Figueira 31

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Fim de semana com sol entre nuvens. Pode chover no sábado e domingo. www.climatempo.com.br

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MÁXIMA

ANO 1 NÚMERO 31

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 24 A 26 DE OUTUBRO DE 2014

Não Conhecemos Assuntos Proibidos FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

Divulgação de Campanha

Domingo é o Dia D No próximo domingo (26), o Brasil vai acompanhar o desfecho da campanha eleitoral que vai apontar quais rumos o país deseja seguir a partir de janeiro de 2015. A disputa se dá entre Aécio Neves (PSDB), ex- governador de Minas Gerais por dois mandatos e atual senador da República, e Dilma Rousseff (PT), ex-chefe da Casa Civil, durante o governo Lula e atual presidenta da República. Em jogo está mais que uma disputa entre dois candidatos e dois partidos, a disputa e o debate proposto agora pelas campanhas políticas são a respeito de dois planos ou projetos diferentes de país. O senador Aécio Neves disputa sua primeira eleição presidencial pelo PSDB. O candidato tucano faz parte da família de dois dos mais importantes políticos mineiros. Ele é neto de Tristão da Cunha e de Tancredo Neves. Aécio entrou para a política em 1981, quando trabalhou na vitoriosa campanha do avô Tancredo ao governo de Minas Gerais. Leia mais na página 6.

NESTA EDIÇÃO

Slackline Praticado sobre uma fita de nylon com 50 milímetros de largura e 15 ou 25 metros de extensão amarrada em dois pontos fixos, geralmente a 30 centímetros do chão, o atleta se equilibra como numa corda bamba, anda, faz manobras e salta por cima da fita. O Slackline surgiu em meados dos anos 80 na Califórnia, Estados Unidos, a partir da necessidade de escaladores de aprimorar os treinamentos. Saiba mais na Página 9

Brava Gente! Todos conhecem o Dr. Luizinho, ou o advogado Luiz Alves Lopes, profissional que faz trabalho incansável na defesa dos direitos humanos. Luizinho também foi destaque no futebol, atuando no meio campo do Democrata e equipes amadoras da cidade. Conheça um pouco mais sobre ele na Página 8

Começou dia 23 e vai até 13 de novembro, a mostra de poesias de Mário de Andrade e Vinícius de Morais, no Centro Cultural Nelson Mandela. A mostra visa despertar, motivar e renovar o interesse e o prazer da leitura a partir de textos e músicas dos célebres poetas Mário de Andrade (1893-1945), mentor da Semana de Arte Moderna de 1922; e Vinícius de Moraes (1913-1980), artista que esteve à frente de movimentos importantes da cultura nacional, como a Bossa Nova. Página 11

Que vida boa! A eleição acaba neste domingo, mas vários deputados e senadores já avisaram que só retornam a Brasília, e aos trabalhos, em novembro. Alegam que precisam descansar do desgaste da campanha presidencial que fizeram nos estados. E este já foi um ano morto, sem votações, praticamente. Estas e outras pérolas estão na coluna Notícias do Poder, do jornalista José Marcelo. Página 5


OPINIÃO

Editorial

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

Tim Filho

Vai votar em quem?

O Figueira tem lado Não é novidade. O Figueira tem lado. E neste domingo, quando brasileiras forem às urnas votar para o cargo de presidente, este Figueira estará do lado dos avanços que mudaram a cena brasileira nos últimos 12 anos. A crise financeira, iniciada em 2007, devastou milhões de empregos e esperanças no mundo desenvolvido. O Brasil se manteve de pé e experimentou uma série de avanços, como as políticas de inclusão social iniciadas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que tiveram continuidade com a presidenta Dilma Rousseff. Ao contrário do aumento do desemprego e dos problemas provocados pela crise econômica em outros países, o Brasil conseguiu na última década que cerca de 40 milhões de pessoas ascendessem à classe média no que é reconhecido como o maior movimento de ascensão social na história do país. Entre 2003 e 2012, a renda média dos brasileiros cresceu de forma constante; foram gerados 19,4 milhões de novos empregos formais e a desigualdade foi reduzida de forma constante. O programa Brasil Carinhoso, somente em 2012, retirou da pobreza extrema 16,4 milhões de brasileiros. O combate à desigualdade social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os governos do presidente Lula e o da presidenta Dilma priorizaram a educação, a saúde e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e a competitividade da economia. O Brasil que emerge dos últimos dez anos é um país mais inclusivo e sólido economicamente. Além de prosseguir com a eliminação da pobreza e com a redução das desigualdades, o desafio nos próximos anos é ampliar a competitividade da economia brasileira.

O combate à desigualdade social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os governos do presidente Lula e o da presidenta Dilma priorizaram a educação, a saúde e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e a competitividade da economia.

Os projetos anunciados em 2012 para oferecer concessões para a construção de estradas, ferrovias, portos e aeroportos em todo o país, assim como para reduzir a carga tributária e as tarifas de energia elétrica, são medidas fundamentais para aumentar a competitividade das empresas brasileiras e gerar as condições de um crescimento sustentável. Com a eleição de Fernando Pimentel (PT) para o Governo de Minas, derrotando a longa hegemonia tucana no governo do estado, e o atual governo municipal, da Prefeita Elisa Costa (PT), a vitória de Dilma Rousseff vai consolidar uma sintonia positiva, que a exemplo do Brasil, possibilitou a Governador Valadares se desenvolver em várias áreas, como as da saúde, educação, habitação e infraestrutura. Ao lado das políticas públicas que beneficiam a cidade e o Brasil, este Figueira se posiciona contrariamente às aventuras, aos discursos vazios, às agressões, e aos modelos de gestão que excluem os menos favorecidos.

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

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Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório Por chamar a presidenta Dilma de leviana e ao se referir às mulheres como a dona de casa e aos homens como trabalhador, grupos feministas e parte da mídia estão acusando Aécio Neves de machismo. A postura do candidato pode ser considerada machista? Ela expressa um pensamento brasileiro? Chamar uma mulher de leviana é machismo, sim SIM

Sônia Gonçalves

Em minha opinião, Aécio revela postura machista sim! Primeiro, chamou a candidata Luciana Genro e a presidenta Dilma de levianas. Depois se referiu às mulheres como donas de casa e aos homens como trabalhadores. Leviano tem vários significados, entre eles, pessoa que possui comportamento irresponsável, que age sem reflexão, que é insensato. Mas há outro significado, mais conhecido popularmente e que, por coincidência ou não, é sempre destinado às mulheres: pessoa frívola, volúvel, mentirosa, que possui vários parceiros. No dicionário “Aulete Digital” entre os significados aparece entre parênteses ‘mulher leviana’. Fiz uma busca no ‘Google’ por mulher leviana e encontrei vários artigos, citações e condenações. Mas, procurando por homem leviano só encontrei o nome de uma música. Questiono então: teria, o candidato Aécio, usado esta palavra com um homem? Você já ouviu alguém chamar um homem de leviano? E uma mulher? O comportamento machista não é inovador, quando não há um argumento à altura a receita é sempre diminuir a mulher em sua honra e dignidade. Sobre o jeito com que Aécio se dirigiu aos cidadãos como ‘dona de casa’ e ‘trabalhadores’, acredito que essa divisão nos desvaloriza. Para o candidato à presidência, as mulheres que cuidam da casa não são também trabalhadoras. E ele ignora o fato de que hoje muitas mulheres não apenas cuidam da casa, como também conquistam seu espaço no mercado de trabalho, junto com seu companhei-

ro ou companheira, contribuem diretamente para o sustento da família. É uma forma retrógrada de ver uma sociedade, onde é inegável a nossa expressiva contribuição nos diversos setores da sociedade. A nossa luta, embora já tenha nos permitido grandes conquistas, ainda está no início. Continuamos ganhando menos, somos vítimas de violência domésticas, piadas machistas e desrespeito. E para aqueles e aquelas que justificam a situação dizendo que devemos sair do vitimismo, há dados acessíveis de pesquisas para comprovar a situação: Em 2013, por exemplo, a Central de Atendimento à Mulher atingiu 532.771 registros de violência de gênero. Violência esta, que o candidato em questão é acusado de ter cometido em 2009. Somos protagonistas da nossa historia, atuamos em várias áreas, temos dupla jornada, adentramos os espaços públicos. Tratar a mulher brasileira dessa forma é uma atitude machista. Nós brasileiras somos guerreira, lutadoras e vitoriosas. Esses são os adjetivos que queremos que a sociedade reconheça. Leviana, não!

Sônia Gonçalves é vendedora autônoma e mora no Conjunto Sir, em Governador Valadares

Aécio Neves não foi machista, ele respeita as mulheres NÃO

Íris Moreira

Sou mulher, mãe, esposa, trabalho em casa e fora de casa. Pós-graduada, busco meu espaço como profissional e também assisti ao debate na rede Bandeirantes. Ouvi a fala do candidato Aécio Neves quando tratou donas de casa e trabalhadores separadamente e não me senti ferida em meus direitos de mulher, tão pouco achei que o candidato foi machista ou agressivo. O avanço feminista está muito além dessa discursão, ninguém tira o lugar da mulher na sociedade, já temos o nosso espaço, tendo em vista que a nossa presidente é mulher e tantos outros exemplos a citar de mulheres que se destacam na sociedade. Precisamos parar de nos colocar como vítimas e assumir verdadeiramente nossas forças, somos muito mais que uma frase, estamos muito além de toda essa velha forma de “fazer política” oprimindo os mais necessitados, criando ainda mais preconceitos em torno de situações como o do Nordeste a exemplo de muitos, fazendo com que a sociedade não evolua. Eu sou dona de casa! Eu sou trabalhadora! Assumo isso e faço votos que todas as mulheres assumam com orgulho e não fiquem medindo seus valores por termos. A palavra leviana significa: Imprudente. É um ad-

jetivo que qualifica o indivíduo que age precipitadamente, e que não tem consideração com o outro. Se essa frase foi o motivo de sensibilidade por parte da candidata Dilma, sinceramente não entendo. A história dela é de força, como dizem, Coração valente, o que me leva a acreditar que toda essa história de sensibilidade, infelizmente, faz parte de um cenário político para tirar dos holofotes todas as novas denúncias de corrupção do atual governo e desacelerar o crescimento do outro candidato. É lamentável que o processo eleitoral brasileiro esteja assim, apenas ataques, ofensas, mentiras e tudo mais que estamos presenciando, que pelo menos pra mim, causa constrangimento.

Íris Moreira é administradora da Unipac-GV

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CIDADANIA & POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

Da Redação

Sacudindo a Figueira

Não é ladrão de galinha Chamados para atender a uma ocorrência de arrombamento em uma residência no GrãDuquesa, os dois policiais militares registraram o BO de furto de uma bicicleta – dessas comuns, barra circular, freio contrapedal, novinha. Registro feito, um deles perguntou pelo número do chassi da bicicleta, informação que constava na nota fiscal emitida por tradicional loja de bicicletas da cidade. Pelo rádio da viatura, ditou o chassi para a colega da Central da PM, que constatou que havia outro BO de semanas atrás a indicar o furto daquela mesma bicicleta. Além da receptação e maquiagem de bicicleta furtada, está em averiguação também se a nota fiscal não é fria. Adrenalina pura, o possível caso de receptação já foi parar nas mãos de um delegado.

Ouviu o galo cantar Tiago Castro, da juventude do PDT, comemorava nas redes sociais a busca e apreensão pela Polícia Federal nas residências de secretários municipais, por causa da denúncia de fraude de concurso da UFJF. Já julgou e condenou por conta própria. Rito sumário.

Mourão Pedrosa Na companhia do vereador Chiquinho – deve ser para dar um rosto moreno e da periferia para o PSDB – o deputado Mourão passeou em carro aberto pela cidade logo após a ação da Polícia Federal, pedindo votos para Aécio, segundo ele para acabar com a vergonha deste governo do PT, cujos secretários municipais são investigados. Apesar de advogado e professor de Direito, o deputado estadual, microfone na mão, no estilo Pedrosa, acusava os secretários de corrupção. Na sua nova fase de manifestante popular, Mourão deve esperar que a cidade se esqueça de como o seu segundo governo como prefeito ficou marcado pela corrupção, com denúncia de desvio de milhões de reais a partir do seu gabinete.

Transferência de quê? Ao longo das três semanas do segundo turno, Mourão colocou os carros de som nas ruas, três, quatro vezes ao dia nas mesmas ruas, com mensagem gravada por ele a pedir votos para Aécio. Estranhamente, Mourão teve mais de 44 mil votos em Valadares, onde Aécio passou de 59 mil. Presunçoso, quer fazer crer que tem votos para transferir para quem teve bem mais que ele.

Potencial Dos políticos locais, a única que tem condição matemática de agregar novos votos neste segundo turno é a prefeita Elisa Costa. Dilma Rousseff, que teve quase 49 mil votos no primeiro turno de 2010 passou agora, em campanha coordenada diretamente pela prefeita, para 60 mil. No entanto, na eleição municipal de 2008, Elisa teve a maior votação que um candidato do PT já alcançou na cidade: 69 mil votos. Portanto, há quase dez mil eleitores que já votaram no PT e ainda não o fizeram nesta eleição presidencial.

A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Pressão

Diário do Poder

A Estratégia de botar pressão... Quatro dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, nos dois campi da Univale, centenas de estudantes bolsistas se reuniram com o reitor e a pró-reitora, convocados para uma reunião emergencial, sem pauta declarada. Depois de muitas falas enviesadas sobre os riscos da Fundação Percival Farqhuar perder a filantropia, por obra do governo federal (portanto, da presidenta Dilma) o que resultaria na extinção de todas as bolsas de estudos, os estudantes foram convocados para manifestarem-se maciçamente no portal do MEC na internet, batendo duro nessa “ameaça” do governo federal.

E mentira Mentem desavergonhadamente aos jovens que deveriam educar e tratar com dignidade, pois induzem os estudantes bolsistas a uma manifestação inócua, como se o estatuto de filantropia fosse definido por plebiscito e não por cumprimento estrito de regras muito claras, que incluem o atendimento às vagas do Prouni. Aliás, a Fundação nem precisa ser filantrópica para manter as bolsas de estudos. O Prouni assegura até nas empresas educacionais, sem nenhuma filantropia, vagas com bolsas de estudos integrais. Com ou sem o estatuto de filantropia as instituições universitárias de direito privado podem trocar o pagamento de tributos por vagas para bolsistas. Desde o primeiro governo do presidente Lula. O registro daquela noite de quarta-feira mancha a liderança da universidade, que se presta a isso.

Morte no Anel

Quem ameaça?

O ciclista seguia o seu caminho de trabalhador, quando foi colhido por uma moto potente, turbinada, guiada por um coronel reformado da PM. O ciclista morreu. Faz três semanas e o silêncio sobre o assunto é total.

As estatísticas desmontam a tese da redução da maioridade penal. Conforme dados do Ministério da Justiça, dos 56 mil assassinatos ocorridos no Brasil no ano passado, 11 mil foram de crianças e adolescentes. No entanto, dos 56 mil assassinatos, pouco mais de 2 mil tiveram a participação de crianças e adolescentes na sua execução. De maiores vítimas, aparecem com sinal invertido no discurso dos defensores da redução da maioridade penal, como se fossem a maior ameaça. Mais de seis mil desses homicídios aparecem com autos de resistência, situações em que policiais matam a pretexto de se defenderem, tendo a si mesmos como testemunhas.

Pijamas com Aécio Não são crianças. Foi a vez dos coronéis reformados de Valadares – os militares de pijama - se reunirem para firmar compromissos com a candidatura presidencial de Aécio. Muitas estratégias, porque a turma é criativa.

Governador eleito, Fernando Pimentel foi muito bem recebido em GV

Recepção ao novo governador Na vinda do governador eleito, Fernando Pimentel, na segundafeira, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil compareceram em alto estilo. A PM foi econômica. Apesar do manifesto desejo de alguns comandantes de participar, o coronel Sérgio enviou o seu imediato tenente coronel Ducler e ordenou que os demais ficassem distantes. Decerto, é do conhecimento do governador eleito o crescente índice de assassinatos na cidade e a falta de planejamento, inteligência e empenho para se evitar perdas de vidas.

Assédio? O PSDB adora declarar que governos do PT aparelham o espaço público, as empresas e instituições públicas. No entanto, os tucanos dão aulas de como fazer isso. Nesta semana, as inspetoras escolares foram proibidas de ir às escolas. Ou seja, proibidas de trabalhar. Tiveram de ficar sem ter o que fazer, esperando o tempo passar, nas sedes das 47 superintendências de ensino de todo o Estado. O comando de campanha de Aécio viu riscos no trabalho dessas profissionais, que influenciariam, segundo esse pessoal, as comunidades escolares pelo voto contra ele.

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DataPovo DataFolha e Ibope convergiram nesta semana para os 52 pontos de intenções de voto para Dilma e 48 de Aécio. Vox Populi já apontava na quarta-feira 54 a 46, oito pontos de diferença nos votos válidos. Em Minas, a vantagem da mineira Dilma sobre o mineiro Aécio é de 44 a 41, mais indecisos, brancos e nulos. O quase empate com ligeira vantagem para Dilma no primeiro turno em Valadares fez da cidade um centro da disputa em Minas. No comitê de Dilma, brincam que no DataPovo consta que em uma semana 15 mil placas do Vote 13 foram levadas por populares e afixadas nas casas em Valadares.

Alto Comando Os 42 coronéis da PM de todo o Estado passam esta semana em BH, em concentração. A agenda oficial indica que estão em reunião da Comissão de Promoção. Juram que não tem nada a ver com estratégias para favorecer o voto em Aécio.

CHEGAMOS À MARCA DE 30 EDIÇÕES. ISSO NÃO É NADA, MAS É TUDO. É TUDO QUE A CIDADE PRECISA, PARA ESCREVER SUA HISTÓRIA COM UM NOVO OLHAR.

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COTIDIANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

LITORAL

Mineiros fazem sucesso em Guarapari Com pouco mais de 115 mil habitantes, Guarapari oferece mais de 10 praias aos turistas mineiros, sendo grande parte de valadarenses Leonardo Morais

Gina Pagu /Repórter Por causa das altas temperaturas do mês de outubro e do feriado prolongado, muitos valadarenses foram se refrescar em águas capixabas. Uma das cidades litorâneas do Espírito Santo mais procuradas pelos turistas, Guarapari, fica a 585 Km de Belo Horizonte, e 385 Km de Governador Valadares. O município de pouco mais de 115 mil habitantes oferece mais de 10 praias aos turistas e não nega a fama de ser uma das cidades praianas mais frequentadas por valadarenses. A professora universitária Stéphanie Valente, de Governador Valadares, diz que vale a pena enfrentar as seis horas de estrada para usufruir das praias de Guarapari. “Sempre aproveitando um feriadão como esse, pegamos a turma, o carro, e descemos para o litoral. Às praias de Guarapari gostamos de chegar de manhã e voltar no fim do dia. Eu adorei a estrutura de lazer oferecida na praia, o Banana Boat e o Stand Up. O mar aqui é tranquilo e limpo, para o turista isso é excelente. Temos opções e segurança enquanto nos divertimos.” Marconi Valente, advogado e irmão de Stéphanie, explica que prefere sempre aproveitar as folgas na praia em família. “Um final de semana com as pessoas que amamos é muito prazeroso. Ainda mais quando temos a oportunidade de diversão em conjunto, e as praias de Guarapari proporcionam este lazer. O ruim daqui é o trânsito e os altos preços na época de temporadas, que são compensados pelas beleza naturais, a tranquilidade do mar e as diversas opções de diversão.” Paixão e negócios Guarapari cultiva outras paixões. A dona de uma agência de viagens, Anette Araújo, de Belo Horizonte, diz que se mudou a trabalho para o balneário, mas que não voltará para terras mineiras. “Há três anos eu administrava de longe a agência, mas há sete meses visitei a empresa e decidi nunca mais voltar para BH. Em Guarapari, temos estrutura de cidade grande e a calmaria do interior. Não volto de jeito nenhum para a

Guarapari é a praia preferida pelos mineiros, especialmente pelos valadarenses. Muitos aproveitaram o balneário para montar seus negócios

capital. Aqui tenho o meu negócio, trabalho com tranquilidade, além disso não temos o clima muito quente, típico de Minas. Isso aqui é um paraíso diário. E apesar de trabalhar com turismo, prefiro quando a cidade fica só com os moradores, pois aí temos um balneário particular, só nosso.” O vendedor de churros, Peter Simões, também é belo-horizontino, e conta que está morando há 12 anos em Guarapari. “Nasci na divisa de Minas com Rio de Janeiro, trabalhei por lá, e em BH também. Em temporadas de verão eu vinha para Guarapari vender churros e o que mais tivesse para vender. Mas, agora, depois dos 50 anos, decidi vir de vez. Aqui, encontrei um lugar

muito sossegado para viver, e interessante para trabalhar.” Cleuder Marques, gerente de logística, mineiro e morador do litoral capixaba diz que praias de Guarapari são melhores em estrutura e cuidado com o meio ambiente. “Eu estou aqui a trabalho. Mas não resisto nos finais de semana. Tenho de vir à praia. No Espírito Santo, as praias do interior são as melhores. Em Vitória, não contamos mais com essa natureza preservada, muitas praias já estão poluídas. Nas praias do Morro, Setiba, Castanheiras, todas em Guarapari, temos esse privilégio de conviver com a natureza limpa.”

Direitos Humanos Flávio Fróes Oliveira

“Festa acabada, músicos a pé”, diziam antigos moradores dessa Figueira, vindos de Peçanha, São João Evangelista e Conceição do Mato Dentro, vinte anos antes da chegada da Estrada de Ferro Vitória-Minas. A quem estranhasse a expressão, explicavam eles, com pormenores e sem pressa alguma, o porquê do ditado. As paróquias que frequentavam nesses lugares costumavam promover festas para celebrar um e outro ponto forte da fé católica. Como inexiste festa sem música, os artistas do ramo eram sempre solicitados. Conforme então se dizia, “muito requestados”. No dia da festa os festeiros tudo faziam para facilitar o deslocamento dos músicos sempre atribulados com o transporte dos delicados instrumentos musicais. Depois da festa, porém, os mesmos que os convidaram nem sempre mantinham o trato de transportá-los de volta. Donde a aplicação desse antigo provérbio português. Tem algo a ver com o atual período de eleições no País, quando o povo – única fonte de poder político, segundo a Constituição Federal (art. 1º, parágrafo único) – escolhe seus representantes no Poder Executivo. Enquanto a Lei Eleitoral (Lei nº 9504/97) estabelece normas para as eleições, grupos formadores de opinião buscam motivar amplos setores da sociedade e conquistar, para sua causa, o(a) dono(a) do voto. Apelam, entre outros artifícios, para o ânimo festeiro da população. Adequadamente motivado, o povo ingressa no ambiente muito próximo de um clássico decisivo de um campeonato de futebol. A emoção assim provocada costuma ultrapassar as raias da cordialidade e da boa convivência social. Campanhas políticas que acirram antagonismos também costumam resultar em contendas. É sempre o uso do outro como instrumento de vantagem eleitoral. Não raro infla-se o ego dos personagens, insufla-se o narcisismo de outros, escamoteiam-se dados comprometedores e mente-se retoricamente: “Esta é a verdade dos fatos!” apregoam sem, nem ao menos, tremer a voz. A partir desse ponto logo estarão os contendores

Campanhas políticas que acirram antagonismos também costumam resultar em contendas. É sempre o uso do outro como instrumento de vantagem eleitoral. Não raro infla-se o ego dos personagens, insufla-se o narcisismo de outros, escamoteiam-se dados comprometedores e mente-se retoricamente: “Esta é a verdade dos fatos!” apregoam sem, nem ao menos, tremer a voz.

a tropeçarem no terreno escabroso da calúnia, da injúria e da difamação. No tempo da denominada República Velha o final do período eleitoral em Minas Gerais costumava incluir apressadas migrações de famílias inteiras para cidades distantes e remoções de funcionários para regiões de desterro, sem necessidade de mencionar essa palavra. José Raymundo Fonseca, em seu indispensável “Figueira do Rio Doce” registra que a vinda da primeira professora normalista nomeada pelo Estado para Figueira, então distrito de Peçanha, Dona Theolinda de Souza Carmo, deveu-se a um ato de violência política contra o marido desta. Tendo ele perdido a eleição no município de Ponte Nova, em 1911, foi pelo Governo transferido para um cargo de fiscalização de matas em Figueira, em 1912. Da Zona da Mata, já em fase de desenvolvimento, para o Rio Doce, famoso pela malária endêmica... A família aqui residiu durante 6 anos até que nova situação política facilitasse seu regresso à Zona da Mata. São efeitos não desejados de certa forma de fazer política. Flávio Fróes Oliveira, téologo e estudioso na área de crianças e adolescentes.

Alta temporada Agelson Carvalho, vendedor de churrasquinho, capixaba, diz que os mineiros estão sempre presentes tanto em feriados curtos como na alta temporada. “Aqui é terra de mineiro também, você pode andar na praia que vai ver muita gente comendo queijo assado e milho verde cozido. Nesses feriados curtos, a gente não encontra muito ambulante de Minas, só turistas mesmo. Mas, no verão sempre temos que disputar espaço com eles. Convivemos numa boa, e nesse calorão não damos conta de andar a praia toda. Isso significa que tem espaço para todos.”

TOME NOTA

Outubro rosa segue nas ESFs Em um mês considerado “cor-de-rosa”, a Prefeitura de Valadares intensificou os trabalhos de prevenção e cuidados com a saúde feminina. A fim de conscientizar as mulheres das mais variadas regiões do Município sobre a importância de se fazer a mamografia a partir dos 40 anos e também o exame preventivo assim que se iniciar a vida sexual, as Estratégias Saúde da Família (ESF) vêm promovendo diversas ações ao longo de outubro. Na ESF Mãe de Deus I e II, nesta terça-feira (21) foram realizadas coleta de preventivo, palestras sobre saúde da mulher e agendamento de mamografias. As mulheres atendidas também puderam relaxar com uma massagem nas costas realizada pela equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família VI (Nasf). O evento, que conta com o apoio do Nasf VI, aconteceu na própria unidade, que fica na BR-116, s/ nº, bairro Mãe de Deus.

Jardim Primavera ganha uma nova UBS A Prefeitura de Valadares entregou na quinta-feira mais uma unidade de saúde totalmente reformada para a população do bairro Jardim Primavera. É a nona das 15 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que estão sendo reformadas, além de quatro que serão ampliadas pelo Programa Requalifica UBS, do Ministério da Saúde. A reforma foi geral, com construção de banheiros, sala para almoxarifado, consultório, recepção e abrigo para lixo, além de piso externo e construção de muro. E mais: foi feita a instalação de cobertura metálica, bancos em granito, portão, tanque e forro na recepção, e pintura em toda unidade. Na obra foram investidos R$ 58.500,00 provenientes do governo federal.


POLÍTICA 5

Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

Recomeço lento A eleição acaba neste domingo, mas vários deputados e senadores já avisaram que só retornam a Brasília, e aos trabalhos, em novembro. Alegam que precisam descansar do desgaste da campanha presidencial que fizeram nos estados. E este já foi um ano morto, sem votações, praticamente. Primeiramente veio a Copa, depois o sagrado recesso de julho e em seguida veio o recesso branco, da eleição. Com tudo devidamente pago. E o contribuinte que continue a arcar com as contas.

Esqueletos no armário Na “volta ao trabalho”, deputados e senadores têm uma pauta de peso, marcada principalmente por Propostas de Emendas à Constituição, Medidas Provisórias e projetos de lei. O problema é que são propostas que afetam diretamente as contas públicas. A votação desses esqueletos guardados nos armários da Câmara e do Senado ainda vai depender do resultado das urnas neste domingo. Muita coisa pode ser guardada e usada como moeda de troca com o eleito que vai administrar o país pelos próximos quatro anos.

Ainda na lista Também estão na lista a PEC 170, que concede aposentadoria integral para o servidor que se aposentar por invalidez; a PEC 426, que aumenta os repasses ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM); a PEC 339, que assegura adicional noturno aos policiais e bombeiros; o projeto 4246, que estabelece nova jornada para caminhoneiros; e 4434, que recupera o número de salários mínimos a que tinha direito o aposentado no momento da concessão do benefício.

Com a barriga A bancada governista no Congresso conseguiu empurrar com a barriga o depoimento do doleiro Alberto Yousseff, na CMPI mista da Petrobrás. Ele será ouvido só na quarta-feira, depois da eleição. Ainda assim, o presidente da CPMI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), comemora e já acertou com a Polícia Federal e a Justiça Federal as providências logísticas necessárias para o depoimento. Independentemente do resultado das urnas, a oposição já avisou que vai fazer barulho.

Esqueletos no armário 2

FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

Desafio O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) só está esperando a posse do novo presidente da República para cobrar o cumprimento do compromisso assumido por todos os candidatos, durante a campanha: cumprir a carta entregue pelo escritório da ONU, que aponta sete desafios para resolver os problemas das crianças no Brasil. O principal, segundo o coordenador do programa Cidadania dos Adolescentes do Unicef no Brasil, Mário Volpi, meu convidado do Jogo do Poder desta semana, é a mortalidade infantil. Segundo Volpi, só no ano passado, mais de 26 mil crianças morreram de causas evitáveis no Brasil, vítimas de problemas simples, como diarreia, desidratação e desnutrição.

Desafio 2 As mortes de crianças indígenas são a maior preocupação do Unicef, porque segundo Volpi muitos programas não chegam às aldeias e quando chegam, muitos são ineficazes, em função da dificuldade de comunicação entre agentes de saúde e os indígenas. As tradições culturais nas aldeias são outro desafio a ser vencido.

Fora do programa Todos os candidatos receberam a cartilha com brilho nos olhos e sorrisos nos lábios, mas nenhum deles levou as questões para o horário eleitoral, para tristeza dos estudiosos do Unicef. Apenas questões relativas à saúde, educação e segurança foram tratadas, mas de forma genérica, segundo Volpi. Ainda assim, o escritório da entidade, em Brasília, está otimista.

Se Dilma Rousseff for reeleita, a negociação fica mais fácil, segundo um parlamentar de Brasília. É que na lista estão, entre outras coisas, a PEC 358, que trata do orçamento impositivo das emendas parlamentares, aquela que obriga a Presidência a liberar metade da verba das emendas parlamentares, independentemente de acordo com o governo. Hoje, essa liberação, em sua totalidade, é feita quando e como o governo quer. Parlamentares costumam chantagear o Palácio, emperrando votações mediante promessa de liberação das verbas. É um toma-la-dá-cá...

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Coleta seletiva pode ser saída para futuro sustentável Apenas 2,5% de todo lixo produzido em Governador Valadares é reciclado. Associação de catadores vive desta atividade desde 2002 Dilvo Rodrigues - Repórter A Coleta seletiva é um instrumento importante para fazer com que os resíduos produzidos pelas ações humanas tenham destinação ambiental correta ou siga o caminho da reciclagem, já que ao serem separados corretamente o material deixa de ser lixo. Em Governador Valadares, cerca de 40 bairros possui serviço instituído de coleta seletiva. Ao todo, cinco equipes da empresa contratada pelo Governo Municipal fazem esse tipo de serviço na cidade, cobrindo 60% do território. De acordo com o secretário adjunto da secretaria municipal de serviços urbanos, Cezar Coelho de Oliveira, 25% do lixo produzido por aqui é reciclável. Mas, segundo ele, apenas de 2% a 2,5% desse material é efetivamente separado para reaproveitamento, em um total de 130 toneladas de material por mês. “Esse número é um dos melhores do estado. Para se ter uma ideia a cidade de São Paulo recicla apenas 1% de todo lixo produzido. O atual prefeito Fernando Haddad disse que pretende fazer com que a cidade recicle 10 vezes mais. E Isso é um trabalho muito árduo porque é preciso ampliar todo o sistema para conseguir dar conta de uma ampliação, por menor que ela seja.”, explica Cezar. Para o secretário o elo mais importante dessa corrente é o cidadão. “Falta o cidadão se comprometer mais com a política. A gente ainda tem noticias de que pessoas não separam se quer os resíduos úmidos dos secos e que existem pessoas que mandam até animais mortos junto com o lixo doméstico. A pessoa que recolhe o lixo na porta da sua casa não vai ter como abrir a sacola e conferir o que tem lá dentro. Então acho que falta colaborar mais.”, aponta o secretário. Lixo é Lucro A Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis Natureza Viva (ASCANAVI) nasceu em 2002 com a intenção de proporcionar renda aos catadores que trabalhavam no antigo lixão da cidade. Atualmente, a associação tem 48 associados. Todos os 2,5% do material que é reciclado na cidade passa pelas as mãos dos responsáveis pela triagem no galpão da ASCANAVI, que fica na BR-116. Papel, plástico, cobre, ferro e isopor passam por diversos processos para, posteriormente, serem comercializados em cidades como Belo Horizonte e Era Nova. A entidade não tem qualquer contrato de comercialização com empresários do ramo, ou seja, a mercadoria é vendida para quem oferece o melhor preço. “Muita gente acha que o dinheiro vai para a prefeitura. O que não é verdade. O dinheiro fica aqui e é distribuído entre todos os associados.”, explica a coordenadora de finanças Raquel Rodrigues da Silva. Ela acrescenta ainda que além de diminuir

Catadores que vivem da coleta seletiva trabalham na Ascanavi, que prepara 2,5 lixo coletado na cidade para a reciclagem

o impacto do lixo no meio ambiente, o trabalho realizado pela entidade também possibilita benefícios sociais. “A maior parte das pessoas aqui não tem outra fonte de renda e possui escolaridade baixa. Então, tem pai e mãe de uma mesma família trabalhando com a gente. São cerca de 280 pessoas que dependem dessa renda proveniente do trabalho com materiais recicláveis.”, diz Raquel. Cada um dos associados recebe em média 600 reais por mês. Coleta Seletiva Segundo o professor de meio ambiente e recursos hídricos da

Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), Alexandre Sylvio, um dos impactos positivos da coleta seletiva é o aumento da vida útil dos aterros sanitários, isso devido a redução da carga depositada nesses locais. Além disso, com a queda do depósito dos materiais com longo tempo de decomposição, há uma elevação da taxa de decomposição da matéria orgânica. Segundo o especialista, isso facilita a produção do gás metano, que pode ser utilizado para geração de energia elétrica. “A reciclagem é capaz de reduzir também a pressão sobre a exploração dos recursos naturais. É capaz de gerar renda para as pessoas que vivem dessa atividade e é um ato de cidadania fantástico.”, finaliza Alexandre.


ELEIÇÕES

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014 Arquivo Pessoal

A presidenta Dilma está confiante na vitória

Dilma na frente A presidenta Dilma está à frente nas pesquisas e tem mais chances de vencer a batalha contra Aécio Neves neste domingo

Dilvo Rodrigues / Repórter

A reeleição de Dilma é fundamental para consolidar projetos federais importantes que já começaram em Governador Valadares, mas que ainda precisamos estar atentos e acompanhá-los até a conclusão.

Leonardo Monteiro Deputado Federal - PT

No próximo domingo (26), o Brasil vai acompanhar o desfecho da campanha eleitoral que vai apontar quais rumos o país deseja seguir a partir de janeiro de 2015. A disputa se dá entre Aécio Neves (PSDB), ex- governador de Minas Gerais por dois mandatos e atual senador da República, e Dilma Rousseff (PT), ex-chefe da Casa Civil, durante o governo Lula e atual presidente da república. Em jogo está mais que uma disputa entre dois candidatos e dois partidos, a disputa e o debate proposto agora pelas campanhas políticas são a respeito de dois planos ou projetos diferentes de país. O senador Aécio Neves disputa sua primeira eleição presidencial pelo PSDB. O candidato tucano faz parte da família de dois dos mais importantes políticos mineiros. Ele é neto de Tristão da Cunha e de Tancredo Neves. Aécio entrou para a política em 1981, quando trabalhou na vitoriosa campanha do avô Tancredo ao governo de Minas Gerais. O candidato tucano tem sido um ferrenho crítico ao governo do PT, principalmente no que diz respeito aos recentes escândalos de corrupção na maior empresa estatal do país: a Petrobras. Ele ainda tem como ponto positivo uma considerável aprovação de seu desempenho enquanto governador de Minas. Entre 2003 e 2013, o PSDB mineiro comemora o aumento de 76% nas equipes de atenção primária em saúde, a alta de 138% no número de viaturas policiais, o salto de 765% nas vagas prisionais e o crescimento de 48% nas rodovias pavimentadas. Ele propõe mudanças profundas nos sistemas político e tributário brasileiro, que provavelmente vão atingir os setores dos serviços públicos, segurança e infraestrutura. Além disso, se compromete a dar maior autonomia e repassar mais verbas para os estados e municípios. E vê a política do “Choque de Gestão” com a grande ferramenta capaz de tornar a administração pública mais eficiente. André Merlo, secretário de estado da Agricultura, está otimista com a campanha de Aécio Neves. “Venho trabalhando pela renovação política em nossa cidade e região e acredito que a alternância de poder é salutar em um processo democrático. Por isso eu voto e

Aécio Neves também confia em uma vitória neste domingo

apoio Aécio Neves para Presidente, pois acredito que as inovações implantadas por Aécio na administração pública de Minas vão servir de exemplo para ajudar o Brasil a fazer as mudanças que toda a população exige, na educação, na saúde, na segurança, no combate à inflação e principalmente no setor Agropecuário com a criação do Superministério da Agricultura, que fará com que este setor tenha apoio e seja tratada com a importância que merece. Ele é o candidato que tem as melhores propostas para fazer as transformações que o Brasil precisa e restaurar a dignidade na vida pública”. Já a candidata do Partido dos Trabalhadores, Dilma Rousseff, tem como principal legado as conquista sociais dos últimos doze anos de governo do PT. Os maiores avanços dos mandatos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma são o desenvolvimento econômico e social, políticas públicas progressivas, geração de empregos, aumento da renda e proteção dos direitos trabalhistas. Desde 2002, são cerca de 20 milhões de empregos com carteira assinada criados. Mais de 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza e 42 milhões passaram a compor a chamada classe C, promovida principalmente por programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. De acordo com o deputado federal Leonardo Monteiro (PT), o Brasil é governado para os interesses nacionais, e não mais para os interesses do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou dos Estados Unidos. “A reeleição de Dilma é fundamental para consolidar projetos federais importantes que já começaram em Governador Valadares, mas que ainda precisamos estar atentos e acompanhá-los até a conclusão. Já começaram as obras de construção do campus da Universidade Federal e também as obras de duplicação da BR-381, agora é hora de trabalhar em Brasília para que essas conquistas não fiquem travadas. Precisamos garantir, por exemplo, que a BR-381 seja duplicada em toda sua trajetória entre BH e Valadares, como já foi definido pela presidenta Dilma Rousseff, e precisamos garantir também que seja cumprido o compromisso da presidenta de que aconteça a duplicação da Ponte do São Raimundo, na BR-116.”, aponta o deputado federal.

Acredito que as inovações implantadas por Aécio na administração pública de Minas vão servir de exemplo para ajudar o Brasil a fazer as mudanças que toda a população exige, na educação, na saúde, na segurança, no combate à inflação e principalmente no setor Agropecuário.

André Merlo Secretário de Estado da Agricultura


GERAL 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

SAÚDE E BEM ESTAR

Acesso Avançado: melhorias e satisfação para a comunidade e profissionais da saúde do Jardim Pérola

Gina Pagu

Da Redação

Depois de receberem uma unidade de saúde totalmente reformada em julho deste ano, os moradores do Jardim Pérola e região tiveram agora a implantação do sistema de Acesso Avançado nas Estratégias Saúde da Família I, II, III e IV. Na tarde de terça-feira, a comunidade teve a oportunidade de conhecer como funcionará a nova proposta de atendimento, que conta agora com horário estendido, ampliação da equipe e melhorias no atendimento, que após avaliação pode ser realizado na hora (em caso de urgência) ou viabilizado em até 72 horas. “Assim, nós conseguimos garantir que os profissionais permaneçam mais tempo nas unidades, ampliando a cobertura, oferecendo mais qualidade no atendimento e melhor assistência à comunidade”, explicou a prefeita Elisa Costa. O Acesso Avançado qualifica o vínculo da pessoa com a equipe, para que o paciente consiga um atendimento quando precisar, no horário mais adequado e com agendamento mais rápido. Busca-se resolver a maior parte dos problemas e necessidades de saúde da população no local mais próximo de sua residência. As equipes são compostas por médico generalista (clínico geral), enfermeiro, técnico em enfermagem e agentes comunitários de saúde. “Valadares é a primeira cidade do Estado de Minas Gerais a implantar essa nova modalidade e queremos que as pessoas se sintam acolhidas”, explicou a secretária de saúde Kátia Barbalho. Maria Neuza compareceu à solenidade e foi convidada a representar os moradores da região. “Ainda não precisei vir neste novo horário, mas já consegui agendar rapidamente consultas e fazer exames. Essa mudança vai ser muito boa, principalmente para quem trabalha fora e não tem tempo de vir à unidade de saúde. Agora, ninguém vai ter do que reclamar, porque o governo está investindo e mostrando que

A Prefeita Elisa Costa esteve presente à solenidade de implantação do sistema avançado nas Estratégias Saúde da Família I, II, III e IV

em Valadares a saúde das pessoas é prioridade”, afirmou. Alice Cirila da Costa mora no Jardim Pérola há quase 50 anos e manifestou-se: “Fiquei sabendo desta novidade pela minha filha, que veio pegar ficha e foi atendida na mesma hora. Aí, eu vim também! Posso dizer que está maravilhoso este novo horário de atendimento porque antes a gente

tinha que vir de madrugada para pegar senha, era preciso dormir na fila e, com isso, corríamos o risco de ser assaltados ou de levar um tiro. Agora, está perfeito: a segurança, a comodidade, o conforto, o atendimento e os médicos!” Os atendimentos podem ser feitos de segunda a sexta-feira, das 8 às 14h e das 15 às 21h, e, nos sábados, das 8 às13h.

OAB

Fiemg Regional Rio Doce realiza mais uma edição do Rodada de Negócios Gina Pagu / Repórter A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Rio Doce, através do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Valadares – Sinvest/GV promoverá entre os dias 6 e 7 de novembro, a 3ª edição da Rodada de Negócios. O evento tornou-se a maior comercialização entre a indústria do vestuário de Valadares e todo comércio do Leste de Minas Gerais. O evento reunirá durante dois dias, as principais fábricas de roupas da cidade, com a finalidade de dar oportunidade aos lojistas e revendedores autônomos de comprarem direto com os fornecedores locais e conhecerem o que é fabricado na cidade. A Rodada de Negócios atrai compradores de toda a região, que visitam a feira para negociar diretamente com os fabricantes. Segundo a presidente da Fiemg Regional Rio Doce e do Sinvest/GV, Rozâni Azevedo, a iniciativa em promover a feira de negócios surgiu por Valadares ter um forte setor industrial no ramo de confecção e ter sido um dos principais polos mineiros do segmento, mas que atualmente não tem atraído os compradores locais, que em sua maioria estão escolhendo fazer suas compras em grandes centros. “Com a realização da Rodada de Negócios que-

remos fortalecer a cadeia produtiva e a geração de negócios. Mostrar para os lojistas, que temos na cidade empresas que oferecem produtos de qualidade e com bons preços. Muitos deles buscam em showroom de São Paulo e Belo Horizonte o que encontram nas confecções da cidade. Queremos fortalecer o setor vestuário, valorizar a indústria local, que promove a geração de emprego e renda no município”, informou. Além de valorizar o setor do vestuário na cidade, a feira também proporciona destaque para as novas coleções das marcas locais, gerando oportunidade para que todo o potencial produtivo mineiro seja ofertado também para outros mercados. A empresária Mara Pereira, proprietária da Kira, participa da feira desde a primeira edição e vê no evento a oportunidade de fazer bons negócios. “O Rodada de Negócios é um lugar propício para divulgarmos nossa marca e ampliarmos o nosso atendimento. Este é o terceiro ano que participo e a expectativa de vendas para esta edição são muito boas”, disse a empresária. A Rodada de Negócios estará aberta ao público de 14h às 20h, na Fiemg Regional Rio Doce, na Av. Brasil, 4000, Centro. Os interessados em saber mais sobre o evento poderão ligar nos telefones (33) 3272.4850 e (33) 3272.6467.

No próximo dia 4 de novembro, às 19h, no auditório Noé Machado, na Casa do Advogado, será realizado o XVIII Encontro de Estudos Jurídicos. O evento é aberto para advogados e estudantes. As inscrições ainda podem ser realizadas na sede da instituição ou pelo telefone (33) 3271-1452. O encontro, promovido pela OAB/GV em parceria com a Escola Superior de Advocacia irá abordar os temas: Cooperativas, terceirização e caracterização do Vinculo empregatício, e Doenças profissionais e acidentes do trabalho. Garanta sua vaga.

Valadarense Com o objetivo de incentivar a prática de atividade física e uma vida mais saudável, a Empresa Valadarense realizará, no dia 8 de novembro, a I Caminhada + Saúde na Ilha dos Araújos. O evento será aberto para os funcionários e familiares, pois além de proporcionar momentos agradáveis, também será uma ótima oportunidade de lazer e confraternização entre os colaboradores da empresa. A iniciativa visa contribuir inclusive para o combate ao estresse e outras doenças decorrentes do dia a dia, fazendo assim com que a empresa participe direta e ativamente na promoção da saúde e do bem estar de seus colaboradores.

COMUNIDADE

Agentes comunitários são presenteados com festa Cama elástica, gincanas, pipoca, algodão-doce, picolé, refrigerante, cachorro-quente, chiclete, lembrancinhas e músicas infantis – assim foi a festa De volta à velha infância, realizada na semana passada pelos profissionais da coordenação da Estratégia Saúde da Família (ESF) para homenagear centenas de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) pelo seu dia, comemorado oficialmente em 4 de outubro. Um dos locais mais animados da festa foi um espaço disponibilizado para uma sessão de fotos. Lá havia placas com dizeres animados e adereços como plumas, óculos, chapéus, bocas e

bigodes postiços. Tudo para que os agentes pudessem desfrutar de momentos de descontração e lazer, saindo um pouco da rotina. “Esta festa é em agradecimento e reconhecimento pelo trabalho de vocês, que são os responsáveis por fazerem e multiplicarem nossa história; vocês fazem a diferença na saúde de Valadares”, declarou a secretária municipal de saúde Kátia Barbalho. A agente comunitária de saúde da ESF Altinópolis I Edilene Cabral foi uma das que mais se divertiram, aproveitando a ocasião para tirar fotos a cada hora com um apetrecho. “Exatamente hoje estou comemorando

cinco anos como ACS e posso afirmar que esta festa é uma recompensa para nós. É muito gratificante quando reconhecem o valor do seu trabalho, do seu esforço”, declarou. Sirlene Cunha da Silva, que é ACS há nove anos, contou que há tempos não faziam uma festa para eles e não poupou elogios para ao evento. “Amo minha profissão; gosto de lidar com o público, conheço todas as pessoas da comunidade do Ipê e microáreas. Só tenho que dizer que gostei demais da festa, estava tudo perfeito: pensaram e planejaram cada detalhe! Estou muito feliz; está tudo lindo”, disse.


GERAL

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BRAVA GENTE

FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

LUIZ ALVES LOPES, O DR. LUIZINHO

Ombudsman

Arquivo Pessoal

José Carlos Aragão

Escolhas Nunca antes, na história desse país, vi uma campanha eleitoral de nível tão rasteiro. E a cada debate entre candidatos na tevê, o nível parece descer mais. Para alguns analistas, já nem se pode mais chamar aquilo de nível... Os candidatos não medem palavras – a exemplo das próprias campanhas no horário eleitoral – para acusar seu adversário de corrupção, roubo, conivência, omissão, incompetência, desvios de recursos e de conduta, nepotismo, má gestão, incoerência, arrogância, preconceito, leviandade e até insinuações de embriaguez ao volante e uso de drogas. Os candidatos se acusam mutuamente de mentir, mas nenhum deles sequer traz à luz a verdade que os redimiria. Acusam e, depois, mandam o eleitor conferir as provas das denúncias na internet. Ora, na internet? No site de seu próprio partido ou de sua campanha? Ou no site do Tribunal de Contas – que saiu do ar justo durante os momentos cruciais da campanha eleitoral? Quiçá nos chulos e incivilizados debates entre suas torcidas organizadas pelas redes sociais! Assim, como nenhum candidato tem nariz de Pinóquio, não é nada fácil o eleitor saber quem está mentindo mais. Ou menos. A imprensa até que poderia ajudar a investigar as denúncias, apurar inverdades e tornar públicas as propaladas mentiras. Só que não. Porque a legislação eleitoral engessa a liberdade de expressão e o acesso à informação. A começar pelos sites de instituições governamentais, que têm que ser inteiramente reformulados para a retirada de qualquer dado, informação, serviço, marca ou programa que possa configurar, aos olhos da inepta Justiça Eleitoral ou dos partidos de oposição, alguma forma de propaganda política explícita ou subliminar, em favor de A ou B. E que se dane o simples cidadão que precise acessar um site de algum órgão do governo apenas para obter uma simples segunda via de uma guia que, antes da campanha eleitoral, estaria disponível em dois ou três cliques de um mouse. Manietada por uma legislação que a obriga a dar tempos e espaços iguais em sua programação e páginas, rádios, tevês e jornais são, muitas vezes, forçados a encher linguiça com falas e atos de campanha insignificantes de candidatos inexpressivos, em nome de uma equidade inexistente e uma pretensa, mas arbitrária, isonomia. Apurar e denunciar crimes e contravenções de candidatos nesse período é quase impossível. Muito do que se apura ou que já é de amplo conhecimento, não pode ser publicado ou comentado pela mídia, mas se espalha feito praga pela internet, em páginas fictícias e em trollagens de cabresto do partido A ou B. Os telejornais e a mídia impressa até fazem o que podem pra driblar a mordaça da lei, mas tudo o que o espectador, ouvinte ou leitor tem são meias verdades, informações incompletas e linguagens cifradas (como as famosas receitas de bolo que o Estadão publicava em suas páginas, em substituição às notícias censuradas pela ditadura de então). É sabido que a imprensa, em nenhum lugar do mundo, é neutra: ela sempre torce para o candidato A ou B. Tudo bem, somos uma democracia e todos têm – ou devem ter – o direito de apoiar A, B, C, D ou até X, Y, Z (se é que todas as opções de legenda que se nos oferecem cabem em nosso alfabeto). Assim como os políticos têm seus fiéis e ocasionais eleitores, jornais têm leitores. E, em certas ocasiões, eleitores e leitores vivem o mesmo dilema: fazer suas escolhas. Não importa se é Dilma ou Aécio; não importa se é Veja, Rede Globo ou Folha. Ou Figueira.

Luizinho com a camisa do Democrata, durante amistoso contra o Cruzeiro, que teve o reforço de Mané Garrincha (anos 1970)

Luizinho, craque dentro e fora de campo Da Redação Aos 65 anos de idade, Luiz Alves Lopes, o “Dr. Luizinho”, nasceu em Vermelho Velho, Minas Gerais, mas se considera um valadarense. Afinal, ele chegou a Governador Valadares quando tinha 12 anos de idade. Menino pobre, começou sua carreira trabalhando como office boy na Prefeitura Municipal. Além de trabalhar, o garoto Luizinho dedicava as suas horas de folga à sua grande paixão: o futebol. Jogava bola com a turma do Canelinha, no bairro São Paulo. Nesta turma, estava o lendário goleiro Juvenal, Tião Batucada, Vanda Burunga, Zé Grilo, Getúlio, Jairo (estes vivos, ainda) e muitos outros. Luizinho ainda hoje é um “Atleta de Cristo” no sentido mais amplo da palavra, não por levar a Bíblia para o campo de futebol, mas, por dedicar-se com amor a tudo o que faz. Jogou no Gráfico, time comandado pelo jornalista Antor Santana, do Bairro Santa Terezinha, em 1965, passou pelo Rio Doce (time do técnico João Rosa) entre 1966 e 1968, e de lá foi para o Esporte Clube Democrata, no período entre 1969 a 1975. Depois disso, foi estudar Direito na Fadivale. Optou pela área criminal e se tornou um advogado brilhante. Apaixonado pelo Direito Penal, Luizinho, amado e odiado, ousou acreditar num método em que o preso deve ser tratado com respeito e dignidade. Profissional corajoso, sofreu horrores por defender a minoria que a maioria gostaria de ver em prisão perpétua ou na

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

cadeira elétrica. Sempre lutou pelo tratamento humano aos presidiários e às presidiárias. Foi ele quem implantou na cidade o método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados - entidade civil de direito privado, com personalidade jurídica própria, responsável pela administração de Centros de Reintegração Social). E ocupou o prédio do antigo Cenisa, no bairro Santa Rita, destinando as suas instalações para a APAC Feminina. Tudo contra a vontade de muitos moradores, que já tinham tido experiência desastrosa com o antigo Cenisa, que sempre foi sinônimo de confusão no bairro, como rebelião, tiroteios e fugas de meninos. Mas, com sabedoria, ele ganhou a confiança de muitos, falando sobre o Método APAC. O seu trabalho à frente da APAC é digno de louvor. “Quem se importa com quem está preso? Somente Deus mesmo...”, diz sua esposa, a professora Maria Inês Marques Guimarães Lopes, que acompanhou de perto o empenho do marido nas manhãs de segunda a segunda nas dependências da APAC, batalhando para reforma, adequação, contratação de funcionários, conquista de voluntários, sensibilização da execução penal e conscientização das presas sobre o método. O Dr. Luizinho tem saúde frágil, mas, segundo Maria Inês, Deus tem sustentado sua vontade de lutar... tanto que ele, mesmo debilitado, levantou a bandeira da APAC Masculina. Destemido, lutador e cidadão que respeita os direitos humanos, o Dr. Luizinho é Brava Gente!

Além do Arco-íris NUDIs

Prazer, somos jovens Numa sociedade que impõe padrões, jovens de todas as épocas e lugares demonstraram e ainda demonstram preocupação em ampliar o leque da concepção de cultura e sociedade. Na história, a uniformização e a imposição de padrões culturais, por vezes calaram a diversidade própria que nasce de cada sujeito que deseja criar, recriar e compartilhar saberes e formas de ser e estar no mundo. Com o avanço das tecnologias e também da consciência critica sobre a pluralidade étnica existente no planeta, várias nações foram aprofundando o direito à diversidade e ao território. Nela muitos grupos antes esquecidos ou explorados puderam se fizer ouvir, seja através de enfrentamentos de massa (manifestações públicas, protestos, debates, etc) como também da valorização das culturas populares por meio de investimentos da sociedade civil e dos governos locais. O sentimento de que cada um/a é único/a e que cada um produz de forma diferente a sua individualidade fez emergir “coisas” coletivas (res = coisa /república = coisa pública). Produções autônomas e de superimportância pra história local e pra sua identidade coletiva. Nesse sentido, é histórica a ousadia de vários movimentos juvenis em questionar padrões éticos, morais, culturais, religiosos, que ao se apresentarem propu-

Estamos no auge da cultura hip hop no Brasil. Culturas juvenis que se recriam através de ações colaborativas, meios de produção alternativos, de socialização rápida. Anseiam por mais espaços e recriam os já existentes.

Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, comprovam esse “juvenicídio”. É a mesma diversidade apontada acima que se estabelece ainda como foco da intolerância e exclusão. E sofre. Sofre com uma cultura de violência que ainda é pautada pelo conjunto de uma sociedade que nas telenovelas ou nos filmes vibra e consome o diferente mas na vida real e cotidiana desrespeitam, negam, silenciam aqueles que abraçam sua diferença. Estamos no auge da cultura hip hop no Brasil. Culturas juvenis que se recriam através de ações colaborativas, meios de produção alternativos, de socialização rápida. Anseiam por mais espaços e recriam os já existentes. Denunciam a exclusão, mas ao mesmo tempo propõem a criação de territórios de paz através da musica autoral, da dança de rua e da estética livre. É preciso efetivar políticas e ações dentro da cidade e do campo para que cada diferença, cada particularidade encontre seu porto seguro. E redefina a cidade como um lugar de todas e todos.

seram de forma concreta que tipo de sociedade almejavam. Isso aconteceu com o movimento hippie, negro, gay, feminista, das favelas, estudantil, das periferias, das comunidades tradicionais, quilombola, indígena, dos morros, etc. Neles, a juventude ousa gritar pra dizer que ser jovem possui uma variedade de formas, cantos, movimentos, escritas, corpos, sexos. Mas, isso não quer dizer que estejamos ainda no patamar de convivência pacifica diante de tamanha diversidade. Muitos jovens do sexo masculino, negros, pobres são extermina- Carlos Henrique Santos, diretor de Juventude (SMCEL), membro dos. Dados do Mapa da Violência de 2010, publicado pelo NUDIs, Núcleo de Debates sobre Diversidades e Identidades


COMPORTAMENTO

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

Slackline

O esporte do equilíbrio físico e mental Arquivo Pessoal

Gina Pagu/Repórter

Praticado sobre uma fita de nylon com 50 milímetros de largura e 15 ou 25 metros de extensão amarrada em dois pontos fixos, geralmente a 30 centímetros do chão, o atleta se equilibra como numa corda bamba, anda, faz manobras e salta por cima da fita. O Slackline surgiu em meados dos anos 80 na Califórnia, Estados Unidos, a partir da necessidade de escaladores de aprimorar os treinamentos. A modalidade já conquistou muita gente no Brasil, e em Valadares também. O esporte que teve seu auge em 2011, hoje conta com somente 10 atletas praticando-o ativamente. Jorge Henrique, que faz parte desse grupo, diz que a modalidade já teve competidores nacionais. “O slack teve seu ápice em Valadares quando tínhamos competidores que buscavam vitória em campeonatos brasileiros e sul-americanos, hoje em dia o esporte está quase morrendo.” Henrique fala que o slackline é um esporte que vai além da prática, que faz bem para o corpo e a alma. “Para mim, é mais que uma onda do momento, pois me deixa calmo e tranquilo. O fundamento principal do slack é você conseguir esquecer tudo em sua volta e ter um ponto fixo, proporcionando paz e calmaria.” A professora de educação física, Aline Araújo, explica que essa modalidade é uma junção de concentração e equilíbrio, que trabalha o físico e o psicológico dos atletas. Para ela, “O slack é um esporte que está crescendo no BraDilpho Castro, se equilibrando na corda bamba do slackline. Esporte está crescendo muito no Brasil e leva adeptos a momento de lazer sil, pois além de divertido, é uma atividade que melhora equilíbrio, postura, concentração, provoca aumento de forBenefícios zação de manobras e saltos de equilíbrio extremo. O Lonça e redução do estresse.” gline é praticado com uma fita em distâncias maiores que Araújo diz que quem quiser começar precisa tomar algu50 metros, o Highline é praticado em alturas superiores Casal slackline a 5 metros, e requer atletas experientes em técnicas de mas precauções e conquistar um passo de cada vez. “Para Dilpho Castro e Joyce Vasconcelos fazem parte do gru- alpinismo, por usar equipamentos de segurança. E o Wa- os iniciantes, é necessário ter alguns cuidados como conhecer bem a colocação da fita, procurar locais resistentes para po de atletas que em Valadares ainda mantém o slackline terline é feito sobre as águas, em piscinas, praias, rios. O casal slackline só se separa na hora de escolher o sua fixação, escolher lugares com praias e parques, pois as em atividade. Eles são casados e apaixonados não só um pelo outro, mas por esse esporte também. “Descobrimos estilo. Dilpho diz preferir algo mais radical: “Hoje, o meu quedas podem ser amenizadas pela grama ou areia. Deve-se o slack há um ano, e ficamos deslumbrados, logo come- objetivo é fazer o Highline que é andar e fazer manobras também ficar atento com a altura da corda, comece com uns çamos a praticar juntos. Pra mim, é como uma válvula de estáticas na fita em alturas extremas. Tem a modalidade 30 centímetros, tenha alguém por perto para dar as mãos, e escape pela qual é possível melhorar a postura, ter foco e Trickline que permite manobras mais radicais, saltos, cam- vá se soltando aos poucos.” O esporte é indicado para todas as idades, desde criança concentração para a vida, além de trabalhar de forma pri- balhotas. Mas, estou com 37 anos e acho mais interessanmorosa toda a musculatura e muitas partes do corpo que tes as manobras estáticas de equilíbrio e concentração que de 5 anos a adultos com 80. Muitos escaladores, skatistas e o Highline pode me proporcionar.” Joyce adapta-se melhor surfistas praticam slack como uma forma divertida de treinar no dia a dia não trabalhamos”, explica Joyce. O slackline se divide em quatro estilos: o Trickline, ao waterline, pois “geralmente, quem gosta de slack gosta seu esporte, já que os movimentos e músculos são semelhanquando se pratica com a fita de 15 ou 25 metros, a partir de natureza, praias, florestas. E eu tenho uma preferência tes aos realizados no slack. É muito saudável no sentido de que não há impacto nas articulações. de 30 centímetros de altura do chão, permitindo a reali- maior por águas.”

Vitória a Minas Vinícius Quintino

Agora é a vez da urna eletrônica Nunca antes na história desse país se viu tamanha onda de boataria tomar conta da disputa eleitoral. “Repassem... Repassem... Aconteceu com a prima de uma amiga minha! É sério gente! Repassem! Estamos correndo perigo! Eu já fiz a minha parte e agora é sua vez”. Mensagens como essas estão se tornando cada vez mais corriqueiras no dia a dia do brasileiro, e não é diferente no Espírito Santo. Somente nos últimos dias, em um dos mais famosos grupos de discussão da capital capixaba no Facebook, foram colocados em pauta temas como a aquisição da Companhia Friboi pelo filho do ex-presidente Lula, o vício de drogas do candidato Aécio Neves, famílias que recebem mais de quatro mil reais do programa Bolsa Família, além de outras baboseiras sobre a revolução bolivariana que não merecem ser comentadas. No entanto, como era de se esperar em tempos de eleição, a bola da vez parece ser a credibilidade da brasileiríssima urna eletrônica. Um alerta de fraude em letras garrafais chamava a atenção dos leitores no grupo: ALERTA!!!! FRAUDE???? As urnas eletrônicas foram programadas para não aceitar votos para Aécio Neves nas eleições. Quando alguém votava 45, aparecia uma barra de carregamento e o voto era anulado. Esse boato foi tão alarmante que até mesmo o guru das guloseimas, Olavo de Carvalho, caiu no conto do vigário. Disse delicadamente o filósofo tucano: “se as maquininhas de votar continuarem sistematicamente rejeitando os votos em Aécio Neves, então o regime democrático terá sido extinto no Brasil pela maior fraude

eleitoral da nossa história, e eu mesmo, pessoalmente, enviarei um requerimento ao comandante das Forças Armadas solicitando a deposição e prisão de todos os mandatários petistas”. O fato ganhou notoriedade e foi preciso que o próprio presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Dias Toffoli, fosse a público para explicar os mecanismos de segurança da urna eletrônica. Segundo o ministro, a barra de carregamento que aparecera em algumas urnas se tratava do processamento normal dos dados pelo software de votação, sobretudo quando o eleitor digitava rapidamente o número de todos os candidatos. A divulgação de estórias como essa, na véspera do primeiro turno, já soava como o tradicional terrorismo de alguns PSDBistas mais afoitos. Tudo parecia ser mais um exemplo da exaltação egoísta do narcisismo tucano, tentando legitimar o suposto fracasso do candidato Aécio Neves diante das pesquisas de intenção de voto à época. O que não se imaginava é que institutos tradicionais como o Ibope e Datafolha iriam apresentar números discrepantes daquela forma. Promover boatos como esse no calor da votação pode ser até compreensível (um pouco menos vindo daqueles que se autointitulam filósofos condecorados), mas beira o ridículo repeti-los após o resultado das eleições. Basta ver que Aécio superou as suas próprias expectativas, assim como Geraldo Alckmin se elegeu governador em primeiro turno e José Serra ganhou a disputa para o Senado.

Inclusive, o famoso aplicativo para celulares – Você Fiscal – desenvolvido por uma empresa privada, para auditar os Boletins de Urna (BU) em todo o Brasil, não apresentou nenhum indício de eventual tentativa de fraude ou erro nas eleições brasileiras (nos mais de 11.500 BUs investigados). O mais incrível de tudo isso é que, logo após a divulgação dos primeiros números do primeiro turno, os boateiros de plantão se acalmaram. Mas, como de praxe, não apareceu ninguém para pedir desculpas pelos erros, pelas conclusões apressadas e pelas calúnias lançadas sobre o PT. Nada! Nem mesmo a mais devota alma cristã se arrependeu. Simplesmente, esqueceram que estavam cogitando a maior fraude eleitoral da história do país e dormiram em paz. Hoje, após a candidata Dilma Rousseff figurar novamente em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto o assunto sobre as urnas eletrônicas voltará novamente a circular pela rede. Acredita-se, porém, que após a comprovação de mais um boato infundado, cresça o número pessoas céticas quanto à fragilidade da urna e que o complexo tupiniquim de inferioridade não retire o brilho do sucesso da organização das eleições brasileiras.

Vinícius Quintino é pesquisador em Administração Pública e Servidor Público Federal


CORRESPONDENTES 10

FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

D’outro lado do Atlântico José Peixe / De Lisboa

Domingo decisivo para o futuro do Brasil Bem sei que que os meus artigos devem fazer referência a assuntos atuais e que sejam deste lado do Atlântico. Mas perdoem-me os leitores do “Figueira”, mas esta semana não poderei ficar indiferente ao segundo turno das eleições presidenciais no Brasil, que terá lugar no próximo domingo. E tal como eu, existem milhões de jornalistas, emigrantes brasileiros espalhados por todos os cantos do Mundo, analistas políticos, empresários e chefes de estado que, no domingo, vão estar com os olhos postos no Brasil. Vai ser um momento fulcral em que o eleitorado brasileiro vai decidir em consciência e liberdade qual vai ser o rumo e o futuro do Brasil nos próximos tempos. É que o Brasil não é um país qualquer. Continua a ser uma das economias emergentes mais promissoras e uma das maiores potências da América do Sul. Os eleitores brasileiros vão decidir o futuro da nação Não sendo cidadão brasileiro e respeitando a ética e deontologia jornalística, nem sequer me vou pronunciar qual seria a minha opção dadãos muito ricos e outros que não têm praticamente nada. Sou defene voto. Apenas quero deixar a mensagem para que no domingo, todos sor de um Brasil mais equilibrado, mais justo e mais igualitário. De um os brasileiros vão votar. Demonstrem ao Mundo que apesar de todos os Brasil onde a justiça funcione e onde todos os cidadãos, independenproblemas que existem no país, o Brasil não é terceiro mundista não. O temente do seu credo religioso, político ou da sua raça ou cor, tenham direito a um sistema de saúde público e à educação. Brasil é uma nação com um potencial quase ilimitado. No meu entender, as eleições do próximo domingo podem definir É evidente que o próximo chefe de Estado brasileiro que for eleito no domingo tem pela frente um trabalho hercúleo para tentar combater com clareza o futuro de um Brasil que se quer afirmar no mundo como a corrupção que se instalou no país há mais de quatro décadas. Vai ter uma potência. Ou uma opção por um Brasil estagnado e sem grandes que travar o índice de criminalidade que não pára e subir. E sobretudo, chances de afirmação internacional. Mas repito, compete aos eleitores vai ter que repartir a renda de forma mais justa. É que não faz sentido brasileiros fazerem essa escolha de forma livre e democrática. Sobre a campanha eleitoral nem me quero alongar muito, porque que num país tão rico como o Brasil, existam milhares de cidadãos que pelo que acompanhei na mídia internacional e brasileira, deu para pernão têm terra, tecto, pão nem trabalho. Quem me conhece sabe que eu sou contra um Brasil que tenha ci- ceber que se gastou muito tempo com histórias da devassa íntima e fa-

Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

Ainda a eleição

a eleição do candidato mineiro um retrocesso no cenário político nacional.

Temperatura subiu – Literalmente, a temperatura subiu em São Paulo. E não só no já quentíssimo cenário eleitoral. Na última quinta-feira os termômetros marcaram 37,8 graus na Capital paulista, a mais alta temperatura nos últimos 71 anos, quando se começaram os registros de temperatura local. Com todo este calor a crise de abastecimento de água persiste. Agora, passada a eleição, que garantiu mais quatro anos ao governador Alckmin, Dilma Pena, a presidenta da Companhia de Saneamento Básico do Estado admitiu a falta de água. Em algumas cidades o racionamento de água já começou. E a falta já começa a afetar importantes serviços públicos. A Universidade de Campinas, por exemplo, já iniciou rodízio de trabalhos.

Cultura I – Durante a campanha eleitoral temos visto uma série de declarações de apoio de artistas e intelectuais aos candidatos a presidente. Na última segunda-feira um ato de apoio à reeleição da presidenta Dilma, realizado no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo contou com a participação de série de representantes da cultura, da ciência e das artes. Entre os apoiadores de Dilma encontram-se o cantor e compositor Chico Buarque, o teólogo Leonardo Boff e a filósofa Marilena Chaui, entre outros.

Mudou de novo – Mais uma vez Marina Silva, a candidata socialista derrotada à presidência da República, que se dizia a porta-voz de uma ‘nova política’, volta atrás e muda suas ideias, mais uma vez de acordo com suas conveniências. Depois de ter afirmado, no primeiro turno do pleito, que em hipótese alguma subiria no palanque do PSDB, a paladina da nova ética na política brasileira participou na sexta-feira passada de ato em apoio ao candidato a presidente Aécio Neves em São Paulo. Entre outros representantes da ‘nova política’ que marcaram presença no encontro estavam o candidato a vice de Aécio, Aloysio Nunes, o ex-candidato a vice de Marina, Beto Albuquerque, o ex-ministro de FHC José Roberto Gregori. ‘Aécio Never’ – No último sábado, o calçadão da rua Oliveira Lima, o principal corredor de comércio da cidade de Santo André foi palco do ato ‘Aécio Never’. O encontro contou com a participação e animação de representantes de movimentos sociais e coletivos culturais que consideram

Cultura II - E o candidato Aécio Neves também contou com encontro parecido na semana retrasada na Capital paulista. Em um teatro esvaziado de público estavam presentes entre outros o cantor Lobão, que afirmou que deixará o Brasil caso a presidente Dilma seja reeleita, a atriz Lúcia Veríssimo, que declarou sua paixão por Fernando Henrique Cardoso, e o deputado estadual tucano Coronel Telhada eleito no último dia 5. Representante da conhecida ‘Bancada da Bala’, que apoia o endurecimento no trato com criminosos, Telhada é ex-comandante da Rota, do batalhão de choque da Polícia Militar paulista. Mas o que ele fazia no ato de apoio dos representantes das artes e das ciências a Aécio Neves? “Sempre fui ligado à área cultural, fiz segurança para o Gugu Liberato por 15 anos” declarou a jornalistas durante o evento. Então tá.

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

miliar dos candidatos, enquanto os eleitores preferiam escutar o que cada um deles tem de bom para o país. Como se diz aqui deste lado do Atlântico, foi uma campanha marcada por “muita parra e pouca uva”. E isso é péssimo. O que acompanhei elas redes sociais nem sequer comento. Chegou a um nível de campanha de sarjeta. E nesta área o Brasil merecia melhor porque tem excelentes técnicos de publicidade política. E para concluir este artigo só me resta desejar uma vez mais um excelente domingo eleitoral. E que os cidadãos brasileiros demonstrem ao mundo que o Brasil é um país formidável. Que ninguém fique em casa. O voto é um dos direitos fundamentais mais bonitos da Democracia. José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação

Política Lucimar Lizandro

E Dilma ultrapassa Aécio na reta final Na segunda-feira, dia 20 de outubro, foram divulgadas quatro pesquisas de intenção de voto. Todas, apontando uma virada de Dilma Rousseff sobre o candidato Aécio Neves, com diferenças que vão de 1 p.p. a 4 p.p. Por ora, uma distância pequena que pode se ampliar ou não. A conferir nos próximos levantamentos que serão publicado até o final de semana. Em votos válidos, pelo Datafolha e pelo Vox Populi, Dilma Rousseff tem 52% a 48% de Aécio; pelo MDA, Dilma tem 50,5% e o tucano 49,5%. Desde o início do segundo turno, essa é a primeira vez que todos os institutos apresentam a petista na liderança da corrida eleitoral. Até então, o tucano mantinha a dianteira, depois de uma arrancada fulminante no final do primeiro turno, quando atropelou a candidata Marina Silva e apareceu como líder nas primeiras pesquisas da fase final. É sabido por todos que essa é uma das disputas mais renhidas dos últimos tempos. A diferença apresentada nas pesquisas recém divulgadas ainda é pequena, mas, o seu efeito é psicológico e atua diretamente no moral dos exércitos que estão na disputa. Do lado petista, os números tem o poder de incendiar ainda mais a militância petista, que já estava a todo vapor nas ruas e nas redes sociais cabalando votos para Dilma Rousseff. Quanto a tropa tucana, os números divulgados podem cair como uma ducha de água fria em sua cabeça ou mesmo desafiá-la a manter acesa a disputa. Como elementos potencializadores da subida de Dilma Rousseff a s pesquisas indicam a situação econômica do país, que mesmo não sendo algo estupendo, se mostra firme diante de uma crise econômica resistente e também os programas sociais e os investimentos em educação como Prouni, Pronatec, Ciências Sem Fronteiras e a facilitação do acesso ao ensino superior, entre outras iniciativas. Do lado do candidato tucano parece ter pesado para sua queda, o desgaste de sua imagem pessoal e de gestor público, fomentados, sobretudo, por uma forte campanha de desconstrução empreendida pela campanha petista. Para agravar a situação, o tucano terá que conviver, nessa reta final com uma grave crise hídrica no Estado de São Paulo, com reflexos diretos na disputa eleitoral. Portanto, temos dois desfechos possíveis para essa reta final da campanha. Num primeiro cenário Dilma Rousseff acelera e abre uma distância confortável para o tucano, ou então, numa ação rápida, Aécio Neves recompõe suas forças e mantém a peleja como veio até agora nesse segundo turno, numa disputa acirrada, com um final imprevisível. Senhoras e senhores, façam suas apostas, a sorte está lançada.

Lucimar Lizandro de Freitas é graduado em administração de empresas pela FAGV e especialista em Gestão Pública pela UFOP.


CULTURA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

Divulgação

Valadares recebe exposição literária sobre Mário de Andrade e Vinícius de Moraes Natália Carvalho / Repórter De 23 de outubro a 13 de novembro, o Centro Cultural Nelson Mandela abriga a exposição literária “No ritmo da poesia: música e amizade em Mário e Vinícius.” O evento é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer - SMCEL, com a Superintendência de Bibliotecas Públicas de Minas Gerais para comemorar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, que acontece dos dias 23 a 29 de outubro. wA abertura da mostra aconteceu na quinta feira, dia 23, e teve como atração a banda Valadarense Lira Trinta de Janeiro. Quem

quiser conferir, a exposição ficará disponível para visita das 7h às 19h no Centro Cultural Nelson Mandela, que fica na rua Afonso Pena, 3269 – Centro.

Banda valadarense lança vídeo sobre a cidade A banda Negro Zarah lançou na semana passada, no SESC, o clipe da primeira música de trabalho do grupo. Intitulada “Entre o mar e montanha”, a canção é um reggae que faz homenagem a Governador Valadares. A jornalista e fotógrafa Silvana Soares convidou a banda para fazer um vídeo com imagens dos locais de destaque da cidade. Foram dois dias de gravações e fotos que resultaram em um trabalho que zelou pela simplicidade, descontração, mas ao mesmo tempo dinâmico e rico dentro da proposta da música. O evento também contará com uma exposição de fotos. Negro Zarah é um nome que carrega a trajetória de três músicos movidos pelo mesmo tema: a vida é muito curta para fazer aquilo que não se gosta. Em cima deste sentimento, a banda se formou meio sem querer, na casa de um e de outro, durante um ano e meio de encontros. Com um misto de ritmos, uma levada bem característica e singular, o som Negro Zarah caminha entre o rock, pop rock, reggae e clássicos da MPB. Um de seus aspectos principais é trabalhar com músicas autorais e criar um arranjo novo para as que não são autorais. Assista ao vídeo: https://mail.google.com/mail/u/0/ #inbox/14915c2422621035?projector=1

Do Litoral Gina Pagu / De Guarapari

Novo trem, velhos hábitos Calor e expectativa para embarcar no novo trem da Vale. Muita gente na Estação Ferroviária. Imagine um feriado que inclui o Dia das Crianças, de Nossa Senhora Aparecida e dos Professores? É motivo mais que suficiente para todo mundo querer viajar, e o melhor, ir de trem, no conforto do ar condicionado. E deixemos esclarecido que agora as duas classes têm direito a essa regalia. A classe econômica só perde para a executiva no quesito conforto de poltrona, a primeira reclina um pouco menos que a outra. E muda o preço da passagem, o dobro uma da outra. Quase tudo pronto para adentrarmos o trem que agora segue padrões europeus. Tem portas digitais, basta tocar no botão que a porta ‘antiesmagamento’ abre e fecha sozinha. Os banheiros são limpinhos e cheirosos, e o vaso é como dos aviões, a descarga é com pressão. É só apertar aquele botãozinho verde e pronto. As pias têm a secagem de mãos, sem aquela papelada de lixo pelo chão afora. A passagem entre um vagão e o outro tem segurança, ninguém corre mais o risco de prender o pé em algum vão e se machucar, pois ali há mais duas portas digitais e alças de segurança para os passageiros transitarem tranquilamente. As poltronas cabem gordinhos e magrinhos, tem aquelas bandejas nas cadeiras do passageiro que está a sua frente, para ser usada como mesa. Tem tv, umas dez por vagão, pontos para recarregar os aparelhos eletrônicos e para o fone de ouvido, caso você queira ouvir um radinho. Isso, além de haver somente duas fileiras de passageiros, uma de duas cadeiras juntas e outra fila de poltronas sozinhas. Por falar em tranquilidade, preciso voltar ao ponto de partida. O trem que sai de Belo Horizonte rumo ao Espírito Santo passa na Estação de Governador Valadares às 14h20, e aí que está. Quem anda de trem não costuma chegar de táxi à Estação, não tem carro próprio, ou seja, usa o transporte coletivo em algum

Eu me pergunto, um novo trem, chique, bacana e uma velha mania pra quê, se nós não perdemos a estúpida mania de sermos maleducados?

ponto de Valadares. E como passageiro do novo trem, tem que chegar na Estação pelo menos meia hora antes da partida. Pegar o busão da Valadarense para chegar pontualmente. Problemas à vista, a viagem começa a dar confusão antes mesmo de entrar no trem. Afinal, não há ponto de ônibus nos cinco quarteirões vizinhos à Estação. E nenhuma linha de transporte coletivo foi selecionada para atender os passageiros nos horários de partida e chegada dos trens. A estação ferroviária não oferece estrutura para os 1.200 passageiros que embarcam nos 17 vagões do novo trem, alguns vagões extras, tudo bem. Mas, ainda assim a estação não comporta essa gente toda. E por culpa da tradição ou da mania do brasileiro, lá estão as imensas filas para entrar, para sair, para conferir os documentos das crianças. Não há banheiros para quem fica mais de 2 horas esperando, os ventiladores não refrescam ninguém, não há uma sala de espera, e sim um forno de espera. E na hora que o funcionário anuncia que os portões serão abertos, a coisa tumultua. O povo brasileiro ainda peca na falta de gentileza com idosos, mulheres e crianças. Ninguém quer saber de ceder com calma o lugar para

Crônica Na adolescência, tinha uma namoradinha bem bacana, que adorava minhas canelas de saracura. Adorava ainda mais quando eu usava boot, aquelas botinas de cano mais ou menos longo. Eu usava essas botinas com meias curtas e bermuda. Ela chegava toda apaixonada e dizia: “Ah, tá parecendo o Chaves.” O Chaves nunca foi um parâmetro fashion na minha vida. Eu adorava o seriado mexicano, assistia todo dia no SBT. Eu assistia o mesmo episódio dez vezes. Dez vezes eu gargalhava com a mesma intensidade do mesmo episódio. Eu nunca havia reparado nas canelas do Chaves até então. Descobri que eu e Bolaños poderíamos ser gêmeos de canela. Eu não gostava, mas hoje até acho legal me sentir um pouco Chaves na vida. E, ele pode até esconder atrás da calça jeans. Mas, Sêo Madruga também tem perna de Tuiuiú. “Hélvio Piteira” era um zagueiro casca dura, apesar de ser magro e das canelas de palito. No Fluminense formou o conhecido “Trio de Ossos”, junto com Mirim e Ponce de Leon. Os caras mais pareciam primos da Olivia Palito. Quando ele foi para o Santos, diziam que o Baltazar, do Corinthians, nem encostava na bola durante os clássicos entre os dois times paulistas. Pernas de sabiá, mas eficiente “back”, o

o próximo. Isso vira um mal estar geral, as crianças começam a chorar e as mães a reclamar e o povo a xingar resmungando, no bendito calorão de 38 graus que tem feito nas últimas semanas. É bolsa, mala, sacola e caixa pra todo lado, e famílias com skate, prancha de surf e patinete. Tudo isso para as Semana das Crianças, que vira folga e motivo para a falta de educação. No calor das discussões, todo mundo, ricos e pobres que se separam nas Classes A e B do trem, vai ficando P da vida com esse tumulto. Sem contar a falta de organização dos funcionários da empresa responsável. Ufa! Faltam 20 minutos para a chegada do trem e os portões serão abertos, do outro lado das grades teremos o prazer de entrar no paraíso do ar condicionado da antiga Maria Fumaça e finalmente sairmos da confusão do embarque para o sossego do trem, das paisagens, do silêncio. E é nessa que a gente se engana, quem estava na estação logo estará no trem, quem fala alto na estação falará nos vagões, quem ouve música alta também o fará ao seu lado. Todos entramos, sentimo-nos bem no conforto do novo trem, mas durante as seis horas de viagem ficamos metade das pessoas incomodadas com os passageiros vizinhos que conversavam demais, não deixando ninguém relaxar, com as crianças que corriam nos corredores espaçosos e a outra metade pelejando para dormir, relaxar e curtir a viagem. Eu fico pensando: um novo trem, chique, bacana, mas os velhos modos, pois nós não perdemos a estúpida mania de sermos mal-educados.

Gina Pagu é jornalista e repórter do Figueira

Dilvo Rodrigues

Os canelas finas Nós, sujeitos de canelas finas, sempre precisamos nos reafirmar contra os “canelas gordas”. Não há nada melhor que um rap para reclamar nossa participação e importância no mundo. Projota assim escreveu: “Minhas canelas finas me levaram até onde eu nem imaginava ir. A realidade desse mundo é um capeta no meu ombro.

Piteira. Aliás, eu e o Hélvio temos mais coisas em comuns do que apenas um par de pernas atraentes e a elegância de Flamingos e Garças. Mas, esse papo todo mundo já conhece. Hélvio Pessanha Moreira morreu no mesmo ano em que nasci, 1984. O Vitor Belfort também tem canela fina. Não sou eu quem está falando. Antes de uma luta, o americano Michael Bisping fez uma provocação com as canelas do brasileiro. Vítor então respondeu a provocação dizendo: “Cavalo de corrida e galo bom de briga têm que ter canela fina.” Genial! Por ironia do destino,

foi um canelada na “oreia” que derrubou Bisping no segundo round. Nós, sujeitos de canelas finas, sempre precisamos nos reafirmar contra os “canelas gordas”. Não há nada melhor que um rap para reclamar nossa participação e importância no mundo. Projota assim escreveu: “Minhas canelas finas me levaram até onde eu nem imaginava ir. A realidade desse mundo é um capeta no meu ombro. Me dizendo que eu nunca vou conseguir. Calço meu boot vagabundo e saio pra ganhar o mundo como se o amanhã num fosse existir. Porque só eu sei o quanto foi foda.” Prevejo nossa participação política, prevejo nossa frases de efeito: “Somos canela fina e você não nos representa”, “A culpa nunca é da canela fina.” Gisele Bundchen desfilando em prol da associação de proteção aos animais de canelas finas. Neymar lançando uma marca de cuecas especial para os desprovidos de panturrilha. Ah, quem me dera poder escrever com as canelas!

Dilvo Rodrigues é jornalista e cronista.


ESPORTES

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FIGUEIRA - Fim de semana de 24 a 26 de outubro de 2014

QUESTÕES DO FUTEBOL - JORGE MURTINHO

Freud explica Reprodução SporTV

Em um dos trechos de O que é isso, companheiro?, Fernando Gabeira conta sobre um algoz que, nas sessões de tortura, o chamava de “turco filho da puta”. Pouco tempo depois, num período menos aterrorizante da cadeia, Gabeira ouviu do próprio torturador que “Turco Filho da Puta” era o apelido que os amigos de infância usavam quando queriam provocá-lo. O homem aproveitava as sessões de tortura para exorcizar um fantasma pessoal. No inspirado texto O eterno naufrágio, publicado na edição de outubro da revista piauí, a jornalista argentina Graciela Mochkofsky reclama do nível de agressividade na Buenos Aires de hoje, em que as pessoas parecem estar sempre bravas. Uma das explicações que Graciela encontra para o comportamento grosseiro surge numa conversa com o escritor e músico Abel Gilbert. Para ele, “a Argentina é um país inconformado com sua própria condição. O problema é a aspiração. Devíamos ser Paris, devíamos ser Nova York. É a velha ilusão argentina”. O problema aspiracional gera frustração, que gera a agressividade gratuita de um povo que não consegue caçar esse fantasma coletivo. Foi muito estranho ver o destempero de Dunga no final do jogo contra a Argentina, disputado há duas semanas em Pequim. Aos 48 minutos do segundo tempo de uma partida em início de preparação, com dois a zero no placar para a seleção brasileira e, como se diz lá no Sul, a coruja devidamente pelada, Dunga apontava o indicador para alguém no banco argentino, gritava no mais perfeito gauchês que “tu é igualzinho a ele” e levava repetidas vezes dois dedos ao nariz. Ninguém precisa ser um profundo conhecedor da alma humana para entender que o “ele” a que Dunga se referia era, simplesmente, um dos mais espetaculares jogadores de futebol de todos os tempos e maior ídolo do esporte na Argentina. E que os dedos no nariz remetiam ao problema com cocaína que quase devastou a vida do formidável craque.

É provável que, devido a uma explosiva mistura de ignorância com preconceito, Dunga não saiba que dependência química é doença, e não uma questão de caráter. Mas tudo leva a crer que há mais do que isso. Tenho a impressão de que continua a perseguir nosso raivoso treinador a cena de Maradona passando com facilidade entre ele e Alemão, deixando Caniggia cara a cara com Taffarel, eliminando a seleção brasileira da Copa de 1990 e criando o conceito “Era Dunga”. Prato cheio, seguido por um bom charuto, para um certo senhor austríaco chamado Sigmund.

Link para o gol de Caniggia contra a seleção brasileira, na Copa de 1990: https://www.youtube.com/ watch?v=mhfyM4_vYjc

Jorge Murtinho é redator de agência de propaganda e, na própria definição, faz bloguismo. Nessa arte, foi encontrado pela Revista piauí, que adotou o seu blog e autoriza a sua contribuição a este Figueira.

Canto do Galo

Toca da Raposa

Digno de pena

O calendário do futebol é uma vergonha

Rosalva Luciano

Um bom dia para você. Digno de pena! Esta exclamação entristece quando aplicada a um atleta, um atleta reconhecido pelo talento no futebol brasileiro, inclusive com participação na Copa de 2014, ainda mais um atleta do Clube Atlético Mineiro, escudo que qualquer ser operante dentro de um campo de futebol gostaria de trazer no peito com muito orgulho. Se a própria família compara o seu desempenho e responsabilidade atual ao também sem explicação Adriano, nós ficamos apenas na espreita, pois fica difícil arrematar o caso com algum juízo de valor. Que tudo fique por conta do Alexandre Kalil, autoridade máxima para resolver estes imbroglios. O certo é que sua ausência não está sendo sentida no sentido prático da coisa pois estamos juntando resultados interessantes nos dois campeonatos em que disputamos. A sua desvalorização é visível e isto pode comprometer as finanças do clube.Toda a situação sem controle e sendo assim seria melhor que ele caminhasse por onde seguem seus passos, no Atlético não, falta de respeito com esta torcida que o fez renascer das cinzas é um crime inafiançável e sem direito a defesa. Cuidado onde está mexendo!. Coragem, competência e inteligência, ainda medito nesta trilogia para tentar sair do sonho agora acordada do jogo contra o Corínthians. Cena que entra definitivamente para a história do Galo como uma partida inesquecível e espetacular. A torcida gosta de ver o time no Mineirão. A mística do Independência é extremamente válida e correta mas, na minha opinião, o time desliza no melhor estádio do país. As apresentações que tenho visto me conferem esta certeza. O Mineirão também é nosso. Um time de futebol é feito principalmente de uma torcida apaixonada e isto não deixa nenhuma dúvida quanto aos atleticanos: estão e estarão onde o Galo estiver. Para apresentações na China e na Inglaterra, preocupa a convocação para a Seleção Brasileira-sub21 do nosso importante atacante Carlos e de quebra vai junto o meio campista Eduardo. O Eduardo quando chamado para se juntar aos titulares alvinegros o tem feito com brilhantismo, mas o Carlos é hoje peça fundamental para boas jogadas e bons resultados. Vai fazer muita falta. Serão cinco jogos entre o Brasileiro e Copa do Brasil, desfalque importante sabendo nós da real situação em nosso departamen-

to médico, congestionamento e falta de vaga no setor. “Valeu cada minuto, cada hora de voo, pensando nesta partida, neste momento e sempre com o pensamento positivo. O cansaço ficou de lado, o mais importante foi a vitória, valorizar esse empenho que tivemos e agora, se Deus quiser, vamos para a final”. “Vitória da superação, junto com a torcida, se nos unimos aqui, é difícil ganhar da gente. Temos um time muito forte e hoje ficou provado novamente. Parabéns a todos”, avisou Diego Tardelli. Não me canso de trazer este cara para a nossa coluna. Tenho certeza ser inclusive uma grande contribuição para a cidadania do povo em geral, sem descrição do tipo de torcedor, pois ele é simplesmente o exemplo e testemunho do que é ser homem e profissional . Contra o Chapecoense não poderia faltar o sufoco, o sofrimento. O segundo tempo foi quase uma tortura, o Galo sofreu literalmente um apagão e o placar ficou de enorme tamanho, mesmo porque se fosse maior teria a mesma importância, somamos mais quatro pontos. Estar se consolidando no grupo dos quatro melhores tem sido a meta. Douglas Santos, lateral esquerdo nos moldes antigos, renovou a alegria da torcida na arquibancada no sábado à noite. Anotou o seu primeiro gol com a camisa do mais amado de Minas e conheceu o mais possante dos gritos de gol. Aconteceu! Na noite do dia 21/10 fomos tragados por um desânimo, nem na fumacinha mais longe poderíamos decifrar que o Atlético contra o Bahia perderia pontos. Time completo, time valorizado pela torcida e time embalado pelo bom desempenho e bons resultados não poderia ter jogado este balde de água fria. Jogamos ontem como se a garantia ao G4 ou do próprio título já estivesse garantida. Pés na bola, mas também no chão, podem nos deixar mais seguros e em um lugar que nos é de direito, entre os melhores. Teremos de torcer contra resutados favoráveis a outras equipes e confesso ser isto muito chato, mesmo porque poderíamos avançar sem dependências diretas. Perderemos nosso lugar por muito pouco. Rosalva Campos Luciano é professora e, acima de tudo, apaixonadamente atleticana.

Hadson Santiago

Saudações celestes, leitores do Figueira! Ufa! Após três derrotas consecutivas, duas pelo Campeonato Brasileiro e uma pela Copa do Brasil, o Cruzeiro voltou a jogar bem e venceu o Vitória por 1x0, partida realizada no Barradão, em Salvador. E como o futebol dá muitas voltas, o gol celeste foi marcado justamente por Dedé, zagueiro que andou falhando muito nos últimos jogos e foi duramente criticado pela torcida e imprensa. Tomara que o triunfo traga a confiança de volta e o Cruzeiro possa retomar o caminho do bom futebol. Ainda há muitos desfalques e isso tem atrapalhado bastante. A volta de Éverton Ribeiro trouxe lucidez ao meio-campo celeste e o time voltou a criar. A arbitragem prejudicou muito o Cruzeiro na partida contra o Vitória. Primeiro, um pênalti escandaloso em cima do Éverton Ribeiro que não foi marcado. Depois, um gol mal anulado. É visível a ruindade da arbitragem brasileira, para não dizer outra coisa. Aqueles árbitros que ficam na linha de fundo comportam-se como verdadeiros patetas e não têm coragem para agir. A falta sofrida pelo Éverton Ribeiro na área do Vitória foi a apenas alguns metros do árbitro auxiliar e ele não disse nada ao árbitro principal. O que faz aquele cidadão, então? Fracos, muito fracos... Escrevo esta coluna na terça-feira. Portanto, caro leitor, quando este Figueira estiver em suas mãos, o Cruzeiro já terá enfrentado o Palmeiras, no Mineirão. Depois, a equipe celeste vai a Florianópolis enfrentar o Figueirense, no acanhado Estádio Orlando Scarpelli. Serão duas partidas decisivas para as pretensões celestes dentro do Campeonato Brasileiro. Ainda haverá, no dia 29 de outubro, o primeiro confronto com o Santos, pela semifinal da Copa do Brasil. A partida será

em Belo Horizonte, de acordo com um sorteio (?) realizado na CBF. O Santos possui uma boa equipe, jovem e rápida. Não será nada fácil. O Cruzeiro vai precisar de muita raça e técnica para superar o time praiano. Será a hora da verdade para os comandados de Marcelo Oliveira. O calendário do futebol brasileiro é uma vergonha. A CBF é uma vergonha! Durante os jogos caça-níqueis da Seleção Brasileira, o Campeonato Brasileiro não é paralisado e os clubes são prejudicados com a ausência de seus principais jogadores. Em 2015, durante a Copa América, o mesmo irá acontecer. Os times não treinam, não há tempo hábil para a recuperação de jogadores e as viagens são desgastantes num país continental como o Brasil. Com jogos às quartas-feiras e aos domingos, não há preparo físico que aguente. Enquanto o futebol brasileiro for comandado pelos dirigentes que aí estão, não se deve esperar muita coisa. Já passou da hora dos clubes tomarem uma atitude. Será que eles têm interesse nisso? E com jogos às 22h em dias de semana, o torcedor é quem faz papel de bobo. Desejo uma plena recuperação a Geraldo Santiago de Abreu. Fé em Deus e tudo dará certo! Geraldo, mineiro de Salinas, é cruzeirense de quatro costados e teve o prazer de acompanhar o Cruzeiro de Tostão, Dirceu Lopes & Cia. Ltda. Torcedor da velha guarda!

Hadson Santiago Farias é cruzeirense da velha guarda e saudosista convicto.


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