
4 minute read
RAMO PET & EMPREENDEDORISMO
Tendo em vista o amplo mercado nas diversas áreas do empreendedorismo atual, saber em qual ramo seguir nem sempre é um caminho fácil. Dessa maneira, para sabermos mais sobre uma das áreas que atrai maior público e que vem crescendo ano após ano, conversamos com Douglas Forbice, proprietário e gestor da Petlandia Petshop em Joinville e que com quase 30 anos de experiência nos deu exemplos de vivência na área e dicas sobre todos esses anos de mercado.
Qual foi o ponto de partida que o levou a seguir no ramo?
Advertisement
Sempre gostei muito de animais e meu sonho quando era mais novo era lidar com cavalos, então tentei 4 vestibulares para entrar na faculdade de medicina veterinária, porém acabei não passando, depois iniciei biologia, mas acabei desistindo. Após isso tudo surgiu a oportunidade de abrir uma agropecuária e foi onde comecei, vendia de tudo um pouco, desde adubo, comida pra galinha, e muita ração pra cachorro já que o mercado pet vinha crescendo muito na época. Isso à 26 anos atrás."
Quais foram os seus primeiros desafios?
Meus primeiros desafios dentro da loja foram conhecer o mercado, eu entrei no ramo sem nenhuma experiência e acabei tendo problemas. Dessa forma tive que conhecer tudo, meus concorrentes, onde eles estavam e, na época comprei um mapa da cidade e em cada loja que estava próxima da minha coloquei um alfinete e assim identifiquei cada uma delas, com o que cada uma trabalhava e seus diferenciais.
Como trabalhar com diferentes tipos de pessoas em sua empresa?
As pessoas são os maiores dilemas que enfrentamos e temos que ter maturidade para lidar com a equipe inteira, costumo dizer que quanto mais estudamos essa parte de gestão de pessoas mais a gente gosta do nosso cachorro em casa, podemos estar estressados ou doentes, mas quando abrimos a porta de casa, nosso cachorro sempre é o que nos recebe com a maior felicidade. As pessoas são difíceis, é como você olhar para sua mão com cinco dedos e ver que cada um é diferente do outro e você tem que aprender a lidar com tudo isso e ser um pouco de tudo, o chefe, o psicólogo, e a pessoa que auxilia muitas vezes.

Como trabalhar com diferentes tipos de públicos externos diariamente?
Eu tenho um lema que carrego desde o meu primeiro ano de empresa de que a venda tem que ser a consequência do bom atendimento e da boa prestação de serviço. Nós temos clientes de poder aquisitivo alto, baixo e todos e devem ser tratados de forma igual, temos que saber identificar com perguntas sutis como podemos ajudar, desde um produto com custo menor ou maior, mais simples ou de melhor qualidade, tudo isso temos que identificar no cliente e saber o que ele precisa para resolver o problema dele.
Como foi administrar em época de pandemia?
A pandemia veio, pegou todo mundo de surpresa, não sabíamos como ia ser, passei por diversos governos e várias crises econômicas, sempre superei, mas a roda estava girando, a pandemia veio, e travou tudo. Nas primeiras semanas foi muito difícil, todo o capital de giro, foi se esgotando, fomos pagando o que era necessário, porém as vendas pararam. Aos poucos o mercado foi reabrindo e muita coisa havia mudado, por exemplo, na minha empresa sempre bati em cima do bom atendimento e da boa prestação de serviço, a venda é consequência, porém com a pandemia o mercado online acelerou muito e principalmente com o público jovem, vejo que atualmente ele não quer mais sair de casa, conversar, explicar sobre seu gato ou cão, não, hoje quer pegar seu celular, fazer o pedido e receber em casa o mais rápido possível.
Como o avanço da tecnologia impacta seu ramo?
O avanço de pedidos online, do mercado online, WhatsApp, isso veio com um impacto grande e tudo se acelerou rápido. Nosso mercado é enorme e muito competitivo, então criar vídeos, imagens, publicações é muito importante e tudo precisa envolver o emocional, pois hoje em dia um pet não é apenas mais um cachorro, mais um gato, é um membro da família e que muitas vezes tem mais importância ainda dentro de casa, precisa ter aquela emoção, aquele carinho em cada postagem, não aquela coisa fria e que não é natural.
Qual sua visão de futuro para sua empresa daqui 5 anos?
Não digo nem daqui 5 anos, eu, ou qualquer empresa do meu porte, pode ter muitas filiais, mas se não tiver um tele entrega de boa qualidade, uma boa venda online, não tiver uma central de atendimento no WhatsApp e não fizer isso acontecer corretamente, infelizmente nenhuma vai sobreviver. O mercado hoje é muito rápido e se você ficar de porta aberta esperando o cliente entrar, não vai adiantar, cada vez menos isso acontece. Você precisa mostrar a sua diferença e o grau de qualidade do seu serviço em comparação aos outros.
Um conselho que daria para quem pretende empreender em seu ramo? Independentemente do ramo, primeiro seja apaixonado pelo o que você faz, isso tem que correr na sua veia, se você vai lidar com roupa, você tem que gostar, se você vai lidar com animais, você tem que gostar deles. Segunda coisa, estude muito, administração, financeiro, legislação, legislação trabalhista, parte contábil, até mesmo antes de abrir a empresa, inclusive isso foi algo que eu fiz de errado, abri e só depois fui pesquisar. Pra quem não tem oportunidade de fazer uma faculdade, temos o SEBRAE, o CDL, ACIJ, AJORPEME, hoje temos muitas instituições online para poder aprender e nos ajudar, então estudem o máximo possível. Por último, quero deixar uma frase que ouvi a uns 18 anos atrás quando o Giassi abriu seu primeiro supermercado aqui em Joinville, do seu Zéfiro Giassi, que é o proprietário, e o que ele me disse foi: “O comercio está para todo mundo, mas nem todo mundo está para o comércio”. Às vezes a pessoa pode até gostar, mas o dom dela não é esse, sendo assim não adianta insistir, cada um tem que identificar o seu ponto forte e seguir nele, isso é muito importante.