Futebol Portugal Magazine #8

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www.futebolportugal.clix.pt 13/11/13

RECONQUISTA DO BRASIL MUNDIAL 2014 - DERBY - AS ROMA - DREXLER - DORTMUND


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VISÃO SOCIAL

TWEETS DA SEMANA @Berrador “Notem bem: 10 anos de Vieira presidente = 8 anos do Porto campeão. O homem qualquer dia ultrapassa o Pinto!” @MotivacionesF “Não sonhes a tua vida, vive o teu sonho!” Ozil

@JG1904 )LT V 4}UHJV UH ;HsH KH 3PNH ÄJHT THPZ SP]YLZ para a Europa

@rivaisamesa Costinha demitiu-se. Num só dia perdemos o penteado do Abel Xavier e os fatos do Costinha. Triste dia para o futebol português :(


21/04/2012

POSTS DA SEMANA Neymar Jr. “O Kai vestido a rigor para o Halloween”

Juanfer Quintero - FC Porto El GUERRERO nunca se rinde !!


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VISÃO VERMELHA

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IBRACARDOZO EDUARDO PEREIRA FOTO: DPI.PT

ou ser do contra: não fiquei impressionado com o derby. Sim, houve emoção até final, é verdade. E sim, ambas as equipas assinaram momentos de bom futebol, principalmente nos processos ofensivos. A questão é que tudo aconteceu de forma alternada. Na primeira parte, o Benfica marcou três e a conta pecou por escassa. Na segunda metade, o Sporting fez de nós gato-sapato e podia nem ter precisado do prolongamento para nos eliminar. Felizmente, houve ali um poste a salvar-nos a vida, como tantas vezes aconteceu na última Liga Europa – e não estou a falar do Luisão! Como é natural, estou bastante satisfeito com o resultado mas apenas medianamente conformado com a exibição do Benfica. Antes, porém, de começar a analisar o que correu menos bem, mal estaríamos se não fizesse a devida vénia ao “Tacuara”, Óscar Cardozo. O paraguaio demonstrou, desta vez com um hat-trick, que é fundamental nesta equipa e que vendê-lo na pré-época teria sido um erro clamoroso, ao nível dos que se cometeram naquele fatídico Verão de 1994. Se, do livre, não há muito a destacar, com excepção da sagacidade


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com que o camisola 7 aproveitou o salto da barreira leonina, já sobre os outros golos poderíamos escrever uma crónica completa para dizer tudo o que merecem. O 2-1 é uma entrada perfeita, ao segundo poste, correspondendo ao cruzamento de Gaitán com aquele que nem é dos seus melhores argumentos: a cabeça. Solto de marcação, Cardozo leu o lance sem falhas, anteviu a deslocação de Patrício e colocou a bola longe do alcance das mãos do guarda-redes, conseguindo evitar também os defesas que se encontravam sobre a linha. Falhar não era nada complicado, mas a bola só parou no fundo da rede, tal como no lance do 3-1, dois minutos depois. Pé esquerdo – agora sim, a arma de eleição a funcionar –, meia-volta perfeita e um remate fortíssimo que foi alojarse lá junto ao poste direito, com Rui Patrício a voar em vão para uma bola que não podia ser detida. A bússola indica sempre o Norte Se o futebol fosse um jogo de orientação, este BenficaSporting teria seguido a velha máxima da bússola. No reatamento, depois de uma primeira parte apagada, em que só o golo deu fortuito brilho à presença leonina no relvado, toda a história do jogo mudou e a baliza do topo norte, agora à guarda de Artur, continuou a ser o alvo preferencial da noite. E porquê? Muito simplesmente porque entregámos o jogo ao Sporting e, nos cantos – ou livres na lateral da área –, continuamos a ser uma nulidade, seja em contexto defensivo, seja em situações de ataque. Tacticamente, nada mudou até ao minuto 70, altura em que trocámos o lesionado Rúben Amorim por Ivan Cavaleiro mas, nessa altura, já se tinha percebido que nem o Sporting era tão inofensivo como na primeira parte, nem o Benfica tinha capacidade para desbobinar jogadas ao ritmo do primeiro tempo. O marcador já tinha avançado para 3-2 e, inexplicavelmente, parecia não haver ninguém vestido de vermelho que fosse capaz de esboçar uma jogada digna desse nome. Pareceu, uma vez mais, que a preparação física dos jogadores do Benfica não está à altura das exigências da época, mas a nossa velha inabilidade para defender lances de bola parada cobrados para a cabeça das “torres” dos nossos adversários começa a assumir contornos deveras preocupantes. Foi assim que perdemos na Grécia (não foi pelo Roberto, que ele não marcou golos) e foi assim que permitimos que um Sporting que, ao intervalo, tinha tudo para sair da Luz com cinco ou seis no saco, renascesse das cinzas e levasse o jogo para prolongamento sem apelo nem agravo. Pelo meio, há queixas de dois penalties que ficaram por marcar contra nós e que, do meu ponto de vista, são parcialmente justificadas. No lance do André Almeida, há falta claríssima. O 34 estava a dar sinais de algum descontrolo e, dentro da área, levantou o braço para cortar a bola pela linha de fundo. No que toca à disputa entre Luisão e Montero, é certo que o nosso capitão, de forma tosca, ficou parado à espera da bola, permitindo a antecipação do avançado verde-e-branco. Há contacto – Luisão acerta em Montero, que surgiu de trás – mas não me pareceu que existisse falta, já que não é com aquele toque que o colombiano perde o apoio ou o equilíbrio.

De Ricardo a Patrício na cabeça de Luisão Em 2005, na recta final do campeonato, o Sporting deixou fugir um título que parecia garantido quando Ricardo falhou o tempo de saída a um livre de Petit e deixou que o “girafa” cabeceasse em antecipação para o fundo da baliza. Rui Patrício, oito anos depois, hipotecou uma Taça de Portugal ao deixar que uma bola vinda da cabeça do nosso capitão (o termo técnico é “tocar-sem-ele-sabercomo”) lhe escapasse pelo meio dos dedos e por entre as pernas, acabado por cruzar a linha de golo antes que o titular da selecção nacional pudesse deitar-lhe a mão. Ainda que o golo nos tenha garantido o apuramento, tenho de confessar que acho que não devia ter sido validado. Antes de desviar a bola, Luisão parece ter sido derrubado por uma ‘gravata’ de Marcos Rojo e, como tal, deveria ter sido assinalada grande penalidade a favor do Benfica. O árbitro entendeu de forma diferente, ficando por saber se prejudicou o Benfica, ao não marcar um penalty, ou o Sporting, ao considerar legal um lance que deveria ter sido levado para a marca de onze metros – mesmo que o desfecho acabasse por ser semelhante. Nas nossas melhores unidades, para além do cada vez mais mítico Cardozo, julgo que Rúben Amorim merece particular destaque, por ser a chave do novo modelo táctico de três médios-centro que Jesus tem vindo a implementar. Enzo Pérez, como sempre, esteve incansável e Gaitán, a espaços, mostrou porque poderia ser um dos melhores na sua posição se apresentasse outros níveis de regularidade. Menos bem estiveram Garay, um par de furos abaixo do que é habitual, e André Almeida, algo desorientado nos minutos que antecederam o lance em que cometeu grande penalidade e que podia ter virado o rumo do jogo a favor dos visitantes. Do derby, fica a memória de um jogo emotivo pela incerteza no marcador, repleto de golos e de bom futebol mas disputado sempre numa toada de desequilíbrio, com o melhor de cada equipa a surgir nos momentos de desacerto da formação contrária. Não terá sido um daqueles jogos em que saltam faíscas dos lances divididos entre os jogadores, mas é provável que se continue a falar dele durante muito tempo, principalmente quando frangos ou golos acidentais vierem à baila.


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VISÃO VERDE

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e por acaso algum dia me vierem perguntar «o que é futebol?», apenas lhes direi para verem o jogo SL Benfica – Sporting Clube de Portugal, de dia 9 de Novembro de 2013. Com efeito, o derby de sábado teve de tudo: um grande ambiente, emoção, entrega, grandes defesas, erros, expulsões, bolas nos ferros e golos… muitos golos, em suma, tudo aquilo em que consiste um jogo de futebol se o levarmos à sua base.

NAVEGAR À BOLINA FRANCISCO FERREIRA GOMES FOTO: DPI.PT

Infelizmente não me foi possível acompanhar a equipa ao vivo juntamente com mais de seis mil adeptos, incansáveis no apoio à equipa e imunes à hostilidade do adversário e aos momentos de maior aperto do Sporting ao longo do jogo. De facto a transmissão televisiva teve sempre como fundo sonoro os cânticos, as palmas e a devoção dos adeptos sportinguistas ao seu grande amor; para além disso tenho uma quantidade razoável de amigos cuja afonia é prova material disso mesmo. O início da partida indicava um jogo equilibrado e passado, na sua maioria, no meio-campo. Perante este equilíbrio, foi uma bola parada que levou à abertura das hostilidades; uma falta desnecessária (a primeira de muitas) de Rojo, e o livre de Cardozo inaugurava o marcador. Em condições normais nem toda a barreira saltaria ao remate… neste caso não foi bem assim. «[…]relembro-lhes a viagem que Rui Patrício fez no Sporting para chegar onde chegou, a ventania de críticas constante e a pressão que sofria. […]; a sua mentalidade


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é à prova de bala, por isso vão ter de fazer muito melhor para o deitar abaixo…sinceramente, neste aspecto estava à espera de mais por parte de quem o tentou achincalhar.»

condições normais o Patrício apanhava aquela bola… neste caso não foi bem assim. Quanto à crucificação de Rui Patrício aproveito para relembrar os adeptos leoninos do punhado de excelentes defesas que o nosso guardião fez durante o jogo, e sem E essa reacção surgiu, não de forma instantânea, as quais certamente nem chegaríamos ao prolongamento. mas antes através de um crescendo gradual resultante Aos adversários que gozaram o momento com vídeos do maior rendimento e dinâmica do nosso meio-campo. e mensagens menos próprias relembro-lhes a viagem O Sporting soltou-se e uma boa jogada de envolvimento que Rui Patrício fez no Sporting, a ventania de críticas do tridente ofensivo levou a um bom cruzamento de constante e a pressão que sofria. Tudo isto ele ultrapassou, Wilson Eduardo e uma ainda melhor finalização de Capel; e tudo isto fez dele o melhor guarda-redes português da o Sporting marcava e eu saltava do sofá em completo actualidade; a sua mentalidade é à prova de bala, por isso vão ter de fazer muito melhor para o deitar abaixo… êxtase. Contudo este meu entusiasmo foi de curta duração já sinceramente, neste aspecto, estava à espera de mais que, e mais uma vez, sofremos novo golo pouco tempo por parte de quem o tentou achincalhar. depois, fruto de uma desconcentração e falha de marcação da nossa defesa. Antes que pudéssemos reagir «Apesar de todos estes ventos que sopram contra, ao 2-1, o adversário fez o terceiro, foram dois golos num a caravela sportinguista continua o seu caminho; a curtíssimo espaço de tempo. Em condições normais um exaustão e tristeza estampada no rosto dos jogadores resultado desfavorável de 3-1 ao intervalo no Estádio da no final do jogo é sinal de que, mesmo à bolina, Luz seria suficiente para desanimar uma equipa…neste chegaremos a bom porto.» caso não foi bem assim. Novamente em desvantagem, lá teve o Sporting de voltar «E eis que num dos vários ataques dos leões, uma das a procurar o empate, subindo muito o seu bloco. E eis águias abre a asa - provavelmente para levantar voo que num dos vários ataques dos leões, uma das águias - e toca com o braço na bola; em condições normais abre a asa - provavelmente para levantar voo - e toca com seria marcada grande penalidade…neste caso não foi o braço na bola; em condições normais seria marcada grande penalidade…neste caso não foi bem assim. bem assim.» Com efeito, o Sporting entrou na segunda parte com uma atitude positiva e indiferente aos números do marcador. O jogo voltou à sua toada de equilíbrio até que um rapaz chamado Adrien resolveu pegar no jogo; a partir de então os leões tornaram-se mais ameaçadores no ataque, e beneficiaram do talento do médio para desequilibrar a zona intermediária. O belo remate de Adrien após trocar as voltas ao adversário foi o prenúncio do que aconteceria pouco depois; canto da esquerda e Maurício reacendia chama da crença leonina.

Certamente que os sportinguistas já perceberam que a crítica às arbitragens não costuma surtir grandes efeitos para os nossos lados, ao contrário de outros clubes. Basicamente a ideia é: todos os outros podem reclamar do que quiserem e do modo que bem entendam, ninguém faz ondas; quando se trata do Sporting então aí já é um acto de vitimização, surgem as damas ofendidas, fazemse comunicados, greves, etc… Esta hipocrisia e pobreza de espírito era permitida e aceite no Sporting dos últimos anos; como é que é possível estas pessoas ainda não terem percebido que este já não é o Sportinguezinho de que tanto gostavam?! Que estes expedientes, de nível apenas equivalente às pessoas que o praticam, não terão qualquer tipo de influência no caminho que o Sporting está a construir?!

Do banco vinha uma mensagem de confiança, as entradas de Slimani e Mané (boa exibição) empurravam a equipa para a frente e a onda verde fazia o resto. A recompensa chegou pouco depois; minuto 92 e o cabeçeamento de Slimani levava este leão ao delírio; saltos e gritos plenos de entusiasmo que fiz questão de Apesar de todos estes ventos que sopram contra, partilhar com meio mundo pela janela. O prolongamento a caravela sportinguista continua o seu caminho; a exaustão e tristeza estampada no rosto dos jogadores no vinha aí e as perspectivas eram bem animadoras. final do jogo é sinal de que, mesmo à bolina, chegaremos «Basicamente a ideia é: todos os outros podem a bom porto. Picardias à parte, e mesmo não acreditando reclamar do que quiserem e do modo que bem em vitórias morais, saímos da Luz ainda mais fortes. entendam, ninguém faz ondas; quando se trata do Perdemos é verdade, mas o que seria a taça sem tomba Sporting então aí já é um acto de vitimização, surgem gigantes? as damas ofendidas, fazem-se comunicados, greves, etc…» Mas então a sorte decidiu virar-nos as costas. Um lançamento para dentro da área e, sem se perceber como, sofremos novo golo. Sempre que o Sporting sofre um golo tenho sempre uns décimos de segundo de negação, onde penso que tal não aconteceu na realidade. Neste caso concreto a minha incredulidade durou cinco minutos. Em


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VISÃO AZUL

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CHAPÉU (AO LADO) DE FERNANDO MARCO MORAIS FOTO: DPI.PT

erá difícil passar pela cidade Invicta sem ver alguém que use o boné ao lado. É uma moda bem portuense que ganhou, a partir deste domingo, um novo fã. Fernando Reges da Silva tem por costume, de quando em vez, subir até à área do adversário mas nunca se lhe tinha visto um feito como aquele que, aos 15’, deu vantagem ao FC Porto na visita a Guimarães (4.ª eliminatória da Taça de Portugal). Foi mesmo o brasileiro a abrir caminho a uma exibição tranquila, que levou os dragões até aos ‘oitavos’, com um magnífico ‘chapéu cruzado’. Só não sabemos é se a ‘rapaziada’ do Porto costuma deixar o boné de lado sem querer... Com ou sem intenção, o facto é que o golo de Fernando ajudou a que uma deslocação sempre complicada se fosse tornando um passeio sem problemas de maior. Desta vez sem ‘brindes’ para oferecer, a equipa de Paulo Fonseca contou com a ajuda de um Vitória que só ‘esperneou’ depois da expulsão de


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Mangala. E essa aconteceu aos 80’. Mas pelo meio já El Comandante tinha descoberto Jackson (41’) e a vantagem dos dragões era já de dois golos quando, depois de uma segunda-parte onde a monotonia imperou, o francês recebeu ordem de expulsão (acumulação de amarelos) depois de tocar com o braço na bola. Fica o registo de um FC Porto que, como na vitória da Supertaça, não deixou grandes hipóteses de resposta aos vimaranenses - ainda que num registo a duas velocidades: devagar e devagarinho. De facto, a equipa de Rui Vitória não demonstrou ser capaz de incomodar - como o havia feito no Dragão - neste que foi o terceiro duelo entre os dois clubes nesta época. Vitória SC-FC Porto, 0-2 (Fernando 15’ e Jackson 41’)


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SP. BRAGA SEGUE EM FRENTE

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viver uma época bastante abaixo do esperado com 4 derrotas nos últimos 4 jogos para o campeonato, o Sporting de Braga conseguiu, novamente na Taça de Portugal, inverter o ciclo negativo ao vencer, no Algarve, o Olhanense, por 1-3, apurando-se para os oitavos-de-final de Taça de Portugal. O Sporting de Braga não vencia desde 19 de outubro quando bateu o Gafetense em Portalegre para a 3ª eliminatória da Taça de Portugal, retomando agora o caminho dos triunfos num jogo só decidido nos últimos instantes da partida. Com um golo de Éder logo no primeiro minuto de jogo, o Sporting de Braga permitiu o empate aos 50’ por intermédio de Paulo Regula, fazendo o 1-1 que perdurou até bem perto do final. Só aos 87’ Rafa fez o 1-2 e, o mesmo Rafa, que já tinha marcado em Portalegre frente ao Gafetense, bisou já em período de descontos, fazendo o 1-3 final.

CURTAS FRANCISCO BAIÃO

GIL FOI À LOTARIA E GANHOU

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Gil Vicente, actual quarto classificado da Liga Zon Sagres (apenas atrás dos 3 grandes do futebol português) sentiu inesperadas dificuldades para seguir em frente na 4ª eliminatória da Taça de Portugal, ao bater, apenas no desempate por grandes penalidades, o Cova da Piedade (do Campeonato Nacional de Seniores) após um 0-0 ao fim dos 90 e dos 120 minutos de jogo. Apesar do triunfo nas grandes penalidades, o Gil Vicente vê assim interrompido um percurso de 5 triunfos consecutivos e mantém, ao fim de 13 jogos oficiais, um registo de apenas 2 derrotas, perante Benfica e FC Porto mas estão entre os 16 sobreviventes da competição e que irão disputar os oitavos-de-final da prova rainha do futebol português.

ESTORIL PRECISA DA CAVALARIA PESADA E PROLONGAMENTO

O

“europeu” Estoril Praia precisou do tempo extra para conseguir alcançar os oitavos-definal da Taça de Portugal, deixando para trás o Famalicão (do Campeonato Nacional de Seniores), vencendo por 0-1 com golo de Sebá aos 117’ para ultrapassar a 4ª eliminatória da competição. Após 90 minutos sem golos, e com ambas as equipas reduzidas a dez elementos, Marco Silva viu-se “obrigado” a fazer alinhar 3 dos jogadores mais influentes do plantel (Evandro, Luís Leal e Sebá – todos entrados na segunda parte) que tinham começado a partida no banco de suplentes para desfazer o nulo. Os canarinhos regressam, desta forma, aos triunfos, depois de uma derrota para o campeonato e um empate para a Liga Europa.


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CROMOS DA BOLA


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É

PORTUGAL SUÉCIA FRANCISCO BAIÃO FOTO: DPI.PT

já esta sexta-feira, no Estádio da Luz, que Portugal e Suécia jogam a 1ª mão do play-off de apuramento para o Mundial 2014 a disputar no Brasil, num encontro agendado para as 19:45, a mesma hora que, 4 dias depois, marcará o reencontro destas duas selecções que procuram ocupar uma das última vagas para embarcar para a mais importante competição de selecções a disputar no próximo ano. Agora não se pode adiar mais, Portugal tem de puxar pelos galões, fazer uma exibição de encher o olho e, sobretudo, garantir um resultado que permita à nossa selecção visitar os suecos em vantagem e, de preferência, que essa vantagem seja superior a um golo, pois, caso contrário, as adversidades da viagem à Suécia, poderão ser ainda maiores se tivermos de correr atrás do resultado. Histórico de confrontos O histórico de confrontos entre Portugal e a Suécia não é nada favorável e, se analisarmos os últimos confrontos realizados no nosso país, verificamos que, em 7 jogos, Portugal… não venceu nenhum. Aliás, o histórico é tão negativo para as nossas cores que, os primeiros 4 desses 7 jogos, resultaram em outros tantos triunfos para os nórdicos começando com uma goleada (2-6) num amigável em 1955, a que se seguiu, nova derrota, em 1966, precisamente no dia de hoje (13 de novembro) por 1-2, num jogo de qualificação para o Europeu de 1968. Seguiram-se 3 jogos nos anos 80, com mais duas derrotas


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e o primeiro empate: a 14 de outubro de 1981, a caminho do Mundial 1982, nova derrota por 1-2 e, cerca de 3 anos mais tarde, a 14 de novembro de 1984, na qualificação para o Mundial de 86, nova derrota por 1-3. Por fim, os empates, e foram 3: a uma bola em 12 de outubro de 1986, no caminho para o Euro88, a duas bolas em abril de 2004, em jogo de preparação para o nosso Euro, o de 2004 e, mais recentemente, em março de 2009, no caminho para o Mundial 2010, empate a 0.

2-1, na Áustria, resultados em jogos consecutivos e que ainda fizeram perigar o seu 2º posto. Regressando aos números, importa salientar que a Suécia está longe de ser uma equipa goleadora (por exemplo venceram por apenas 2-0 e 0-1 o Cazaquistão e por 1-2 e e 2-0 as Ilhas Faroé) mas saltam à vista os 7 golos marcados à Alemanha (que só sofreu 10 em todo o apuramento) em resultados que colocam qualquer um em respeito: na Alemanha, a perder por 4-0 aos 56’, a Suécia conseguiria empatar a 4 já em período de descontos, em Já nos confrontos fora de portas, o cenário é, curiosamente jogo da 3ª jornada, impondo o único empate à Alemanha favorável a Portugal que, em 8 partidas, perdeu por 2 em toda a qualificação em que não mais voltaria a perder vezes, venceu por 3 ocasiões e empatou outras tantas. pontos. Mais recentemente, no último jogo de qualificação Desses 8 jogos, Portugal sofreu golos em apenas 4, tantos que já nada decidia, a Suécia esteve a bater a Alemanha quantos os jogos em que não marcou mas, das últimas por 2-0, mas acabaria por perder por 3-5. 5 visitas à Suécia, só por uma vez Portugal sofreu golos Assim, a Suécia conquistou 20 pontos em 10 jogos, ficou (num jogo amigável que venceria por 2-3) e Portugal não a 8 da Alemanha e com 3 de avanço sobre a Áustria perde na Suécia desde 24 de junho de 1981 quando foi e garantiu lugar no play-off onde, quis o sorteio, vai derrotado por 3-0 no caminho para o Mundial de 1982. encontrar a nossa selecção. O último jogo oficial de Portugal na Suécia foi em outubro de 2008 quando a nossa selecção empatou a 0 em jogo a Grupo F – Portugal explica como falhar uma qualificação contar para a qualificação para o Mundial de 2010 onde em casa Portugal esteve presente e a Suécia ficou pelo caminho. Portugal era o cabeça de série do Grupo F de Qualificação para o Mundial 2014 e, à partida, a Rússia seria o obstáculo De recordar que o último duplo confronto entre Portugal e mais duro de roer nesta caminhada que, conjuntamente a Suécia, apesar de ter terminado com um duplo 0-0, foi com selecções como Israel, Azerbaijão, Irlanda do Norte favorável a Portugal, pois, na qualificação para o Mundial e Luxemburgo seria, em teoria, uma caminhada tranquila. 2010 na África do Sul, Portugal terminaria no segundo Mas como tem sido hábito nas últimas qualificações, o lugar do Grupo 1, com 19 pontos, menos 2 que a líder percurso de Portugal neste grupo F foi tudo menos… Dinamarca mas mais 1 que a Suécia que, desta feita, tranquilo. Começámos com duas vitórias, é certo, por ficou automaticamente de fora da competição enquanto 1-2 no Luxemburgo (resultado à justa e a nossa selecção Portugal disputaria um play-off, perante a Bósnia e ainda se deu ao luxo de ter estado em desvantagem Herzegovina, que lhe garantiria (com duas vitórias por contra uma das selecções mais frágeis da Europa) a 1-0) um lugar no 1º Mundial disputado em África. que se seguiu um triunfo por 3-0 sobre o Azerbaijão, conquistado apenas na segunda parte. O apuramento para o Brasil Seguiu-se depois uma péssima fase da nossa selecção que praticamente nos afastou do Mundial ou, pelo Portugal e Suécia partiram para este apuramento para menos, do apuramento direto para o mesmo, com o Mundial no Brasil com expectativas diferentes, uma derrota na Rússia por 1-0 e dois empates: a uma bola, vez que, se Portugal era o cabeça de série do Grupo F em casa, frente à Irlanda do Norte e, a 3 golos, em Israel. (logo seria o principal candidato a terminar na primeira Se a derrota na Rússia até se pode aceitar por ser uma posição e garantir, automaticamente, o apuramento selecção com alguns bons valores individuais, liderada para a fase final da prova), já a Suécia era colocada no por um experiente Fabio Capello, o mesmo não se pode Grupo C onde, a presença da toda poderosa selecção dizer dos empates frente à Irlanda do Norte e Israel, alemã como cabeça de série, deixava os nórdicos com sobretudo no primeiro caso, por ter sido consentido no uma missão muito difícil para a qualificação direta e, por nosso país. Em 3 jogos consecutivos a nossa selecção consequência, de olho no segundo posto e no possível fazia apenas 2 pontos, deixando 7 pontos que lhe dariam, play-off. garantidamente, o apuramento mais descansado da década. Grupo C – a Suécia em grande frente à Alemanha Seguiram-se 3 triunfos com Portugal a bater o Azerbaijão por 0-2, a Rússia por 1-0 e a Irlanda do Norte por 2-4, Ao olharmos para o trajeto da Suécia no Grupo C da Zona em mais um jogo épico da nossa selecção que, a perder Europeia de Qualificação para o Mundial 2014, saltam à por 2-1, contou com um super Ronaldo que fez 3 golos vista alguns números curiosos alcançados pela equipa e salvou Portugal de mais um momento para esquecer. nos 10 jogos realizados, tantos quantos Portugal no Estas 3 vitórias (que corresponderam a 2 derrotas da seu Grupo F. Se os 19 golos marcados e os 14 sofridos Rússia – para além de perder em Portugal, a selecção podem não querer dizer grande coisa em relação à valia de leste seria derrotada na Irlanda do Norte) deixaram da equipa, importa salientar que os suecos terminaram Portugal outra vez a sonhar com o primeiro lugar do o seu grupo com 6 triunfos, dois empates e duas grupo até que, novo encontro com Israel e nova perda de derrotas. Destes dez resultados, talvez os únicos menos pontos da selecção das quinas (empate a 1) deitou tudo conseguidos pela equipa liderada por Erik Hamrén são o a perder. O triunfo final, por 3-0, sobre o Luxemburgo já empate caseiro a zero perante a Irlanda e a derrota, por nada veio alterar.


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Portugal termina, assim, com 21 pontos em 10 jogos, fruto de 6 triunfos, 3 empates e 1 derrota, a apenas 1 ponto da liderança (Rússia) e com 7 pontos de avanço sobre Israel. Portugal marcou 20 golos (tantos quantos a Rússia), sendo que, só na Rússia ficou em branco, e sofreu 9 (fora de portas só não sofremos golos no Azerbaijão. Ronaldo vs Ibrahimovic O Portugal – Suécia tem sido encarado, pela crítica, como o confronto entre Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic, jogadores que têm estado em destaque ao serviço das suas equipas quer no campeonato quer na Liga dos Campeões sendo que, no último fim-de-semana, ambos os jogadores apontaram um hat-trick para Real Madrid e Paris Saint-Germain respectivamente. Se Ibrahimovic tem encantado com grandes golos, Ronaldo impressiona mais pela quantidade, com 16 golos no campeonato ao fim de 13 jogos a que se juntam mais 8 na Liga dos Campeões, sendo que o craque português lidera a lista de melhores marcadores de ambas as competições. Para além disso, Ronaldo já atingiu os 62 golos no ano civil, estando a apenas 1 de igualar o seu melhor registo (em 2012) isto numa altura em que ainda sonha com a reconquista do título de melhor jogador do ano e que o seu maior rival dos últimos anos se encontra lesionado e de baixa até final do ano. O monstro sueco, por sua vez, tem apenas menos 1 golo que o craque português na Liga dos Campeões mas, a nível interno, e apesar do hat-trick da última jornada, tem “apenas” 8 tentos apontados, metade do português. A verdade é que, tanto um como outro, parecem ser muito mais “matadores” nos seus clubes que nas suas selecções, esperando nós que o sueco mantenha esse registo e que, pelo contrário, o português encare o assalto final à Bola de Ouro com duas grandes exibições e com alguns golos que coloquem Portugal, definitivamente, na rota do Mundial e, já agora, o nosso craque, na rota do troféu individual. Posto isto, força Portugal!


21/04/2012


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A

Premier League está ao rubro. Decorridas onze jornadas, a distância entre o lider e o oitavo classificado é de apenas 6 pontos, o que revela o enorme equilibrio da competição. A titulo de exemplo, em Portugal (nove jornadas) esse intervalo é de 10 pontos, em Itália e na Alemanha (doze jornadas) são 16 pontos, e em Espanha (treze jornadas) a distância já vai em 20 pontos.

UNITED 1 ARSENAL 0 SÉRGIO NUNES FOTO: DPI.PT

Na “Análise Táctica” desta semana, observamos o clássico Manchester United – Arsenal, disputado no passado domingo em Old Trafford perante mais de 75.000 espectadores, e que terminou com a vitória dos “red devils” por 1-0. Manchester United David Moyes manteve o habitual 4x4x2, desta vez com Smalling adaptado como lateral direito no lugar de Rafael (lesionado), e Kagawa do lado esquerdo do meiocampo (deixando Januzaj no banco de suplentes). A opção pelo japonês foi um erro que o Manchester podia ter pagado caro. Em termos ofensivos, Kagawa raramente


21/04/2012

desiquilibrou nos seus movimentos para zonas interiores, e revelou-se incapaz de dar profundidade pelo corredor esquerdo, obrigando Rooney e Evra a ocuparem essa zona do terreno. Estas deslocações foram duplamente prejudiciais, já que o movimento de Rooney quebrava o efeito 2x2 junto dos centrais do Arsenal (Rooney e Van Persie vs Koscielny e Vermaelen), e as avançadas de Evra abriam espaço nas suas costas, explorado por Ramsey e Ozil. Kagawa revelou também grande dificuldade em defender as investidas do lateral contrário, Sagna, que só na segunda parte efectuou sete cruzamentos (Moyes procurou corrigir esta situação aos 78 minutos, com a entrada de Giggs para o lugar do japonês). Globalmente a equipa do United esteve bastante bem, com destaque para Smalling, Jones e Rooney (o melhor em campo). A lesão de Vidic quase ao intervalo, obrigou David Moyes a recuar Jones para central, ficando Cleverley a jogar ao lado de Carrick. A equipa perdeu capacidade de pressionar o meiocampo contrário, já que Phil Jones é, na minha opinião, um elemento fundamental no sistema actual da equipa. Apesar do ascendente do Arsenal (sobretudo na segunda parte), o Manchester United soube tirar partido do facto de ter marcado logo aos 27 minutos para fazer uma exibição segura, onde não criou muitas oportunidades de golo, mas também não permitiu que o Arsenal tivesse espaços para pôr em práctica o (bom) futebol que tem vindo a exibir. Arsenal

meio-campo. Ramsey foi incapaz de assumir o papel de ala, e à dupla Arteta/Flamini falta a capacidade ofensiva do galês. Pelo facto de Cazorla também ser uma adaptação à faixa lateral, o Arsenal só conseguiu criar perigo pelos corredores nos movimentos ofensivos dos seus defesas Sagna e Gibbs. E se Sagna conseguiu aproveitar muitas vezes as falhas de marcação de Kagawa, no lado oposto Valência esteve muito forte na vigilância a Gibbs. As estatísticas do jogo mostram que o Arsenal teve maior posse de bola (60%), mas apenas conseguiu fazer dois remates à baliza de De Gea. O jogo Numa partida muito equilibrada, faltaram as oportunidades de golo (apenas 15 remates ao todo, e só quatro na direcção da baliza). O United soube gerir a vantagem obtida ainda na primeira meia-hora de jogo, num lance de bola parada, dando pouco espaço a um Arsenal onde Cazorla e Ozil passaram incógnitos. O nivel de intensidade foi alto, como se pode ver pelas 23 faltas e 5 cartões amarelos. Momento-chave: minuto 92 (Arsenal) Em mais um dos seus ataques pelo corredor direito, Sagna fez um cruzamento perfeito para a pequena-área, onde se encontravam Giroud e Bendtner. O dinamarquês fica a milímetros da bola, naquele que teria sido seguramente o golo do empate.

Arsene Wenger não alterou o sistema de 4x2x3x1 da sua equipa, apesar das lesões de última hora de Mertesacker Melhor em campo: Wayne Rooney (Manchester United) (jogou Vermaelen) e Rosicky (jogou Ramsey, com Flamini na sua posição no meio-campo). O avançado inglês está a fazer um início de época extraordinário, com 7 golos e 8 assistências em 13 jogos da Premier League e da Liga dos Campeões. O Arsenal permitiu uma entrada forte do adversário, Frente ao Arsenal, foi impressionante. tendo apenas 33% da posse de bola nos primeiros dez A defender, funcionou sempre como o terceiro elemento minutos de jogo. da faixa central do meio-campo, numa equipa que Apesar de não ter permitido que o United causasse perigo adoptou o sistema de 4x5x1 quando não tinha a posse durante toda a partida (à excepção de dois ou três lances de bola; no ataque, assumiu o seu papel na dupla com pontuais), acabou por sofrer o golo ainda antes da meia- Van Persie, não parando um segundo, percorrendo toda hora, na sequência de um canto. linha da frente. E ao longo desta temporada, dos quatro jogos em que Aos 28 anos, está a atravessar um dos melhores momentos esteve em desvantagem no marcador (Man Utd, Chelsea, da sua carreira, ao qual não será alheio quer a saída de Dortmund, West Bromwich), o Arsenal perdeu três e Alex Ferguson, quer o facto de estar a jogar num sistema empatou um. de dois avançados (e não numa das faixas num ataque a A equipa sente bastante dificuldade perante adversários três, como aconteceu frequentemente no passado). muito fechados por não conseguir criar desiquilibrios pelas alas, e o jogo de domingo não foi excepção. É imperativo reconhecer que as opções atacantes de Wenger têm estado muito limitadas pelas lesões: contra o United ficaram de fora Rosicky, Walcott, Podolski e OxChamberlain, e mesmo Wilshire, que entrou no decorrer do encontro, esteve em dúvida até ao dia do jogo. Mas a opção de deslocar Ramsey para o lado direito revelou-se infeliz. Ele tem sido o melhor jogador da equipa neste arranque de temporada, com 11 golos e 5 assistências em 18 jogos, a partir da faixa central do


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MALDIÇÃO DE NOVEMBRO RICARDO BATISTA FOTO: DPI.PT

á” como “cá”, as paixões norteiam os discursos e a argumentação em cenários de polémica. A grande diferença é que “lá”, ao contrário de “cá”, não se perde uma semana a esmiuçar ao milímetro, com imagens ampliadas e painéis de comentadores se o atacador da bota está para lá da linha do último defensor. Talvez por isso haja estádios cheios todas as semanas, talvez por isso haja verdadeira paixão em torno do futebol que se pratica e não pelo que os presidentes possam ou não dizer, dependendo de como está o vento nesse dia. Mas isso não inviabiliza que as discussões sejam mais apaixonantes. Em Inglaterra, o fim-de-semana na Primeira Liga fica marcado por uma controversa decisão de Andre Marriner que acabou por “oferecer” de bandeja um precioso ponto ao Chelsea. Um lance caricato, que levanta as maiores dúvidas até aos mais apaixonados, permitiu aos “blues” de José Mourinho um empate a dois golos frente ao West Bromwich, em pleno Stamford Bridge. O ponto foi suficiente para não deixar fugir na frente o Arsenal, Liverpool e Southampton mas deixa a nu a fragilidade do momento que o Chelsea atravessa,


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pese os resultados que apresenta. Há quem aponte a maldição de Novembro. Nas últimas três épocas, nos 23 jogos disputados pelo Chelsea nos meses de Novembro, o conjunto londrino venceu apenas sete. Por curiosidade, este foi o jogo 100 de Mourinho em casa na condição de treinador do Chelsea, no somatório das épocas em que esteve à frente do clube. E com marca impressionante. Imbatível em Stamford Bridge em jogos para a Premier League (51 vitórias e 15 empates), José Mourinho esteve perto, muito perto mesmo de sofrer a primeira derrota caseira como treinador do Chelsea. “Quando perdi o meu primeiro jogo em casa pelo Real Madrid fui ao balneário da equipa adversária para lhes dar os parabéns por terem quebrado o meu recorde. Aqui vou fazer a mesma coisa quando esse dia chegar”, diz Mourinho. Mas já lá vamos. Face ao último encontro, frente ao Schalke 04 para a Liga dos Campeões, que o Chelsea venceu por 3-0, José Mourinho apenas procedeu a uma alteração, nomeadamente a entrada de Eden Hazard para a saída de André Schürrle, que nem no banco de suplentes se sentou, ou a entrada de Lampard para o lugar de Obi Mikel. Hazard, que acabou por ficar ligado à história do jogo por ter apontado o decisivo 2-2, regressa assim ao “onze”, depois do castigo imposto por José Mourinho. O belga Eden Hazard pisou o risco e José Mourinho não perdoou, deixando-o fora do jogo do Chelsea frente ao Schalke 04, na noite de quarta-feira, por motivos disciplinares. O treinador português explicou tudo na conferência de imprensa após o triunfo por 3-0, em Stamford Bridge. “Não vou mentir, Hazard não estava lesionado. Ele talvez se tenha esquecido a que horas era o treino na última segunda-feira”, começou por dizer Mourinho, mostrandose um “pai” austero, mas justo: “Hazard é um miúdo e os miúdos cometem erros. Os pais têm de ser inteligentes na forma como educam os filhos. Ele não jogou e ficou triste. A equipa venceu sem ele, mas no sábado estará de volta. Ponto final.” O atraso de Hazard na chegada ao treino de segunda-feira na semana da Champions deve-se à presença em Lille, onde no domingo anterior tinha dado o pontapé de saída no jogo do seu ex-clube com o Mónaco. Mas tão ou mais surpreendente que a saída de Hazard é a condição de proscrito de David Luiz, que passou de titular indiscutível a suplente não utilizado! Resultado? Pouco mais que nenhum. A não ser a desvalorização de um dos mais valiosos activos do clube e a inactividade de um pilar na selecção canarinha em vésperas do Mundial de 2014. É que a equipa voltou a ser extremamente vulgar no sector mais recuado, à imagem do que já havia sucedido frente ao Newcastle, num jogo que o Chelsea perdeu por 2-0. Desta vez, a segunda derrota consecutiva para o campeonato foi evitada num lance fortuito, quase num golpe de sorte que surgiu no último segundo dos quatro minutos de compensação. Aos 45 do primeiro tempo, Samuel Eto’o colocou o Chelsea na frente, mas os golos de Shane Long e Stéphane Sessègnon deixaram o West Brom, treinado pelo ex-técnico assistente do Chelsea, Steve Clarke, com esperança de conquistar os três ponto fora de casa. Quando a derrota já parecia certa, o brasileiro Ramires

caiu dentro da área e o árbitro Marriner não teve dúvidas. Hazard bateu, sem chances para o guarda-redes Myhill. A “juntar à festa”, a ideia de que o West Bromwich esteve mais próximo do 3-1 do que o Chelsea de merecer o 2-2. Mas Chris Bunt disparou por cima ao minuto 91, quando Victor Anichebe se encontrava em excelente posição para marcar e sentenciar a partida. Os londrinos foram dominadores, entraram melhor na partida com vários lances de perigo sem que isso de traduzisse propriamente em claras chances de golo. O inicio da segunda parte, com 1-0 para os da casa trazido do último minuto do primeiro período, mostrou que o West Bromwich não estava disposto a ceder os três pontos com facilidade. E os tentos, aos 60 e 68 minutos, mostraram isso mesmo, perante a estranha apatia do conjunto da casa. Na próxima ronda, frente ao West Ham, o Chelsea terá tarefa complicada, pese os 10 pontos do conjunto de Ricardo Vaz Tê.


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LIVERPOOL SOMA E SEGUE COM MAIS 2 DE SUAREZ

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Liverpool alcançou a 7ª vitória da temporada na Premier League após receber e golear o Fulham por 4-0 em jogo da 11ª jornada da competição com dois golos de Luis Suárez que, desta forma, e apesar de ter falhado os primeiros jogos da competição já lidera, a par do colega de equipa Sturridge e do argentino do Manchester City Ku Agüero, a lista de melhores marcadores com 8 tentos obtidos. O triunfo começou a desenhar-se aos 23’ com um auto-golo de Amorebieta, logo seguido do segundo para os reds com o checo Skrtel a fazer o 2-0 aos 26’. Ainda na primeira parte Suárez elevaria para o 3-0 com que se atingiria o intervalo. No início da segunda parte, o avançado uruguaio elevaria a conta pessoal e fixaria o resultado final em Liverpool 4-0 Fulham, resultado que coloca a equipa liderada por Brendan Rodgers na segunda posição a dois pontos da liderança enquanto o Fulham cai para os lugares de despromoção com apenas 10 pontos.

CURTAS FRANCISCO BAIÃO

1 2 3 4 5

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Arsenal – 25 pontos Liverpool – 23 pontos Southampton – 22 pontos Chelsea – 21 pontos Manchester Utd – 20 pontos

SOUTHAMPTON ESTÁ NO PÓDIO

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Southampton, grande revelação da Premier League desta temporada, recebeu e venceu o Hull City por esclarecedores 4-1 resultado que coloca a equipa do português José Fonte (voltou a cumprir os 90 minutos) na terceira posição do campeonato, só atrás de Arsenal (menos 3 pontos) e Liverpool (menos 1). A partida ficaria praticamente decidida na primeira parte com os homens da casa a chegarem ao 3-0 com golos do francês Schneiderlin (aos 16’) e dos ingleses Lambert (de grande penalidade aos 30’) e de Lallana (grande golo aos 37’). Na segunda parte, o Hull City ainda reduziria a diferença aos 55’ por Sagbo mas o resultado final seria estabelecido, já perto do final, por Davis que fez o 4-1 para o Southampton. A equipa segue, assim, no 3º posto, tem a melhor defesa da prova enquanto o Hull City caiu para a 12ª posição.

ARMADA FRANCESA TRAMA TREINADOR PORTUGUÊS NOVAMENTE

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ma semana depois de ter batido o Chelsea de Mourinho por 2-0 no St. James Park, o Newcastle, com 6 franceses no onze titular e mais um que saiu do banco, bateu, em pleno White Hart Lane, o Tottenham de Villas-Boas por 0-1, impondo a terceira derrota da temporada aos spurs que, desta forma, caíram para o 7º lugar da classificação. Bastou um golo de um francês (Loïc Rémy) aos 13 minutos de jogo para que o Newcastle alcançasse a 5ª vitória da época na Premier League (a 2ª consecutiva) e impusesse a 3ª derrota ao Tottenham (não perdia há 6 jogos, desde a derrota por 0-3 frente ao West Ham), pondo à vista, mais uma vez, as fragilidades ofensivas da equipa de Villas-Boas que, com apenas 9 golos marcados está no lote das equipas que menos golos marcam no campeonato, valendo-lhe a solidez defensiva (os 6 golos sofridos são o 2º melhor registo da prova) para alcançar os bons resultados da temporada.


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s 40.000 adeptos romanos (da A.S. Roma!) que se deslocaram este domingo ao Estádio Olímpico certamente não esperariam o desfecho final do encontro frente ao Sassuolo. O 1-1 registado no placard no fim do jogo castigou a falta de eficácia da equipa anfitriã, e premiou o estoicismo dos visitantes.

NÃO HÁ FUMO SEM FOGO ANDRÉ SÁ FOTO: DPI.PT

Era grande, aliás, enorme, a expectativa dos “tiffosi” romanos relativamente ao encontro da 12ª jornada. A equipa das A.S. Roma estava a realizar um campeonato brilhante, o melhor dos últimos largos anos, contabilizando vitórias em todos os jogos já disputados, à excepção do último, da 11ª jornada, na visita a Turim e ao Torino, em que empatou (1-1) e perdeu os primeiros pontos da época. Os alarmes soaram nessa altura, ainda que levemente. Curiosamente desde que o eterno capitão Francesco Totti se lesionou, na jornada 9, frente à Udinese, que a equipa nunca mais foi a mesma. O jogo seguinte, nesta jornada frente ao Sassuolo, era perfeito para provar que a equipa continuava forte e coesa, e que tinha todas as condições para voltar ao rumo vitorioso das primeiras 10 jornadas. Só que a pequena equipa do


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Sassuolo, que “mora” bem lá no Norte de Itália, e que 1-1. Nem os jogadores nem os adeptos romanos queriam subiu este ano à Série A, tinha outros planos. acreditar que tinham desperdiçado, pela segunda jornada consecutiva, mais dois pontos. O jogo só podia ser desequilibrado, tanto mais que o campeonato realizado pelo Sassuolo até à 12ª jornada está Apesar do empate, a A.S. Roma mantém a liderança a ser pautado por um evidente desiquilíbrio: cometeram a da Séria A italiana, com 32 pontos em 12 jornadas, só proeza de terem empatado 1-1 no reduto do Nápoles, na que agora já tem a Juventus apenas 1 ponto atrás. Já jornada seguinte após terem perdido por 7-0(!) em casa o Sassuolo mantém-se nos últimos lugares da tabela, frente ao Inter. No meio de algumas derrotas, conseguiram mais concretamente no 17º lugar, com 10 pontos em 12 também um honroso empate caseiro frente à Lazio (2- jornadas. 2), e na última jornada foram arrancar uma vitória épica, conseguida fora frente à Sampdória, no último minuto, por 4-3. A moral estava em alta para a visita a Roma. O jogo começou como previsto: com os anfitriões a atacar a baliza contrária. Logo no primeiro ataque do jogo, Marco Borriello cruzou para Miralem Pjanic falhar a baliza por pouco. Poucos minutos depois foi a vez de Adem Ljajic falhar a possibilidade de inaugurar o marcador, após cruzamento de Alessandro Florenzi. A bola ainda sobrou para Federico Balzaretti, que rematou por cima. Carregava a A.S. Roma, e de que maneira! O Sassuolo estava em dificuldades. Aos 19 minutos o domínio foi consumado: remate de Florenzi, grande defesa do guarda-redes Gianluca Pegolo (melhor em campo), mas na confusão o defesa Alessandro Longhi acabou por introduzir a bola na própria baliza. Nesta altura brilhavam os olhos dos adeptos da equipa da casa, que já pensavam que a vitória era certa e, quiçá, folgada. Até ao intervalo mais duas oportunidades para a A.S. Roma em duas boas combinações entre Pjanic e Ljajic, embora tanto um como o outro não tenham dado o melhor seguimento em cada lance. O Sassuolo só conseguiu dar um ar da sua graça aos 39 minutos, através de um remate de Antonio Floro Flores. Na segunda parte entra melhor a A.S. Roma, tal como já tinha acontecido na primeira. Pjanic e Ljajic de novo em evidência, com uma oportunidade cada. Pegolo responde à altura, como já tinha feito no resto do jogo. O Sassuolo começava a libertar-se, ao mesmo tempo que os adeptos visitados começavam a roer as unhas. Aos 70 minutos a equipa visitante deu sinal de vida, através de Domenico Berardi, que viria a desempenhar um papel de relevo na história do jogo. Logo de seguida, e talvez por estarem a antecipar o balde de água fria, os anfitriões pressionaram ainda mais. Daniele De Rossi, Ljajic e Gianluca Caprari esbarraram todos em Pegolo. À entrada dos últimos 10 minuto de jogo foram os visitantes a criar perigo, por duas vezes, em dose dupla de Diego Farias: na primeira tentativa, o guarda-redes Morgan De Sanctis disse presente; na segunda, foram os defesas da A.S. Roma a bloquear o remate do avançado do Sassuolo. Até ao final imensos nervos à flor da pele, principalmente para os adeptos da equipa da casa que já não tinham unhas para roer: três jogadas de perigo de Ljajic e uma de Caprari, superiormente paradas, tanto por Pegolo, como pela defesa do Sassuolo. Pelo meio um aviso final de Floro Flores, antes da estocada final. Foi no minuto 4, após os 90 de tempo útil, que o a terra desabou em Roma: Berardi aproveitou o espaço dentro da área contrária para estabelecer o resultado final num injusto


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GRANDES GOLOS DEIXAM JUVE A 1 PONTO DO LIDER

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jogo grande da 12ª jornada da Serie A punha, frente-a-frente, Juventus e Nápoles equipas que, à entrada para esta ronda, partilhavam o segundo posto com 28 pontos, a 3 da liderança e que, sabendo do empate da líder Roma, poderia deixar uma das equipas a apenas um ponto do topo da classificação. A Juventus, apostando na dupla Llorente (em grande forma) – Tévez, chegaria ao golo logo aos 2 minutos de jogo com o espanhol a desviar, à boca da baliza, um primeiro remate que havia sido desviado por um defensor contrário. O resultado não sofreria alterações até à entrada para o último quarto de hora de jogo quando, na cobrança perfeita de um livre direto, Andrea Pirlo faz um golaço elevando para 2-0 e, seis minutos depois, o francês Pogba, num lance em que levanta a bola e estoira de fora da área, faz o 3-0 final deixando a Juventus novamente no caminho do título, afastando-se, para já, da companhia napolitana.

FIORENTINA BATE SAMPDORIA E É 5ª

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Fiorentina recebeu e venceu a Sampdoria por 2-1 com dois golos de Rossi ainda nos primeiros vinte minutos de jogo, resultado que, em conjugação com a derrota do Verona no terreno do Génova, deixa a equipa viola na quinta posição do campeonato a apenas um ponto do Inter de Milão que é quarto. O primeiro golo da partida seria apontado pelo italiano Rossi, na cobrança de uma grande penalidade aos 11 minutos de jogo e o segundo, pouco depois, aos 17’, também por Rossi, fazia o 2-0 com que se atingiria o intervalo. Já na segunda parte a Sampdoria reduziria a desvantagem com um golo de Gabbiadini aos 75’, insuficiente porém para evitar a 7ª derrota da equipa na presente temporada, mantendo-se, desta forma, abaixo da linha de água e já sem o treinador Delio Rossi

INTER VENCE NO REGRESSO DE ZANETTI

CURTAS FRANCISCO BAIÃO

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Roma – 32 pontos Juventus – 31 pontos Nápoles – 28 pontos Inter – 25 pontos Fiorentina – 24 pontos

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Inter de Milão, com o internacional português Rolando no eixo da defesa, recebeu e venceu o Livorno por 2-0, resultado que permite à equipa milanesa manter o 4º posto da classificação e reduzir para apenas 3 pontos, a diferença para o 3º classificado, o Nápoles. Num jogo marcado pelo regresso do veterano de 40 anos Javier Zanetti à competição depois de um longo período de ausência por lesão, a equipa milanesa chegou à vantagem à passagem da meia hora com um auto-golo do guarda-redes Bardi. O resultado final seria fixado pelo japonês Yuto Nagatomo que, já em período de descontos da partida, faria o 2-0 que confirmava a 7ª vitória do Inter nesta temporada. Já o Livorno, por sua vez, com esta derrota, a 6ª da temporada, desce para o 15º posto com 3 pontos de avanço sobre a linha de água.


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O REAL CONFRONTO

JOÃO FRANCISCO FOTO: DPI.PT

uma célebre música sobre o deporto rei canta-se que “o tapete da realeza é verde” e foi no Santiago Bernabéu, um dos relvados históricos e mais emocionantes do velho continente, que se encontraram o Real Madrid e a Real Sociedad para a 13ª jornada do principal escalão do futebol espanhol. A turma de Carlo Ancelotti está a melhorar de jogo para jogo, e se no início da época havia poucos adeptos a acreditar na equipa (tendo, inclusive, “chamado” por José Mourinho no fim de um dos jogos em casa), neste momento parece que os jogadores já ganharam algumas rotinas entre si e a brilhante forma de Cristiano Ronaldo é o suficiente para qualquer equipa do planeta ganhar jogos. Falando agora do jogo em si. 5-1 para os da casa, resultado controlado desde cedo (4-0 ao intervalo), tudo muito simples para o Real, mas analisemos as equipas. Comecemos pelos forasteiros. A equipa agora treinada pelo espanhol Jagoba Arrasate está totalmente diferente da equipa que acabou a liga espanhola a época passada em 4º lugar! O ex-treinador Phillipe Montanier, um dos principais


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responsáveis por esta campanha sensacional saiu para treinar o Rennes de França e a equipa nunca mais atingiu o nível exibicional que encantou os adeptos espanhóis. Dos jogos que acompanhei o ano passado uma das coisas que me ficou na retina foram os contra ataques letais, e dos mais bem organizados do futebol europeu, ainda mais espectaculares se olharmos para a idade média do plantel, 24,87 anos. Los Txuri-urdin, como é conhecida a equipa basca, alinharam com Claudio Bravo na baliza, Carlos Martinez no lado direito da defesa, Mikel Gonzalez e Iñigo Martinez no centro e José Angel na esquerda; na faixa central do meio campo alinharam Gorka Elustondo, Bergara e Xabi Prieto; nas alas jogaram Carlos Vela e Antoine Griezmann e no vértice do ataque o suíço Seferovic. Esta equipa está recheada de bons jogadores, e grandes jovens promessas como os dois alas, ambos muito cobiçados na Europa, tendo o francês, Griezmann, marcado o golo dos bascos nesta partida. Mas, por muito bons que alguns jogadores sejam, não conseguiram actuar como equipa, e uma vez que o futebol é um desporto colectivo, todas as boas intenções ficaram por terra. Jogar na casa do Real Madrid nunca foi fácil e se a equipa entra em incumprimento táctico pior se torna o cenário. Passemos agora aos Galácticos. Depois de um empate em Itália a meio da semana, adivinhavam-se algumas mexidas na equipa da capital espanhola. Sendo assim o onze inicial foi: Diego López; Carvajal, Varane, Pepe, Arbeloa; Alonso, Khedira e Modric; Ronaldo, Bale e Benzema. Que equipa de luxo! Atenção que posso ferir susceptibilidades com a próxima frase: no banco estavam Casillas, Di Maria, Isco, Illarramendi(ex-Real Sociedade), Nacho, Morata e Jesé. Impressionante! Um dos plantéis mais completos do mundo. Mas mesmo assim, no meio de tanta estrela, é um português a dar nas vistas e a escrever história nas páginas douradas do Real Madrid. Cristiano marcou 3 golos, cimentando assim a liderança na tabela de melhores marcadores da Liga BBVA. A juntar à grande forma de CR7 está um senhor do futebol chamado Gareth Bale. O jovem galês que não reuniu consenso aquando da sua transferência milionários este verão, está a começar a justificar o investimento, com grandes exibições e muitas assistências. Um jogo controlado por parte do Real com poucos casos e com uma tranquilidade que não se tem vivido muitas vezes esta época.


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FEBRE AMARELA FRANCISCO BAIÃO FOTO: DPI.PT

aros amigos, é oficial, estamos a atravessar a pior fase da época, com duas derrotas seguidas, algo que, na época passada, só aconteceu, por uma vez, na fatídica ponta final da temporada quando, depois de perdermos com o Hoffenheim por 1-2 para a Bundesliga, perderíamos, pelos mesmo resultado para os nossos rivais Bayern Munique na final da Liga dos Campeões. Mas os sinais nem indicavam isso pois, ainda há uma semana atrás, tínhamos despachado o Estugarda por 6-1 e vínhamos de uma série de 4 vitórias consecutivas contra equipas como o Arsenal e o Schalke04, ambas fora de portas. Por outro lado, a nossa participação europeia corresponde, na totalidade, aos maus resultados averbados para o campeonato com os primeiros pontos perdidos na Bundesliga a surgirem à sexta jornada (empata a 1 fora frente ao Nuremberga), precisamente na semana em que nos estreámos (e a perder) para a Liga dos Campeões com um 2-1 em Nápoles. Depois, seguiram-se 3 vitórias e, a primeira derrota para o campeonato


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aparece à oitava jornada, por 2-0 frente ao Borussia M’gladbach no jogo que se seguiu à segunda partida para a Champions, o triunfo por 3-0 sobre o Marselha. E agora, estas duas derrotas, tanto na Liga dos Campeões como para o campeonato, só vêm confirmar esta ligação entre dois jogos na mesma semana e resultados mais fracos. Mas desta vez, e à semelhança do que aconteceu frente ao Borussia M’gladbach não podemos acusar o treinador de ter poupado jogadores tal como aconteceu frente ao Nuremberga onde uma mão cheia de titulares não alinhou de início.

com um remate em arco, indefensável para qualquer guarda-redes, faz a bola entrar novamente no mesmo lado esquerdo de Weidenfeller que bem voo para tentar evitar o segundo. A nossa reacção não foi perfeita, longe disso, e a única vez em que estivemos perto do golo do empate foi, logo depois, em novo livre direto de Reus que deixou novamente Benaglio pregado ao relvado mas, desta vez, acertou em cheio no ângulo do poste direito com a trave, perdendo-se a última oportunidade para salvar, pelo menos, um ponto. A derrota chega na pior altura pois, na próxima jornada, Primeira parte – Reus e mais dez iremos receber o Bayern e poderíamos saltar para a A primeira parte mostrou pouco de Dortmund, fomos liderança em caso de vitória e, assim, em caso de pouco mais que uma equipa inofensiva e, só por duas derrota, já ficaremos a 7 pontos da frente do campeonato, vezes, estivemos perto de chegar ao golo: a primeira, correndo ainda o risco de perder o segundo lugar para o logo no início, aos 10 minutos de jogo, após passe em Bayer Leverkusen. profundidade para Pierre Aubameyang, com o nosso Vamos levantar a cabeça, na próxima jornada só há um avançado a atirar, cruzado ao lado da baliza defendida caminho: vencer! por Benaglio. Daqui até ao minuto 45 foi uma verdadeira travessia no deserto e o Wolfsburgo só não marcou por mero acaso com boas oportunidades aos 21’ (remate de Perisic ao lado), e com uma grande defesa do nosso Weidenfeller aos 34’ após uma bomba de Ochs, num lance em que o nosso meio-campo perdeu a bola em posição proibida. Mas eis que, em cima do intervalo, num livre direto à entrada da área do Wolfsburgo, o nosso Marco Reus, com uma cobrança perfeita, daquelas que só ele sabe fazer, pôs a bola lá no cantinho superior direito onde o Benaglio nem com asas chegava. Diga-se, em abono da verdade, que o suíço nem ao lance se fez, tal foi a perfeição em termos de potência e colocação do remate. 0-1 ao intervalo, o pior estava feito… ou talvez não. Segunda parte – o pesadelo abateu-se sobre nós e nem Reus nos salvou A vencer por 0-1 ao intervalo, com um golo daqueles em cima do descanso, poderíamos pensar que os três pontos (mais três pontos) estariam a caminho do Westfalenstadion, até porque não é nada normal a nossa equipa estar em vantagem e deixá-la fugir e, muito menos normal é estar em perder um jogo em que se esteve na frente do marcador. Mas foi isso que aconteceu desta vez, a vencer por 0-1, não tivemos capacidade para manter a vantagem e, no fim de contas, nem um ponto conseguimos trazer de Wolfsburgo. Primeiro quarto de hora da segunda parte, primeiro lance de perigo junto da nossa área e… más notícias a caminho. Um livre cobrado do lado direito do ataque, pelo suíço Ricardo Rodriguez para a nossa área, ninguém chega, ninguém toca, nem corta, ninguém desvia e quando Weidenfeller se faz à bola, já era tarde demais, estava feito o golo do empate. Mas o pior ainda estava para vir: à entrada para os últimos 20 minutos de jogo, o croata Ivica Olic devese ter lembrado que já foi um goleador temível noutros tempos, e faz um golo do outro mundo. Apanha a bola na lateral entre a grande área e a linha lateral, do lado direito, caminha para o meio em direcção à meia lua e,


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L’Equipe considerou-o uma das 10 maiores promessas do futebol e com apenas 20 anos é alvo de assédio por parte dos grandes tubarões europeus. Ambos os factos não são obra do acaso.

DRAXLER, UMA PÉROLA A NÃO PERDER DANIEL TEIXEIRA FOTO: DPI.PT

Julian Draxler, médio ofensivo alemão de 20 anos, representa o Schalke 04 mas perante o talento que apresenta ainda com terna idade pode muito bem estar perto a sua saída para outra equipa de renome internacional. Já conhecido como sendo um jogador bom rematador ainda fora da área, Draxler tem também uma boa leitura de jogo, excelente habilidade técnica e também de drible. Este alemão é uma das figuras do ataque do Schalke, juntamente com Huntelaar ou Kevin-Prince Boateng e também já enquadra os convocados de Low para a equipa principal da Alemanha. Mais do que uma simples promessa, Draxler é uma das caras do futuro do futebol. O início, para o Mundo ver Chegou ao clube com oito anos, depois de passagens por BV Rentfort e SSV Buer. O primeiro jogo de Draxler pelo Schalke 04


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aconteceu no dia 15 de Janeiro de 2011. Nesse jogo (onde entrou no decorrer da partida), a equipa perdeu com o Hamburgo por 1-0. Ainda assim uma semana depois, na vitória do Schalke 04 sobre o Hannover, Draxler tornouse o segundo jogador mais jovem de sempre a estrear-se a titular na Bundesliga (o primeiro lugar pertente a Nuri Sahin). Para assistirmos ao primeiro golo deste jovem alemão temos de recordar o dia 25 de Janeiro de 2011, jogo da Taça DFB-Pokal. Frente ao Nuremberg Draxler marcou o 3-2 nos minutos finais e deu assim a vitória ao Schalke 04. Falando da Bundesliga Draxler fez o gosto ao pé pela primeira vez no dia 1 de Abril do mesmo ano, frente ao St. Pauli. Começava assim a caminhada de Julian no Schalke 04 onde, a um ritmo controlado, começou a ganhar o seu espaço até atingir o seu lugar no 11 titular na equipa de Gelsenkirchen. Indiscutível (com ou em Holtby) Na época 2011/2012 Draxler já estava bem enquadrado no Schalke 04 e era escolha para os titulares. No entanto existia outro talento na mesma equipa: Holtby. O também alemão Lewis Holtby era a escolha prefencial para o lugar de médio ofensivo (como 10 atrás do ponta de lança) e forçou Draxler a jogar numa das faixas ofensivas. Mesmo assim não desapontou, participando em 30 de 34 jogos possíveis nesse ano, actuando no lado esquerdo do ataque. No ano seguinte Holtby foi para o Tottenham e o lugar de médio ofensivo foi para Draxler e o jovem alemão continuou a mostrar o seu valor. Na vitória sobre o Dortmund (2-1) tornou-se no mais jovem jogador do Schalke 04 a aparecer em 100 partidas. É irrefutável que Draxler, mesmo sendo jovem, é de caras titular no esquadrão alemão. Este ano apareceu KevinPrince Boateng proveniente do AC Milan e o “10” é agora opção mais uma vez nas faixas. Ainda assim contribui para a equipa, como foi caso contra o Basileia para a Champions League onde marcou o unico golo da partida. Na Mannschaft desde cedo Julian Draxler começou cedo a envergar a camisola do seu país. Fez 8 partidas pelos sub-18 (1 golo marcado) e 2 partidas pelos sub-19 (1 golo). Quando atingiu os sub-21 não podia ter pedido melhor estreia. Draxler marcou na vitória da Alemanha sobre o Chipre por 4-1. Foi alías a única partida que efectuou por aquele escalão. Por tudo que tinha vindo a fazer e pelo seu talento a chamada à selecção principal alemã era uma questão de tempo e surgiu no dia 26 de Maio de 2012. No jogo frente à Suiça (derrota por 5-3) Draxler entrou por Podolski aos 62 minutos de jogo. No entanto para se ver o primeiro golo internacional pela selecção A ainda teve de passar um ano. No dia 2 de Junho de 2013, o jovem do Schalke 04 marcou aos EUA aos 81 minutos contribuindo assim da melhor maneira para que a Alemanha vencesse o amigável por 4-3. A Alemanha qualificou-se sem precalços para o Mundial

2014 que será realizado no Brasil. Draxler é um dos nomes possíveis para os 23 escolhidos no que toca ao Campeonato do Mundo. Tubarões europeus atentos ... e já sabem o preço No dia 26 de Maio de 2013 Draxler renovou pelo Schalke 04 até ao verão de 2018. Ainda assim isso não resfria o interesse dos colossos europeus. Chelsea, Arsenal, Manchester United, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão aparecem muitas vezes referenciados como possíveis destinos para o jovem alemão. Apesar de ter dito que só assinaria pelo Dortmund (eterno rival do Schalke 04) se fosse alvo de uma “lavagem cerebral”, também já afirmou que jogar pelo Bayern de Munique poderia ajudar a melhorar a sua forma de jogar. O preço? Horst Held (director geral do Schalke 04) apesar de não querer perder o jogador respondeu a isso em declarações ao ‘Bild’: “Neste momento não estamos à procura de um substituto para Julian Draxler, porque ele vai continuar connosco. Não queremos vendê-lo mas se pagarem 70 milhões de euros...”. Como já deu para perceber são muitas as possibilidades para Draxler que ao que parece até tem uma preferência pela Premier League (segundo alguma comunicação social). Para o tirarem do Schalke será preciso abrir os cordões à bolsa, como Held deixou evidente. Está mais do que provado que Julian Draxler é um dos nomes a memorizar para os próximos tempos. Mais do que uma promessa, é uma certeza do futebol internacional a nível de clubes e no que toca à selecção alemã.


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BARCELONA SOMA, MAS PERDE MESSI

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o 13º jogo o Barcelona alcançou a 12ª vitória e segue a sua caminhada triunfal para mais um campeonato sendo que, desta feita, a sua vitima foi o Betis, em Sevilha, com o 1-4 final a não deixar margens para dúvidas, mesmo que a equipa não encante. Sem Messi desde os 21 minutos (o astro argentino saiu lesionado e estima-se que não jogue mais em 2013) que deu o seu lugar a Iniesta, o Barcelona chegaria ao intervalo a vencer por 0-2 com dois golos em dois minutos com Neymar aos 36’ e Pedro Rodríguez aos 37’, a darem vantagem aos catalães. Na segunda parte seria a vez de Fàbregas brilhar ao marcar dois golos (aos 63’ e aos 79’) colocando o marcador em 0-4, resultado que só seria alterado em cima do apito final quando, na transformação de uma grande penalidade, Jorge Molina fez o golo de honra dos andaluzes que assim caem para o fundo da classificação.

ATLÉTICO ENCALHA COM O SUBMARINO AMARELO

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Atlético Madrid concedeu o primeiro empate da temporada para o campeonato espanhol na deslocação ao terreno do Villareal, perdendo, desta forma, o contacto com o Barcelona de quem está, agora, a 3 pontos vendo reduzida, também para 3 pontos, a vantagem sobre o Real Madrid. Numa partida em que estavam, frente-afrente, o 4º e o 2º classificados da Liga BBVA, dois factos curiosos saltam à vista: a dupla temível David Villa e Diego Costa ficou em branco e os dois golos do encontro foram obtidos através de auto-golos. Este o Atlético Madrid a vencer desde os 3’ com auto-golo de Mario Gaspar, chegando a igualdade à entrada para os últimos 10 minutos de jogo, com Juanfran a introduzir, também, a bola na sua baliza. O Villareal mantém, desta forma, a quarta posição, agora mais pressionado pelo Athletic Bilbau, enquanto os colchoneros se atrasaram na luta pela liderança.

SEVILHA BATE ESPANHOL EM DUELO DE PORTUGUESES

CURTAS FRANCISCO BAIÃO

1 2 3 4 5

– – – – –

Barcelona – 37 pontos Atlético Madrid – 34 pontos Real Madrid – 31 pontos Villareal – 24 pontos Athletic Bilbau – 23 pontos

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spanyol e Sevilha abriram na manhã de domingo, mais um dia de futebol em Espanha e, talvez pela hora madrugadora do encontro, os andaluzes já venciam, por 0-2, aos 10 minutos de jogo, com golos de Fazio e Vitolo. Numa partida em que 4 portugueses foram titulares (Simão Sabrosa – que seria substituído por Pizzi - pelos da casa, Beto, Diogo Figueiras e Daniel Carriço pelos forasteiros), defrontavam-se duas equipas que ocupavam posições a meio da tabela com os catalães a terem dois pontos de vantagem sobre os andaluzes. O resultado final de 1-3 (Sergio Garcia ainda na primeira parte reduziria para os da casa e Carlos Bacca fecharia as contas à passagem da hora de jogo) permite à equipa do Sevilha subir ao 11º posto, precisamente por troca com a equipa do Espanyol.


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BAYERN ISOLA-SE AINDA MAIS

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Bayern de Munique somou, este fim-de-semana, mais um triunfo, o 10º em 12 jogos da Bundesliga ao receber e vencer, por 3-0, o Augsburgo, resultado que, aliado à derrota do Dortmund, permite à equipa de Pep Guardiola aumentar para 4 a vantagem sobre o segundo classificado que, agora, é um duo formado pelo vice-campeão europeu e pelo Bayer Leverkusen. O jogo começou praticamente com o primeiro golo dos campeões alemães e europeus com Boateng, em plena grande área adversária, a estoirar, num grande movimento à meia volta, para o fundo das redes do suíço Marwin Hitz que nada poderia fazer. Em cima do intervalo, e na sequência de um livre direto, o francês Frank Ribéry faz mais um golaço para a sua candidatura a melhor jogador do ano, ao bombardear a baliza contrária fixando o resultado ao intervalo. O 3-0 final seria apontado por Thomas Müller, na transformação de uma grande penalidade, em cima do apito final do árbitro. O Bayern passa, agora, a somar 32 pontos, enquanto o Augsburgo tem 13 e ocupa a 13ª posição.

CURTAS

1 – Bayern Munique – 32 pontos 2 – B.Dortmund – 28 pontos 3 – B. Leverkusen – 28 pontos 4 – B. Mönchengladbach – 22 pontos 5 – Wolfsburg – 21 pontos

LEVERKUSEN VENCE JOGO LOUCO

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everkusen 5-3 Hamburgo foi o resultado de um jogo louco que teve no coreano Son Heung-Min a grande figura uma vez que o jogador do Leverkusen apontou um hat-trick, decisivo para os 3 pontos conquistados que permitem à equipa orientada por Sami Hyypiä chegar à viceliderança em conjunto com o Dortmund. O festival do coreano começou logo aos 9’ e continuou aos 16’, altura em que fixou o resultado em 2-0 para o Leverkusen, resultado que, até ao descanso, só viria a ser alterado por Maximilian Beister que, aos 23’, reduziria para 2-1, resultado que se verificava ao intervalo. Na segunda parte continuaria o festim de golos com Pierre-Michel Lasogga, logo aos 49’, a restabelecer a igualdade, cabendo, novamente a Son Heung-Min o golo que voltaria a dar vantagem ao Leverkusen. Com 3-2 no marcador e já nos últimos 20 minutos de jogo, ainda se assistiria a 3 golos com Stefan Kiessling a fazer o 4-2 para o Leverkusen aos 72’ para, logo aos 74’, Pierre-Michel Lasogga bisar e fazer o 4-3 que manteria tudo em aberto até que, em cima do apito final, Gonzalo Castro fazia o 5-3 final que deixa o Hamburgo perto dos lugares de despromoção.

ESTUGARDA VENCE FORA DE PORTAS

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Estugarda venceu, na deslocação ao terreno do Friburgo por 1-3 sendo, a par do Hertha, uma das equipas que conseguiu alcançar os 3 pontos fora de portas, alcançando, ao fim de 12 jornadas, um peculiar registo de 4 vitórias, 4 derrotas e 4 empates, recuperando, da melhor maneira, da goleada sofrida (6-1) na jornada anterior perante o Dortmund. Esta foi, curiosamente, a terceira vitória fora de portas para os homens de Thomas Schneider que, só por uma vez, venceu perante o seu público. O jogo começou a inclinar-se para o lado do Estugarda quando, no espaço de apenas dois minutos, a equipa marca por duas ocasiões cabendo a Ibisevic (aos 9’) e a Werner (aos 10’) fixarem o resultado no 0-2 com que se atingiria o intervalo. Na segunda parte a equipa da casa ainda reduziria a desvantagem com um golo de Mike Hanke (entrado um minuto antes) mas, pouco depois, aos 82’, Timo Werner bisava e fixava o 1-3 final. O Estugarda subiu, desta forma, ao oitavo posto enquanto o Friburgo continua abaixo da linha de água, na posição que dará lugar ao play-off de despromoção.


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SAMURAIS DA BOLA RAFAEL COSTA FOTO: DPI.PT

ão se sabe ao certo quando é que o futebol teve o seu “pontapéde-saída” no Japão. Mas, o Kobe Ragatta & Athletic Club reclama para si a organização do primeiro jogo no país do Sol Nascente. Nessa partida, a 18 de Fevereiro de 1888, a equipa de Kobe venceu o Yokohama Country & Athletic Club. Em 1917 nasce em Tóquio o Tokyo Shukyu Dan, o primeiro clube a ser criado em terras nipónicas deliberadamente para a prática do futebol. Um ano depois é organizada na capital, a primeira partida da selecção nacional do Japão. Nessa ocasião, os “Samurais Azuis” foram copiosamente derrotados. Para a história ficou um marcador de 15-2 a favor da selecção das Filipinas. A Associação de Futebol do Japão (JFA) é fundada em 1921. Curiosamente, a selecção nipónica enverga hoje camisolas azuis – cor da federação de futebol – ao invés das tradicionais cores do país, o vermelho e branco. No mesmo ano, a JFA começou a organizar a Taça do Imperador. Esta competição reúne as melhores equipas do Japão e ainda se realiza, sendo a competição de futebol mais antiga do país.


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O ano de 1930 é um marco no futebol nipónico. A selecção finalmente encontra o caminho das vitórias e, a 25 de Maio, bate as Filipinas por 2-1. Mais tarde têm uma campanha de sucesso que, culmina com a conquista do título de futebol nos Jogos do Extremo Oriente. Os Jogos Olímpicos de Berlim em 1936 marcaram a estreia dos “Samurais azuis” num torneio olímpico de futebol. E, nem se pode dizer que tenha corrido mal. No primeiro jogo, o Japão superiorizou-se à Suécia, ganhando por 3-2. Após a surpresa inicial, os nipónicos encontraram a Itália no seu caminho. Desta vez, os transalpinos foram demasiadamente fortes e construíram uma vitória folgada. O resultado final foi de 8-0 a favor dos europeus. O Japão participa pela primeira vez nas eliminatórias para o Campeonato do Mundo em 1954 e volta a tentar estar presente no Chile em 1962. No entanto, os nipónicos falham a qualificação em ambas as ocasiões. Fãs de futebol, os adeptos japoneses não podiam imaginar que teriam de esperar muitos anos até que pudessem ver o seu país na maior festa do futebol. Numa tentativa de fazer evoluir o futebol no país, a JFA organiza a Liga japonesa de futebol em 1965. Era a primeira tentativa de criar uma competição de futebol profissional no país. A edição inaugural contava com 12 equipas ligadas a empresas japonesas e foi ganha pela Tokyo Industries, hoje chamado Sanfrecce Hiroshima FC. Este modelo de competição duraria até ao início dos anos 90 mas, ainda hoje, muitas equipas de futebol têm uma estreita ligação com as grandes empresas japonesas. Em 1968, a selecção japonesa participou pela primeira vez na qualificação para a Taça da Ásia. Os nipónicos estiveram à beira da qualificação mas, terminaram em segundo lugar, com os mesmos sete pontos de Taiwan. No entanto, nesse mesmo ano, os nipónicos conseguiram o bronze nas Olimpíadas. Depois desta conquista a nação do “Sol Nascente” começou a acalentar esperanças em vôos mais altos. O sonho do Mundial parecia estar ao virar da esquina. Apesar disso, o Japão ficou sempre “à porta” das grandes competições. Os “Samurais” tiveram de esperar até 1988 para estarem presentes na Taça da Ásia. Mas, o sonho durou pouco, uma vez que a equipa voltou para casa logo na fase de grupos. Contudo, na edição seguinte, conquistou o tão ambicionado título a jogar em casa. O dia 8 de Novembro de 1992 ficou gravado a letras de ouro na história do futebol japonês. Em Hiroshima, um único golo frente à Arábia Saudita, foi o suficiente para lançar a festa em todo o país. Aproveitando todo o entusiasmo em torno da conquista da Taça da Ásia, foi lançada a J.League com o intuito de revitalizar a prática do futebol no país. Para atrair os holofotes do mundo, os clubes da J.League contrataram grandes vedetas do futebol mundial de então. Os brasileiros Zico e Dunga, Dragan Stojkovic, Gary Lineker e Salvatore Schillaci foram algumas das estrelas a brilhar nos relvados nipónicos. Nos bancos da J.League estiveram Arsène Wenger, Carlos Queiroz e Zico (este após terminar a carreira de jogador).

Japão nas luzes da ribalta A década de noventa afirmou o Japão como uma das maiores potências asiáticas da modalidade. Logo em 1994, os “Samurais” estiveram muito perto de marcar presença no Mundial americano. Um golo do Iraque nos últimos minutos tirou o “bilhete para as Terras do Tio Sam” das mãos dos japoneses e, lançou todo um país em lágrimas. Ainda hoje, o golo de Salman perto do apito final é recordado como a “Agonia de Doha”. Os adeptos japoneses tiveram de esperar mais quatro anos para poderem festejar. Finalmente, em 1998, chegou a vez do Japão se mostrar ao mundo, no Mundial da França. Takeshi Okada conseguiu o milagre da qualificação mas, não evitou a eliminação da sua equipa logo na primeira fase. No entanto, os “Samurais” deram boa conta de si. Num grupo complicado, com a Argentina, e as estriantes Crroácia – a equipa dos Balcãs acabaria em terceiro lugar – e a Jamaica, o Japão evitou ser humilhado. Derrotas tangenciais por 1-0 com sul-americanos e europeus deram uma boa imagem do futebol nipónico. Na despedida de terras gaulesas, o Japão enfrentou a desconhecida Jamaica. Depois da imagem deixada nos primeiros jogos, era de esperar uma vitória nipónica. Mas, apesar do golo de Nakayama, o Japão caiu aos pés dos “Reggae Boys”. Três jogos, outras tantas derrotas e zero pontos foi o saldo da primeira aventura dos “Samurais” no maior palco do futebol mundial. Seria um bom treino para o que se haveria de seguir. Receber o mundo em casa Se o Mundial de 1998 foi o ponto de viragem para o futebol nipónico, com os “Samurais” a marcarem presença regular no maior certame de futebol do Mundo com regularidade, o Mundial de 2002 foi a confirmação da sua qualidade. A jogar em casa, perante o seu público, o Japão deu mostras de qualidade. Integrados no Grupo H, os “Samurais desenvencilharam-se de adversários mais rodados nas grandes competições. No primeiro jogo, os nipónicos cederam um empate 2-2 perante a Bélgica. Marc Wilmots – actual seleccionador dos belgas – deu vantagem ao conjunto europeu mas, Suzuki e Inamoto conseguiram a “cambalhota” no marcador até que Van der Heyden fixou o resultado final. No jogo seguinte, o estádio de Yokohama encheu-se para o duelo com a Rússia. Mais uma vez, Inamoto foi crucial. O médio marcou o único tento da partida e, garantiu a primeira vitória de sempre do seu país numa fase final do Mundial. Na terceira e última jornada do grupo, os nipónicos enfrentavam a Tunísia – a primeira equipa africana a conseguir uma vitória em Mundiais – com boas possibilidades de terminar em primeiro lugar. Com todo um estádio a apoiar, os japoneses tiveram de esperar pela segunda parte para terem motivos de festa. Dois golos de Morishima e de Nakata selaram a vitória e garantiram os “Samurais” na fase seguinte. O Japão acabou a fase de grupos na frente com sete pontos, mais dois que a Bélgica também apurada. As


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selecções da Rússia e da Tunísia regressaram a casa mais cedo. Na fase a eliminar, o Japão tinha pela frente a Turquia que, terminara em segundo no seu grupo, atrás do Brasil de Scolari– que viria a sagrar-se vencedor na final frente à Alemanha. Os turcos, que viriam a ser uma das grandes surpresas deste Mundial, não partiam como favoritos para este jogo. No entanto, Umit Davala depressa carinbou a passagem do conjunto europeu para os quartos-de-final. Foi logo aos 12 minutos que o médio turco fez o único golo da partida e acabou com as esperanças da nação do Sol nascente. O primeiro Mundial organizado em conjunto da história do futebol terminara para os “Samurais” mas, os seus vizinhos sul-coreanos viriam a espantar o Mundo, ao alcançar o quarto lugar. No jogo de atribuição do último lugar do podium, os asiáticos perderam precisamente com a Turquia que, alcançava assim o melhor resultado do seu historial. Em 2006, os japoneses voltaram ao Mundial mas, com uma prestação bem mais discreta. Os “Samurais” acabaram eliminados na primeira fase, com apenas um ponto, em virtude de um empate frente à selecção croata. Quatro anos depois na África do Sul, o Japão voltou às boas exibições. Num grupo com a Holanda, Dinamarca e Camarões a concorrência era forte para os nipónicos. Mas, os “Samurais” alcançaram um brilhante segundo lugar, atás da “Laranja Mecânica”,

mercê de duas vitórias frente ao conjunto africano (1-0) e aos “Vikings” (3-1). Nos oitavos-de-final, a selecção japonesa mediu forças com o Paraguai. As duas selecções chegaram ao fim dos noventa minutos empatadas e, nem o prolongamento foi suficiente para desfazer o nulo no marcador. Assim, houve nessecidade de recorrer à “lotaria” das grandes penalidades. Aí, a selecção guarani foi mais forte e seguiu em frente. Agora, os ferverosos adeptos nipónicos acalentam renovadas esperanças numa boa campanha no Mundial. Com alguns jogadores de qualidade, muitos dos quais jogam na Europa, existe matéria-prima para mais uma caminhada de sucesso. Uma prova disso mesmo foi a caminhada vitoriosa do Japão durante a qualificação asiática. Basta dizer que a selecção do “País do Sol Nascente” foi a primeira a qualificar-se para a fase final do Mundial. Agora, os “Samurais” de Alberto Zaccheroni esperam por novas batalhas nos “gramados” brasileiros.

A Estrela Shinji Kagawa é, sem sombra de dúvida a grande figura da actualidade do futebol japonês. O jovem médio do Manchester United nasceu em Kobe a 17 de Março de 1989. Cedo começou a dar nas vistas ao jogar futebol.


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De 2001 a 2005 jogou numa das escolas de futebol do Japão, patrocidanadas pelo FC Barcelona. Mas, ao invés de ruamr à cidade condal para jogar pelo gigante catalão, Kagawa assinou pelo Cerezo Osaka. O histórico clube japonês militava na segunda divisão e, nem a habilidade e técnica que demostrava foram suficientes para ajudar o seu clube a subir de divisão. Apenas em 2009 o Cerezo Osaka conseguiu o regresso à elite do futebol nipónico, já com Kagawa como a sua maior estrela. Depressa deu nas vista e rumou à Europa. O Borussia de Dortmund era o destino. Na Alemanha cedou demonstrou que não era um jogador vulgar. Depressa se impôs como um dos “motores” da equipa, municiador de um ataque letal. Kagawa foi uma das peças fundamentais para que a equipa de Jurgen Klopp atingisse o topo do futebol germânico e, quebrar a hegemonia do Bayern de Munique durante dois anos. As conquistas nos relvados alemães, rapidamente despertaram a comiça dos grandes “tubarões” do futebol do Velho Continente. No Verão de 2012 o médio japonês rumou até Inglaterra para jogar no Manchester United. No entanto, Kagawa não tem conseguido impôr o seu futebol em Old Trafford e a sua utilização na primeira equipa dos “Red Devils” tem ficado muito aquém do esperado. Onde também se tem demorado a impôr é na selecção. Kagawa estreou-se na primeira equipa do Japão a 24 de Maio de 2008 num jogo contra a Costa do Marfim

para a Kirin Cup. Daí para cá, tem 49 jogos pelos “Samurais” e 16 golos. Apesar disso, Takeshi Okada – o herói da qualificação de 98 – deixou-o de fora dos eleitos para o Mundial da África do Sul. Por tudo isto, o Campeonado do Mundo do Brasil é a oportunidade para Kagawa se voltar a mostrar ao mundo e brilhar a grande altura.


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BAKKALI A REVELAÇÃO NUNO MELO E CASTRO FOTO: DPI.PT

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oi a 10 de Agosto que a Europa acordou para um fenómeno que emergia na Holanda. Zakaria Bakkali foi o protagonista nesse sábado na Eredivisie, ao apontar um hat-trick pelo PSV, que venceu o NEC Nijmegen por 5-0. Bakkali, tornou-se assim o mais jovem de sempre a fazer três golos num jogo na principal liga holandesa, já que tem apenas 17 anos! Depois de cinco anos sem conseguir o título na Holanda, p PSV optou por uma mudança radical no seu plantel, abrindo a porta da saída para os pesos pesados da equipa como Boy Waterman, Erik Pieters, Atiba Hutchinson, Wilfred Bouma, Marcelo e Mark van Bommel, ao mesmo tempo que vendia Kevin Strootman (Roma), Dries Mertens (Napoli) e Jeremain Lens (Dinamo Kiev). Van Bommel pendurou as chuteiras, Lens aceitou uma proposta financeiramente irrecusável dos ucranianos, Strootman fez as malas para Roma para assumir o desafio de liderar uma equipa com fracos resultados ultimamente e Mertens mudou-se para o sul da Itália, nomeadamente para o Nápoles. Á primeira equipa subiram os mais novos.

performance no duplo confronto na pré-eliminatória da Liga dos Campeões contra o Zulte Waregem e terminou deslumbrar os fãs com seu hat-trick no Philips Stadion na vitória contra o NEC Nijmegen. O belga é daqueles jogadores que exalam ousadia em todos os lances. Não tem medo de encarar o defesa rival, tem uma grande capacidade de transportar a bola e uma enorme velocidade. É frequente vê-lo a executar túneis, mudanças rápidas de velocidade, ou notas artísticas como pontapés de bicicleta. Apesar disso, nunca perde o sentido de verticalidade do jogo e intenção de criar desequilíbrios. Como já se disse possui ainda faro pelo golo, e uma grande capacidade no um contra um. Vários clubes, nomeadamente ingleses estão já de olho no extremo euro-africano. Já por várias vezes foi noticiado o interesse de Arsenal, Manchester United, Manchester City e Chelsea no jogador, mas o duelo em Janeiro será provavelmente entre os rivais de Manchester.

O selecionador da Bélgica Marc Wilmots chamou o De ascendência marroquina, Zakaria Bakkali cresceu no jogador para um particular com a França em Agosto, bairro de Droixhe e ali deu os seus primeiros toques na mas uma lesão impediu a estreia do extremo, ele que bola. Começou no modesto Sljivo até chegar ao Standard poderia também ter optado por representar a selecção Liège, que o recrutou para suas camadas jovens. A marroquina, uma vez que tem dupla nacionalidade. sua velocidade, facilidade de chegar à linha e remate Bakkali estreou-se finalmente no empate a uma bola impressionou vários olheiros e despertou o interesse do entre a Bélgica e o País de Gales. PSV, equipa sempre atenta às promessas emergentes dos seus países vizinhos. Assim, com apenas 12 anos, Bakkali é mais um nome numa selecção que promete mudou-se para Eindhoven para continuar sua ascensão um grande resultado no próximo campeonato do mundo meteórica, onde rapidamente se tornou a joia da camadas de futebol. Juntamente com Witsel, Fellaini, Hazard ou jovens do clube. Lukaku, ele poderá ser uma das grandes revelações do mundial e caso não se concretize a saída dele em Janeiro, deverá ser difícil o PSV segura-lo no final da época. Bakkali é belga mas de ascendência marroquina. Com a extensa remodelação realizada pelo PSV neste verão, Bakkali começou a ganhar destaque nos jogos amigáveis da pré-temporada , indicações que confirmou nos primeiros jogos oficiais. Começou a ganhar o carinho dos fãs do clube de Eindhoven com a sua grande


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