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Há 2 meses no comando da Coorsel, Xela planeja construção de subestação
from Edição 1082
Presidente analisa atual situação da cooperativa e apresenta balanço das primeiras ações
| Treze de Maio
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Eleito em 14 de janeiro deste ano com 3.678 votos, Arilton Francisconi Cândido, o Xela, assumiu a presidência da Cooperativa Regional Sul de Eletrificação Rural (Coorsel) para a gestão 2023/2027 e iniciou um processo de reestruturação. Após mais de dois meses no comando, o novo presidente apresenta agora o balanço dos primeiros dias de sua administração à frente da cooperativa, que abrange os municípios de Tubarão, Treze de Maio, Orleans e Pedras Grandes e conta com mais de 13 mil associados.
Xela percorreu as comunidades nos últimos meses durante campanha eleitoral apresentando propostas de mudança para a cooperativa, até então presidida por Ivanir Vitorassi desde 2011. Entre os destaques de seu plano estão a mudança do estatuto para o fim da reeleição da diretoria, gestão transparente, promoção de energia mais limpa, a realização de uma auditoria para saber a atual situação da cooperativa, entre outros projetos, que, segundo o presidente, serão colocados em prática durante seu mandato. Em entrevista à Folha Regional, Xela fala sobre as surpresas que encon- trou ao avaliar as finanças da Coorsel, superfaturamento, dívidas e ações para investimentos futuros.
Ao ser questionado sobre os primeiros dias de administração, Xela afirma que a situação era de desorganização, principalmente entre os funcionários. “Assumimos a cooperativa no dia 16 de janeiro e, para nossa surpresa, encontramos uma empresa muito desorganizada, começando pelos funcionários. Não existia um organograma setorial, cada um fazia o que queria. Ago- ra estamos fazendo uma organização completa”, comenta o presidente. Ele também conta que se surpreendeu com o alto volume pago em horas extras para os funcionários. “Só no último ano foi pago R$ 1,2 milhão de hora extra. Temos 62 funcionários na cooperativa, e a grande maioria de hora extra foi paga para pessoas que trabalham em horário comercial, que não tinham direito. No primeiro mês nosso já reorganizamos essa situação e tivemos uma economia de R$ 75 mil de hora extra”, diz. Conforme o presidente, a cooperativa ainda conta com dívidas envolvendo fornecedores e financiamentos. “A cooperativa tem uma dívida grande, podendo chegar a R$ 6 milhões. Vamos fazer uma auditoria para colocar a situação pa- ra todo associado”, destaca. Xela diz que encontrou problemas de superfaturamento de materiais. “Primeira compra que fizemos com os mesmos materiais, a mesma marca, pagamos 62% a menos. Algumas compras que fizemos, comparando o mesmo material, chegou a dar mais de 100% de diferença de preço, constatando superfaturamento dos produtos”, revela.

Coorsel promove leilão para renovação da frota
O novo presidente conta que também se surpreendeu com a situação em que encontrou os veículos utilizados pelos funcionários.
“Temos caminhão guindaste em Orleans e Treze de Maio, todos os dois ultrapassados, de 2007, alguns já sucateados. Das três camionetes com as cestas usadas pelos técnicos, duas estão sucateadas, ficam mais na oficina do que aqui dentro. Os automóveis também não estão bons. Já tivemos autorização do conselho e estamos licitando e comprando alguns equipamentos para modernizar a área de máquinas e equipamentos para a cooperativa para poder-
Novas ações e mudança no estatuto
Um dos compromissos de sua campanha era promover uma reforma estatutária para o fim da reeleição da presidência da cooperativa, para haver alternância de poder. Para colocar a mudança em prática, a nova diretoria avalia uma data para a realização de uma nova assembleia. “Tudo que falamos na campanha vamos cumprir. Estamos vendo mos trabalhar melhor e dar mais segurança aos funcionários”, planeja.
Para iniciar a renovação da frota, a nova diretoria decidiu realizar um leilão público de três veículos, incluindo um Jeep Compass 2018/2019, usado exclusivamente pelo ex-presidente. O Jeep foi arrematado no lei- uma data para fazer uma nova assembleia para apresentar a proposta de mudança no estatuto para que o presidente permaneça na gestão por apenas quatro anos”, conta. Xela também diz que está fazendo reuniões nas comunidades e mantendo contato com clínicas e profissionais para retomar os projetos sociais que beneficiem e tragam qualidade lão pelo valor total de R$ 126.900. de vida aos associados.
Já os dois Toyota Etios HB. 2019/2020 receberam lances de R$ 43.000 (cada). “Estamos vendendo o carro que o presidente usava, porque não há necessidade de ter, e estamos vendendo dois carros para fazer uma renovação da frota”, afirma.
“Mesmo com todos esses problemas, primeiro estamos organizando e estruturando a cooperativa para que a gente possa seguir trabalhando. Já estamos fazendo planejamento para ampliação e reforma de redes e organizando o setor estrutural, dos funcionários, e planejando o futuro”, garante.
Nestes primeiros meses de gestão, além da reestruturação interna, a nova diretoria eleita iniciou algumas ações que trarão melhorias para os cooperados, como a construção de uma subestação. Há poucos dias, o atual presidente se reuniu com a empresa Conexão Engenharia para tratar sobre o projeto. A ideia é conectá-la à rede básica, em 138 kV, na comunidade de São Luiz, em Treze de Maio. “Estamos aguardando o custo para autorizar a execução do projeto e, em seguida, iremos atrás dos recursos. Pode custar de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões”, diz. Xela ressalta que a substação, depois de pronta, deve trazer aumento na qualidade e reduzir custo da energia. “Vamos ter uma energia de melhor qualidade. Depois de pronta, a energia pode ser reduzida em até 20% e ainda atrair grandes empresas para Treze de Maio, Orleans e áreas de abrangência, porque, se hoje se instalar uma empresa grande, não temos como fornecer a energia, segundo os técnicos da cooperativa”, alega. O local para a implantação da substação está sendo avaliado. O presidente já teve reuniões com alguns deputados para apresentar o projeto e obter apoio na busca dos recursos junto ao governo do Estado.
