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DE UM GESTOR
Ed Carlos é um contador de formação e com muita experiencia de mercado, que hoje está focado em reestruturação de empresas que passam por dificuldades judiciais e financeiras. O dia a dia de um gestor não se resume apenas em números e pagar contas, ele precisa manter a calma para poder passar tranquilidade e sabedoria para seus colaboradores. Essa entrevista conta um pouco sobre a sua carreira, aconselhamentos e dificuldades em cima de tantos anos de experiencia no mercado.
Para começar, como foi sua formação e por que optou pelo ramo?
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Minha formação é contador, cursei Ciências Contábeis na Univille, em 97. Optei por esse curso pois em 90 fiz um curso técnico no Elias Moreira, ainda sem uma profissão definida, gostei do curso e resolvi fazer faculdade e dar sequência na carreira.
E o seu início no mercado de trabalho, como foi esse começo, as dificuldades?
O mundo empresarial de hoje é muito diferente do que era há 33 anos atrás, quando a maioria das tarefas eram feitas manualmente, sem o auxílio de sistemas e tecnologias gerenciais. Antigamente, levaria um mês inteiro para fechar um balanço contábil básico, enquanto hoje em dia é possível ter informações atualizadas em tempo real através de planilhas e sistemas gerenciais. Essas ferramentas fornecem informações importantes e ajudam a tomar decisões importantes de maneira mais rápida e eficiente. O mercado de trabalho atual é mais competitivo, mas também mais dinâmico, com mais recursos disponíveis para melhorar o desempenho empresarial.
E depois de tantos anos nesse mercado, atuando, como está o seu dia a dia hoje, em relação com seus colaboradores?
É, o dia a dia depende da situação da empresa, depende do ambiente. Se você for falar da WEG, com certeza vai ser diferente de uma empresa que fatura bem menos, que não fornecem os benefícios que uma empresa como a WEG fornece, as possibilidades de construção de carreira. Eu particularmente atuo num projeto hoje, e já dá pra ver sua dificuldade financeira muito grande, atravessando todo um processo de reestruturação. É um projeto de uma empresa centenária, que já teve um faturamento muito grande, e hoje tá bem menor. A empresa encolheu, tinha rede de supermercados, shopping center, diversas lojas de materiais de construção, eletromóveis, e hoje são apenas 5 lojas no ramo de material de construção. Então é uma situação de reestruturação administrativa e financeira.
Certo, e além dessa empresa, você já atua em outras áreas ou deseja expandir? qual o teu pensamento sobre isso?
Eu atuo como diretor financeiro dessa empresa, mas ao mesmo tempo eu tenho uma empresa que presta serviços de assessoria financeira, contábil e reestruturação de empresas. É o projeto que eu tenho já definido há 4 anos atrás, através de uma missão pessoal, quando eu me formei como conselheiro. Então além de fazer a prestação de serviços, levando soluções empresariais para as empresas, eu atuo como conselheiro de algumas empresas, validando junto com o conselho de administração, os processos, as decisões, e as informações que são geradas e também definindo com elas o rumo das empresas.
Você pode contar um pouco como é que foi a sua passagem pela pandemia, e como está a saúde dessas empresas, e desses projetos que você faz parte?
Nas empresas que eu tive participação mais próxima, a saúde delas não está nada bem, a gente administra a consequência do ‘fique em casa’. Os prejuízos foram grandes, principalmente em empresas de varejo, onde você tem que ter crédito pra comprar, pra poder revender, as pessoas não podiam sair de casa pra comprar, e elas perderam o crédito pra poder adquirir essas mercadorias. Apenas algumas empresas de consumo, que quando o lockdown começou a ser flexibilizado e as pessoas começaram a sair de suas casas para consumir, acabaram triplicando seu faturamento. Outras que não tinham estoque em dia, que já não estavam muito confortáveis antes da pandemia, acabaram perdendo muito faturamento, essas empresas tem muita dificuldade pra adquirir crédito, capital de giro. Você pode ver fazer uma pesquisa aí de quanto aumentou o número de solicitações de recuperação judicial, praticamente todo dia empresas conhecidíssimas, empresas conceituadas que estão agora numa situação de recuperação judicial.
Na sua visão, o que caracteriza um bom gestor?
Um bom gestor tem que adaptar suas qualidades, há 15 anos atrás um bom gestor se destacava por suas qualidades técnicas, pontualidade e obediência. Hoje em dia um bom gestor tem que adequar todas essas habilidades e estar convivendo com as pessoas, membro de equipes, ser líder e ter compreensão. Hoje em dia você não precisa ter anos de experiência e qualidades, basta dedicação e força de vontade que você se tornará um bom gestor ao longo do tempo.
Qual seria o seu conselho pra quem tá começando agora e quer seguir nessa área?
Desenvolver toda capacidade possível técnica, você não precisa somente da faculdade, hoje a faculdade é um passo na sua carreira que é imprescindível, você fica pra trás se não subir esse degrau, você compartilha conhecimento com seus colegas e experiências com seus professores, de empresas e trabalho, dentro da sala de aula, ali você troca experiências. As informações hoje você conquista minuto a minuto no seu próprio celular, se você pesquisar no Google, vai conseguir informações administrativas, contábeis, fiscais, mas apesar de ser tão fácil, nunca deixe de ser persistente e humilde. Você não sabe tudo, nunca vai saber, você vai precisar de pessoas com mais ou menos conhecimento que você para atingir resultados, pra conseguir êxito, seja em conseguir empregos ou ser reconhecido por atingir resultados, então tenha humildade, comprometimento e atualização constante.