Folha do Bom Retiro | Maio 2014. Edição 22

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Edição 22 | Maio 2014

GASTRONOMIA

Torne o dia das mães uma data deliciosa. Retribua o carinho de sua mãe com uma refeição diferente.

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ESPORTES

A coluna desta edição fala sobre vencer e o sentimento que este momento traz.

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ENSAIO FOTOGRÁFICO

A Páscoa é comemorada em abril. Na Igreja Batista de Bom Retiro foi realizado o musical “Venceu!” Confira as fotos.

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Página Literária

Cultura

Língua Portuguesa

Nesta edição o texto é de Suelen

Temos uma nova colunista. Thayse

Portugês não é falado somente no

Lorianny. Crônica sobre a vida,

Nascimento fala sobre cultura e lite- Brasil. Em quantos países é a língua

caos e sociedade.

ratura na página 4. oficial?

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EDITORIAL

O trabalho que dignifica o homem

Por Osmar V. Gomes

Existem duas maneira distorcidas de se enxergar o trabalho. A primeira é vê -lo como uma maldição. Até mesmo os conhecedores da história do pecado relatada no Gênesis pode reforçar esta opinião. Muitos encaram o trabalho como um maldição dada por Deus como paga pelo pecado original. Mas uma leitura mais acurada nos permite notar que o homem já trabalhava antes do pecado (cuidava do Jardim do Éden para

Deus). A outra distorção é olhar o trabalho como um fim em si mesmo. Novamente o livro do Gênesis nos ajuda a notar que Deus trabalhou seis dias e descansou no sétimo. Aqui temos um princípio, trabalhamos com excelência para descansar e não o contrário. O Salmo 128 se refere ao trabalho como uma oportunidade do ser humano andar nos caminhos de Deus e experimentar a dignidade de participar do seu próprio sustento. Existem momentos em que não dá tempo de ensinar a pescar, temos que

dar logo o peixe. Contudo, permitir que a pessoa tenha o privilégio de participar do seu próprio sustento é sem dúvida uma maneira de alimentar não apenas a fome do corpo mas também a fome da alma. Isso porque Deus trabalha até hoje, e assim como Cristo participava desta ação divina no mundo, nós também somos chamados para ser cooperadores do que Deus está fazendo neste mundo – que é fazer convergir em Cristo todas as coisas. Este mundo é um caos, mas não foi sempre assim.

Sociedade, família e até mesmo o indivíduo já foi muito mais organizado do que hoje é. A proposta de Jesus não é apenas para o pós-morte, mas para colocar ordem neste caos, e ele está chamando a todos. Dentistas, médicos, advogados, funcionários públicos, políticos, pastores, padres, pais, mães e filhos. Não importa sua religião, seu trabalho pode ser um instrumento divino para colocar ordem no caos, além de dignificar o homem e sustentar sua própria casa. Bom trabalho e mãos à obra.

EXPEDIENTE FOLHA DO BOM RETIRO Este jornal tem como objetivo informar a comunidade através de notícias, novidades e curiosidades sobre o bairro e sobre a cidade. Nasceu da intenção de membros da nossa comunidade em servir os moradores, comerciantes e visitantes do nosso bairro. A Folha do Bom Retiro tem como instituição mantenedora a Igreja Batista de Bom Retiro, uma igreja cristã de tradição histórica na região há mais de 30 anos. Apresentamos a proposta de promover o bem ao nosso bairro e as pessoas que aqui vivem ou frequentam. VOCÊ TAMBÉM PODE PARTICIPAR Convidamos todos os leitores a acompanharem cada edição e a participarem. Envie seu texto para o e-mail COMUNICACAO@IBBR.ORG.BR. Iremos analisar para publicarmos na Folha do Bom Retiro. Sede | Igreja Batista de Bom Retiro | Av. Des. Hugo Simas, 1772 Bom Retiro. Curitiba - Paraná. Tiragem | 2000 | Distribuição realizada toda primeira semana do mês em três pontos, contemplando os bairros: Bom Retiro, Pilarzinho e Vista Alegre. Edição, revisão e diagramação | Suelen Lorianny E-mail para contato | comunicacao@ibbr.org.br @ibbrCuritiba | www.ibbr.org.br

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PÁGINA LITERÁRIA Por Suelen Lorianny

O que vejo me faz sentir

Esses dias eu estava na fila do caixa de uma papelaria. Me distraí com as prateleiras e um rapaz entrou na minha frente. Quando olhei, perguntei para ele: você estava na fila? Ele respondeu: agora estou. Disse: você entrou na minha frente. Ele: você estava distraída. Eu ia responder. Fiquei indignada. Ele foi corajoso o suficiente para assumir que se aproveitou da minha distração. (Corajoso, até parece). Eu ia responder, mas naquele momento fiquei tão impressionada com a covardia que eu não respondi e escolhi pensar. Sabe quando alguém fica pensando e o rosto expressa o que está no pensamento? Eu deveria estar assim. Num desses dias também, eu estava no posto de gasolina. Todas as bombas para abastecer estavam ocupadas. Estava esperando a minha vez. Um homem mais velho, uns cinquenta anos, chegou no momento que liberou uma vaga. Eu estava me direcionando para entrar na vaga e este homem rapidamente acelerou e entrou na minha frente. Fiquei triste. Muito triste. Mas a vida é boa comigo e liberou uma vaga do ladinho do carro dele. Abri o vidro e não pensei duas vezes, chamei aquele homem e disse: viu, foi muito feio o que o senhor fez, muito feio mesmo. Ele respondeu: ahhhh (com certo desprezo), que exagerada! Fechou o vidro. Eu ia responder, ia mesmo, isso não se faz. Mas também fechei o meu vidro e escolhi não descer do carro e responder e responder. Escolhi pensar novamente. Pensei que este homem poderia ter poupado minha indignação naquele dia. Ele podia ter feito o certo, mas escolheu me passar a perna de uma maneira tão sutil. E entendi uma coisa, a sutileza diz muito sobre uma pessoa. Outro dia estava assistindo o jornal com algumas pessoas. Passou uma reportagem sobre os sem-teto. Uma reportagem muito bem elaborada, mostrando as condições atuais de tantas pessoas que não possuem uma casa. Eu estava me segurando para não chorar (eu quase sempre choro com essas coisas, não é pena, choro porque me sinto muito inútil), quando escuto o comentário: eles só estão assim porque não vão atrás de emprego, cortar grama ninguém quer né?

Eu ia responder. Eu ia responder com muitos argumentos, ia mesmo. Mas, novamente, resolvi ficar quieta e respirar fundo. Não consegui pensar direito naquele momento. Nem respirar. O choro já estava engasgado (meu maior defeito em uma discussão, choro e não consigo falar), a vontade de gritar por mais uma pessoa que, sutilmente, demonstrou para mim o que ela é. Poderia ser outro dia. Poderia citar tantos outros dias. Rodas de conversa no bar, família reunida para jantar, debates com estudantes. Tantos outras vezes que pessoas sutilmente beliscavam meu coração. Machucava. Eu não respondia porque estava chorando por dentro, porque estava doendo. Dói pensar que as pessoas não respeitam nas pequenas situações, nos pequenos comentários. Tenho a impressão que elas só enxergam o mundo como um grande umbigo, o delas. Cansei de esperar o mínimo. Parece que não canso de chorar. Cansei de guardar o choro nessas situações. Cansei tanto que, hoje a noite tomando uma coca-cola com meus pais, esses dias na mesa do restaurante com minha amiga ou semana passada sentada na grama aqui de casa, o mínimo fez uma tempestade sair dos meus olhos. Acho até que assustei quem estava comigo, mas eu chorei. Chorei muito. Não consigo entender a maldade, não consigo entender o racismo, o machismo, a prepotência. Não quero entender porque uma pessoa se acha melhor que a outra, não sei por que a marca da roupa é mais importante que alguém. Não entendo. Ver essas coisas na papelaria, no posto, na sala de televisão, na mesa do bar, ver um mendigo, ver gente sofrendo, ver gente preferindo a morte, ver crianças sem infância, ver idosos sem uma velhice decente, ver jovens sendo manipulados, ver toda uma sociedade distorcida me faz chorar assim. De deixar as bochechas vermelhas, de ligar bem alto uma música que grite por mim. Chorar de não conseguir falar, chorar até dizer chega. Chorar por me achar inútil. Chorar por não ver amor, ou ver pouco dele. Chorar por sentir muito. Eu sinto muito.

Eu sinto muito.


PERFIL

Pela fé foste curada

Um transplante que salvou vida e uma vida que inspira outras Por Aline Reis

sofá da sala numa manhã de sexta-feira. Em maio de 2008, então com 24 anos, a moça começou a senUmuarama – “É uma vida tir alguns desconfortos, enjoos nova, tanto para o lado bom e dor de cabeça. Os rins já não quanto para o lado ruim”, diz funcionavam bem, mas nem Edlaine Becker sentada no ela, nem os médicos sabiam disso. Foram tempos difíceis que ela só conseguiu superar pela presença dos amigos, família e pela fé em Deus. Edlaine lutou durante 13 meses de hemodiálise até o veredicto. “O médico disse, sem cerimônia: Edlaine segue em frente depois de lutar durante anos contra vamos ter de uma falência nos rins

Foto: Fernando Delgado

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transplantar”, lembra. Essa não foi uma das notícias mais agradáveis para se receber. Dá medo de morrer – todo mundo tem esse medo, mas quando é iminente desconserta. Edlaine vivia em Curitiba antes de voltar para a Umuarama. Na época passou pelo Hospital de Clínicas (HC), depois pela Santa Casa de Misericórdia, até chegar ao Hospital do Rim, onde a doença foi tratada. O problema nos rins foi descoberto exatamente em 21 de junho de 2008, quando Edlaine pesava 65 quilos. Em 22 de julho de 2009, no dia em que recebeu o rim doado pela irmã, ela pesava 44 quilos. Foi uma mudança brusca na vida dela, mas também na vida

da família. “Eu tive que parar de trabalhar, de estudar e tem dias que o humor está lá em cima, outros nem tanto, mas encarei tudo com alegria. O que eu ia fazer? Culpar a Deus? Então segui em frente”, explica.

A vida continua...

Hoje, seis anos depois do transplante, a caixinha de remédios ao lado da cama ainda está cheia. Nem sempre o humor é dos melhores e alimentação tem de ser regrada. Mas do lado esquerdo no canto da sala estão os volumes da série Game of Thrones, e, numa caixa de papelão atrás do sofá seis gatinhos recém-nascidos. Apesar de sofrida, para Edlaine, a vida continua sendo linda.

CULTURA

Literatura: um prazer sem fim Por Thayse Nascimento

Cultura, em latim “colere”, significa cultivar. Esta acepção da palavra permitiu que diversos estudiosos criassem definições baseadas em hábitos e conhecimentos de uma época. Associase a palavra “cultura” a formas de manifestações artísticas como a dança, a música, o teatro, a pintura, a literatura. Será sobre estes temas e demais notícias culturais e educacionais que eu, Thayse Nascimento, jornalista apaixonada por cultura e suas infinitas formas de expressão, irei aproximar vocês nas próximas edições. Para esta escolhi a literatura. Irei intercalar, mensalmente, a coluna sobre cultura com a de educação. Meu objetivo é fazer um recorte do que mais importante acontece e/ou é realizado educacional e culturalmente em nosso país, estado, cidade. Isto, de forma que o tema seja próximo do nosso universo, e que possa ser explicado de uma maneira clara e sucinta. Suges-

tões de conteúdo serão bem aceitas. Contribuam com o seu olhar e ponto de vista para estes assuntos. Agora eu lhes pergunto: Vocês consomem cultura? Se sim: de que maneira e o quê? Se não: por quê? Vejam bem. No mês de abril, no dia 23, é comemorado o Dia Mundial do Livro. Antes, durante os dias 11 e 21, foi realizada a 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em BrasíliaDF. E no meio disso tudo a literatura perdeu, no dia 17, o aclamado e premiado autor colombiano Gabriel Garcia Márquez. O Gabo, como o escritor era chamado por seus amigos, foi lembrado em todas as mídias por sua importância na literatura da América Latina com as obras “O amor nos tempos do cólera” e “Cem anos de solidão”. Com estes eventos pontuais, apenas no mês de abril, mostrolhes a importância da leitura. O valor inestimável de um livro é percebido por poucos em um país de tão vasta produção literária; um país, no qual, grandes escritores como Machado de Assis, Graciliano Ramos e Jorge Amado fizeram e contaram história.

Gabriel García Marquez, autor lembrado por diversas obras, entre elas “Cem anos de solidão”

“Conhece-te a ti mesmo”. O aforismo grego pode ser aplicado aos hábitos, pois são eles que definem quem você é. Consumir cultura, em sua forma nua e crua, te salva das miudezas diárias com as quais, quase sempre, somos obrigados a conviver. Ler pode te transportar para um real imaginário sobre como são todas as outras coisas fora do seu próprio espaço e tempo. A cultura explica a sociedade; e a sociedade é entendida através das manifestações culturais existentes em certo período de tempo. Ambas sofrem mudanças relacionadas com o desenvolvimento do ser humano. Rejeitar as transformações sociais é permanecer resistente a um padrão cultural imposto pelo poder da elite nos séculos passados. Há muitas dezenas de anos, a cultura era considerada um ideal de elite. Hoje, ainda vivemos – ou nos permitimos viver, em pleno século XXI – tempos onde, para alguns, as noções de bons costumes são permitidas apenas para os mais abastados. Errado. Tal consciência pejorativa em

nada contribui para a ascensão do conhecimento pessoal. Enfim, quero incentivá-los! Não é preciso começar pelos livros maiores, de páginas infinitas e texto difícil. Escolha um tema que te agrada e que seja próximo do seu universo. Mês que vem voltaremos a conversar e espero que tenha contribuído com o andar da sua leitura.


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GASTRONOMIA

Mães com açúcar Por Silvia Serpe

As mães têm a força de um exército inteiro, pois são nos ombros (aparentemente frágeis) que carregam os próprios medos, angústias e dores para ir à luta todos os dias para que não nos falte nada. Elas movem o mundo para que nos ver felizes e fazem o que podem para que ninguém nos machuque. A minha mãe mora longe, há uns 2 mil quilômetros de distância e posso garantir que não é nada fácil quando os meus olhos procuram os olhos dela e não encontro. Mas, fico mais tranquila quando o som da voz dela invade o meu coração com as palavras mais sábias e mais amáveis e, assim, consegue espantar os medos, dá coragem e carrega a doçura do amor maior do mundo. As mães têm poder curativo. O amor delas se estende até a cozinha. São elas que sabem todos os nossos gostos, se preferimos bolo de chocolate ou de fubá. Também têm um tempero especial e ninguém faz nosso prato preferido melhor que ela. São mães com açúcar, assim como nossas avós também são. No dia delas nada mais justo que você ir para a cozinha

e preparar algo especial para a sua mãe. Ela vai adorar receber esse mimo e carinho. Para não errar o ideal é escolher um prato que, de preferência, você já tenha feito algum dia e algo que ela realmente goste. De qualquer maneira, caso falte ideia, eu escolhi um “cardápio” italiano e que é difícil de errar e todo mundo ama (até as mamães vegetarianas). Para o prato principal Risoto à Parmegiana e de sobremesa Panna Cotta com calda de morangos.

Refeição

Sobremesa

Risoto à Parmegiana

Panna Cotta

- 350g de arroz arbóreo; - ½ cebola; - 1 cálice de vinho branco seco; - Caldo de legumes (o quanto baste); - 1 ½ abobrinha italiana; - 1 caixinha de tomate cereja; - 100g de queijo parmesão ralado; - 50g de manteiga.

- 400ml de creme de leite fresco; - 100ml de leite; - 20g de gelatina incolor sem sabor; - 100g de açúcar.

Modo de preparo Pique a cebola em pedaços bem pequenos e refogue na panela com azeite de oliva, junte o arroz e mexa por mais dois minutos. Coloque o vinho branco e deixe evaporar. Coloque a abobrinha picada em meia lua. Vá adicionando o caldo de legumes bem quente aos poucos até o cozimento. Quando o arroz estiver al dente desligue o fogo, coloque o tomate cereja cortado ao meio, o queijo parmesão e misture bem. Por último coloque a manteiga, para garantir a cremosidade do risoto.

Modo de preparo Ferva o creme de leite, o leite e o açúcar. Hidrate a gelatina. Coloque a mistura quente em uma vasilha e, aos poucos, vá incorporando a gelatina até dissolver completamente. Passe a mistura em uma peneira para garantir um creme liso. Despeje em forminhas e mantenha na geladeira até firmar.

Para a calda -100g de açúcar; -100ml de água; -100g de morangos (ou fruta da sua preferência); -Suco de meio limão. Cozinhe até ponto de fio e sirva com a Panna Cotta.


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ESPORTES

O sabor da vitória Quando o outro vence e a alegria também é nossa

Por Jeferson Nunes

Como é bom ser vencedor. Não? Nos esportes, essa á máxima: a vitória. E sei que na vida não é diferente. Quem de nós nunca sorriu de uma maneira incontrolável depois de conquistar algo? Ou até chorou. Mas um choro alegre, daqueles em que as lágrimas escorrem sem parar, mas com um destino certo, a boca, aberta, com os dentes à mostra, sorrindo. Que contradição maravilhosa essa que vivemos. Vencer é algo quem vem da natureza humana. Quando falamos de esportes, além dos praticados simplesmente por saúde, não há outro caminho que não tenham as vitórias como destino principal. Claro que é importante competir, mas vencer é sensacional. No último sábado antes da Páscoa, eu e meu time (foto abaixo),

o Relevo, vencemos a Copa Jaqcuet Sindijor de Futsal. Conquistamos o primeiro lugar no pódio, ganhamos troféu, medalhas, e a sensação de estarmos no topo do mundo. Foi uma final magnífica. Vencemos por 7x5. Quando o árbitro apitou o fim da peleja, sentimos como se estivéssemos vencendo uma final de Copa do Mundo.

Ninguém esquece Quem não se lembra da última final de Copa do Mundo em que a nossa seleção, a brasileira, foi campeã? 2002. Esse foi o ano em que mais me senti orgulhoso de ser torcedor do Brasil. E aposto que com todos os outros milhões de brasileiros foi assim. E quando as seleções de vôlei são campeãs do mundo, ou das Olimpíadas, como em 2008 e 2012, com as meninas em primeiro nas duas edições, o grito que sai da garganta não é nosso, mas é do Brasil. É para o mundo ouvir. Ayrton Senna. Um nome que conseguia colocar a maioria dos brasileiros em frente à televisão para assistir à Fórmula 1. E um homem que conseguia arrancar sorrisos e lágrimas a cada vitória. Cada vitória dele era uma vitória nossa. Isso é uma das coisas mais louváveis que o esporte nos proporciona: a emoção de nos sentirmos campeões mesmo sem estar lá, competindo.

Curtas do esporte O Londrina se sagrou campeão paranaense de 2014. O clube não vencia um estadual há 22 anos.

Começaram as séries A e B do campeonato brasileiro. Até o fechamento dessa edição, somente a primeira rodada tinha sido disputada. O Paraná venceu o Sampaio Correia por 2x0, fora de casa, pela série B. Pela A, o Coritiba empatou em 0x0 com a Chapecoense. E o Atlético derrotou o Grêmio por 1x0.

A Portuguesa, clube que foi rebaixado no STJD para a série B, livrando o Fluminense no ano passado, abandonou o campo na primeira rodada, alegando decisão judicial. A CBF promete julgar a equipe por W.O., sigla utilizada para dar a vitória a um time cujo adversário não apareceu para disputar o embate. Na Liga dos Campeões da Europa, as semifinais foram definidas. O Real Madrid enfrentou o Bayern de Munique e o Atlético de Madrid pega o Chelsea. O Barcelona foi eliminado nas quartas de final. Luciano do Valle, um dos maiores narradores esportivos que o Brasil conheceu, morreu no sábado (dia 19/04), após um mal súbito em um voo, quando ia para Uberlândia narrar a partida entre Atlético MG e Corinthians.


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LÍNGUA PORTUGUESA

O mundo é português Por Alan de Macedo Simões

Essa aventura no mar bravio trouxe muita glória e riqueza, em contra partida, ceifou muitas vidas, deixou muita tristeza. Fernando Pessoa demonstrou essa dor de modo muito honesto no seu poema “Mar Portuguez” (era grafado assim antes): Começo nossa conversa essa semana com poesia! Sim, professor de português também sabe e aprecia poesia. E comecei com o mais importante autor e com a Grande Obra da Língua Portuguesa. “Os Lusíadas” de Luís Vaz de Camões é considerado o mais importante livro, por que narra os grandes eventos dos filhos de Luso, que na mitologia grega, moraria nas terras em que hoje está Portugal e parte da Espanha. Mas esse livro-poema vai muito além de Portugal, ele é um retrato da história de nossa língua, por que conta a conquista de Vasco da Gama, o grande navegador português. A obra narra toda como o Reino de Portugal se estabeleceu e como se espalhou pelo mundo e começa assim:

As armas e os Barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; As armas a que ele se refere são os escudos que representam as famílias; os barões, homens destemidos que se aventuraram nos mares nunca dantes navegados. É assim que o português se espalha por dez países, em todos os continentes habitados. O português é o idioma oficial na América do Sul (Brasil); África (Moçambique, Angola, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe); Oceania ( Timor-Leste) e Ásia (Macau, província da China e Goa e Damão, províncias da Índia); além, óbvio, de Portugal. Também é falado por algumas regiões, como na região de Estremadura (Espanha), Namíbia, África do Sul, Luxemburgo, Andorra, Bermudas e Antilhas, ainda que não seja idioma oficial. A língua portuguesa é tão espalhada pelo mundo justamente porque os portugueses se aventuraram no mar, foram além do Sri Lanka ( Trapobana), conquistaram países que nenhum homem já havia pisado.

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu. O texto se refere a Bojador, que é um local ao noroeste da África, o último lugar que se podia navegar de Portugal sem ser atacado pelos monstros marinhos, segundo a crença da época. O valente capitão Gil Eanes em 1434 foi além do mito, superou as superstições e conquistou a costa ocidental da África. Os portugueses carregavam em si esse espírito aventureiro e desbravador e, por isso, conseguem espalhar por todo o mundo seu idioma e seus costumes. Caminharam bravamente e enfrentaram desafios e medos que hoje nos parecem facilmente transpassáveis, contudo, à época, eram desafios enormes. Isso porque carregam na alma uma citação do General romano Pompeu Magno: “Navigare necesse; vivere non est necesse”, “navegar é preciso, viver não é preciso”. Isso por que a navegação é um ato de precisão, coloca-se o leme a tantos graus noroeste e a nau caminha naquela direção, contudo, a vida, por mais planos que tracemos, não caminha com a mesma retidão, não caminhamos na certeza. É essa dúvida eterna sobre o amanhã que fez do mundo um lugar português.


ENSAIO

Fotos: Francisco Rosendo

Musical de Páscoa na IBBR

No domingo (20/04) coral e grupo de teatro da IBBR apresentaram o musical de páscoa “Venceu!”

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