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ÚLTIMA PALAVRA - Silomar Garcia Silveira Os malefícios de um país polarizado politicamente
SILOMAR GARCIA SILVEIRA Presidente da UVERGS
Hoje vivemos tempos democráticos, salutar para uma vida de harmonia entre os que o compartilham, já que temos a égide da democracia representativa, modelo, ao meu sentir, ideal para o entendimento e o crescimento moderado na convivência entre os seres humanos.
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Digo paradigma ideal, porque há a possibilidade de elegermos representantes, os quais são os agentes da ação moderadora, que detém a competência de filtrar as emoções e o passionalismo popular, que vem das ruas, do clamor social e da influência midiática, almejando soluções momentâneas, nem sempre a mais segura para o porvir.
Os representantes da democracia representativa são os ocupantes de cargos eletivos, cuja atribuição maior é a representatividade, eleitos democraticamente para esse fim, que também podem errar, fraquejar e pecar, mas o modelo permite que a cada quatro anos se corrija, correção essa pelo próprio povo que pode perfeitamente rever suas escolhas, já que somos o produto das nossas escolhas.
A democracia pressupõe disciplina e ordem, para que tenhamos progresso, como muitíssimo bem é o lema de nossa Bandeira, que resplandece a altivez de nosso povo.
Porém, deve ser buscado sempre a multiplicidade de formas de manifestações de nossos idéias democráticos, seja na doutrina, nas opções partidárias, e até
OS MALEFÍCIOS DE UM PAÍS POLARIZADO POLITICAMENTE
mesmo na congregação do credo.
A polarização política não contribui para a oxigenação dos debates, porque engessa a pluralidade, sufocando as minorias ideológicas, quem também devem ser ouvidas, para condimentar o todo, que deve ser harmonioso e contemplando todos.
O óbvio ouvi da manifestação de uma brilhante deputada dias desses, ao pronunciar o jargão “aves de plumas diferentes não voam juntas”, mas, ao meu ver, não voam mesmo, porém, podem se unir em prol de uma causa comum, quando o objetivo for o interesse público e o bem coletivo, pela mesma causa social, que é o bem estar do povo brasileiro.
Idiossincrasias não se prestam a construções sadias, principalmente, quando há castas sociais sectárias, que acham que somente o correto é o seu modo de ver e enxergar.
Queiramos, pois, que tudo o que ouvimos e vemos não seja o egoísmo, a exemplo de comissões criadas nas casas legislativas, não dizendo assim, Congresso Nacional, porque na minoritária do sistema bicameral, em ações vãs, porque o mérito, a razão e a coerência dela não verterão, salvo a exposição midiática, que servem apenas para alimento do ego, ou de vitrine para currais, o produzir resultados eficazes.
Sequer pensam e produzir atitudes cívicas e esclarecedoras para a população, já que o desiderato virá do formalismo e não da razão, seja essa que mérito tenha, se para um lado ou para outro, o porém de tudo, é que a população em nada se beneficiará disto.
Como é dito do livros dos livros, a Bíblia Sagrada, no Livro de Colossenses “as virtudes devem ser cultivadas”, porém, a polarização não cultiva isto, mas sim, cultiva vaidades, para alimentar o ego, ou objetivos escusos.
Esta divisão em dois gumes é tão maléfica, que chegamos ao ponto de se discutir no lugar do nome procedimento legislativo, a possibilidade ou impossibilidade de irmos além da marcha normal da produção científica, já que estamos em pandemia, e a solução depende de terceiros, ou seja do mercado, que tem o seu limite de oferta das ferramentas necessárias.
Que tenhamos mais senso cívico do que subjetivo, que tenhamos mais senso de pluralidade do que de totalitarismo, para que continuemos exercendo a nossa oportunidade democrática, que temos para fomentar ainda mais a nossa convivência harmoniosa, produzindo, a partir de nossas ações a atitudes, mais unidade.






