Figo 51

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Fim de semana com sol entre nuvens. Pode chover no sábado . www.climatempo.com.br

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32o 21o

MÁXIMA

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

ANO 2 NÚMERO 51

FIM DE SEMANA DE 13 A 15 DE MARÇO DE 2015

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

GOLPISMO! Um atentado contra a democracia

Mensagem enviada por celular para pessoas cadastradas no mailing da Associação Comercial de Governador Valadares convoca para manifestação contra a corrupção, citando entidades que desaprovam a conduta de seus dirigentes locais

Dirigentes da OAB, Fiemg, CREA e Maçonaria são contestados por envolver as entidades em manifestação ligada a Golpismo Membros dessas entidades ouvidos pelo Figueira afirmam que os dirigentes demonstram não estarem à altura da representação que exercem em Valadares, ao empurrarem suas entidades para uma aventura nefasta por puro interesse pessoal, político. A manifestação pelo impeachment da presidenta Dilma é convocada nacionalmente por grupos que se denominam “Revoltados OnLine”, “Brasil Livre” e o “Vem pra Rua”, além do pastor Silas Malafaia e a família Bolsonaro, para o dia 15, domingo. Em Valadares, a iniciativa foi travestida por esses dirigentes de “manifestação contra a corrupção”. A pretexto de conclamar para uma pauta genérica, que qualquer cidadão abraça – a luta contra a corrupção – os dirigentes escondem os seus propósitos pessoais sob o manto de entidades que sequer tiveram suas instâncias internas consultadas. Sinduscon e Sindcomércio afirmam não terem sido consultados pela dirigente local da Fiemg, as lojas maçônicas ouvidas não reconhecem o conselho presidido pelo venerável de Alpercata que diz representá-las. O CREA de Minas Gerais desconhece e desautoriza o uso do nome da entidade na manifestação. Na OAB – entidade sempre comprometida com a democracia – é grande o descontentamento com a condução do seu presidente, que manifesta-se por ele mesmo, alegando que houve orientação da OAB do Estado e a Federal para isso. No entanto,

a OAB nacional e a estadual não confirmam a fala do presidente local. Nos portais dessas entidades na internet consta decisão do Conselho Federal, reunido em Florianópolis no dia 5 deste mês, de lutar pela regulamentação da Lei 12846/13 que estabelece punição para as empresas corruptoras. Em Minas, a campanha será lançada na sede de BH no dia 16 próximo. Portanto, nenhuma relação com a manifestação golpista. A decisão de somar-se à movimentação nacional da extrema direita, inconformada com a derrota nas urnas, foi tomada em reunião no dia 4 de março na Associação Comercial, a mesma entidade que juntamente com a União Ruralista radicalizou o ambiente político em Valadares em março de 1964, com enfrentamentos de rua que resultaram em tiroteios, hostilidades e assassinatos à luz do dia. Jogar luz sobre essa manifestação de modo que a ela não compareçam incautos é a função do Jornalismo que tem compromisso com a democracia e não aceita que o direito à livre manifestação seja camuflado, tornando-se atentado contra essa mesma democracia que o assegura.

Anúncio com logomarcas de algumas entidades insatisfeitas com a manifestação

SOBRE O DIA 15

LEIA MAIS

Articulistas do Figueira falam sobre as manifestações golpistas

Arquivo Pessoal

Marcos

Aranha DO BRASIL

Ele é do Brasil. É de Minas, de GV. Ele é cidadão do mundo, cantor, compositor, escritor e agora roteirista. Estamos falando de Marcos Aranha do Brasil. Um artista que é um ícone musical de GV e que se projetou para os muitos cantos de nosso território verdeamarelo. Conheça este talentoso músico valadarense na seção Brava Gente. Página 8

Assassinatos de Robson Rocha e Rainier Barbosa continuam sem solução Duas famílias sem respostas, dois crimes que chocaram a sociedade valadarense. Os casos, que segundo as famílias, parecem arquivados pelas Polícia Civil ainda chamam atenção pela brutalidade dos crimes, pela ausência de suspeitos e semelhanças nas histórias. O professor de artes, Robson Rocha, em maio de 2011, assassinado em sua própria casa. O artista plástico, Rainier Barbosa, assassinado em junho de 2003, também o em sua própria casa. Ambos foram encontrados sozinhos, alguns dias depois dos homicídios, e com muitos sinais de violência. Página 6

Eu não vou pra rua Eu não vou para rua, porque não vou gritar sem provas, pré-julgar e achar culpados antes da hora. Já temos injustiça que basta. Moisés Oliveira

Página 3

Um xingamento a todas as mulheres brasileiras Lucimar Lizandro

Página 5

PIG - Partido da Imprensa Golpista José Carlos Aragão

Página 8


OPINIÃO

Editorial

O pesquisador Thimoty Power, diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, na Inglaterra, avaliando o período após as eleições de outubro, conclui que o Brasil está cada vez mais parecido com os Estados Unidos, onde a direita, ao perceber que não consegue chegar ao poder pelo voto popular, passou a existir para impedir que os eleitos governem. Essas forças conservadoras, saudosistas de um Brasil extremamente desigual, no qual os seus privilégios estavam assegurados, tentam empurrar o país para o mesmo ambiente de tensão permanente e impasse político e econômico vivido na Venezuela. Há uma tentativa sem qualquer disfarce da oposição de convulsionar o Brasil para assim criar o caldo de cultura propício aos piores devaneios golpistas. Embora diga para consumo externo que é contra o pedido de impeachment da presidenta da República, espera ansiosamente que o cavalo passe arreado. Assume essa postura por covardia, por não ter coragem de encarar os setores da sociedade civil organizada que apoiam o atual projeto político vigente. Assim sendo, envia seus acólitos adiante e fica na retaguarda esperando para ver no que vai dar. A oposição brada em alto som que as manifestações são contra a corrupção e contra o caos instalado. Ora, ela fala de qual corrupção? Seria da denúncia contra o senador tucano mineiro Antonio Anastasia ou seria a denúncia contra um senador do DEM do Rio Grande do Norte? Certamente, a coerência não é a marca principal dos pseudoindignados e muitos já perceberam tal característica. Mesmo assim, graças ao bombardeio e à saturação midiática, o governo federal e o PT se transformaram no símbolo do ódio e de toda a ojeriza de parcela da sociedade brasileira. Só tem um pequeno detalhe para o qual os neoudenistas ou neolacerdistas não se atentaram: o Brasil de hoje não é o Brasil de 1954 ou o Brasil de 1964. Não temos e não teremos exército nas ruas e nenhum governante vai dar um tiro no peito. As Forças Armadas estão fora do poder há 30 anos, as suas gerações de militares na ativa são filhas da democracia. Nunca tivemos no período da República tempo tão longo – quiçá definitivo - de afastamento dos militares da tentação da política. Se de um lado a oposição imagina que pode enfraquecer e até derrubar o atual governo, do outro lado existem várias forças vivas e atuantes, que atentas, não tolerarão de forma alguma qualquer tentativa de desrespeito à vontade popular. Não existe clima político, não existe caos social e econômico que justifique tamanha estupidez. Nem em 1999, diante de uma maxidesvalorização do Real, da fuga de bilhões de dólares, do desemprego reinante, da fome cruel e de um governo cercado de corrupção se aventou o impeachment de FHC. Portanto, não será agora, dentro da mais ampla normalidade, mesmo ciente do difícil momento da economia nacional e internacional que a história se repetirá como farsa ou tragédia. Quem duvidar que arrisque. Eleição se ganha na urna. Portanto, 2018 está logo ali. Que arranjem um bom candidato, um bom programa de governo e façam a disputa do voto. Nem o Brasil e nem os movimentos sociais assistirão de braços cruzados a tentativa insana de aviltamento da nossa jovem, porém promissora democracia.

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica.

Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Tim Filho Olha o panelaço!

Os que perderam as eleições agora querem que todo o país saia perdendo

Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

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Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório Você acha que algum time brasileiro chegará à final das Libertadores?

Favoritos porque somos brasileiros, uai! SIM

Gabriel Sobrinho

Se tem brasileiros na Libertadores, eles sempre serão os favoritos. Das últimas dez edições da competição, os brasileiros levantaram o caneco seis vezes, enquanto os argentinos três e os equatorianos tiveram uma conquista. Esse seria apenas um dado para apontar o enorme favoritismo dos brasileiros na competição. Se formos ainda mais criteriosos veremos que das quatro conquistas que não vieram para o nosso país, os brasileiros chegaram à final três vezes. Ou seja, das últimas dez finais de Libertadores da América, os brazucas foram às finais em nove oportunidades. O futebol brasileiro é - há muito tempo - o país mais forte financeiramente, se comparado ao outros da América do Sul. Basta olharmos para o plantel valioso dos times que estão disputando a competição. O Corinthians, que para mim é de longe o principal e mais forte time do continente, tem um plantel recheado de jogadores com nível de seleção, Guerrero, Elias, Jadson, Ralf, Renato Augusto e Danilo, por exemplo. Acredito que o Timão sai na frente dos outros brasileiros nesse início de temporada, e é hoje o favorito para a conquista da competição sulamericana. O rival corinthiano na capital paulista, o São Paulo, ainda não engrenou na competição. Mesmo com peças de peso no elenco, o tricolor não pegou jeito, como dizem no futebol: “não deu liga”. Pato, Ganso, Luis Fa-

biano e Alan Kardec ainda “batem cabeça” no setor ofensivo. O Internacional é sempre uma grande incógnita. Apesar de ter ganhado duas Libertadores em um espaço curto de tempo, 2006 e 2010, o time gaúcho quase nunca joga um futebol de encher os olhos. Por isso entre as cinco equipes brasileiras que disputam a competição, coloco os colorados por último na lista. Já nas Minas Gerais a bola anda sendo maltratada pelos times da capital. No campeonato regional, Cruzeiro e Atlético até que mantém campanhas regulares, sem muitos sustos. Mas quando o assunto é Libertadores, o nível técnico e tático das equipes tem deixando os torcedores apreensivos. Até agora as duas equipes jogaram duas vezes pela competição e se quer marcaram gols. O Cruzeiro, atual Bi Campeão Brasileiro, perdeu peças importantes na virada do ano, mas logo foi ao mercado se reforçar. O argentino De Arrascaeta e o centroavante Leandro Damião são os principais homens na equipe azul celeste. O time não entrosou, resultado disso foram dois empates de zero a zero na competição. Lá pelos lados do Horto a situação anda pior. O Galo amarga duas derrotas, sendo uma em casa diante do torcedor. O alvinegro mineiro foi o único time a não pontuar no grupo e vê os principais concorrentes dispararem nas primeiras posições. Gabriel Sobrinho é jornalista

Os argentinos vão complicar a vida dos brasileiros NÃO

Diego Souza

A edição de 2015 da Taça Libertadores da América promete ser emocionante para os brasileiros. E bota emoção nisso. Se no ano passado não tivemos a presença de times paulistas, desta vez eles estão representados por São Paulo e Corinthians que estão no mesmo grupo. Grupo que conta ainda com ninguém menos que o atual campeão da Libertadores, o San Lorenzo. O Danúbio apenas figura entre os 4 times do grupo, mas são grandes as chances de um brasileiro ficar fora e aí, pior para o São Paulo que perdeu o clássico para o Corinthians na estreia da competição. Antes o pior brasileiro participante em Libertadores, o Corinthians agora dá mostras que aprendeu a disputar o torneio, mas ainda não é possível dizer que o time do Parque São Jorge seja um forte candidato ao título. O Internacional por sua vez também estreou com derrota e não faz um bom início de temporada. O técnico uruguaio Diego Aguirre parece não conseguir fazer com que seus comandados entendam sua forma de jogar. Melhor para The Strongest (derrotou o Colorado na estreia por 3 a 1), Universidad de Chile ou Emelec que podem tirar dos gaúchos a vaga na próxima fase. Mesmo que siga adiante na competição, o Inter terá que apresentar um futebol melhor se quiser conquistar a Libertadores pela 3ª vez na sua história. Assim como no ano passado, Minas Gerais está representada pelos seus dois maiores clubes: Cruzeiro e Atlético. Campeão da Libertadores em 2013 e Copa do Brasil no ano passado, o Atlético já enfrenta uma situação bastante difícil. O Galo perdeu seus dois primeiros

jogos, um deles em casa para o Atlas do México e terá que repetir uma campanha semelhante a do Cruzeiro em 1997 quando ganhou a Libertadores. Na ocasião, o Cruzeiro perdeu os três primeiros jogos, venceu todos os jogos de volta, se classificou e acabou campeão daquele ano. Mas é pouco provável que esse time do Atlético, reformulado como foi, chegue às oitavas de final. Já o Cruzeiro, campeão brasileiro, está no Grupo 3, com Mineros de Guayana, da Venezuela, o Universitário de Sucre, da Bolívia (altitude de 2800 metros) e o argentino Huracán. Por sorte a Raposa caiu no grupo mais fácil entre os brasileiros. Porém, assim como o Atlético, o time passou por uma grande reformulação e não tem o mesmo entrosamento do time dos anos de 2013 e 2014. Deve se classificar e como em 2014 ser o brasileiro que vai chegar mais longe na Libertadores, quando caiu nas quartas de finais. Em suma, os brasileiros são sempre os maiores favoritos na Libertadores, mas neste ano os argentinos podem complicar a vida de São Paulo, Corinthians, Internacional, Atlético e Cruzeiro. No ano passado foi o San Lorenzo. Este ano o Boca Juniors está de volta a competição que já venceu por seis vezes, quatro contra brasileiros: Cruzeiro (1977), Palmeiras (2000), Santos (2003) e Grêmio (2007). O time argentino é sempre um favorito. Isso sem contar os times mais fracos, mas que podem surpreender como o River Plate e o Estudiantes campeão em 2009, contra o Cruzeiro. Haja emoção!

Diego Souza é jornalista e repórter do site G1


POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Da Redação

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Fala, Frei Leonardo Boff! A crise econômica e política pela qual o país atravessa neste momento é “em grande parte forjada, mentirosa, induzida, ela não corresponde aos fatos”, afirma o teólogo Leonardo Boff. Segundo o teólogo, a crise amplificada por uma dramatização da mídia. “Essa dramatização que se faz aqui, é feita pela mídia conservadora, golpista, que nunca respeitou um governo popular. Devemos dizer os nomes: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estadão, a perversa e mentirosa revista Veja.” Em entrevista à Rádio Brasil Atual na segundafeira (9), o teólogo disse que, no entanto, o atual nível de acirramento no cenário político não preocupa porque, para ele, comparado a outros contextos históricos, a “democracia amadureceu”. Ele diz acreditar, ainda, na emergência de uma “nova consciência política”. Boff também considera que o cenário brasileiro é bastante diferente da Grécia, Espanha e Portugal, onde são registrados centenas de suicídios, por conta do fechamento de pequenas empresas e do desemprego, e até mesmo de países centrais, como os Estados Unidos, que veem a desigualdade social avançar. “A situação não é igual a 64, nem igual a 54″, compara. “Agora, nós temos uma rede imensa de movimentos sociais organizados. A democracia ainda não é totalmente plena porque há muita injustiça e falta de representatividade, mas o outro lado não tem condições de dar um golpe.” Fonte: www.diariodocentrodomundo.com.br

BLOCO DE NOTAS

Panelas midiáticas O cientista político Carlos Ranulfo Melo, da Universidade Federal de Minas Gerais, disse em entrevista ao blog “Diário do Centro do Mundo”, que é impossível mensurar o panelaço feito no domingo em protesto contra a presidenta Dilma Rousseff. “Foi um protesto que não aconteceu nas ruas. Muito provavelmente o panelaço aconteceu nas áreas onde a Dilma sempre teve dificuldades, e foi orquestrado pelos setores que estão descontentes com o Governo desde as eleições do ano passado. Essa manifestação mostra um país que ainda não superou o resulta do pleito de 2014, e muitas pessoas ainda acreditam em um terceiro turno”. Melo disse que se a imprensa transformar o panelaço em uma grande manifestação isso pode fortalecer muito o ato. “A grande mídia nunca foi simpática aos governos do PT. Isso não quer dizer que ela é partidária, tucana, mas ela tem uma visão do mundo que se alinha contra os projetos do PT.”

VERDADE VERDADEIRA

Aquele que não tiver pecado atire a primeira pedra – João 8:1-11

31 de março

JARI de endereço novo

Vem aí o 31 de março e o Figueira vai completar 1 ano de circulação em Governador Valadares. A primeira edição do jornal trouxe reportagem sobre o golpe de 1964 e o empastelamento do jornal O Combate, que circulou em Valadares nos anos 1960, sendo destruído em 1964 por uma milícia de fazendeiros.

A Junta Administrativa de Recursos de Infrações - JARI - agora está funcionando na Rua Sá Carvalho, 88, em frente à sede da AeC. O atendimento ao público é de doze às 17h30. De acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, a mudança veio para proporcionar melhor condição de atendimento aos usuários, que procuram o órgão para defesa prévia ou recursos a multas de trânsito.

Sentar no chão Circula nas redes sociais um manual de comportamento para os manifestantes que vão gastar a sola do sapato na avenida no domingo, dia 15. Temendo infiltração comunista entre os patriotas, alguns outros patriotas postaram: “se houver alguém infiltrado, identifique o elemento e sentem-se no chão”.

Panelaço Apareceu no Facebook um perfil com o nome “Guetão DeBoa”, relacionada ao vereador Gledston Guetão (PT). Ninguém sabe quem criou. Apareceu do nada. Mas a aparição rendeu boas risadas. Trata-se de um perfil de humor. Numa postagem do dia 11, um meme com uma foto de uma mulher batendo panelas, teve a seguinte legenda: Esse pessoal batendo nas panelas de teflon! Amanhã o ovo gruda e a culpa é da Dilma. Quem criou isso? A assessoria do vereador quer saber.

Sobre a JARI As Juntas Administrativas de Recursos de Infrações (JARIS) são órgãos colegiados, componentes do Sistema Nacional de Trânsito, responsáveis pelo julgamento dos recursos interpostos contra penalidades aplicadas pelos órgãos e entidades executivos de trânsito ou rodoviários. Compete às JARI: julgar os recursos interpostos pelos infratores; solicitar aos executivos rodoviários, órgãos e entidades executivos de trânsito informações complementares relativas aos recursos, objetivando uma melhor análise da situação recorrida; encaminhar aos executivos rodoviários, órgãos e entidades executivos de trânsito informações sobre problemas observados nas autuações, apontados em recursos e que se repitam sistematicamente.

Terra Brasilis Moisés Oliveira

Eu não vou pra rua Tenho recebido muitos convites para ir às ruas dia 15 de março numa manifestação para pedir impeachment da presidente Dilma. Eu não vou. Isso não quer dizer que assino embaixo de tudo que está ai, mas quer dizer que sou radicalmente contra o impeachment neste momento. Como disse o ex-presidente FHC em entrevista recente ao Jornal Valor Econômico, “Não adianta nada tirar a presidente”. Antes de qualquer coisa, não se enganem: eu não lutei ao lado dos que ganharam. Não desta vez. No último pleito me senti no dever de reavaliar minhas convicções, analisar com mais cautela propostas e ouvir com mais coração o que as pessoas diziam. Fui contra a continuidade e não me envergonho da minha decisão. Dentre todas minhas considerações, a que eu julgava mais importante era a de que o Brasil ganharia mais se o Partido dos Trabalhadores voltasse a ser oposição, e de que seria mais saudável para o próprio PT retomar sua história de luta e convivência com as ruas. Fui romântico. É obvio que na luta pelo poder, mais vale ganhar e ponto. Pois bem, sempre gostei, respeitei e procurei entender as ruas. Durante o movimento estudantil estive em diversos atos, como por exemplo, o ato contra a criação da ALCA. Participei também das manifestações em junho de 2013, em São Paulo. Ali acreditei numa mudança de postura das pessoas e não dos governos. Emocionei-me subindo a Avenida 9 de julho em meio à multidão, vendo o povo balançar lençóis brancos das janelas dos prédios. Foi bonito de ver o engajamento de pessoas que nunca tinham cogitado participar de nenhuma manifestação. Penso que só quem frequentou as ruas sabe o que é se sentir parte importante do todo. Estar na rua é empoderar-se de mudança. Mas do que adianta sair de casa, gritar, maldizer políticos nas redes sociais e nas urnas fazer tudo igual? E o que adianta depois de tudo continuar a ceder ao jeitinho fácil

Tivemos há poucos meses a chance de mudar o projeto político no voto - não mudamos. A maioria da população elegeu Dilma. Sendo assim, vale refletir: na democracia o fator mais importante para o seu equilíbrio é o respeito. Respeito às vitórias, às derrotas e às leis.

de conseguir as coisas no dia a dia? Um paradoxo, não? Ir para rua é lindo, importante e necessário, mas não agora e vos digo por quê: Tivemos há poucos meses a chance de mudar o projeto político no voto - não mudamos. A maioria da população elegeu Dilma. Sendo assim, vale refletir: na democracia o fator mais importante para o seu equilíbrio é o respeito. Respeito às vitórias, às derrotas e às leis. Portanto, não me venham com essa história de 3º turno. Nem me venham com esse papo de desestabilizar o governo propositalmente. Acho redondamente errado, um verdadeiro desserviço. Eu não vou para rua, porque trocar o poder central agora implicaria meses ou anos de atraso. Paralisação de obras e projetos importantes e travamento da pauta já emperrada do congresso nacional. Eu não vou para rua atacar o PT porque sei que a corrupção no Brasil é ambidestra. Sei também que todos os partidos estão envolvidos nas denúncias da operação Lava-Jato, inclusive o PSDB e o PMDB. Não se engane meu povo, não há

santos entre nós. Juízes, promotores, delegados, fiscais, deputados, governadores e prefeitos por todo país estão envolvidos de algum modo em casos de corrupção. Temos, na verdade é que nos envergonhar e ao sair de casa refletir sobre as nossas próprias atitudes. Eu não vou pra rua porque entregar o governo ao PMDB de Cunha e Renan seria mais conservador do que entregar ao DEM. Eu não vou para rua, porque não vou gritar sem provas, pré-julgar e achar culpados antes da hora. Já temos injustiça que basta. Eu não vou para rua, porque um processo de troca de governo agora só aumentaria a crise de credibilidade, seria um retrocesso atroz, um forte desgaste para imagem da economia do país e da sua democracia. Eu não vou para rua, pois apesar de identificar erros graves na condução do país e não apoiá-los, também sou capaz de reconhecer avanços significativos na nossa história recente. Eu não vou pra rua, pois acredito que o governo, neste momento, precisa de apoio e não de vaia. Me julguem. Eu não vou pra rua, sobretudo, porque sou um brasileiro consciente. Acredito que a saída para crise política passa pela inclusão e participação ativa da sociedade no debate. Assim, quando houver a hora certa, eu irei com gosto. Agora não. Agora eu não vou, podem parar de enviar convites, não irei engrossar o caldo do golpe, nem a estatística dos pessimistas. Eu não sou assim. Além de tudo, olhei a previsão do tempo e dia 15 vai chover.

Moisés Oliveira é jornalista, publicitário e colunista do Figueira


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Município discute Campanha da Fraternidade 2015 Autoridades municipais foram à Câmara discutir ações para desenvolver a campanha. O Bispo Dom Félix, da Diocese de GV também esteve presente Da Redação

Com a presença de membros da igreja católica, dentre estes o Bispo Dom Félix, padres, e a prefeita Elisa Costa representando o Executivo, a Câmara Municipal promoveu audiência pública na quinta-feira (5), para debater a Campanha da Fraternidade 2015, trazendo o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”, e o lema “Eu vim para servir”, inspirado no livro de São Marcos, 10:45. Em seu discurso o Bispo Dom Félix explicou a importância do tema escolhido para o ano de 2015. “A Campanha da Fraternidade (CF) 2015 buscará recordar a vocação e missão de todo cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II. Portanto, pretende-se recordar a missão de todos os cristãos, que é o diálogo com a igreja e a sociedade e, jamais esquecendo as pessoas que vivem à margem dessa sociedade e não têm seus direitos respeitados, nem pelo poder público, nem pela sociedade, ou mesmo a igreja. Então, devemos como igreja e sociedade buscar sempre

o bem comum e social de todos. Porque todos somos iguais perante Deus. A Campanha da Fraternidade esse ano traz o lema: eu vim para servi, e, portanto a igreja se coloca a serviço da sociedade, e para lutar sempre pelos excluídos, em hospitais, asilos e orfanatos. Assim como nos pede o Papa Francisco, devemos ser humanos para com todos.” A CF foi lançada no dia 18 de fevereiro desse ano, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, para todas as comunidades católicas do Brasil. Em Governador Valadares, a pedido do vereador Padre Paulo, a reunião especial na Câmara, aconteceu com a proposta de aproximar o Legislativo do município das questões cristãs. “Nessa noite poderemos discutir a Campanha da Fraternidade e sua importância, além das políticas públicas para com a religião. O objetivo principal dessa campanha esse ano é, aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus. Portanto temos que

estar atentos as questões também pertinentes à política, e hoje o tema latente é a Reforma Política. E para que para isso aconteça é preciso que se acabem os financiamentos de campanha. Dessa forma conseguiremos fazer uma politica igualitária para a sociedade e para todos. Essa reforma política tão sonhada é uma luta dos cristãos. E para que isso aconteça devemos praticar um papel operante para que tenhamos um mundo mais humano, e menos injusto.” Para a prefeita Elisa Costa, é preciso fortalecer os laços da igreja com a sociedade e a política. “Devemos enquanto políticos renovar e fortalecer as ações propostas pelo Papa Francisco. Como prefeita e cidadã também quero uma Reforma Política junto com a sociedade. Queremos também o fim do financiamento das campanhas, e através também da igreja vamos unir forças para mudar a sociedade nesse sentido. A Campanha da Fraternidade vem com um lema muito forte, “Eu vim para servir”, e como ser político me vejo no papel de contribuir para essas mudanças”. Gina Pagú

SERVIÇO DE SAÚDE

População agora pode fazer Cartão SUS mais perto de casa Desde a segunda-feira (9), a população não precisa mais se deslocar até o centro da cidade, no quinto andar do Banco do Brasil - nem enfrentar longas filas -, para obter ou atualizar o Cartão SUS. É que, agora, começa a descentralização dos cartões SUS com o objetivo de qualificar o atendimento e facilitar o acesso, já que os usuários passam a ter acesso a estes serviços em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégias Saúde da Família (ESF) e Centros de Referência do Município. Nas unidades de saúde que ainda não foram informatizadas ou seguem passando por reforma, os cartões SUS serão solicitados via formulários preenchidos à mão e enviados para digitalização e confecção no respectivo departamento. Em seguida, são devolvidos para a unidade de saúde e ficam à disposição do usuário. Há, ainda, outra opção, na qual os cartões serão entregues nas unidades de saúde já impressos, necessitando apenas serem preenchidos e carimbados na parte de trás. Isto significa 100% de cobertura dos usuários, já que tanto a Atenção Básica quanto a Secundária vão realizar este tipo de serviço. A atualização segue uma determinação do Ministério da Saúde de que em todos os cartões SUS constem os dados do usuário. Para atualizar ou confeccionar o cartão é preciso levar o CPF. Lembrando que para fazer exame preventivo e agendar a mamografia já está sendo exigido o cartão atualizado.

Dia Mundial do Rim

A prefeita Elisa Costa discursa na Câmara, falando sobre o papel da sociedade na Campanha da Fraternidade 2015, enquanto o Bispo Dom Félix bebe água

Frank Brown vence a 1ª etapa do Campeonato Brasileiro de Parapente diferente. Quero ver o Frank Brown ganhar lá”, provocou. Campeã na categoria feminina, a argentina Silvina O capixaba Frank Brown foi o grande vencedor da 1ª etapa Marti também elogiou a organização. “Achei o campeodo Campeonato Brasileiro de Parapente, realizado entre o nato bem organizado em todos os aspectos. Estou muito dia 1º e 7 deste mês. Ele foi seguido por Rafael Monteiro feliz de ter vindo competir aqui”, contou. O segundo lugar Saladini (RJ) e Tony César Mendes Negreiros (MG), na se- ficou com a baiana Claudia Otilia Guimarães Ribeiro e o gunda e terceira colocação, respectivamente. A premiação terceiro com a paulista Rosaine Aparecida Schincariol Ponfoi realizada na noite de sábado (7), no Bar do Xandão, na tremolez. O Suíço, naturalizado brasileiro, Roland Zgraggen venIlha dos Araújos. Durante a premiação Frank parabenizou a organização ceu a categoria Sport. O segundo lugar ficou com Rogério do evento e a dedicação do presidente da Associação Bra- Santos Felix (RJ) e o terceiro com Dasanyhev de Souza Carsileira de Voo Livre (ABVL), Chico Santos. “A gente valori- doso (ES). Os demais resultados estão disponíveis no site http:// za muito as entidades, mas o sucesso delas depende das pessoas que estão à frente delas. O Chico está fazendo um www.abvl.net/comeca-o-brasileiro-de-parapente-acompatrabalho maravilhoso com os ENPs (Encontro Nacional de nhe-os-resultados/ A primeira etapa do Campeonato Brasileiro de ParapenPilotos e Instrutores)”, afirmou Brown. Saladini também parabenizou a Prefeitura e a organi- te é uma iniciativa da Associação Brasileira de Voo Livre zação do campeonato. “A palavra agora é profissionalismo. (ABVL), em parceria com a Associação de Voo Livre IbituruFiquei fora das competições por sete anos e a postura agora na (AVLI), com a COMTUR e com a Secretaria Municipal de é diferente. Este grupo sabe o que quer. Descobri que preci- Cultura, Esporte e Lazer. As próximas fases da competição serão realizadas nas so viver isso aqui; não posso mais ficar de fora.”, declarou. O piloto ainda provocou o colega de pódio. “Em Sapiranga cidades de Sapiranga (RS), no período de 22 a 28 de novem(onde será realizada a próxima etapa da competição) vai ser bro, e do Rio de Janeiro, de 9 a 13 de dezembro. Da Redação

O dia 12 de março agitou os quatro cantos do país com atividades em comemoração ao Dia Mundial do Rim. Como não poderia ser diferente, Governador Valadares também abraçou a causa e, para isso, realizou nesta quinta-feira ações que visam não apenas celebrar a data, mas, principalmente, alertar a sociedade para a necessidade de se adotar hábitos saudáveis - como o consumo assíduo de água, a mudança no estilo de vida, o cuidado preventivo com doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade). As ações foram realizadas no GV Shopping, com distribuição de panfletos educativos.

CARTAS ELETRÔNICAS


NACIONAL

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Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

Preservar o PMDB 1

Inimigo honesto

Os deputados e senadores do PSDB devem preservar os parlamentares do PMDB citados na operação Lava-jato, da Polícia Federal. Nos depoimentos que derem à CPI que investiga o escândalo de desvio de dinheiro da Petrobras, os tucanos deverão intensificar os ataques aos parlamentares do PT e fazer vista grossa para os peemedebistas suspeitos. A ordem é ser bonzinho, mesmo. A estratégia foi definida em uma reunião a portas fechadas, da bancada tucana, na terça-feira à noite.

E não é que os assessores e interlocutores mais próximos da presidente Dilma Rousseff passaram a olhar com mais simpatia para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)? Isso depois da mudança de postura do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que passou de defensor ferrenho a quase opositor no Congresso. O Palácio do Planalto entendeu que é melhor um inimigo honesto que um falso amigo. Eduardo Cunha se comprometeu a colocar em votação todos os projetos do ajuste fiscal que o governo precisa, nas próximas semanas. Vai dar celeridade.

Preservar o PMDB 2 Na reunião da bancada tucana ficou definido que quando um peemedebista estiver numa situação muito delicada e escandalosa, daquelas que não tem como deixar passar, podem ser adotadas duas posturas: a primeira é usar um parlamentar de menor representatividade para fazer as perguntas mais incômodas´, mas sempre “por iniciativa própria”, nunca em nome do partido. E quando se tratar de um figurão peemedebista, a estratégia será usar um parlamentar de um partido nanico.

Por que preservar? A estratégia dos líderes do PSDB em preservar o PMDB é questão de sobrevivência. Como as relações entre PMDB e PT estão mais do que estremecidas, os parlamentares tucanos definiram, na terça-feira, que está aberta a temporada de sedução ao partido do vicepresidente Michel Temer, já de olho nas eleições presidenciais de 2018. Os tucanos já perceberam que o encolhimento do principal aliado, o Democratas, pode comprometer o jogo.

Prazo para explicar Termina neste domingo (15) o prazo que o Estado brasileiro tem para informar à Corte Interamericana de Direitos Humanos que providências têm sido adotadas no sentido de investigar e processar casos de graves violações ocorridos durante a ditadura militar. Parte da resposta será o resultado da atuação do Grupo de Trabalho Justiça de Transição, criado em 2014 pelo Ministério Público Federal (MPF). A ação mais recente do grupo foi o envio de solicitações para a abertura de investigações referentes a 102 vítimas – entre mortos e desaparecidos. O coordenador do GT Justiça de Transição, procurador da República, Ivan Cláudio Marx explica que o montante equivale à diferença entre o total de vítimas mencionadas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o número de pessoas que já são objeto de apuração do MPF. EBC

Pro plenário 1 Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, articula um maneira de fazer com que todos os processos contra os envolvidos na operação Lava-Jato, da Polícia Federal, sejam julgados em plenário e não nas chamadas turmas, onde apenas cinco ministros votam. E, além disso, as sessões das turmas não são transmitidas pela televisão. As do plenários são transmitidas ao vivo pela TV Justiça e toda a imprensa pode acompanhar in loco. Nas turmas, não.

O procurador Ivan Cláudio Marx, ao centro, coordenador do GT

Pro plenário 2

Contato

Pouca gente percebeu, mas essa história de votar as ações penais nas turmas, com apreciação apenas cinco ministros do Supremo começou depois da ação do Mensalão. Até então, todas as ações penais eram votadas, em plenário, sempre às quintas-feiras. Fora do plenário não há visibilidade. O ministro Marco Aurélio entende que o caso da Petrobras merece e precisa de visibilidade.

E-mail para esta coluna: noticiasdopoder@uol.com.br José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Direitos Humanos

Cotidiano Lucimar Lizandro

Paulo Vasconcelos

Um xingamento a todas as mulheres brasileiras No domingo, 8 de março, foi comemorado o dia internacional da mulher. Uma data de reverenciar e reconhecer a importância dessas criaturas na vida familiar e de toda sociedade. São donas de casa, profissionais liberais e toda sorte de ocupação. Em todos os momentos e espaços onde ela se faz presente, ela deixa sua marca e a certeza da construção de um mundo melhor. Infelizmente, nem todos têm essa compreensão e noção da importância das mulheres em nossa sociedade. Quando xingamos, ou mesmo agredimos uma mulher, estamos agredindo a todas elas. Algo lastimável que deveria ser repreendido com o máximo vigor. Pois bem, no domingo, ao se dirigir à nação brasileira para cumprimentar todas as mulheres brasileiras e ainda falar de assuntos do governo de interesse de todos nós, um grupelho, que se auto intitula como “paneleiros” resolveu se manifestar, o que é extremamente legítimo, contra a fala presidencial. Ocorre que, distanciando-se do conceito de respeito e civilidade, resolveram agredir a hon-

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ra da presidenta da república, como forma de extravasar a sua inconformidade com fatos do dia a dia. A suprema ironia é que justamente num data tão simbólica eis que um desses “paneleiros” se refere à presidenta da república como uma vaca. Certamente, da varanda de onde saiu o xingamento e considerando-se a região geográfica na qual se situa o bairro, depreende-se que não se trata de alguém pouco letrado ou de parcos recursos financeiros. Mais uma vez confirmamos a tese que nem sempre escolaridade rima com educação e civilidade. Vivemos em nosso país um momento de reiteradas tentativas de desestabilização em nome de um clamor moralista, mas, que no fundo não esconde o seu ódio e preconceito de classe. E o que é pior, de quem se esperaria a repreensão, assiste-se o inflar constante e a torcida do quanto pior melhor. E assim seguimos nós em marcha batida rumo ao retrocesso. Triste sina do povo brasileiro. Lucimar Lizandro de Freitas é graduado em Administração e Pós-Graduado em Administração Pública.

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Agora vice Partindo do pressuposto que militar nos Direitos Humanos é praticar a democracia, na sexta-feira 06/03, os novos membros Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos reuniram-se, para votar a Mesa Diretora do próximo biênio. Com muita alegria deixei a presidência do Conselho, mas, não abandonei o barco. O aprendizado adquirido neste período me trouxe outras responsabilidades, tanto com campo social, como no profissional, e familiar. Hoje, mais que nunca, carrego comigo o legado das desigualdades sociais que, apesar de já conhecê-las, existia em mim um entendimento virtual e distante. Agora à flor da pele. As experiências ali vividas me traduzem de maneiras diferentes algumas verdades, as quais, eu só conhecia à distância. Como as ditas por Hamilton Pereira da Silva, o político, Secretário de Cultura do Distrito Federal, conhecido pelo pseudônimo de Pedro Tierra, o poeta: “É verdade que depois de derrubadas as cercas do latifúndio, outras se levantarão, as cercas do Judiciário, as cercas da polícia (ou das milícias privadas), as cercas dos meios de comunicação de massa. [...] Mas, é verdade também, que cada vez mais caem cercas e a sociedade é obrigada a olhar e a discutir o tamanho das desigualdades, o tamanho da opulência e da miséria, o tamanho da fartura e da fome”. Outros felizes “grilhões”, esses de ouro, que não me deixarão afastar da magnitude dos Direitos Humanos, são os projetos e parcerias construídos durante essa trajetória, que ainda continuarão sendo executados. E, a esperança de que o labor nas boas práticas perpetua o tempo. Registrando na história entes culturais, e construindo saberes em meninos, que são humanos e assim o serão, para garantia dos seus direitos. Juntamente com os demais conselheiros, continuo a aprender dar pequenos passos sentido ao grande investimento no ser humano, que ainda necessita ser feito. Este é um texto festivo, o qual tem como propósito estimular os novos conselheiros a continuar nas práticas das garantias dos Direitos Humanos, e também, chamar a atenção dos leitores para uma visão menos destorcida dos seus próprios direitos e, convidá-los a estar presente nas reuniões do conselho, que é aberta a todos que queiram assistir. Congratulações à Secretaria Executiva dos Conselhos, a todos os colegas conselheiros, a diretoria, e especialmente ao amigo, Ageu José Pinto, que, com coragem e determinação, assume a exaustiva função de presidir o Conselho Municipal de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos. Paulo Gutemberg Vasconcelos é educador social e preside o Conselho Municipal de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos.


POLÍCIA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Crimes sem solução Eles foram personagens importantes da história cultural de Governador Valadares: o professor de artes, Robson Rocha, assassinado em sua própria casa, em maio de 2011, e o artista plástico, Rainier Barbosa, assassinado em junho de 2003, também em sua própria casa. Os assassinatos chocaram não apenas suas famílias, mas todos os valadareses, por causa da crueldade aplicada pelos assassinos, figuras misteriosas, jamais descobertas.

O Robson, meu filho, sempre gostou de morar sozinho, de ser independente. Era uma pessoa boa demais, não fumava, não bebia e não frequentava bares. Sempre levava a vida dele assim. Muito carinhoso com a família, mas no canto dele. Romero Rodrigues, 80 anos, pai do professor Robson Rocha

Minha mãe sofre muito até hoje, mas não poderia ser diferente, afinal não temos nenhuma resposta até agora. Não é fácil para nenhum de nós. Gostaríamos de fazer justiça por ele, que não merecia uma morte tão brutal que chocou a cidade toda.

Ilma Barbosa Irmã do artista plástico Rainier Barbosa

Gina Pagú / Repórter Duas famílias sem respostas, dois crimes que chocaram a sociedade valadarense. Os casos, que segundo as famílias, parecem arquivados pelas Polícia Civil ainda chamam atenção pela brutalidade dos crimes, pela ausência de suspeitos e semelhanças nas histórias. O professor de artes, Robson Rocha, em maio de 2011, assassinado em sua própria casa. O artista plástico, Rainier Barbosa, assassinado em junho de 2003, também em sua própria casa. Ambos foram encontrados sozinhos, alguns dias depois dos homicídios, e com muitos sinais de violência. O pai do professor Robson, Romero Rodrigues, 80 anos, conta como tudo aconteceu. “O Robson, meu filho, sempre gostou de morar sozinho, de ser independente. Era uma pessoa boa demais, não fumava, não bebia e não frequentava bares. Sempre levava a vida dele assim. Muito carinhoso com a família, mas no canto dele. Quando foi no dia 11 de maio, Dia das Mães de 2011, nós demos a falta dele, e as professoras também, pois ele dava aula lá no Ipê. Na segunda-feira ele não foi ao trabalho, na terça também não. Elas ligaram para casa dele e nada, para o celular e nada. Então foram até o apartamento dele e ligaram para meu outro filho, que arrombou a porta e encontrou o Robson morto a facadas.” Mas após quase 4 anos, a família questiona o andamento do caso. Romero diz que na época a polícia foi dedicada, investigou, mas que agora não há nenhuma comunicação com a família. “Agora só enrolam, enrolam, e não nos dizem nada. No início acharam que era um homem, pois foram encontrados, uma guimba de cigarro e uma latinha de cerveja. E meu filho não bebia e nem fumava. Então dizem, dizem! Que fizeram o exame de DNA, mas eu nunca vi esse exame. E nós como pais ficamos mais chateados, porque perder um filho não é brincadeira. E não vem uma notícia sequer falando sobre o que aconteceu. Algumas pessoas da imprensa local e políticos falaram que não iam deixar essa história assim, mas todos também se calaram. Teve gente que veio aqui em casa e prometeu ajuda. E o meu filho foi ficando no esquecimento.” Indignação Romero fala dos questionamentos sobre o dia do crime, e a indignação de ficar sem respostas. “Eu tenho uma desconfiança que no dia das mães, o cara deve ter matado ele à noite. Pois um dono de um estabelecimento vizinho viu o Robson à tarde, passando sozinho. Quem fez isso com ele foi para casa dele com ele, e era gente conhecida. E agora ninguém sabe o que aconteceu, a polícia largou pra lá. O mais difícil é não saber o que aconteceu. Não é que resolve, mas ter uma resposta é direito nosso. Porque se tivesse acontecido comigo ou com outro filho meu, poderíamos dizer que foi discussão de botequim, mas o Robson não frequentava esses lugares. E a morte dele é uma coisa que a gente nunca esquece. Tem hora que dá uma dor enorme no coração, que a gente lembra da pessoa. Em nossa casa todos os anos fazíamos festa de Natal e de Ano Novo, agora não fazemos mais. A nossa vida virou ao contrário, agora tudo mudou em função disso.”

Romero faz um apelo ao delegado que investiga o caso. “Se fosse um filho seu, o caso estaria assim? O suspeito estaria solto? Afinal quem mata um, mata dez. Meu filho era uma pessoa boa, fazia trabalho social com pessoas de rua, escolas. Então eu acredito que se o Robson fosse filho de alguém importante na cidade, o assassino não estava solto, estaria preso, sem dúvida. Meus outros filhos dizem para que eu não dê entrevistas. Mas eu falo sim, a nossa indignação é muita ainda. Eu, depois do acontecido, tive um problema sério de enfisema pulmonar, não estou dizendo que foi por isso. Mas o fato é que hoje não vivo sem oxigênio. Minha outra filha também passou muito mal, por questões emocionais ligadas à morte do irmão. O Robson era muito apegado a todo mundo, ele não fazia discriminações, então porque essa discriminação com ele? A dúvida é a pior coisa, ficar sem saber o que aconteceu é terrível.” Ilma Barbosa, irmã de Rainier, fala que a dor da saudade e a dúvida são as maiores dificuldades para a família. “Foi e é muito difícil para nós quando se trata de um assassinato. O Rainier, meu irmão, era uma pessoa maravilhosa, amava a todos e gostava de viver. Éramos 4 irmãos, agora somos 3, eu, um mora em Belém e o outro em Porto Velho. Minha mãe sofre muito até hoje, mas não poderia ser diferente, afinal não temos nenhuma resposta até agora. Não é fácil para nenhum de nós. Gostaríamos de fazer justiça por ele, que não merecia uma morte tão brutal que chocou a cidade toda. É muito dolorido não terem descoberto o assassino, a gente se sente impotente. Na época a polícia trabalhou pouco, pois o local do crime foi lavado e as provas retiradas. Os próprios amigos que encontraram o Rainier morto limparam a casa, o que dificultou o trabalho policial, mas, mesmo assim, nunca mais fomos procurados por ninguém da polícia para uma satisfação ou um avanço nas investigações. O que sabemos é que as leis protegem os assassinos, e hoje estamos todos vulneráveis com tantos bandidos menores corruptos e soltos por aí. E assim como meu irmão, muitos inocentes saem de casa e são brutalmente assassinados por um celular ou uma quantia de dinheiro qualquer. A violência se banalizou.” Investigações Sobre os casos citados na reportagem, a assessoria de comunicação da Polícia Civil de Governador Valadares informou que as investigações não foram arquivadas. “O caso do professor Robson Rocha está em instrução. Foram realizadas diversas diligências, tais como oitiva de testemunhas, perícias, comparação de DNA, etc. (investigação inclusive elogiada pelo Ministério Público). Dois suspeitos principais foram submetidos a exame de DNA, havendo pedido de prisão de um deles. Contudo, a prisão foi negada pelo Judiciário. Assim como as outras centenas de investigações que tramitam na Unidade, trata-se de um caso de alta complexidade, ainda mais difícil tendo em vista a multiplicidade de pessoas que tinham acesso à residência da vítima. Caso a família tenha informação nova a contribuir com as investigações, ou que possa efetivamente auxiliar na identificação do suspeito, tem toda a liberdade para procurar a Polícia Civil. O caso do Rainier está remetido à Justiça.”


POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

O PT, o PSDB e a arte de cevar os urubus Mauro Santayanna Se houve um erro recorrente, que pode ser trágico em suas consequências, cometido pela geração que participou da luta pela redemocratização do Brasil, foi permitir que a flor da liberdade e da democracia, germinada naqueles tempos memoráveis, fosse abandonada, à sua própria sorte, no coração do povo, relegada a segundo plano pela batalha, encarniçada e imediatista, das suas diferentes facções, pelo poder. Perdeu-se a oportunidade — e nisso também devemos nos penitenciar — de aproveitar o impulso democrático, surgido da morte trágica de Tancredo Neves, para se inserir, no currículo escolar de instituições públicas e privadas, obrigatoriamente, o ensino de noções de cidadania e de democracia, assim como o dos Direitos do Homem, estabelecidos na Carta das Nações Unidas, e esse tema poderia ter sido especificamente tratado na Constituição de 1988 e não o foi. Não se tendo feito isso, naquele momento, a ascensão ao poder de um auto-exilado, o senhor Fernando Henrique Cardoso, poderia ter levado ao enfrentamento dessa mazela histórica, e, mais ainda, pelas mesmas e mais fortes razões, a questão deveria ter sido enfrentada quando da chegada ao poder de um líder sindical oriundo da camada menos favorecida da população, pronto a entender a importância de dar a outras pessoas como ele, o acesso à formação política que lhe permitiu mudar a si mesmo, e tentar, de alguma forma, fazer o mesmo com o seu país. Em vários anos, nada foi feito, no entanto, nesse sentido. Mesmo tratando-se de questão fundamental — a de explicar aos brasileiros para além das eventuais campanhas feitas pela Justiça Eleitoral a divisão e a atribuição dos Três Poderes da República, noções do funcionamento do Estado, dos direitos e deveres do cidadão, e de como se processa, por meio do voto, a participação da população — nunca houve, e tratamos do tema muitas vezes, nenhuma iniciativa desse tipo, mesmo que pudesse ter sido adotada, a qualquer momento, por qualquer administração municipal. Pensou-se, erroneamente, que bastava voltar à eleição, pelo voto direto, do Presidente da República, e redigir e promulgar um novo texto constitucional, para que se consolidasse a Democracia no Brasil. Na verdade, essas duas circunstâncias deveriam ter sido vistas apenas como o primeiro passo para uma mudança mais efetiva e profunda, que teria de ter começado por uma verdadeira educação cívica e política da população. Imprimiu-se a Democracia em milhões de exemplares da Constituição da República, mas não nos corações e mentes da população brasileira. De um povo que vinha, historicamente, de uma série de curtas experiências democráticas, entrecortadas por numerosos golpes, contra-golpes, de todo tipo; educado ao longo das duas décadas anteriores, dentro dos ritos e mitos de uma ditadura que precisava justificar, de forma peremptória, a derrubada de um governo democrático e nacionalista — ungido pelo plebiscito que deu vitória ao presidencialismo — com a desculpa do bovino anticomunismo da Guerra Fria, cego e ideologicamente manipulado a partir de uma potência estrangeira, os Estados Unidos. À ausência de um programa de educação democrática para a população brasileira e da defesa da Democracia como parte integrante, permanente, necessária, no nível do Congresso e dos partidos, do discurso político nacional, somou-se, nos últimos tempos, a deletéria criminalização e judicialização da política, antes, depois e durante as campanhas eleitorais. Assim como parece não perceber que a desestruturação da Petrobras, do BNDES, das grandes empresas de infra-estrutura, de outros bancos públicos, criará um efeito cascata que prejudicará toda a nação, legando-lhe uma vitória de Pirro, caso venha a chegar ao poder em 2018, a oposição também não compreende, que ao incentivar ou se omitir, oficialmente, com relação a ataques à Democracia e aos apelos ao golpismo por parte de alguns segmentos da população, está dando um tiro pela culatra, que só favorecerá uma terceira força, com relação à qual comete terrível engano, se acredita que tem a menor possibilidade de vir a controlar. A mesma parcela do público radicalmente contrária ao Partido dos Trabalhadores, estende agora, paulatinamente, o processo de criminalização da política ao PSDB e a outros partidos contrários ao PT, e já há quem defenda, na internet, e nas redes sociais, a tese de que o país precisa livrar-se das duas legendas, e de que a saída só virá por meio do rápido surgimento de outra alternativa política, ou de uma intervenção militar. Bem intencionado na área social, na macroeconomia, em alguns momentos, e em áreas como as Relações Exteriores e a Defesa, e atuando quase sempre sob pressão, o PT cometeu inúmeros erros — e não apenas de ordem política — nos últimos anos. Deixar de investigar, com o mesmo rigor que vigora agora, certos episódios ocorridos nos oito anos anteriores à sua chegada ao poder, foi um deles. Abrir a porta a paraquedistas que nada tinham a ver com os ideais de sua origem, atraídos pela perspectiva de poder, também foi um equívoco. Como foi fechar os olhos para o fato de que alguns de seus militantes estavam caindo, paulatinamente, na tentação de se deixar seduzir e contaminar, também, pelas benesses e possibilidades decorrentes das vitórias nas urnas. O maior de todos, no entanto, foi se omitir de responder, do começo, àqueles ataques mais estapafúrdios, sem outra motivação do que a do ódio e do preconceito, que passou a receber desde que chegou à Presidência da República. Ao adotar, de forma persistente, essa posição, o PT prestou um terrível, quase irreparável, desserviço à Democracia. Em um país em que blogueiros são condenados a pagar indenizações por chamar alguém de sacripanta, a própria liturgia do cargo exige que um Presidente ou uma Presidente da República usem a força da Lei para coibir e exemplar quem os qualifica, pública e diuturnamente, na internet, de fdp, ladrão, bandido, assassina, terrorista, vaca, anta, prostituta, etc, etc, etc. E tal liturgia exige que isso se faça desde a posse, não apenas para preservar a autoridade máxima da República, que a ninguém pertence pessoalmente, já que conferida foi pelo voto de milhões de brasileiros, mas, sobretudo, para defender a democracia em um país e uma região do mundo em que quase sempre esteve ameaçada. Existe, é claro, a liberdade de expressão, e existem a calúnia, o ataque às instituições, ao Estado de Direito, à Constituição, que ameaçam a estabilidade do país e a paz social, e o governo que se furta a defender tais pressupostos, nos quais se

fundamentam Estado e Nação, deveria responsabilizar-se direta, senão criminalmente, por essa omissão. Se Lula, Dilma, e outras lideranças não se defendem, nem mesmo quando acusadas de crimes como esquartejamento, o PT, como partido, faz o mesmo, e incorre no mesmo erro, ao omitir-se de ampla e coordenada defesa da democracia — e não apenas em proveito próprio — dentro e fora do ambiente virtual. Em plena ascensão do discurso anticomunista e “anti-bolivariano” — o Brasil agora é um país “comunista”, com 55 bilhões de reais de lucro para os bancos e 65 bilhões de dólares de Investimento Estrangeiro Direto no ano passado, e perigosos marxistas, como Katia Abreu, Guilherme Afif Domingos e Joaquim Levy no governo — sua militância insiste em se vestir de vermelho como o diabo, como adoram lembrar seus adversários, a cada vez que bota o pé na rua. Isso, enquanto, estranhamente, abandona, ao mesmo tempo, o espaço de comentários dos grandes portais e redes sociais, lidos pela maioria dos internautas, a golpistas que se apropriam das cores da bandeira, agora até mesmo como slogan. Ao fazer o que estão fazendo, o Governo, o PT e o PSDB, estão fortalecendo uma terceira força, e especializando-se na perigosa arte de cevar os urubus. De que se alimenta a extrema direita? Do ódio, da violência, do preconceito, da criminalização da política, da infiltração e do aparelhamento do estado, do divisionismo, da disseminação terrorista da calúnia, do boato e da desinformação. No futuro, quando for estudado o curto período de 30 anos que nos separa da redemocratização, será possível ver com clareza — e isso cobrarão os patriotas pósteros, se ainda os houver, nesta Nação — como a hesitação, a imprevisibilidade, a aversão ao planejamento, a anemia partidária e a mais absoluta incompetência por parte da comunicação do PT, principalmente na enumeração e disseminação de dados irrefutáveis; e o irresponsável fomento ao anti-nacionalismo e à paulatina criminalização e judicialização da política, por parte, PSDB à frente, da oposição, conseguiram transformar o país libertário, uno e nacionalista, que emergiu da luta pela Democracia e que reunia milhões de pessoas nas ruas para defender esses ideais há 30 anos, em uma nação fascista, retrógrada, politicamente anacrônica, anti-nacional e conservadora, que reúne, agora, nas ruas, pessoas para atacar o Estado de Direito, a quebra das regras que o sustentam, e a interrupção do processo democrático. Um país cada vez mais influenciado por uma direita “emergente” e boçal — abjeta e submissa ao estrangeiro e preconceituosa e arrogante com a maioria da população brasileira — estúpida, golpista e violenta, que está estendendo sua influência sobre setores da classe média e do lumpen proletariado, e crescendo, como câncer, na estrutura de administração do estado, na área de segurança, nos meios religiosos, na mídia e na comunicação. Destruiu-se a aliança entre burguesia nacionalista e trabalhadores, que conduziu o país à Campanha das Diretas e à eleição de Tancredo Neves como primeiro presidente civil, depois de 21 anos de interrupção do processo democrático. Destruiu-se a articulação das organizações e setores mais importantes da sociedade civil, na defesa do país, do desenvolvimento e da democracia. Destruiu-se, sobretudo, a esperança e o nacionalismo, que, hoje, só a muito custo persistem, no coração abnegado de patriotas que lutam, como quixotes aguerridos e impolutos, em pequenas organizações, e, sobretudo, na internet, para evitar que a Nação naufrague, definitivamente, em meio à desinformação, ao escolho moral e à apatia suicida da atualidade; ao pesado bombardeio das forças que cobiçam, do exterior, nossas riquezas; e que o Brasil abandone e relegue, como quinto maior país do mundo em território e população, qualquer intenção que já tenha tido de ocupar, de forma altiva e soberana, o lugar que lhe cabe no concerto das Nações. Quando se vêem brasileiros encaminhando pedidos à Casa Branca de intervenção na vida nacional, defendendo a total privatização, desnacionalização e entrega de nossas maiores empresas, em troca, alegadamente, de comprar, como no país do Tio Sam, por um real um litro de gasolina — se for por esta razão, por que não se mudam para a Venezuela, e vão abastecer seus carros em postos PDVSA, empresa 100% estatal, onde ela está custando 15 centavos ? — tratando meios de comunicação estrangeiros e pseudo organizações de todo tipo sediadas na Europa e nos Estados Unidos como incontestáveis oráculos aos que se deve reverência e obediência absolutas, os inimigos do Brasil riem, e sua boca se enche de saliva, antecipando a divisão e o esgarçamento da nossa sociedade, e nossa entrega e capitulação aos seus ditames, com a definitiva colonização da nossa Pátria, e, sobretudo, da alma brasileira. Pouco mais há a fazer — correndo o risco de sermos tachados mais uma vez de loucos, ridículos e senis, extintos, e sem mais lugar neste mundo, do que os répteis que outrora cruzavam as planícies de Pangea — do que pregar, como João Batista, no deserto, mastigando os gafanhotos do ódio e do sarcasmo. É preciso reunir os democratas e os nacionalistas onde os houver, para evitar e se contrapor, de forma inteligente, coordenada, ao fortalecimento descontrolado, já quase inevitável, das forças antidemocráticas e anti-nacionais. O governo e a oposição — ao menos a mais equilibrada — precisam parar de cevar as aves de rapina, que, dentro, e fora do país, anseiam e já antevêem nossa destruição, e o controle definitivo de nossa população e de nossas riquezas. Quando acabarem, pelo natural esgotamento e imposição das circunstâncias, os equívocos, as concessões, os enganos, as omissões, as pequenas felonias, as traições à verdade, ao passado e ao futuro, de que se alimentarão os urubus? PS do Viomundo: O PT e Dilma Rousseff só vão acordar domingo que vem. Será tarde?

Mauro Santayana é jornalista, começou sua carreira em Governador Valadares, no Diário do Rio Doce, anos 1960. Atualmente escreve no Jornal do Brasil, edição online.

Destruiu-se, sobretudo, a esperança e o nacionalismo, que, hoje, só a muito custo persistem, no coração abnegado de patriotas que lutam, como quixotes aguerridos e impolutos, em pequenas organizações, e, sobretudo, na internet, para evitar que a Nação naufrague, definitivamente, em meio à desinformação, ao escolho moral e à apatia suicida da atualidade; ao pesado bombardeio das forças que cobiçam, do exterior, nossas riquezas; e que o Brasil abandone e relegue, como quinto maior país do mundo em território e população, qualquer intenção que já tenha tido de ocupar, de forma altiva e soberana, o lugar que lhe cabe no concerto das Nações.


DIA A DIA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

BRAVA GENTE

Ombudsman

MARCOS ARANHA DO BRASIL

Arquivo Pessoal

José Carlos Aragão

HISTÓRIA DO BRASIL - Semana passada comentei aqui sobre a arrogância e presunção natas de todo jornalista. Que ninguém é puro e santo nesse ramo, todo mundo sabe. Não o eram Carlos Lacerda, Samuel Wainer ou Assis Chateaubriand, só pra citar alguns destacados brasileiros que fizeram carreira como escribas ou empresários do ramo. Lacerda, durante anos, pilotou a Tribuna da Imprensa, jornal que fundou no Rio de janeiro, em 1949, e que, durante toda sua existência, fez virulenta e obsessiva oposição a Getúlio Vargas. Samuel Wainer, dois anos depois, em 1951, fundou, na mesma cidade, o diário Última Hora, com uma linha editorial ostensivamente favorável ao governo Vargas. Os embates entre esses jornalistas e seus veículos de comunicação são históricos. Sua inequívoca influência na política do país, também. Vários historiadores atribuem o suicídio de Vargas às pressões e ataques recorrentes que lhe eram dirigidos por Lacerda através de seu jornal. Em defesa do seu chefe, Gregório Fortunato, chefe da segurança pessoal de Getúlio, não se conteve e tramou um malfadado atentado contra Lacerda, em que morreu o major Rubens Vaz, na rua Toneleros, em Copacabana. O crime foi, literalmente, um tiro no pé – até porque foi exatamente esse o único ferimento sofrido pelo principal alvo do ataque – de Vargas que, dezenove dias depois, com um balaço no peito, deixou “a vida para entrar para a História”. Entre as bandeiras de luta de Lacerda estava a tomada do poder pelos militares, o que, para muitos, o suicídio de Vargas protelou até 1964. Wainer, enquanto isso, capitaneava seu Última Hora como “um jornal vibrante, uma arma do povo”, como ele mesmo o denominava. Amigo de Vargas, não escondia seu apoio ao governo. Lacerda, seu principal concorrente, batia nessas relações íntimas de Wainer com o poder e denunciava que o Última Hora só existia porque Wainer tivera suspeitas facilidades de financiamento do Banco do Brasil para se estabelecer. Outra suspeita pairava sobre Wainer: de que ele era estrangeiro e assim, pelas leis brasileiras, não poderia ser dono de um veículo de comunicação em território nacional. Wainer, com o apoio de intelectuais e apoiadores de Vargas, conseguiu provar que nascera no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Somente em 2005, vinte e cinco anos após sua morte, revelou-se que ele havia nascido mesmo na Bessarábia (hoje República da Moldávia, na Europa Oriental) e viera para o Brasil com a família aos seis anos de idade, fugindo da perseguição aos judeus naquela região. Chateaubriand – ou “Chatô”, como ficou famoso depois da publicação de “Chatô, o Rei do Brasil”, sua biografia escrita na década de 1980, pelo jornalista Fernando Morais – também, de santo, não tinha nada. Apoiou a ditadura de Vargas, no Estado Novo, e obteve, em troca, favores e privilégios do presidente - como a estapafúrdia promulgação de um decreto presidencial que lhe dava a guarda de uma filha de sua exmulher. Sua biografia é recheada de achaques e chantagens contra empresas, usando como arma o poder dos seus Diários Associados, o maior conglomerado de mídia que o Brasil já teve, antes da família Marinho. O furibundo e maquinador Lacerda; o venal e mentiroso Wainer e o chantagista e oportunista Chateaubriand eram farinha do mesmo saco. A despeito dos adjetivos com que os qualifico, entretanto, devemos reconhecer que todos tinham o talento nato que esse ofício requer - e consagra. À MODA ANTIGA - Lembrar esses três agora me pareceu oportuno, diante de uma ostensiva campanha movida por alguns setores da nossa política e da nossa sociedade, contra o que se convencionou chamar de PIG – Partido da Imprensa Golpista. Que esses setores divirjam das opiniões e notícias divulgadas pelos meios de comunicação, é legítimo. Porém, os que combatem a chamada “grande mídia”, não raro tentam apenas desqualificá-la sempre que alguma informação de algum inquérito, denúncia ou ação em curso contra corruptos é divulgada por um grande jornal ou emissora de TV. Falam sempre em “vazamento seletivo”, “informação privilegiada”, “tráfico de influência”. Mesmo diante da publicação de vídeos, fotos e gravações de áudio comprometedores e incontestáveis, os críticos da “grande mídia” encontram argumentos e fatos que mais tentam fundamentar suas teorias conspiratórias, que averiguar a real culpa ou inocência dos envolvidos. Então, como falar de “vazamento seletivo” se, no frigir dos ovos, ocorre uma “publicação seletiva” – pecha que pode ser atribuída tanto à “pequena mídia”, quanto ao PIG? As redes sociais, blogs e outras mídias ditas independentes empenham-se em satanizar a grande mídia e evitam – ou não têm como – apurar os fatos denunciados e desmascarar possível manipulação de informações. Falta-lhes um real compromisso com o jornalismo e sobressai-se uma inequívoca vocação para a advocacia, em sua incansável busca por filigranas jurídicas que possam desqualificar indícios, provas, denúncias e denunciantes. Não sou tão velho assim, mas me lembro de um tempo em que indícios e denúncias eram o filé de uma reportagem, para qualquer repórter. Hoje em dia, nada se comenta sobre a competência profissional do repórter que obtém uma informação ou o furo de reportagem – algo que já foi mais valorizado, quando o chamado “jornalismo investigativo” era quem nos mostrava a nudez do rei ou apontava o sangue nas mãos dos assassinos. Vale lembrar que foi o empenho de dois repórteres em apurar alguns indícios e informações de uma fonte não identificada que levou o ex-presidente Nixon à renúncia, nos EUA. Tempos de um jornalismo mais sério, mais responsável, mais ético. E mais romântico, talvez. SANGUE NOS OLHOS – As ácidas críticas veiculadas nas redes sociais na última semana, a propósito de uma charge do cartunista Chico, de O Globo, em que a presidente Dilma está prestes a ser executada por um extremista islâmico, também inspira reflexões. No Facebook, a maioria se indignou, considerando inaceitável que Dilma fosse representada naquela condição, no mesmo dia em que se comemorava o Dia Internacional da Mulher. Uma distorção, a meu ver. Para mim, não havia uma representação de uma mulher, na charge, mas de uma presidente subjugada por um carrasco prestes a executá-la. O carrasco – mascarado – poderia ser o Eduardo Cunha, o Renan, a base aliada insatisfeita ou até os traíras do próprio PT. Ou o senador Aluysio Nunes (PSDB/SP), que disse, em recente entrevista, que quer “ver Dilma sangrar”. José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

F

Marcos Aranha do Brasil no palco. Músico leva a sério a sua carreira e procura sempre brindar o público com o melhor

Marcos Aranha do Brasil Rosi Santiago / Especial para o Figueira

Ele é do Brasil. É de Minas, de GV. Ele é cidadão do mundo, cantor, compositor, escritor e agora roteirista. Estamos falando de Marcos Aranha do Brasil. Um artista que é um ícone musical de GV e que se projetou para os muitos cantos de nosso território verde-amarelo. Sua história musical começou em casa, ao lado do pai, dos avós e tios. Uma família de músicos. Suas primeiras apresentações aconteceram no final dos 80, quando participou de um grupo de Rap com apresentações autorais. O“MAMED”. O nome era formado por trechos dos nomes dos participantes. Em meados dos 90, formada por um grupo de amigos, nasceu a “Dr.Jiwaggo”, que o destacou regionalmente com as músicas “Fantasias” e “Caça aos Lobos”. A banda lançou seu primeiro disco em 1998 pela “Lona Record”, um selo de Vitória-ES que lançava muitas bandas naquela época. Em 2003 classificou uma de suas músicas no Festival de Alegre (ES), com um público de mais de 50.000 pessoas e foi selecionada para muitos shows de importância nacional. Com a saída de alguns integrantes, sua história terminou em 2006, ano em que gravou seu último disco chamado “Quem sabe um dia”. Após o término da Dr. Jiwaggo, Aranha participou de outros projetos musicais dentro e fora do estado. Formou outras bandas e parcerias, como a “Marcos Aranha e Muita Trêta” em Vitória – ES, além de composições com Bruno Ceccato e participações em festivais com Sanrah. Dividiu o palco com grandes nomes como o rapers estadunidenses Fabolouz Fabz e Já Rule, e o grande Paulinho Pedra Azul.

Suas canções são referência no mundo musical pela qualidade com que compõe, ora com uma agressividade lúcida, ora com uma doce melancolia. As letras são profundas e a melodia que as seguem é envolvente. O nome de Marcos Aranha nos remete a muitos momentos culturais em que a juventude valadarense se reuniu para curtir um bom som. Ainda este ano, conheceremos outro lado do artista, em um livro que será lançado. É um romance intitulado “O passo”. E para 2016, fará um curta sobre um dos capítulos. O cantor também está em estúdio com o parceiro Bruno Cecatto, gravando um disco autoral que deverá ser lançado no próximo ano. Inspirado pela própria vida, está sempre buscando alçar novos vôos.“Viver me inspira muito. Existir, de alguma maneira causa efeito e faz diferença no mundo, nas coisas e principalmente nas pessoas. O sentimento humano é algo incrível. O mundo é um lugar mágico, cheio de sonhos e enganos, e aprender com tudo isso, observando, sentindo na pele, estar exposto a essa dádiva é realmente algo muito inspirador.” - E o que representa a música na sua vida? – pergunto. - A parte boa! (Sorriso largo)

Viver me inspira muito. Existir, de alguma maneira causa efeito e faz diferença no mundo, nas coisas e principalmente nas pessoas. O sentimento humano é algo incrível.

ERRAMOS Na edição 50, que circulou na semana passada, informamos equivocadamente que a Escola Lápis de Cor foi alugada pela Prefeitura para abrigar a Escola Municipal Padre Pedro Crisólogo, no bairro São Pedro. Na verdade, a Prefeitura adquiriu a escola e a transformou na escola municipal citada, no bairro Conjunto SIR. A informação errada se deu na matéria “As conquistas da Educação Infantil, publicada na página 6.

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CULTURA & CIDADANIA 9

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Ovos de Páscoa já estão nas vitrines A Páscoa ainda está longe, mas as lojas da cidade já colocaram os ovos de chocolate nas vitrines, seduzindo os clientes, que já fazem as suas compras Natália Carvalho

Natália Carvalho / Repórter

Mesmo ainda estando há algumas semanas da páscoa, as lojas de chocolates e supermercados da cidade já notaram um aumento significativo não só na venda de ovos de páscoa, mas também de barras de chocolates e bombons. “Estamos vendendo os ovos de páscoa há três semanas e já vendemos uma quantidade considerável.”, conta Aline, atendente de uma loja de chocolates do GV Shopping. “Porém, nossa venda de outros produtos, como barras de chocolate e bombons também aumentou.” Já em outra loja o movimento não é tão grande, diferente das vendas. “Estamos com um fluxo de clientes pequeno, mas com um consumo maior.”, comenta o gerente de outra loja de chocolates. “Estamos vendendo aproximadamente o valor de R$1,30 por pessoa”. De acordo com Juscelino Lopes, empregado de uma Casa de Chocolates no Centro da cidade, o preço dos ovos de páscoa aumentou em uma média de 8% a 10%, comparando ao ano passado, devido às inflações. Fator que afetou consideravelmente as vendas, ao menos neste período atual: “Ainda não estamos vendendo muitos ovos de páscoa, mas as vendas de barras de chocolate subiram. As pessoas que compram esses chocolates antes geralmente são doceiros que produzem ovos de páscoa caseiros para vender”, conta. No entanto, mesmo com o aumento do preço, Juscelino ainda acredita no aumento das vendas à medida que o dia de Páscoa for chegando: “Para o chocolate estar bom, ele tem que estar novo (Ele geralmente tem a data de validade de um ano). E quem compra os ovos antes geralmente acaba também comendo antes, e tendo que voltar para comprar outro, principalmente quando se tem criança em casa”, comenta. Wanda Marquea além de consumidora, é uma das doceiras que antecede a compra dos chocolates. Todos os anos ela prepara ovos de páscoas caseiros feitos por encomenda. “O pessoal sempre acaba deixando para comprar de última hora, mas já estou atendendo a algumas encomendas.” comenta.

Além dos ovos de chocolates, as lojas incrementam a Páscoa com bichinhos de pelúcia e cartões criativos. Vale tudo para atrair os clientes

Chocolate para quem não pode Uma novidade que está atraindo a atenção dos consumidores são ovos de chocolate diets (sem açúcar), sem glúten e sem lactose. Os ovos são uma opção a mais para que todos possam desfrutar das guloseimas na época de páscoa. Para os valadarenses interessados estão disponíveis os

seguintes produtos: O “Ovo de Páscoa Recheado Diet” da Chocolates Cacau Brasil, o “Ovo de Páscoa Zero Lactose/ Glúten”, o “Ovo de Páscoa Diet” e “Ovo de Páscoa Dreams” (sem adição de açúcar) da Cacau Show. Além dos ovos de páscoas, também já estão disponíveis em diversos supermercados da cidade produtos como leite condensado, creme de leite e chocolates para quem segue uma dieta com restrição de açúcar, glúten e lactose. Arquivo Pessoal

Padre Paulo Almeida / Cidadania Cristã

Já serviu a alguém hoje Desde a década de 1960 a Igreja Católica, por intermédio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), propõe ao longo da Quaresma a Campanha da Fraternidade. Todo ano são realizados importantes debates em torno de temas específicos, que se desdobram em propostas concretas de ação. Trata-se de uma Campanha Nacional aderida por todas as dioceses e paróquias da igreja, mas que extrapola o universo religioso e abrange também o contexto político e social do país. Nesse ano, a proposta é refletir sobre o resgate da dimensão serviçal da Igreja. Com o tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e com o lema “eu vim para servir”, a Igreja propõe-se a dialogar na qualidade de servidora. Assim, ela reconhece que sua autonomia e respeitabilidade consistem nessa renovada e dinâmica decisão de servir à sociedade. Fazendo uma retrospectiva rápida da história da Igreja, especialmente nesse aspecto de sua relação com a sociedade, é possível perceber que a decisão de servir não é nova para a Igreja, que há muito se ocupou com a fundação e manutenção de hospitais, creches, orfanatos, asilos, instituições beneficentes e escolas. A Igreja tem um testemunho forte como servidora, refletindo sua fidelidade ao projeto de Jesus Cristo, que assim exemplificou. A Campanha da Fraternidade de 2015 realça, reforça, oxigena e revigora a certeza da qualidade servidora ou serviçal da Igreja, mas também nos provoca a sermos mais servis. Motivados pelas provocações do Papa Francisco, precisamos exercer a força do cristianismo na sociedade, testemunhando de forma concreta as exigências do amor pregado e vivido pelo próprio Jesus. Como gesto concreto dessa Campanha, entre outras coisas, propõe-se o envolvimento dos cristãos nas pastorais sociais e a coleta de assinatura para o projeto de lei de iniciativa popular que proporá uma reforma política no país. A Igreja quer dialogar com a sociedade sobre os assuntos que são importantes; quer contribuir de modo produtivo com o amadurecimento da democracia; quer participar dos debates políticos como uma instituição que serve à sociedade e deseja seu bem! Mas o desejo de servir deve ser contagiante: adote uma postura servil em sua rotina. Coloque-se à disposição, dedique uma parte do seu precioso tempo para ajudar uma entidade, uma pessoa ou uma causa. Assim, estaremos reforçando a dignidade da pessoa humana e dando voz aos que, residentes nas periferias (inclusive existenciais), ficariam relegados ao esquecimento. Padre Paulo Almeida é padre, psicólogo, teólogo e vereador na cidade de Governador Valadares

Os pais adotivos de Lourdes, José Melo Soto e Benvinda Egídia de Oliveira. Eles são pistas para ela encontrar a mãe

Mulher procura pais biológicos em GV A vida de Maria de Lourdes Lopes dos Santos, 33, se assemelha a história de outras tantas crianças que foram adotadas ainda bebês. Lourdes hoje mora em Coronel Fabriciano, Minas Gerais e procura pelos pais biológicos que segundo ela ainda moram em Governador Valadares. Com 30 dias de vida Maria de Lourdes foi entregue para sua mãe adotiva. “Meus pais biológicos, segundo meu registro de nascimento do hospital Nossa Senhora de Lourdes de Governador Valadares, são Alice Mariana Lopes dos Santos e Laurêncio Lopes dos Santos. Minha mãe biológica na época teve 9 filhos, e veio à Ipatinga, ao Bairro Taúbas perto do sítio Jorani, a procura de emprego, e me entregou aos meus pais adotivos, hoje já falecidos, que se chamam Benvinda Egídia de Oliveira e José Melo Soto.” Lourdes explica que só descobriu sua verdadeira história quando tinha 7 anos. “Desco-

bri ainda criança sobre a adoção, e de lá para cá meus pais adotivos mudaram um pouco comigo. Mas não deixei de amá-los por isso. No entanto, só aumentou a minha vontade de encontrar minha família biológica. As informações que tenho é que meu pai biológico era um homem de cor negra e que minha mãe biológica teria trabalhado num lugar chamado ‘bodeu’, em Ipatinga. Após a morte dos meus pais adotivos eu me senti muito sozinha, apesar de ter outros irmãos de criação. Hoje eu me casei e tenho 2 filhos. Mas ainda assim busco por essas respostas.” Ela faz um pedido. “Quem souber notícias, qualquer informação me ajudaria a chegar até eles. Eu moro na Rua Tapajós, 356, Bairro Caladinho de Cima, Coronel Fabriciano. Meus telefones são (31) 3841-7679 e85746328. Quero muito poder conhecê-los, não guardo mágoas. Quero poder abraçá-los.”


CORRESPONDENTES

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Café com Leite

Entre sem bater

Marcos Imbrizi / De São Paulo

Gina Pagú

Marco Antônio

A fachada do SESC Pompeia, espaço cultural importante da cidade de São Paulo, que oferece um excelente cardápio de atrações culturais

Patrimônios culturais de São Paulo Na semana passada a cidade de São Paulo teve duas boas notícias na área cultural. Uma, a divulgação pelo jornal britânico The Guardian, da inclusãoda Sala São Paulo entre as 10 melhores salas de concerto em todo o mundo. A outra, o tombamento da unidade do SESC Pompéia como patrimônio cultural nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan). A indicação da Sala São Paulo foi feita pelo professor de engenharia acústica da Universidade de Salford, Trevor Cox. Na lista estão espaços como a Philharmonie de Paris, a Berlin Philharmonie e a GrosserMusikvereinssaal de Viena. A sala de concerto paulistana ocupa um espaço original da estação ferroviária Júlio Prestes, da antiga estrada de ferro Sorocabana. O projeto do prédio é de 1925, época em que o café e a ferrovia marcavam o crescimento da cidade. Com ornamentos e detalhes do estilo Luís XVI, a construção foi finalizada somente em 1938. Da estação Júlio Prestes partiam os trens de longo percurso para cidades como Sorocaba, Assis e Presidente Prudente. Com a privatização da companhia ferroviária estadual, na década de 1990, o espaço foi encampado pela Secretaria da Cultura do Estado. A inauguração da sala, sede da Orquestra Sinfônica do Estado, se deu em julho de 1999. A Sala São Paulo é considerada patrimônio histórico estadual. Em sua indicação Trevor Cox elogia a beleza da arquitetura da sala, que aproveita as colunas originais da antiga estação; e o teto móvel, que permite que a acústica seja ajustada de acordo com o repertório de cada concerto. É possível fazer uma visita virtual em http://www.salasaopaulo.art.br/salasaopaulo/visitavirtual.aspx. De fábrica de tamboresa espaço cultural –Outro importante espaço cultural de paulistano foi tombado como patrimônio cultural nacional na semana passada:a unidade do SESC Pompéia. O prédio, que abrigava a antiga fábrica de tambores Pompéia, a partir de 1976 passou a transformar-se em espaço cultural com o projeto da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. A abertura da unidade deu-se 10 anos mais tarde. A justificativa do Iphan é de que o espaço pode ser considerado um marco da arquitetura brasileira e por seus valores técnicos e estéticos, em especial pelas intervenções em sua estrutura, desenvolvidas por Lina Bo Bardi. Ainda

segundo o estudo elaborado pelo Instituto, o complexo se tornou uma referência arquitetônica nacional e internacional e um dos mais importantes centros de convivência e de cultura de São Paulo. Sobre o projeto, a arquiteta, nascida em Roma em 1914, e falecida em São Paulo em 1992, declarou: “Assim numa cidade entulhada e ofendida, pode, de repente, surgir uma lasca de luz, um sopro de vento. E aí está, hoje, a Fábrica da Pompeia, com seus milhares de frequentadores. As filas da choperia, o ‘Solarium-Índio’ do deck, o Bloco Esportivo, a alegria da fábrica destelhada que continua”. Manifestação na Avenida Paulista – Nesta sexta-feira 13 à tarde será realizada manifestação “Em defesa dos Direitos, da Democracia, da Petrobrás e da Reforma Política”. O ato, que acontecerá em frente ao prédio da estatal na Avenida Paulista, contará com a participação de centrais sindicais (com exceção da Força Sindical), movimentos sociais e partidos políticos. Na oportunidade os professores da rede pública estadual também realizarão assembleia geral no prédio do MASP, com indicativo de início de uma greve. Marco Antônio

Área interna do SESC Pompeia, lazer e cultura para os paulistanos Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

Entre sem bater Tenho a impressão de que ser educado é diferente hoje em dia, e passa a ser motivo de estranheza. Eu não sei, tenho a sensação de estar em outra civilização, ou eu e um grupo seleto sermos avessos ao que vivemos. Não estou chamando todas as pessoas de mal educadas. Só faço a reflexão depois que vi no centro da cidade duas placas com os seguintes dizeres: “Mijão estou de olho em você” e “Por favor, não urine aqui. Sorria você está sendo filmado”. Pensei se até que ponto temos que pedir para as pessoas serem educadas? Seria mesmo necessário pedir? Ou deveria ser obrigação seguir as normas da sociedades? Sim, se aprende na escola, em casa, nas instituições. Dar um bom dia, pedir por favor, dizer obrigado. Experimente dizer isso a um vendedor mal treinado. Ele vai olhar para a sua cara e rir. Já aconteceu comigo. Mas voltando ao xixi fora do lugar, quer dizer, não é só no carnaval que temos esse problema. Quantas vezes passei pela Avenida Moacir Paleta de ônibus e vi gente que para o carro e faz ali mesmo no acostamento! Homens, mulheres e crianças. Adultos dando exemplo aos pequenos. Mães que tiram os shorts dos filhos e dizem que podem fazer ali na árvore mesmo, como fazem os cães para marcar território.

Gente, não é questão de etiqueta e ser metido a besta, é simplesmente ser cordial, gentil, calmo. Ser educado é sinômino de elegância. Agora fazer xixi na rua é sinal de malandragem, só pode.

Bem, você já deve ter dado de cara com seu vizinho e ele num dia ruim não te respondeu ao seu boa noite, mas normalmente as pessoas respondem, mesmo que por cordialidade. Só que não tenho visto isso mais. No supermercado também experimentei essa falta de sutileza. Domingo, filas grandes, carrinhos congestionados nos corredores, e muita gente sem paciência nenhuma em um único supermercado que abre aos domingos, no centro. Graças a Deus que ele abre. Mas preferia que não abrisse. Como o de se reunir tanta gente estressada num mesmo lugar? Uns reclamavam que não haviam produtos, outros que as meninas do caixa eram uma moleza, e cadê os empacotadores mesmo? Quem sabe teremos que distribuir listas com as formas educadas de falar com os outros, sem gritar, sem se impor, e aprendendo a ouvir o outro? Numa ligação telefônica, por exemplo, ligam para a sua casa e já chegam dizendo o nome de quem está do outro lado sem ao menos um ‘alô’? Eu hein, essa gente tá maluca ou deve achar brega se apresentar? Gente, não é questão de etiqueta e ser metido a besta, é simplesmente ser cordial, gentil, calmo. Ser educado é sinômino de elegância. Agora fazer xixi na rua é sinal de malandragem, só pode. É como citei, não estou dizendo que todos somos uns porcalhões, só que é preciso parar para pensar no que acontece a nossa volta. Deveríamos tirar o olhar do nosso umbigo, e fazer alguma coisa para que a convivência em sociedade pareça menos massante e depressiva quando alguém pendura um cartaz e pede por favor que sejamos educados. Gina Pagú é jornalista, repórter deste Figueira.


CULTURA E ESPORTE 11

FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

Histórias que a bola não conta Hadson Santiago

Jairo, o goleador inesquecível Certa vez, em 1978, chegou a Governador Valadares um jovem centroavante para atuar pelo EC Democrata. Proveniente de Virginópolis (MG), terra da jabuticaba, o tímido atacante havia feito sucesso no futebol amador de sua cidade jogando pelo Celeste EC. Ele era Jairo José de Souza, ou simplesmente, Jairo, e iniciava-se ali sua bela trajetória com a camisa democratense. O Democrata disputaria o Campeonato Mineiro da Segunda Divisão, competição que se iniciou em 26/11/1978 e teve seu encerramento em 11/03/1979. Com um time bem arrumado, comandado pelo técnico Randolfo Brandão, exgoleiro do próprio clube, e contando com os gols de Jairo, a Pantera conseguiu o tão sonhado e merecido acesso. O Nacional de Uberaba foi o campeão e o Democrata ficou com o vice-campeonato. Foi a primeira conquista do centroavante com a camisa alvinegra. Rapidamente, Jairo tornou-se o xodó da torcida. Extremamente humilde e boa praça, cumprimentava a todos com um sorriso no rosto. Ele era uma referência para a meninada. Quantos garotos não se tornavam os “Jairos” das peladas na hora de fazer gols? Aliás, gol era a sua especialidade. E fez muitos. Com um físico privilegiado, sabia dominar a bola na entrada da área e impedir a chegada dos zagueiros, fazendo com maestria a típica jogada de um pivô. Ou girava em cima dos becões e fazia o gol ou dava um passe com açúcar e com afeto para um companheiro mais bem colocado. Era um exímio cabeceador e sabia bater pênalti. Também fazia seus golzinhos de puro oportunismo. Nos anos de 1981 e 1982, com a volta de outro artilheiro à Pantera, Ziquita, Jairo foi deslocado para o meio-campo para jogar como um camisa 10 bem ofensivo. E, claro, não decepcionou, balançando as redes com frequência. Ao lado de Ziquita, compôs uma dupla fantástica. Mas, foi em Clemílton Santos, o Tô, que Jairo encontrou seu parceiro ideal. A dupla, apelida pelo cronista esportivo Sebastião Carioca Nunesde “Baião de Dois”, infernizava as defesas adversárias. O baixinho Tô era muito rápido e Jairo um mestre na arte de balançar as redes. Sucesso garantido. Jairo foi campeão da Taça Minas Gerais de 1981. Também fez parte daquele grande time do Democrata de 1984. Aliás, naquele ano, Jairo fez o terceiro gol democratense na vitória sobre o Cruzeiro no Mamudão. O time celeste perdia a partida e pressionava a Pantera. Aos 38 minutos do segundo tempo, num contra-ataque, Jairo partiu em velocidade com a bola dominada pela esquerda, próximo às arquibancadas metálicas, entrou na grande área e tocou rasteiro na saída do goleiro cruzeirense Vítor. Era a pá de cal nas aspirações celestes: Democrata 3x0 Cruzeiro. Como tudo na vida tem início, meio e fim, 1985 foi o ano da despedida. Centroavante da Pantera desde 1978, Jairo foi embora. Teve proposta do CRB de Alagoas, mas foi mostrar seu futebol no Valeriodoce de Itabira. Por lá também teve muito sucesso. Atuou no time itabirano de 1985 até 1989. Em 1987, o Valério, que fazia boa campanha no Campeonato Mineiro, foi tema de uma reportagem da revista Placar com o título “O Dragão das Minas de Ferro”. E Jairo foi destaque daquela matéria, pois o camisa 10 era um dos mais experientes do grupo e comandava uma boa safra de garotos. Ao encerrar a carreira no time de coração do poeta Carlos Drummond de Andrade, Jairo resolveu virar treinador e ensinar aos mais jovens tudo o que havia aprendido com o futebol. Começou treinando as categorias de base do Valeriodoce. A carreira era promissora, pois ele já demonstrava que conhecia do riscado. Durante a disputa da Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior, comandando o Valeriodoce, Jairo passou mal, teve um aneurisma cerebral e faleceu prematuramente aos 43 anos

Arquivo ECD

Jairo, Mateus, Wildimark e Tô

de idade, em 23/07/1998. Uma perda irreparável. O destino ceifava a vida de um jogador e, acima de tudo, de uma pessoa de bem. Respeitado e admirado, o nome de Jairo ainda hoje é lembrado em Virginópolis, sua cidade natal, e em Governador Valadares e Itabira. Em Virginópolis, aliás, onde ele foi sepultado, há uma quadra poliesportiva que leva o seu nome, numa demonstração de apreço dos seus conterrâneos. Quem o viu jogar jamais o esqueceu. Estaria milionário se jogasse nos dias de hoje, pois seu futebol era muito superior ao apresentado pelos pseudocraques da atualidade.

Jairo foi um grande jogador dentro e fora de campo. Apesar de não haver números precisos, foi, sem sombra de dúvida, o maior artilheiro da era profissional do EC Democrata. Ninguém marcou mais gols com a camisa democratense em Campeonatos Mineiros do que ele. Isso merece, inclusive, uma pesquisa futura. Jairo cravou seu nome na história do Democrata com humildade, dedicação e, claro, muitos gols. Saudades daquelas tardes de domingo...

Hadson Santiago Farias é democratense desde o dia em que nasceu. Arquivo ECD

1981: Democrata Campeão da Taça Minas Gerais. Jairo é o terceiro agachado da esquerda para a direita

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FUTEBOL

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FIGUEIRA - Fim de semana de 13 a 15 de março de 2015

DEMOCRATA X CALDENSE, SEGUNDA- FEIRA - 20 HORAS - MAMUDÃO

A meta agora é se livrar do rebaixamento Democrata enfrenta a Caldense nesta segunda-feira, às 20h, no Mamudão. O time precisa dos 3 pontos para continuar vivo no Mineiro 2015 Da Redação

Rubens Júnior / Assessoria de Imprensa do ECD

A conta é simples: vencer a Caldense e o Mamoré, as duas partidas que fará em Governador Valadares, somando 6 pontos, que na soma geral, com os 4 já conquistados, totalizarão 10 pontos. Com os 10 pontos, segundo os matemáticos, estará livre do rebaixamento para o Módulo II de 2016. Mas a conta, que parece simples, não é tão simples assim. Os 6 pontos que faltam terão de vir de duas vitórias. Vencer é o desafio. Na quarta-feira, a esperança era voltar com pelo menos 1 ponto de Tombos, onde o Democrata enfrentou a Tombense e amargou uma derrota por 3 x 1. Em Tombos, o time começou perdendo com menos de 2 minutos de jogo, sofrendo um gol depois da marcação de um pênalti. Em seguida, o árbitro marcou outro pênalti, mas desta vez contra a Tombense. João Paulo cobrou e errou o gol. Minutos depois, o mesmo João Paulo, de cabeça, empatou. Mas a história do jogo não teve final feliz para a Pantera. A Tombense desempatou e ampliou. O jogo contra a Tombense é passado. A ordem na Rua Osvaldo Cruz é focar no jogo de segunda-feira e vencer a Caldense. O técnico Gilmar Estevam perdeu Osvaldir com o terceiro cartão amarelo e ainda não sabe se poderá contar com o goleiro Fábio Noronha e o zagueiro Jadson. Os dois desfalcam a equipe há alguns jogos por estarem em tratamento médico. O jogo contra a Caldense, que no início do campeonato estava marcado para domingo (15), foi transferido para a segunda-feira, como forma de fugir da concorrência com o futebol transmitido pelas emissoras de TV. Na segunda-feira, além de não ter concorrentes, o Democrata sempre tem mais público no estádio, por causa da temperatura mais amena. Concorrentes Para escapar do rebaixamento, o Democrata segue a sua sina de “secar” alguns concorrentes, como o Guarani de Divinópolis e o Mamoré de Patos de Minas. O Guarani tem 3 pontos e o lanterna da competição. O Mamoré é o vice-lanterna, com 4 pontos, porém com saldo de 12 gols negativos. No confronto direto com o Mamoré, o Democrata leva vantagem por jogar em casa. Caso vença o Mamoré (e caso tenha vencido a Caldense), a Pantera decreta o rebaixamento do time de Patos de Minas e permanece no Módulo I para 2016. A única coisa que o torcedor pode fazer é torcer, como sempre faz. Os mais fiéis, claro.

O volante Marcel (5) tem sido uma peça importante no sistema defensiva do Democrata e se destaca pela luta dentro de campo

Canto do Galo Rosalva Luciano

Dois anos, nove jogos sem derrota frente ao Palestra Continuam fora de moda os grandes clássicos do futebol brasileiro e entre eles o mineiro. Sem glamour, muita insegurança no ir e vir e sem as cores dividindo os assentos em nosso palco maior, o Mineirão. Uma torcida só, praticamente só, pois as entradas permitidas aos contrários foi de número irrisório. Se comparadas às praças consideradas educadas e civilizadas estamos entre os desqualificados O placar do nosso maior encontro futebolístico nos gramados, Atlético x Cruzeiro, mostrou como ser iguais. Os gols confirmam a observação, vacilo de um e o outro foi atrás. Nos 90 minutos de jogo bem morno para os dois, as emoções se guardaram para o quase final da partida. Pouca efetividade no ataque. Chutes de longe e bolas paradas deram um colorido melhor à tarde de domingo. Faltou muito pouco para a crista do Galo aparecer na ponta. O Atlético com desfalques que já começam a irritar e o outro time em armação. Leandro Donizete, nosso guerreiro meio campista já está preparando ida para a vitrine dos inoperantes. Lá, ele vai encontrar possivelmente com o Dátolo, Marcos Rocha, Lucas Pratto (quase pronto), Jô, Leonardo Silva, Pedro Botelho e Guilherme, que nem apareceu ainda. Ave,”Pai afaste de nós este cálice”! O jogo pode até marcar a arrancada do Galo para todos os campeonatos que disputa em 2015, mas o foco tem que ser mantido. As arbitragens continuam como sempre ruins e fincam justificativas para o empate baseadas em erros dos juízes e no “Se”, é no mínimo enganador. Realmente, faltou o apoio total da massa do

Galo Doido, éramos bem inferiores em número, como já dissemos. O grito, por vezes, chegou a ocupar todos os lugares do estádio. A garra dos nossos grandes jogadores que enfrentaram até com valentia a batalha, sempre será a nossa marca registrada. Não desanimaram. Os substitutos devem passar por momentos de magia, impactantes, temos de entender. Aumentar a invencibilidade sobre o nosso maior rival não deixa de ser uma alegria a mais, chega a ser status. Nove jogos arrolados em dois anos. Um trunfo. Tomara que estes anos, estes tempos e estes placares favoráveis tornem-se elásticos. Sinceramente, entendo muito pouco das leis existentes, mas se for para legislar em causas de torcedores que frequentam estádios por amor ao time e com objetivo exclusivo de ser e sair feliz, eu faria leis com penalidades cruciais. Absurdo um “terrorista”, o que é para mim, lançar bombas num jogo como no domingo passado e ter quatro meses de exclusão das arquibancadas. Não deveria voltar, mais irresponsável do que a palavra significa. Totalmente fora de propósito e com certeza virão outros. Vamos Galo mais que Doido. Faça essa Massa mais que feliz!

Rosalva Campos Luciano é professora e apaixonadamente atleticana.

JOGOS ESTUDANTIS

Seletiva para o JEMG é neste fim de semana Neste fim de semana, Valadares começa a selecionar seus representantes para os Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). As disputas de futsal, handebol e vôlei masculino serão realizadas na Praça de Esportes. Os representantes do futsal, do handebol, do vôlei feminino e do xadrez já foram selecionados. O JEMG será realizado de 20 a 26 de abril, em Mantena (MG). Cada cidade terá um representante em cada modalidade e contará com disputas de futsal, handebol, vôlei, xadrez e basquete. A exceção é o xadrez, que por ser um esporte individual, aceita até 12 participantes por município. Futsal Nesta sexta-feira (13), serão realizadas as disputas de futsal masculino, pelo módulo I, a partir das 19 horas, na Praça de Esportes. No ginásio poliesportivo serão realizadas as disputas da Chave A. Os primeiros a entrarem em quadra serão a E. E. João Wesley e a E.E. Diocesano. Logo em seguida, às 19h50, será a vez da E. E. Abílio Rodrigues Patto encarar a E. E. Alexandre P. da Silva. Na quadra coberta serão realizados os jogos da Chave B. A partir das 19 horas, os alunos da E. E. Antônio F. Lisboa enfrentam os da E. E. Sinval Rodrigues Coelho. Depois, às 19h50, será realizado o confronto entre as escolas E. E. Júlio Soares e E. E. Quintino Bocaiúva. No sábado (14), às 10h40, a escola E.E. Abílio Rodrigues Pato e a E. E. Júlio Soares disputam a vaga de representação de Valadares no futsal masculino, no módulo II. Os dois educandários ainda terão um segundo confronto no dia 21. À tarde, às 15 horas, as escolas estaduais Abílio Rodrigues Patto e Diocesano decidem quem fica com a vaga do handebol masculino, no módulo II. Em seguida, às 16 horas, tem disputa no vôlei masculino, pelo módulo I, entre a E. E. Diocesano e o Colégio Modelo.


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