Para Além do Infinito, António de Matos Ferreira

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Arte, Cultura, Património, Memória, Mundo, Ser, Vida, Tempo! Algumas palavras como ponto de partida para reflexões sobre produção artística, artistas, períodos artísticos e todo um conjunto de classificações e conjecturas pueris sobre o estado da Arte contemporânea, ou melhor dizendo, actual. No entanto, estou convencido que o mais importante no Mundo de hoje é a Comunicação, prossupondo um diálogo entre o artista e o público – sempre necessário em qualquer momento – mas premente no contexto actual onde emissor e receptor alteram e a obra é o veículo e vector da mensagem. Quanto à produção, assistimos, no meu entender, a uma tendência para uma arte experiencial, não inocente. A Arte pode denunciar tirania, mostrar crueldade, evidenciar actos vis, ou simplesmente ser, mas nunca deve ser trabalhada como tal. A Arte trata quotidianos – reais ou cerebrais - mas não deve aprisionar-se de quaisquer mediocridades. A Arte é o veículo, por excelência, da comunicação transcultural. Por tal, deve ser respeitada por quem a trabalha e a divulga! Em última instância, deve ser pedagógica num contexto museológico. E se a Museologia deve e tem de ser social, então, fazer uso dessa comunicação sem urbanidade, responsabilidade ética será atentar contra qualquer moral contemporânea de democracia e convivência cívica. A Arte, a sua produção e divulgação exige o respeito pelo Ser, pela dignidade e também pela integridade de quem constrói acção cívica. Quando todos estes princípios são violados, a liberdade que defendemos não o é: antes lágrimas de justos que permeiam com a injustiça!

Para além do infinito

“Todos os meus dias são um adeus.” Chateaubriand

A Arte tem de comunicar e, nesse acto, o Artista constrói e desconstrói patrimónios tangíveis e intangíveis de Memória, em De Matos poderão perspectivar, prevendo, os “fantasmas surrealistas” que pululam na sua obra pictórica numa paleta de cores ímpar e representativa de quem vive num pensamento democrático e livre, de vivências e experiências próprias, em momentos presentes, revividos. As suas exposições são sempre “instalações autobiográficas cerebrais” de uma vivência no presente e reflectem o Mundo e a sua visão pessoal, por entre tons gritantes de alguma humanidade desesperante e crítica, se quisermos, em última instância, discorrer sobre a matéria em cada uma das suas telas, sempre encontramos olhares que nos instigam a esse diálogo metapoético pictórico urgente no querermos agentes proactivos ao encontro de paradigmas fulcrais para a acção primeira do trabalho do Artista e no objectivo da Obra de Arte: Inclusão, Permanência e Paixão!


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