Edição 002 - Revista Efe

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Leandro Karnal Gentileza, algo que esquecemos

WilliaM Waack Nós ainda não aprendemos sobre geopolítica

Cristiane Oliveira

Junto com a família, a empresária e designer de joias de Alphaville leva negócios à expansão internacional

NEGÓCIOS | NETWORK | IDEIAS | TENDÊNCIAS A Revista da Folha de Alphaville

A

Erick Jacquin Chefe dá a receita de uma empresa de sucesso

Ricardo Amorim
estreia do novo colunista da revista efe.

118 M 2 / 3 SUÍTES

95 M 2 / 3 SUÍTES

82 M 2 / 2 SUÍTES

LANÇAMENTO

18. Mercado de Luxo

Grandes marcas reforçam relacionamento nas lojas

30. Investimentos Imobiliários

Boa infraestrutura e localização garantem a valorização da área do 18 do Forte

58. Gastronomia

Chef Erick Jacquin fala dos caminhos e cuidados que jovens devem ter ao entrar no mercado de restaurantes

23. Medicina e Saúde

Região está se tornando um polo de medicina de alta qualidade

48. Liderança

Carlos Alberto Júlio, o conselheiro de grandes empresas e mentor de família

60. Arquitetura

Arquitetos do escritório Quitete & Faria mostram tendências e cuidados para cada ambiente

EXPEDIENTE

PUBLISHER

Cesar Foffá

DIRETOR DE NOVOS NEGÓCIOS

Marcelo Foffá

DIRETORA ADMINISTRATIVA

Lourdes Foffá

EDITOR-CHEFE

Heymar Lopes Nunes

EDITORA ESPECIAL E DIGITAL

Beatriz Bononi

EDITOR DE ARTE E PROJETO GRÁFICO

Fábio Tateno

FOTOGRAFIA

Thiago Henrique Mol

Felipe Barros

Gil Bianchini

Rogério Macedo

COLABORADORES

Alex Agostini

Carlos Alberto Júlio

Fernando Barra

Gláucia Arboleya

João Branco

Leandro Karnal

Marcelo Foffá

Michelle Trombelli

Ricardo Amorim

William Waack

CIRCULAÇÃO

Joselito Santos

FINANCEIRO

Thiago Castillo

TECNOLOGIA

Guilherme dos Reis Silva

IMPRESSÃO

Margraf

JORNALISMO

jornalismo@revistaefe.com.br (11) 95595.3433 | 3811.2820

PUBLICIDADE

Marcelo Foffá

marcelo.foffa@revistaefe.com.br (11) 98890.6308

ASSINATURAS

assinaturas@revistaefe.com.br (11) 95595.3433

efe. | A Revista da Folha de Alphaville

Alameda Cauaxi, 293 | Ed. Alpha Green Alphaville Barueri/SP | 06454-020 (11) 4208-1600

*Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião da revista.

Entre joias, cultura, carros elétricos e liderança

Nossa região é privilegiada, reunindo num espaço único pessoas inspiradoras, que desafiam o tradicional e se impõem sobre de grandes corporações.

Como bons exemplos, temos a design de joias Cristiane Oliveira que levou a Isabel Oliveira Joias para o além mar. Com seu cuidado, dedicação e bom gosto apurado, levou a marca a ter lojas em Miami, Nova York, Paris e, mais recentemente, em Riad, na Arábia Saudita, onde é a única marca brasileira de joias no país árabe. Daqui de Alphaville, ela teve reconhecimento internacional e conquistando prêmios no The Unique Show, um dos eventos mais prestigiados no segmento de joias, e que acontece em Mônaco. Foram nada menos que três merecidos prêmios, reforçando a delicadeza, beleza e cuidado em cada peça produzida.

Além de joias, Alphaville também se destaca na área da saúde, com renomados hospitais, que utilizam equipamentos de última geração, médicos especialistas nas mais diversas áreas e laboratórios. Para completar temos duas faculdades de medicina aqui mesmo.

E como não falar de nosso colunista Carlos Alberto Júlio, experiente executivo com formação internacional, palestrante e muita experiência como CEO e membro de diversos conselhos empresariais. Quem também chega para nosso time de colunistas, o economista Ricardo Amorim, ganhador dos Prêmio iBest nas áreas de Negócios e Cidadania. Ele foi um dos apresentadores do programa Manhattan Connection, da GloboNews.

Na área do empreendedorismo, conversamos com Flávio Figueiredo Assis, morador de Barueri e fundador e CEO da Lecar, uma montadora de carros totalmente nacional com sede aqui mesmo em Alphaville, que em breve vai apresentar seus carros ao mercado. São carros com alta tecnologia, híbridos e elétricos e que prometem afrontar a invasão de modelos que chegaram recentemente às nossas ruas.

Para relaxar, um passeio pelo MASP - Museu de Arte de São Paulo - que reúne em seu prédio mais de 11 mil obras, e está em exposição permanente, e uma passagem por uma galeria das mais tradicionais da região. Boa leitura.

Ricardo Amorim

Ricardo Amorim é economista, empreendedor, comentarista, palestrante e influenciador digital brasileiro. Graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e com pós-graduação em Administração e Finanças Internacionais pela ESSEC Business School, em Paris. Foi apresentador do programa Manhattan Connection, na GloboNews, e eleito pela revista Forbes como um dos “100 mais influentes brasileiros”.

@ricamorim

William Waack

William Waack é jornalista e apresentador do programa WW, da CNN Brasil. Ao longo de sua carreira, atuou em veículos como O Estado de S. Paulo, Revista Veja, TV Cultura e Rede Globo.

@CNNbrasil

Leandro Karnal

Leandro Karnal é historiador, escritor, membro da Academia Paulista de Letras, autor de ‘A Coragem da Esperança’, entre outros.

@leandro_karnal

Carlos Alberto Júlio

Carlos Alberto Júlio é um executivo experiente, professor, autor e palestrante de destaque no cenário corporativo brasileiro. Tem sólida formação internacional e extensa experiência como CEO e conselheiro.

@profcarlosjulio

Alex Agostini

Alex Agostini é economista com extensão pela USP e MBA em Gestão Estratégia e Econômica de Negócios pela FGV-SP, professor universitário e economista-chefe na Austin Rating.

@alexagostini1103

Fernando Barra

Fernando Barra é especialista em tecnologia e inovação, professor palestrante, fundador da Skillplace.com.br e autor do livro Meu Emprego Sumiu.

@ofernando.barra

João Branco

João Branco é professor e autor do Desmarquetize-se. Ex-VP Marketing McDonald’s, eleito o profissional de Marketing mais admirado do Brasil e top 10 melhores CMOs pela Forbes.

@falajoaobranco

Briefing

O resumo de notícias que conecta você ao mercado

NORWEGIAN AQUA, A ARTE DE NAVEGAR

>> Norwegian Aqua, da frota da NCL, é um convite para redescobrir o prazer de estar a bordo, com áreas comuns amplas e acomodações ainda mais aconchegantes, com o brilho do sol refletindo nas águas cristalinas do Caribe.

O navio visionário, que ressignifica o conceito de cruzeiro ao oferecer 10% mais espaço por passageiro — e isso faz toda a diferença quando falamos em conforto, bem-estar e liberdade de movimento, tem capacidade para aproximadamente 3 mil viajantes.

Seja em família, a dois ou entre amigos, o Norwegian Aqua entrega experiências sob medida para todos os perfis de viajantes. Os espaços ao ar livre são tão generosos quanto os de um resort cinco estrelas, a culinária rivaliza com os melhores restaurantes internacionais e as atrações esportivas e noturnas garantem memórias inesquecíveis.

Este é um navio feito para quem busca mais do que destinos – para quem valoriza cada instante da jornada.

Foto: Divulgação

H&M

DESEMBARCA EM SÃO

PAULO COM DUAS LOJAS

NOVO TALK

``CONVERSA CARA´´ MERGULHA EM TRAJETÓRIAS INSPIRADORAS

>> Em agosto, os empresários e moradores de Alphaville, Rodrigo Righetti e Moses Fliter, lançaram o talk “Conversa Cara”, uma série audiovisual que explora histórias, aprendizados e visões de futuro de brasileiros que fizeram, e seguem fazendo, o Brasil acontecer. “Vamos entrevistar pessoas maduras, com muita experiência, que construíram sua trajetória com esforço, não nasceram no digital”, explica Moses. Righetti completa: “Uma conversa de 30 minutos com a pessoa certa, no assunto certo, pode transformar vidas, e é isso que queremos proporcionar com o Conversa Cara”. A série está disponível no YouTube.

>> A varejista de moda sueca H&M acaba de desembarcar oficialmente no Brasil com a inauguração de suas duas primeiras lojas em São Paulo. A rede abriu uma unidade de cerca de mil metros quadrados no Shopping Iguatemi e outra no Shopping Anália Franco, na zona leste da capital. As lojas oferecem uma seleção de moda feminina, acessórios e underwear. Já estão previstas novas inaugurações em São Paulo, no Morumbi Shopping e no Shopping Parque Dom Pedro, em Campinas, ainda sem data confirmada.

LEXUS INAUGURA UNIDADE EM ALPHAVILLE

>> A Lexus inaugurou uma unidade em Alphaville. Com o conceito de luxo automotivo, a concessionária fica na Avenida Tucunaré, 790. De acordo com a empresa, “Alphaville, com sua atmosfera cosmopolita e público refinado, revelou-se o cenário perfeito para esta celebração da sofisticação.

A nova concessionária não apenas marca a presença física da marca na região, mas convida para fazer parte de um universo onde cada jornada é uma obra de arte”. A Lexus Alphaville integra o portfólio empresarial de concessionárias da Automob, o maior grupo de concessionárias do Brasil.

NLS INCORPORADORA ANUNCIA ALINE MANZOLI NERI COMO NOVA DIRETORA DE MARKETING E VENDAS

>> A NLS Incorporadora anuncia a chegada de Aline Manzoli Neri para assumir o cargo de diretora de marketing e vendas. Formada em Publicidade e Propaganda, Aline possui mais de 15 anos de experiência no setor imobiliário, com forte atuação na região de Alphaville, um dos mercados mais relevantes do país. Ao longo de sua carreira, liderou estratégias integradas de marketing, posicionamento de marca e estruturação imobiliária, com participação ativa no desenvolvimento de produto e no apoio direto às operações comerciais. Sua trajetória é marcada por entregas consistentes em empresas reconhecidas por sua solidez e tradição no mercado.

Foto:

SÃO PAULO BOAT SHOW, MAIOR EVENTO NÁUTICO DA AMÉRICA LATINA

NOVA OPÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NO SHOPPING TAMBORÉ

>> A Néctar, referência em alimentação natural, vai inaugurar duas unidades no Shopping Tamboré (Avenida Piracema, 669): uma no Taste Lab e outra na Alameda Gourmet. Com um cardápio leve e nutritivo, composto por saladas, wraps, pokes e opções veganas, a marca prioriza ingredientes naturais, livres de conservantes e ultraprocessados. “A chegada do Néctar reforça nosso compromisso em proporcionar experiências gastronômicas diversificadas, alinhadas aos novos hábitos de consumo e ao crescente interesse por qualidade de vida”, afirma Rodrigo Galo, superintendente do Shopping Tamboré.

>> A 28ª edição do evento, que acontece entre os dias 18 a 23 de setembro, terá lançamentos de novos modelos, experiências e destinos de navegação. O evento terá estandes com e embarcações para todos os perfis, com modelos a partir de 17 pés. Os principais nomes da náutica nacional e mundial estão confirmados, com estandes com tamanhos que impressionam, alguns com 1.300 m², o equivalente a 13 apartamentos de 100 m² ou a cerca de cinco quadras de tênis.

SERVIÇO

28ª São Paulo Boat Show 2025

Quando: De 18 a 23 de setembro

Onde: São Paulo Expo | Exhibition & Convention CenterRodovia dos Imigrantes, km 1,5 - Vila Água Funda, São Paulo - SP

Quanto: R$ 110

ECONOMISTA DE PESO

>> Com a chegada do economista Ricardo Amorim, a revista efe. reforça seu time de colaboradores. Palestrante e comentarista de economia e finanças, ele ficou conhecido por suas análises sobre mercados financeiros, macroeconomia e tendências econômicas globais. Participa de programas de TV e rádio, escreve artigos e mantém presença ativa em redes sociais comentando sobre economia e investimentos. Também é autor de diversos livros voltados para economia e desenvolvimento econômico.

Foto: Divulgação Boat Show
Foto: Mayara Goulart
Foto: Divulgação

MILLEI USOU A TESOURA.

O BRASIL AINDA PROCURA A FITA MÉTRICA

AArgentina acaba de dar um passo ousado e corajoso. O presidente Javier Millei anunciou o corte permanente de vários impostos cobrados dos exportadores. Para os argentinos, uma vitória. Para o Brasil, um alerta vermelho.

Setores como aves, carnes bovinas e soja — onde Brasil e Argentina competem diretamente — serão impactados imediatamente. Com produtos argentinos chegando ao mercado internacional mais baratos, os exportadores brasileiros terão que enfrentar uma concorrência mais agressiva, exatamente no mesmo momento em que já sentirão os impactos negativos do tarifaço americano. Em resumo, a Argentina estará mais competitiva – o que ajudará sua economia a gerar mais empregos e a pagar melhores salários – e o Brasil menos.

A questão central é como a Argentina conseguiu abrir mão de arrecadação pública. A resposta é simples: um corte brutal de gastos públicos anterior permitiu que o governo argentino pudesse abrir mão dessas receitas agora.

Foi essa decisão do governo argentino que permitiu:

• Reduzir a carga tributária sobre quem produz e exporta,

• Por consequência, atrair mais investimentos e aumentar a confiança internacional,

• O que, por sua vez, impulsionou o crescimento econômico e vem reduzindo significativamente a taxa de pobreza, que tinha atingido níveis recordes no país vizinho.

Ou seja, para poder reduzir os impostos sem desequilibrar as contas públicas, o governo argentino atacou a raiz do problema: o excesso de gastos públicos que pesavam sobre a economia argentina e continuam a pesar sobre a economia brasileira.

Enquanto isso, no Brasil, seguimos pelo caminho oposto. Desde o Plano Real, todos os presidentes brasileiros - com exceção da breve passagem de Michel Temer - aumentaram os gastos públicos em relação ao tamanho da economia brasileira. Com isso, a dívida pública mais do que dobrou como proporção do PIB, consumindo cada vez mais recursos para

pagamento de juros, o que faz com que a taxa de juros no Brasil seja muito mais alta do que no resto do mundo. Assim, nossa máquina pública ineficiente e extremamente custosa, consome cada vez mais recursos, exigindo impostos elevadíssimos para ser sustentada. O resultado?

• Inflação e taxa de juros estruturalmente mais altas.

• Crescimento econômico medíocre.

• Menos empregos e salários menores. A lição que vem da Argentina é clara: reduzir gastos públicos não é uma pauta ideológica, mas uma condição para o crescimento sustentável e a melhora da qualidade de vida dos brasileiros, independentemente de preferências ideológicas ou políticas. Sem isso, o Brasil continuará refém de um Estado caro e ineficiente, que corrói oportunidades para os brasileiros. O vizinho está mudando — rapidamente. A pergunta que fica é: quanto mais mercado, riqueza e qualidade de vida precisaremos perder antes de, finalmente, tomarmos a decisão de colocar o país em uma rota de crescimento e riqueza, como os argentinos fizeram?

A l ameda Madeir a 162 Edifí cio Quebec Al p h aville (11) 4191 6885 @florensea lphaville

O VENCEDOR

Não está claro se Donald Trump quer apenas ajudar Bolsonaro a escapar da cadeia ou derrubar o governo de Lula. Ou se ele acredita que um levaria ao outro. Mas está claroe as informações de bastidores confirmam - que ele está disposto a escalar as ações contra o Brasil.

Diante dessa inédita crise nas relações centenárias entre os dois países, para todos os efeitos, o presidente brasileiro desistiu de negociar o lado político. Não há caminho possível neste momento para entendimentos “técnicos” (leia-se comércio e tarifas) por conta da questão política, mas Lula acha que nem vale a pena tentar.

Foi procurar no Brics um bloco que não existe. É claro no momento que Trump está fazendo uma escolha pelo Brasil - empurrando o país para o lado da China. No fundo está acontecendo exatamente o que deveria ser evitado, mas Lula está confortá-

vel com o tipo de situação, pois no fundo acredita que o “Sul Global” está do “lado certo” da História.

Chegou a louvar a possibilidade de “autossuficiência” do Sul Global, uma afirmação que expressa apenas a profunda ignorância do presidente brasileiro em relação a como funciona o mundo moderno. Não existe autossuficiência em parte alguma e Xi Jinping poderia ter lembrado o presidente brasileiro disso. Preferiu gastar com Lula palavras protocolares de pouco significado prático para um país, como o Brasil, que descobriu que nadava pelado quando a maré baixou.

Mas esse é apenas o primeiro autoengano. Um segundo autoengano tem a ver com o fato de que Lula parece mesmo convencido de que o esforço de Bolsonaro para escapar da cadeia com a ajuda de uma potência estrangeira, não importa quanto o país saia prejudicado, seria uma “virada do jogo”.

Não é. Os dados de pesquisas diversas indicam que o dano de popularidade sofrido pelo presidente tem fatores estruturais de longo prazo. Não há dúvidas de que Trump, querendo salvar Bolsonaro, está na prática ajudando Lula - que está desperdiçando essa vantagem pela incapacidade de, mais uma vez, formar uma aliança de amplo espectro.

Lula prossegue confiando nas armas de sempre, um tipo de assistencialismo agora costurado na medida para grupos sociais diversos, e o ar de “estadista” que Trump e Bolsonaro lhe emprestaram. Ignorando profundas transformações sociais exatamente nas áreas que sempre o garantiram: Nordeste e periferias das grandes cidades. Assim, não é difícil entender na postura do governo a falta de um sentido de urgência diante dos danos econômicos e geopolíticos que o país está sofrendo. Lula acha que está ganhando.

MATRÍCULAS ABERTAS

Um futuro brilhante começa com um primeiro passo.

Descubra aqui.

O FUTURO JÁ EXISTE!

Muita gente fala do futuro como se fosse algo distante. Um lugar onde tudo será diferente, automatizado, digital, eficiente. Mas a verdade é que o futuro — ao menos parte dele — já existe, em algum lugar do mundo. Ele só não está igualmente distribuído.

Quer um exemplo? O futuro da logística já acontece hoje na China, com armazéns operados por robôs, entregas com drones e rastreamento em tempo real. O futuro dos serviços públicos está em plena operação na Estônia, onde 99% das interações do cidadão com o Estado são digitais — incluindo eleições. Em Israel, o futuro dos aplicativos, da cibersegurança e da inteligência artificial pulsa nos corredo-

res de startups e centros de pesquisa. Já no Vale do Silício, a cultura digital que molda o mundo inteiro é vivida com intensidade, em ritmo de inovação contínua.

Mas esse fenômeno não é novo. Nos séculos XIV e XV, quem quisesse aprender a navegar pelos oceanos e desbravar o mundo precisava ir a Portugal ou à Espanha. Era lá que a tecnologia náutica mais avançada estava. Era lá que o futuro da navegação acontecia.

Então, fica a pergunta: onde está acontecendo o futuro do seu setor hoje? Qual país, qual empresa, qual laboratório está experimentando hoje o que o seu mercado verá daqui a cinco ou dez anos?

Meu amigo Fabio Neto costuma pontuar essa dinâmica e entendimento sobre

passado, presente e futuro, com um exemplo arrasador. “Nenhum lugar do mundo se abre mais farmácias que no Brasil, em nenhum lugar se fecha tantas farmácias como nos Estados Unidos e na China não há mais farmácias.” Quem está onde na linha do tempo?

Mais do que prever o futuro, trata-se de identificá-lo antes dos outros. Ir até ele, aprender com quem já vive essa realidade, adaptar à sua cultura e ser o primeiro a aplicar. Pode ser esse o caminho para merecer os rótulos tão desejados de “inovador” — ou até mesmo de “disruptor” — no seu segmento.

Porque o futuro, meu caro leitor, não é um destino distante. É um lugar real. E já começou.

Prepare-se para um fim de semana inesquecível com sua família. Sabores incríveis, música boa e diversão garantida para todas as idades.

a partir das 10h

Grandes parceiros e atrações já confirmaram presença. e muito mais.

O LUXO SERVIDO À MESA

Nos últimos anos, grandes marcas têm investido em espaços pelo mundo que oferecem alta gastronomia e experiências ao consumidor

Por Beatriz Bononi

Prada Caffè em Londres, Dior Café em Paris, The Blue Box Cafe da Tiffany & Co. em Nova York, Le Café V da Louis Vuitton em Tóquio, Bvlgari Il Café em Osaka, também no Japão, e Le Café Lacoste em Mônaco. Esses são apenas alguns exemplos de marcas que têm investido, nos últimos anos, em espaços que unem luxo e alta gastronomia.

Esse movimento tem crescido nos últimos três anos e busca expandir a experiência das marcas e criar conexões emocionais com os consumidores. Prova disso é a marca francesa Lacoste, que inaugurou recentemente o Le Café Lacoste em Monte Carlo, Mônaco, local que oferece uma imersão no estilo da marca, com design refinado, menu elaborado e toques que refletem sua identidade francesa.

No Prada Caffè, por exemplo, o ambiente revisita os elementos visuais característicos da grife, em que cada detalhe - da decoração e do cardápio à louça e à atmosfera - reflete a linguagem, a abordagem e a forma distinta da Prada de enxergar o mundo.

Já no The Blue Box Cafe, da Tiffany & Co., que inaugurou uma flagship no Shopping Iguatemi, em São Paulo, neste ano, os clientes puderam desfrutar de uma experiência gastronômica única em um espaço elegante, inspirado na rica herança da Tiffany e projetado por Humberto Campana, que combinava arte, o icônico Tiffany Blue e um toque de tropicalidade.

Segundo Patricia Diniz, especialista em mercado de luxo e professora da ESPM, no mundo atual, o luxo vai muito além de

produtos físicos e passou a oferecer um estilo de vida completo. Ela destaca que esses espaços imersivos permitem ao cliente vivenciar a essência da marca, mesmo sem adquirir itens de alto valor.

“É uma estratégia de duas frentes: para o público aspiracional, cria uma porta de entrada acessível para o universo da marca. Já para os clientes de meio e topo da pirâmide do luxo, fortalece o relacionamento por meio de novas experiências que reforçam a lealdade e ampliam o engajamento. Em ambos os casos, vivências em momentos de lazer ampliam a conexão emocional e o recall da marca”, explica.

SEGUNDO PATRICIA DINIZ, NO MUNDO ATUAL, O LUXO

VAI MUITO ALÉM DE PRODUTOS FÍSICOS E PASSOU A OFERECER UM ESTILO DE VIDA COMPLETO

PEQUENOS LUXOS

Ainda de acordo com a especialista, o setor de alimentos e bebidas lidera globalmente as categorias de “pequenos luxos” ou splurge spending, sendo o mais citado por consumidores quando decidem se presentear, e enfatiza que, no Brasil, há espaço para esse modelo crescer.

“O Brasil combina uma cultura fortemente ligada ao café, às experiências e à socialização, com um mercado de luxo em expansão. Além disso, o país é produtor de cafés especiais reconhecidos mundialmente, permitindo narrativas autênticas de origem e terroir, elementos valorizados pelo consumidor de luxo”, finaliza.

Neste ano, foi inaugurada uma flagship do The Blue Box Cafe, da Tiffany & Co., em SP, trazendo uma experiência gastronômica única para os clientes

MARKETING BOM NÃO TERMINA NO ``LIKE´´

“Metade do meu investimento em publicidade é jogado fora; o problema é que não sei qual metade.” Essa frase é de John Wanamaker, um varejista do início do século 20 que já entendia o dilema de todo profissional de marketing: investir sem ter certeza do retorno. Por muito tempo, a gente repetiu isso como se fosse uma piada inevitável. Mas o mundo digital finalmente começou a quebrar essa frase ao meio. Hoje não existe mais desculpa para não saber qual metade do seu investimento é eficaz. Quem ainda não quer ver isso está pagando para não aprender. O marketing, durante décadas, ficou viciado em se contentar com aplausos. É o

comercial bonito que ganha prêmio, o vídeo que viraliza, o post que vira assunto na mesa do jantar. Tudo isso é ótimo, mas quem paga a conta no final não é o like. É o cliente que compra, recompra e recomenda. E isso não acontece por mágica. Acontece quando a gente tem coragem de olhar a jornada inteira, sem pular etapa nem esconder as barreiras. Não é apenas um desenho para apresentação de PowerPoint. Quem não gere bem as suas campanhas faz como uma cidade que coloca um grande esforço para atrair turistas, mas não tem hotéis nem placas nas ruas. Eles se perdem e vão embora. Vivemos uma época em que conseguimos medir quase tudo. Dá trabalho? Dá. Mas quem disse que fazer marketing bem-

-feito era fácil? E, fazendo da forma certa, talvez dê menos trabalho do que parece.

Rastrear é respeitar o investimento de marketing. É tratar o cliente como pessoa e não como multidão, é parar de disparar mensagem genérica pra quem não quer ouvir. O marketing que mede, ouve e melhora. E o marketing que melhora, faz mais diferença. No fim das contas, marketing bom não é o que faz barulho na bolha da equipe. É o que vai além dos likes e gera resultado de verdade. Na próxima vez que alguém repetir a frase do Wanamaker na sua frente, você pode até sorrir, mas devolva com uma provocação: em 1900 era verdade. Em 2025 é preguiça.

Com Alex Agostini

MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, A VEZ DAS PME

Por muitos anos, as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) sofreram com baixo nível de acesso ao crédito para fomentar sua expansão produtiva. Por um lado, havia baixo nível de governança dessas empresas devido a própria dinâmica burocrática do país e, por outro lado, estavam as rígidas exigências das instituições bancárias na concessão de crédito que, em geral, adotavam a linha mais conservadora: menos recursos, prazos curtos e juros elevados, justificando que os riscos associados a essas empresas eram maiores em relação às empresas de grande porte.

Porém, a partir do início dos anos 2000, essas condições de crédito às PMEs começaram a mudar com as transformações no mercado de capitais nacional a partir do surgimento de novos instrumentos de captação de recursos de renda fixa e regulação dos atores deste mercado. As agências de classificação de risco de crédito, como a Austin Rating, passaram a ser reguladas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) via Instrução 521 de 25 de abril de 2012, que foi atualizada pelas Instruções 605/2019 e 609/2019, e revogada

pela Instrução nº 9/2020, fortalecendo a transparência e confiança de investidores e tomadores de recursos.

Nesse processo de modernização das regras do mercado de capitais, as PMEs têm sido as mais beneficiadas e descobriram que uma dose de governança (ex: balanços publicados e auditados) passou a acessar recursos financeiros em maiores volumes, menores taxas de juros e prazos mais longos para pagamentos. Fatores esses que impulsionam a expansão produtiva e melhoram os indicadores de lucratividade, estrutura de capital e capacidade de pagamento.

Na esteira desse processo de modernização, a CVM determinou a entrada em vigor, no dia 02/out/2023, a Instrução nº 175 como um novo marco regulatório para os fundos de investimentos que, além de trazer mais eficiência, transparência, menores custos de captações e segurança jurídica, também permitiu que os investidores de varejo passassem a investir em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e outras alternativas de renda fixa que antes estavam disponíveis somente para investidores qualificados, que são pessoas físicas

e jurídicas com certificações específicas e patrimônio de investimento acima de R$ 1,0 milhão. Ou seja, abriu-se um oceano de possibilidades de captações para as PMEs a partir da estruturação de fundos de investimentos por parte das gestoras de recursos.

As instituições financeiras, mais especificamente os bancos, já estão se adaptando ao desenvolvimento mais acelerado do mercado de capitais no Brasil, já que os canais tradicionais de financiamento bancário serão, em parte, substituídos pelas emissões de títulos privados de médio e longo prazos, como Debêntures, FIDCs, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), FIAGROs (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais), entre outros.

É importante destacar que o mercado de capitais foi a principal fonte de financiamento do crescimento e desenvolvimento econômico dos países centrais como Estados Unidos, Japão, Inglaterra, e seu início ocorreu no século 16 com a fundação da bolsa de Frankfurt, na Alemanha. Ou seja, por essa referência, são mais de 400 anos de atraso da economia brasileira no fomento à sua capacidade de expansão produtiva.

Medicina e Saúde

ALPHAVILLE, O NOVO HUB DE SAÚDE DE ALTA QUALIDADE FORA DA CAPITAL

Para especialistas, a instalação de clínicas, laboratórios, hospitais e consultórios é reflexo da maturidade econômica e da demanda por atendimento de alto padrão

Alphaville, o novo “hub” de saúde de alta qualidade fora da capital.

É assim que o bairro vem sendo reconhecido por grandes nomes do setor. Hoje, a região abriga hospitais de referência, como São Luiz, Nove de Julho e Hospital Albert Einstein, além de laboratórios renomados, entre eles, Delboni Auriemo, Fleury Medicina e Saúde e a+ Medicina Diagnóstica.

Para Tarcísio Ablit, diretor-geral do São Luiz Alphaville, a inauguração da unidade, no fim de 2024, desempenha papel essencial nessa consolidação, sobretudo por atender diferentes perfis de pacientes.

“Em uma região que se encontra em ampla expansão e desenvolvimento, Alphaville carecia de uma estrutura de saúde

hospitalar com capacidade e resolutividade para atender todos os níveis de complexi dade. O Hospital São Luiz Alphaville fora concebido para suprir não somente esta la cuna de mercado, mas principalmente, para contribuir com o desenvolvimento da re gião, trazendo a alta tecnologia em saúde e maior segurança assistencial aos residentes e aos que trabalham aqui”, explica.

O Grupo Fleury, por sua vez, está pre sente desde 2011, e hoje conta com qua tro unidades em Alphaville: uma da marca Fleury Medicina e Saúde, uma da Vita Orto pedia e Fisioterapia e duas da a+ Medicina Diagnóstica. Segundo João Paulo Maramal do, gerente sênior de Operações e Negócios do Fleury Medicina e Saúde, a escolha da região foi estratégica.

“EM UMA REGIÃO QUE SE ENCONTRA EM AMPLA EXPANSÃO E DESENVOLVIMENTO, ALPHAVILLE CARECIA DE UMA ESTRUTURA DE SAÚDE HOSPITALAR COM CAPACIDADE E RESOLUTIVIDADE PARA ATENDER TODOS OS NÍVEIS DE COMPLEXIDADE. O HOSPITAL SÃO LUIZ ALPHAVILLE FORA CONCEBIDO PARA SUPRIR NÃO SOMENTE ESTA LACUNA DE MERCADO, MAS PRINCIPALMENTE, PARA CONTRIBUIR COM O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO”.

Tarcísio Ablit, diretor-geral do São Luiz Alphaville

Hoje, a região abriga hospitais de referência, como São Luiz, além de laboratórios renomados, entre eles, Delboni Auriemo, Fleury

Medicina e Saúde e a+

Medicina Diagnóstica

“Alphaville reúne características que a tornam especialmente atrativa para grandes nomes da saúde, desde o perfil socioeconômico e demográfico da população, crescimento e consolidação como polo empresarial e residencial, até infraestrutura e acessibilidade. Essa combinação cria um ambiente muito favorável para a oferta de soluções de saúde de ponta”, aponta.

Na mesma linha, Fernanda Fares, diretora de Operações e Negócios da Dasa — grupo ao qual o Delboni pertence —, ressalta que a marca desempenha papel estratégico no fortalecimento de Alphaville como polo de saúde, oferecendo um portfólio completo de exames e especialidades aliado a tecnologias de ponta e protocolos clínicos rigorosos.

“A presença da marca na região amplia o acesso dos moradores e empresas locais a serviços de medicina diagnóstica de alta qualidade, com foco no atendimento acolhedor e na precisão dos resultados. O Delboni está presente em Alphaville há décadas, acompanhando o crescimento da região e a demanda por serviços de saúde de alto padrão. O perfil socioeconômico, a concentração de empresas e a busca da população local por conveniência e qualidade foram fatores decisivos para a instalação da marca”.

HUB PARA CHAMAR DE NOSSO

Quando questionados sobre Alphaville estar se consolidando como um novo “hub” de saúde fora da capital, os entrevistados foram unânimes ao reconhecer essa transformação. Para João Paulo, a instalação de clínicas, laboratórios, centros de diagnóstico, hospitais e consultórios especializados reflete a maturidade econômica da região e a crescente demanda por atendimento de excelência.

“Esse movimento cria um ecossistema de saúde robusto, capaz de oferecer aos moradores e empresas locais uma rede de serviços de excelência. Para o Grupo Fleury, essa tendência reforça a importância de estarmos presentes, contribuindo com nosso know-how, tecnologia, cuidado e experiência para consolidar Alphaville como referência em saúde de excelência”.

Fotos:
Divulgação

“O DELBONI ESTÁ PRESENTE EM ALPHAVILLE HÁ DÉCADAS, ACOMPANHANDO O CRESCIMENTO DA REGIÃO E A DEMANDA POR SERVIÇOS DE SAÚDE DE ALTO PADRÃO. O PERFIL SOCIOECONÔMICO, A CONCENTRAÇÃO DE EMPRESAS E A BUSCA DA POPULAÇÃO LOCAL POR CONVENIÊNCIA E QUALIDADE FORAM FATORES DECISIVOS PARA A INSTALAÇÃO DA MARCA”. Fernanda Fares, diretora de Operações e Negócios da Dasa

ALÉM DOS GRANDES HOSPITAIS E LABORATÓRIOS, ALPHAVILLE TAMBÉM CONCENTRA INSTITUIÇÕES MÉDICAS DE PESO

Tarcísio observa que esse fenômeno já é vivido no dia a dia, com médicos e pacientes vindos de diversas localidades, especialmente das macrorregiões de Sorocaba e Jundiaí.

“Os médicos buscam uma estrutura hospitalar que proporciona recursos modernos de diagnóstico e de tratamento, com segurança e resultados assistenciais nos mesmos níveis dos mais modernos hospitais do mundo. Já os pacientes nos procuram pela condição de diagnosticar e tratar todas as doenças, independentemente da complexidade destas, realizando seu tratamento em um ambiente confortável, acolhedor e seguro.”

Fernanda complementa que a região não apenas atrai marcas de referência, mas também investe continuamente em serviços que unem tecnologia, infraestrutura e excelência médica.

“A presença do Delboni reforça esse movimento, levando para mais perto dos pacientes um padrão de qualidade equivalente ao encontrado nos principais centros da capital, mas com a conveniência de um atendimento próximo e personalizado”.

“ALPHAVILLE REÚNE CARACTERÍSTICAS QUE A TORNAM ESPECIALMENTE ATRATIVA PARA GRANDES NOMES DA SAÚDE, DESDE O PERFIL SOCIOECONÔMICO E DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO, CRESCIMENTO E CONSOLIDAÇÃO COMO POLO EMPRESARIAL E RESIDENCIAL, ATÉ INFRAESTRUTURA E ACESSIBILIDADE”.

João Paulo Maramaldo, gerente sênior de Operações e Negócios do Fleury Medicina e Saúde

Grandes nomes por aqui

HOSPITAL UNIC

Estrutura completa para cirurgias eletivas

Av. Andrômeda, 900 hospitalunic.com.br CEMA

TECNOLOGIA DE PONTA

A tecnologia de última geração também está presente nos hospitais da região. No Hospital São Luiz Alphaville, por exemplo, além das salas com infraestrutura completa, os pacientes contam com equipamentos modernos. Entre eles está o robô cirúrgico Da Vinci X, adquirido no primeiro semestre deste ano, que amplia o acesso a procedimentos minimamente invasivos na Região Metropolitana de São Paulo.

Trata-se de um equipamento de alta precisão, operado remotamente pelo cirurgião a partir de um console equipado com câmera 3D de alta definição, que controla os braços robóticos com extrema exatidão. Entre as principais vantagens do sistema estão a eliminação de tremores durante a operação e o aumento da segurança da intervenção. Além disso, todos os profissionais envolvidos precisam passar por certificação específica para operar a tecnologia.

A expectativa é realizar cerca de 40 procedimentos robóticos por mês em diversas especialidades, como ginecologia, urologia, cirurgia geral, oncológica, cardíaca e vascular.

A primeira cirurgia realizada com o novo equipamento foi uma segmentectomia pulmonar, técnica indicada para a remoção de parte do pulmão, geralmente utilizada no tratamento de cânceres iniciais ou doenças pulmonares localizadas, em abril deste ano.

Outros hospitais, clínicas e centros de referências são responsáveis por ampliar a oferta de saúde em Alphaville. Confira alguns a seguir:

NOVE DE JULHO

Centro médico, cirurgias, pronto-socorro e internação

Av. Cauaxi, 118 | h9j.com.br

Especializado em oftalmologia e otorrinolaringologia

Av. Piracema, 669 cemahospital.com.br

ONE DAY HOSPITAL

Hospital-dia moderno e equipado com tecnologia de última geração

Av. Copacabana, 113 | 30º andar onedayhospital.com.br

HOSPITAL ALBERT EINSTEIN

Pronto-atendimento 24h, consultas sem agendamento, exames, Centro de Infusão e reabilitação especializada

Av. Juruá, 706 | einstein.br

MEDICAL CARE

Clínica fundada em 1984 com diversas especialidades e exames

Al. Purus, 455 Calçada dos Gerânios, 02 medicalcarealphaville.com.br

MEDIC LIFE

Edifício com uma variedade de profissionais da saúde e serviços complementares

Av. Copacabana, 112 mediclifealphaville.com.br

Unip foi a primeira universidade do bairro a oferecer a formação superior na área

Por Michelle Trombelli e redação

CURSOS DE MEDICINA TRANSFORMAM CENÁRIO ACADÊMICO E DE SAÚDE EM ALPHAVILLE

Por muitos e muitos anos, quem desejava cursar Medicina vivendo em Alphaville precisava buscar alternativas fora da região. Isso começou a mudar em 2022, com a chegada da medicina da UNIP.

No quarto ano da graduação, a universidade prevê a formatura da primeira turma em 2027. A vice-reitora de Administração e Finanças, Claudia Meucci Andreatini, destaca o investimento constante para manter a qualidade do ensino.

“Só em 2025, investimos R$ 5 milhões em simuladores de última geração. Também fazemos questão de manter o número de alunos por preceptor baixo, para garantir o aprendizado individualizado e de excelência”, afirma. Em Alphaville, são 60 alunos por turma.

PARCERIAS COM REDE PÚBLICA

Para Alphaville e região, a chegada desse curso pode representar mais do que novas opções acadêmicas: significa também o fortalecimento do sistema de saúde regional e uma aposta no futuro.

“Temos outros cursos de saúde em Alphaville, como enfermagem e odontologia. O que procuramos fazer é que os alunos participem de atividades em conjunto com esses outros cursos. Mesmo alunos de medicina, quando começam no internato, têm condições de auxiliar mais diretamente a população”, conta a vice-reitora da UNIP.

MACKENZIE

A Universidade Presbiteriana Mackenzie também passou a oferecer o curso de medicina. A instituição abriu a primeira turma, no campus Tamboré, em 2024.

queremos formar o profissional que a população brasileira precisa: ético, empático, comprometido com o SUS, com a comunidade. Por isso, além da prova cognitiva, fizemos uma segunda fase no vestibular para avaliar o perfil psicológico, a resiliência, o senso humanitário dos candidatos”, detalha. Os calouros do Mackenzie vão se formar em 2030. “A Medicina mudou completamente desde que eu me formei há 43 anos. Hoje tratamos doenças que antes eram sentenças de morte. Mas, mais do que isso, precisamos de médicos que saibam ouvir, que se importem. Esse é o nosso maior objetivo aqui”, finaliza o professor Sigisfredo Brenelli.

PRIMEIRA TURMA DA UNIP PEGA O CANUDO EM 2027, ENQUANTO OS CALOUROS

Entre as principais características do curso oferecido pela Unip está o método PBL (Problem-Based Learning), uso intensivo de tecnologia e forte integração com a rede pública de saúde da região.

A instituição também mantém parcerias com hospitais locais para estágio e residência médica, oferecendo especializações em clínica médica e pediatria desde 2024.

De acordo com coordenador Sigisfredo Luís Brenelli, o curso foi aprovado em setembro do ano passado e, em fevereiro deste ano, chegou a 60 alunos em sala. Ele destaca ainda que o projeto pedagógico traz diferenciais que vão além da excelência técnica, com foco na formação humanista.

“É um curso novo, mas construído com a seriedade e a tradição do Mackenzie. Nós

Só em 2025, a UNIP investiu R$ 5 milhões em simuladores de última geração. Os alunos contam, por exemplo, com bonecos simuladores e tela interativa
Alunos Medicina Rio Pardo

18 DO FORTE:

VALORIZAÇÃO CONTÍNUA IMPULSIONA LANÇAMENTOS E ATRAI INVESTIDORES

Infraestrutura, localização, além do equilíbrio entre vida residencial e corporativa tornam a região cada vez mais atrativa

Infraestrutura consolidada, localização estratégica e equilíbrio entre uso residencial e corporativo são, segundo grandes incorporadoras e especialistas de Alphaville, os principais fatores que tornam o 18 do Forte uma das áreas mais valorizadas da região. Essa combinação tem atraído empreendimentos de médio e alto padrão, acompanhando a crescente demanda por qualidade de vida, segurança e conveniência.

A NLS Incorporadora, que enxerga o 18 do Forte como uma região estratégica, prepara para o fim deste ano o lançamento do Ryo Copacabana. Para a empresa, a valorização está diretamente ligada ao conjunto de atributos que diferenciam o bairro.

“O 18 do Forte tornou-se uma área nobre e um polo gastronômico com boas opções de restaurantes, compras e um complexo de saúde com muitas clínicas, hospitais e academias de ginástica. A localização é estratégica, pois é um dos pontos mais próximos da entrada de Alphaville, com fácil acesso aos demais polos de expansão do bairro e saída para a Castello Branco. Essas qualidades contribuem para elevar o padrão dos imóveis”, afirma a incorporadora.

Marcelo Moralles, sócio-diretor da UpGrade Imóveis, destaca a transformação do 18 do Forte em um polo gastronômico.

“Eu faço uma brincadeira que é como se fosse a nossa Vila Madalena. Foi criando um novo núcleo de restaurantes, uma bossa. E hoje, de fato, é notório que é o bairro mais gastronômico de Alphaville. Além disso, o 18 é o bairro mais central de Alphaville, está no meio de tudo. E há um projeto futuro de interligação do Melville com a Av. Marcos Penteado”.

A MPD Engenharia, responsável por projetos como Level, Neo, Myrà e Atria, pontua que, além da infraestrutura existente, o perfil dos empreendimentos lançados também impulsiona a valorização. Segundo a empresa, projetos com design contemporâneo, tecnologia construtiva avançada, foco em sustentabilidade e plantas versáteis aumentam o potencial da região.

“No caso específico do 18 do Forte, a combinação de empreendimentos corporativos e residenciais de alto valor agregado cria um ecossistema dinâmico e equilibrado, capaz de atrair tanto empresas quanto famílias, potencializando a valorização de forma consistente”, explica Débora Bertini, Diretora de Incorporações e Vendas da MPD Engenharia.

Moralles acrescenta que projetos inovadores e ultramodernos têm impulsionado ainda mais a região. Entre eles está o Square Design Residence, da RSF Empreendimentos, que será lançado em breve. O projeto contará com apartamentos de 94 m² a 121 m² e lazer diferenciado.

“O Square Design, de fato, é um projeto em que nós queríamos criar algo diferente daquilo que o mercado já oferece. Nós queríamos trazer, na essência, referências internacionais de arquitetura, arte e design para criar algo inovador. Nós unimos os três elementos: uma obra de arte na frente do projeto, todo o design, desde o embasamento até a fachada, e a arquitetura arrojada. Essas características fazem com que, de fato, esse empreendimento esteja em um outro patamar no mercado”, aponta.

Para os próximos anos, as incorporadoras projetam um movimento contínuo de valorização para a região

PÚBLICO DO 18 DO FORTE

De acordo com Marcelo Moralles, sócio-diretor da UpGrade Imóveis, o perfil de quem busca moradia no 18 do Forte é bastante diverso, indo de investidores até a população flutuante.

“O investidor percebe que é um bairro com grande potencial de valorização e tem comprado muito. Há também o usuário final, entre eles, o morador de Alphaville que já conhece bem o 18 e reconhece o valor agregado da região. Além disso, existe o público flutuante, para quem a localização é ideal, seja para um short stay ou um long stay. É um bairro que abraça”, afirma.

A NLS reforça ainda que, após a pandemia, Alphaville atraiu muita atenção dos moradores de São Paulo, por ser uma região com segurança elevada, uma área de preservação significativa com boas opções de passeios ao ar livre.

“Acompanhando uma tendência mundial, as pessoas estão procurando morar próximas do local onde trabalham, valorizando a qualidade de vida da família em primeiro lugar. Com o aumento constante de empresas, Alphaville virou um atrativo para o mercado imobiliário e desperta tanto a atenção de moradores finais como de investidores, que contribuem para elevar as opções de locação na região”.

18 DO FORTE TEM ATRAÍDO EMPREENDIMENTOS DE MÉDIO

APARTAMENTOS

de 94 m² a 121 m²

E ALTO PADRÃO, ACOMPANHANDO A

DEMANDA POR QUALIDADE DE VIDA, SEGURANÇA E CONVENIÊNCIA

PERSPECTIVAS DE VALORIZAÇÃO

Para os próximos anos, as incorporadoras projetam um movimento contínuo de valorização para a região.

Mais de 10 itens de lazer e localização privilegiada rsf.com.br

“Nossa expectativa é de que a valorização se mantenha consistente nos próximos anos, impulsionada pela escassez de terrenos disponíveis, pelo interesse contínuo de investidores e pelo fortalecimento da economia local. A chegada de novos serviços, comércios e facilidades deve acompanhar esse movimento, reforçando ainda mais o potencial desses bairros”, enfatiza Débora Bertini. Lifestyle do 18 do Forte.

MPD: 43 ANOS DE EXCELÊNCIA

DE RESIDENCIAIS ICÔNICOS A HOSPITAIS E INFRAESTRUTURA, A MPD CELEBRA 43 ANOS CONSTRUINDO COM PROPÓSITO

Em meio a um Brasil em transformação, Mauro Piccolotto Dottori fundou a MPD Engenharia com o propósito de ir além da construção de edifícios, criando relações sólidas baseadas em confiança, transparência e excelência.

Desde os primeiros anos, Alphaville foi palco de projetos emblemáticos que ajudaram a consolidar a região como um dos endereços mais valorizados do país. Ao longo de mais de quatro décadas, a MPD se tornou referência no mercado, com um portfólio que vai de residenciais de alto padrão a obras corporativas, industriais, educacionais, hospitalares e de infraestrutura estratégica.

EXPANSÃO QUE REDEFINE HORIZONTES

Por décadas, Alphaville foi sinônimo da presença da

MPD, reunindo empreendimentos icônicos e abrigando sua sede. Mas a visão de futuro levou a construtora a explorar novos bairros de São Paulo e cidades vizinhas, unindo o DNA de qualidade e inovação às demandas de novos mercados.

GRANDES OBRAS, GRANDES HISTÓRIAS

Presente em sete estados e 45 cidades, a MPD deixou sua marca em hospitais, escolas, universidades e residenciais icônicos, contribuindo para qualidade de vida, educação e novos padrões de moradia.

MPD RUN

Para celebrar 43 anos, a MPD promoveu, em 24 de agosto, a MPD Run Alphaville, com corrida de 5 km, caminhada de 3

km e provas infantis, reunindo mais de 800 participantes no condomínio AlphaGran, palco dos empreendimentos Florà e Terrah. “A MPD Run é mais que uma corrida: é parte do legado que construímos, conectando nossa história à comunidade local e promovendo bem-estar e integração”, afirma Milton Meyer, Co-presidente.

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Na vanguarda da construção civil, a MPD adota tecnologias como Inteligência Artificial para otimizar processos e melhorar a experiência do cliente. Entre os avanços, estão a IARA – Inteligência Artificial de Rápido Atendimento, que agiliza respostas e qualifica leads, e a vistoria remota, reduzindo em 42% os deslocamentos técnicos.

LINHA DO TEMPO – 43 ANOS DE TRANSFORMAÇÃO

Fundada em 1982, a MPD construiu sua trajetória e identidade em Alphaville

O FUTURO: RUMO AOS 50

Com foco em inovação, sustentabilidade e desenvolvimento de pessoas, a MPD mira a próxima década mantendo a paixão que marcou seu início. “Construir é criar um legado que inspire as próximas gerações”, finaliza Mauro Dottori Co-presidente da empresa.

Edifício Amazônia, sede da MPD.
Da esquerda para a direita: Milton Meyer, Filipe Dottori, Mauro Dottori, Januário Dolores e Stefano Dottori.
Nova sede
Edifício Amazônia, Alphaville. Lançamento do Hub Construliving no CUBO Itaú.
Consolidação no setor industrial.
Primeiros projetos na saúde.
Nova identidade de marca.
Expansão
Paulo.

TERESA SIMÕES ARQUITETURA: QUATRO DÉCADAS DE EXPERIÊNCIA QUE NENHUM ALGORITMO SUBSTITUI

Em um cenário cada vez mais digitalizado, a inteligência artificial (IA) tem conquistado espaço em inúmeras profissões e a arquitetura não ficou de fora. Ferramentas que simulam ambientes, geram imagens e otimizam são essenciais para dar agilidade, simular cenários e otimizar tempo.

“Nosso escritório valoriza a tecnologia como suporte, mas jamais como substituta”

No entanto, por mais sofisticadas que sejam, essas tecnologias não substituem a sensibilidade e a inteligência humana. No escritório Teresa Simões Arquitetura, com mais de 40 anos de atuação, acreditamos que a essência de um bom projeto continua nas mãos de quem compreende pessoas, contextos e sonhos.

A IA é uma aliada, agiliza a visualização de ideias, permite testar possibilidades com mais rapidez e facilita a comunicação entre cliente e profissional. Mas é apenas uma ferramenta.

“O verdadeiro valor de um projeto bem-sucedido está na escuta ativa, no olhar atento e na experiência prática que orienta cada decisão. A arquitetura é, acima de tudo, uma tradução da vida de quem vai habitar o espaço — e isso requer empatia, repertório e intuição, atributos exclusivamente humanos”, destacou Teresa Simões.

Nosso escritório valoriza a tecnologia como suporte, mas jamais como substituta. Utilizamos recursos digitais para enriquecer a apresentação de projetos e explorar alternativas. No entanto, cada traço, cada escolha de material, cada orientação de luz e ventilação parte de um olhar treinado ao longo de décadas, com base em vivências reais e na constante evolução do conhecimento técnico e estético.

Projetar é compreender detalhes que um algoritmo não enxerga: a rotina de uma família, as necessidades específicas de um negócio, a memória afetiva de um cliente. É unir funcionalidade e beleza, respeitar normas e propor soluções criativas. E é justamente esse equilíbrio entre razão e emoção, técnica e sensibilidade, que torna a arquitetura verdadeiramente transformadora.

“Nós, acreditamos que o futuro está na integração entre inovação e tradição. Unimos o melhor da tecnologia com a expertise de quem construiu uma trajetória sólida e inspiradora. Porque mais do que entregar imagens bonitas, nosso compromisso é criar espaços que acolhem, inspiram e resistem ao tempo”, finalizou Teresa.

Teresa Simões, arquiteta com mais de 40 anos de experiência

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Rua Carlos Del Prete, 76 Sala 23 - Centro São Bernardo do Campo - SP (11) 4125-0929 e (11) 99627-3516 assistente@teresasimoes.com.br teresasimoes@teresasimoes.com.br www.teresasimoes.com.br @arq.teresasimoes

Projeto de residência em São José dos Campos. Imagem em destaque gerada com apoio da IA. Perspectiva menor produzida em programas convencionais

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INTELIGÊNCIA E SABEDORIA: A ESCOLHA QUE FAZ

TODA A DIFERENÇA!

Em um mundo onde a inteligência pode ser medida por algoritmos e simulações, a sabedoria segue sendo um território exclusivamente humano

Por muito tempo, admirei a inteligência. Era como um troféu silencioso que carregávamos no olhar, a capacidade de resolver problemas, dar respostas rápidas, impressionar em reuniões. Eu a via como uma lâmpada acesa no escuro. Mas foi só mais tarde que entendi que havia uma luz ainda mais importante: aquela que não apenas ilumina, mas aquece. A sabedoria.

A inteligência resolve. A sabedoria compreende. A inteligência calcula. A sabedoria pondera. A inteligência pode ser artificial. A sabedoria... essa é e sempre será humana.

Durante minha trajetória profissional, encontrei mentes brilhantes. Pessoas que dominavam algoritmos como quem respira. Sabiam códigos, fórmulas, estratégias. Mas, em muitos momentos, faltava algo. Faltava o silêncio antes da fala, a pausa antes da decisão. Faltava a escuta.

Inteligência é aquilo que você pode programar. Sabedoria é aquilo que você conquista. Não dá para ensinar sabedoria num curso de oito módulos. Não tem tutorial. Ela é feita de tropeços, de perdas, de noites mal dormidas. A sabedoria não está nos livros que você leu, mas nas páginas que você viveu.

A máquina aprende com dados. Nós aprendemos com dor. A máquina responde. Nós refletimos. A máquina repete padrões. Nós criamos sentido. E talvez seja isso que a sabedoria faz de melhor: transforma informação em transformação.

Um amigo médico, certa vez, recebeu um laudo feito por IA indicando o tratamento mais eficaz para um paciente em estágio terminal. Tecnicamente, a IA estava correta. Mas ele olhou nos olhos da esposa do paciente e percebeu: o que aquela família precisava não era da cura impossível, mas da dignidade no tempo restante. Ele escolheu desacelerar o protocolo para

permitir uma última viagem em família. Inteligente? Talvez não. Sábio? Sem dúvida. É aí que entra a diferença mais profunda. A inteligência nos dá velocidade, a sabedoria nos dá direção. A inteligência nos conecta a respostas, a sabedoria nos conecta a pessoas. A inteligência amplia nossa produtividade, a sabedoria amplia nossa humanidade.

Na pressa de nos tornarmos mais produtivos, mais assertivos, mais tecnológicos, podemos cair na armadilha de acreditar que inteligência basta. Mas inteligência sem sabedoria é como um carro veloz sem direção. Vai longe, mas pode não chegar a lugar nenhum.

Enquanto a inteligência artificial calcula, nós discernimos. Enquanto ela responde, nós refletimos. A verdadeira sabedoria nasce do silêncio entre os dados, daquele espaço onde valores, propósito e consciência se encontram.

Ela não vem da pressa, mas do temor, da escuta e da presença. E é justamente isso que nos mantém no controle, mesmo em meio à revolução tecnológica.

Porque, no fim das contas, a grande pergunta não é o quanto você sabe, mas o que você faz com aquilo que sabe e para quem! Sabedoria exige mais que conhecimento, exige consciência, profundidade, propósito!

Inteligência te mostra caminhos. Sabedoria te ajuda a escolher o melhor deles. Enquanto a inteligência artificial analisa, compara e sugere com base em padrões anteriores, a sabedoria humana acessa algo mais antigo e mais profundo: os valores que guiam nossas escolhas.

Ela sabe quando é hora de calar, de ouvir, de esperar. Sabe quando o melhor não é o mais rápido. Quando o certo não é o mais popular. Já reparou como algumas das pessoas mais sábias que você conhece falam pouco?

Elas não têm pressa. Não competem por atenção. Não precisam provar nada com palavras apressadas. Enquanto o mundo se atropela para opinar, elas observam. Escutam com o corpo inteiro. Sentem o que está por trás do que é dito. Percebem silêncios que outros ignoram. Elas não estão apenas ouvindo — estão presentes. Essas pessoas não reagem. Elas respondem.

E há uma diferença enorme entre reação e resposta. Reagir é automático. É estímulo-resposta. É o que uma máquina faz. É o que um algoritmo faz. Mas responder... responder exige pausa, exige digestão emocional, exige conexão entre o que se escuta e o que se sente.

Sabedoria tem ritmo próprio. Um tempo que desobedece à lógica da produtividade. Por isso mesmo, ela não pode ser simulada. Nenhum chatbot consegue imitar o tempo do silêncio antes de uma palavra sábia. Nenhuma IA sabe esperar a dor decantar para então aconselhar com compaixão. Nenhum código sabe sentir o peso de um conselho — e decidir, mesmo tendo a resposta, que é melhor apenas escutar.

A sabedoria sabe que o mais importante não é ter a última palavra — mas a palavra certa. E às vezes, essa palavra... é o silêncio.

Você pode ter acesso a todos os livros, cursos, ferramentas e mentores do mundo. Pode dominar os melhores prompts da inteligência artificial. Mas se não souber o que realmente importa, vai passar a vida colecionando respostas sem nunca fazer as perguntas certas. E isso não se ensina. Se vive!

A sabedoria se forma nas decisões difíceis. Na dor de um erro e na coragem de aprender com ele. Na experiência de ter escolhido o que parecia certo — e depois perceber que poderia ter sido diferente. Ela se acumula nos silêncios, nas renúncias, nas pequenas escolhas éticas do dia a dia.

A INTELIGÊNCIA

UMA ESCOLHA QUE DEFINE FUTUROS

Hoje, vivemos a era do acesso. Tudo pode ser aprendido. Tudo pode ser simulado. Mas aquilo que não pode ser comprado, baixado ou automatizado. Isso é que vale ouro.

E talvez, a pergunta mais importante que você pode se fazer agora não seja “o que eu sei?”, mas sim: “O que guia o que eu sei?”

Porque a inteligência pode nos levar até os portões do futuro. Mas só a sabedoria pode garantir que esse futuro valerá a pena ser vivido.

A JOIA

QUE NASCEU EM ALPHAVILLE

E VEM CONQUISTANDO O MUNDO

CRISTIANE OLIVEIRA CONDUZ, COM O IRMÃO, A EXPANSÃO DA ISABEL OLIVEIRA JOIAS, EMPRESA CRIADA PELA MÃE DELES HÁ MAIS DE TRÊS DÉCADAS E QUE CRESCE EM TORNO DE 20% AO ANO

Por Michelle Trombelli

Difícil dizer o que brilha mais. O colar, anéis e pulseiras de riviera de diamantes e brincos de Turmalina

Paraíba que a Cristiane Oliveira usa durante esta entrevista ou os olhos dela ao falar da própria história: “eu amo a nossa trajetória. Falar que eu vim de uma família simples e que a minha mãe era sacoleira. Aliás, eu morria de vergonha disso, ela fazia a gente carregar sacolas e passava horas na porta dos salões de beleza de Alphaville esperando uma cliente para vender uma pecinha. Hoje em dia, isso é motivo de muito orgulho, porque é possível vir de baixo e ter uma empresa linda como a nossa”, conta. Cris, como é chamada pela maioria das pessoas que a cercam, cresceu na Lapa e mudou com a família para Alphaville aos 13 anos para morar em um apartamento com a mãe, o pai e os dois irmãos. A mãe, Isabel, já vendia cosméticos de porta em porta desde 1988, mas foi em Alphaville que ela ampliou a clientela e fortaleceu também a revenda de joias que comprava no centro de São Paulo. “Ela ia lá, comprava uma pecinha. Vendia para aquela pessoa que comprava Natura dela. Quer dizer, acho que naquela época nem era Natura ainda, era Natural Glow,” relembra Cristiane. Essa era a semente de um negócio que hoje conquista clientes em diferentes centros globais de luxo, como Miami, Paris e até Riad, na Arábia Saudita.

O negócio, que estava no início, encontrou em Alphaville o ambiente perfeito para florescer e dar muitos frutos. “O bairro estava começando, então, minha mãe conseguiu uma clientela fidelizada. Sem contar que ela é uma exímia vendedora,” diz Cristiane.

NEGÓCIO EM FAMÍLIA

Cristiane lembra que a Isabel andava com toda a mercadoria no porta-malas e, como o negócio estava crescendo, havia preocupação com a segurança e os altos valores carregados todos os dias. “Foi aí que meu irmão mais novo, Eduardo, que já trabalhava com a minha mãe desde os 14 anos, atuou mais diretamente para estruturar a empresa e passar a produzir as próprias peças. Isso resultou na abertura da primeira loja da Isabel Oliveira Joias, no Shopping Flamingo, em 2004”, detalha. O que começou como um pequeno ateliê de joias dentro da loja se transformou em uma fábrica própria também em Alphaville, que hoje emprega diretamente 50 pessoas. Cristiane, que na época morava na Austrália, voltou ao Brasil para integrar o negócio da família. Ela revela que, há 20 anos, o mercado de joias era dominado por homens e, muitas vezes, passava de pai para filho. “Esse é um mercado muito fechado. Eram pessoas mais velhas... os filhos muitas vezes não quiseram seguir.” A entrada de dois jovens, com novas ideias e

abordagens tecnológicas, foi recebida com curiosidade. “O pessoal falava: ‘nossa, vocês são os mascotes da joalheria brasileira’.”

A união de forças - a paixão de Cristiane pelo design e a visão de Eduardo, formado em ciência da computação, pela tecnologia – se tornaria o grande alicerce para a expansão da empresa. “A Isabel Oliveira Joias não é a Cris. A empresa é tudo, é meu irmão, é minha mãe, são nossos funcionários”, ressalta a empresária.

EM BUSCA DE UM DIFERENCIAL

A Isabel Oliveira Joias se consolidou no mercado com uma abordagem que funde tradição e modernidade. O grande diferencial, segundo Cristiane, sempre foi a produção própria e a busca constante por inovação. “A parte da fabricação sempre foi para nós uma coisa muito importante, porque é o nosso diferencial,” ela explica.

O irmão Eduardo, com sua expertise em tecnologia, trouxe uma revolução para a fábrica, que, apesar de não ser a maior do país, se destaca pela tecnologia. “A gen-

te tem uma das mais tecnológicas e fomos um dos primeiros a utilizar tecnologia 3D e impressoras a laser no Brasil, o que garante um acabamento e uma precisão superiores”, conta. Cristiane não esconde o orgulho pelo trabalho do irmão, que se ocupa de toda a parte operacional do negócio. “A empresa não seria nada se não fosse ele”, acrescenta.

A filosofia de design de Cristiane é clara: a jóia deve ser usada no dia a dia. Suas criações, que misturam o clássico e o contemporâneo, são pensadas para a mulher moderna que quer se sentir elegante com uma calça jeans e uma camiseta. “Eu quero uma peça para usar sempre. Eu falo para as minhas clientes, caro mesmo é a blusinha que você comprou e usou três vezes. As minhas peças são valiosas, você compra uma peça minha, você vai usar essa peça por anos e anos e anos, todos os dias,” defende. Ela explica que, apesar do investimento inicial ser alto, o “custo por uso” de uma joia, ao longo do tempo, acaba sendo baixo. “A joia é, sim, um investimento que nunca perde valor”, diz.

O QUE COMEÇOU COMO UM PEQUENO ATELIÊ DE JOIAS DENTRO

DA

LOJA

SE TRANSFORMOU EM UMA FÁBRICA PRÓPRIA TAMBÉM EM ALPHAVILLE, QUE HOJE EMPREGA DIRETAMENTE 50 PESSOAS

A família trabalha unida, seja na criação ou administração do negócio

A PEDRA SEMPRE VEIO ANTES PARA NÓS. EU SOU

APAIXONADA POR PEDRAS, EU VOU NAS MINAS E ME

ENCANTO PELA COR

A empresa também se destaca pelo serviço de personalização e cuidado com o cliente. Cristiane ressalta que a marca é a única joalheria no Brasil a ter um ourives dentro da loja para ajustes e pequenos consertos. Outro serviço exclusivo é a possibilidade de transformar joias antigas em novas, usando o ouro que o cliente já possui. “Você pode levar o seu ouro e nós desenvolvemos... Seu ouro vale de três a quatro vezes mais do que ele valeria numa troca de ouro normal,” revela. Esse serviço, além de vantajoso para o cliente, reforça a visão de sustentabilidade da marca.

Atualmente, a empresa tem cerca de 50 coleções que são revisadas constantemente e oferece aos clientes mais de 6 mil joias exclusivas por ano.

O BOOM INTERNACIONAL

A Isabel Oliveira Joias conquistou seu lugar no mercado global de maneira orgânica, impulsionada pela qualidade de suas peças e pela paixão de Cristiane por pedras coloridas, o que a leva, inclusive, a viajar o mundo em busca de inspiração e novas minas. “A pedra sempre veio antes para nós. Eu sou apaixonada por pedras, eu vou nas minas e me encanto pela cor,” conta ela, que faz questão de conhecer de perto o local onde as pedras são extraídas.

A esmeralda sempre foi a preferida da Cristiane, mas, ainda assim, ela saiu em busca de pedras brasileiras únicas, como a turmalina Paraíba e a rubelita. E foi exatamente isso que ajudou a abrir as portas para a expansão internacional. “O trabalho que nós temos com a Mina do Cruzeiro (Minas Gerais) é muito bacana. Eu fui até lá, escolhi o tom da pedra que eu gosto de trabalhar, que é um tom de rosa super especial. E foram essas pedras que nos lançaram no mercado internacional. Porque você não encontra esse tom lá fora e foi o que gerou nosso ´boom´internacional. Eu tenho muito carinho por essa história”, orgulha-se.

O crescimento foi impulsionado pelo boca a boca e pela singularidade das peças, que se destacam em mercados de luxo. A expansão começou em Miami, pouco antes da pandemia, e hoje a marca tem escritórios e pontos de venda em Paris, Nova York e Riad, na Arábia Saudita, onde a Isabel Oliveira é a primeira e única joalheria brasileira a ter um ponto de venda no país árabe.

A validação veio também em eventos internacionais, como o recente em Mônaco, onde a marca ganhou três prêmios no The Unique Show, um dos eventos mais prestigiados do segmento de joias de luxo no mundo. As peças premiadas misturam o clássico com a brasilidade do nosso país, como os brincos inspirados em bromélias com rubelitas e diamantes, uma celebração da flora brasileira com estética tropical. “Quando você chega em Mônaco e você vê um cliente, uma pessoa que tem acesso a tudo no mundo, virar e falar assim: ‘nossa, sua peça é especial, eu quero essa’… me valida muito. Como empresa, como fábrica, como designer, isso nos valida demais”, conta.

Em visita a uma mina e os detalhes da produção
“NÓS JÁ CONSEGUIMOS DIMINUIR O PROBLEMA AMBIENTAL TRABALHANDO COM OURO RECICLADO, QUE É UM OURO DE REUSO”

CUIDADO COM O AMBIENTAL E O SOCIAL

A preocupação com a sustentabilidade se tornou um pilar central na filosofia da marca. A Isabel Oliveira Joias trabalha com parceiros que investem em mineração sustentável e em programas sociais em minas, como a Belmonte, em Minas Gerais, a terceira maior mina de esmeraldas do mundo. “São minas que fazem mineração sustentável. Eles trazem um trabalho social lindo. Tudo que eles tiram da natureza, eles repõem,” explica Cristiane, contrastando sua filosofia com a imagem negativa que a mineração, muitas vezes, evoca nas pessoas. Além disso, 100% da produção da marca utiliza ouro reciclável, proveniente de recuperadoras de metais, principalmente de eletrônicos. “A gente já consegue diminuir o problema ambiental trabalhando com esse ouro reciclado, que é um ouro de reuso,” afirma. Para a empresária, a qualidade e a origem das pedras são fatores determinantes que justificam o valor das joias, que devem ser vistas como um investimento a longo prazo. “O ouro nunca baixa. E a pedra colorida é a mesma coisa. Quando eu comecei a trabalhar com turmalina Paraíba, ela valia cinco vezes menos do que ela vale hoje. Então, nunca vai baixar.”

“EU NÃO QUERO SAIR DO BRASIL”

Apesar de amar viajar pelo mundo, Cristiane não tem planos de deixar o Brasil. “Todo mundo fala, por que você não vai morar em Miami? Por que você não vai morar não sei aonde? Eu não quero sair do país. A gente quer que o país cresça, porque temos um país maravilhoso e com um baita potencial,” afirma com paixão.

OLHA,

EU

SOU PROTEGIDA POR DEUS PORQUE MINHA MÃE

REZA MUITO. E FOI ASSIM QUE A EMPRESA CRESCEU. ELA É QUASE UMA ANJA DA GUARDA DA EMPRESA

Ela acredita que o futuro do mercado de luxo não está na venda de produtos, mas na “venda de experiência” e na conexão com o cliente. “É sobre as pessoas entenderem o que elas estão comprando. É sobre ter algo único. Daqui a uma geração, os seus filhos, os seus netos vão saber que têm algo único”, destaca. Os produtos vendidos na Isabel Joias, segundo Cristiane, variam de R$ 2 mil e R$ 2 milhões, o que torna o público atendido bem amplo, apesar de ser um mercado específico.

Além dos pontos de venda internacionais, a empresa tem lojas no Iguatemi Alphaville e no Shopping Anália Franco, na Zona Leste de São Paulo. Nos últimos quatro anos, a Isabel Oliveira Joias teve um crescimento de mais de 20% ao ano. “Nós sabemos que o pessoal fala: ‘nossa, mas como é que você vende joia em um país do jeito que está?’ Existe oportunidade para tudo na vida, sempre. Nós vamos atrás de oportunidades”.

Ela também garante que não pretende deixar Alphaville, local que cresceu e está criando os dois filhos: Antonio e Sara. “Eu amo Alphaville. Tirando o trânsito, tudo é muito bom aqui e a qualidade de vida também. Não tenho qualquer pretensão de deixar o bairro”, garante.

PROSPERIDADE E MUITA “REZA” DA MÃE

A Isabel Oliveira, mãe da Cristiane, não é apenas uma grande vendedora, mulher de negócios e uma “escola viva”, como diz a Cris. Ela também é boa de reza, como conta a filha: “muito da prosperidade da empresa e da família passa pela fé que minha mãe sempre teve. Olha, eu sou protegida por Deus porque minha mãe reza muito. E foi assim que a empresa cresceu, inclusive. Tem muito trabalho, mas tem muita reza também. Ela é quase uma anja da guarda da empresa”, se diverte.

Trabalhar com joias em um país violento como o Brasil, claro, também traz doses de preocupação e exige cuidados. “Eu não posso falar para ninguém sair por aí tranquilamente pendurado com suas joias. É preciso tomar alguns cuidados, mas graças a Deus nunca aconteceu nada com a nossa família”.

Outro ponto importante para Cristiane e que sempre permeou a cultura de trabalho na Isabel Oliveira Joias é o bem-estar dos funcionários. Ela ressalta: “são 50 famílias que dependem diretamente hoje desse trabalho. Para nós, é muito importante que essas pessoas se sintam felizes aqui. Os nossos funcionários estão com a gente há muitos anos, eu tenho um giro muito pequeno de novos profissionais. Então, acaba, sim, sendo uma extensão da família Isabel Oliveira”.

DE “NERD” À LÍDER INSPIRADORA

A empresária de 45 anos foi uma jovem tímida e “nerd”, como ela mesma diz. Em Alphaville, passou por pelo menos quatro colégios diferentes. “Eu cheguei no Universitário e, quando meus pais quebraram no Plano Collor, eu fui para Estadual, depois fui para Fieb. Como eu era nerd, ganhei uma bolsa de estudos e fui para o Objetivo. Eu sempre fui tímida, magrelinha e de poucos amigos”, relembra.

Cristiane conta que os intercâmbios que fez nos Estados Unidos e na Austrália a

transformaram e a tornaram mais comunicativa. Hoje, um dos maiores desafios para ela é equilibrar a carreira com a maternidade. “Eu quero ser uma inspiração. Se não fossem meus filhos, eu não estaria onde eu estou, eles me trazem uma vontade muito grande de ser alguém,” confessa ela, que não esconde o sonho de ver a terceira geração à frente do negócio, levando a marca ainda mais longe. “Tanto o Antonio quanto a Sara já demonstraram interesse em trabalhar com joias, mas é algo que só saberemos no futuro”, diz. Para manter o equilíbrio e a saúde mental, o exercício físico é fundamental. “Eu treino muito. Para mim, não tem ‘se’, o meu treino vem antes, o que me ajuda muito,” diz. Ela também destaca a paixão por gastronomia, se autodenominando uma taurina com ´um problema sério de comida´. “Se eu não trabalhasse com joia, eu trabalharia com comida. Eu sou louca por restaurante, por vinho, por lugares bacanas”, revela. Entre os destinos que ainda não foi e tem o sonho de conhecer está o Vietnã. “Eu gosto de experiências. Cada viagem, é um novo aprendizado para a vida”. Quando questionada sobre o que a tira do sério, Cristiane é enfática: “É dificílimo me tirar do sério, difícil mesmo.” Ela atribui sua calma ao fato de que, no dia a dia, apenas o bem-estar dos filhos a afeta profundamente. “Agora, mexeu com os meus filhos, aí eu tenho problemas,” diz, sorrindo.

Pontos de venda estão espalhados por quatro países

Em uma carreira de mais de quatro décadas dedicada a inspirar e educar, Carlos Alberto Júlio se tornou uma das maiores referências do país em gestão e negócios.

Morador de Alphaville há 35 anos e colunista da efe., a vida dele é uma jornada de reinvenções contínuas.

Atuando como um dos mais requisitados mentores de governança do país e autor de 15 livros, ele revela que a essência de sua vocação não está em seus títulos acadêmicos de Harvard ou London Business School. Na verdade, as lições mais valiosas foram aprendidas no balcão do boteco de seu pai, no Ipiranga. “Foi ali que eu aprendi que o poder está em quem serve, não em quem é servido”, revela a filosofia que o guia em sua trajetória de sucesso como líder de grandes empresas, como Tecnisa, Polaroid, HSM do Brasil, entre outras.

Confira essa conversa sobre liderança, propósito e tolerância.

O``SENHOR GOVERNANÇA´´ QUE

DESENVOLVE PESSOAS E ORGANIZAÇÕES

Conselheiro de grandes empresas e um dos mais requisitados mentores de negócios familiares do país, Carlos Alberto Júlio revela à efe. o propósito que o move em 40 anos de carreira: “eu nunca trabalhei tanto”

efe. – Como você avalia seu atual momento profissional?

CJ - Nunca trabalhei tanto na minha vida. Hoje, faço assessoria de 12 famílias e tudo isso me excita tremendamente, porque eu acho o trabalho lindo. Sinto que encontrei meu propósito, que é desenvolver pessoas e organizações. Até a pandemia, eu fazia 120 palestras por ano, o que dá uma remuneração bastante expressiva. De repente, zerou. Não é que caiu 80%, zerou. A sensação de ter que tirar da poupança todo mês é ruim. Mas eu tive uma epifania. Eu gostei de voltar para os meus livros, de voltar a escrever, de ficar em casa, de acordar e colocar uma bermuda. Pós-pandemia, decidi fazer, no máximo, quatro palestras por mês. Não quero abandonar, primeiro, porque é um dinheiro bom. E segundo, porque gosto de palco, é algo de professor, tem a vaidade também, eu não nego.

Então, me perguntei: o que vou colocar no lugar disso? Porque eu não paro. Eu já era conselheiro de empresa há 38 anos, e ajudei várias organizações a chegar até a abertura de capital. Eu sei fazer essa jornada, mas nunca tinha monetizado isso como negócio. Foi aí que decidi ver esse negócio.

efe. - E criou cursos relacionados à governança e conselhos?

CJ - Eu sempre vibrei muito com tudo que fiz na vida, até quando era balconista. Sentir que estava servindo me empoderava. Foi com essa energia que comecei a trabalhar com governança, que na verdade, para mim, geralmente começa com a mentoria da família. Muitos pais educam bons filhos para serem irmãos, mas não para serem sócios. Aí eu preciso entrar no processo para fazer essa migração. É um trabalho difícil e complexo, pois meu papel é harmonizar, ser um moderador. Virei meio terapeuta, mesmo sem ser formado para isso. Aprendi a lidar com situações que se eu tomasse um lado, estaria jogando gasolina na fogueira. Quando eu comecei a montar os conselhos em empresas, eu precisava contratar conselheiros. Eu não queria fazer da forma amadora que se faz no Brasil, onde o pessoal geralmente convida os amigos. Só que, quando eu vou ao mercado para contratar os conselheiros, o que eu descubro? São sempre os mesmos. Homem, branco, 60 a mais, com um foco muito mais em finanças do que o resto. Mas finanças já é o resultado do negócio. Antes disso, tem o cliente, tem o marketing, a tecnologia, agora tem a inovação, tem a disrupção, tem um monte de coisa. Mas como esses caras 60 a mais não viveram isso, eles não trazem para o conselho.

Quando eu comecei a pesquisar os tipos de conselheiros que tínhamos no mercado, achei três tipos majoritariamente.

efe. - Quais?

CJ - Você tem o negligente, o conivente e o diligente. E o pior, que o diligente é a menor fatia da torta. Quem são os coniventes? Os amigos, que acabam virando bajuladores. Quem são os negligentes? Geralmente, os medalhões. Fulano está no meu conselho, mas acaba sendo só uma grife. Aí eu comecei a escrever uma ementa de como formar um conselheiro. Você tem que conhecer os preceitos da velha economia, mas você não pode negar que hoje tem startups sabendo prototipar, trabalhando empatia, colaboração, etc. E assim nasceu o curso que oferecemos aqui na StarSe.

efe. - E como tem sido a procura?

CJ - A nossa ideia era ter uma turma por semestre. Nós estamos com um ano e meio de curso e já abrindo a décima turma. Lotado. Lotado, lotado, lotado, lotado. Mas aconteceu um negócio que eu não previa, não previa mesmo, que é o seguinte: eu estou dando o curso e muitos alunos, inclusive alguns herdeiros de grandes empresas, me procuram “Júlio, você precisa me ajudar. A empresa do meu pai não tem governança”. Então, potencializou esse meu trabalho, porque eu virei vitrine. Virei o cara da governança no Brasil, porque ninguém se posicionou nesse mercado assim.

efe. - E você também montou um curso sobre governança?

CJ - Aqui em Alphaville, acabei me aproximando do Paulo Vieira (coach e autor renomado, criador da Febracis), nós fazemos academia juntos. E um dia ele me chamou pra falar aos mentorados dele. Depois disso, montamos um curso chamado Governança e Sucessão. E nessa área, existem dois dilemas. Um deles é que a família tem que decidir se a família trabalha para o negócio ou se o negócio trabalha para a família. Porque se a família trabalha para o negócio, vai prosperar. Se o negócio trabalha para a família, um dia essa vaquinha vai parar de dar leite. O segundo também é um dilema importante. Que é quando a família cresce mais rápido que o negócio e aí deixa de ser sustentável. Essa coisa dos conselhos e da mentoria familiar mostrou que o meu propósito é transformar a pessoa para transformar o negócio dela.

efe. - E isso tem tudo a ver com seu último livro, não? (O segredo da mudança de cultura)

CJ - Meu último livro, sobre cultura e organização, discute essa ideia. Mudar a cultura de uma empresa sempre foi visto como algo de engenharia: você define a cultura que quer e treina as pessoas para chegar lá. Isso raramente funciona. O Peter Drucker já dizia que ‘a cultura é o jeito que a gente faz as coisas aqui’. Por isso, se a empresa remunera

mal, não pode falar que tem justiça como valor. A cultura é a soma de seus princípios e valores, expressa pelo que você faz.

Nós percebemos que a maneira mais viável de mudar uma cultura é criando histórias. Um exemplo do livro é o do co-autor, Manoel Morim, na antiga Telesp. Para mudar a mentalidade de que o foco era o cliente, e não a Anatel, ele criou uma história. Proibiu a venda de um produto e pediu a um garoto do call center que fosse à reunião de diretoria com 12 presidentes para mostrar o que precisava ser consertado. Essas histórias, que se espalham pela ‘Rádio Peão’, são o que realmente transforma a cultura de uma organização. Para escrever o livro, entrevistamos 65 CEOs pelo mundo.

“MUDAR A CULTURA DE UMA EMPRESA SEMPRE FOI VISTO COMO ALGO DE ENGENHARIA: VOCÊ DEFINE A CULTURA QUE QUER E TREINA AS PESSOAS PARA CHEGAR LÁ. ISSO RARAMENTE FUNCIONA.”

efe. - Você mora em Alphaville há muito tempo. O que você mais gosta daqui?

CJ - Eu moro em Alphaville desde 1990, então já são 35 anos. Adoro! Sofro às vezes para ir para São Paulo, mas não saio daqui. O que mais gosto é pisar na terra, pisar na grama. Conheço muita gente e tenho um relacionamento com as pessoas, isso é muito legal. Mas eu nasci no Ipiranga, onde meu pai tinha um boteco e onde eu comecei a trabalhar com ele ainda na infância.

efe. - Você acha que seu tino comercial e de gestão veio dessa época?

CJ - Meu pai, que tinha apenas o curso primário, possuía uma filosofia de negócios impressionante. Ele entendia que o boteco não era para vender cerveja e cigarro, mas sim um ponto de encontro. Ele fomentava os encontros e fazia exatamente o que o artigo mais lido da Harvard Business Review, “Marketing Myopia”, prega. Ele tratava todos pelo nome e fidelizava os clientes, a quem ele chamava de “fregueses”, não de “clientes”. Eu aprendi muito com ele, principalmente sobre a importância de servir. Depois de adulto, percebi que servir me empoderava e me nivelava com os clientes. Aquilo me deu o sentido de que o poder está em quem serve, não em quem é servido.

E é curioso porque eu saí do Ipiranga e do Jabaquara e alcancei lugares que jamais imaginaria (estudou em Harvard Business School, London Business School, IMD em Lausanne - Suiça e se pós-graduou na FGV-EAESP).

Curioso que, durante quase sete anos, dei aulas no ITA. Era uma experiência fantástica. Eu dizia para os alunos que eu não entendia como dava aula em uma escola onde eu mesmo não seria aceito (risos).

efe. - Você acha que se comunica bem porque é professor ou é professor porque tem um dom de comunicação?

CJ - Eu acho que sempre me comuniquei bem. Quando eu tinha sete anos, meu pai vendia bolinhos de bacalhau que minha mãe preparava. Eu subia no caixote e ia vender no campo de várzea. Minha mãe, certa vez, me disse: “Você é muito melhor vendedor do que cozinheira”. Ela vaticinou. Mas eu vou te contar um negócio que é interessante. Eu já dividi palco com Mandela, George Bush pai, George Bush filho, Bill Clinton, Michael Porter, etc. E tem uma pessoa que o que eu lamento demais de não ter conhecido, você não vai acreditar.

efe. - Quem?

CJ - Silvio Santos. Desde pequeno, eu o via e nunca o vi apresentar com a mão no

MINHA PRINCIPAL VÁLVULA

DE ESCAPE É O TREINO FÍSICO. EU ME ACOSTUMEI COM A ROTINA E SE TORNOU ESSENCIAL. NOS FINS DE SEMANA, MINHA ALEGRIA É DESFRUTAR DE UM CHARUTO E UM BOM

bolso; ele usava as mãos como forma de expressão. Ele sempre me inspirou muito pela sua comunicação.

efe. - Você acha que a inteligência artificial é a transformação mais profunda que você já acompanhou na sociedade?

CJ - Não tenho dúvidas. Toda tecnologia impactou a sociedade. Na escola onde dou aulas, costumamos dizer aos alunos que o futuro já existe em alguma parte do mundo, e a tecnologia nos ajuda a antecipá-lo. Foi assim com a navegação no século XV e é assim hoje. Por exemplo, em nenhum país do mundo se abrem tantas farmácias como no Brasil, enquanto nos EUA elas fecham e na China praticamente não existem, pois a IA está transformando o setor de saúde. A tecnologia de hoje antecipa o futuro de amanhã.

efe. - Você tem medo desse avanço?

CJ- Não. O que nós já sabemos é que talvez não exista uma profissão ou modo de vida que não será auxiliado pela IA. A tecnologia já tem um aprendizado não supervisionado, que é exponencial. Mas minha filosofia é a seguinte: o homem nunca vai ser mais rápido que a máquina, mas a máquina nunca será mais produtiva que o homem com a máquina. Acredito que a inteligência humana saberá calibrar o uso da IA para aumentar a produtividade e resolver questões como o desemprego.

efe. - Você acredita que qualquer pessoa pode ser um bom líder?

CJ - Eu acho que todo mundo que quer pode ser um bom líder, desde que entenda que liderar não é mais mandar. Liderar é estar junto, ser um coach eterno e, se possível, ser inspirador. No entanto, nem todo mundo quer ser líder. Há quem prefira ser seguidor, e isso não tem problema. Uma das grandes questões do home office, por exemplo, é que a pessoa que não sabe gerenciar sua própria agenda e perde a chance de ter uma mentoria de um líder mais experiente.

efe. - Como você avalia esse ´boom´de coaching, onde parece que todo mundo quer ser coach na internet?

VINHO.

CJ - Eu sou suspeito para falar de coaching, pois fiz uma formação de 18 meses com um dos maiores treinadores do mundo. Tenho uma grande resistência em aceitar que alguém pode se tornar um coach de um dia para o outro. Algumas profissões exigem quilometragem e experiência, não apenas conhecimento técnico. É como estudar vinhos: não basta ler sobre eles; é preciso beber para aprender a degustar. O mesmo vale para o coaching e outras áreas que dependem de bagagem e vivência. O profissional de coaching é aquele que não diz o que você tem que fazer, mas te ajuda a encontrar as suas próprias respostas. Já na mentoria, você busca a experiência e a bagagem de alguém para ser aconselhado. Por fim, o counseling é quando você quer um conselho direto para resolver um problema. A competência de um bom profissional é saber diferenciar essas três áreas, pois cada uma tem uma técnica diferente.

efe. - Qual é a sua válvula de escape no dia a dia?

CJ - Minha principal válvula de escape é o treino físico. Eu me acostumei com a rotina e se tornou essencial. Nos fins de semana, minha alegria é desfrutar de um charuto e um bom vinho. Mas o que tem me dado uma alegria imensa são os meus quatro netos. Eu não sabia que ser avô era tão bom. Adoro estar com eles e não me importo se a minha casa vira uma bagunça, porque é muito bom.

efe. - E, pra finalizar, o que te tira do sério?

CJ- A mediocridade me tira do sério. Eu não consigo lidar com a falta de respeito ao contraditório e com a polarização que vivemos hoje. O mundo vive da síntese dos saberes, que é a dialética, mas hoje, se alguém tem uma opinião diferente da minha, eu simplesmente ‘lacro’ e não quero nem ouvir o motivo. Isso me deixa triste. Eu tenho amigos nos dois espectros, e para um, eu sou ‘fascista’, para outro, sou ‘comunista’. Não é possível que em um país plural como o nosso, só tenhamos essas duas alternativas. Eu gosto de entender por que as pessoas pensam de forma diferente, mas o diálogo se tornou quase impossível.

Cada vez mais, os eficientes serviços prestados pela AREA Alphaville para garantir a segurança do Centro Empresarial e Industrial Alphaville têm conquistado reconhecimento e elogios.

Combinando tecnologia de ponta e atuação profissional, a AREA transformou Alphaville em referência quando o assunto é segurança comunitária e corporativa. A instituição opera com modernos equipamentos de monitoramento e uma equipe altamente treinada, o que assegura proteção constante a empresas, colaboradores e visitantes.

Hoje, a vigilância da AREA é realizada por um corpo próprio composto por aproximadamente 100 profissionais. São 20 viaturas em operação, além de equipes especializadas distribuídas em diferentes funções: 48 vigilantes em escala de 22h, 25 em escala de 110h, além de gerência, supervisão, operadores de monitoramento e equipe administrativa. Esse aparato humano garante cobertura eficiente e respostas rápidas às demandas do bairro.

O sistema de monitoramento inclui 133 câmeras de CFTV estrategicamente instaladas, além do monitoramento gratuito de alarmes de 155 empresas associadas. Outro destaque é a instalação de 35 fones de emergência em intervalos de

SEGURANÇA DA AREA É RECONHECIDA PELOS SERVIÇOS DE EXCELÊNCIA

200 metros no Centro Empresarial, possibilitando contato direto e imediato com a central de segurança.

A integração também é um diferencial: por meio da rede Alerta Geral via rádio, a AREA mantém comunicação direta com a Polícia Militar, Polícia Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Delegacias, Demutran e vigilâncias privadas, reforçando a agilidade e a efetividade das ações.

Mais do que equipamentos, a excelência está no atendimento. A AREA Alphaville oferece suporte ágil à comunidade por meio de uma comunicação eficaz e de uma equipe treinada para lidar com situações de risco, crimes e emergências.

Assim, a instituição reafirma sua missão: ser guardiã de Alphaville, promovendo tranquilidade, confiança e qualidade de vida para todos que vivem, trabalham ou visitam a região.

ARQUITETURA PARA ESCRITÓRIOS DE COWORKING:

COMO O DESIGN MOLDA O TRABALHO DO FUTURO

Oconceito de coworking deixou de ser tendência para se consolidar como parte do novo cenário corporativo. A transformação nos modelos de trabalho, impulsionada tanto pela digitalização quanto pela cultura do home office pós-pandemia, trouxe aos espaços compartilhados uma função estratégica: oferecer infraestrutura, conforto e identidade para profissionais autônomos, startups e até grandes empresas que buscam flexibilidade. Nesse contexto, a arquitetura assume papel fundamental, indo muito além da estética e influenciando diretamente na produtividade, no bem-estar e na colaboração entre os usuários.

Segundo arquitetos especializados em projetos corporativos, o ponto de partida é entender que o coworking não é apenas um escritório coletivo, mas um ambiente dinâmico e multifuncional. “O desafio é equilibrar privacidade e interação, criando áreas que incentivem a troca de ideias sem comprometer a concentração individual”, explica a arquiteta urbanista Carolina Ferreira.

Entre os elementos mais valorizados estão os layouts abertos, com divisórias leves e móveis modulares que permitem reconfiguração rápida conforme a demanda. Espaços de convivência, como lounges, cafés internos e salas de descompressão, também ganham destaque, refletindo a ideia de que networking nasce em ambientes informais. Ao mesmo tempo, cabines acústicas e salas privativas são indispensáveis para chamadas de vídeo e reuniões confidenciais, garantindo a versatilidade necessária a diferentes perfis de usuários.

Outro fator determinante é a biofilia – conceito arquitetônico que busca integrar elementos naturais ao ambiente construído. A presença de plantas, iluminação natural e materiais sustentáveis ajuda a reduzir o estresse, aumenta a sensação de pertencimento e valoriza a identidade do coworking. Além disso, a

preocupação com a eficiência energética, ventilação cruzada e reaproveitamento de recursos coloca a sustentabilidade no centro dos projetos, alinhando-se ao discurso das novas gerações sobre responsabilidade ambiental.

A tecnologia é igualmente protagonista. Infraestrutura para internet de alta velocidade, sistemas inteligentes de climatização e controle de acesso digital são requisitos básicos. Muitos escritórios de coworking já investem em aplicativos próprios, que permitem reservar salas, integrar a comunidade de usuários e facilitar o gerenciamento de recursos. A arquitetura, nesse sentido, precisa prever espaços técnicos bem planejados para acomodar cabeamentos, equipamentos e dispositivos sem comprometer o visual do ambiente. Se no início os coworkings eram vistos como alternativa para freelancers, hoje eles se tornaram estratégia corporativa. Multinacionais utilizam esses espaços para testar novos mercados, reduzir custos fixos e aproximar equipes da realidade urbana. Isso exige dos arquitetos não apenas um olhar criativo, mas também domínio sobre ergonomia, acústica e branding, já que o projeto deve refletir a cultura e os valores da marca gestora do espaço.

Por Heymar Lopes Nunes

ALPHAVILLE É O BERÇO DE UMA NOVA MONTADORA DE VEÍCULOS

CEO e fundador da Lecar, uma montadora brasileira de veículos elétricos e híbridos, Flávio Figueiredo Assis conversa com a efe. e fala com exclusividade sobre seus planos, modelo de trabalho e o que esperar de seus carros que devem chegar ao mercado em 2026. Natural de Guaçuí, no Espírito Santo, Assis mora no Alphaville, onde também tem a sede administrativa da empresa e é conhecido como o “Elon Musk brasileiro” devido à sua trajetória empreendedora e visão inovadora para a indústria automotiva nacional.

TRAJETÓRIA PESSOAL E PROFISSIONAL

efe. - Você começou sua carreira no setor financeiro e depois migrou para o setor automotivo. O que motivou essa mudança de segmento?

Flávio - No setor financeiro, aprendi a lidar com tecnologia, regulação e risco. Mas no setor automotivo enxerguei algo maior: a chance de transformar uma paixão nacional em um ativo estratégico para o futuro do Brasil. Vivemos em um país que é referência em agronegócio, em energia limpa, e que abriga a terceira maior fabricante de aviões do mundo — mas que nunca conseguiu consolidar um automóvel verdadeiramente nacional.

Essa contradição me provocava. Quando percebi que era possível unir a eficiência dos motores elétricos à matriz limpa do etanol, vi surgir a oportunidade de criar não apenas uma montadora brasileira, mas um símbolo da capacidade brasileira de liderar a transição para a mobilidade sustentável. Essa foi a virada: entender que o carro poderia ser mais que um produto, poderia ser um projeto de país.

efe. - Como a experiência com a Le Card influenciou sua forma de liderar a Lecar?

Flávio - A Le Card me ensinou a ouvir antes de decidir. Desde o início, estive pessoalmente no SAC, entendendo as dores e expectativas dos clientes. Essa prática moldou minha liderança. Aprendi que o valor não está apenas em oferecer tecnologia, mas em criar soluções que de fato dialogam com a vida real das pessoas. Com o apoio da minha coach, Ruth Villela, desenvolvi uma visão de liderança baseada em escuta generosa, olhar sistêmico e criar espaço para talentos. Foi assim que deixei de ser centralizador e passei a montar equipes complementares. Esse aprendizado foi crucial: na Le Card crescemos de forma exponencial porque montamos uma governança forte, com um CEO profissional e um conselho estratégico.

O BRASIL AINDA NÃO ESTÁ PREPARADO PARA UMA TRANSIÇÃO TOTAL PARA VEÍCULOS 100% ELÉTRICOS. FOI POR ISSO QUE APOSTAMOS NO CARRO HÍBRIDO FLEX-ELÉTRICO

posta foi prática: compramos um Tesla, desmontamos peça por peça e mostramos que a engenharia elétrica poderia ser até mais simples do que a combustão. Foi um choque de realidade.

Um exemplo simbólico foi o do nosso chefe de design, Romis Carmo. Ele questionava bastante o projeto, como aliás fazem todos os grandes designers. Até que, em um momento pessoal de reflexão, enxergou um sinal que interpretou como confirmação para aceitar o desafio de fazer o carro brasileiro. Desde então, mergulhou de corpo e alma e hoje já recebe pedidos de design de outras montadoras internacionais. Esses episódios mostram como a Lecar é movida pela coragem de enfrentar o improvável. Costumo repetir: eu não sabia que era impossível fazer um carro — e por isso nós fizemos.

A LECAR E O MERCADO

AUTOMOTIVO

efe. - A Lecar nasce com a proposta de oferecer carros híbridos e elétricos acessíveis. Como equilibrar tecnologia, qualidade e preço competitivo?

Flávio - Esse equilíbrio nasce de um modelo colaborativo. Não tentamos reinventar a roda sozinhos. Aproveitamos tecnologias já maduras, trabalhamos com fornecedores de ponta e buscamos integrar setores estratégicos, como o do etanol. Essa lógica reduz custos, acelera o desenvolvimento e cria um ecossistema de inovação coletiva.

O resultado é que estamos nascendo já com uma rede de pós-venda estruturada, algo inédito para uma montadora em estágio inicial. E buscamos tecnologias abertas, como o Open Pilot, que nos permitiu reduzir drasticamente o tempo e o custo de desenvolvimento em sistemas de assistência à condução (ADAS).

A parceria com a WEG é outro exemplo: uma das maiores empresas de engenharia elétrica do mundo aceitou compartilhar conosco soluções de última geração sem repassar custos diretos em apoio ao carro nacional. Esse tipo de confiança só é conquistada quando se tem um propósito claro: transformar a mobilidade brasileira em uma referência mundial.

efe. - O Brasil ainda apresenta desafios para os veículos elétricos. Quais são os maiores obstáculos que a empresa enfrenta hoje?

Flávio - O principal desafio é a infraestrutura de recarga. O Brasil ainda não está preparado para uma transição total para veículos 100% elétricos. Foi por isso que apostamos no carro híbrido flex-elétrico com extensor de autonomia. Essa solução entrega até mil quilômetros de autonomia, aproveitando a rede de abastecimento já existente, sem exigir investimentos em infraestrutura. É uma tecnologia pensada para a realidade brasileira, mas que também se mostra uma solução competitiva no cenário internacional.

Na montadora brasileira Lecar, repito essa lógica em outra escala. Não se trata apenas de fabricar carros; trata-se de articular parceiros, talentos e setores inteiros da economia para mostrar que o Brasil pode ser protagonista global. Essa é a maior influência da Le Card: ela me ensinou a liderar com integridade e visão de futuro.

efe. - Quais foram os maiores desafios pessoais enfrentados até aqui na construção da montadora?

Flávio - Convencer o mercado de que isso era possível. O setor automotivo sempre foi visto como território exclusivo de multinacionais, com tecnologia guardada a sete chaves em suas matrizes. O ceticismo era enorme, até entre engenheiros brasileiros. Muitos diziam: “se ainda não temos um carro a combustão 100% nacional, como ousar começar pelo elétrico?”. Minha res-

Flávio Figueiredo Assis, CEO da Lecar
Fotos: Divulgação
ATÉ

AQUI AVANÇAMOS COM CAPITAL PRÓPRIO. MAS JÁ ESTRUTURAMOS UM FUNDO MULTIMERCADO PARA CAPTAÇÃO DE RECURSOS NO

BRASIL

efe. - Já existe um plano de internacionalização ou o foco inicial será 100% no mercado nacional?

E NO EXTERIOR. O POTENCIAL DE VALORIZAÇÃO É EVIDENTE

Flávio - Desde a concepção, pensamos a Lecar como uma marca global. Nossos projetos já nascem homologados para os rigorosos padrões da Europa e dos Estados Unidos. E mais: nossos carros são desenvolvidos para exportação desde a primeira unidade. A receptividade é animadora. Até brasileiros no exterior já pedem para dirigir um carro nacional fora do país, e temos negociações avançadas para abrir concessionárias em outros países da América do Sul. Além disso, a nossa localização em Sooretama, no Espírito Santo, onde vamos construir a nossa primeira fábrica de veículos híbrido/flex, é estratégica: estamos cercados por cinco portos num raio de 100 km, o que facilita tanto a cabotagem no Brasil quanto as exportações. Isso nos permite pensar grande sem perder a conexão com a base nacional.

TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

efe. - Quais tecnologias próprias a Lecar está desenvolvendo para se diferenciar das grandes montadoras globais?

Flávio - O diferencial da Lecar está em integrar tecnologias globais à realidade brasileira, criando soluções ágeis e sustentáveis. O SUV 459 Híbrido Flex, por exemplo, é o primeiro projetado no país com arquitetura EREV, entregando até 1.000 km de autonomia com apenas 30 litros de etanol. O mesmo conceito guiará a picape Campo híbrida flex elétrica, voltada ao agronegócio, reforçando a independência energética com o uso do etanol. Mais do que desenvolver peças isoladas, a Lecar aposta em organizar competências e nacionalizar tecnologias para entregar inovação com identidade brasileira.

efe. - Como a Lecar enxerga a questão da infraestrutura de recarga no Brasil, ainda um gargalo para a adoção em massa de elétricos?

Flávio - A infraestrutura de recarga é, de fato, um dos maiores entraves para a adoção em larga escala dos veículos elétricos no Brasil. O país ainda não possui uma rede robusta de carregadores rápidos, e a expansão desse sistema demanda investimentos bilionários e prazos longos. Foi justamente ao reconhecer esse gargalo que a Lecar adotou uma solução inovadora e prática: desenvolver veículos híbridos flex-elétricos capazes de gerar a própria energia utilizando etanol — um combustível já amplamente disponível em todo o território nacional.

INVESTIMENTOS E EXPANSÃO efe. - A produção de veículos elétricos exige grandes aportes. Como a Lecar tem estruturado seus investimentos?

Flávio - Até aqui avançamos com capital próprio. Mas já estruturamos um fundo multimercado para captação de recursos no Brasil e no exterior. O potencial de valorização é evidente. Guardadas as proporções, a Tesla se valorizou mais de 900% desde a abertura de mercado. Vemos na Lecar uma tese de investimento única no Brasil.

efe. - Quais são as metas de produção e expansão da Lecar para os próximos cinco anos?

Flávio - Certamente, avaliaremos o cenário e as oportunidades do mercado automotivo brasileiro cuidadosamente. E acreditamos que com a evolução desse cenário poderemos vir a contar no devido tempo com até três fábricas no Brasil, cada uma com capacidade de até 120 mil veículos por

A picape Campo será o segundo produto da Lecar

ano — o que representaria cerca de 10% de participação no mercado interno. Do total, imaginamos que 70% seria destinado ao consumo nacional e 30% à exportação.

FUTURO E VISÃO

efe. - Como você enxerga o mercado de veículos híbridos e elétricos no Brasil em dez anos?

Flávio - Acho que o Brasil caminha para uma transformação inevitável já em umprazo muito mais curto. A partir de 2028, a legislação sobre emissões e segurança veicular será muito mais rígida, exigindo limites de até 30 mg de CO₂ por km. Isso tornará inviável a fabricação boa parte dos modelos da frota atual, em especial os veículos populares, que ainda representam cerca de 85% do mercado nacional. O efeito será profundo: diversos modelos deixarão de existir e montadoras que não se adaptarem enfrentarão retração ou mesmo descontinuidade de suas linhas de produção.

efe. - O carro elétrico popular é uma realidade próxima ou ainda um desafio distante?

Flávio - A partir de 2028, será praticamen-

te impossível oferecer veículos populares, diante das novas exigências de emissões e segurança de trânsito. A escala produtiva e a concorrência global tendem a reduzir custos, mas o conceito de “popular” precisará ser revisto: não se trata apenas de preço, e sim de acesso e adequações às normas de tecnologias sustentáveis, seguras e alinhadas ao futuro da mobilidade.

efe. - Que legado você gostaria de deixar com a Lecar e para a indústria automotiva brasileira?

Flávio - Durante décadas, nos acostumamos a consumir tecnologias importadas, sem acreditar plenamente em nossa capacidade de criar marcas nacionais e muito menos globais. Se ainda não temos sequer uma caneta ou um televisor 100% brasileiro consolidados, a Lecar pretende comprovar que o brasileiro pode desenvolver, produzir e exportar veículos nacionais de padrão internacional.

Nosso legado será este: transformar um sonho nacional em realidade concreta e abrir caminho para que futuras gerações enxerguem no Brasil não apenas um país consumidor, mas um país que cria, inova e lidera.

CETICISMO

efe. - E quando as pessoas veem seu projeto com desconfiança?

Flávio - Compreendemos que exista um certo ceticismo natural diante de um projeto de tamanha envergadura. No entanto, é importante deixar claro: a desconfiança não está relacionada à nossa capacidade de entregar, mas apenas ao prazo em que conseguiremos fazê-lo. E essa é uma diferença fundamental.

A Lecar nasce com o apoio grandioso de um ecossistema sólido de parceiros estratégicos – fornecedores globais, centros de pesquisa e empresas de tecnologia já reconhecidas pelo mercado. Esses parceiros não apenas acreditam na Lecar, como estão integrando ao nosso projeto suas soluções tecnológicas mais avançadas, que já foram testadas e aprovadas em escala.

O brasileiro não deixará escapar novamente a oportunidade de consolidar uma montadora 100% nacional. Estamos trazendo para o país não apenas um produto competitivo, mas também a melhor experiência de pós-venda para uma montadora entrante. Essa rede de confiança e competência compartilhada é a base que garante a credibilidade e a sustentabilidade de longo prazo do nosso projeto.

ESSA REDE DE CONFIANÇA E COMPETÊNCIA COMPARTILHADA
Flávio em seu estande de demonstração do carro.
Fotos: Divulgação
“CHEF NÃO É PROFISSÃO,

É CARGO”: ERICK JACQUIN FALA SOBRE CARREIRA, TV E CONSELHOS PARA JOVENS COZINHEIROS

Erick Jacquin é uma das figuras mais emblemáticas da gastronomia no Brasil. Nascido na França, ele construiu uma carreira marcada por dedicação, disciplina e paixão pela cozinha, tornando-se referência tanto entre profissionais quanto entre o público leigo. Com uma trajetória que inclui prêmios internacionais, restaurantes de sucesso e uma presença marcante na televisão, Jacquin conquistou reconhecimento não apenas pelo talento, mas também pelo caráter direto, honesto e, muitas vezes, irreverente. No Brasil, ele se consolidou como jurado do MasterChef, programa que transformou sua carreira e ampliou ainda mais sua visibilidade. Para Jacquin, a televisão não foi apenas uma vitrine, mas uma oportunidade de mostrar sua filosofia de trabalho: a cozinha é feita de técnica, disciplina e amor pelo que se faz. Entre lembranças da infância, histórias de superação e aprendizados com erros de gestão, Jacquin compartilha neste bate-papo detalhes de sua carreira, conselhos valiosos para jovens chefs e reflexões sobre o verdadeiro significado de ser um profissional na gastronomia. Nesta entrevista exclusiva que ele concedeu à efe., o chef fala sobre os desafios de administrar restaurantes, o impacto do MasterChef em sua vida, os momentos mais marcantes na TV e os ensinamentos que carrega para aqueles que sonham em comandar suas próprias cozinhas.

Por Heymar Lopes Nunes

efe. - Como surgiu sua paixão pela gastronomia e qual foi o momento decisivo da sua carreira?

Erick Jacquin - Eu lembro muito do cheiro da comida da minha mãe quando eu chegava da escola. Eu sinto esse cheiro até hoje. E acho que isso fez eu me tornar cozinheiro. Outra lembrança forte foi quando eu decidi estudar e trabalhar na cozinha, eu ainda era jovem. Meu pai me falou: “Você tem certeza que quer ser cozinheiro? Saiba que você vai trabalhar quando os outros forem se divertir”.

efe. - Como é a experiência de ser jurado em programas como MasterChef?

Erick Jacquin - O MasterChef é muito importante para mim, transformou a minha vida e a minha carreira. Eu recebi o convite quando fechei meu primeiro restaurante aqui no Brasil. Foi uma época muito difícil, que o telefone parou de tocar. Eu já tinha ganhado prêmios antes, como chef do ano, mas esse foi um período marcante. Eu falava para minha esposa, a Rosângela: “só a TV pode salvar a nossa vida”.

Um dia me ligaram e disseram que tinham um convite para me fazer. Fiz a reunião com dois argentinos da Endemol e fechamos o contrato no mesmo dia para estrear o MasterChef, que seria lançado em breve. E tem sido maravilhoso! Hoje não sei se sou o cozinheiro que vai à TV ou o apresentador que vai à cozinha (brinca o chef).

efe. - Qual foi o momento mais marcante, ou inesquecível, na sua trajetória na TV? Erick Jacquin – Lembro até hoje um dia em que eu estava na rua e uma menina veio fazer foto, me abraçou e disse: “Graças a você, ao programa MasterChef, meu pai cozinha em casa”. Aquilo me emocionou muito.

efe. - Qual foi o maior erro de gestão que já cometeu e o que aprendeu com ele?

Erick Jacquin – Quando eu abri meu primeiro restaurante, eu confundi a mesa do restaurante com a mesa da minha casa. E eu não tinha controle da administração, eu não sabia fazer porque antes de tudo eu sou cozinheiro. E hoje, com meu atual sócio, Orlando Leone, que é um grande administrador e meu sócio em todos os meus restaurantes, eu aprendi a obedecer. E um cozinheiro precisa obedecer a administração, senão o restaurante não vai longe. E nunca convida

HOJE TUDO É CALCULADO: CARDÁPIO, FICHA

TÉCNICA,

VALOR FINAL. NÃO COLOCAMOS UM PRATO SÓ PORQUE É BONITO OU PORQUE GOSTAMOS, TEM ESTRATÉGIA

as pessoas no seu restaurante, eu prometi isso para minha esposa, Rosângela, quando eu aceitei abrir de novo meus restaurantes. No restaurante, todo mundo deve pagar. Se você quer convidar um amigo, você convida domingo na sua casa. Hoje a gente vai fazer um cardápio, mudar pratos, tudo é calculado, tem ficha técnica, para então pensarmos no valor final. Nós não colocamos um prato no cardápio só porque ele é bonito, porque a gente gosta. Tem estratégia..

efe. - O que você diria a jovens chefs que sonham em abrir o próprio negócio?

Erick Jacquin – Primeiro, é que não pode ser jovem, tem que ter experiência em todos os setores de um restaurante. Você pode ter dinheiro, mas é preciso saber trabalhar, aprenda e administre, aprenda a comprar e entender o que o cliente quer. Faça as contas e veja se o custo daquele prato tem valor que o cliente pode pagar. Tem que trabalhar todos os dias de manhã até a noite. Se não fizer assim, não vai dar certo.

E mais, hoje o nome do restaurante é muito mais importante que a localização, isso pode fazer muita diferença.

O que vejo quase todo dia é jovem querendo ser chef antes de ser cozinheiro.

Chef não é profissão, é cargo. Para comandar uma cozinha, primeiro você precisa aprender a cozinhar. Eu demorei muito para ser chef, para sair em capa de revista. Passei por várias etapas, aprendi tudo que se faz numa cozinha.

O cargo de chef deve ser o reconhecimento do trabalho. Muitos jovens hoje chegam cheios de ego, sem saber o básico, sem estudar a história da gastronomia, sem conhecer os ingredientes. Isso compromete o futuro da profissão. O importante não é o estrelato, é fazer o melhor, é levar alegria ao cliente.

efe. - Quais são seus próximos projetos ou sonhos ainda não realizados na gastronomia?

Erick Jacquin - Eu agora estou numa fase muito especial. Quando eu tive meu pri-

meiro filho, o Edouard, que hoje mora na França, eu trabalhava muito. Ele nasceu aqui no Brasil, se naturalizou brasileiro assim como eu, e naquela época eu não tive muito tempo de curtir o Dudu, de acompanhar de perto. Hoje ainda trabalho bastante. Gravo MasterChef e Pesadelo na Cozinha o dia todo e à noite estou nos restaurantes. Mas já consigo reservar o fim de semana para ficar no meu sítio, no interior de São Paulo, com a família, meus outros dois filhos, que são gêmeos e fazem esse ano 7 anos, o Antoine e a Elise.

Agora quero pensar na minha aposentadoria, em treinar equipes nos meus restaurantes para deixar um legado, passar meu conhecimento e minha paixão pela gastronomia para as próximas gerações. Deixar os negócios funcionando com uma equipe muito boa e poder aproveitar a minha velhice cozinhando para os amigos e a família em casa, que é uma coisa que amo fazer também.

Tenho também o sonho de fazer uma peça de teatro e quero lançar um livro.

Fotos: Melissa Haidar/Band

DE REFÚGIO FAMILIAR

À ÍCONE DE LUXO, A EVOLUÇÃO ARQUITETÔNICA DE

ALPHAVILLE

Mercado vive crescente demanda por reformas e retrofit de imóveis antigos, como alternativa para valorização do patrimônio

Aregião de Alphaville e Tamboré sempre foi uma escolha estratégica para famílias em busca de segurança, tranquilidade e proximidade com a natureza.

A partir de 2020, com a pandemia, essa procura se intensificou — impulsionada pelo desejo crescente por qualidade de vida, mais contato com áreas verdes e bem-estar. Como reflexo direto, o mercado imobiliário local passou por forte valorização, tanto em imóveis quanto em terrenos.

Para Leonardo Faria, sócio-proprietário do Quitete & Faria, “esse aquecimento do mercado é promissor, mas também traz desafios. Em um cenário de alta demanda, é preciso entregar mais projetos com o mesmo cuidado e, principalmente, com originalidade”.

“O que estamos vendo nos últimos tempos é uma repetição de estilos arquitetônicos. Fachadas semelhantes, uso de materiais idênticos e paletas de cores muito próximas tornaram-se frequentes em diversos condomínios. Embora tendências e preferências de mercado existam, o padrão ‘copiar e colar’ compromete um dos principais desejos do público de alto padrão: exclusividade”, destaca.

Leonardo reforça que o compromisso como arquitetos vai além da estética. “Buscamos compreender a rotina, os desejos e as necessidades de cada cliente para desenvolver soluções únicas, que reflitam sua identidade em cada detalhe do projeto. Afinal, uma arquitetura verdadeiramente personalizada é aquela que entende que cada casa deve ser tão única quanto quem a habita”, diz.

Na avaliação do escritório, o futuro da arquitetura na região está ligado a alguns pilares fundamentais:

• Sustentabilidade - Construções que otimizam o consumo de energia e utilizam fontes renováveis, construções pré fabricadas (steel frame), que são mais rápidas e que minimizam o desperdício de materiais, e soluções construtivas integradas que podem combinar o design sofisticado com menor pegada de carbono, serão a escolha natural para os desafios mais exigentes.

• Biofilia - A busca por integrar elementos naturais e orgânicos nos novos projetos e em espaços construídos, que tem como objetivo promover a conexão entre os seres humanos e a natureza, ajudando na saúde mental, redução de stress e o aumento da produtividade.

• Harmonia e Humanização - A procura pela proporção e equilíbrio entre os diferentes elementos arquitetônicos, a incidência de luz natural e espaços multifuncionais com integração e fluidez dos ambientes, serão uma das tendências centrais da arquitetura, trazendo assim a sensação de conexão e identidade dos moradores.

• Tecnologia Integrada ao Design de Interiores - A automação residencial com inteligência artificial irá transformar a maneira como vivemos e estará mais acessível ao público mais amplo. Utilizaremos além de soluções automatizadas, móveis inteligentes criando, consequentemente, ambientes mais inteligentes, que vão facilitar o dia a dia do morador.

Por Gláucia Arboleya

RETROFIT: TENDÊNCIA PARA VALORIZAÇÃO DOS IMÓVEIS

Nas décadas de 1970 e 1980, Alphaville atraiu famílias em busca de qualidade de vida, terrenos amplos e a possibilidade de construir casas espaçosas por um custo acessível. A tranquilidade, o contato com a natureza e o estilo de vida mais reservado eram os grandes atrativos do bairro naquela época.

Hoje, o cenário mudou. Alphaville tornou-se uma verdadeira grife imobiliária, desejada por esportistas, artistas e influenciadores em busca de luxo, sofisticação e segurança para suas famílias. Com essa mudança de perfil, o mercado de arquitetura local vive um novo momento, impulsionado pela crescente demanda por reformas e retrofit de imóveis antigos.

“Estamos acompanhando um aquecimento expressivo nos projetos de atualização de casas construídas há décadas. Essas residências passam por um estudo aprofundado do arquiteto, que avalia conceito, estrutura, materiais e viabilidade econômica antes de dar início a um novo projeto arquitetônico. O objetivo é resgatar a beleza e a funcionalidade, reposicionando o imóvel no

“SUSTENTABILIDADE, TECNOLOGIA INTEGRADA AO DESIGN DE INTERIORES, HARMONIA E HUMANIZAÇÃO E BIOFILIA SÃO AS PALAVRAS-CHAVES PARA O FUTURO EM ARQUITETURA E DECORAÇÃO NA REGIÃO”, LEONARDO FARIA, DO ESCRITÓRIO QUITETE & FARIA

mercado com alto valor agregado”, explica a arquiteta Ana Cristina Quitete, sócia-proprietária do escritório Quitete & Faria.

Segundo ela, esse movimento é uma tendência natural de preservação patrimonial, que busca atualizar imóveis às exigências atuais, sem perder sua identidade original. O resultado são casas transformadas novamente em objetos de desejo — aliando tradição, modernidade e valorização imobiliária.

QUALIDADE DE VIDA X DESENVOLVIMENTO

Uma tendência global que também se reflete na região de Alphaville e Tamboré é a valorização de espaços multifuncionais. Esses projetos integram residências, comércios e áreas de lazer em um mesmo ambiente, promovendo maior convivência comunitária e reduzindo a necessidade de longos deslocamentos. O resultado é uma melhora significativa na qualidade de vida dos moradores.

“O planejamento urbano precisa considerar a mobilidade ativa, priorizando pedestres e ciclistas, e reduzir a dependência

de veículos. A abertura de novas vias e o aprimoramento da malha viária também são essenciais para garantir fluidez no trânsito e equilibrar crescimento e bem-estar na região”, conta Ana.

ARQUITETURA COMERCIAL EM EVOLUÇÃO

O público de Alphaville e Tamboré é exigente e valoriza projetos com design inovador, modernos e que reflitam a sofisticação do estilo de vida local. Nesse cenário, ganha destaque o conceito de arquitetura High Tech, com linhas sinuosas, materiais contemporâneos e uma estética inspirada nos grandes centros urbanos internacionais. Esse estilo tem se tornado tendência nos empreendimentos residenciais, comerciais e de uso misto.

“Além do apelo visual, há uma demanda crescente por espaços comerciais flexíveis, capazes de se adaptar às constantes mudanças do mercado. A acessibilidade para pedestres e ciclistas, a proximidade com transportes públicos e a segurança para clientes e funcionários são critérios decisivos no desenvolvimento desses projetos”, conclui Ana Cristina.

Informações sobre o escritório podem ser consultadas pelo site quitetefaria.com.br e pelo Instagram @quitetefaria

Fotos: Edson Ferreira

MASP: ícone da arte moderna que continua a se reinventar

Por Beatriz Bononi

Com novo prédio anexo, primeiro museu moderno do país chega a 21 mil m² e reforça posição de destaque

Foi em 1947 que o brasileiro Assis Chateaubriand fundou o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), o primeiro museu moderno do país. Ao longo de quase 80 anos, o museu projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi passou por transformações importantes: inicialmente localizado no centro da cidade, ganhou sede definitiva na Avenida Paulista em 1968. Mais recentemente, em 2025, inaugurou um prédio adicional no quarteirão vizinho à sua atual sede.

Com 14 andares, o novo edifício, batizado de Pietro Maria Bardi, ampliou a área do museu em 7.821 m². O espaço abriga galerias, salas de aula, laboratório de restauro, restaurante, loja e área para eventos, oferecendo uma experiência ainda mais completa aos visitantes.

“O novo prédio, somado à recente concessão do belvedere conhecido como vão livre, representa um expressivo crescimento da instituição, que dobrou a sua área de atuação de 10.485 m² para 21.863 m². No segun-

do semestre deste ano, as edificações serão interligadas por um túnel subterrâneo”, destaca a assessoria de comunicação do MASP.

Para Claudia Paronetti, curadora de artes e diretora da iGaleria, em Alphaville, instituições como o MASP são fundamentais porque formam o olhar do público, democratizam o acesso à arte e oferecem experiências transformadoras.

“Elas não apenas preservam a história da arte, mas também criam caminhos para que novas gerações se interessem, questionem e se conectem com a produção artística. Esse trabalho é essencial para fortalecer todo o ecossistema da arte no Brasil, do museu até a galeria”, aponta.

ACERVO

Reconhecido por ter um dos acervos mais relevantes da América Latina, o MASP reúne hoje mais de 11 mil obras, entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias e vestuário, representando produções da Europa, África, Ásia e Américas.

RECONHECIDO POR TER UM DOS

ACERVOS MAIS RELEVANTES DA AMÉRICA LATINA, O MASP REÚNE

HOJE MAIS DE 11 MIL OBRAS

As primeiras peças do museu foram selecionadas por Pietro Maria Bardi e adquiridas por meio de doações da sociedade paulistana, formando o mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul.

EXPOSIÇÕES EM CARTAZ

Atualmente, o Masp está com algumas exposições em andamento, entre elas, “Frans Krajcberg: reencontrar a árvore”, figura fundamental na arte do século 20, “Iván Argote: O Outro, Eu e os Outros”, uma instalação interativa composta por duas plataformas móveis dispostas nas extremidades do vão livre, e “Acervo em transformação”, exposição de longa duração da coleção do MASP.

“As obras são instaladas nos cavaletes de cristal — placas de vidro encaixadas em blocos de concreto — que ficam dispostos em fileiras sem divisórias na sala ampla do segundo andar do museu”.

É possível conferir a programação completa do museu e o comprar os ingressos pelo site (masp.com.br).

andares, o novo edifício, batizado de Pietro Maria Bardi, ampliou a área do museu em 7.821 m²
Foto: Eduardo
Ortega

GALERIA

ALPHAVILLE TAMBÉM É ARTE E

iGaleria nasceu com o propósito de mostrar como a arte pode estar presente no cotidiano das pessoas. Além da unidade na Al. Araguaia, conta com um espaço no Iguatemi Alphaville em que realiza diferentes exposições

Dicas para adquirir uma obra de arte

m Alphaville, um dos espaços que se dedica a aproximar o público da arte é a iGaleria. Inaugurada em 2007, a loja nasceu com o propósito de mostrar como a arte pode estar presente no cotidiano das pessoas, de maneira acessível e inspiradora.

Segundo Claudia Paronetti, a galeria hoje trabalha com artistas contemporâneos que exploram diferentes linguagens, em sua maioria brasileiros com mais de 55 anos de trajetória em pintura, gravura ou escultura. Entre os nomes representados estão Carlos Araujo, Gilberto Salvador, Claudio Tozzi e Newton Mesquita.

“Nosso público é bastante diversificado. Atendemos desde famílias e jovens casais que estão adquirindo sua primeira obra até colecionadores experientes, que acompanham artistas há muitos anos. Também recebemos com frequência arquitetos e designers que nos procuram para integrar a arte em seus projetos de interiores, ampliando a presença e a valorização da arte em Alphaville e região”.

Claudia destaca ainda que o mercado de arte no Brasil vem amadurecendo, embora ainda esteja em estágio inicial se comparado ao europeu ou americano. Para ela, a arte pode, sim, ser encarada como investimento.

“Hoje vemos um público mais atento, mas que precisa ser orientado a compreender o contexto da obra, a trajetória do artista e o impacto cultural que ela carrega. Isso demonstra uma valorização não apenas financeira, mas também simbólica e afetiva.

A arte tem conquistado um espaço mais próximo do cotidiano, tanto em residências quanto em ambientes corporativos”.

A curadora Claudia Paronetti separou algumas dicas na hora de adquirir uma obra de arte. Confira a seguir quatro aspectos essenciais na visão da especialista:

• Conexão pessoal: a obra precisa dialogar com quem a escolhe, transmitir uma emoção ou refletir algo da sua identidade;

• Contexto artístico: conhecer a trajetória do artista, sua relevância no cenário cultural e a mensagem que ele traz em sua produção;

• Autenticidade e procedência: garantir que a obra tenha certificação e seja adquirida em um ambiente de confiança;

• Representatividade pictórica: se a obra atende as características importantes no trabalho do artista em questão, para que o investimento não seja feito em uma assinatura e sim numa obra de qualidade.

Titanic: Uma Viagem Imersiva

São Paulo apresenta uma viagem incrível que te leva pra dentro da história do Titanic com projeções 3D e animações de vídeo que te fazem sentir como era ser um passageiro do famoso navio.

Data: A partir de outubro

Localização: Shopping Eldorado (Av. Rebouças, 3970 - Pinheiros)

Júlio Verne 200: Uma viagem imersiva extraordinária

Mostra sensorial traz salas tecnológicas inspiradas nos grandes clássicos do autor francês, como: Viagem ao centro da Terra, 20 mil léguas submarinas e Volta ao mundo em 80 dias. A partir de 5 de julho no MIS Experience a exposição Uma viagem imersiva extraordinária – Júlio Verne 200. A mostra inédita mostra as aventuras mais espetaculares do escritor francês por meio de oito salas que exploram suas obras mais lendárias.

Data: até 21 de setembro

Localização: Mis Experience (Rua Cenno Sbrighi, 250, Água Branca)

Floresta Utópica

Exposição imersiva que combina arte e tecnologia. Paisagem inspirada nas florestas, com projeções, aromas, sons e esculturas de luz.

Data: até 12 de outubro

Localização: Farol Santander (Rua João Brícola, 24 – Centro)

Foto: Pedro Truffi
Fotos: Divulgação
Foto: Divulgação
Foto: Layers of Reality
Foto: Lua Morales

A TAL DA GENTILEZA

Onome parece pertencer a um filósofo do século 19, mas ele nasceu em 1952. André Comte-Sponville buscou as longas fontes de Epicuro, Spinoza e Montaigne. Junto a outro francês que tem quase a mesma idade, Luc Ferry, dedica-se também ao esforço de divulgação do saber acadêmico com obras mais gerais. Ferry escreveu sobre família e vida bem-sucedida. Comte-Sponville fez livros sobre solidão, angústia e o meu preferido: Pequeno Tratado das Grandes Virtudes (WMF Martins Fontes).

Cada parte do livro citado desenvolve um tema como humor, misericórdia, tolerância ou amor. O autor é um bom filósofo; logo, ao ler sobre humildade, por exemplo, não faz um tratado moral ou de senso comum ao estilo “sejam todos humildes”. Ele pensa sobre o que seria a humildade verdadeira e suas enormes contradições.

Em cada item desenvolvido, somos obrigados a pensar nas pequenas virtudes fora do moralismo óbvio. Faz quase vinte anos que li o texto pela primeira vez e até

hoje me lembro de muitas passagens. Desenvolvo uma virtude escassa hoje: a polidez. Ele abre o livro com ela. Chama-a de “primeira virtude”, pequena, formal, mas um valor, ainda que insuficiente. Podemos encontrar canalhas polidos, ele afirma. Polidez, sozinha, não basta.

A polidez é a primeira virtude, afirma Comte-Sponville. A criança aprende a regra sem entender sua base jurídica ou moral: “Não diga palavrões”. A disciplina das regras, veja-se a defesa disto em Kant, é que nos transforma de animais em humanos. “A moral começa, pois, no ponto mais baixo - pela polidez”(p.17). Assim, aristotelicamente, praticando as ações moderadas, tornamo-nos moderados. A polidez é anterior à verdadeira moral, porém, prepara o terreno, ainda no universo kantiano.

A insistência dos pais para que os filhos digam “obrigado” é um processo repetitivo para que o hábito externo (inútil sozinho, sabemos) se torne uma atitude interna de gratidão e respeito aos outros. Assim, é possível conceber a polidez não como uma

virtude em si, mas como preparação para a virtude. Se levada em demasia, a polidez se torna falsidade e avessa à honestidade.

Considerada em si, reafirma Comte-Sponville, a polidez é secundária, irritante, quase insignificante se for colocada ao lado da virtude ou da inteligência. “A polidez não é tudo, é quase nada. Mas o homem, também, é quase um animal”(p.21). Polidez parece termo arcaico em português. Gosto mais de gentileza. Polidez tem relação com a polis, com a vida na cidade. Polidez aqui é sinônimo de civilização, de consciência social, de normas de convívio. Abrandamos pedidos com um “por favor”; e no Brasil abusamos do futuro do pretérito: “Você poderia me alcançar?”. Por fim, nossa gentileza gosta do diminutivo para parecer mais suplicante ou diminuir o peso. Um minutinho dura menos do que um minuto, ou pode durar bem mais, mas é pequeno e humilde. Por valor, por obséquio, podemos adquirir um pouquinho de esperança em mais polidez? Uma esperancinha, ao menos?

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