Revista Julho e Agosto 2020

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ENTREVISTAS

PAUL BUCHWITZ, DWS BEN RITCHIE, ABERDEEN SI LEGISLAÇÃO

FUNDOS DE CRÉDITOS: COMPARAÇÃO ENTRE PORTUGAL E ESPANHA ESTRATÉGIAS

SERÁ QUE OS FÍSICOS VÃO SUBSTITUIR OS FINANCEIROS? COM ESTILO

NÚMERO 33 JULHO E AGOSTO 2020

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JIU-JITSU - A LUTA AGARRADA JAPÃO - A AVENTURA NIPÓNICA

SELECIONADORES FAVORITOS: SOFISTICAÇÃO E SANGUE-FRIO OS RESPONSÁVEIS DE VENDAS DAS ENTIDADES GESTORAS INTERNACIONAIS VOLTARAM ÀS URNAS PARA PARTICIPAR NA SÉTIMA EDIÇÃO DA VOTAÇÃO QUE APURA QUEM SÃO OS SELECIONADORES PORTUGUESES FAVORITOS.

Com a colaboração do Allfunds


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The Alphabet of Asset Management.

A DWS é uma das principais entidades gestoras de activos do Mundo. Em Portugal, a entidade responsável pela comercialização dos produtos e serviços da DWS é a DWS International GmbH e autorizado a exercer actividades de intermediação financeira em Portugal, em Regime de Livre Prestação e Serviços. Os clientes podem aceder aos produtos ou serviços da DWS através de uma ou mais entidades, que serão identificadas de acordo com os contratos, acordos, materiais promocionais ou outra documentação relativa aos produtos ou serviços oferecidos. Antes de tomar uma decisão de investimento, os investidores devem considerar, com ou sem a ajuda de um consultor, se os investimentos e estratégias descritos ou fornecidos pela DWS são apropriados, com base nas suas necessidades específicas de investimento, perfil de investidor, objectivos e circunstâncias financeiras. Por outro lado, este documento tem apenas a finalidade de informar, não constituindo uma oferta, recomendação ou pedido para concluir uma transacção, e não deve ser considerado como aconselhamento personalizado ou recomendação de investimento. Os investimentos com a DWS não são garantidos, a menos que o contrário seja expressamente especificado. A menos que seja notificado de outra forma para uma situação específica, os instrumentos financeiros não são garantidos por nenhuma entidade governamental nem pela DWS. Os investimentos estão sujeitos a vários riscos, incluindo flutuações de mercado, mudanças regulatórias, risco de contraparte, possíveis atrasos no reembolso e perdas de rendibilidades e do capital investido. O valor dos investimentos pode diminuir ou aumentar, e o investidor pode não recuperar o valor inicialmente investido durante o período de duração do investimento. Além disso, podem ocorrer flutuações substanciais no valor do investimento, mesmo em curtos períodos de tempo. Para tomar decisões de investimento, o investidor deve considerar toda a documentação final relativa à transacção (o Prospecto, as Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores, os Relatórios anuais e semestrais, entre outros) e não apenas no resumo contido neste documento. Este documento não pode ser distribuído no Canadá, no Japão, nos Estados Unidos da América nem junto de qualquer pessoa que seja cidadão, residente ou local dos Estados Unidos da América. Rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Nada do que é referido no presente documento constitui uma representação ou garantia quanto a rentabilidades futuras. A informação mencionada anteriormente pode ser obtida em formato digital ou físico, sem qualquer custo, junto do consultor financeiro, da DWS International GmbH, ou no endereço www.funds.dws.com/pt. CRC: 071333. Junho 2020


EDI SÃO TEMPOS DIFÍCEIS PARA OS SONHADORES… TO RIAL J

33 I JULHO E AGOSTO 2020

UM FABULOSO DESTINO, PODERÁ SER A DEFINIÇÃO DAQUILO QUE 2020 NOS TROUXE. NÃO NO SENTIDO MAIS AGRADÁVEL DO TERMO, MAS NO SENTIDO DE QUE VIVEMOS MOMENTOS QUE SE ASSEMELHAM A UMA FÁBULA, A UMA NARRATIVA DO FANTÁSTICO DA QUAL IREMOS SAIR, EVENTUALMENTE, MAS CERTAMENTE NUM MUNDO MUITO DIFERENTE DO DO PASSADO.

á desconfinou? Entre outras coisas, a atual pandemia serviu para trazer ao dicionário uma nova palavra, num mundo que está cheio de novas coisas: novos significados, novas formas de trabalhar, novas formas de conviver, novos escritórios… novas vidas. Parece que, qual Amélie Poulain com a sua caixa de sonhos na mão, todos recebemos uma nova missão, um novo intuito. Nada disto é, contudo, sinónimo de letargia, pelo menos no que à gestão de ativos diz respeito. Nas páginas desta edição há espaço para o novo com significado de renovação e, por isso, damos-lhe a conhecer o recentemente eleito presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. Um agente da indústria e ao serviço da indústria, que mostra a sua vontade de colocar a gestão de ativos ao serviço do bem comum, ainda para mais na fase em que a economia se encontra. A renovação chegou também às gestoras internacionais, claro. “Estar com o cliente, sem estar com o cliente” requereu esforço, dedicação e criatividade, como contam também nesta revista alguns dos responsáveis de casas internacionais com presença na Península Ibérica. Descrevem o limbo entre a saturação e o ser útil, e a procura de uma fórmula nem sempre fácil de alcançar. No grande destaque desta edição, e mais uma vez, os vendas das gestoras internacionais deram a conhecer os seus selecionadores de eleição no mercado nacional. Uma consistente lista de 28 profissionais, em que caras habitué se misturam com outras estreantes nestas lides. Mas… como se têm saído afinal os selecionadores nacionais nesta fase difícil? Muito bem, dizem os sales das gestoras internacionais, que não poupam elogios a esta peça fundamental da cadeia de gestão de ativos. Na prática, dizem também, os selecionadores estão sedentos de um ativo por vezes difícil de obter e filtrar: a informação. Nas bancas privadas o desafio também é grande por esta altura, com uma montanha-russa de perguntas e dúvidas da parte dos clientes. Dois consultores com expertise na área de private banking, falam da necessidade de back to basics, mas usando o artifício de quatro alavancas fundamentais que pode explorar mais à frente nestas páginas. E já que estamos no mood de explorar o conceito de novo, nesta edição convidamo-lo a abrir a janela da realidade quase que virtual, mas que pode não estar tão longe assim. “Será que os físicos vão substituir os financeiros?” – uma questão que o convidamos a explorar, pelo olhar de cinco profissionais ligados ao universo dos modelos e gestão quantitativa e alternativa. Há quem diga que esta pandemia trará alguma lucidez sobre o debate gestão ativa vs passiva, e como normalmente a história é soberana, assinalamos uma efeméride: os 20 anos dos ETF. Uma reflexão com luzes sobre este debate, mas fundamentalmente um guia para perceber os desafios que os provedores destes produtos enfrentarão. Por falar em efemérides, é curioso pensar que vivemos tempos que as gerações vindouras vão explorar nos livros de História. E qual Amélie Poulain com a sua caixa, vão com certeza querer saber de viva voz por nós que a vivemos. Agora, e como no filme, “são tempos difíceis para os sonhadores”, mas nada como ir tentando, procurando novos significados… de novo. [Inserir música de Yann Tiersen]. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 3


IN DI CE 33 I JULHO E AGOSTO 2020

92

PANORAMA 12 M ovimentos nas plataformas de

76

TENDÊNCIAS

80

distribuição 14 V de vitória ou de (futura) vingança? 17 Barómetro ABC 20 Fórum APFIPP: As alterações demográficas e a poupança 26 Ranking Selo FundsPeople 36 Em abril, recuperações mil

40 S elecionadores favoritos: Sofisticação e sangue-frio 46 Estar com o cliente… sem estar com o cliente 50 Custo de cobertura da divisa 54 Será que os físicos vão substituir os financeiros? 58 T emas de investimento para superar o COVID-19 62 F undos de créditos: comparação entre Portugal e Espanha 64 Sales force effectiveness 68 Imunidade corporativa perante o COVID-19 72 Como as gestoras fixam o preço de negociação de um fundo?

ENTREVISTAS 76 Alex Araujo 80 Rina Guerra, CFA 82 Ben Ritchie 86 Luís Nascimento 88 Paul Buchwitz 92 João Pratas

86

PRODUTOS

94 H ealthcare: um escudo de proteção e rentabilidade além do COVID-19 100 Fundos multitemáticos e sustentáveis 103 A heterogeneidade dos mercados emergentes vigente na crise 106 COVID-19: oportunidade para os fundos de pensões? 110 Marcos e desafios dos ETF 113 O futuro novo normal 116 C omo gerir private equity em tempos de coronavírus

ESTILO DE VIDA 120 J iu-Jitsu – A luta agarrada 122 J apão: a aventura nipónica 4  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

82

88



CO LA BO RA DO RES

CONTRIBUTOS DO MÊS

20

103 SÉRGIO BRITO

NEREIDA GONZÁLEZ

Analista, APFIPP Fórum APFIPP: As alterações demográficas e a poupança

Analista, AFI A heterogeneidade dos mercados emergentes vigente na crise

50

62

106 JAVIER HOYOS OYARZABAL

RICARDO ALMEIDA

Diretor, Bankoa Custo de cobertura da divisa – uma peça na rentabilidade do investidor de obrigações

Gestão de Ativos, Real Vida Como a pandemia de COVID-19 poderá ter sido uma oportunidade para os fundos de pensões?

64

116 NUNO NEVES CORDEIRO E LUÍS BATISTA

72

PhD e CFA, Schroders Adveq Como gerir private equity em tempos de coronavírus

120 ANDY PETTIT

PEDRO LUCAS COELHO

Diretor de EMEA Policy Research, Morningstar Como as gestoras fixam os preços de negociação de um fundo?

100

Diretor, Private Financial Advisors, Banco Invest Jiu-Jitsu – A luta agarrada

122 CRISTIANA TORRES Analista, Allfunds Fundos multitemáticos e sustentáveis

6  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

NILS RODE E LEE GARDELLA

Senior Advisor Financial Services e AI e Principal Financial Services, Roland Berger Sales force effectiveness - fator estruturante da geração de valor em private banking

YUSUF DURMAZ

A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades

SOFIA SANTOS Economista, especializada em sustainable finance, Fundadora da SystemicSphere Os Fundos de Investimento Sustentáveis - O futuro novo normal

Sócio e Associado sénior Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados,Sociedade de Advogados, SP, RL Fundos de créditos: comparação entre Portugal e Espanha

33 I JULHO E AGOSTO 2020

Nota de redação

113

MIGUEL SANCHEZ MONJO E FRANCISCO SOARES MACHADO

de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a

Gestão Discricionária, Departamento de Investimentos Mobiliários, GNB Gestão de Ativos Japão, a aventura nipónica

entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.


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Seu capital está em risco. Emitido por Threadneedle Asset Management Limited. Registrada na Inglaterra e no País de Gales, registrada no 573204, Cannon Place, 78 Cannon Street, Londres EC4N 6AG, Reino Unido. Autorizado e regulamentado no Reino Unido pela Financial Conduct Authority. Columbia Threadneedle Investments é a marca global do grupo de empresas Columbia e Threadneedle. 06.20 | J30673 | 3136384


DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS

32 I JULHO E AGOSTO 2020

Capital Group 17, 26, 46 Carmignac 17, 26, 40, 46, 58 Cartesio Inversiones 36 CGD Pensões 20 Columbia Threadneedle Investments 17, 26, 100 CPR AM 17, 26 Credit Suisse 26, 36, 40 Crédito Agrícola Gest 20, 40, 114

DEF DCI 36 Deutsche Bank 12 DNB AM 40 DPAM 17, 26, 100 Dunas Capital - Gestão de Activos 20 DWM - Millennium BCP 40 DWS 17, 26, 36, 46, 88, 110 ECS - SGFII 20 Edmond De Rothschild AM 17, 26 Eleva 17, 26 Eurizon 14, 26, 40 Evli 17, 26 Fibeira Fundos 20 Fidelidade - SGOII, S.A. 20 Fidelity International 14, 17, 26, 36, 40, 46, 94 First Eagle Investment Management 17 First Fund Box 20 Fisher Investments 26 Floresta Atlântica 20 Flossbach von Storch 14, 17, 26, 36, 46 Franklin Templeton Investments 17, 26 Fundger 20 Fundiestamo 20 Fundsmith 26 Future Proof 60 Futuro 20

GHI

ABC

ABANCA 40 Aberdeen Standard Investments 17, 26, 40, 46, 82 Acatis 14, 17, 26 Ageas Pensões 20 Allfunds 100 AllianceBernstein 17, 26, 40, 94 Allianz Global Investors 17, 26, 36, 40, 46 AMCS 12 AMTD 12 Amundi 17, 26, 36, 110 APFIPP 92 Ascentric 12 Atlantic 20 Atrium 40 AXA IM 14, 17, 26, 36 Banco BPI 40 Banco Carregosa 40, 80 Bankinter Gestão de Ativos 20, 40 Bankinter Research 40 Barclays 26, 36, 100 BBVA AM 26, 40, 86 BBVA Fundos 20 BiG - Banco de Investimento Global 40, 54 BlackRock 12, 17, 26, 36, 94, 110 Bluebay AM 12, 17, 26 BMO GAM 20, 26, 100 BNP Paribas AM 17, 26 BNY Mellon IM 17, 26, 36, 40, 46, 58 BPI Gestão de Activos 20, 26, 40, 100 Brown Advisory 17, 26 Caixa Gestão de Ativos 20, 26, 40 Candriam 17, 26, 40, 94 CapBridge 12

GAM 17, 26 Gef 20 Gesfimo 20 GFM Capital 20 GNB - SGFIM 20 GNB - SGFP 20 GNB - SGP 20 GNB Gestão de Ativos 26, 40 GNB Real Estate 20 Golden Wealth Management 40 Goldman Sachs AM 17, 26, 36 Groupama AM 40 Haitong Bank 54 Helvetica Management 40 Hermes Fund Managers 26 HSBC 26, 36 IM Gestão de Ativos 20, 26, 40 Imofundos 20 Imopolis 20 Imorendimento 20 Institutional Investment Partners GmbH 20 Interfundos 17 Invesco 14, 17, 26, 36, 110 Invest Gestão de Activos 20, 40 Investec 17, 26 iShares 36, 110 Itaú Private Bank 12

JKL J.P. Morgan AM 17, 26, 36, 40, 58 Janus Henderson 17, 26, 40, 46, 58 Jupiter AM 17, 26, 40 Kames Capital 26, 58 La Financiere De L’Echiquier 26, 40 La Française 17, 26 Lazard AM 26 Legal & General IM 36

8  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Legg Mason AM 17, 26, 40, 46 Libertas 20 Liontrust AM 40 LYNX Asset Managers 20 Lyxor Asset Management 36, 110

MN M&G Investments 12, 17, 26, 40, 58, 76 Man Group 17, 26, 36 Marshall Wace 17, 26 MCH Investments Strategies 40 Mercer 36 MFS IM 14, 17, 26, 36, 46 Mirabaud 17, 26, 100 Mirae Asset 17, 26 Montepio Gestão de Activos 20, 40 Montepio Valor 20 Morgan Stanley IM 14, 17, 26, 36, 40, 100 Muzinich 17, 26, 50 Natixis 46 Neuberger Berman 17, 26 Nevastar Finance 26 NN IP 17, 26, 36, 40 Nordea AM 14, 17, 26, 40 Norfin 20 Northern Trust AM 36 Novo Banco 40

OPQ Oddo BHF Asset Management 17, 26 Optimize Investment Partners 20, 26, 40 PASS 54 PFA Asset Management 36 Pictet AM 17, 26, 46, 58 PIMCO 17, 26, 36, 46, 50 Polar Capital 26, 94 Popular Gestão de Activos 20 Previsão 20 Profile - SGFIM 20 Prudential Financial 36

RST Real Vida Seguros 20 Refundos 20 Robeco 17, 26, 36, 40, 100 Ruffer 14, 17, 26 S.G.F.P. Banco de Portugal 20 Salar Fund 17, 26 Santander AM 20, 26 Santander Pensões 20 Santander Totta 40 Schroders 17, 26, 40, 46, 58 SEI 36 Seilern 17, 26 SFS - Gestão de Fundos 20 SGF 20 Silar - SICAFI, SA 20 Silvip 20 Sixty Degrees 20 Square Asset Management 20 State Street 36, 110 T. Rowe Price 17, 26, 40 Tata AM 12 TF Turismo Fundos 20

UWXYZ UB Asset Management 17, 26 UBS AM 17, 26, 36, 40, 46, 58, 110 Vanguard 26, 36, 110 Victoria - Seguros de Vida, SA 20 Vila Gale Gest 20 Violas Ferreira - SICAFI, SA 20 Vontobel AM 17, 26, 40, 46, 94, 100 Wellington Management 36 Wells Fargo AM 17, 26 WisdomTree 36 Xtrackers 36, 50

DIRETOR GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com REDAÇÃO NACIONAL MARGARIDA PINTO margarida.pinto@fundspeople.com CATARINA VINAGRE catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ orodriguez@fundspeople.com ANA PALOMARES ana.palomares@fundspeople.com REGINA RIVERA regina.webb@fundspeople.com DAVIDE MOSCA davide.mosca@fundspeople.com FILIPPO LUINI filippo.luini@fundspeople.com ANÁLISE Diretora MARÍA FOLQUÉ mfolque@fundspeople.com MIGUEL RÊGO, CFA miguel.rego@fundspeople.com JOEL SILVA joel.silva@fundspeople.com MONTSERRAT FORMOSO mformoso@fundspeople.com SIMONE VIDOTTO simone.vidotto@fundspeople.com MARKETING Responsável Publicidade RAQUEL ALONSO raquel.alonso@fundspeople.com Responsável Negócio IÑIGO IMBERT iimbert@fundspeople.com Publicidade BORJA ANTÓN borja.anton@fundspeople.com Responsável Eventos Iberia AIDA CISNEROS aida.cisneros@fundspeople.com Responsável conteúdo patrocinado Iberia GEMA VELASCO gema.velasco@fundspeople.com Responsável Negócio Itália DAVIDE PASIMENI davide.pasimeni@fundspeople.com Resp. eventos e conteúdo patrocinado Itália GIOVANNA VAGALI giovanna.vagali@fundspeople.com Redação conteúdo patrocinado CRISTINA JAOUEN cristina@fundspeople.com PAGINAÇÃO: KEMBEKE. funds@kembeke.com FOTOGRAFIA: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Velázquez, 126. 4 Izquierda. 28006 Madrid Tel. (+34) 91 755 35 58 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com


Pedra angular Em mercados instáveis, são fundamentais alicerces sólidos. O fundo de ações globais BNY Mellon Long-Term Global Equity Fund pode atuar como pedra angular, fornecer estabilidade no longo prazo a qualquer carteira, para melhor resistir às forças do mercado, que se lhe podem deparar.

BNY Mellon Long-Term Global Equity Fund gerido por:

O valor dos investimentos pode cair. Os investidores podem não reaver a quantia investida. Apenas para clientes profissionais. Isto é uma promoção financeira e não constitui um conselho de investimento. Para uma lista completa de riscos aplicáveis a este fundo, por favor consulte o Prospeto ou outros documentos disponíveis. Antes de subscrever, os investidores devem ler o Prospeto mais recente e os KIID para cada fundo em que desejam investir. Visite www.bnymellonim.com. O Prospeto e os KIID estão disponíveis em inglês e numa língua oficial da jurisdição na qual o Fundo está registado para venda ao publico. O Fundo é um sub-fundo do BNY Mellon Global Funds, plc, uma sociedade aberta de capital variável (SICAV), com responsabilidade segregada entre sub-fundos. Constituída com responsabilidade limitada segundo as leis da Irlanda e autorizada pelo Banco Central da Irlanda como um Fundo UCITS. A Empresa Gestora é o BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Endereço registado: 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. Emitido na (em) Europa (ex-Suíça) pelo BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), uma sociedade anónima (société anonyme) constituída e existente segundo as leis do Luxemburgo sob o número de registo B28166 e tendo o seu endereço registado em 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. O BNY MFML é regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). MAR0001110-003. T8877 05/20


33 I JULHO E AGOSTO 2020

O MAIS

NOTÍCIAS 1. A análise BiG do contexto Coronavírus 2. Megacaps tecnológicas sofrem rotação de posicionamento – o que esperar daqui para a frente?

VISTO EM

3. EuroBic: das negociações com o ABANCA ao posicionamento das soluções de investimento 4. Cripto-Ativos – Orgulho e “Preconceito”

5. Que requisitos deve cumprir um fundo para ter as 5 estrelas Morningstar? 6. Back to basics: lições de uma pandemia 7. Esta semana vou estar de olho... na evolução do S&P500 e do VIX 8. Esta semana vou estar de olho… nos 1.900 milhões de euros que desapareceram da Wirecard

Período de recolha de dados: 31/05/2020 - 30/06/2020 em pt.fundspeople.com

PERFIS

José María Cazal Ribeiro Julius Baer

Elisabete Pinto Pereira Novo Banco

Sofia Leite Borges Sofia Leite Borges & Associados

Inês Correia Oliveira Millennium BCP - DWM

João Lampreia BiG - Banco de Investimento Global

Raul Póvoa Banco Invest

Salvador Roque de Pinho Julius Baer

Gonçalo Pereira Coutinho Real Vida Seguros

Interfundos

Santander Asset Management

Profile – S.G.F. Investimento Mobiliário

Fundger

IM Gestão de Ativos

BMO Global Asset Management

Nordea 1 Stable Return Fund

NB PPR

Square CA Património Crescente

Optimize Europa Obrigações

NB Euro Bond

Caixagest Seleção Global Moderado

EMPRESAS

BPI Gestão de Activos

GNB Gestão de Ativos, Grupo Novo Banco

PRODUTOS

Alves Ribeiro PPR - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto

Acatis - Gané Value Event Fonds UI

10  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


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PANORAMA RADAR INTERNACIONAL

EUA BNY Mellon IM lança uma nova divisão

A BNY Mellon Investment Management criou a divisão de Outsourced Chief Investment Officer (OCIO). Esta nova sociedade, registada na Securities and Exchange Commission (SEC) norte-americana, receberá o nome de BNY Mellon Investor Solutions e oferecerá serviços integrais de gestão de carteiras e assessoria de investimentos em todo o mundo.

EUA BlackRock reforça Aladdin EUA Citi Private Bank amplia a sua gama de serviços

O Citi Private Bank ampliou a sua gama de serviços com a criação de uma nova sociedade interna denominada Citi Private Capital Group. A nova estrutura, que dependerá da Citi Institutional Clients, prestará serviços a clientes institucionais, patrimónios privados e family offices, e lhes oferecerá oportunidades tanto em mercados públicos como privados.

BRASIL Itaú Private Bank potencia os seus serviços digitais

O Itaú Private Bank potenciou a sua colaboração com a produtora de software bancário Temenos, com o objetivo de reforçar os seus serviços digitais e reuni-los numa única plataforma de gestão de patrimónios na nuvem, orientada para os clientes da sociedade brasileira nos EUA.

A BlackRock assinou um acordo com a sociedade de serviços financeiros de Chicago Northern Trust com o objetivo de reforçar as prestações da sua plataforma tecnológica Aladdin. O colosso norteamericano da gestão de ativos integrará na sua plataforma o serviço Whole Office de Northern Trust, que inclui funcionalidades de contabilidade, administração, assistência patrimonial e middle office.

ALEMANHA Deutsche Bank reorganiza a sua estrutura global O Deutsche Bank fundiu as divisões de Wealth Management e de Private & Commercial Business International numa nova unidade denominada International Private Bank. A nova entidade prestará serviço a 3,4 milhões de elevados patrimónios, tanto particulares como empresas, terá 250.000 milhões de euros em ativos geridos e receitas combinadas de aproximadamente 3.000 milhões de euros.

URUGUAI AMCS assina um novo acordo de distribuição

O grupo AMCS, que distribui fundos de terceiros no mercado offshore dos EUA e América Latina, assinou um acordo com a sociedade de wealth management uruguaia Southeast. Graças a esta nova aliança, a AMCS terá acesso aos clientes HNWI dos países nos quais opera Southeast, entre os quais se incluem Chile, Perú, Uruguai e México.

MOVIMENTOS NAS PLATAFORMAS DE

DISTRIBUIÇÃ 12  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


REINO UNIDO BlueBay amplia as suas competências em CLO A

A BlueBay Asset Management passará a ser responsável pelo negócio de obrigações garantidas por empréstimos (CLO) da sua matriz, Royal Bank of Canada (RBC). O negócio integrarse-á na plataforma de gestão ds BlueBay e será gerido por uma equipa localizada nos EUA. A gestora britânica amplia assim as suas competências neste tipo de instrumentos financeiros

REINO UNIDO M&G fica com a Ascentric

A M&G tornou pública a compra da Ascentric, a plataforma de gestão patrimonial para assessores financeiros independentes do grupo segurador Royal London. A operação trará à M&G mais de 15.000 milhões de euros em novos ativos, assim como acesso a 1.500 assessores no Reino Unido que dão serviço a mais de 90.000 clientes individuais.

DUBAI Tata AM expande-se para o Oriente Próximo Depois de ter recebido a autorização por parte da Autoridade de Serviços Financeiros do Dubai (DFSA), a Tata Asset Management, uma das sociedades de gestão de patrimónios mais importantes da Índia, abriu um novo escritório no Centro Financeiro Internacional do Dubai (DIFC). A oferta da gestora de Bombaim abarca fundos de investimento, serviços de gestão de carteiras, assim como fundos alternativos e offshore.

ÃO

HONG KONG AMTD assume o controlo de CapBridge

A sociedade de gestão de patrimónios AMTD converterse-á em acionista maioritária da CapBridge, plataforma de investimento online com sede em Singapura. Com esta operação, a AMTD propõe-se a expandir o seu negócio no sudeste asiático, uma área em que importantes bancos, como o CIMB Malaysia ou o UOB, empregam tecnologia da CapBridge.

No mês de junho destacam-se, entre outras operações, as alianças no âmbito das plataformas de gestão de patrimónios.

A OPINIÃO DE JIM CIELINKSI Responsável de Obrigações Globais, Janus Henderson

UMA DAS MAIS ACENTUADAS E CURTAS RECESSÕES NO MUNDO? Ficámos sem superlativos para descrever o atual ambiente económico e de mercado. O que é que isto significa para alguns mercados de obrigações? Os bancos centrais não querem que as taxas subam. Estão a comprar o suficiente do mercado de dívida provavelmente para impedir que isso aconteça num prazo significativamente próximo. Acreditamos que a repressão financeira que se obtém através de taxas muito baixas no curto prazo, mas também através de taxas baixas no longo prazo, é algo que eles querem monitorizar de perto. Vejo uma economia que ainda é desafiante, e que criará alguns defaults. Não há dúvida de que iremos observar mais este padrão. Mas nas empresas que não entrarem em default é provável que se assista a uma tendência de desalavancagem; à medida que esta acontece com a retração da liquidez, acredito que as empresas estão bem posicionadas neste ambiente em que se assiste a uma recuperação muito lenta e desigual. Mas não estamos fora de perigo. Há um risco significativo de que o vírus se espalhe, ou que se tenha de fechar certos componentes da economia. Um risco, contudo, menor do que antes, pois não é provável que se encerre toda a economia. Mas para aqueles que têm um horizonte mais longo, se se conseguir retomar o crescimento, podemos ser capazes de olhar pelo retrovisor e ver que esta foi uma das mais acentuadas mas também mais curtas recessões de sempre. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 13


PANORAMA SMART CONSENSUS por Joel Silva

V DE VITÓRIA OU DE (FUTURA) VINGANÇA? Ao longo do segundo trimestre do ano, entre tentativas de conter a pandemia e de amparar a queda económica, o mundo continuou a testemunhar a tão falada recuperação em V dos mercados. Contudo, permanecem dúvidas se esta subida é uma vitória, ou se, pelo contrário, este V é afinal sinal de uma vingança fria bem próxima.

P

ara um profissional da indústria da gestão de ativos lidar com a incerteza não é novidade. Ela é, aliás, uma certeza do seu dia a dia, que varia somente em intensidade. É expetável por isso que também esta indústria se tenha visto embrulhada num maior grau de desconhecimento na sequência dos eventos relacionados com a pandemia de COVID-19. A alimentar este estado de espírito esteve um evento que muita tinta fez correr. A par do grande confinamento e da grande recessão as-

sistiu-se também à grande desconexão entre os mercados e a economia. No dia 27 de maio o índice S&P 500 voltou a bater a marca dos 3.000 pontos, recuperando assim parte de uma queda de mais de 33% face ao máximo histórico (3.386 pontos) de 19 de fevereiro. Na mesma semana, nos Estados Unidos da América, ultrapassavam-se as 100 000 vítimas mortais de COVID-19, o desemprego atingia níveis recordes de 14,7% e estimava-se uma contração no PIB anual na casa dos -5%. Grosso modo, enquanto a economia afundava, o mercado recuperava em V.

FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2020 (*) FUNDO

Acatis Gané Value Event Fonds

CATEGORIA MORNINGSTAR

Moderate Allocation

AXA World Funds Global Optimal Income

Flexible Allocation

Eurizon Fund Azioni Strategia Flessibile

Flexible Allocation

Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund Flossbach von Storch Multiple Opportunities II

Moderate Allocation Flexible Allocation

Invesco Global Income Fund

Moderate Allocation

MFS Meridian Funds Diversified Income Fund

Moderate Allocation

MSIF Global Balanced Income Fund

Flexible Allocation

Nordea 1 Stable Return Fund

Moderate Allocation

Ruffer SICAV Ruffer Total Return International

Moderate Allocation

14  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

SELO FUNDSPEOPLE 2020

fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc

Capitalizando no trabalho que envolve o Selo FundsPeople, a nossa equipa de Análise construiu uma carteira de consenso Smart Consensus, que será a mesma para Espanha, Portugal e Itália. A carteira Smart Consensus é composta pelos fundos das categorias mistos moderados e mistos flexíveis que tiveram selo nos três países. O resultado é uma carteira formada por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis moderados e quatro flexíveis. Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar. Dados de 29 de fevereiro de 2020. (*) Carteira Smart Consensus FundsPeople 2020, com Selos FundsPeople 2020.


DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)

70% 60% 50%

Muitos comentários, explicações e teorias foram elaborados à luz deste fenómeno. Mas as exposições sobre a relação independente entre bolsa e economia, ou as previsões de recuperações em V, W ou L, são suficientes para abrandar a ansiedade face a este evento. Tal como os assuntos relacionados com a pandemia e a economia, também o comportamento dos mercados está envolto em incerteza, e só o tempo nos dirá se estamos diante de um V de vitória ou de (futura) vingança.

40% 30% 20% 10% 0%

M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M 2018

2020

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)

ATIVOS DE RISCO

Também a alocação da nossa carteira Smart Consensus reflete alguma precaução nos últimos meses. Como seria de esperar face ao cenário de maior volatilidade, a exposição da carteira à classe de ativos de obrigações aumentou consideravelmente nos últimos meses para a casa dos 36%, a par de um aumento na classe de ativos other, o que pode refletir uma aposta em ativos como commodities e metais preciosos, mais adequados a estes contextos. Dentro das obrigações, a preferência recaiu sobre obrigações corporativas, cuja exposição aumentou desde o início do ano até aos 20%, em detrimento dos títulos governamentais, cuja alocação diminuiu em cerca de 4% desde março. Contudo, do lado das entidades gestoras dos fundos que compõem os fundos da carteira Smart Consensus, já começa a emergir algum apetite por risco na perspetiva de uma possível recuperação económica. Serge Pizem, gestor do fundo AXA WF Global Optimal Income, afirma que durante o mês de maio mantiveram “uma alocação neutra em ações”, pois consideravam “que ainda era muito cedo para introduzir risco”, mas que no início de junho “estão reunidas as condições para adicionar risco às

2019

AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)

EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)

JAPÃO E AUSTRÁLIA

70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M 2018

2019

2020

ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS

SOBERANAS

CASH

OUTRAS

50%

40%

30%

20%

10%

0%

M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M A A M M 2018 2018

2019 2019

2020 2020

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 15


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AR

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TNE R

PANORAMA SMART CONSENSUS

AR

TNE

A OPINIÃO DE ISABEL BUCCELLATI Analista sénior de ações, Columbia Threadneedle

A CARTEIRA DE ANDREW HARMSTONE

Gestor do MSIF Global Balanced Income Fund

Os mercados parecem estar a antecipar a recuperação económica, refletida no crescimento que temos observado ultimamente. De qualquer modo, estamos conscientes da enorme disrupção económica resultante da crise de COVID-19, e as valorizações altas indicam que as ações podem-se ter adiantado face à recuperação económica.

SERGE PIZEM

gestor do fundo AXA WF Global Optimal Income

Na perspetiva de uma recuperação económica gradual, decidimos recuperar uma porção das nossas posições curtas em contratos de futuros americanos detidos desde março, no sentido de neutralizar a exposição a ações. Continuamos focados no crescimento de determinados temas a longo prazo, através da seleção de empresas com modelos de negócio sólidos, balanços robustos, e boas perspetivas de crescimento, em particular no setor tecnológico.

16  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

carteiras”, principalmente por via do “reforço na diversificação através de commodities, mercados emergentes e divisas”. Do lado da Morgan Stanley Investment Funds também começam a ponderar a reintrodução de ativos de risco nos portefólios. Andrew Harmstone, diretor e gestor de carteiras do MSIF Global Balanced Income Fund, afirma que “no final de fevereiro, com a rápida ascensão global da crise da COVID-19, reduzimos a nossa exposição a ações no sentido de defender o fundo”, mas que agora, com a volatilidade mais contida e “mais potencial para surpresas agradáveis, temo-nos tornado menos defensivos”. “Embora o nosso outlook indique que ainda é muito cedo para reintroduzir diretamente ativos de risco, em junho aumentámos de forma moderada, mas crucial, o nosso posicionamento de risco; isto foi implementado primariamente através da classe de ativos de obrigações de crédito”, expõe o gestor. Em termos de perspetivas futuras, a equipa de Harmstone permanece atenta aos sinais da evolução da crise pandémica e económica, mas realça como ponto positivo o facto dos “legisladores globais continuarem a surpreender o mercado com anúncios de grandes pacotes de estímulos monetários e fiscais”, como é o exemplo do fundo de recuperação de 750 mil milhões de euros da União Europeia. Serge Pizem coincide, afirmando que da parte da AXA “mantém uma visão positiva em relação à classe de ativos das obrigações devido ao apoio sem precedentes das autoridades monetárias”, e que vão procurar continuar a adicionar risco de forma progressiva e construtiva na carteira através de, por exemplo, “posições táticas em divisas, assumindo uma desvalorização do dólar no médio-longo prazo”.

EMPRESAS FARMACÊUTICAS, A ÉPOCA DOURADA PARA A DESCOBERTA DE FÁRMACOS Em épocas de incerteza, é propício manter títulos defensivos de crescimento e de elevada qualidade que disponham de sólidos balanços e um historial de inovação. Nenhum grupo de empresas reflete melhor estas qualidades do que as farmacêuticas europeias. Num momento inovador para o desenvolvimento de medicamentos, estas empresas preparam-se para uma trajetória de crescimento com uma carteira de novos lançamentos que supera o número de patentes próximas da sua caducidade. Embora estas empresas farmacêuticas costumem apresentar sempre robustas caraterísticas financeiras defensivas, o seu crescimento está a ser acelerado por novas tecnologias inovadoras, como a genómica. Isto deu lugar a uma nova época dourada para a descoberta de fármacos, e o ritmo está acelerar-se com medicamentos revolucionários para certas doenças. Centramo-nos nas empresas de maior qualidade com possibilidades de despontar a longo prazo. Um catalisador como o desenvolvimento ou o lançamento de um novo fármaco poderá incentivar uma sólida evolução do preço da ação; e apostamos em negócios com robustas posições competitivas. As empresas devem contar com uma equipa de direção competente e atrativas rentabilidades sobre o capital investido. Por último, uma elevada pontuação nos critérios ambientais, sociais e de governo corporativo denotam um negócio bem dirigido e de máxima qualidade.


PANORAMA BARÓMETRO

DESCUBRA OS FUNDOS COM SELO São produtos que contam com a preferência dos analistas, se destacam pela sua consistência ou por serem blockbuster.

N

um mercado como o português, que conta com mais de 2.500 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Selo FundsPeople 2020. São 501 produtos com selo, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:

A Favoritos dos Analistas. Fundos

que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 50 fundos que conseguem este selo.

B Blockbuster.

São os ‘super-vendas’ do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: cerca de 349 fundos alcançam esta classificação.

C Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Mornings-

tar Direct, com referência ao final do último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais

dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 210 fundos com classificação Consistente FundsPeople. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo.

PRODUTOS COM A TRIPLA CLASSIFICAÇÃO DO SELO FUNDSPEOPLE 2020 FUNDO Acatis Gané Value Event Fonds Brown Advisory US Equity Growth Eleva UCITS F. - Fonds Eleva Abs. Ret. Europe Evli Short Corporate Bond Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Income Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Eur. Growth M&G (Lux) Optimal Income Fund

CATEGORIA Moderate Allocation US Equity Large Cap Growth Long/Short Equity Europe Fixed Income Moderate Allocation Europe Equity Large Cap Cautious Allocation

MFS Meridian F. - European Research Fund

Europe Equity Large Cap

MFS Meridian Funds - European Value Fund

Europe Equity Large Cap

MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund

Aggressive Allocation

Morgan Stanley Invest. F. - Gl. Brands Fund

Global Equity Large Cap

Nordea 1 - European Covered Bond Fund

Europe Fixed Income

Nordea 1 - Global Climate and Envir. Fund

Global Equity Mid/Small Cap

Oddo BHF Avenir Europe

Europe Equity Mid/Small Cap

Pictet-Multi Asset Global Opportunities

Cautious Allocation

PIMCO GIS Income Fund

Global Fixed Income

Schroder Internat. Sel. F. EURO Corp. Bond Vontobel Fund - US Equity

Europe Fixed Income US Equity Large Cap Growth

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 17


PANORAMA BARÓMETRO

OS FUNDOS INTERNACIONAIS ‘SUPER-VENDAS’ NA PENÍNSULA IBÉRICA

ara ter o selo de Blockbuster (B), os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado P ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras. 750

1.000

01 FIXED INCOME

500

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02 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS

250 UBAM - GLOBAL HY SOLUTION BGF EURO SHORT DURATION BOND FUND DEUTSCHE FLOATING RATE NOTES MUZINICH ENHANCEDYIELD SHORT DURATION FUND UBAM - DYNAMIC USD MS INVF - EURO CORPORATE BOND FUND CARMIGNAC SECURITE PIMCO GIS INCOME FUND AXA IM FIIS EUROPE SHORT DURATION HIGH YIELD MS INVF - SHORT MATURITY EURO BOND FUND CANDRIAM BONDS EURO SHORT TERM JUPITER DYNAMIC BOND GAM LOCAL EMERGING BD AXA IM FIIS US SHORT DURATION HIGH YIELD JPM US AGGREGATE BOND FUND GS EMD CARMIGNAC PORT. UNCONSTRAINED EURO FIXED INCOME AXA WF EURO CREDIT SHORT DURATION BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO GOV. BOND FUND MFS EMERGING MARKETS DEBT TOTAL INVESCO EURO SHORT TERM BOND FUND PIMCO GIS GLOBAL INVESTMENT GRADE CREDIT FUND VONTOBEL FUND - EUR CORPORATE BOND MID YIELD FIDELITY FUNDS - EURO SHORT TERM BOND FUND ALLIANZ ENHANCED SHORT TERM EURO UBAM - ABSOLUTE RETURN LOW VOL FI UBAM - DYNAMIC EURO VONTOBEL FUND - EMERGING MARKETS DEBT JANUS HENDERSON HORIZON EURO CORPORATE BOND FUND PIMCO GIS GLOBAL BOND FUND JPM INCOME OPPORTUNITY FUND MS INVF - GLOBAL FIXED INCOME OPPORTUNITIES FUND BNY MELLON EUROLAND BOND FUND MUZINICH SHORT DURATION HIGHYIELD FUND PICTET-EUR SHORT TERM CORPORATE BONDS NN (L) US CREDIT PICTET-SHORT TERM EMERGING CORPORATE BONDS EDRF BOND ALLOCATION BGF US DOLLAR SHORT DURATION BOND FUND INVESCO EURO CORPORATE BOND VONTOBEL FUND - TWENTYFOUR STRATEGIC INCOME FUND AMUNDI FUNDS BOND GLOBAL AGGREGATE BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION TEMPLETON GLOBAL TOTAL RETURN FUND ALLIANZ FLOATING RATE NOTES PLUS AB AMERICAN INCOME MUZINICH GLOBAL TACTICAL CREDIT FUND MUZINICH EMERGING MARKETS SHORT DURATION FUND BGF EMERGING MARKETS LOCAL CURRENCY BOND FUND JPM GLOBAL STRATEGIC BOND MUZINICH AMERICAYIELD FUND CANDRIAM BONDS EMERGING MARKETS FRANKLIN U.S. LOW DURATION FUND NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND FUND PICTET-EMERGING LOCAL CURRENCY DEBT CANDRIAM BONDS EURO HIGH YIELD AXA IM FIIS US CORPORATE INTERMEDIATE BONDS

NORDEA 1 - STABLE RETURN FUND JPM GLOBAL INCOME FUND MERIAN GLOBAL EQUITY ABSOLUTE RETURN BSF FIXED INCOME STRATEGIES FUND JANUS HENDERSON UNITED KINGDOM ABSOLUTE RETURN FUND PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPORTUNITIES INVESCO PAN EUROPEAN HIGH INCOME FUND JPM GLOBAL INCOME CONSERVATIVE FUND CANDRIAM BONDS CREDIT OPPORTUNITIES FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL FUND M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION FUND BGF GLOBAL ALLOCATION FUND LFIS VISION UCITS - PREMIA BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN FUND PICTET TR-DIVERSIFIED ALPHA BNY MELLON GLOBAL REAL RETURN FUND (EUR) MARSHALL WACE TOPS MFS PRUDENT WEALTH TOTAL FRANKLIN K2 ALTERNATIVE STRATEGIES FUND MAN GLG ALPHA SELECT ALTERNATIVE SALAR FUND JPM GLOBAL CONVERTIBLES FUND FIDELITY FUNDS - GLOBAL MULTI ASSET INCOME FUND BSF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND INVESTEC GLOBAL MULTI-ASSET INCOME PICTET TR-AGORA CARMIGNAC PATRIMOINE LEGG MASON WESTERN ASSET MACRO OPPORTUNITIES BOND ACATIS GANE VALUE EVENT

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250

18  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

500

750

250 JPM GLOBAL SHORT DURATION BOND FUND DWS INVEST EURO BONDS (SHORT) BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BOND JPM US SHORT DURATION BOND NN (L) EURO FIXED INCOME BGF FIXED INCOME GLOBAL OPPORTUNITIES FUND AMUNDI FUNDS BOND EURO CORPORATE AMUNDI FUNDS PIONEER US BOND NORDEA 1 - EMERGING MARKET BOND FUND JPM EM CORPORATE BOND FUND MUZINICH EUROPEYIELD FUND AMUNDI FUNDS EMERGING MARKETS BOND JPM EU GOVERNMENT BOND FUND M&G (LUX) GLOBAL FLOATING RATE HIGH YIELD FUND BGF EURO BOND FUND BNP PARIBAS EURO MEDIUM TERM BOND BNY MELLON EMERGING MKTS. DEBT LOCAL CURRENCY FUND JPM EM LOCAL CURRENCY DEBT FUND GS GLOBAL HIGH YIELD JPM INCOME FUND ODDO BHF EURO CREDIT SHORT DURATION MS INVF - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND PICTET-USD SHORT MID-TERM BONDS LEGG MASON WESTERN ASSET US CORE PLUS BOND PICTET-EUR SHORT MID-TERM BONDS AB EUROPEAN INCOME FIDELITY FUNDS - US DOLLAR BOND FUND DWS INVEST SHORT DURATION CREDIT BGF EURO CORPORATE BOND FUND FIDELITY FUNDS - US HIGH YIELD FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - EMER. MARK. CRP. BOND FUND BNY MELLON GLOBAL SHORT-DATED HIGH YIELD BOND FUND AXA WF US HIGH YIELD BONDS CARMIGNAC PORTFOLIO UNCONSTRAINED GLOBAL BOND GAM STAR MBS TOTAL RETURN INV M&G (LUX) EMERGING MARKETS BOND FUND M&G (LUX) EURO CORPORATE BOND FUND NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME FUND PIMCO GIS CAPITAL SECURITIES FUND PIMCO GIS DYNAMIC BOND FUND PIMCO GIS LOW AVERAGE DURATION FUND PIMCO GIS TOTAL RETURN BOND FUND PIMCO GIS US HIGH YIELD BOND FUND AMUNDI FUNDS EURO AGGREGATE BOND AXA WF EMERGING MARKETS SHORT DURATION BONDS AXA WF GLOBAL STRATEGIC BONDS DPAM L BONDS EMERGING MARKETS SUSTAINABLE - F EVLI SHORT CORPORATE BOND FLOSSBACH VON STORCH - BOND OPPORTUNITIES FRANKLIN EUROPEAN TOTAL RETURN FUND FRANKLIN STRATEGIC INCOME FUND GAM STAR CREDIT OPPORTUNITIES EUR INV NEUBERGER BERMAN SHORT DURATION EMER. MRK.DEBT FUND NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND PIMCO GIS DIVERSIFIED INCOME FUND PIMCO GIS EMERGING MARKETS BOND FUND PIMCO GIS EURO INCOME BOND FUND TEMPLETON GLOBAL BOND FUND

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GS GLOBAL STRATEGIC MACRO BOND PICTET-ABSOLUTE RETURN FIXED INCOME MFS GLOBAL TOTAL RETURN TOTAL MFS PRUDENT CAPITAL TOTAL JPM GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES FUND BSF AMERICAS DIVERSIFIED EQUITY ABSOLUTE RETURN FUND ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRATEGY 15 SRI INVESCO GLOBAL TARGETED RETURNS FUND UBS (LUX) STRATEGY FUND – YIELD (EUR) ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRATEGY 50 SRI VONTOBEL FUND - TWENTYFOUR ABSOLUTE RETURN CREDIT ALLIANZ INCOME AND GROWTH INVESCO GLOBAL INCOME FUND ALLIANZ DYNAMIC ASSET STRATEGY 75 SRI MAN GLG EUROPEAN EQUITY ALTERNATIVE UBS (LUX) STRATEGY FUND – BALANCED (EUR) PICTET TR-ATLAS INVESCO BALANCED-RISK ALLOCATION FUND AXA WF GLOBAL OPTIMAL INCOME M&G (LUX) OPTIMAL INCOME FUND PIMCO GIS DYNAMIC MULTI-ASSET FUND RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL FUND AMUNDI RENDEMENT PLUS FLOSSBACH VON STORCH - MULTI ASSET - BALANCED FLOSSBACH VON STORCH - MULTI ASSET - DEFENSIVE FLOSSBACH VON STORCH - MULTIPLE OPPORTUNITIES II M&G (LUX) INCOME ALLOCATION FUND AMUNDI FUNDS ABSOLUTE RETURN MULTI-STRATEGY ELEVA ABSOLUTE RETURN FUND

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1.000

250

500

750

1.000

500

750

1.000


03 AÇÕES

250 MFS EUROPEAN VALUE TOTAL MS INVF - GLOBAL BRANDS FUND ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY FUND ROBECO GLOBAL CONSUMER TRENDS EQUITIES MFS GLOBAL EQUITY TOTAL SCHRODER ISF EMERGING MARKETS MS INVF - US ADVANTAGE FUND DWS INVEST TOP DIVIDEND FIDELITY FUNDS - EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND MS INVF - GLOBAL OPPORTUNITY FUND GS EM CORE EQUITY FIDELITY FUNDS - GLOBAL TECHNOLOGY FUND AXA ROSENBERG US ENHANCED INDEX EQUITY ALPHA FUND AMUNDI FUNDS PIONEER US EQUITY FUNDAMENTAL GROWTH SCHRODER ISF EURO CORPORATE BOND SCHRODER ISF EURO EQUITY PICTET-USA INDEX CAPITAL GROUP NEW PERSPECTIVE VONTOBEL FUND - US EQUITY JPM EM EQUITY FUND FIDELITY FUNDS - EMERGING MARKETS FUND MFS EUROPEAN RESEARCH TOTAL PICTET-EUROPE INDEX PICTET-SECURITY SEILERN WORLD GROWTH PICTET-ROBOTICS UBAM - 30 GLOBAL LEADERS EQUITY GAM STAR CONTINENTAL EUROPEAN EQUITY INVESTMENTS PICTET-GLOBAL MEGATREND SELECTION BNY MELLON LONG-TERM GLOBAL EQUITY FUND JPM EUROPE STARTEGIC VALUE FUND BGF CONTINENTAL EUROPEAN FLEXIBLE FUND AMUNDI FUNDS EUROLAND EQUITY MFS EUROPEAN SMALLER COMPANIES TOTAL ODDO BHF AVENIR EUROPE PICTET-WATER JPM US SELECT EQUITY FUND INVESCO JAPANESE EQUITY ADVANTAGE FUND JPM EUROPE EQUITY PLUS FUND FRANKLIN U.S. OPPORTUNITIES FUND JANUS HENDERSON HORIZON EUROLAND FUND BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP FIDELITY FUNDS - GLOBAL FINANCIAL SERVICES FUND NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE AND ENVIRONMENT FUND FIDELITY FUNDS - IBERIA FUND BGF WORLD HEALTHSCIENCE FUND FRANKLIN INDIA FUND TEMPLETON EUROLAND FUND VONTOBEL MTX SUSTAINABLE EMERGING MARKETS LEADERS PICTET-PREMIUM BRANDS AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE M&G (LUX) EUROPEAN STRATEGY VALUE FUND PICTET-DIGITAL SCHRODER ISF JAPANESE EQUITY FRANKLIN TECHNOLOGY FUND GS EUROPE CORE EQUITY BGF EURO-MARKETS FUND JANUS HENDERSON HORIZON GL. PROPERTY EQUITIES FUND AMUNDI INDEX MSCI NORTH AMERICA INVESCO PAN EURO STRUCTURED EQUITY FUND FIDELITY FUNDS - GLOBAL DIVIDEND FUND SCHRODER ISF EURO CREDIT CONVICTION FIDELITY FUNDS - AMERICA FUND M&G (LUX) GLOBAL DIVIDEND FUND SCHRODER ISF EMERGING MARKETS DEBT ABSOLUTE RETURN FIDELITY FUNDS - EUROPEAN GROWTH FUND FIDELITY FUNDS - ASIA FOCUS FUND MS INVF - GLOBAL PROPERTY FUND GS GLOBAL CORE EQUITY AB AMERICAN GROWTH JPM EUROPE DYNAMIC TECHNOLOGIES FUND

500

750

1.000

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250 GS JAPAN FIDELITY FUNDS - CHINA CONSUMER FUND SCHRODER GAIA SIRIOS US EQUITY JPM GLOBAL FOCUS FUND JUPITER EUROPEAN GROWTH LEGG MASON CLEARBRIDGE US LARGE CAP GROWTH PICTET-JAPANESE EQUITY OPPORTUNITIES NN (L) US ENHANCED CORE CONCENTRATED EQUITY JPM ASIA PACIFIC EQUITY FUND BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS FUND GS US CORE EQUITY CANDRIAM EQUITIES L BIOTECHNOLOGY SCHRODER GAIA EGERTON EQUITY SCHRODER ISF GLOBAL HIGH YIELD SCHRODER ISF ASIAN OPPORTUNITIES PICTET-NUTRITION JPM EUROPE EQUITY FUND UBS (LUX) EQUITY SICAV - LONG TERM THEMES (USD) SCHRODER ISF EURO BOND MS INVF - US GROWTH FUND JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH FUND FIDELITY FUNDS - WORLD FUND JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL TECHNOLOGY FUND PICTET-GLOBAL ENVIRONMENTAL OPPORTUNITIES MFS US VALUE JPM EM SMALL CAP FUND JPM US TECHNOLOGY FUND JPM EUROLAND EQUITY FUND BSF EUROPEAN OPPORTUNITIES EXTENSION FUND BGF WORLD GOLD FUND LEGG MASON RARE INFRAESTRUCTURA VALUE BGF WORLD MINING FUND FIDELITY FUNDS - EUROPEAN LARGER COMPANIES FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - ASIA PACIFIC EQUITY FUND MIRABAUD GLOBAL FOCUS JPM EUROPE STARTEGIC DIVIDEND FUND ALLIANZ EUROPEAN EQUITY DIVIDEND FAST - EUROPE FUND AB EUROZONE EQUITY CAPITAL GROUP INVESTMENT COMPANY OF AMERICA ALLIANZ GLOBAL SUSTAINABILITY BMO RESPONSIBLE GLOBAL EQUITY JPM US VALUE FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I – ASIAN SMALLER COMPANIES JPM JAPAN EQUITY FUND JANUS HENDERSON HORIZON PAN EUROP. SMALLER COMP. FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - JAPANESE EQUITY FUND ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH MS INVF - ASIA OPPORTUNITY FUND BNP PARIBAS JAPAN SMALL CAP BNP PARIBAS US SMALL CAP FIDELITY FUNDS - EURO BLUE CHIP FUND BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH FUND ELEVA EUROPEAN SELECTION FUND AMUNDI INDEX MSCI EMU AMUNDI INDEX S&P 500 AXA ROSENBERG GLOBAL EQUITY ALPHA FUND AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA FUND CPR INVEST - GLOBAL DISRUPTIVE OPPORTUNITIES MERIAN NORTH AMERICAN EQUITY MIRAE ASIA GREAT CONSUMER EQUITY FUND NEUBERGER BERMAN US MULTI CAP OPPORTUNITIES FUND T. ROWE PRICE FUNDS US BLUE CHIP T. ROWE PRICE FUNDS US EQUITY T. ROWE PRICE FUNDS US SMALLER COMPANIES TEMPLETON ASIAN GROWTH FUND TEMPLETON EMERGING MARKETS FUND TEMPLETON GLOBAL CLIMATE CHANGE FUND THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS FUND UBS (LUX) EQUITY FUND – CHINA OPPORTUNITY (USD) UBS (LUX) EQUITY SICAV – EURO COUNTRIES INCOME (EUR)

500

750

1.000

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Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.

OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2020

Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (24) Fidelity Funds European Dynamic Growth (18) MFS Meridian European Value (17) PIMCO GIS Income (16) Flossbach von Storch - Multiple Opp. II (16) Schroder EUR Corporate Bond (13) Morgan Stanley - US Advantage Fund (12) DWS Concept Kaldemorgen (11) Muzinich Enhanced Yield Short Term (11) Eleva European Selection (11) Vontobel US Equity (11) Franklin K2 Alternative Strategies (10) Morgan Stanley Global Brands (10) Morgan Stanley Global Opportunity (10) M&G Lux Optimal Income Fund (9) MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund (9) Capital Group New Perspective Fund (9)

CATEGORIA Fixed Income Equity Equity Fixed Income Allocation Fixed Income Equity Alternative Fixed Income Equity Equity Alternative Equity Equity Allocation Allocation Equity

FUNDO Robeco Global Consumer Trends (9) Candriam Bonds Credit Opportunities (8) Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Inc. Fund (8) Pictet-Multi Asset Global Opportunities (8) Salar Fund (8) Jupiter European Growth (8) Fundsmith Equity (8) Vontobel MTX Sustainable Em. Markets Leaders (8) Nordea 1 - Stable Return Fund (7) Invesco Pan European High Income (7) NB FCP Euro Bond (7) MFS Meridian European Research (7) Brown Advisory US Equity Growth (7) Eleva Absolute Return Europe (6) HSBC GIF Multi Asset Style Factors (6) Legg Mason Western Ass. Macro Opp. Bond Fund (6) Acatis - Gane Value Event Fonds (6)

CATEGORIA Equity Alternative Allocation Allocation Convertibles Equity Equity Equity Allocation Allocation Fixed Income Equity Equity Alternative Alternative Alternative Allocation

FUNDO Ruffer Total Return International (6) Nordea 1 - European Covered Bond Fund (6) Hermes Global Emerging Markets (6) Nordea 1 - Global Climate and Envir.Fund (6) Allianz Europe Equity Growth (6) Fidelity Global Dividend (6) Oddo Avenir Europe (5) Seilern World Growth (5) BlueBay Invest. Grade Euro Gov. Bond Fund (5) DPAM Bond Emerging Markets Sustainable (5) Evli Short Corporate Bond (5) BNY Mellon LT GLobal Equity (5) DPAM Equities NewGems Sustainable (5) Seilern America (5) Threadneedle Global Focus (5) Wells Fargo (Lux) WF U.S. All Cap Growth Fund (5)

CATEGORIA Allocation Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity Equity Fixed Income Fixed Income Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 19


PANORAMA FÓRUM APFIPP

por Sérgio Brito

TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO

FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

14000

PATRIMÓNIO 400 300 200 100 0 -100 -200 -300 -400 -500 -600

13000

12000

11000

ABRIL 2019

ABRIL 2020

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

2200

100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100

2100 2000 1900 1800

ABRIL 2019

ABRIL 2020

AS ALTERAÇÕES DEMOGRÁFICAS E A POUPANÇA São várias as questões demográficas que pesam no aforro em Portugal e que fazem com que seja fundamental a inversão de medidas que promovam o consumo em detrimento da poupança.

endo como cenário de fundo a presente pandemia, a Comissão Europeia divulgou recentemente um relatório sobre o impacto das alterações demográficas, apresentando um conjunto de evidências que vale a pena refletir, particularmente no caso de Portugal:

T

a) Aumento da esperança de vida A esperança média de vida à nascença, na União Europeia aumentou cerca 20  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO

FUNDOS MISTOS

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

2500

PATRIMÓNIO 120

FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

5000

150

90

100

60

50

30 0

2000

-30

4000

-50

ABRIL 2020

de 10 anos nos últimos 50 anos, ultrapassando os 81 anos, em 2018, e aproximando-se dos 90 anos, em 2070. Em Portugal, a esperança média de vida à nascença está em linha com a média europeia, devendo atingir, em 2070, 85,7 no caso dos homens e 90,4 no caso das mulheres. Ou seja, assumindo a idade normal de reforma (66 anos e 6 meses, em 2021), o período expectável de reforma dos portugueses corresponde a quase metade do tempo que passaram a trabalhar. Por outro lado, o relatório evidencia que, em média, na União Europeia, o número expectável de anos de vida saudável não chega aos 65. Em Portugal, o indicador fixa-se nos 58,6. Temos, pois, uma população que vive mais anos, mas que evidencia problemas de saúde precoces, denotando, portanto, a necessidade de cuidados médicos numa parte substancial da sua última fase da vida. b) Fecundidade e natalidade Em 2018, o número médio de filhos por mulher situava-se nos 1,55, abaixo dos 2,1 considerados necessários para manter a população estável, sem recurso à (i)migração. Na mesma data, em Portugal, o indicador apresentava um valor de 1,42.

40 20 0 -20

1500

-40 -60

-150

-80

-200

-120

ABRIL 2019

2000

-100

-90 -150

CAPTAÇÕES LÍQUIDAS

0

-60

1500

PATRIMÓNIO

3000

-250

ABRIL 2019

ABRIL 2020

c) Envelhecimento da população Consequência dos dois fatores anteriores, a população europeia está cada vez mais envelhecida, tendência que se deverá manter no futuro. Atualmente, cerca de 20% da população europeia tem mais de 65 anos de idade, valor que deverá subir para 30% em 2070. Em contrapartida, a população em idade ativa (20-64 anos) deverá descer dos atuais 59% para 51%. Esta realidade não é nova e o resultado de uma população cada vez mais envelhecida e com um mercado de trabalho mais reduzido, como o relatório evidencia, é uma maior pressão nos Orçamentos dos Estados da União Europeia. O peso dos encargos com o pagamento de pensões irá, pois, aumentar, embora a um ritmo menor, em virtude das alterações nos sistemas públicos de pensões que têm vindo a ser implementados nos diversos Estados-Membros (Portugal incluído), com o objetivo de reduzir o montante nominal das pensões e/ou aumentar a idade de reforma. Temos, assim, uma tempestade quase perfeita. Uma população envelhecida, que necessita de cuidados de saúde e com uma redução relevante nos rendimentos quando passa para a situação de reforma, o que aumenta

1000

-100

ABRIL 2019

ABRIL 2020

O RESULTADO DE UMA POPULAÇÃO CADA VEZ MAIS ENVELHECIDA E COM UM MERCADO DE TRABALHO MAIS REDUZIDO É UMA MAIOR PRESSÃO NOS ORÇAMENTOS DOS ESTADOS DA UNIÃO EUROPEIA

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 21


PANORAMA FÓRUM APFIPP

os riscos de pobreza entre os estratos mais idosos da população. A única forma de prevenir esta situação é a poupança. Os cidadãos europeus e, particularmente, os portugueses, têm de se consciencializar desta realidade e perceber que têm de constituir uma poupança ao longo da sua vida ativa, de modo a poder encarar com tranquilidade os anos dourados da sua vida.

AS GESTORAS EM ABRIL DE 2020

FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO

Dados de património em milhões de euros GESTÃO DE PATRIMÓNIOS

ABRIL 2020

BMO GAM (F&C Portugal) Caixa Gestão de Activos GNB - SGP Santander Asset Management BPI Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gestão de Ativos Optimize Investment Partners Dunas Capital - Gestão de Activos LYNX Asset Managers Total

14.518,84 9.649,44 5.787,30 5.672,90 3.097,47 1.474,49 1.311,97 518,66 96,34 15,22 4,99 42.147,62

QUOTA (%) 34,45 22,89 13,73 13,46 7,35 3,50 3,11 1,23 0,23 0,04 0,01

DEZEMBRO 2019 15.353,48 21.993,16 6.194,36 6.008,47 3.194,59 1.514,73 1.411,84 546,02 107,24 15,64 5,43 56.344,98

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

27,25 39,03 10,99 10,66 5,67 2,69 2,51 0,97 0,19 0,03 0,01

-5,44 -56,13 -6,57 -5,59 -3,04 -2,66 -7,07 -5,01 -10,17 -2,68 -7,99 -25,20

Nota: Amostra = 89,5% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Fevereiro de 2020) MARÇO 2020 FUNDOS DE PENSÕES

Ageas Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Real Vida Seguros Previsão SGF Victoria - Seguros de Vida, SA Total

(DADOS MAIS RECENTES DISPONÍVEIS)

5.578,09 4.113,74 2.867,18 2.271,06 1.930,51 1.621,21 1.085,20 495,61 208,79 72,90 72,66 15,11 20.332,06

QUOTA (%)

27,43 20,23 14,10 11,17 9,49 7,97 5,34 2,44 1,03 0,36 0,36 0,07

DEZEMBRO 2019

5.975,90 4.099,88 3.095,33 2.340,93 2.048,88 1.723,12 1.161,31 506,94 251,23 79,45 79,60 16,58 21.379,13

QUOTA (%)

VAR. (%) 2019

27,95 19,18 14,48 10,95 9,58 8,06 5,43 2,37 1,18 0,37 0,37 0,08

-6,66 0,34 -7,37 -2,98 -5,78 -5,91 -6,55 -2,23 -16,89 -8,24 -8,72 -8,87 -4,90

Nota: Amostra = 97,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Março 2020)

22  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Interfundos Square Asset Management GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos Norfin BPI Gestão de Activos Santander Asset Management Montepio Valor SFS - Gestão de Fundos Silvip Gef Fidelidade - SGOII, S.A. Libertas Imofundos LYNX Asset Managers Fundiestamo Institutional Inv.- Partners GmbH Profile - SGFIM First Fund Box TF Turismo Fundos Violas Ferreira - SICAFI, SA Imopolis Atlantic Vila Gale Gest Gesfimo ECS - SGFII Refundos Crédito Agrícola Gest Imorendimento Fibeira Fundos Floresta Atlântica Invest Gestão de Activos Silar - SICAFI, SA Fundger Total

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gestão de Ativos BPI Gestão de Activos IM Gestão de Ativos Santander Asset Management GNB - SGFIM Montepio Gestão de Activos Bankinter Gestão de Ativos Optimize Investment Partners Invest Gestão de Activos Dunas Capital - Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers Sixty Degrees - SGFIM GFM Capital - SICAF IAF Popular Gestão de Activos Total

Infelizmente, a poupança, em Portugal, tem sido pouco acarinhada. Por diversas vezes no passado recente, fez-se uso de poupança acumulada em Fundos de Pensões para suprir necessidades de tesouraria de curto prazo e produtos que deveriam ser, tendencialmente, usados apenas em situação de reforma, como os PPR, têm sido a tábua de salvaçã da falta de liquidez das famílias. Foi assim

ABRIL 2020 1.309,91 1.132,98 1.070,95 760,74 611,14 549,86 422,84 407,56 403,67 400,60 385,43 336,03 298,60 294,01 282,90 277,28 253,62 220,64 185,45 160,55 160,54 98,88 92,66 61,22 59,97 44,48 41,64 35,45 30,98 25,85 24,53 16,62 11,95

QUOTA (%) 12,51 10,82 10,23 7,27 5,84 5,25 4,04 3,89 3,86 3,83 3,68 3,21 2,85 2,81 2,70 2,65 2,42 2,11 1,77 1,53 1,53 0,94 0,89 0,58 0,57 0,42 0,40 0,34 0,30 0,25 0,23 0,16 0,11

10.469,53

ABRIL 2020 4.038,88 2.423,98 2.303,17 2.229,85 510,44 161,38 145,34 129,34 83,97 37,64 19,56 11,76 5,18 4,17 12.104,67

QUOTA (%) 33,37 20,03 19,03 18,42 4,22 1,33 1,20 1,07 0,69 0,31 0,16 0,10 0,04 0,03

DEZEMBRO 2019

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

1.308,83 1.144,80 1.096,47

12,45 10,89 10,43

0,08 -1,03 -2,33

976,92 553,11 420,80 400,77 399,51 503,57 296,50 334,49 27,92 286,38 276,13 270,97 144,27 221,23 187,32 161,72 151,25 97,50 92,51 71,15 63,86 4,32 76,46 35,64 30,92 26,62 24,56 17,48 11,27 796,36 10.511,61

9,29 5,26 4,00 3,81 3,80 4,79 2,82 3,18 0,27 2,72 2,63 2,58 1,37 2,10 1,78 1,54 1,44 0,93 0,88 0,68 0,61 0,04 0,73 0,34 0,29 0,25 0,23 0,17 0,11 7,58

-37,44 -0,59 0,49 1,69 1,04 -20,45 29,99 0,46 969,45 2,67 2,45 2,33 75,79 -0,27 -1,00 -0,72 6,14 1,42 0,16 -13,95 -6,08 929,15 -45,55 -0,51 0,18 -2,91 -0,12 -4,93 6,02 -100,00 -0,40

QUOTA (%)

VAR. (%) 2020

33,74 20,03 18,36 17,87 4,41 1,46 1,02 1,05 0,64 0,34 0,15 0,10 0,03 0,04 0,76

-7,91 -6,91 -3,47 -4,00 -10,96 -14,79 9,33 -4,84 1,23 -16,01 -2,12 -5,08 58,99 -21,71 -100,00 -6,87

DEZEMBRO 2019 4.385,73 2.603,99 2.386,02 2.322,81 573,29 189,40 132,94 135,92 82,95 44,82 19,99 12,39 3,26 5,33 98,94 12.997,77


P

AR

P

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TNE R

AR

TNE

A OPINIÃO DE BEGOÑA GOMEZ Responsável de Vendas, Invesco

em 2012, com a introdução da possibilidade de utilizar estes instrumentos para pagar as prestações do crédito habitação. Foi assim recentemente, no contexto da atual pandemia, com a permissão de reembolsos parciais pelos contribuintes diretamente afectados pela mesma, sem qualquer penalização. Não se discute o mérito, a necessidade ou a oportunidade das medidas, mas

ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros

o que se nota é uma completa falta de medidas de sentido contrário, que promovam a reposição dos níveis de poupança, uma vez ultrapassadas as dificuldades conjunturais. É fundamental a inversão de medidas que promovem o consumo em detrimento da poupança. Um país, uma população que não poupa está a hipotecar o seu futuro como o passado recente demonstrou.

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Bankinter Gestão de Ativos Invest Gestão de Activos

1.250 1000

1.000 750 500

500 250 00

-250 -500 -500

-750 -1000 -1000

-1.250 -1.500 -1500

3,000

23,492

37,142

2,159

11,099

34,011

ÚLTIMOS 12 MESES

Optimize Investment Partners

1,288

3,589

8,684

0,361

-13,507

23,234

Crédito Agrícola Gest

0,000

0,000

0,000

GFM Capital - SICAF IAF

0,000

0,000

0,000

LYNX Asset Managers

-0,002

Dunas Capital - Gestão de Activos

-0,458

-2,082

-0,306

-3,543

-5,297

Caixa Gestão de Ativos

-1,596

-132,655

64,379

GNB Fundos Mobiliários

-1,816

-12,460

103,068

-6,865

-29,586

327,328

IM Gestão de Ativos

-25,580

56,282

494,723

BPI Gestão de Activos

-38,426

-19,353

-254,427

-7,537

-35,120

Popular Gestão de Activos Sixty Degrees - SGFIM

n.d.

n.d.

n.d.

-67,783

-124,637

795,644

ABR-2020

DESDE INÍCIO DO ANO

Outros F. Acções Internacionais

8,766

-9,554

171,850

Fundos PPR

3,124

131,517

405,925

Total

FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO

F. Acções da América do Norte

ÚLTIMOS 12 MESES

2,788

-2,870

-0,396

F. Acções da U.E., Suíça e Noruega

0,974

-9,494

-16,155

Fundos de Acções Sectoriais

0,957

1,609

1,343

F. Multi-Activos Equilibrados

0,737

-23,444

34,978

F. Multi-Activos Agressivos

0,426

-5,480

-3,299

Fundos de Acções Nacionais

0,103

-6,416

-14,565

Fundos de Acções Ibéricas

0,084

-3,361

-7,024

Fundos PPA

0,012

-0,199

-0,464

FIA de Retorno Absoluto

0,000

FIA Flexíveis

0,000

-0,216

-2,025

Outros FIA

-0,118

-15,918

-67,218

FIA de Obrigações

-0,131

-1,275

3,421

Fundos Flexíveis

-1,480

15,086

210,307 245,027

0,000

-8,682

Fundos de Obrigações Euro

-5,548

48,621

Fundos de Obr. Internacional

-6,551

10,854

10,249

F. Obrigações Taxa Indexada Euro

-7,076

-64,761

37,298

F. Mercado Monetário Euro

CAPTAÇÕES ABR-2020

DESDE INÍCIO DO ANO

Montepio Gestão de Activos

Santander Asset Management 1500

1.500

ABR-2020

-9,803

-17,660

15,426

F. Multi-Activos Defensivos

-10,441

-6,907

303,690

Fundos de Curto Prazo Euro

-44,602

-164,767

-372,289

-0,003

-0,003

Outros Fundos FIA Multi-Activos FIA de Curto Prazo Total

2,838 -1,902 -152,689

-67,783

-124,637

795,644

UM FUTURO MUITO PRESENTE As crises devem servir sempre para aprender e para compreender as mudanças que se produzem, porque precisamente estes períodos negativos costumam lançar as bases para tendências futuras. Se 2007-2008 nos avisou de que o setor financeiro já não regressaria à antiga normalidade, o COVID-19 deixa-nos claro que o consumo digital é o setor que mais se tem fortalecido durante os períodos de confinamento. Não só porque respondeu com total solvência ao incremento da procura online, especialmente em casos como as empresas de comércio eletrónico ou em todas aquelas diretamente relacionadas com o ócio e entretenimento digital (televisão paga, gaming ou jogos online, e-sports ou desportos eletrónicos, etc.), mas também porque estas empresas têm ganho quota de mercado ao consumo tradicional que já não vão perder, pelo menos uma boa parte. Na Invesco estamos convencidos da liderança desta indústria, pelo que temos um fundo temático que investe precisamente em todas estas atividades relacionadas com o consumo e o ócio digital, o Invesco Global Consumer Trends Fund. Este fundo revalorizou-se a taxas superiores a 10% anualizados nos últimos 5 e 10 anos, sendo um dos melhores fundos da sua categoria em ambos os prazos. O consumo digital passou de ser uma tendência futura para se converter numa realidade presente. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 23


Material publicitário

A N E

Os Sta Fo

1) Forum Nachhaltige Geldanlangen (FNG-Siegel) reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund (2 estrelas), Nordea 1 – Global Stars Equity Fund (2 lidade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equ 1 – North American Stars Equity Fund de 01.10.2019 a 30.09.2020 e do fundo Nordea 1 – European Stars Equity Fund de 01.07.2020 a 30.06.2021; Label ISR reconhece a validade SRI Transparency Code reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars Equity Fund em fornecer informações precisas, adequadas e oportunas para permitir que as partes interessadas, em particular os consumidores, entendam as políticas e práticas de Investim ser encontradas no site www.eurosif.org, e informações sobre as políticas e práticas dos fundos Nordea STARS pode ser encontradas no site nordea.lu/STARS. As Diretrizes de Tra acima e não deve ser considerado como um endosso sobre qualquer companhia, organização ou indivíduo em particular.

Os subfundos mencionados formam parte da Nordea 1, SICAV, uma sociedade de investimento de capital variável sediada no Luxemburgo (Société d’Investissement à Capital Va material publicitário e não divulga todas as informações pertinentes relativas aos subfundos apresentados. Qualquer decisão de investimento nos subfundos deve ser feita com e semi-anual do fundo, por via electrónica em inglês e na língua local do mercado onde o mencionado OICVM está autorizado para distribuição, e poder ser solicitado, sem ônus tribuidor em Portugal é BEST - Banco Electrónico de Serviço Total, S.A., devidamente constituído sob as leis de Portugal e registado na CMVM como intermediário financeiro. Pub


OS ASG L SE

DO A I EM

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Alguns falam sobre ASG. Nós fazemos. Está no nosso DNA nórdico.

DEPENDE

N

Nordea STARS – Soluções ASG

s fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, European Stars e North American ars foram reconhecidos pelos principais selos ESG1 LuxFLAG, Towards Sustainability, orum Nachhaltige Geldanlangen, ISR e obtiveram o European SRI Transparency Code2

2 estrelas), Nordea 1 – European Stars Equity Fund (3 estrelas) e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund (2 estrelas) durante 2020. Towards Sustainability reconhece a vauity Fund de 07.11.2019 a 07.11.2020. LuxFLAG ESG Label reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea e dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 22.11.2019 a 21.11.2022; European e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 10.2019 a 10.2020. 2) O logo Europeu de Transferência SRI significa que a Nordea Investment Funds S.A. está comprometida mento Socialmente Responsável SRI (Socially Responsible Investment) relacionadas ao fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes Europeias de Transparência SRI podem ansparência são geridas pela Eurosig, uma organização independente. O logo Europeu de Transferência SRI reflete o comprometimento do gestor do fundo conforme detalhado

ariable), legalmente constituída e a operar em conformidade com as leis do Luxemburgo e com a Directiva 2009/65/EC do Conselho, de 13 de Julho de 2009. Este documento é m base no Prospecto em vigor e no documento de Informações Fundamentais Destinadas ao Investidor (KIID), que estão disponíveis, juntamente com os relatórios anual corrente s, junto a Nordea Investment Funds S.A., 562, rue de Neudorf, PO Box 782, L-2017 Luxemburgo, representantes locais, agentes de informação, ou nossos distribuidores. Nosso disblicado pela Nordea Investment Funds S.A., sita em 562, rue de Neudorf, P.O. Box 782, L-2017 Luxembourg, que é autorizado pela Comission de Surveillance du Secteur Financier.


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

SELO

RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS

3 ANOS

4,12

ASIA FIXED INCOME HSBC GIF Asia Bond AC

ABC

EMERGING MARKETS FIXED INCOME BNY Mellon Em Mkts Corp Dbt USD X Acc Candriam SRI Bond Em Mkts R USD Acc Pictet-Short Term Em Corp Bds Z USD Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc AS SICAV I EM Corp Bd X Acc USD AS SICAV I Frntr Mkts Bd X Acc USD Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C PIMCO GIS Em Mkts Bdd E USD Inc MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD JPM Emerg Mkts Corp Bd A (acc) USD M&G (Lux) Em Mkts Bd C EUR Acc BNY Mellon EM Dbt Lcl Ccy USD X Acc DPAM L Bonds Emerging Markets Sust E EUR Capital Group EM Lcl Ccy Dbt(LUX) Z Pictet-Emerging Local Ccy Dbt Z USD GAM Multibond Local Emerging Bond USD C Schroder ISF EM Dbt Abs Rt C Acc USD Fidelity Em Mkt Lcl Ccy Dbt Y-Acc-USD Vontobel Emerging Mkts Dbt N USD Nordea 1 - Emerging Market Bond BP EUR GS Em Mkts Dbt Base Acc USD JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) EUR Amundi Fds Em Mkts Bd C EUR C Candriam Bds Em Mkts R USD Cap Muzinich EmergingMktsShrtDur HEUR Acc A AXAWF Em Mkts Sh Dur Bds E Cap EUR H BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2 USD

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

5,11 2,94 2,49 3,74 4,67 3,82 2,72 2,25 2,27 3,63 1,49 3,03 2,00 1,36 1,16 1,68 1,13 3,61 2,54 2,40 0,19 1,60 2,33 0,65 -0,23 0,11

EUROPE FIXED INCOME NB Euro Bond NB Obrigações Europa FIMAO BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc JPM EU Government Bond A (acc) EUR PIMCO GIS Euro Bond Instl EUR Acc Vanguard € Govt Bd Idx € Acc Schroder ISF EURO Bond C Acc EUR BNP Paribas Euro Government Bd Privl C Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR MS INVF Euro Bond I Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR Capital Group Euro Bond (LUX) Z BGF Euro Bond A2 EUR Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR Invesco Euro Bond E EUR Acc Optimize Obrigações FIMAO Caixagest Oportunidades FIAMA T. Rowe Price Euro Corp Bd Z EUR NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR Invesco Euro Corporate Bond A EUR Acc Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR MS INVF Euro Corporate Bond I Amundi Fds Euro Aggt Bd F2 EUR C Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR BNY Mellon Euroland Bond EUR W Acc BGF Euro Corporate Bond A2 EUR Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR BNY Mellon European Credit EUR C Acc Carmignac Pf Uncons Euro FI A EUR Acc M&G (Lux) Euro Corp Bd CI EUR Acc ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR Vontobel EUR Corp Bd Mid Yld C EUR AB European Income C2 Acc Fidelity Euro Short Term Bond A-Acc-EUR Muzinich Europeyield HEUR Acc A Amundi Fds Euro Corp Bd A EUR C Pictet-EUR Short Term Corp Bds Z

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

4,24 7,01 4,04 6,21 3,87 4,30 2,34 3,05 2,61 2,78 2,19 2,74 2,17 2,59 2,09 2,59 2,33 2,57 2,15 2,38 3,60 2,32 3,45 2,18 2,27 2,17 1,81 2,00 2,86 1,99 1,72 1,87 1,58 1,86 2,09 1,59 2,24 1,58 1,21 1,54 1,18 1,38 1,34 1,25 2,01 1,22 0,49 1,18 1,40 1,17 1,12 1,08 1,71 1,07 3,09 0,93 1,45 0,79 0,14 0,77 1,46 0,74 2,26 0,66 0,91 0,44 1,10 0,38 0,54 0,35 2,45 0,35 0,70 0,12 0,47 -0,02

26  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

7,90

USD

5,25

GESTOR

Alfred Lap Chung Mui; Steven Wong;

4,36 3,27 13,25 USD Colm McDonagh; Rodica Glavan; 3,36 3,84 8,59 USD Diliana Deltcheva; Marie-Bénédicte Guignan; Christopher Mey; 2,88 0,36 7,75 USD Luke Chua; Alain Nsiona Defise; 2,87 1,20 8,04 USD Bart van der Made; Nish Popat; Jennifer Gorgoll; 2,85 -0,52 11,76 USD — 2,74 -2,04 12,33 USD — 2,61 0,11 11,21 USD Rob Drijkoningen; Gorky Urquieta; Bart van der Made; Mike Reyes; 2,20 1,81 10,48 USD Michael A. Gomez; Javier Romo; Pramol Dhawan; 2,03 1,82 9,98 USD Matthew W. Ryan; Ward Brown; Neeraj Arora; 1,94 1,34 9,40 USD Scott D. McKee; Pierre-Yves Bareau; 1,81 -0,96 10,50 EUR Claudia Calich 1,68 6,03 8,66 USD — 1,54 1,15 8,60 EUR HUGO VERDIERE; Michaël Vander Elst; 1,32 2,59 10,81 USD Robert H. Neithart; Kirstie Spence; 1,05 3,21 10,48 USD Mary-Therese Barton; Alper Gocer; 0,83 1,12 10,70 USD Paul McNamara 0,77 1,76 5,55 USD Abdallah Guezour 0,67 0,75 11,25 USD Eric Yung Wong; Steve Ellis; Marton Huebler; 0,66 -5,28 14,04 USD Luc D’hooge; Wouter Van Overfelt; 0,46 -4,31 13,51 EUR David Bessey; Cathy L. Hepworth; 0,35 -2,46 12,20 USD Angus Bell 0,30 2,38 10,46 EUR Didier Lambert; Pierre-Yves Bareau; Diana Kiluta Amoa; -0,09 -4,50 13,62 EUR Yerlan Syzdykov; Ray Jian; -0,14 -6,55 14,09 USD Magda Branet; Diliana Deltcheva; Julien Fabre; Christopher Mey; -0,47 -2,14 6,95 EUR Warren Hyland -1,62 -4,23 8,57 EUR Mikhail Volodchenko; Sailesh Lad; -1,80 0,09 12,43 USD Sergio Trigo Paz; Michal Wozniak; Laurent Develay; 6,08 4,72 5,44 4,39 2,09 3,63 3,86 3,62 2,74 2,76 2,15 1,66 2,18 2,44 1,45 2,27 1,17 -1,27 0,25 2,12 1,79 0,06 0,65 -0,31 3,34 0,77 -0,35 -1,61 -0,74 2,08 -0,38 -0,60 -0,24 -0,41 1,31 -2,43 -2,10 -1,18

7,51 EUR Vasco Teles 7,84 EUR Vasco Teles 4,21 EUR Mark Dowding; Kaspar Hense; 4,02 EUR Séamus Mac Góráin 3,88 EUR Andrew Bosomworth; Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; 3,69 EUR — 4,17 EUR Bob Jolly; Paul Grainger; 3,81 EUR Claude Guérin; Patrick Caillieux; 2,15 EUR Henrik Stille 3,26 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Richard Class; 6,12 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; 6,88 EUR Patrick Vogel 4,11 EUR Thomas H. Høgh 4,01 EUR Michael Krautzberger; Ronald van Loon; 6,08 EUR Patrick Vogel 4,87 EUR Gareth Isaac; Luke Greenwood; Thomas Sartain; Lyndon Man; 5,16 EUR Pedro Oliveira Lino; Carlos Pinto; 3,13 EUR — 5,35 EUR David X Stanley 4,44 EUR Sylvain De Ruijter; Hans van Zwol; Jaco Rouw; 5,58 EUR Paul Read; Julien Eberhardt; 5,10 EUR Thomas Ross; Tim Winstone; 5,99 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Dipen Patel; 5,01 EUR Marie-Anne Allier; Isabelle Vic-Philippe; 4,22 EUR John W. Beck; David Zahn; Sonal Desai; 5,40 EUR — 5,02 EUR Tom Mondelaers; Jozef Prokes; 9,31 EUR Sandro Naef; Torben Skødeberg; Laust Johnsen; 6,31 EUR Lucy Speake; Bonnie Abdul Aziz; 4,77 EUR Guillaume Rigeade; Eliezer Ben Zimra; 5,15 EUR Stefan Isaacs 7,76 EUR Alexis Renault; Frauke Wolkewitz; 6,82 EUR Mondher Bettaieb; Claudia Wyss; 7,40 EUR Scott A. DiMaggio; Jorgen Kjaersgaard; John Taylor; 1,95 EUR Rick Patel; Ario Emami Nejad; 9,29 EUR Thomas Samson 6,62 EUR Hervé Boiral; Alexandra Van Gyseghem; 2,62 EUR Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

PIMCO GIS Euro Income Bond E EUR Acc S Euro Short Dur Bd Plus I Acc EUR G Pictet-EUR Short Mid-Term Bonds I BNP Paribas Euro Medium Term Bd C C MS INVF European HY Bd I Allianz Advcd Fxd Inc S/D A EUR Allianz Enhanced Shrt Trm Euro AT EUR DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC EdRF Bond Allocation A EUR Acc Allianz Floating Rate Notes+ IT EUR MS INVF Short Maturity Euro Bond I ODDO BHF Euro Credit Short Dur DP-EUR Invesco Euro Short Term Bond E EUR Acc Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C IMGA Rendimento Semestral FIMA Carmignac Pf Sécurité A EUR Ydis IMGA Euro Taxa Variável FIMA DWS Invest Short Duration Credit FC DWS Floating Rate Notes LC IMGA Rendimento Mais FIMA Caixagest Obrigações FIMAO BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR Evli Short Corporate Bond B IMGA CA Rendimento FIMAO GAM Star Credit Opps (EUR) Instl EUR Acc UBAM Dynamic Euro Bond AC EUR AXAWF Euro Credit Short Dur E Cap EUR

SELO

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS

1,40 0,37 -0,08 0,05 1,81 -0,15 -0,33 0,02 1,45 -0,19 0,45 -0,25 -0,17 -0,12 -0,01 -0,27 0,02 -0,29 0,21 -0,03 -0,32 0,33 -0,10 1,86 -0,71 -0,82

3 ANOS

-0,22 -0,22 -0,26 -0,28 -0,30 -0,37 -0,41 -0,43 -0,45 -0,46 -0,48 -0,50 -0,54 -0,54 -0,55 -0,56 -0,63 -0,64 -0,64 -0,69 -0,69 -0,69 -0,69 -0,81 -0,94 -0,96 -1,01 -1,24

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

-2,86 5,16 EUR Ketish Pothalingam; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; -0,86 2,06 EUR — -0,45 1,36 EUR Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman; -0,56 1,81 EUR Eric Plantier; Arnaud-Guilhem Lamy; -3,18 12,16 EUR Leon Grenyer; Sarah Harrison; -1,11 1,70 EUR Maxence-Louis Mormede; Ralf Jülichmanns; -0,71 0,46 EUR Klaus Kusber; Lars Dahlhoff; -0,70 1,84 EUR Andrea Ueberschär; Claus Meyer-Cording; -1,74 4,74 EUR Julien Tisserand; Nicolas Leprince; -0,73 0,99 EUR Vincent Tarantino; Ali Ozenici; -0,99 1,47 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Richard Class; -2,25 4,48 EUR Alexis Renault; Haiyan Ding; -0,59 2,04 EUR Luke Greenwood; Lyndon Man; -1,21 1,41 EUR Philippe Dehoux; Nicolas Forest; HUGO VERDIERE; -1,33 2,63 EUR Eric Plantier; Fadi Berbari; -1,73 3,46 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; 0,26 2,98 EUR Marie-Anne Allier; Keith Ney; -1,42 2,58 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; -2,20 3,76 EUR Oliver Krenn; Karsten Rosenkilde; -1,50 2,34 EUR Christian Reiter; Torsten Haas; -2,46 4,22 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -2,08 2,78 EUR — -1,01 1,87 EUR Michael Krautzberger; Christopher Allen; Jozef Prokes; -3,53 4,76 EUR Juhamatti Pukka -2,21 3,40 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -3,87 12,03 EUR — -2,02 2,19 EUR Christel Rendu de Lint -1,99 2,31 EUR Anne Velot; Thomas Coudert; Boutaina Deixonne;

Focado em negócios innovadores do setor saúde AB International Healthcare Portfolio

Robôs que realizam cirurgias. Fármacos concebidos para um corpo concreto. Médicos que atendem pacientes a milhares de quilómetros de distância. A transformação da indústria dos cuidados médicos está a criar oportunidades de investimento empolgantes. Mas o que é necessário para investir com sucesso em ações no setor da saúde? Não é necessário ser um cientista de primeira linha nem prever quais serão os sucessos de vendas no campo farmacológico. O que é necessário é procurar negócios sólidos sustentados por empresas de grande qualidade que apresentem soluções comprováveis destinadas a mercados em crescimento. É precisamente o que faz a AB International Health Care Portfolio. Procuramos em todo o mundo empresas com novas tecnologias, tratamentos e técnicas, que possam satisfazer as necessidades dos pacientes e dos sistemas de saúde do século XXI, as quais se encontram em permanente evolução. O investimento em empresas que estão a mudar o mundo da medicina, selecionando as uma a uma, pode tirar partido do forte potencial de rentabilidade a longo prazo do futuro dos cuidados de saúde.

Visite alliancebernstein.com/go/en/healthcareportfolio Informação destinada exclusivamente a profissionais de investimento.

O valor dos investimentos poderá aumentar ou diminuir, e o investidor poderá não reaver a totalidade do capital inicialmente investido. O capital está em risco. Esta informação é publicada pela AllianceBernstein Limited, 50 Berkeley Street, London W1J 8HA, uma sociedade matriculada em Inglaterra com o número 2551144. A AllianceBernstein Limited é autorizada e regulamentada no Reino Unido pela Financial Conduct Authority (FCA, número de referência 147956). IC2020642


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM FIAO Caixagest Obrig Mais FIMAO AXAIMFIIS Europe Short Dur HY E Cap EUR BPI GIF High Income Bond I BPI Obrigações Mundiais FIAO

ABC ABC ABC ABC ABC

-0,73 -1,47 -0,50 -1,54 -0,28 -1,91 1,01 -2,51 0,18 -2,63

-2,48 3,93 EUR Duarte Rodrigues -3,45 5,49 EUR — -4,61 7,34 EUR James Gledhill; Yves Berger; -4,06 10,50 EUR Duarte Rodrigues -3,46 7,97 EUR Duarte Rodrigues

FIXED INCOME MISCELLANEOUS PIMCO GIS Capital Scs Instl USD Acc GAM Star MBS Total Return USD Acc Santander Latin American Corp Bd A Santander Multicrédito CA FIMAO

ABC ABC ABC ABC

3,49 -0,01 -0,30 -0,69

2,96 -6,16 -6,06 -1,68

11,33 11,78 13,71 2,46

GLOBAL FIXED INCOME PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc Jupiter Dynamic Bond D USD Acc HSC PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc Schroder ISF Glbl Mlt Crdt C Acc USD MS INVF Global Fixed Income Opps Z FvS Bond Opportunities RT Amundi Fds Glbl Aggt Bd G USD C T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD GS Global Sovereign Bd I Acc EUR-Prtly H T. Rowe Price Divers Inc Bd I USD UBAM Global High Yield Solution AC USD Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap M&G (Lux) Glb HY Bd C USD Acc BGF Fixed Income Global Opps A2 USD T. Rowe Price Glb High Inc Bd I USD JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc Schroder ISF Glbl Hi Yld C Acc USD GS Glbl Hi Yld Base Inc USD Carmignac Pf Uncons Glb Bd A EUR Acc PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl EURH Acc UBS(Lux) BS Glb Infl Lnkd$ EURH P-acc Nordea 1 - Flexible Fixed Income BP EUR Vontobel TwentyFour StratInc AMH Hdg EUR AXAWF Global Strategic Bds E Cap EUR H Eurizon Bond High Yield Z EUR Acc Muzinich Global Tact Crdt HEUR Acc R PIMCO GIS Income Instl EURH Acc Templeton Global Bond W(Mdis)USD Schroder ISF Strat Crdt C Dis SV Muzinich Enhancedyield S-T HEUR Acc R UBAM Abs Ret Low Vol Fxd Inc APC EUR JPM Global Short Duration Bd A(acc)EURH PIMCO GIS Dynamic Bd E EUR H Acc Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD M&G (Lux) Glb Fl Rt HY C H EUR Acc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

4,08 4,08 4,90 3,17 4,57 1,92 3,97 2,13 3,45 3,75 3,65 1,65 1,61 2,87 1,61 2,06 2,21 0,88 1,01 0,74 2,36 0,91 1,89 -0,65 -1,87 0,48 -0,27 -0,53 -0,55 -1,35 -0,56

5,08 5,05 4,95 4,71 4,15 3,99 3,56 3,54 3,23 3,14 2,85 2,77 2,77 2,75 2,47 2,40 2,37 1,83 1,78 1,56 1,39 1,31 0,98 0,85 0,64 0,36 0,20 0,12 0,12 0,10 -0,47 -0,55 -0,62 -1,17 -2,16 -3,19

6,33 6,59 5,50 4,94 2,42 8,23 4,28 1,76 6,53 0,27 -0,49 5,09 0,05 3,20 -2,06 2,71 -2,25 -1,40 -0,61 4,91 1,45 2,89 2,18 1,29 1,88 0,03 1,35 -2,31 -4,47 -1,92 -2,08 -0,58 -0,13 -2,40 -7,88 -10,01

6,34 USD Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; Sachin Gupta; 7,46 USD Ariel Bezalel 8,14 USD Daniel J. Ivascyn; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; Sonali Pier; 9,86 USD Patrick Vogel; Julien Houdain; 7,55 USD Christian G. Roth; Michael B. Kushma; Richard Ford; James Caron; 6,00 EUR Frank Lipowski 7,63 USD Laurent Crosnier; Myles Bradshaw; 10,23 USD Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; 4,78 EUR — 8,71 USD Kenneth A. Orchard 8,33 USD Christel Rendu de Lint 5,11 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; Thomas Joret; 10,87 USD Stefan Isaacs; James Tomlins; 7,02 USD Rick Rieder; Bob Miller; Aidan Doyle; 12,38 USD Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; 5,86 USD Robert Michele; Iain T. Stealey; 8,54 USD Ulrich Gerhard; Cathy Braganza; 11,35 USD Martha Metcalf 11,26 USD — 6,09 EUR Charles Zerah 6,64 EUR Mark R. Kiesel; Jelle Brons; Mohit Mittal; 4,98 EUR Kevin Ziyi Zhao; Jerry Jones; Alexander Wise; 1,94 EUR Karsten Bierre 6,79 EUR Gary Kirk; Eoin Walsh; Felipe Villarroel; Mark Holman; Pierre Beniguel; 3,13 EUR Nick Hayes; Nicolas Trindade; 8,17 EUR Raffaella Tommaselli; Elena Musumeci; 5,48 EUR Michael L. McEachern 5,93 EUR Daniel J. Ivascyn; Joshua Anderson; Alfred T. Murata; 7,58 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; 11,49 GBP Peter Harvey 5,58 EUR Tatjana Greil-Castro 0,87 EUR Christel Rendu de Lint 1,51 EUR Myles Bradshaw; Iain T. Stealey; Linda Raggi; 3,54 EUR Marc P. Seidner; Daniel J. Ivascyn; Mohsen Fahmi; 8,73 USD Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; 10,41 EUR James Tomlins

STERLING FIXED INCOME Threadneedle SterlingCorpBd Ins Inc

ABC

US FIXED INCOME Capital Group US Corp Bd (LUX) Z Fidelity US Dollar Bond A-Dis-USD NN (L) US Credit P Cap USD T. Rowe Price US Aggr Bd Jd USD PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc JPM US Aggregate Bond A (dist) USD GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD JPM Income A (acc) USD Amundi Fds Pioneer US Bd A2 USD C Pictet-USD Short Mid-Term Bonds I GS US Dollar Short Dur Bond I Acc USD AB American Income A Inc MS INVF US Dollar High Yield Bond Z Fidelity US High Yield A-Dis-USD Wells Fargo (Lux) WF US HY Bd I USD Acc JPM US Short Duration Bond D (acc) USD PIMCO GIS US Hi Yld Bd E USD Acc BGF US Dollar Short Duration Bd A2 USD

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

5,85 4,34 4,97 3,31 3,35 3,32 2,88 3,12 2,49 1,82 2,62 4,00 2,88 3,35 1,04 3,09 1,21

28  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

4,03 0,82 1,09 -0,18

-0,12

2,17

3,61

10,14

USD USD USD EUR

GBP

Philippe Bodereau; Matthieu Loriferne; Michael Bogecho; Tom J. Mansley Alfredo Mordezki Carmen Borondo

Alasdair Ross

7,19 13,95 7,64 USD Scott Sykes; Karen Choi; 6,86 14,14 7,14 USD Rick Patel; Ario Emami Nejad; 6,61 12,29 8,40 USD Anil Katarya; Travis King; 4,99 7,61 6,94 USD Brian J. Brennan 4,88 8,80 6,59 USD Scott A. Mather; Mark R. Kiesel; Mihir P. Worah; 4,81 8,69 6,89 USD — 4,58 8,05 6,78 USD Richard D. Figuly; Justin Rucker; 4,15 6,67 6,12 USD — 3,86 0,54 8,35 USD J. Andrew Norelli; Andrew Headley; 3,53 4,67 7,72 USD Kenneth J. Taubes; Timothy D. Rowe; Bradley Komenda; 3,33 5,58 5,79 USD Frédéric Salmon; Mathieu Magnin; Justine Vroman; 3,11 4,27 5,93 USD — 3,04 1,84 8,82 USD Paul J. DeNoon; Douglas J. Peebles; Matthew S. Sheridan; 2,89 -1,16 11,20 USD Richard J. Lindquist; Jack Cimarosa; 2,54 -0,52 10,00 USD Harley Lank; Alexandre Karam; 2,52 -0,56 9,75 USD Philip Susser; Niklas Nordenfelt; 2,50 4,33 5,88 USD Cary J. Fitzgerald; Toby Maczka; 2,35 0,60 9,19 USD Andrew Jessop; Hozef Arif; 2,24 2,55 6,33 USD Thomas F. Musmanno; Scott MacLellan;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

S INVF US Dollar Short Dur HY Bd Z M UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD Franklin Strategic Income I(acc)USD PIMCO GIS Low Avrg Dur E USD Inc Muzinich ShortDurationHY HUSD Acc R Santander Go Short Duration Dollar A Franklin US Low Duration A(Mdis)USD AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds E EUR Cap H Muzinich Americayield HEUR Acc R AXAWF US High Yield Bonds E Cap EUR H AXAIMFIIS US Short Dur HY E Cap EUR H JPM Income Opp A perf (acc) EURH AB Mortgage Income AX Inc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

3,04 2,07 0,99 1,94 1,27 1,78 0,61 1,77 1,36 1,75 0,17 1,40 0,43 0,95 0,41 0,33 0,62 -0,51 0,42 -0,75 -0,32 -0,90 -0,38 -1,54 -0,10 -1,92

-4,88 0,97 -0,18 2,94 -0,36 1,95 -0,41 2,58 -0,95 -1,69 -1,98 -2,33 -13,01

AFRICA EQUITY Franklin MENA I(acc)USD

ABC

-4,07

-0,77

-20,23

19,05

USD

Bassel Khatoun; Salah Khaled Chamma;

ASIA EQUITY JPM Pacific Equity A (dist) USD

ABC

6,39

6,29

8,40

14,64

USD

Aisa Ogoshi; Robert Lloyd;

ASIA EX-JAPAN EQUITY MS INVF Asia Opportunity A Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc T. Rowe Price Asian Opp Eq I USD Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR GS Asia Equity R Acc USD Threadneedle Asia Ins Acc GBP Fidelity Asia Focus A-Dis-USD Schroder ISF Asian Opports C Acc USD JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD Fidelity Emerging Asia A-Acc-USD AS SICAV I Asia Pac Eq X Acc USD AS SICAV I Asn Smllr Coms X Acc USD Templeton Asian Growth A(Ydis)USD

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

16,83 21,58 4,56 10,52 14,95 3,86 6,65 16,39 5,44 5,95 6,28 7,26 5,92 2,59 4,33 5,57 6,91 3,20 4,39 3,76 2,88 3,74 -1,72 5,17 3,12 -2,03 2,41 2,80 -0,22 4,17 2,26 -1,26 2,10 1,90 -8,28 0,82 1,43 -2,74 -1,78 -2,00 -5,79 -1,44 -2,13 -1,83

9,81 USD Richard J. Lindquist; Jack Cimarosa; 6,17 USD Christel Rendu de Lint; Philippe Gräub; 8,33 USD David Yuen; Patricia O'Connor; Sonal Desai; William Chong; 5,73 USD Scott A. Mather; Jerome M. Schneider; 7,16 USD David A. Bowen 5,73 USD — 7,60 USD David Yuen; Kent Burns; Sonal Desai; Tina Chou; 5,14 EUR Frank Olszewski; Steven Nelson; 8,27 EUR Clinton J. Comeaux 7,23 EUR Carl Whitbeck; Michael P. Graham; 4,64 EUR Carl Whitbeck; Peter V. Vecchio; 2,95 EUR William H. Eigen; Jeffrey Wheeler; 14,17 USD Michael S. Canter; Janaki Rao;

17,68 USD Kristian Heugh; Krace Zhou; 15,30 USD Joohee An; Sol Ahn; 15,49 USD Raymond M. Wong; Projit Chatterjee; Shou-Pin Choo; 15,77 USD Eric C. Moffett 17,71 EUR Anthony Srom 15,88 USD — 17,04 GBP Soo Nam Ng; George Gosden; 15,58 USD Dhananjay Phadnis 17,44 USD Toby Hudson 16,10 USD Mark Davids; Oliver R. Cox; Alice Wong; 15,02 USD King Fuei Lee; Robin Parbrook; 16,03 USD Teera Chanpongsang 14,68 USD — 16,72 USD — 16,70 USD Sukumar Rajah; Eric Mok;

CONSUMER GOODS & SERVICES SECTOR EQUITY Fidelity Global Cnsmr Inds A-Dis-EUR ABC Pictet-Premium Brands I EUR ABC

7,04 3,40

7,18 6,61

9,71 6,83

13,10 15,37

EUR EUR

Aneta Wynimko Caroline Reyl; Laurent Belloni;

EQUITY MISCELLANEOUS Pictet-Water I EUR Pictet-Nutrition I EUR

ABC ABC

6,70 2,12

6,29 3,91

9,14 1,70

15,60 12,78

EUR EUR

Hans Peter Portner; Philippe Rohner; Louis Veilleux; Cédric Lecamp; Gertjan Van der Geer; Alice De Lamaze; Mayssa Al Midani;

EUROPE EMERGING MARKETS EQUITY Amundi Fds Russian Equity A EUR C Schroder ISF Emerging Europe C Acc EUR

ABC ABC

8,78 4,88

7,74 2,46

-2,28 -9,87

22,03 23,21

EUR EUR

Andrea Salvatori; Marcin Fiejka; Mohsin Memon; Rollo Roscow;

EUROPE EQUITY LARGE CAP Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR Jupiter European Growth L EUR Acc AXAWF Fram Switzerland A Cap EUR Threadneedle European Sel Ins Acc GBP Allianz Europe Equity Growth W EUR MFS Meridian European Value A1 EUR BGF European Special Situations A2 EUR BGF Continental Eurp Flex E2 EUR JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR BSF European Opps Extension A2 EUR Threadneedle European Ins Acc GBP MFS Meridian European Research A1 EUR MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR Allianz Euroland Equity Growth AT EUR MFS Meridian European Core Eq A1 EUR Fidelity Germany A-Dis-EUR Pictet-Quest Europe Sust Eqs I EUR Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc Candriam SRI Equity EMU R EUR Acc DWS Invest II Eurp Top Div XC CS (Lux) European Div Plus Eq EB EUR M&G (Lux) Pan European Select C EUR Acc GAM Star Continental Eurp Eq Ord USD Acc Pictet-Europe Index P EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

4,72 8,15 5,49 6,23 3,83 4,50 4,19 3,56 3,84 4,06 6,98 1,99 2,06 3,35 3,17 3,03 2,35 1,41 1,47 1,13 0,46 0,43 1,44 -0,39

11,45 8,79 6,81 5,78 4,40 4,31 4,15 3,89 3,76 3,27 3,03 2,88 2,59 2,23 2,22 1,65 0,78 0,59 0,51 0,16 -0,37 -0,43 -0,71 -1,13 -1,45

16,08 12,23 8,59 11,65 9,61 13,02 0,94 7,16 9,82 3,32 4,71 4,26 3,14 -0,26 11,39 -1,28 1,05 0,27 0,26 -0,74 0,70 -2,14 -5,92 7,41 -4,52

14,05 14,42 14,32 12,08 14,07 16,84 13,32 15,14 16,17 15,20 15,81 14,92 13,41 16,24 17,10 14,50 17,14 13,96 16,88 15,88 13,23 12,33 15,93 16,16 14,62

EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR USD EUR

Fabio Riccelli Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mark Heslop; Mark Nichols; Guillaume Robiolle; Hervé Mangin; Dave Dudding; Benjamin Moore; Thorsten Winkelmann; Robert Hofmann; Florence Taj; Gabrielle G. Gourgey; Benjamin Tingling; Michael Constantis Alister M. Hibbert; Giles Rothbarth; Michael Barakos; Ben Stapley; David Tovey; Christopher Sykes; Paul Doyle; Frederic Jeanmaire; Gabrielle G. Gourgey Peter F. Fruzzetti; Sandeep Mehta; Andreas Hildebrand; Marcus Morris-Eyton; Darina Valkova; Gabrielle G. Gourgey; Roger M. Morley; Benjamin Tingling; Christian Von Engelbrechten Laurent Nguyen Eric Bendahan Laurent Milliat Stephan Werner; Marc Althaus; Nicola Nolè; Felix Maag; John William Olsen Niall Gallagher Roland Riat; Jean−Michel Piuz;

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 29


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

BNP Paribas Eur MulFtr Eq I EUR C mundi Fds Eurp Equity Cnsv G EUR C A BGF Euro-Markets A2 EUR Lazard Dividendes Min VaR C Amundi IS MSCI EMU AE-C GS Europe CORE® Equity Base Acc EUR JPM Europe Equity A (dist) EUR Fidelity Euro Blue Chip A-Dis-EUR Schroder ISF EURO Equity C Acc EUR Fidelity European Growth A-Dis-EUR Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR JPM Euroland Equity A (dist) EUR Amundi Fds Euroland Equity C EUR C JPM Europe Equity Plus D perf (acc) EUR Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR Invesco Pan Eur StructEq E EUR Acc UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc€ P-acc Fidelity Iberia A-Dis-EUR AB European Eq Ptf C Acc Templeton Euroland W (Acc) EUR AB Eurozone Eq Ptf CX Acc Santander Acções Europa CA FIMA M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc Allianz European Equity Div AT EUR JPM Europe Strategic Dividend D (acc)EUR Amundi Fds European Eq Val A USD C Invesco Pan European Equity A EUR Acc JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

0,08 0,36 0,54 0,26 0,70 -0,85 -1,74 0,25 -1,13 -1,21 -0,67 -1,46 -2,43 -0,95 -2,36 -1,69 -1,25 -1,79 -0,71 -0,28 -2,27 -2,53 -4,02 -5,16 -4,06 -5,88 -4,96

-1,50 -1,54 -1,80 -2,16 -2,35 -2,53 -2,64 -3,01 -3,03 -3,22 -3,24 -4,14 -4,45 -4,46 -4,77 -4,83 -5,02 -5,10 -5,42 -5,57 -5,72 -5,80 -5,83 -6,88 -7,30 -7,83 -8,14 -9,84

EUROPE EQUITY MID/SMALL CAP Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE T. Rowe Price Eurp Smlr Cm Eq I EUR Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR BNP Paribas Europe Small Cap I C Fidelity European Smlr Coms A-Dis-EUR Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

8,99 7,25 5,94 5,24 2,97 2,66 1,87

8,33 5,96 2,29 2,19 1,74 -0,85 -3,84

11,47 11,53 6,51 4,20 -1,22 -4,32 -3,13

14,49 18,29 19,56 16,40 18,26 21,53 24,03

EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR

Stéphanie Bobtcheff; José Berros; Guillaume Puech; Philip Dicken; Mine Tezgul; Ben Griffiths Pascal Riegis; Sébastien Maillard; Grégory Deschamps; Damien Kohler; Fiona Wills; Joseph George Edwards; James Maun; Ollie Beckett; Rory Stokes;

FINANCIALS SECTOR EQUITY Polar Capital Global Ins I EUR Acc Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR

ABC ABC

5,64 0,61

2,25 -0,51

-12,12 -7,85

15,31 17,45

EUR EUR

Nick Martin Sotiris Boutsis

GLOBAL EMERGING MARKETS EQUITY GS BRICs Eq E Acc EUR Nordea 1 - Emerging Mkts Foc Eq BP EUR Fidelity Emerging Mkts Foc I-Acc-USD Capital Group New World (LUX) Z Candriam SRI Equity Em Mkts R EUR Acc Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs B USD JPM Emerging Markets Equity D (acc) USD T. Rowe Price EM Eq I USD Wells Fargo (Lux) WF EM Eq I EUR Acc Hermes Global Emerging Mkts R EUR Acc Schroder ISF Em Mkts C Acc USD BMO Responsible Glb Em Mkts Eq A Inc USD BGF Emerging Markets Eq Inc A2 USD Templeton Emerging Markets A(Ydis)USD Fidelity Em Mkts A-DIST-USD JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf USD GS EM CORE Eq I Acc USD Close MFS Meridian Emerging Mkts Eq I1 EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

3,51 5,85 3,63 5,09 4,17 4,86 3,96 4,69 2,33 3,66 3,65 3,13 3,58 2,98 3,14 2,31 3,49 1,87 2,47 1,22 1,98 1,19 2,69 0,86 2,39 0,68 1,59 0,01 0,29 -0,07 1,26 -0,56 0,81 -0,62 0,75 -1,15

0,21 10,14 -1,79 3,78 5,30 -0,12 -0,90 -2,53 3,92 -2,15 -2,03 -10,37 -7,52 -4,20 -4,17 -7,99 -5,91 -8,88

17,46 EUR — 16,27 EUR 15,09 USD Alex Duffy 14,97 USD Robert W. Lovelace; Carl M. Kawaja; Jonathan Knowles; 15,84 EUR Philip Screve; Mohamed Lamine Saidi; Jan Boudewijns; 14,99 USD Roger Merz; Thomas Schaffner; 16,33 USD Austin Forey; Leon Eidelman; 16,30 USD Gonzalo Pangaro 16,65 EUR Jerry Zhang; Derrick Irwin; Richard Peck; 17,01 EUR Gary Greenberg 16,66 USD Robert Davy; Tom Wilson; 14,22 USD Sam Mahtani; Rishikesh Patel; Gokce Bulut; 16,08 USD Emily Fletcher; Stephen Andrews; 17,38 USD Andrew Ness; Chetan Sehgal; 16,59 USD Nick Price; Amit Goel; 17,14 USD Austin Forey; Amit Mehta; 15,83 USD — 17,40 EUR José Luis García; Robert W. Lau; Harry Purcell;

GLOBAL EQUITY LARGE CAP MS INVF Global Opportunity Z Robeco Global Consumer Trends D € DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Seilern World Growth CHF H R C PR Invest Glbl Dsrpt Opp A EUR Acc Fundsmith Equity I Acc NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD Mirabaud Equities Global Focus A USD Acc Pictet-Security I USD

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

16,59 12,06 9,86 11,40 10,51 13,12 6,25 7,75

23,56 23,35 25,80 19,01 22,42 23,87 10,90 14,76 1,28 14,96

17,10 15,17 16,08 14,29 15,60 19,57 14,65 14,06 13,87 16,85

30  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

17,95 16,44 15,42 13,67 13,04 13,04 12,41 11,99 11,18 10,42

-8,94 -1,90 0,36 -7,08 -5,16 -5,44 -6,63 -4,90 1,84 -8,29 -8,42 -8,41 -5,77 -8,77 -4,90 -8,23 -14,41 -7,32 -10,33 -7,46 -12,34 -9,09 -9,85 -14,20 -14,62 -15,56 -13,09 -19,76

16,44 EUR Laurent Lagarde; Henri Fournier; 11,85 EUR Melchior Dechelette; Olivier Avertin; 16,28 EUR Andreas Zoellinger; Tom Joy; 13,74 EUR Scander Bentchikou 16,92 EUR Lionel Brafman 16,67 EUR — 16,21 EUR Alexander Fitzalan Howard; Stephen Macklow-Smith; Philippa Clough; 17,35 EUR Alexandra Hartmann; Karoline Rosenberg; Fred Sykes; Stephen Barnett; 17,85 EUR Martin Skanberg 16,58 EUR Matt Siddle; Helen Powell; 16,61 EUR Matt Siddle; Helen Powell; 17,56 EUR Richard Webb; Stephen Macklow-Smith; Philippa Clough; 17,36 EUR Fabio Di Giansante; Lorenzo Angelini; 16,84 EUR Michael Barakos; Nicholas Horne; Ben Stapley; 18,21 EUR Nick Sheridan 15,37 EUR Michael Fraikin; Thorsten Paarmann; 14,21 EUR Ian Paczek; Patrick Zimmermann; Urs Räbsamen; 15,11 EUR Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mac Elatab; 18,46 EUR Tawhid Ali; Andrew Birse; 18,43 EUR Dylan Ball; Peter M. Moeschter; 18,36 EUR Tawhid Ali; Andrew Birse; 16,26 EUR Leticia Santaolalla 18,16 EUR Richard Halle 16,18 EUR Jörg de Vries-Hippen; Gregor Rudolph-Dengel; 17,07 EUR Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham; 19,62 USD Andreas Wosol; Roberto Campani; 18,61 EUR John Surplice; Martin Walker; 19,88 EUR Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham;

USD EUR EUR USD SFR EUR GBP USD USD USD

Kristian Heugh Richard Speetjens; Jack Neele; Alexander Roose; Dries Dury; Quirien Lemey; Dave Dudding Marco Lo Blanco; Michael Faherty; Estelle Ménard; Wesley Lebeau; Terry Smith Tanguy Besrest Anu Narula; Paul Middleton; Yves Kramer; Alexandre Mouthon; Rachele Beata;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

inety One GSF Glb Frchs IX Acc USD N BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc MS INVF Global Brands A MS INVF Global Quality Z BMO Responsible Global Equity A Inc EUR Capital Group New Pers (LUX) Z BPI Ações Mundiais FIAA Pictet - Global Envir Opps I EUR Pictet-Global Megatrend Sel Z USD Vontobel Global Equity N USD UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR Caixagest Ações Líderes Globais FIMAA Allianz Global Sustainability A USD Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $ Fidelity FIRST All Country Wld I-Acc-GBP Vanguard ESG Dev Wld All Cp Eq IdxEURAcc Fidelity World A-Dis-EUR Pictet - Quest Global Equities I USD GS Global CORE® Eq R Acc USD Snap MFS Meridian Global Equity A1 USD Fidelity Global Dividend A-Acc-EUR Hdg JPM Global Focus D (acc) EUR M&G (Lux) Glb Dividend CI EUR Acc BNY Mellon Global Equity Inc USD C Inc AXA Rosenberg Glb Eq Alpha E EUR Acc UBS(LUX) ES Glb Hi Div USD P-acc UBS (Lux) ES L/T Thms $EUR H P DWS Invest Top Dividend FC Templeton Glb Climate Change A(Ydis)EUR M&G (Lux) Glb Themes C EUR Acc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

9,15 9,97 14,44 12,97 USD Clyde Rossouw 7,59 9,76 9,09 13,90 USD — 9,40 9,67 9,92 13,29 USD William D. Lock; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; Nathan Wong; 9,08 9,50 11,67 13,61 USD William D. Lock; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; Nathan Wong; 6,93 9,45 12,95 15,59 EUR Jamie Jenkins; Nick Henderson; 7,88 9,40 12,94 15,47 USD Robert W. Lovelace; Steven T. Watson; Jonathan Knowles; 8,01 8,96 17,36 14,45 EUR Rui Araújo 7,53 8,85 15,95 16,30 EUR Gabriel Micheli; Luciano Diana; Yi Du; 6,82 8,68 13,09 16,00 USD Hans Peter Portner 8,97 8,34 9,17 14,28 USD Matthew Benkendorf; Ramiz Chelat; 6,73 7,99 10,35 15,13 EUR Martin Moeller; Fares Benouari; 7,18 7,78 7,97 13,48 EUR — 6,21 7,55 11,17 14,76 USD Paul Schofield; Jeremy Kent; 6,80 6,13 11,79 13,00 USD Clyde Rossouw; Abrie Pretorius; 4,79 6,01 6,23 15,07 GBP Matt Jones; Hiten Savani; 5,05 5,82 7,15 15,48 EUR — 4,95 5,51 7,29 15,84 EUR Jeremy Philip Elliot Podger; Jamie Peter Harvey; 5,42 4,48 2,21 13,95 USD Laurent Nguyen 5,39 4,32 3,21 17,54 USD — 4,31 3,96 3,01 15,32 USD Roger M. Morley; Ryan P. McAllister; 4,24 3,22 2,79 10,29 EUR Daniel Roberts 2,51 2,64 4,53 16,32 EUR Helge Skibeli; Rajesh Tanna; Timothy Woodhouse; 2,34 2,40 -2,62 19,65 EUR Stuart Rhodes 4,20 2,18 -3,53 13,39 USD Robert Hay; Jonathan Bell; Paul Flood; Ilga Haubelt; 2,20 2,16 -0,59 17,27 EUR — 2,47 1,53 -3,23 14,11 USD Ian Paczek; Patrick Zimmermann Egloff; Urs Räbsamen; 1,26 2,97 17,90 EUR Bruno Bertocci; Joseph R. Elegante; Alix Foulonneau; 2,38 0,36 -2,14 11,11 EUR Thomas Schüssler; Stephan Werner; -0,94 -0,43 3,19 16,70 EUR Tina M. Sadler; Maarten Bloemen; Katherine S. Owen; 6,75 EUR Alex Araujo

GLOBAL EQUITY MID/SMALL CAP Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR BNP Paribas Climate Impact I C Vanguard Global Small-Cap Idx USD Acc

ABC ABC ABC

8,44 6,28 3,03

GREATER CHINA EQUITY UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc Invesco China Focus Equity E EUR Acc AB China Low Vol Eq Portf S Acc Fidelity China Consumer A-Acc-EUR

ABC ABC ABC ABC

9,75 5,37 3,04 2,56

16,04 8,84 8,10 5,07

19,06 11,75 10,17 7,55

16,47 15,49 16,81 16,72

USD EUR USD EUR

Bin Shi; Denise Cheung; Morris Wu; Mike Shiao Stuart Rae; John Lin; Raymond Ma; Hyomi Jie;

HEALTHCARE SECTOR EQUITY Candriam Eqs L Biotech R USD Cap BGF World Healthscience A2 USD

ABC ABC

4,77 6,97

15,65 13,21

40,42 24,29

20,67 13,63

USD USD

Rudi Van den Eynde; Servaas Michielssens; Erin Xie

INDIA EQUITY Schroder ISF Indian Opports C Acc USD Schroder ISF Indian Equity C Acc USD Mirae Asset India Sector Leader Eq I USD Franklin India I(acc)USD

ABC ABC ABC ABC

1,72 -0,64 -16,97 0,71 -3,41 -20,71 -1,82 -6,51 -25,55 -1,97 -7,33 -23,22

21,62 USD — 21,65 USD Manish Bhatia 23,56 USD Rahul Chadha; Saniel Chandrawat; 23,70 USD Sukumar Rajah

INFRASTRUCTURE SECTOR EQUITY Legg Mason RARE Infras Val A EUR Acc

ABC

0,60

14,43

JAPAN EQUITY JPM Japan Equity A (dist) USD T. Rowe Price Japanese Equity I EUR Threadneedle Japan Ins Acc GBP Jupiter Japan Select D USD Acc GS Japan Equity Base Acc JPY Invesco Japanese Eq Adv A JPY Acc Vanguard Jpn Stk Idx $ Acc Schroder ISF Japanese Eq C Acc JPY AS SICAV I Japanese Eq X Acc JPY Janus Henderson Hrzn Jpn Smr Coms A2 USD Pictet-Japanese Equity Opps I GBP BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

8,59 9,88 5,22 5,31 3,87 5,55 2,62 3,04 3,52 6,81 3,16 8,35

11,17 17,75 9,52 19,45 7,66 17,96 7,28 10,68 5,65 12,59 4,67 5,95 3,53 7,05 2,98 6,08 2,74 16,39 2,63 15,19 2,01 7,27 2,00 13,13

LATIN AMERICA EQUITY Nordea 1 - Latin American Equity BP EUR

ABC

-3,05

-5,03

-31,42

29,54

EUR

William Scott Piper

NATURAL RESOURCES SECTOR EQUITY BGF World Mining A2 USD Amundi Fds CPR Global Resources AU-C Pictet-Timber I EUR

ABC ABC ABC

1,61 1,99 0,07

5,52 0,96 -1,17

7,42 7,17 3,96

25,12 22,05 22,43

USD USD EUR

Evy Hambro; Olivia Markham; Arnaud du Plessis; Stéphane Soussan; Gabriel Micheli; Christoph Butz; Mikael Jafs;

7,47 5,84 1,77

13,27 17,19 EUR Thomas Sørensen; Henning Padberg; 7,12 17,03 EUR Bruce Jenkyn-Jones; Jon Forster; -2,15 20,23 USD —

-0,80

EUR

Richard Elmslie; Nick Langley; Charles Hamieh; Shane Hurst;

17,05 USD Nicholas Weindling; Shoichi Mizusawa; Miyako Urabe; 15,28 EUR Archibald A. Ciganer 14,55 GBP Daisuke Nomoto 14,28 USD Dan Carter; Mitesh Patel; 13,32 JPY Ichiro Kosuge 13,21 JPY Tadao Minaguchi 12,38 USD — 13,25 JPY Kazuhiro Toyoda 13,79 JPY — 16,20 USD Yun Young Lee 15,27 GBP Sam Perry; Adrian Hickey; Serena Robinson; 16,54 JPY Shunsuke Matsushima; Tadao Kimura;

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 31


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

PRECIOUS METALS SECTOR EQUITY DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC BGF World Gold A2 USD

ABC ABC

12,89 17,96 59,05 32,42 EUR — 9,21 9,60 55,48 31,53 USD Evy Hambro; Thomas Holl;

REAL ESTATE SECTOR EQUITY Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR Janus Henderson Hrzn Glbl Pty Eqs A2 USD Neuberger Berman Glb RE Secs USD I Acc MS INVF Global Property I

ABC ABC ABC ABC

4,07 3,73 2,83 -3,72

5,18 4,49 3,11 -5,49

-3,31 -5,42 -6,54 -22,02

18,12 16,56 14,92 18,31

EUR USD USD USD

Guy Barnard; Nicolas Scherf; Guy Barnard; Tim Gibson; Steve S. Shigekawa; Brian C. Jones; Gillian Tiltman; Anton Kwang; Theodore R. Bigman; Michiel te Paske; Sven Van Kemenade;

TECHNOLOGY SECTOR EQUITY JPM US Technology A (dist) USD Polar Capital Global Tech I Inc Franklin Technology A Acc USD Janus Henderson Glb Tech I USD Acc Fidelity Global Technology A-Dis-EUR Pictet - Robotics Z USD Janus Henderson Hrzn Global Tech A2 USD Pictet-Digital PUSD JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

20,62 21,31 18,92 19,29 17,40 14,90 10,96 10,41

26,49 23,71 22,55 22,29 17,54 16,37 16,12 9,56 8,99

34,60 36,91 32,64 33,25 29,48 29,66 25,44 13,41 14,61

23,29 18,82 20,12 18,20 18,41 21,48 18,74 16,01 19,04

USD USD USD USD EUR USD USD USD EUR

Timothy RV Parton; Joseph Wilson; Ben Rogoff; Nick Evans; Fatima Lu; John P. Scandalios; James Cross; Jonathan Curtis; J. Bradley Slingerlend; Denny Fish; HyunHo Sohn Peter Lingen; John Gladwyn; Alison Porter; Graeme Clark; Richard Clode; Sylvie Sejournet; Olivier Djopwouo; Stanislas Effront; Jonathan Ingram; John Baker; Alex Whyte;

UK EQUITY LARGE CAP G lobalAccess UK Opportunities Z Acc GBP Threadneedle UK Extnd Alpha Ins Acc GBP

ABC ABC

-4,49 -4,63

-15,11 -13,55

17,27 20,06

GBP GBP

Stephen Peters Chris Kinder

US EQUITY LARGE CAP BLEND Wells Fargo (Lux) WF USAllCpGr I USD Acc Franklin US Opportunities A(acc)USD Ninety One GSF American Fran A Inc USD Santander GO North American Equity B Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc JPM US Select Equity A (acc) USD Pictet-USA Index P USD Amundi IS S&P 500 A4E-C Amundi IS MSCI North America AE-C AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp B $ Acc GS US CORE® Equity Base Acc USD Close T. Rowe Price US Eq I USD NN (L) US Enh Cr Concntr Eq X Cap USD BNP Paribas US Mul-Ftr Eq Cl Acc Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc Capital Group Inv Co of Amer(LUX) Z Merian North American Equity I USD Acc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

13,80 10,92 11,85 11,77 8,79 7,81 8,46 8,27 8,11 7,57 7,70 8,15 6,46 7,76 6,97 6,46 7,28

19,53 22,71 16,35 23,96 15,89 17,58 15,39 26,82 9,87 12,27 9,87 15,09 9,58 11,96 9,56 11,95 9,45 11,72 8,98 11,75 8,58 10,71 8,08 7,48 7,91 7,94 7,10 3,91 7,04 4,16 6,58 9,19 6,26 6,06

20,66 USD Bruce C. Olson; Thomas C. Ognar; Joseph M. Eberhardy; 18,72 USD Grant Bowers; Sara Araghi; 14,46 USD Paul Vincent 18,50 USD — 16,51 USD — 17,39 USD Steven G. Lee; Scott Davis; 16,49 USD Stéphane Cornet; David Billaux; 16,85 EUR Shan Zhao 17,11 EUR Arnaud Choblet 16,63 USD — 17,06 USD — 15,76 USD Jeffrey Rottinghaus 17,17 USD Vincent J. Costa 17,02 USD Laurent Lagarde; Henri Fournier; 18,12 USD Richard S. Nackenson 15,28 USD James B. Lovelace; Donald D. O'Neal; Joyce E. Gordon; 18,47 USD Ian Heslop; Amadeo Alentorn; Mike Servent;

US EQUITY LARGE CAP GROWTH MS INVF US Growth I MS INVF US Advantage I Brown Advisory US Equity Growth $ B Wells Fargo (Lux) WF USLrgCpGr IEUR Acc T. Rowe Price US Blue Chip Eq Q USD AB American Gr Ptf C Acc Seilern America USD U R Legg Mason CB US Lg Cp Gr A USD Acc MFS Meridian US Concentrated Gr A1 USD Amundi Fds Pinr US EqFdm Gr C USD C Vontobel US Equity C USD

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

26,41 21,33 21,32 20,72 17,72 17,39 16,64 14,97 14,47 11,27 9,69

23,21 19,72 16,97 17,57 18,32 15,10 15,35 16,60 16,12 15,81 15,48

US EQUITY LARGE CAP VALUE DWS Invest CROCI US Dividends USD LC MFS Meridian US Value A1 USD JPM US Value D (acc) USD AXA Rosenberg US Equity Alpha E (H)€ Acc Fidelity America A-Dis-USD

ABC ABC ABC ABC ABC

7,01 6,00 3,64 2,58 1,57 1,51 2,75 1,49 0,24 -1,30

6,86 0,44 -1,69 -0,14 -7,94

18,36 USD Julien Boulliat 16,90 USD Steven R. Gorham; Nevin P. Chitkara; Katherine Cannan; 17,87 USD Clare A. Hart; David Silberman; Andrew Brandon; 18,49 EUR — 15,54 USD Angel Agudo; Ashish Bhardwaj;

ABC ABC

9,75

12,01 10,47

11,91 9,19

19,25 23,50

USD USD

Curt J Organt Kenneth L. Fisher; Jeffery L. Silk; William J. Glaser; Aaron S. Anderson;

ABC ABC

8,37 3,62

9,50 4,00

10,97 -0,21

19,20 22,80

USD USD

Judith M. Vale; Robert W. D'Alelio; Geoffry Dailey; Pamela J. Woo;

ABC ABC ABC ABC

0,84 0,34 0,23 0,03

1,34 1,24 -1,21 -1,86

1,06 7,56 -3,03 -4,50

7,70 10,37 6,76 6,39

USD EUR EUR EUR

Rupert Mathews Paul Levene; Hart Woodson; Eric Bouthillier; Caroline de Bourleuf; Thorsten Vetter; Carolin Emrich;

US EQUITY SMALL CAP T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD Michael Hanson; Neuberger Berman US Sm Cap USD Instl Acc BNP Paribas US Small Cap Classic R CONVERTIBLES Salar A1 USD JPM Global Convert (EUR) D (acc) EUR BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C FvS Global Convertible Bond EUR RT

32  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

-3,53 -3,22

20,52 16,88 14,58 15,29 14,21 13,80 15,03 12,06 11,20 8,84 9,92

40,35 28,39 28,82 25,80 20,68 28,42 22,83 19,14 15,20 16,69 10,44

USD USD USD EUR USD USD USD USD USD USD USD

Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; Kenneth M. Stuzin Michael T. Smith; Christopher J. Warner; Larry J. Puglia Frank V. Caruso; John H. Fogarty; Vinay Thapar; Corentin Massin; Quentin Macfarlane; Peter Bourbeau; Margaret B. Vitrano; Jeffrey C. Constantino; Joseph Skorski; Paul Cloonan; Andrew Acheson; Edwin Walczak; Matthew Benkendorf;


JUAN SAN PIO Diretor comercial da Amundi ETF, Indexing & Smart Beta para a Península Ibérica e América Latina

Investimento responsável usando ETFs

O investimento responsável torna-se cada vez mais popular na medida que aumenta a conscientização dos investidores a respeito da importância das questões ambientais, sociais e de governança (ESG em inglês). Essa tendência afeta também os ETFs (fundos negociados em bolsa). No mercado europeo, em 2019, cerca de 16 bilhões de euros em novos ativos foram alocados aos ETFs que integram critérios ESG, este resultado é quatro vezes maior que os investimentos realizados em 20181 nesta mesma categoria de fundos1. FERRAMENTA DE INVESTIMENTO RESPONSÁVEL Existem várias maneiras de combinar investimento responsável e ETFs. Na Amundi, por exemplo, todos os ETFs excluem sistematicamente os fabricantes de armamento controverso2. Além disso, nossa política de engajamento e de voto nos permite dialogar com as empresas para melhorar suas práticas sociais e climáticas. Um investidor pode optar por um ETF que segue um índice de referência que inclui empresas com uma

notaçao ESG alta. Esses índices podem oferecer uma política de exclusão mais ou menos ampla (carvão, tabaco, etc.). Na família dos índices ESG, os investidores podem encontrar uma intensidade variável dos critérios aplicados. Os investidores também podem selecionar um ETF com um objetivo ESG específico. Por exemplo, índices com foco na redução de emissão de carbono que visam construir portfólios com menor impacto ambiental. TRANSPARÊNCIA E DESEMPENHO Para qualquer tipo de abordagem responsável adotada e sua intensidade ESG, os ETFs oferecem a vantagem de ter uma metodologia de construção totalmente transparente, pois acompanham um índice de referência específico. Portanto, os investidores têm clareza sobre os objetivos ESG estabelecidos. Os investidores não precisam sacrificar a performace de seus investimentos para agir de maneira responsável. Vários estudos, publicados pela equipe de pesquisa da Amundi3, mostram que

portfólios com alto desempenho ESG podem ter uma performance acima da média. Esse fenômeno pode ser devido ao melhor gerenciamento da governança ou dos riscos climáticos ligados aos títulos que fazem parte do índice de referência. TENDÊNCIA EM CRESCIMENTO Diferentes tipos de investidores adotam os ETFs ESG. Entre os investidores particulares, a geração dos millennials favorece particularmente esses produtos, pois eles estão cada vez mais sensíveis a essas questões e desejam que seus investimentos reflitam seus valores e tenham um impacto positivo na sociedade. Investidores institucionais, como fundos de pensão e companhias de seguros, respondem à demanda dos acionistas por uma atitude mais responsável em relação à alocação de ativos, de modo a selecionar, em particular, fundos que abordam as mudanças climáticas. Esses investidores desejam usar a sua influência para que as empresas adotem melhores políticas ESG. Esta prática tem como obje-

tivo evitar métodos de exclusão que reduzem o universo de investimento. Deve-se notar que os filtros ESG podem diminuir o número de ações do índice de referência e podem gerar um maior tracking error. SUCESSO NOS MANDATOS ESG O sucesso dos ETFs ESG não está a aumentar sozinho; também observamos um aumento significativo na implementação de critérios ESG em nossos mandatos. A maioria dos pedidos que a Amundi recebe de clientes europeus e asiáticos inclui uma dimensão de investimento responsável. Os pedidos são diversos. Alguns investidores desejam uma política de voto assertiva, outros possuem listas de exclusão extensivas e alguns priorizam os índices aplicando critérios ESG. Sistematizar o uso de ferramentas ESG e medir seu impacto em mandatos pode ajudar a responder diferentes tipos de necessidades dos investidores. (1) Fonte:Amundi ETF 31/12/2019 (2) Minas antipessoal, bombas de fragmentação, armas de urânio empobrecido. (3) Pesquisa Amundi - janeiro 2020

Informação Importante Documento dirigido a clientes profissionais, incluindo intermediários financeiros, e não se destina nem deve ser fornecido ao público. Este documento não está dirigido a cidadãos ou residentes nos EUA ou a qualquer pessoa de nacionalidade americana tal como está definido na regulação “US Securities Act de 1933”. A definição de cidadãos ou residentes nos EUA encontra-se nas menções legais do nosso site www.amundi.com. Documento de natureza publicitária, simplificado, reservado para os investidores portugueses e sem valor contratual. Não constitui em nenhum caso uma recomendação, pedido, oferta ou aconselhamento financeiro sobre investimentos. A Amundi não aceita qualquer responsabilidade, direta ou indireta, que possa resultar da utilização de qualquer informação aqui contida, nem será responsável por qualquer decisão tomada com base nesta informação. Investir implica riscos, os participantes do fundo podem perder a totalidade ou parte do capital inicialmente investido. Rentabilidades passadas não são garantia de resultados futuros. O valor patrimonial líquido (VPL) dos Fundos é publicado nos mercados bolsistas. De um modo geral, as participações dos Fundos adquiridas no mercado secundário não podem ser diretamente vendidas aos Fundos. Os investidores devem comprar e vender participações num mercado secundário através de um intermediário (por exemplo um corretor), podendo incorrer em despesas. Os investidores poderão pagar um valor superior ao VPL em vigor ao comprarem as suas participações e poderão receber um valor inferior ao VPL em vigor quando as venderem. A compra de unidades de participação deverá ter como suporte o último folheto informativo, KIID, estatutos e relatórios anual e semestral registados na CMVM. Para mais informação, consulte a documentação legal vigente, disponível gratuitamente sob solicitação prévia à Amundi Iberia SGIIC, SAU registada na CNMV com o número 31 (Paseo de la Castellana 1, Madrid 28046), ou no endereço www.amundi.pt ou através dos distribuidores autorizados em www.cmvm.pt. Antes de realizar qualquer subscrição, as pessoas interessadas devem assegurar-se que essa operação está permitida segundo a legislação vigente, comprovar as implicações fiscais e consultar os documentos legais em vigor. Deve garantir-se a devida adequabilidade dos riscos associados ao produto com os potenciais investidores, que devem ainda assegurar-se que entenderam o conteúdo do documento informativo. Está proibida a reprodução sem o consentimento prévio e por escrito da Sociedade Gestora. Os ETF estão registados no registo de organismos de investimento coletivo estrangeiros da CNMV nº 1495. Amundi Iberia SGIIC SAU: comercializadora principal em Espanha, supervisionada pela CNMV e inscrita com o nº 31. Amundi ETF designa a atividade de ETF da Amundi Asset Management, SAS (“Sociedade por ações, regime simplificado”), com um capital social de 1.086.262.605€ e aprovada pelo regulador francês (Autorité des Marchés Financiers - AMF) com o número GP 04000036 na qualidade de sociedade gestora de carteiras, Bd Pasteur 90 - 75015 Paris - França - 437 574 452 RCS Paris.


PANORAMA BARÓMETRO

FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

UBS (Lux) BFConvert Eurp EUR P EUR Acc

ABC

-1,20

-3,63

-6,15

8,89

EUR

Uli Sperl; Alain Eckmann;

COMMODITIES BROAD BASKET CS (Lux) CommodityAllocation EB USD

ABC

-7,74

-6,24

-15,40

11,63

USD

Christopher Schütz

ALTERNATIVE MISCELLANEOUS BSF Global Event Driven A2 USD

ABC

4,21

4,32

8,06

USD

Mark McKenna

GLOBAL MACRO JPM Global Macro Opps A (acc) EUR

ABC

4,65

4,34

6,54

EUR

Shrenick Shah; Josh Berelowitz; Benoit Lanctot;

LONG/SHORT CREDIT Pictet Absolute Ret Fxd Inc ZX USD Legg Mason WA Mcr OppBd A USD Acc GS Glbl Strat Macro Bd I Acc USD Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR M&G (Lux) Absolute Return Bond CI EURAcc Candriam Bds Crdt Opps C EUR Cap Vontobel Ttfr Abs Ret Crdt AH Hdg EUR BSF Fixed Income Strategies A2 EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

2,96 4,20 4,82 4,11 3,95 5,02 2,04 1,74 3,49 0,70 0,14 0,54 -0,04 1,03 0,15 0,52 -0,17 -0,41 0,05 -0,39 0,13

LONG/SHORT EQUITY Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp R EUR acc Schroder GAIA Sirios US Eq C Acc USD Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR Pictet TR - Atlas I EUR Janus Henderson UK Abs Ret R£ Acc Polar Capital UK Absolute Eq I EUR Hdg

ABC ABC ABC ABC ABC ABC

5,94 7,25 4,41 EUR Eric Bendahan 2,01 3,29 0,73 9,77 USD John F. Brennan 3,97 3,00 2,22 10,99 EUR John C. Armitage 1,16 4,19 2,08 EUR Matthieu Fleck -2,98 -0,61 1,04 7,52 GBP Luke Newman; Benjamin Wallace; 6,55 -1,34 -21,25 25,79 EUR

MARKET NEUTRAL Man GLG Alpha Select Alt ILH EUR Acc BSF European Absolute Return A2 EUR Pictet TR - Agora I EUR BSF Americas Div Eq Abs Ret A2 EUR H Man GLG European Equity Alt DN EUR Marshall Wce Tps MN UCITS EUR C Acc Merian Global Equity Abs Ret I EUR H Acc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

5,45 6,77 4,41 1,86 4,21 4,35 3,28 3,31 4,42 0,70 0,15 0,18 -0,67 -0,59 -1,16 0,83 -1,34 -0,84 -2,40 -5,96 -13,61

MULTIALTERNATIVE HSBC GIF Multi-Asset Style Factors IC DWS Concept Kaldemorgen EUR FC BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc UBAM Multifunds Alternative UC USD Pictet TR - Div Alpha J EUR Amundi Fds Abs Ret MS A EUR C Franklin K2 Alt Strats I(acc)EUR-H1 Invesco Global Targeted Ret Z EUR Acc LFIS Vision UCITS Premia R EUR LFIS Vision Premia Opportunities IS EUR

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

2,45 1,08 -0,50 0,89 -0,69 -0,30 -0,21 -1,38

AGGRESSIVE ALLOCATION MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD MFS Meridian Prudent Capital I1 USD BSF Managed Index Port Growth A2 EUR Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 CT EUR First Eagle Amundi International FU-C Santander Select Dinâmico B FIMA

ABC ABC ABC ABC ABC ABC

7,76 9,44 12,13 5,77 USD Barnaby M. Wiener; Edward Dearing; 7,38 9,69 6,13 USD Barnaby M. Wiener; David P. Cole; Edward Dearing; 2,73 3,73 12,61 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; 1,75 0,91 0,63 12,49 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 0,51 -0,47 -1,11 12,81 USD Matthew B. McLennan; Kimball Brooker; Julien Albertini; -0,84 -1,19 -1,72 9,49 EUR Marta Bretones

CAUTIOUS ALLOCATION G S Global MA Cnsv I Acc USD Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD NB PPR/OICVM FIMA Invest AR PPR FIMA Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR FvS Der erste Schritt R FvS - Multi Asset - Defensive RT Caixagest Seleção Global Moderado FIMA Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR BSF Managed Index Port Defesv A2 EUR JPM Global Income Cnsrv D (acc) EUR Caixa Inv Socialmente Resp FIMA M&G (Lux) Optimal Income C EUR Acc Caixagest Seleção Global Defensivo FIMA Santander Poupança Prudente FPR FIAA Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD BPI Moderado FIAF Amundi Rendement Plus P C

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

3,06 2,22 1,57 3,97 1,37 1,14 1,65 0,89 0,97 1,57 0,35 1,00 -0,05

34  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

2,22

3,88 1,54 1,24 1,06 0,38 -0,96 -1,11 -1,72 -3,03 -6,97

8,45 2,79 1,18 -0,33 3,51 0,53 -2,85 0,58 -9,79 -25,08

3,94 5,94 2,63 0,83 2,42 -2,98 1,92 0,46 1,43 2,79 1,04 1,72 0,88 3,05 0,86 2,45 0,78 1,22 0,64 0,66 0,31 0,21 0,14 -1,02 0,00 -1,29 -0,09 0,41 -0,09 -1,51 -0,29 -0,20 -0,31 0,78 -0,58 -1,26

6,25 USD Ella Hoxha; Andres Sanchez Balcazar; 9,00 USD — 6,16 USD Michael Swell; Jonathon Orr; 5,49 EUR Patrick Vogel 5,48 EUR Jim Leaviss; Wolfgang Bauer; 2,60 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; 2,42 EUR Chris Bowie 3,44 EUR Michael Krautzberger; Tom Mondelaers; Johan Sjogren;

3,12 EUR Charles Long; Nick Judge; 3,52 EUR David Tovey; Stefan Gries; 3,62 EUR Elif Aktug; Benoît Capiod; Vincent Ijaouane; 5,57 EUR Raffaele Savi; Travis Cooke; 4,54 EUR Neil Mason 6,16 EUR — 5,42 EUR Ian Heslop; Amadeo Alentorn; Mike Servent; 4,93 6,52 6,54 7,32 2,79 4,79 5,45 2,86 6,49 13,96

EUR EUR EUR USD EUR EUR EUR EUR EUR EUR

Mathieu Guillemet Klaus Kaldemorgen; Henning Potstada; Christoph-Arend Schmidt; Andrew Warwick; Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Robert J. Khoury Philippe de Weck; Federico Canè; Davide Cataldo; Francesco Dall'Angelo; Anthony Zanolla; Brooks Ritchey; Robert Christian; David Millar; Sebastian Mackay; Richard Batty; David Jubb; Guillaume Dupin Guillaume Dupin

7,99 USD — 6,47 USD John Stopford; Jason Borbora-Sheen; 8,84 EUR Paulo Joaquim 8,02 EUR Paulo Monteiro 4,47 EUR Andrea Delitala; Marco Piersimoni; 2,72 EUR Elmar Peters; Wilhelm Wildschütz; 6,44 EUR Elmar Peters 6,83 EUR — 4,91 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 6,13 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; 4,93 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; 7,31 EUR — 7,01 EUR Richard Woolnough 3,51 EUR — 4,68 EUR Carmen Borondo 8,75 EUR Paul Read; Paul Causer; Stephanie Butcher; 4,17 EUR Eduardo Monteiro 6,14 EUR Yannick Quenehen; Alexandre Burgues;


FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO

RENTABILIDADE ANUAL

SELO

5 ANOS

3 ANOS

1 ANO

DADOS A 31-05-20 VOLAT. 3 ANOS

DIVISA BASE

GESTOR

ABC ABC ABC ABC ABC

-0,54 -0,84 -1,37 6,86 EUR Fernando Nascimento; Pedro Vieira; 0,09 -0,99 -1,89 8,05 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Nicole Fenner; 0,38 -1,08 -5,01 8,11 EUR Robert D. Arnott; Daniel J. Ivascyn; Christopher J. Brightman; 1,40 EUR -2,61 EUR

FLEXIBLE ALLOCATION FvS Multiple Opportunities II RT PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc Eurizon Azioni Strategia Flss Z EUR Acc BNP Paribas Target Risk Balanced Cl R AXAWF Global Optimal Income E Cap EUR MS INVF Global Balanced Income Z Invesco Balanced-Risk Allc A EUR Acc M&G (Lux) Dynamic Allocation C EUR Acc

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

3,77 2,29 1,28 -0,47 -0,01 0,24 0,12

MODERATE ALLOCATION Acatis Gané Value Event Fonds A T. Rowe Price Glb Alloc I USD GS Global MA Inc I Acc USD Allianz Income and Growth IT H2 EUR BGF Global Allocation A2 MFS Meridian Diversified Income I1 USD Fidelity Global Mlt Ast IncA-MInc(G)-USD MFS Meridian Global Total Ret A2 USD Invesco Global Income A USDH Acc FvS Multi Asset - Balanced RT Ruffer Total Return Intl C EUR Cap BSF Managed Index Port Mod A2 EUR Kames Global Diversified Inc EUR C Acc Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 AT EUR M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc Nordea 1 - Stable Return BP EUR Santander Private Moderado FIMA Santander Select Moderado B FIMA UBS (Lux) SF Balanced (EUR) P-acc BBVA DIF Multi-Asset Moderate EUR A Carmignac Pf Patrimoine A EUR Acc JPM Global Income A (div) EUR AS SICAV I Dvrs Gr I Acc EUR Caixa Wealth Moderado A FIMA Santander Rendimento FIMA

6,42 10,79 12,00 EUR Henrik Muhle; Uwe Rathausky; A B C 5,30 5,68 5,13 10,48 USD Charles M. Shriver A B C A B C 3,10 3,90 3,22 10,46 USD — 3,80 6,14 12,57 EUR Douglas G. Forsyth; Michael E. Yee; A B C 3,64 3,66 8,32 9,83 USD Russ Koesterich; David Clayton; Rick Reider; A B C 2,36 3,11 0,59 9,80 USD Geoffrey L. Schechter; Matthew W. Ryan; Richard R. Gable; A B C 2,94 2,17 -0,99 8,73 USD Eugene Peter Philalithis; Chris Forgan; George Efstathopoulos; A B C 2,48 2,13 2,45 9,39 USD Steven R. Gorham; Katrina A. Mead; Owen Murfin; Erik S. Weisman; A B C 2,34 2,62 2,12 -0,64 11,68 USD Paul Read; Paul Causer; Stephen Anness; ABC 2,74 2,00 4,56 8,39 EUR Elmar Peters ABC 1,78 1,34 11,09 6,25 EUR Jacques Hirsch; Alex Lennard; ABC 1,31 0,73 9,72 EUR Stephen Walker; Christopher Downing; Rafael Iborra; A B C 0,77 -2,82 11,16 EUR Vincent McEntegart; Jacob Vijverberg; A B C 0,29 0,27 9,04 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; A B C 0,44 1,49 0,19 -0,46 10,08 EUR Steven Andrew ABC -0,08 2,50 4,87 EUR Asbjørn Trolle Hansen; Claus Vorm; Kurt Kongsted; A B C 1,00 -0,52 -1,03 5,56 EUR Marta Bretones A B C -0,28 -0,77 -1,38 5,56 EUR Marta Bretones A B C -0,51 -1,16 -2,49 10,23 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Nicole Fenner; A B C 0,20 -1,27 -4,73 7,20 EUR JOSE MARIA DE YRAOLA AVENDAÑO; A B C -1,33 -1,28 6,32 6,49 EUR Rose Ouahba; David Older; A B C -1,52 -1,29 -4,56 8,78 EUR Michael Schoenhaut;Eric J. Bernbaum; A B C 0,04 -1,61 -5,11 8,52 EUR Not Disclosed A B C 4,09 EUR A B C -3,63 EUR A B C

P

R

TNE

AR

AR

R

P

I MGA Poupança PPR/OICVM FIAPR UBS (Lux) SF Yield (EUR) P-acc PIMCO GIS Strategic Inc Instl EURH Acc Caixa Wealth Defensivo A FIMA Santander Sustentável FIMA

TNE

A OPINIÃO DE JAIME PÉREZ MAURA Diretor de Desenvolvimento de Negócio, Allfunds

MANDATOS B2B Muito se fala dos custos na nossa indústria, mas o status quo faz com que os avanços neste sentido sejam demasiado lentos. Fala-se de custos, mas apenas o faz quem se pode permitir: por ser novo, por ser interessado em vender outra coisa, ou

3,92 3,07 0,73 0,70 -1,01 -1,30 -1,33 -2,07

6,35 9,29 1,95 0,14 -3,70 -3,84 -4,00 -3,09

8,64 4,87 8,13 7,85 9,30 6,60 7,57 11,61

EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR

Bert Flossbach Mihir P. Worah; Geraldine Sundstrom; Corrado Gaudenzi Tarek Issaoui; Fabien Benchetrit; Serge Pizem; Stéphane Castillo-Soler; Andrew Harmstone; Manfred Hui; Scott E. Wolle Juan Nevado; Craig Moran;

como uma ferramenta desesperada de marketing, como se fossemos crianças: a gestão passiva é boa e barata, a gestão ativa é má e muito cara; um ETF é barato, um fundo é caro. Divisões assim, ingénuas, caem por terra entre profissionais como nós, mas causam furor entre o público, geram confusão e entendo que para muitos, também negócio. Mas pode-se sim tentar melhorar o modelo a partir de dentro, entre quem tem a obrigação de liderar, conciliando interesses e adaptando realidades. Como? Voltando aos princípios da indústria, mutualizando o investimento, premiando os melhores e controlando os custos. Simples? Não. Possível? Agora talvez mais um pouco, graças a iniciativas como a que acabámos de lançar

no Allfunds, com uma plataforma B2B de mandatos de gestão, soluções de investimento que darão acesso à rentabilidade dos melhores gestores ao menor custo possível, tudo isso graças à escala e às sinergias entre agentes na cadeia: gestoras, selecionadores e distribuidores. Abre-se assim uma nova via, uma alternativa dentro do mesmo modelo, sem a ingenuidade de outrora, sem matar ninguém da cadeia, fazendo de mais e não de menos, subtraindo custos, somando qualidade. Nasce uma opção a que o mercado local não tem tido acesso, uma alternativa possível, uma realidade incontestável no mundo anglo-saxónico e que queremos liderar a partir da nossa plataforma. Liderando através da transformação, ampliando horizontes, somando alternativas. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 35


PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

Barómetro

MARÇO E ABRIL

por Catarina Vimagre

MERCADO EUROPEU DE

na Europa

EM ABRIL, REC Em abril, o mercado europeu de fundos de investimento cresceu 601,3 mil milhões de euros face a março, altura em que atingiu um mínimo não visto desde 2017.

FUNDOS INTERNACIONAIS QUE MAIS CAPTAM

(PRODUTOS EUROPEUS DISTRIBUÍDOS EM VÁRIOS PAÍSES) EM AÇÕES

EM ABRIL 2020

FUNDO

EM MULTIATIVOS E OUTROS FUNDO

VOL.

Xtrackers MSCI Europe UCITS ETF

674

iShares Core Euro Corporate Bond UCITS ETF

2.257

WisdomTree WTI Crude Oil

1.119

BlackRock Global Funds W. Healthsc. ABC

640

PIMCO GIS Global Inv. Grade Credit ABC

2.214

Invesco Physical Gold ETC

674

iShares Core MSCI World UCITS ETF

540

iShares $ Corporate Bond UCITS ETF

1.919

Flossbach von Storch Multiple Opportunities

403

Allianz China A-Shares

410

DCI Investment Grade Corporate Bond

940

iShares Physical Gold ETC

374

iShares NASDAQ 100 UCITS ETF

399

Robeco High Yield Bonds

866

Flossbach von Storch Multiple Oppo. II ABC

305

BlackRock Inst. Europe Equity 1

389

Focused Fund Corporate Bond USD

839

CS (Lux) Credit Suisse HtC Fund

247

Morgan Stanley-Global Opportunity ABC

382

NN (L) US Credit ABC

786

BlackRock Liability Sol. II £ Tailored Fund V

244

BlackRock GF World Technology

373

PIMCO GIS Income Fund ABC

715

Allianz Income and Growth ABC

202

UBS (Lux) Equity China Opp. (USD) ABC

346

JPMorgan Global High Yield Bond

683

MFS Meridian Prudent Wealth Fund ABC

181

Wellington Global Quality Growth

340

Mercer Tailored Credit Fund

667

WisdomTree Brent Oil 1 mth

180

FUNDO

EM MARÇO 2020

EM OBRIGAÇÕES VOL.

VOL.

FUNDO

VOL.

FUNDO

VOL.

FUNDO

VOL.

iShares Core MSCI Europe UCITS ETF (Inc)

1.034

Focused Sicav - US Treasury Bond USD

5.317

Invesco Physical Gold ETC

1.559

Vanguard Funds Plc - V. FTSE A.W.H.D.Y.U. ETF

1.021

Focused Sicav - High Grade Bond USD

1.637

iShares Physical Gold ETC

1.358

1.240

Amundi Physical Gold ETC

iShares STOXX Europe 600 (DE)

766

Focused Sicav - High Grade L. Term Bond EUR

iShares Core FTSE 100 UCITS ETF

659

Vanguard Inv. S. Plc - V.US.T.I.P.S. Index Fund

Lyxor CAC 40 (DR) UCITS ETF

647

Vanguard Funds Plc - V. FTSE A.W.UCITS ETF

619

Lyxor UCITS ETF EURO STOXX 50

771

772

Allianz Gl. Investors Fund - Allianz Vol. Strategy

Mercer Global Investments - G.High Yield Bond

677

Midgard Fixed Income Fund

Focused Sicav - High Grade L.Term Bond USD

587

SEI Global Master - Global Managed Volatility

211

568

iShares $ Corporate Bond UCITS ETF

557

Cartesio Income

187 170

386 215

512

SSgA SPDR Barclays C. 1-3 Y. Eur. Gov. Bond ETF

462

Man Funds VI plc - Man AHL TargetRisk

iShares Core MSCI World UCITS ETF

477

State Street EUR Liquidity St. VNAV Fund

400

Mercer QIF - Synthetic Eq.-Linked Real Bond

127

Allianz Global Investors Fund - A.E.E.G. ABC

443

JPMorgan Funds - Gl. Gov. Bond Fund

WisdomTree Physical Gold

124

Fidelity Funds - E. D. G. Fund

ABC

Fonte: Broadridge FundFile e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.

36  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

361


E FUNDOS DE INVESTIMENTO

CUPERAÇÕES MIL

RECUPERAÇÃO

Em abril, recuperações mil. Apesar das quedas sofridas em março, o

DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM ABRIL OUTROS

MISTOS

MONETÁRIOS

MONETÁRIOS DINÂMICOS

118.971

541.158

938.820

13.802

5.229.080

731.228

40.927

176.889

140.328

2.405

1.352.398

171.625

149.069

159.463

17.256

6.023

625.845

97.126

167.302

46.456

55.481

203.770

7.154

577.290

Suíça

187.275

227.018

43.995

62.027

28.397

3.773

552.485

Itália

186.051

67.666

10.386

211.650

25.262

1.130

502.145

Suécia

54.205

238.931

4.903

49.020

19.177

0

366.236

MERCADO

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

Internacional (*)

1.717.750

1.898.577

Reino Unido

260.623 122.410

Alemanha França

Espanha TOTAL

TOTAL

74.993

34.271

19.552

40.033

7.673

276

176.798

2.939.254

3.786.174

471.303

1.401.653

1.438.366

37.208

10.073.958

DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LIQUÍDAS NA EUROPA EM MARÇO E ABRIL MERCADO Internacional (*) Reino Unido Alemanha

OBRIGAÇÕES

AÇÕES

OUTROS

MISTOS -23.941

MONETÁRIOS 28.601

MONETÁRIOS DINÂMICOS -3.571

TOTAL

-113.401

-46.439

-1.262

-9.763

2.489

534

-3.243

11.138

-295

-160.013 859

-684

-5.232

-472

-1.459

2.604

-570

-5.813 -39.165

França

-2.251

1.295

162

-2.204

-35.157

-1.010

Suíça

-3.207

5.386

1.611

-62

93

110

3.930

Itália

-3.046

-268

-149

-2.374

4.155

-257

-1.939

Suécia

-5.070

-5.742

-380

-868

3.503

0

-8.557

Espanha

-3.272

611

-494

-1.489

894

-15

-3.765

-140.695

-47.899

-451

-35.640

15.830

-5.608

-214.463

TOTAL

O TRIMESTRE ENCERROU AINDA A RECOMPOR-SE DOS MOVIMENTOS SINCRONIZADOS DE QUEDA ENTRE AS DIVERSAS CLASSES DE ATIVOS DE RISCO JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 37

*Inclui Luxemburgo e Dublin. Dados em milhões de euros

Q

uedas, volatilidade, cortes de taxas, pacotes de estímulos… Todos estes termos serviam para descrever o início do mês de março, tudo graças aquela que é agora a suspeita do costume, a pandemia de COVID-19. O trimestre encerrou ainda a recompor-se dos movimentos sincronizados de queda entre as diversas classes de ativos de risco. Nas ações, os ETF foram a luz ao fundo do túnel para muitos investidores. Estes produtos presentes no top 10 obtiveram, em média, captações de 724 milhões de euros. Entre os 10 fundos que mais captaram apenas dois não são de gestão passiva: o Fidelity Funds European Dynamic Growth Fund e o Allianz GIF Europe Equity Growth. Curiosamente, estes dois produtos ostentam o Selo FundsPeople em 2020, ambos com as classificações de Favorito dos Analistas e Blockbuster. Do lado das obrigações, os fundos que obtiveram um volume de subscrições líquidas mais elevado foram produtos que investem em obrigações soberanas, como o Focused Sicav - US Treasury Bond USD que captou 5,31 mil milhões de euros, ou em high grade como o Focused Sicav - High Grade Bond USD, que captou 1,64 mil milhões de euros.


PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS

O MERCADO EUROPEU DE FUNDOS DE INVESTIMENTO CRESCEU 601,31 MIL MILHÕES DE EUROS FACE A MARÇO início do segundo trimestre também deu o tiro de partida para a recuperação das diversas classes de ativos. Através dos dados recolhidos pela Broadridge e pela J.P. Morgan AM, exclusivamente para a FundsPeople é possível verificar que o mercado europeu de fundos de investimento cresceu 601,31 mil milhões de euros face a março, altura em que atingiu um mínimo não visto desde 2017. Se olharmos para a distribuição das captações líquidas na Eu-

ropa em março e abril, verificamos que apenas o segmento dos monetários está em terreno positivo. No mês em análise, o barril do petróleo Brent, o de referência na Europa, sofreu quedas de 30% naquela que foi a maior queda intradiária desde 1991. Contudo, ao nível das captações é precisamente um fundo que investe nesta matéria-prima que lidera a tabela. O WisdomTree WTI Crude Oil obteve captações líquidas

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM MARÇO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS BNY Mellon Vanguard Legal & General

5.287 1.161

SEM MONETÁRIOS Vanguard

1.161

MMC/Mercer

1.107

1.065

Northern Trust

517

Northern Trust

659

Prudential Fin.

266

MMC/Mercer

442

Cartesio Inv.

265

GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM ABRIL Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS

SEM MONETÁRIOS

JP Morgan AM

24.761

BlackRock

8.145

BlackRock

13.612

PIMCO

4.188

DWS

5.973

UBS

2.605

Goldman Sachs

5.619

JP Morgan AM

2.490

HSBC

5.126

DWS

38  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

2.101

de 1,12 mil milhões de euros. No top 10 está outro fundo da WisdomTree, o WisdomTree Brent Oil 1 mth, que também investe em petróleo. O ouro, o famoso ativo-refúgio, também esteve em destaque graças aos ETF Invesco Physical Gold ETC e iShares Physical Gold ETC, muito embora as captações conseguidas tenham sido mais baixas comparativamente com o mês anterior.

ENTIDADES

Olhando para captações por entidades, é possível observar a discrepância entre os dois meses. Em março, o volume de captações manteve-se em linha com o que temos vindo a registar nos últimos meses. Porém, em abril, duas entidades americanas registaram um volume de captações atípico pelo seu montante absoluto. A primeira foi a J.P. Morgan AM. No segmento que inclui os fundos monetários, a casa gestora atingiu um estrondoso volume de captações: 24,76 mil milhões de euros. A segunda foi a BlackRock. A entidade conseguiu captações na ordem dos 13.61 mil milhões de euros que, embora sejam acima da média, estão longe do montante alcançado pela congénere norte-americana.


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TENDÊNCIAS CAPA por Catarina Vinagre

ANA ONOFRE

Montepio Gestão de Activos

SELECIONADORES FAVORITOS

SOFISTICAÇÃO E SANGUE-FRIO

ELISABETE PINTO PEREIRA

Novo Banco

Os responsáveis de vendas das entidades gestoras internacionais voltaram às urnas para participar na sétima edição da votação que apura quem são os selecionadores portugueses favoritos.

2

020 tinha quase tudo para correr bem. As perspetivas eram otimistas, embora cautelosas, mas nada fazia prever que um surto na China rapidamente tomaria as proporções de uma pandemia e conseguisse dar um valente abanão às economias e sociedades de todo o mundo. Na estrutura de negócio da gestão de ativos pouca coisa mudou, mas os desafios adensaram-se, tanto para os sales das gestoras internacionais, como para

40  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

os selecionadores de fundos. Desta feita, não podia ser mais oportuno perceber quais destes últimos profissionais se destacam neste ambiente, em terreno nacional. Assim, os responsáveis de vendas das gestoras internacionais que atuam em Portugal voltaram então a ser chamados às urnas para votar nos seus selecionadores de fundos favoritos. Nesta que já é a sétima edição da votação, ficámos a conhecer quem são os 28 magníficos, muitos deles presenças assíduas entre os preferidos.


ANDRÉ AMADO PINTO, CFA

CARLA VEIGA

CARLOS PINTO

DUARTE FRANSCISCO

BPI Gestão de Ativos

GNB Gestão de Ativos

Optimize IP

DWM do Millennium bcp

FRANKLIN SILVA

GUILHERME CARDOSO

GUILHERME ONOFRE PIEDADE

INÊS CORREIA

Golden Wealth Management

DWM do Millennium bcp

Seguindo uma ordem alfabética, o top 20 é constituído por: Ana Onofre, da Montepio Gestão de Ativos, André Amado Pinto, da BPI Gestão de Ativos (pela quinta vez consecutiva), Carla Veiga, da GNB Gestão de Ativos (pela sétima vez consecutiva), Carlos Pinto, da Optimize IP, Duarte Francisco, da DWM do Millennium bcp (pela terceira vez consecutiva), Elisabete Pinto Pereira, do Novo Banco, Franklin Silva, da Golden Wealth Management,

Caixa Gestão de Ativos

DWM do Millennium bcp

Guilherme Cardoso, da DWM do Millennium bcp, Guilherme Onofre Piedade, da Caixa Gestão de Ativos, Inês Oliveira, da DWM do Millennium bcp (pela sexta vez consecutiva), João Pina Gomes, do ABANCA, João Pisco, do Bankinter Research (pela segunda vez consecutiva), Luís Andrade, da IM Gestão de Ativos, Luís Sancho da BBVA AM, Marta Martins, da GNB Gestão de Ativos (pela segunda vez consecutiva), Miguel Taledo de Sousa, da BankinJULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 41


TENDÊNCIAS CAPA JOÃO PINA GOMES

JOÃO PISCO, CFA

LUIS ANDRADE, CFA

LUIS SANCHO

ABANCA

Bankinter Research

IM Gestão de Ativos

BBVA AM

MIGUEL TALEDO DE SOUSA

RENATO ROCHA

RICARDO LÍBANO

RUI BROEGA

Bankinter GA

Atrium

IM Gestão de Ativos

ter Gestão de Ativos, Renato Rocha, da Atrium, Ricardo Líbano, da IM Gestão de Ativos (pela terceira vez consecutiva), Rui Broega, do BiG (pela sétima vez consecutiva), e Rui Machado, da IM Gestão de Ativos (pela sétima vez consecutiva). A forma como os selecionadores de fundos portugueses reagiram ao crash de março causado pela COVID-19, foi, para os responsáveis de vendas das gestoras internacionais, mais uma prova do seu grande valor 42  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

BiG

e não pouparam elogios relativamente à forma como estes profissionais lidaram e geriram investimentos e expectativas na conjuntura causada pela COVID-19.

LIQUIDEZ

Nesta conjuntura de mercado, que se caracterizou por movimentos sincronizados de queda entre as diversas classes de ativos de risco, os profissionais inquiridos viram os selecionadores de fundos nacionais


RESTANTES VOTADOS (por ordem alfabética)

MARTA MARTINS

GNB Gestão de Ativos

ANDREIA LOURENÇO BRITO

Banco BPI

JOAQUIM CARITA

RUI MACHADO

IM Gestão de Ativos

A FORMA COMO OS SELECIONADORES DE FUNDOS PORTUGUESES REAGIRAM AO CRASH DE MARÇO FOI, PARA OS RESPONSÁVEIS DE VENDAS DAS GESTORAS INTERNACIONAIS, MAIS UMA PROVA DO SEU GRANDE VALOR

ABANCA

PAULO GONÇALVES

Santander Totta

PAULO MONTEIRO

Invest Gestão de Ativos

RICARDO DUARTE SILVA

CA Gest

TERESA BOTELHO

Credit Suisse

TIAGO GASPAR

Banco Carregosa

VASILYA MUSTAFINA

Helvetica

focarem-se nas verdadeiras questões técnicas, questões essas que ganham relevância em contextos de disrupção do normal funcionamento de mercado. A correlação entre as classes de ativos foi um fator que os profissionais tiveram debaixo de olho, mas as principais preocupações que os sales auscultaram do lado dos selecionadores durante a crise prenderam-se com a liquidez dos fundos e solvência dos emitentes, em particular nos produtos de fixed income. O encerramento

de estratégias e o swing pricing também estiveram frequentemente em cima da mesa, num período em que os profissionais nacionais se esforçaram para garantir a integridade dos retornos de todos os participantes. Os responsáveis de vendas a operar em Portugal resumem, no entanto, as necessidades dos clientes numa palavra: informação. Porém, realçam também que estes profissionais privilegiaram a qualidade dessa informação ao invés da quantidade, solicitando JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 43


P

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TENDÊNCIAS CAPA

AR

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A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Diretor de Clientes Institucionais e do Mercado Português, Schroders

QUATRO VERDADES ACENTUADAS PELO COVID-19

ENTIDADES QUE RESPONDERAM Aberdeen SI

Groupama AM

Strategies

Alliance Bernstein

J.P. Morgan AM

Morgan Stanley IM

Allianz GI

Janus Henderson Investors

NN IP

Jupiter AM

Nordea AM

Carmignac

a Financière De L L’Echiquier

Robeco

DNB AM

Legg Mason IM

Eurizon Capital

Liontrust AM

Fidelity International

M&G Investments

UBS AM

MCH Investment

Vontobel

BNY Mellon IM Candriam

Schroders T. Rowe Price

A CAPACIDADE DE MANTEREM A CALMA E UMA POSTURA ANALÍTICA E PROFISSIONAL EM MOMENTOS TURBULENTOS, É A QUALIDADE QUE OS VENDAS MAIS APRECIAM apenas informações relevantes e concisas de que precisavam no momento.

SANGUE-FRIO

Há, entre os responsáveis de vendas, unanimidade quanto às características que definem o trabalho dos selecionadores portugueses perante a volatilidade que assolou os mercados em 2020. A capacidade de manterem a calma e de adotarem uma postura analítica e profissional, até nos momentos mais turbulentos e incertos como na crise da COVID-19, é a qualidade que 44  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

os vendas mais apreciam e que mais destacam no atual contexto, mas não é a única. Para os profissionais das gestoras internacionais, os selecionadores portugueses além de demonstrarem uma enorme sofisticação e uma grande capacidade de diligência na tomada de decisões, têm um profundo conhecimento do mercado e dos fundos. Isto permitiu-lhes analisar corretamente as particularidades da correção vivida e, ao movimentarem pouco as carteiras, acabaram por beneficiar da recuperação do mercado.

Um ano antes da pandemia, traçámos uma série de verdades incontornáveis que marcariam a próxima década. O COVID-19 parece estar a acentuá-las, com novos desafios também para mercados e investidores: 1: taxas de juro baixas: famílias e empresas já mostram maior apetência em poupar e mais resistência em consumir, o que penaliza o crescimento e impede a normalização das taxas de juro. 2: despesas de saúde sobem: a dívida pública do G20 pode subir aos 150% do PIB até final de 2021, prevê o FMI, face ao aumento das despesas com os sistemas de saúde pública, com o Covid-19. Este aumento continuará a subir, com mais dívida e défice para ser compensados. 3: Populismo cresce: com a fraqueza da atividade e salários a gerar mais desigualdade e descontentamento, cresce a procura por soluções populistas. A braços com dívida e défice excessivos, os governos populistas tenderão a optar pela via da inflação e não da austeridade. Esta opção pode levar, no limite, a uma hiperinflação que destrói o valor do dinheiro. 4: Tecnologia acelera: a pandemia está a levar muitas empresas a repensar a distância das suas cadeias de abastecimento, o que poderá gerar uma relocalização, com mais desemprego nos países emergentes e mais automação nos desenvolvidos. Inteligência artificial e robótica têm potencial para acelerar e, a prazo, podem reforçar a produtividade. Para já acarretam redundância e perda de emprego, com mais insatisfação e simpatia pelos populismos.


SOLUÇÕES MULTIACTIVOS PARA GERAR RENDIMENTOS MAIS SÓLIDOS

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Este documento é de natureza promocional e, como tal, as opiniões que constam do mesmo não deverão ser encaradas como um conselho ou uma recomendação de compra ou venda de qualquer investimento ou participação no produto ou produtos aqui referidos. Importa salientar que o valor dos investimentos e o rendimento decorrente dos mesmos poderá oscilar consoante as condições de mercado e os acordos tributários, podendo os investidores não vir a receber a totalidade do montante investido. Tanto o desempenho como a rentabilidade obtida no passado poderão não constituir um indicador fiável do desempenho a obter no futuro. Não existe qualquer garantia de que qualquer previsão efetuada se venha a concretizar. O Documento de Informações Essenciais do Investidor (KIID) e qualquer documento de oferta local aplicável estão disponíveis, sem encargos, a pedido, junto do emissor JPMorgan Asset Management (Europe) S.à.r.l., European Bank & Business Centre, 6 route de Trèves, L-2633 Senningerberg, Grão-Ducado do Luxemburgo, do seu consultor financeiro, do seu distribuidor local ou do seu representante habitual da J.P. Morgan Asset Management. Poderá aceder à Política de Privacidade EMEA em www.jpmorgan.com/emea-privacy-policy A J.P.Morgan Asset Management (Europe) S.à r.l. é a entidade distribuidora global da J.P. Morgan Investment Funds e da J.P. Morgan Funds e encontra-se sujeita à supervisão da Commission de Surveillance du Secteur Financier do Grão-Ducado do Luxemburgo. A comercialização do referido organismo de investimento coletivo em Portugal foi devidamente comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, cumprindo as disposições legais, regulamentares e administrativas em vigor. LV-JPM52542 | 01/20 | 0903c02a827e1285


TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Regina R. Webb

ESTAR COM O CLIENTE… SEM ESTAR COM O CLIENTE Como se adapta ao confinamento global uma profissão que bebe tanto das relações sociais? É uma pergunta que a indústria inteira teve que responder on going. Porque embora as reuniões físicas tenham tido uma pausa, o negócio da gestão de ativos teve que continuar. 46  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


N

em um CEO tecnológico, nem a geração millennial; o verdadeiro impulsionador da revolução digital foi o COVID-19. Como assinala Javier Mallo, responsável da Legg Mason para Portugal e Espanha, desta crise saíram reforçadas as gestoras que tenham realizado investimentos muito potentes em tecnologia. É uma aposta que também defendem a partir da Schroders. Com espaços de trabalho virtuais, os gestores, analistas, e traders têm a mesma experiência a partir de casa, do seu escritório ou onde faça falta. “O ponto chave tem sido que a tecnologia seja fiável e versátil”, afirma Carla Bergareche, diretora geral para Portugal e Espanha. Tal como os bancos centrais, as gestoras sacaram de toda a artilharia necessária para conservar a relação com o cliente. “90% dos nossos funcionários continua a trabalhar a partir de casa e com um volume de reuniões e conexões com os nossos clientes que se tem multiplicado por quatro”, assegura Sophie del Campo, diretora geral da Natixis IM para a Península Ibérica, América Latina e US Offshore. “Tudo isto permite que o facto de voltar ao escritório não seja uma urgência nestes momentos, já que estamos igualmente conectados e a prestar os mesmos serviços remotamente”, acrescenta nesta linha Beatriz Barros de Lis, diretora geral da AXA IM para Portugal e Espanha.

ANTECIPAR-SE

Webinars, conference calls, vídeo-chamadas ou simplesmente um e-mail. São formatos que têm explorado e cimentado na indústria em questão de semanas. E os clientes têm correspondido. “O número de participantes de toda a Europa nas apresentações tem quase triplicado comparativamente com os de assistentes físicos”, reconhecem a partir da Allianz Global Investors, gestora que

A TECNOLOGIA ABRIU NOVAS PORTAS: O NÚMERO DE ASSISTENTES NAS APRESENTAÇÕES CRESCEU. O INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA FOI CRUCIAL substituiu a sua tradicional conferência sobre Ásia, que se celebra em Berlim desde há mais de 10 anos, por uma semana de debates virtuais. Tão importante como oferecer o formato é pensar no conteúdo. Compilar e priorizar são os termos que destaca Mallo como chave. Porque como bem recorda Nabil El-Asmar Delgado, responsável da Vontobel AM para a Península Ibérica, este contexto coincidiu com um dos maiores episódios históricos de stress nos mercados: “O desafio que a indústria enfrentou era duplo. Mesmo estando num modo de trabalho normal, a necessidade de comunicação foi muito elevada”. Antecipar-se é outro factor imprescindível. “Pretendemos que o investidor que possa necessitar de alguma informação sobre a DWS ou sobre as suas soluções as tenha já na sua bandeja de entrada”, resume Mariano Arenillas, director geral da DWS Ibéria. E o conteúdo deve-se adaptar ao cliente. Um selecionador pode estar mais disposto a conectar-se a um webinar em inglês com o gestor, enquanto que um banqueiro ou assessor procura um tratamento mais próximo com o responsável de vendas local. “E isso é algo que se continuará a fazer”, defende Sasha Evers, diretor geral da BNY Mellon IM para a Península Ibérica. “A tecnologia permite-nos chegar onde antes não se podia, a clientes novos, a cidades mais pequenas”.

Mas o excesso de oferta pode claramente transbordar para os clientes, que podem chegar a ver-se sobrecarregados, como reconhece El-Asmar. “Chegaram a ter de atender até 20 videochamadas num só dia”, conta. As pessoas querem informação relevante, sentencia Javier Ruiz Villabrille, responsável da Flossbach von Storch para Espanha. “O volume de e-mails e a quantidade de opções de seminários incrementaram-se exponencialmente; há que ir ao essencial”.

MAIS DO QUE UM PRODUTO

Carlos Aparício, responsável em Portugal e Espanha pela MFS IM, também reconhece que os clientes estão a ser bombardeados com e-mails e convites, mas que ainda apreciam conteúdo de qualidade. “Mesmo que seja como ruído de fundo enquanto trabalham”. É apetite por boa informação, inclusive mais além do mercado. Estão a notar mais interesse por atividades de valor acrescentado. “Muitos dizem-nos que o conteúdo de qualidade acerca, por exemplo, de como navegar a volatilidade dos mercados os ajuda no trabalho com os seus clientes”, contam Álvaro Fernández e Mario González, co-responsáveis da Capital Group para a Península Ibérica. Isto porque ajudar o cliente é muito mais do que oferecer o melhor fundo. “Num período de máxima incerteza, é mais relevante do que nunca ajudar JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 47


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TENDÊNCIAS NEGÓCIO

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A OPINIÃO DE JUAN CARLOS DOMINGUEZ Diretor de Vendas, AXA IM

COMPILAR, SINTETIZAR E SELECIONAR. OS CLIENTES CONTAM QUE CHEGARAM A TER 20 PROPOSTAS DE VÍDEOCONFERÊNCIAS NUM DIA.NÃO SATURAR DEVE SER UMA PRIORIDADE EM SI os nossos clientes a ler este contexto, a ter uma visão o mais completa possível do mesmo”, defende Álvaro Cabeza, responsável da UBS AM Ibéria. Na gestora suíça não duvidaram em servirse também de recursos externos para cumprir essa necessidade e organizar, via o seu programa Nobel Perspectives, conversas com diferentes Prémios Nobel de Economia. As dúvidas e as necessidades do cliente também estão a progredir. Sebastián Velasco, diretor geral da Fidelity para Portugal e Espanha, diria que agora estamos numa terceira fase. Ainda não está claro o que vai acontecer, e o posicionamento de muitos clientes perante esta situação ainda não está definido. “Não sabem se isto é uma fantástica oportunidade de compra ou se podemos revisitar os mínimos de março”, explica. Também o nota Martina Álvarez, diretora de Vendas para a Península Ibérica da Janus Henderson: “Agora vemos que começam a procurar novas ideias de investimento ou alternativas às recomendações atuais”.

NÃO REVOLUÇÃO

São esforços titânicos para adaptar-se e a maioria tem claro que muitas das mudanças permanecerão. “Pensemos naquilo que evitamos contaminar se não nos deslocarmos ao escritório todos os dias; no que poupamos em custos e tempo. Continuaremos a ir, mas menos”, aponta Gonzalo Rengifo, diretor geral da Pictet AM para a Península Ibérica e América 48  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Latina. Uma evolução, não uma revolução. “Continuaremos a desenvolver este tipo de oferta, inclusive transformando alguns eventos físicos em digitais”, reconhece Ignacio Lana, responsável para a Península Ibérica da Carmignac. “Mas asseguro-vos que estamos desejosos de voltar a ver os nossos clientes em pessoa de novo”. E é um sentimento que partilham o resto das entidades. “Teremos que conviver com o teletrabalho, mas não há que esquecer que estamos perante uma indústria de pessoas e que o contacto presencial é chave. Nada substitui o cara a cara, já que as videochamadas têm as suas limitações”, defende Álvaro Antón Luna, responsável de Aberdeen Standard Invesments para a Pensínsula Ibérica. Evers coincide: “Uma comunidade não se pode construir online e esta é uma indústria social”. Porque no final do dia o formato mudou; as pessoas, nem tanto. “Ao contrário de outros contextos, este mostrou mesmo o melhor de todos nós e a cooperação e compreensão cliente-fornecedor tem sido um exemplo a seguir”, defende Juanma Jiménez, responsável para a Península Ibérica da PIMCO. “Também tem sido uma boa prova para recordarmos que estamos conectados e que necessitamos de continuar conectados virtual e fisicamente”. Assim opina também Carlos Aparício: “Servir os nossos clientes continuará a ser o núcleo do que fazemos, seja no mundo online ou offline”.

CONETIVIDADE DIGITAL A pandemia de COVID-19 não gerou só más notícias no mundo empresarial. Muitas empresas registaram um aumento de procura dos seus bens e serviços durante este período. Muitas delas pertencem a setores chave da economia digital, o que explica o crescimento da conetividade digital na sociedade, que está a transformar a forma de trabalhar, comprar, socializar e um grande etc. Neste sentido, está a observar-se uma aceleração nas tendências de vários anos que definem o futuro. Embora existam alguns modelos de negócio digitais que têm tido dificuldades, espera-se que a transformação digital seja um importante foco de negócio nos próximos anos. As tendências relacionadas com o tema da economia digital, como o comércio electrónico, como a Amazon ou a Alibaba como principais exemplos; o consumo de meios digitais, como a Netflix, Eletronic Arts e Activision Blizzard; os pagamentos eletrónicos e a transformação digital não têm variado e poderão ganhar mais força, depois da instabilidade atual. Como sempre, os investidores de longo prazo não deverão deixar-se levar pelo pânico e terão que reconhecer as oportunidades que existem. Espera-se que beneficiem durante anos dos motores de crescimento estrutural da temática da economia digital.



TENDÊNCIAS GESTÃO por Javier Hoyos Oyarzabal

O CUST COBER PESA NA RENTABILIDADE DO INVESTIDOR DE OBRIGAÇÕES

As atividades da Fed desde o ano passado reduziram o custo de cobertura de forma notável, e conjuntamente com as recentes correções de curvas e spreads, abrem-se boas possibilidades para um investidor que investe em euros. 50  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


TO DA RTURA T

odos nós selecionadores de fundos temos olhado recorrentemente para a questão do hedging ou cobertura do risco de cambial. Questão que ainda hoje custa a alguns responsáveis de vendas clarificar quando as perguntas ganham profundidade. Este não é um artigo para ilustrar a origen do custo de hedging. Os forward de qualquer par de divisas originam-se como o spread entre as taxas de juro no mesmo prazo entre os depósitos das referidas divisas. Este é o custo principal, embora ao gestor que emprega o hedging se somem outros dois pequenos custos: o bid-ask spread da OTC (over the counter) que contrata, assim como o custo de

crédito ou risco de contrapartida que ocupa com a referida OTC. O gestor pode empregar forwards a distintos prazos para obter a sua classe coberta. Os prazos curtos podem ser mais líquidos do que um prazo de 12 meses, embora os custos de roll over por exemplo - quatro forwards a três meses num ano - possam aconselhar a contratar diretamente o prazo mais longo. Outra questão que também costumamos colocar é se foi coberto o valor da unidade de participação do fundo, ou seja, a totalidade do seu património, ou se o que foi coberto foi apenas a parte investida na divisa que se procura cobrir. Geralmente um fundo internacional com valor

O RISCO DE DIVISA É MAIS EVIDENTE NUMA CARTEIRA DE OBRIGAÇÕES DO QUE NUMA CARTEIRA DE AÇÕES JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 51


TENDÊNCIAS GESTÃO

RENTABILIDADE DAS CATEGORIAS SEGUNDO A DIVISA CATEGORIA

DIVISA BASE

2020

RENTABILIDADE 1 ANO

3 ANOS

5 ANOS

2015

2016

2017

2018

2019

EAA Fund Global Bond

Dólar US

0,06

3,62

1,88

1,85

-5,39

1,15

8,37

-3,47

5,92

EAA Fund Global Bond - EUR Biased

Euro

-2,91

-1,11

-0,59

-0,22

0,58

2,66

-0,41

-1,92

4,55

EAA Fund Global Bond - EUR Hedged

Euro

0,48

2,09

0,74

0,72

-1,07

1,86

1,17

-2,54

4,44

EAA Fund Global Bond - USD Biased

Dólar US

-5,14

-1,43

-1,54

-1,34

-2,31

2,27

4,92

-2,91

7,94

EAA Fund Global Bond - USD Hedged

Dólar US

1,63

5,05

3,34

2,78

-0,16

2,50

3,02

0,44

7,53

EAA Fund Global Flexible Bond

Dólar US

-3,68

0,51

1,03

1,84

-4,52

5,01

9,71

-5,80

7,19

EAA Fund Global Flexible Bond - EUR Hedged

Euro

-3,32

-0,63

-0,28

0,41

-1,10

4,25

2,74

-4,20

6,46

EAA Fund Global Flexible Bond - USD Hedged

Dólar US

-1,70

2,34

2,50

2,68

-0,85

4,59

5,31

-1,37

9,40

Fonte: Morningstar Direct com dados a 31 de maio de 2020. Os dados de rentabilidade estão expressos na divisa base correspondente.

da unidade de participação em dólares, mas com comissões noutras divisas como a libra, ou o franco suíço, por exemplo, optam por cobrir em euros apenas a percentagem do fundo investido em ativos denominados em dólares. Nestes casos, o custo de cobertura para o investidor da classe euro hedged é mais barata do que o simples diferencial de taxas entre ambas as divisas. Como outros selecionadores, normalmente optamos por classes euro hedged nos fundos de obrigações internacionais, optando pelas classes euro sem cobertura nos fundos de ações. O risco de divisa é mais evidente numa carteira de obrigações do que numa carteira de ações. Ilustro com um exemplo: umas T-bills de 2021 e umas ações da Apple negoceiam ambas em dólares, e eviden52  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

temente originam um risco de divisa em carteira; no entanto, enquanto que uma depreciação do dólar poderá ser devastadora na rentabilidade final que obterão os T-bills, o facto de a Apple obter boa parte das suas vendas fora dos EUA e que deverá consolidá-las num dólar mais débil, pode compensar, pelo menos a médio prazo, o efeito imediato da depreciação. No entanto, há gestores que, ou porque desejam eliminar permanentemente o risco divisa ou pela política de investimento, devem optar por fundos de ações euro hedged. Desde 2014 e até há relativamente pouco tempo, o enorme spread entre taxas entre o euro e o dólar encarecia notavelmente o custo de cobertura das classes euro hedged, que chegaram a registrar mais de 230 pontos base de diferencial de rentabilidade relati-


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A OPINIÃO DE NINA PETRINI Responsável de Gestão Passiva e ETF, UBS AM Ibéria

A APOSTA EUROPEIA PELOS ETF COM ESG O investimento sustentável é uma das prioridades da nossa indústria e os investidores estão a exigir cada vez mais a integração dos critérios ESG. Na Europa esta tendência é ainda mais evidente. A crise provocada pelo COVID-19 afetou fortemente os mercados em todo o mundo. Na Europa, temos

ATÉ HÁ RELATIVAMENTE POUCO TEMPO, O ENORME SPREAD DE TAXAS, ENTRE O EURO E O DÓLAR ENCARECIA NOTAVELMENTE O CUSTO DE COBERTURA DAS CLASSES EURO HEDGED

visto como os fluxos nos principais ETF europeus (ações e obrigações) se situaram rapidamente em território negativo, pelo que os investidores tiveram que ajustar a sua alocação tática para ter em conta uma maior incerteza, reduzindo a componente de risco da sua carteira (ações e obrigações). No entanto, as carteiras mais sustentáveis não experimentaram um impacto tão brusco e continuaram a sua trajetória de crescimento. Nos últimos 15 meses (referência a final de março), os ETF de ESG agregaram 20% do total de novos fluxos em ETF

vamente às classes dólar. Bons desempenhos nas classes dólar ficavam muito reduzidos nas classes cobertas. O investidor em euros não podia aceder a essas novíssimas YTM (yield to maturity) que reluziam nos relatórios. A forte descida de taxas por parte da Fed durante o ano passado e este 2020 reduziu o custo de cobertura de forma notável: em torno dos 80 pb, empregando forwards a 12 meses. E este facto unido às recentes correções de curvas e spreads abre boas possibilidades para um investidor de base euro. Não quero fazer publicidade a ninguém, mas destaco exemplos de fundos conhecidos no mercado. Um PIMCO Income em euro hedged com um custo médio ponderado de cobertura em torno dos 70 pb deixa uma YTM dos seus ativos em cerca de 4,90%. Um investidor que se cir-

cunscreve apenas à área euro deverá acudir ao segmento high yield para encontrar uma YTM semelhante, mas desde logo com um risco de crédito muito diferente. Em mercados emergentes, um Muzinich Emerging Market Short Duration, com um custo médio ponderado de cobertura de 60 pb oferece, com uma duração algo superior a dois anos, uma YTM de 7%. São rentabilidades que depois de custos pagam pelo risco de crédito assumido. Inclusive muda a perspetiva do próprio ativo sem risco (se é que tal conceito continua a existir): um ETF como o Xtrackers II US Treasuries UCITS com uma YTM de 53 pb deixaria -27 pb teóricos e o breakeven num ano a um investidor em euros coberto; mau, mas menos mau do que os -50 pb das bunds com a mesma duração.

europeus. E se analisamos mais a fundo o segmento na Europa, vemos que no último ano aconteceu um forte crescimento e em janeiro alcançavam os 119 produtos. Também os ativos sob gestão aumentaram a um ritmo impressionante, chegando a triplicar em 2019. A maioria destes ativos são de ações, mas o aumento dos ETF de obrigações com critérios ESG foi rápido. Quase 80% das soluções passivas com critérios ESG atualmente disponíveis são de ações (UBS AM, janeiro 2020). No entanto, o número de ETF de obrigações com critérios ESG duplicou no último ano, o que releva a necessidade de integrar fatores ESG em obrigações à medida que os reguladores aumentam a pressão sobre outros setores na industria. Lançámos os nossos primeiros ETF de ESG em 2011, e hoje temos 31% de quota na Europa. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 53


TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

por MIguel Rêgo, CFA

SERÁ QUE OS FÍSICOS VÃO SUBSTITUIR OS FINANCEIROS? Vários profissionais no universo dos modelos e gestão quantitativa e alternativa em Portugal juntaram-se à mesa virtual para trocar ideias sobre o futuro da profissão de gestor de ativos.

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ientistas ou gestores? Especialistas em gestão de ativos ou em modelos científicos? Traders ou matemáticos? Certamente que alguns dos profissionais que se juntaram com a FundsPeople numa mesa virtual para discutir o futuro da profissão de gestor de ativos terão cada vez mais dúvidas do que deveriam colocar no cartão de visita ou no LinkedIn. O futuro da profissão de gestor ou trader esteve em cima dessa mesa e a conclusão é animadora. Há lugar para financeiros e cientistas nas profissões de investimentos. Para Estêvão Oliveira, da equipa de análise quantitativa do Haitong em Portugal, os jovens de hoje em dia têm que “esquecer a ideia de que aprender a programar é 54  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

automaticamente sinónimo de que vão ter sucesso no mercado. Igualmente, que ser muito bom a matemática ou física representa, só por si, uma competência para ter bons resultados em investimentos. Todos nós enfrentamos os mesmos problemas comportamentais, apesar de acharmos sempre que somos diferentes. Na nossa equipa, por exemplo, eu e o Nuno [Silvestre] combinamos muito bem. Ele é muito bom com as matemáticas e eu tenho uma grande experiências de mercado. Já vi e passei por muita coisa”, introduz. Para o especialista, no entanto, “é certo que vamos usar cada vez mais ferramentas de machine learning ou deep learning para complementar o trabalho. Automatizar mais e mais o que estamos a

fazer, mas, no final, vamos ter que estar sempre lá para separar aquilo que é sinal daquilo que é ruído. Passar do nível de integração da inteligência artificial que temos agora para um full A.I. vai ainda demorar um bocado”. Para José Pinto Basto, da PASS, uma fintech nacional que desenvolve modelos de investimento quantitativos e baseados em big data, há também um aspeto importante que se tem que ter em consideração: os reguladores. Para o profissional, “à medida que os modelos de inteligência artificial evoluem, os reguladores vão ter que acompanhar”. Já no dia a dia e na sua relação com os modelos de investimento da casa com que colabora vê frequentemente os vieses emocionais a vir ao de cima.


PAULO GOMES

JOSÉ PINTO BASTO

PASS

PASS

“A distribuição de retornos das séries de mercado não é normal nem linear. Temos um mundo muito diferente do dos data scientists”

“O modelo tem que estar a funcionar sempre para performar, mas é muito humano querer, por vezes, impor a nossa vontade como gestores”

“Por vezes sinto a tentação de parar o modelo em resultado de algum comportamento que me parece ilógico. No entanto, este prova sempre que tem razão. O modelo tem que estar a funcionar sempre para performar , mas é muito humano querer, por vezes, impor a nossa vontade como gestores”. Na mesma linha de pensamento, Paulo Gomes introduz que grande parte das ferramentas de engenharia que são usadas atualmente não servem para o mercado de capitais. “A distribuição de retornos das séries de mercado não é normal nem linear. Temos um mundo muito diferente do dos data scientists. As pessoas que desenvolvem modelos que tentam prever o comportamento humano têm a vida facilitada. Vamos

sempre para casa pelos mesmos dois ou três caminhos. Fazemos sempre o mesmo quando vamos ao café… Já no mercado de capitais, a história é diferente”, explica o especialista. Por outro lado, considera que o verdadeiramente importante na característica de um profissional de gestão de ativos é “saber aproveitar, distinguir e perceber como se usam todas estas ferramentas que se encontram disponíveis”.

MULTIDISCIPLINARIDADE

“A inteligência artificial é uma ferramenta muito útil, mas a grande maisvalia vai estar nas pessoas que sabem utilizar essa ferramenta e que têm algum bom senso”, comenta André Veloso em concordância com o que apontou Pau-

lo Gomes. Para o gestor do fundo BiG Diversified Macro Fund, é importante a multidisciplinaridade nas equipas. “Muita gente desenvolve modelos e sistemas que aparentemente têm backtestings fantásticos, mas que não têm noção dos erros que estão a ser cometidos na sua construção”. “O ideal seria criar um sistema que se adaptasse por antecipação a situações que ainda não aconteceram. Mas o próprio ser humano, quando se adapta ao que está a acontecer no mercado vê os mercados mudarem o seu comportamento como consequência dessa adaptação. Como na física, em que uma partícula tem dois estados, um quando está a ser observado e outro quando não está, o mercado é exatamente igual. Quando todos saJULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 55


TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS

NUNO SILVESTRE

ESTÊVÃO OLIVEIRA

Haitong

Haitong

“Falta, em Portugal, esta cultura de ir buscar pessoas de outras disciplinas, que sabem fazer modelos e explorar problemas complexos como o são os mercados, abordando-os de forma muito criativa”

“É certo que vamos usar cada vez mais ferramentas de machine learning ou deep learning para complementar o trabalho [...] mas, no final, vamos ter que estar sempre lá para separar aquilo que é sinal daquilo que é ruído”

ENCONTRO VIRTUAL

O distanciamento social que a pandemia impõe fez com que este confronto de ideias fosse executado à distância, numa plataforma virtual. Uma discussão acerca do futuro da profissão de gestor de ativos num formato que representa o futuro (e o presente) das reuniões profissionais.

56  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

bem algo, o mercado já não se vai comportar da mesma forma. A inteligência artificial tem muitas potencialidades, mas no final vai ser sempre um ser humano com bom senso que vai fazer o seu melhor uso”. Já o único cientista do grupo, na verdadeira aceção da palavra, Nuno Silvestre, é assertivo ao mostrar-se de acordo com o que foi dito: “Os matemáticos não vão substituir as pessoas de mercado”. Para o profissional da equipa de gestão de ativos do Haitong, os cientistas precisam dos economistas, gestores e financeiros com experiência de mercado para guiar o trabalho, enquanto a grande mais-valia dos físicos


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A OPINIÃO DE

ANDRÉ VELOSO

ANA CARRISSO Senior sales manager, Fidelity International

BiG

COMO É QUE O COVID-19 IRÁ MOLDAR O INVESTIMENTO EM FUTURE CONNECTIVITY?

“Como na física, em que uma partícula tem dois estados, um quando está a ser observado e outro quando não está, o mercado é exatamente igual. Quando todos sabem algo, o mercado já não se vai comportar da mesma forma” e engenheiros é possibilitar a “introdução de algum elemento de criatividade, pensar fora da caixa e ter a capacidade para manusear todos estes instrumentos de que se tem estado a falar. Isto é importante porquê? Porque apesar de existirem muitas bibliotecas de dados para se construírem e desenvolverem modelos, quando os aplicamos aos mercados, estes não funcionam. Como disse o Paulo, falamos de distribuições que não são normais. São mais como distribuições de Lévy, com umas fat tails bastante pronunciadas, ou como as de Tracy-Widow, características de sistemas de transições entre regimes, e com muito ruído. É preciso saber

adaptar os modelos a este contexto”. O profissional acrescenta, no entanto, que em Portugal não se tem olhado para os engenheiros e físicos neste contexto com o mesmo interesse que noutras geografias. “Falta esta cultura de ir buscar pessoas de outras disciplinas, que sabem fazer modelos e explorar problemas complexos como o são os mercados, abordando-os de forma muito criativa. Não acredito que vá existir uma substituição das pessoas de mercados por físicos e engenheiros, mas, isso sim, que vai haver uma maior colaboração entre estes profissionais de ramos diferentes. Acho que esse é o futuro. Tem que ser o futuro!”

O COVID-19 forçou-nos a mudar a maneira como trabalhamos e vivemos. Acelerou tendências que já estavam em andamento, incluindo a mudança para o e-commerce, o gaming online, teletrabalho, vídeo-conferência, telemedicina e pagamentos sem dinheiro. As valuations reagiram a estas tendências desde o início do ano, com grandes ganhos em algumas das maiores categorias “fique em casa”. O início do confinamento em vários países conduziu a uma mudança radical na penetração do e-commerce com o aumento do uso de soluções virtuais. Mas enquanto que algumas áreas podem assistir a um ligeiro abrandamento relativamente ao pico conseguido durante o confinamento – como o gaming por exemplo, já que ao passarem menos tempo em casa as pessoas jogam menos – o quadro no longo prazo continua a apontar para um crescimento estrutural em direção a estas categorias. Na Fidelity acreditamos que quando as pessoas experimentam esses produtos e serviços, a maioria tenderá a mantê-los quando o COVID-19 e o confinamento acabarem. A pandemia e as leis de isolamento conduziram a uma mudança nas anteriormente pouco penetrantes categorias de e-commerce. São fortes razões para acreditar que o COVID-19 acelerou mudanças de longo prazo no negócio, consumo e prioridades do governo. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 57


TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por María Folqué

TEMAS DE INVESTIMENTO PARA

SUPERAR O

COVID-19

Num contexto marcado pela incerteza e a escassa visibilidade, procuramos os temas, tendências e estratégias que podem ver-se beneficiados tendo em conta a pandemia de COVID-19.

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arece quase inevitável planear como vai ficar o contexto de investimento uma vez superado o pior da crise sanitária, ou pelo menos a primeira vaga. Neste artigo questionamo-nos se continuaremos centrados nos mesmos temas, se há alguma megatendência que tenha saído fortalecida ou gravemente debilitada, ou que setores podem estar a atrair a atenção dos investidores.

SAÚDE

Patricia de Arriaga, da Pictet AM, tem claro que o interesse pelo investimento temático vai continuar. “O investimento temático continua a aproveitar forças seculares relativamente inde58  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

pendentes do ciclo económico, e neste cenário de pandemia várias vão acelerar-se. Em concreto a temática da saúde, de caráter defensivo, é obviamente, das mais beneficiadas”, afirma. O setor da saúde tem demonstrado ser um dos mais resilientes, mas para além da proteção, pode oferecer mais crescimento a longo prazo, ou assim pelo menos considera John Bowler, gestor de fundos especializado em inovação e saúde da Schroders. “Durante este período de volatilidade o setor da saúde tem atuado como um valor refúgio, mas continua a registar um crescimento superior ao da economia em geral, impulsionado pelas tendências demográficas (como o envelhecimento da população em


COMPORTAMENTO DO INVESTIMENTO TEMÁTICO EM 2020 VS. ABRIL 2020 16% BIOTECNOLOGIA

14%

DIGITALIZAÇÃO

ROBÓTICA

MERCADOS FRONTEIRA

GLOBAL

CONSUMO (EM) CHINA MUDANÇA CLIMÁTICA SMART CITIES NUTRIÇÃO

MSCI ACWI

LUXO

EFICIÊNCIA RRNN AGRIBUSINESS

E-SPORTS

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL TECNOLOGIA GLOBAL HÁBITOS DE CONSUMO

SEMICONDUTORES MOBILIDADE BIG DATA

12%

SAÚDE

BLOCKCHAIN

Taxa Fed

Rentabilidade abril 2020

NEXT TECHNOLOGY

E-LEARNING

10% 8% 6% 4%

DESINTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA

2% 0%

-30%

-25%

-20%

-15%

-10%

-5%

0%

5%

10%

15%

20%

Rentabilidade 2020 Fonte: AFI. Rentabilidade de 2020 no final de abril.

muitos países) e os avanços da ciência médica. No entanto, é o rápido ritmo da mudança que está a experimentar o setor que torna mais atrativo o investimento em saúde”, aponta. Lucía Gutiérrez Mellado, da J.P. Morgan AM, também considera que a inovação neste setor é um dos fatores que impulsionarão o seu crescimento, juntamente com o aumento do gasto em investigação sobre doenças infeciosas, a expansão da telemedicina ou a restruturação das cadeias de fornecimento. Relativamente a este último tema, a equipa de ações da M&G partilha a opinião de que as cadeias de fornecimento de saúde vão ser um assunto importante.

“É possível que as cadeias de fornecimento de equipas médicas, de teste e segurança, tenham que estar dentro das fronteiras de um país para garantir um fornecimento rápido e adequado. Isto poderá ser positivo para os empregos locais em países que não têm indústria local, mas também pode significar um aumento de preço. Embora o armazenamento possa ser parte da resposta, esta pandemia tem demonstrado que é difícil saber quanto durará e exatamente quanto fornecimento se necessitará”, assinalam.

DIGITALIZAÇÃO

E não é apenas no setor da saúde. A relocalização das cadeias de fornecimen-

to noutras indústrias está a dar muito que falar. Kevin Thozet, membro do Comité Estratégico de Investimento da Carmignac, assinala que nalgumas economias já se está a questionar o excesso da dependência da China perante a fragilidade que têm demonstrado as cadeias de fornecimento. “O governo Japonês anunciou a sua intenção de assumir uma parte significativa dos custos para as empresas que desejem realocar a produção de volta ao Japão e têm existido comentários similares da administração dos EUA recentemente. No entanto, tais posições não parecem ser unanimes já que o comissário de Comércio da UE declarou que tal movimento é ineficiente e que JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 59


TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO

MSCI WORLD FACE AO MSCI HEALTHCARE: RENTABILIDADE NO ANO MSCI WORLD

MSCI HEALTHCARE

MSCI HEALTHCARE: -3,5% MSCI WORLD: -15%

10%

5%

0%

-5%

-10%

-15%

-20%

-25%

-30%

-35% 01/01/2020

01/02/2020

01/03/2020

01/04/2020

01/05/2020

Fonte: J.P. Morgan Asset Management, Bloomberg.

A OPINIÃO DO SELECIONADOR

VÍTOR RIBEIRO, CFA

CEO & Founder Future Proof

O TRIÂNGULO DOURADO Enquanto advisor o foco está nos objetivos de longo prazo do investidor. E o fator tempo tem premiado de forma consistente os investidores. Acreditando que o mercado de capitais está mais vezes certo do que errado, tendo a confiar naquilo que o mercado melhor faz – transformar informação em valor. O mundo acelerou para a digitalização, a descarbonização e a economia circular. Despertou para a importância do healthcare e aponta agora para o ESG. Estamos alinhados com esta visão.Para formar expectativas não bastam os fatores económicos. O puzzle inclui geopolítica, demografia, os sistemas de educação, saúde, segurança e justiça, a inovação e as preocupações ambientais. E ainda fatores alternativos e transversais como são o clima e o acesso a internet. A digitalização não é apenas moda. É a realidade. O ESG já não é marginal. É tema para a década. O healthcare é demografia, bem-estar e inovação. A vida no futuro já começou nos mercados financeiros. E essa vida tem 3 pilares comuns: digitalização, ESG e healthcare.

60  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

autossuficiência não é uma opção”, explica. Na opinião de Thozet, uma realocação massiva também não parece algo claro, já que sempre existirão vantagens competitivas significativas a ter em conta, pelo que “em vez de procurar derrotados e vencedores de uma hipotética tendência para a desglobalização induzida pelo coronavírus, acreditamos que há muita mais certeza em ver que outras tendências a longo prazo se recuperarão no mundo posterior ao vírus. Os padrões de consumo depois do confinamento favorecem o desenvolvimento da digitalização, que se aplica em setores tão diversos como a distribuição, incluídas a alimentação, a saúde e o entretenimento. Para além disso, relaciona-se com o maior uso de pagamentos eletrónicos e o desenvolvimento de infraestruturas digitais, como centros de dados na nuvem e sis-


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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA, CFA Diretora executiva para Portugal, Espanha e Chile, Robeco

SAÚDE, TECNOLOGIA E INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL ESTÃO EM TODAS AS APOSTAS DE TEMAS VENCEDORES temas de controlo remoto”, sublinha. E claro, com o teletrabalho.

SUSTENTABILIDADE

Outros especialistas são da opinião de que ao termos tomado consciência da nossa vulnerabilidade vai existir um impulso do investimento sustentável. Assim considera Luciano Diana, gestor do Pictet Global Environmental Megatrends, quando afirma que “vai mudar e deve mudar a forma como sociedade e governos entendem os riscos e a resiliência. Os assuntos meio-ambientais não vão desaparecer da agenda, embora no futuro próximo seja possível que haja atrasos nalgumas iniciativas, dado se ter colocado em marcha a economia pelos governos. As mudanças climáticas são um grande risco que pode afetar mil milhões de pessoas. De tal forma que a propensão para investir parte do PIB em soluções meio-ambientais vai incrementar-se”. É o que acredita também Michael Nicol, cogestor do Kames Global Equity Income Fund. Na sua opinião, “a procura de energias renováveis aumentará, tal como a de produtos e serviços que contribuam para um mundo mais limpo e eficiente que no passado. Acreditamos que a adoção do investimento ESG se acelerará nos próximos anos”.

OUTROS

Saúde, tecnologia e sustentabilidade estão em todas as apostas de temas vencedores. Também há quem es-

time que se deveria prestar alguma atenção aos setores mais castigados. “À medida que se clarifique o caminho para a recuperação, esperamos que as indústrias mais prejudicadas (automóveis, bancos, energia) atinjam maus resultados e negoceiem a preços que sugerem uma profunda recessão, pelo que deverão recuperar-se com o tempo. Por tanto, para os investidores com um horizonte temporal mais alargado e uma ampla tolerância ao risco, acreditamos que estar posicionados nesses setores pode dar resultados”, assinala Álvaro Cabeza, responsável da UBS AM na Península Ibérica. Outros especialistas fixam-se no tipo de produtos que serão necessários. Ignacio de la Maza, responsável de Distriblição para a EMEA e América Latina da Janus Henderson, considera que “a redução das taxas de juro em todo o mundo exacerbará ainda mais a procura de rendimentos. É provável que vejamos um maior interesse pelas soluções de rendimentos multitativos, à medida que os investidores procurem combinar a redução do risco através da diversificação com a geração de receitas”. E já que a geração de rendimentos pode tornar-se complicada no mundo que vivemos, John Miler, gestor de fundos da BNY Mellon, recorda que os setores que melhor vão poder manter o pagamento de dividendos serão os da saúde, eletricidade, tecnologia e industrial.

AGORA MAIS DO QUE NUNCA: O VERDADEIRO INVESTIMENTO SUSTENTÁVEL Há algunas semanas, no último relatório da ShareAction, a Robeco foi reconhecida como a Primeira Gestora Global na Avaliação de Investimento Responsável. Isso dá-nos força para continuar e conseguir as melhores classificações, investindo numa análise ou numa medição de impacto. É um reconhecimento a uma atividade consolidada num terreno que nem sempre esteve tão na boca de todos: a sustentabilidade e a sua aplicação ao investimento. Não se pode considerar sustentável uma gestora que não investe em atividades controversas; deve existir maior compromiso. A exclusão é um primeiro passo para a integração da sustentabilidade nas decisões de investimento, seguida de políticas de interação, de voto e a análise do investimento de impacto. Uma gestora que entenda de investimento sustentável investigará e usará a sua experiência. Por exemplo, investirá em óleo de palma com empresas que, cumprindo os mínimos estritos de desflorestação controlados, estejam certificadas pelo Roundtable on Sustainable Palm Oil e com verificação via satélite da mudança de uso que dão à Terra. Em vez de se proibir, a Robeco trabalha para melhorar a indústria do óleo de palma e fazêla mais sustentável. Isso sim é uma gestora que sabe o que significa um investimento sustentável. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 61


TENDÊNCIAS LEGISLAÇÃO

por Miguel S. Monjo e Francisco S. Machado

FUNDOS DE CRÉDITOS

COMPARAÇÃO ENTRE PORTUGAL E ESPANHA Aquele que é um produto novo em solo nacional, com vista a dinamizar e flexibilizar o regime de concessão de crédito, pode ser comparado com a vizinha Espanha, que já leva alguns anos nestes produtos. As diferenças são algumas.

O

mercado do crédito em Espanha e em Portugal apresenta diferenças importantes a nível regulatório: ao contrário de Portugal e da maioria dos países da União Europeia, Espanha sempre foi mais flexível nesta área, não se exigindo, por exemplo no que concerne à atividade de concessão de crédito, qualquer autorização para exercer essa atividade. No início deste ano foi criado em Portugal um novo tipo de fundos, os fundos de créditos, que visou dinamizar e flexibilizar o regime da concessão de crédito, permitindo a diversificação das fontes de financiamento das empresas e complementando, por isso, o papel do capital de risco e dos bancos. Estes fundos não harmonizados apresentam certas semelhanças e diferenças em relação às categorias existentes em Espanha, isto é, às entidades de investimento coletivo de 62  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

tipo fechado (EICC) e aos fundos de investimento livre (FIL). Os fundos portugueses são veículos do tipo fechado, ou seja, não permitem o resgate pelos investidores das ações ou unidades de participação, assemelhando-se, neste ponto, às EICC e aos FIL (quando estabelecem períodos de lock-up ou de permanência). Adicionalmente, e à semelhança do que ocorre em Espanha com os FICC e os FIL (fundos) e com as SICC ou as SIL (sociedades), os novos fundos de crédito podem assumir tanto a forma contratual (fundo de créditos) como de sociedade (i.e., sociedade de créditos). Enquanto os fundos exigem sempre a intervenção de uma sociedade gestora – em Espanha, uma SGIIC ou SGEIC (embora esta última não possa gerir um FIL), e em Portugal uma SGOIC ou SGFCR – as sociedades podem, também, ser autogeridas. Uma diferença relevante entre os dois países é que a constituição dos

fundos portugueses está sujeita a autorização da CMVM, para além da autorização exigida para a sua gestora (no caso de não serem sociedades autogeridas). Este requisito, aplicável também em Espanha relativamente aos FIL, não é exigido, no entanto, para as EICC, para as quais apenas é estabelecido um regime de registo na CNMV espanhola, agilizando assim a sua constituição. Em matéria de comercialização, não existem diferenças. Em ambos os países, não é permitido comercializar ativamente este tipo de fundos junto de investidores não profissionais (independentemente do montante do investimento ou do seu conhecimento sobre estes fundos), mas apenas junto de investidores profissionais (incluindo, aqueles que requeiram o seu tratamento como tal, desde que se cumpram os requisitos estabelecidos na lei). Adicionalmente, os FIL espanhóis exigem um número mínimo de


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A OPINIÃO DE WOLFGANG BAUER Gestor da Equipa de Obrigações, M&G Investments

A COMPARAÇÃO ENTRE OS PAÍSES NÃO CONDUZ A UMA CONCLUSÃO CLARA SOBRE A ATRATIVIDADE DE UM REGIME FACE A OUTRO 25 participantes para que possam ser constituídos. Relativamente à política de investimento, os fundos portugueses têm como principal atratividade a ampla flexibilidade nessa matéria, na medida em que podem conceder ou adquirir crédito. Além disso, não estão sujeitos a regulação prudencial, nomeadamente a rácios de capital ou de liquidez, ainda que estejam sujeitos a certos limites de diversificação de risco da carteira. Esta flexibilidade é compartilhada com os fundos espanhóis, em especial com as EICC dedicadas a este tipo de investimentos. Não obstante, os fundos portugueses apresentam certas restrições quanto aos destinatários do crédito que concedem. Neste sentido, podem conceder créditos a empresas, mas não, por exemplo, a pessoas singulares, instituições de crédito ou outros organismos de investimento coletivo. Estas limitações não são aplicáveis às EICC espanholas, que podem conceder crédito a qualquer mutuário, sendo apenas parcialmente aplicáveis aos FIL, que podem conceder empréstimos a instituições de crédito, mas não a pessoas singulares, aos seus próprios participantes, ou a outros organismos de investimento coletivo, entidades de capital de risco ou EICC. Relativamente aos fundos de créditos portugueses, que são organismos de investimento coletivo especializado, não foi estabelecido um regime fiscal próprio. Quanto às EICC espanholas, também não se prevê um regime fiscal

especial, sendo tributadas à taxa geral do imposto sobre as sociedades. Já os FIL espanhóis são tributados em sede de imposto sobre as sociedades a uma taxa reduzida de 1%. Note-se ainda que ao comparar-se estes fundos com as figuras harmonizadas europeias, estas podem também não ser uma alternativa eficiente. Os fundos europeus de capital de risco (EuVECA), por exemplo, não podem conceder empréstimos diretamente sem que antes tenham investido no capital das empresas que financiam. Já os fundos europeus de investimento a longo prazo (ELTIF) podem conceder financiamento direto, podendo mesmo ser comercializados junto de investidores não profissionais sob determinadas condições, mas estão sujeitos a limites mais exigentes (por exemplo, em termos de alavancagem e diversificação), e a sua constituição está sujeita a autorização prévia da autoridade de supervisão. Em suma, estas alterações legislativas são bem-vindas em Portugal, ampliando as fontes de financiamento das empresas, os participantes no mercado do crédito e as possibilidades de investimento em risco de crédito. A comparação entre os países vizinhos não conduz, contudo, a uma conclusão clara sobre a atratividade de um regime relativamente ao outro: as vantagens que podem existir em determinados aspetos para certas categorias podem, pelo contrário, ser contrapostas com as limitações aplicáveis, devendo analisar-se cada projeto casuisticamente.

FACA DE DOIS GUMES A atividade de emissões de crédito com grau de investimento no mercado primário nas últimas semanas tem sido agitada. Para um investidor em dívida, um mercado primário tumultuado é tanto sorte como desgraça. Por um lado, os emitentes oferecem os seus novos títulos com avaliações mais atraentes. Por outro lado, avaliações mais atrativas no mercado primário pressionam os spreads de crédito no secundário, prejudicando os investidores com títulos corporativos existentes e destacando a natureza de dois gumes do aumento de novas emissões. Ao mesmo tempo, a superabundância de novas emissões é um sinal profundamente negativo e um modelo de negócios indefinidamente insustentável. Mas um mercado primário em funcionamento é uma condição necessária para superar a crise e a iminente recessão global. Em última análise, tudo se resume a horizontes temporais. No curto prazo, elevados volumes de emissões são um sinal de resiliência. A médio e longo prazo, muitas empresas emergirão da crise com encargos de dívida muito mais altos. Algumas delas poderão tirar proveito da recuperação pós-crise, mas nem todas sobreviverão. Como sempre, a gestão ativa precisará de identificar os emitentes bons e maus, os vencedores e os perdedores. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 63


TENDÊNCIAS ADVISORY

por Nuno Neves Cordeiro e Luis Baptista

SALES FORCE EFFECTIVENESS

FATOR ESTRUTURANTE DA GERAÇÃO DE VALOR EM PRIVATE BANKING Mais do que nunca, o novo normal traz novas exigências e é necessário revisitar as atividades básicas em banca privada, fazendo um back to the basics.

64  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

N

ão obstante os temas estratégicos ganharem uma natural relevância em momentos de crise, a realidade é que temas mais táticos e operacionais acabam por se tornar prioritários em momentos de maior incerteza e indefinição. Neste sentido, acreditamos que será necessário revisitar a efetividade da força de vendas, com vista a melhorar os elementos básicos de geração de valor (para o cliente e para o banco), nomeadamente nos seguintes vetores que se encontram sob controlo do Relationship Manager (RM): • ­Aquisição de clientes; ­• Aquisição de ativos de clientes; ­• Investimento de ativos de clientes; ­• Otimização do mix de produtos e serviços; ­• Maximização do preço de produtos e serviços; ­• Retenção de clientes.

Quando analisamos o desempenho dos RM neste conjunto dos vetores, observamos que nenhum grupo (ou indivíduo) se encontra sistematicamente acima do nível de desempenho médio. Tipicamente, todos os RM realizam tradeoffs, desempenhando (no geral) 34% abaixo da média em 54% dos vetores e gerando elevados custos de oportunidade equivalentes a 5% a 10% das receitas anuais. Para reduzir estes custos de oportunidade, os gestores têm à sua disposição quatro alavancas - Tecnologia, Técnicas, Teaming e Treino, focando apenas naquelas através das quais o banco proporciona suporte aos seus RM. A Tecnologia é uma alavanca chave, dado que permite uma melhoria do desempenho de forma transversal a todos os vetores de geração de valor através da uma multitide de use cases, como a identificação de prospects de elevado potencial, criação de leads em termos the Next


VISÃO DOS CLUSTERS DE RELATIONSHIP MANAGERS CONSIDERANDO O SEU DESEMPENHO COMERCIAL Análise do desempenho relativo de RM nos vários vetores de geração de valor1

GRUPO 1

Aquisição de clientes

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Média Max Investimento de ativos

Maximização do preço 1. Para o cliente e para o banco / vetores sob controlo dos RM Fonte: Roland Berger

GRUPO 2

Optimização do mix

Aquisição de clientes

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Média

Aquisição de ativos

Média

Max

Max Investimento de ativos

Maximização do preço

20%

DA POPULAÇÃO DE RM

GRUPO 4

DA POPULAÇÃO DE RM

GRUPO 5

Aquisição de clientes

Optimização do mix

Aquisição de clientes

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Média

Investimento de ativos

Maximização do preço

14%

Optimização do mix

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Média

Max

Max Investimento de ativos

Maximização do preço

10%

DA POPULAÇÃO DE RM

GRUPO 6

DA POPULAÇÃO DE RM

GRUPO 7

Aquisição de clientes

Optimização do mix

Aquisição de clientes

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Média

Investimento de ativos

Maximização do preço

8%

Optimização do mix

Retenção de clientes

Aquisição de ativos

Media

Max

Max Investimento de ativos

Maximização do preço

4%

DA POPULAÇÃO DE RM

GRUPO 3

Aquisição de clientes

Retenção de clientes

35%

DA POPULAÇÃO DE RM

Optimização do mix

Investimento de ativos

Maximização do preço

9%

DA POPULAÇÃO DE RM

Optimização do mix

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 65


TENDÊNCIAS ADVISORY

VISÃO DOS TRADEOFFS DE DESEMPENHO DOS VÁRIOS CLUSTERS Percentagem acima/abaixo da média dos principais tradeoffs de desempenho observados em cada grupo

GRUPO 1 Otimização do mix

57%

Investimento de ativos

5%

Aquisição de ativos

-37%

Aquisição de clientes

49%

35%

DA POPULAÇÃO DE RM

Fonte: Roland Berger

GRUPO 3

GRUPO 2 Otimização do mix

8%

Investimento de ativos

Otimização do mix

125%

Investimento de ativos

1%

54%

Aquisição de ativos

-33%

Aquisição de ativos

-5%

Aquisição de clientes

-94%

Aquisição de clientes

-45%

20%

14%

GRUPO 4

GRUPO 5

DA POPULAÇÃO DE RM

Otimização do mix

DA POPULAÇÃO DE RM

Otimização do mix

20%

Investimento de ativos

125%

Investimento de ativos

9%

1%

Aquisição de ativos

-44%

Aquisição de ativos

-42%

Aquisição de clientes

-50%

Aquisição de clientes

-66%

10%

8%

GRUPO 6

GRUPO 7

DA POPULAÇÃO DE RM

513%

Investimento de ativos

ANÁLISE CRÍTICA

DA POPULAÇÃO DE RM

Otimização do mix

119%

Otimização do mix

133%

Investimento de ativos

100%

Aquisição de ativos

-42%

Aquisição de ativos

-26%

Aquisição de clientes

-44%

Aquisição de clientes

-63%

4%

DA POPULAÇÃO DE RM

66  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

9%

Best Offer, mensuração de willingness to pay e racionalização de descontos ou modelos preditivos de churn. Técnicas é também uma alavanca chave dado que permite sistematizar as melhores práticas, que melhor asseguram o aumento do nível de desempenho ao longo dos vetores identificados, tornando-as acessíveis e de adoção mais efetiva. Exemplos, entre outros, incluem processos de realocação de prospects em função do tempo/progresso ou processos clientes perdidos. Teaming, é outra alavanca de elevado potencial. Teaming não requer a adoção de modelos de serviço especializados (ex. hunters/farmers) mas antes o estreitamento de relações de trabalho entre equipas/indivíduos com competências complementares. A definição de objetivos comuns e a promoção de maior proximidade são tipicamente necessárias ao sucesso deste tipo de iniciativa. Treino, acaba por ser a mais simples das alavancas, mas uma das mais efetivas dado que facilita a adoção de todas as outras. Abordagens simples, tais como a criação de conteúdo pragmático com base em práticas de top-performers e a execução de role-playing, entre outras, podem ajudar a criar sessões efetivas.

DA POPULAÇÃO DE RM

Em períodos de crise, os desafios sentidos pelos bancos no que toca à geração de valor tornam-se mais evidentes, particularmente quando existem pools significativas de receitas inexploradas (5% a 10% dos resultados). Neste sentido, é importante efetuar uma análise crítica sobre a efetividade da força de vendas, por forma a selecionar da(s) alavanca(s) dispoíveis (Tecnologia, Técnicas, Teaming e Treino) aquelas que melhor promovem a equalização do desempenho dos RM e o aumento da receita. Esta seleção dependerá do nível de desempenho atual, da ambição e das competências existentes.


P

R

TNE

1) Previsão da probabilidade de um determinado cliente deixar o banco em 3 meses

12% 8%

17%

8%

8%

7%

7%

12%

10%

92% 92% 91% 90% 88% 85% 82%

18%

15%

12% 10%

9% 5%

3%

Falsos positivos

Classificação incorreta no global 2%

2%

83%

Taxa de...

Erro de classificação

PRECISÃO

14%

Precisão

77%

72%

66% Recall

36%

58% 47%

1%

50% 55% 60% 65% 70% 75% 80%

50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% Limite

Limite

Excepcional

Excelente/ bom

Aceitável/ Justa

Pobre

Sem discriminação

DISCRIMINAÇÃO

Área sob a curva (ROC curve)

0,5-0,6 0,6-0,7 0,7-0,8 0,8-0,9 0,9-0,1 Our model

0.9441

Fonte: Roland Berger

FERRAMENTA PARA DISPENSAR OS INSIGHTS DO MODELO

31% 30% 28% 30% 32% 33% 38% 29% 44% 46% 56% 50% 50% 55%

PROBABILIDADE DE CHURN Probabilidade de o cliente deixar o banco em 3 meses

55% limite

PRINCIPAIS DRIVERS DE CHURN Probabilidade acrescida de rotatividade dada a observação Contactos

0,2

Trading

0,2

Outflows 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

0,1

Accounts

0,0

AuM

0,0

AÇÃO RECOMENDADA Contactar o cliente dada a probabilidade de rotatividade

AR

LAURA DONZELLA Responsável de Vendas para a Península Ibérica e América Latina, Nordea AM

MÉTRICAS DE DESEMPENHO DO MODELO PREDITIVO DE ATTRITION

Falsos negativos

P

A OPINIÃO DE

Ilustração de possível alavanca em Tecnologia

20%

TNE R

DESEMPENHO DE MODELO PREDITIVO DE CHURN E RESPETIVA FERRAMENTA (CASE STUDY)

CLASSIFICAÇÃO

AR

OPORTUNIDADE NOS INSTRUMENTOS DE DÍVIDA FINANCEIRA O COVID-19 causou estragos nas nossas vidas, nos nossos hábitos e na nossa economia. Os investidores continuam a enfrentar a incerteza e veem-se submetidos ao desafio de avaliar com certeza as implicações financeiras da pandemia. Neste contexto, os instrumentos de dívida do setor financeiro chamaram muito à atenção, em especial porque desta vez não fazem parte do núcleo do problema e na realidade poderão ser parte da solução. Quando olhamos para este assunto de um ângulo diferente, as valuations das obrigações do setor financeiro encontram-se muito próximas dos níveis vistos em 2012, não obstante, hoje em dia os bancos estão muito melhor capitalizados, devido ao facto de se terem visto expostos a normas regulatórias muito mais rígidas que os obrigou a desalavancar. Ao mesmo tempo, o setor segurador está exposto em menor medida à atual crise, e as suas empresas contam com uma estrutura de capital substancialmente sólida, que supera comodamente os critérios mínimos. Se pusermos de lado o risco que acarreta e a sua volatilidade, o setor torna-se bastante interessante pelo já mencionado. Acreditamos que agora, mais do que nunca, as características idiossincráticas das empresas vão interpretar um papel determinante no seu desempenho no futuro, pelo que confiamos que a nossa abordagem bottom-up na nossa Estratégia Europeia de Dívida Financeira continuará a beneficiar bastante os nossos clientes neste segmento de mercado. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 67


TENDÊNCIAS I+D

por María Folqué

IMUNIDADE CORPORATIVA PERANTE O COVID-19 Investigadores das universidades de Hong Kong e Berkeley analisam que caraterísticas fazem com que uma empresa cotada possa ter aguentado melhor as quedas registadas depois do estalar da crise de COVID-19.

E

sta crise é distinta. Assim referiu Ben Bernanke, alguém de fiar em tempos de crise. E também os professores Carmen Reinhardt e Kenneth Roggoff, que têm dedicado grande parte da sua vida académica a investigar as semelhanças entre as crises económicas dos últimos séculos… até que chegou o COVID-19. Para ambos os autores, esta crise é única pela sua causa, o seu alcance e a sua severidade. O estalar da pandemia no Ocidente provocou uma crise bolsista rápida e muito aguda que, no entanto, afetou de forma diferente os índices de distintos mercados. Se Hong Kong caiu cerca de 25%, o S&P 500 derrapou cerca de 34% e o índice italiano perdeu até cerca de 42%. As diferenças também se deixaram notar dentro da mesma indústria num mesmo país. Assim, por exemplo, a queda média do setor industrial ame-

68  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

ricano foi de 29% no primeiro trimestre do ano, mas com um desvio padrão de 21%. Esta heterogeneidade fez com que os investigadores da Universidade de Hong Kong, Wenzhi Ding, Chen Lin e Wensi Sie, juntamente com Ross Levine da Universidade de Berkeley, se tenham perguntado sobre quais podem ser os fatores que tornam mais resiliente uma empresa cotada em tempos de coronavírus. No seu estudo Corporate Inmmunity to the COVID-19 pandemic (National Bureau of Economic Research, abril 2020) analisaram dados de 6.000 empresas de 56 países distintos.

CARATERÍSTICAS

Usando como referência distintas teorias sobre a empresa, os investigadores têm selecionado algumas caraterísticas das empresas como variáveis independentes, que na sua interação com a variável COVID-19 (neste caso a taxa

semanal de crescimento do número de casos confirmados num país) possam, com um modelo de negócio de regressão, explicar a evolução da variável dependente, neste caso os retornos bolsitas semanais das 6.000 empresas analisadas no período que vai de 2 de janeiro de 2020 a 27 de março de 2020. Quais são as caraterísticas analisadas? Em primeiro lugar, as condições financeiras básicas das empresas: liquidez, endividamento e rentabilidade. Em segundo lugar, estudou-se o grau de exposição ao COVID-19 das empresas através das suas cadeias de fornecimento, analisando onde se compram os inputs e a quem e onde se vendem os produtos finais. Em terceiro lugar, analisa-se o investimento da empresa em áreas relacionadas com a Responsabilidade Social Corporativa (RSC), tanto do ponto de vista meio-ambiental e social, como estratégi-


CASOS CONFIRMADOS DE COVID-19 E COMPORTAMENTO DAS BOLSAS O gráfico representa a relação entre os retornos semanais das empresas analisadas, agrupadas por país, e o crescimento semanal dos casos confirmados de COVID-19 nesse país, entre 2 de janeiro de 2020 e 27 de março de 2020, a partir do caso número 100.

Chipre

Retorno médio semanal a partir de 100 casos

7%

5%

Omã Kuwait

Polónia

2%

0%

Barein

Egipto

Marrocos

Arábia Saudita

Hungria

Sri Lanka

-2%

Tailandia

China

Japão

Irlanda Israel

Hong Kong

-5%

Nova Zelândia

Rússia UAE

Malásia

Coreia

-7%

Turquia

Colômbia Bélgica

Indonésia

Grécia

Singapura

Rep. Checa

Perú Suiça Germany Portugal Luxemburgo Áustria Suécia França México EUA Holanda Espanha Dinamarca Reino Unido Argentina África do Sul Finlândia Noruega Brasil Austrália Canadá

Filipinas

Índia

-10% Paquistão

-12% 50%

100%

150%

200%

250%

Crescimento semanal de casos COVID-19 desde caso 100 Fonte: Estudo Corporate Immunity to COVID-19 pandemic.

co. Em quarto lugar, consideram-se questões de governo corporativo, analisando a estrutura dos Conselhos, se existem mecanismos anti OPA e as políticas de compensação dos diretores. E, por último, entre as caraterísticas objetivo do estudo, encontra-se a estrutura de propriedade das empresas, na qual distinguem oito tipos de investidores: fundos de investimento convencionais, hedge funds, bancos e fundos de pensões, fortunas pessoais, corporações não financeiras, governos, fundos soberanos e capital de risco. Analisa-se o seu impacto sempre que pelo menos tenham uma participação de 5% no capital das empresas. Numa análise adicional, os investidores têm acrescentado à regressão algumas caraterísticas dos países onde as empresas estão domiciliadas. Entre estes fatores estão o crescimento do PIB e o PIB per capita (dados de

2018), a percentagem de população cuja idade seja superior a 65 anos, as caraterísticas do sistema legal e político, e a liberdade de expressão.

RESULTADOS

Começando pelas condições financeiras das empresas, o estudo mostra uma relação positiva e estatisticamente significativa entre maiores níveis de liquidez e de ROA e uma maior resiliência ao COVID-19, assim como uma relação negativa entre uma maior alavancagem e a resistência ao COVID-19. As empresas com mais liquidez, mais rentabilidade e menos endividamento têm aguentado melhor esta queda bolsista. Estes resultados mantêm-se com independência do país ou da indústria. Se se comparam duas empresas da mesma indústria e país, mas em que uma das duas tenha um nível de liquidez inferior em um desvio padrão relativa-

A SUSTENTABILIDADE IMPORTA. UMA EMPRESA COM UMA PONTUAÇÃO GLOBAL DE RSC NO PERCENTIL 25 TERIA CAÍDO DOIS PONTOS PERCENTUAIS MENOS QUE UMA COM PONTUAÇÃO NO PERCENTIL 75

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 69


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TENDÊNCIAS I+D

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A OPINIÃO DE ULI GERHARD Gestor do BNY Mellon Global Short Dated High Yield Fund, Insight Investment

AS NUVENS DISSIPAMSE E O HIGH YIELD VOLTA A BRILHAR

A ANÁLISE POR PAÍS REVELA QUE AS EMPRESAS DE NAÇÕES MAIS RICAS TÊM AGUENTADO MELHOR QUE AS QUE TÊM UM PIB PER CAPITA MENOR

mente à outra, o estudo sugere que caiu cerca de 6% mais em bolsa, enquanto que um endividamento superior em um desvio padrão, representaria uma queda adicional de 10%. A exposição internacional através de provedores e clientes também produz um impacto significativo. Calcula-se que entre duas empresas iguais, a que teve apenas uma terça parte de clientes internacionais nos mesmos países do que a sua concorrência, terá caído 3,2 pontos percentuais, pelo menos. Em terceiro lugar, o estudo mostra que a sustentabilidade importa. Comparando duas empresas parecidas, a que tenha uma pontuação global de RSC no percentil 25, terá caído dois pontos percentuais menos do que a que tenha uma pontuação que a situe no percentil 75. Quanto ao governo corporativo, o fator mais relacionado com uma maior queda bolsista na crise do COVID-19 é o das medidas anti OPA que as empresas têm. Quantas mais têm, mais castigadas terão sido essas empresas pelos mercados. Por último, relativamente à estrutura das empresas, ao analisar as participações que foram de menos 5% do capital, o estudo mostra que o mais 70  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

benéfico é ter investidores que sejam corporações não financeiras, enquanto que o mais negativo é que os investidores sejam hedge funds. Outros tipos de possíveis proprietários não relevam relações estatísticas significativas. Quanto à análise por país, as empresas dos mais ricos aguentaram melhor do que as dos países com um PIB per capita menor; e as daqueles países com uma maior percentagem de população acima dos 65 anos tem sofrido mais do que as dos mais jovens. A liberdade de imprensa não parece ter nenhum impacto significativo. Resumindo, as empresas que melhor terão resistido ao impacto do COVID-19 nos mercados bolsistas nos três primeiros meses de 2020 serão as mais rentáveis com mais liquidez e menos endividamento, menor dependência internacional nas suas cadeias de fornecimento, mais investimento em sustentabilidade, menos mecanismos anti OPA e com investidores que sejam corporações não financeiras. Por país, melhor se estiverem num país rico e com população mais jovem. Fica por perceber como vai evoluir o impacto destes fatores ao longo de uma crise que pode ser mais longa.

Depois de um convulso primeiro trimestre, os mercados estão a estabilizar e o mercado de obrigações corporativas volta a estar preparado para receber emissões de empresas solventes. As intervenções da Fed, do BCE e o Banco de Inglaterra, têm contribuído para aliviar a pressão financeira sobre as empresas. É provável que muitos dos fallen angels ofereçam oportunidades de compra potencialmente atrativas. A Fed indicou que estava disposta a comprar ETF de high yield e o Banco Central europeu permitirá que os bancos incluam fallen angels como garantia no seu programa de operações de refinanciamento a longo prazo (LTRO). Vemos muito potencial nas empresas high yield que se estão a ver impulsionadas pelo teletrabalho. As de telecomunicações, meios de comunicação, embalagens e alimentação podem gerar um fluxo de caixa de forma sólida e estável, inclusive durante as desacelerações económicas. No entanto, o setor aeroespecial, as linhas áereas, a energia, o entretenimento, o comércio de retalho, o setor editorial e o transporte, entre outros, mostram claros sinais de stress, e os seus spreads mantêm-se acima dos 1.000 pontos base (no final de abril). Continuamos a ser extremamente prudentes, porque ainda não sabemos que repercussões terá a paralisação da economia mundial, mas estamos a encontrar oportunidades muito atrativas.


DEIXE PARA TRÁS AS DÚVIDAS, NÃO OS SEUS OBJETIVOS A incerteza do mercado não deve desviá-lo dos seus objetivos financeiros. Os fundos da Janus Henderson podem oferecer soluções para ajudá-lo a ultrapassar o ambiente de incerteza que se vive atualmente: JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SUSTAINABLE EQUITY FUND A2 ACC EUR - LU1984711512

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Para fins promocionais. Apenas para investidores profissionais. O valor de um investimento e o rendimento do investimento podem aumentar ou diminuir e o investidor poderá não recuperar o montante do investimento original. Nada na presente publicidade deve ser interpretado como aconselhamento. Não é uma recomendação de venda ou compra de qualquer investimento. Leia todos os documentos relativos ao fundo antes de investir. A Janus Henderson Capital Funds Plc é um OICVM constituído ao abrigo da Lei irlandesa, com responsabilidade separada entre fundos. Avisa-se os investidores que só devem efetuar o seu investimento com base no Prospeto mais recente. Emitido na Europa pela Janus Henderson Investors. Janus Henderson Investors é o nome sob o qual são disponibilizados os serviços e produtos de investimento pela Janus Capital International Limited (n.º reg. 3594615), Henderson Global Investors Limited (n.º reg. 906355), Henderson Investment Funds Limited (n.º reg. 2678531), AlphaGen Capital Limited (n.º reg. 962757), Henderson Equity Partners Limited (n.º reg. 2606646) (cada uma delas registada na Inglaterra e no País de Gales, com domicílio em Bishopsgate, London EC2M 3AE, Inglaterra, e reguladas pela Financial Conduct Authority) e pela Henderson Management S.A. (n.º reg. B22848, com domicílio em 2 Rue de Bitbourg, L-1273, Luxemburgo, e regulada pela Commission de Surveillance du Secteur Financier). Janus Henderson, Janus, Henderson, Perkins, Intech, Alphagen, VelocityShares, Knowledge. Shared e Knowledge Labs são marcas comerciais da Janus Henderson Group plc ou de uma das suas subsidiárias. © Janus Henderson Group plc. CCAT_1307/0420


TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES

por Andy Pettit

COMO AS GESTORA

O VALOR DA U

DE PARTICIPA DE UM FUND

Neste artigo, centrámo-nos nos mecanismos de ajuste de preço, em comparação com os de preço único, e em como estes afetam os compradores, vendedores e investidores, bem como a comparação entre fundos. 72  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

U

m aspeto básico dos veículos UCITS é que os gestores agem em benefício dos seus clientes e tratam todos os investidores de forma igual. Para garantir isso, as entidades reguladoras estabelecem os parâmetros pelos quais os fundos devem operar e supervisionam a correta execução dos regulamentos. Nesse sentido, a avaliação de um fundo e o estabelecimento do preço de negociação são fatores muito importantes. Primeiro, porque permite que os investidores comprem e vendam unidades de participação pelo valor justo, mas também porque os preços dos fundos formam a base da maioria das comparações ab-

solutas e relativas, tanto com os benchmarks como com a concorrência. Basicamente, existem dois mecanismos de fixação de preços: o preço único, no qual todas as ordens de compra e venda são executadas pelo mesmo preço, e o preço dual, mais semelhante ao das ações cotadas, no qual se estabelece um preço para compra e outro para venda. Neste artigo, focaremos no mecanismo de preço único e como ele afeta compradores, vendedores e investidores, bem como a comparação com outros fundos. O cálculo do preço é relativamente previsível e direto. O preço médio de avaliação de mercado de cada uma das posições do fundo é obtido e multipli-


RAS FIXAM

UNIDADE

AÇÃO DO? cado pelo número de ações. Os valores são então somados e divididos pelo número de participações emitidas. Nos dias em que o fundo recebe aproximadamente o mesmo número de pedidos de compra e venda, o gestor pode compensar um com o outro sem criar ou cancelar um número significativo de unidades, ou aumentar significativamente o número de transações. No entanto, nos casos em que há um desequilíbrio significativo entre o número de pedidos de compra e venda, o gestor terá que vender posições e obter a liquidez necessária para pagar aos vendedores ou comprar títulos com o dinheiro recebido dos compradores, para cumprir o objetivo de investi-

mento dos fundos e manter a alocação de ativos. Isso resulta em vários custos de negociação adicionais que, se incorridos pelo fundo, serão suportados por todos os participantes e reduzirão o valor da sua posição. O mecanismo de ajuste de preços por diluição ou swing pricing, popular em países como Luxemburgo e Reino Unido, permite evitar essa situação e transferir o custo para os investidores que geraram a atividade de negociação. Assim, nos dias em que há mais compradores do que vendedores, o preço da ação aumenta, de modo que os compradores paguem um preço superior ao valor do ativo líquido por ação (os investidores que vendem nessas cir-

AS NORMAS EXIGEM QUE OS FUNDOS QUE RECORREM AO SWING PRICING PROPORCIONEM A INFORMAÇÃO RESPETIVA NOS DOCUMENTOS cunstâncias ganham porque recebem um valor superior ao valor patrimonial líquido). Por outro lado, nos dias em que há mais vendedores do que compradores, os resultados são revertidos. Os regulamentos exigem que os fundos que decidem usar o mecanismo de ajuste de diluição forneçam todas as informações a esse respeito nos seus prospetos. Podem usar este mecanismo de forma total (diariamente) ou parcial (somente quando um determinado limite for excedido), aplicá-lo a todo o fundo e a todas as classes de ações igualmente. Para fazer o ajuste da diluição, os custos adicionais serão calculados e aplicados quando a atividade dos participantes exceder um determinado limite, fixado como uma percentagem dos ativos geridos. Em geral, esse limite não é tornado público, de modo que os grandes investidores não tentem evitar o ajuste executando operações em bloco projetados para evitar as flutuações de preço. A maioria dos fundos aplica os critérios de preço futuro ou forward. Ou seja, todas as ordens recebidas antes da hora de corte são executadas de acordo com uma avaliação subsequente que, por definição, não é conhecida no momento em que o pedido é JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 73


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TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES

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A OPINIÃO DE ALEJANDRO AREVALO Gestor de Fixed Income, Jupiter AM

O REGULADOR DO LUXEMBURGO PERMITIU AUMENTAR O FATOR DE DILUIÇÃO PARA OS MÁXIMOS SEM NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO emitido. Isso introduz um certo grau de aleatoriedade que pode favorecer ou prejudicar os pequenos investidores, pois, ao negociar, os investidores não saberão se o preço flutuará num determinado dia e, se o fizerem, não saberão a direção da flutuação. Estas flutuações dependerão do volume de operações e do facto de a variação de preço favorecer ou danificar o investidor dependerá de o investidor estar na parcela maioritária ou minoritária, ou seja, se estiver a comprar num dia em que há mais operações de compra do que venda ou vice-versa. Do ponto de vista analítico, a Morningstar baseia todas as suas estatísticas nos preços publicados aos quais os investidores têm acesso. Embora algumas empresas publiquem os seus valores patrimoniais líquidos sem ajuste de diluição, esses valores não refletiriam a experiência dos investidores. Usá-los como base para análise seria como usar preços brutos de comissões anuais para avaliar o comportamento subjacente de diferentes fundos de maneira equivalente: um exercício puramente teórico. Assim, em qualquer dia, alguns fundos 74  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

ESTÁ NA ALTURA DE AUMENTAR A ALOCAÇÃO A DÍVIDA DE MERCADOS EMERGENTES?

podem ser negociados pelo seu valor patrimonial líquido, enquanto outros podem fazê-lo a um preço mais alto ou mais baixo. Embora seja verdade que o mecanismo de swing pricing pode gerar alguma confusão, o que pode ser especialmente percetível em aspetos como o tracking error ou a volatilidade, acreditamos que esta confusão seja compensada pelos benefícios de proteção que oferece aos investidores. Estas vantagens foram particularmente evidentes em duas perspetivas diferentes durante os episódios de volatilidade que os mercados registaram nos últimos meses. Em primeiro lugar, a sua aplicação elimina a vantagem de que beneficiam os primeiros a agir, por exemplo, quando um investidor que antecipa um declínio nos mercados vende as suas ações pelo valor do património líquido e os custos de negociação resultantes devem ser suportados pelo resto dos participantes. Nesse cenário, mais investidores sairiam do fundo, o que teria uma segunda consequência na forma de aumento do risco de liquidez, uma vez que o fundo seria forçado a vender títulos para satisfazer resgates. Ciente disso, o organismo regulador do Luxemburgo, o CSSF, no âmbito da sua resposta ao COVID-19, permitiu que os fundos aumentassem o seu fator de diluição para atingir o valor máximo sem a necessidade de notificação e até excedê-lo sob condição que tal medida fosse justificada e notificada aos investidores.

No ano passado as valorizações não nos pareciam nem caras nem baratas - as obrigações de mercados emergentes estavam a transacionar em valores próximos das médias de longo-prazo. No entanto, mesmo depois da queda abrupta de março março, fruto do resultado do COVID-19, e mesmo depois da recuperação parcial que vimos desde então, os spreads mantêm-se nos seus níveis mais elevados desde a GCF. Desta forma, acreditamos que existem ainda muitas oportunidades atrativas em dívida de mercados emergentes. Parece que os investidores estão agora a diferenciar entre oportunidades e é por isso que começamos a ver os spreads a estreitar, mas achamos que os níveis atuais ainda oferecem um bom ponto de entrada para tirar partido dos fundamentais. Desde março, temos aproveitado as vendas indiscriminadas, procurando emissões soberanas e corporativas com os fundamentais mais robustos. Enquanto as vendas indiscriminadas representam oportunidades de investimento bastante interessantes, também fazem com que seja mais importante a orientação de um research fundamental diligente para nos permitir identificar os créditos de melhor qualidade.


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ENTREVISTAS GURU

por Óscar R. Graña

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Investir em infraestruturas, mas tendo em conta princípios de investimento que não são tão frequentes de encontrar: carteira concentrada, mas muito diversificada por temáticas, composta exclusivamente por ações de empresas que estejam suportadas por ativos reais e sempre com um horizonte de investimento de muito longo prazo. É a proposta que faz Alex Araujo aos investidores através do M&G (Lux) Global Listed Infraestructure, fundo que está prestes a cumprir os três anos de track record e que já atravessou contextos de mercado de todo o tipo, o que permite ao investidor vislumbrar o que esperar do fundo. TNE

GESTOR DO M&G (LUX) GLOBAL LISTED INFRASTRUCTURE JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 77


ENTREVISTAS GURU AMPLA EXPERIÊNCIA NA INDÚSTRIA Alex Araujo tem 25 anos de experiência na indústria. Uniu-se à M&G em 2015 como co-gestor adjunto do M&G Global Dividend Fund. Dois anos depois foi nomeado gestor do M&G (Lux) Global Listed Infrastructure Fund - uma das grandes apostas da casa nestes momentos - e em 2019 gestor do M&G Global Themes Fund.

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ivemos num mundo contraditório. Por um lado aeroportos e estradas esvaziaram-se como consequência das políticas de confinamento implementadas pelos governos para fazer face ao COVID-19. No entanto, ao mesmo tempo, as infraestruturas converteram-se numa classe de ativos que tem despertado muito interesse por parte dos investidores principalmente pela descorrelação que fornecem numa carteira e, também, pelas perspetivas que oferecem. Porque tal como explica Alex Araujo, gestor do M&G (Lux) Global Listed Infrastructure, se algo fica claro é que desta crise o mundo sairá a fazer uma clara aposta pelo investimento em infraestruturas. “As pessoas preocupam-se com o que se passa hoje. Não pensam no amanhã. Os estímulos fiscais que se estão a colocar em marcha para impulsionar a atividade económica apontam para que as infraestruturas serão uma componente chave na recuperação. Basta ler os títulos dos jornais para se dar conta de que isto vai ser assim nos EUA e na Europa com o seu Green Deal. É fácil deixar-se levar pela volatilidade do curto prazo, mas se acendermos as luzes podemos ver a grande oportunidade que representa o longo prazo”, afirma. Para conseguir chegar a ela, o gestor segue um processo muito definido que se baseia numa lei fundamental: a diversificação em três grandes temáticas – infraestruturas económicas (utilities, energia, transporte, que ocupam entre 65% e 75% da carteira), sociais, vinculadas à saúde e à educação, como hospitais ou residências (entre 10% e 20%) e as que denomina de infraestruturas em evolução (serviços digitais, conetividade, serviços de pagamento ou satélites fibra ótica, onde o intervalo se move entre 15% e 25%). “Para nós esta diversificação é chave. Protege-nos em períodos de turbulências. Esta crise mostrou a sua importância. Enquanto que o tráfego nas ruas caiu a pique, o das redes subterrâneas de fibra ótica que transmitem dados disparou. A isto acrescentamos outra camada: apenas investimos em empresas com receitas apoiadas por ativos físicos que tenham em propriedade ou que desfrutem de 78  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

uma concessão perpétua ou a muito longo prazo. São fluxos de caixa que não expiram”, aponta.

OS QUATRO FILTROS

O de que a empresa seja suportada por ativos físicos é o primeiro filtro que introduz no seu processo de investimento. “Em si mesmo, para nós oferece-nos uma maior garantia e, para a empresa, tende a funcionar como uma barreira de entrada”. O segundo passo é a análise do seu conselho de administração. “Que a empresa esteja nas mãos de uma boa equipa de direção é crucial para a evolução do negócio. É um estrito processo de análise, no qual entram em jogo muitos fatores, incluindo o ESG (emissões, mudança climática…)”. O terceiro filtro que uma empresa tem que passar para entrar em carteira é que as suas perspetivas de crescimento a longo prazo sejam favoráveis. E que o dividendo conte com um peso específico muito relevante. “Não somos um fundo típico que procura maior rentabilidade a qualquer preço. O ponto chave do nosso processo está em centrarmo-nos em identificar aqueles negócios que combinem um potencial de valorização da ação com um constante aumento do dividendo ao longo do tempo. Não procuramos as empresas com o dividendo mais elevado, mas sim aquelas que serão capazes de o ir aumentando ao longo do tempo. A rentabilidade média por dividendo da nossa carteira é até ao momento de 4%, o que é muito atrativo, mas para nós é mais importante a capacidade de que continue a crescer de maneira sustentada no tempo; é uma das fontes de retorno mais importantes do fundo”. O quarto e último filtro pelo qual uma empresa deve passar é o da valorização. “Queremos comprar bons negócios a preços atrativos, empresas que gerem fluxos de caixa positivos não só durante os próximos anos, mas sim durante as próximas décadas. É a maneira como pensamos na altura de investir. Provavelmente temos um dos horizontes mais longos da indústria. Às vezes, os mercados podem comportar-se de forma muito irracional e esta


“QUEREMOS COMPRAR NEGÓCIOS QUE GEREM FLUXOS DE CAIXA POSITIVOS NÃO SÓ DURANTE OS PRÓXIMOS ANOS, MAS SIM DÉCADAS” crise ofereceu-nos um bom ponto de entrada em alguns segmentos. É o caso das utilities, a área em que temos sido mais ativos. É o único setor onde os analistas estão a rever em alta as suas perspetivas de lucros. O sentimento penaliza-as, apesar de algumas empresas oferecerem rendimentos, fluxos de caixa e receitas recorrentes”.

ESTRUTURA DA CARTEIRA

O peso de cada ação em carteira depende da sua valorização. Pode chegar no máximo a 4,5%. Quanto mais atrativo for o seu preço, mais ponderação tem. “Se uma ação aumenta o seu valor de maneira pronunciada, reduzimos a posição até um mínimo de 1%. Abaixo dessa percentagem não tem sentido mantê-la. Têm existido situações excecionais, em que desfizemos completamente a posição, não por questões de

valorização, mas sim porque o caso de investimento tinha mudado e perdemos a confiança na empresa”, reconhece. A lista de potenciais títulos que entram no seu radar, que podem comprar o preço justo no momento adequado, é muito curta. Reduz-se a cerca de 250 empresas. Dessas 250 investem apenas em 45 nomes. “Acima de 50 títulos começa-se a diluir o efeito do stock picking e, para além disso, é muito difícil poder seguir de perto o seu negócio, algo que para nós é vital. É uma carteira muito concentrada, mas com um número suficiente que nos permite estar muito bem diversificados”. O fundo foi lançado em 2017 e tem vivido distintos contextos de mercado. “Geralmente quando o mercado sobe ficamos ligeiramente atrás. Quando baixa, como em 2018, a estratégia mostra os seus dotes defensivos. Este ano, embora estejamos a sofrer pelo peso do transporte e da energia, o fundo comportou-se praticamente de forma igual ao mercado. Nunca há que esquecer que, apesar do castigo, estes ativos são as artérias da economia. Uma vez que se tenha superado este período tão difícil, o qual não é apenas uma questão de tempo, as ruas e os aeroportos terão um papel essencial na recuperação”. Daí a importância que ressalta Araujo de acender bem as luzes e não deixar arrastar-se pela corrente. “A oportunidade continua aí”, conclui. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 79


ENTREVISTAS GESTOR PORTUGUÊS por Catarina Vinagre

INTERESSES Tempo de qualidade com os três filhos e a descoberta de novas gastronomias com o marido. Estes são alguns dos seus interesses, a par da dança e das viagens.

Rina Guerra, CFA GESTORA DE AÇÕES, BANCO CARREGOSA

INVESTIR NO LONGO PRAZO EM EMPRESAS DE QUALIDADE Com mais de 15 anos de experiência na gestão de ativos, Rina Guerra, CFA fala das características das duas estratégias de ações in-house que o Banco Carregosa tem na sua oferta. preciso recuar a 1833 para situar o início da história do Banco Carregosa. Após muitas transformações nestes quase 200 anos, foi em 2008 que nasceu a entidade bancária como hoje a conhecemos. Através da exposição ao mercado acionista, o Banco Carregosa procura obter retornos positivos e consistentes num horizonte temporal de longo prazo. Esta filosofia de investimento alia-se a uma atitude conservadora que procura preservar o capital dos investidores no longo prazo, sendo a gestão permanente de risco uma pedra angular. Rina Guerra, CFA revela que atualmente contam com duas estratégias de ações inhouse na sua oferta. A primeira é mais global, com o mercado americano a assumir especial relevância, e é orientada para investir nas empresas de melhor qualidade do seu setor. “Nesta estratégia procuramos exposição a megatendências seculares como a demografia, a mudança de hábitos do consumidor e a digitalização. A disrupção tecnológica tem sido um dos fios condutores desta estratégia”, menciona. A segunda tem a Europa como pano de fundo. A profissional explica que esta estratégia é mais oportunista e “vocacionada a investir em empresas que transacionam a um preço abaixo do seu valor intrínseco, mas sem descurar a qualidade dos seus negócios. Investimos em negócios viáveis e rentáveis, evitando as chamadas value traps”. Quanto ao processo de seleção de ativos individuais, a profissional conta que este “é fruto de uma análise fundamen-

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tal elaborada internamente e surge após a aplicação de filtros quantitativos relacionados essencialmente com métricas operacionais, indicativas da qualidade intrínseca do negócio”. Estes filtros são aplicados ao universo de investimento, permitindo-lhes delimitar a base investível a ações de qualidade. O passo seguinte passa por uma triagem dos temas de investimento nos quais têm maior convicção. “Preferimos modelos de negócio robustos com elevadas barreiras à entrada e vantagens competitivas estruturais que se traduzem em maior pricing power”, conta Rina Guerra, CFA. “Numa das estratégias que gerimos, o stock picking é combinado com a escolha de ETF temáticos. O posicionamento com base em megatendências específicas, como a robotização e a inteligência artificial, pode ser complementada com recurso a ETF que existem no mercado para o efeito”, explica. É através da seleção que pretendem identificar o winner estrutural de uma tendência, enquanto a escolha de um ETF almeja obter exposição a várias empresas sob a mesma temática. Segundo a profissional, a abordagem de investimento em ações pode mudar ao longo do ciclo económico conforme o contexto macroeconómico, mas dado o seu posicionamento ao estilo quality não muda de forma substancial. Por um lado, num ambiente de prosperidade económica, “há mais apetite por risco e maior propensão para a investir em negócios alavancados ao ciclo”. Por outro lado, num contexto recessivo, “as empresas de maior capitalização historicamente resistem melhor, tal como as mais defensivas e resilientes ao ciclo económico”.

UM OLHAR A LONGO PRAZO

Rina Guerra, CFA, esclarece que “embora no curto prazo o mercado acionista pareça estar desconectado da economia real e dos fundamentais das empresas, no longo prazo, esta poderá ser das poucas classes de ativos a oferecer retornos interessantes num contexto de taxas de juro baixas e inflação contida”. Para a profissional, a pandemia acelerou as oportunidades não só no setor tecnológico, graças ao teletrabalho e à massificação do comércio online e do e-learning, como também fortaleceu o setor da saúde. “Acreditamos que as empresas de medtech ganharão ainda maior relevância no futuro”, acrescenta a gestora. No polo oposto estão os setores da aviação e do turismo que se viram fortemente impactados. “Embora acredite que estes setores voltem à normalidade, o novo normal será seguramente diferente e o risco de uma perda permanente de parte da procura é elevado na medida em que as pessoas vão passar a viver de forma diferente”, conclui a profissional.


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ENTREVISTAS GURU

por Joel Silva

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Encontrar nos ativos de risco uma solução para lidar com a incerteza e a volatilidade. Parece contraditório, mas no ponto de vista de Ben Ritchie, responsável de ações europeias da Aberdeen Standard Investments, tratase de uma realidade alcançável - particularmente a partir do investimento em ações do velho continente. A estratégia Aberdeen Standard SICAV I - European Equity Fund é a incorporação dessa mesma convicção.

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RESPONSÁVEL DE AÇÕES EUROPEIAS, ABERDEEN STANDARD INVESTMENTS JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 83


ENTREVISTAS GURU

COBERTURA DE MERCADO Na opinião do profissional, a excelente cobertura do mercado de ações europeu providencia-lhes uma ampla base para a geração de ideias de investimento.

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á muitas décadas que a irracionalidade dos mercados de ações é um tema que levanta questões e divide investidores. Chegou mesmo a ser um dos tópicos de investigação do trabalho de Eugene Fama, e que acabou por lhe valer o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel, em 2013. Em suma, a teoria desenvolvida pelo economista, denominada hipótese de eficiência dos mercados, defende que os preços dos ativos refletem em todos os momentos toda a informação disponível. Para além de ter sido a base para a criação de toda uma teoria de avaliação de ativos, esta premissa foi também o ponto de partida para ideologias contrárias e outras vertentes de estudo como a economia comportamental. Contudo, à luz do contexto de mercado que se observa desde finais de março, qualquer investidor, por mais crente que seja na teoria de Eugene Fama, será levado a questionar as suas premissas. Num episódio apelidado The great disconnect, ações e economia andaram em sentido contrário ao longo do segundo trimestre do ano, deixando dúvidas sobre as razões que suportaram esse movimento. Para Ben Ritchie, responsável de ações europeias da Aberdeen Standard Investments, a resposta para este fenómeno não se encontra tanto no peso da informação presente, mas antes no que ela nos diz sobre o futuro próximo. “A presumível redução de 5%-10% do PIB mundial este ano, a par da contração recorde dos resultados corporativos (espera-se que os lucros de empresas europeias caiam entre 30% e 70%), já não é o principal foco dos mercados. Em vez disso, à medida que os confinamentos são levantados, a principal questão é o ritmo da posterior recuperação”, esclarece o profissional. Assim, a acompanhar a recuperação em V dos mercados, à medida que as perspetivas ficam mais claras, também “a comunicação por parte das empresas europeias assumiu um tom mais confiante”. Porém, existem outras vozes que em muito têm motivado a recuperação desde os mínimos de março. Tratam-se dos anúncios e respostas dos “governos e bancos centrais, de apoios fiscais e monetários sem precedentes, a par da gestão eficaz da propagação do vírus”. Ben Ritchie relata que nas últimas semanas observaram “as partes mais angustiadas do mercado a liderar a recuperação, e isso é um sinal saudável de 84  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

que os investidores acreditam que já foram ultrapassados os piores impactos económicos”, embora “muito ainda esteja dependente do nível do crescimento ao qual formos capazes de regressar, e isso permanece uma incerteza”.

OPORTUNIDADE EUROPEIA

No caso específico da área de especialização do profissional, “a resposta europeia mais coordenada nas últimas semanas tem contribuído para aquietar os medos de uma repetição da crise da zona euro”, o que aos olhos de Ben Ritchie reforça o potencial e a atração de investimento desta geografia. Mas os argumentos em favor das ações europeias não se resumem às condições do momento. A sua “posição de liderança em termos de ESG, perspetivas globais e uma marca de capitalismo mais responsável” tem vindo a contribuir para um aumento gradual da atratividade dos títulos desta geografia. “Acreditamos que a Europa ainda é um mercado propenso a stock pickers, e que uma abordagem muito seletiva pode resultar numa carteira capaz de competir com empresas de qualquer parte do mundo”, afirma o profissional. É esta a mentalidade impressa na equipa de gestores da estratégia Aberdeen Standard SICAV I - European Equity Fund, que Ben Ritchie lidera. Segundo o próprio, a gestão do fundo segue uma filosofia de investimento de “stock picking, bottom-up, e ainda que estejamos muito conscientes das dinâmicas macroeconómicas e políticas, estamos principalmente focados nas perspetivas individuais de cada empresa”. O nome não deixa margens para dúvidas: trata-se de um fundo que procura crescimento e rentabilidade através do investimento em equity de empresas cujo negócio está estabelecido, ou se desenvolve maioritariamente, na Europa. Nesse sentido, a equipa de gestão encontra no know-how e nos vastos recursos da casa escocesa, ao nível da análise do continente europeu, uma grande vantagem competitiva para o sucesso do fundo. “Temos 15 membros na nossa equipa continental de ações europeias, em que todos atuam como analistas de setor. Adicionalmente, também podemos recorrer ao trabalho de investigação desenvolvido pela nossa equipa de ações do Reino Unido e pela equipa de ações de pequenas empresas da Europa e Reino Unido.


OS SETORES SÃO APENAS UM RÓTULO. NÓS IREMOS INVESTIR ONDE QUER QUE ENCONTREMOS NEGÓCIOS DE ALTA QUALIDADE COM VALORIZAÇÕES ATRATIVAS Isto confere-nos uma excelente cobertura do mercado de ações europeu e providencia-nos uma ampla base para a geração de ideias de investimento”, enquadra Ben Ritchie. Em termos da seleção de títulos e composição da carteira, “qualidade” é a palavra-chave. “As nossas equipas de análise classificam todas as companhias que analisam em termos de qualidade e, para o fundo, focamo-nos em selecionar somente as ações com a melhor classificação. Isto perfaz entre 10% a 15% do universo investido”, explica o profissional. Tendo em conta a filosofia de investimento bottom-up, a “distribuição por setores é também ela um resultado do processo de seleção de títulos”, e por isso existe uma tendência para deter posições maiores “em setores que apresentam mais empresas com as características de qualidade que procuramos”. Em termos práticos, isto traduz-se numa maior representação dos setores de tecnologia, healthcare e bens de consumo.

“O portefólio pode assim resumir-se como um de convicção na qualidade a longo prazo das empresas em que investe”. Ben Ritchie admite que as atuais 30 ações detidas em carteira o deixam confortável e “com confiança de que quer observemos uma recuperação mais rápida ou mais prolongada, estas empresas continuarão a registar um forte desempenho financeiro relativo e que com o tempo isso será refletido nos seus preços”. Em jeito de conclusão, o profissional assume que as oportunidades no espaço euro estão longe de estar esgotadas e que “ainda se encontram valorizações razoáveis para ações europeias de alta qualidade”. “Quando olhamos para o potencial de crescimento a longo prazo e de produção de cash flow, observamos que os nossos títulos em carteira conferem retornos implícitos de dois dígitos. Comparando com as yields das obrigações, para nós isto é bastante convincente”, sentencia. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 85


ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR

por Joel Silva

ARQUITETURA ABERTA Atualmente, em Portugal, o BBVA distribui OICVM estrangeiros domiciliados no Luxemburgo geridos pela BBVA Asset Management, mas também por outras entidades gestoras internacionais de grande dimensão

Luís Nascimento DIRETOR DE BANCA DE RETALHO, BBVA S.A., SUCURSAL EM PORTUGAL

“PROCURAMOS TER UMA GRANDE DIVERSIDADE DAS CLASSES DE ATIVOS, MAS NÃO UMA OFERTA EM EXCESSO” Qualidade e não quantidade. Assim define Luís Nascimento a ideologia por detrás da oferta de fundos em Portugal, que conta com o auxílio da Quality Funds, uma plataforma própria de seleção de fundos de terceiros.

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sucesso de um distribuidor de fundos de investimento está naturalmente relacionado com a qualidade da sua oferta e, particularmente, com a forma como ela satisfaz as necessidades dos seus clientes. Uma das estratégias para atingir este objetivo seria optar por uma vasta oferta de fundos, o que garante ao distribuidor a capacidade de responder “por excesso” a qualquer perfil ou pedido. Já o caminho escolhido pelo banco BBVA não podia ser mais diferente deste cenário - mas nem por isso os resultados ficam comprometidos. “No BBVA procuramos ter uma grande diversidade das classes de ativos, mas não uma oferta em excesso, de forma a não confundir o cliente, e de prestar sempre informação transparente, clara e responsável”, afirma Luís Nascimento, diretor de Banca de Retalho do BBVA em Portugal, em entrevista à FundsPeople. A oferta de produtos do Grupo BBVA está assim desenhada com esta filosofia “para que o cliente possa organizar as suas finanças, em função das 86  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

suas circunstâncias pessoais, das suas necessidades e do seu perfil de investidor”. Atualmente, em Portugal, o BBVA distribui OICVM estrangeiros domiciliados no Luxemburgo, sendo que a oferta é composta por fundos internacionais BBVA geridos pela BBVA Asset Management, “mas também por fundos de terceiros, geridos por outras entidades gestoras internacionais de grande dimensão”. Esta seleção de fundos de terceiros “pretende colocar à disposição dos nossos clientes aquelas estratégias que melhor caracterizam cada uma destas casas de gestão”, garante o profissional. Para auxiliar no processo de apuramento das estratégias a serem disponibilizadas para comercialização, o grupo BBVA desenvolveu uma plataforma própria de seleção de fundos de terceiros: a Quality Funds. Conforme explica Luís Nascimento, esta plataforma “seleciona as melhores gestoras internacionais, que contam com exigentes processos de investimento e equipas de gestão consolidadas, através de uma metodologia diferenciadora e uma vasta equipa de especialistas que enriquece as soluções de investimento que o BBVA oferece aos seus clientes”. O uso desta ferramenta permite que integrem na oferta da gestora “os fundos mais consistentes no médio prazo por categoria, utilizando igualmente metodologias próprias que combinam aspetos quantitativos e qualitativos”, que vão desde o Big Data à inteligência artificial. Contudo, nem tudo está entregue ao “pensamento computacional”, dado que é ainda feita “uma due diligence operativa de toda a cadeia de confiança (fundo, gestora, administrador e custodiante) para que possa integrar o catálogo desta plataforma”. As aplicações da Quality Funds estendem-se também ao âmbito da gestão de ativos da casa, apoiando a seleção dos fundos e ETF que integram as carteiras dos fundos multiativos e temáticos geridos pelo grupo BBVA. Recentemente, “a Quality Funds foi considerada a melhor plataforma pan-europeia de fundos de investimento pela qualidade dos seus serviços e pelo profissionalismo das suas equipas” de acordo com o relatório Platforum em 2020, aponta ainda Luís Nascimento. De momento, o BBVA distribui soluções de investimento de três entidades internacionais em Portugal (Schroders, J.P. Morgan e Franklin Templeton), mas no total detém mais de 260 fundos de 50 gestoras na sua plataforma. A subscrição dos mesmos é feita em regime de receção e transmissão de ordens, através dos tradicionais canais presenciais ou via online, no website ou app BBVA Mobile.


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ENTREVISTAS GURU

Fotografía: Stefan Gröpper

por Óscar R. Graña

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O DWS Invest SDG Global Equities não só está concebido para aqueles investidores que estejam interessados em tentar obter rentabilidades acima do MSCI All Country World Index, mas também para os que queiram que o seu dinheiro esteja naquelas empresas que geram boa parte das suas receitas através de atividades que estejam contempladas dentro da estrutura estabelecida pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. No seu ano e meio de vida, Paul Buchwitz demonstrou que se pode conseguir as duas coisas ao mesmo tempo. TNE

PAUL BUCHWITZ, GESTOR DO DWS INVEST SDG GLOBAL EQUITIES JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 89


ENTREVISTAS GURU PROCESSO DILIGENTE

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mbora só conte com apenas um ano e meio de vida, o DWS Invest SDG Global Equities já teve tempo para demonstrar aos investidores que confiaram neste produto da DWS que este é capaz de cumprir com a dupla finalidade para a qual foi concebido: a de gerar uma rentabilidade superior à do mercado assumindo não apenas princípios de investimento responsável, mas sim indo mais além. Porque tal como explica Paul Buchwitz, máximo responsável juntamente com Tim Bachmann, este fundo combina a obtenção de retornos atrativos com a geração de um impacto positivo nos desafios globais. “Trata-se de muito mais do que um fundo ESG. Vamos mais além disso. Todas as empresas que temos em carteira cumprem os standards ESG da DWS, mas para além disso devem gerar parte das suas receitas a partir de atividades que estejam contempladas dentro da estrutura estabelecida pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS). Desta forma, unicamente investimos naquelas que, com o seu negócio, contribuam para criar um futuro mais sustentável, abordando problemas tão importantes como a pobreza, a desigualdade, a mudança climática, a degradação meio-ambiental, a prosperidade, a paz ou a justiça”.

OBJETIVOS MEDÍVEIS

Construir uma carteira que cumpra com este objetivo não é algo retórico. É quantificável, pode medir-se. Para que uma empresa possa ser uma das integrantes do seleto grupo de 60 empresas que fazem parte dela, pelo menos 50% dos lucros corporativos devem estar vinculados ao cumprimento da Agenda 2030 da ONU. “A relevância que tenha o título nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 90  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

é determinada através de um software próprio (ESG Engine) que gerimos na gestora, que combina critérios mínimos de investimento socialmente responsável, de forma a que todos os lucros das empresas estejam de acordo com estes critérios”, sublinha Buchwitz. Os lucros relacionados com os objetivos da ONU comparam com o total dos lucros da empresa segundo o seu setor, região e temática utilizando métricas de impacto sustentável do MSCI, concretamente o MSCI Sustainable Impact Metrics e o ISS-Oekom, como segundo fornecedor de dados. “Analisamos as empresas a um nível operacional, mas, acima de tudo, estudamos que produtos ou serviços estão a progredir para um desenvolvimento económico mais sustentável, como estão a cumprir com os ODS e como estão a ajudar a construir uma sociedade melhor. Não se trata de apostar em empresas que se centrem num objetivo ou noutro. Todos eles estão interrelacionados. As empresas com negócios que conseguem reduzir a fome no mundo impulsionam de forma indireta o acesso à educação, um setor com um futuro promissor, como o da saúde, que beneficiará pela relevância que tem adquirido o terceiro objetivo da ONU: o da boa saúde e do bem estar”, revela. Todo este processo de análise quantitativo permite-lhes fazer um ranking por empresas. Uma das conclusões às que chegaram é que as empresas líderes nos Objetivos da ONU têm lucros vinculados a este tipo de critérios, superiores a 75%. No entanto, não é um processo de seleção mecânico. “O software ajuda-nos a identificar as melhores, mas a partir daí entra em jogo a análise fundamental, ou seja, o estudo do modelo de negócio, os fluxos de caixa, a qualidade da equipa de direção, que os seus interesses estejam alinhados com os dos acionistas... Neste processo, a valorização é um factor muito importante”, assinala o gestor.

Fotografía: Stefan Gröpper

O recurso a um software próprio ajuda os gestores a identificar as melhores empresas com base nos critérios de sustentabilidade, mas a partir daí entra em jogo a análise fundamental.


Tanto é assim que na equipa também fazem uma classificação das empresas por preço. Estabelecem um ranking. E aí aparecem coisas interessantes, como por exemplo a atratividade do mercado europeu, onde Buchwitz se mostra especialmente otimista. “Nestes momentos, se se comparar as valorizações que oferece a bolsa norte-americana com as da Europa, tornase mais difícil encontrar oportunidades do outro lado do Atlântico, onde as ações negoceiam a níveis mais elevados. O mercado é muito volátil e as coisas podem variar, mas hoje há mais oportunidades na Europa, onde as mudanças regulatórias que estão a acontecer, com um Green Deal em marcha, vão representar um empurrão para este tipo de empresas”, augura.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

De momento, a combinação destas metodologias de análise e seleção de títulos está a demonstrar a sua eficácia. Segundo dados da Morningstar, o fundo esteve no ano passado no segundo decil, com uma rentabilidade de 30,7%, 6,6 pontos acima da média da sua categoria (Ações Globais Capitalização Flexível) e 1,7 pontos superior à do índice.

“VAMOS MUITO ALÉM DO INVESTIMENTO ESG” No primeiro semestre de 2020, o seu comportamento foi igualmente muito destacável, situando-se no primeiro quartil por rentabilidade. A carteira conseguiu aguentar as investidas do mercado com um retorno de -3,8%, batendo noutros seis pontos a média dos seus comparáveis e em 4,4 pontos o MSCI All Country World Index Net Return, índice face ao qual compara. “O nosso objetivo é bater este benchmark. Este produto é uma boa alternativa a um fundo de ações globais no qual se pode investir para superar o mercado, tanto em bull markets como em bear markets. É certo que o seu track record ainda é curto, mas neste tempo é algo que o fundo já demonstrou que é capaz de fazer, mostrando para além disso uma volatilidade inferior”, conclui. São resultados que não passaram despercebidos aos olhos dos investidores, muitos dos quais decidiram dar o passo, e confiar na estratégia, como evidencia um volume de ativos que já alcança os 500 milhões de euros. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 91


ENTREVISTAS FIGURA DA INDÚSTRIA por Margarida Pinto

LIGAÇÃO HISTÓRICA O vínculo do agora presidente não executivo à Associação tem 15 anos. Desses, apenas três não contaram com o seu envolvimento ativo.

João Pratas PRESIDENTE NÃO EXECUTIVO, APFIPP

“COMO PRESIDENTE TENHO DE ESTAR ATENTO ÀS NECESSIDADES DE TODA A INDÚSTRIA” Costuma-se dizer que o bom filho à casa torna e João Pratas, agora presidente não executivo da APFIPP, é o verdadeiro exemplo disso. O seu plano de ação não é rígido, mas como agente da indústria quer perceber o que esta necessita.

A

presença ativa de João Pratas na APFIPP não é nova. Aliás, esta é uma história já com um percurso longo, e dos últimos 15 anos, apenas três não contaram com o trabalho do agora presidente não executivo, cuja carreira profissional está ligada à BPI Gestão de Activos. Na APFIPP já assumiu, por exemplo, a função de presidente da comissão consultiva dos fundos de investimento mobiliário e, portanto, sempre intercalou o trabalho na Associação com o trabalho dentro da própria indústria. Talvez por isso um dos seus primeiros statements neste posto vá precisamente ao encontro dessa ideia: “Sou presidente da APFIPP, mas estou na indústria. Como presidente tenho de estar atento às necessidades de toda a indústria. Não tenho um plano de ação rígido para implementar. Como parte da indústria quero perceber o que esta precisa, a cada momento”, começa por dizer. Do que ausculta e do que observa atualmente, João Pratas tem, no entanto, “ideias próprias sobre os pontos” que acha mais importantes desenvolver. Dessa lista faz parte por exemplo o problema da poupança em Portugal. “Há pouca poupança em Portugal, e acho que tem de ser promovida. 92  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Esta crise, como qualquer outra, veio mostrar, com maior evidência, a sua importância”, declara. Na monitorização dos temas importantes, entra também o ESG. João Pratas acredita que, num futuro próximo, todos os fundos vão ser ESG num maior ou menor grau, e acredita que tendemos a evoluir para um “um mercado mundial que conte com uma série de empresas de rating em ESG”, numa abordagem semelhante à das agências de rating de crédito. O resto do mercado, acredita, usufruirá deste serviço e tomará as decisões de investimento “comparando-as de acordo com o rating atribuído”. Embora seja um ponto conjuntural, esta crise que vivemos também está no radar de análise do novo presidente. “A indústria devia olhar ainda mais para a economia e ver de que forma pode aproximar os investidores de quem necessita de investimento”, aponta. Algum “produto novo”, eventualmente com “algum benefício fiscal”, seria uma forma passível de fazer esta “aproximação”.

IGUALDADE NO TRATAMENTO

Aprofundando o olhar sobre o mercado de fundos nacional, o profissional salienta a falta de um level playing field entre produtos concorrentes. “Tal como se passa com produtos concorrentes deveria ser possível a transferência de investimento entre fundos sem que nesse momento houvesse tributação. Só deveria haver tributação no resgate e devia ser aplicada uma tributação regressiva, de acordo com prazos mais longos de investimento”, diz. “Se olharmos para o caso espanhol vemos que, quando há passagem de investimento de um fundo para outro, não há tributação. Do mesmo modo, não existindo uma situação de equidade fiscal, em Portugal, é evidente que os investidores acabam por canalizar investimento para outro tipo de produtos, com uma fiscalidade mais vantajosa”, defende. João Pratas acredita que “numa revisão do regime de fundos” há inúmeros outros temas a tratar. A título de exemplo, recorda que “a legislação portuguesa segue uma linha que outras não seguem, nomeadamente a do Luxemburgo, que é criar regras próprias para o mercado português, o que é menos bom para o mercado local”, sentencia. Ressalta que enquanto no Luxemburgo “transportam a lei para o seu regime e o quadro fica muito parecido com a diretiva, em Portugal temos inúmeras regras específicas que são diferentes, e que tornam mais difícil a vida para a indústria. Há muitas melhorias que neste quadro poderiam de facto ser implementadas”, conclui.


JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 93


PRODUTOS COMPARAÇÃO por Ana Palomares

SECTOR DA SAÚDE UM ESCUDO DE PROTEÇÃO E RENTABILIDADE ALÉM DO COVID-19

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE PORTFOLIO

BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD HEALTHSCIENCE FUND

CANDRIAM EQUITIES BIOTECHNOLOGY

GESTORA: ALLIANCEBERNSTEIN LANÇAMENTO: 20/7/83 DIVISA: US DOLLAR PATRIMÓNIO (mil. euros): 995 ISIN: LU0037065322

GESTORA: BLACKROCK LANÇAMENTO: 6/4/01 DIVISA: US DOLLAR PATRIMÓNIO (mil. euros): 12.621 ISIN: LU0122379950

GESTORA: CANDRIAM LANÇAMENTO: 6/4/00 DIVISA: US DOLLAR PATRIMÓNIO (mil. euros): 1.717 ISIN: LU0108459040

RENTABILIDADE 1 ANO: 23,68% RENTABILIDADE 3 ANOS: 24,07% RENTABILIDADE 5 ANOS: 9,01%

RENTABILIDADE 1 ANO: 24,07% RENTABILIDADE 3 ANOS: 12,81% RENTABILIDADE 5 ANOS: 7,28%

RENTABILIDADE 1 ANO: 39,08% RENTABILIDADE 3 ANOS: 14,34% RENTABILIDADE 5 ANOS: 4,25%

2017

2018

1 1 1

2019

94  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

2016

36,03

2019

2020

2 2 2

-10,56

-18,88 2016

9,34

27,71 2018

2,77

4,98 2017

RENTABILIDADE (%)

24,36

21,78 2020

-8,02

5,94

4,79

-5,04 2016

RENTABILIDADE (%)

20,68

26,23

RENTABILIDADE (%)

2017

2018

2019

2020

Fonte: Morningstar Direct. Dados de Rentabilidade a 31 de maio de 2020.

Os fundos que investem no setor da saúde saíram reforçados da crise desencadeada pelo Coronavírus, mas o seu potencial depende mais de tendências de futuro que sobreviverão a esta pandemia.

33 3


S

e há algo que carateriza as ações do setor da saúde é que, historicamente, apresentaram-se como uma componente defensiva que permite aos gestores de fundos de ações minimizar as perdas das suas carteiras quando o mercado bolsista colapsa. A crise desencadeada pela pandemia do COVID-19 não foi uma exceção, tendo em conta também que esta crise, ao contrário de outras no passado, foi desencadeada por um evento sanitário. De facto, no meio de uma tempestade de cortes de expetativas de lucros para

este tumultuoso 2020, algumas empresas do setor de saúde conseguiram manter intactas as suas expetativas. “As empresas de biotecnologia e farmacêuticas têm-se comportado bem até agora e estão a demonstrar ser mais resistentes que outros setores. Bons indicadores da situação são os sólidos resultados que observámos na temporada de apresentações do primeiro trimestre (quase todas as empresas farmacêuticas superaram expetativas e reiteraram as suas previsões para o ano). Uma situação diferente da de muitas outras indústrias. As pessoas

FIDELITY FUNDS GLOBAL HEALTH CARE FUND

POLAR CAPITAL BIOTECHNOLOGY FUND

VARIOPARTNER MIV GLOBAL MEDTECH

GESTORA: FIDELITY LANÇAMENTO: 25/9/13 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (mil. euros): 1.182 ISIN: LU0936578961

GESTORA: POLAR CAPITAL LANÇAMENTO: 31/10/13 DIVISA: US DOLLAR PATRIMÓNIO (mil. euros): 622 ISIN: IE00BF23BV98

GESTORA: VONTOBEL LANÇAMENTO: 10/3/08 DIVISA: SWISS FRANC PATRIMÓNIO (mil. euros): 2.649 ISIN: LU0329630999

RENTABILIDADE 1 ANO: 17,32% RENTABILIDADE 3 ANOS: 11,86% RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,52%

RENTABILIDADE 1 ANO: 35,81% RENTABILIDADE 3 ANOS: 18,55% RENTABILIDADE 5 ANOS: 10,63%

RENTABILIDADE 1 ANO: 8,16% RENTABILIDADE 3 ANOS: 11,38% RENTABILIDADE 5 ANOS: 12,60%

RENTABILIDADE (%)

RENTABILIDADE (%)

2016

2017

2018

4 4

2020

2016

6,78

2018

-4,45

-3,46 2017

9,47

31,64 2019

-7,36

-0,13

10,34

5,25

-9,60

21,19

26,21

13,01

31,10

27,90

RENTABILIDADE (%)

2019

2020

2016

2017

2018

2019

2020

5 5 5 6 6 6 JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 95


PRODUTOS COMPARAÇÃO

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE PORTFOLIO

GESTORES VINAY THAPAR E JOHN FOGARTY

FUGINDO DO RISCO CÍCLICO Um dos objetivos deste fundo é limitar o efeito de ciclo de mercado na composição da sua carteira. “Tentamos adotar um enfoque anticíclico pelo que, quando os mercados sobem, frequentemente reduzimos a nossa exposição e cortamos no risco; quando caem, procuramos oportunidades de investimento atrativas para incrementar o risco ou atualizar a carteira”, afirmam os seus gestores. Para tal, selecionam aquelas empresas que contam com um bom negócio, focando sobretudo naquelas que geram elevados retornos de capital ou cujos retornos estão em crescimento, bem como aquelas que contam com uma forte taxa de reinvestimento. Na atualidade, onde encontram estes negócios mais suscetíveis de proporcionar uma rentabilidade adicional na carteira é naquelas empresas focadas em diagnóstico, tecnologia, ou robótica aplicada à saúde. Nestes últimos três anos, o fundo conseguiu uma rentabilidade anualizada de 12%, segundo dados da Morningstar.

96  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD HEALTHSCIENCE FUND

GESTORES XIAN LU, JEFF LIE E ERIN XIE

CANDRIAM EQUITIES BIOTECHNOLOGY

GESTOR SERVAAS MICHIELSSENS

DIVERSIFICAÇÃO COMO LEITMOTIV DA CARTEIRA

QUANDO O GESTOR SE CONVERTE EM DOUTOR

Se tivéssemos que definir este fundo com uma palavra, seria diversificação, pois, como explicam da gestora, não há exceções em relação aos subsetores de saúde em que investem: investem em todos, dependendo de cada momento de mercado. “O fundo investe em 70-120 ações de saúde globalmente e em todo o espectro da capitalização de mercado, permitindo construir um portfólio agnóstico ao estilo e diversificado. Isto é importante porque, em qualquer ano, pode haver uma diferença de até 30% entre o melhor e o pior subsetor de saúde”, explica a equipa de gestão. Para a seleção dos títulos, seguem uma abordagem fundamental na qual não aplicam vieses de estilo. De fato, afirmam manter uma filosofia agnóstica no que diz respeito ao estabelecimento de um rótulo, pois investem tanto em empresas com viés de crescimento quanto de valor. Quanto aos riscos, consideram que o principal é o político por ocasião das eleições nos EUA.

A estratégia seguida por este fundo existe há mais de 20 anos e não é outra senão selecionar as empresas que inovam no desenvolvimento de novos medicamentos. Portanto, de acordo com o gestor, é tão importante vestir o casaco de analista ou economista como de médico ao escolher o que pode entrar ou não pode entrar num portfólio deste tipo. “É importante pensar como um médico e encontrar as terapias que melhoram a saúde dos pacientes, e isso num estágio inicial suficiente para aproveitar ao máximo as vantagens dessas empresas, ao mesmo tempo que se está ciente dos riscos”, aponta. Não é de surpreender, portanto, que este portfólio também inclua agora empresas ligadas de uma maneira ou de outra à crise do COVID-19. “Temos cerca de 12% do fundo em empresas relacionadas com o coronavírus, mas deve-se notar que, para a maioria delas, é apenas uma pequena parte do que fazem”, ressalta.


FIDELITY FUNDS GLOBAL HEALTH CARE FUND

GESTOR ALEX GOLD

O ENVELHECIMENTO COMO MOTOR DE CRESCIMENTO O fundo investe em empresas de qualidade do setor da saúde com o objetivo de “oferecer retornos superiores ajustados ao risco, contando sempre com uma análise fundamental completa”, diz o gestor. No processo de investimento das empresas, a proteção de capital é levada em consideração quando ocorrem quedas no mercado, o que explica a consistência que o fundo mantém desde o seu lançamento, sem esquecer a análise fundamental aplicada nessa seleção de valores. De entre as últimas mudanças realizadas no portfólio, destaca-se o aumento expressivo das posições em empresas farmacêuticas e de biotecnologia, que representam 50% da carteira do fundo, e a redução de empresas especializadas em medtech, até 21% do total. O setor farmacêutico geralmente tem uma subponderação de peso no seu portfólio e esse é precisamente o maior risco que o fundo enfrenta num contexto como este, como reconhece o gestor.

POLAR CAPITAL BIOTECHNOLOGY FUND

GESTOR DAVID PINNIGER

VARIOPARTNER MIV GLOBAL MEDTECH

GESTOR JUERG NAGEL

AS PESSOAS POR DETRÁS DAS INOVAÇÕES, A CHAVE DO SUCESSO

A COMBINAÇÃO PERFEITA ENTRE TECNOLOGIA E SAÚDE

Este fundo investe especificamente no setor de biotecnologia, um dos ramos do setor de saúde que talvez tenha demonstrado um comportamento mais polarizado nos últimos anos, alternando fortes ganhos com quedas acentuadas. No entanto, este produto conseguiu permanecer estável nos dois cenários e é por isso que, de acordo com os dados da Morningstar, obtém um retorno anualizado de 15% nos últimos três anos. O objetivo deste produto, que comemora o seu sétimo aniversário este ano, é “criar um portefólio bem equilibrado de investimentos em empresas em vários estágios de desenvolvimento, usando diferentes tecnologias para desenvolver novos medicamentos para diferentes doenças”, afirma o seu gestor, que reconhece dar especial importância na análise das empresas para estudar as pessoas por detrás de cada projeto.

Este fundo faz parte de um compartimento da sicav Variopartner, sendo a Vontobel a sua gestora. Investe num subsetor específico do universo de investimentos no setor da saúde: o da tecnologia médica, uma vez que consideram este como um mercado crescente a longo prazo, sustentado por tendências demográficas, o desejo de melhorar a qualidade de vida e a expansão dos sistemas de saúde nos mercados emergentes. O processo de investimento é baseado numa abordagem bottom-up, na qual analisam principalmente empresas que mostram, além de uma avaliação atrativa, uma forte posição de mercado, potencial de crescimento e alta qualidade. Atualmente, têm uma predileção pelo mercado americano, onde investem 87% de seu portfólio em empresas como Abbot Laboratories, Medtronic ou Becton, ocupando as três maiores posições. Com um resultado negativo de 3% no ano, obtém retornos anualizados de dois dígitos a três, cinco e 10 anos. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 97


PRODUTOS COMPARAÇÃO

PATRIMÓNIO

2 2 2 2 3 3 33 PATRIMÓNIO

995

PATRIMÓNIO

12.621

803

1.717

1.498

8.640

618 388

CANDRIAM EQUITIES BIOTECHNOLOGY

5.551 5.776

402

520

4.685 2016

20

2017

1.577

2018

2019

2020

2016

2017

2018

2019

2020

2016

590 2017

2018

2019

2020

Fonte: Morningstar Direct. Dados de Património em milhões de euros a 31 de maio de 2020.

11 1 1

BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD HEALTHSCIENCE FUND

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE PORTFOLIO

20 20

15 15

MAPA risco/rentabilidade 15

3 1 2

AB - International Health Care Portfolio BlackRock Global Funds - World Healthscience Fund

3

Candriam Equities L Biotechnology

4

Fidelity Funds - Global Health Care Fund

5

Polar Capital Funds PLC - Biotechnology Fund

6

4

Variopartner SICAV - MIV Global Medtech Fund

6 Divisa base dólar

10 10,00

1 2

10 13,75

13,7510 10,00

Divisa base euro

10,00 17,50

17,50

21,25

13,75 21,25

13,75

17,50

25,00

17,50 25,00

21,25

Rent. anualizada 3 Anos (%)

21,25

AB INTERNATIONAL HEALTH CARE PORTFOLIO

25,00

Divisa base franco suíço

25,00

BLACKROCK GLOBAL FUNDS WORLD HEALTHSCIENCE FUND

CANDRIAM EQUITIES L BIOTECHNOLOGY

FIDELITY FUNDS GLOBAL HEALTH CARE FUND

POLAR CAPITAL FUNDS PLC BIOTECHNOLOGY FUND

VARIOPARTNER SICAV MIV GLOBAL MEDTECH FUND

RENTABILIDADE A TRÊS ANOS %

14,17

12,81

15,23

11,86

18,55

11,38

VOLATILIDADE A TRÊS ANOS %

13,98

14,20

22,49

13,28

23,50

16,26

DRAWDOWN MÁX. A 3 ANOS %

-10,15

-11,18

-19,45

-11,44

-18,23

-18,79

RÁCIO SHARPE A TRÊS ANOS

0,90

0,80

0,66

0,72

0,77

0,61

ALFA A TRÊS ANOS %

5,85

4,67

6,19

3,49

8,01

2,06

BETA A TRÊS ANOS %

0,71

0,71

0,93

0,69

1,06

0,91

98  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Fonte: Morningstar Direct. Dados na divisa base do fundo a 31 de maio de 2020.

Volatilidade Anualizada 3 Anos (%)

5


44 4

FIDELITY FUNDS GLOBAL HEALTH CARE FUND PATRIMÓNIO

55 5 POLAR CAPITAL BIOTECHNOLOGY FUND

66 6

VARIOPARTNER MIV GLOBAL MEDTECH

PATRIMÓNIO

1.182

PATRIMÓNIO

622

2.477

2.649

486 376 941 242

773 711

653

2016

2017

2018

2019

1.462

111

2020

continuarão a precisar de medicamentos”, afirma Lausa Nelson Carney, analista de ações do Capital Group. A boa situação que atravessa, em termos gerais, o setor da saúde levou a que muitos gestores o sobreponderassem nas suas carteiras. Vê-se nos dados compilados em maio no inquérito a gestores da BofA Securities, onde o setor da saúde é o mais sobreponderado nas carteiras, mais ainda que a liquidez. A dúvida está em se estas boas expetativas sobre o setor da saúde se manterão uma vez estabilizada a pandemia. Aí, os gestores têm uma visão clara: as fontes de crescimento do setor não dependem do COVID-19, mas sim de outros fatores de longo prazo que não desaparecerão com o fim da crise do coronavírus. “Os fatores que influenciam a longo prazo são o envelhecimento demográfico e a inovação. Esta combinação do envelhecimento da população com o aumento dos gastos com saúde terá um poderoso impacto na proporção do PIB mundial que tem origem em serviços de saúde e, portanto, no crescimento do setor na perspetiva do investimento”, afirma a equipa de gestão do BalckRock Global Funds World HealthScience Fund. De facto, segundo recorda

2016

714

2017

2018

2019

2020

2016

926 2017

2018

2019

2020

Keith Wade, economista da Schroders, “os gastos com saúde representam quase uma quinta parte do gasto público da OCDE”.

UNIVERSOS DISTINTOS

Os fundos que se incluem nesta análise comparativa souberam capturar este crescimento experienciado pelo setor e transformá-lo em rentabilidades de dois dígitos para os seus participantes, tanto em prazos mais curtos, como em horizontes de investimento mais longos. É um denominador comum que mostram os seus produtos, apesar de os universos de investimento diferirem em alguns casos, já que na análise são incluídos fundos centrados unicamente na biotecnologia e outros que abarcam todos o universo de empresas cotadas ligadas às saúde. A rentabilidade não é o único ponto em comum. Também o é o processo de seleção das empresas, já que todos adotam um enfoque fundamental que não só tem em consideração a situação atual das empresas, mas também as ferramentas que possuem para continuar a gerar lucros no futuro, com a diversificação e o controlo de riscos no centro das variáveis destacadas quando questionados sobre a construção das carteiras.

A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 99


PRODUTOS CARTEIRAS por Yusuf Durmaz

FUNDOS MULTITEMÁTICOS E SUSTENTÁVEIS. ESTAS ESTRATÉGIAS QUE INVESTEM EM EMPRESAS DE BENS E SERVIÇOS ALINHADAS COM OS ODS (OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL) DA ONU, SUPERARAM OS SEUS RESPETIVOS ÍNDICES ESTE ANO. UMA DAS CHAVES: O MAIOR PESO NAS CARTEIRAS DO SETOR TECNOLÓGICO E DE SAÚDE DISTRIBUIÇÃO DA CARTEIRA: PRINCIPAIS SETORES (%) FUNDO

BMO Responsible Global Equity A Inc EUR BPI Ações Mundiais FIAA DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis Mirabaud Equities Global Focus A USD Acc MS INVF Global Brands A MS INVF Global Opportunity Z Ninety One GSF Glb Frchs IX Acc USD Robeco Global Consumer Trends D € Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Vontobel Global Equity Direct USD

SELO FUNDS PEOPLE

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

CONSUMO CÍCLICO

CONSUMO DEFENSIVO

SAÚDE

INDUSTRIAL

2,09

11,07

2,02

21,08

14,25

0,00

4,00

12,24

19,82

23,01

5,40

3,74

12,93

6,84

2,45

22,42

6,73

MATERIAIS COMUNIBÁSICOS CAÇÃO

3,68

SERVIÇOS IMOBILIÁ- TECNOLO- FINANCEIUTILITIES RIO GIA ROS

2,58

21,85

19,74

0,00

21,82

10,81

0,00

0,00

0,00

36,72

6,65

0,00

0,00

0,00

4,13

8,29

12,79

5,24

12,41

16,51

4,14

16,54

26,22

0,00

0,00

0,00

4,69

2,89

34,15

20,11

5,69

0,00

21,87

7,99

0,00

0,00

0,49

16,78

20,28

7,64

2,29

3,68

0,00

25,38

13,65

0,00

0,00

0,00

5,76

4,45

20,00

13,73

0,00

0,00

25,77

24,41

0,00

0,00

3,04

15,80

24,10

22,01

4,95

0,00

0,00

20,61

7,50

0,00

0,00

1,06

13,57

6,31

1,21

26,04

4,94

0,00

27,72

16,68

0,00

0,00

2,85

11,88

18,21

17,21

13,89

3,45

0,00

14,72

15,83

0,00

0,00

Fonte: Morningstar Direct com dados de 31 de maio de 2020. Critérios de seleção: fundos com Selo FundsPeople 2020 de ações globais de grande capitalização com o melhor ESG Risk Score segundo a Morningstar.

100  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

0,75

ENERGIA


A

s ações globais (MSCI World Net TR USD) perderam 8,2% nos cinco primeiros meses do ano. Os mercados de ações, de igual maneira que outras classes de ativos, sofreram com uma elevada volatilidade e fortes perdas este ano como consequência da pandemia de COVID-19. Segundo o MSCI World, as ações chegaram a registar perdas de 34% a 23 de março de 2020, provocadas pelo mau comportamento dos setores mais ligados ao ciclo económico, como a energia, os serviços financeiros e a indústria. O setor energético enfrentou muitas turbulências, começando pelo choque da oferta de seis de março quando a OPEP+ não conseguiu chegar a um acordo sobre os cortes de produção. No entanto, o verdadeiro choque veio do lado da procura, que pesou no preço dos futuros do WTI até aos -37,6 dólares, dados os problemas com o armazenamento. Ainda assim, os baixos preços do petróleo não conseguiram travar o avanço dos investimentos sustentáveis. De facto, na plataforma do Allfunds, temos observado fortes fluxos no sentido do investimento ESG, já que os investidores aproveitaram as correções para fazer uma rotação para este tipo de estratégias. A pandemia do

COVID-19 relevou os efeitos visíveis sobre o meio ambiente, já que se viu reduzida a contaminação atmosférica e da água, e importantes fatores sociais e de governo corporativo relacionados com a forma como as empresas trataram os seus empregados e clientes. Os fundos multitemáticos sustentáveis, que investem em empresas de bens e serviços alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, superaram os seus respetivos índices este ano. Isto devese à falta de exposição a setores tradicionalmente cíclicos, como a energia e os serviços financeiros, e ao maior peso dos setores tecnológico e de saúde. No entanto, dadas as mudanças na regulação e nas exigências dos consumidores, assim como a transição para uma economia mais verde, é provável que os fundos sustentáveis continuem a superar o mercado ações em geral, já que investem em provedores de soluções. De seguida, destacamos dois fundos de ações globais long-only da Insight List do Allfunds que adotam um enfoque multitemático e sustentável.

AS ESTRATÉGIAS

O DPAM Invest B Equities Newgems Sustainable é uma estratégia que constrói o seu universo de investimento

a partir de sete grandes temas: nanotecnologia, ecologia, bem-estar, geração Z, sociedade digital, indústria 4.0 e segurança. Ainda que o universo se reduza mediante um enfoque temático top-down, a seleção de títulos é efetuada de forma ativa mediante uma análise fundamental bottom-up. A análise ESG é integrada mediante exclusões e como parte da avaliação qualitativa. Devido ao enfoque orientado para o crescimento inerente ao investimento temático, o fundo apresenta vieses estruturais relativamente a setores e à capitalização de mercado das empresas em que investe, já que mostra uma preferência pelos setores informático, de saúde e de serviços de comunicação, assim como por títulos de pequena e média capitalização. Devido ao viés no sentido de empresas inovadoras, espera-se que a exposição ao mercado norte-americano seja semelhante ou superior à do índice de referência. Ainda que, a curto prazo, seja provável que a rentabilidade seja influenciada por desvios setoriais, no longo prazo prevê-se que o fundo beneficie do crescimento estrutural subjacente às temáticas sustentáveis. O número de posições oscila entre 70 e 80, com um máximo de 5% por ação.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: PRINCIPAIS REGIÕES (%) FUNDO

BMO Responsible Global Equity A Inc EUR BPI Ações Mundiais FIAA DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis Mirabaud Equities Global Focus A USD Acc MS INVF Global Brands A MS INVF Global Opportunity Z Ninety One GSF Glb Frchs IX Acc USD Robeco Global Consumer Trends D € Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Vontobel Global Equity N USD

SELO FUNDSPEOPLE 2020

ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC

ÁSIA DESENVOLVIDA

ÁSIA EMERGENTE

EUROPA DESENVOLVIDA

JAPÃO

REINO UNIDO

ESTADOS UNIDOS

3,32

1,17

14,28

11,05

9,56

58,34

0

0

17,37

6,76

1,56

68,93

2,67

3,12

11,36

4,55

7,26

66,81

0

7,34

12,57

8,40

0

73,96 66,52

0

0

12,84

0

18,01

0,78

16,82

9,04

2,68

1,37

57,49

1,60

1,74

20,95

0

7,08

60,01 57,09

0

10,03

21,53

3,10

2,88

4,53

4,22

11,96

6,39

2,80

67,59

1,36

10,23

22,78

0

3,07

56,56

Fonte: Morningstar Directo com dados de 31 de maio de 2020. Critérios de seleção: fundos com Selo FundsPeople 2020 de ações globais de grande capitalização com o melhor ESG Risk Score segundo a Morningstar.

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PRODUTOS CARTEIRAS

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A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Manager de vendas Corporativas & Institutionais e responsável pelo Mercado Português , Amundi

HOME ECONOMY: UM GRANDE IMPULSO À DISRUPÇÃO

É PROVÁVEL QUE OS FUNDOS SUSTENTÁVEIS CONTINUEM A SUPERAR O MERCADO DE AÇÕES EM GERAL, JÁ QUE INVESTEM EM PROVEDORES DE SOLUÇÕES

Em geral, o período médio de investimento é de três a cinco anos. Espera-se que o tracking error do fundo supere os 8%, um número significativamente superior aos dos fundos de ações globais da sua categoria e que responde aos importantes desvios setoriais, de capitalização de mercado e regionais. A gestão do fundo está a cargo de Alexander Rose (diretor de Investimentos Fundamentais em Ações), Quirien Lemey, Dries Dury e Tom Demaecker, desde o seu lançamento, a 1 de outubro de 2017. O outro fundo que destacamos é o Mirabaud Equities Global Focus. O objetivo da estratégia é identificar as principais tendências temáticas que podem proporcionar um impulso favorável e fomentar o crescimento estrutural dos valores subjacentes. Alguns dos temas em que investe atualmente são a automação, empresas de plataforma, imobiliárias e infraestruturas, saúde e bem-estar, explosão de dados, envelhecimento da população, economia de serviços e consumo millennial. Os temas novos e os existentes são revistos anualmente. O universo de valores com um bom alinhamento temático é analisado mais a fundo mediante a 102  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

identificação de empresas com vantagens competitivas e com liderança no seus setores. O fundo está muito concentrado, já que investe em 25 títulos aos quais aloca o mesmo peso. O active share tende a ser superior a 90%, com uma baixa rotação de valores. Suportado na análise macro da Mirabaud, a equipa tem flexibilidade para investir tanto em ações core como noutras de maior ou menor volatilidade. Devido ao enfoque de crescimento temático e estrutural, o fundo mostra um viés para o estilo growth. A diversificação temática e por títulos individuais está desenhada para garantir um elevado risco específico, de aproximadamente 70%, pelo que se espera que a rentabilidade a longo prazo do fundo dependa da seleção de valores. As alocações regionais tendem a limitar-se a +/-5% em relação ao índice. À exceção do setor de tecnologia de informação, as exposições setoriais também são limitadas a +/-5% face ao índice. O fundo tem como benchmark o MSCI AC World (Net TR) USD. Espera-se que o tracking error oscile entre 4% e 6%. Anu Narula e Paul Middleton gerem a estratégia desde o seu lançamento em dezembro de 2013.

O mundo parou... mas a vida continuou remotamente, através dos ecrã e conectada à rede ... E funcionou! Esta pandemia trouxe muita dor, mas um enorme impulso à inovação, precipitando mudanças que víamos mais distantes. Modelos completos de teletrabalho; crianças a aprender e a brincar, on-line, em casa, consultas médicas remotas e compras quase todas feitas on-line ... Uma nova normalidade e uma Nova Economia Doméstica que perdurarão e que aumentaram a rentabilidade de estratégias como a CPR Invest Global Disruptive Opportunities. O portefólio aumentou sua exposição ao tema família e o lar em segmentos como o teletrabalho (data centers, segurança cibernética e infra-estruturas de comunicação), aprendizagem remota; e FinTech, especialmente na área de pagamentos (os consumidores evitam dinheiro em troca de pagamentos digitais e contactless). Algumas mais-valias foram realizadas no tema de jogos remotos (entretenimento, videojogos), que se tem mostrado resiliente. A estratégia lançada em 2016 criou valor em diferentes ciclos de mercado, e também durante esta crise, num ambiente de correções e volatilidade. O momento ainda é favorável à estratégia, que oferece um ponto de entrada único para um universo disruptivo diversificado em cerca de 30 subtópicos agrupados em quatro dimensões: economia digital, ciências da vida e da saúde, indústria 4.0 e Terra. Uma exposição completa a todo o ecossistema disruptivo com um perfil de risco-retorno equilibrado, capaz de oferecer várias fontes de alfa potencial.


PRODUTOS EMERGENTES por Nereida González

E D A D I E N E G O R E T HE OS D

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renças entre O COVID-19 tornou ainda mais visíveis as dife como as políticas estes países. Tanto o impacto da pandemia adotadas variam de forma considerável.

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odo o analista ou investidor em mercados financeiros globais sabe que quando se enfrenta os países emergentes há que fazer um esforço extra. A classificação de países emergentes é díspar em função da instituição que a estuda, e estes agrupam-se em siglas que escondem grandes divergências entre os mesmos. Assim, entre os países emergentes englobam-se econo-

mias como o Brasil, México, China ou Índia, mas também Rússia, Turquia ou África do Sul, entre muitos outros. E estas divergências observam-se também no impacto da crise que estamos a viver agora. A origem da epidemia foi na Ásia. A COVID-19 apareceu em finais do ano passado em Wuhan, China, sendo este país o primeiro a tomar medidas de confinamento. No final de janeiro,

coincidindo com a celebração do Ano Novo Lunar, a China bloqueou as deslocações em todo o país para controlar uma pandemia que já se começava a expandir pelo mundo. Por este motivo, a China foi o primeiro país a observar uma forte queda de todos os seus indicadores de atividade e confiança dos agentes económicos. Foi o país que nos serviu também como o retrovisor e exemplo na altura de JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 103


PRODUTOS EMERGENTES

poder intuir acerca do tipo de medidas que se poderiam aplicar noutras economias e, por sua vez, do impacto económico do vírus. A paralisação de mais de 80% da economia representou o colapso das deslocações, de vendas de veículo, de consumo de matérias-primas… e infligiu já no princípio do ano um primeiro golpe sobre os mercados financeiros. Não obstante, neste país observámos, depois das fortes quedas, uma recuperação em V da atividade, na medida em que o consumo de aço ou as vendas de automóveis voltaram para níveis ob-

servados no ano passado. Com tudo isto, as estimativas para o crescimento da China em 2020 mantiveram-se no positivo (ligeiramente acima dos 1%), ainda que longe dos 6% que observámos no ano passado. À medida que a pandemia parecia estar controlada na China (embora recentemente se vejam sinais de uma segunda onda de contaminações na capital do país), o vírus começou a alastrar para outras regiões dos países emergentes. Primeiro foi a Europa de Leste e África, e logo a América Latina. A Rússia e a Turquia mantiveram-se mais distantes da cobertura mediática global do vírus, se bem que não ficaram imunes e o impacto económico nestas economias resultará numa recessão este ano. No caso da Rússia, a queda do preço do crude representa um elemento adicional contra a evolução económica deste país em 2020. Apesar de ser um dos países mais eficientes na produção de petróleo, a queda do preço do barril abaixo dos mínimos de 2016 representará um golpe na atividade que levará a um crescimento negativo em 2020. Semelhante será o caso da Turquia, uma economia altamente dependente do turismo na qual a recessão em 2020 está garantida, muito embora as estatísticas oficiais apontem para uma incidência reduzida da crise e os dados de atividade mais recentes assinalem um aparente menor impacto do coronavírus sobre esta atividade. Por último, a América Latina é a região com uma pior incidência. Se a Ásia (China em concreto), foi a origem da pandemia, onde agora parecem estar já a viver a segunda onda da mesma, os países da América Latina estão hoje numa situação relativamente inicial da crise sanitária na medida em que, em muitos países, ainda não se alcançou o pico da número de casos diários. Nes-

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A RÚSSIA E A TURQUIA MANTIVERAM-SE MAIS AFASTADOS DA COBERTURA MEDIÁTICA DO VÍRUS, MAS O IMPACTO ECONÓMICO RESULTARÁ NUMA RECESSÃO ESTE ANO

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na medida em que a margem para levar a cabo este ajuste era mais ampla. Em matéria fiscal, o Brasil sofreu uma das maiores deteriorações das contas públicas, depois de um amplo período de tempo em que a sustentabilidade fiscal era um dos objetivos chave do governo atual. Também a China anunciou um generoso programa de projetos de investimento em infraestruturas, que mitigarão os danos económicos causados pelo vírus. Mas nem todos os países foram ativos: o México, um dos países que mais sofreu em 2020, tanto pela crise das matérias-primas e recessão dos EUA, como pelo próprio dano interno do vírus, apenas levou a cabo anúncios de medida de estímulo fiscal para este ano. Em definitivo, se esta crise nos ensina algo no contexto da evolução dos mercados emergentes é que há uma certeza: a heterogeneidade destes países não passa para segundo plano em tempos de crise, pelo contrário, as diferenças ficam ainda mais visíveis.

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tes países as estratégias de gestão têm sido díspares: países como a Argentina e o Chile levaram a cabo medidas de confinamento rápidas, no sentido de abrandar a pandemia, enquanto no Brasil não se chegou a proibir o movimento de forma coordenada a nível nacional. No México, as medidas de desconfinamento produziram-se antes de se ter controlada a pandemia. De igual forma, o leque de políticas que foram levadas a cabo foi bastante heterogéneo. De forma generalizada, foram postas em prática políticas de estímulo, tanto monetário como fiscal em todos os países, apesar de em diferentes graus. Em matéria de política monetária, foi o Banco Central do Chile que foi mais ativo, ao introduzir um programa de compra de ativos de dívida pública e privada pela primeira vez na história da região. Outros países como a África do Sul também seguiram estas medidas. O resto dos países centraram os esforços na redução das taxas de juro,

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O MÉXICO É UM DOS PAÍSES QUE MAIS VAI SOFRER EM 2020, TANTO PELA CRISE DAS MATÉRIASPRIMAS E RECESSÃO DOS EUA COMO PELO PRÓPRIO DANO INTERNO CAUSADO PELO VÍRUS

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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN LUNA Responsável pelo mercado português, Aberdeen Standard Investments

AÇÕES EUROPEIAS: PARA ONDE CAMINHAM? Para respondermos a esta questão, é importante olharmos para trás. Em situações de bear market, testemunhámos na Europa quedas de cerca de 42%; até ao momento em 2020, observámos quedas de cerca de 35% no ponto mais baixo. Na crise financeira, chegaram aos 57%. Ainda mais importante, o bear market rally recente foi um dos mais poderosos da história e foi significativamente superior à média. Poderíamos ignorar esta valorização, mas achamos que é digna de registo e que pode indicar uma mudança mais permanente no sentimento dos investidores do que a prevista. Embora não tenhamos dúvidas de que enfrentaremos alguns desafios, o nosso sentimento continua positivo em relação ao mercado europeu. Esse otimismo baseia-se numa abordagem seletiva que tem em conta o potencial que observamos em empresas específicas, e não tanto na região como um todo. Não nos podemos esquecer de que a Europa estava a enfrentar os seus próprios desafios antes do surto de COVID-19 e esses problemas não desaparecem assim. É necessária uma abordagem ativa para encontrar oportunidades fantásticas na Europa. Através dessa lente, conseguimos observar muitas empresas interessantes nos setores da tecnologia, bens de consumo de marca, saúde, etc. Também existem oportunidades de nicho nos setores financeiro e industrial. Além disso, a Europa permanece líder nas credenciais ESG. Nestes tempos de incerteza, estes fatores vão ser cada vez mais importantes e fundamentais a nível financeiro.

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PRODUTOS INSTITUCIONAL por Ricardo Almeida

COMO A PANDEMIA DE COVID-19 PODE TER SIDO UMA OPORTUNIDADE PARA OS FUNDO DE PENSÕES? Ainda não é claro se a pandemia de COVID-19 terá sido uma oportunidade para os fundos de pensões. Mas pelas suas características, estes apresentam melhores condições para se adaptarem a períodos de maior volatilidade. 106  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


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EVOLUÇÃO DO BALANÇO DA RESERVA FEDERAL DOS EUA Valores em milhares de milhões de dólares

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Fonte: Reserva Federal dos Estados Unidos.

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PRODUTOS INSTITUCIONAL

EVOLUÇÃO NA COMPOSIÇÃO DOS ATIVOS DOS FUNDOS DE PENSÕES OBRIGAÇÕES DE DÍVIDA PÚBLICA

OBRIGAÇÕES DE ENTIDADES PRIVADAS

PRODUTOS ESTRUTURADOS

FUNDOS DE INVESTIMENTO

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NUMERÁRIO E DEPÓSITOS

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20.270.480.666€

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19.469.962.777€

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Fonte: ASF.

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A OPINIÃO DE

OS FUNDOS DE PENSÕES TÊM UMA MAIOR CAPACIDADE DE ACOMODAR PICOS DE VOLATILIDADE NOS MERCADOS

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pandemia relacionada com o COVID-19 ainda não acabou, pelo que me parece prematuro afirmar de forma definitiva se terá ou não sido uma oportunidade para os fundos de pensões. Os impactos directos da COVID-19 dificilmente poderão ser classificados como oportunidade para coisa alguma. As medidas de mitigação, ainda que temporárias, criaram um conjunto de problemas económicos inéditos pela sua dimensão e pelo âmbito global da sua abrangência. Felizmente, e graças à experiência adquirida nas crises de 2008/2009 e 2010/2012, as autoridades monetárias globais (e com destaques merecidos para a Reserva Federal Americana e para o Banco Central Europeu), implementaram rapidamente pacotes de medidas expansionistas no sentido de mitigar dificuldades de acesso a liquidez por parte dos agentes económicos (empresas, bancos, governos), estancando problemas sistémicos de solvência. Prospectivamente, enquanto não existir uma vacina segura e eficaz e/ou tratamentos eficazes, a COVID-19 vai continuar a condicionar o enquadramento económico, quer por alterações voluntárias de comportamentos, quer por regulação/ legislação dos estados.

Os fundos de pensões, enquanto investidores institucionais não alavancados e com resgates de AUM residuais, têm uma maior capacidade de acomodar picos de volatilidade nos mercados. A recuperação rápida dos mercados financeiros desde meados de março foi objetivamente uma oportunidade, mas a volatilidade causada por problemas de saúde pública (e cuja solução definitiva não está dependente de medidas fiscais/ monetárias/regulatórias tradicionais) parece-me trazer mais ameaças que oportunidades. Para além do impacto negativo visível em termos económicos (quebra da produção, aumento do desemprego, falências de empresas), julgo existir o risco de alterações de comportamentos individuais com impactos significantes no funcionamento de algumas interacções sociais. O confinamento domiciliário e as medidas de distanciamento social foram adotadas (com maior ou menor rigor) por uma grande parte da população mundial praticamente ao mesmo tempo. Historicamente, esta situação é inédita. A percepção do risco e da perigosidade da COVID-19 não desaparecerá facilmente do subconsciente de várias pessoas.

TERESA MOLINS Diretora de Desenvolvimento de Negócio, Legg Mason AM

DESEMPENHO ESTÁVEL EM VÁRIAS CONJUNTURAS Os mercados do crédito demoraram algum tempo a reagir à escala dos impactos da COVID-19, mas a partir do momento em que os mercados se aperceberam da dimensão da crise, a escalada em termos de turbulência aconteceu rapidamente. Normalmente, em períodos de perturbações nos mercados, os emitentes empresariais adiam e ficam à margem até que as condições dos mercados comecem a melhorar. Desta vez, as empresas quiseram assegurar o máximo de liquidez possível e dispuseram-se a pagar essa liquidez para apoiar a liquidez de curto prazo e para se protegerem. Com as empresas dispostas a pagar por liquidez de curto prazo, as obrigações têm vindo a surgir nos mercados com descontos de novas emissões, com spreads mais alargados. Para nós, isto constitui uma oportunidade de compra de obrigações de elevada qualidade a preços muito convidativos. Mesmo em períodos de stress significativo nos mercados de crédito, com o Legg Mason US Short Duration Blue Chip Bond Fund, uma queda abrupta nas rendibilidades da dívida pública podem proporcionar algum equilíbrio no alargamento dos spreads, ajudando a proteger o retorno total global. As restrições de investimento do fundo (que excluem os investimentos em mercados emergentes, dívida subordinada, crédito estruturado), juntamente com um foco em emissões de curta duração e investment grade, têm historicamente ajudado o fundo a alcançar retornos positivos na maioria dos períodos de mercados de propensão/aversão ao risco (risk-on, risk-off). JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 109


PRODUTOS ETF por Óscar R. Graña

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MARCOS E DESAFIOS DOS ETF

NO SEU VIGÉSIMO ANIVERSÁRIO NA EUROPA Os fundos cotados têm conseguido aproveitar as crises dos mercados para ganhar a confiança dos investidores europeus, mas o mundo depois do COVID-19 será muito diferente e impõe desafios que obrigarão os fornecedores destes produtos a construir novos discursos.

umprem-se 20 anos desde o lançamento dos primeiros fundos cotados na Europa. Foi em abril do ano 2000 quando a iShares, então pertencente ao Barclays, registou na bolsa os dois primeiros ETF: o iShares Stoxx 50 e o iShares DJ EuroStoxx 50. Foi o germinar de uma história que ia mudar radicalmente a indústria, uma autêntica revolução que hoje leva estes produtos a desfrutar de um património a nível europeu próximo dos 800.000 milhões de euros e uma quota de mercado de 7%, segundo dados da Refinitiv a 30 de abril. Durante todo este tempo, existem dois momentos chave no desenvolvimento destes produtos. O primeiro tem uma data muito concreta: o estalar da crise financeira. Em 2008, o dinheiro saiu dos fundos de gestão ativa. Não foi assim com os ETF, que no ano desta grande crise registaram captações líquidas positivas. Foi a resposta do cliente às dúvidas sobre a liquidez dos veículos em que investia. Temia a existência de caixas negras e procurou nos ETF a visibilidade que lhe faltava. Para muitos investidores foi o seu primeiro contacto com estes produtos. Aitor Jauregui, responsável da BlackRock para a Península Ibérica, situa nesse ano o embrião do que seria o segundo marco conseguido pelos ETF: a sua penetração no mercado de obrigações. “Os ETF de obrigações despontaram na crise de 2008. Os investidores não dispunham de ferramentas para avaliar preços e começaram a recorrer a

EVOLUÇÃO PATRIMONIAL DOS ETF NA EUROPA Dados em milhões de euros a 30 de abril de 2020. Fonte: Refinitiv.

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estes veículos. Foi uma descoberta para muitos”, assegura. 12 meses depois da queda da Lehman Brothers, os ETF de obrigações duplicaram de tamanho na Europa, ao passar de gerir 12.500 milhões para 25.000 milhões. Hoje os ETF de obrigações são o novo motor da indústria de fundos cotados na Europa. Representam 45% das entradas líquidas registadas este ano no sector e 30% do património que existe nestes produtos. No total, alcançam 240.000 milhões, dos quais 61% estão em estratégias da iShares. Esta é outra caraterística que tem marcado o desenvolvimento da indústria: a hiperconcentração dos ativos num punhado de fornecedores, com a BlackRock a liderar com 47% dos ativos que existem nos ETF na Europa. Juntamente com a DWS, Lyxor, UBS, Amundi, Vanguard, State Street e Invesco reúnem mais de 90% do património total.

do euro, a que fez de catalisador. Num contexto em que gerar rendimentos se tornou mais complicado e em que MiFID apertou, colocando o foco na eficiência, os custos tornaram-se mais importantes, o que acentuou o interesse por estes produtos. Líquido, transparente e barato. Estas foram as qualidades que os investidores viram neles, as palavras mágicas sobre as quais o setor cimentou o seu êxito. E tudo isso apesar de durante esta etapa de desenvolvimento a indústria ter vivido duas guerras inteiras. A primeira enfrentada entre os pro-

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TRÊS PALAVRAS MÁGICAS

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Se a liquidez e a transparência foram os motivos que empurraram os investidores europeus para os ETF, o baixo custo foi a razão que os suportou. E, novamente, foi outra crise, desta vez a

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DESAFIOS PENDENTES

Embora os ETF tenham conseguido ter um espaço muito relevante nas carteiras dos investidores europeus, nem sempre saíram airosos de todas as batalhas. Alguns campos continuam-lhes vedados, como o mundo dos multiativos ou da gestão alternativa, onde a sua quota de mercado face à gestão ativa é insignificante. Este não será o único desafio pendente que a indústria de ETF europeia terá por diante. O desenvolvimento do COVID-19 poderá acelerar algumas tendências já em marcha que obriguem os fundos cotados a demonstrar o seu valor e idoneidade. É o caso dos temáticos e, sobretudo, dos ESG, tipo de investimento que poderá crescer de maneira especialmente significativa na Europa e onde, por agora, os ETF contam com uma quota de mercado muito pequena, embora a aumentar e a ganhar velocidade.

Nos três primeiros meses do ano, as entradas em ETF sustentáveis rondaram os 6.500 milhões de euros. Mais de metade foram produtos da iShares. Foi um trimestre record em que a indústria captou metade de tudo o que atraiu em 2019. Mas, para continuar a crescer, os fundos cotados ESG terão que fintar algumas barreiras, que, como explica María Folqué, diretora de Análise FundsPeople, estão a abonar a favor da gestão ativa. “Contar com uma análise própria permite acompanhar empresas no seu processo de transformação para modelos mais sustentáveis. Como investidor, isto pode permitir conseguir uma redução da pegada de carbono ou a melhoria de outro aspeto ESG muito maior do que estando em empresas que já sejam totalmente ESG. São fatores interessantes que não são nada fáceis de refletir num simples scoring. Para além disso, um investidor ativo também pode exercer mais influência através das reuniões com diretores ou da presença nas assembleias gerais de acionistas”, afirma. Para conseguirem ser vistos como produtos úteis neste campo, os fornecedores de ETF terão que decidir se continuarão a fazer finca-pé nas mesmas qualidades que os catapultaram (liquidez, transparência e preço) ou se devem adaptar a sua mensagem e construir um novo discurso. No seu vigésimo quinto aniversário poder-se-á analisar se os ETF conseguiram aumentar a sua quota naqueles mercados que conseguiram penetrar com êxito, e abrir caminho nos quais ainda não acederam. Também será um bom momento para comprovar quem saiu reforçado da crise de COVID 19: a gestão ativa ou passiva.

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EM 2009 O BARCLAYS VENDEU A ISHARES À BLACKROCK. A PRIMEIRA CONSEGUIU EVITAR O RESGATE. A SEGUNDA, CONSTRUIR UM COLOSSO vedores de réplica física e os de réplica sintética. Terminou com o veredito dos investidores, que optaram maioritariamente pela réplica direta, obrigando os fornecedores que utilizavam o mecanismo de swap a reconverter as suas gamas. A segunda foi uma guerra de comissões, uma corrida na qual se envolveram os fornecedores de ETF para ver quem oferecia o produto com o TER mais baixo. Hoje, com expense ratios totais abaixo dos 0,05% para replicar os principais índices, a margem para continuar a reduzir é muito escassa e o debate transferiu-se para questões mais integrais, como a eficiência do produto na hora de recolher o comportamento do mercado.

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PRODUTOS ETF

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A OPINIÃO DE ANDRÉ THEMUDO Diretor, responsável de Negócio em Portugal, BlackRock

SAÚDE E TECNOLOGIA LIDERAM OPORTUNIDADES EM MEGATENDÊNCIAS A expansão do coronavírus e o seu impacto nos mercados tornaram-se o grande cisne negro de 2020. Esse evento levou praticamente todos a adotar medidas para lidar com a doença e mitigar as suas consequências sociais e económicas, o que levou a repensar se as estratégias de investimento com as quais o ano começou, eram as mais adequadas para o novo cenário. O investimento temático é uma das grandes questões que dominou este repensar. Identificamos como tema as forças reguladoras, sociais e económicas que lideram a mudança. Os fundos que se enquadram nessa categoria são caracterizados por investir em setores e regiões geográficas, beneficiando de mudanças estruturais e tradicionalmente ultrapassando o mercado de ações como um todo no longo prazo. Na BlackRock, identificamos dois temas que oferecem grandes oportunidades no cenário atual: o setor de saúde e o setor de tecnologia. O primeiro tende a ter um bom desempenho nas fases tardias do ciclo, ao mesmo tempo que mostra um risco menor de queda do que o dos mercados de ações em geral. O setor de tecnologia, por sua vez, desfruta de fundamentais muito atrativos e de uma ampla gama de oportunidades, e é formado por empresas acostumadas a liderar mudanças e disrupção.


PRODUTOS ISR por Sofia Santos

APLICAÇÃO DA TAXONOMIA NOS FUNDOS EMPRESA A

EMPRESA B

EMPRESA C

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DA EMPRESA

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DA EMPRESA

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE DA EMPRESA

EMPRESA A

EMPRESA B

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15% 50% PESO

20% PESO

O MEU FUNDO DE AÇÕES ESTÁ 10,6% ALINHADO EM TERMOS DE TAXONOMIA

Fonte: Taxonomy: Final report of the Technical Expert Group on Sustainable Finance, março 2020

OS FUNDOS DE INVESTIMENTO SUSTENTÁVEIS

O FUTURO NOVO NORMAL A pandemia atual veio provar o que muitos estudos já diziam: os fundos ESG têm, como padrão, um melhor retorno do que os fundos que se guiam por benchmarks tradicionais. A mudança está aí, e fundos e empresas têm de se preparar.

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divulgação sobre a forma como a inclusão de critérios ambientais, sociais e de governação (os chamados critérios ESG1) na escolha dos ativos de um fundo vai ser obrigatória. Pode-se sempre dizer que esse fundo não integrou qualquer critério ESG na seleção dos seus ativos. Mas será que essa será uma boa estratégia?

DESEMPENHO

Durante o início do século XXI muita investigação foi realizada para se compreender se os investimentos

com algum tipo de critérios ESG teriam retornos superiores ou inferiores aos fundos de benchmark. Depois de mais de uma década de estudos, é hoje consensual que os fundos ESG têm, normalmente, rentabilidades ligeiramente superiores aos índices de benchmark quando os mercados estão a subir, apresentando quedas menores quando os mercados estão a baixar. Ou seja, os fundos ESG têm, como padrão, um desempenho melhor do que os fundos dos benchmarks tradicionais, onde não há qualquer tipo de critério para além da expectativa da maximização financeira. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 113


PRODUTOS ISR

Este melhor desempenho acabou por ser demonstrado com a crise do COVID-19. Vários estudos afirmaram que2 durante este período de baixa dos mercados financeiros, os fundos ESG tiveram menos perdas. Este facto deve-se a várias componentes das quais destaco: 1) muitos fundos ESG não investem em empresas que dependam significativamente da venda de combustíveis fósseis;

VÁRIOS ESTUDOS AFIRMAM QUE DURANTE PERÍODO DE BAIXA DOS MERCADOS, OS FUNDOS ESG TIVERAM MENOS PERDAS A OPINIÃO DO SELECIONADOR

RICARDO DUARTE SILVA

Investimento, gestão de ativos, CA Gest

Desde o Acordo de Paris de 2015, onde foram fixadas metas para a redução da emissão de gases estufa a nível global e para o controlo da subida da temperatura do planeta para um máximo de 2 graus Celsius, as gestoras de ativos internacionais e a comunidade de investidores têm despertado para o tema do ESG. Se inicialmente o investimento em produtos seguindo uma filosofia ESG era visto com desconfiança, hoje, apesar da ausência de “standards” na indústria, a generalidade das entidades gestoras adotaram uma qualquer metodologia destinada a avaliar empresas e emitentes numa vertente ambiental (E), social (S) e na qualidade do seu governance (G). É de crer que nos próximos dois anos se assista a uma uniformização das regras acelerada em particular pela introdução de nova regulação. Esta standardização é de todo bem-vinda não só porque favorece a comparação entre produtos como também confere maior transparência num tema sensível como a alocação de recursos a empresas via investimento (seja através de capital ou de dívida).

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2) muitos fundos ESG optam por escolher como ativos, empresas com modelos de negócio diferentes e que usam tecnologias menos tradicionais; 3) muitas das empresas escolhidas pelos fundos ESG têm métodos de identificação de riscos mais sofisticados, e como tal têm maior resiliência e capacidade de adaptação à mudança, que são essenciais em épocas onde os imprevistos se tornam a constante. Assim, existe hoje informação e análises suficientes para qualquer gestor de fundos querer disponibilizar na sua oferta um leque temático de fundos de investimento sustentáveis. Até porque, as empresas que são alvo destes fundos ESG, são elas próprias sujeitas a rankings e raters de sustentabilidade. Estas entidades procuram empresas com ações concretas na sustentabilidade, mas, principalmente, procuram empresas em que a componente estratégica, gestão de risco e de governance incorpore devidamente os riscos das alterações climáticas e ambientais. Cada vez mais os fundos ESG irão procurar por empresas que sigam as orientações do reporte de informação climática sugerida pela Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD), até porque essas empresas serão aquelas que melhor pensam o futuro e as suas incertezas e, consequentemente, serão aquelas que mais informação têm para antecipar a mudança e implementá-la.

QUÃO SUSTENTÁVEL?

Uma vez que o mundo defronta um dos maiores desafios que a Humanidade tem memória - o desafio das alterações climáticas - a Comissão Europeia, e mais recentemente o Banco Central


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A OPINIÃO DE MIKE RIDDELL Gestor do fundo Allianz Strategic Bond e autor do blog BondIssues.com, Allianz GI

UM ENFOQUE TODOO-TERRENO PARA OBRIGAÇÕES DEFINIÇÃO DO VERDE PARA AS EMPRESAS MÉTRICA FINANCEIRA

MITIGAÇÃO DA MUDANÇA CLIMÁTICA

ADAPTAÇÃO MUDANÇA CLIMÁTICA

TURNOVER

Pode considerar-se onde a atividade económica encontra os critérios de screening técnicos de Taxonomia para uma contribuição substancial para a mitigação das mudanças climáticas e relevantes critérios DNSH (Do No Significant Harm).

O turnover pode ser reconhecido apenas para atividades que possibilitem adaptação. O Turnover não pode ser reconhecido para atividades adaptadas neste estágio.

CAPEX & OPEX

Pode considerar-se onde os custos decorrentes (Capex e, se relevante, opex) são parte de um plano para ir ao encontro dos critérios de screening técncios de Taxonomia para uma contribuição para a mitigação da mudança climática e relevantes critérios DNSH (Do No Significant Harm).

Pode considerar-se onde os custos decorrentes (Capex e, se relevante, opex) são parte de um plano para ir ao encontro os critérios de screening técncios de Taxonomia para uma contribuição para a adaptação da mudança climática e relevantes critérios DNSH (Do No Significant Harm).

Fonte: Taxonomy: Final report of the Technical Expert Group on Sustainable Finance, março 2020.

Europeu, reconhecem a urgência de o setor financeiro alocar investimento a empresas e projetos que possam contribuir para que a Europa e o mundo possam atingir a neutralidade carbónica em 2050. A composição da carteira de fundos, constituiu uma ferramenta essencial neste processo. Assim, já a partir de 2021 e 2022 as empresas financeiras e não financeiras irão ter obrigatoriedade de reportar o quão verdes são. Os fundos de investimento terão de divulgar qual a percentagem de atividades ambientalmente sustentáveis que compõem a sua carteira. As empresas abrangidas pela Diretiva de Informação Não Financeira vão ter de reportar a percentagem de volume de vendas que é verde, a percentagem de CAPEX verde e, se relevante a percentagem de OPEX que é verde. O verde é definido pela Taxonomia da Comissão Europeia sobre financiamento sustentável, que criou uma lista de atividades económicas que têm de contribuir para seis objetivos ambien-

tais, não podendo, em simultâneo, causar danos significativos em nenhum dos outros objetivos. Estes seis objetivos ambientais são: • Mitigação às alterações climáticas; • Adaptação às alterações climáticas; • Uso e proteção dos recursos marinhos; • Transição para a economia circular, prevenção dos resíduos e reciclagem; • Prevenção e controlo da poluição e Proteção de ecossistemas saudáveis sustentável. Torna-se assim evidente que o mundo financeiro está a mudar, vai mudar, e esta mudança vai ser muito mais rápida do que o setor esperava. Há que ganhar conhecimento, compreender o novo pensamento vigente e começar, desde já, a preparar as organizações para estas mudanças.

NOTAS: (1) Critérios ESG, é a expressão anglo-saxónica para designar critérios ambientais, sociais e de governação (2) https://www.morningstar.com/articles/976361/ sustainable-funds-weather-the-first-quarterbetter-than-conventional-funds

Um fundo de obrigações não se deveria comportar como um fundo de ações. Isto parece óbvio, mas a realidade é que existe uma elevada correlação entre ações e o comportamento de muitos produtos flexíveis de fixed income global. Por esse motivo, em junho de 2016 lançámos uma estratégia flexível de fixed income global com uma dupla missão: oferecer um rendimento superior ao seu valor de referência e manter uma correlação quase nula com as ações globais. Devido ao ambiente de baixas taxas de juro, os gestores tiveram de procurar outras fontes de rendimento. Muitos fundos de fixed income flexível aumentaram a sua exposição a emissores empresariais, aumentando também a correlação com as ações. Para superar esta situação, decidimos criar uma estratégia de fixed income global, sem restrições, capaz de identificar as melhores alternativas de investimento em quatro áreas principais: duração/curva de juros, crédito, inflação e divisas. Desde o início do ano, parecia-nos já que os títulos corporativos estavam a negociar com avaliações excessivas e, quando começámos a ver os possíveis efeitos que a pandemia poderia ter, decidimos reduzir ao mínimo o peso de fixed income corporativo nas carteiras. Isto ajudou-nos a superar bem o período de venda massiva do primeiro trimestre. A partir daí, após a intervenção dos bancos centrais e tendo em vista as atrativas avaliações a que estavam a ser negociadas muitas obrigações de boa qualidade, decidimos aumentar a exposição a esse tipo de emissores. E continuamos a acreditar que o aumento da exposição a emissores privados de alta qualidade continua a ser acertada no momento atual. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 115


PRODUTOS ALTERNATIVOS por Nils Rode e Lee Gardella

COMO GERIR

PRIVATE EQUITY EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS Os investidores em private equity encontram-se em território desconhecido, mas a história pode ensinar-nos algumas lições que podem ser uma útil referência na hora de decidir os próximos passos aplicando a maior cautela.

116  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO


CARTEGORIA DE EMPRESA Empresas que beneficam da situação atual

Aceleração do crescimento

DESCRIÇÃO MEDIDAS DE MITIGAÇÃO DURANTE A CRISE

Empresas que demostraram solidez quanto a receitas e rentabilidade, mas que poderão experimentar uma descida da valorização impulsionada pelos comparáveis do mercado

Intensificação da gestão de riscos

EMPRESAS SÓLIDAS

EMPRESAS ANTIFRÁGEIS

QUATRO GRUPOS DE INVESTIDORES Redução de custos

Empresas que experimentarão algum nível de impacto nas receitas e na rentabilidade, mas que não têm riscos de financiamento ou são muito baixos

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Redução de de custos, medidas de financiamento adicionais

EMPRESAS COM RISCOS DE DETERIORAÇÃO PERMANENTE

EMPRESAS FRÁGEIS

Para analisar os investimentos em private equity, uma referência útil é classificar todos os investimentos em quatro grupos

Empresas que requerirão algum tipo de financiamento adicional para apoiar o seu negócio durante esta situação

Fonte: Schroders Adveq.

s esforços por conter e mitigar o aumento do COVID-19 têm provocado uma correção histórica do mercado de valores e parecem estar a levar o mundo a uma recessão global. As consequências para os mercados financeiros são muito amplas e as variáveis numerosas, pelo que muitos investidores nem sequer sabem que perguntas fazer, e muito menos quais poderão ser as respostas que necessitam. As consequências diretas e indiretas e o calendário da crise continuam rodeados de uma grande incerteza. No entanto, a nossa experiência com as duas grandes crises anteriores (2000-03 e 2008-09) faz-nos sentir capacitados para oferecer algumas

análises sobre os problemas de gestão do risco e da liquidez que os investidores institucionais de private equity poderão enfrentar nas próximas semanas e meses para ajudá-los a navegar nesta tormenta. Os que têm alocações importantes a ações cotadas, têm experimentado um aumento relativo das suas alocações ao capital de risco. Isto deve-se ao facto das valorizações em private equity se ajustarem durante um período mais longo em comparação com as ações cotadas e espera-se que se ajustem em menor medida. Para muitos investidores, o repentino aumento das alocações de private equity não representa um problema, visto que as suas alocações reais de capital privado estão abaixo das suas

JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 117


Maior ênfase em examinar a alavancagem e os perfis dos investidores de capital de risco

PRODUTOS ALTERNATIVOS

Contextos de trabalho mais flexíveis com mais trabalho a partir de casa Necessidade de um distanciamento social que conduza a experimentar o trabalho a partir de casa

Desglobalização ordenada pelos governos em determinadas áreas

Melhor diversificação da cadeia de fornecimento

Interrupções na cadeia de fornecimento mundial

PROBLEMAS NA RAIZ DA CRISE POSSÍVEIS EFEITOS A LONGO PRAZO

Sobrealavancagem de algumas grandes empresas

O QUE ESPERAR NESTA CRISE?

Fonte: Schroders Adveq. Necessidade de um distanciamento social que conduza a mais operações online

Impulso de crescimento permanente para os serviços e o comércio online

Alguns investimentos de private equity e estruturas de investimento com uma alavancagem oculta ou excessiva

Escassez de fornecimento sanitário, falta de preparação para uma pandemia

alocações objetivo. Alguns também poderão e estarão dispostos a tolerar que as suas alocações de private equity objetivo sejam excedidas temporariamente. No entanto, para outros isto poderá ser um problema, por exemplo, se atenderem aos limites normativos.

DECISÕES DIFÍCEIS

Os investidores que necessitem mitigar o efeito denominador enfrentam decisões difíceis. Os que se sentem obrigados a reduzir a alocação a private equity nesta crise e nos casos em que as paragens temporais dos seus compromissos não sejam suficientes, não contarão com opções favoráveis. Poderão vender participações como sócios de responsabilidade limitada no mercado secundário, mas terão de aceitar maiores descontos. Também poderão optar por não cumprir os seus compromissos, mas correriam o risco de perder a sua exposição atual, o que prejudicaria a sua reputação no mercado de private equity e o seu acesso às captações que os gestores de fundos realizem posteriormente. 118  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Enfoque renovado no negócio principal da empresa e necessidade de levantar capital para aumentar o fluxo de negócios

Aumento da procura de determinados bens e serviços sanitários

Existem algumas perguntas sobre controlo e gestão de riscos que nós devemos fazer. Os investidores deveriam procurar ativamente informação periódica, específica da carteira, relativamente ao COVID-19. Um enfoque proativo permitirá estarem melhor posicionados para responder às necessidades de capital dos seus compromissos de private equity, que foram submetidas a uma dinâmica de mudança. Normalmente, os investidores obtêm esta informação através dos seus fornecedores de private equity e dos gestores de fundos com os quais investem. Equilibrar a sua provisão também representará um desafio. Embora o ideal seja uma comunicação frequente, os gestores de fundos também devem assegurar-se de que se presta a devida atenção à gestão das suas carteiras existentes nesta situação especial. Desta forma, é importante centrar as solicitações de informação nas participações mais importantes da carteira. Dispor de uma estrutura coerente para as atividades de controlo ajudará a que os resultados sejam com-


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A OPINIÃO DE

OS INVESTIDORES DEVERIAM PROCURAR ATIVAMENTE INFORMAÇÃO PERIÓDICA, ESPECÍFICA DA CARTEIRA, RELATIVAMENTE AO COVID-19 paráveis entre os investimentos, assim como a agregá-los e permitir a consolidação dos resultados. Uma referência útil consiste em classificar todos os investimentos em quatro categorias. Trata-se de desenvolver uma estrutura de avaliação específica para a situação do COVID-19, classificando os investimentos em quatro grupos diferentes (gráfico da página 117). Ao avaliar os investimentos dos fundos, há que analisar a nível da empresa e vigiar a alavancagem. Dado que o uso da alavancagem de fundos tem aumentado consideravelmente nos últimos 10 anos, é importante examinar as empresas da carteira subjacente e avaliar os estratos adicionais de alavancagem num investimento (ou seja, linhas de subscrição, serviços baseados no valor global líquido, alavancagem adicional para investidores do mercado secundário).

CONSELHOS

Também se aconselha os investidores a reservarem capital para garantir a capacidade de participar no financiamento do resgate de fundos e investimentos conjuntos. Algumas empresas passarão esta crise sem ser afetadas (empresas antifrágeis e empresas sólidas), enquanto que outras enfrentarão uma diminuição temporária da atividade sem necessidade de capital adicional (empresas frágeis). No entanto, outras necessitarão de injeções de capital adicionais para enfrentar as tempestades (empresas com riscos de deterioração permanente). Dado que em tempos de crise pode ser difícil encontrar fontes de financiamento externas, os gestores utilizarão o capital

não comprometido dos seus fundos, reciclando provisões ou linhas de crédito para injetar capital nas sociedades da carteira existentes em qualquer momento que for necessário. Em alguns casos, também poderão optar por angariar fundos complementares para financiar as sociedades da carteira. Devido ao facto de o financiamento do resgate costumar ter condições económicas preferenciais, os investidores devem estar preparados para participar em fundos complementares ou no financiamento do resgate de investimentos diretos ou conjuntos. Isto poderá significar a reserva de alocações adicionais nas suas carteiras. A organização do financiamento de resgate para as sociedades da carteira será mais complexa na atualidade do que na crise de 2008-2009 devido à prevalência dos investimentos conjuntos com diversos acionistas que poderão ter diferentes opiniões sobre os investimentos e diferente capacidade para financiar os investimentos de seguimento. Isto poderá aumentar os possíveis conflitos de interesse, dificultar as negociações a prazo, e requerer uma estruturação mais complexa para executar um financiamento de resgate. É demasiado cedo para fazer uma avaliação exaustiva dos efeitos a longo prazo da crise atual. No entanto, visto que os problemas identificados em crises anteriores conduziram a ajustes nas políticas governamentais, na normativa e no comportamento dos investidores, cabe esperar o mesmo para esta crise. O gráfico da esquerda resume algumas observações que podem tomar-se como base pra reflexão.

ANTONIO ROYO-VILLANOVA Vendas de produtos de gestão passiva na Península Ibérica, DWS

ESG - O FATOR DE SELEÇÃO FAZ A DIFERENÇA A 15 de janeiro de 2020, o Fórum Económico Mundial divulgou o seu relatório anual sobre riscos globais, analisando a sua probabilidade e o seu possível impacto. Os relacionados com as mudanças climáticas (eventos climáticos extremos ou desastres naturais) foram aqueles com maior probabilidade de ocorrência e maior impacto. O risco associado às doenças transmissíveis foi classificado com um impacto alto, mas improvável, quase no mesmo nível de um ataque terrorista e próximo ao risco de ataques com armas de destruição em massa, ou seja, com baixa probabilidade de ocorrência. A crise causada pelo COVID-19, além do inesperado, causou uma perda de riqueza em termos de PIB, onde a ação rápida dos bancos centrais e as medidas iniciadas pelos países amenizaram o medo dos investidores. Neste ambiente difícil, os investimentos com filtros ESG obtiveram uma relevância ainda maior do que aquela de que já desfrutavam. Esta abordagem trouxe melhores retornos, além de menos volatilidade. O que é notório é que o excesso de rentabilidade não provém exclusivamente de alguns títulos ou de uma amostra insignificante, mas, pelo contrário, o fator de seleção faz com que a grande maioria dos componentes forneça retornos acima dos índices gerais. Um exemplo claro são os ETFs Xtrackers ESG que obtiveram 5% mais rentabilidade do que seus índices amplos nos últimos doze meses e nos meses de março a maio testaram com êxito o processo de seleção robusto. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 119


ESTILO DE VIDA JIU-JITSU por Pedro Lucas Coelho

JIU-JITSU A LUTA AGARRADA Dores, lesões, derrotas, vitórias, alegrias e tristezas fazem parte da vida de um atleta. Mais intenso isto se torna, num desporto de combate que mexe muito com o nosso ego.

S

empre tive uma apetência e um gosto especial por desportos de combate. Enquanto criança pratiquei Judo na escola sem dar sequência na época da adolescência, tendo praticado sempre outros desportos, alguns deles com forte vertente competitiva. Por volta de 1995, ou seja com 18 anos e através de um amigo que havia trazido dos Estados Unidos cassetes de vídeo (quem se lembra das cassetes BETA) com uma competição de combate que se havia iniciado em terras americanas, com um formato brutal, algo violento, mas de alguma forma fascinante, chamada Ultimate Fighting Championships – hoje uma organização conhecida mundialmente como o UFC num formato bem mais comercial, dentro de um desporto conhecido atualmente como as Mixed Martial Arts – vulgo MMA. Na altura esta competição não era mais do que um formato onde vários artistas marciais de artes diferentes competiam para determinar qual era a arte marcial mais eficaz e dominante. Portanto, praticantes de todo o mundo, de Judo, Boxe, Kickboxe, Luta Greco 120  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Romana, Sambo entre muitas outras lutavam entre si em eliminatórias para determinar um campeão. As lutas tinham poucas regras na altura (hoje é um desporto regulado e seguro, o MMA). Fiquei imediatamente agarrado ao écran porque o vencedor consecutivo das primeiras edições deste campeonato era um brasileiro chamado Royce Gracie que praticava uma arte marcial (Jiu-Jitsu Brasileiro) que consistia em levar a luta para o chão (onde todas as lutas sem regras inevitavelmente acabam) e obrigar todos os adversários a desistir através de uma chave ou de um estrangulamento. Aquilo que mais me impressionou na altura foi a sua estatura de 1,78 e cerca de 75 quilos ser suficiente para dominar adversários treinados com estaturas mais elevadas e pesos na ordem dos 100Kg. Foi o meu primeiro contato com a arte marcial que mudou a minha vida e faz hoje parte daquilo que é o meu estilo de vida – originalmente o Jiu-Jitsu Brasileiro e hoje Jiu-Jitsu pela sua massificação e crescimento por todo o mundo. Na altura em 1995 procurei sem sucesso academias em Portugal onde se pudesse praticar. A arte era específica do Brasil apenas, e pouco se encontrava

fora do Brasil. Nunca tendo desistido da ideia, em 2003 voltei a procurar e encontrei. Já tinham vindo os primeiros professores para Portugal e aquilo que seria o início de uma Federação e circuito competitivo de Jiu-Jitsu desportivo em Portugal ainda em condições muito diferentes das de hoje. Hoje as coisas são bastante diferentes para a pessoa que queira começar a fazer Jiu-Jitsu. As academias têm ótimas condições e os professores também elevaram muito a sua pedagogia. Há uma oferta generalizada para todo o tipo de pessoas incluindo crianças, adolescentes e até pessoas com mais de 60 anos e é um desporto familiar para todos já recomendado até por diversos psicólogos de referência como o desporto ideal para uma criança desenvolver as suas capacidades motoras e psicológicas logo a partir dos três anos. Em 2010, após ter competido e viajado bastante para fazer Jiu-Jitsu noutros países, decidi abrir uma escola para dar aulas noturnas depois do trabalho na zona onde vivo. Nasceu então há 10 anos atrás a Gracie Barra Cascais, um projeto que, para além da minha família e carreira profissional, será provavelmente aquilo que de mais marcante eu


faço e terei feito na minha vida. A escola era uma pequena brincadeira para estar com amigos a quem eu pudesse ensinar e treinar ao mesmo tempo. Hoje, 10 anos depois é uma das maiores equipas de Jiu-Jitsu em Portugal com cerca de 200 atletas – metade dos quais crianças, vários campeões nacionais e europeus com múltiplos instrutores e aulas durante todo o dia. Mantenho ainda o ensino de algumas aulas noturnas pós-laborais e aos sábados de manhã. A escola é uma filial da maior equipa do Mundo de Jiu-Jitsu – a Gracie Barra (GB) que comecei a representar em 2003 quando me iniciei na arte. A GB tem 800 escolas espalhadas pelo mundo inteiro com mais de 100 mil atletas oferecendo JiuJitsu para todas as pessoas de uma forma estruturada e segura. A GB é uma equipa originária do Rio de Janeiro do bairro da Barra da Tijuca fundada pelo filho do criador do JiuJitsu Brasileiro – Carlos Gracie (tio do lutador Royce Gracie que eu havia visto em vídeo em 1996 a ganhar as primeiras edições do UFC). Ao ser hoje um faixa preta da Gracie Barra fechou-se um círculo que havia começado em 1995 com um impacto imenso na minha vida pessoal e profissional. JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 121


ESTILO DE VIDA VIAGEM por Cristiana Torres

JAPÃO Tanken-ka no seishin o wasurete wa naranai!

A AVENTURA NIPÓNICA

Não devemos nunca esquecer o espírito explorador!

Provérbio japonês

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m dos meus sonhos era conhecer a terra do sol nascente. Sempre considerei o Japão um país com uma das culturas mais fascinantes, repleto de tradições milenares e uma maravilhosa gastronomia. Um país vasto de cidades, lugares, experiências e tantas curiosidades torna qualquer planeamento difícil de traçar. Foram cerca de três semanas sozinha no Japão e foi sem dúvida a melhor viagem da minha vida. A estação do ano eleita para a viagem seria a primavera, 122  FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO

Hanami, contemplar as flores de cerejeira ou Sakura, em japonês, estas icónicas flores atraem grandes enchentes de turistas, mas acabou por acontecer no outono, Koyo. Ainda bem que assim foi. Na primavera de 2020 não teria sido possível dada a pandemia. Em outubro parti para a aventura que começou em Tóquio. Depois de pousar as malas num hotel cápsula na zona de Shinjuku, e como a adrenalina não me deixava aperceber do jetlag, saí para a rua e logo percebi que era um início da descoberta de um mundo à

parte. Esta é uma das zonas mais frenéticas de Tóquio, com epicentro na gigantesca estação de metro de Shinjuku, rodeada de centros comerciais, lojas de eletrónica, edifícios modernos e muitos neons, onde fiquei parada a olhar em redor e absorver a energia cosmopolita contagiante e excêntrica da capital japonesa. Depois de superado o primeiro impacto desta super cidade, onde me deparei com alguns problemas da comunicação em inglês, apesar dos locais serem extremamente educados, prestá-


JAPÃO Idioma oficial: Japonês Superfície Total: 377.915 km2 População: 126.529.100 Moeda oficial: Yen

“Parti de terras nipónicas com memórias tão felizes que não cabem nos vários cartões de memória que enchi de fotografias”

veis e respeitadores, logo cedo me apercebi de grandes diferenças do mundo ocidental. O facto de quase ninguém falar no metro e todos respeitarem as filas de entrada para as carruagens, não se fuma nos espaços públicos existindo zonas assinaladas como smoke free, não há caixotes de lixo nas ruas pois o lixo é levado para a casa de cada um, os japoneses usam máscaras hospitalares para protegerem as outras pessoas de contágio, tirar os sapatos quando se entra em casa/hotéis e há chinelos para usar, disponíveis na maioria dos hotéis, as retretes japonesas são electrónicas, aquecidas, têm esguichos direcionados, música ambiente e até barulhos para aumentar a privacidade, há máquinas de vending por todo o lado e com praticamente tudo, os taxistas usam luvas brancas e as portas abrem/ fecham automaticamente, há pessoas que se vestem como os seus personagens favoritos da manga e anime no bairro de Harajuku. Além disso, entrar numa pachinko e ouvir o barulho ensurdecedor saído de centenas de má-

quinas de jogo alinhadas, a aventura de atravessar as famosas passadeiras em Shibuya, comer yakitori no Piss Alley, comer ramen e sushi no mercado Tsukiji (maior mercado grossista de peixe do mundo) e muito mais que se poderia dizer sobre a avalanche cultural que se vê na gigante metrópole. Durante a viagem desloquei-me maioritariamente no comboio de alta velocidade Skinkansen. Para além de Tóquio visitei outras cidades como, Hiroshima, Quioto, Osaka, Nara, Takayama, Kanazawa e a ilha de Miyajima. No entanto, foi em Hirayu, uma pequena vila termal nos alpes japoneses, onde vivi uma das experiências mais marcantes desta viagem, para lá chegar apanhei dois comboios mais lentos e um autocarro, que atravessaram paisagens capazes de tirar a respiração. Tive oportunidade de experimentar um onsen (águas termais com temperaturas superiores a 25º C) e dormir numa ryokan (pousada tradicional do Japão) onde se dorme num futon no tatami vestidos com o yukata,

os quartos, o banho, as refeições e os edifícios quase intocáveis desde sempre, tornando esta numa experiência muito tradicional. Quioto também foi uma surpresa e embora fosse impossível conhecer os cerca de 2000 templos budistas e xintoístas, os que conheci, nos cinco (poucos) dias que lá estive, impressionaramme bastante e a sorte que tive em me cruzar com uma verdadeira gueixa, na conhecida rua Pontocho. Antes do fim da viagem ainda foi possível contemplar as vistas para o Monte Fuji do miradouro em Fujiyoshida, onde foram precisos cinco comboios desde Quioto para lá chegar, devido ao tufão Hagibis que tinha afetado muitas linhas de comboio, mas valeu todo o esforço, fiquei completamente rendida à paisagem imponente do vulcão adormecido com 3776 metros. Parti de terras nipónicas com memórias tão felizes que não cabem nos vários cartões de memória que enchi de fotografias, e com um mais um grande sonho...Voltar um dia ao Japão! JULHO E AGOSTO  I  FUNDSPEOPLE 123


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