Figueira 27

Page 1

www.figueira.jor.br

Fim de semana com sol entre nuvens. Não chove. www.climatempo.com.br

facebook.com/600139720076533 twitter.com/redacaofigueira

28o 18o

MÁXIMA

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

ANO 1 NÚMERO 27

FIM DE SEMANA DE 26 A 28 DE SETEMBRO DE 2014

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

Camelôs ganham shopping popular na rodoviária Reprodução

Parceria público-privada vai executar o projeto

Projeto foi lançado na quinta-feira pela Prefeitura e parceiros. Terminal rodoviário terá novas plataformas de embarque, banheiros com vestiário e chuveiros, novos guichês para compra de passagens, sala vip, área de alimentação com 450 assentos, bicicletário e estacionamento para receber 1.500 carros por dia. Além disso, terá hotel e shopping popular, com mais de 450 boxes. Página 7

NESTA EDIÇÃO Fábio Moura

Sacudindo a Figueira No alto escalão da PM em Valadares já se ouve falas favoráveis a Pimentel. Saiba o motivo no “Sacudindo...” Página 3

Cidadania Boca Juniores adota praça na Ilha e revitaliza espaço para o lazer dos moradores Página 4

Notícias do Poder Recesso branco no Senado e trabalho adiado na Câmara Página 5

Entrevista Adauto Carteiro, candidato a deputado estadual, e Sonia Terra, a deputada federal, são entrevistados nesta edição Páginas 5 e 9

Saneamento básico

Município tem até fim de 2015 para apresentar plano municipal. Estações de Tratamento de Esgoto integram o plano. Página 4


OPINIÃO

Editorial

2

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Tim Filho

Quando acabar a água do Rio Doce...

Jornalismo cidadão Quando a campanha eleitoral teve início nas ruas, com jingles, cavaletes, panfletagens, adesivação de veículos, este Figueira definiu, em reunião de pauta, que ampliaria a informação ao eleitor, entrevistando os candidatos a governador, senador, deputados estaduais e federais. Entende o jornal que esta é uma forma de permitir que os candidatos e as candidatas tenham um canal a mais para chegar ao eleitor, expondo as suas ideias, e que os eleitores não façam suas escolhas apenas tendo como referência um jingle ou um slogan. Definiu-se que seriam publicadas preferencialmente as entrevistas com os candidatos a deputado estadual e federal que possuem base eleitoral e desenvolvem atuação política em Governador Valadares. E assim foi feito com os candidatos e candidatas que se interessaram em atender os repórteres deste Figueira. Uns, prontamente, outros, adequando a sua agenda de campanha aos prazos de fechamento de cada edição do jornal. É claro que alguns ignoraram inúmeros contatos para a entrevista, deixando de lado uma boa oportunidade para dizer mais do que as mensagens repetitivas da campanha nas ruas.

Parlatório A divulgação de pesquisas eleitorais influencia o eleitorado?

Este Figueira, que desde o seu surgimento assumiu com o leitor o compromisso de discutir as ações que buscam o desenvolvimento da cidade e da região, optou por convidar os candidatos e a eles perguntou sobre os nossos principais problemas e quais as propostas eles tinham para resolvê-los, num futuro mandato. Saúde, educação e geração de empregos foram os assuntos mais citados pelos candidatos. Falou-se também da baixa representação de Governador Valadares na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa de Minas. Há um consenso de que esta representação deve ser ampliada e qualificada, como forma de garantir maior proximidade com os governos e mais ações para o desenvolvimento regional. Na reta final da campanha, cabe ao eleitor fazer as suas escolhas, de forma consciente, escolhendo um candidato que de fato o represente e represente a cidade. Estas escolhas devem ser feitas sem se deixar levar por um jingle, uma frase de efeito, uma promessa vazia. Somos todos responsáveis pela formação dos poderes executivo e legislativo, pelos acertos e desacertos. Ter responsabilidade na hora da escolha, na hora do voto, é garantir mais acertos, e contribuir para o sucesso da democracia.

Na reta final da campanha, cabe ao eleitor fazer as suas escolhas, de forma consciente, escolhendo um candidato que de fato o represente e represente a cidade. Estas escolhas devem ser feitas sem se deixar levar por um jingle, uma frase de efeito, uma promessa vazia.

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira

Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

www.figueira.jor.br

Acesse a edição online deste Figueira

Pesquisas influenciam quem não tem relação direta com partidos e movimentos sociais SIM

Sávio Tarso

As pesquisas influenciam, pois têm um papel importante no cenário eleitoral ao projetarem uma tendência a partir de um retrato das intenções de voto num determinado momento. Claro que há setores do eleitorado que não mudam seu voto, pois historicamente estão ligados a políticos tradicionais ou partidos que representam uma determinada classe ou segmento social. Entretanto, existe um extrato grande da população que não tem relação direta com partidos ou movimentos sociais. Essa parcela mais volátil não mantém vínculos ideológicos com candidatos ou com legendas. Estamos falando de um eleitor que tem um raciocínio pragmático e opta por quem vai vencer. Como dizemos, muitas vezes, são aqueles que não querem “perder o voto”; representam o “voto útil”. Evidentemente, esse nome escolhido também deve se alinhar a outros critérios de adesão que podem ser subjetivos ou objetivos, mas o que prevalece no final é promover a vitória de quem realmente tem

potencial para derrotar um oponente. Não interessa para esse eleitor participar do pleito para marcar território político e visar uma conquista futura. Ele mira o aqui e o agora da conjuntura política. É nessa medida que a pesquisa pode ser um fator de influência do eleitorado. Um levantamento de intenção de votos, sobretudo próximo da ida às urnas, serve de termômetro para uma faixa do eleitorado que age com a razão e quer ser favorecida com o resultado da apuração.

Claro que há setores do eleitorado que não mudam seu voto, pois historicamente estão ligados a políticos tradicionais ou partidos que representam uma determinada classe ou segmento social.

Sávio Tarso é professor e jornalista

Pesquisas de intenção de voto influenciam muito, menos o eleitor NÃO

Erick Vizoki

Cientistas políticos e especialistas são praticamente unânimes em afirmar que os resultados das pesquisas de intenção de voto não chegam a influenciar 5% do eleitorado brasileiro. A rigor, essas pesquisas atingem em cheio mesmo a economia e, é claro, a militância partidária, principalmente os marqueteiros das campanhas. O universo de eleitores brasileiros não é muito diversificado, polarizando-se basicamente em esquerda e direita, o que, em um país pluripartidário, não chega a fazer muito sentido, haja vista que são raros os políticos/candidatos brasileiros com algum viés ideológico bem definido. Prova disso são as constantes mudanças nas alianças políticas entre partidos ditos “de esquerda” e “de direita”, ou a própria alternância, por parte de alguns políticos, de legendas partidárias. E esta eleição, em particular, está sendo uma das mais imprevisíveis entre os últimos pleitos. A cada nova pesquisa, temos um novo cenário. O “corpo a corpo” e a propaganda política, seja a obrigatória (horário eleitoral gratuito), ou os comerciais de 30 segundos na programação normal de rádio e televisão, pagos, ainda são os principais instrumentos para convencer o eleitor. E há ainda aqueles que, mais que eleitores, são “fãs” de seus candidatos. Exemplos não faltam em nossa história política: “malufistas”, “petistas”, “janistas”, entre outros, garantem uma votação regular e constante para determinados candidatos. No plano econômico, os números divulgados pelos institutos de pesquisa são responsáveis diretos por oscilações nos indicadores econômicos. A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), por exemplo, tem apresentado índices trepidantes desde abril deste ano, época em que as primeiras pesquisas de intenção de voto vieram a público. Um exemplo do comportamento dos investidores, frente aos índices de aprovação ou rejeição aos candidatos por parte do eleitorado, foi um resultado divulgado pelo Ibope, em abril, no qual o índice de aprovação á presidente Dilma Rousseff havia caído bastante, assim como seu eleitorado: as ações da Petrobrás

subiram cerca de 4%. Isso porque grande parte dos investidores não está muito contente com o atual governo, considerado excessivamente intervencionista. A expectativa de que a estatal mude mãos a partir de 2015 aqueceu os ânimos de quem perdeu dinheiro com o que consideram a desastrosa administração atual, responsável pelos escândalos de corrupção envolvendo a petrolífera brasileira. Há ainda a questão dos patrocinadores de campanha dos candidatos. Baixo índice de aprovação ou alto índice de rejeição certamente afastam esses investidores. Assim, gráficas deixam de ganhar dinheiro e menos cabos eleitorais são contratados.

E esta eleição, em particular, está sendo uma das mais imprevisíveis entre os últimos pleitos. A cada nova pesquisa, temos um novo cenário. O “corpo a corpo” e a propaganda política, seja a obrigatória (horário eleitoral gratuito), ou os comerciais de 30 segundos na programação normal de rádio e televisão, pagos, ainda são os principais instrumentos para convencer o eleitor.

Sobram a militância e os marqueteiros. Para estes últimos, é de suma importância acompanhar os números divulgados pelos institutos de pesquisa, pois são a principal referência para determinar os rumos das propagandas políticas e o comportamento dos candidatos em comícios e debates. E quanto à militância, a divulgação dos índices de aprovação ou rejeição apenas afeta o seu moral, que pode variar entre grande euforia até a mais profunda depressão. E isso, definitivamente, não altera em nada o quadro eleitoral.

Erick Vizoki é jornalista, assessor de imprensa


CIDADANIA & POLÍTICA

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto

Novo código da mineração expõe Leonardo Quintão

Leonardo Quintão pescador Na cidade de Pescador, Leonardo Quintão do PMDB e Mourão do PSDB têm as fotos lado a lado estampadas em banners nos veículos e nas casas. Dobradinha pra lá de heterodoxa.

Frases de efeito da campanha O empresário Helio Gomes que disputa, novamente, uma cadeira na Assembleia, como principal mote de campanha, afirma que “ É hora de seguir mudando”, lema bem parecido com o de sua esposa, Brunny Gomes que concorre a uma vaga na Câmara Federal: seguir mudando. O casal de candidatos não esclarece que mudança é essa. Já o deputado estadual tucano Bonifácio Mourão afirma que “Quem compara, vota Mourão”. Em seus materiais não se mostra com quem a comparação deve ser feita. Enquanto isso, o candidato do PT a uma vaga na Assembleia, Geovanne Honório, diz que está “Preparado para ser deputado”, apesar de não trazer no seu material ao eleitor a razão de entender que está preparado para tanto. Ainda pelo PT, mas para Câmara Federal, o deputado Leonardo Monteiro anda mais leve e solto e chama o eleitor para estar “#fechadoComObigode”, uma referência à sua imagem que ostenta um volumoso bigode. Essa mesma pegada já foi usada nas eleições municipais de 2012 pelo candidato Ruy Moreira que não obteve muito sucesso e terminou em terceiro lugar. Outro candidato pelo PT à Câmara Federal, Pedro Zacarias, diz que é preciso ter “Coragem para renovar”, apresentando-se como opção de renovação. O presidente do Esporte Clube Democrata, Edvaldo Soares diz que pode fazer “Muito mais pela nossa cidade”, como recompensa pelo voto ofertado. Outro que concorre a uma vaga na Câmara Federal, o ex-vereador Euclydes Pettersen busca conquistar o eleitor dizendo que traz “Um novo futuro, novas ideias”. Já o também candidato à Câmara Federal, Ricardo Assunção, diz que “É possível fazer diferente”. Atualmente Ricardo é vereador em nossa cidade e sua propaganda não diz se o que vai fazer é diferente em relação ao seu mandato de vereador. O vereador Paulinho Costa repete a todo instante que “Vamos fazer mais um”, referindo-se de que é possível Valadares eleger mais um deputado estadual.

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Da Redação

Notas e Frases

O relator do chamado Código de Mineração, deputado federal Leonardo Quintão, é bastante querido pelas empresas do ramo (mineração e metalurgia). Em sua eleição de 2010 recebeu doações financeiras de várias delas. Na presente eleição em que concorre ao cargo de deputado, o relator do chamado novo código da mineração continua recebendo ajuda financeira de empresa do ramo. Aliás, os doadores financeiros da campanha do deputado são, praticamente, empresas de medicamentos e mineração-metalurgia. O principal apoiador em Valadares é ligado ao setor de saúde, o ex-secretário municipal de Saúde e um dos fundadores/diretores do Hospital Samaritano, Renato Fraga.

3

Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Panorama Brasil EBC

Dilma em Nova Iorque “Dilma esteve com Obama na saída de seu discurso na ONU. Ele a cumprimentou com a simpatia de sempre, no intervalo em que ela deixava a tribuna e ele se preparava para discursar. Ele a elogiou pelo discurso que havia acabado de pronunciar. Trocaram gentilezas durante três minutos. E, rindo, Obama perguntou a ela sobre o processo eleitoral: “E a corrida (presidencial)?” Dilma respondeu, também sorrindo: “Não está fácil pra ninguém… Mas estou na batalha”. Trocaram apertos de mão e se despediram em seguida”. De um observador atento do staff da ONU: “Obama sabe que Dilma ainda é a principal concorrente e deve ser reeleita”. O encontro com Obama durou três minutos. Mas os dois estavam muito à vontade. E ele foi extremamente simpático e generoso com Dilma. A recíproca é verdadeira.” Paulo Henrique Amorim

Curioso Valadares na Assembleia A contar pelas últimas eleições estaduais em MG, Valadares poderia eleger, no mínimo, três deputados estaduais da própria cidade. É que a cidade conta com mais de 200 mil eleitores. Nas eleições de 2010, por exemplo, o último candidato da coligação proporcional liderada pelo PT foi eleito com pouco mais de 31 mil votos. O próprio PT, em sua coligação, elegeu deputada estadual com 37 mil votos. Na cidade, há quatro candidaturas consideradas fortes a uma cadeira na Assembleia: os atuais deputados Bonifácio Mourão (PSDB) e Hélio Gomes (PSD) – que não tem Valadares como principal central de votação, Edvaldo Soares (PMDB) e Paulinho Costa (PDT). É de se considerar que o PT, com a sua força própria, impulsiona a candidatura de Geovanne Honório.

André Merlo faz escola André Merlo nesta campanha aparece mais que os candidatos que ele apoia: Paulinho Costa e Mario Heringer, em clara propaganda extemporânea. No Altinópolis, o Rildo do Hospital também aparece na propaganda de Weder Maloca, com foto maior que a do apadrinhado.

O que é isso? Virou vergonha? - As SUVs e os car-

rões da cidade que foram os primeiros a terem os adesivos de Pimenta da Veiga e Aécio agora têm mancha de poeira na cola dos adesivos retirados. Da mesma forma, desaparecem os adesivos de Fora Dilma. Barbas de molho - No alto escalão da PM em Valadares já há falas animadas em favor de Pimentel e críticas ao modo do governo tucano operar a máquina da segurança pública. Isso, depois que Pimentel isolou-se com 20 pontos na liderança para o governo de Minas. Iluminação da Praça da Estação - Além da situação vergonhosa da falta de iluminação da Praça da Estação Ferroviária, o secretário de Obras, Edmilson Soares, retarda por mais de um ano solução para a iluminação da praça do Altinópolis. “A praça é do povo como o céu é do condor,” para lembrar Castro Alves. A iluminação representa muito para a segurança das pessoas, secretário.

Nem que a vaca tussa Esta sexta-feira tem manifestações sindicais em todo o país pela garantia dos direitos trabalhistas, em apoio à candidatura de Dilma à presidência. A resposta da presidente e candidata a uma pergunta se mexeria em direitos como férias, décimo terceiro, FGTS foi contundente: “Nem que a vaca tussa”. Com este lema os sindicalistas irão às ruas.

Distorção 25.900 é o número total de candidatos nas eleições de 5 de outubro deste ano. As mulheres são 51% da população, mas somente 30% do total dos candidatos, assim mesmo por força de lei. No Congresso, elas ficam reduzidas a 9%.

Para corrigir A representação distorcida não é apenas das mulheres. Jovens, negros e trabalhadores têm representação muito inferior no Congresso em comparação com o que compõem na população do país. O plebiscito pela Reforma Política, realizado na semana do 7 de setembro, contou com 6,95 milhões de votantes em urnas. Outros 1.740.000 votaram pela Internet. Esses mais de 8 milhões de brasileiros deram 97% dos votos em favor de uma Constituinte exclusiva para fazer a Reforma Política. Não acreditam na capacidade do próprio Congresso mudar as regras como a população espera.

Não é caso de amor Em comício no ABC paulista, Lula declarou que ama a candidata Marina. Mas, que eleição não é escolha de amor. Se fosse, ele continuaria a escolher a sua Marisa.


CIDADANIA 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

MEIO AMBIENTE

Plano Municipal de Saneamento Básico aponta para soluções planejadas em 2015 Município tem até dezembro de 2015 para concluir a elaboração do plano, sob pena de perder recursos federais para investir no setor Dió Freitas

Dilvo Rodrigues /Repórter

Na semana passada, o Figueira repercutiu o “Ranking do Saneamento 2014”, que dentre 10º municípios pesquisados apontou Governador Valadares com o pior em tratamento de esgoto. O estudo foi feito pelo Instituto Brasil e revelado no fim de agosto. O governo municipal informou que duas Estações de Tratamento de Esgoto, as ETES, estão sendo implementadas para resolver o problema. Uma delas, a ETE Santos Dumont, já está sendo construída com um investimento inicial de R$ 50 milhões, financiados através do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Porém, a ação que pode mudar da água para o vinho a questão do saneamento no Município é a elaboração e execução do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB). O Plano de Saneamento Básico é uma responsabilidade dos municípios e deve apresentar informações como o diagnóstico da situação atual, o prognóstico com os objetivos e metas de curto, médio e longo prazos, além dos projetos e metas para atingir os objetivos e alvos estipulados. O prazo para que todos os municípios brasileiros concluam seus planos de saneamento e continuem tendo acesso a recursos federais para investir nesse setor é dezembro de 2015. O primeiro passo foi a contratação de uma empresa especializada para a elaboração do plano. “Isso foi feito através de licitação, já que a maioria dos municípios não tem a mão de obra capacitada para a confecção desse tipo de plano”, explica o Coordenador do Comitê Coordenador do Plano Municipal de Saneamento Básico e secretário adjunto da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, Cezar Coelho de Oliveira. De acordo com Cezar Coelho, o Ministério

A construção das ETEs, como esta do bairro Santos Dumont, é parte integrante do Plano Municipal de Saneamento Básico, que será implantado até 2015

da Cidade colocou à disposição o recurso de R$ 1 milhão para a elaboração do plano. A empresa vencedora da licitação apresentou uma proposta de R$ 840 mil. De acordo com o coordenador, o trabalho está na fase de estabelecimento dos prognósticos. Na fase anterior, de diagnósticos das demandas, foram realizadas oito audiências públicas. “Dessas audiências, saíram dois representantes de cada região da cidade para compor o comitê coordenador, que vai acom-

panhar a elaboração do plano até a Conferência Municipal. Nela, vai ser necessário se decidir qual a forma de acompanhamento do projeto e será encaminhado para a Câmara Municipal a um projeto de Lei Municipal de Saneamento Básico”, explica Cesar. A conferência ainda não tem data para acontecer. “O Plano de Saneamento é importante por que além da manutenção dos repasses de verba dos entes federais, vamos conseguir resolver os problemas de drenagem,

de esgoto, água e resíduos sólidos de forma planejada e a longo prazo. Outro fato importante é a criação de uma lei municipal do saneamento básico, que vai ter de ser cumprida independentemente de quem for o governante.” Segundo o coordenador, será necessário acompanhar o plano por 20 anos e ele poderá ser revisado no mínimo uma vez a cada quatro anos, o que vai demandar a existência de um conselho.

ELEIÇÕES 2014

Josué Alencar visita Valadares e expõe propostas como candidato ao Senado Dilvo Rodrigues / Repórter

Elaine Siqueira

O candidato a uma cadeira no Senado por Minas Gerais, Josué Alencar (PMDB), esteve reunido em Valadares, na tarde do dia 19 de setembro, com empresários, industriais, políticos e apoiadores na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Durante o encontro, lideranças regionais, como a prefeita Elisa Costa (PT), reforçaram o apoio ao filho do ex-vice-presidente da República, José Alencar, que faleceu em 2012. Para Elisa, Josué Alencar representa o projeto da presidenta Dilma e do ex-presidente Lula. “Agora temos a chance de concretizar o um verdadeiro projeto político democrático, agora Minas Gerais tem uma alternativa mais concreta de mudança”, disse. O candidato defendeu as reformas que Lula e Dilma implantaram durante seus mandatos. Criticou a política do “Choque de Gestão”, posta em prática na gestão do agora candidato à presidência da República, Aécio Neves (PSDB), e do adversário ao Senado, Antônio Anastasia (PSBD), que governaram Minas Gerais nos últimos 12 anos. “O Choque de Gestão acabou, dizi- O candidato a senador, Josué Alencar, apresentou suas propostas para empresários na FIEMG Regional Rio Doce mou a carreira de muitos servidores públicos em Minas.” Ele também voltou a afirmar que a legis- Josué marca o início da construção de uma forte A luta de Josué é grande. Na disputa para o lação brasileira é muito complexa e precisa ser bancada industrial tanto na Assembleia Legislativa Senado, a pesquisa Ibope divulgada no dia 16 de revista. “Acredito ser esse o fato que faz que as de Minas Gerais, como no Congresso Nacional. “Há setembro aponta Josué Alencar com 16% das inagências internacionais classifiquem o ambiente inúmeras questões que impedem o desenvolvimen- tenções de voto, enquanto Antônio Anastasia tide negócios no Brasil como ruim.” Se vencer as to do setor empresarial e industrial no país. E nós, nha 46%. A candidata Margarida (PSB) aparecia eleições, Josué Alencar pretende ser um senador empresários, percebemos que temas como a refor- com 2%; Tarcísio (PSDC), 2%; Edilson Nascimento “absolutamente preocupado com a educação” e ma política e a reforma tributária, que atingem di- (PTdoB), 1%; Geraldo Batata (PSTU), 1%; Graça valorizar o professor. retamente nosso setor, precisam ser discutidos ra- (PCO), 1% e Pablo Lima (PCB), 1%. Os brancos e Para a diretora da Federação da Fiemg Regio- pidamente. Para isso, precisamos de uma bancada nulos somavam 11% e 20% ainda não sabiam em nal-Rio Doce, Rozani Azevedo, a candidatura de política industrial forte”, explica Rozani. que votar.

TOME NOTA

Feira de adoção da APROBEM acontece neste sábado Associação de Bem Estar e Proteção aos Animais (APROBEM) promove, neste sábado, mais uma Feira de Adoção de Cães. A feira acontece de 9h às 12h, na Avenida Rio Doce, n. 1656, na Ilha dos Araújos, na antiga AABB. Para adotar, a pessoa precisa ser maior de 18 anos, levar comprovante de residência e Carteira de Identidade, levar uma guia ou coleira para o animal que for adotar e comprar uma plaquinha de identificação no local. Quem não puder adotar e quiser contribuir com o trabalho da Associação poderá ceder um lar temporário para um animal, ou fazer uma doação em dinheiro, produtos de limpeza, rações, medicamentos ou patês.

Bom Samaritano promove curso de visitação hospital O Hospital Bom Samaritano, em parceria com a Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveiras, promove neste sábado (27) o curso de Visitação Hospitalar. O curso vai abordar os exemplos de Jesus na ação, na visão, na compaixão, na cooperação, na oração. Além de abordar o que é a Capelania Hospitalar Evangélica, sua necessidade benefícios e atividades, as Capelãs vão abordar a teologia do sofrimento e a importância de conhecer o paciente e as normas de visitação. O curso tem início às 8h, na Igreja Presbiteriana Jardim das Oliveira, no bairro São Paulo e acontece durante todo o dia.


POLÍTICA 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Notícias do Poder

Câmara

José Marcelo / De Brasília

Endereço dos cortes A desculpa é o superávit primário, aquela economia que o governo faz para pagar os juros da dívida pública. Na prática, é o nome que o governo dá aos cortes que faz no Orçamento, nos programas e obras que deixa de concluir para não fechar o ano no vermelho. O problema é que o contribuinte paga impostos e acaba não recebendo obras e prestação de serviços, em contrapartida. E este ano um dos setores que estão sofrendo mais com esses cortes são as agências reguladoras. É que, por ser ano eleitoral, o governo abriu as torneiras de programas sociais. Em algumas agências há quem tema economia até com papel.

Mapa da Mina Livres da lei de acesso à informação, as estatais e empresas públicas se transformaram no mapa da mina, para abastecer ilegalmente partidos e esquemas de corrupção, com dinheiro desviado de dinheiro. A Petrobrás seria apenas o caso mais recente, mas não único, nem o último. A afirmação é do economista Gil Castello Branco, ex-consultor da ONU e atual secretário-executivo da ONG Contas Abertas. Gil é meu entrevistado da semana no Jogo do Poder.

Pedra no sapato A Contas Abertas é uma organização que se tornou uma pedra no sapato dos governos, porque usa senhas emprestadas de parlamentares para vasculhar, como ninguém, os gastos públicos. Gastos que crescem em progressão geométrica, segundo Gil Castello Branco. Não apenas na esfera federal, segundo ele, mas principalmente na esfera estadual. Na avaliação de Gil Castello Branco, a falta de qualidade do político brasileiro, a omissão dos órgãos fiscalizadores e o sistema em vigor contribuem para a gastança e o desperdício do dinheiro público.

Mau exemplo Apontada inicialmente como modelo de moralização dos gastos públicos, a Lei de Acesso à Informação ainda não deu resultado esperado. Um levantamento da Contas Abertas mostra que a maioria das prefeituras não cumpre a determinação de manter um site no ar, onde devem ser lançados todos os gastos em, no máximo 24 horas. E poucas instituições públicas respondem aos pedidos de informação que qualquer contribuinte tem o direito de fazer. No Senado, por exemplo, se algum cidadão quiser pedir uma informação sobre o salário de um parlamentar ou servidor ele é obrigado a fornecer o IP do computador, número de carteira de identidade, o CPF e o endereço residencial. Ou seja: o cidadão dá mais informações do que a que recebe. Uma tentativa clara de amedrontar e desencorajar a fiscalização popular.

Para Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) reuniões só a partir de 14/10

Como assim? A eleição acontece no dia 5 de outubro, mas o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) só marcou a primeira reunião de líderes da Casa para o dia 14 de outubro, uma semana depois. É na reunião dos líderes que se define a pauta de votações, os projetos que serão colocados para apreciação em plenário. Isso significa que outubro já é um mês comprometido na Casa. Definitivamente, 2014 foi um ano pedido no Congresso.

.

Gastos com o quê? Já que falei de Senado, um levantamento, também feito pela Contas Abertas, mostra que o Congresso Nacional gastou mais de R$ 10,5 milhões de verba indenizatória durante o recesso branco. Traduzindo: deputados e senadores não estão em Brasília, não estão fazendo sessões semanais, fazem apenas esforços concentrados de dois dias por mês e ainda assim conseguiram mandar para o ralo mais de R$ 10 milhões com verba indenizatória. Nesta rubrica entram despesas com gráficas, correios, combustível, aluguel de carros e contas de telefone. Como conseguiram gastar tanto, se estão em campanha e não legislando, como deveriam? Ou minha pergunta já é uma resposta? Pode me escrever, se quiser desabafar, caro leitor: jornalistamarcelo@gmail.com

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

AGENDA

Entrevista Adauto Carteiro

Candidato do PROS a deputado Estadual

Associação Santa Luzia faz campanha para receber doações

Eu sou vocacionado, quero chegar à Presidência da República Arquivo Pessoal

Natural de Novo Horizonte, MG, o vereador Adauto Pereira da Silva, conhecido como Adauto Carteiro, tem 49 anos de idade e é candidato a deputado estadual pelo PROS. É técnico em Contabilidade e concursado como carteiro há 21 anos. Adauto exerceu mandato como vereador pela primeira vez nos anos de 2001 a 2005. Foi eleito novamente em 2012. Entre as suas principais ações, pretende priorizar a área do meio ambiente, esporte, cultura e lazer, assim como as políticas sociais. Adauto Carteiro tem sua base eleitoral no bairro Santa Rita, onde reside. Figueira - Por que você decidiu se candidatar a deputado estadual? Adauto Carteiro - Todos os soldados querem chegar a coronel. Eu sou vocacionado, quero chegar à Presidência da República. Figueira – Você acredita que a sua experiência política na Câmara Municipal garantirá um bom desempenho na Assembleia? Adauto Carteiro - É a mesma função, porém uma é micro a outra é macro. Mas, eu pretendo trabalhar da mesma forma, com o mesmo empenho que trabalho na Câmara. Quem acompanha o meu trabalho sabe que estou sempre ao lado do povo, defendo os interesses daqueles que mais necessitam.

Glorinha Kalil em GV Vereador Adauto Carteiro quer ser deputado estadual

Adauto Carteiro - Nós precisamos melhorar o investimento na área educacional, pois a educação é a base de tudo. Precisamos fortalecer a política com mais representantes na Assembleia, para termos força e assim buscarmos indústrias para desenvolvimento econômico da nossa cidade e região. Figueira - Especificamente para Governador Valadares, quais são suas propostas?

Adauto Carteiro - De qualidade, precisa melhorar. De quantidade, vale o quanto pesa.

Adauto Carteiro – Queremos escola de tempo Integral, porém com funcionamento eficiente e exemplar, com espaço físico adequado, salário digno para os professores, educadores e trabalhadores. Outra meta do nosso futuro mandato é combater a violência, que é um mal crescente na sociedade. E como vamos combatê-la? Com projetos sociais, como os que já desenvolvo, nas áreas de esportes de um modo geral, cultura e lazer.

Figueira – Você se sentiria melhor na Assembleia com qual governador: Pimenta da Veiga ou Pimentel? Por quê?

Figueira - Até aqui, como você avalia o processo eleitoral na nossa cidade e na região?

Adauto Carteiro - Como legislador, não faz diferença. No entanto, faço parte da coligação partidária que apoia Fernando Pimentel.

Adauto Carteiro - Tranquilo, mas massacrante, uns candidatos gastando fortunas e outros tão pouco, é uma disputa desigual. A minha campanha não tem o orçamento de muitas outras que aí estão. Tenho de andar a pé, fazer o corpo a corpo, conversar, dialogar, expor minhas ideias e o meu trabalho.

Figueira - Na sua opinião, Governador Valadares está bem representada na Assembleia ou precisa de mais representantes?

Figueira - Quais são os principais problemas regionais que você pretende enfrentar como deputado estadual?

A Associação Santa Luzia necessita de sua ajuda! Muitas pessoas acreditam que para ajudar precisam oferecer grande volume de alimento ou outros produtos, e por isso acabam não doando nada. O que a instituição busca hoje é o apoio da comunidade com pequenas doações. Se cada um doar aquilo que pode a dispensa ficará sempre abastecida. Nesse momento a necessidade é leite. A instituição calcula que seria possível garantir o leite a todos os assistidos se um grupo de 60 pessoas doar uma caixa de leite por dia, exatamente o que é consumido. Não importa a quantidade, a Associação Santa Luzia necessita da sua ajuda. Para fazer a sua doação vá até a instituição na Rua Israel Pinheiro, 77 no bairro São Pedro ou entre em contato pelo telefone (33) 3225.1420 ou 3225.1397.

Estar é um projeto, desenvolvido por quatro mulheres de negócios com visão de futuro e preocupadas em colaborar com o ambiente onde atuam de forma construtiva: Lidiane Pimenta, Joselita Pereira, Carla Aguiar e Carla Morra. A primeira intervenção será sobre Moda, Estilo e Comportamento com a consultora e jornalista Glória Kalil que estará em Valadares no dia 27 de novembro, no Ilusão. Estar com Glória Kalil será marcado por uma Mostra Empresarial local.

Copa de Futebol Ardoce Começa neste sábado (27) a 4ª Copa de Futebol Ardoce, às 16h, em Engenheiro Caldas, no estádio municipal Ricardino Cruz com o jogo entre Engenheiro Caldas x Cuparaque. Ao todo serão 12 cidades na disputa da taça: Aimorés, Conselheiro Pena, Cuparaque, Engenheiro Caldas, Frei Inocêncio, Gonzaga, Itanhomi, Mathias Lobato, Resplendor, São Geraldo da Piedade, Sardoá e Tarumirim. As fases eliminatórias serão decididas no matamata.


POLÍTICA 6

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Entrevista Sonia Terra

Candidata do PSB a deputada Federal

Não quero ser uma deputada que trabalha sozinha, aquela que vai resolver tudo como mágica. Vou lutar em favor da vida e da família. Divulgação

Bacharel em Direito, com forte atuação em movimentos ligados à Igreja Católica, Sonia Ferreira de Amorim Terra tem 53 anos de idade, e tenta uma vaga na Câmara Federal. Esta é a sua primeira candidatura, mas ela se considera preparada com o conhecimento e as experiências obtidas ao lado do seu esposo, Gilson Terra, político experiente em Governador Valadares. Conheça um pouco mais de Sônia Terra, candidata do PSB.

deputada federal, vai se posicionar a favor de reivindicações populares? Sonia Terra - A manifestação é um direito de todos, temos que respeitar as manifestações, o que devemos ter uma atenção maior é diferenciar os vândalos dos verdadeiros manifestantes. Os vândalos destroem a legalidade de uma manifestação perante a população. Figueira – O fato de ser esposa do Gilson Terra, homem experiente na política, ajuda a sua campanha?

Figueira – Você é estreante na política e se eleita vai conviver com gente experiente na Câmara Federal. Sente-se preparada para este desafio? Sonia Terra - Viver é um desafio, em minha vida já passei por vários obstáculos, na vida cristã tive uma preparação com estudos e participação em congressos na Igreja, de preparação para a defesa dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana. Isto me levou a despertar o interesse pelas leis. Fui fazer um curso de Direito para capacitar-me a legislar. Sei que toda esta preparação não faz que eu este- Sonia Terra, candidata do PSB a deputada federal, confiante na vitória ja 100% apta a enfrentar os mais experientes, tenho como base de apoio o meu partido, e tenho certeza que este dará tos de grupos minoritários”? a segurança de que eu vou precisar. Sonia Terra - Sou contra o fator previdenciário. Não podeFigueira – O que você propõe para a nossa cidade e mos sacrificar quem contribuiu durante muitos anos para ter uma aposentadoria digna e depois tem de pagar pela para a região do Rio Doce? incompetência dos governantes em gerir os recursos. TeSonia Terra - A nossa região é desprovida de um sistema de mos garantir o direito à comunicação e a liberdade de exsaúde que funcione bem, nossas escolas passam por crise, pressão de todos os cidadãos e cidadãs, de forma que as com profissionais mal remunerados, falta tudo, a violência diferentes ideias, opiniões e pontos de vista, e os diferentes a cada dia assusta mais a população. Temos de fortalecer as grupos sociais, culturais, étnico-raciais e políticos possam associações de municípios, para juntos termos maior poder se manifestar em igualdade de condições no espaço públide reivindicação. Não quero ser uma deputada que trabalha co. Nesse sentido, ele deve reconhecer e afirmar o caráter sozinha, aquela que vai resolver tudo como mágica. Vou público de toda a comunicação social e basear todos os lutar em favor da vida e da família. A família precisa de processos regulatórios no interesse público. Para isto, precreches, escola em tempo Integral, facilidade de acesso à cisamos do fortalecimento das rádios e TVs comunitárias, universidade, e lazer para todos. É uma luta que vou assu- adequar a lei brasileira à dos países mais desenvolvidos do mir. E, para ser um marco, vou lutar para incluir Governador mundo, e quanto aos grupos minoritários, devem ter seus direitos respeitados. Valadares na área da Sudene. Figueira – Como enfrentar questões polêmicas que pas- Figueira – A juventude participou ativamente das masarem pela Câmara Federal, como o “fator previdenciá- nifestações no ano passado e início deste ano. Você rio”, o “marco regulatório das comunicações”, os “direi- apoia estes movimentos e suas reivindicações? Como

Sonia Terra - Com 33 anos de casados, somos parceiros em tudo, claro que cada um tem seu pensamento próprio, mas convivemos e conversamos muito como família que somos. Vivi com ele cada desafio e aprendizado. Gilson me ajuda muito na campanha com sua firmeza e seriedade nas atitudes e pensamentos, por ser um homem íntegro. Figueira – Como é feita a sua campanha? Tem percorrido cidades do interior, tem estado com movimentos populares e cidadãos comuns? Sonia Terra - Sim, tenho percorrido bairros, de porta em porta, pedido apoio nesta fase nova de minha vida, me apresentando à população, pois a população precisa saber em quem está votando e de onde são estas pessoas, para não acontecer como na eleição anterior, quando tivemos 497 candidatos de fora em nossa cidade sendo votados aqui, e depois não tivemos oportunidades de ver a cara deles.Começamos nossa campanha no último instante, e a morte de Eduardo Campos trouxe insegurança e desconforto na campanha, mas logo recuperamos as forças e seguimos. Com isto, perdemos tempo, mas temos feito, dentro do possível, visitas em outras cidades, e acompanhado todos eventos possíveis. Tivemos oportunidades de trazer nosso candidato a governador do estado, Tarcísio Delgado, a Governador Valadares, o que veio fortalecer nossa candidatura. Figueira – Se eleita, com quem você se sentiria mais confortável: Dilma, Aécio ou Marina? Sonia Terra - Sentiria muito confortável em estar em casa, e minha casa é o PSB. PSB e Marina.

Além do Arco-íris NUDIs

Conhecer é necessário Nos últimos anos, tem se ouvido falar muito do movimento LGBT nos meios de comunicação. Diferentemente do movimento negro, da criança e outros, a luta dos LGBTs não é pela defesa e sim pela conquista de seus direitos como cidadãos. A grande questão que queremos levantar nesse espaço não é sobre a aceitação daqueles que estão de fora, ou seja, que não fazem parte da luta dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, mas sim como os próprios LGBTs enxergam esse movimento. É fato que muitos abraçaram essa causa e se tornaram militantes, mas também existem aqueles que se escondem e se colocam aquém dessa busca por melhores condições, devido ao medo, à vergonha ou até mesmo por falta de esclarecimento. Se abordarmos a questão dos movimentos em um grupo de homossexuais, com certeza todos irão falar sobre a luta pelos direitos ou da parada gay. No entanto, será que saberiam explicar como esses movimentos surgiram ou teriam a curiosidade de frequentar uma reunião? Ao fazer um resgate histórico sobre a luta dos LGBTs descobrimos que foi necessária muita resistência. Estamos falando de épocas que a homofobia era mais escancarada e violenta. Em Nova York, no dia 28 de junho de 1969, o bar Stonewall-Inn foi o cenário de mais uma briga policial. Frequentado por gays, lésbicas e travestis, o local se destacava dos outros por permitir que casais do mesmo sexo dançassem à vontade. Os bares desse gênero eram perseguidos pela polícia sob o pretexto da falta de licença para vender bebidas alcoólicas. Neste dia, todos os travestis foram presos, mas ao contrário das outras vezes, as pessoas resolveram resistir. O

confronto durou dois dias, gays e lésbicas ficaram de um lado e policiais do outro, até que a polícia desistiu. Mas, o dia 28 de junho não representa somente essa conquista, ele é fonte de inspiração para toda a luta que os LGBTs ainda estabelecem hoje, ou seja, por respeito e direitos iguais. Por exemplo, Harvey Milk foi um político gay norte-americano no bairro do Castro, São Francisco, em 1977. Exerceu seu mandato por onze meses e foi responsável pela aprovação de uma rigorosa lei sobre direitos gays para a cidade, tornando-se um ícone. O ativista defendia a ideia de que os gays devem se assumir e se conscientizar da luta que precisam travar contra as forças conservadoras, pois ao contrário, jamais conquistarão respeito e muito menos direitos. Esta data foi um marco na história do movimento LGBT, tornando-se o dia do Orgulho Gay, movimentando em todos os inícios de verão, paradas e marchas pelo mundo inteiro. Mas, será que todos os gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e simpatizantes, que frequentam as paradas e se divertem como em uma grande festa, sabem desse fato? Hoje, vivemos um “pseudoconforto”, pois sabemos que não iremos sofrer esse tipo de ataque da polícia, que ao contrário daquela época, trabalha pela segurança durante as paradas.

Marcos Berto, jornalista, músico e poeta, é integrante do NUDIs - Núcleo de Debates sobre Diversidade e Identidades


METROPOLITANO 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

RODOVIÁRIA / SHOPPING POPULAR

Prefeitura e parceiros apresentam projeto que integra rodoviária a Shopping Popular Projeto será executado em parceria-público privada. A previsão é que as obras comecem no início do próximo ano Reprodução

Dilvo Rodrigues / Repórter

“Um marco no desenvolvimento da cidade.” Foi com esse tom que a Prefeitura Municipal, juntamente com representantes da IBICON e da SHOPPER (Administradora de Shopping Centers) apresentou o projeto do novo terminal rodoviário de Governador Valadares, que se chamará Central Center Complexo Rodoviário. O nome não é à toa, já que o empreendimento abrigará, além de um terminal rodoviário totalmente revitalizado, um centro de compras, praça de alimentação e um hotel de padrão econômico com 190 unidades. A previsão é que as obras comecem no início de 2015. A prefeita Elisa Costa destacou que o interesse por parte do poder público de revitalizar o prédio já vinha sendo estudado desde o primeiro mandato, iniciado em 2009. A intenção de ter um local digno para o comércio popular também é um desejo antigo. “Desde que assumimos a Prefeitura buscamos a solução para os vários problemas que este novo empreendimento vem atender: a revitalização de parte importante do Centro da cidade; a nova rodoviária, com mais conforto, acessibilidade e beleza para receber quem chega; o centro de compras que não só dará mais dignidade aos ambulantes, como também vai tornar a cidade mais atrativa, com as calçadas liberadas para os pedestres. Valadares está em pleno desenvolvimento e os empresários têm percebido o bom momento, investindo na cidade, como é o caso da rede Bristol de hotéis que também integrará este novo projeto”, disse Elisa. A prefeita ainda apontou que esse é o primeiro de um conjunto de projetos para melhorar a mobilidade urbana. O terminal rodoviário contará com novas plataformas de embarque, banheiros com vestiário e chuveiros, novos guichês para compra de passagens, sala vip, área de alimentação com 450 assentos, bicicletário e estacionamento para receber 1.500 carros por dia. O projeto é todo pensado para dar acessibilidade aos portadores de necessidade especiais. Já o Centro de compras terá infraestrutura para receber mais de 450 boxes, para onde serão dirigidos os quase 200 camelôs que ocupam as calçadas do Centro da cidade atualmente. Terá uma praça mercado, dedicada à venda de hortifrutis, ar condicionado central, espaço coberto, segurança 24 horas entre outras novidades. De acordo com Roger Tonidandel, diretor executivo da SHOPPER, durante a construção da obra serão gerados cerca de 420 empregos, entre diretos e indiretos. Quando o empreendimento estiver pronto, serão aproximadamente 2.450 empregos. Ele aponta ainda que a receita de arrecadação de impostos municipais e estaduais com o novo terminal pode chegar a R$ 4,9 milhões. O investimento é de aproximadamen-

Fachada da nova rodoviária com entrada pela Rua São Paulo. Mais conforto para todos e um visual limpo, moderno, mudando a paisage do local

te R$ 80 milhões, financiado totalmente pela inciativa privada em uma PPP - parceria público privada. A Prefeitura entrará com a concessão de 30 anos para utilização do terreno, além da desafetação do espaço de embarque e desembarque. Após o fim da concessão, o terreno volta para o município. Segundo Elge Machado Junior, diretor geral da IBICON (empresa que administra o terminal da cidade) uma das novas

Cartas à Redação Lata d’água na cabeça Deste modo, pensar no outro é imperativo. Prevenir sempre é melhor do que remediar. Dói menos do que pagar Desde julho nossa região vem sofrendo com a estiagem, o pra ver e depois sofrer na pele. Noção de sustentabilidade que é comum pois no Brasil o verão é úmido e o inverno, não é exclusividade dos intelectuais. Nunca se falou tanto no seco. Acontece que este ano a situação está diferente pelo assunto. Portanto, é hora de colocarmos em prática nossos fato de o nível do Rio Doce vir baixando de forma conside- conhecimentos. E não é tão complicado. Façamos o exercício rável o que levou as autoridades do município decretarem de todas as vezes que tivermos contato com a água pensarestado de alerta para a falta d’água. Em algumas partes da mos no seu uso controlado, seja escovando os dentes, tomando banho, lavando as mãos, a louça e as roupas, limpando a cidade o abastecimento de água já está comprometido. As previsões de chuva para nosso entorno não são ani- casa e, principalmente a calçada, pois água definitivamente madoras, portanto tudo indica que vem crise por aí. E vale não é vassoura. Economia é atitude de ordem neste momenlembrar que em Governador Valadares o buraco é geografi- to. Não dá para adiar mais. camente mais embaixo: chove em menor quantidade ou não Prevejo que como em São Paulo e na maioria chove. O SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) pede das vezes a população carente será primeira a que a população economize água. ser afetada. Infelizmente, alguns já estão até Então, o fantasma do racionamento começa a nos aterhabituados à suspensão de abastecimento de rorizar. Imaginem racionamento de água em tempos de temágua em casa e o racionamento não será uma peraturas de alto forno na cidade? Imaginem? E não adianta novidade. culparmos o sistema porque a questão é climática. Temos como exemplo o estado de São Paulo onde o racionamento Eu, sinceramente, não esperava que isso viesse a ocorde água atinge 2,1 milhões de pessoas e 31 cidades e está enrer tão logo em nossa cidade, tampouco a possibilidade de frentando a pior crise hídrica da história em virtude da seca. Prevejo que como em São Paulo e na maioria das vezes a ver-nos unidos aos nordestinos em oração para pedirmos população carente será primeira a ser afetada. Infelizmente, chuva aos santos. Depois não adianta chorarmos pela água alguns já estão até habituados à suspensão de abastecimento desperdiçada porque pode ser que nos falte um copo d’água de água em casa e o racionamento não será uma novidade. pra acalmar os nervos. Agora, quando o problema se alastrar para a elite é que ele passará a existir de fato, pois ela sempre tem a voz mais alta na sociedade. A partir daí a questão terá a visibilidade que Larissa Leite é jornalista e leitora deste Figueira Escreva para o Figueira: redacao.figueira@gmail.com merece. Larissa Leite

ações que podem começar a vigorar até mesmo antes da construção do novo terminal é a implantação da taxa de embarque social, que visa evitar a evasão de usuários para o transporte clandestino. O valor cobrado será a partir de R$ 0,58. Além do impacto na revitalização do espaço do prédio do terminal, a obra trará pequenas mudanças no trânsito no entorno do local.

SAÚDE

Hospital Municipal abre inscrições para residência médica A Prefeitura informa que de 7 a 15 de outubro estarão abertas as inscrições para seleção de candidatos ao preenchimento de vagas nos programas de residência médica no Hospital Municipal, credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica – CNRM/MEC. Serão ao todo 23 vagas para as áreas de medicina de família e comunidade, pediatria, cirurgia geral, clínica médica, obstetrícia e ginecologia, ortopedia e traumatologia. As vagas de medicina de família têm bolsa adicional paga pela Prefeitura no valor de R$ 4 mil. As inscrições serão realizadas pela internet no site da Associação de Apoio a Residência, no endereço www.aremg.org.br (link “Processo Seletivo”). A taxa de inscrição é de R$ 150 e a prova será realizada dia 16 de novembro. O início do programa de residência esta previsto para 2 de março de 2015.


GERAL

8

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

BRAVA GENTE

Ombudsman

PA B LO B O W E N M I L H O LO

José Carlos Aragão

Vidraças Quem é vidraça está sempre mais sujeito a levar pedrada. A máxima vale para celebridades exibicionistas que reclamam sem razão dos paparazzi que as perseguem; para políticos de oposição que, um dia, chegam ao poder e se queixam da oposição; e para notícias de primeira página nos jornais. Vidraça de jornal pode ser muita coisa: sua linha editorial, seu posicionamento político, seus mantenedores e patrocinadores e, de modo particular, sua primeira página. Afinal, é ali que estão as manchetes bombásticas, as chamadas para as grandes reportagens e entrevistas exclusivas, os furos espetaculares, os mais recentes escândalos da política. A capa é a vitrine (já disse isso aqui, em edições anteriores) e a vidraça do jornal, alvo inevitável e evidente das pedradas de seus concorrentes, detratores, críticos e – claro! – de seu ombudsman. Apedrejador obstinado, este ombudsman, de posse de seu inseparável estilingue, está sempre apto a apontar erros ao longo das páginas de cada nova edição do jornal. E sua preferência confessa é, invariavelmente, por uma janelinha menorzinha da fachada, mas sempre mais visível que qualquer janelão de fundos. Um texto impreciso e cheio de lugares comuns; uma manchete truncada ou hermética demais; uma foto mal editada ou que esteja bem longe de valer por mil palavras; uma informação inverídica, deturpada ou parcial – são e serão alvos recorrentes e preferenciais em qualquer tipo de apedrejamento, seja moral, ético, político, profissional ou simplesmente (simplesmente?!) ortográfico. Porque é natural que se espere dos profissionais, que não cometam erros que, por serem profissionais naquela especialidade, aprenderam a evitar. Não é aceitável que um engenheiro calculista subestime a carga a ser aplicada sobre uma estrutura ou que um médico anestesista desconheça os riscos de um choque anafilático em um paciente. E mais: quem se mete a ser engenheiro, deve aprender Matemática; quem decide ser médico, deve conhecer Anatomia. São áreas do conhecimento essenciais a cada metiê. Assim, quem escreve por profissão – jornalista, roteirista, dramaturgo, redator publicitário, tradutor, etc. – deve conhecer a sua língua. Ou, pelo menos, reconhecer os limites naturais de seu conhecimento. Tem uma dúvida sobre regência verbal? Uma gramática sempre à mão resolve. Tem dúvida sobre o significado correto de uma palavra? Um bom dicionário eletrônico instalado em seu computador é um auxílio luxuoso e barato. Esqueceu ou está confuso quanto à grafia correta de uma palavra, depois da última reforma ortográfica? Que tal um pulo ao site da Academia Brasileira de Letras para uma consulta ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP)? (Já existe, para os mais apegados a smartphones e outros dispositivos móveis, um aplicativo que pode ser baixado no próprio site da ABL.) Foi o que faltou, por exemplo, na grafia da palavra ecossistema, que aparece escrita com um S só, na legenda da principal foto de capa da edição passada do Figueira. Nesses tempos em que ainda estamos todos nos adaptando às novas grafias de palavras compostas e à morte parcial do hífen, determinadas pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, o melhor a fazer é duvidar das nossas certezas e consultar o VOLP. Ou se preparar para as pedradas.

Prova de fogo - Pablo Milholo dá as últimas instruções para o filho Eros, momentos antes do primeiro voo do garoto

Quando o homem tiver provado a sensação de voar, andará na terra com os olhos voltados para o céu, onde esteve, e para onde desejará voltar Leonardo daVinci

Voo duplo, em família

Natália Carvalho Pablo Bowen Milholo conheceu o Voo Livre a partir dos amigos e desde da sua primeira aula, em 1997, se encantou pelo esporte. Hoje, já voou mais de 1.600 vezes, o que equivale a mais de 1.200 horas. Paulo já foi pentacampeão valadarense (de 1999 à 2003), campeão CBP Valadares em 2003, campeão brasileiro de parapente em 2004 e 2007 pela ABP, além de ganhar o 2º lugar no Campeonato Brasileiro de Parapente em 2007, 3º Lugar no Valadares International Open em 2006, 4° Lugar no Pré-Panamericano Castelo e 5° Lugar no Andradas International Cup, em 2007. A sua paixão pelo esporte é tão grande que acabou contagiando toda a família. O filho de Pablo, Eros Milholo, começou a voar aos 4 anos de idade no voo duplo, e com 8 anos começou a treinar. Aos 11, voou pela primeira vez sozinho em uma praia no Arraial d’Ajuda na Bahia, e desde então continua seguindo o hobby do pai. Pablo se orgulha do filho, mas quer que ele cresça profissionalmente no seu próprio tempo: “Eu quero que ele cresça den-

BIRRA MINHA O óbvio está de volta. E tome mais pedrada! Chamada de primeira página da edição passada: “Clássico vai lotar o Mineirão neste domingo”. Em se tratando de Cruzeiro (rumo ao título) x Atlético (rumo ao G-4), notícia seria se não lotasse, concordam?

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

tro do esporte, mas devagar. Ele começou bem novo e hoje tem apenas 13 anos. Talvez daqui há algum tempo ele tenha mais maturidade para conseguir competir e tomar as decisões certas durante uma prova. Ele tem muito tempo pela frente”, diz. Atualmente, Pablo é um dos instrutores licenciados pela Associação Brasileira de Parapente (ABP) e dá aulas na escola “GV Fly Adventures”. Também é dono da “Sol Store”, loja especializada em artigos para Voo Livre, e trabalha como piloto de helicóptero, profissão que hoje é a sua principal fonte de renda. Ficando dividido entre hobby, trabalho e esporte, Pablo deixou um pouco de lado as competições, tomando o parapente mais como um hobbie. “Quero continuar administrando a loja e dando a oportunidade para que outras pessoas também possam crescer e iniciar a sua vida como profissionais do esporte”, diz A “Sol Store” fica na Praça dos Pioneiros, na Avenida Brasil, número 3109, no Centro de Governador Valadares. O telefone para contato é (33) 3272-1045. Mais informações podem ser encontradas no site da “GV Fly”: www.gvfly.com

Direitos Humanos Flávio Fróes Oliveira

Animais políticos II As concepções políticas de Platão, fundamentadas em sua teoria das ideias, compõem um sistema rigoroso que inclui religião, ética, teoria do conhecimento e pedagogia. O homem político de Platão contempla as entidades imateriais, perfeitas e eternas, que são as ideias e busca copiálas no mundo concreto e sensorial, o mundo da experiência humana. O Platão histórico não foi o que se denomina, no século XXI, um intelectual de gabinete. O meio século que dedicou ao ensino e à produção de livros foi um período politicamente tumultuado na metrópole e nas colônias gregas. Protagonista, ele próprio, de ações violentas por hordas anárquicas, chegou a ser sequestrado e posteriormente resgatado. Foi também conselheiro de Dionísio I, tirano de Siracusa, a quem tentou convencer e conquistar para sua ética. Sem bom êxito nesse intento, repetiu o esforço na corte de Dionísio II, o que lhe ocasionou igual desilusão. Desde então dedicou-se a escrever suas obras, das quais sobressaem os dez livros da “República”. Aqui cabe uma digressão. Em regra o homem moderno cultiva autoimagem de eficiente, detentor de agenda carregada de compromissos, sem tempo a perder com pormenores irrelevantes. Meditação, reflexão e introspeção são termos há muito banidos de seu corre-corre diário. Os

Além do compromisso com a verdade, o leitor moderno que busque compreender as concepções políticas do pensador da Academia deverá contemplar a ideia de justiça. Contrário ao entendimento moderno de que a justiça é o cumprimento cabal de uma lei escrita ou oral, Platão ensina, em sua teoria das ideias, que a justiça preexiste à escritura e às tradições orais, é eterna e universal. Para ele justiça é verdade, retidão e sabedoria.

mais notáveis pensadores da Antiguidade, Sócrates, Platão e Aristóteles entre eles, ao contrário, davam-se a investigações teóricas cujo escopo único era a descoberta da verdade. Diferentemente dos sofistas antigos e modernos que tratam o saber com fins pragmáticos, visando algum ganho material, o trio aqui citado ensinava que nenhum valor se sobrepunha à busca da verdade. Além do compromisso com a verdade, o leitor moderno que busque compreender as concepções políticas do pensador da Academia deverá contemplar a ideia de jus-

tiça. Contrário ao entendimento moderno de que a justiça é o cumprimento cabal de uma lei escrita ou oral, Platão ensina, em sua teoria das ideias, que a justiça preexiste à escritura e às tradições orais, é eterna e universal. Para ele justiça é verdade, retidão e sabedoria. Por fim, quando Platão enumera e descreve as formas de governo por ele estudadas o leitor moderno, especialmente o brasileiro, terá impressão de pisar terreno conhecido. Desfilam na “República” a aristocracia, a timocracia, a oligarquia, a democracia e a tirania. Os séculos que se seguiram ao tempo de Platão produziram outros pensadores que viram o homem político por óticas diferentes: Maquiavel, Suárez, Leibniz, Hobbes e Locke. Esses e tantos outros, porém, foram subsidiados pelo ensino do fundador da primeira universidade europeia, nos jardins de Academo.

Flávio Fróes Oliveira é teólogo, estudioso na Área de Crianças e Adolescentes


COMPORTAMENTO

9

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014


CORRESPONDENTES 10

D’outro lado do Atlântico

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Movimento Independentista “Yes”

José Peixe / De Lisboa

A Escócia continua no Reino Unido de Elisabeth II O eleitorado escocês decidiu votar contra a proposta de a Escócia poder vir a ser independente do Reino Unido, no referendo que foi realizado no país no passado dia 17 de setembro. O “Não” à independência venceu com 53,30 dos votos, enquanto o “Sim” se ficou apenas pelos 44,70%. Ainda se chegou a temer que o eleitorado votasse pela independência da Escócia e isso fez com que muitos europeístas passasem uma noite em claro, atentos aos resultados do referendo escocês. Músicos conhecidos, artistas famosos, futebolistas e políticos defensores de um Reino Unido apareceram em força a fazer campanha pelo “Não” e segundo os jornalistas enviados a Edimburgo, isso acabou por influenciar grande parte dos eleitores indecisos. Alex Salmond um separatista convicto e o rosto do “Sim” pela independência da Escócia reconheceu a derrota com ar exausto a abatido. “A Escócia decidiu que este não é o momento mais adequado para ser um país independente. Estou triste mas aceito os resultados do referendo”. Também a vice-primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, admitiu em conferência de imprensa que “há uma real decepção com o fato de que não conseguimos a vitória por pouco”. Já do outro lado da “barricada”, ou seja, do “Não”, o primeiro-ministro britânico, David Cameron ficou maravilhado com os resultados do referendo e não perdeu tempo em dar os parabéns a Alistair Darling, o líder da campanha contra a independência. “Fez uma excelente campanha e o “Não” acabou por vencer. A Escócia vai continuar no Reino Unido e quero felicitá-lo pelo excelente trabalho efectuado”, disse David Cameron a Darling. Michael Gove, ministro da educação inglês e um dos homens mais próximos de David Cameron, limitou-se a dizer o seguinte: “O Reino Unido está salvo”.

Apesar de terem mostrado as bundas os escoceses do “Sim” perderam o referendo que lhes garantia a independência

A própria rainha Elisabeth II, que andou muito nervosa antes de se saber os resultados finais do referendo, acabou por demonstrar um enorme contentamento pelo facto de os escoceses terem votado “Não” à independência. Mas, importa reter o seguinte. A Escócia não voltará a ser a mesma depois deste referendo que deixou alguns líderes da União Europeia perplexos, pensativos e preocupados. Porque se os independentistas vencessem, outras regiões europeias que clamam pela independência iriam ganhar mais força. E quando escrevo que a Escócia não voltará a ser a mesma é com base nos seguintes pressupostos. Antes do referendo, os três maiores partidos ingleses – o Conservador, o Liberal Democrata e o Trabalhista – concordaram na delegação de mais poderes ao governo escocês, caso a independência fosse rejeitada.

Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

Caminho certo A estratégia de intensificar as atividades da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição parece estar no caminho certo. Tanto que no sábado passado a candidata esteve novamente na capital paulista, onde fez série de atividades acompanhada pelo candidato petista ao governo do estado, Alexandre Padilha, pelo prefeito paulistano Fernando Haddad, e pelo senador, e também candidato à reeleição, Eduardo Suplicy, entre outros. Uma série de atividades políticas simultâneas foi realizada em todo o estado Voto útil Para se contrapor à recuperação do candidato tucano Aécio Neves nas pesquisas de preferência do eleitorado para presidente, a campanha de Marina Silva parte para o voto útil em São Paulo. “O paulista não vota para eleger alguém, ele vota para derrotar o outro”, afirmou o deputado estadual socialista Márcio França no jornal Folha de S. Paulo. Mudou de novo Quem passou pela região do Grande ABC na última sexta-feira foi a socialista Marina Silva. Na oportunidade fez um minicomício para cerca de 200 pessoas na Praça da Matriz em São Bernardo do Campo, tradicional local de manifestações dos trabalhadores durante o regime militar. E como não poderia deixar de ser, em seu discurso no berço político do PT e do presidente Lula, a candidata desmentiu que, caso seja eleita, pretenda mudar a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas. Ao contrário do que havia afirmado três dias antes em evento na capital paulista.

ABASTECIMENTO DE ÁGUA

Situação de abastecimento de água ainda é crítica e SAAE pede economia O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) informouna segunda-feira (22), que o nível do rio Doce estava cerca de 15 centímetros negativos em relação à régua do SAAE. A captação de água está em 1.050 litros por segundo, quando o normal para o abastecimento seriam 1.200 litros por segundo. Com a estiagem e a baixa do rio na última sextafeira (19), quando chegou a 29 centímetros negativos, ainda não foi possível retomar o abastecimento normal para toda a cidade porque alguns reservatórios esvaziaram e levam um tempo para encher novamente. Com a falta de chuva, a situação ainda é crítica e a pouca que caiu ontem não foi suficiente para normalizar a captação e distribuição da água.

Renovação política? Na semana passada, o Ibope divulgou nova pesquisa de preferência dos eleitores para candidatos a deputado federal. E, pelo que parece, a tão desejada renovação política não deve se confirmar. Ao menos em São Paulo, onde os cinco primeiros candidatos lembrados pelos pesquisados são: Tiririca (PR), Celso Russomano (PRB), Paulo Maluf (PP), Baleia Rossi (PMDB) e o pastor Feliciano (PSC). No caso de Tiririca, cujo mote em 2010 era: “Tá de saco cheio da política? Vote no Tiririca!”, o que lhe garantiu cerca de 1,3 milhão de votos, o mais votado no estado, chega ao final do seu primeiro mandato sem ter feito sequer um discurso na tribuna. Inhotim Segundo pesquisa entre os usuários do sítio de viagens TripAdvisor, o Centro de Arte Contemporânea Inhotim está entre os 25 melhores museus do Mundo. Localizado na cidade de Brumadinho, a cerca de 60 km de Belo Horizonte, o museu abriga o maior acervo ao ar livre da América Latina em uma área de mais de 20 km². O sítio http://www.inhotim. org.br/ traz mais informações sobre o local. Cinema E a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que este ano chega à 38ª edição, já tem data marcada. Será de 16 a 29 de outubro em cinemas, museus e outros espaços culturais da cidade. Na programação, mais de 300 filmes produzidos em todo o mundo. A atração da abertura será a comédia “Relatos Selvagens”, do diretor argentino Damián Szifron, que tem no elenco o ator Ricardo Darín, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro pela atuação em “Os segredos de seus olhos”. Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

Essse acordo foi definido pelo ex-primeiro-ministro Gordon Brown, que é parlamentar escocês e mereceu a aprovação imediata dos três maiores líderes partidários ingleses. Ou seja, o parlamento escocês passará a ser financiado por verbas provenientes do governo central britânico. E o montante será definido pela Fórmula Barnett – que ajusta fundos económicos para o País de Gales, Irlanda do Norte e Escócia, tendo em conta o seguinte: numero da população e a quantidade de áreas não centralizadas nos campos da saúde e educação. Apesar de ter sido uma campanha renhida e não se terem registado momentos de violência, o referendo escococês conseguiu fazer com que alguns grupos de cidadãos demonstrassem publicamente a vontade de alguns escoceses serem livres. É verdade que o Reino de Elisabeth II vai continuar unido, mas existe a certeza que os escoceses que acreditaram na vitória do “Sim” não se vão conformar pelo facto de os ingleses atribuirem mais poderes e verbas à Escócia. Por outro lado, a situação política que se vive no País de Gales e na Irlanda do Norte levantam algumas preocupações para os políticos britânicos e inclusive à própria Coroa. E fora do Reino Unido existem mais independentistas que não se conformaram com o resultado do referendo que teve lugar na Escócia. É o caso da Catalunha e do País Basco (Espanha) e da Bretanha (França). E como é do conhecimento público, os independentistas catalães continuam a exigir um referendo, porque não querem continuar sobre o domínio de Madrid. No País Basco a tensão era, é e continuará a ser tensa. Nestas duas regiões espanholas clama-se pela independência. Uma coisa é certa. No dia em que uma destas regiões obtiver a sua independência através de um referendo, nada continuará como antes no seio da União Europeia. E isso parece assustar alguns políticos europeístas. Porque a União Europeia foi pensada para unir estados e não dividir. Foi por esta razão que muitos políticos europeus andaram inquietos e ansiosos antes de se saber que o “Não” tinha vencido na Escócia.

José Valentim Peixe é jornalista e doutor em Comunicação

Política Lucimar Lizandro

Reta final do primeiro turno: uma disputa aberta Até meados do mês de agosto, a eleição se encaminhava para uma definição em primeiro turno, com a iminente reeleição de Dilma Rousseff. O acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos modificou radicalmente, o rumo da eleição. Agora, a duas semanas do primeiro turno, temos uma disputa bastante acirrada e imprevisível. Marina Silva, aquela que foi salva da morte pela providência divina, assumiu como candidata a presidente, atropelou os tucanos e deixou a campanha petista em alerta. O discurso da nova política, nas palavras fáceis e frases feitas da candidata pessebista encantou e conquistou milhões de brasileiros. Por várias semanas, a substituta de Eduardo Campos reinou absoluta, sendo o centro de todas as atenções. Marina Silva esvaziou a candidatura tucana, deixando o senador mineiro num incômodo terceiro lugar, além de desnortear a campanha petista, que já estava pronta para mais um embate com os tucanos. Agora, Dilma Rousseff se vê diante de uma ex-petista, com trajetória pessoal e política idêntica à de Lula. Rapidamente, a candidata pessebista passou a ser a opção dos descontentes com a política, de expetistas frustrados e se transformou em destino predileto do voto antipetista. Na condição de protagonista do processo eleitoral, Marina Silva virou alvo de tucanos e petistas, numa estratégia de desconstrução que usava as próprias fragilidades e contradições da candidata. Some-se a isso, a divulgação do seu programa de governo que se transformou numa agenda negativa, levando a candidata a dar muitas explicações e a fazer vários recuos diante da pressão de setores da sociedade. A postura vacilante de Marina Silva cobrou o seu preço. As pesquisas divulgadas no início de setembro apresentaram os primeiros sinais de queda. Desde então, num ritmo lento, mas, constante, a candidata do PSB vem perdendo musculatura e a condição de favorita ao Planalto. Com Dilma Rousseff já consolidada para o segundo turno, a dúvida que fica é sobre quem vai desafiá-la na próxima etapa, uma vez que Marina Silva segue em declínio e o senador Aécio Neves esboça um movimento de reação, embora não se saiba se terá fôlego e tempo suficientes para retomar o segundo lugar. Portanto, a reta final promete fortes emoções e muitas possibilidades, não podendo descartar nem mesmo uma vitória petista no primeiro turno. Aécio Neves e Marina Silva travarão uma disputa acirradíssima para se qualificar para um possível segundo turno. A palavra final caberá ao juiz supremo: o eleitor.

Lucimar Lizandro Freitas é graduado em Administração de Empresas pela FAGV e especialista em Gestão Pública pela UFOP


CULTURA E LAZER 11

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014 Ailton Catão

A Praça Itatiaia, também conhecida como Praça da Maçonaria, antes de ser adotada pelo Boca Juniores, estava tomada pelo mato. O local foi totalmente revitalizado

Time de futebol adota Praça na Ilha e transforma espaço antes abandonado Gina Pagu / Repórter

Uma parceria da Prefeitura, do Clube de Futebol Boca Juniors e da Associação de Moradores da Ilha dos Araújos (AMAI) mudou a vida dos frequentadores da Praça Itatiaia, conhecida como Praça da Maçonaria. Pelo Programa Gevê Verde, o Clube foi pioneiro ao adotar uma praça em Governador Valadares. Desde 23 de julho de 2013, quando foi assinado o Termo de Adoção e Compromissos, a praça passou a ser de responsabilidade do Clube. O Boca Juniors tem o compromisso de fazer a reforma, cuidar da jardinagem, manutenção, conservação do local, construiu a escolinha de futebol do Clube e tem de conceder bolsas de futebol gratuitas para crianças carentes. A adoção da Praça Itatiaia terá duração de dois anos, podendo ser prorrogada por mais dois. Mas, os moradores da Ilha têm opiniões divergentes. Para Paulo Sousa, técnico em Informática, e morador do bairro há mais de 15 anos, a praça poderia ter ficado melhor. “Foi ótima a construção da escolinha, mas não sei, tenho a impressão que a reforma ainda não acabou. Ainda não está do jeito que deveria. Pode ficar mais bonita, mais interessante. Alguns espaços da praça continuam sendo usados para outros fins que não são lazer ou esporte.”

Crônica

Cláudio Taborda, turismólogo, se mudou para o bairro há menos de um ano, diz que o visual do bairro melhorou muito, e que os espaços públicos sempre deveriam ser cuidados assim. “Eu não era morador, mas já frequentei muito o bairro. E a praça do jeito que estava, com uma quadra somente, e sem manutenção nenhuma, demostrava muito desmazelo com uma área que agora foi aproveitada com excelência. O Boca Juniors e a Prefeitura estão de parabéns!” O programa O programa Gevê mais Verde foi criado pelo decreto nº 9.834, de 6 de maio de 2013, e prevê a adoção de praças, áreas verdes, e calçadas, propondo o uso das praças públicas e áreas verdes pela população para associações desportivas de lazer e cultura. O adotante tem de se comprometer a cuidar de toda parte de manutenção, assumindo diante da sociedade as responsabilidades civil, trabalhista, econômica e fiscal pelos serviços prestados. Quaisquer entidades das associações de moradores, sociedades de amigos de bairros, sindicatos, organizações não governamentais, pessoas físicas e jurídicas legalmen-

Dilvo Rodrigues

Mulheres Na mais nova moda do momento, elas raspam um dos lados do cabelo, prendendo ou penteando o restante para o outro lado. Dizem que é um corte ousado, que confere personalidade à figura. Pode até ser! Mas quando vejo aquele pescoço realçado, me sinto um sujeito da década de 1920, ofegante por ter visto o descoberto ombro da amada pela primeira vez. Outro dia, uma moça passava com esse corte e na orelha a mostra havia um brinco artesanal com uma pena colorida. A pontinha da pena do acessório ficava ali no pescoço dela, meio que fazendo cafuné ou cócegas, ou qualquer outra coisa que a fazia andar sorrindo. Sorria um desses risos que a gente faz quando alguém revela um segredo que não deveria ter sido dito, mas que a gente fica doido e gosta de ouvir. Eu pensei: “Brinco safado!” Há algo de misterioso nessas mulheres de olhos castanhos ou negros e de sobrancelhas bem marcadas. Aquelas de olhos verdes, olhos azuis, que trazem a lembrança da perigosa calmaria das águas profundas do mar. Essas mesmas que raspam um lado do cabelo, que passam lápis, delineadores, sombras e rímel. É difícil descobrir qualquer coisa sobre elas. Mesmo que um batom vermelho estampando um sorriso largo acalme nossas dúvidas, tentando dizer que as cartas estão na mesa. Sabe como é, né!? Muita gente já perdeu fortunas por causa de um blefe ou um sorriso de canto de boca. As mulheres deveriam escolher somente uma das opções de se fazerem notadas. Ou se destacam os olhos, ou os lábios. A visão do homem é objetiva, direcional e mais profunda. A gente fixa em um alvo e disseca ele totalmente. Se você passa com os olhos chamativos e a boca chamativa, a gente se sente igual aquele personagem do “Cara, crachá. Cara, crachá”. É claro, de longe o conjunto da obra sobressai. Mas, de pertinho só da para escolher um dos atributos para mergulhar. Pense bem: Por que nos beijamos de olhos fechados e por quais motivos nos olhamos em silêncio!? É uma teoria. A música do Leoni nunca foi tão verdade como agora. As mulheres e seus mistérios, realçados num belo e destacado par de olhos, silenciados em um sorriso vermelho, estampados em um corte da moda. Truques que criam ainda mais confusões na cabeça de um homem, coisas as quais garotos não resistem. Se fosse hoje, Freud possivelmente estenderia seu questionamento: “Afinal, o que querem as mulheres com todos esses mistérios?”. Descobriremos! Mas não sem olhar um pouco mais de perto. Dilvo Rodrigues é jornalista e cronista.

te constituídas e cadastradas no município podem adotar praças. O processo de adoção é feito mediante assinatura do Termo de Adoção e Cooperação e o interessado deverá dar entrada à proposta de adoção no Departamento de Limpeza Urbana da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Av. Santos Dumont, 1.246 – Lourdes. Telefone: 3275.7562). Após a assinatura do termo, o adotante receberá a autorização para afixar placas, indicando sua parceria com a Prefeitura. O Clube O Boca Juniors, time argentino de renome, já tem escolinha de futebol em 28 países e em sete estados brasileiros. Em Minas Gerais, Governador Valadares foi a terceira cidade a ser alcançada pelo Clube. A escolinha da cidade atende crianças e adolescentes, de três a 18 anos, faz periodicamente avalições técnicas dos atletas, possibilitando o intercâmbio com o Boca na Argentina. Para informações sobre matrículas e processos de seleção para bolsas é preciso entrar em contato com a coordenação do Clube pelo telefone 3225-3863.

Curta tem inscrição até dia 30 Estão abertas até 30 de setembro as inscrições para o concurso de histórias do projeto Curta Vitória a Minas. Parceria da Fundação Vale com o Lab.Muy e o Instituto Marlim Azul, a iniciativa dará a moradores de 15 municípios vizinhos à ferrovia a oportunidade de contar, em vídeo, histórias reais ou fictícias sobre fatos curiosos e personagens marcantes das suas respectivas cidades. A seleção das histórias de autoria dos moradores será realizada por uma comissão de especialistas em audiovisual. Ao todo, serão selecionados 15 textos, um de cada município contemplado, além de outras 15 histórias suplentes. Será levado em consideração o grau de originalidade do texto e o interesse gerado pelo tema. Cada curta-metragem deverá ter, no máximo, 12 minutos. Para se inscrever acesse: http://curtavitoriaaminas.com.br/


12

FIGUEIRA - Fim de semana de 26 a 28 de setembro de 2014

Rafael Ribeiro / CBF

ESPORTES

Seleção Brasileira de Futebol cantando o Hino Nacional Brasileiro com os mascotes FIFA. Em uma competição internacional, com estádio lotado, a execução do hino emociona. Em outras competições, a execução é questionável

QUESTÕES DO FUTEBOL - JORGE MURTINHO

A banalização do hino nacional Dizem que Nelson Rodrigues não entendia patavina de futebol. Há os que vão além e garantem que, por problemas de visão, ele mal percebia o que se passava dentro de campo. Custo a crer. De todo modo, muito mais do que por análises técnicas ou táticas, Nelson virou um imortal do Jornalismo esportivo devido ao estilo de suas crônicas e às sacadas geniais nas discussões da Grande Resenha Facit. Numa delas, ironizando o interlocutor que se mostrava indignado com as vaias despejadas pelo público do Maraca em cima de uma autoridade, Nelson cravou: “Isso é bobagem. O Maracanã vaia até minuto de silêncio.” Sempre gostei de ver jogos dos clubes pequenos, porque deles costumam sair alguns caras que vão brilhar nos grandes. Quando me mudei do Rio de Janeiro para São Caetano do Sul, há nove anos e meio, passei a acompanhar times a que não tinha acesso lá no Rio, e conheci jogadores que viriam a conquistar títulos importantes e chegar à seleção brasileira. O goleiro Victor e o zagueiro Réver no Paulista de Jundiaí, o zagueiro Leandro Castán e o volante Ralf no Grêmio Barueri, os meio-campistas Elias e Paulinho na Ponte Preta e no Bragantino, o armador Douglas no São Caetano.

Obrigar o público de todas as partidas do Campeonato Brasileiro a ouvir os semiindecifráveis versos de Osório Duque Estrada é, claramente, o que nossos avós chamavam de ideia de jerico.

maior disso do que o que vemos na Copa Libertadores da América. Digamos que o Atlético enfrente o Olimpia na final, como aconteceu em 2013. A única explicação para a execução do hino nacional é acreditar que naquela noite, como tentaria empurrar goela abaixo da audiência o incomparável Galvão Bueno, “o Atlético é o Brasil na Libertadores”. Conversa. Metade do estado de Minas Gerais estará torcendo fervorosamente para que o Galo se estrepe de verde e amarelo. Hino em jogo da Libertadores é a consagração da hipocrisia. Obrigar o público de todas as partidas do Campeonato Brasileiro a ouvir os semi-indecifráveis versos de Osório Duque Estrada é, claramente, o que nossos avós chamavam de ideia de jerico. E não me venham com risíveis patriotadas quando os torcedores – ávidos por ver a bola rolar e revivendo Nelson Rodrigues – responderem a mais essa tolice com uma poderosa e emocionante vaia à capela.

As partidas eram divertidas e bem disputadas, mas eu estranhava quando ligava a tevê um pouco antes de Mirassol x Linense e lá estavam os vinte e dois fingindo que cantavam o hino nacional. Dependendo do furor cívico do prefeito, não raro havia mais gente na banda que executava a solene canção do que nas arquibancadas. Nunca me acostumei. Entretanto, e como no futebol brasileiro sempre há espaço para piorar o que já não está lá grandes coisas, semana retrasada anunciou-se que nosso hino passaria a ser executado antes de todos os jogos da série A. Independentemente de se achar ou não que hinos são dispensáveis – e pra não ficar em cima do muro, declaro logo que eu dispenso –, me parece evidente que Jorge Murtinho é redator de agência de propaganda e, na própria defifutebol e hino não nasceram um para o outro. Tentar juntá-los nição, faz bloguismo. Nessa arte, foi encontrado pela Revista piauí, que na mesma programação é forçar a barra, e não há exemplo adotou o seu blog e autoriza a sua contribuição a este Figueira.

Canto do Galo

Toca da Raposa

Aqui no Mineirão também é Galo

Futebol e barbárie

Rosalva Luciano

Com um grande abraço... Olá queridos amigos em listrados no mais lindo preto e branco das terras de Minas! E o segundo turno está a todo vapor. Por ironia do destino, nosso maior contrário se sentindo perseguido pelo tricolor paulista. Teremos muitas batalhas por aí. Olhando a situação daquele que é o nosso centro de interesse, nosso Galo, no que diz respeito a resultados fora do Independência somos fadados a sentir arrepios e calafrios, mãos suadas e o toque de preocupação no coração. Nosso placar varia de local, mas resultados quase iguais, derrotas e empates. A nossa sequência mostra uma dificuldade grande. Mesmo jogando no Mineirão o clássico, a força atleticana da torcida estará reduzida nas arquibancadas. Faltará o sopro de muitos. Temos de trabalhar com estratégias e com os pés e deste suor provocar vitórias. Temos de parar de enxergar motivos nisto ou naquilo para explicar péssimos resultados e substitur essa atitude pela determinação e superação. Fiquei muito feliz e muitos dos torcedores atleticanos com quem conversei no dia sentiram o mesmo. Ouvir o nome do Diego Tardelli anunciado pelo Dunga dá um orgulho muito grande. Merece sempre pela batalha que trava dentro do campo. Muito determinado, responsável e talentoso. Passa segurança. Os amistosos da Seleção Brasileira serão contra a Argentina e o Japão. O primeiro adversário dispensa qualquer comentário quanto à rivalidade e também quanto à eficiência mostrada na Copa do Mundo. Serão testes interessantes para o escrete brasileiro e para o nosso craque. Feliz quem tem a oportunidade de servir às duas seleções: nosso camisa 9. TátátátátáTardeliiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!. “Estou muito feliz, é mais uma realização e tenho de aproveitar as oportunidades. Ele (Dunga) está me dando confiança, está me dando essa oportunidade, e acredito que deixei uma boa impressão, tanto dentro quanto fora de campo. É fazer o meu melhor aqui no Atlético, a cada dia, a cada jogo, para chegar lá bem”. Então, essa convocação também é especial”, disse o artilheiro do Galo na temporada, com 13 gols. O que não ficou legal é a ausência dele no jogo de volta contra o Corínthians, fazer o quê? Um adversário bem chatinho e por diversas vezes foi nosso algoz se rendeu ao futebol que o Galo mostrou no Serra Dourado. Emocionante ver a torcida atleticana marcando território no estádio. Acabou o jejum de vitó-

rias fora de casa, foram quatro meses sem os três pontos. Dátolo foi o maestro da orquestra, conduzia o concerto e permitiu dois acordes perfeitos do Guilherme e um do Carlos. Num determinado tempo do jogo, veio aquilo que não pode faltar, sufoco. Fizemos três e eles fizeram dois, trouxemos três pontos e nos colocamos a três pontos da zona de possibilidade para a Libertadores. Vamos confiar, vamos esperar. Jô estamos aguardando você...nada de salvar esta secura de gols, deleta... Eu já tive oportunidade de escrever poucas linhas sobre o Carlos que já alinhavavam nelas um craque. Um craque corajoso, um craque já nascido assim, um craque responsável. A sua postura no campo quando do jogo com o nosso contrário deixa até os adversários encantados, como ouvi pelas TVs e Rádios, que nos mostram na sua grade a maravilha do esporte do futebol. Encarou literalmente aquele Mineirão quase lotado e fez das quatro linhas um lugar tão íntimo como se fosse a sala de estar da sua casa. Fez das arquibancadas simplesmente um público de amigos e família, ou seja, ficou à vontade. Parabéns, Carlos, você já é o nosso craque de estimação, nossa certeza de muitos gritos inflamados de gol. O que é um clássico no futebol? Para mim, com toda a falta de competência para discorrer sobre o assunto, é tudo aquilo que não se define. Tudo é praticamente inexplicável. O resultado final é algo que não se pode falar nem por estimativa. Erra-se muito. Para nós, atleticanos, o ultimo clássico reflete estes argumentos. Reconhecemos a superioridade estrelada, os números também mostram, mas sabíamos que poderíamos fazer acontecer. Muita vontade, muito suor, muita fé nas pontas de chuteiras coloridas fizeram corações alvinegros repicar como um forte tambor, muita alegria para caber ali dentro. Não falarei de jogadas técnicas e táticas... prefiro falar de qualidade de vida atleticana e esta foi aumentada da forma mais saudável no domingo passado. Me encheu de orgulho ver dos EUA a minha MASSA de gente atleticana comemorando com gritos, abraços e lágrimas a nossa maior alegria, vencer um clássico. Me encheu de orgulho ver os titãs alvinegros com a ganância de gols. Me encheu de orgulho como sempre ser GALO e poder gritar em alto brado: Aqui no Mineirão também é Galo!!!!!!!!!!!!!!!

Rosalva Campos Luciano é professora e, acima de tudo, apaixonadamente atleticana.

Hadson Santiago

Saudações celestes, leitores do Figueira! A derrota cruzeirense no clássico mineiro escancarou alguns problemas que, para mim, não são novidades. Marcelo Oliveira está escalando mal a equipe e as substituições no decorrer da partida deixam a desejar. Dedé tem falhado demais e já está na hora de “comer banco”. Aliás, creio que Manoel e Bruno Rodrigo, que ainda não atuaram juntos, possam compor a zaga ideal. A torcida não engole o Egídio, desde o ano passado, e o Samudio está sempre machucado. A lateral-esquerda tem sido um problema... Por que o treinador necessita colocar o Dagoberto sempre no segundo tempo? Não poderia ser outro jogador, testar outra substituição? E os garotos Marquinhos e Marlone, não merecem mais oportunidades? Marcelo Oliveira tem em mãos um bom elenco, para os padrões do futebol atual, mas não está tendo sabedoria para lidar com ele. Se o treinador fosse o saudoso Ênio Andrade, o “bruxo”, o Cruzeiro estaria rendendo muito mais. Foi o melhor treinador que já passou pelas bandas da Toca da Raposa. Era disciplinador, um grande estrategista e sabia lidar com esta raça difícil de mexer chamada jogador de futebol. Marcelo é um bom treinador, mas precisa melhorar muito e ser mais ousado. Allison foi uma aposta que deu certo. Utilize mais os garotos, Marcelo! Lamentável o comportamento de marginais que se dizem torcedores de Cruzeiro e Atlético. A barbárie começou antes mesmo do início do jogo pelas ruas de Belo Horizonte. Depois se estendeu para dentro e fora do Mineirão. Tiros, rojões, depredação generalizada dos patrimônios público e privado, agressões. Aonde vamos parar com tantos bandidos infiltrados no futebol? Na capital

paulista ocorreu o mesmo por ocasião do clássico Corinthians x São Paulo. Esse é o legado da Copa do Mundo? Bobo é o torcedor de bem que se arrisca a ir a estádio de futebol nesses jogos. E ainda nos gabamos de sermos seres civilizados. Será que somos mesmo? Futebol é apenas um entretenimento, uma simples diversão. Importante mesmo é a família, a educação, os princípios éticos, a boa convivência, o trabalho, a saúde. “Eu queria ser civilizado como os animais”, já dizia Roberto Carlos, em 1976, na música “O Progresso”. O homem continua sendo a pior espécie que habita o maltratado planeta Terra... Definitivamente, o clássico mineiro só poderá ser realizado, daqui em diante, com torcida única. Sou do tempo em que íamos ao Mineirão para assistir a um espetáculo no gramado e nas arquibancadas. Craques desfilavam sua magia pelo tapete verde do Gigante da Pampulha e nas arquibancadas os torcedores faziam a festa. Inesquecíveis o desfile das bandeiras, o som das charangas e as músicas de incentivo. Tudo isso ficou num passado distante. Hoje, só violência e futilidade. O alô da semana vai para o professor de História Luiz Carlos da Silva, leitor assíduo do Figueira e desta humilde coluna. Luizão, como ele é conhecido, é vascaíno, mas seu filho Luiz Gustavo é cruzeirense de quatro costados. Abraços aos torcedores de bem da China Azul!

Hadson Santiago Farias é cruzeirense da velha guarda, dos tempos que havia respeito no futebol.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.