Maternidades, Arménio Diniz

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Maternidades

Exposição Temporária

Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Águeda 2017



Xeque-Mate à Vida pela Arte O Pintor de emoções Mutter, ich bin verloren. Mutter, wir sind verloren. Mutter, mein Kind, das dir ähnlich sieht. Paul Celan, in WOLFSBOHNE

Em Arménio Diniz vislumbramos emoções explanadas em telas por uma paleta “viva” de cores fortes e quentes, num geometrismo ondulante, como gotas em uma cadência horizontal. Pinceladas suas que caminham rumo a um qualquer farol, num “Cabo de Tormentas” que teima em permanecer, num espaço mental que obriga o Caminhante a se questionar para a árdua tarefa de o ultrapassar. Numa pintura emotiva, mas nada inocente, questiona-se, sem pudores ou quaisquer artifícios que não sejam a Arte como a entende, pela mão que ama e o dilacera pelas entranhas. Arménio = Seu contador X Quotidianos e Anseios : Vida – Sentir + Emoção | Diniz Talvez uma fórmula, a sua. Ou simplesmente a do observador. Ou qualquer outra coisa em si, crescente em emoções que pinta, transgredindo-se, denunciando uma emotividade latente por telas… por si. Não posso distanciar o sujeito e a obra porque em Arménio Diniz um outro procedimento condenaria os nossos sentidos a um logro, distanciando-nos destes sentimentos tão uterinos, permitindo-nos rumar a um humanismo confesso. Não distancio Arménio – a sua pintura – da emoção latente. Arménio Diniz pinta como vive o seu mundo afectivo e daí emana um interior – per si – em permanente erupção, em paixão e consternação, de existência pressentida ou persistência reiterada por cada jogo pictórico, numa religiosidade quase agnóstica, ambicionando o ecletismo redentor. Boa noite. Eu vou com as aves. Eugénio de Andrade, in POEMA À MÃE

J. M. Vieira Duque, 2017

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quando a obra nasce obsessivamente geométrico da tela branca e vazia o autor parte para as formas compostas e entrelaçadas apontando os seus vértices em todas as direcções, os triângulos preenchem o espaço envoltos em linhas curvas que desenham elipses misteriosas obsessivamente sentido nas teias intrincadas de linhas direitas e curvas o autor imagina e reproduz as cores quentes, fortes e sentidas que povoam o seu imaginário trespassadas de emoção e de memória e hesitantes entre a nostalgia e a alegria obsessivamente artista a veia inspirativa nunca abandonou o autor desde que se conhece como homem apaixonado pelas artes e pela sua história nas serras frias onde nasceu, na cidade universitária onde estudou, na metrópole sonhada onde ensinou, na terra junto ao mar onde rejuvenesceu, a cada momento e a cada espaço é a imagem das telas, dos pincéis e das cores que preenche os seus momentos criativos obsessivamente amigo numa pequena cidade dos mais bonitos arredores de Paris, a lindíssima St Germain-enLaye, amigo traz amigo e amigos ali nascemos, encantado eu como sempre com a capacidade criativa do desenho e fascinado desde logo com a representatividade elíptica da maternidade uma fase inspirada do autor em que a suavidade de uma curva que nasce e que regressa ao mesmo ponto, como que por magia sugere a evocação do óvulo, da maternidade, da vida nessa fase depois abandonada e noutras entretanto visitadas, a mesma inspiração e a mesma paixão, um traço comum e inconfundível, uma marca de alma pedro neto mariano jornalista

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“A ESPIRITUALIDADE DO AMOR EM TRAÇOS DE ARTE E FÉ” Há um tanto de poesia e transcendência divina na obra de Arménio Dinis dos Santos. Manipulando com mestria as cores e as formas, o artista afirma a “religiosidade” inerente à permanente busca do Homem na sua fé e irreverência íntima em busca de uma explicação dos sentimentos. As formas escondem rostos que se confundem com as cores do Paraíso e se deixam abraçar nos braços da uma mulher ou das vagas do oceano que tem simbioses com o universo. O artista por vezes não se dá conta mas há um “mais além” naquilo nas cores, nas formas e no movimento, mesmo que seja na cadência de uma procissão de um qualquer santo, de uma fé que está presente nos gestos e nos traços que dão vida à pureza crua da tela que se transforma. Um matiz de paz inquieta e, por isso, o movimento caracterizam esta espiritualidade de Arménio Diniz dos Santos, ao plasmar-se nas suas obras. Define-se nelas, é parte integrante de um cenário onde se entrecruzam gentes e flores, ecos e silêncios, meditações e cânticos de júbilo. Não há limites para a cor, para as cores, há uma coordenada confusão, direi, propositada, que capta a atenção, casa-se com o olhar do espectador mais incauto, leva-o ao apelo da descoberta da mensagem. É aqui que nasce a poesia que inatamente o pintor declama ao pintar temas que inspiram Paz, com um certo ecumenismo onde se entrelaçam manifestações religiosas cristãs, judaico-cristãs ou então de assembleias de gente, de almas, de espíritos vivos, de mares profundos, de céus infinitos. E, mesmo se estático na sua robustez, a Catedral da sua Guarda engala-se com o céu enfeitado de nuvens em correria, emoldurando, dando vida. Há na pintura de Arménio Diniz dos Santos um carinho especial pela mulher-mãe, a divina, seja ela Maria, Madalena, Senhora de uma qualquer invocação, mas sempre mãe que se entende como sendo sua, seja em que sentido for, a sua ou a do céu. Senhor de uma profunda espiritualidade, o artista transmite felicidade ao criar a obra, um desejo incontrolável de comunicar o pensamento e o olhar com que encara essa mesma espiritualidade, seja nas flores ou numa qualquer Ceia que não é nunca a última mas a continuidade de muitas outras que recria. Arménio Diniz dos Santos ama a arte e a Natureza, cultiva o amor e a amizade e não esconde estas qualidades naquilo que faz, que a vida moldou e guarda no peito. É autêntico no seu esplendor, humilde no carácter, sentimental e simultaneamente realista. Afirmo-o com o conhecimento de quem, desde os bancos da escola, conhece este artista que sempre entendeu a arte como forma de expressão de Paz e Amor! José Domingos Jornalista

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Titulo: Estrela Polar, 2016 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1000 x 1500

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Titulo: A Minha Veneza, 2016 Colecção Particular Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 900 x 1200

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Titulo: Xeque Mate, 2016 Colecção Particular Vieira Duque Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1100 x 800

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Titulo: Sem Título, 2012 Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1150 x 400

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Titulo:

Onde Tudo Começa

Técnica: Mista

Tamanho: 590 x 400

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Titulo: Flores De Mar, 2016 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 900 x 1200

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Titulo: Frutos Maduros, 2016 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 800 x 1200

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Titulo: Malmequer Girassol, 2016 Colecção Particular Maria Alcina Santos Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1200 x 800

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Titulo: Comemoração Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 990 x 790

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Titulo: Coração em Viana, 2016 Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1200 x 1000

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Titulo: Lá Longe, 2017 Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 800 x 1200

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Titulo: Sabedoria da Noite, 2016 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 930 x 1000

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Titulo: Clown, 2008 Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 900 x 900

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Titulo: Rosal Vermelho, 2016 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1200 x 800

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WOLFBOHNE

…O Ihr Blüten von Deutschland, o mein Herz wird Untrügbarer Kristall, na dem Das Licht sich prüfet, wenn Deutschland (HÖLDERLIN, “Vom Abgrund nämlich…”) … wie na den Häusern der Juden (zum Andenken des ruinirten Jerusalem’s), immer etwas unvollendet gelassen werden muß… (JEAN PAUL, “Das Kampaner Thal”)

Leg den Riegel vor: Es sind Rosen im Haus. Es sind sieben Rosen im Haus. Es ist der Siebenleuchter im Haus. Unser Kind wieß es und schläft. (Weit, in Michailowka, in der Ukraine, wo sie mir Vater und Mutter erschlugen: was blühte dort, mas blüht dort? Welche Blume, Mutter, tat dir dort weh mit iherem Namen? Mutter, dir, die du Wolfsbohne sagtest, nicht: Lupine. Gestern kam einer von ihnen und tötete dich zum andern Mal in meinem Gedicht. Mutter, Mutter, wessen Hand hab ich gedrückt, da ich mit deinen Worten ging nach Deutschland?

In Aussig, sagtest du immer, in Aussig na der Elbe, auf der Flucht. Mutter, es wohnten dort Mörder. Mutter, ich habe Briefe geschrieben. Mutter, es kam keine Antwort. Mutter, es kam eine Antwort. Mutter, ich habe Briefe geschrieben an — Mutter, sie schreiben Gedichte. Mutter, sie schreiben sie nicht, wär das Gedicht nicht, das ich geschrieben hab, um deinetwillen, um deines Gottes willen. Gelobt, sprachst du, sei der Ewige und gepriesen, dreimal Amen. Mutter, sie schweigen. Mutter, sie dulden es, daß die Niedertracht mich verleumdet. Mutter, keiner fällt den Mördernins Wort.


Mutter, sie schreiben Gedichte. O Mutter, wieviel fremdester Acker trägt deine Frucht! Trägt sie und nährt die da töten! Mutter, ich bin verloren. Mutter, wir sind verloren. Mutter, mein Kind, das dir ähnlich sieht.) Leg den Riegel vor: Es sind Rosen im Haus. Es sind sieben Rosen im Haus. Est ist der Siebenleuchter im Haus. Unser Kind wieß es und schläft. (21-10-1959; 25-4-1965) in Die Gedichte aus dem Nachlass

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GRÃO-DE-LOBO

…Oh, Flores da Alemanha, oh, o meu coração torna-se Um cristal infalível que Põe à prova a luz quando a Alemanha… (HÖLDERLIN, “Vom Abgrund nämlich…”)

...como nas casas dos Judeus (para lembrança da Jerusalém destruída) sempre alguma coisa tem de ficar inacabada… (Jean Paul, “Das Kampaner Thal”)

Põe o ferrolho à porta: há rosas na casa. Há sete rosas na casa. Há o candelabro de sete braços na casa. O nosso filho sabe isso e dorme. (lá longe, em Michailowka, na Ucrânia, onde eles me mataram pai e mãe: que floria aí, que floresce aí? Que flor, mãe, te fazia doer aí com o seu nome, mãe, a ti, que dizias grão-de-lobo, e não lupino? Ontem veio um deles e matou-te outra vez no meu poema. Mãe, mãe, que mão apertei eu quando com as tuas palavras fui para a Alemanha?

Em Aussig, dizias tu sempre, em Aussig junto ao Elba, durante a fuga. Mãe, aí moravam assassinos. Mãe, eu escrevi cartas. Mãe, não veio resposta. Mãe, veio uma resposta. Mãe, eu escrevi cartas a — Mãe, eles escrevem poemas. Mãe, eles não os escreveriam se não fosse o poema que eu escrevi, por ti, pelo amor do teu Deus. Bendito, dizias tu, seja o Eterno, e louvado, três vezes Amen. Mãe, eles ficam calados. Mãe, eles consentem que a ignomínia me difame. Mãe, ninguém cala a boca aos assassinos.


Mãe, eles escrevem poemas. Oh, mãe, quanto chão do mais estranho dá o teu fruto! Dá esse fruto e alimenta os que matam! Mãe, estou perdido. Mãe, estamos perdidos. Mãe, o meu filho, que Se parece contigo.) Põe o ferrolho à porta: há rosas na casa. Há sete rosas na casa. Há o candelabro de sete braços na casa. O nosso filho sabe isso e dorme. in A Morte é uma Flor Tradução de João Barrento Edição Cotovia, 1998

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Titulo: Senhora do Leite, 2017 TĂŠcnica: Acrilico s/tela Tamanho: 1200 x 800

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Titulo: Jovem Mãe Colecção Particular Maternidade Bissaya Barreto Coimbra Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 990 x 1200

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Titulo: Em Dia da Mãe Colecção Particular Filomena Velho Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 550 x 460

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Titulo: Senhora De Paris, 2002 Colecção Particular Pedro Mariano Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 700 x 500

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Titulo: Senhora Azul, 2001 Colecção Particular Filomena Velho Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 610 x 460

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Titulo: Entrelaçados..., 2004 Colecção Particular Filomena Velho

Técnica: Acrilico s/tela

Tamanho: 800 x 600

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Titulo: Gestação Colecção Particular Escola Superior Saúde Guarda Técnica: Acrilico s/tela Tamanho: 655 x 920

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Titulo: Senhora Do Manto Verde, 2014 Colecção Particular Maria Alcina Santos

Técnica: Acrilico s/tela

Tamanho: 560 x 560

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POEMA À MÃE No mais fundo de ti, eu sei que traí, mãe. Tudo porque já não sou o menino adormecido no fundo dos teus olhos. Tudo porque tu ignoras que há leitos onde o frio não se demora e noites rumorosas de águas matinais. Por isso, às vezes, as palavras que te digo são duras, mãe, e o nosso amor é infeliz. Tudo porque perdi as rosas brancas que apertava junto ao coração no retrato da moldura. Se soubesses como ainda amo as rosas, talvez não enchesses as horas de pesadelos. Mas tu esqueceste muita coisa; esqueceste que as minhas pernas cresceram, que todo o meu corpo cresceu, e até o meu coração ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? — às vezes ainda sou o menino que adormeceu nos teus olhos; ainda aperto contra o coração rosas tão brancas como as que tens na moldura; ainda oiço a tua voz: Era uma vez uma princesa No meio de um laranjal… Mas — tu sabes — a noite é enorme, e todo o meu corpo cresceu. Eu saí da moldura, dei às aves os meus olhos a beber. Não me esqueci de nada, mãe. Guardo a tua voz dentro de mim. E deixo-te as rosas. Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

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Nasceu a 01 de Maio de 1957, em Belmonte. Professor. Licenciado em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; tendo frequentado o curso de Estudos Artísticos. Vive na Figueira da Foz onde tem o seu ateliê. A pintura é uma forma de experimentalismo constante, intrínseco ao seu ser e à sua essência. Por isso é uma paixão que desde cedo sempre cultivou, complementada com incursões nas áreas do design, decoração de interiores e restauro, cenários para eventos, ilustrações em publicações e ilustrações de três livros infantis e quatro medalhas comemorativas para o clube Escape Livre e Escola dos Gaiatos da Guarda.Em Paris, para onde se retirou durante quatro anos, conviveu com pintores estrangeiros de várias correntes e fez ateliês. Fez a sua primeira exposição individual em Gouveia, 1985. Expõe regularmente a partir desse ano, em mostras individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro, destacando no seu percurso Paris entre outras cidades. Destacam-se as exposições individuais no Museu Abel Manta, Gouveia 1990; “Antes e Depois”, Guarda, 2001; “Viagem ao Brasil”, Castelo de Belmonte, 2001; “A tela e a Jóia”, Guarda, 2002; Galeria Francisco Duarte, Estoril, 2002; Galeria D. Dinis, Universidade de Coimbra; Centro de Artes e Espectáculos, Figueira da Foz, 2012; 1º Simpósio Internacional de Arte, Guarda, 2016; “Vivências”, A Pevidência Portuguesa, 2016; “Momentos” Museu de Arte Moderna Abel Manta, Gouveia, 2017; Restaurante NACIONAL, Coimbra, 2017. No estrangeiro, destacam-se as exposições na Casa de Portugal André de Gouveia, Paris; nas Galerias das Câmaras de Lagny, Val-de-Marne, Morsang-Sur-Orge. Colectivas a destacar: Museu Grão Vasco-Viseu, Hospitais da Universidade de Coimbra, Bienal do Sindicato dos Professores da Região Centro, Leiria, Bienal Internacional Luso- Espanhola de Artes Plásticas, Arte e Cultura, Museu da Guarda. Está representado em várias colecções em Portugal e no Estrangeiro e em diversos serviços públicos, tais como Museu Abel Manta, Museu Santos Rocha - Figueira da Foz, várias Câmaras Municipais, Ministérios e Secretarias de Estado. No estrangeiro, Café “La Palette”, Câmara de Morsang-Sur-Orge, Lagny-Val de Marne, Câmara de Albuquerque-Espanha, entre outras. Finalista do concurso Bienal Abel Manta 2017, teve ainda a Menção Honrosa do Concurso de Cartaz no concurso “ Cantanhede, Concelho da Pedra de Ançã “ e 1º Prémio do Concurso Nacional de Montras Van Gogh. “ Criar é a forma de encontro comigo mesmo e com as minhas raízes mais profundas, com a minha essência”. “ Cada tela é o desafio constante, numa vida ávida de ser, de preencher o branco que aceita as manchas com que me exprimo”.

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Ficha Técnica Curadoria: Vieira Duque, Conservador e Membro da Comissão Executiva Edição: Fundação Dionísio Pinheiro e Alice Cardoso Pinheiro Design: Catarina Martins, Estagiária em Técnica de Multimédia, Instituto do Emprego e Formação Profissional de Águeda Apoio Técnico: Joel Almeida Fotografia: Lauren Maganete, 2017 Textos: Vieira Duque Pedro Neto Mariano José Domingos



Praรงa Dr. Antรณnio Breda, nยบ4 3750-106 ร gueda Telefones: (+351) 234 623 720 | (+351) 234 105 190 (+351) 913 333 000 Fax: (+351) 234 096 662 www.fundacaodionisiopinheiro.pt info@fundacaodionisiopinheiro.pt conservador.museu@fundacaodionisiopinheiro.pt https://www.facebook.com/fundacaodionisiopinheiro/


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