Futebol Portugal Magazine #1

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www.futebolportugal.clix.pt 03/09/13

GARRA E TALENTO SORTEIOS - LIGA ZON SAGRES - MARCO SILVA - CASOS BRUMA, OBLAK E ATSU


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VISÃO VERDE

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VERDES E VOZES FRANCISCO FERREIRA GOMES FOTO: DPI.PT

ue melhor maneira de dar início a esta rubrica do que com um derby?... ou melhor O derby. Um jogo que pára uma cidade e um país que, durante 90 minutos assiste ao borbulhar da paixão, orgulho e um espírito de missão em torno da equipa de cada um; tudo isto ao ritmo de milhares de corações que procuram, a cada pulsar, empurrar a sua equipa para a frente. Soa a um jogo de futebol habitual, não soa? A verdade é que, e ao contrário do que alguns já querem fazer passar, um Sporting-Benfica traz consigo uma aura e um ambiente intransmissível, na sua totalidade, por palavras. Foi com essa expectativa que parti para o estádio, e foi isso mesmo que encontrei. Apesar de não ter chegado a tempo de participar na gigantesca coreografia inicial que cobriu praticamente o Alvalade XXI de verde e branco, ao finalmente sentar-me no meu lugar como que fui abraçado por uma atmosfera única regada por cânticos e um barulho ensurdecedor capaz de arrepiar até o mais apático dos seres vivos. O jogo começou e cedo me dei conta de uma situação irregular. É que o Sporting parecia ter em campo, não 11, mas mais de quarenta mil jogadores, tal foi


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a raça e determinação demonstrada pela equipa e pelos adeptos nos minutos iniciais, apanhando de surpresa um adversário pouco habituado a ser tão pressionado e a ter tão pouca bola. O Sporting jogava e não deixava jogar, disputava cada lance com uma bravura por vezes visível no rosto dos jogadores, tal espírito transbordava para as bancadas onde se cantava constantemente. Até eu próprio, cujo lugar na bancada central por vezes me leva a refrear o meu espírito “hincha” (vá se lá saber porquê!), me deixei levar por aquela onda verde que na altura parecia imparável, e capaz de levantar da cadeira até o mais decano dos adeptos. E com certeza nem esse senhor ficou sentado quando, aos dez minutos, o Freddy Montero, com uma ponta de cabelo em claro fora-de-jogo, recebeu um passe da direita e permitiu ao André Martins que o servisse para que, de cabeça, libertasse o rugido de milhares de leões em Alvalade e por todo o mundo. Sempre que o Sporting marca tenho como hábito abraçar o meu pai que está sentado ao meu lado, mas naquele momento ele ainda não tinha chegado ao jogo, o que me levou a agarrar a primeira pessoa que encontrei, o que me trouxe à memória aquele golo de calcanhar do Xandão contra o Manchester City que me transportou para uma partilha de êxtase com completo estranho como se o conhecesse desde sempre. Pouco ou quase nada se manteve dessa altura, e, ao contrário do jogo com os ingleses, não antecipava um resto de jogo suportado no já clássico “aguenta coração!”, mas antes na convicção de que aquele primeiro golo seria o início da construção de uma grande vitória. Foi imbuído de tal espírito que dei o meu lugar em palco a uma persona minha que costuma aparecer lá por Alvalade: “O treinador”. Atenção que não se trata aqui do habitual treinador de bancada que manda palpites a todos que o rodeiam, demonstrando toda a sua vastíssima cultura futebolística. “O treinador” aqui em causa é alguém que assume claramente o seu papel enquanto tal, gritando e dando instruções aos jogadores em campo como se estivesse ao lado de Leonardo Jardim no banco de suplentes. “Larga a bola, Carrillo!” (constantemente), “Lindo, Adrien!” (quando este tirou dois jogadores do caminho de uma só vez e rematou de seguida), e muitos aplausos ao William Carvalho (que jogo!...mais um), eram reacções de alguém convicto que os jogadores eram capazes de ouvir aquela voz entre quarenta e cinco mil, e que aquelas palavras teriam algum tipo de influência no desenrolar do jogo. Chegava o intervalo e enquanto abrandava o ritmo cardíaco, sentia um misto de satisfação pela primeira parte do Sporting e a entrega dos jogadores, ao mesmo tempo que olhava para aqueles primeiros 45 minutos com a sensação de que poderíamos ter desferido mais um golpe no adversário, daqueles que deixam marca (Maxi, tu sabes do que estou a falar). A segunda parte começava, tal como receava, com um Benfica mais agressivo e pressionante e que, através de um tal de Markovic, começava a destabilizar a excelente organização montada por Leonardo Jardim, e começava a preocupar “O treinador” que via aquele rapaz pegar na bola e passar por toda a gente sem que ninguém tivesse

a capacidade motora para o parar. Foi esse mesmo sérvio a provocar o meu primeiro grande susto quando este se isolou; felizmente, e perante “Rei” Patrício, o rapaz não foi capaz de marcar, e quanto à recarga do Rodrigo, ainda estou em crer que ela esbarrou, não só no guardião do Sporting, mas numa muralha formada pelo inabalável desejo dos adeptos leoninos em manter as suas redes invioláveis. A verdade é que o Benfica lá acabou por empatar um golo que, apesar de espectável dadas as circunstâncias da partida na altura, deixava antever uma parte final de jogo, agora sim baseada no “aguenta coração!”. Todavia, e apesar do Benfica se ter galvanizado com o golo do empate, o facto é que os jovens leões aguentaram firme, nunca perdendo do discernimento e a concentração, fazendo antever uma resposta à altura. E assim foi, a boa leitura de jogo de Leonardo Jardim, e as correspondentes substituições levaram o Sporting para um último quarto de hora de espírito renovado. A equipa (com forte ênfase do termo), como que ressuscitada, procurou desferir o golpe final, contrariando todas as dificuldades e adversidades que o adversário lhe ia colocando. Até o próprio Leonardo Jardim pôs de lado o seu semblante tranquilo e ponderado e deixou-se contagiar pela bravura e crença dos seus jogadores, virando-se para os adeptos sportinguistas e pedindo para que empurrassem a equipa para a frente. O jogo terminaria empatado, e mesmo assim poucos foram aqueles que arredaram pé dos seus lugares imediatamente após o apito do árbitro. Jogadores e equipa técnica fizeram questão de agradecer a todo o público presente pelo apoio, ao que o mesmo respondeu com um mar de cachecóis esticados enquanto cantavam “Tu vais vencer, podes crer”. Alguém menos familiarizado com o universo sportinguista poderia interpretar esta atitude como uma demonstração de satisfação pelo empate obtido. Para além de um empate diante do vizinho da 2ª circular estar bem longe de ser um resultado positivo, este reforço dos laços entre equipa e adeptos demonstra apenas que a paixão e dedicação dos sportinguistas exige apenas em troca o mesmo espírito por parte dos jogadores. Se tal acontecer, é de crer que os jogadores do Sporting serão brindados com este tipo de despedidas a cada encontro, independentemente do resultado. O mercado está em vias de fechar, mas se há algo que ficou patente é que a equipa do Sporting já garantiu o seu mais importante reforço da temporada: o reencontro com o seu público; um reforço de verdes e vozes, de contrato vitalício e que não pede mais que esforço, dedicação e devoção em busca da glória.


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VISÃO VERMELHA

T SE O MARKOVIC, LESIONADO, MARCA GOLOS DAQUELES… EDUARDO PEREIRA FOTO: DPI.PT

ransformar em palavras o que um comum adepto vive durante um derby é um desafio complicado e nem sempre bem-sucedido. O facto de ter assistido ao jogo num local público acabou, contudo, por me facilitar a tarefa. Emocionalmente mais controlado, por força do contexto, acabei por adoptar uma postura mais distanciada, quase merecedora de castigo à luz dos mandamentos do bom benfiquista. Acrescente-se, porém, que o passado recente da equipa – nomeadamente, desde a recepção ao Estoril da época passada – não deixava grande margem para entusiasmos. A jogar em casa de um Sporting em trajectória ascendente, depois de uma época desastrosa, o Benfica não me inspirava particular confiança na já quase habitual goleada ou, de forma mais modesta, numa simples vitória. O bom momento de forma do nosso rival poderá, até, ter-me levado a descrever o entusiasmo leonino como um coelho de uma conhecida marca de pilhas sob o efeito de ecstasy. E o arranque do jogo encarregou-se de demonstrar que o estado de espírito


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verde-e-branco não andava muito longe disso. Trocas de bola rápidas, jogadores com garra, de língua apertada no meio dos dentes, de adeptos ruidosos e inquietos, a pressentir o golo, redundaram na vantagem dos pupilos de Stromp, logo aos 10 minutos, fruto de mais um caso de momentânea cegueira de um árbitro assistente, a fazer lembrar um tal de Maicon que, também de cabeça, beneficiou de uma posição irregular para marcar ao Benfica. Mas atenção – não vale a pena afiar as adagas e ajeitar as soqueiras: o golo do Sporting foi merecido, sem qualquer dúvida (digo outra vez: merecido), e revelava bem que Jesus não sabe o que fazer à equipa desde que Jefferson – curiosamente, adversário também no derby – empurrou aquela bola para o fundo das redes de Artur, a 6 de Maio, começando a desfazer a nossa linda ilusão de uma época de sonho. Desarrumados a meio-campo, perdendo consistentemente os lances divididos para os jogadores do Sporting e, para não destoar, ultra-permeáveis nas laterais da defesa, ainda fomos capazes de responder ao golo sofrido, pouco depois, com um cabeceamento de Rodrigo à trave, num lance em que fiquei com a ideia de que o espanhol estava em fora-de-jogo. Apesar disso, em abono da verdade, há que dizer que não conseguimos, antes do intervalo, ser superiores ao Sporting, mas foi nesse período que se começou a preparar terreno para o empate de forma deveras peculiar – três das unidades menos produtivas da nossa equipa, quiçá acometidas de um elevadíssimo sentido de sacrifício, lesionaram-se e obrigaram Jesus a lançar mão a três soluções de recurso. Víamo-nos, então, na contingência de enfrentar um Sporting fisicamente possante e pleno de motivação, no seu próprio reduto, com três homens de “segunda linha” que, a julgar pelas escolhas do nosso Jota-Jota, não seriam as melhores opções para aquela noite. A revelação, porém, chegou pouco depois: Jesus tinha-se enganado… novamente. Não nas substituições: no onze com que iniciara o encontro. Enzo esteve apagado, Salvio entre o desinspirado e o desastrado (como foi possível aquele falhanço em frente à baliza quando bastava repetir Newcastle?!) e Gaitán inconsequente, como é frequente nele, a espaços.

Vicente? Perdemos e forma desastrada na Madeira e ter um homem como Cardozo à solta frente aos maritimistas, para mim, poderia ter ditado um desfecho muito diferente para o jogo inaugural desta época. Creio que toda a estrutura do Benfica teve uma atitude deplorável na gestão do caso Cardozo, privando a equipa de uma peça fundamental durante dois jogos oficiais e toda uma préépoca, não resolvendo a situação do atleta em tempo devido, nem avançando para a contratação de uma alternativa credível. Se esta era a ideia de castigo ao paraguaio, parece-me que quem acabou mais castigado foi o próprio Benfica. Voltando ao derby, faltava referir que o último dos suplentes a entrar em jogo – no tempo desta crónica, não no decorrer da partida – foi o sérvio Markovic. Lazar, de 19 anos, está a tornar-se num caso sério de popularidade na nação encarnada e o soberbo golo que apontou, ao minuto 65, só veio dar mais consistência às comparações com João Vieira Pinto, que assinou um slalom muito semelhante contra a Alemanha, em 1996, embora tenha tido pela frente um Andreas Köpke mais inspirado que Rui Patrício. Com o empate deste fim-de-semana, o Benfica continua numa posição pouco lisonjeira na tabela classificativa, acabando por ser discutível se ganhámos um ponto, dada a maior produção ofensiva do Sporting, ou se voltámos a atrasar-nos na corrida pelo título, estando já a uns significativos cinco pontos do primeiro lugar. Inclinome mais para a segunda opção: uma equipa que vem de uma campanha europeia como a que protagonizámos no ano passado, que é vice-campeã nacional, tendo falhado o título por um mero ponto e com um plantel que não conheceu, até agora, baixas de vulto, tinha a obrigação de fazer mais e melhor diante de um adversário que, apesar de eterno rival e de se encontrar tremendamente motivado, não deixou de ser apenas sétimo na temporada passada.

Além do mais, quem é candidato ao título tem de ganhar em qualquer terreno, contra qualquer adversário e sem precisar do penalty que fica por marcar, por aplicação indevida de mochila dentro da área. Espero sinceramente, Foi preciso recorrer a dois dos casos disciplinares do e olhando a um passado recente, que Vieira e Jesus não último punhado de épocas para que a equipa começasse estejam a cozinhar uma fatídica “sportinguização” do a produzir futebol capaz de levar o Sporting para a defesa. Benfica. Já nem o Sporting vai nisso. Rúben Amorim e Óscar Cardozo, outrora excomungados do balneário da Luz, acabaram por ser parte da solução para o problema com que Jesus não estava a conseguir lidar até então. O goleador paraguaio fez, até, o seu regresso à equipa após o episódio do empurrão ao treinador, depois da Final da Taça de Portugal, em pleno relvado do Jamor mas, ao chamá-lo, JJ deixou passar a mensagem de que não só o problema não era totalmente irresolúvel, como também que o Benfica não está preparado para dispensar o seu melhor marcador das últimas seis temporadas, por muito que equipa técnica e Direcção assim o pretendam. A única dúvida que permanece tem a ver com o timing: se Cardozo, afinal, não era para vender, porque é que não foi reintegrado a tempo dos jogos com Marítimo e Gil


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VISÃO AZUL

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3ª JORNADA, 3ª VITÓRIA FILIPE PARDAL FOTO: DPI.PT

Porto permanece neste início de campeonato na mesma forma com que terminou campeão na época transacta, vitorioso. Desta vez, nesta terceira jornada, o adversário era um respeitável Paços de Ferreira com um frágil Costinha no comando técnico e o resultado foi o mesmo de sempre, no fim do jogo a vitória foi azul e branca. O resultado (0-1) deixa os cépticos a pensar num triunfo complicado mas, dentro do campo, o Porto continua a mostrar que é a equipa com mais condições para, mais uma vez, vencer o campeonato nacional. Uma equipa destas constrói-se obviamente com a qualidade dos seus jogadores mas, principalmente, com a estrutura irrepreensível do clube. Neste momento é Jackson Martinez que representa a sólida estrutura que se encontra no “background” do Futebol Clube do Porto. O colombiano – a tratar do processo de renovação até ao fecho desta edição – não se deixa abalar por nenhum processo externo ao seu jogo e isso traduz-se em golos (Jackson Martinez facturou o terceiro golo para o campeonato a decorrer). Aliás, foi o mesmo Jackson Martinez o


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protagonista da primeira jogada de perigo, ao primeiro minuto de jogo, com uma grande arrancada, a deixar vários adversários para trás, que só pecou por falta de finalização. Aos onze minutos, mais do mesmo, Martinez acaba por falhar por muito pouco a baliza pacense com um remate cruzado. Os primeiros vinte minutos da partida foram suficientes para as seguintes conclusões: o Porto estava bem melhor do que um Paços de Ferreira sem argumentos para se equiparar aos dragões. Mais posse de bola e mais iniciativa de jogo que deixava adivinhar um golo em breve. Porém, não foi tão em breve como o fio de jogo fazia prever.

final do jogo. O avançado colombiano ainda poderia ter marcado por mais duas vezes até aos 90 minutos. Primeiro, após cruzamento de Ricardo, o colombiano remata ligeiramente ao lado e, pouco depois, Jackson fica cara-a-cara com Degra mas a falta de conclusão do jogador do Porto não permitiu o melhor resultado para a jogada. 0-1 foi suficiente para somar a terceira vitória em três jogos, o que se traduz também na liderança prematura do campeonato nacional. Com 5 pontos de diferença sobre o Benfica e dois sobre o, ainda enigmático, Sporting, o Futebol Clube do Porto cava desde cedo a superioridade de plantel e, sobretudo, de qualidade de jogo sobre os dois principais adversários.

Faltam muitos desafios e certamente dificuldades para Aos 32 minutos, o guarda-redes Degra evita o canto a equipa orientada por um impecável Paulo Fonseca, directo de Danilo, um minuto depois Licá faz um belo mas não é descabido afirmar que este Porto, com estes cruzamento para Jackson Martinez que não conseguiu jogadores, tem todas as condições para ser campeão concluir a jogada. Sufoco total ao contrário do que muito antes da última jornada deste campeonato. pensavam os adeptos benfiquistas e sportinguistas que, timidamente, observavam apenas o resultado com expectativa de um deslize do, agora líder, Futebol Clube do Porto. O Paços de Ferreira teve uma – UMA – oportunidade de golo em todo o primeiro tempo, por intermédio de Sérgio Oliveira. A boa jogada do atleta pacense foi interceptada por um Helton inspirado a desviar para pontapé de canto. O único susto dos dragões ficava assim resolvido. Antes do fim da primeira parte só resta lamentar a saída por lesão de Danilo, mas Fucile foi competente ao substituir o brasileiro. Segunda parte, mesmo sentido de jogo… mais sufoco e melhor futebol para os azuis e brancos. Licá – um dos melhores reforços para esta época – continua a desempenhar na perfeição o seu papel no sistema táctico do Porto. O emblema portista continua a cuidar de si mesmo e, também, da selecção nacional, nomeadamente com as apostas em Licá e Josué que estão a potenciar toda a qualidade demonstrada na época passada e que o Porto conseguiu absorver para reforçar a equipa. As próximas oportunidades do Porto tiveram mesmo Licá como protagonista, aos 48’ o português não conseguiu desviar, por pouco, a bola ao primeiro poste e, aos 62’ cabeceou com falta de pontaria para a baliza do Paços. É certo que mesmo a jogar francamente melhor, a ansiedade criada pela falta de golos começava a surgir entre os adeptos. Felizmente, como resultado de uma equipa madura e habituada a ganhar, os atletas continuaram a seguir o plano de jogo de forma tranquila e foi essa serenidade que os levou ao golo quando o relógio marca os 77 minutos de jogo. Um canto cobrado na esquerda do ataque azul e branco acaba na cabeça do inevitável Jackson Martinez que, sem precisar de saltar, cabeceia para o fundo da baliza pacense. Estava inaugurado o marcado e feito o resultado


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BELENENSES CONTINUA SEM VENCER

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campeão nacional da Segunda Liga na época passada continua sem conseguir ter sucesso no escalão principal. À terceira jornada, o Belenenses perdeu 2-3 em casa, frente ao Nacional. Ficou reduzido a dez unidades, depois da expulsão do guarda redes Matt Jones, passava ainda pouco tempo desde o início do jogo. Aos 25 minutos, a equipa do Restelo sofre o primeiro golo, marcado por Mateus. Antes do final da primeira parte, o Belenenses empata por Miguel Rosa. No segundo tempo, o Nacional marca por Djaniny e Mateus. João Pedro ainda reduziu para a equipa da casa, mas tal revelou-se insuficiente para editar a derrota da equipa orientada por Mitchell van der Gaag.

BRAGA TROPEÇA EM BARCELOS, COM O GIL REDUZIDO A 9

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primeira derrota da equipa bracarense aconteceu este fim de semana, na deslocação ao terreno do Gil Vicente. Na primeira parte, os pupilos de Jesualdo Ferreira fizeram vários remates à baliza mas Adriano, guarda redes da equipa de Barcelos, conseguiu sempre evitar o golo. No segundo tempo, Danielson e Halisson foram expulsos, deixando a equipa da casa a jogar com menos dois jogadores. O golo da vitória não tardou, e aos 65 minutos, Luan converte um livre de César Peixoto. O Braga não conseguiu contrariar o resultado adverso.

CURTAS DÉBORA ESPÍRITO SANTO

AROUCA VENCE PELA PRIMEIRA VEZ NO ESCALÃO PRINCIPAL

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equipa treinada por Pedro Emanuel saiu vitoriosa na receção ao Rio Ave. Dominadora e com mais oportunidades de concretização, esta formação, recém chegada à Primeira Liga, arrecadou os três pontos em disputa, com um golo de Roberto, marcado aos 88 minutos, proveniente de um centro efetuado por Paulo Sérgio.


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VISÃO EUROPEIA

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ANÁLISE DOS SORTEIOS EUROPEUS FRANCISCO GOMES DA SILVA FOTO: DPI.PT

o grupo A, Manchester United parte como favorito para terminar em 1º lugar mas há outras boas equipas que procuram a passagem aos oitavos-definal. A Real Sociedad é uma das equipas a ter em conta. Para chegar à fase de grupos a equipa espanhola eliminou o Lyon por 4-0 no conjunto das duas mãos. Vela, Seferovic e Griezmann constituem uma das frentes de ataque mais jovens da alta roda europeia. Muita atenção a este trio. A luta pelo 2º lugar será interessante de se ver com Bayer Leverkusen e Shakhtar a partirem à frente da Real Sociedad. Os germânicos têm um conjunto interessante mas deixaram sair Schurrle para o Chelsea, uma das estrelas da companhia. Já os ucranianos continuam a reforçar-se bem como foi o caso da transferência de Bernard. No grupo B, Real Madrid e Juventus partem como favoritos. O Galatarasay e o Copenhaga são as outras equipas deste grupo. A equipa turca a época passada criou algumas dificuldades ao Real Madrid e esta época promete ser uma grande dor de cabeça, pelo menos na Turquia o ambiente não será nada fácil para os


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adversários. Bruma poderá juntar-se a Drogba no ataque turco. O Copenhaga perdeu a sua grande referência ofensiva para o Cardiff, Cornelius. A equipa dinamarquesa foi campeã a época passada e esta época em 7 jogos apenas soma 6 pontos. O Benfica é o cabeça-de-série do grupo C mas isso não tira o favoritismo ao PSG que contam nas suas fileiras com Ibrahimovic, Cavani e Lavezzi. Estes dois emblemas são favoritos para terminarem nos dois primeiros lugares mas o Olympiacos e o Anderlecht farão de tudo para que isso não aconteça. Paulo Machado joga no Olympiacos e conhece bem a equipa dos encarnados, assim como Fejsa, médiodefensivo sérvio que assinou pelo Benfica vindo da equipa grega. O Anderlecht conta com grandes talentos como é o caso de Dennis Praet, Mitrovic e Matías Suárez. Apesar da qualidade individual, a falta de experiência pode ser determinante para um desfecho infeliz. O grupo D será um dos grupos mais interessantes de se ver. Manchester City e Bayern Munique são os grandes favoritos a passarem aos oitavos mas os russos do CSKA Moscovo não irão facilitar. A jogar em casa, a tarefa não será nada fácil para as equipas contrárias. Vitinho juntouse recentemente a jogadores como Dzagoev e Honda. O Plzen não tem os mesmos argumentos das outras três equipas mas na República Checa o ambiente não será favorável aos adversários.

o Zenit uma equipa de transições rápidas. O Áustria de Viena não apresenta a mesma qualidade das outras três equipas e teoricamente não apresentará grandes dificuldades ao Porto, Atlético e Zenit. O grupo H conta com quatro campeões europeus. O Barcelona é o grande favorito ao 1º lugar mas também há o Milan que apesar de demonstrar grandes fragilidades defensivas tem no ataque a sua maior arma com Balotelli e Matri, recentemente contratado à Juventudes, a serem as grandes referências. Kaká voltou à casa onde mostrou o seu perfume no futebol europeu. O Celtic teve grandes dificuldades em ultrapassar o Shakhter mas os escoceses costumam ter boas prestações europeias. Amido Baldé reforçou o Celtic e poderá ser uma das grandes figuras do ataque se conseguir ganhar o seu espaço. O Ajax não é o mesmo de outros tempos e época após época tem vindo a perder as suas maiores estrelas. Esta época Eriksen deixou o Ajax para rumar ao Tottenham e Toby Alderweireld saiu para o Atlético de Madrid.

Liga Europa

No grupo A temos Valencia, St. Gallen, Swansea e Kuban. O Valencia é o favorito a passar à próxima fase mas tem um adversário à altura. O Swansea tem pouca experiência nas aventuras europeias mas Michael Laudrup tem feito um excelente trabalho no clube galês. O St. Gallen eliminou o Spartak Moscovo e mostrou que é um adversário a ter em conta bem como o Kuban No grupo D, José Mourinho teve a sorte que não teve na que contará com Melgarejo. Os russos eliminaram o época passada. O Chelsea terá obrigação de terminar em Feyernoord e em casa são díficeis de bater. 1º lugar. Os alemães do Schalke partem atrás da equipa inglesa, já o Steaua e o Basileia prometem aquecer a luta O grupo B conta com Chornomorets, Ludogorets, PSV pelo 2º lugar e também apresentam bons argumentos e Dínamo Zagreb sendo que estes dois últimos clubes para baterem-se com o Schalke. são os favoritos à passagem. Ambos vieram da fase de qualificação da Liga dos Campeões onde foram eliminados O grupo F é considerado o grupo da morte. O Arsenal e o pelo Milan e Áustria de Viena, respectivamente. Dortmund são os grandes favoritos mas todas as equipas O Chornomorets teve algumas dificuldades para podem seguir em frente. O Marselha e o Nápoles são permanecer na Liga Europa mas conseguiu e certamente clubes a ter em conta. A equipa francesa perdeu algumas que quererá ir o mais longe possível. Já o Ludogorets foi das suas pérolas nas últimas temporadas mas ainda eliminado pelo Basileia na fase de qualificação da Liga conta com um sector ofensivo muito interessante, como dos Campeões e deixou algumas boas indicações. é o caso dos irmãos Ayew e de Gignac. Já o Nápoles revolucionou o seu plantel com a chegada No grupo C há Esbjerg, Red Bull Salzburg, Standard de Benítez. Com ele chegaram Albiol, Callejón, Higuaí, Liège e Elfsborg. O Red Bull Salzburg e o Standard Liège entre outros. Será interessante ver os jogos deste grupo são os grandes favoritos mas atenção às duas equipas e perceber quem é que conseguirá impor o seu futebol nórdicas. O Esbjerg eliminou o Saint-Étienne, contra todas num grupo constituído por quatro boas equipas. as expectativas. Já o Elfsborg eliminou o Nordsjaelland e demonstrou ter um colectivo competente e compacto. No grupo G, o Porto parte como favorito mas tem o Atlético de Madrid e o Zenit como principais adversários. No grupo D temos Zulte Waregem, Rubin Kazan, Maribor A equipa espanhola tem estado muito bem com Simeone e Wigan. O Rubin Kazan é o grande favorito mas o Maribor a montar um conjunto competente a defender e forte a também apresenta bons argumentos para se bater com a atacar com Villa a ser a principal referência ofensiva. equipa russa. Os eslovenos foram eliminados pelo Plzen O Zenit bateu o Paços sem grande dificuldade e mostrou na Liga dos Campeões. O Zulte e o Wigan partem atrás ser uma equipa com bons argumentos ofensivos. A na corrida mas podem haver surpresas. equipa russa não joga em ataque continuado e dá-se melhor com equipas que optem por este modelo de jogo, O sorteio não foi favorável para o Paços na sua primeira uma vez que têm uma frente de ataque veloz o que torna


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VISÃO EUROPEIA

experiência europeia. Depois de ter sido eliminado da Liga dos Campeões pelo Zenit, os castores terão pela frente o Pandurii, equipa romena que eliminou o Braga, a Fiorentina e o Dnipro, no grupo E. A Fiorentina é a grande favorita mas o Pandurii já demonstrou que deve ser tido em conta assim como o Dnipro que esta temporada contará com o português Bruno Gama. O Paços precisa de encontrar rapidamente o seu rumo para começar a vencer os jogos e encarar a Liga Europa como uma competição onde pode ir longe.

está presente no grupo I com o Bétis, Lyon e Rijeka. O Lyon de Miguel Lopes e Anthony Lopes é o grande favorito mas o Bétis também promete intrometer-se na corrida. O Rijeka eliminou o Estugarda e a jogar em casa pode criar algumas complicações. O Vitória terá grandes dificuldades mas Rui Vitória tem uma equipa jovem e cheia de vontade em triunfar.

O grupo J é constituído por Lázio, Trabzonspor, Apollon Limassol e Légia Varsóvia. Os dois primeiros são os grandes favoritos mas jogar no Chipre e na O grupo F será constituída pelo Bordéus, Maccabi Polónia não é nada fácil e certamente que o Apollon Tel Aviv, APOEL e Eintracht Frankfurt. O APOEL de e o Légia irão querer dificultar as contas deste grupo. Paulo Sérgio e o Maccabi de Paulo Sousa podem O Apollon eliminou o Nice enquanto que o Légia foi ir longe na Liga Europa mas para isso precisam de eliminada da Liga dos Campeões pelo Steaua. ultrapassar o Bordéus que parte como favorito. O Frankfurt também poderá ter uma palavra a dizer O Tottenham é o grande favorito no grupo K onde o uma vez que se reforçou bem com Barnetta, Kadlec e Sheriff, Tromso e Anzhi também fazem parte. O Anzhi Joselu. Um grupo muito equilibrado e interessante. A também afigura-se com um dos favoritos. O Sheriff equipa de Paulo Sérgio foi a escolhida para substituir da Moldávia foi eliminado da Liga dos Campeões o Fenerbahce nas competições europeias. pelo Dínamo Zagreb e certamente que quer elevar o nome da Moldávia no futebol europeu. O Tromso No grupo G temos Dínamo de Kiev, Rapid de Viena, foi eliminado pelo Besiktas mas acabou por ser Genk e FC Thun. O Dínamo de Miguel Veloso é o grande repescado, os dinamarqueses têm assim mais uma favorito a liderar o grupo. Logo atrás vêm as outras oportunidade para demonstrarem o seu valor. três equipas. O Thun deixou para trás o Partizan e pode surpreender. O Rapid e o Genk também serão O grupo L conta com o Maccabi Haifa, PAOK, equipas a ter em conta pela sua qualidade. Shakhter e AZ Alkmaar. Os gregos do PAOK foram eliminados da Liga dos Campeões pelo Schalke, a O Estoril calhou no grupo H com Sevilha, Friburgo e equipa do português Miguel Vítor é a grande favorita Slovan Liberec. O Sevilha é o grande favorito e tem ao 1º lugar do grupo mas há outros adversários à tudo para terminar em 1º. O Liberec é um adversário altura. O AZ tem um conjunto interessante com boas de respeito porque conseguiu eliminar a Udinese. O individualidades como é o caso de Henriksen mas não Friburgo poderá causar algumas complicações nas são os únicos. O Maccabi é uma equipa complicada a deslocações à Alemanha. O Estoril terá um tarefa jogar em casa e ir a Israel é sempre uma deslocação complicada mas não impossível dada a qualidade da a evitar. O Shakhter do Cazaquistão esteve perto de equipa orientada por Marco Silva. fazer história mas acabou por ser eliminado da Liga dos Campeões pelo Celtic, apesar disso mostrou O Vitória de Guimarães, vencedor da Taça de Portugal, bons pormenores. É uma equipa a ter em conta.


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VISÃO EUROPEIA

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O DUELO MOURINHO E GUARDIOLA FRANCISCO BAIÃO FOTO: DPI.PT

Bayern de Munique venceu, esta sexta-feira, no Eden Park, o Chelsea no desempate por grandes penalidades vencendo, pela primeira vez na sua história, a Supertaça Europeia de futebol, primeiro troféu conquistado pelo espanhol Pep Guardiola ao serviço dos bávaros. A Supertaça Europeia comemorou, esta sexta-feira, o 15º aniversário desde que começou a ser disputada apenas numa partida e, curiosamente, desde 1998, esta foi a primeira edição que não foi disputada no Estádio Louis II, no Mónaco. Frente-a-frente estavam, como é hábito desde a extinção da Taça das Taças em 1999 (vencida pela Lazio) o vencedor da Liga Europa (assim se passou a designar a Taça UEFA a partir de 2009/2010) e o vencedor da Liga dos Campeões, isto é, o Chelsea que havia batido o Benfica na final disputada no Amsterdam ArenA por 2-1 perante o Bayern de Munique que vencera o Borussia de Dortmund, pelo mesmo resultado, no New Wembley. Para além das duas equipas, este jogo opunha dois treinadores que substituíram os seus antecessores neste defeso e que tinham atrás deles dois anos de rivalidade intensa no campeonato espanhol com um


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campeonato para cada lado mas com claro domínio do espanhol que vencera 7 jogos, perdera 3 e empatara por 5 ocasiões. Curiosamente, tanto um como outro, e apesar das conquistas europeias das suas equipas (e se nos referirmos ao Bayern Munique, a equipa venceu Campeonato, Taça e Liga dos Campeões) entraram esta época para o comando técnico de Chelsea (no regresso de Mourinho a Londres ao comando dos blues) e de Bayern de Munique (Guardiola regressa ao futebol depois de uma temporada de pausa). As equipas começaram com Manuel Neuer, Dante, Rafinha, Jérôme Boateng, Philipp Lahm (C), David Alaba, Franck Ribéry, Arjen Robben, Toni Kroos, Mario Mandžukić e Thomas Müller do lado alemão e, do lado inglês, José Mourinho apresentou um onze formado por Petr Čech, Branislav Ivanović, Ashley Cole, David Luiz, Gary Cahill, Ramires, Frank Lampard (C), Oscar, Fernando Torres, André Schürrle e Eden Hazard e o primeiro lance digno de registo foi mesmo o do primeiro golo da partida, apontado por Fernando Torres logo aos 8 minutos de jogo, na conclusão fantástica de uma grande jogada do ataque do Chelsea. A jogada inicia-se no meio-campo defensivo da equipa londrina onde Torres serve Hazard que percorre umas boas dezenas de metros com a bola colada ao seu pé direito e deixando para trás vários adversários, abrindo na direita onde o alemão Schürrle centra de primeira para, também de primeira, o espanhol Torres finalizar a jogada que havia começado com um tiro indefensável para Neuer, deixando em loucura os adeptos ingleses. Os restantes minutos da primeira parte mostraram um Bayern de Munique a circular a bola no meio campo inglês com o Chelsea, sempre que podia, a espreitar o contraataque sempre com Hazard e Schürrle a causar problemas à defensiva contrária e seria, num lance em tudo igual ao do primeiro golo, que a equipa inglesa poderia ter chegado ao segundo golo mas, na circunstância, Torres não conseguiu centrar para que Schürrle fizesse o segundo. Do lado do Bayern Munique era Ribéry quem mais tentava, pondo à prova a qualidade de Petr Cech a meio da primeira parte com um bom remate de fora da área, que o checo desviou para canto. O jogo chegaria, assim, ao intervalo com o Chelsea em vantagem por 1-0 mas, logo no início da segunda parte, o Bayern de Munique chegaria à igualdade fruto de um grande remate de meia distância de Franck Ribéry (assistido por Kroos) que, um dia depois de vencer o troféu de Melhor Jogador na Europa para a UEFA, mostrava a sua importância para a equipa campeã europeia. Pouco depois o Chelsea perderia uma ocasião de ouro para voltar à liderança da prova quando, aos 63 minutos de jogo, o brasileiro Oscar, deslumbrado com tamanha oferta por parte do seu compatriota Dante, não consegue superar a mancha de Neur. A assistência seria novamente de Schürrle que aproveitou a escorregadela do central brasileiro para endossar o esférico a Oscar que, apenas com o gigante alemão pela frente, não transformou em golo a oportunidade. Logo de seguida, e apesar de continuar a pertencer ao Bayern de Munique a posse de bola, o Chelsea voltaria

a estar muito perto do golo quando, já no último quarto de hora de jogo, Ivanovic, na sequência de um pontapé de canto batido por Lampard, atira de cabeça à trave da baliza alemã para, seis minutos depois, em novo lance de bola parada batido por Lampard (desta feita um livre indirecto) ser David Luiz a cabecear para uma defesa extraordinária de Neuer que garantia, desta forma, que a partida seguiria para prolongamento. Na sequência deste lance, o Bayern de Munique lançou um contra-ataque e, num atitude irreflectida, Ramires tem uma entrada duríssima sobre Götze, lance que lhe valeu o segundo cartão amarelo (poderia muito bem ter visto o vermelho direto tal a dureza da entrada), deixando a equipa de Mourinho, mais uma vez em provas da UEFA, reduzido a dez elementos para os últimos minutos do tempo regulamentar e para o prolongamento que se seguiria. E seria mesmo reduzido a dez elementos e logo nos instantes iniciais do prolongamento que o belga Hazard teria mais um momento de inspiração e, numa jogada individual (após passe de David Luiz) em que flectiu da esquerda para o centro do terreno, e após duas simulações que deixaram dois adversários para trás, remata para o fundo das redes de Neuer que, após vistas e revistas diversas repetições do lance, parece mal batido com a bola a entrar praticamente pelo meio da baliza alemã. Em vantagem no marcador e em desvantagem numérica, o Chelsea viu-se obrigado a defender e foi a vez de Petr Cech brilhar ao mais alto nível. Depois de Shaqiri (entrado já no prolongamento) ter falhado o golo da igualdade foi, nos últimos minutos de jogo, que o guarda-redes checo evitou, por mais que uma vez, o golo dos alemães. Primeiro, logo no início da segunda parte do prolongamento, a evitar que um cabeceamento de Mandzukic resultasse em golo com uma bela defesa e, logo depois, na sequência do pontapé de canto, voltava a evitar, com uma defesa ainda mais impressionante, o golo de Javi Martinez. Por fim, a três minutos do fim, num livre de Ribéry, Cech desviou para canto para, já em período de descontos do prolongamento, nada poder fazer perante Javi Martinez que, beneficiando de um ressalto na área inglesa, surge isolado na cara de Cech, atirando para o fundo das redes, fazendo o 2-2 final que obrigaria à decisão através da marcação de grandes penalidades. Aqui foi mais feliz o Bayern de Munique marcando as duas cinco penalidades com Lukaku, do Chelsea, a falhar a quinta do lado dos ingleses, entregando mais um título a Guardiola e ao Bayern de Munique que, curiosamente, nunca tinha vencido este troféu, alcançando o Chelsea que também tem uma conquista, apesar das duas derrotas das duas últimas temporadas.


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QUEM BRILHARÁ DEPOIS DE FERGUSON? RICARDO BATISTA FOTO: DPI.PT

onsiderada como uma das melhores (se não a melhor) Liga do Mundo, esta será a primeira época sem Alex Ferguson. No entanto, tem o aliciante de colocar frente-a-frente José Mourinho, que regressa ao Chelsea, e André Villas-Boas, que se mantém como líder do Tottenham, ambos apostados em colocar as suas formações no topo do futebol Europeu. Quem entra e quem sai nos candidatos ao título? Quem parte em vantagem? As dúvidas são muitas, mas o espectáculo está garantido Poderá não ter as melhores, as equipas de topo do futebol Mundial da actualidade, mas poucos serão os que questionam que a Liga Inglesa será, atendendo à valia das equipas que a disputam, a competição que oferece os espectáculos mais equilibrados, a que mais equipas coloca nos quartosde-final da Liga dos Campeões e a que historicamente apresenta o maior número de equipas candidatas ao título. Não é por isso de estranhar que tantos olhos recaiam, todos os anos, sobre as movimentações dos conjuntos ingleses no período aberto a transferências e esta época não é a excepção. Este ano, Portugal tem o aliciante extra de poder


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ter dois dos mais conceituados treinadores nacionais em confronto, tentando levar Chelsea e Tottenham ao tão ambicionado título. O regressado José Mourinho, profundo apaixonado pela Liga Inglesa, entra no Chelsea pela “porta grande” depois de ter deixado o Real Madrid praticamente como proscrito mas não terá os milhões da sua primeira passagem. André Villas-Boas tem missão espinhosa pela frente, tanto mais que acaba de ver confirmada a saída de Gareth Bale, o seu homem mais influente, para o Real Madrid. Poderão estas ser circunstâncias dramáticas? Pelo contrário. São estas as circunstâncias que norteiam, historicamente, as equipas inglesas na busca de soluções para compensar “perdas influentes”. Basta recordar que os 100 milhões de euros pagos pelo Real Madrid para a contratação de Bale ao Tottenham colocam o galês no topo da lista de transferências, que anteriormente pertencia a Cristiano Ronaldo, quando em 2009 os “merengues” pagaram 94 milhões ao Manchester United.

por, aproximadamente, 1500 vezes. E se é verdade que o futebol é feito de entradas e saídas, a baixa do técnico escocês marca quase o retroceder do clube à escala 0. As páginas de sucesso dos “red devils” confundem-se com a própria vida de Ferguson pelo que o substituto, David Moyes, terá redobrada tarefa na liderança do Manchester United. Os campeões nacionais da última época têm praticamente o mesmo conjunto, registandose apenas a entrada de Guillermo Varela, o lateral direito uruguaio que os “red devils” foram resgatar ao Peñarol ou, em cima da hora, a chegada do belga Marouane Fellaini, antigo pupilo de Moyes no Everton. Pode isso ser uma boa notícia? Em teoria sim. No entanto, o defeso tem sido marcado pela novela “Rooney”, com o internacional inglês a mostrar intenção em sair, em rota de colisão com o técnico. Poderia o United recuperar da saída de Ferguson e Rooney na mesma temporada? O tempo o diria mas as primeiras três jornadas mostram um registo modesto, fruto de apenas uma vitória, um empate e uma derrota. Curiosamente, o Manchester United Portugueses frente-a-frente esteve envolvido em movimentações de última hora que poderiam ter prejudicado o empréstimo do lateral O regresso de Mourinho a Stamford Bridge começa esquerdo do Granada, Guillermo Siqueira, ao Benfica, praticamente com a perda do primeiro título em disputa. mas a contratação do internacional português do Real Frente ao Bayern de Munique, de Pep Guardiola, os “blues” Madrid Fábio Coentrão pelos “red devils” acabou por não caíram nas grandes penalidades na Supertaça Europeia. avançar e Siqueira seguiu para Lisboa e não para Madrid. Romelu Lukaku, um jovem belga que impressionou Mourinho aquando do estágio na Malásia e que muitos City recua? apontavam como a grande aposta do “Special One” neste seu regresso a Inglaterra, acaba por comprometer Os vizinhos de Manchester também mudaram de treinador a estratégia ao falhar a grande penalidade que acabaria e bem se pode dizer que o City ainda não convenceu por levar o troféu para Munique. Acto reflexo, e pese a neste início de temporada. Com Manuel Pellegrini no insistência em Wayne Rooney, Samuel Eto’o acaba de ser lugar de Roberto Mancini, os “citizens” estão ainda confirmado como reforço do Chelsea, naquele que é um longe da forma que vinham demonstrando nas últimas reencontro com Mourinho (ambos partilharam o balneário temporadas, não sendo por isso de surpreender a recente do Inter de Milão em 2009/2010). À margem da estrela derrota frente ao Cardif por 3-2, na segunda jornada do camaronesa, Mourinho aposta na juventude de Andre campeonato. Com o decorrer da época, é natural que Schurrle (Bayer Leverkusen) e Mario van Ginkel (Vitesse os índices exibicionais tendam a estabilizar e a colocar Arnhem) , na veterania de Mark Schwarzer (Fulham) ou no os homens do Ethiad Stadium de novo nos carris, tanto brasileiro Willian (Anzhi Makhachkala), desviado à ultima mais que, dos candidatos ao título, foram os que mais hora da quase certa transferência para o Tottenham de e melhor mexeram. Apesar das saídas de Carlos Tevez Villas-Boas. O técnico portuense, por seu lado, tentará (Juventus), Maicon (AS Roma), Kolo Toure (Liverpool) ou no seu segundo ano não falhar o apuramento para a Wayne Bridge (Reading), o City garantiu as entradas de Liga dos Campeões da próxima temporada, missão que Fernandinho (Shakhtar Donetsk), Jesus Navas (Sevilla), falhou na última jornada da época anterior. Para tal, sabe Alvaro Negredo (Sevilla), Stevan Jovetic (Fiorentina) de antemão que terá missão complicada para substituir o e Demichelis (Atlético de Madrid) jogadores que aos influente Gareth Bale. Se para as saídas de William Gallas, poucos vão encontrando os seus lugares no onze inicial. Clint Dempsey (Seattle Sounders), Scott Parker (Fulham) Que argumentos terá o City para recuperar o título na os londrinos encontraram soluções, para o lugar do galês Liga Inglesa? nem todos servirão. Paulinho (Corinthians), Nacer Chadli (FC Twente), Roberto Soldado (Valencia), Jovem Arsenal Etienne Capoue (Toulouse), Vlad Chiriches (Steaua Bucareste), Erik Lamela (Roma) são as caras novas no O Arsenal continua a ser um caso de estudo. Os londrinos conjunto de Villas-Boas, que poderá ter novidades são apontados todos os anos como naturais candidatos ao título, mas todos os anos encontram estranhas Pós-Ferguson formas de montar a melhor estratégia para alcançar o objectivo. Arsène Wenger, que chegou ao Arsenal em Esta será uma época especial em Inglaterra. Pela 1996, continua a ser um mistério no Mundo do futebol. primeira vez, desde 1986 (e embora a Liga Inglesa como Não tendo resultados por aí além, pese os milhões a conhecemos actualmente só tenha sido constituída em anualmente investidos no reforço do plantel, se cumprir 1992), o nome de Sir Alex Ferguson não constará na ficha o seu actual contrato até ao final (termina em 2014), de jogo dos de Old Trafford, algo que terá acontecido cumprirá 18 anos de clube e três títulos de campeão.


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Muito pouco no entender do accionista do clube, o norte americano Stan Kroenke que, no entanto, se mantém fiel aos princípios do “filosofo” Wenger, voltados para contratação de jovens jogadores, com potencial, mas a maior parte sem grande experiência na alta roda do futebol. Fàbregas, Nasri, Henry ou van Persie fazem parte deste lote que, considerando os resultados, acaba por ser um “alimento caro”. Surpreendentemente ou não, o Arsenal deixou para o último dia o reforço do plantel. Até ao último dia apenas tinham sido confirmadas as entradas do atacante francês Yaya Sanogo (proveniente do Auxerre) e de Mathieu Flamini (AC Milan). Muito pouco, até mesmo para os padrões de Wenger, que acaba de perder nomes como Andrey Arshavin (Zenit), Johan Djourou (Hamburgo), Chamakh (Crystal Palace) ou Gervinho (AS Roma). Apesar de ter elogiado o actual elenco do Arsenal, Wenger está insatisfeito com o número de opções que tem para escalar a equipa. O treinador já havia deixado claro que pretendia obter contratações nos últimos meses, mas os dirigentes do clube londrino fracassaram nas negociações, principalmente com o atacante Luis Suárez, do Liverpool. As últimas horas prometiam. O técnico francês decidiu intensificar a busca por um trio de jogadores do Real Madrid e disponibilizar todo seu orçamento para acertar as contratações: Özil, Di María e Benzema eram desejados em Londres, sendo o alemão a opção mais viável. O negócio acabou mesmo por avançar e Özil foi confirmado em Londres

por 45 milhões de euros, a saída mais cara da história do Real Madrid. Com a chegada do alemão, o Arsenal terá no meio-campo um valor incalculável, atendendo à permanência de Cazorla e de Walcott, no apoio ao avançado Giroud. Líder terá Illori Três jornadas disputadas e a surpresa (ou talvez não…) chama-se Liverpool. Os de Anfield Road, também eles envolvidos numa novela de Verão em torno da “saída-não-saída-agora-sai-agora-fica” de Luiz Suárez é líder da classificação, com mais dois pontos que o Chelsea. Três vitórias em três jogos e a garantia de que o conjunto de Brendan Rodgers vai lutar até final. A permanência de Daniel Ager, Steven Gerrard e Suarez no plantel, reforçado com Kolo Toure (Manchester City), Luis Alberto (Sevilla), Iago Aspas (Celta Vigo), Simon Mignolet (Sunderland) , Aly Cissokho (Valência) parecem indiciar que este será um ano em cheio para os de Liverpool que acabam de recrutar o jovem Tiago Illori de Alvalade, podendo render aos leões qualquer coisa como oito milhões de euros. Mamadou Sakho, que representou o PSG nas últimas épocas e Victor Moses, que chega do Chelsea por empréstimo, fecharam o plantel de Brendan Rodgers, que chegou a considerar o regresso de Fernando Torres.


21/04/2012

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O SUPER SPORTING DE LEONARDO JARDIM ANDRÉ SÁ FOTO: DPI.PT

hegar, ver e vencer. Esta famosa expressão, transversal a todas as línguas e culturas, encaixa que nem uma luva no curto trajecto de Leonardo Jardim como treinador do Sporting. Só quem não acompanhou de perto toda a carreira do treinador madeirense (nasceu há 39 anos na Venezuela, mas mudou-se para a ilha da Madeira quando era ainda muito novo) é que estará surpreendido: começou por destacar-se no Camacha, onde o seu trabalho de cinco anos chamou a atenção dos responsáveis do Chaves. No mesmo ano conseguiu promover o clube flaviense à Divisão de Honra. Depois é contratado pelo Beira Mar e consegue nova promoção, desta feita à 1ª Divisão. Na época seguinte, quando estava a fazer um brilharete com os aveirenses no escalão principal, eis que apresenta a demissão de forma inesperada, devido a discordâncias com a direcção na venda de jogadores. Na temporada seguinte assinou pelo Sporting de Braga, substituindo Domingos Paciência. Liderou o clube na sua melhor temporada, em termos pontuais, mas o presidente António Salvador não lhe perduou o facto de ter perdido os jogos com Porto e Benfica no final da temporada, e quando ainda lutava pelo título nacional.


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Nova época e novo desafio: em Junho de 2012 rumou ao Olympiakos. Com uma equipa reconhecidamente inferior à anterior, liderada pelo espanhol Valverde, Jardim estava a realizar um campeonato perfeito. A 19 de Janeiro de 2013 foi despedido de forma absolutamente insólita, quando estava com 10 pontos de avanço sobre o 2º classificado. O que terá acontecido ninguém sabe ao certo. O que sabemos (ou ficámos a saber) é que Jardim construiu uma carreira de sucesso inegável, baseada em sucessivos trabalhos meritórios. E a avaliar pelo começo ao serviço do clube leonino, parece que vai pelo mesmo caminho... Leonardo Jardim chegou ao Sporting no dia 20 de Maio, exactamente um dia depois da nova direcção liderada pelo presidente Bruno de Carvalho ter anunciado a saída do anterior treinador do clube, Jesualdo Ferreira. A celeridade no processo de troca de treinadores do clube leonino deixou logo antever a certeza na escolha. A entrada do treinador madeirense no Sporting pautouse pelas características que o definem: calma e realista. Leonardo Jardim viu e avaliou as necessidades e os excedentes do plantel sportinguista e tratou de meter mãos à obra. Tomou decisões que conjugaram aspectos técnicos e financeiros: numa das piores alturas na história do clube o aspecto financeiro teve que ser levado seriamente em conta na construção do plantel leonino para 2013/14. Jogadores como Jéffren, Pranjic e Boulahrouz, que além de terem ordenados elevadíssimos mostraram muito pouco ao serviço do clube, receberam logo guia de marcha. Outros, apesar de terem mostrado credenciais ou um futuro promissor, também acabaram por sair, pesando o aspecto financeiro: estamos a falar de Van Wolswinkel, Schaars, Miguel Lopes, Viola e Arias. E continuando a razia do plantel 2013/14, saíram também os emprestados Bojinov, Evaldo, André Santos, Gelson Fernandes e Turan. A juntar a todos estes nomes também abandonaram o clube as jovens promessas da formação sportinguista, Bruma e Ilori, por suposto litígio entre os seus representantes e a direcção do clube. Jardim limpou, de forma inequívoca, a casa sportinguista. Para construir a “sua” equipa o treinador pediu os seguintes reforços: Fredy Montero, avançado colombiano que jogava nos EUA; Jefferson, lateral esquerdo ofensivo, que veio do Estoril; Maurício, defesa central contratado no Brasil; Slimani, ponta de lança argelino; Cissé, ponta de lança guineense; Gerson Magrão, polivalente médio brasileiro; e Welder, lateral direito também brasileiro. Dos jogadores que estavam emprestados a outros clubes, foram chamados à casa-mãe Wilson Eduardo, William Carvalho e Diogo Salomão. Estes jogadores juntaram-se a outros que já estavam no clube, como Rui Patrício, Rojo, Dier, Rinaudo, Adrien, André Martins, Capel ou Carrillo, e formaram o plantel sportinguista para a temporada 2013/14. Leonardo Jardim venceu os dois primeiros jogos oficiais pelo clube de forma avassaladora (5-1 ao Arouca e 4-0 à Académica), empatando o terceiro jogo do campeonato com o arqui-rival Benfica e realizando uma exibição bastante satisfatória. Depois de ter ficado em 7º lugar na pretérita temporada (a pior classificação de sempre do clube), adivinhavam-se tempos complicadíssimos para o Sporting. Para já o grande mérito de Jardim, mais do que

os resultados “gordos” já alcançados, é o de ter devolvido a esperança e a identidade ao futebol do Sporting. É incrível a forma como conseguiu criar uma equipa base e um modelo de jogo em tão pouco tempo. Para tal teve que tomar algumas decisões “impopulares” que só um treinador seguro do trabalho que está a desenvolver tomaria. O controlo do jogo por parte da equipa do Sporting (que foi muito pouco visível na época passada), passa claramente por um meio campo renovado: o jovem William Carvalho, talvez a maior surpresa do plantel até ao momento, surpreendeu tudo e todos pela segurança do seu futebol, interpretando de forma fantástica o papel que Jardim pretendia para a posição de “trinco”. Fito Rinaudo, um dos capitães de equipa e verdadeiro ídolo dos adeptos sportinguistas, não conseguiu demonstrar até agora a simplicidade de processos que Carvalho está a mostrar e vai ter que trabalhar bastante para reconquistar o seu lugar na equipa. Mas quando falamos de meio campo renovado não quer isto dizer que este seja formado por elementos novos no clube; Adrien e André Martins, pedras basilares neste arranque de época, são hoje jogadores completamente diferentes da época passada. O mérito terá que ser repartido entre eles e o treinador, que está a conseguir tirar o melhor de cada um deles. No sector atacante, Wilson Eduardo terá porventura a derradeira possibilidade de se afirmar no clube e Jardim sabe-o. Depois de o ter treinado no BeiraMar, o treinador madeirense fez questão de o integrar no plantel deste ano e para já está a revelar-se uma escolha acertada, tanto que o extremo “sentou no banco” outro dos ídolos dos adeptos, o espanhol Diego Capel. Jardim mostra o seu carácter ao apostar em quem mostra serviço, em vez de jogar com “nomes”. Fredy Montero também está a beneficiar com este novo Sporting; a evolução da equipa faz com que o colombiano explane todo o seu futebol e continue a marcar golos atrás de golos. Claro que a sua intrínseca qualidade também entra nestas contas... André Carrillo está também a ser aposta firme, podendo ser esta a época da afirmação definitiva do jovem peruano. No sector recuado, tanto Maurício como Jefferson, os dois novos elementos (Rui Patrício, Cédric e Rojo transitaram da época passada), assimilaram as ideias de Jardim e trouxeram qualidade à equipa: o defesa central tem demonstrado enorme segurança a defender e apetência para marcar golos; o lateral esquerdo tem-se revelado importante não só na defesa mas também no processo ofensivo da equipa, além de marcar exemplarmente as bolas paradas. A competência de um treinador está intrinsecamente ligada aos resultados obtidos, mas o trabalho desenvolvido pela equipa técnica de Leonardo Jardim, em tão curto espaço de tempo, deixa antever que esses resultado positivos irão aparecer. Numa altura em que o clube de Alvalade se encontrava numa crise sem precedentes, eis que a vinda deste treinador jovem, ambicioso e competente pode revelar-se decisiva na recuperação desse grande do futebol nacional.


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O REGRESSO DO BELENENSES NÉLIO MOREIRA

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um dos clubes históricos do futebol português. Com 94 anos de existência, o Clube de Futebol Os Belenenses chegou a ser considerado o quarto grande (atrás de Porto, Benfica e Sporting).

Para além do Marítimo, van der Gaag representou ainda o NEC, Sparta Rotterdam, PSV e FC Utrecht (Holanda), o Motherwell (Escócia) e o Al Nassr (Arábia Saudita). Como defesa-central, o holandês tinha um bom sentido posicional e era forte na marcação e no jogo de cabeça. Também conhecido por “azuis do Restelo”, o emblema Van der Gaag também era goleador: marcou 19 golos em lisboeta já viveu momentos áureos quando conquistou 159 jogos realizados pelos madeirenses. Como treinador uma Liga Portuguesa e três Taças de Portugal. A juntar a é pragmático, aposta no contra-ataque e dá primazia ao isto há três Campeonatos de Portugal, seis Campeonatos 4-2-3-1. de Lisboa e 12 Taças de Honra. Mas também já passou por fases difíceis, a última das Uma estreia pouco auspiciosa quais há bem pouco tempo. Em 2010, o Belenenses desceu à Segunda Liga e, cerca de dois anos volvidos, o clube Não tem sido feliz o regresso do Belenenses à Primeira esteve à beira de entrar em falência. Avizinhava-se o fim Liga. O clube contabiliza por derrotas os três jogos da “Cruz de Cristo”, mas o clube conseguiu dar a volta realizados (0-3, com o Rio Ave, 1-2 em Braga e 2-3, com financeira e desportivamente… o Nacional da Madeira). E o problema nem foram só os Composto basicamente por uma equipa jovem (e suportado maus resultados… As exibições protagonizadas pelos na experiência de jogadores como Diakité, Desmarets e jogadores também deixaram algo a desejar, sobretudo no Fredy), o Belenenses regressou ao primeiro escalão nesta setor defensivo. temporada, após ter sido campeão da Segunda Liga Apesar da grande parte da base do plantel ser semelhante (com uns impressionantes 23 pontos de vantagem para o à da época transata, e de conhecer os processos e as segundo classificado, o Arouca) e ter chegado às meias- estratégias do treinador, a equipa está a ter dificuldades finais da Taça de Portugal. em se adaptar ao novo escalão. A maior exigência do campeonato e a lenta integração dos reforços podem ser Um técnico conhecedor do futebol português dois dos fatores que explicam esta entrada em falso dos “azuis”. Mitchell van der Gaag… Foi o obreiro da subida de divisão do Belenenses, e logo na época de estreia ao comando dos É verdade que a época do Belenenses não vai ser nada “azuis”. O técnico holandês, de 41 anos, é um conhecedor fácil, mas espera-se que a formação lisboeta melhore as do futebol português visto que, antes, já havia orientado o suas exibições e consiga, no final, garantir a permanência Marítimo em 2009/10 (rendendo Carlos Carvalhal à sétima entre os grandes. E nomes como Daníelsson (ex-AIK, da jornada) e 2010/11 (sendo então substituído pelo atual Suécia), Jonsson (ex-Wolverhampton), Miguel Rosa e treinador, Pedro Martins, na quinta ronda). O agora técnico Deyverson (ex-Benfica), Paulo Jorge (ex-Gil Vicente) e João já tinha representado o clube insular como jogador, entre Pedro (ex-Braga), juntamente com outros como Diakité e 2001 e 2006. Fredy, podem ajudar o clube a alcançar esse objetivo.


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SUBIDA METEÓRICA JOSÉ CARLOS COSTA

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undado em 1952, o Futebol Clube de Arouca, fez grande parte da sua história nas divisões distritais da Associação de Futebol de Aveiro. Contudo, a conquista do título de campeão do Distrital de Aveiro em 2006/2007, com 13 pontos de avanço sobre o segundo classificado, numa prova em que, em 34 jogos venceu 25, empatou 6 e perdeu 3, marcou o ponto de viragem e o início da ascensão meteórica até à Primeira Liga. Na época seguinte depois de vencer a Série C da III Divisão (em 2007/2008) ascende à Segunda Divisão B para a época 2008/2009. Se na época de 2008/2009 a equipa sentiu algumas dificuldades na sua estreia na II Divisão B, a época seguinte voltou a ser marcada pelos festejos com a equipa a vencer a Série Centro da II Divisão B, alcançando, também o título de campeã da II Divisão B e consequente subida à Segunda Liga, a estreia nos escalões profissionais do nosso futebol. Na 1ª época na Segunda Liga, a equipa terminou no quinto e, na época seguinte, o Arouca lutou até ao fim pela manutenção (terminando com dois pontos acima da linha de água) para, na época passada, na Segunda Liga, conquistar, comandada por Vítor Oliveira, a segunda posição e a consequente promoção à Primeira Liga. A exigência inerente à participação na Liga Zon Sagres, levou o presidente dos arouquenses, Carlos Pinho, a reestruturar o plantel com a saída, por iniciativa própria, do treinador Vitor Oliveira, que mais uma vez, voltou a ficar na história por comandar uma equipa que subiu à primeira divisão. Para o seu lugar entrou Pedro Emanuel, um jovem treinador que contabiliza já na sua carreira, a conquista de uma Taça de Portugal ao serviço da Académica. A súbida de divisão levou à saída de jogadores como Zarabi, Dani, Joeano, Serginho, Luís Pinto, Clemente, Rui

Gomes, Laurindo, Gabi, João Vicente, Miguel Ângelo, Idris, Rui Gomes e Ricardo. Em sentido contrário foram 16, os jogadores que reforçaram o recém-promovido, Arouca. Para a baliza foram contratados, Rui Sacramento, Stefanovic e Cássio. Para a defesa foram contratados Balliu, Diego, Henrique e Tinoco. Jogadores praticamente desconhecidos, o que poderá explicar os sete golos sofridos, nas primeiras duas jornadas da liga. Se na defesa os jogadores são desconhecidos da maior parte do público, o mesmo não pode ser dito do meiocampo. O Arouca apostou forte no reforço do miolo do terreno, com a aquisição de jogadores com qualidade e experiência, como David Simão, Nuno Coelho, Pintassilgo e Bruno Amaro. Para o ataque a esta liga, o Arouca contratou Serginho, Romário e o jogador formado no Sporting, Paulo Sérgio e Romário chega por empréstimo do Vasco. Disputadas as três primeiras jornadas da liga, o Arouca soma duas derrotas e uma vitória mas, apesar das duas derrotas em três jogos, a equipa comandada por Pedro Emanuel, tem apresentado um futebol positivo, ao não optar por uma defesa baixa, como a maioria das equipas da dimensão do Arouca. Fato que talvez explique os cinco golos sofridos no estádio de Alvalade, após a vantagem alcançada pelo golo histórico de Bruno Amaro. Contudo, o primeiro grande momento de festejo da equipa arouquense, deu-se ao minuto 87 da terceira jornada da liga, frente ao Rio Ave. Um golo apontado por Roberto, que permite ao Arouca somar os primeiros três pontos, saindo da zona de despromoção. Apesar da procissão ainda ir no adro, perspetivase que o Arouca, na sua primeira passagem pela primeira liga, lutará pela permanência.


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omo jogador protagonizou uma longa carreira discreta ao serviço de várias equipas, como treinador a carreira ainda é curta mas o sucesso promete ser extenso.

QUEM É MARCO SILVA? FILIPE PARDAL FOTO: DPI.PT

O Estoril de Praia subiu a pulso, nos últimos dois anos, no futebol português. Uma equipa que em 2011/2012 ficou sem o treinador Vinícius Eutrópio, depressa apostou no potencial do director desportivo na altura, Marco Silva. O resultado imediato compensou a mudança, à 12ª jornada o Estoril passou a liderar a 2ª Liga e acabou mesmo por se tornar campeão. O regresso ao mais alto escalão do futebol nacional foi tudo menos tímido, Marco Silva colocou o Estoril num honroso 5º lugar, com acesso às competições europeias. Para completar esta pequena introdução sobre o homem que se senta todas as partidas no banco da equipa “canarinha”, falta recordar que o Estoril era, há poucos anos, o emblema com pior assistência média nas bancadas, situação revertida pelos bons resultados e boas exibições protagonizadas pelas tropas comandadas por este homem de 36 anos. O sucesso dos Estorilistas, nomeadamente com o acesso à Liga Europa que já foi


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consumado depois das vitórias frente ao FC Pashing, acarretou de forma natural alguns rumores de saída do seu treinador bem-sucedido. Estes começaram logo no termo da época transacta e foram ampliados com a pressão disposta em Jorge Jesus no clube encarnado. O nome de Marco Silva parece agradar a alguns adeptos do Benfica que criaram páginas nas redes sociais a pedir a contratação do treinador do Estoril, especialmente após a derrota do Benfica frente ao Marítimo, na primeira jornada do campeonato nacional. A página “Queremos Marco Silva a treinador do SL Benfica”, já conta com 2,689 “gostos”, sendo que 1400 foram conseguidos nos dois primeiros dias de existência desta página de apoio. A forma como o técnico lidou com toda esta situação é um verdadeiro espelho do profissionalismo e humildade de Marco Silva: “Não tenho reação a isso, não faço comentários. O Benfica tem treinador e merece todo o respeito. Como treinador do Estoril não irei fazer comentários”, afirmou o treinador à margem de uma conferência de imprensa de antevisão a uma partida do Estoril. O sucesso da, ainda curta, carreira como treinador de Marco Silva parece ser assente no trabalho, no rigor de gestão do plantel e dos jogadores que tem à disposição, bem como na humildade com que profere declarações seja em que contexto for. Como jogador – defesa-direito – e, ainda bem longe de conhecer a aptidão para “jogar” fora das quatro linhas, fez a formação no Cova da Piedade e no Belenenses, realizando a transição para sénior no emblema de Belém. Atlético CP; Trofense; Campomaiorense; Rio Ave; Sporting de Braga B; Salgueiros; Odivelas e, Estoril de Praia, construíram o percurso do atleta que só encontrou a estabilidade de carreira no clube que ainda hoje representa. Seis anos de actuação como jogador valeramlhe a aposta para Director Desportivo que, rapidamente, se traduziu numa evolução para técnico da equipa. É quase certo, a não ser que aconteça uma perda drástica de rendimento por parte do Estoril, que esta vai ser a última temporada de Marco Silva ao comando das tropas canarinhas. O destino pode, ou não, ser o Benfica mas a saída é praticamente certa e ainda mais se torna quando analisamos o actual paradigma de treinadores no futebol português. A tendência estrangeira já lá vai e existe, cada vez mais, propensão à contratação de jovens treinadores de nacionalidade portuguesa. Marco Silva conhece a realidade do futebol nacional nos mais diversos escalões e, este ano, vai ter a tão cobiçada experiência europeia. Facto que só vai beneficiar o seu currículo como técnico e o interesse de emblemas mais fortes do que o Estoril. Por agora, resta-nos aguardar para observar atentamente a prestação dos pupilos comandados por Marco Silva nesta temporada que, no fundo, surge como a época de confirmação de mais um talento - na arte de treinar uma equipa de futebol - de um país que conta com três treinadores no top 10 da época passada.


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VISÃO DE SCOUT

É

ATSU, OBLAK E BRUMA. OS CASOS DO VERÃO NUNO MELO E CASTRO FOTO: DPI.PT

justo dizer que de uma forma quase democrática todos os três clubes denominados grandes tiveram o seu caso com jogadores este Verão. A novela Sporting/Bruma é por todos conhecida, Christian Atsu tomou a iniciativa de dizer que não queria voltar a jogar pelo Porto e Jan Oblak aproveitou para também ele tentar a desvinculação do Benfica. Estes casos, ou se calhar novelas, estão próximas de chegar ao fim, com a decisão da Comissão Arbitral Paritária (CAP) que deu razão ao Sporting – e indiretamente resolveu o diferendo entre Oblak e o Benfica – enquanto Atsu vai mesmo deixar o Dragão, não para o futebol inglês como pretendia mas para o Vitesse, clube holandês que tem uma parceria com o Chelsea, e onde já atuou por exemplo o benfiquista Nemanja Matic. O caso de Bruma é no entanto um pouco diferente dos outros, já que se Oblak e Atsu chegaram a Portugal com 17 anos, Bruma, que nasceu na Guiná Bissau, fez a sua formação no Sporting desde os 12, até se estrear na época passada pelos leões, num jogo contra o Marítimo. Toda a novela se deve por um lado ao facto do Sporting não querer perder mais uma pérola da sua


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academia a preço de saldo, enquanto o jogador e os seus representantes tentaram tirar dividendos das exibições de Bruma no final da época e no Mundial de sub-20. Já Oblak viu-se numa situação parecida e aproveitou para também ele ficar com o passe na mão enquanto Atsu forçou a sua saída, jogando com o facto de estar no último ano de contrato e assim poder negociar com qualquer clube em Janeiro, indicando que pretendia seguir a sua carreira na Premier League. Apesar de diferentes, os três casos têm um ponto em comum. O que move os protagonistas não é mais que uma ambição por condições financeiras melhores que as que neste momento auferem. Hoje em dia já não interessa muito a questão do clube do coração, do prestígio desse mesmo clube, das condições para evoluir ou mesmo da possibilidade de representar a respectiva seleção. O caso de Bruma é o que melhor exemplifica esta questão, pelo envolvimento de empresários, tutores, advogados, sem se saber muito claramente qual a posição do jogador. Também Jan Oblak terá tentado a desvinculação pensando nos possíveis ganhos a nível de prémios de assinatura, melhoria contratual e objectivos que poderia beneficiar com o passe na mão. Tal como Atsu, cujo interesse de clubes ingleses se materializava num upgrade contratual. Depois existem os respectivos clubes. Se Benfica, que instaurou um processo disciplinar ao guardaredes esloveno, e Porto, que relegou o jogador para a equipa B, se mantiveram “na sombra”, cientes que a ligação contratual dos respectivos jogadores protegia os interesses dos clubes, o Sporting, e nomeadamente através do seu presidente Bruno de Carvalho, protagonizou uma estratégia de choque direto com os representantes do jogador, exigindo por diversas vezes que Bruma se reunisse sozinho com o presidente leonino, o que não chegou a acontecer. Por outro lado, o caso Bruma terá afectado mais o Sporting – e os seus adeptos – que os outros dois casos, uma vez que Oblak nunca jogou de forma oficial pelo Benfica, enquanto Atsu está longe de ser um elemento preponderante no plantel do Porto. Já Bruma tinha tudo para ser uma das revelações desta época, mas mesmo com o desfecho do caso a favor do Sporting não é de crer que o jogador venha a atuar pelos leões. Diga-se que a decisão da CAP acaba por ser a mais lógica e a que protege o futebol em si. Bruma tinha contrato com os leões, e goste-se ou não os contratos são para serem cumpridos. Seria muito perigoso para os clubes que se abrisse uma espécie de caixa de pandora, dando razão ao jogador. Certamente que no futuro seriamos confrontados com muitos outros casos Bruma, e seria um trunfo para os empresários, que como se sabe na maior parte das vezes protegem os seus próprios interesses antes dos interesses dos jogadores. Muitas vezes ouviríamos falar de outros como Pini Zahavi, Bebiano Gomes, Catio Baldé, Tony Appiah ou Miha Mlakar. A resolução de ambos os casos também não podia ser mais diferente. Atsu, que começou este caso anunciando na sua página no Facebook que queira jogar em Inglaterra,

acabou contratado pelo Chelsea mais vai jogar esta época na Holanda. Sonho adiado portanto. Já Jan Oblak renovou pelo Benfica, uma vez que na sequência da decisão sobre o caso Bruma terá percebido que tinha pouco a ganhar com o conflito, e além disso viu satisfeita a sua pretensão de fazer parte do plantel principal do Benfica esta época. Tratando-se de um jogador que tem uma enorme margem de progressão, os encarnados parecem ter adoptado a postura mais sensata, ainda que contrariando as pretensões do seu treinador, que cedo anunciou que achava que o esloveno ainda não estava pronto. Já Bruma, irá ao que tudo indica rumar à Turquia, para jogar no Galatasaray. No final de contas, será que terá ficado mais a perder, uma vez que poderia evoluir em Alvalade e depois dar o salto para um dos gigantes europeus, seria com toda a certeza um nome a ter em conta para a seleção nacional e arriscamos que tinha o potencial para gerar no futuro ganhos para o seu clube ao nível do negocio de Nani, por exemplo. Os tão falados 10/12 milhões de Euros que o Sporting irá receber parecem curtos face à capacidade do jogador, mas para o clube esse será um mal menor, já que acaba por encontrar a solução que à partida será a que mais satisfaz os interesses do Sporting. Ao forçar o corte, Bruma ficou sem condições para jogar em Alvalade, e irá para um campeonato com menor visibilidade, sem ter feito uma pré-época ideal logo partindo em desvantagem em relação ao demais companheiros de equipa e além disso vai para um clube e uma realidade totalmente diferentes daquela em que estava inserido. Resta saber se aos 18 anos irá finalmente confirmar o muito talento que tem ou se por outro lado irá engrossar a lista de grandes promessas eternamente adiadas. Quanto aos clubes têm de perceber que o negocio do futebol se movimenta pelos milhões que gera, não pela ética e cortesia. Sporting, Benfica e Porto vão certamente tirar as suas próprias ilações de modo a que casos como este não se repitam no futuro.


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