22 | Forum Estudante | dez’21 /Transforma Portugal
TRANSFORMA
“Basta um sorriso”
Os Jovens Seniores da Calvaria Sorriem Não só o isolamento do resto do mundo passou a ser algo novo na vida de milhares de centros de dia. Coisas tão simples, como a higiene dos idosos, tornaram-se processos mais complicados… e caros. Bárbara Pereira quis minimizar o problema. Com a sua ajuda, “Os jovens seniores da Calvaria sorriem”. Por Rúben de Matos
O voluntariado não é propriamente algo novo na vida de Bárbara. As primeiras experiências deram-se muito por influência da disciplina de Educação Moral e Religiosa, ainda na escola. Por essa via, a sua ajuda chegou a associação como o Banco Alimentar ou a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Já no Secundário, a estudante de Engenharia Biomédica começou a fazer voluntariado numa instituição de apoio a crianças deficientes na sua zona. “Não fazemos muito, mas para eles aquilo vale tudo. Só o facto de estarmos ali já para eles é uma alegria. É uma alegria eles receberem-me, nem consigo expressar”, confessa a jovem de 22 anos, natural de Leiria. A vontade de inventar e ajudar está também longe de ser nova. A mais recente teve como intermediária a mãe. Contabilista, a mãe de Bárbara assegura a contabilidade de um conjunto de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da região de Leiria. Um dia, numa simples conversa entre mãe e filha, a mãe comentou as dificuldades que uma IPSS da Calvaria de Cima, freguesia do concelho de Porto de Mós, estava a sentir na higiene que prestava aos idosos que já existia e na entrega de alimentos. É
“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegurar a higiene destes idosos. Por isso, qualquer ajuda é bem-vinda.”
nesse ponto que o projeto “Os jovens seniores da Calvaria sorriem” surge para ajudar.
Ajudar e fazer a diferença
“Não tinha noção do total de despesas que era necessário para assegurar a higiene destes idosos”, conta Bárbara. O Transforma Portugal veio ajudar à materialização dessa vontade, ajudando a pagar as deslocações e o material necessário para a higiene. Para a ajudar, Bárbara lançou o convite a duas colegas de mestrado. Sentiu-lhes o espírito e, por isso, o tiro foi certeiro: “Apesar de trabalharem e estudarem ao mesmo tempo disseram “sim” ao desafio”. A ajuda, ainda que pequena, faz toda a diferença. “Por mais pequena que seja a ajuda, é sempre bem-vinda”, completa.
A ida a casa dos idosos tornou-se mais necessária durante os períodos de confinamento, mas continua a ser ainda urgente. “Não vejo porque não o continuar. Claro que os objetivos podem mudar, mas na prática continua a ser sempre precisa alguma ajuda”. Objetivos diferentes à parte, o desfecho é o mesmo. Com os mais novos ou os mais velhos, “basta um sorriso” para ter valido a pena, conta.