Fig 52 rrr ppp

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Fim de semana com sol entre nuvens. Pode chover no domingo. www.climatempo.com.br

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33o 21o

MÁXIMA

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

ANO 2 NÚMERO 52

FIM DE SEMANA DE 20 A 22 DE MARÇO DE 2015

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00 Secom / PMGV / Fábio Moura

SOBRE O DIA 15

Mais velho, mais branco, mais rico

U

m dos mais influentes jornais ingleses, The Guardian, ao comparar o público das manifestações de junho de 2013 com o das de 15 de março de 2015 em todo o Brasil, concluiu: mais velho, mais branco, mais rico. Dois dias depois, o Datafolha dava mais um indicador: 82% dos 241 mil manifestantes da Avenida Paulista no domingo declararam ter votado em Aécio para presidente. A revista de Economia Forbes noticiou as manifestações como “Festival do Ódio”, apontando os pedidos de intervenção militar e o uso do baixo calão, os impropérios até em inglês contra a presidenta reeleita Dilma Rousseff e o seu partido, o PT. The New York Times preferiu destacar que “em contraste com outros líderes da região, que respondem com ataques a seus críticos e usam para isso as forças de segurança, a senhora Rousseff defendeu o direito de protestar dos brasileiros”. Em Valadares, 250 pessoas se juntaram para a manifestação na Praça dos Pioneiros. O ato primou-se pela organização, não a ponto de haver banheiros químicos ou camarotes como no da Avenida Paulista. A manhã de domingo de tempo firme ajudou, assim como o horário coincidente com o final da missa da Catedral e do culto da Primeira Igreja Presbiteriana. A única queixa de manifestantes era dirigida ao barulho e à fumaça provocados por quase 50 motoqueiros, com suas máquinas potentes, de marca, que se acharam no direito de interromper o trânsito da Avenida Minas Gerais. Chamavam a atenção também um agrupamento de cerca de 30 maçons a caráter, em suas fatiotas. Este Figueira contou o público no horário de máximo movimento, descontando a fila do Trenzinho da Alegria, que foi fiel ao seu público de domingo, com a dupla Patati-Patatá e com o Fofão. Em outros locais da cidade, pessoas isoladas, família e grupos, mesmo não participando da manifestação na Praça, vestiam camisas verdes e amarelas e demarcavam suas posições em cartazes nos seus carros, o que indica alcance maior e mais disseminado da manifestação.

189 novas casas populares Na quinta-feira (19), 189 famílias receberam as chaves da casa própria no residencial Sertão do Rio Doce (foto), no Bairro Santa Paula. As casas foram sorteadas no dia 21 de fevereiro, entre as famílias indicadas pelos próprios núcleos habitacionais, que garantem assim a transparência do processo de conquista da moradia popular. Serão quitadas em um período de 10 anos, com parcelas de R$ 25 a R$ 80 reais, por mês, de acordo com a renda dos beneficiários. E para isso precisaram atender os critérios do Programa Minha Casa Minha Vida, para a faixa de renda familiar de R$ 1,6 mil, da Caixa Econômica Federal. Página 4

Combate à tuberculose vai até dia 27 Assuntos como a tuberculose deveriam ser ainda mais divulgados, já que a doença é considerada um problema de saúde pública no Brasil. A fim de propagar estas informações, a prefeitura realiza, de 14 a 27 deste mês, a Quinzena Municipal de Luta Contra a Tuberculose. Tendo como símbolo da luta o catavento, que remete à necessidade de movimento, a intenção é fazer com que as pessoas valorizem os sintomas - como o da tosse que perdura por mais de três semanas -e procurem o serviço de saúde. Página 7 Rubens Júnior / Assessoria de Imprensa do ECD

LEIA MAIS

O “tiozinho bonachão” A advogada gaúcha Sinara Ketzer estreia no Figueira a coluna “Da Província de São Pedro” e fala das manifestações e do Tiozinho Bonachão. Da Província de São Pedro

Página 10

O fim da infantilização do Brasil

Errata O Sindicomércio não consta entre os seis sindicatos que compõem a regional da FIEMG em Valadares, diferentemente do que este Figueira apontou na edição 51. O Sindicomércio é associado à Fecomércio, que não teve nenhuma participação na manifestação do dia 15 de março em Valadares.

Jaider Batista

Página 5

O lateral direito Osvaldir está de volta ao time do Democrata depois de cumprir suspensão no jogo da última rodada. Osvaldir vai à Nova Lima enfrentar o Villa Nova, e junto com seus companheiros tem um desafio pela frente: trazer 3 pontos para Valadares. Página 12

Caiu a ficha do governo federal Notíias do Poder

Página 5


OPINIÃO 2

Editorial

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Charge

Manifestante na rua

O medo da liberdade

A

liberdade que é inerente à condição humana é também razão para muitos medos de homens e mulheres. É comum que um dilema na vida de muitas pessoas seja a passagem para a vida adulta, para a condição de pessoas emancipadas e livres. Tem gente que não consegue dar esse passo nunca. Na vida em sociedade não é diferente. Muitas pessoas preferem viver uma infância permanente, sempre recorrendo a outrem para resolver os seus problemas. O Super Homem e a Liga da Justiça ganham outros nomes, mas a mágica é a mesma. Nas manifestações do domingo, 15 de março, muitos motivos justos levaram centenas de milhares de pessoas às ruas em todo o Brasil. Diferentemente da pauta difusa das manifestações de junho de 2013, desta vez o combate à corrupção, o Fora Dilma, o Fora PT foram as reivindicações mais comuns. Porém, os cartazes e faixas não traziam propostas, mas expressavam o medo de se colocar como parte da solução dos problemas. Em muitos cartazes, de modo inquietante, brasileiros adultos na idade pediram ao governo americano para intervir no Brasil, pediram ao Exército brasileiro para interromper o legítimo governo da presidenta Dilma e assumir o poder, pediram a Deus para restabelecer a velha ordem em que empregadas domésticas, porteiros, serviçais estavam à disposição das elites de sempre, por uns trocados. Ou seja, o medo de se tornarem civicamente adultos fez os do andar de cima de nossa sociedade voltarem ao seu exercício ciclotímico: a cada vez em que o país pode dar um salto de desenvolvimento humano, com inclusão e justiça social, o medo faz interromper o processo, forçando o recuo para o porto seguro, que é a memória atávica do escravismo. O impasse desta vez é maior por que os que se entendem donatários do Brasil, mas sempre se apequenam diante do desafio de fazer deste país uma grande nação, não estão diante de um Dom Pedro II idoso e fragilizado pela abolição da escravatura, não estão diante de Getúlio Vargas que dependia apenas do seu próprio carisma para manter o governo de pé, não estão diante de um João Goulart eleito apenas vice – um reformista conciliador e flexível -, não estão diante de um fantoche promovido por eles mesmos como foi o caso do Collor. O medo que sempre os fez bater com mão alheia, tomar o poder com mão alheia, matar por encomenda, tem pela frente a coragem de Dilma Rousseff, que além de adulta, é mulher. Não é necessário recorrer aos atos de coragem e bravura da moça Dilma na luta contra a ditadura militar para exemplificar. Basta para se ilustrar quantos interesses estiveram e estão em jogo listar os enfrentamentos que a presidenta teve nos seus quatro anos de governo, muitos deles evitados por Lula a todo o custo. Todos esses enfrentamentos resultam em muitos interesses contrariados, mas são parte do exercício de superação de um país atrasado e desigual para ser uma nação rica e sem miséria: - no início do governo, quando constatou que Roger Agnelli, então presidente da VALE, defendia demissão de milhares de empregados daquela Companhia como medida de contenção de custos e preparação para atravessar a crise econômica mundial, ela construiu a saída daquele executivo, substituído pelo discreto mineiro Murilo Ferreira, defensor da manutenção dos empregos em meio à crise; - ainda no primeiro ano de governo cortou 50 bilhões de reais do orçamento dos ministérios, preparando o país para ajustes que todos entendiam desnecessários, devido ao crescimento do PIB em 7,5% no ano anterior. Ela viu que a crise era muito mais que uma marolinha; - apesar de não ter se dedicado a uma reformulação da política indigenista do país, ela desbaratou a máfia das demarcações de terras indígenas, nas quais quem menos saía ganhando eram os povos envolvidos. Funcionários da Funai, políticos, empresários, madeireiros e donos de garimpos ilegais, muitos deles conhecidos internamente como a “maçonaria da Funai”, mantinham uma rede de influência nas decisões de demarcação em algumas regiões do país; - impôs regras mais transparentes e de interesse público na renovação da concessão das distribuidoras de energia elétrica, o que fez o governo tucano de Minas Gerais, pela Cemig, considerar como quebra de contrato; - exigiu da Receita Federal tratamento resoluto e transparente contra as empresas sonegadoras de impostos. Enquanto a ONG Transparência Internacional considera que o custo da corrupção no Brasil é de 50 bilhões de reais por ano, duas vezes e meia o custo do Programa Bolsa Família, a sonegação de impostos pelas empresas em todo o país atinge 450 bilhões de reais anuais, o equivalente a um quinto do PIB, nove vezes mais que o mal que é a corrupção; - criou condições para se desbaratar a máfia do jaleco branco ao abrir mais 11.500 vagas nos cursos de Medicina em todo o país e trazer médicos estrangeiros para atender às regiões e às populações mais distantes e mais pobres, com o Programa Mais Médicos; - assegurou a livre concorrência para os serviços de telefonia de banda larga 4G, o que provocou a ira da Globo, que se entendia pronta para monopolizar a nova área; - foi firme com os militares das Forças Armadas ao assegurar o livre funcionamento da Comissão Nacional da Verdade, que apurou os crimes contra a humanidade cometidos na ditadura militar por agentes do Estado brasileiro; - replanejou e moralizou as obras de transposição do Rio São Francisco, que estão em mais de 70% prontas, com conclusão prevista para junho de 2016. Enquanto isso, o Nordeste passa pela maior seca de sua história sem que falte água para a população. A seca agora é assunto de São Paulo, que não se preparou para isso; - alterou o desenho original, reduziu a área de impacto, mas não cedeu à pressão dos ambientalistas que queriam a desistência de se construir a Hidrelétrica de Belo Monte, que ao interligar-se ao sistema nacional dará segurança de abastecimento às áreas mais populosas e industrializadas do país; - induziu pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal a expansão do crédito e a redução dos juros, forçando o mesmo movimento nos bancos privados, que viram nisso risco para os seus ganhos; - fez intervenção na estatal Valec, para acelerar a construção de infraestrutura ferroviária que interligue todo o país. A paralisação promovida pelas empresas de transporte, que vem sendo chamada greve dos caminhoneiros, já se deve à percepção de como a nova infraestrutura viária do país, baseada em complementaridade multimodal, alterará os ganhos e reduzirá a dependência frente a essas empresas; - deslocou políticos chantagistas da base aliada do DNIT e de outros focos de corrupção dentro do governo. Diante das manifestações do domingo, a presidenta agiu com responsabilidade. Em vez de ironizar ou reduzir a relevância delas, Dilma respeitou e levou a sério o movimento, convocou um plantão de ministros em Brasília para avaliação de todo o quadro, despachou alguns para falar com a imprensa ainda na tarde do domingo, definiu o que priorizar para responder às ruas. Mas, não esperemos de uma política adulta como Dilma Rousseff ceder às chantagens de sempre. Não esperemos reedição do suicídio de Vargas, nem a recusa a resistir do Jango, nem a renúncia do Collor. Desta vez, teremos de dar o passo juntos, para a maturidade política deste país. Teremos de nos tornar nação.

Parlatório

A novela Babilônia, da TV Globo, logo no primeiro capítulo, exibido nesta segundafeira, mostrou uma cena de beijo entre duas mulheres. Na sua opinião, esta cena é um atentado contra a moral e os bons costumes da família brasileira?

Um beijo é um gesto de carinho entre duas pessoas Aline Costa

NÃO

Aline Costa é leitora do Figueira na Fan Page oficial do jornal

As novelas estão destruindo nossas famílias Marta Pereira

SIM

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Conselho Editorial Aroldo de Paula Andrade Enio Paulo Silva Jaider Batista da Silva João Bosco Pereira Alves Lúcia Alves Fraga Regina Cele Castro Alves Sander Justino Neves Sueli Siqueira Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Acho incrível como um simples gesto de carinho entre duas pessoas que se amam, que por acaso são do mesmo sexo, ser tão intolerado pela sociedade, como se isso fosse influenciar crianças e que todos serão obrigados a ser gays ou lésbicas após ver tal cena. Conheço tanta gente que nasceu em um lar ‘tradicional’, cresceu vendo novela com casais heterossexuais e no entanto é gay. Ou seja, a lógica não se aplica. Crianças são influenciáveis sim e começa da educação dentro de casa, os exemplos que elas têm dos seus pais e isso inclui o tratamento que existe entre eles. Faz parte da educação, inclusive, os pais não deixarem uma criança assistir uma novela que é para maior de 12 anos. Agora, não é uma novela que vai fazer o filho ou filha virar homossexual. A ciência não tem explicação única e definitiva sobre a questão, o que sabemos é que homossexualidade é uma ORIENTAÇÃO do desejo sexual. Não é escolha, desvio de comportamento, demônio no corpo, influência de pais gays. As novelas mostram filho roubando e matando pai, médica matando enfermeira, pai sequestrando filha, marido traindo a esposa, amante que virou mulher cegando o marido e matando a própria tia, cenas de sexo heterossexual com nudez… E é o beijo entre duas mulheres que pode destruir a família brasileira? (tsc) Ninguém está preocupado se as situações que implicam falta de ética, desonestidade, violência, criminalidade, vão influenciar as crianças negativamente? Tem coisa errada aí! Qual a noção de valores que essas pessoas “normais”, digo, que se enquadram no padrão social e se dizem heterossexuais têm? O conceito de família que aprendi é feito de amor, carinho, colaboração, respeito e amizade, não de orientação sexual! As pessoas assistem a programas sensacionalistas que passam às 16 horas que mostram violência na vida real, mas tudo bem, pelo menos não tem gay! Quanta hipocrisia, meu Deus! Tem os que usam a religião como desculpa para o seu preconceito e se esquecem da passagem Bíblica em que Jesus fala “(…) que atire a primeira pedra aquele que nunca pecou”. Que fique bem claro: não acho homossexuais pecadores! Mas as pessoas que acham, julgam e se esquecem de cuidar da própria vida – que é cheia de desvios, como a de todos nós. Eu tenho defeitos e coisas na qual preciso evoluir, por isso cuido da minha vida. E se for pra não tolerar algo, não vou tolerar corrupção, não vou tolerar abuso sexual infantil, não vou tolerar bandido colocando fogo em criança de 6 anos, não vou tolerar que em pleno século 21 pessoas morram de fome e sede. Olha quanta coisa séria temos para nos preocupar! Enfim, não é de hoje que os valores da sociedade estão realmente invertidos.

Marta Pereira de Oliveira é professora aposentada

Fico perplexa ao ver a TV Globo tentar destruir as famílias brasileiras que o rancor que guarda os autores de suas novelas. Já se foi o tempo em que assistir televisão podia ser coisa de Deus, mas não é de se esperar outra coisa. Quase todos os autores de novela são homossexuais, por isso necessitam de mais adeptos para os seus grupos. Já não posso nem deixar meus filhos em casa, sozinhos por causa desta agressão com as famílias. A TV insiste em nos enfiar goela a baixo um bocado de homossexuais de todas as idades. Quer por força fazer as famílias aceitarem esse novo modelo de viver. A gente não pode mais sentar em frente a televisão e assistir um programa de TV junto com nossos filhos e netos, porque a todo instante somos surpreendidos com essas cenas desrespeitosas. Está faltando Deus na vida desses dirigentes de TV e do Brasil. Tentei dar uma chance para essa nova novela, mas não será possível mesmo. Está apenas nos primeiros capítulos e já teve assassinato, inveja, traição, tapa na cara entre mãe e filha, sacanagem, um horror. Quanta baixaria! Quero ver novela para me divertir e relaxar e não esse lixo! Acho que a TV Globo deveria usar o horário para explorar temas importantes para a população, gerando algum benefício para as pessoas, mas tá difícil. Já desisti... Não podemos ser imparciais e demagogos. Todos têm seus ponto de vista! Mas eu gostaria de frisar para todo mundo, que nenhum pai gostaria de ter um filho ou filha homossexuais. Ou gostaria? Nenhum pai gosta. Já não podemos falar e educar nossos filhos e filhas dentro da normalidade, afinal, estamos vivendo um dos momentos cruciais em termos de valores morais. Se alguém acha que é correto e normal, mulheres ou homens se acariciando em plena praça pública ou na TV, então é normal usurpar o que é dos outro, é normal matar, é normal espancar. Afinal, onde nós queremos chegar, em uma sociedade que ganha mais, que grita mais alto? Ou ganha mais quem convence? Não é esse o país da justiça!


POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Se beber, não vá em festas O deputado estadual Roberto Andrade (PTN) propôs na ALMG o fim de festas com bebida alcoólica liberada. “Eu não sou contra essas festas, mas a atração não pode ser a bebida alcoólica. A atração pode ser o show, a música, a dança. Mas nessas festas open bar acaba sendo a bebida.” Em entrevista à TV Assembleia, o deputado estadual Roberto Andrade (PTN), de Viçosa, falou de seu Projeto de Lei que visa à proibição das chamadas festas “open bar”, uma modalidade de evento comercial em que o preço de entrada está condicionado à opção de consumir bebidas alcoólicas imoderadamente. Para Roberto Andrade, há excessos em relação ao consumo de álcool por parte dos jovens nesse tipo de festa. “O jovem acha que tem de aproveitar o máximo e beber tudo por que pagou. É próprio da idade”, afirmou. O parlamentar disse que o projeto não tem a ver com o caso do jovem mineiro que faleceu em Bauru (SP), no mês passado, após consumir cerca de 30 doses de vodca. “É bom deixar bem claro que esse projeto foi protocolado um dia após a minha posse, mas ele ganhou notoriedade com a morte do rapaz em Bauru”, explicou. Segundo o deputado, as festas “open bar” ferem o Código de Defesa do Consumidor por instituir a prática da “venda casada”, que é vedada pela legislação. Confira a entrevista completa em: https://www. youtube.com/watch?v=ORft-508Ycg

PROTESTO NA AV. PAULISTA

82% eram eleitores de Aécio Neves

RECORTES DA REDE

2 milhões nas ruas

Protestar contra a corrupção foi a principal motivação das pessoas que resolveram ir à manifestação de domingo (15) em São Paulo, mostra pesquisa Datafolha feita durante o ato. Este motivo foi citado por quase metade dos entrevistados do instituto. O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, usado por alguns dos grupos organizadores do ato, vem em segundo lugar. Foi mencionado por 27%. Protestar contra o PT (20%) e contra os políticos (14%) foram as outras razões mais citadas. No universo dos 210 mil manifestantes que lotaram a av. Paulista no domingo na contagem do Datafolha, 82% declararam ter votado no tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial de 2014, 37% manifestaram simpatia pelo PSDB e 74% participavam de protesto na rua pela primeira vez na vida. Como o Datafolha havia feito uma pesquisa semelhante na sexta (13) junto aos manifestantes do ato liderado pela CUT, UNE e MST, entre outras entidades, é possível comparar os perfis dos dois públicos. (UOL)

VERDADE VERDADEIRA

Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono. (Mário Quintana - Poeta)

Sonhei que havia 2 milhões de pessoas nas ruas do Brasil. E elas protestavam contra a fome: “Fora fome do meu país! Comida para todos”. Elas carregavam cartazes para melhorar a favela: “Ninguém merece morar na bosta com um teto de papelão. Moradia digna para todos já!”. Elas estavam preocupadas com os milhões de mendigos e a população de rua: “Vamos cuidar dos nossos mendigos! Eles também são brasileiros”. E havia muita preocupação também com a violência: “Quem mais morre no Brasil são jovens negros da periferia. Chega! Vamos salvá-los!”. Uma grande indignação coletiva com a qualidade da escola pública e da saúde pública: “Ricos têm os melhores hospitais, pobres só se ferram!” Elas pediam o fim da violência contra a mulher, o fim do racismo e o fim de todos os preconceitos: “Elevador de serviço não! Todos são iguais!”. Será que estou sonhando com as coisas erradas...? Por Artênuis Daniel, jornalista da Cruz Vermelha do Brasil

A

A reforma

casa fora construída em bom terreno. A arquitetura advinha de uma bem bolada mistura de projeto modernista, herança barroca e a gambiarra de sempre. Foi feita nos anos 30, reformada nos anos 50 e depois na década de 80, mas já pedia outra guaribada – mais uma, para que pudesse se exibir mais madura, inteira, firme. Não era possível dizer se o desgaste era fruto do tempo ou do descaso dos moradores, mas o fato é que os cupins tomaram conta das vigas, desbeiçando o beiral português pela varanda, ameaçando toda a sua estrutura. O retorno do ralo, o mofo nos armários e as portas e janelas rangentes anunciavam um cenário de terror. Do lado de dentro, chuva constante. Do lado de fora, o majestoso jardim se tornara um terreno baldio. Pernilongos, ratos e outras pragas eram tão constantes que pareciam ser os verdadeiros donos do lugar. Piorava tudo o fato da água vir mais rara, anunciando maus tempos do poço. Passaram a maldizê-la. Os herdeiros sonhavam mudar-se para outras bandas. Os vizinhos dela se queixavam. Era preciso reformar. Qualquer um que já tivesse (sobre) vivido à situação de permanecer em casa durante uma reforma podia imaginar a angústia da família. A quem entregariam a tarefa? Na mesa de jantar, o silêncio fúnebre. Buscavam os culpados: de quem afinal era a responsabilidade pela limpeza das calhas, o corte da grama, a abertura das janelas todas as manhãs? Era ele, era ela, e aquela, e o outro, e... Irresponsáveis. Corresponsáveis pela desvalorização da casa. Pelo ambiente insalubre em que todos viviam. Um levantou-se da mesa e se pôs a lavar a louça. Silêncio. Estava assumindo a culpa, ao se encarregar da limpe-

Ninguém vai vir me xingar por isso: Governo vai parcelar dívidas de clubes de futebol brasileiros em até 240 meses e sem entrada! Assim até as Casas Bahia e o Ricardo Eletro morrem de inveja! Por Dilvo Rodrigues, jornalista

Que blefe! A real é que mesmo não sendo um simpatizante de Cid Gomes, ele mandou a Real no Congresso Nacional, e a postura dos Deputados, a mesma maioria que aplaudiu Eduardo Cunha, se reflete no nível de promiscuidade a qual chegamos. Outras autoridades deveriam começar a falar mais verdades e desmoronar logo esse castelo de cartas marcadas. Eduardo Cunha é um blefe. Apenas um blefe de mau gosto e veio do meu Rio de janeiro. Que tristeza. Por Tico Santa Cruz, músico, em sua fan page

Recortes de postagens feitas por internautas no Facebook

Terra Brasilis Moisés Oliveira

Crediário

Anunciaram no folhetim e espalharam a mensagem em lambe-lambes: Procuramse homens e mulheres de bem para ajudar em uma reforma importante. É preciso ter força, atitude, coragem, consciência e paciência. za? Não. Era só o sentimento da vergonha pela sujeira que agora já queimava a cara. Além deste, quem mais arregaçaria as mangas? Diziam por lá que não se podia confiar mais nos mestres de obra e nem nas empreiteiras. Além de tudo, custavam caro, demoravam muito. O dinheiro era pouco, o medo imenso, o prazo curto. Os pedreiros convencionais já não tinham mais credibilidade na praça. Frequentemente, eram acusados de furto de materiais, superfaturamento de obras, além disso, não cumpriam os prazos e ainda faltavam ao serviço. Era preciso achar outra solução para a dita reforma. Mutirão! Sussurraram. E mutirão seria. Primeiro a limpeza, depois os consertos. Anunciaram no folhetim e espalharam a mensagem em lambe-lambes: Procuram-se homens e mulheres de bem para ajudar em uma reforma importante. É preciso ter força, atitude, coragem, consciência e paciência. Houve algumas adesões, mas a reforma infelizmente ainda não começou. Ps: Qualquer semelhança com a reforma que está na boca do povo, não é mera coincidência. Moisés Oliveira é jornalista, publicitário e colunista do Figueira

Caravana das águas Quem for visitar o Parque Natural Municipal neste fim de semana poderá desfrutar de diversas atividades em função da do Dia Mundial da Água comemorado no próximo dia (22). As atrações começam na tarde desta sexta-feira (20), a partir das 14 horas, quando haverá apresentação de teatro com a companhia Asas do Invento. Logo após, às 16 horas, o ambientalista da Vale do Rio Doce, Henrique Lobo, fala sobre Os rios da terra. No domingo (22), no horário de nove às 13 horas, quando o parque sedia a Caravana das Águas. Na ocasião, haverá estandes com a apresentação de trabalhos realizados pelas instituições parceiras, vídeos, exposição de peixes, apresentação da peça infantil O guardião do rio e mostra cultural dos índios Krenak. A iniciativa, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Suaçuí (CBH – Suaçuí), conta com o apoio da Prefeitura.

Direitos da Infância Palestra, apresentações culturais, oficinas para elaboração de propostas e eleição de delegados para a etapa estadual de conferências sobre as políticas e direitos das crianças e adolescentes. Assim será a próxima sexta-feira (20), em Valadares, quando acontece a 9ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O evento reunirá representantes de entidades e instituições de defesa e promoção dos direitos da infância e adolescência, comunidade, crianças e adolescentes na Capela do Espírito Santo – rua Paraná, 164, bairro de Lourdes – das 7h30 às 17h. São esperados cerca de 200 participantes.


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

189 famílias recebem as chaves da casa própria Casas compõem o residencial Sertão do Rio Doce, que recebeu um investimento de R$ 12.285.000,00, e está localizado entre os Bairros Jardim do Trevo e Santa Paula Gina Pagú / Repórter Na quinta-feira (19), 189 famílias receberam as chaves da casa própria no residencial Sertão do Rio Doce, no Bairro Santa Paula. As casas foram sorteadas no dia 21 de fevereiro, entre as famílias indicadas pelos próprios núcleos habitacionais, que garantem assim a transparência do processo de conquista da moradia popular. Serão quitadas em um período de 10 anos, com parcelas de R$ 25 a R$ 80 reais, por mês, de acordo com a renda dos beneficiários. E para isso precisaram atender os critérios do Programa Minha Casa Minha Vida, para a faixa de renda familiar de R$ 1,6 mil, da Caixa Econômica Federal. Os investimentos em moradia estão mudando a realidade de Governador Valadares, a parceria da Prefeitura, do Ministério das Cidades e da Caixa são importantes para a realização do sonho da casa própria para os valadarenses. O Residencial Sertão do Rio Doce é o sétimo construído através desse acordo. A prefeita, Elisa Costa, falou do importante avanço das conquistas da moradia popular em Valadares. “Juntamente com o direito à moradia, às 189 famílias agora tem um lar com conforto e qualidade. Destaco também a mobilidade

urbana, já que o transporte público chegará até o residencial. Estamos anunciando na entrega do residencial o início das obras de uma escola e creche para a comunidade, atendendo pedido dos moradores que sempre esperaram essa conquista. Avançamos no projeto de habitação numa parceria com o Governo Federal, cumprindo nosso plano de governo”. O residencial Sertão do Rio Doce recebeu um investimento de R$ 12.285.000,00 e está localizado entre os Bairros Jardim do Trevo e Santa Paula. Esse é o segundo empreendimento habitacional construído com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida, formado por casas baixas e com sistema de aquecimento solar. O primeiro foi o residencial Vitória, com 653 casas entregues às famílias valadarenses em junho de 2014. Na cerimônia de entrega das chaves também foram assinadas as ordens de serviços para a construção de uma nova escola e de uma creche que atenderão crianças e adolescentes do novo residencial e moradores dos bairros Santa Paula e Jardim do Trevo. Sobre as obras No Residencial Sertão do Rio Doce, cada unidade habitacional foi erguida em um terreno

de 176,8 m2, com 42,80 m2de área construída. As casas são compostas de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço externa. Sendo que 35 unidades receberão kits específicos para adaptação das casas para pessoas portadoras de deficiência. As unidades contam com piso cerâmico nos cômodos e azulejos na cozinha e banheiro, além do sistema de aquecimento solar. A creche e a escola que serão construídas, em um terreno de 5 mil/m², do município, terão respectivamente capacidade para 120 alunos entre 0 e 6 anos (educação infantil), e 500 alunos do ensino fundamental, com investimentos de R$ 1.100 mil e R$ 1.900, ambos provenientes do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). Moradia popular O total de casas construídas e entregues às várias famílias de Governador Valadares pelo Programa Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, chegam a 2.197 unidades, em sete empreendimentos de moradia popular. A previsão até 2016 é que mais 2.080 sejam entregues, e outras 1,5 mil já estão em fase de contratação. Seom / PMGV / Fábio Moura

CAPACITAÇÃO

SENAI de Valadares tem vagas para cursos Para atender a demanda do mercado de Valadares o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Governador Valadares CFP Luiz Chaves abriu vagas para os cursos de costureiro industrial (20 vagas) e modelista (20 vagas). Os interessados em participar devem fazer a inscrição até o dia 23 de março. As aulas serão ministradas por instrutores experientes na transmissão de conhecimentos do segmento têxtil. No curso, os alunos recebem as informações em salas adequadas ao aprendizado, dispondo de equipamentos e máquinas tradicionais e com alta tecnologia. Desta forma, têm a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho com base teórica e prática, além de adquirir uma ampla visão sobre as novidades e tendências da área. O investimento na capacitação de costureiro industrial é de R$780,00 divididos em quatro parcelas de R$ 195,00. Já o curso de modelista R$ 760,00 divididos em quatro parcelas de R$ 190,00. Os interessados em participar devem ter acima de 16 anos. A inscrição está sendo feita na unidade do SENAI, na rua Cinco, 120, Nova JK. Os documentos necessários para a inscrição são: cópias do RG e CPF, cópia comprovante de residência, 1 foto 3x4, documento escolar, original e cópia do documento oficial de identificação com foto e original e cópia do CPF do responsável legal, quando o aluno for menor. Para outras informações basta ligar no telefone (33) 3272-4615.

Praça de Esportes abre incrições para escolinhas

A prefeita Elisa Costa faz o seu discurso na solenidade de entrega das chaves do Residencial Sertão do Rio Doce, em destaque, na foto maior

A Praça de Esportes começou o ano com novidades: aulas de Tênis de Mesa, Vôlei adulto e alongamento para terceira idade. Todas as modalidades estão com inscrições abertas. As aulas são gratuitas e tem vagas limitadas. As turmas de Hidroginástica, por exemplo, já estão com inscrição encerrada. Para se matricular é necessário que o responsável pelo aluno compareça à Praça de Esportes munido de atestado médico, duas fotos 3x4 e declaração da escola informando o horário em que a criança estuda. A Praça funciona de segunda a sextafeira, no horário das seis às 18 horas, na Rua Afonso Pena, 2550 – Centro. Telefone: 3271.3400.

Direitos Humanos Flávio Fróes De manadas e alienados

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parafernália eletrônica que modernamente parece indispensável para a vida dos indivíduos da espécie Homo sapiens oferece a seus usuários inegáveis vantagens e não poucos desapontamentos. São, em conjunto, dispositivos cuja praticidade é inegável. Abrem e fecham portas e portões, ligam e desligam alarmes e mantêm forte impressão de segurança quando usados em movimentações financeiras. Têm lá suas fraquezas, no entanto. Ora o sistema sai do ar, ora ocorre sobrecarga de demanda ou mesmo aves desavisadas e lagartixas curiosas acionam alarmes em silenciosas madrugadas. Há que aprender, pois, a conviver com as consequências indesejadas da Era da Informática. Quando fazem o papel de instrumentos musicais, cinema em casa ou televisão pode ocorrer algum excesso de decibéis a incomodar algum vizinho de modelo mais antigo que, com respeito e discrição está, justamente naquela hora, mergulhado numa cascata sonora de um dos Concertos de Brandenburgo de J. S.Bach. Há quem – menos mal – utilize os recursos da Era da Informática como ferramentas de pesquisa à guisa de

enciclopédias e tábuas de logaritmos, por exemplo. al. A alienação política alcançou sucessivas análises em penEm meio a tantas outras serventias das modernidades sadores bem próximos desses dias, como foi Jean-Paul Sardesses tempos destaca-se seu potencial como instrumento efi- tre (1905-1980). A partir desses últimos pode-se considerar caz de agitação política. A condição básica para que alguém in- alienado político quem aliena seu direito original de conhecer gresse nos grupos que têm essa finalidade por via dos recursos a verdade dos fatos e se limita a repetir palavras de ordem. da Era da Informática é abdicar do atributo mais notório da O alienado político age como robô não como ente pensante. espécie humana: o arbítrio próprio. Para quem se faz de de- É manipulado pelos meios de comunicação comprometidos sentendido: a recém-chegada Era da Informática permite aos com dada ideologia. modernos exemplares da espécie Homo sapiens que suspenFinalmente não há como esquecer a proximidade conceidam sua capacidade de julgamento e se reclassifiquem como tual entre o alienado político e o analfabeto político atribuído Homo clickens. Basta-lhes clicar como robôs, sem crítica nem a Bertolt Brecht (1898-1956). O surto de alienação política que avaliação. É procedimento de manada que corre porque vê ou- manipuladores de opinião magnificaram nos últimos dias detros correrem, que berra porque vê outros berrarem. monstra ser muito elevada a taxa de analfabetismo político no Em tempos assim de tumultos, quando o tropel da manada País nesse verão/outono brasileiro. encobre a voz da razão talvez seja proveitoso buscar entender porque e como tais agitações acontecem. Aqui cabe lembrar alguns aspectos do conceito de alienação. Surgido na História da Filosofia Moderna com Ludwig Feuerbach (1804-1872), o Flávio Fróes Oliveira é filósofo e estudioso dos direitos das conceito teve ampliada sua aplicação até chegar à época atu- crianças e adolescentes.


NACIONAL

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Notícias do Poder José Marcelo / De Brasília

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Depois das manifestações de domingo, que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em todo o país, e da divulgação da pesquisa Datafolha, mostrando que a rejeição da presidente Dilma Rousseff chegou a 62%, a cúpula do governo se reuniu para traçar metas e tentar reverter o quadro. Um interlocutor do Palácio do Planalto informou que a presidente entendeu o momento e sabe que não basta um pacote anticorrupção para contornar a crise. Dilma também teria entendido que não basta admitir ainda que errou nas medidas de ajuste fiscal. A boa notícia, segundo este interlocutor, é que pela primeira vez a presidente e os principais assessores compreenderam que além de administrar é preciso fazer política. E por fazer política, entende-se, também, dar satisfações.

Mas além de dar satisfação, mandar pacote de medidas de combate à corrupção e sair em defesa da reforma política como ferramenta para moralizar as eleições e as campanhas eleitorais, a presidente Dilma Rousseff ainda precisa lidar com outra rejeição: a dos parlamentares. Uma pesquisa encomendada pela consultoria Arko Advice, uma das mais importantes empresas de assessoramento e consultoria política do país, mostra que a rejeição da presidente Dilma Rousseff chega a 50% entre os parlamentares. Número importante porque mostra que a desaprovação do desempenho da presidente também está entre os membros da bancada governista.

Caiu a ficha 2

Por que é importante

É exatamente no quesito “dar satisfações” que o grupo da comunicação da presidente Dilma Rousseff vinha tentando convencer a presidente, há algum tempo. Falar mais com a população, por meio da imprensa, dar entrevistas, se explicar melhor para o eleitor, convencê-lo de que as medidas adotadas são importantes e por aí vai. Um conjunto de recomendações que não vinham sendo atendidas, mas que foi reforçado pelo ex-presidente e fiel conselheiro Luiz Ignácio Lula da Silva, que na reunião com Dilma Rousseff teria dito: “se não tem verba para gastar, gaste o verbo”. Portanto, se dirigir à população passa a fazer parte da lista de atividades da presidente.

Reduzir a rejeição entre os parlamentares é importante, segundo o cientista político Tiago de Aragão, diretor da Arko Advice, porque a presidente precisa de um trabalho conciso do Congresso para aprovar as medidas fundamentais para o ajuste fiscal. E neste exato momento as atenções dos deputados e senadores estão voltadas principalmente para as investigações da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, e a CPI da Petrobrás. E muitos deles, preocupados em se defender das acusações. Ou seja: a presidente precisa de foco em uma casa de atenção difusa.

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Prazo para explicar Do jeito que está, na avaliação de um outro cientista político que presta consultoria ao Senado, as estimativas para a política não são nada boas. Isso porque, diante do sangramento de um governo que sofre os desgastes diante da opinião pública, existe um Congresso ainda mais enfraquecido, com atuação aprovada por apenas 9 por cento da população. É um verdadeiro salve-se quem puder.

Esperteza peemedebista Mais esperto que a oposição e mais articulado que o PT, o PMDB se apressou ao apresentar uma proposta de reforma política, neste momento de crise, em que muitos defendem mudanças nas regras para combater a corrupção. E mais do que puxar para sua responsabilidade, a estratégia do PMDB é mostrar que o PT deveria, mas não fez a lição de casa, e que a oposição está perdida, sem ter para onde ir. A decisão teria saído de uma reunião de cúpula do partido, que entendeu que para não sair ainda mais respingado de todo esse processo, terá de tentar mostrar para o eleitor que tem compromisso com o país.

O que diz a proposta De maneira geral o PMDB defende: continuidade do financiamento privado de campanha, extensão dos mandatos para cinco anos, eleições unificadas para todos os cargos e o fim da reeleição. Fale com José Marcelo: noticiasdopoder@uol.com.br José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Política Jaider Batista da Silva

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O fim da infantilização do Brasil

ompletamos em 15 de março exatamente 30 anos de democracia, contados desde 1985. Por incrível que seja, é o período mais longo de vida democrática ininterrupta em nossa República. No dia, que poderia ser de festa, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas maiores cidades, em especial em São Paulo, para protestar contra o governo e exigir o impeachment da presidenta recém reeleita. Em Valadares, 250 pessoas juntaram-se na Praça dos Pioneiros pela manhã. O maior movimento de rua foi em São Paulo, onde o Datafolha cravou 210 mil pessoas na Avenida Paulista. Seja qual for o número, é muito expressivo. O monitoramento dos protestos pelo governo federal indica que o público nas ruas foi uma mistura das classes média e alta que votaram no candidato Aécio Neves derrotado em outubro para a presidência da República, e uma minoria barulhenta de direitistas saudosos da ditadura e lunáticos diversos pedindo o retorno dos militares ao poder, a intervenção dos Estados Unidos, o assassinato da presidenta Dilma. Mas, lá estiveram também parte dos que participaram das marchas de junho de 2013 e não consideram terem sido respondidos nas exigências que fizeram de melhores serviços para a população. O governo federal comemorou o fato de todas as manifestações terem ocorrido sem incidentes, sem violência, sem agressões. É possível que da constatação do nível de participação nos protestos o governo acelere um tanto de medidas como a regulamentação da Lei 12846/13 que pune as empresas corruptoras e outras prometidas na campanha eleitoral e nem tocadas ainda, por causa da priorização que foi dada ao ajuste fiscal. As manifestações gigantes como em São Paulo e Brasília ou esvaziadas como em dezenas de capitais e em Valadares, não colocam em risco o funcionamento da democracia nem da República. Pelo contrário, são a constatação mais cabal de que não há espaço para recuos na nossa neodemocracia. Histeria coletiva à parte, dessa vez um tanto de ingredientes que tornaram outras aventuras e inconsequências políticas possíveis não existe mais e é isso que precisam saber os que em Valadares enredaram entidades como a maçonaria, a fiemg, o crea e a oab – assim mesmo com minúsculas enquanto tiverem esses dirigentes à frente - nessa armadilha. Ao contrário do que os dirigentes dessas entidades aprenderam na cartilha da Adesg, 1964 não tem como ser reeditado por que: - a igreja católica perdeu influência e entende que tem mais a ganhar preservando o jogo democrático. É bom lembrar que sem a mobilização e a benção da igreja dificilmente ocorreria o golpe de 1964; - todos os 330 mil homens e mulheres das forças armadas são filhos e filhas da democracia. Em 30 anos, não sobrou ninguém que tenha prestado serviços à ditadura. Pela primeira vez, não temos os militares tentados a qualquer intervenção. Eles estão envolvidos em planejamento – a infraestrutura do país e integração de fronteiras até

2022, no bicentenário da Independência - em pesquisa - o submarino nuclear para cuidar do Atlântico Sul e do pré-sal, a base de foguetes de Alcântara, a fabricação de aeronaves de defesa, o desenvolvimento de mísseis, a integração logística do território nacional com internet e cabos intercontinentais submarinos e monitoramento por satélites da Amazônia, assim como o monitoramento dos movimentos de desestabilização dos países vizinhos e a participação do Brasil em missões de paz mundo afora. Ou seja, os militares no Brasil hoje são relevantes, não são bate-paus dos coronéis de plantão; - não há mais guerra fria e os Estados Unidos viraram polícia do mundo, com intervenções pontuais do Afeganistão à Síria. Dessa forma, o Brasil é o cuidador da estabilidade do subcontinente da América do Sul - o que faz mediações para se evitar extremismos e golpes na Venezuela, na Bolívia, no Paraguai, o que dá garantias para o diálogo na Colômbia, o que se interpõe nas rusgas entre o Equador e o Peru, o que não põe gasolina na fogueira da Argentina. Não interessa aos EUA, à União Europeia nem a ninguém desestabilizar o Brasil. É bom lembrar que sem a ativa participação do presidente Kennedy a conspirar contra o Brasil e sem o ativismo da Embaixada americana financiando os movimentos de desestabilização dificilmente os golpistas nacionais teriam obtido êxito; - temos muito a caminhar em Educação, mas em 64 tínhamos somente cem mil estudantes universitários em todo o país. Hoje são mais de 8 milhões, uma população muito mais esclarecida e ciente dos direitos; - o sindicalismo em 1964 era basicamente do serviço e das empresas públicas enquanto hoje é forte e continua crescente o sindicalismo com base nas empresas privadas, assim como os movimentos sociais. No entanto, parece que estamos diante de dois impasses pelo me-

Uma coisa é certa. A democracia é um bem valioso para a maioria dos brasileiros, que se sentem beneficiados material e espiritualmente por ela, um sentimento diferente de 1964. Não assistiremos a uma reedição do governador Ademar de Barros de São Paulo enviando armas para milícias de fazendeiros de Valadares, para aterrorizar e desestabilizar. Estamos todos atentos. A tudo.

nos, para os quais não há indicador de superação em curto prazo: - o modelo da Nova República está esgotado. Fundado há 30 anos, o modelo permitiu governabilidade compondo com antigos políticos colaboradores da ditadura, depois com a adesão do PFL ao presidente FHC, depois com a adesão de partidos nanicos ao presidente Lula sempre com compra de apoios. Não há limites para a gula dos sócios, e faltam recursos para impedir crises de tempos em tempos. Temos de superar o modelo, mas mesmo que se faça uma boa reforma política ela só valerá para o próximo governo. Não sabemos se é possível compor outra base de sustentação no Congresso para essa travessia; - São Paulo está contrariado com a perda de influência e o imaginário que mobiliza muitos paulistas é o que tenta reeditar 1932, a Revolução. Ao final da ditadura militar SP detinha mais de 50% do PIB do país. A democracia, com acentuação da igualdade regional, reduziu até agora a influência de SP para 32%. Ainda é muito, pois o Estado tem 20% da população nacional. Não ficou mais pobre com a democracia, mas a Avenida Paulista passou a definir menos as regras do jogo no país. Os Estados Unidos se sustentam como federação porque têm um equilíbrio: a Califórnia é rica e mais populosa que Nova Iorque. O Texas é rico e tão importante quanto Ohio, de Leste a Oeste, de Norte a Sul, o país se equilibra. No Brasil, ainda não. Na medida em que a democracia necessariamente nos empurra para igualdade regional, os paulistas reagem. Podemos reeditar 32, mas com prejuízos muito grandes, pois a economia é muito mais integrada que naquela época. Qualquer ajuste social passa por participação menor de SP na economia e por enriquecimento de outros estados para gerar equilíbrio federativo neste país continental. A crise política deste momento é do amadurecimento da democracia, para sairmos da infantilização política em que vivemos. Nunca fizemos jogo de adulto na democracia, porque ela sempre foi interrompida quando começava a amadurecer. Agora, tudo indica que teremos de fazer por nós mesmos esse processo. A presidenta Dilma não precisa sangrar como quer o senador Aloysio Nunes, como não há clima para golpes a não ser na demência e histeria de alguns perturbados, mas precisa de muito diálogo e de líderes que assumam responsabilidade nessa hora. Está difícil encontrar esses líderes. Talvez não venham do Congresso nem dos partidos. Uma coisa é certa. A democracia é um bem valioso para a maioria dos brasileiros, que se sentem beneficiados material e espiritualmente por ela, um sentimento diferente de 1964. Não assistiremos a uma reedição do governador Ademar de Barros de São Paulo enviando armas para milícias de fazendeiros de Valadares, para aterrorizar e desestabilizar. Estamos todos atentos. A tudo. Jaider Batista da Silva é jornalista.


SAÚDE

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

CRAS já atende Cadúnico As famílias valadarenses já podem buscar os atendimentos referentes ao Cadastro Único - porta de entrada para benefícios dos programas sociais do governo federal - no CRAS mais próximo de suas casas. A mudança facilita o acesso e garante o acompanhamento das famílias pelas equipes dos CRAS Da Redação A assistência social em Governador Valadares está mais forte e mais próxima das pessoas. A expansão e a descentralização de serviços a partir dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) – priorizados pela gestão municipal desde 2009 - é uma prova disto. Atualmente, seis CRAS garantem a cobertura de 30 mil famílias em Valadares com atendimentos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Familiares e do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF). Em 2014, os CRAS incorporaram também os atendimentos para requerimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e de Benefícios Eventuais (segunda via gratuita de documentos para pessoas de baixa renda). E agora mais uma novidade: os atendimentos referentes ao Cadastro Único (CADÚNICO), porta de entrada para receber os benefícios dos programas sociais do governo federal, já estão sendo feitos nos CRAS São Raimundo, Jardim Pérola, Santa Rita e CRAS Central. Nos CRAS Santa Efigênia e Jardim do Trevo o atendimento ainda será iniciado. O Secretário Municipal de Assistência Social, Jaime Luiz Rodrigues Junior, avalia que a mudança com a descentralização do CADÚNICO aos CRAS é um avanço importante por impactar diretamente na rotina de atendimentos das famílias e nos resultados alcançados. Ele explica que a medida é uma das ações planejadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social para aproximar as políticas públicas ainda mais das comunidades. “Os CRAS se constituem de serviços de proteção social básica. Trabalham com a prevenção e o fortalecimento de vínculos nos núcleos familiares. Por isso, ser tão importante esta mudança quanto ao atendimento descentralizado do CADÚNICO. Ao serem feitos agora nos CRAS, as equipes de referência do PAIF (serviço ofertado pelo CRAS) poderão checar e acompanhar as informações das famílias fornecidas ao CADÚNICO, e ganhamos assim mais consistência e regularidade na atualização dos dados do Cadastro Único, o que antes era apenas auto declaratório”, ressalta. A mudança facilita o acesso das famílias e assegura o acompanhamento por equipes técnicas dos CRAS, formadas por psicólogos, assistentes sociais e orientadores sociais. A coordenadora do CADÚNICO em Valadares, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Filó Filgueiras, reitera que a facilidade do acesso ao CADÚNICO pelas famílias, agora nos CRAS, nos territórios em que estão localizadas, é um ganho. “As famílias não precisam mais vir ao centro, onde antes estava centralizado todo o atendimento referente ao CADÚNICO. A inclusão da família no cadastro, os requerimentos de benefícios de transferência de renda, como Bolsa Família, passam a ser feito no CRAS que tem aquele domicílio referenciado”, conta. Esta é a primeira matéria de uma série que iniciamos sobre os CRAS. O que são? Seus serviços? Qual é a relação construída diariamente por suas equipes técnicas com as comunidades? E seus resultados, que têm transformado oportunidades em desenvolvimento social e dignidade das famílias assistidas; que tem promovido uma Valadares para todos e sem miséria. CADÚNICO O Cadastro Único (CADÚNICO) foi criado para o governo federal saber melhor quem são e como vivem as famílias brasileiras mais pobres. É através do Cadastro Único que o governo consegue entender quais são as principais dificuldades que as famílias enfrentam e como pode ajudá-las a melhorar suas condições de vida. Podem ser cadastradas as famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo por pessoa; ou que ganham até três salários mínimos de renda mensal total. Em Valadares, atualmente, cerca de 47 mil famílias integram o CADÚNICO. Oitenta por cento dos beneficiários são mulheres. Entre os principais programas disponibilizados às famílias cadastradas no CADÚNICO está o Bolsa Família, que beneficia no município em torno de 16 mil famílias. Mudança para melhor A dona de casa Regina Cheila Matos Lacerda, 36, é casada e tem três filhos. Assim que soube da boa notícia, procurou o CRAS São Raimundo nesta terça-feira (3). Ela realizou o recadastramento de sua família no CADÚNICO, medida necessária para avaliação do motivo de bloqueio do benefício do Bolsa Família que tem contribuído com o orçamento familiar há alguns anos. Na ocasião, recebeu também orientação sobre a Tarifa Social de Energia Elétrica, cadastrou a família no CRAS e já estudava a agenda de atividades do Serviço de Convivência e de um curso de Bombeiro Mirim, ministrado pelo 6º Batalhão de Bombeiros Militar em parceria com o CRAS São Raimundo, para os filhos. Para ela, a descentralização do atendimento do CADÚNICO está aprovada. “Quando precisávamos ir ao centro era mais difícil. Com filhos pequenos, o deslocamento e até a despesa de passagens não ajudavam. Assim tudo está melhor, mais fácil. Recebi a informação desta mudança por uma amiga, vim para ver como seria e já resolvi tudo o que precisava”, conta. Coordenadora do CRAS São Raimundo, Giselle Fernandes Campo, conta que, nesta primeira semana de atendimentos do CADÚNICO descentralizados nos CRAS, famílias já têm procurado o equipamento. E para ela, as vantagens da descentralização vão além da facilidade de acesso para as famílias. Giselle pondera que, atualmente, muitas das famílias constantes do CADÚNICO não buscam conhecer os CRAS do município e os serviços que oferecem à comunidade. Recebem os benefícios, como os de transferência de renda, mas não estão integrados em atividades para a promoção e o desenvolvimento social. “Com a descentralização do CADÚNICO, isso melhora também para nossas equipes, porque as famílias estão vindo ao CRAS, o que agiliza a identificação dessas

pessoas, que oportunidades precisam e o que podemos oferecer em serviços. O acompanhamento destas famílias do CADÚNICO por nossas equipes é um ganho qualitativo até mesmo para os casos de descumprimentos das condições necessárias para o acesso a benefícios sociais a que teriam direito”. SAIBA MAIS: A) CRAS: Onde ficam? CRAS São Raimundo: Rua Ametista,390, São Raimundo. Telefone: 3225-1219 CRAS Central: Rua Afonso Pena, 2.270, Centro. Telefone: 3271-2099 CRAS Santa Rita: Avenida Venceslau Braz, 2.330, Santa Rita. Telefone: 32779683 CRAS Pérola: Rua Uruguaiana, 540, Jardim Pérola. Telefone: 3273-9031 CRAS Jardim do Trevo: Rua Edson Cirino Campos, 226, Jardim do Trevo. Telefone: 3271-3346 CRAS Santa Efigênia: Rua Honorato Ferreira da Silva, 250, Santa Efigênia. Telefone: 3221-1565 B) Serviços e ações dos CRAS Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Familiares: Serviço realizado em grupos para prevenir a ocorrência de situações de risco social e para promover o desenvolvimento das potencialidades da família. Estimula e orienta os usuários na construção e na reconstrução de suas histórias e vivências individuais e coletivas na família e no território. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF): Serviço que tem o objetivo de fortalecer vínculos familiares e comunitários, promover o acesso aos direitos sociais básicos e ampliar a capacidade de proteção social das famílias na área de abrangência. Benefício de Prestação Continuada (BPC): Benefício concedido a idosos com 65 anos ou mais e a pessoas com deficiência incapacitadas para a vida independente e para o trabalho, e que comprovem não possuir meios para prover a própria manutenção. O benefício assegura aos beneficiários uma transferência mensal de um salário mínimo. Benefícios Eventuais: Segunda Via de Documentos - atendimento a pessoas de baixa renda que necessitam requerer segunda via de certidões de nascimento, casamento, óbito e carteira de identidade. C) Programas sociais que usam o CADÚNICO para selecionar seus beneficiários: Programa Bolsa Família: programa de transferência de renda que atende famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. Programa Minha Casa Minha Vida e outros Programas Habitacionais do Ministério das Cidades: programas que ajudam famílias de baixa renda na compra da casa própria. Tarifa Social de Energia Elétrica: desconto na conta de luz para famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa ou que tenham algum beneficiário do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) Isenção de pagamento de taxa de inscrição em concursos públicos: candidatos de baixa renda que estejam no Cadastro Único têm o direito de não pagar taxa de inscrição em concursos públicos realizados pelo Poder Executivo Federal. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI): ações para tirar criança e adolescentes de até 16 anos do trabalho infantil. Programa Brasil Carinhoso: benefício complementar ao Programa Bolsa Família para garantir que famílias extremamente pobres, com criança ou adolescentes entre 0 e 15 anos, vivam com renda mínima igual a R$70 por pessoa. Aposentadoria para pessoa de baixa renda: pessoas que se dedicam ao trabalho de casa (do lar) que não têm renda própria e que fazem parte de famílias com renda mensal de até dois salários mínimos podem contribuir para Previdência Social com 5% do salário mínimo, para obter aposentadoria por idade, auxílio-doença, pensão por morte, aposentadoria por invalidez, auxílio-reclusão e salário-maternidade. Telefone Popular: oferta de linha de telefone fixa com tarifas mais baratas para todas as famílias de baixa renda que estejam com o cadastro atualizado. Carta Social: famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família têm direito a enviar a carta social – peso máximo de 10 gramas, cobrado o valor de R$0,01. Passe Livre para pessoas com deficiência: pessoas com deficiência com renda familiar por pessoa de até um salário mínimo por mês têm direito a viagens gratuitas em transporte coletivo, entre estados diferentes por ônibus, trem ou barco. Bolsa Verde: benefício pago a cada três meses para famílias extremamente pobres que morem em áreas protegidas e conservem florestas nacionais, reservas extrativistas federais, projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentáveis ou projetos de assentamento agroextrativista, entre outras áreas. Carteira do Idoso: destinada às pessoas com 60 anos ou mais que não tenham como comprovar renda, para passagem de graça ou desconto nos bilhetes de ônibus, trem e barco entre estados diferentes. Podem participar idosos que tenham renda individual de até dois salários mínimos. Programa de Cisternas: beneficia a população rural de baixa renda com construção de cisternas na região do semiárido brasileiro. FONTE: MDS (Cartilha Cadastro Único – Conhecer para incluir)


SAÚDE 7

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Semana tem ações de saúde para combater a tuberculose Assuntos como a tuberculose deveriam ser ainda mais divulgados, já que a doença é considerada um problema de saúde pública no Brasil. A fim de propagar estas informações, a prefeitura realiza, de 14 a 27 deste mês, a Quinzena Municipal de Luta Contra a Tuberculose. Tendo como símbolo da luta o catavento, que remete à necessidade de movimento, a intenção é fazer com que as pessoas valorizem os sintomas - como o da tosse que perdura por mais de três semanas - e procurem o serviço de saúde. “Nossa proposta é fazer com que a sociedade, profissionais de saúde, parceiros, acadêmicos e lideranças comunitárias reflitam e sejam multiplicadores do tema,”, afirma a médica sanitarista do Departamento de Vigilância em Saúde, Katiuscia Cardoso Rodrigues. Números Anualmente, são notificados cerca de 6 milhões de novos casos de tuberculose em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O Brasil ocupa o 17º lugar, entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. A cada ano, são notificados, aproximadamente, 70 mil novos casos e ocorrem 4,6 mil mortes em decorrência da doença. Em 2013 foram notificados 80 novos casos de tuberculose em Valadares. No ano seguinte, este número subiu para 82 - sendo 11 novos casos contabilizados já nos dois primeiros meses de 2014. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, foram registrados 16 novos casos. O município está entre os 11 municípios prioritários para controle da doença, de acordo com o Ministério da Saúde. “O Fundo Global contra Tuberculose, em parceria com o Ministério da Saúde, desenvolveu uma estratégia de comunicação para ‘espalhar’ informações sobre a tuberculose pelo Brasil. Como a doença é de transmissão respiratória, ou seja, transmitida pelos ‘ares’, precisamos divulgar as informações da mesma forma, e fazer o catavento girar!”, explica a médica Katiuscia. Tratamento O exame e o tratamento são oferecidos gratuitamente pelo Município; e podem ser feitos de segunda a sexta-feira no Centro de Referência em Doenças Endêmicas e Programas Especiais (CREDEN-PES), que funciona na Rua Oswaldo Cruz, 21, Centro (em cima do anexo Ruy Pimenta). O exame de escarro, capaz de auxiliar no diagnóstico, é simples e indolor; e, quanto antes houver uma avaliação, mais rápido será o diagnóstico e a cura – e a interrupção da transmissão. O recebimento de material para fazer o exame de escarro acontece de 7 às 9 horas da manhã. Não é necessário pedido ou encaminhamento. Basta levar um documento de identificação com foto e o cartão do SUS.

Tuberculose A tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria que afeta, principalmente, os pulmões, mas que também pode prejudicar os ossos, os rins, as meninges, entre outros órgãos. A transmissão é direta, de pessoa para pessoa. O doente sem tratamento expele, ao falar, espirrar ou tossir, aerossóis que contêm o agente infeccioso; se aspirados por outra pessoa, podem contaminá-la. Os principais sintomas são: tosse prolongada, febre, emagrecimento, cansaço excessivo, sudorese noturna, falta de apetite, palidez e fraqueza. Pessoas em condições que diminuem a defesa imunológica - como desnutrição, diabetes, câncer, vírus do HIV, tabagismo, alcoolismo e uso de drogas ilícitas têm maior risco de se infectar e adoecer. A tuberculose tem cura! O tratamento dura 6 meses e deve ser regular para alcançar a eficácia desejada. Pessoas com tuberculose, geralmente, fazem o tratamento no seu meio de convívio, mantendo suas atividades corriqueiras; não havendo qualquer motivo para que se tornem alvos de preconceito ou discriminação. Confira a programação: ATIVIDADE: Tuberculose em foco para hospitais e laboratórios Reunião de trabalho para CCIH, laboratórios e Núcleos de Vigilância Hospitalar Data: 20/03/15- LOCAL/ HORÁRIO: Polo UAB, 14h às 17h ATIVIDADE: Tuberculose em foco na atuação profissional comunitária Para agentes comunitários de saúde, agentes comunitários de endemias e profissionais da saúde Data: 23/03/15 - LOCAL/ HORÁRIO: Teatro Atiaia, 14h às 16h ATIVIDADE: Tuberculose em foco - agregando parceiros Reunião de trabalho com instituições de longa permanência e profissionais do serviço social Data: 24/03/15 - LOCAL/ HORÁRIO: Auditório da Coordenação de Atenção Básica (Rua Teófilo Otoni, 324, Centro), 14h às 16h ATIVIDADE: Tuberculose em foco - Roda de conversa sobre a situação epidemiológica da Tuberculose Data: 26/03/15 LOCAL/ HORÁRIO: Polo UAB, 14h às 16h

Em 2013 foram notificados 80 novos casos de tuberculose em Valadares. No ano seguinte, este número subiu para 82 - sendo 11 novos casos contabilizados já nos dois primeiros meses de 2014. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, foram registrados 16 novos casos. O município está entre os 11 municípios prioritários para controle da doença, de acordo com o Ministério da Saúde.

ATIVIDADE: Tuberculose em foco nas comunidades Atividades educativas nas Unidades de Saúde Data: 23 a 27/03/15 - LOCAL/ HORÁRIO: unidades de saúde, de acordo com planejamento próprio.

Vacinação contra o HPV é ampliada em toda a cidade Atenção, pais! O Ministério da Saúde ampliou a faixa etária da vacina contra o papilomavírus humano – conhecido, também, como HPV. Usada para prevenir o câncer de colo de útero, a vacina que já imunizava adolescentes dos 11 aos 13 anos, vai proteger também meninas a partir dos 9 anos, mediante autorização dos pais ou responsáveis. Em Valadares, há 7 mil jovens nesta faixa etária e a meta é vacinar 80% delas. A vacinação está sendo feita desde o dia 12 deste mês, tanto nas Unidades de Saúde, quanto nas escolas públicas e privadas. Os

pais devem ficar de olho, pois cada escola vai divulgar o seu calendário. Cada Unidade de Saúde fica responsável pela escola da sua área de abrangência. As escolas fora da área das Estratégias Saúde da Família estão sendo atendidas pelo setor de Imunização da Prefeitura. As alunas das escolas Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Diocesano já foram vacinadas. Lembrando que cada jovem precisa tomar três doses para ficar totalmente protegida. A segunda dose deve ser aplicada seis meses

depois de da primeira; já a terceira vacina deverá ser aplicada cinco anos após a primeira. Desde março de 2014, a vacina foi introduzida na rotina de imunização em todo o país e encontra-se acessível na rede pública de saúde durante todo o ano. A vacina contra o HPV tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. Para receber qualquer uma das três doses é preciso apresentar o cartão de vacinação e o documento de identificação.

to direto com a pele ou com mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido de mãe para filho no momento do parto. O Ministério da Saúde orienta que mulheres, na faixa etária dos 25 aos 64 anos, façam, anualmente, o Papanicolaou- exame capaz de diagnosticar precocemente o câncer de colo de útero, aumentando as chances de cura da paciente. Vale ressaltar que a vacina não substitui a realização do exame preventivo HPV e nem do uso de preservativos nas O vírus é transmitido pelo conta- relações sexuais.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o câncer de colo de útero é o terceiro que mais acomete as mulheres. A estimativa é de que 290 milhões de mulheres em todo o mundo sejam portadoras da doença; e, a cada ano, 270 mil morrem em função desse tipo de câncer. Em 2015, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 15 mil novos casos da doença no Brasil e cerca de 4.800 óbitos.


DIA A DIA 8

BRAVA GENTE

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

NÍDIO PORTO

Ombudsman

Arquivo Pessoal

José Carlos Aragão

NEM FREUD - Escrevo esta minha coluna de hoje no meio da tarde de domingo, 15/03. Antecipo-me, em parte, aos acontecimentos do dia e às suas imprevisíveis – mas, também, deletérias e irresponsáveis - consequências para o futuro do Brasil. Como colunista semanal, corro, como sempre, o risco de ser atropelado pela velocidade dos acontecimentos. Contudo, vamos lá... Até posso compreender a insatisfação dos derrotados das últimas eleições com a atual situação do país. Compreendo também o seu desespero por retomar o poder na marra. É o mínimo que se pode esperar de maus perdedores, de quem não tem a hombridade de aceitar as regras da democracia e, em particular, a legitimidade da voz das urnas. Não querem o bem do país. Ao contrário, querem é ver o circo pegar fogo, torcem pelo pior e, nesse quadro, arvoram-se salvadores da pátria. Não lutam pelo bem comum ou por justiça social. Muito menos pelo fim da corrupção – outro discurso vazio de quem pratica todo tipo de ato improbo em seu dia a dia, como colar em provas, violar leis de trânsito e pagar gorjetas para funcionários de cartórios agilizarem procedimentos. Não: lutam mesmo é pela reles conquista do poder pelo poder; por seus privilégios; por seus interesses particulares e escusos; pela incolumidade de seu status quo. Não há nenhuma novidade nisso. Está tudo nos jornais disponíveis em qualquer hemeroteca que mantenha em seus arquivos os jornais publicados no país nos cento e poucos anos da República. O que me assusta de verdade é que alguns desses derrotados vão muito além: pregam a volta do império do tacão, dos coturnos e das gandolas. E acho mais intrigante e estarrecedor ainda que tantos jovens empunhem essa bandeira nas ruas e nas redes sociais. Por que o fazem? Teriam faltado reiteradamente às aulas de História do Brasil para ir ao shopping? Nunca sequer folhearam um livro de História Geral? São órfãos de vítimas da ditadura militar que foram sequestrados e educados em quartéis? Ou são meros anencéfalos que, a despeito de todas as expectativas médicas, sobreviveram para chegar à universidade? Freud: me explica, pelamordedeus! FECHANDO PRA BALANÇO - O Figueira chega ao emblemático número 52, o que corresponde a um ano de circulação ininterrupta. Como o jornal, este ombudsman também completa um ciclo: são cinquenta e duas colunas analisando e comentando o fazer jornalístico, quer no Figueira, quer na mídia em geral. Bati aqui, por muitas vezes, na tecla dos descuidos com a nossa língua – a meu ver, imperdoáveis para profissionais da Comunicação. Apontei erros recorrentes de ortografia e sintaxe; redundâncias viciosas e repetições desnecessárias em textos e imagens; falta de objetividade e clareza de informações constantes da notícia; títulos e legendas de extrema obviedade e deficiência criativa. Os problemas apontados, em geral, não são exclusividade do Figueira. Encontro-os também com grande frequência em outros veículos, impressos ou eletrônicos, numa escala que me faz duvidar da qualidade do ensino de Jornalismo em nossas universidades, tanto quanto da educação de base. Também dediquei atenção especial ao aspecto mais formal da publicação, como o projeto gráfico ou a edição de fotografia. Mostrei como o acúmulo de funções por uma só pessoa – como o repórter que também fotografa o seu entrevistado ou o fato que está cobrindo – se reflete diretamente na fidelidade da notícia e na qualidade final do jornal. Fiz inevitáveis comparações com o jornalismo pré-tecnológico, consequente e mais romântico do início da minha carreira, com a comunicação hiperveloz, superficial, efêmera e pretensamente glamorosa dos dias correntes, para concluir que lá como cá, nessa linha do tempo, mas fadas há. MÃO PESADA - O trabalho de um ombudsman é cruel, incômodo e desgastante para ambas as partes. Encontrar erros no trabalho de seus companheiros de ofício e apontá-los publicamente é uma tarefa ingrata e, não raro, cria arestas e isola pessoas que remam um mesmo barco. Não é fácil lidar com a crítica, quer seja exercendo-a, quer seja recebendo-a. Ao ombudsman, contudo, não é permitida a omissão ou indulgência ante o que tem por obrigação que descobrir e revelar, sob o risco de comprometer toda credibilidade de sua função. Assim, nesse delicado malabarismo profissional, posso ter pesado a mão ocasionalmente em minhas críticas, o que atribuo, também, à ranzinzice típica que acomete muitas pessoas a partir de certa idade. Aos que possam ter se sentido ofendidos ou injustiçados, acho que esse é o momento ideal para o meu pedido de desculpas. Faço-o sinceramente. Mas lembro: meu olho crítico nunca descansa.

Nídio Porto dedicou sua vida à arte e à cultura. Além de cantor, ele realiza um trabalho de valor no Museu da Cidade

Um artista preservando a nossa história Natália Carvalho / Repórter

Quem nunca teve uma história para contar? O Museu da Cidade de Governador Valadares reúne muitas das histórias que aconteceram aqui, na antiga Figueira, e que são repassadas para os moradores da atual Governador Valadares. Nídio Porto é o responsável por guardar tão bem estas histórias. Valadarense apaixonado por sua cidade, ele é o responsável pelo museu de Governador Valadares. No entanto, a sua paixão por contar histórias é antiga. Quando jovem, formou-se em História e seguiu a carreira. Após alguns anos, foi convidado a ser diretor do Museu, função da qual exerce até hoje. Desde o primeiro dia de trabalho no Museu da Cidade, Nídio se comprometeu a dar uma repaginada no local. Primeiro, juntou-se à equipe do museu e eles fotografaram todas as peças expostas para serem catalogadas devidamente. Os atendimentos às visitas também mudou um pouco: Agora, todas as visitas são acompanhadas e dividas em pequenos grupos, para que todo visitante seja capaz de absorver totalmente a história de cada objeto exposto. “Hoje todas as visitas do museu são acompanhadas. Marcamos com escolas e faculdades e separamos as pessoas em grupos”, conta Nídio. “Agora também estamos disponibilizando todo o acervo de teses de mestrado da Univale, sobre diversos assuntos.”

Mas a cultura e a arte fazem parte da vida de Nídio desde cedo. Em 1983 ele começou a cantar e assim continuou com uma carreira no cenário da Música Popular Brasileiro (MPB), gravando um DVD no Teatro Atiaia. Atualmente Nídio está aposentado, mas ele deixa o legado para outros artistas da cidade: “Temos muitos artistas bons em nossa cidade, o que não temos é o incentivo, nem a divulgação.”, comenta. Ele ainda defende a música brasileira com unhas e dentes: “MPB significa música popular brasileira, sendo assim, todos estes ritmos, como sertanejo e funk, até os ritmos mais novos são considerados MPB. Acredito que todos os estilos de música possuem artistas que queiram passar uma mensagem, qualquer que seja, para o seu público.”, diz ele. Hoje, o museu está em funcionamento de Terça a Sexta, de 8h às 18h e nos Sábados das 8h às 13h na Rua Prudente de Morais, número 711 no Centro de Governador Valadares. Para marcar uma visitar é só ligar para o número: (33) 3271-8560 e entrar em contato com o Nídio. Mais fotos e informações do Museu da Cidade também podem ser encontrados no Facebook: “Museu da Cidade GV”, perfil criado por Nídio a fim de divulgar as histórias e fotos da nossa antiga Figueira.

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista.

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CULTURA & CIDADANIA 9

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Patins inline: voando sobre quatro rodas O estilo livre de se praticar acrobacias com patins, conhecido como patins inline ou street, permite que os praticantes saltam qualquer tipo de obstáculos Arquivo Pessoal

Gina Pagú / Repórter Um misto de velocidade, equilíbrio, ousadia e coragem. As aventuras em cima de um par de patins fazem a vida dos patinadores mais emocionante, conta Gabriel Amaral. “Meu coração bate de acordo com a rotação dos rolamentos dos meus patins.” O sentimento que leva o patinador a fazer saltos sobre qualquer obstáculo nas ruas, praças, corrimões, muros, é a satisfação de conseguir se superar a cada dia, e a cada desafio. Gabriel, disse que a paixão pelo esporte começou desde criança, e que a possibilidade de se sentir livre sobre quatro rodas é imensurável. “Há uns vinte anos eu ando de patins, aos 5 anos descobri esse esporte. Hoje pratico o estilo street nas ruas e praças de Valadares, mas vejo que o esporte está muito fraco. Somos poucos praticantes, não temos campeonatos e nem incentivo do município.” A reclamação de Gabriel também é compartilhada pelo adolescente e esportista dos patins, Erick Oliveira. Incentivado pela mãe também patinadora, Erick começou com 8 anos, hoje com 16, ele também é adepto do estilo street. “Percebo que não tem mais muita gente andando nem de patins nem de skate pelas ruas de Gevê, como há um tempo. Não temos patrocínios ou investimentos na área desse esporte, embora pensamos muito em fazer campeonatos para mobilizar a galera e trazer mais gente para o esporte.” Histórico Os primeiros sinais de patins foram registrados a 3.000 a.C, na Suécia, em seguida em 1800 a.C, encontrou-se resquícios do que seriam uns patins feitos com ossos, com a finalidade de atravessar longos lagos congelados com mais velocidade. Já no século XVI, as primeiras lâminas de metal foram colocadas no local das rodas. Mas, somente em 1760, Joseph Merlin, na Bélgica, patenteou o primeiro par de patins com as quatro rodas, “fourwhelled”, que eram duas a duas paralelamente. Em 1890 Robert Henley, na França, colocou os primeiros rolamentos nos patins. A modalidade que conhecemos hoje como patins inline pode ser dividida em patinação artística, em que os atletas fazem performances com músicas e é uma modalidade olímpica; hóquei, em que duas equipes de 5 atletas deslizam sobre patins e tentam fazer gols no time adversário; roller derby, que são corridas de resistência feitas com patins; e o estilo livre,

Gabriel Amaral fazendo uma de suas muitas manobras radicais e mostrando que tem habilidade para comandar os seus patins

conhecido como patins inline ou street, em que os praticantes saltam qualquer tipo de obstáculos, quanto maior o nível de dificuldade melhor. Cuidados Segundo Gabriel para quem quer iniciar o no esporte é imprescindível o uso de equipamentos de segurança e bons patins. “Mesmo para quem já pratica e já tem habilidades é necessário o uso de capacete específico, luvas, joelheiras e cotoveleiras. E para começar, o ideal é iniciar em uma pista lisa e sem buracos, e só depois começar os primeiros saltos.”

Fé Padre Paulo Almeida / Cidadania Cristã A gente não quer só comida

S

ejamos sinceros. Quando brasileiros dispõem do seu dia de folga para manifestar, manipulada ou empoderadamente, o que eles têm a dizer deve ser levado a sério. O volume de pessoas nas ruas é um sinal sintomático de que realmente as coisas não estão bem, que existe uma ‘crise aguda de representação e imagem das instituições sociais’. Para além do direito constitucional de exercer e manifestar uma opinião, devemos analisar o que gerou o clima de insatisfação e percepção de que precisamos mudar. E é a partir desta análise que, petista que sou, admito que não fomos eficientes o suficiente na luta contra a corrupção, no combate à impunidade e tampouco na relação com o Congresso, denominada de governabilidade. Uma análise sensata deixa claro que o país avançou do ponto de vista social nos últimos anos. A melhor distribuição de renda; a efetivação de políticas habitacionais para famílias mais carentes; o desenvolvimento de programas em todos os níveis da educação, inclusive com o investimento na formação e qualificação de professores; entre outros, são exemplos reais de mudanças significativas para a nação. Mas só elas não bastam, afinal, como cantaram os Titãs, “a gente não quer só comida”. Já não cabe mais dizer que as coisas sempre foram assim. Esse argumento encobre a possibilidade de mudança e revela a covardia de quem não quer assumir a responsabilidade de fazer diferente. Sejamos diferentes! Se o direito de manifestar é produto de uma democracia estável, a qualidade dos discursos precisa ser consequência de uma população bem educada, capaz de discernir o contexto e analisar criticamente todo o sistema. Assim, acertaremos ao pedir um cardápio completo, o que não pressupõe cuspir e jogar o atual prato de comida fora. Ao personificarem todas as insatisfações na pessoa da Presidenta, canalizam a frustração dos brasileiros em uma tentativa alienada de impeachment, mas sejamos justos. Se o Brasil não vai bem, apesar da enorme responsabilidade, Dilma não é o problema e tirá-la de lá não vai resolvê-lo. O que está bom precisa continuar, mas é imprescindível evoluir nas gestão e controle da máquina estatal e dos gastos públicos. Para tanto, uma reforma política focada no financiamento público de campanha e na paridade no Congresso deve ser consenso. E nós, sociedade, precisamos evoluir também, separando o joio do trigo. Melhor: deixando de ser ‘joio’ e sendo mais ‘trigo’. Ser mais ‘trigo’ é abrir mão de gatos de água, energia e TV; é não deixar-se seduzir por políticos que prometem atender uma necessidade particular em troca do voto; é evitar jeitinhos de “furar” a fila ou omitir-se ao tomar conhecimento de alguma prática de corrupção, afinal, precisamos praticar a coerência entre quem somos e qual país queremos. É nesta linha de empoderamento que devemos seguir. Um caminho sem volta, de mudanças cíclicas promovidas e acompanhadas por cidadãos comuns, cada vez maiores e mais envolvidos nas causas coletivas. Padre Paulo Almeida é padre, psicólogo, teólogo e vereador na cidade de Governador Valadares

Erick diz que os patinadores valadarenses não têm lugares apropriados para a prática, mas querem se organizar para conseguir mais incentivos para o esporte. “Patinamos na Praça dos Pioneiros, Praça do Shopping, Praça da Estação, Lagoa Santa, Pista da Ilha, Pista do Horto, mas queríamos uma pista apropriada e possibilidades para os atletas. E mesmo tomando todos os cuidados, sem uma pista adequada sempre corremos riscos.” Gabriel salienta que todos os patinadores são bem vindos ao esporte e ao grupo que pratica em Valadares. “Quem quiser praticar conosco é sempre acolhido com grande satisfação, é imensamente prazeroso ver outros colegas patinando. Somos uma grande família do inline, só precisamos de um pouco de atenção.”

Excluindo “Regras” Nádia Soares

Miojo nosso de cada dia Quem gosta de final infeliz em novelas ou filmes? Quase ninguém, é claro... Os cérebros são treinados para construir um final sempre feliz, onde mocinha sai linda e radiante com seu mocinho! Mas, afinal de contas, e o bandido? Ah, certamente ele deve morrer é claro, e os não convencionais? Nem deveriam entrar nas tramas... Gosto de denominar esse tipo de ‘raciocínio’ de pensamento miojo, aquele que fica pronto em três minutos. Pegue todos os ‘conceitos’ que você tem na vida, jogue numa panela e encha de “normalidades sociais”. Deixe tudo isto ferver dentro da panela até criar conflitos internos/externos. Por fim, pegue o tempero de preconceitos e jogue no miojo. Está pronto seu final. Essa é a receita da maioria dos seguidores noveleiros. Os telespectadores não gostam muito de raciocinar e sair da sua “normalidade” social. Coitado do autor de novelas que se atrever a sair desse trivialmiojo... Dia desses acabou a novela do tal Comendador, aquele cara que se morresse mais 5 vezes eu diria que era um gato. Pois é, dando uma navegada pelas redes sociais pude perceber a indignação dos internautas. “Poxa, mas que final ridículo e idiota... Não acredito que perdi meu tempo durante nove meses vendo essa novela.” Perdem sim, eles adoram isso, tá começando outra e a galera vai seguir novamente e se revoltar no final dela. Será que os espermas vão ter final feliz nessa novela? Tem o miojo do BBB também... Há mais de 10 anos no ar fazendo exatamente a mesmíssima coisa! Miojo e você...Tudo a ver!

Nádia Soares é publicitária, especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça, pela Universidade Federal do Espírito Santo


CORRESPONDENTES 10

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Café com Leite

Da Província de São Pedro

Marcos Imbrizi / De São Paulo

Sinara Ketzer/ de Porto Alegre

Marco Antônio

O “tiozinho bonachão”

O

Milhares de pessoas foram às ruas de São Paulo manifestar em favor da democracia, mesmo debaixo de muita chuva, no dia 13 de março

O 13 e o 15

D

ia 13 - Fazia tempo que não participava de um ato tão bacana como o de sexta-feira passada. Na Avenida Paulista, dezenas de milhares de pessoas de todas as idades, cores, classes sociais marcharam, embaixo de chuva, em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da reforma política e da Petrobras. Pela manhã tinha lido entrevista no UOL com o “líder” do grupo Revoltados Online, que acusava os movimentos de marcarem o ato para o mesmo local onde ele havia agendado o seu, anti-Dilma, em frente ao prédio da Petrobras, na Avenida Paulista. Questionado sobre a possibilidade de confronto, a tal liderança ameaçava “Tomara que haja, porque vamos entrar com todas as ações possíveis contra o sapo barbudo (Lula).”. De metrô, chegamos à Avenida, tomada por um mar de gente. Eram sindicalistas, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras da cidade e do campo em marcha. Nas calçadas algumas pessoas assistiam a passeata e pareciam aprovar o movimento. Já debaixo de chuva, uma senhora de cabelos brancos acompanhada de um rapaz que segurava seu guarda-chuva empolgada acompanhava o coro dos manifestantes “O povo não é bobo, fora Rede Globo!”. Outras, andando no sentido contrário, pelo semblante demonstravam indiferença. Alguns até a rejeição ao ato. Dos prédios de apartamentos, algumas poucas bandeiras, blusas, camisetas vermelhas eram agitadas em apoio. Mais adiante, um grupo de jovens gritava “P... que o pariu, a Petrobras é patrimônio do Brasil!”. Logo em seguida, representantes do Partido Comunista Operário entoava “Fascistas! Golpistas! Não passarão!” Nesta altura, defronte ao prédio do MASP, os professores da rede estadual que acabavam de decretar greve por tempo indeterminado engrossavam a passeata. Ao final, já de noite, o ato teve seu enceramento sem uma ocorrência sequer, ao contrário do que alguns esperavam. Ou incitavam. Dia 15 - No domingo, dia 15, não fui à avenida Paulista. Acompanhei pela TV e pelos sítios de notícia na Internet a verdadeira convocatória para as pessoas. Como era de esperar, o ódio contra o PT e a presidenta Dilma demonstrado durante as eleições mais uma vez foi destilado com todo veneno. O mote era a corrupção. Mas e os casos

(e não são poucos) de corrupção nos 20 anos de governos tucanos no estado? Nada. E a privatização criminosa da companhia de abastecimento de água do estado que levou à pior crise de todos os tempos? Devem achar que o culpado é São Pedro. E o caos na segurança pública, na saúde e na educação? “Qual caos?”, devem pensar. Manifestações de oposição fazem parte do jogo, mas o que espanta neste grupo são as sucessivas incitações para que militares tomem o poder, os pedidos de fechamento do Congresso e de impeachment da presidenta. Não sabem o que é uma ditadura militar. E também não sabem o que é impeachment. Alguns cartazes traziam a suástica. Já o mais hilário são as citações “in english”: “Dilma Out!”, “Militar intervention” e coisas do tipo. Devem ser das pessoas para as quais Miami é o paraíso na face da Terra. Agora o pior que vi foi a foto de dois bonecos (com máscaras de Lula e Dilma) enforcados num viaduto de uma das marginais da capital. De acordo com um amigo que esteve nos dois dias na avenida, no domingo havia um público duas ou três vezes maior que na sexta-feira. Democracia não é brincadeira. Que a nossa, construída nestes últimos 30 anos, saia fortalecida deste processo. Inezita Barroso – Não podia deixar de lembrar a passagem de Inezita Barroso no dia 8. Uma grande perda para a música caipira brasileira. Nos últimos 35 anos foi apresentadora do programa “Viola, Minha Viola”, na TV Cultura de São Paulo. Cantora e apresentadora de rádio e TV, a paulistana do bairro da Barra Funda era formada em biblioteconomia e pesquisadora do folclore nacional.

Manifestações de oposição fazem parte do jogo, mas o que espanta neste grupo são as sucessivas incitações para que militares tomem o poder, os pedidos de fechamento do Congresso e de impeachment da presidenta.

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

Rio Grande do Sul, sempre se considerou um dos estados mais politizados do país. Será que é mesmo? No domingo, 15 de março, o povo gaúcho (pele branca, descendente de europeus, classe média alta) também foi às ruas. Não para protestar contra o surto de dengue, ou contra o Trensalão ou, ainda, contra a sonegação fiscal. Cheios de si, milhares foram às ruas contra Dilma, contra a democracia, contra a Constituição. Gritaram palavras de ordem de baixo calão contra tudo o que significa PT. Orgulhosos de sua cultura pediram a volta dos militares, pasmem! ... para garantir a democracia. Hein? Esse mesmo “povo gaúcho” elegeu José Ivo Sartori, honrando a tradição de que no Rio Grande do Sul não se reelege governador. Sim, porque pelas bandas de cá, isso é tradição. Sartori, membro antigo do PMDB, ex-prefeito de Caxias do Sul, que durante a sua campanha não assumiu a sigla que o indicou, repetiu exaustivamente em sua propaganda eleitoral que seu partido era o Rio Grande. Não o PMDB de Eduardo Cunha, ou de Michel Temer... mas, sim, o Rio Grande.

Cheios de si, milhares foram às ruas contra Dilma, contra a democracia, contra a Constituição. Gritaram palavras de ordem de baixo calão contra tudo o que significa PT. Orgulhosos de sua cultura pediram a volta dos militares, pasmem! ... para garantir a democracia. Hein?

Pois bem, logo que eleito, demonstrou que o cheque em branco emitido pelo seu eleitorado custará muito caro a todos os gaúchos. Ficou famoso durante a campanha por não assumir qualquer compromisso e, assim que tomou posse, de imediato saiu a fazer ¨Sartorices¨ (ato de fazer besteiras, segundo o entendimento da oposição), mostrando claramente a que veio. Enquanto seus eleitores gritam fora Dilma, fora PT, esquecem que elegeram para governar o Rio Grande, um “tiozinho” do tipo bonachão, mas que não passa de um representante do que existe de mais atrasado na política brasileira, defensor do Estado mínimo, que fala em economizar, mas aprova aumento de salário para si e para seus secretários – acabou voltando atrás, tamanha foi a repercussão negativa do ato. Mas, não para por aí: vetou a nomeação de todos os aprovados nos últimos concursos públicos, adiou o pagamento dos credores em 180 dias, cortou a verba de horas-extras para a Brigada Militar, extinguiu importantes Secretarias, dentre elas a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres. Em meio a cortes expressivos para a população gaúcha, empossa sua esposa, a primeira-dama, como Secretária, dando ao Gabinete status de Secretaria. Em mais uma “Sartorice” alega não dispor de receita para o pagamento dos salários dos servidores e propõe o seu parcelamento. Há um litígio judicial sobre a questão, ainda não definido. Ainda que ocorram arrependimentos quanto ao voto dado ao “tiozinho bonachão”, nada disso fez o povo sair às ruas para protestar contra o Governo Estadual. É mais fácil seguir a onda da vez e juntar-se às manifestações país afora, do que dar conta das “Sartorices” que acontecem por aqui. “Sirvam as nossas façanhas de modelo a toda a terra”...afirma o nosso Hino Riograndense. Sinara Maribel Ketzer é advogada.


CULTURA E ESPORTE 11

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Histórias que a bola não conta Hadson Santiago

O torcedor democratense não merece um novo rebaixamento

J

amais gostaria de escrever um texto cujo tema fosse um possível rebaixamento do EC Democrata à Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. Infelizmente, é a mais pura realidade. A possibilidade de queda existe e é iminente. As três últimas rodadas serão de muita tensão e sofrimento. Haja coração... Não tenho dúvidas sobre os esforços que a diretoria do Democrata e o técnico Gilmar Estevam fizeram para montar o elenco de jogadores que disputa o Campeonato Mineiro 2015. Em novembro de 2014, iniciou-se um período de observação e testes de atletas que poderiam fazer parte do grupo. Através de muitos contatos, os nomes foram surgindo até a montagem e apresentação oficial do elenco, em dezembro. Muito treinamento, avaliação física e descanso apenas para as festas de fim de ano. Reapresentação em janeiro e objetivos traçados para a estreia contra o Cruzeiro. O trabalho foi e vem sendo executado com seriedade, mas o grupo de jogadores está deixando a desejar. Tenho certeza, eles podem não assumir publicamente, mas o técnico Gilmar e o presidente Edvaldo Soares estão decepcionados com tudo que está acontecendo. O Democrata pensava grande para o ano de 2015, mas os resultados não vieram. Não deu certo apostar em muitos jogadores que fizeram parte do elenco de 2014, apesar de terem conseguido o épico acesso na partida contra o Social. Eles decepcionaram muito o torcedor democratense. E aqueles que chegaram este ano mostraram pouca eficiência. Há uma diferença colossal entre a Primeira e a Segunda Divisão. O próprio Mamoré está demonstrando isso. Campeão com folga do Módulo II do ano passado, a equipe alviverde de Patos Minas capenga no campeonato desde a primeira rodada, quando levou de seis da Caldense. Aliás, a Veterana também foi o algoz do Democrata na oitava rodada. Até a terceira rodada, dizia-se que a tabela era dificílima para a Pantera, pois a equipe valadarense enfrentou Cruzeiro, Boa Esporte e Atlético, sendo os dois últimos jogos fora de casa. Três derrotas consecutivas, mas nada alarmante. Quando o Democrata encarou o fraco Tupi, no Mamudão, ficou evidente que a qualidade do elenco deixava a desejar. Outra derrota e um fraco futebol apresentado. A vitória, no sufoco, contra a URT e o empate heroico contra o Guarani deram um novo ânimo ao torcedor. Agora vai! Não foi... Nova derrota, agora para o Tombense. O último revés ocorreu em casa, diante da Caldense. Assim não dá! Gilmar Estevam tem apresentado um semblante preocupado durante as entrevistas. Ele não pode perder o controle

Arquivo Pessoal

O técnico José Maria Pena, quando estava na Pantera, concedendo entrevista à repórter Ana Carolina Magalhães, da Inter TV

motivacional sobre o grupo de jogadores, mas, no fundo, sabe que vai ter de tirar leite de pedra para conseguir escapar da degola. Ele faz 48 anos em abril e merece ganhar como presente a permanência do Democrata na Primeira Divisão. Jogadores da Pantera, que tal dar esse presentinho ao professor Gilmar e à torcida democratense, hein? A última vez que o Democrata fez, na Primeira Divisão, uma campanha digna de suas tradições foi em 2010, sob o comando de Moacir Júnior. A Pantera chegou às semifinais do Campeonato Mineiro e teve o artilheiro da competição, Eraldo, com 11 gols. Era um bom time. Em 2011, uma fracassada parceria com o Botafogo-RJ quase levou o Democrata à Segundona. Foi necessário fazer uma limpeza no elenco, mandando embora os jogadores baladeiros. A comissão técnica foi demitida e chegou, para salvar a equipe da queda, o técnico José Maria Pena. Com uma ajuda do Tupi, que venceu o Ipatinga no Vale do Aço, e uma histórica vitória sobre o Funorte, em Montes Claros, por 5x2, o time

valadarense se salvou. Partida, aliás, que ficou conhecida como a “Batalha do Pequi” e foi tema de reportagem especial do Globo Esporte Minas este ano. Para 2012, outra parceria frustrada com o combalido Vasco da Gama. Os mesmos erros do ano anterior se repetiram e o Super Zé Maria Pena foi novamente chamado. Derrota para o América de Teófilo Otoni na última rodada e rebaixamento decretado. E 2015 traz mais sofrimentos para o torcedor democratense na Primeira Divisão. Vamos torcer e esperar pelo melhor. Ainda há chances de se evitar o cruel rebaixamento. Que os jogadores possam honrar a camisa, como sempre fizeram, e que o Democrata permaneça na Primeira Divisão, onde é o seu lugar. E que o futuro traga novos ventos para os lados do Estádio José Mammoud Abbas. Amém.

Hadson Santiago Farias é democratense desde o dia em que nasceu. Arquivo Pessoal

Noz Moscada vence o concurso “Minha banda de rock” A banda valadarense Noz Moscada foi a vencedora do concurso: “Minha banda de Rock” que foi realizado durante a Feira Saber Mais/ Soul Rock Pub nos dias 12, 13 e 14/03/15. Oito bandas participaram de duas etapas classificatórias: Banda Ox, Alto Plano, Victor Trio, Cadela Mafiosa, Soma, Rota 49, Zé Louco e a ganhadora Noz Moscada. Os jurados participantes contavam com músicos e produtores locais. A banda Noz Moscada vai utilizar o prêmio de R$1.000,00 (hum mil reais) para gravar o seu EP. Para o vocalista da banda Luca Trezza foi uma ótima oportunidade para mais uma vez divulgar o trabalho da banda “Além do espaço cedido pelos organizadores, o prêmio chegou numa boa hora, com ele vamos gravar o nosso primeiro EP”, completa. Banda Noz Moscada A Noz Moscada é uma banda de Alternative/ Rock/ Blues Valadarense, composta por: Luca Trezza (Vocais/Guitarra), Samuel Campos (Backing Vocais/ Baixo) e Túlio Pio (Bateria). A banda com quase três anos de história tem no seu repertório além de músicas autorais, covers de bandas como: Red Hot Chili Peppers, Raimundos, O Rappa, Kings of Leon, dentre outras.

Os jovens músicos da banda Noz Moscada mostraram que têm talento e venceram o concurso “Minha Banda de Rock”

www.minasteconline.com.br


FUTEBOL 12

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de março de 2015

Democrata enfrenta o Villa, em Nova Lima Depois da derrota inesperada para a Caldense na segunda-feira, no Mamudão, Democrata precisa conquistar 3 pontos contra o Villa Nova Da Redação

Rubens Júnior / Assessoria de Imprensa do ECD

A conta já não é tão simples. É preciso somar pontos, torcer para que adversários diretos que estão na parte de baixo da tabela percam pontos, enfim, a situação se complicou para o Democrata. Na teoria, a solução é fácil. Basta vencer o Villa Nova neste domingo, em Nova Lima, e vencer o Mamoré no outro domingo, em Valadares. Se isso acontecer, os 10 pontos suficientes para escapar do rebaixamento para o Módulo II estarão garantidos. O problema é que a teoria é bem diferente da prática. Em campo o time não tem feito os gols necessários para obter as vitórias, mesmo criando oportunidades múltiplas em cada partida. Foi exatamente isso que aconteceu na quarta-feira contra a Caldense, no Mamudão. O time correu, lutou, criou, mas não marcou. Esbarrou na atuação impecável do goleiro Neguete. Em outros jogos, o mesmo ocorreu. O torcedor fiel ainda acredita e aposta numa vitória contra o Villa. O que deu um alento ao torcedor foi a boa atuação do lateral direito Leandrinho, emprestado ao Democrata pelo Cruzeiro, e que ainda não havia tido oportunidades de jogar. Entrou no jogo contra a Caldense para organizar as jogadas no meio. Correu muito, acertou muitos passes, deu ritmo ao jogo e conquistou o torcedor. Enquanto isso, o zagueiro e capitão Jadson, está fora do campeonato. Jadson terá de operar o joelho direito para retirada dos meniscos. Outro que está fora é o meia Marcus Vinícius, que pediu para sair. Ele estava relacionado para o jogo contra a Caldense e pediu dispensa antes da partida, mas foi aconselhado a permanecer entre os suplentes e deixar o clube apenas depois da partida. Viagem A delegação viaja para Nova Lima nesta sexta-feira logo após o almoço e fica hospedada no Hotel Piemonte, em Belo Horizonte, porém, bem próximo de Nova Lima. Amilton, que levou o terceiro cartão amarelo contra a Caldense, está suspenso e não viaja. Já o lateral direito Osvaldir, que não jogou contra a Caldense por estar suspenso por cartão amarelo, está de volta ao time. Apesar da situação desfavorável na tabela, o ambiente na Rua Osvaldo Cruz é bom, todos sabem da responsabilidade, mas não se observa o clima de abatimento entre os jogadores.

O volante Marcel tem a difícil missão de neutralizar as jogadas de ataque do Villa Nova, neste domingo, em Nova Lima

CANOAGEM

Canto do Galo

Valadares recebe encontro de canoístas

Rosalva Luciano

O jogo bonito do Galo Jogam bonito, não só jogam bonito como jogam fácil, não só jogam fácil como sabem ser eficientes, não só sabem ser eficientes como mostram resultado. Jogaram e mostraram o que é vestir uma camisa do grande Atlético Mineiro. Luan, Marcos Rocha e Lucas Pratto fecharam o trio que fez o atleticano sair feliz e bem animado após o jogo do domingo passado contra a equipe de Patos de Minas, URT. A sobrevivência na Libertadores passou a ser possível, pontos que acertaram o nosso compasso podem vir. Chegamos mais uma vez à vice-liderança do Campeonato Mineiro, mais do que isto, um maior ânimo tomou conta da torcida e quem sabe até dos jogadores. Fizemos gols, atletas lesionados vieram para a partida e deram outro gás ao grupo. Pontuar nos próximos jogos da Libertadores é simplesmente uma questão de honra, sair ainda na primeira fase do maior campeonato seria uma temeridade. Com energias renovadas, confio e acredito que este time ainda nos fará muito felizes. Luan, como sempre o sangue vivo do Galo, não para dentro de campo e faz das suas passadas sempre um lugar de perigo ao adversário. Lucas Pratto merece todos os louros também na vitória contra o URT. Ficou parado simplesmente seis jogos e voltou como se nunca tivesse saído, vontade, determinação e coragem fizeram da sua movimentação a melhor de todas para mim. Fez um gol, deu assistência para outro e fez algumas finalizações que deveriam ter tido melhor sorte. O próprio jogador se diz animado para realmente fincar pontos na tabela da Libertadores. “O time daqui para frente será diferente. É importante essa eficácia. Porque, na Libertadores, essas situações não são muitas. Esse gol foi importante para me dar confiança. Meu trabalho é fazer gols. Espero que na Colômbia, eu consiga marcar e que a gente vença. Mas, o mais importante é o time voltar com os três pontos. Não importa quem marque”. Parabéns Lucas Pratto, contamos com isso e acreditamos em você. Marcos Rocha, o jogador que é peça fundamental em qualquer esquema usado no Galo, também brilhou na volta no domingo que passou e ele tem consciência que os resul-

tados poderão ficar melhores. “Era importante vencer para estarmos tranquilos e contentes para a viagem à Colômbia, que será uma partida importante. É um jogo chave. Jogo difícil e importante fora de casa, contra um time que ganhou as duas primeiras partidas. Mas, somos um time muito bom. Vamos tentar trazer os três pontos para levantar o time, que está precisando”. Argumentos que convencem. O Atlético foi pressão durante os noventa minutos. A trave ajudou o time adversário num dos lances mais bonitos da partida. O lado direito do time estava ajustado e de lá saíram jogadas lindas. Vitor não foi incomodado. Vale aqui o registro do seu uniforme. Lindo, alegre, camisa vermelha com preto. Arrasou. Escutando e observando as falas nas entrevistas pós-jogo percebi que todo o elenco e também a comissão técnica estão afinados quanto ao fato de que a Libertadores é bem diferente do nosso campeonato regional. Não pode sair derrotado se quiser almejar alguma coisa na Taça continental que disputa. Para nós, daqui para frente todo jogo é uma decisão. Ciente desta responsabilidade, Levir Culpi tem que mostrar competência e seus comandados, eficiência. Torcer e aguardar a construção dos resultados é função nossa. E o Roberto Abras desabafa: não duvidem do Galo! Venceu o líder fora de casa e dito melhor da chave. O melhor é o Galo! Tá Vivo na Libertadores! Poderia ter sido de goleada. E o Mário Henrique Caixa, acompanha: Ahhh Meu Deus, por que tem que ser tão sofrido? Deus responde: não é milagre, é Atlético Mineiro. E assim entramos de novo na Libertadores 2015. Primeiro tempo primoroso, sendo Marcos Rocha insubstituível, Lucas Pratto o dono das redes, o Jamerson a “Muralha de Jericó”, e por aí vai, tudo e todos abençoados por São Victor. No segundo tempo poderiam ter achado uma vitória mais confortante. Ela veio, então o conforto está aí, mesmo que só depois do apito final, porque antes foi só: ufa! Rosalva Campos Luciano é professora e apaixonadamente atleticana.

No próximo sábado (21), a Associação Valadarense de Canoagem (AVACA), em parceria com o Clube de Canoagem Turma do Remo de Governador Valadares, vai promover uma descida ecológica pelo Rio Doce. A iniciativa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Lazer. A descida faz parte do Encontro de Canoístas de Governador Valadares e marca também o início das comemorações pelo Dia Mundial da Água, comemorado no dia 22. A saída será às 9h30 na Av. Rio Doce, próximo ao número 3379, que fica entre as Ruas Jequitinhonha e Vinte, na Ilha dos Araújos. O destino é a BR 259, próximo ao KM 150. O presidente da AVACA, Rafael Rangel de Carvalho, destaca que o Rio Doce não está tão poluído quanto a população pensa. “Nosso objetivo é agregar mais canoístas e mostrar à população que o Rio Doce tem condições de sediar competições, sim; não só de canoagem, mas também de velas, de stand up paddle e de surf de água doce”, enumerou. SMCEL

Rio Doce terá canoístas em suas águas neste fim de semana


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