Figueira 34p

Page 1

www.figueira.jor.br

facebook.com/600139720076533 twitter.com/redacaofigueira

Fim de semana será com chuva em Governador Valadares www.climatempo.com.br

27o 18o

MÁXIMA

ANO 1 NÚMERO 34

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 14 a 16 DE NOVEMBRO DE 2014

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00 Ailton Catão

Nível do rio chega a 30 cm positivos Álbum de Família

As chuvas que têm caído nas cabeceiras do Rio Doce deixaram a água turva durante a semana, por causa dos muitos sedimentos carreados para o seu leito. Apesar da cor barrenta das águas, o SAAE comemorou o aumento do nível do rio, que chegou a 30 cm positivos na quinta-feira. Este aumento melhora a captação e o abastecimento de água para os valadarenses. No entanto, é necessário continuar economizando água, como faz uma empresa de Valadares, que lava um automóvel por dentro e por fora, usando apenas 300 ml de água. Duvida? A reportagem está na Página 4

Leia Mais

Opinião

Jornalista da Folha de S.Paulo lança dúvida sobre ação da Polícia Federal. Página 3

Notícias do Poder O jornalista José Marcelo, que em Brasília fica atento a tudo o que acontece nos bastidores do poder, informa que Marta Suplicy nunca esteve na lista de ministros preferidos da presidente Dilma Rousseff. Ao perceber que estava sendo fritada, segundo uma fonte do Planalto, a ministra se apressou em entregar o cargo. Esta e outras notas quentes estão em Notícias do Poder. Página 5

Cultura

Empresas resistem ao Vale-Cultura. Página 11 Futebol

Álbum de Família

O Cruzeiro de 1966. Página 12

Álbum de Família

Luiza Coelho Teixeira Barbosa (com a mãe Silvânia, de beca) é muito querida na comunidade surda e nos grupos de educadores de escolas e igrejas de Governador Valadares. Ela faz vídeos educativos, fotos com diálogos em sinais e é voluntária nas Oficinas de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) que acontecem anualmente na Pastoral dos Surdos na Igreja de Lourdes. Conheça a história desta jovem na Página 9.

Brava Gente O jornalista Maurício Cancilieri (de jaqueta marron), formado na Univale, deixou Governador Valadares há dois anos e foi trabalhar na Alemanha, na emissora DeustcheWelle. Maurício conta como está vivendo a experiência profissional na Alemanha e fala da saudade que tem de sua família, que ficou em Governador Valadares. Página 8

Comportamento Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, as duas competições nacionais estão mexendo com torcedores e torcedoras de Atlético e Cruzeiro. Mas, mulher entende de futebol? A repórter Gina Pagu tem certeza que sim, por isso conversou com mulheres que entendem de futebol, como a cruzeirense Thaís Emiliana (foto). Página 7

Ecos de Palmares “O lado preconceituoso e racista do Brasil encontra resposta da lei para a sua punição. Enfim, as manifestações contra o lado preconceituoso crescem também à medida em que crescem as de racismo, discriminação e preconceito. Isso ainda é pouco, mas já são muitas as vozes que gritam por igualdade”. Esta é a análise feita por Ana Afro sobre a enxurrada de mensagens e declarações preconceituosas de brasileiros depois das eleições 2014, que na sua opinião são contrárias ao conceito exposto na Constituição Federal, para a construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna. Página 9


OPINIÃO

Editorial

2

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Tim Filho

O fim da indústria do vestibular

...e com a chuva que vem por aí, galinha vai beber água em pé!

No final de semana dos dias 8 e 9 deste mês, oito milhões e quinhentos mil jovens em mais de 1.700 cidades brasileiras passaram por dois turnos de exames. Testaram os seus conhecimentos de leitura e escrita, de pensamento lógico matemático, de ciências, história, geografia e artes. Pelo Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM, a ampla maioria desses milhões de jovens busca uma vaga nas universidades federais ou uma vaga nas faculdades particulares por meio do Prouni - Programa Universidade para Todos. Mas, há entre eles quem já esteja na universidade e faz o ENEM para conseguir participar do Programa Ciências sem Fronteiras, que permite a mais de cem mil jovens universitários brasileiros estudarem parte de seus cursos em universidades de alta qualidade em outros países. Muitos também o fazem para, aprovados, obterem o diploma do Ensino Médio, que não cursaram na idade certa. Assim, o ENEM abre muitas portas. O fato mais importante é que o Brasil tem hoje quase oito milhões de estudantes na educação superior, em faculdades, centros universitários e universidades. E o ENEM indica que há pelo menos outros oito milhões de jovens tentando entrar. Ou seja, se não fossem as múltiplas barreiras, a principal delas a econômica, a população universitária brasileira poderia ser o dobro da atual, com 16 milhões de estudantes. Isso mostra o tamanho do desafio que o governo federal tem pela frente, de continuar ampliando as oportunidades e a igualdade de acesso. O ENEM é um dos principais mecanismos de promoção da igualdade no acesso para os jovens. Antes dele, para se entrar em uma universidade os jovens eram submetidos a quatro, cinco diferentes vestibulares, em cidades diferentes, depois de passar pelo menos um ano pagando cursinhos caros. Os cursinhos pré-vestibulares e as empresas de organização e aplicação dos vestibulares foram para duas gerações de brasileiros o pedágio para entrar na vida universitária. Tudo isso ficou para trás.

O ENEM é um dos principais mecanismos de promoção da igualdade no acesso para os jovens. Antes dele, para se entrar em uma universidade os jovens eram submetidos a quatro, cinco diferentes vestibulares, em cidades diferentes, depois de passar pelo menos um ano pagando cursinhos caros.

O ENEM tornou-se um vestibular nacional, em que o jovem, sem sair da cidade onde reside, pode escolher estudar em universidade do outro lado do país. Isso tem criado no Brasil um fenômeno que nos Estados Unidos é consolidado: a mobilidade estudantil. Ao chegar aos dezoito anos, torna-se parte do rito de tornar-se adulto escolher uma universidade em outro estado, sair da casa da família e ir construir-se como profissional e cidadão. Antes do ENEM, mais de 98% dos estudantes da UFMG eram de Minas Gerais e isso ocorria em todas as federais, que acabavam por ser federais apenas no nome e na fonte de sustentação. Eram, de fato, universidades de províncias, sem a perspectiva da nação, dos desafios do Brasil. A mobilidade estudantil altera isso. Assim como o Ciências sem Fronteiras é o começo da internacionalização de nossas universidades. Hoje, diante do sucesso e do reconhecimento social do ENEM, é bom lembrar das resistências iniciais em um tempo em que a filósofa Marilena Chauí, sintonizada com a modernidade e os avanços sociais, já indicava: “O ENEM significa o fim da indústria do vestibular.”

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira

Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conar, decidiu no início deste mês que toda publicidade voltada para o público infantil e adolescente é abusiva. Entidades de anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação questionaram a decisão. Afinal, pode-se considerar abusiva a propaganda voltada ao público infantil? E agora Mc Lanche Feliz? NÃO

Manoel Assad Espindola

A discussão sobre a regulamentação da propaganda infantil, em pauta há alguns anos, ganhou novos horizontes, afinal, no último final de semana, mais de 8 milhões de brasileiros foram “obrigados” a pensar sobre o assunto, tema da redação do ENEM 2014. Polêmico, o assunto tem pautado a imprensa de todo o país e tomado conta das discussões virtuais em blogs, redes sociais e fóruns sobre comunicação. Mas afinal, a publicidade infantil deve, realmente, ser regulamentada? Os defensores da regulamentação afirmam que sim e justificam sua opinião com argumentos sobre a vulnerabilidade das crianças e a ausência da capacidade de julgamento delas em relação às técnicas de comunicação do marketing. Para eles a regulamentação não representa o fim da propaganda de produtos infantis, mas sim, um pedido ético pelo redirecionamento desses anúncios para o público adulto. É simples, em vez de anunciar para as crianças, que se anuncie para os pais. Aqueles que são contra a regulamentação, geralmente os anunciantes, apelam para o direito do acesso à informação, à liberdade de expressão e o repúdio à censura. Para eles, não há dúvida de que a responsabilidade de educar as crianças é dos pais (com uma grande ajuda dos professores), não cabendo ao Estado, nem mesmo através do poder Legislativo, a assunção do pátrio poder. Para o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamenta-

ção Publicitária), “a mão pesada do Estado é uma afronta à liberdade de expressão e despreza o direito de cada família brasileira criar seus filhos da maneira que achar correta”. Eu, se tivesse que escolher um dos lados, ficaria com a turma do “NÃO”. Concordo que a responsabilidade de educar os filhos é dos pais e não cabe ao Legislativo assumir o papel de “babá”. São os pais que permitirão ao filho ter acesso, ou não, aos conteúdos apresentados pela mídia e são, exclusivamente, eles que irão consumir para as crianças. Quanto aos casos de exagero da propaganda, a gente tem o CONAR. As cartas estão postas e eu me pergunto: E agora Mc Lanche Feliz?

Eu, se tivesse que escolher um dos lados, ficaria com a turma do NÃO. Concordo que a responsabilidade de educar os filhos é dos pais e não cabe ao legislativo assumir o papel de “babá”.

Manoel Assad Espindola é publicitário.

Competência para o consumo X regulação da mídia SIM

Dirley Henriques

Houve um tempo em que as crianças estudavam meio período do dia e ficavam em casa o restante do dia, geralmente com as mães. Era um mundo relativamente fácil, pois poucas mães trabalhavam e as brincadeiras eram nas ruas. Não passavam pelas cabeças pueris, em ter computador, patins, bonecas, console de jogos, tablet, celulares, Ipod e etc. Mas surgiram as mudanças no mundo do trabalho, pais e mães trabalham, e crianças estão mais sujeitas às implicações externas sem as orientações dos pais. A cultura também mudou e exige uma nova relação com as crianças. Onde se bastava negatória autoritária dos pais, hoje não mais se justifica. Aos pais sobra um grande sentimento de culpa de abandono dos filhos e consequentemente uma permissividade que tenta substituir o ser, com produtos impostos pela exigência das crianças e reforçados pela publicidade. A situação se complicou com os protocolos de comunicação e teia de informação, e a publicidade se multiplicou, especializou e individualizou. A Internet e as redes sociais exercem em alguns casos papel decisivo no processo de formação das opiniões, identidades e até mesmo de formação complementar ao sistema formal. Percebe-se que houve uma mudança significativa nos sistemas de valores, mentalidades, aspirações e opiniões. Estas questões nos impõem uma revisão permanente do estado de tais mudanças e a necessidade de estruturar e reestruturar os paradigmas sociais. Somos aquilo que consumimos: porque ao mudar o trabalho, muda o consumo; porque na nossa escolha para o consumo somos implicados em uma decisão competente para não haver o risco de nos afundarmos nas compras anacrônicas e de nos endividarmos; porque a obsolescência

A sociedade é uma constante de mudanças e acomodação, rompimento e regulação. A regulamentação da publicidade infantil permitirá que coletividade contribua com o processo de formação dos novos cidadãos do futuro.

programada criou um estado de necessidade de coisas sem utilidade; porque o consumo é o motor do aquecimento global, da seca e dos novos desafios energéticos; porque somos o que consumimos e numa sociedade em rede, nos dá a dimensão da compra em tempo real, o que suscita novas obrigações para as práticas comerciais; porque existe uma nova competência básica que é competência para o consumo. Esta nova sociedade nos teletransportou para uma aldeia global, com novas necessidades de convivências e novos parâmetros éticos. Isto demonstra que o assédio às crianças como ditadores do consumo, pode formar uma nação de consumistas alheios aos riscos sociais, ambientais e para saúde pública. A sociedade é uma constante de mudanças e acomodação, rompimento e regulação. A regulamentação da publicidade infantil permitirá que coletividade contribua com o processo de formação dos novos cidadãos do futuro. O mundo mudou e continuará mudando.

Dirley Joaquim Henriques é sociólogo.


CIDADANIA & POLÍTICA

A “Guerra às drogas” só serve para eliminar jovens negros.

3

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Da Redação

Sacudindo a Figueira

A 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra a urgência de se elaborar uma política de segurança que acabe com a lógica da guerra às drogas e do enfrentamento e passe a se basear na garantia de direitos, nos investimentos em inteligência e no respeito aos Direitos Humanos. Foi divulgado no dia 11 de novembro e mostra o tamanho da tragédia: em apenas cinco anos, a polícia brasileira matou mais do que a americana em três décadas. Foram 11.197 mortes, o equivalente a seis por dia. Nos Estados Unidos, em 30 anos, ocorreram 11.090 – média de uma pessoa por dia. A “guerra às drogas” não é propriamente uma guerra contra as drogas. Não se combate coisas. Como nas demais guerras, o alvo são pessoas, nesse caso os inimigos são os marginalizados, negros, os desprovidos de poder, moradores das periferias e favelas brasileiras. A Anistia Internacional mostra que 30 mil jovens entre 15 e 29 anos são mortos por ano no país. Destes, 77% são negros. Essas pessoas são duas vezes alvo da violência do Estado. Ao não terem seus direitos mais elementares respeitados e por serem a grande maioria das vítimas da ação letal das polícias.

A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Jornal Zero Hora

Participação das Igrejas na ditadura militar É este assunto que estará em pauta no Teatro do Instituto Metodista Izabela Hendrix, no dia 27 de novembro, às 19h, em BH. Membros da Comissão da Verdade exporão como as igrejas participaram do funcionamento da ditadura, da tortura e eliminação de pessoas, assim como da oposição à ditadura e na luta por liberdades democráticas. Passa da hora das igrejas em Valadares fazerem o seu exame de consciência também. História.Net

Surto de nudez em Porto Alegre As duas últimas semanas têm sido marcadas em Porto Alegre por pessoas andando nuas nas ruas e parques da cidade. A maioria é de mulheres, fazendo a corrida matinal nos muitos parques daquela capital. Sem saber o que fazer, a Brigada Militar - o nome da polícia por aquelas bandas tem encaminhado as pessoas para um psiquiatra. Mas, o debate sobre o assunto está acalorado. Muitos especialistas não veem a questão como de saúde ou falta dela, mas de uso do próprio corpo para protesto. É bom lembrar que o jovem São Francisco retirou todas as roupas e ficou nu diante do seu pai quando quis declarar o novo rumo de despojamento que havia escolhido para a sua vida.

Copa do Brasil Pensando bem, antes da final da Copa do Brasil, pela primeira vez com duas equipes mineiras, Galo e Cruzeiro ganharam de todos que cruzaram o caminho deles. Aécio era o único mineiro a perder em casa.

Reflexões...

Faltam preservativos Marca mais visível da bem sucedida campanha brasileira de prevenção da Aids e das doenças sexualmente transmissíveis, além de contraceptivo seguro, as camisinhas desapareceram das unidades básicas de saúde e dos serviços de saúde em Valadares. Para quem procura, é um calvário: não, não e não! É desabastecimento ou o setor que cuida disso está sob liderança retrógrada? É falta de dinheiro ou mudança de mentalidade?

“Quando vocês vêm até a minha presença, quem pediu todo esse corre-corre? Socorram os que são explorados - e basta’’. [Isaías 1]

“O ruim no Brasil, e efetivo fator do atraso, é o modo de ordenação da sociedade, estruturada contra os interesses da população, desde sempre sangrada para servir a desígnios alheios e opostos aos seus…O que houve e há é uma minoria dominante, espantosamente eficaz na formulação e manutenção de seu próprio projeto de prosperidade, sempre pronta a esmagar qualquer ameaça de reforma da ordem social vigente”. (p. 446 do livro O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, do antropólogo, indigenista, político e educador Darcy Ribeiro). Arquivo Pessoal

JANIO DE FREITAS

Outras dívidas eleitorais Pela quarta vez, o estímulo procedente da Polícia Federal para as tendências do eleitorado não resultou. E as investigações desses estímulos, também não. Logo depois de definidos os disputantes do segundo turno, os três passageiros de um táxi aéreo foram presos pela PF ao descerem no aeroporto de Brasília. Revistados, dizia o primeiro noticiário que um tinha R$ 80 mil, outro levava R$ 30 mil, e R$ 6 mil o terceiro. Esse total de R$ 116 mil foi baixando nos dois ou três dias em que ainda houve noticiário a respeito. Os três voltavam de Belo Horizonte, onde haviam trabalhado na campanha de Fernando Pimentel. Fernando Pimentel? Petista. Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, empresário gráfico que levava a maior quantia, havia produzido material impresso para a campanha petista e em 2010 fora interrogado pela PF, a pretexto de um tal dossiê que seria elaborado em Minas contra José Serra. E o crime de agora? Nenhum. Não é ilegal transitar com dinheiro de procedência legítima, voltando os três de atividades remuneráveis. Bem, um inquérito ia verificar se, por acaso, não se tratava de lavagem de dinheiro. E, para isso, por que precisariam ir três, levando quantias tão diferentes, e pagando um táxi aéreo para levar soma que não justificaria a despesa? Sem resposta. Mas a PF teve a gentileza de cometer uma imprudência sugestiva de armação. Com as informações da prisão no aeroporto de Brasília, alguns jornais e TVs exibiram uma foto do embarque de Benedito no avião em Belo Horizonte. Autor, aquele nomezinho quase ilegível que os jornais grudam nas fotos? Nenhum. A foto foi fornecida às redações para acompanhar a notícia de prisão dos três petistas portadores de dinheiro dado como suspeito. Não houve uma ação preventiva da PF em Brasília.

Houve uma armação começada em Belo Horizonte, passada à imprensa e à TV como um fato bem sucedido da PF. E com implicações políticas e eleitorais. Faz um mês que o assunto apareceu e desapareceu. Se a própria PF interveio na PF e esvaziou o balão, não precisa fazer cerimônia. Pode informar a população sobre o que foi aquilo e sobre o inquérito. Fará bem à sua imagem e ninguém pedirá punição de policiais. Como não foi pedida quando daquele dinheiro “achado” em São Luís. E do dinheiro “achado” no caso dos “aloprados” (este, com a colaboração dramatúrgica do Ministério Público Federal). E do “dinheiro cubano” também “achado”, antes de enriquecer a campanha de Lula, em caixa de bebidas dirigida a um diplomata cubano. Se a investigação continuou, hipótese pouco atraente, a PF deve à sociedade as informações a respeito. Afinal de contas, foi da PF que saíram as informações e a foto destinadas ao eleitorado que se voltava para sua decisão do segundo turno. Já basta a dívida imensa da PF com o seu silêncio antidemocrático sobre os epílogos daqueles três casos. A população precisa e quer ter confiança na PF. Por esse mesmo motivo, mas também por outros, a pesarosa morte de Eduardo Campos não justifica que a Polícia Federal não esclareça as zonas escuras de onde saiu, para a campanha eleitoral, o jato da fatalidade. O começo da busca de explicação, nas primeiras semanas depois do desastre, sustou-se deixando apenas estranhezas. Está aí a direção do PSB enrolada com esse assunto, que prometeu deixar limpo em sua prestação de contas à Justiça Eleitoral, e mais complicou ao prestá-la sem dar conta do avião e seu uso. Diz que depende da Anac, mas não é de quilômetros voados que se trata. E a Polícia Federal sabe disso.

Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 9/11/2014

Obrigado, professor Antônio! Governador Valadares perdeu um de seus cidadãos mais ilustres nesta semana. O Professor Antônio Lima dos Santos morreu na quarta-feira, aos 98 anos de idade. Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, escritor e conferencista, poliglota e tradutor de obras do Inglês, Italiano e do latim. Foi co-fundador das Escolas FISK de Governador Valadares, Ipatinga e Resplendor, e Co-fundador da Fundação MariAn – Escola de Educação para o Lar, junto com sua esposa (já falecida), Maria Villas Boas. Este Figueira reverencia a memória deste cidadão exemplar!


MEIO AMBIENTE

4

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

ECONOMIA DE ÁGUA

Inovação na lavagem de automóveis

Empresa de Valadares inova na lavagem de autos. Com 300 ml de água, os lavadores lavam um carro inteiro, por dentro e por fora Divulgação

Gina Pagu / Repórter

Em tempos de economia de água, os valadarenses passaram por dificuldades com relação ao abastecimento de água, e com o nível do Rio Doce abaixo do normal. A lâmina d’água chegou a medir 29 centímetros negativos, em fins de agosto deste ano, quando o mínimo ideal seria a partir de 30 centímentros. Aí, ama empresa de lavagem de veículos em Governador Valadares traz uma inovação para a limpeza de automóveis. Com 300 mililitros de água é possível lavar um carro inteiro, por dentro e por fora. Essa proposta já existe no Brasil há mais de 5 anos, mas em Valadares é realidade há apenas 5 meses. Aloísio Silva, que era residente nos Estados Unidos, há 2 anos, viu no Programa Pequenas Empresas Grandes Negócios, a franquia de lavagem de veículos. Decidiu voltar para o Brasil e assumiu o comando da empresa que hoje é pioneira em Valadares. Ele explica que é uma lavagem ecológica e econômica. “Usamos somente o equivalente a um copo de água e uma mistura de 8 produtos que são biodegradáveis. Não agride a natureza em nenhum aspecto, pois além de não gastar água, também não polui o meio ambiente.” A limpeza é feita com uma mistura de água, cera de carnaúba e outros produtos, e custa 30 reais. É feita, em média, em 40 minutos. Silva garante que além de limpar o carro, a pintura fica protegida por mais tempo. “Por meio dessa técnica especial que dispensa o uso de água, o carro fica limpo, encerado e protegido contra males do tempo. O enceramento é não-abrasivo, não prejudica a pintura. Após o tratamento, a pintura do veículo obterá um brilho, e ainda ganhará uma película antiaderente e hidro-repelente.” O biólogo, Maxwell Robert, diz que o processo ecológico é seguro e que reduz a economia de água. “Esse novo método ajuda bastante o meio ambiente, visto que, para se lavar um carro com mangueira ligada por 15 minutos, gasta-se em aproximamente 279 litros de água. Com este processo, o volume é reduzido a 1% do que seria usado. Em um mês a economia será de cerca de mil litros.” Robert explica que a mistura de um produto chamado teflon e a cera de carnaúba possuem pouca afinidade com a água, e isso permite a formação de uma película que facilita a remoção das possíveis partículas de sujeira que venham a aderir sobre o veícu-

Tim Filho

Com um copo d’água os lavadores limpam um automóvel por dentro e por fora. A lataria fica brilhando. Em tempos de economia de água, está limpeza faz a diferença

lo. “A cera já é muito usada por empresas automotivas, e o teflon, que possui uma substância praticamente inerte, não reage com outras substâncias químicas exceto em situações muito especiais e também possui carência de reatividade permitindo que sua toxicidade seja praticamente nula. Esse processo é sem dúvida uma excelente alternativa de economia de água.” Clientes Silva explica que por mês lava em média 60 carros, e que a clientela é só elogios com relação a qualidade do serviço. “O que mais ouço dos meus clientes é sobre a comodidade de ninguém ter que sair de casa para vir ao lava-jato, pois eu vou até o cliente. Não deixamos nenhuma gota de água no chão, quer dizer, economizamos e não deixamos nenhuma bagunça.” Tiago Santana, cliente da franquia, conta que desde a primeira lavagem se tornou um cliente assíduo. “Eu gostei demais do serviço dessa empresa, eles são ótimos profissionais. Principalmente na questão economia de água.” Edilene Ferreira, também cliente, apoia a iniciativa principalmente

pelo cuidado com a natureza. “Diante da situação de calamidade em que se encontram nossos recursos hídricos, surgem esses meninos com uma ideia inovadora, totalmente sustentável? Isso é o máximo. O veículo fica completamente limpo e mantém o brilho da pintura. O mais importante disso tudo é que ainda favorece o meio ambiente. Isso merece ser divulgado, frisando a economia de água que beneficiará nosso futuro, evitando o desperdício.” O SAAE divulga as seguintes dicas contra o desperdício: No Banho: Se molhe, feche o chuveiro, se ensaboe e depois abra para enxaguar. Não fique com o chuveiro aberto. O consumo cairá de 180 para 48 litros. Ao escovar os dentes: escove os dentes e enxágue a boca com a água do copo. Economize 3 litros de água. Na descarga: Verifique se a válvula não está com defeito, aperte-a uma única vez e não jogue lixo e restos de comida no vaso sanitário. Torneira: uma torneira aberta gasDivulgação

A limpeza é feita com uma mistura de água, cera de carnaúba e outros produtos. Custa 30 reais e é feita, em média, em 40 minutos

ta de 12 a 20 litros/minuto. Pingando, 46 litros/dia. Isto significa, 1.380 litros por mês. Feche bem as torneiras. Vazamentos: Um buraco de 2 milímetros no encanamento desperdiça cerca de 3 caixas d’água de mil litros. Caixa d’água: Não a deixe transbordar e mantenha-a tampada. Lavagem de louças: Lavar louças com a torneira aberta, o tempo todo, desperdiça até 105 litros. Ensaboe a louça com a torneira fechada e depois enxágue tudo de uma vez. Na máquina de lavar são gastos 40 litros. Utilize-a somente quando estiver cheia. Regar jardins e plantas: No inverno, a rega pode ser feita dia sim, dia não, pela manhã ou à noite. Use mangueira com esguicho-revólver ou regador. Lavar carro: com uma mangueira gasta 600 litros de água. Só lave o carro uma vez por mês, com balde de 10 litros, para ensaboar e enxaguar. Para isso, use a água da sobra da máquina de lavar louça. Na limpeza de quintal e calçadas use vassoura: Se precisar utilize a água que sai do enxágue da máquina de lavar. Divulgação

Toda a sujeira é removida da lataria dos automóveis em minutos


POLÍTICA 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

Brasil 247

Livrai-me do mal

Queimação

Disse aqui neste espaço, na semana passada, que o temor de ter o peemedebista Eduardo Cunha como presidente da Câmara havia se instalado no Palácio do Planto. É que o deputado é desafeto da presidente Dilma Rousseff. Nos últimos dias o PT entrou em campo para tentar barrar a candidatura de Cunha, que à frente da bancada do PMDB sempre se comportou como oposição. Na soma de esforços entre PT e Dilma, o vice-presidente Michel Temer entrou em campo. Publicamente, Temer chamou Eduardo Cunha para conversar e pediu que ele tomasse jeito e assumisse postura de aliado. Nos bastidores ele articula até a desistência do companheiro de legenda.

Acontece que Marta Suplicy nunca esteve na lista de ministros preferidos da presidente Dilma Rousseff. Estava na cota do PT. Ao perceber que estava sendo fritada, segundo uma fonte do Planalto, a ministra se apressou em entregar o cargo. Mas saiu chamuscada do governo. Chamuscada até dentro do partido, em função dos pitacos na política econômica. Pitacos que deu em público, pela imprensa. Nos anos de governo, calou-se. Parte do PT de São Paulo está bastante descontente com Marta Suplicy, segundo um deputado paulista. Coletivo Jovem

Esperança A esperança do PT e da presidente Dilma Rousseff é que o vice Michel Temer exerça a força que tem no PMDB, para evitar que a candidatura de Eduardo Cunha seja lançada e se consolide. Mas como no terreno da política ninguém coloca todos os ovos em apenas uma cesta, o Planalto tem buscado apoio de todos os demais partidos aliados e outros nem tão aliados assim, para garantir o maior número de votos possíveis, contra Cunha.

Debandada A temporada de debandada de ministros já começou, com aliados procurando a presidente Dilma Rousseff para colocar os cargos à disposição. Atitude mais do que legítima e nada fora do script. Acontece que nesse jogo de cena, muitos ministros querem sair sem sofrer o desgaste da exoneração. Outros tentam ser convidados a permanecer. Não foi o caso da ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Disposto a abandonar a vida pública no fim deste mandato, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) já está com a mudança toda organizada para voltar à terra onde mora com a mulher. Mas enquanto o senador se encarrega de acompanhar o desmonte da casa onde mora em Brasília, no Senado o clima é de tristeza. É que Simon exerce o mandato há 32 anos. Mais que o tempo de casa, ele tem a favor de si o respeito de servidores e colegas de mandato. Aos 85 anos, o senador decidiu que não vai mais disputar as eleições.

Mais rigor Beijinho, beijinho, tchau, tchau...

Dois PTs Acontece que Marta Suplicy nunca esteve na lista de ministros preferidos da presidente Dilma Rousseff. Estava na cota do PT. Ao perceber que estava sendo fritada, segundo uma fonte do Planalto, a ministra se apressou em entregar o cargo. Mas saiu chamuscada do governo. Chamuscada até dentro do partido, em função dos pitacos na política econômica. Pitacos que deu em público, pela imprensa. Nos anos de governo, calou-se. Parte do PT de São Paulo está bastante descontente com Marta Suplicy, segundo um deputado paulista.

CRÔNICA DA SEMANA

Joga pedra na Geni! Gina Pagu Todas as crianças que nasceram nos anos 80 e 90, em Aimorés, Minas Gerais, provavelmente irão se lembrar de uma senhora chamada Geni. Ela hoje ainda é viva, tem cerca de 90 anos. Mas para contar a minha história preciso voltar no tempo. Exatamente no ano de 1988, e eu tinha 11 anos. Passei minha infância em Aimorés, meu pai, tios, primos ainda moram lá, ou seja é minha terra natal. Passei essa fase rodeada de primos também crianças, muitas bagunças e traquinagens típicas de quem brinca nas ruas de uma cidade do interior. Não havia muito o que fazer à tarde, depois que voltávamos da escola. E aí era hora de inventar o que nos divertia. Naturalmente, qualquer pessoa virava alvo de zombarias e molecagens. E lá estava a Dona Geni, coitada. Ela ia para a mercearia, para a padaria ou vender chup-chup na rua. E a gente não perdoava, passávamos a tarde correndo atrás da pobre mulher, e perguntando se o chup-chup estava quente, se ela estava com calor porque o sol em Aimorés não perdoava ninguém, era quente feito o inferno. E ainda é. Até que um dia essa coisa de pegar no pé dela virou folclore, e história de todos nós, que hoje somos adultos, e que morávamos lá. Um dos meninos que corria atrás dela resolveu jogar-lhe uma pedra. E gritou: “Joga pedra na Geni, ela boa de cuspir.” Possivelmente ele ouviu essa música em algum LP que alguém rodava em casa, só pode. Pra que esse menino foi dizer isso? A mulher virou o diabo. Levantou sua cabeça que estava dentro da velha caixa de isopor com os chup-chups e parece que surtou. Começou a pegar tudo lhe via a frente, cacos de tijolos, brita, e jogava na meninada ouriçada, que gritava a sua frente: “Joga, joga, joga pedra na Geni.” Eu não sei se ela se lembrou mesmo da música do Chico Buarque de Holanda, “Geni e o Zepelin”, e do refrão: (...) Joga pedra na Geni! Joga bosta na Geni! Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir! Ela dá pra qualquer um! Maldita Geni!” E deve ter ficado ofendida porque a música falava mal de alguém, e de alguém chamada Geni. E a senhorinha Geni, era uma mulher tão simples e enraizada com as tradições de moça direita do interior. Mas que ela ficou brava demais, ficou. De certo que se sentiu pior que todas as outras moças. Ela ainda não era mais tão jovem, já deveria ter seus 60 ou 70 anos, e não tinha filhos, poderia ser casta ainda, não sei. Embora todo estresse que ela passava e pelejava para correr atrás de nós. Era muito engraçado rir da zombaria e correr descalços pelas ruas da cidade. Para nós, era uma alegria ter o que fazer, nos divertir às custas da pobre Geni. Soltar bombinhas nos pés dela, gritar: “Joga pedra, joga bosta, joga tudo na Geni”. Era um coro de crianças, umas 10 só fazendo isso quase todos os dias. Não há criança que morou em Aimorés nessa época que não guarda uma lembrança na cabeça, e literalmente uma lembrança. Eu tenho até hoje um ‘buraquinho’ no osso do crânio por conta de uma brita que ela me acertou bem no meio da cabeça. Hoje penso que a Geni está mais calma, idosa e sossegada. É uma pena termos azucrinado tanto a vida dela, mas talvez ela também guarde lembranças boas dessa época. Bendita Geni! Gina Pagu é jornalista e repórter deste Figueira

Encaixotando os móveis

Passou pela Comissão Externa de Combate ao Racismo o relatório final que propõe aumento de três para cinco anos a pena contra quem cometer crime de injúria racial no Brasil. Com a um dança, também será punido nos mesmos moldes quem discriminar outra pessoa também por religião, origem, idade ou condição física. A comissão externa foi criada no final do mês de abril motivada por casos de manifestações racistas no futebol no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Fiemg realiza Compre Bem em Valadares com a Isolux Corsán A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) realiza em Valadares no dia 26 de novembro, o Projeto Compre Bem, com a Isolux Corsán, vencedora da licitação de duplicação da BR 381. Empresas que tem o interesse em fornecer serviços e produtos para o Consórcio Isolux-Corsán/Engevix devem ficar atentas, a iniciativa vai colocá-las em contato direto com os representantes da empresa, que querem identificar no mercado mineiro, fornecedores de diversos segmentos. As demandas da Isolux para as obras de duplicação são: areia e brita, aço (tirante, vergalhão, tela, arame, barra, entre outros), cimento, fibras metálicas, aditivos para concreto e resina para tirante, combustível, explosivos, EPI´S e uniformes, material de furação (haste, punho, luva e bit), material elétrico e hidráulico, materiais de limpeza (atacadista), locação de equipamentos (eventual), alojamento e locação de imóveis, alimentação, materiais betuminosos, locação de ambulância, materiais e mobiliário de escritório. Compre Bem O Projeto Compre Bem é uma iniciativa do Sistema Fiemg para auxiliar o processo de compras de uma empresa âncora. O projeto funciona como um encontro de negócios, colocando frente a frente compradores e fornecedores. Em vez de visitar as empresas, uma por uma, o comprador conhece todos os fornecedores em um mesmo dia, em horários pré-estabelecidos. Em Valadares ele acontece pela primeira vez. De acordo com a presidente da Fiemg Regional Rio Doce, Rozâni Azevedo, o objetivo do Compre Bem é divulgar o potencial de fornecedores para que as empresas da cidade e região tenham oportunidade de realizar negócios com a Isolux. “A Fiemg quer promover o desenvolvimento local. A intenção é fazer com que os fornecedores mostrem a Isolux, que temos empresas que conseguem atender a demanda das obras. Esse projeto é desenvolvido há bastante tempo na sede em Belo Horizonte, com outras empresas, e desta vez conseguimos realizálo em Valadares”, informou.

Esta edição do Compre Bem faz parte do “Movimento Nova 381”, lançado pela Fiemg em março de 2013. Trata-se de uma iniciativa do setor empresarial de Minas Gerais com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico do estado a partir da duplicação da rodovia BR-381, no trecho que liga Belo Horizonte a Governador Valadares. Inscrições O Compre Bem acontece na sede Fiemg Regional Rio Doce, na Av. Brasil, 4000, Centro. As empresas que tiverem interesse em participar deverão fazer a inscrição até o dia 21 de novembro. Após o encerramento das inscrições a empresa inscrita será informada sobre o agendamento do seu horário no encontro presencial. Para participar, a empresa deverá pagar uma taxa. O valor para associados do sindicato patronal da indústria e associados aoCentro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG) é de R$50,00 (cinquenta reais). Para as demais empresas o valor é de R$100,00. As inscrições podem ser feitas pelo site www. fiemg.com.br (Áreas de interesse: Negócios, Produtos, Projeto ,Compre Bem). Quem quiser outras informações pode ligar no telefone (31) 3263.4354 ou enviar um e-mail para comprebem@fiemg. com.br Isolux Corsán A Isolux Corsán vencedora da licitação de duplicação da BR 381 nos trechos 1,2,3.1 e 6 em um total de 194,6km e de R$ 1.126 bilhões de reais é uma empresa global de referência nas áreas de concessões, energia, construção e serviços para a indústria com mais de 80 anos de atividade profissional. Desenvolve as suas atividades em mais de 40 países e quatro continentes. Sua missão é realizar projetos para um mundo mais eficiente e sustentável, com maior qualidade de vida para a sociedade, gerando rentabilidade e fazendo crescer as nossas pessoas.


GERAL

6

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

ESTAÇÃO OLÍMPICA

Servidores municipais são capacitados para atuar na Estação Olímpica Da Redação O sistema utiliza etiquetas com “QR Code”, onde ficam armazenadas informações detalhadas referentes à casa visitada, como endereço, número de IPTU ou a data da última visita.

Prefeitura moderniza sistema de combate à dengue na cidade Da Redação Atualmente, o trabalho de combate à dengue exige que os agentes de endemias e demais envolvidos utilizem grande volume de formulários impressos para a coleta de informações. Além disso, depois de coletados os dados, é preciso digitá-los para que fiquem armazenados em um banco de dados específico. Para simplificar e agilizar o trabalho, garantir segurança e precisão nas informações, e modernizar o sistema, a partir de agora os agentes de endemias de Valadares contarão com uma nova ferramenta de trabalho: trata-se do Dengue Report, um software desenvolvido para dispositivos móveis, que auxiliará no combate à dengue no Município. Cada um dos 90 agentes receberá um aparelho celular com câmera que substituirá as planilhas de papel por formulários digitalizados. O sistema utiliza etiquetas com “QR Code”, onde ficam armazenadas informações detalhadas referentes à casa visitada, como endereço, número de IPTU ou a data da última visita. As informações só são validadas pela central mediante a leitura dessas etiquetas, o que garante que a vistoria realmente foi realizada. Uma vez notificada a

Apoio à produção audiovisual afro-brasileira

Valor do prêmio para as 34 obras selecionadas varia entre R$ 100 mil e R$ 125 mil Na quinta-feira (13), o Ministério da Cultura lançou, na Fundação Nacional das Artes (Funarte) em São Paulo (SP), o edital Curta afirmativo 2014: protagonismo de cineastas afro-brasileiros na produção audiovisual nacional. Com investimento de R$ 3 milhões, a proposta é apoiar a produção de obras nacionais inéditas dirigidas ou produzidas por negros. O evento terá a presença da secretária-executiva da Cultura, Ana Cristina Wanzeler.

visita, as informações obtidas são encaminhadas instantaneamente para a central responsável, otimizando o processo de controle da dengue. “A implantação deste novo sistema trará diversos benefícios: os dados digitados pelos agentes irão direto para o Programa do Ministério da Saúde, o Ponto de Apoio Central poderá enviar uma mensagem para um ou mais agentes e, será informado quando a mensagem for aberta, podendo dessa forma, avisar os agentes de uma reunião ou questioná-lo por não está realizando uma vistoria, por exemplo. Além disso, assim que o agente concluir uma vistoria em um imóvel, o Ponto de Apoio central terá esta informação, podendo acompanhar todos os agentes em tempo real”, esclareceu o técnico referência em dengue do Município, José Batista dos Anjos Júnior. Nesse primeiro momento, serão realizadas as capacitações dos agentes de endemias para, em seguida, ser feita a transição do sistema tanto na zona urbana quanto nos distritos de Valadares. Foram investidos cerca de R$ 200.000,00 oriundos do Ministério da Saúde. O programa foi desenvolvido pela ECOVEC, que é formada por professores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMF).

A iniciativa premiará 34 obras, 21 curtas-metragens com temática livre e 13 média-metragens que abordem a cultura de matriz africana. O apoio financeiro varia de R$ 100 mil a R$ 125 mil respectivamente. As inscrições estão abertas até 30 de janeiro de 2015, pela internet. Interessados devem acessar o sistema online SALICWEB, disponível no endereço eletrônico: http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/. Mais informações: Assessoria de Comunicação do Ministério da Cultura (61)2024-2458 / (61) 20242492

A Prefeitura, em parceria com a Fundação Vale, começou na última segunda-feira (10), e vai até dia 5 de dezembro, a capacitação de 40 servidores municipais que vão trabalhar na Estação Olímpica. A capacitação é ministrada pela Fundação Vale por meio do programa Brasil Vale Ouro. O grupo de servidores do Município é formado por 30 professores da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e dez da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Juventude (SMCEL). A primeira fase, de aulas teóricas, acontece na Sociedade Recreativa Filadélfia; já as aulas práticas (natação, futebol e atletismo) serão realizadas na Estação Olímpica. Ao término da capacitação, a equipe de profissionais da Fundação Vale escolherá dez professores para trabalhar na Estação Olímpica. O secretário municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Fábio Brasileiro, destaca que o projeto é inédito “uma Vila Olímpica somada a uma Escola de Tempo Integral formando ali um verdadeiro celeiro de talentos esportivos para fazer valer concretamente o nosso Programa Valadares Olímpica”. A Estação Olímpica fica na rua Engenheiro Felipe Moreira Caldas, s/nº, Fraternidade, e contará com: 2 piscinas – sendo uma semiolímpica 1 campo de futebol 1 pista de atletismo com seis raias Arquibancada Vestiário Moderna estrutura para salas de aula que atenderão ao programa Escola em Tempo Integral. Ainda de acordo com o secretário Fábio Brasileiro, a escola será especial. “A parte pedagógica trabalhará em sintonia com a esportiva. Com objetivo de proporcionar maior rendimento esportivo, os alunos terão diariamente cem minutos de aulas de educação física, em que trabalharão tanto a iniciação a várias modalidades esportivas quanto a formação”, ressaltou o secretário.

Alunos do IFMG fazem campanha de arrecadação de livros Estudantes do 5º período de Engenharia de Produção do Instituto Federal de Minas Gerais – IFMG cAmpus Governador Valadares lançaram o Projeto Leitura – doe um livro! Os estudantes estão com expectativas de arrecadar em torno de 700 livros de literatura e quadrinhos e, assim, inaugurar uma biblioteca na escola da Cidade dos Meninos. As doações podem ser feitas, até o dia 18 de novembro, no próprio IFMG (Avenida Minas Gerais, 5189, bairro Ouro Verde), nas Igrejas: Catedral, Ilha e Cristo Redentor. E ainda no Pré-Vestibular Elite (Rua Trinta, 309, Ilha) e Genoma Kids (Rua Marechal Deodoro, 380, Centro).

Saúde

Derli Batista da Silva

Desafios da saúde pública em Minas A expectativa é que o novo governo do estado enfrentará situações que exigem atenção especial para que a saúde seja um marco da sua gestão. Das questões assistenciais àquelas relacionadas ao gerenciamento do sistema e dos serviços ofertados, os desafios são merecedores de olhar atento e requerem seriedade, competência, eficiência, eficácia e qualidade na administração pública. Em relação aos desafios no campo da saúde em Minas Gerais, tratase de um leque amplo compatível com a dimensão do estado, que tem a maior quantidade de municípios do Brasil e a segunda maior população, acima de muitos países. Sem a pretensão, neste momento, de discutir dados demográficos, epidemiológicos e/ou sanitários, mas, com a intenção de colaborar para uma reflexão acerca de caminhos que possam consolidar o Sistema Único de Saúde - SUS, faz-se necessário sinalizar algumas situações ou áreas que carecem de ações governamentais efetivas. A assistência à saúde de pessoas dependentes de drogas e outras substâncias, inclusive o fumo e o álcool, precisa de mais investimento e organização de forma a reduzir o sofrimento destas pessoas e de suas famílias, e a garantir uma rede de apoio com cuidados à saúde e oportunidades de resgate destas vidas num movimento humanitário de ressocialização com dignidade. As desigualdades regionais são marcantes e trazem a necessidade de gerir os recursos da saúde com base no princípio da equidade e da justiça, com aporte maior para regiões e cidades mais carentes, criando condições que apontem para a possibilidade de distribuição isonômica de profissionais, equipamentos e verbas, e consequentemente, a garantia

do direito da população a assistência à saúde. Este caminho será pavimentado com a integração dos recursos públicos, as parcerias entre municípios, a definição adequada dos Mapas de Saúde, com a implantação justa das Regiões de Saúde e a organização / consolidação das Redes de Atenção à Saúde - RAS, consoante ao Decreto nº 7.508/11. A educação para a saúde é considerada o eixo principal para se alcançar a prevenção de doenças e agravos e a promoção de condições saudáveis às pessoas, famílias e comunidades, devendo ser melhor planejada, ter seus impactos avaliados sistematicamente e destinação de mais recursos financeiros para a sua execução, visto que a Constituição Federal de 1988 determina, em seu artigo 198, que as ações e serviços públicos de saúde têm como uma de suas diretrizes: o atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo na assistência. A inauguração e a efetivação do funcionamento de hospitais regionais colaborará para a melhor integração dos municípios, trará para o estado a maior responsabilização com o nível terciário de atenção à saúde da população, dando fôlego aos governos locais para cuidar melhor de seus munícipes com o fortalecimento das ações da atenção primária, sendo esta responsável pela promoção da saúde, prevenção de doenças e pela resolução de pelo menos 80% dos casos que chegam para atendimento nas unidades de saúde nas comunidades. Gerar maior acesso da população aos serviços especializados de saúde, incluindo exames de apoio diagnóstico - laboratoriais e por imagem, dando melhor suporte aos profissionais das equipes do núcleo de apoio à saúde da família - NASF, do programa de valorização da atenção básica - Provab e do Mais Médicos, de maneira a garantir o acesso ao atendimento de profissionais de saúde, cuidando da população em todos os cantos do estado, com atenção prioritária ao Norte de Minas e a todas as cidades desprovidas de assistência em condições que respeitem o direito à saúde.

Outras questões que estão no mesmo nível de preocupação e que exigem atenção criteriosa do governo estadual, são: a redução das mortalidades materna e infantil; o envelhecimento populacional acelerado que alerta para a necessidade de centros de referência à saúde de pessoas idosas e atendimento ambulatorial com profissionais especializados nas áreas gerontológica e geriatra; o financiamento da saúde, com utilização mais transparente dos recursos públicos; a participação popular e o controle social via Conselhos de Saúde; as ações de controle da obesidade infantil; a elevação da qualidade dos serviços prestados com foco na saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores; garantia de maior cobertura e qualidade da estratégia Saúde da Família, com remuneração mais isonômica entre profissionais do mesmo nível de formação e fortalecimento dos vínculos de trabalho; o combate à violência, especialmente, contra grupos vulneráveis como crianças, mulheres e pessoas idosas; a redução da violência no trânsito; e, a modernização do SUS, inclusive com a informatização dos serviços em todos os níveis de atenção à saúde e a efetivação do Cartão SUS no conjunto de sua proposta. Um novo governo, atento e sensível às demandas da população, foi escolhido pelo voto de milhões de cidadãs e cidadãos; com experiência e visão sobre muitas faces da governança, com vasto conhecimento da gestão pública, com demonstração de compromisso em relação à qualidade de vida em sociedade e à ética na política; então, pode-se afirmar, com tranquilidade e confiança, que Minas Gerais conquistou uma administração capaz de avançar num caminho seguro para o desenvolvimento, para a saúde e, principalmente, para se tornar ainda mais agradável de se viver. Derli Batista da Silva é enfermeiro, mestre, especialista em Bioética e em Gestão Pública de Organizações da Saúde, professor universitário.


COTIDIANO Quem disse que futebol é coisa de homem? E que lugar de mulher é só na cozinha? A prova de que isso não é verdade são as publicações nas redes sociais e os comentários nas ruas depois das partidas de futebol. Após a derrota do Flamengo para o Atlético Mineiro por 4 x 1, na semifinal da Copa do Brasil 2014, as postagens femininas prevaleceram e encheram as timelines de muita gente. Elas assistem, comentam, escalam os times e ganham de muitos marmanjos nas opiniões sobre resultados e jogos. Gina Pagu / Repórter

Depois de vencer o Flamengo de virada, o Atlético pega o Cruzeiro na final do Copa do Brasil. A Campeonato de cunho nacional ficou com cara de Clássico Mineiro, e cruzeirenses e atleticanas já opinam sobre os próximos dois jogos da última rodada. A Atleticana Jane Almeida, admistradora de empresas, espera um jogo com cara mesmo de clássico e comenta sobre as estratégias para vencer. “Essa final vai ser muito bacana, entre dois times que estão em ótima fase, dois times forte e os maiores de Minas. Pois o charme de ser disputada por dois rivais esquenta mais a vontade de vencer o torneio. O Galo deve buscar a vitória, evitar sofrer gols e ir com vantagem para o segundo jogo. Eu não mudaria o time. Manteria a última escalação contra o Flamengo.” Almeida diz ainda que o Galo vem se renovando e feito um bom trabalho nas últimas três temporadas. Elogia a comissão técnica e destaca o ótimo momento da equipe. “O Galo está em boa base, o que proporciona experimentar atletas e fazer rodízio já que participa de muitas competições durante o ano. No primeiro semestre priorizou a Libertadores, consequentemente afetou o rendimento inicial do time no início do Brasileiro, mas mesmo assim está em boa posição. Não faria mudanças no elenco não, e acredito que o Atlético precisa vencer seus jogos e esperar tropeços dos seus adversários se quiser alcançar o título do Brasileirão.” A psicóloga e Cruzeirense, Taís Emiliano, se mostrou tranquila com a Raposa, que vem se destacando esse ano com a promessa de vitória. “Como torcedora estou tranquila. O Cruzeiro tem feito um ótimo trabalho este ano. Temos um histórico de títulos e partidas vencidas melhor do que eles. Isso nos coloca em vantagem.” Emiliano acredita na força do Cruzeiro para levar a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. “Nas últimas temporadas contamos com uma equipe muito forte, além dos jogadores estarem muito entrosados o time se conhece muito bem. E não é à toa que o Cruzeiro tem o melhor ataque do campeonato. E isso explica o primeiro lugar no Brasileiro.” A psicóloga aposta nos chutes a gol e faz a escalação: “Se cada jogador fizer o que sabe e se chutarmos mais a gol, as vitórias são garantidas. Aposto no futebol do Éverton Ribeiro, Willian, Marcelo Moreno, Lucas Silva e é claro, no melhor goleiro do Brasil, Fábio. A estudante do curso de Serviço Social, e Flamenguista, Ludmila Rezende, faz uma análise dos dois times e diz que é difícil indicar um vencedor, apesar da disputa estar nas mãos de duas grandes equipes mineiras. “Pra mim essa final da Copa do Brasil não tem favorito, pois além de ser um clássico estadual, é o confronto de duas grandes equipes que vem em ótima fase. O título para o Cruzeiro pode significar a conquista da segunda tríplice coroa, além de se tornar o único penta campeão nessa competição, ultrapassando o Grêmio com quem está empatado atualmente com quatro títulos. Já o Atlético vem de uma sequência de vitórias bastante significativas e tem a fama de conseguir resultados considerados impossíveis. Ganhar a Copa do Brasil é conquistar um título inédito em sua história, e ainda em cima do seu maior rival.” E dá seus pitacos sobre como os times mineiros que disputam a final da Copa do Brasil no 26 de novembro de 2014, devem jogar. “Acho que o Cruzeiro deverá marcar sob pressão dificultando a saída de bola Atleticana, não recuando pensando somente no segundo jogo, já que é de extrema importância marcar gols fora de casa neste tipo de competição. A escalação ideal para o Cruzeiro, na minha opinião seria com Fábio, Mayke, Leo, Dedé e Egídio, Lucas Silva e Henrique, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart, Alisson e Marcelo Moreno.

7

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Arquivo Pessoal

Elas

entendem de futebol Arquivo Pessoal

A flamenguista Ludmila, a atleticana Jane e a cruzeirense Taís, declaram amor aos seus clubes e não se abalam com as derrotas. Elas querem é sentir a emoção de ver os jogos, torcer e fazer as análises táticas das equipes em cada partida. Arquivo Pessoal

A Flamenguista diz que a derrota faz parte do espetáculo que é uma partida de futebol. “A virada em cima do Mengão foi dolorosa demais. Mas futebol é maravilhoso por isso. Uns dias você com o jogo perdido, vira. Dias com o jogo ganho, perde, dói, mas faz parte. O Flamengo fez o gol, recuou demais e perdeu merecidamente.” E agora com a final da Copa do Brasil na Capital mineira, um jogo no Estádio do Independência e o outro no Mineirão, Rezende que é valadarense, mas que mora em Belo Horizonte já prevê o clima desses embates. “Vamos sentir a sensação de Copa do Mundo. Já deu para prever o gostinho do que vem por aí, quando veio a notícia de que Atlético e Cruzeiro estavam classificadas para final. Foi muita festa, carros de som, foguetório, muita comemoração e cantoria dos dois lados. Espero que seja esse o clima na grande final. Que a rivalidade fique somente em campo e que todos possam aproveitar essa final que é histórica, com muita alegria e emoção.” Paixão

Como boas brasileiras elas não poderiam deixar de amar o futebol, a paixão nacional hoje está longe de escolher o gênero dos aficionados. A realidade é que esse amor é passado de pais para filhos ou mães para filhas. Não importa a idade ou a condição social, todos somos loucos por esse esporte. A Atleticana conta que o amor pelo futebol começou em 1986, e que aprendeu a gostar de torcer com a mãe. “Ela vibrava Copa do Brasil com os jogos e eu a segui. Mais tarde eu percebi que haviam Depois da virada em cima do Flamengo, o Atlético fez a tor- vários clubes e que todo mundo tinha seu time de coração. cida passar muito aperto e comemorar ao mesmo tempo. Sorte Foi quando decidi torcer pelo São Paulo Futebol Clube, no de uns e lamento de outros. A Atleticana disse que foi suado, final dos anos 80, por uma única razão: seu nome. Nasci em sofrido, mas foram até o fim. “O galo forte e vingador fez o ini- São Paulo e, portanto passei a torcer por ele. No final dos maginável, mas possível de fazer. Tanto que fez. Eu acredito anos 90 fui fisgada pela paixão da torcida atleticana e anos que esta virada é a concretização da tal máxima do futebol: o após anos esse amor só cresceu. É possível torcer para dois futebol é uma caixinha de surpresas. Estas duas vitórias vêm do times? Sim. Ainda mais que são de estados diferentes.” A cruzeirense disse que o gosto pelo esporte veio em um empurrão da torcida, da crença dos jogadores de que podiam reverter o resultado a nosso favor e, por fim, trabalho, muito momento de união da família. “Desde muito nova acompatrabalho. Como atleticana foi mais um êxtase de felicidade, foi nhava o fanatismo por futebol do meu pai e irmão. Mas foi na maravilhoso. Vencer é sempre bom, mas com esta autoridade adolescência que passei a assistir com afinco aos jogos, pois com o tempo com a família estava cada vez menor, acabei toda é muito melhor. Que venham as próximas vitórias!”

me juntando a eles nesses momentos, como uma maneira de estar mais próxima.” A flamenguista explica que os pais a ensinar a gostar do Flamengo e que é que esse é um amor que não acaba mais. “Eu nasci na década de ouro do Flamengo, então houve uma influência direta familiar, já que meus pais também são Flamengo. Lembro-me da minha mãe em casa aos domingos assistindo aos jogos. Eu não entendia muito, mas sentia a mística daquela torcida que é uma coisa absurda. Fascinante! Aos poucos a gente vai crescendo e ganhando entendimento. Vai aprendendo a torcer, a conviver com a lembrança dos velhos ídolos e a confiar nos que nascem sob a proteção do nosso manto sagrado. Por ser um esporte movido não só pela tática, mas também por elementos subjetivos que nos faz viver e sentir o inexplicável. Pra mim, talvez seja a sua maior beleza.” Preconceito Será que a intolerância masculina ainda está presente no quesito futebol? As torcedoras pensam diferente. Afinal o futebol é um esporte universal. A atleticana é categórica. “A cozinha já não pertence somente às mulheres e nem os estádios somente aos homens. Futebol é coisa de homem, de mulher, de criança, de todos. Claro que por se tratar de um esporte que durante anos foi praticado somente por homens, tem este fato como premissa. Mas a presença feminina na arquibancada ao longo dos anos foi crescendo e mudando este pensamento, que a meu ver, é totalmente antigo. Vivemos em um mundo moderno que se exigiu muitas mudanças comportamentais. E a mulher estar dentro do futebol é uma delas.” A flamenguista reitera e diz que é um esporte de todos. “Lugar de mulher não é só na cozinha. Esse tipo de afirmativa é muito mais que preconceito, é machista. Mostra claramente o quanto nós mulheres ainda precisamos lutar para se apropriar de um espaço que também é nosso. Lugar de mulher é onde ela quiser. Eu acredito que aos poucos vamos avançando e vencendo essa mentalidade. Sempre que vou a estádios, observo que cada vez mais as mulheres estão preenchendo esses espaços, e acho super bacana!”


GERAL

8

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

BRAVA GENTE

MAURÍCIO CANCILIERI

Ombudsman

Divulgação

José Carlos Aragão

Uma coisa é uma coisa; outra coisa... Ao contrário do que afirma o título de uma nota – e a própria nota em si – da coluna Sacudindo a Figueira, da edição passada, sonegação não é corrupção. São duas coisas distintas (embora, não sendo versado em Direito, eu não possa garantir que não sejam constituídas da mesma matéria fecal, do ponto de vista jurídico). Que ambas são crimes, não há dúvida, no entanto. E dos mais execráveis! Mas a sonegação diz respeito, principalmente, ao ato de mentir ou omitir dados e informações com o fim específico de não pagar, parcial ou totalmente, o valor de impostos, encargos, taxas e tributos em geral devidos. Noutra acepção, sonegar informações em uma investigação, por sua vez, também é, no mínimo, vil: visa, geralmente, dificultar, procrastinar ou obstruir a apuração de outro crime, ou, simplesmente, “melar” um inquérito. No que se refere à corrupção, eu quero dizer pra você, leitor, que trata-se de algo bem mais amplo e diversificado. Ela está diretamente relacionada às práticas de subornar alguém para obter vantagens; de desviar dinheiro público em benefício próprio ou de outrem; e de pagar propina de qualquer espécie a quem quer que seja (no setor público ou privado, diga-se de passagem!). No mais popular, cotidiano e mesquinho da nossa sociedade, a corrupção se traveste em atos corriqueiros, como o furar fila, a gorjeta, o jeitinho, o por-fora, o adianto, o uma-mão-lava-a-outra, o é-dando-que-se-recebe, o quebra-galho, a gambiarra combinada com a vista grossa – e por aí vai. Nos casos de corrupção envolvendo funcionários públicos, o ato ainda pode ser classificado em algumas subcategorias – peculato, concussão, prevaricação, nepotismo, extorsão, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, etc. - que resultam em diferentes enquadramentos na lei e que geram aquelas penas que a gente sabe que nunca são cumpridas, nem aqui, nem na Itália. Claro, isso quando os suspeitos são presos, julgados e condenados antes que transfiram todo o butim amealhado ao longo de anos para paraísos fiscais, ou que seus crimes simplesmente prescrevam... Latinório I

Maurício Cancilieri, nos estúdios da emissora de TV alemã, DeustcheWelle

Etimologicamente, a palavra corrupção tem origem latina e está associada à ideia de putrefação, degeneração, deterioração orgânica de algo. No tempo de devassidão e das orgias nababescas do antigo Império Romano, o termo começou a ser utilizado para definir também, por extensão de sentido, a degeneração dos valores morais que campeava em Roma, atingindo principalmente (ô, novidade!...) o palácio do imperador, o senado, o exército - e até os banhos!... Latinório II Sonegação também tem origem no latim. Refere-se ao verbo negar, dizer não, omitir. O antepositivo so-, vem de sob-, embaixo. A composição final da palavra indica, portanto, que sonegar é abrigar-se sob uma afirmação falsa, uma mentira ou até sob uma omissão. Terceiro tempo Cá pra nós – e que ninguém nos leia: que sentido faz publicar o (ainda que bom) texto de Jorge Murtinho sobre o Flamengo x Atlético de 1980, no Maraca, uma semana depois da épica virada do Atlético sobre o eterno desafeto esportivo, no Mineirão, pela semifinal da Copa do Brasil de 2014, semana passada, e que o colocou na inédita final de um torneio nacional contra seu maior rival, o glorioso Cruzeiro? Falando no Coisa-ruim... Aproveitando o amplo espaço concedido ao Cramulhano, Capeta ou Demo na última edição do Figueira, aproveito para acrescentar um comentário pessoal sobre uma alardeada fala do candidato derrotado à presidência, senador Aécio Neves. Disse ele: “O Diabo se envergonharia de muitas coisas que foram feitas (na campanha eleitoral)”. Eu fico surpreso: não é que o senador, afinal, tem alguma autocrítica? Estamos de olho O nosso Figueira anda se descuidando da revisão. Principalmente onde os erros costumam ser mais gritantes a qualquer olhar: legendas, subtítulos, títulos, vinhetas... José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

Um valadarense na TV alemã

Não foi fácil deixar minha família para partir em busca deste sonho, mas a experiência está valendo, apesar das dificuldades

Natália Carvalho / Repórter

Natural de Governador Valadares, o Jornalista Maurício Cancilieri trabalha há dois anos no canal alemão DeustcheWelle. Maurício Cancilieri fez o vestibular para o curso de Jornalismo por indicação do professor, hoje coordenador do curso, Dileymárcio de Carvalho. Durante o curso, estagiou como repórter na TV Rio Doce, TV Univale, e na afiliada da Rede Globo, a Inter TV dos Vales. E foi nesta mesma época, no início da sua carreira, que se deparou com a possibilidade de trabalho na Alemanha. Traçado o objetivo de trabalhar fora do Brasil, Maurício conciliava os estudos da faculdade e o estágio na Inter TV dos Vales com o aprendizado da língua alemã. Apesar da falta de tempo, não deixava de faltar às aulas de alemão. “Era isto que queria para a minha carreira”, conta. Sempre com o apoio da família e dos

professores, Maurício enviou seu currículo para a DeustcheWelle uma vez ao ano, durante três anos, até que recebeu um convite da emissora, em janeiro de 2013. O Jornalista aceitou e passou um período três meses estagiando na Alemanha. Atualmente, Maurício vive na cidade de Bonn, na Alemanha, e continua trabalhando na DeustcheWelle, agora na apresentação e produção do programa “Futurando” e fazendo parte da equipe do programa “Camarote 21”. Estes dois programas também transmitidos em Governador Valadares, em uma parceria entre a DeustcheWelle, a TV Univale e a TV Rio Doce. “Não foi fácil deixar minha família para partir em busca deste sonho, mas a experiência está valendo, apesar das dificuldades”, conta. Hoje, Maurício tem o prazer de trabalhar seguindo a sua vocação: “Tenho uma grande paixão em não só levar notícias aos telespectadores, mas também emoção”.

Vitória a Minas Vinícius Quintino / De Vitória

Terminada a eleição, Vitória foi novamente palco de mais um bizarro exemplo de manifestação da liberdade do pensamento. Aquela meia dúzia de manifestantes que foram às ruas na “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, voltaram a erguer seus cartazes ao coro do “Fora PT”, “Viva a Ditadura Militar”, “Dilma terrorista!”. Contudo, desta vez indignados com a derrota do candidato Aécio Neves nas eleições, extrapolam todos os limites da dignidade e da decência. Defenderam a destituição da Presidente Dilma Rousseff bradando expressões como “abaixo o nordeste”, “pobres merecem o que têm”, “fora o Bolsa Esmola”, “nordestino não sabe votar”, “deveríamos nos separar do resto do país”. A exacerbação do preconceito é manifesta. Sobrou para os pobres, negros, gays, lésbicas, índios, comunistas e nordestinos. O desconforto com a democracia começa a aparecer e a aversão às minorias começa a perder seus disfarces. O que assusta é a naturalidade com que as pessoas parecem conviver com condutas como essa. Chega a ser cômico perceber que a liberdade de expressão está sendo usada para defender o fim da própria liberdade de expressão. Mas, como diria Foucault, por detrás desse lamentável episódio existe uma sutil e perigosa relação de dominação. Foram incontáveis os discursos de ódio, boataria, pessimismo divulgados pela grande mídia desde que os presidentes do PT foram eleitos. Os maiores veículos de comunicação do país insistiram em dar visibilidade a rumores como o patrimônio do filho do ex-presidente Lula, o #nãovaitercopa, relações diplomáticas do Brasil, e até mesmo insinuações sobre a relação do PT com o falecimento do doleiro Alberto Youssef (que na verdade nunca ocorreu).

Meu Deus, o que fizemos nós?

A exacerbação do preconceito é manifesta. Sobrou para os pobres, negros, gays, lésbicas, índios, comunistas e nordestinos. O desconforto com a democracia começa a aparecer e a aversão às minorias começa a perder seus disfarces.

Associadas a essas mensagens, a participação política de partidos de oposição alimentaram os sentimentos dos militantes mais afoitos. Para se ter ideia, somente na última semana FHC rejeitou em rede nacional a proposta desenvolvimentista de integração feita pela Presidente Dilma; Aécio Neves diz que vai liderar um exercito contra o PT e pede auditoria das urnas eletrônicas; até mesmo Gilmar Mendes, ministro indicado por FHC ao STF, foi à imprensa manifestar sua indignação contra o PT. E se engana quem acredita que manifestações preconceituosas como a da última semana ocorreram por acaso. Não mesmo. Elas foram inconsequentemente arquitetadas por aqueles que mais se beneficiavam da revolta popular. Meu Deus, o que fizemos nós? É essa a sensação que se tem ao

ver o próprio Chefe do Gabinete Pessoal de FHC, Xico Graziano, reconhecendo o risco em se adotar a estratégia do ódio: “Existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra desamparada do sistema representativo. Essa corrente luta para destruir o PT, acusando-o de querer implantar o comunismo por aqui. Defendem as liberdades individuais, mas desprezam totalmente as lutas sociais, mostrando-se intolerante com o direito das minorias. O Deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes. Quem concordar com as teses dessa turma aguerrida, que sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!” E como esperar um resultado diferente Xico? Quem semeia o ódio por tanto tempo quer colher o que? De fato, fica cada dia mais evidente que é mais fácil construir fantasmas do que heróis. O lapso de lucidez de Xico serviu não só para trazer sensatez ao debate político, mas para demonstrar que o ressurgimento do preconceito de classes de não é resultado de uma democracia jovem, mas de um processo que se consolida e começa a incomodar. Enquanto a democracia não passava do antigo regime travestido de liberdades individuais, ode à democracia. Mas, quando colonos passam a ocupar mais espaço do que coronéis, ai o país fica pequeno demais para os dois. É preciso eliminar o concorrente, um deve ser enviado a Cuba, o outro, a Miami. Um deve ter o direito a voto, o outro o de ficar calado. Vinícius Quintino Oliveira é servidor público federal


COMPORTAMENTO

9

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Álbum de Família

Luiza Coelho Teixeira é uma dessas pessoas que nos faz acreditar que a vida é um presente a ser compartilhado e que nos faz aprender uma verdade que já deveríamos saber, quando fala com simplicidade: “Sou tão capaz quanto os ouvintes.”

Sou tão capaz quanto os ouvintes Rosi Santiago / Especial

O rosto meigo de Luiza Coelho Teixeira Barbosa é muito familiar para a comunidade surda e para os grupos de educadores de escolas e igrejas de Governador Valadares. Ela faz vídeos educativos, fotos com diálogos em sinais e é voluntária nas Oficinas de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) que acontecem anualmente na Pastoral dos Surdos na Igreja de Lourdes. Nascida em Governador Valadares, portadora de surdez profunda, Luiza teve um infância feliz, cheia de sonhos, brincadeiras e fantasias. Aprendeu com os pais, que também são surdos, a se comunicar por sinais. Na escola, do ensino fundamental ao médio, teve dificuldades em acompanhar a turma, pois não havia intérprete. Foi necessário recorrer às aulas de reforço. Hoje, Luiza tem muitos amigos surdos e ouvintes, gosta de viajar e de fazer novas amizades. Aos vinte e um anos cursa o 3º período de Ciências Contábeis e trabalha como auxiliar de escritório em um grupo empresarial. Já deu aula de catequese e crisma para a comunidade surda e foi coordenadora local da oficina de LIBRAS. “Gosto muito de trabalhar na Pastoral dos Surdos. Sinto-me bem. Agradeço a Deus por este trabalho.” Em 2011, junto com uma amiga surda, fizeram o vestibular para psicologia e passaram. No dia da prova havia intérprete, porém, ao iniciar o curso, a universidade não disponibilizou um profissional para acompanha-las. Ela conta que o sentimento foi de desespero e que se sentia muito mal nas aulas. Receberam apoio dos professores e colegas, mas o diálogo com a reitoria não teve um resultado positivo. Abriu-se, então,um processo no Ministério Público que ainda está em andamento. As meninas cursaram até o 3º período, mas por não conseguir acompanhar as aulas, trancaram suas matrícu-

Ao contar suas histórias, expressa sempre sua religiosidade e sua fé. Enfrenta as batalhas diárias e busca em Deus o seu refúgio e fortaleza. Acredita que é possível um mundo mais justo, que acolhe a todos e é por isso que luta, sem perder a ternura.

las. Como já tinha experiência em vendas na loja dos pais, resolveu fazer Ciências Contábeis em outra faculdade. Desta vez, foi reconhecido seu direito e em três semanas ela já tinha um intérprete. Perguntada sobre como está o processo de inclusão na cidade ela diz que se comunica mais em LIBRAS e que também faz leitura labial, recorrendo em último caso a escrever. Para ela, o problema da acessibilidade em lugares como hospitais, bancos e órgão públicos é algo que precisa ser tratado. A comunicação com os surdos ainda é um desafio para a nossa sociedade. No momento, se centra no trabalho e nos estudos. A caminho de realizar o sonho de ser contadora, também deseja fazer o curso de Letras/Libras. Ao contar suas histórias, expressa sempre sua religiosidade e sua fé. Enfrenta as batalhas diárias e busca em Deus o seu refúgio e fortaleza. Acredita que é possível um mundo mais justo, que acolhe a todos e é por isso que luta, sem perder a ternura. Luiza é uma dessas pessoas que nos faz acreditar que a vida é um presente a ser compartilhado e que nos faz aprender uma verdade que já deveríamos saber, quando fala com simplicidade: “Sou tão capaz quanto os ouvintes.”

SKATE

Fim de semana radical na Feira da Paz O Complexo Esportivo da Feira da Paz será palco mais uma vez de uma disputa radical. Os meninos do skate mostrarão suas habilidades na 1º edição do Campeonato de “Skate and Destroy”. A competição será realizada neste sábado (15), das 13 às 18 horas. A realização é da loja M Street skate e conta com o apoio da Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer. A expectativa dos organizadores é que cerca de 100 skatistas participem da disputa, que contará com a presença de atletas de outras cidades como Aimorés, Teófilo Otoni e Vitória. As inscrições serão feitas no local da prova. As taxas variam conforme a modalidade: mirim (R$15), iniciante (R$20) e amador (R$25). Os três primeiros lugares de cada modalidade serão premiados com: skate, camisa ou tênis. O skate nasceu na década de 1960 nos Estados Unidos quando surfistas da Califórnia colocaram rodinhas de patins em tábuas para surfar no asfalto.

FUTSAL

Equipe Valadarense de Futsal estreia com derrota nos Jogos Escolares A equipe feminina de futsal Valadares/Filadélfia/Univale/Nelsão começou com o pé esquerdo na disputa dos Jogos Escolares da Juventude, em João Pessoa (PB). As meninas perderam na segunda-feira (11), ao jogarem contra a equipe de Mato Grosso por 2 a 1. O único gol do time valadarense foi de Steffany Rodrigues. Na quarta-feira (12), o time de Valadares perdeu por 3 a2 para o Cariacica (ES). O time valadarense, que está representando o estado, ainda tem chances de conseguir o título, dependendo da combinação de resultados. A competição, que é destinada a jovens de 14 a 17 anos, começou no dia 6 e vai até dia 15 deste mês.

Ecos de Palmares Ana Afro

Discriminação e xenofobia O lado preconceituoso e racista do Brasil encontra resposta da lei para a sua punição. Enfim, as manifestações contra o lado preconceituoso crescem também à medida em que crescem as de racismo, discriminação e preconceito. Isso ainda é pouco, mas já são muitas as vozes que gritam por igualdade. Segue matéria do Portal Geledés com informações importantes para todo brasileiro: “A OAB repudiou nesta segunda-feira (27) as manifestações de discriminação contra nordestinos e nortistas após a eleição presidencial ocorrida no domingo (26). O Brasil é uma nação plural, tolerante e respeitosa. Essas manifestações preconceituosas contra nordestinos e nortistas advêm de uma minoria e merecem ser repudiadas pela sociedade brasileira”, afirmou o presidente nacional da Ordem, Marcus Vinicius Furtado Coelho. As redes sociais foram invadidas por comentários preconceituosos e racistas após a reeleição da presidente Dilma Rousseff. A OAB, como voz constitucional do cidadão, repudia de forma veemente essas manifestações, contrárias ao conceito exposto na Carta Maior da construção de uma sociedade justa, solidária e fraterna. O cidadão que se sentir ofendido ou que testemunhe atos

de preconceito pode entrar com uma representação no MiO presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, divulgou nistério Público Federal. O procedimento pode ser feito pela em sua página no Facebook que os interessados em realizar internet, no link http://cidadao.mpf.mp.br/…/formularios/ essas denúncias podem enviá-las para o e-mail “presidenformulario-eletronico cia@oabce.org.br Outra opção é enviar a denúncia através do site da PoAs redes sociais foram invadidas por lícia Federal para Crimes Contra os Direitos Humanos na comentários preconceituosos e racistas Internet. Nesse caso, é só clicar na área destinada aos criapós a reeleição da presidente Dilma mes de ódio, enviar o link da página onde foi cometido o Rousseff. A OAB, como voz constitucional crime e o comentário em questão. Ainda há outro site que do cidadão, repudia de forma veemente encaminha a denúncia para a organização correta, mesmo essas manifestações, contrárias ao de crimes que incluem sites em servidores fora do país, a conceito exposto na Carta Maior da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. O procedimento para a denúncia é semelhante ao site da Políconstrução de uma sociedade justa, cia Federal. O anonimato é garantido pela página.” solidária e fraterna. 28/10 Esses tipos de comentários preconceituosos se enquadram na lei lei 7.716/1989 e crime de discriminação por descendência ou origem nacional. A punição para tais declarações pode ser de dois a cinco anos de prisão, em regiAna Aparecida Souza de Jesus é pedagoga, especialista em Gênero, me fechado, e multa. Caso o indivíduo se sinta ofendido por Raça e Diversidade na Escola (UFMG), ativista do Movi- mento Negro uma situação como essa e deseje denunciar, existem diver- e da Pastoral Afro Brasileira. É membro do Cicon- GV – Conselho de sos meios. Integração da Comunidade Negra de Gover- nador Valadares.


CORRESPONDENTES 10

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

D’outro lado do Atlântico José Peixe / De Lisboa

“Jornal de Notícias” confirma o alastrar do surto da Legionella a outras regiões de Portugal

Surto de “legionella” deixa Portugal em pânico No momento em que escrevo este artigo para o “Figueira”, a bactéria da legionella já provocou nove mortes e contam-se mais 320 pessoas internadas nos hospitais de Vila Franca de Xira e Lisboa. A epidemia já se alastrou a outras regiões do país e Portugal está em pânico. Na vizinha Espanha já se começa a ter medo que a bactéria possa passar as fronteiras. A população não se conforma com esta situação. “Temos um ministro da Saúde que aparece nas televisões anunciando que Portugal tem todas as condições para receber doentes contaminados com o vírus do Ebola, e de repente, surgiu o surto da legionella, que começa a se alastrar pelo país, vitimando pessoas sem que os responsáveis da Saúde consigam fazer nada. É vergonhoso”, afirmou à nossa reportagem, Ana Margarida Correia. As cinco vítimas da legionella pertencem todas ao município de Vila Franca de Xira (cidade na margem sul do Rio Tejo e a 20 quilômetros de Lisboa). Neste momento, o medo das populações é real. A maioria das pessoas passou a comprar água mineral engarrafada para tomar banhos e praticamente deixaram de consumir água da rede, ainda que as autoridades sanitárias advirtam que o vírus só se passa por inalação de gotículas de água. “Deixamos de acreditar nos responsáveis do setor da Saúde. O ministro Paulo Macedo não conseguiu dar uma resposta efetiva nem apresentou soluções para resolver o problema. Continuam a surgir novas vítimas. Há cada vez mais internamentos. E agora até já se confirma que o surto da doença já alastrou para outras regiões. Isto é muito grave e dá uma péssima imagem da Saúde em Portugal”, esclareceu Frederico Martins, natural de Vila Franca de Xira.

Para que se tenha a noção do pânico em que as pessoas vivem na periferia de Lisboa e sobretudo na cidade de Vila Franca de Xira (onde surgiu a epidemia), existem muitos mercados que já não têm lenços umedecidos para vender. E em algumas superfícies comerciais, as pessoas chegam a fazer filas para comprar garrafões de água mineral. Muitas escolas e infantários estão fechados. E existem autarcas que fazem muitas perguntas aos responsáveis do ministério da Saúde, mas que não obtêm respostas. Dá para perceber que nem os técnicos do ministério da Saúde que estão no terreno encontram uma explicação para esta epidemia que continua se expandindo. Alberto Mesquita, presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, numa conferência de imprensa, fez questão de salientar que “este surto de legionella requer cuidados especiais porque ainda não se descobriu a sua origem e a bactéria está matando pessoas”. “Vive-se momentos de pânico e medo. As pessoas não obtém respostas dos responsáveis do ministério da Saúde e os meios de comunicação ainda alarmam mais as populações. Nós estamos muito preocupados com a situação”, reafirmou Alberto Mesquita. Segundo o jornal diário “Público”, de terça-feira, “a bactéria da legionella já foi detectada numa fábrica de produtos químicos (Solvay) que

Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

Projeto de Iniciativa Popular da Lei da Mídia Democrática Já dizia um professor da faculdade que no Brasil os principais meios de comunicação estão nas mãos de algumas poucas famílias. Uma tentativa de superar este monopólio está em marcha com a proposta de Projeto de Iniciativa Popular da Lei da Mídia Democrática. Elaborado por entidades da sociedade civil, o projeto prevê entre outros, o estabelecimento de normas para acabar com a concentração da mídia. Para tanto, o texto destina 33% do espaço para canais de TV e rádio aberto sejam divididos entre os canais públicos e metade para os comunitários, formando um sistema público de comunicação. Estes veículos seriam financiados por um Fundo Nacional de Comunicação Pública, constituído por impostos, verbas federais e estaduais, e recursos da propaganda dos canais privados, entre outros. Para cidades com mais de 100 mil habitantes, o projeto proíbe a propriedade cruzada, ou seja, ninguém poderá ter canais de TV, rádio e jornal impresso ao mesmo tempo. Em cidades de até 100 mil habitantes isso só será permitido se nenhum dos veículos estiver entre os três de maior audiência ou maior tiragem. Ainda de acordo com o projeto, para a promoção da diversidade regional, as afiliadas de TVs deverão destinar ao menos 30% da programação transmitida entre 7h e meia-noite com produção cultural, artística e jornalística regional, sendo ao menos sete horas por semana em horário nobre. No caso de emissoras locais, estas deverão ocupar ao menos 70% da grade com produção regional. Além disso, no horário nobre os canais de TV deverão veicular pelo menos 10% da programação com conteúdo produzido por produtora nacional independente, sendo ao menos metade deste conteúdo feito na própria região.

FIEMG e Sebrae realizam Semana Globo do Empreendedorismo A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) – Regional Rio Doce e o Sebrae realizam de 17 a 21 de novembro a Semana Global do Empreendedorismo. O objetivo é orientar e incentivar os empresários a aprimorar a gestão e produtividade da empresa e incentivar proprietários de pequenos negócios a sair da informalidade e adquirir novos conhecimentos. A programação inclui palestras, oficinas e atendimento individual. Os interessados em participar deverão fazer a inscrição pelo telefone (33) 3278.6952 ou pelo e-mail: juliana.chagas@ sebraemg.com.br. A entrada no evento será mediante a doação de 1 litro de leite, por atividade inscrita.

Prevê ainda a destinação de uma hora de programação a cada semestre para cada um dos 15 grupos sociais relevantes da região (associações, sindicatos e movimentos sociais, entre outros). A definição dos selecionados seria feita pelo próprio governo através de edital com critérios transparentes, que estimulem a diversidade de manifestações. Os canais de TV deverão veículos no mínimo 70% de conteúdos brasileiros, além de duas horas de programas jornalísticos. No caso das rádios, no mínimo metade dos canais em cada cidade deve ser de canais que veiculem 705 de programas brasileiros. Como podemos ver, a proposta de Lei da Mídia Democrática não tem nada a ver com censura, como propagam os grandes meios de comunicação ou os beneficiários deste sistema injusto de propriedade que em vários casos concentram emissoras de TV, rádio, jornal, TV a cabo nas mãos de uma só pessoa. A iniciativa está ligada à democratização dos meios de comunicação. Além do mais, a obrigatoriedade da produção regional, com produtoras nacionais é importante para o desenvolvimento regional e a geração de empregos, entre outros. Para que seja encaminhado para análise da Câmara dos Deputados o projeto necessita de 1,3 milhão de assinaturas, das quais 100 mil já foram confirmadas. Mais informações sobre oo projeto da Lei da Mídia Democrática estão disponíveis em: www.paraexpressaraliberdade.org. br. (Com informações da Agência Câmara Notícias) Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

funciona em Vila Franca de Xira. Mas existem outros locais onde foram igualmente encontrados vestígios. Mas ainda não se conhece exatamente a origem do surto desta epidemia”. Os responsáveis pela Direção Geral de Saúde admitem que outras empresas da região estejam também elas contaminadas, como é o caso da fábrica de cerveja Sagres, em Vialonga. Francisco George, diretor geral de saúde, disse na televisão pública que “não existe a necessidade de encerrar escolas e outras instituições”. “Isso poderá criar mais pânico junto das populações que estão a ser afetadas pela bactéria”, explica. Mas o mesmo não pensam os autarcas da região periférica de Lisboa. Nem alguns cidadãos, como Rodrigo Matias: “Que país é este que se diz preparado para receber pacientes infectados com Ebola e de um momento para o outro entra em choque com este surto de legionella? Não consigo perceber nada. Por isso tomo banho com água engarrafada e lá em casa não se consome água da rede pública”. O que é legionella? É uma bactéria que vive em ambientes aquáticos naturais, como a superfície de lagos, rios, águas termais e tanques. Entre os locais de risco estão também os sistemas artificiais de abastecimento e rede de distribuição de água de cidades, torres de refrigeração, instalações como duchas em piscinas públicas, sistemas de ar-condicionado, umidificadores ou outras fontes. A bactéria forma colônias em equipamentos de refrigeração e outros que contenham água tépida (temperatura da água entre os 20ºC e os 45ºC, sendo o crescimento mais favorável entre os 35ºC e 45ºC), onde tem tendência para se multiplicar. Como se transmite a bactéria da legionella? Não se transmite de pessoa a pessoa, nem pela ingestão de água contaminada. A infecção transmite-se por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água contaminadas com bactérias. A bactéria coloniza equipamentos de refrigeração e outros que contenham água tépida. Ao ser inalada chega aos pulmões dando início a infecções pulmonares graves e que podem ser fatais em pessoas cuja imunidade esteja em baixo ou sofram de problemas respiratórios.

José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação, correspondente deste Figueira em Lisboa, CP 1040

Política Enio Paulo da Silva

Censura, liberdade de expressão e regulação da mídia O Menestrel Maldito Juca Chaves conhece muito bem o significado da palavra censura, teve dezenas de musicas podadas pelos que operavam as tesouras durante o regime militar, foi exilado e mesmo assim continuou compondo musicas bem humoradas que continham quase sempre criticas ao governo da época. Esse é apenas um exemplo dos problemas enfrentados pela população, que era submetida à vontade de pessoas que ditavam o que podiam ver, ouvir e até mesmo falar, ou seja, não havia liberdade para expor pensamentos sem consequências.

Nos dias atuais o termo liberdade de expressão tem sido utilizado como desculpa para se dizer qualquer coisa, incluindo noticias mentirosas e a realização de campanhas para denegrir a imagem de governantes, como foi visto nas ultimas eleições.

A censura passou a ser mais branda na administração do General João Figueiredo, mas só foi extinta legalmente com a promulgação da constituição de 1988. Antes disto o país já vinha colhendo os frutos desta liberdade principalmente na área cultural e, como era de se esperar, viveu-se um período de explosão criativa e também de exageros, como a banalização do sexo na TV nas tardes de domingo e outras demonstrações de gosto duvidoso, isto durou até meados dos anos 90 e naturalmente foram perdendo força, embora resistam em alguns canais. Nos dias atuais o termo liberdade de expressão tem sido utilizado como desculpa para se dizer qualquer coisa, incluindo noticias mentirosas e a realização de campanhas para denegrir a imagem de governantes, como foi visto nas ultimas eleições. Alguns meios de comunicação chegaram ao extremo de publicar notícias sem nenhuma comprovação, com o claro intuito de prejudicar um candidato em favor de outro, porém nada pode ser feito para responsabilizá-los e por isso precisamos que a mídia seja regulada por lei, não com o intuito de censura prévia, mas para que os direitos de todos que se sintam atingidos por esses veículos sejam garantidos.

Enio Paulo da Silva é jornalista e membro do Conselho Editorial deste Figueira


CULTURA

11

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

Tim Filho

Cartas da América Flávia Santos / De Ashland, MA

Sobre as eleições na terra do Tio Sam Ainda falando sobre eleições, na última semana, os americanos e até mesmo brasileiros naturalizados aqui foram às urnas para eleger Governadores, Senadores e Deputados. Diferente do Brasil, aqui o voto não é obrigatório – e nem eletrônico, diga-se de passagem – mas pelas bandas de cá, os eleitores fazem questão de dar uma paradinha no trabalho, nos estudos e afazeres domésticos para exercer sua cidadania. Por falar em cidadania, é lindo ver como o cidadão americano é patriota, como amam essa nação e como defendem esse país com unhas e dentes. E o patriotismo deles vai além da Copa do Mundo e Olimpíadas. Em praticamente todas as casas você pode ver esse amor estampado. Do lado de fora ou de dentro, podemos ver a bandeira do país, ou alguma coisa que simbolize essa nação que eles tanto se orgulham de fazer parte. E eu realmente acho que é impulsionado por esse amor que eles fazem questão de ir às urnas em dia de eleição.

O Vale-Cultura pode ser usado para comprar disos, livros, ingressos para peças de teatro e shows musicais. O Valadares Jazz Festival já está credenciado a receber o cartão

Empresas valadarenses ainda resistem ao Vale-Cultura Natália Carvalho / Repórter

Implantado pelo Governo Federal em 26 de agosto de 2013, por meio do decreto 8.084, o Vale-Cultura ainda não pegou em Valadares e em muitos municípios brasileiros. O ValeCultura é um cartão magnético pré-pago, válido em todo território nacional, no valor de R$50,00 (cinquenta reais) mensais. Ele possibilita o maior acesso do público ao teatro, cinema, museus, espetáculos, shows, circo ou na compra de CDs, DVDs, livros, revistas e jornais. O Vale também pode ser usado para pagar a mensalidade de cursos de artes, audiovisual, dança, circo, fotografia, música, literatura ou teatro. E o crédito é cumulativo, sem data de validade, sendo possível adquirir produtos ou serviços culturais mais caros que o valor mensal do benefício. De acordo com João Paulo, da Secretaria de Cultura de Governador Valadares, mesmo sendo um processo prático, muitas empresas ainda têm receio por ser uma iniciativa governamental: “O governo deixa de investir dinheiro em outras coisas para isto, então é necessário a prestação de contas e muitas empresas fogem desses processos burocráticos. Pode até ter um processo para a implantação deste benefício, mas é bem simples. E também, sendo algo novo, as pessoas têm medo de que dê errado. O novo é sempre é assustador”, disse. O vale pode ser oferecido pelas empresas com personalidade jurídica que possuem vínculo empregatício formal com seus funcionários, ou seja, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - e que fizerem a adesão ao Programa Cultura do Trabalhador junto ao Ministério da Cultura. O Governo Federal isenta as empresas dos encargos sociais e trabalhistas sobre o valor do benefício concedido, e ainda, permite que a empresa de lucro real abata a despesa no imposto de renda em até 1% do imposto devido. No entanto, mesmo com inúmeros benefícios, o ValeCultura ainda é pouco usado em Governador Valadares. Há alguns meses foi realizada uma audição onde foram convidadas inúmeras empresas da cidade, afim de apresentar o projeto. Porém, até hoje, poucas delas manifestaram interesse. A Caixa Econômica federal foi uma das primeiras a se

cadastrar no programa, beneficiando cerca de 24 mil empregados em todo o Brasil. Porém, apenas 28 deles residem em Governador Valadares. Como funciona o Vale-Cultura? As empresas poderão oferecer o Vale-Cultura prioritariamente aos trabalhadores que recebem até 5 salários mínimos. O benefício também pode ser oferecido a todos os funcionários, porém, sempre respeitando a exigência de atender aos trabalhadores com menores salários. Para o trabalhador que recebe até cinco salários mínimos, o desconto em folha de pagamento é opcional pela empresa empregadora e de, no máximo, 10% do valor do benefício, ou seja, R$ 5,00. Quem ganha até 1 salário paga R$1,00 (um real). Acima de 1 e até 2 salários, o desconto é de R$2,00 (dois reais). Acima de 2 até 3, R$3,00 (três reais). Acima de 3 até 4, R$4,00 (quatro reais). Acima de 4 até 5, R$5,00 (cinco reais). Para os trabalhadores que ganham acima dessa faixa, o desconto é obrigatório e varia de 20% a 90% do valor do benefício, ou seja, pode chegar a R$45 (quarenta e cinco reais). Cabe lembrar que fica a critério do trabalhador a participação no programa, desde que a empregador tenha feito a adesão. Como aderir ao programa? As empresas podem participar do programa como: I- Empresa operadora - pessoa jurídica cadastrada no Ministério da Cultura, possuidora do Certificado de Inscrição no Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a produzir e comercializar o Vale-Cultura; II- Empresa beneficiária - pessoa jurídica optante pelo Programa de Cultura do Trabalhador e autorizada a distribuir o vale-cultura a seus trabalhadores com vínculo empregatício; III- Empresa recebedora - pessoa jurídica habilitada pela empresa operadora para receber o vale-cultura como forma de pagamento de serviço ou produto cultural. O cadastro das empresas e entidades que desejam oferecer o benefício aos seus funcionários pode ser realizado no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br/valecultura)

Aqui em Massachussets, os brasileiros não estão muito preocupados com o resultado. Para a maioria que vive aqui, mesmo com um governador republicano sendo eleito, a situacao dos ilegais irá ficar mais difícil.

Neste ano, os Republicanos foram maioria no Congresso, o que deixou os milhares de imigrantes que vivem aqui ilegalmente bastante preocupados. E que dizem que os Republicanos, principalmente os mais conservadores, não são muito a favor da imigração, e que por isso não vão apoiar a reforma imigratória, prometida pelo presidente Obama para esse ano ainda. O medo dos imigrantes e de que os Republicanos impeçam ou dificultem a reforma e aumentem o número de deportações. Aqui em Massachussets, os brasileiros não estão muito preocupados com o resultado. Para a maioria que vive aqui, mesmo com um governador republicano sendo eleito, a situacao dos ilegais irá ficar mais difícil. Bom, o jeito é esperar e rezar para que esse pressentimento esteja certo e possamos nos surpreender positivamente com os novos governantes eleitos. Flávia Santos é jornalista valadarense e mora em Ashland, MA

Comércio fecha parcialmente no feriado da República O Sindicato do Comércio de Governador Valadares (Sindicomércio) informou que neste sábado, 15 de novembro, quando será comemorada a Proclamação da República, o comércio não poderá abrir, por ser feriado Nacional e também por força da Convenção Coletiva de Trabalho (C.C.T) em vigor firmada entre o Sindicomércio com o Sindicado dos Empregados no Comércio de Governador Valadares (Secom). Segundo o Secom, estão autorizados a funcionar os seguintes segmentos: supermercados, hipermercados, mercearias, armazéns, açougues e hortifrutigranjeiros, desde que respeitem o horário de 8h às 14h. O sindicato, em nota oficial, lembrou que as alterações citadas não se aplicam aos estabelecimentos de farmácias e drogarias, que funcionam em regime de plantão e obedecem a Lei Federal nº 5.991/73, artigo 56, autorizados a funcionar de acordo com a C.C.T nos dias de feriados de 8h às 22h. Para outras informações, ligue (33) 3271-4334 ou visite a entidade na Rua Marechal Floriano, 600, salas 501 a 503, Centro.

www.figueira.jor.br O FIGUEIRA ESTÁ SEMPRE COM VOCÊ NA INTERNET. ACESSE O NOSSO SITE!


ESPORTES

12

FIGUEIRA - Fim de semana de 14 a 16 de novembro de 2014

QUESTÕES DO FUTEBOL - JORGE MURTINHO

Há 48 anos, a noite que mudou a história do futebol brasileiro CEC

Pelo jeitão dos dois times, era previsível que Santos e Cruzeiro fariam um bom jogo, como foi a semifinal da Copa do Brasil disputada na outra quarta-feira. Entretanto, não havia chance da partida ter a mesma importância de outro Santos e Cruzeiro, acontecido há quase meio século. Até 1966, o que se conhecia do futebol brasileiro limitava-se ao eixo Rio-São Paulo, e as vitoriosas seleções de 58 e 62 foram abastecidas exclusivamente por clubes desses dois estados. Claro: carioca da gema, igual a Nilton Santos, Chico Buarque poderia homenagear nossos campeões adaptando Paratodos e cantando que Bellini era paulista, o Vavá pernambucano, Rei Pelé era mineiro e o Zózimo baiano – mas eles e todos os outros jogavam em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Não havia transmissão das partidas pela tevê e a única competição nacional, a Taça Brasil, era bem diferente do atual Campeonato Brasileiro. Começavam a chegar notícias sobre Alcindo e o forte time do Grêmio, Tostão e uma rapaziada muito boa de bola no Cruzeiro, mas lá no Rio não tínhamos como conhecê-los. A Taça Brasil reunia os campeões estaduais e castigava o vencedor com a obrigação de disputar a Libertadores, torneio para o qual a torcida brasileira não dava muita bola. Naquele ano, o bicampeão mundial Santos e o semidesconhecido Cruzeiro chegaram à decisão da Taça, e os santistas levavam o título de barbada. Aliás: os santistas e qualquer um que ainda não conhecesse Tostão, Dirceu Lopes, Natal e Wilson Piazza. Na primeira partida, em casa, o rápido time mineiro teve a ousadia de enfiar cinco a zero já no primeiro tempo. O placar final foi seis a dois. O jogo de volta aconteceria na semana seguinte, no Pacaembu, e não existia o critério do saldo de gols: uma vitória simples do Santos provocaria a terceira partida – que chamávamos de “negra” – para definir o campeão, naqueles bons tempos em que o calendário não representava um problema. Mas ninguém aceitava a vitória magra do Santos: era necessário ir à forra de forma convincente, massacrar o time daqueles meninos atrevidos e deixar claro que as 77 mil pessoas que estiveram no Mineirão sete dias antes tinham assistido a um mero acidente, desses que volta e meia ocorrem no futebol. A expectativa quanto ao jogo era tanta que ele foi transmitido ao vivo para o Rio de Janeiro, então coisa rara. Lá em casa, reduto de loucos por futebol, livramo-nos rapidamente do jantar e começamos a nos acomodar em frente à tevê. Meu pai em sua poltrona de praxe, meu tio – o tal que

Na noite de 7 de dezembro de 1966, o Cruzeiro quebrou um paradigma e inaugurou um novo ciclo no futebol brasileiro, provando que, ao contrário do que o país acreditava, era possível existir um extraordinário time cujo endereço não ficava nas cidades de Santos, São Paulo ou Rio de Janeiro.

engoliu o bagaço da laranja no texto da semana passada – ao lado dele e nós, os irmãos e três ou quatro amigos, espalhados pela sala. O primeiro tempo pareceu mesmo um prenúncio de vingança, com Pelé e Toninho abrindo dois a zero. No segundo tempo, todos pensavam, viria o massacre, o que pareceu se confirmar quando Tostão perdeu um pênalti. Entretanto, diante de uma enorme e boquiaberta audiência, Tostão diminuiu, Dirceu Lopes empatou – o que já garantia o título ao Cruzeiro – e, no finzinho, Natal virou para três a dois. Estes humildes textos, costumeiramente publicados na página 12 do Figueira, jamais tiveram pretensões científicas: nosso negócio aqui é falar de futebol como se estivéssemos numa mesa de boteco. Porém, certas partidas conseguem in-

corporar o conceito científico de quebra de paradigmas. Na noite de 7 de dezembro de 1966, o Cruzeiro quebrou um paradigma e inaugurou um novo ciclo no futebol brasileiro, provando que, ao contrário do que o país acreditava, era possível existir um extraordinário time cujo endereço não ficava nas cidades de Santos, São Paulo ou Rio de Janeiro. Depois vieram outros, vários, mas aquele Cruzeiro foi o primeiro. Jorge Murtinho é redator de agência de propaganda e, na própria definição, faz bloguismo. Nessa arte, foi encontrado pela Revista piauí, que adotou o seu blog e autoriza a sua contribuição a este Figueira.

Canto do Galo

Toca da Raposa

Abraços e muuuuuuuuuuuuuuuito feliz!

Em busca da tríplice coroa

Rosalva Luciano

E o Galo dispara na sua disposição, na vontade e na determinação dos objetivos traçados pela técnica e tática do seu comandante: se impor no lugar que merece estar sempre, ou seja, entre os melhores do futebol nacional. Deu prazer ver o time considerado não titular arrancar uma vitória importante por 2 x 0 em São Paulo contra o Palmeiras. “Quando a fase é boa tudo dá certo”, esta frase sempre foi muito usada no futebol, principalmente em tempos parecidos com o atual do Atlético, dissipando dúvidas da sua competência e trazendo placares épicos. O zagueiro Tiago e o meia-atacante Dodô, foram os donos do espetáculo, atores principais de uma peça que não tem o artista principal, todos possuem o mesmo perfil, o de assumir o papel que cabe a eles. Sai um, entra outro e a história se repete: Sucesso. O domínio do jogo pelos atletas disponíveis fez acreditar que o Independência foi transferido para o Pacaembu. A tranquilidade da meninada e a quase perfeição do goleiro Victor se misturaram de tal forma que voltamos a figurar entre a elite dos quatro. Difícil esta situação financeira do Galo, pois estão em nosso encalço as dívidas oriundas do fisco. Hoje, a Justiça Federal em Minas aceitou o pedido da Fazenda Nacional e determinou o bloqueio da renda do Atlético, aquela que está vindo com vendas de ingresso para a primeira partida da final da Copa do Brasil contra o Cruzeiro. “Além disso, foi pedido o arresto dos valores que deveriam ser repassados por operadoras de cartão de crédito ao clube atleticano pelos pagamentos mensais dos sócios do Galo na Veia”, segundo informações da radio Itatiaia. A tão esperada decisão da Copa do Brasil chega ainda mais charmosa para Minas Gerais e para os mineiros, apaixonados que são por futebol. Considero como um prêmio a todos que bravamente encaram torcer pelos nossos times como um ato de bravura. São tantas correntes contra, de fora do estado, que às vezes o desânimo é o que mais acontece. Viradas de mesa, arbitragem tendenciosa, dois pesos e duas medidas em fatos têm sido corriqueiros em nosso currículo. Vencemos batalhas e saltamos todas as muralhas e o resultado está aí. O Brasil inteiro voltado para o melhor futebol do país, provado e comprovado por lugares na tabela dos dois principais campeonatos. Vamos exercer o direito de gritar em altos brados que somos os melhores. Começamos a decisão com preocupações certas, o perigo de não poder contar com atletas importantes para o esquema do Levir Culpi na segunda partida, dia 26/11, no Mineirão, contra o nosso contrário mais ferrenho. Alguns estão já marcados por dois cartões amarelos e isto pode comprometer o rendimento do conjunto alvinegro.Todo cuidado será pouco e deve ser evitada a possibilidade de deixar fora Luan, Marcos Rocha, Jamerson, Leonardo Silva e Josué. Seria cruel a insegurança de não tê-los, estará construída mais uma Via Crucis para a torcida.

Sei do encanto de assistir o Atlético jogar no Horto, na Independência da nossa casa, de tantas recentes glórias, mas confesso não concordar com os preços praticados nos ingressos. Altíssimos para a realidade brasileira e para o nosso menor salário. Confesso que deixar do lado de fora amigos de arquibancadas a qualquer tempo, amigos que definem também seu amor pelo Galo pela presença constante, independente de título e placar, isto tudo me causa desconforto. Queria todos lá como estão em jogos sem vitrine. São torcedores natos e genuínos. Torço para que os dirigentes reconheçam que faltam alguns gritos na torcida e que não estão ali unicamente por falta de dinheiro. Quem sabe podemos usar a criatividade para angariar valores em moeda fora das grandes decisões. Penaliza seus mais fiéis seguidores. A noite de quarta-feira, que marcava os 12 dias de novembro, foi simplesmente mágica e perfeita. Dois gritos de gols ecoaram fortes por Belo Horizonte afora, isto é, falo do que vi e escutei pois sei de outros sons iguais tão fortes pelo estado de Minas, pelo Brasil e atravessando oceanos. Parabéns, torcida atleticana, é com certeza um caso à parte na vida do Clube Atlético Mineiro. Fez do preço do ingresso um motivo à mais para criar meios para aumentar o orçamento, mas deixar de ir ao estádio nunca, Independência cheio. Parabéns jogadores, colocaram motores nos pés, trocaram a cor de sangue pelas cores preta e branca, esvaziaram o coração de si mesmos e preencheram com o mais lindo escudo, que por alegria do destino tem quase o mesmo formato. Eu, particularmente, estava fora do Clássico Mineiro há mais de 20 anos. Motivos alheios à minha vontade me fizeram ficar de longe. Violência não combina com esporte e muito menos com futebol. Confesso que senti falta da beleza de duas torcidas nas arquibancadas, mas com as provocações que vejo dos dois lados, isso será um acontecimento quase impossível. Fui com o coração bem apertadinho, não conseguia nem definir uma previsão para o resultado, superei as minhas emoções e consegui assistir a toda partida. Agora, é trabalhar as emoções, afinal temos mais um jogo no qual todo cuidado deve ser tomado para, aí sim, darmos aquele grito definitivo: “Aqui é Galoooooooooo! Eu acredito!

Rosalva Campos Luciano é professora e, acima de tudo, apaixonadamente atleticana.

Hadson Santiago

Saudações celestes, leitores do Figueira! Foi no sufoco, mas valeu muito a vitória do Cruzeiro sobre o Criciúma no último domingo, 9 de novembro. O placar de 3x1 não retrata a dificuldade da partida. Todo mundo quer ganhar do líder do campeonato e, mesmo estando na última colocação, a equipe catarinense jogou muito e vendeu caro a derrota. O Criciúma achou um gol logo no início da peleja, tento assinalado pelo ex-cruzeirense Lucca, e a equipe celeste só conseguiu empatar e virar o placar no segundo tempo. Como o São Paulo havia vencido o Vitória em Salvador, um triunfo do Cruzeiro se fazia necessário para que a diferença para o vice-líder permanecesse na casa dos 5 pontos. A equipe mostrou raça e a torcida deu um show nas arquibancadas, digo, nas cadeiras do Mineirão. Perdão, caro leitor, pelo lapso acima, mas sou do tempo das velhas arquibancadas de cimento do Gigante da Pampulha. Época em que para comprar ingresso bastava chegar bem cedo ao estádio e efetuar a compra do bilhete. A capacidade do Mineirão era de 120.000 lugares e os clássicos entre Cruzeiro e Atlético eram disputados com as duas torcidas presentes, um show de cores, sons e bandeiras. Pegávamos o ônibus especial para o Mineirão no centro de Belo Horizonte. Iam cruzeirenses e atleticanos no mesmo veículo, sem nenhum problema. Havia provocações, claro, mas sem maiores consequências. A disputa do clássico começava nas arquibancadas e na geral. Cada espaço conquistado com o afastamento do cordão de isolamento da polícia militar era comemorado como se fosse um gol. O desfile das bandeiras era algo mágico, um momento ímpar antes da partida. A entrada das equipes em campo também era cinematográfica, algo inesquecível. E o clássico era disputado num clima de muita euforia, mas também de muita apreensão, pois nin-

guém queria sair derrotado. Bons tempos... Hoje, ao contrário, a selvageria toma conta das torcidas ditas organizadas. Verdadeiros bandidos travestidos de torcedores compõem essas facções. A ponto de o maior clássico de Minas Gerais, quiçá do Brasil, só poder ser disputado com torcida única ou com um número reduzido de uma delas. Uma vergonha!!! E alguns dirigentes têm muita culpa no cartório. Em vez de darem o exemplo, gostam de criar polêmicas e fazer provocações pelas tais redes sociais (argh!) e pela imprensa. Prestam um desfavor ao futebol. Coisa de país terceiro-mundista. E o goleiro Fábio completou, na partida contra o Criciúma, 600 jogos com a camisa celeste. Um marco, sem dúvida, principalmente nos dias de hoje. Somente dois jogadores estão à frente do goleiro: os gênios Dirceu Lopes (610 jogos) e Zé Carlos (633 jogos). Se permanecer no Cruzeiro em 2015, Fábio baterá o recorde e se tornará o jogador que mais vezes envergou, como diziam os antigos cronistas esportivos, o manto celeste. Raul continua sendo, para mim, o melhor goleiro da história cruzeirense, mas Fábio também já faz parte dela. Ele merece. Espero que o Cruzeiro possa, neste final de temporada, superar todas as dificuldades, jogar com muita determinação e, quem sabe, beliscar a segunda tríplice coroa. Estamos ávidos pelo tetracampeonato brasileiro e pelo pentacampeonato da Copa do Brasil. Com respeito aos adversários e com muita luta, temos boas chances. Avante, Cruzeiro!

Hadson Santiago Farias é cruzeirense da velha guarda e saudosista convicto.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.