Folha do Bom Retiro | Julho 2014. Edição 24

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Edição 24 | Julho 2014

Curitiba é uma cidade que oferece muitas feirinhas agradáveis para passear, comprar frutas, artesanato e para se alimentar. Saiba mais sobre a feirinha do Largo da Ordem e confira a dica gastronômica deste mês pág. 7

O assunto mais falado no último mês é Copa do Mundo. Nosso colunista apresenta sua visão otimista e muito animada com este evento mundial sediado em nosso país pág. 6

CULTURA Fotografia é uma arte. Será que a versão selfie veio para colaborar com esta arte ou para banalizar? Nessa edição a jornalista Thayse Nascimento discute sobre o tema pág. 2

Perfil

Página Literária

Dica para saúde

Umuarama possui muitas personalidades interessantes. Conheça três destaques

Um desabafo dos tímidos através da crônica de Mia Macedo

A dança é o melhor exercício para a saúde. Descubra 6 motivos para começar a dançar amanhã

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Política, religião e futebol não se discute. Será?

Esta é uma frase que pode evitar muitos problemas relacionais, se você quiser preservar suas amizades pode optar por não discutir estas coisas. A razão talvez seja porque geralmente ninguém muda de posição depois da discussão e a amizade acaba sofrendo o risco de ser abalada. Muitos dizem que isto é questão de gosto, por isso gosto não se discute. Será? Uma idéia é muito difícil de ser removida de seu lugar. Quando uma ideologia se instala, apenas uma grande experiência é capaz de abalar uma convicção, acredito que neste campo, tanto a política, quanto a religião e o futebol em nosso país podem ser catalogados na mesma categoria, uma paixão que muito

pouco tem a ver com razão. Sim, inclusive religião. O que é religião? É a espiritualidade transformada em rituais, dogmas e comportamentos. A realação entre o humano e o divino é assunto imprescindível em qualquer cultura em todos os tempos. A certeza de que o mundo dos espíritos é real faz com que todas as civilizações através da história construíssem sua própria maneira de relacionar-se com a divindade. A isto chamamos religião. Como um país cristão, notamos que apesar de múltiplas variáveis deste cristianismo, o brasileiro é cristão, isto é, expressa sua espiritualidade com rituais, dogmas e comportamentos ditados pela Bíblia, especialmente o Novo Testamento e mais especificamente Jesus de Nazaré. Mas o que a religião

cristã tem de diferente das outras? Esta foi uma pergunta feita a CS Lewis, teólogo cristão autor de As Crônicas de Nárnia. Ele teria respondido de pronto: "- Isto é fácil: a graça". De fato, a graça inverte de certa maneira a lógica religiosa que basicamente é: sigas os ritos, guarde os dogmas e se comporte bem que o deus todo poderoso não vai te exterminar e mandará a chuva na hora certa. O cristianismo é a única espiritualidade que propõe uma outra lógica. Deus continua sendo todo poderoso, mas quis ser conhecido por seu todo amor, decidiu se sacrificar pelos que não seguiam rituais, dogmas e comportamentos, com isso paga o preço do justo pelo injusto e aguarda pacientemente que seus seguidores sejam constrangidos por este amor, maior

A ditadura dos extrovertidos

Por Mia Macedo

atributo do Deus cristão. Sem querer discutir religião (e já discutindo) somos livres para nos conformar com uma ideologia política, um time de futebol e mesmo uma religião que atenda a sua espiritualidade, mas não se pode negar que a maior força do universo é o amor, que não empurra, mas arrasta, e apesar do cristianismo ter seus rituais, dogmas e comportamentos, eles não são a essência. E se o negócio é se relacionar com Deus, você gostaria que este relacionamento existisse com base em culpa ou em amor? Você ama e é amado por alguém, seu relacionamento é por culpa ou simplesmente por que ama e ponto final? Pois é, este é o cristianismo que Cristo mostra na cruz. Venham se relacionar com Deus através da cruz de Cristo.

Não é preciso passar muito tempo vasculhando vagas de emprego para perceber um padrão. Não só lá, mas até em sites de namoro ou outros setores da sociedade o padrão de pessoa ideal é o tal do “líder”. O líder é aquele cara proativo, carismático, extrovertido. Ele está antenado em tudo o que está acontecendo, emite opinião até sobre o que não lhe diz respeito e sabe conversar com todos – desde a copeira até o presidente da República. Não só sabe conversar como conversa bem, conversa muito. Vive rodeado de amigos, colegas de trabalho, trabalha muito todos os dias e ainda tem tempo pra sair beber. Exageros à parte, são essas as pessoas valorizadas pela

sociedade. É quase um crime em uma entrevista de emprego assumir a timidez, falar que é introspectivo, prefere a companhia de animais e só fala quando necessário. Não querer fazer amigos a cada canto é um absurdo, desumanidade. Gaguejar, falar pouco e preferir se isolar são características condenáveis hoje em dia. E agora eu te pergunto: por quê? Imagine agora um mundo onde todas as pessoas fossem líderes. Falam alto, falam muito. Gostam de coordenar, ter contato com todos, fazer parte de todos os grupos na faculdade, no trabalho e na academia. Puxam assunto com o padeiro, no ponto de ônibus, no elevador, conversam sobre o tempo, sobre o fim de semana, sobre as

eleições. Que saco! É importante e legal que existam algumas pessoas super sociáveis por aí. Elas são ótimas em alguns cargos, podem ser peça chave num grupo de amigos e iniciar uma conversa que nunca teria começado se só existissem tímidos. Porém, nem todas as pessoas são assim (graças a Deus). Pessoas tímidas e instrospectivas escolhem suas palavras com cuidado, sabem o valor do silêncio, de uma leitura a sós. Pessoas que não falam o tempo todo conversam consigo mesmas, refletem e conseguem ficar satisfeitas com a própria companhia. Os introspectivos podem não conhecer todo mundo, mas tem a capacidade de dar atenção àquelas pessoas que ele

escolheu com cuidado para ter por perto. Valorizam as palavras ditas, entendem que companhia não é necessariamente falar. Não que nós sejamos melhores do que os mais extrovertidos, mas também temos qualidades que podem contribuir. Não são todas as pessoas que nascem com a habilidade de falar em público, conversar bem. Alguns de nós nasceram sem esse traquejo social e carisma tão valorizado hoje em dia. Não entendo porque tantos cursos, tantos livros e tantas palestras para tentar transformar nossas personalidades. Introspecção não é defeito, é característica. Eu sou quieta e estou muito bem assim, obrigada. Aceitem.

CULTURA

Selfie banaliza a arte de fotografar

Selfie é a palavra do ano, quiçá da década. Muitos de vocês, assim como eu, já devem estar saturados de tanto ouvir essa palavra. Para quem ainda não sabe o significado, o dicionário Oxford explica: uma fotografia que uma pessoa tirou de si própria, normalmente com um smartphone ou webcam, e que foi colocada numa rede social. Esta é uma nova forma de fotografar, porém de que maneira ela inova (se inova), nós precisamos descobrir. Em meados do século XIX, época do surgimento da fotografia, o processo de composição e produção dos retratos era infinitamente mais lento. Hoje, vivemos em uma época de instantâneos. Tudo é imediato. Esse é o ponto que, de certa forma, altera a essência do fazer fotográfico. Há necessidade de retratar o co-

tidiano para midiatizar essas imagens e obter um retorno – esperase um retorno positivo – do que foi exposto. Somos uma geração visual, que programa todos os outros sentidos para a visão. Relacionamos muitas coisas com ícones, sejam eles de marcas ou aplicativos do celular. Esses ícones remetem a uma imagem gravada na memória para facilitar o reconhecimento. Não existe razão para pensar e calcular, pois está tudo cru e fácil diante dos olhos e das pontas dos dedos. Os costumes estão sendo digitalizados. Fotografias são tiradas com celulares, câmeras e tablets, e armazenadas nos discos rígidos dos computadores, ou memórias virtuais dos próprios dispositivos, de onde os arquivos são postados nas mídias sociais ou deletados com um simples toque na tela. Imprimi -los? Por quais razões? Perdeu-se o valor do álbum. Da época em que se utilizava o filme nas câmeras analógicas pou-

co vivi. Mas que saudade! T e n h o diversos álbuns da minha infância. Quando na universidade, em 2009, tive aulas de fotografia e pude ter contato com os filmes e as câmeras (já) antigas. Foi mágico! Eu achava tudo incrível. A turma toda participou de um processo fotográfico: retratos foram feitos e depois ampliados para, por fim, passarem pelos líquidos químicos e voilá! A sensação ainda é indescritível. Feliz de quem tem suas fotos guardadas em álbuns ou caixas de sapato, não é? O culto à fotografia impressa se esvai com o tempo. Perde-se a

essência a partir do momento que o ser humano se adapta ao dispositivo e não há vontade de criar. A máquina programa e molda as possibilidades do indivíduo. O desejo real que fica é o de que as pessoas continuem a eternizar momentos através da fotografia, ainda que em selfie-portraits. E quem optar pela essência, que busque sempre o melhor enquadramento para o recorte fotográfico. O resultado será magistral.


Destaques

Pilarzinho ganha nova opção de compras

Talentos made in Umuarama falam da sua relação com a cidade e do sucesso fora daqui

Produtos de qualidade, bons preços, ambiente higienizado e atendimento diferenciado!

Umuarama – Umuarama é destaque em diversos segmentos econômicos e também culturais. Nesse junho a cidade completou 59 anos e dois conterrâneos ilustres dos umuaramenses estarão longe da Capital da Amizade, porém, o coração de ambos fica na cidade, que revela talentos para o mundo da moda e para os palcos de todo Brasil.

Venha conhecer!

“Mulherama”

Armazém Dom Bigú Rua Amauri Lange Silvério, 911 Realizamos entregas em domicílio

Contato: 3057-4458

Horário de Atendimento Segunda à sexta | 9h às 18h Sábado | 9h às 13h Contato | 3319-5659 Av. Des. Hugo Simas, 1249 Bom Retiro

A fama de ser uma cidade repleta de mulheres bonitas não é atribuída à Umuarama sem motivos. Uma delas é Thaisy Payo. A miss Deaf World e miss Surda Brasil 2013, uma das mulheres mais belas do país, não esconde a saudade e o agradecimento que tem à Capital da Amizade, onde foi criada. “Amo Umuarama! Foi onde eu aprendi Libras (Língua Brasileira de Sinais) na Assumu – escola especializada em educação para surdos. Também onde comecei minha carreira, concluí o ensino médio e fiz minha primeira graduação”, lembra a miss. Thaisy começou a carreira cedo, ainda aos onze anos, e desde então nunca mais saiu das passarelas e dos estúdios fotográficos. A deficiência auditiva não foi problema para ela, que tem em Umuarama uma referência. “Foi meu berço de lutas e conquistas”, diz. Atualmente a modelo vive em São Paulo por conta da agenda de compromissos, porém, sempre que possível, vem ao Paraná para visitar a família e os amigos. “Adoro ir nas pizzarias e nos restaurantes, e também conversar com os amigos”, diz. No próximo mês Thaisy estará na cidade, e entre um trabalho e outro continua levando o nome de “Mulherama” para as Thaisy Payo é uma das mulheres mais bonita do país. ARQUIVO PESSOAL passarelas do mundo.

Cidade também é o lugar de música boa O colunista do Jornal Umuarama Ilustrado Ítalo Fábio Casciola foi a inspiração para o nome de outro ilustre Íttalo, o Fernandes, que é destaque entre os cantores sertanejos de todo Brasil. Aos dezoito anos Íttalo Fernandes está entre cantores mais ouvidos do país e foi escolhido pela música aos nove anos. Depois disso, uma aposta selou o destino. “Minha mãe disse que eu não conseguiria aprender uma música em uma semana no violão. Eu consegui e ainda ganhei R$ 100”, conta aos risos. O primeiro show aconteceu num 8 de março em Paranacity. A plateia era de pouco mais de 6 mil pessoas e hoje, mais de 600 fã-clubes e 200 mil seguidores – principalmente seguidoras – no facebook acompanham os passos do cantor que leva o nome de Umuarama para onde vai. “Eu sempre digo nos shows que sou daqui. Na última semana mesmo, num show em São Jorge do Patrocínio disse que era a primeira vez que estava cantando na cidade, mas que era de Umuarama. Tinha gente daqui lá e eles gritaram quando ouviram o nome da cidade”, diz. Apesar do sucesso e de ficar pouco na cidade – os escritórios do cantor

estão em Londrina e Maringá – quando está na Capital da Amizade Íttalo não se comporta com status de estrela. Gosta de ir ao pesqueiro Rancho Verde e, em dias de jogo, sai às ruas para comemorar. “No último jogo do Brasil eu vim para a rua. Comemorei com a camisa do Brasil e tudo”, revelou. Entre uma comemoração e outra, fotos, autógrafos e assédio das fãs e o carinho tipicamente umuaramense. Íttalo Fernandes está finalizando seu novo CD “Branca de Neve” com dez faixas inéditas e duas regravações. O DVD deve ser gravado ainda este ano, em Maringá. E apesar das idas e vindas, os amigos, a família e a história do cantor sempre permanecem em Umuarama.

Nevilton volta à Umuarama no próximo mês para cumprir agenda de shows e ver os amigos. DIVULGAÇÃO

É no interior, mas é rock n’ roll Quem vive ou visita o interior do Estado sabe que o ritmo predominante é o sertanejo, mas nem só de viola vive Umuarama. Aqui também tem guitarra. E um dos ilustres roqueiros da cidade é Nevilton Alencar, da banda Nevilton. “Foi um começo em que, quando faltou espaço, tentamos criar espaço e interesse Nevilton volta à Umuarama no próximo mês para cumprir agenda de shows e ver os amigos. nas pessoas de conhecerem sons novos. Alugávamos espaços, fazíamos as festas, apresentávamos sons de bandas independentes e trabalhos novos pros amigos, pedíamos pra turma apresentar para seus chegados e assim a coisa ia acontecendo aos poucos”, conta o cantor. Mas a preferência por outros estilos de música ao invés do rock não é exclusividade de Umuarama. Em outras tantas cidades onde Nevilton se apresenta existe uma concorrência forte. Não é um caso exclusivo de Umuarama, em qualquer região que você for, sempre haverão os ritmos mais popularescos e o publico do rock será mais restrito. O que difere é o quanto esse público restrito consegue se organizar e movimentar, fazer as coisas acontecerem em suas cidades”, revela. Um dos shows preferidos que o cantor fez em sua carreira ocorreu aqui em Umuarama, no Lago Aratimbó. “Foi numa tarde super gostosa, cheio de famílias e amigos nas sombras das árvores, curtindo lá com a gente”, lembra. O cantor – pelos compromissos de carreira – não mora em Umuarama, mas a família e os amigos ainda vivem na Capital da Amizade, o que faz com que haja frequentes visitas. “É sempre muito gostoso voltar, passear, acho que Umuarama está a cada dia mais charmosa, reencontrar amigos; conhecer uma turma nova, de outras gerações, como alguém que diz ter estudado na mesma escola... essas coisas malucas da vida, sabe?”, conta aos risos. Nevilton já foi indicado duas vezes ao Grammy, é sucesso na cena rock n’ roll do país, mas tem espaço para shows na terra natal. No próximo mês a banda vai abrir o show do cantor Humberto Gessinger, ex-engenheiros do Hawaii, que acontece no Harmonia Clube de Campo (HCC).Antes e depois do show a concentração é no local preferido na cidade. “Em casa, claro”, diz.


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Copa do Mundo Talvez você pense que eu não fiz um título. Ou ache que esse título é pobre, alguma coisa assim. Mas não. Por si só, essas três palavras se sustentam como título, como frase, como ênfase, como tudo o mais que tenha a ver com esporte neste momento. A Copa do Mundo é disputada a cada quatro anos. E durante este espaço de tempo os amantes do futebol ficam à espera dela. De mais um torneio com as melhores seleções, os melhores jogadores, os melhores estádios, e as maiores emoções que o futebol é capaz de produzir. Talvez meu discurso se torne um pouco – ou muito – saudosista ao longo dessa coluna, mas é porque assim como a maior parte dos brasileiros, eu amo e respiro futebol, e a Copa do Mundo é o ápice desse esporte. E, sim, companheiros, ela está acontecendo aqui no Brasil. E está sendo um exemplo. Aceitem. A Copa começou em 1930, e a primeira seleção campeã foi o Uruguai. Naquele ano, apenas 13 times participaram da competição, que aconteceu nas terras do país campeão. Em 1950, o Uruguai voltou a se sagrar campeão, vencendo o Brasil na final, por 1x0, em pleno Maracanã. O episódio ficou conhecido como “Maracanasso” (ou Maracanazo), devido à decepção do povo brasileiro que dava a conquista como certa.

Apenas em 1998 é que a Copa passou a contar com 32 seleções em busca do título. Antes, vários formatos já existiram, com 16 e 24 times. A Copa de 98, disputada na França, também é uma história triste para o povo brasileiro, que vive no país do futebol. Mas houve também alegrias. E cá entre nós, muito mais alegrias do que o que qualquer país já pode comemorar. Somos Penta, quem sabe agora nos tornaremos Hexa, e assim tomamos ainda mais distância dos que já tem quatro títulos e beliscam nossas costas. E além de tudo que podemos falar sobre o futebol em si, ainda temos muito assunto pra debater sobre como está sendo esse evento. Todos achavam que o Brasil faria feio. Daria vexame. Muito, mas muito mesmo, pelo contrário. O Brasil tem feito bonito, muito pelo seu povo e não por seus políticos, é claro. Os turistas são só elogios, tanto para as cidades sede quanto para os costumes e recepção calorosa dos brasileiros. Os brasileiros nunca falaram tanto sobre Copa. A Copa nunca foi tão brasileira quanto essa. A quem gosta, assiste, torce, curte e se emociona, só o que podemos esperar é que esse título fique com a nossa seleção. Afinal, o prêmio não seria só deles, mas de todos os brasileiros que merecem essa taça. Somos os campeões do mundo, talvez não em educação, saúde e desenvolvimento, mas em mostrar o quanto queremos e o quanto podemos fazer para nos tornamos melhores.

Curtas da Copa A Costa Rica, seleção sem expressão no futebol mundial, se classificou em primeiro lugar em um grupo considerado “da morte”, com as seleções de Uruguai (classificada em segundo), Itália e Inglaterra (eliminadas). No jogo que decidiu a segunda vaga entre Itália e Uruguai, o atacante uruguaio Luís Soarez mordeu (sim, mordeu) o zagueiro italiano Chiellini. O juiz não viu o lance e não marcou nada. Suarez foi punido pela FIFA: não irá jogar durante nove partidas e quatro meses de suspensão. Neymar, atacante brasileiro que disputa sua primeira Copa do Mundo, fez quatro gols em dois jogos, superando craques como Messi e Cristiano Ronaldo (atual melhor do mundo) em números de gols marcados em Copas. A Espanha, atual campeã do mundo, foi eliminada na primeira fase, se juntando a seleções como Inglaterra e Itália. A torcida brasileira entoa em todos os jogos o cântico: “Eu sou brasileiro com muito orgulho e com muito amor”. A Copa ainda está rolando.

A taça do mundo é nossa Em épocas de Copa do Mundo, não poderia variar o assunto, mas tem dois temas de português que me chamam a atenção. A primeira é uma velha canção dos anos 70, que inspirou o tri(?) campeonato brasileiro é interessante por que não usa a palavra copa, mas taça, no lugar. Além disso, popularmente se diz que vamos em busca do caneco. Por que? Bom, isso remete aos longínquos tempos da Cavalaria Medieval e do tempo em que a nobreza européia se reunia para competir nas provas de esgrima, arco e flecha e disputa de justa (aquela competição em que os cavaleiros com as suas armaduras completas montavam em seus cavalos e com grandes lanças, galopavam em um corredor, tentando derrubar o adversário). Nesses campeonatos, a honradez e a cortesia comandavam. Quando um membro de uma casa

real, por exemplo, participava de uma competição, os barões e os condes cediam a vitória, por estarem mais abaixo na escala heráldica. E a taça surge ao final, os vencedores tinham o grande direito de beber na mesma taça do rei. Na obra Hamlet, de William Shakespeare, o rei da Dinamarca, diante do duelo de seu sobrinho, oferece uma taça de vinho com uma pérola ao vencedor. É por isso que, até hoje, os troféus costumam ter o formato de taças, algumas mais adornadas, outras mais simples, algumas abertas, como a Jules Rimet, outras fechadas, como a taça atual. Seja como for, a idéia central do troféu é poder brindar a vitória conquistada. Ou seja, tudo isso é para ganhar um caneco? Às vezes não, repare que existem competições em que o prêmio é um prato, como Roland Garros, um célebre campeonato de tênis. Não acaba por aqui! Inclusive, é interessante pensar na situação do Brasil. Evidente-

mente, quando formos campeões, ao fim de julho (esta coluna está sendo escrita antes mesmo do início do campeonato), todos gritarão pelas ruas: É hexa! É hexa! Hexa é o prefixo grego usado para representar os múltiplos de seis, assim como hexágono ou hexaedro. O sonho do hexacampeonato virá, mas vai demorar muito! Não que eu esteja desejando a derrota do Brasil, é que o hexa é um prefixo multiplicador, ou seja, só cabe para situações múltiplas. Explicando melhor, só é bicampeã a equipe que consegue ganhar o mesmo campeonato por duas vezes seguidas, como aconteceu em 58 e 62, e a mesma lógica se aplica para os demais prefixos, assim, para ser hexa, considerando a multiplicidade e que a Copa é disputada a cada 4 anos, seria necessário um lapso temporal de 24 anos sem outra equipe sendo vencedora, é como se o Brasil ganhasse todas as copas entre o "tri", em 70 e o "tetra", em 94! Por isso que eu acho difícil nos tornarmos hexacampeões. Mesmo assim, já que todos chamarão de hexa... Como se pronuncia?

A primeira sílaba não há dúvidas, o "h" é mudo e o "e" aberto, mas o "x" pode assumir distintos fonemas. Há divergências entre os dicionaristas. Bom, se divergem é porque existem duas práticas correntes – isso é fato incontestável. Dicionários mais antigos se pautam pela pronúncia original do grego e informam que o correto é falar como se houvesse o fonema /k/ ali no meio, que o Aurélio registra como /cs/. O Houaiss, mais recente, diz que a letra X deve ser pronunciada como /z/ simplesmente. O que de fato ocorreu foi uma simplificação do som original, um certo comodismo de nossa parte, que nos levou a falar he/z/agonal, he/z/ágono, he/z/asperma, por exemplo, em vez de he/kz/agonal, he/kz/ágono e he/kz/asperma. Só que ao nos depararmos com a palavra reduzida – hexa – voltamos à pronúncia original (he/ ks/a), até porque a opção com /z/ soaria falso e quase incompreensível. Imaginemos como seria engraçado alguém responder “ÉZA” a um repórter que lhe perguntasse: “Na próxima Copa o Brasil poderá ser o quê?” – “Hexa!"

Largo da Ordem: história, sabor e muita cultura

Coloque a sua melhor roupa e escolha uma feira de Curitiba para fazer um passeio agradável e divertido. Não, “pera”. Não precisa nada disso. Pra ir à feira nada de luxo ou salto alto. Como diz a música do Nando Reis “Compramos presentes indo à feira, de chinelos mas muito bem vestidos (...)” e é aí que está a magia da nossa capital, famosa pela diversidade de feiras de artesanatos e gastronomia, onde se pode passear livremente e confortavelmente entre as barraquinhas cheias de cultura e sabor. Eu sou uma amante das feiras livres e a minha preferida é a feira do Largo da Ordem. Ela é a minha predileta por diversos motivos. Primei-

ro por estar localizada no melhor lugar de Curitiba: o Centro Histórico, depois, por ser a maior de todas e pela grande variedade de opções gastronômicas. Lá encontramos comidas típicas de todos os cantos do mundo e tudo com muita qualidade e “deliciosidade”. Sempre que posso meu almoço de domingo é no Largo e tem um lugar que eu AMO comer: A barraquinha de Piadina. Piadina é um sanduíche italiano de massa fininha à base de azeite de oliva que é mega saboroso e preparado na hora. Tem várias opções de recheios, normalmente com um embutido (ou carne), um tipo de queijo e salada verde. A massa é crocante e leve, uma delícia! Para quem gosta de se arriscar na cozinha eu encontrei a receita da massa de piadina. Anota aí:

Massa:

- 3 xícaras (chá) de farinha de trigo e mais um pouco para enfarinhar a mesa; - 1 ½ colher (chá) de sal; - 1 colher (chá) de fermento em pó; - 2 colheres (sopa) de azeite de oliva; - 1 xícara (chá) de leite

Modo de preparo:

Em uma tigela, junte a farinha, o sal e o fermento. Misture e abra um buraco no centro. Coloque o azeite bem no meio e mexa com as mãos. Junte o leite e misture bem. Transfira a massa para uma superfície de trabalho enfarinhada e trabalhe a massa por 3 minutos, no máximo. Enrole a massa para formar uma cobra e divida em 6 pedaços iguais. Cubra a massa com um pano de prato úmido. Coloque uma frigideira antiaderente, ou chapa grande de ferro, para

aquecer em fogo alto. Abra um pedaço de massa com rolo de macarrão até ficar com cerca de 20cm de diâmetro. Quando a frigideira estiver bem quente, coloque o disco e faça vários furos com um garfo; assim que o fundo começar a ficar com pintinhas escuras, após cerca de 2 minutos, vire e deixe cozinhar por mais 2 minutos, furando com o garfo. Transfira para um prato e cubra com um pano de prato limpo, apenas para não esfriar, enquanto você faz as outras. Para o recheio você pode deixar a tua imaginação te guiar. Minha sugestão é rosbife, queijo mussarela, tomate e rúcula. Se você tiver preguiça ou falta de tempo para preparar a tua própria Piadina vale experimentar a da feira do Largo da Ordem, você já aproveita e faz um passeio agradável e com uma boa dose de cultura!


VENHA CONHECER

Escolha dançar e melhore a sua saúde Dança corrige a postura, previne dores nas costas e define os músculos

A Escola de Música Arte Musical - em parceria com a escola Dom - oferece o curso de Balé e Jazz para criança e adulto. Hoje o balé clássico é considerado a atividade que mais traz benefícios para a saúde. Pensando nisso, a escola investe nesta área e abre aulas de dança durante a semana. Anteriormente o esporte considerado melhor para a saúde, até então imbátivel, era a natação. Porém, uma pesquisa britânica constatou que o balé clássico traz mais vantagens para a saúde. O estudo analisou fatores como força, flexibilidade e equilíbrio corporal. O resultado é que a dança é superior ao esporte aquático.

2 – Músculos trabalhados 3 – Respiração de atleta 4 – Flexibilidade 5 – Bem-estar e percepção corporal 6 – Agilidade e coordenação motora Crianças também podem e devem começar a dançar desde pequenas. O Balé é uma das danças mais recomendadas às crianças, pois favorece a criatividade, musicalidade e o trabalho em grupo. São habilidades que as crianças vão adquirindo com o tempo através dos exercícios em aula. Faça uma aula experimental e matricule-se!

Quer mais motivos para começar a dançar? Listamos apenas seis razões para te incentivar: 1 – Postura perfeita

e Jazz

Av. Des. Hugo Simas, 1772. Segunda a sexta | 9h às 18h Sábado | 9h às 13h


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