Figueira ed 35 20 11 14

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Fim de semana será com sol entre nuvens em Governador Valadares. Pode chover no domingo. www.climatempo.com.br

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30o 21o

MÁXIMA

ANO 1 NÚMERO 35

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 21 a 23 DE NOVEMBRO DE 2014 Arquivo pessoal

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS Tim Filho

EXEMPLAR: R$ 1,00

Recebe o afeto que se encerra Em nosso peito juvenil Querido símbolo da terra Da amada terra do Brasil!

Ricck, o criador da Gina Henrique Lopes, o Ricck, é um valadarense de 21 anos de idade, que aos 18 deixou Governador Valadares em busca de um sonho: estudar Publicidade e Propaganda em São Paulo. E foi na capital paulista que ele criou uma das personagens mais famosas das redes sociais, a Gina Indelicada. Página 8

Parlatório

Núcleo famíliar é formado por homem e mulher? Articulistas debatem o tema. Página 3 Esporte

Conheça o Le Parkour, um esporte de desafios. Página 9

Leia Mais Notícias do Poder Uma corrente governista do PMDB tomou uma decisão arriscada: não vai fazer nada para impedir a eleição do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara, nem pedir que ele esfrie os ânimos na dura relação com o Palácio do Planalto e a presidente Dilma Rousseff. Saiba o motivo lendo a coluna do jornalista José Marcelo, direto de Brasília. Página 5

Versos de Olavo Bilac / Música de Francisco Braga Hino à Bandeira Nacional

Na quarta-feira (19), Dia da Bandeira, uma gigantesca bandeira brasileira tremulou no céu de Governador Valadares. Hasteada em um mastro de 30 metros de altura, e medindo 10,20 x 7,30 metros, a bandeira se destaca na baixada do bairro São Paulo, em área anexa ao Parque de Exposições. A bandeira nacional está no estacionamento do Atacadão/Carrefour, inaugurado na quinta-feira (20). O empreendimento gerou 867 novos postos de trabalho, entre diretos e indiretos, contribuindo para o desenvolvimento da economia local. Com área de vendas de 6.300 m² e 334 vagas de estacionamento, o Atacadão Governador Valadares tem capacidade para atender mensalmente até 100 mil clientes. Em seus corredores, serão oferecidos 10 mil itens de diferentes marcas, entre hortifrúti, mercearia, perecíveis, bebidas, artigos de higiene e limpeza, utilidades domésticas, automotivos e pet.

A triste sina de quem visita os presos no cadeião de GV Sábados e domingos são dias de visita no Presídio de Governador Valadares, no Bairro Santos Dumont II. Mães, esposas, filhas, irmãs e amantes têm que se submeter a uma série de exigências para ver um parente preso. Mostrar a documentação exigida, restringir a forma dos alimentos que levam de presente para seus entes queridos, usar vestimentas e peças íntimas adequadas: calcinhas não podem ser pretas, vermelhas nem escuras; os sutiãs não podem ter aros ou bojos, além da revista íntima, onde se fica nu diante de uma agente penitenciário. Página 4 Gina Pagu

Leitura premiada A Biblioteca Pública Municipal Professor Paulo Zappi vai receber o prêmio Boas Práticas e Inovação em Bibliotecas Públicas pelo Projeto Roda de Leitura. Este prêmio é concedido pelo Ministério da Cultura. Dos 30 trabalhos selecionados o projeto valadarense ficou em oitavo lugar e receberá R$ 32 mil para ser usado na manutenção do projeto. Ao todo 108 bibliotecas participaram da seleção. A premiação é uma iniciativa do Ministério da Cultura por meio da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas e da Fundação Biblioteca Nacional. Página 7

Amarra meu cadarço? Os famosos personagens de João Marcos, Mendelévio e Telúria, voltam na nova obra do autor, o livro “Amarra meu cadarço?”. Nesta nova história os irmãos estão mais jovens, e super animados porque vão visitar a vovó e o vovô. Porém, Telúria nota que o cadarço do irmão está desamarrado. Ela tenta amarrá-lo, mas não consegue. Página 11

Está em curso, há anos, nas “redes sociais” insidiosa campanha de agressão à democracia e crescentes ataques às instituições. Leia a análise do jornalista Mauro Santayana nas Páginas 6/7


OPINIÃO

Editorial

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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

Tim Filho

Publicamos neste espaço editorial o pensamento do jornalista Carlos Schröder, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a respeito do estranho comportamento de pessoas e instituições que não aceitam o resultado das urnas nas eleições 2014, e negam, com esse comportamento, o estado democrático e de direito.

...e a intolerância nossa de cada dia.

O golpe e nós Celso Schröder Entre ser paranoico e ser ingênuo, sempre optei pela paranoia. Cresci assim, o que vou fazer? Portanto, um golpe está sendo preparado? É claro que sim! Ele será dado? Espero que não. Mas entre querer, preparar e encaminhar uma ação, e esta ação acontecer, está em jogo apenas a concretização de um desejo. Logo, atentemos aos sinais e nos movamos com os nossos desejos de liberdade, igualdade e fraternidade contra os desejos autoritários. Afinal, de uns tempos para cá, os sinais estão ficando cada vez mais claros. Primeiro temos uma mídia hegemônica que passa anos a pregar contra a política e os políticos - de maneira geral, é claro - para construir um ambiente que atribui à política o local da corrupção, e aos políticos - todos - o papel de corruptos. Depois se constituem partidos que estabelecem regras de tal maneira a não ser possível distinguir programas, compromissos e nem mesmo os papéis dos atores. A volatilidade, a ambiguidade e a promiscuidade são tais, que num primeiro momento não é possível acompanhar a dança das cadeiras de partidos de determinados políticos. Num segundo momento, não tem mais importância identificar os partidos. Desconstituídos assim, a política e em seguida os partidos, o que sobra são as personalidades. Corruptas por princípio, segundo a mídia, elas só se salvarão se unirem- se no coro do “pega ladrão” na expectativa de que todos olhem para o outro lado. Assim, Se reduz a política ao preceito lacerdista de caça aos corruptos (os outros, é claro), ignora-se que o que está em jogo, e sempre esteve, são as decisões que incidem sobre a economia que decidirá, afinal, se mantêm-se os privilégios ou se dividese de maneira um pouco mais equânime as riquezas da nação. Um terceiro passo é reintroduzir a violência como instrumento da política. Fascistas e nazistas sabiam disso muito bem. A violência incorpora-se e naturaliza-se. Primeiro confundindo-se e legitimando-se nos espaços da sociedade civil que desencadeia forças equivalentes nos estamentos estatais. Depois elege-se objetivos genéricos o suficiente para serem atribuídos a qualquer um e, principalmente, serem irrealizáveis para alimentar a frustração e o desencanto, alimentos indispensáveis do autoritarismo. Escolhe-se e denomina-se os supostos corruptos a serem depostos, mesmo se estes forem eleitos democraticamente. Finalmente realiza-se uma disputa eleitoral onde o tom proposto é de chutar o balde, de rasgar as regras em tese aceitas por todos. O principal ator da oposição formal soma-se ao principal ator da oposição simbólica e passam, juntos, a pregar a ruptura institucional. O nome disto é golpe político. Já passamos por isto quando viabilizado pelos militares. Vemos agora, ao nosso redor, na América Latina, golpes com outro formato e outros agentes, mas com o mesmo objetivo de garantir privilégios ao arrepio da lei. O golpe à brasileira ainda está na fase do ridículo e do inverossímil, como era risível a movimentação de tropas do General Mourão em 1964 a perder tanques no caminho de Minas. Mas já conseguiu algumas proezas: colou no PT, somente nele, a marca da corrupção. Feito considerável se olharmos a história das privatizações, só para ficarmos num dos momentos mais importantes da transferência de recursos públicos para mãos privadas, sem trocadilho. Elegeu a violência como ferramenta, assumida sem vergonha por damas e cavalheiros bem vestidos, semeou o ódio como ideologia e dividiu artificialmente o Brasil. Aceitou a xenofobia, o racismo e a homofobia como preço a pagar a aliados fascistas. Espero sinceramente que minha paranoia perca para minha ingenuidade. Enquanto isso, vamos estocar alimentos, forças e convocar as instituições democráticas a se contraporem a qualquer retrocesso institucional no Brasil.

Parlatório O Projeto de Lei 6583/13, do deputado Anderson Ferreira (PR-PE), que cria o Estatuto da Família, apresenta diretrizes de políticas públicas voltadas para a entidade familiar, e define família como algo formado a partir da união entre homem e mulher. Você concorda com esta definição? Família é vivência de papel familiar NÃO

É comum vermos embates acerca do casamento de pessoas de mesmo gênero, mesmo após pacificada juridicamente tal questão. Alguns opositores teimam em negá-lo baseados em princípios religiosos questionáveis, em razão da falta de amparo jurídico de definições que não reconheçam tais famílias, notadamente após os brilhantes acórdãos prolatados em julgamento da ADPF 132/RJ e da ADI 4277/DF pelo Supremo Tribunal Federal, além da Resolução 175/13 do Conselho Nacional de Justiça. Ocorre que princípios religiosos são válidos, mas podem ser opostos para seguidores de uma religião, e utilizados como embasamento para casamentos religiosos. O que não encontra coincidência com os direitos civis das pessoas. Do mesmo modo que a Lei do Divórcio não obrigou a Igreja Católica a casar novamente pessoas divorciadas, ou permitir que comunguem, o reconhecimento do casamento de pessoas do mesmo gênero não alterará a rotina de religião alguma. Mudam as leis civis, permanecem por muito mais tempo os dogmas religiosos, nos quais o Estado não pode, nem deve interferir. Somos um Estado Laico, isto significa que não somos um Estado católico, evangélico, candomblecista, umbandista, espírita, muçulmano, nem ateu. Temos uma sociedade composta por pessoas de diversas religiões, ou nenhuma, e o direito de todas é resguardado. A liberdade religiosa não é embaraçada pelo Estado com a adoção de um modelo religioso único, que restrinja os demais. Isto é ótimo. Nossos parlamentares sabem disso, então sempre que reafirmam que a união entre pessoas do mesmo gênero não é família, e pugnam por uma volta ao passado, quererem tratar iguais desigualmente no sentido de aumentar esta desigualdade. Todavia as desigualdades devem ser mitiga-

SIM

Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira

Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Família é vivência de papel familiar, de papel parental, de papel conjugal, é espaço de afeto com dever de cuidado. Discurso de ódio não merece acolhida, porque família combina mesmo é com amor.

das em um Estado Democrático de Direito. Família independe de sexo, gêneros discordantes, número de pessoas, certidões de registro ou escrituras públicas, tampouco pressupõe consanguinidade ou sobrenomes comuns. Família não é privilégio só de pessoas brancas, ricas, nascidas no sul e sudeste, ou heterossexuais, ao contrário, é espaço no qual não se comporta discriminação e todas as pessoas são iguais, respeitadas suas diferenças. Família é espaço plural e multifacetado de vínculos ao qual o Estado dá especial proteção, por ser a base de nossa sociedade. O que está na Constituição Cidadã, em seu artigo 226, é família. Ela é gente unida pelo casamento, pela união estável, é genitora ou genitor com descendentes, e muito mais. É também avós com netas/os, irmãs ou irmãos que vivem juntos, e formas várias de pessoas que se sentem como a família uma da outra, e efetivamente são. Família é vivência de papel familiar, de papel parental, de papel conjugal, é espaço de afeto com dever de cuidado. Discurso de ódio não merece acolhida, porque família combina mesmo é com amor.

Fernanda Coelho é militante bissexual membro do Coletivo BIL, advogada presidenta da Comissão Especial da Diversidade Sexual da OAB-Ipatinga/MG e da Comissão Estadual de Direito Homoafetivo do IBDFAM/MG.

Chave na fechadura, esta é a única forma possível de acessar uma família

Carlos Schröder é presidente da Federação Nacional dos Jornalistas

Expediente

Fernanda Coelho

Rodrigo Godoy

Desde a criação do mundo o ser humano tem a tendência de complicar o simples; dificultar o fácil, profanar o sagrado e desobedecer a ordem (leia os textos da Bíblia em Gênesis 2:15-17 e Gênesis 3:1-13). Existe dentro de cada um de nós o anseio em ultrapassar limites, se destacar e viver mais e melhor; porém tudo na vida é uma questão de escolha, e cada escolha que fazemos terá sua respectiva consequência, sua natural semeadura. Só é contra o aborto quem já nasceu, só é a favor da união entre duas pessoas do mesmo sexo quem é fruto de duas pessoas de sexo diferente: um homem com uma mulher. O acesso para um lar, a entrada para visitar uma família, somente é possível através da porta; e a porta só pode ser aberta se houver uma chave para destravar a fechadura; esta é a ordem natural dos fatos, esta é a única realidade existente e possível. Então vos pergunto, por que querer complicar o simples? Já imaginou o que seria da raça humana se todos optassem em afirmar e viver que o núcleo familiar pode existir e sobreviver somente com a união de duas pessoas do mesmo sexo? Seria uma questão de tempo para o extermínio de todo ser humano. A sociedade precisa de bases para se firmar. Sim, devemos mudar também, nos reciclar. Mas nem todos os marcos devem ser removidos. Existem marcos que nunca deveriam ser removidos. Existem sim outros tipos de ambientes fami-

Já imaginou o que seria da raça humana se todos optassem em afirmar e viver que o núcleo familiar pode existir e sobreviver somente com a união de duas pessoas do mesmo sexo? Seria uma questão de tempo para o extermínio de todo ser humano.

liares e devemos assegurar que esses ambientes também tenham seus direitos respeitados. Reconhecemos que existe mudança na família desde os primórdios. Mas o núcleo, a base, deve ser formado por um homem e uma mulher. Precisamos de referência para nossas decisões e para instruir as nossas crianças. A família tradicional deve ser respeitada como pilar da nossa sociedade. Minha oração é que você seja muito feliz tendo uma linda família, mas para isso, você deve encontrar o parceiro ou a parceira ideal que Deus tem para você; lembrando que: não adianta duas chaves se não houver uma fechadura, e que para nada serve duas fechaduras se não houver uma chave.

Rodrigo Godoy é bacharel em Teologia.


CIDADANIA & POLÍTICA Bombou na rede

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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

Da Redação

Um comentário do jornalista Ricardo Boechat ganha repercussão no meio político em todo o país: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. Eu queria fazer a seguinte observação: Acho que ele [Fernando Henrique Cardoso] está sendo oportunista quando começa a sentir vergonha com a roubalheira ocorrida na gestão alheia. É o tipo de vergonha que tem memória controlada pelo tempo. A partir de um certo tempo para trás ou para frente você começa a sentir vergonha, porque o presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo. ‘Ah, mas não pegaram ninguém!” Ora presidente! Dá um desconto porque só falta o senhor achar que na gestão do Sarney não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Fernando Collor não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Itamar Franco não teve gente roubando na Petrobras. A Petrobras sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. Eu ganhei um Prêmio Esso em 1989 denunciando roubalheira na Petrobras. […] A Petrobras sempre foi vítima de quadrilhas que operavam lá dentro formada por gente dos seus quadros ou que foram indicados por políticos e por empresários, fornecedores, empreiteiras. Então essa vergonha do expresidente Fernando Henrique Cardoso é sim uma tentativa de manipulação política partidária da questão policial”, disse Boechat .

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Reprodução Guinaldo Nicolaevsky

Thomaz Bastos Faleceu na quinta-feira, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que estava sob tratamento de descompensação de fibrose pulmonar; ele estava internado no Sírio-Libanês e vinha conduzindo a defesa de duas empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato: a Odebrecht e a Camargo Corrêa; antes de morrer, ele tentou um acordo de leniência entre as empreiteiras e a Justiça Federal, que foi rejeitado pelo Ministério Público EBC

A garotinha que ignorou o General

Ingressos na mira do MP O reajuste nos valores dos ingressos para a final da Copa do Brasil, no dia 26 de novembro, entraram na mira do Ministério Público de Minas Gerais, que propôs uma Ação Civil Pública contra o Cruzeiro, mandante da partida. O órgão considera abusivo o preço de R$ 1 mil dado aos bilhetes do setor “Roxo”, que comportará a torcida visitante, do Atlético. A ação pede que seja determinada, liminarmente, a comercialização dos ingressos do setor “Roxo” a preço não superior a R$ 500. Esta ação esquenta o bate-boca entre os presidentes Gilvan de Pinho (Cruzeiro) e Alexandre Kalil (Atlético).

Frase São poucos os políticos que sabem fazer política. Mas, quando um intelectual tenta entrar nesse meio, então é o fim do mundo. Jorge Luis Borges / Poeta argentino

Uma das fotos mais emblemáticas dos anos de chumbo mostra uma menina de cinco anos que virou símbolo da insatisfação com o regime militar (1964-1985) após ser fotografada rejeitando o cumprimento do então presidente João Figueiredo (1979-1985). O registro foi feito em 1979 pelo fotógrafo Guinaldo Nicolaevsky durante uma cerimônia no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Na foto, a garota Rachel Clemens aparece de braços cruzados enquanto o expresidente tenta cumprimentá-la com um aperto de mão. Em seu blog pessoal, ela conta que não cumprimentou Figueiredo porque não queria fazer algo “obrigada”, já que as pessoas ao seu redor insistiram para que ela o cumprimentasse. Apesar de seu relato desmistificar o simbolismo da foto, ela escreveu que ficou “orgulhosa por ter servido de alento para tantos brasileiros” e para “crianças que queriam estar no meu lugar por seus pais estarem presos [pela ditadura militar]”. Ela conta ainda que só percebeu que a foto era famosa em 1986, durante uma aula de história no colégio. Clemens passou a tentar encontrar o fotógrafo, sem sucesso. Leia mais no blog de Rachel Clemens. Leia mais no blog: http://blogdarachelmcs.blogspot.com.br/ Arquivo Pessoal

ROOSVANY BELTRAME

Escola de Tempo Integral de Governador Valadares, em debate A Secretaria Municipal de Educação de Governador Valadares (SMED) apresentou sua experiência de Política Pública da Escola de Tempo Integral no 3º Encontro Anual de Formação Continuada (ENFOCO) da Universidade Federal do Rio Grande – FURG, no dia 11 de novembro, em Rio Grande, RS. O encontro é realizado anualmente e tem como propósito a socialização das práticas de formação continuada ofertadas pela FURG. Porém, nessa edição, de forma especial, o ENFOCO, apresentou uma preocupação emergente no cenário educacional do Brasil – a educação integral em tempo integral. Bandeira das mais levantadas em propostas de campanhas eleitorais, a Escola de Tempo Integral (ETI) tem sido fortemente debatida, nos últimos meses, sob uma perspectiva ainda pouco conhecida pela população em geral. Normalmente confundida com a simples ampliação da carga horária, o conceito de educação integral é muito mais amplo. A ETI, no município de Governador Valadares, conforme preconizado na proposta de implantação, desenvolve uma proposta educacional de mudanças, oferecendo uma educação transformadora e comprometida com a formação humana, indo além da simples ampliação de jornada escolar. Para debater o conceito de escola de tempo integral e apresentar a experiência de Governador Valadares, enquanto único município a implantá-la de forma integrada, reuniu-se numa mesa redonda, coordenada pela Professora Drª Simone Anadon, Diretora de Extensão da FURG, a Secretária

Municipal de Educação Adjunta, Elizabete Aparecida de Carvalho, que apresentou a Escola de Tempo Integral enquanto política pública, a Pedagoga da SMED/Governador Valadares, Roosvany Beltrame, que apresentou o contexto da Educação em Tempo Integral e o Programa Mais Educação, e a Diretora da Escola Municipal Laura Fabri, Jeanne Grace, que apresentou a concepção “O papel do Gestor Escolar na implementação da Escola em Tempo Integral”. Diversos modelos de Escola em Tempo Integral podem, enfim, ser implementados, conforme mostrou o debate. Porém, deve-se levar em conta uma proposta de educação integral, em tempo integral, implantada com o objetivo prioritário de desenvolver identidades sociais e respeito à diversidade para o desenvolvimento sustentável da comunidade local.

Bandeira das mais levantadas em propostas de campanhas eleitorais, a Escola de Tempo Integral (ETI) tem sido fortemente debatida, nos últimos meses, sob uma perspectiva ainda pouco conhecida pela população em geral.

Roosvany Betrame Rocha é graduada em Pedagogia, membro do Conselho Municipal de Educação, Pedagoga responsável pelo Programa Mais Educação na Secretaria Municipal de Educação, de Governador Valadares.

Alexandre Perim, Patrícia Soares e Guilherme Ganso, lançaram na terça-feira (18) a Feira “Saber Mais”, a feira do estudante, marcada para os dias 12, 13, 14 e 15 de março de 2015, no Parque de Exposições. A feira terá atividades educacionais e de entretenimento, feira do livro, palestras e mostra de arte e artesanato. Segundo os organizadores, a “Saber Mais” tem seu foco na educação, nos estudantes e nas instituições de ensino, e veio para consolidar cada vez mais Governador Valadares como um polo estudantil.


COTIDIANO

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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

VISITA AO PRESÍDIO

Visitas marcadas pela tristeza Mães, esposas, filhas, irmãs e amantes têm que se submeter a muitas exigências para ver um parente preso, além de ficar ao relento, à espera do início da visitação Gina Pagu / Repórter

Sábados e domingos são dias de visita no Presídio de Governador Valadares, no Bairro Santos Dumont II. Mães, esposas, filhas, irmãs e amantes têm que se submeter a uma série de exigências para ver um parente preso. Mostrar a documentação exigida, restringir a forma dos alimentos que levam de presente para seus entes queridos, usar vestimentas e peças íntimas adequadas: calcinhas não podem ser pretas, vermelhas nem escuras; os sutiãs não podem ter aros ou bojos, além da revista íntima, onde se fica nu diante de uma agente penitenciário. Logo na porta de entrada os visitantes encontram a listagem dessas restrições e regras. A pessoa deve trazer uma série de documentos para se cadastrar como visitante, como Certidão de Antecedentes Criminais, cópias de documentos pessoais e comprovante de residência, além de cópias da documentação do preso. Durante o período de fim de ano somente familiares de primeiro grau têm direito a ser cadastrado para fazer as visitas. Quando cheguei à rua do presídio vi uma senhora, de quase 70 anos na fila, com sacolas de supermercado na mão. Ela é mãe de um preso. Diz que não vem sempre porque já está cansada e velha demais. “Venho para ajudar o meu filho, mas por mim mesma eu não viria. É difícil demais tirar a roupa, ficar aqui fora. Tenho prioridade para entrar, porque sou idosa, mas tenho que esperar aqui no tempo de qualquer maneira, não há uma cadeira para se sentar, um abrigo. Meu filho precisa de mim, ainda não foi julgado, e tenho que dar apoio a ele. É só amor de mãe mesmo pra isso.” Maria visita o irmão preso há 2 anos e explica que muita gente tem dormido na rua para poder conseguir entrar. “Eu venho quase todo final de semana, mas como não sou idosa ou tenho filho, sei que fico no final da fila e já venho depois das 8 da manhã. Mas quem chega de outra cidade e não tem parentes aqui fica na rua mesmo. Tem gente que chega de madrugada porque tem medo de não conseguir um bom lugar. A gente vai levando, fazendo sacrifício. Mas isso aqui nunca foi fácil.” Ela conta que é difícil ter um irmão condenado e que só ela dos 7 irmãos se submete a humilhação das visitas ao presídio. “Meu irmão trabalhava viajando, ganhava bem, e na volta de uma dessas viagens bri-

Gina Pagu

Sentada na calçada da rua do presídio, uma moça observa o momento de entrada das pessoas que vão visitar os presos. A revista feita nos visitantes é rigorosa

gou com a mulher e ela lhe deu um tapa na cara. Na hora da raiva ele deu um tiro nela e a matou. Mas como trabalha aqui, vai ter redução de pena. Faltam 1 ano e 4 meses para ele sair. E esse tempo que falta vamos ter que continuar ficando na rua, na calçada, no tempo, sem ter água ou banheiro direito para usar?” Vanessa visita a mãe que está na ala feminina do presídio. Encomenda o marmitex do pessoal de um restaurante vizinho. “Eles entregam de bicicleta ou de moto, rápido, e nos modos que exigem as regras: feijão só pode ser batido, macarrão com molho simples, carnes sem ossos, arroz branco, cenoura ou beterraba crus.” Ela fala da sensação de também se sentir restringida. “Além da pessoa presa estar trancafiada, nós aqui do lado de fora não temos muitas opções. O banheiro é um só, desses públicos, de plástico, sem papel, sem descarga e fica ali na calçada para esse monte de gente. Se já não bastasse todas as situações que passamos para dar um abraço, para tentar matar as saudades, ter que ficar aqui fora, sem água para beber ou lugar para sentar?”

Tânia, dona de casa, visita o ex-marido, pai de um dos filhos, diz que os familiares do preso não vêm mais ao presídio por causa da situação que tem que passar na fila. “Meus ex-sogros já são idosos, têm prioridade para entrar. Começam a chamar às 8:30 da manhã, mas mesmo assim teriam que chegar antes, pois muita gente fura a fila e não respeita. Eu venho porque fico com pena dele não receber ninguém aos fins de semana.” A principal reclamação é mesmo a falta de local adequado para esperar o momento do encontro e do abraço com o familiar preso. Para quem vem de outra cidade e chega na noite de sexta-feira ou sábado, por exemplo, não resta nada além da calçada de um bar, o frio ou o calor. Três irmãos Marta vive essas restrições da visita ao presídio de Valadares há pelo menos 10 anos. São três irmãos condenados por tráfico de drogas, dois deles já estiveram no presídio, um terceiro está na Penitenciária Gina Pagu

Francisco Floriano de Paula. Marta explica que hoje é muito complicado visitar um parente. “Há uns quatro anos a situação era diferente, menos pior, digamos. As famílias que vinham de longe tinham uma espécie de Casa de Ajuda ao Presidiário, onde podiam passar a noite ou as horas até dar o horário de visita. Hoje só restou a rua mesmo. Sem cobertura, sem nada. Algumas coisas continuam do mesmo jeito, terças e quartas-feiras são os dias de se cadastrar os que querem visitar, depois você pega sua carteirinha e já pode vir. Só que lá dentro do pátio é outro problema, se chover todos temos que ficar amontoados nos corredores. Será que vai continuar assim? Será que preso não é gente?” Ela explica que para o preso é muito importante a visita, o abraço e o carinho da família. “Meus irmãos são mais jovens que eu, e se não fosse a nossa insistência em vêlos talvez eles não conseguissem manter a disciplina lá dentro e não sairiam no tempo da pena. Nós sabemos que eles estão errados, porque mexeram com o tráfico, mas não deveríamos pagar a pena junto com eles. Eles devem pagar pelos seus erros, mas onde foi que nós familiares erramos? Talvez na falta de correção quando estavam em casa. Só que é duro demais submeter uma criança ou um idoso a essas situações vexatórias.” Cartas de amor

Agente penitenciário observa a movimentação das pessoas na entrada do presídio no domingo pela manhã. A segurança é sempre reforçada durante as visitas

Para quem não pode visitar restam as cartas de amor. A maioria das 20 cartas diárias postadas na agência credenciada dos Correios, na padaria da esquina do Bairro Sir, é endereçada ao Presídio ou a Penitenciária de Paca. A atendente do comércio explica que a maioria dos remetentes são mulheres e que muitas vezes, por não quererem enfrentar as mazelas das visitas aos presídios, elas despacham a saudade pelas cartas. “Muitos são casos de amor, de casamento, de esposas oficiais, de quem começou a namorar num dia de visita qualquer ou até de amantes que recebem uma mesada do preso que está lá. Elas deixam as cartas aqui e me contam as histórias. Acho que é um jeito de desabafar, porque não deve ser fácil ser mulher de preso, amante então nem se fala. Ir lá, tirar a roupa, passar por tudo? É melhor deixar uma carta. É melhor deixar a saudades assim escrita.”


POLÍTICA 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

Exclusivo Uma corrente governista do PMDB tomou uma decisão arriscada: não vai fazer nada para impedir a eleição do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara, nem pedir que ele esfrie os ânimos na dura relação com o Palácio do Planalto e a presidente Dilma Rousseff. Esta ala acredita que os exageros e os rompantes oposicionistas de Eduardo Cunha vão acabar expondo o lado mais radical do deputado, e desgastando publicamente o desafeto da presidente. Quando tudo estiver descontrolado, a turma do deixa disso deve entrar em campo. O Planalto teme a estratégia.

Recuerdo

E agora? Ao anunciar a aposentadoria definitiva dos cargos públicos, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse a esse jornalista que a saída para toda essa onda de denúncias e escândalo de desvio bilionário na Petrobrás está nas mãos da presidente reeleita, Dilma Rousseff. Uma saída, segundo ele, que vai exigir coragem de guerrilheira. Na avaliação de Simon, a presidente precisa fazer sozinha a reforma ministerial, descolada do ex-presidente Lula e bem longe das indicações de qualquer partido, principalmente o PT e o PMDB. Só assim ela assumiria o controle da situação e colocaria a banda podre para correr. “Ela precisa mostrar força para passar esse país a limpo”, disse Simon.

Nome no escândalo

Por fim... Ao analisar o escândalo da Petrobrás, Pedro Simon brincou e fez uma analogia. Disse que comparado à situação atual, o escândalo envolvendo o ex-presidente Fernando Collor de Mello teria de ser tratado pelo juizado de pequenas causas.

Caricatura de William

Parte desta ala governista acredita que a única alternativa para queimar Eduardo Cunha e colocar uma pedra em cima do sonho dele de presidir a Câmara é o aparecimento do nome do deputado nas investigações da Polícia Federal, que apura o escândalo da Petrobrás. Especulações existem aos montes, mas até agora, nada.

E a Marta?

Faz de conta Nos corredores do Congresso Nacional já é dado como certo que até o fim do ano vai ser feito muito barulho, mas nada de realmente novo deve sair das investigações parlamentares sobre o caso Petrobrás. É que o suposto esquema teria começado ainda no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso e se consolidado nos governos Lula. O problema é que não sobrariam partidos suficientes de mãos limpas para investigar de verdade. A esperança de parte da oposição recai sobre a investigação da PF. Se essa hipótese se confirmar, o assunto só deve voltar a ganhar força na segunda quinzena de janeiro.

Último peemedebista histórico – ajudou a fundar o MDB, ainda na Ditadura- Pedro Simon coordenou o movimento Diretas Já, percorreu o Brasil na luta pela anistia política e participou das CPIs mais importantes da história. Disse que deixa a política porque quer sair vivo do Congresso Nacional. “Quero sair ainda caminhando”, brincou.

Futuro Por falar em Pedro Simon, a partir de janeiro, vai ser a primeira vez, em 32 anos que ele não estará ocupando uma cadeira no Senado Federal. Aos 85 anos Simon se aposenta da vida pública, mas não da política. Ele revelou à coluna que vai voltar a cruzar o Brasil, de Norte a Sul, tentando mobilizar os jovens e chamando a atenção para a necessidade de uma onda de protestos populares para provocar as mudanças que o Brasil precisa. “Porque não adianta esperar mudanças por parte desses deputados e senadores que aí estão”, disse Simon.

REFORMA AGRÁRIA

Falei aqui na semana passada da situação da senadora e ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy. E mal chegou ao Senado, onde reassumiu o mandato, Marta já botou mais um pedaço das mangas para fora. Assim que retomou a cadeira no Senado ela foi tratando de dizer que pode se filiar ao PMDB. O que ela talvez não soubesse é que uma ala grande do PT está comemorando a possibilidade. E uma do PMDB tem medo. É que Marta Suplicy chegaria ao partido assumindo território e ameaçando futuras candidaturas por São Paulo.

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

ECONOMIA

Mais de 200 famílias ocupam fazenda no Córrego dos Borges

13° salário deve injetar cerca de R$ 176 milhões na cidade

No dia 26 de agosto de 2014, durante o Encontro da Juventude no Centro de Formação Francisca Veras (CFFV), mais de 200 famílias ocuparam o acampamento Cidona, no Córrego dos Borges, na Fazenda Eldorado em Santo Antônio do Pontal, distrito de Governador Valadares. De acordo com Terezinha Sabino, integrante da Direção Estadual do Movimento dos Sem Terra (MST) em Valadares, até agora não houve nenhuma negociação. “O proprietário nunca esteve no local, no entanto entrou na justiça pedindo a reintegração de posse, mas o MST já recorreu a decisão. Somente um funcionário dele esteve visitando-nos.” O acampamento Cidona, como é conhecido, hoje tem a presença de 200 famílias que ocupam uma extensão de 800 hectares de terra. Segundo Sabino elas aguardam as decisões da justiça pela terra prometida. “Enquanto as respostas não vêm, todos já cuidam do que será nosso. As famílias estão plantando, já existem hortas coletivas e também individuais. Estamos animados com o sucesso dessa empreitada na luta pela posse da terra.”

A data mais esperada pelos empresários se aproxima, movimentando as cadeias de produção do segmento do comércio de bens, serviços e turismo. Para aquecer as vendas no Natal, a expectativa dos empresários pelo 13° salário é positiva. De acordo com a estimativa da Fecomércio MG, até o final do ano deverá ser injetado em Governador Valadares cerca de 176 milhões. As principais pretensões de gastos com o 13º salário são: fazer as compras de Natal (R$ 67.797.928,00); quitar dívidas (R$ 60.420.951,00); aplicar o dinheiro (R$ 24.062.995,00); outros (R$ 23.360.426,00). Em todo o Estado de Minas, serão injetados cerca de 14,4 bilhões na economia, sendo beneficiados aproximadamente 8,7 milhões de mineiros, incluindo trabalhadores, aposentados e pensionistas. O otimismo com o 13º abrange também os consumidores. É o momento esperado pelos brasileiros para comprar presentes, quitar dívidas, mas também poupar. Uma pesquisa realizada com 408 consumidores da capital, mas que pode ser refletida no interior, apontou que o consumidor está mais atento em relação à economia e consciente na importância de poupar dinheiro, mas que também pretende ir às compras neste Natal. Segundo a pesquisa, os homens estão mais preocupados em quitar as dívidas do que as mulheres. Para eles as principais pretensões de gastos com o 13° salário foi: quitar dívidas (26,5%), aplicar o dinheiro (21,2%) e fazer as compras de Natal (20,4%). Em contrapartida, as mulheres priorizaram as compras de Natal (33,1%) e, logo em seguida, a quitação das dívidas (23%) e a aplicação do dinheiro (12,9%). Nes-

Conquistas do MST Sabino explica que uma das grandes conquistas do MST, nesse segundo semestre de 2014, para a classe Trabalhadora, foi a emissão da posse da fazenda Lagoa do Belo. “Ocupamos 941 hectares no município de Jampruca, no assentamento Belo Monte. As famílias que foram assentadas já estavam acampadas há cinco anos. Mesmo com muita resistência foi conquistada a emissão de posse dessa terra.” O MST tem demarcado espaço na região do Vale do Rio Doce. Em Tumiritinga, 150 famílias estão acampadas na área Fíbria da Aracruz Celulose. Em Salto da Divisa, na Fazenda Monte Cristo, foram ocupados 1,3 mil hectares. A Diretora diz que essa é uma luta árdua, e as famílias que estão acampadas vivem na eminência de serem despejadas. “Resistimos bravamente, mantendo os filhos na escola e crescendo na produção de alimentos. Pois tudo isso é válido quando conseguimos vitórias como a da Lagoa do Belo que teve o Decreto Presidencial de interesse social para fins de reforma agrária, publicado em dezembro de 2011. Pois foi identificada como grande propriedade improdutiva por laudo de vistoria do INCRA com capacidade para assentamento de 40 famílias.” No dia 17 de maio desse ano foi emitida a posse da Fazenda Helena no Município de Campanaro, hoje Assentamento Egídio Brunetto. Houve também no dia 3 de maio a ocupação do Acampamento Janete Teles, em Jampruca com 400 famílias.

te ano, devido ao cenário econômico do país, o consumidor está mais atento e cauteloso. O percentual de consumidores que pretendem aplicar o 13° é o maior desde 2008, com 18,2% da pretensão de aplicá-lo. A pesquisa apurou ainda os principais produtos que os entrevistados pretendem comprar neste Natal. Na lista, as roupas ganharam destaque como primeira opção para (35,8 %) dos entrevistados. Na sequência os brinquedos (19,5%); calçados (18,8%); perfumes (6,2%); smartphones (5,8%); telefone celulares (2,1%); móveis de decoração (1,9%); e outros (9,7%). Mais uma vez, a intenção de comprar poucos produtos de menor valor foi a opção mais citada (52,1%), ou seja, as famosas lembrancinhas para familiares e amigos. Em relação ao planejamento para a realização das compras, o levantamento apontou que 63,4% dos consumidores se planejam para ir às compras. Diante disso, algumas situações influenciam nesta escolha. Os preços menores estimulam comprar mais (59,3%); oferta de brindes ou benefícios (13,4%); compras sem planejamento, levando em consideração as promoções (18,6%); outros (8,7%) Para o presidente do Sindicomércio de Governador Valadares, Hercílio Araújo Diniz Filho, é importante que os empresários se preparem para as vendas de fim de ano. “Como o Natal é a data mais aguardada pelos empresários, é importante que eles adotem estratégias com o foco nos desejos dos consumidores, oferecendo serviços e produtos de qualidade. Com a concorrência cada vez mais acirrada, é necessário que haja planejamento e inovação para atrair o consumidor”, destaca.

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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

O povo foi para as ruas comemorar a vitória da Presidenta Dilma Rousseff nas urnas, enquanto a oposição lançava dúvidas sobre a vitória. Iniciou-se uma pregação sobre uma suposta divisão do país, por causa dos votos majoritár

Intolerância

Está em curso, há anos, nas “redes sociais” insidiosa campanh

Mauro Santayanna Quem cala, consente. Os governos do PT têm feito, em todo esse período, cara de paisagem. Nem mesmo quando diretamente insultados, ou caluniados, os dirigentes do partido tomaram qualquer providência contra quem os atacava, ou atacava as instituições, esquecendo-se de que, ao se omitirem, a primeira vítima foi a democracia. Nisso, sejamos francos, foram precedidos por todos os governos anteriores, que chegaram ao poder depois da redemocratização do país. Mergulhados na luta política e na administração cotidiana dos problemas nacionais, nenhum deles percebeu que o primeiro dever que tínhamos, nesta nação, depois do fim do período autoritário, era regar e proteger a frágil flor da Liberdade, ensinando sua importância e virtudes às novas gerações, para que sua chama não se apagasse no coração dos brasileiros. Se, naquele momento, o da batalha pela reconquista do Estado de Direito, cantávamos em letras de rock que queríamos votar para presidente, hoje parece que os polos da razão foram trocados, e que vivemos sob a égide da insânia e da vilania. Em absoluta inversão de valores, da ética, da informação, da própria história, retorna a velha balela anticomunista de que Jango — um latifundiário liberal ligado ao trabalhismo — ia implantar uma ditadura cubano-soviética no Brasil, ou que algumas dezenas de estudantes poderiam derrubar, quatro anos depois, um regime autoritário fortemente armado, quando não havia nenhuma condição interna ou externa para isso. Agora, para muitos que se manifestam pela internet, quem combatia pela democracia virou terrorista, os torturadores são incensados e defendidos, e prega-se abertamente o fim do Estado de Direito, como se o fascismo e o autoritarismo fossem solução para alguma coisa, ou o Brasil não fosse ficar, política e economicamente, imediata e absolutamente, isolado do resto do mundo, caso fosse rompida a normalidade constitucional. Ora, os mesmos internautas que insultam, hoje, o Judiciário, sem serem incomodados — afirmando que o ministro Toffoli fraudou as eleições — já atacaram pesadamente Aécio Neves e sua família, quando ele disputava a indicação como candidato à Presidência pelo PSDB em 2010. São eles os mesmos que agridem os comandantes militares, acusando-os de serem “frouxos” e estarem controlados pelos comunistas, e deixam claro seu desprezo pelas instituições brasileiras, incluindo as Forças Armadas, pedindo em petição pública à Casa Branca uma intervenção dos Estados Unidos no Brasil, como se fôssemos reles quintal dos EUA, quando são eles os que se comportam como abjetos vira-latas, em sua patética submissão ao estrangeiro.

Ora, os mesmos internautas que insultam, hoje, o Judiciário, sem serem incomodados — afirmando que o ministro Toffoli fraudou as eleições — já atacaram pesadamente Aécio Neves e sua família, quando ele disputava a indicação como candidato à Presidência pelo PSDB em 2010.

São eles os que defendem o extermínio dos nordestinos e a divisão do país, como se apenas naquela região a candidata da situação tivesse obtido maioria, e não estivéssemos todos misturados, ou nos fosse proibida a travessia das fronteiras dos estados. São eles que inventam generais de araque, supostos autores de manifestos igualmente falsos, e usam, sem autorização, o nome de oficiais da reserva, em documentos delirantes, tentando manipular, a todo momento, a base das Forças Armadas e as forças de segurança, dando a impressão de que existem sediciosos no Exército, na Marinha, na Aeronáutica, quando as três forças se encontram unidas, na execução de projetos como o comando das Operações de Paz da ONU no Haiti e no Líbano; as Operações Ágata, em nossas fronteiras; o novo Jato Cargueiro Militar KC-390 da Embraer; o novo Sistema de Mísseis Astros 2020 da Avibras; ou o novo submarino nuclear brasileiro, no cumprimento, com louvor, de sua missão constitucional. O site SRZD, do jornalista Sérgio Rezende, entrou em contato com oficiais militares da reserva, que supostamente teriam “assinado” um manifesto, que

circula, há algum tempo, na internet. O texto se refere a “overdose de covardia, cumplicidade e omissão dos comandantes militares” e afirma que, como não há possibilidade de tirar o PT do poder pelas urnas, é preciso dar um golpe militar, antes que o Brasil se transforme em uma “Cuba Continental”. Segundo o SRZD, todos os oficiais entrevistados, incluindo alguns generais, negaram peremptoriamente terem assinado esse “manifesto” e afirmaram já ter entrado em contato com o Ministério do Exército, denunciando tratar-se o e-mail que divulgava a mensagem de uma farsa e desmentindo sua participação no suposto movimento. Por mais que queiram os novos hitlernautas, os militares brasileiros sabem que o governo atual não é comunista e que o Brasil não está, como apregoam os “aloprados” de extrema direita que tomaram conta da internet, ameaçado pelo comunismo internacional.

Como taxar de comunista um país que importa tecnologia ocidental para seus armamentos, tanques, belonaves e aeronaves, cooperando, nesse sentido, com nações como a França, a Suécia, a Inglaterra e os Estados Unidos?

Como dizer que é comunista, um país em que os bancos lucram bilhões, todos os trimestres; em que qualquer um — prerrogativa maior da livre iniciativa — pode montar uma empresa a qualquer hora, até mesmo com apoio do governo e de instituições como o Sebrae; no qual investidores de todo o mundo aplicam mais de 60 bilhões de dólares, a cada 12 meses, em Investimento Estrangeiro Direto; onde dezenas de empresas multinacionais se instalam, todos os anos, junto às milhares já existentes, e mandam, sem nenhuma restrição, a cada fim de exercício, bilhões e bilhões de dólares e euros em remessa de lucro para e exterior? Como taxar de comunista um país que importa tecnologia ocidental para seus armamentos, tanques, belonaves e aeronaves, cooperando, nesse sentido, com nações como a França, a Suécia, a Inglaterra e os Estados Unidos? Que participa de manobras militares com os próprios EUA, com países democráticos da América do Sul e com democracias emergentes, como a Índia e a África do Sul? Baboso, atrasado, furibundo, ignorante, permanentemente alimentado e realimentado por mitos e mentiras espatafúrdias, que medram como fungos nos esgotos mais sombrios da Rede Mundial, o anticomunista de teclado brasileiro é sobretudo hipócrita e mendaz. Ele acredita “piamente” que Dilma Rousseff assaltou bancos e matou pessoas e que José Genoíno esquartejou pessoalmente um jovem, começando sadicamente pelas orelhas, quando não existe nesse sentido nenhum documento da ditadura militar. Ele vê em um site uma foto da Escola Superior de Agricultura da USP, a Esalq, situada em Piracicaba, e acredita, também, “piamente”, que é uma foto da mansão do “Lulinha”, que teria virado o maior fazendeiro do país, junto com seu pai, sem que exista uma única escritura, ou o depoimento — até mesmo eventualmente comprado — de um simples peão de fazenda ou de um funcionário de cartório, que aponte para alguma prova ou indício disso, como de outras “lendas urbanas”, como a participação da família do ex-presidente da República na propriedade de um grande frigorífico nacional. Ele crê, piamente, e divulga isso, todo o tempo, que todos os 600 mil presos brasileiros têm direito a auxílio-reclusão quando quase 50% deles sequer foram julgados, e menos de 7% recebem esse benefício, e mesmo assim porque contribuíram normalmente, antes de serem presos, para a Previdência, durante anos, como qualquer trabalhador comum. Nada contra alguém ser de direita, desde que se obedeçam as regras estabelecidas na Constituição. Nesse sentido, o senhor Jair Bolsonaro presta um serviço à democracia quando diz que falta, no Brasil, um partido com essa orientação ideológica, e já se declara candidato à Presidência, por essa provável agremiação, ou por essa parcela do eleitorado, no pleito de 2018. Os mesmos internautas que pensam que Cuba é uma ditadura contagiosa e sanguinária, da qual o Brasil não pode se aproximar, ligam para os amigos para se gabar de seu novo smartphone ou do último gadget da moda, Made in


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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

rios para o PSDB no sudeste, e para PT no nordeste. Em seu discurso, logo após ser anunciada como vencedora, Dilma negou que exista divisão do país, e pediu reforma política já. A presidenta foi apoiada pelo ex-presidente Lula

e ignorância

ha de agressão à democracia e crescentes ataques às instituições República Popular da China, que acabaram de comprar. Eles são os mesmos que leem os textos escritos, com toda a liberdade, pela opositora cubana Yoami Sanchez — já convenientemente traduzidos por “voluntários” para 18 diferentes idiomas — e não se perguntam, por que, sendo Cuba uma ditadura, ela está escrevendo de seu confortabilíssimo, para os padrões locais, apartamento de Havana, e não pendurada em um pau de arara, ou tomando choques e sendo espancada na prisão. Mas fingem ignorar que 188 países condenaram, há alguns dias, em votação de Resolução da ONU, o embargo dos Estados Unidos contra Cuba, exigindo o fim do bloqueio. Ou que os EUA elogiaram e agradeceram a dedicação, qualidade e profissionalismo de centenas de médicos cubanos enviados pelo governo de Havana para colaborar, na África, com os Estados Unidos, no combate à pandemia e tratamento das milhares de vítimas do ebola. Ou que a Espanha direitista de Mariano Rajoy, e não a Coreia do Norte, por exemplo, é o maior sócio comercial de Cuba. Ou que há poucos dias acabou em Havana a XXXIII FIHAV, uma feira internacional de negócios com 4.500 expositores de mais de 60 países — aproximadamente 90% deles ocidentais — com a apresentação, pelo governo cubano, a ávidos investidores estrangeiros, como os italianos, canadenses e chineses, de 271 diferentes projetos de infraestrutura, com investimento previsto de mais de 8 bilhões de dólares. Radical, anacrônica, desinformada e mais realista que o rei, a minoria antidemocrática que vai, eventualmente, para as ruas e se manifesta raivosamente na internet querendo falar em nome do país e do PSDB, pedindo o impeachment da presidente da República e uma intervenção militar, ou dizendo que é preciso se armar para uma guerra civil, baseia-se na fantasia de que a nação está dividida em duas e que houve fraude nas urnas, mas se esquece, no entanto, de um “pequeno” detalhe: quase um terço dos eleitores, ou mais de 31 milhões de brasileiros, ausentes ou donos de votos brancos e nulos, não votaram nem em Dilma nem em Aécio, e não podem ser ignorados, como se não existissem, quando se fala do futuro do país.

Radical, anacrônica, desinformada e mais realista que o rei, a minoria antidemocrática que vai, eventualmente, para as ruas e se manifesta raivosamente na internet querendo falar em nome do país e do PSDB, pedindo o impeachment da presidente da República e uma intervenção militar, ou dizendo que é preciso se armar para uma guerra civil, baseiase na fantasia de que a nação está dividida em duas...

Cautelosa e consciente da existência de certos limites intransponíveis, impostos pelo pudor e pela razão, a oposição tem se recusado a meter a mão nessa cumbuca, fazendo questão de manter razoável distância desse pessoal. Guindado, pelo voto, à posição de líder inconteste da oposição, o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, por ocasião de seu primeiro discurso depois do pleito, no Congresso, disse que respeita a democracia permanentemente e que “qualquer utilização dessas manifestações no sentido de qualquer tipo de retrocesso terá a nossa mais veemente oposição. Eu fui o candidato das liberdades, da democracia, do respeito. Aqueles que agem de forma autoritária e truculenta estão no outro campo político, não estão no nosso campo político”. Antes dele, atacado por internautas, por ter classificado de “antidemocráticas” as manifestações pedindo o impeachment da presidente Dilma e a volta do autoritarismo, o agrônomo e assessor de marketing Xico Graziano, também do PSDB, já tinha afirmado que “a truculência dessa cambada fascista que me atacou passa de qualquer limite civilizado. No fundo, eles provaram que eu estava certo: não são democratas. Pelo contrário, disfarçam-se na liberdade para esconder seu autoritarismo”. E o vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman, também negou, no dia primeiro, em São Paulo, que o partido ou a campanha de Aécio Neves estivessem por trás ou apoiassem — classificando-as de “irresponsáveis” — as manifestações pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff. É extremamente louvável a iniciativa do presidente da OAB, Marcus Vi-

nícius Furtado Coelho, de pedir a investigação e o indiciamento, que já estão em curso, pela Polícia Federal, com base na Lei do Racismo por procedência, dos internautas responsáveis pela campanha contra os nordestinos, lançada logo após a divulgação do resultado da eleição.

Cabe ao STF, ao Ministério Público, ao TSE, e aos tribunais eleitorais dos estados, que estão diretamente afeitos ao assunto, e à OAB, por meio de seus dirigentes, pedir, como está ocorrendo nos casos de racismo, a imediata investigação, e responsabilização, criminal, dos autores desses comentários, cada vez mais rançosos e afoitos, devido à impunidade, e o estabelecimento de multas para os veículos de comunicação, que os reproduzem, já que na maioria deles existem mecanismos de “moderação” que não têm sido corretamente aplicados nesses casos.

Mas, se essa campanha é grave, mais grave ainda, para toda a sociedade brasileira, tem sido a pregação constante, que já ocorre há anos, pelos mesmos internautas, da realização de um Golpe de Estado, do assassinato e da tortura de políticos e intelectuais de esquerda, e de “políticos” de modo geral, além do apelo à mobilização para uma guerra civil, incluindo até mesmo a sugestão da compra de armas para a derrubada das instituições. Cabe ao STF, ao Ministério Público, ao TSE, e aos tribunais eleitorais dos estados, que estão diretamente afeitos ao assunto, e à OAB, por meio de seus dirigentes, pedir, como está ocorrendo nos casos de racismo, a imediata investigação, e responsabilização, criminal, dos autores desses comentários, cada vez mais rançosos e afoitos, devido à impunidade, e o estabelecimento de multas para os veículos de comunicação, que os reproduzem, já que na maioria deles existem mecanismos de “moderação” que não têm sido corretamente aplicados nesses casos. A Lei 7.170 é clara, e define como “crimes contra a Segurança Nacional e a Ordem Política e Social, manifestações contra o atual regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito”. Há mais de 30 anos, pelas mãos de Tancredo Neves e de Ulisses Guimarães — em uma luta da qual Aécio também participou — e de milhões de cidadãos brasileiros, que foram às ruas, para exigir o fim do arbítrio e a volta do Estado de Direito, o Brasil reconquistou a democracia, pela qual havia lutado, antes, a geração de Dilma Rousseff, José Dirceu, José Serra e Aluísio Nunes, entre outros. Por mais que se enfrentem, agora, essas lideranças, não dá para apagar, de suas biografias, que todos tiveram seu batismo político nas mesmas trincheiras, enfrentando o autoritarismo. Cabe a eles, principalmente os que ocupam, neste momento, alguns dos mais altos cargos da República, assumir de uma vez por todas sua responsabilidade na defesa e proteção da democracia, para que a Liberdade e o bom-senso não esmoreçam, nem desapareçam, imolados no altar da imbecilidade. Jornalistas, meios de comunicação, Judiciário, militares, Ministério Público, Congresso, Governo e Oposição, precisamos, todos, derrubar os pilares da estupidez, erguidos com o barro pisado, diuturnamente, pelas patas do ódio e da ignorância, antes que eles ameacem a estabilidade e a sobrevivência da nação, e da democracia. Mauro Santayana é um jornalista autodidata brasileiro. Prêmio Esso de Reportagem de 1971, fundou, na década do 1950, O Diário do Rio Doce, em Governador Valadares, e trabalhou, no Brasil e no exterior, para jornais e publicações como Diário de Minas, Binômio, Última Hora, Manchete, Folha de S. Paulo, Correio Brasiliense, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil onde mantêm uma coluna de comentários políticos.


GERAL

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BRAVA GENTE

FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

HENRIQUE LOPES

Ombudsman

Arquivo pessoal

José Carlos Aragão

Yes, we can! Notas curtas são arroz de festa em qualquer jornal que se atreva a comentar política. A nota, geralmente, traz a informação que não está notícia, pode revelar o implícito, confirmar suspeitas e expor o ridículo. Por tudo isso – e por outras questões como a própria natureza do fato ou o grau de celebridade ou importância dos personagens envolvidos – fisgam leitores de qualquer tipo: do que gosta de se refastelar de informação ao que se satisfaz apenas com a cereja do acontecimento narrado. O maior problema da nota curta, no entanto, é a sua quase imperiosa necessidade de ser exatamente isso: curta. A concisão, a síntese, o foco, a objetividade não são, contudo, as únicas virtudes esperadas de uma nota curta, seja ela política, policial (dois gêneros, a propósito, que têm se confundido muito, ultimamente), social, esportiva, ou simples fofoca sobre infidelidades conjugais entre pseudocelebridades do momento. O que não pode mesmo faltar à boa nota é humor. Não que ela deva ser, literalmente, uma piada. O que pode enriquecê-la e diferenciála é conter ou não uma pitada de humor em quaisquer de suas manifestações clássicas: ironia, deboche, sarcasmo, picardia, non sense, paródia, paráfrase, escracho, trocadilho, duplo (ou múltiplo!) sentido, crítica, acidez, caricatura, sátira... e por aí vai. Em suma: a boa nota é pá-pum! Vamos tentar, Figueira? O velho Pasca Na imprensa brasileira, os melhores autores de notas curtas bateram ponto n’O Pasquim ou foram formados lendo o lendário (“lendo o lendário” é ótimo, hein?) hebdomadário (“lendário hebdomadário”? - agora, ficou melhor ainda!) carioca nos anos 60-70. As Dicas d’O Pasquim, nesse sentido, são lapidares exemplos da melhor verve de seus ilustres redatores e colaboradores (que eu nem vou listar aqui porque, por serem tantos, corro o risco de a minha memória ser injusta com alguém). Muitos eram jornalistas de formação, que se deixaram contaminar pelo humor dos humoristas de ofício que dominavam o jornal. Por outro lado, cartunistas e chargistas também aprenderam a se expressar em breves notas, levando para o texto algum humor que sobrasse de seus cartuns e charges. Afinal, uma boa crítica ao governo ditatorial maquiada pela ironia não podia ser desperdiçada – e era uma bela maneira de driblar os censores que, por sorte (ou incompetência), às vezes, não entendiam a piada. Tão longe, tão perto Na edição passada do nosso Figueira, duas notas me chamaram a atenção: uma dando conta de que faltam camisinhas nas unidades de saúde, em Valadares; outra, sobre mulheres correndo peladas pelas ruas de Porto Alegre. Mais de 2 mil km separam as duas cidades, mas as duas notas estavam a poucos centímetros uma da outra, na página do jornal. Uma boa pitada de humor poderia aproximá-las ainda mais. Para deleite do leitor. Tratos ao tratamento Nas últimas eleições, ficou claro que o Figueira tinha grande simpatia pela candidatura da Presidenta Dilma. Mas, agora, de repente, trata-a por Presidente. A nossa governanta, digo, governante, quer dizer, governan... (ah, sei lá...) pode não gostar do tratamento. De lavada O título: “Inovação na lavagem de automóveis”. O subtítulo: “Empresa de Valadares inova na lavagem de autos. Com 300ml de água, lavadores lavam um carro inteiro, por dentro e por fora”. Foi a principal matéria da página 4, da edição do Figueira. Manchetona! Não bastasse a repetição, em destaque da expressão “lavagem de automóveis/autos” o subtítulo ainda afirma, categoricamente, que “lavadores lavam” – o que é deveras revelador e inusitado. Bom saber: agora já posso dormir em paz. Ou – ainda - não! Porque as legendas das duas fotos que ilustram a matéria, ao pé da página, trazem duas informações também essenciais ao leitor. Numa, o texto diz que a limpeza do veículo “é feita, em média, em 40 minutos”. Na outra, afirma que toda a sujeira do veículo é removida “em minutos”. Agora, sim: com esses preciosos e precisos esclarecimentos, vou poder dormir tranquilo... José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

O valadarense Henrique Lopes ganha a vida se divertindo, fazendo o que gosta, graças à sua personagem Gina Indelicada

Gina, a personagem palitesca do Ricck Rosi Santiago / Especial Henrique Lopes, mais conhecido como Ricck, é um valadarense de 21 anos de idade, que aos 18 deixou Governador Valadares em busca de um sonho: estudar Publicidade e Propaganda em São Paulo. Com tão pouca idade, ele já tinha recursos próprios para investir em seu futuro. Desde os 15 ele faz sucesso nas redes sociais com perfis criativos. No twitter, com o perfil “@VouConfessarQue” atingiu o ranking de segundo mais retuitado do mundo, perdendo apenas para o de Justin Bieber. Atualmente vem desbravando o Facebook com uma página de uma personagem sarcástica que narra suas opiniões sobre tudo, ainda que ninguém a pergunte, a Gina Indelicada. “Ela é a diva palitesca do Facebook!”, diz. A página já conquistou quase 5 milhões de fãs, dentre estes, 4.560.000 no Brasil, e quase 150.000 espalhados pelo resto do mundo. A fama da personagem começou logo no primeiro dia em que foi criada e a ideia nasceu quando Henrique viu uma caixinha de palitos na cozinha, enquanto cozinhava. Com o sucesso recebeu várias propostas de trabalho e decidiu-se por uma conhecida agência onde cuidou de grandes marcas. Por lá ficou dois anos e agora se dedica exclusivamente

ao seu projeto, que é a Gina Indelicada. A personagem que lhe abriu as portas para o mundo é merecedora de um carinho especial: “A Gina foi uma surpresa linda que o destino me deu e que mudou totalmente a minha vida profissional e pessoal. Surgiram milhares de oportunidades por causa dela que modificaram a forma como eu vivo hoje”, comenta. Henrique dá palestras em grandes empresas e aos 19 anos foi entrevistado pela revista Forbes. Ele se considera um sortudo, pois consegue ganhar dinheiro com as coisas que mais o divertem: Internet, comunicação, baladas, festas, músicas, humor e viagens. Longe de Governador Valadares, a cidade lhe desperta saudades e nostalgias. “Lembrame de épocas onde fui muito feliz e passei por muita coisa, embora hoje eu esteja tão feliz quanto. Um pedaço de minha história está aí”, diz. Aqui, Gina Indelicada tem mais de 15 mil fãs, que para Henrique é motivo de felicidade e agradecimento. Discreto, prefere não falar de planos futuros. Acredita que quando se quer muito que algo dê certo é melhor mantê-lo em segredo. O que não é mistério nenhum é que Henrique tem um futuro promissor. Sabe usar suas habilidades e inteligência, tem metas e disciplina, e é um ousado no quesito sonhar.

Direitos Humanos Flávio Fróes

Após milênios incontáveis de Pré-história, a espécie humana alcançou o limiar da civilização ao trocar as incertezas da barbárie pelas vantagens imediatas da vida em sociedade. O novo status estabelecia vínculos dos indivíduos da espécie com as regras de convivência social básicas. Ao ingressar na vasta e variada comunidade civilizada, no entanto, o Homo sapiens não se desfez da carga genética que o levara até àquele ponto, sempre em guarda com as ameaças à sobrevivência sua e da sua prole. Figurativamente adentrou o sítio social sem depor os tacapes e as bordunas que ainda portava. Não é de surpreender, então, que, em pleno século XXI da Era Cristã, indivíduos, que ainda há pouco exibiam vistosos emblemas da mais adiantada civilização que o planeta conheceu, regressem, com fúria inesperada, à barbárie e reeditem façanhas já consideradas de triste memória. É de lamentar, nessa regressão, a ocorrência de guerras tribais assim como das de extermínio total ou das de conquista em nome da fé. A destruição do que restara das culturas précolombianas na América, por arte dos guerreiros da Península Ibérica, no século XVI, marcou até os dias atuais a desconfiança daqueles povos em relação ao cristianismo. Fatos como esses parecem demonstrar que o desenvolvimento social e cultural dos numerosos agrupamentos humanos não ocorre, como tantos gostariam, de forma retilínea e uniforme. Conquistas alcançadas na prática da boa convivência civilizada

, aparentemente ninguém está a salvo da violência do lobo com quem convive. Chega-se à primeira dessas constatações quando se depara com cenas de crueldade explícita contra crianças, adolescentes, idosos(as) e portadores de necessidades especiais. Por que tamanha prepotência? As evidências da Não é de surpreender, então, que, em pleno segunda constatação estão nas mudanças do visual das reséculo XXI da Era Cristã, indivíduos, que sidências, dos prédios comerciais e, até mesmo, dos templos. ainda há pouco exibiam vistosos emblemas Câmeras, sensores de imagem e de calor, controles teleguiados da mais adiantada civilização que o planeta para abrir e fechar portões, sistemas de localização global até conheceu, regressem, com fúria inesperada, para telefones celulares, a lista não acaba. São todos disposià barbárie e reeditem façanhas já tivos antilobos. consideradas de triste memória. No entanto há que manter a convivência social, mesmo com alguma neurose. É decepcionante notar-se, a cada dia, também sofrem recuos. a escassez dos gestos de bonomia e solidariedade, outrora tão A visão crítica de Thomas Hobbes (1588-1679), pesqui- comuns nas primeiras comunidades cristãs: pode haver no resador das relações internacionais de sua época, o levaram a banho um lobo vestido de ovelha. escrever que tais relações seguiam o princípio “homo homini lupus” (o homem é o lobo do homem). Princípio que ainda vige tanto para os Estados Unidos em relação a Cuba quanto para a Rússia em relação à Ucrânia, como (tristes) exemplos. O princípio que o pensador inglês aplicou na política internacional demonstrou ser válido nas relações interindividuais do dia a dia. Sem sair de casa, bastando ligar a televisão, percebe-se que: primeiro, não parece haver limites para a Flávio Fróes Oliveira é teólogo, estudioso dos assuntos crueldade dos humanos contra seus semelhantes e, segundo relacionados à crianças e adolescentes

Difícil convivência


METROPOLITANO

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Arquivo Pessoal

PRÊMIO

Biblioteca Pública Municipal ganha prêmio do MinC

Luan Fernandes, ex-atleta do Parkour, se prepara para transpor mais um obstáculo em uma praça na área central de Governador Valadares

Le Parkour: a arte de ultrapassar obstáculos Gina Pagu / Especial

O Le Parkour surgiu em Lisses, na França. Na década de 80, Yann Hnautra e David Belle adaptaram os movimentos da ginástica, do treinamento militar e os princípios do Método Natural da Educação Física e criaram o Le Parkour. O nome vem da expressão francesa “Parcours du Combattant”, que significa, percurso de combate. O esporte pode ser praticado em qualquer área urbana ou rural e propõe ao atleta o desafio de correr e pular de forma rápida e precisa sobre todo tipo de barreira. Difundido e praticado de forma gratuita, nas praças, ruas e parques, o Parkour também já foi o centro das atenções de atletas valadarenses. Entre os anos de 2005 e 2012, houve o auge dessa modalidade, com formação de grupos e equipes. No entanto, hoje não é possível encontrar um deles pelas praças do Centro de Governador Valadares. Naiara Ribeiro, professora de educação física, diz que nem o preconceito machista atrapalhava a prática do esporte, mas sim a falta de suporte do município. “Na época éramos somente duas atletas mulheres, mas isso jamais atrapalhou o crescimento do esporte. A grande dificuldade era a falta de apoio. Valadares ainda não tem estrutura para este esporte, ainda não tem nenhum centro de treinamento específico, diferente de algumas cidades do país que possuem circuitos indoor de Le Parkour.” Lucas Salgado, estudante, ex-praticante do esporte em Valadares, diz que fazia parte de um grupo de Parkour e que a falta de incentivo da prefeitura fez com que o esporte sumisse da cidade. “A falta de retorno das autoridades pela promoção desse esporte, que é tão interessante para os jovens, pois extravasa e nos dá adrenalina, deixou a desejar. Nossa equipe foi acabando aos poucos. E como fui morar em Portugal só pratiquei por lá.” Luan Fernandes, ex-atleta do Parkour, também reclama da falta de incentivo da administração pública. “Valadares não oferece lazer para o jovem, portanto é hora de começarmos a despertar a nossa consciência para essas práticas gratuitas. O investimento do atleta é individual, roupas leves e

tênis. Já o município tinha que entrar com estrutura física, que não é tão caro assim.” O esporte O Le Parkour como atividade física não dita limitações de espaço para ser praticado, é acessível a pessoas de todas as idades e classes sociais. Possibilita o autoconhecimento físico e mental. Desenvolve a força, resistência e a coordenação motora. O homem que pratica esse esporte é chamado de traucer e a mulher traceuse. Os atletas são beneficiados pelo bem estar e a qualidade de vida proporcionados pelos desafios de transpor muros, telhados, árvores, tornando o praticante mais encorajado e ávido para novas experiências. Ribeiro explica que esse esporte é benéfico para os atletas, mas que o limite de cada pessoa deve ser respeitado para que cada um consiga adquirir o melhor da modalidade. “Parkour como quaisquer outros esportes pode ser praticado por todas as pessoas independente de idade, gênero ou classe social. A diferença está na dificuldade de execução dos exercícios que há nesta modalidade. Uma criança de quatro anos, por exemplo, pode transpor obstáculos como meio fio, brinquedo, banco, entre outros. A diferença é que o professor apresentará este esporte de forma lúdica. Para adultos seria apresentado em forma de desafios e superação. O professor deve respeitar os princípios do treinamento que envolve individualidade biológica, sobrecarga, volume e intensidade de treinamento e recuperação, o que é diferente para cada praticante.” A professora aconselha a quem quiser começar a praticar o Le Parkour, a leitura de livros e vídeos, e uma boa conversa com um profissional especializado. “Recomendo a pessoa que iniciará neste esporte a procurar o máximo de informações a respeito, pois é um esporte que envolve riscos. O Le Parkour é um esporte de desafios e manobras precisas, portanto é uma modalidade que desenvolve a autoconfiança, percepção corporal, percepção espaço-temporal além de desenvolver características como persistência e disciplina.”

A Biblioteca Pública Municipal Professor Paulo Zappi foi premiada esta semana, com o prêmio Boas Práticas e Inovação em Bibliotecas Públicas pelo Projeto Roda de Leitura. Dos 30 trabalhos selecionados o projeto valadarense ficou em oitavo lugar e receberá R$ 32 mil para ser usado na manutenção do projeto. Ao todo 108 bibliotecas participaram da seleção. A premiação é uma iniciativa do Ministério da Cultura por meio da Diretoria de Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas e da Fundação Biblioteca Nacional. A gerente da Biblioteca Ana Afro considera o prêmio um reconhecimento pelo trabalho de todos. “Cada um da equipe usou do talento que tinha para fazer a roda. O sacrifício que fizemos para fazê-la nos trouxe o prêmio que vai nos dar tranquilidade para fazer as próximas rodas.”, afirmou. Para o bibliotecário Raul Carvalhal Alves, que inscreveu o projeto no edital, considera significativa a conquista. “É muito importante este prêmio porque vai nos dar condição de potencializar e melhorar cada vez mais a Roda de Leitura. Este projeto por meio de peças e dos contadores de histórias incentiva a leitura e através dela a criança entra no universo da cultura”, enfatizou. A Roda de leitura é realizada quinzenalmente pela Biblioteca Pública Municipal Professor Paulo Zappi, que fica no Centro Cultural Nelson Mandela: rua Afonso Pena, 3269, no Centro. Telefone: 3271.2871

SEMINÁRIO

2º Seminário do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes Violentos da Regional Rio Doce acontece nesta sexta-feira “Direitos Humanos: avanços e conservadorismos” é o tema do II Seminário do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes Violentos da Regional Rio Doce, que acontecerá nesta sexta-feira (21). O evento está sendo promovido pelo Núcleo de Atendimento a Vítimas de Crimes Violentos – Regional Rio Doce (NAVCV-RD), em parceria com o Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos de Governador Valadares (CMPDDH) e o Núcleo ODM (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio) do Leste de Minas, no auditório da FIEMG, centro de Governador Valadares, das 13h às 18h. O professor de Direito Internacional Humanitário e Direitos Humanos na Universidade Internacional MITSO, Diego Valadares Vasconcelos Neto, será o facilitador do evento. Durante o seminário será discutido o planejamento de ações conjuntas para as comemorações de 66 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Para participar a inscrição deve ser feita no endereço eletrônico: http://200.198.9.103/sisepdh/ ficha_inscricao/fichas/ctlVerifInscrAcoesRealiz/ctlVerifInscrAcoesRealiz.php. Contatos podem ser feitos pelo telefone (33) 3021.0896.

Associativismo Antônio Carlos Linhares Borges

Desenvolvimento sustentável O termo Desenvolvimento Sustentável, embora muito utilizado de diversas formas e com diversas intenções, representa na verdade uma utopia, um desejo, algo a se atingir, um ideal a ser alcançado. Não existe comprovadamente, dentro de parâmetros científicos, qualquer experiência de atividade humana, seja de produção de alimentos, industrial ou outras modalidades, que se possa garantir que seja sustentável. Existem experiências de produção agrícola que apresentam menores impactos na natureza, a exemplo de alguns trabalhos com sistemas agroflorestais. Mas qualquer que seja a experiência, para ser considerada sustentável, teria que resistir a séculos submetidas a pesquisas de impactos, para que se chegasse a alguma conclusão definitiva de sustentabilidade. Dentre as práticas de produção e atividade humana mais impactantes na natureza está a pecuária praticada de forma extensiva. Esta é a grande responsável pelo desmatamento hoje na Amazônia, como foi em todo o Brasil historicamente. Abrem-se as florestas para a venda da madeira sim, porém o grande estímulo para as derrubadas é a bovinocultura extensiva, que vem logo a seguir das derrubadas. A pretensão com as derrubas é principalmente a criação de gado, como dizem “na larga” ou à solta em grandes áreas. Uma atividade predatória sem dúvida. Nas regiões de topografia plana, a bovinocultura extensiva implantada a seguir do desmatamento, esgota o solo em poucas dezenas de anos, fazendo com que os fazendeiros de gado, chamados de pioneiros, vendam suas terras aos produtores de grãos. Esta atividade – de produção de grãos, é menos predatória que a bovinocultura do ponto de vista da perda de matéria orgânica do solo e das perdas minerais,

pois os agricultores realizam a reposição de minerais, e com as práticas de plantio direto, mantém ótimos níveis de matéria orgânica. A insustentabilidade destes sistemas de produção está no uso – aqui no Brasil praticamente indiscriminado – de agrotóxicos de toda natureza, que agridem a microbiótica do solo e afetam de toda ordem a qualidade da vida microbiana das plantas, tão importante na preservação da vida no planeta Terra. No Vale do Rio Doce, a história não foi diferente, com a chegada dos “pioneiros”, desbravadores de florestas e criadores de gado “na larga”, extensivamente. Aqui, muito pior que em outras regiões do Brasil, foi avassaladora a atividade pioneira. Incentivada por uma natureza exuberante, de grande florestas e terras fertilíssimas, os fazendeiros atearam fogo em tudo para a formação de pastagens igualmente exuberantes, diante da qualidade das terras. Assim como ocorre hoje no estado do Pará, a chegada dos pioneiros do gado, trouxe uma modalidade de comportamento que levou à grilagem, à pistolagem, ao coronelismo, ao desrespeito à natureza e à humanidade. O resultado em poucas décadas desta cultura foi o enorme êxodo de pequenos agricultores posseiros da região e logo a seguir, dos trabalhadores rurais, pressionados pela exaustão das terras e consequente diminuição de sua capacidade produtiva, portanto diminuição da renda e da capacidade empregadora das fazendas. Nosso modelo de desenvolvimento se mostrou em pouco tempo, flagrantemente insustentável. Nossos morros denunciam às nossas vistas o grande erro, nossos rios se “afogam” no assoreamento pelas terras carreadas pela erosão; nossa natureza morre rapidamente, juntamente com a economia. O êxodo de pessoas da zona rural, nada mais é que a

denúncia da insustentabilidade do nosso sistema de desenvolvimento. Agora temos que reagir a esta história, demonstrar capacidade de reconstruir o modelo de desenvolvimento praticado. Com este propósito, foi realizado no dia 03 de Novembro o evento Momento Ambiental III, por iniciativa do Ciaat – Centro de Informação e Assessoria Técnica, IEF – instituto Estadual de Florestas e IFMG – GV – Instituto Federal de Governador Valadares, com a participação de cerca de 30 entidades ligadas de alguma forma à questão ambiental, de produção rural, consumo e preservação de água. O evento funcionou como uma primeira oficina, já constituindo um fórum informal de entidades, pela preservação e Desenvolvimento Sustentável – pelo menos pretensamente na busca por um caminho nesta direção, como via de se buscar novos paradigmas de produção, e formas de recuperação ambiental. Como resultado, está sendo produzido para ser entregue às autoridades governamentais eleitas, um documento reivindicando diálogo com este fórum de entidades, e já no documento, apresentando propostas de tecnologias de produção e recuperação ambiental. Espera-se dos governantes atitudes mais responsáveis, com apresentação de programas de fomento ao desenvolvimento rural, em novos moldes. No nosso caso, em moldes que não pactuem com a pecuária extensiva, importante elemento da degradação ambiental, econômica e social da nossa região.

Antônio Carlos Linhares Borges é diretor do Centro de Informação e Assessoria Técnica (CIAAT).


CORRESPONDENTES 10

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UE

D’outro lado do Atlântico José Peixe / De Lisboa

Estamos perante uma nova “Guerra Fria” e um mundo extremista, complexo e sem rumo

A presidenta Dilma cumprimenta Vladimir Putin, presidente da Rússia

Numa entrevista concedida ao canal de televisão norte-americano CBS, o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu, deixou claro que apoia a luta contra o Estado Islâmico (EI), mas aproveitou para advertir a comunidade internacional contra a ingenuidade do acesso do Irão à sofisticadas armas nucleares, o que não deixa de ser uma advertência pertinente, para os tempos conturbados que se vivem. “O Oriente Médio está inundado com militantes islâmicos, liderados pela Al-Qaeda e pelo Estado Islâmico, do lado dos sunitas. E militantes islâmicos liderados pelo Irão e pelo Hezbollah do lado dos xiitas. Nós queremos que estes dois lados percam, para haver paz e estabilidade no mundo”, disse Benjamim Netanyahu. Enquanto Netanyahu era entrevistado pela CBS, o grupo extremista do Estado Islâmico, em território sírio, afiançava ter decapitado mais um refém norte-americano, Peter Kassig, que tinha sido raptado em 2013. Para além da vítima americana, os extremistas liderados por alguns jovens ocidentais (franceses e britânicos) também exibiam um vídeo onde mostravam a decapitação de 15 soldados sírios. Uma decapitação em série. O primeiro-ministro inglês, David Cameron, confrontado com a decapitação do jovem ex-soldado americano, Peter Kassig, limitou-se a dizer que “o mundo civilizado não pode continuar assistindo com

serenidade a estas mortes cometidas a sangue frio”. Já o seu homólogo francês, Manuel Valls classificou a atuação dos extremistas islâmicos como “um novo ato de barbárie que não poderá ficar impune”. Um dos maiores problemas para as democracias ocidentais é, na realidade, o extremismo imposto pelo Estado Islâmico que já conquistou território até à fronteira com a Turquia. Mas o Presidente Barack Obama acredita que “chegará o momento em que a coligação internacional vai acabar com os extremistas do Estado Islâmico”. Só que resta saber quando chegará esse momento, pois o que se sabe é que os extremistas estão apetrechados com armamento moderno e sofisticado fornecido por alguns mercenários, a troco de milhões de dólares provenientes do petróleo iraquiano e com a conivência de alguns líderes mundiais. Já na altura em que se comemoraram os 25 anos da queda do Muro de Berlim, o Presidente da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev na companhia da chanceler alemã e outros políticos ocidentais, alertou a comunidade internacional para o perigo de uma “Nova Guerra Fria” que está surgindo com as “pressões” exercidas sobre o governo russo e sobretudo nos ataques desferidos, sem piedade, a Vladimir Putin. Uma “Nova Guerra Fria” que segundo Gorbachev, poderá conduzir a humanidade a “uma terceira guerra mundial”.

Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

Novo ministério – “Qual o critério adotado pelo novo presidente na escolha de seus auxiliares? Tivemos hoje a oportunidade de palestrar com um dos nossos grandes nomes políticos. Foi uma palestra íntima, sem dúvida, mas pedimos licença ao nosso distinto interlocutor para este resumo da interessante conversa. Era natural que o nosso primeiro assunto fosse a organização do novo ministério. S. exa. tomou a palavra e disse-nos: o Wenceslau escolheu um ministério da sua inteira confiança pessoal, sem esquecer, nos convites, os menores direitos das diversas forças políticas do pais que se uniram em torno de seu nome na eleição presidencial.” É o que informava o jornal O Estado de São Paulo, de 17 de novembro de 1914 (reproduzido aqui com a grafia da época) sobre a escolha do mineiro Wenceslau Braz, que tomara posse da presidência do Brasil dois dias antes na capital federal, o Rio de Janeiro. Pelo jeito parece que pouca coisa mudou no critério para a escolha do ministério. Mineiro de Brasópolis Wenceslau Braz governou em um período bastante conturbado, que ficou conhecido como 3 G: 1ª Grande Guerra Mundial, a epidemia de Gripe Espanhola e as Greves operárias de 1917. Locomotiva perde força – O IBGE divulgou recentemente um estudo comparativo sobre a participação das regiões brasileiras no PIB (Produto Interno Bruto). Em 2012, a região Sudeste foi a responsável por 55,2% de toda a produção nacional. De acordo com a pesquisa, em relação a 2011, o estado de São Paulo perdeu 0,5%, passando a representar 32,1% da produção Nacional. No mesmo ano Minas Gerais gerou 9,2% do PIB, 0,1% menos que em 2011. O estudo completo está disponível em:http://

Fim de semana decisivo na Copa Sapsir, no conjunto Sir Neste domingo (23), será realizada a semifinal da Copa Sapsir de futebol. A partir das 9h o Boca Júnior enfrenta o Porto. Logo em seguida, às 10h, é a vez do Universitário encarar o PSG. Os jogos serão realizados na Rua Israel Pinheiro, sem número, no Cardo, próximo a Açucareira. No último fim de semana o Boca Júnior venceu o Mototáxi/Madeleste por 5 a 4. Nas outras disputas da rodada, o Universitário goleou o Intertube em 3 a 1. O Porto levou a melhor sobre o Gesso Elétrico e venceu por 2 a 1. O PSG foi o único a marcar na partida contra o Barcelona. O placar ficou em 1 a 0.

www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/ contasregionais/2012/default.shtm Teatro do Comum em SP – o grupo mineiro Quatroloscinco – Teatro do Comum, criado em Belo Horizonte em 2007, apresenta seus trabalhos no SESC Belenzinho, em São Paulo, até o final de novembro. O espetáculo “Humor”, que reflete a relação do homem com a passagem do tempo e a lenta morte do corpo, será apresentado neste fim de semana. Já “Outro Lado”, mostra a estória de um grupo de pessoas que compartilham alguns anos de sua vida em um pequeno espaço, e será a atração entre os dias 27 e 30. Estão previstas ainda a realização de duas oficinas. Mais informações no sítio: http://www.quatroloscinco.com/ Foo Fighters em BH – A banda Foo Fighters anunciou as datas da passagem da tour ‘Sonic Highways’ pela América do Sul. A apresentação em Belo Horizonte, no Mega Space, será no dia 28 de janeiro; em São Paulo, o show acontecerá no Estádio do Morumbi, no dia 23. Ingressos à venda em: http://www.foofighters.com/. Semana da Consciência Negra da UFOP – Entre os dias 20 e 23 de novembro Universidade Federal de Ouro Preto receberá a V Semana da Consciência Negra, organizada pelo Núcleo de Estudos AfroBrasileiros da universidade. Na programação, oficinas, palestras, apresentações artísticas e sessões de cinema. A programação completa está em:www. ufopneab.wix.com/neabufop. Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

Como o mundo não para, a cidade australiana de Brisbane, recebia as comitivas dos países mais ricos do planeta para mais uma cimeira do G20. Houve um compromisso para se apostar forte no crescimento econômico e ficou o apelo para uma maior transparência fiscal em relação às grandes empresas multinacionais. No final deste encontro, os líderes do G20 referiram que iriam apoiar “o combate global à evasão fiscal das empresa multinacionais, para que os resultados sejam visíveis já em 2017/18”. “Conseguimos um feito histórico ao assegurar que as grandes multinacionais passem a pagar os impostos”, afirmou o primeiro-ministro inglês, David Cameron, em Brisbane, na Austrália. Só que esta cimeira do G20 foi dominada, isso sim, pelas fortes tensões entre os países ocidentais e a Rússia. Aliás, os líderes australianos, britânicos e canadenses não pouparam críticas a Vladimir Putin, pela invasão da Ucrânia. Os países anglo-saxónicos acusaram Moscou de ser uma “ameaça terrível para o mundo”. Isso fez com que o Presidente russo, Vladimir Putin, abandonasse a cimeira antes que ela terminasse. O Presidente dos estados Unidos, Barack Obama, diz que “a Rússia pode mudar a atitude na Ucrânia e acabar com o isolamento econômico de que é vítima”. Só que Vladimir Putin não se intimida com a postura nem com as sanções econômicas impostas pelos países anglosaxônicos. “Temos muitos países aliados a quem podemos recorrer e estamos cientes das nossas potencialidades”, esclarece Putin. E não é por acaso que Gorbachev, disse esta quarta-feira, ao diário russo “Komsomolskaya Pravda” que “o Ocidente já se conformou com a anexação da Crimeia. Aliás a Crimeia jamais poderá ser separada da Rússia porque ela é sua filha”. Só que a maioria dos países ocidentais aprovaram mais sanções econômicas contra a Rússia. E a meu ver esta situação começa a tornar-se insustentável. Uma insustentabilidade que poderá conduzir a humanidade a uma III Guerra Mundial. E isso é que deverá ser evitado.

José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação, correspondente deste Figueira em Lisboa, CP 1040

Política Lucimar Lizandro

Operação Lava Jato, uma chance efetiva de combate à corrupção No dia 14 de novembro, véspera do aniversário de proclamação da República, uma cena inimaginável. No âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal, 18 executivos de nove das maiores empreiteiras brasileiras foram presos, além de um ex-diretor da Petrobrás e uma outra pessoa menos conhecida. A princípio, a oposição político-partidária e seu braço midiático comemoraram efusivamente a operação, imaginando que poderiam tirar proveito desse episódio. Mas, não será tão simples quanto parece. Procuradores que participaram das investigações afirmaram que os fatos investigados ocorrem há pelo menos quinze anos, o que inevitavelmente remonta ao governo dos tucanos. É inegável, o desgaste sofrido pelo PT, pela presidenta da República, por seu governo e ainda pelos aliados políticos. A Petrobrás também sai arranhada, com prejuízos a sua imagem, materializados pela desvalorização de suas ações. As investigações em curso apontam para uma relação espúria de longa data que envolve agentes públicos, partidos políticos e a iniciativa privada. O principal instrumento para a sangria dos cofres púbicos se dá por meio dos bilionários contratos de terceirização, através dos quais generosas comissões se transformam em repasse aos partidos políticos (para financiar as cada vez mais caras campanhas eleitorais) e enriquecimento ilícito de participantes do esquema. Sob esse aspecto a maioria dos partidos políticos no Brasil não está em condições de dar lição de moral ou atirar a primeira pedra contra quem quer que seja. As empreiteiras que forniram as arcas eleitorais do PT, PMDB e aliados são as mesmas, que gostosamente, socorreram tucanos, demistas, pepistas entre outras siglas. “A generosidade” do setor privado não faz distinção partidária. Pois bem, ao contrário de outras avaliações, as investigações em curso podem apontar para o fortalecimento da imagem da presidenta da República, já que seu governo permite o livre andamento das investigações e o pleno funcionamento das instituições da República. Deveremos ter ainda como consequência, a ratificação do fim das contribuições privadas para campanhas eleitorais, tema em discussão no STF. Além do mais, a partir de agora, o clamor popular por uma reforma político-eleitoral e por mais transparência no trato da coisa pública será mais intenso. Por fim, a prisão dos executivos de grandes empresas completa o fio da meada, colocando no mesmo patamar corruptos e corruptores, o que poderá permitir o efetivo combate a essa verdadeira praga que assola o estado brasileiro com graves prejuízos para toda a sociedade.

Lucimar Lizandro Freitas é graduado em Administração de Empresas pela FAGV e especialista em Gestão Pública pela UFOP.


CULTURA

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Arquivo Pessoal

Cartas da América Flávia Santos / De Ashland, MA

O peso da saudade

Criador e criatura: o desenhista João Marcos e o livro “Amarra meu cadarço”, com os os seus impagáveis personagens Mendelévio e Telúria

Mendelévio e Telúria voltam em “Amarra meu cadarço?” Natália Carvalho / Repórter

Os famosos personagens de João Marcos, Mendelévio e Telúria, voltam na nova obra do autor, o livro “Amarra meu Cadarço?”. Nesta nova história os irmãos estão mais jovens, e super animados porque vão visitar a vovó e o vovô. Porém, Telúria nota que o cadarço do irmão está desamarrado. Ela tenta amarrá-lo, mas não consegue. Então resolve pedir ajuda aos “moradores” da caixa de brinquedos. Eles tentam, mas cada um tem um motivo que o impede de fazê-lo. Quem poderá ajudá-los nesse grande desafio? “Amarra meu cadarço?” é apenas o primeiro dos muitos livros que serão lançados dentro da coleção “Meu primeiro quadrinho”, que tem como objetivo apresentar para o leitor em formação a linguagem dos quadrinhos. “Eu pesquisei por dois anos a melhor maneira de dialogar com esse público mais jovem (de até seis anos de idade) e gostei muito de escrever para essa faixa-etária. Já estou trabalhando em algumas ideias e buscando novamente a melhor forma de conseguir contá-las para os pequenos.”, conta João Marcos. Para quem ainda não conhece os dois irmãos, Mendelévio e Telúria são antigos personagens de João Marcos, criados quando o autor ainda estudava no Ensino Médio. Os inusitados nomes surgiram durante as aulas de química: “A professora nos “obrigou” a decorar a tabela periódica para uma prova. Eu, que já procurava nomes diferentes, encontrei naquela porção de nomes estranhos os elementos Mendelévio de Telúrio, que acabou virando Telúria”, conta. Os dois então se tornaram personagens de muitas histórias do autor. Mas a ideia para o livro “Amarra meu cadarço?” surgiu bem depois, junto à vontade do autor de fazer algo para os filhos pequenos. “Há alguns anos eu havia feito um desenho imaginando como seriam os irmãos Mendelévio e Telúria bem pequenos, mas deixei este desenho guardado. Em vários eventos literários em que participei muitos pais me perguntaram se eu tinha publicações em quadrinhos para os mais novos. Então levei a proposta para a editora e eles aprovaram.” O lançamento da obra em Governador Valadares aconteceu no Sábado, dia 8 de novembro, em uma livraria do GV Shopping. O livro já está à venda nas lojas da cidade.

ECOS DE PALMARES

“Todo dia será dia de consciência NEGRA, enquanto a consciência HUMANA for preconceituosa e racista.” Ana Afro 20 de novembro é o dia de a consciência negra ser lembrada, reforçada e também de se fazer memória do grande líder negro brasileiro Zumbi dos Palmares e do Brasil. Porque dia de consciência negra são todos os dias, pois num país racista como o nosso há que se lutar sempre por igualdade

Sobre o Autor: João Marcos Parreira Mendonça, como a maioria das crianças, desenha desde pequeno e sempre teve vários estímulos por parte dos pais para que gostasse ainda mais da atividade. A mãe fazia pinturas em camisas para ajudar no orçamento de casa e o pai era apaixonado por leitura, já tinha uma coleção de revistas em quadrinhos mesmo antes do filho nascer. “Minha casa era cheia de revistas em quadrinhos. Eu contava os minutos para meu pai chegar do trabalho, porque na maioria das vezes ele sempre trazia uma revistinha pra mim, principalmente da Turma da Mônica. Eu tinha a coleção completa das revistas do Chico Bento e cuidava delas com o maior carinho.”, conta. Descoberto pela escola quando pequeno, João foi convidado para ilustrar as provas do colégio e mais tarde, aos 14 anos de idade, passou a trabalhar como chargista e ilustrador do “Diário do Aço”, em Ipatinga, onde está até hoje, há 25 anos. “Eu nem conhecia direito os materiais profissionais de desenho.”, conta. Logo após o ensino médio, começou o curso de Belas Artes na UFMG. Porém, no primeiro dia de aula, um professor disse a João Marcos que ele estava no lugar errado e que quadrinhos não eram uma obra de arte. No entanto, mesmo decepcionado, João Marcos insistiu no curso. “No meio do caminho quase mudei para Enfermagem, pois era algo mais parecido com uma profissão. Eu tinha medo do futuro, de não conseguir um emprego, pois desenhar não é visto como uma profissão séria.” Na universidade, fez licenciatura em Artes para poder realizar um outro sonho, o de ser professor. Mais tarde fez mestrado em Arte na tentativa de provar que quadrinhos também é arte. Sua pesquisa de mestrado ganhou um prêmio nacional, virou um livro e o levou até São Paulo, onde conheceu pessoalmente Mauricio de Souza, criador da Turma da Mônica. Mauricio gostou tanto do trabalho de João Marcos que o convidou para escrever para a revistinha. “Um amigo que trabalhava na Mauricio de Souza Produções me ligou perguntando se eu tinha interesse de escrever para eles. Eu estava em uma lanchonete quando recebi a ligação e disparei a chorar, emocionado. Nem liguei para quem ficou me olhando com cara de espanto. Fiquei muito feliz!” Desde então, João Carlos divide o seu tempo sendo autor, ilustrador, chargista, roteirista da Mauricio de Souza Produções e lecionando no curso de Arquitetura e Urbanismo da Univale.

de direitos e estes só virão a nós através de muita luta organizada e conscientização. Conscientização do que somos e quem somos. É preciso que o povo brasileiro se conheça, conheça a sua identidade, a sua descendência africana. A falsa democracia racial fez com que esse povo não se conhecesse na origem, origem que também é africana, negra. Não obstante a tantas misturas existentes no país, a população negra é maioria quer queiram quer não, aqueles que tudo fizeram e fazem para diminuir o negro e principalmente a negra. Nos dias de hoje vemos oportunidades sendo criadas para essa parcela da população, mas também tem crescido as manifestações racistas, que precisam ser combatidas ferozmente e para isso é necessário e urgente que o negro desse país se conheça como tal, se sinta como tal e isso é consciência negra, consciência de si, de seu pertencimento. Quando um negro se levanta em defesa de seus direitos e também de seus irmãos,

“De que são feitos os dias? De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças”, com o trecho do poema “De que são feitos os dias”, de Cecília Meireles eu começo o meu texto de hoje para falar sobre um sentimento que já foi e ainda é muito cantado, poetizado e muito, muito doído: a tal da Saudade. Todo mundo sente saudades. Temos saudades de um amigo, de um amor, saudades de um lugar, de um momento, de alguém que amávamos muito e nos deixou, às vezes temos saudades de um gosto, de um carinho, enfim, todos nós temos esse sentimento alguma vez na vida ou várias vezes até. Mas é quando estamos há milhares de quilômetros de distância que realmente descobrimos o peso da saudade. No dia em que eu resolvi dar uma reviravolta na minha vida e decidi que viria embora, eu sabia que seria difícil conviver com a saudade de casa, da família, dos amigos, mas foi só quando eu já estava bem longe que eu percebi o quanto uma simples lembrança pode machucar e doer muito. Estou longe de casa há mais de três anos. Três anos sem ver minha mãe, sem ver meus amigos e parentes. Três anos sem sentir esse calor insuportável de GV - e sim, às vezes tenho saudades até mesmo dos pernilongos - são só três anos, mas que para mim parece um eternidade. Agora imaginem só quem está aqui há 10,20 anos e não tem a oportunidade de poder voltar para casa, nem que seja por uma semana? Claro que com a tecnologia de hoje fica muito mais fácil amenizar a saudade, temos um leque de opções para que possamos ver e falar com quem amamos. Se estamos com vontade de sentir um sabor bem brasileiro temos restaurantes, produtos da terrinha natal, temos roupas, perfumes, sapatos, enfim, quase um mini Brasil dentro dos Estados Unidos, mas nada supre essa falta, esse vazio que sentimos estando tão longe. Às vezes a saudade é de um momento que só temos quando estamos no nosso ambiente ou de um lugar que não encontramos por aqui. É difícil conviver tão de perto com esse sentimento, tem dias que as lembranças insistem em aparecer, e aí o jeito é procurar uma música bem brasileira, colocar no último volume, fechar os olhos e cantar bem alto para que as emoções, e é claro, a tristeza dessa saudade possam ser esquecidas pelo menos por alguns minutos. Flávia Santos é jornalista valadarense e mora em Ashland, MA

Música eletrônica nos embalos de sábado à noite A música eletrônica vai invadir a noite valadarense com o DJ’s Festival. O evento é uma competição entre DJ’s, com 3 apresentações gratuitas por noite na boate Mary’s Club. Nos dias 21 e 28 de novembro e 05 de dezembro os DJ’s inscritos irão se apresentar na boate, e serão avaliados por 5 jurados que irão eleger o melhor da noite. No dia 12 de dezembro os 3 classificados voltarão a se apresentar e os jurados vão escolher o vencedor do festival. A proposta do DJ’S Festival é tornar-se uma referência em música eletrônica para Governador Valadares, com uma super produção, além de revelar novos talentos. Posteriormente o evento será estendido para outras cidades de Minas Gerais. Os DJ’s interessados em participar deverão se inscrever no site djsfestival.com.br/contato/, as apresentações serão por ordem de inscrição. Os interessados podem adquirir o seu convite, gratuitamente para os três primeiros dias, no escritório da Boate Monalisa: Rua Dom Pedro II, 308. Mas atenção, os convites são limitados. A Mary’s Club fica na Avenida Rio Doce, 68, Ilha dos Araújos.

ele já tem consciência e deve levá-la a outros para que tenhamos um país verdadeiramente de todos que é o que queremos e necessitamos. Comecei com a frase acima, porque ouço muitos dizerem que enquanto nos preocuparmos com consciência negra, branca, parda e etc.; o mundo não mudará, pois temos que preocupar é com a consciência humana, porém são poucos os que buscam ter essa consciência, porque se assim fosse não teríamos tanta desigualdade no mundo. Feliz todos os dias de consciência negra pra todos nós! Axé pra quem é de Axé e pra quem não é também! Ana Aparecida Souza de Jesus, Ana Afro, é pedagoga, especialista em Gênero, Raça e Diversidade na Escola (UFMG), ativista do Movimento Negro e da Pastoral Afro Brasileira. É membro do Cicon- GV – Conselho de Integração da Comunidade Negra de Governador Valadares.


ESPORTES

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FIGUEIRA - Fim de semana de 21 a 23 de novembro de 2014

QUESTÕES DO FUTEBOL - JORGE MURTINHO

Hinchada à brasileira Na década de sessenta o Bangu tinha um grande time, totalmente bancado pelo bicheiro Castor de Andrade. Castor era, também, o mandachuva da Mocidade Independente de Padre Miguel, que durante muito tempo contou com a melhor bateria entre todas as escolas de samba do Rio de Janeiro. Questões policiais à parte, o resultado desse duplo comando do capo da Zona Oeste era que os jogos do Bangu no Maracanã viravam espetáculos inesquecíveis. Em campo, time excelente; na arquibancada, batida da melhor qualidade. Durante a Copa do Mundo, um amigo aqui do trabalho, corintiano roxo e integrante da diretoria da Rosas de Ouro, reclamava por não conseguir se adaptar ao futebol sem samba. Como era proibido entrar com instrumentos nos estádios – e, mesmo que não fosse, os públicos da Copa dificilmente acertariam duas pancadas num surdo de resposta –, as partidas transcorriam sem batucada. Em um dos recentes capítulos da novela Império, a personagem de Nanda Costa apregoava alguma coisa – canecas, creio – em frente a uma barraca de camelô: “Tem do Flamengo, tem do Grêmio, tem até do Criciúma.” Já que a Globo, sempre tão zelosa de seus mercados e preocupada em não melindrar quem quer que seja, se permitiu uma brincadeira com o Criciúma, me senti encorajado. Bom. Alguém já assistiu à transmissão de um jogo do Criciúma no estádio Heriberto Hulse? Nesse campeonato, vi as partidas contra Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Corinthians, e fui obrigado a tirar o som da tevê. A torcida do Criciúma tem uma filosofia bacana de empurrar o time o tempo inteiro e de não promover a segregação entre os simpatizantes do próprio clube, mas as musiquinhas que eles cantam são de partir o coração. Sempre achei bacana o jeito dos argentinos incentivarem seus clubes e sua seleção. Mesmo perdendo de quatro a zero, os caras continuam dando força, não param de pular nem quando o jogo acaba e deixam a impressão de que chegam em casa ainda acreditando na virada. Entretanto, nós, brasileiros, confundimos as coisas e adotamos o que há de mais desagradável no estilo argentino de torcer: os cânticos. Inspirar-se no apoio incondicional que los hermanos dão aos times é louvável; abandonar a leveza e empolgação dos nossos ritmos, para bater aquele bumbo maçante por noventa minutos, é de chorar. No campeonato estadual de 2013, antecipando o padrão coxinha que viria a ser imposto pela Fifa, a torcida do Flamengo comemorava as vitórias com uma canção do Coldplay. Nada contra os rapazes da banda londrina, tenho vá-

Arquivo

A torcida do Criciúma tem uma filosofia bacana de empurrar o time o tempo inteiro e de não promover a segregação entre os simpatizantes do próprio clube, mas as musiquinhas que eles cantam são de partir o coração.

rias músicas deles em meu iTunes e acho Fix You bem bonita, mas o que Chris Martin tem a ver com nosso futebol eu não sei. Pior: naquele ano, a Unidos de Vila Isabel tinha vencido o carnaval carioca com um dos melhores e mais empolgantes sambas dos últimos tempos. E a massa lá, entoando o ôôôôô do refrão de Viva La Vida. No início acreditei que a fórmula argentina fosse seguida apenas nos estados do Sul, devido à proximidade geográfica e à falta de intimidade com instrumentos de percussão. Mas não. Já se canta em todos os estádios brasileiros como se estivesse na Bombonera ou no Monumental de Nuñes. Se acham que estou exagerando, experimentem: o Criciúma ainda joga uma vez em casa nesse campeonato, dia 30 de novembro, contra o Sport. Com a torcida animando o time

Canto do Galo Rosalva Luciano

Sangue nordestino e argentino: tipo G, de Galo Victor pede seriedade na próxima partida, esta sim, finalíssima da Copa do Brasil. Temos de comemorar o resultado da primeira partida, claro, foi uma vitória, mas não garante a taça. Inclusive os resultados feitos pelo próprio Atlético contra o Corinthians e Flamengo nos deixam com o alerta ligado, precavidos até a última tentativa de comemoração antecipada. Conhecemos também a qualidade do adversário, para mim muito melhor do que os dois anteriores. O dia 26 está chegando e reserva complicações, dificuldades e luta ferrenha a ser vencida. A vantagem não deixa de animar, mas a inteligência terá que ser trabalhada sem margem de erro. Respeito ao time contrário e respeito ao gramado que será usado deverão entrar na tática do Levir Culpi. Ele sabe das coisas, ele sabe usar também aquelas quatro linhas com competência, temos apresentado noites de gala. Dátolo & Luan, um binômio que poderia fazer sucesso na música, em esportes de duplas, em uma sociedade profissional, tem sido o encaixe perfeito num quebra cabeça de apenas duas peças. Um pelo outro, o outro por aquele um. A sintonia dos dois tem sido realçada no campo e observada por todos. Tem dado uma linda visão. Inclusive ressaltam o par perfeito em comemorações de gols. Lutam ravamente dentro de campo, mas não poderia ser diferente a fusão de sangue nordestino e sangue argentino formando o tipo G, de Galo, com detalhes fortes dos guerreiros: Tipo sanguíneo desenvolvido nos laboratórios da Cidade do Galo/ Vespasiano. Os dois eternizaram seus nomes na primeira partida. Fizeram gols que já estão na história do Clube e no coração da torcida. Ninguém duvida da combinação da raça argentina com um torcedor atleticano, sim isto mesmo, o Luan é 100% Galo, e esta paridade se estende fora dos gramados, são amigos. Hoje os dois são referência nas partidas, os dois são referências de ídolo para a massa. Diego Tardelli, o nosso grande torcedor que joga, tem feito partidas de importância também a ser evidenciada pela movimentação que consegue executar, pela figura de líder, experiência distribuída ao grupo, mas não tem feito gols. Nem vejo isto como preocupante, pois sendo ele uma preocupação a mais para qualquer

adversário sempre é focalizado com mais cuidado e assim outros podem executar com mais tranquilidade a sua função. Sempre para ele chega a hora, chega o momento e a sua estrela sempre brilha. Esperamos pelo seu gol também pelo prazer de vê-lo vibrar. “Não estou preocupado com o gol e sim em ganhar este título que é inédito para nós”, diz Diego Tardelli com muita sabedoria. Doação também faz parte do seu currículo, sabemos nós que não se apresenta em suas melhores condições físicas, problemas musculares o têm castigado com dores. Viva você, Tardelli! Tem sido uma surpresa à parte para a torcida atleticana o empenho de jogadores considerados por muitos como a garotada do Galo. Ato de coragem do técnico Levir Culpi mostrar o trabalho da meninada num Campeonato considerado um dos melhores do mundo: o do Brasil. E melhor ainda, vêm com a resposta prática da coisa, determinados, competentes e com a já conhecida raça dos que vestem aquele manto listrado. Precisando da moçada, é só escalar que eles chegam com jogadas lindíssimas e gols importantíssimos, que somam possibilidades de ficarmos entre os quatro. Eu particularmente fico encantada, como me encantava com meus alunos adolescentes e jovens. “Gosto deles, das coisas deles, das conversas deles”. A torcida está confiante e se preciso for vai preencher todos os lugares do estádio para prestigiar o elenco de novos. Eu mesma estarei firme no incentivo quando isto acontecer. Pelo que já mostraram podem com tranquilidade conquistar vitórias. Saindo um pouco das quatro linhas, vale lembrar que teremos um novo presidente. Ele é o vicepresidente de Alexandre Kalil, Daniel Nepomuceno, candidato único nas eleições para a presidência do Atlético. Como ele mesmo disse, Daniel manterá a estrutura administrativa atual de Kalil. O futebol continuará sob o comando de Eduardo Maluf. Vamos aguardar dezembro. Rosalva Campos Luciano é professora e, acima de tudo, apaixonadamente atleticana.

daquele jeito, está explicada a situação do clube na tabela. Para quem quiser conferir algumas dicas do texto, seguem três links bacanas. O site da torcida Os Tigres, do Criciúma: http://www.ostigres.com.br/como-torcer/ O belo samba-enredo da Unidos de Vila Isabel, carnaval 2013: https://www.youtube.com/watch?v=hVUUYiINSe0 Clipe de Fix You do Coldplay: https://www.youtube. com/watch?v=hAx-2vNb2aU Jorge Murtinho é redator de agência de propaganda e, na própria definição, faz bloguismo. Nessa arte, foi encontrado pela Revista piauí, que adotou o seu blog e autoriza a sua contribuição a este Figueira.

Toca da Raposa Hadson Santiago

O jogo é jogado e o lambari é pescado Saudações celestes, leitores do Figueira! Providencial! Assim foi a vitória do Cruzeiro sobre o Santos por 1x0, no último domingo, 16 de novembro, na Vila Belmiro. Isso porque a equipe jogou muito mal no primeiro tempo, a ponto de tirar o técnico Marcelo Oliveira do sério, melhorou um pouco na etapa complementar e conseguiu fazer um gol num momento de rara lucidez. Apesar de tudo, valeu! Principalmente porque o São Paulo, que jogou mais tarde, não teve dificuldade alguma para vencer o fraco Palmeiras. Se a vitória em Santos não tivesse ocorrido, a diferença de pontos da equipe celeste para o tricolor paulista teria diminuído bastante. A luta continua e todo cuidado é pouco. O São Paulo embalou nesta reta final do Campeonato Brasileiro e está ávido por conquistar o título. Humildade, respeito aos adversários e muita garra devem ser as armas cruzeirenses para os próximos jogos. Assim se constrói uma grande equipe. Por outro lado, a torcida celeste ficou decepcionada com a atuação do time na primeira partida da decisão da Copa do Brasil. Parece que o Cruzeiro estava disputando um treino ou um jogo amistoso. Ou então, os jogadores não sabiam que se tratava de uma decisão. Foi lamentável, para não dizer ridículo. Um amontoado de jogadores sem vontade, sem fibra e sem raça. Cansaço? Ora, Marcelo Oliveira, todas as equipes estão em fim de temporada e isso não pode ser usado como desculpa. A China Azul não acreditou no que viu. Nem tudo está perdido, mas será muito difícil reverter a vantagem do adversário que, diga-se de passagem, está certo da conquista do título. Como jogo é jogado e lambari é pescado, vamos aguardar os acontecimentos. Quem viver, verá... Gilvan de Pinho Tavares está completando seu primeiro mandato como presidente do Cruzeiro.

Ele tem crédito, mas espero que tenha aprendido com alguns erros e que possa realizar um segundo mandato com mais sucesso ainda. O Cruzeiro já precisa de mudanças para 2015. Alguns jogadores do atual elenco precisam sair. Marcelo Oliveira, tão elogiado por dar oportunidades aos jogadores da base, precisa ir mais à Toca da Raposa I, conversar com o pessoal de lá e aproveitar alguns garotos. Talvez não seja necessário contratar muito para a próxima temporada, pois a solução pode estar debaixo dos nossos olhos. O futebol de hoje está muito nivelado por baixo e os jogadores dos juniores só precisam de confiança e mais chances no time profissional. Será que não existe por lá um bom lateral-esquerdo, por exemplo? E a tabela do Campeonato Mineiro 2015 ainda não foi divulgada, pelo menos até o momento em que escrevo esta coluna. A competição promete ser bem disputada. Além dos três times da capital que realizam uma boa temporada, teremos a participação do Tombense Futebol Clube, clube que acaba de conquistar o Campeonato Brasileiro da Série D. Na final contra o tradicional Brasil de Pelotas (RS), a equipe da pequenina cidade de Tombos conquistou o título nacional nos pênaltis (4x2), após dois empates por 0x0. No próximo ano, Tupi e Tombense estarão representando Minas Gerais na Série C. Que o EC Democrata possa realizar uma boa campanha no Campeonato Mineiro e seguir o exemplo de times como o Tupi, Tombense e Boa Esporte. A torcida de Governador Valadares sonha em ver a Pantera disputando competições nacionais. Chegou a hora! Hadson Santiago Farias é cruzeirense da velha guarda e saudosista convicto.


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