série colagens e fotoperformances elaboradas em consonância com as propostas de Buen-Vivir em que a própria existência se dá pela reconexão equilibrada de outras formas de vida. A artista investiga as relações entre a existência humana e o meio ambiente por meio de procedimentos de aproximação amorosa. A proposta é criticar a hierarquia mobilizada pela cultura moderna ocidental que determina o humano como ser superior. Entre as consequências desastrosas dessa lógica ocidental estão a devastação de ecossistemas, a aniquilação de centenas de formas de vida, a alteração dos regimes de chuva e o aquecimento global. Em gestos pequenos, na singeleza da aproximação entre seu corpo com o ambiente, a artista busca sugerir reencontros respeitosos com os ecossistemas.
“Sementmancia” (2020) Semente de Abacate, fotoperformance.