Fig 46c

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Fim de semana com sol entre nuvens. Chove no fim de semana! www.climatempo.com.br

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26o 21o

MÁXIMA

ANO 2 NÚMERO 46

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 6 A 8 DE FEVEREIRO DE 2015

FIQUE LIGADO

Prazo para regularizar serviço de mototáxi é adiado para o dia 20 Os mototaxistas que ainda não conseguiuram organizar a documentação exigida para legalização do ponto de mototáxi, ganharam mais tempo: o prazo foi prorrogado até o dia 20 de fevereiro. Na primeira etapa, os pontos serão legalizados; na segunda, serão concedidas permissões para os mototaxistas autônomos, por meio de processo licitatório. A chamada pública, lançada no último dia 23 de dezembro, é uma etapa preparatória para que donos de pontos de mototáxi que tenham interesse em participar da concorrência (licitação) possam se preparar com os documentos necessários para emissão do alvará provisório de licença e localização. Isto porque o edital da primeira fase, a ser publicado este ano, será para definir primeiramente os pontos de mototáxi – limitados a 150 pontos (locais). Página 4.

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

Democrata e Boa é jogão de domingo Rubens Júnior/ Assessoria de Imprensa ECD

Willian Leandro (33) e Leomar (Azul) treinam debaixo de chuva na quarta-feira no Mamudão. A chuva veio para salvar o gramado, tão criticado

O Democrata já está em Varginha, no Sul de Minas, onde enfrenta o Boa Esporte na tarde deste domingo. O técnico Gilmar Estevam está confiante em um bom resultado e disse que sua equipe terá a mesma postura que teve contra o Cruzeiro na estreia do Campeonato Mineiro 2015. Página 12

Chuva espanta o calor em Valadares Diórgenes Lessa

Jogo midiático E a oposição, segundo o senador Álvaro Dias, vai, finalmente, sair do armário para travar uma guerra na mídia, contra o atual governo. A ordem é investir em dossiês e denúncias documentadas para municiar jornalistas. Tudo nos mesmos moldes do PT, quando os tucanos governavam o país. Leia mais em Notícias do Poder. PÁGINA 5

Depois de quase dois meses de estiagem, a chuva caiu na cidade na tarde de quarta-feira e a previsão é que continue chovendo durante todo o fim de semana. Mas as estimativas para cheias do Rio Doce não são boas. O pesquisador Alexandre Sylvio afirma que não haverá chuvas significativas para os próximos meses. “O Rio Doce está sofrendo e vai sofrer muito mais nos próximos meses sem previsão de chuvas significativas na bacia. As frentes frias polares não passam do Rio de Janeiro e Sul de Minas. As massas da Zona Tropical Atlântica não estão se formando, as chuvas convectivas reduziram muito por conta do desmatamento”. Leia mais nas páginas 6 e 7.

Bicicletas voadoras Bicicletas que quase voam, pilotos que fazem manobras que misturam bicicross com saltos e piruetas. Tudo isso em uma pista de terra, com rampas únicas e altas, doublés ou trails, que são rampas em sequência. O Dirt Jupimg é uma das cinco variações do BMX, surgiu nos anos 70 nos Estados Unidos, e pode ser considerada uma das mais difíceis e a mais radical modalidade feita com bicicletas.

Nil Rodrigues é líder comunitário que trabalha pelo resgate da memória da cidade. PÁGINA 8

Museu do Sexo será inaugurado em Belo Horizonte. PÁGINA 11

Você é a favor que o teto do salário de um vereador seja o mesmo de um professor da rede pública? PÁGINA 3


OPINIÃO

Editorial

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Tim Filho Enfim, chuva pra calar a boca de quem dizia que o Mamudão era pasto!

Democratizando a informação Em mensagem encaminhada em 15/01 à presidenta Dilma Rousseff, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) apresentou o que considera indispensável para o exercício de um jornalismo forte, independente, livre e responsável no Brasil. A entidade apresentou seu diagnóstico sobre o sistema de comunicação brasileiro e reivindicou que o novo governo implemente um novo marco regulatório para as comunicações no país e convoque a II Conferência Nacional de Comunicação (Confecom). Repudiando qualquer forma de censura, a FENAJ sustenta que o controle público dos meios de comunicação significa constituir mecanismos transversais e interconexos para a aplicação de regras públicas, democraticamente constituídas, a serem observadas por todos. Defendeu, também a urgente reorganização do sistema de comunicação, para cumprir os preceitos constitucionais e superar o atual cenário de oligopólios. Neste sentido, a FENAJ atribui à comunicação uma dimensão estratégica, tanto do ponto de vista das políticas públicas a serem geradas, como da necessária articulação dos movimentos sociais. O diagnóstico produzido pela FENAJ é de que a situação da propriedade, das relações estabelecidas e da interferência na vida nacional por parte dos veículos de comunicação social é incompatível com a democracia. Daí decorre a conclusão de que ou o Brasil democratiza seu sistema de comunicação ou não será possível a consolidação plena da democracia. Entre os pontos do diagnóstico que sustentam tal afirmação foram apontados a legislação insuficiente e arcaica do país em relação à radiodifusão e à comunicação, que atende quase que exclusivamente aos interesses empresariais do setor, a regulação das novas tecnologias também marcada pelos interesses empresariais, submetendo o modelo de serviço ao modelo de negócio sem articulação das diferentes plataformas tecnológicas, dos diferentes atores econômicos e das diversas demandas sociais, e a concentração da propriedade dos veículos de comunicação no país, comprometendo a vocação pública da comunicação. Em seu diagnóstico apresentado à presidente Dilma Rousseff, a Federação Nacional dos Jornalistas também critica a hegemonia excessiva do modelo da TV aberta, que, se por um lado foi bem sucedido do ponto de vista econômico, por outro constituiu um empobrecimento no que diz respeito à diversidade cultural, à representação regional e à pluralidade de opiniões. Critica, ainda, o hipertrofiamento do sistema de TV comercial brasileiro, que incide exageradamente na cultura nacional, em detrimento dos sistemas público e estatal. A entidade argumenta que a falta de incentivos à leitura coloca o Brasil entre os países com menor índice de leitura de jornais das Américas e que o jornalismo e os jornalistas são prejudicados pelas escolhas empresarias de transformar seus empreendimentos em verdadeiros partidos políticos. “Estas escolhas inviabilizam o livre trabalho dos jornalistas, por um lado, e, por outro, negam à população a possibilidade da constituir uma opinião pública efetivamente livre”, diz o documento. A FENAJ conclui sua mensagem à presidenta Dilma Rousseff colocando-se à disposição para debater as políticas públicas de comunicação e reivindica que o novo governo implemente imediatamente o marco regulatório para as Comunicações, para regulamentar o Capítulo V da Constituição Federal, reorganizar o sistema de negócios e de serviços; e implementar, de forma organizada, a convergência tecnológica. Reivindica, também, a criação dos mecanismos de regulação aprovados pela I CONFECOM, com a imediata instalação de um Conselho de Comunicação, consultivo e deliberativo, nos moldes dos órgãos existentes em países como Estados Unidos, Espanha, França e Portugal, fortalecimento dos sistemas público e estatal de comunicação, com a convocação imediata do Fórum Nacional de Comunicação Pública, fortalecimento do jornalismo e dos jornalistas, com a garantia da regulamentação profissional e a implementação de políticas públicas para a segurança dos jornalistas e a convocação da II CONFECOM, com a incumbência de sistematizar as propostas da primeira Conferência e elaborar uma proposta de Marco Regulatório para o país. (Texto base: Fenaj.org.br)

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

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Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório Uma professora de criança e de adolescentes nas escolas municipais tem um piso salarial de 2.100 reais por uma jornada de 40 horas semanais. Você é a favor que o teto do salário de um vereador seja o mesmo de um professor da rede pública? A educação faz toda uma diferença numa sociedade SIM

Daniel Cunha

Para responder a esta pergunta, façamos o seguinte: Pense em uma cidade sem vereadores? Quão grande seria o prejuízo? Agora pense em uma cidade sem professores? Que tamanho teria este prejuízo? Não sei qual foi a sua percepção, mas visualizei na primeira situação uma gestão sem apoio e sem oposição, única, sem projetos e mais distante do povo. Já na segunda, um caos total. Uma sociedade ineficiente, sem perspectivas, arruinada. Os dois cargos tem sua importância na sociedade, mas quando se refere a salários, o quadro é irônico: - Professor: Piso salarial: 1.917,78 (sem ajudas para especializações e cursos de atualizações). - Vereador: salário de 8.157,69 (dezembro/2014) + cerca de 2.500 reais para manutenção do gabinete (você já conseguiu encontrar algum lá?). O professor tem, no mínimo, curso superior. Dificilmente você encontrará algum que não tenha feito uma pós-graduação. Seu trabalho exige estudos constantes. Trabalha no centro da cidade, na periferia, na zona rural. Vai até o aluno, conhece sua realidade. Já o vereador pode ser aquele com nome engraçado, que dá telhado aos vizinhos, que aparece no programa de TV fazendo palhaçadas e incentivando a matar aos pobres. Aí, vem alguém e diz: “Mas o vereador é escolhido pelo povo!” Sim, é verdade. São escolhidos por um povo com pouco (ou nenhum) acesso à educação de qualidade. Se

valorizarmos o professor, investirmos na estrutura da escola, do esporte, do transporte escolar e trabalharmos a educação integral, desenvolvendo a intelectualidade e a cidadania. Enfim, colocando a educação no centro de tudo, será que nossos representantes mudariam ou continuariam os mesmos? A educação faz toda diferença em uma sociedade. Mudar este quadro depende do povo, mas este mesmo povo depende da educação para entender qual é a sua participação nisso tudo. Defendo salário de vereador igualado ao de professor, mais especialização dos candidatos, menos regalias e mais trabalho. Se um professor consegue viver decentemente com seu minguado salário, um vereador, que é um “homem, ou mulher do povo” também pode. E tenho dito!

A educação faz toda diferença em uma sociedade. Mudar este quadro depende do povo, mas este mesmo povo depende da educação para entender qual é a sua participação nisso tudo.

Daniel Cunha é valadarense e vive em Massachusetts - EUA

Igualar não, o professor tinha de ganhar mais NÃO

Pablo Matos

O professor deveria ganhar mais. A educação é o grande pilar para a formação de uma sociedade justa, cidadã e igualitária. O profissional da educação, assim como as condições de trabalho do mesmo, deve ser valorizado para que a qualidade do trabalho frutifique. A educação pública, juntamente com a saúde pública, é onde deve ser concentrada a maior parte do dinheiro arrecadado pelo Município/Estado/União. A educação bem aplicada vai além dos conhecimentos do conteúdo, ela deve humanizar e criar a consciência crítica. Hoje, o cenário no Brasil é a formação de legiões de analfabetos funcionais que engrossam a massa não pensante, que aceita as vicissitudes sociais e políticas como gado. Assim, a população se torna inerte e alienada, sendo refém desta condição que impede qualquer mudança social ou política. Os donos do capital, da mídia, ou seja, do poder, sempre irão impor e conduzir a situação para suas benesses e não para o interesse da maioria, da população em geral. Por isto, os profissionais precisam ser bem qualificados e receber um salário justo. A profissão teria que ser muito valorizada e justifica o salário ser maior que os vencimentos dos cargos do legislativo de qualquer Município/Estado/União. A função do vereador, também é importante para o desenvolvimento do Município, mas a diferença dos salários entre os vereadores e os professores é desproporcional. Assim como os educadores, os legisladores são um cargo público onde é necessária a vocação, mas, diferente dos professores, o cargo de vereador é temporal, ou deveria ser, não é necessária anos e anos de estudo, de formação. Ser professor é uma profissão onde cada vez mais é necessário estudar e atualizar para estar preparado a exercer a função.

Valorizar a educação e dar a ela o seu lugar que deve exercer na construção da política brasileira é investir em um futuro cidadão. A melhor forma para que isto aconteça é investir no profissional da educação, no professor, valorizando-o com um salário digno, com condições dignas de trabalho. Daí com a boa formação dos alunos, o Município terá uma geração que trará um retorno humano, econômico, social que reverbera em todas as áreas do Município. Ao contrário do que disse o atual Ministro da Educação, Cid Gomes, quando Governador do Ceará - quem quiser dar aula, faça isso por gosto e não pelo salário. Se quiser ganhar melhor, peça demissão e vá para o ensino privado - o professor da rede pública deve sim receber um salário justo, que deveria sim ser maior que o salário de um vereador, dada a importância de sua função para a sociedade. É urgente esta mudança de paradigma, uma sociedade educada se torna uma sociedade plena de direitos, de oportunidades, de saúde, de cultura, de democracia, de cidadania e de um futuro humanizado. É preciso priorizar a educação, como salientou a Presidenta Dilma Rousseff, o Brasil tem que se tornar a “Pátria Educadora”.

A educação bem aplicada vai além dos conhecimentos do conteúdo, ela deve humanizar e criar a consciência crítica. Hoje, o cenário no Brasil é a formação de legiões de analfabetos funcionais que engrossam a massa não pensante, que aceita as vicissitudes sociais e políticas como gado.

Pablo Matos Camargo é indigenista especializado da FUNAI - GV


POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Da Redação

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

Diário do Centro do Mundo

BLOCO DE NOTAS

Pasto e várzea Pasto e várzea foram as palavras mais amenas ditas por alguns jornalistas de Belo Horizonte sobre o gramado do estádio José Mammoud Abbas. Eles viram o jogo pela TV e pensaram que as áreas escuras fossem de terra batida, como as dos campos várzea. E sapecaram as adjetivações mais absurdas. Alguns até questionaram à FMF os motivos pelos quais um gramado tão ruim fosse permitido para os jogos do Campeonato Mineiro.

Aécio e a candidata que tentou roubar a coroa de miss são a mesma pessoa? A cena da candidata derrotada a miss Amazonas, que tentou roubar a coroa na marra, evoca o comportamento do senador Aécio Neves nos últimos meses. Maus perdedores só não são piores que maus ganhadores. Aécio já deu sinais claros de que jamais engolirá o resultado das eleições. Por isso todas as anedotas sobre suas aventuras no tapetão, em companhia de Carlos Sampaio. Por isso ele se torna um alvo fácil dos adversários quando querem desestabilizá-lo. Na sessão de quarta-feira no Senado, o mineiro protestou por causa de uma manobra de Renan Calheiros para garantir o comando da Casa aos aliados. Com a articulação, PSDB e PSB ficaram de fora da Mesa Diretora. No microfone, Aécio criticou o colega, dizendo que ele “perde a legitimidade de ser presidente dos partidos de oposição. Vossa Excelência apequena essa presidência”. Começou de maneira firme e civilizada. (Leia mais no blog www.diariodocentrodomundo.com.br)

FRASE

Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer Santo Agostinho

Antônio Augusto de Queiroz

Desde a eleição do presidente Lula, os direitos dos trabalhadores nunca estiveram tão ameaçados como estarão nos próximos quatro anos,

a partir de janeiro de 2015. A presidente Dilma, até pelos compromissos de campanha, dificilmente patrocinará iniciativas com o objetivo de eliminar, reduzir ou flexibilizar direitos, mas seu governo será muito pressionado. O ambiente político-econômico não é dos mais favoráveis, houve redução da bancada sindical, os empresários estão com sua pauta organizada e serão mais proativos, e o governo não dispõe de meios e instrumentos para neutralizá-los nessa investida, como ocorreu nos últimos anos. A bancada sindical – cuja função principal é dar sustentação e fazer a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, aposentados e servidores públicos no Congresso Nacional, além de intermediar demandas e mediar conflitos entre estes e o governo e/ou empregadores – sofreu uma drástica redução, passando de 83 para 51 representantes na Câmara, no momento em que os assalariados mais irão necessitar de seu apoio. Na próxima legislatura, considerando que o governo não vai dispor de margem fiscal para continuar com as concessões ao setor produtivo – incentivos fiscais, monetários, creditícios e/ou renúncias, como aconteceu com a desoneração da folha – a bancada empresarial buscará melhorar a competitividade e a redução de custos, como forma de manter a sua margem de lucros, com a diminuição, flexibilização ou corte de direitos. Nesse diapasão, a Confederação Nacional da Indústria, que

Sorte da Pantera. O presidente da FMF, Castellar Guimarães, defendeu o gramado e o Esporte Clube Democrata, informando que as áreas escuras eram de grama queimada pelo sol e pelo longo período de estiagem na região leste do estado. Disse que o árbitro da partida nada anotou na súmula e que a partida se transcorreu normalmente.

Caminhão pipa

Pode, claro!

Para resolver o problema, o presidente do Democara, Edvaldo Soares dos Santos, pediu socorro à Prefeitura para enviar caminhões pipa e salvar o gramado. Na

Pode. Não só em frente ao Adventista, mas em frente à Confeitaria Prado, na Rua Peçanha, a fila dupla parece ter sido institucionalizada. Eita!

É grama!

divulga anualmente sua agenda com os projetos prioritários para a indústria, já elaborou uma pauta específica para ser trabalhada no Parlamento e no governo, com nada menos do que 101 proposições, que vão desde alteração no texto constitucional, passam por mudanças na legislação ordinária, tratados internacionais, como as convenções da OIT, decretos e portarias, até súmulas e enunciados de tribunais superiores.

Fila dupla Os agentes de trânsito de Governador Valadares, conhecidos como “verdinhos”, precisam deixar de lado (pelo menos um pouco) o estacionamento Zona Azul. Eles ficam de olho em qual estaciona nas áreas do Zona Azul sem o bilhete. Mas as filas duplas se multiplicam a cada dia. Na segunda-feira, dois deles estavam na esquina da Rua São Paulo com Avenida Brasil, conversando e olhando os carros estacionados no Zona Azul. A menos de 100 metros deles, uma fila de pelo menos 6 carros estava na porta da Escola Adventista, todos em fila dupla. Um destes carros estava com o motor desligado, paradão. Pode isso, Arnaldo?

Os desafios dos trabalhadores no segundo governo Dilma

O ambiente político-econômico não é dos mais favoráveis, houve redução da bancada sindical, os empresários estão com sua pauta organizada e serão mais proativos, e o governo não dispõe de meios e instrumentos para neutralizá-los nessa investida, como ocorreu nos últimos anos.

quarta-feira o caminhão chegou, mas não entrou no estádio. A chuva caiu. O vice-presidente do Democrata, Edvado Filho, agradeceu e dispensou o motorista (e o caminhão), pedindo pra voltar quando a seca volta a castigar o gramado.

O ambiente político-econômico não é dos mais favoráveis, houve redução da bancada sindical, os empresários estão com sua pauta organizada e serão mais proativos, e o governo não dispõe de meios e instrumentos para neutralizálos nessa investida, como ocorreu nos últimos anos.

A agenda empresarial é ampla e ataca os dois principais pilares de sustentação dos trabalhadores: os direitos trabalhistas e a organização sindical. A terceirização, o simples trabalhista, a flexibilização da CLT e as prerrogativas sindicais serão priorizados pelo setor empresarial, numa verdadeira operação desmonte. Num cenário como esses, o movimento sindical será muito exigido. As lideranças dos trabalhadores terão que promover grandes mobilizações, formar grupos de pressão para fiscalizar e pressionar o Congresso e o Governo, sob pena de retrocesso nas relações de trabalho.

Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor de Documentação do Diap

GV SHOPPING lança campanha “Verão de Pernas para o Ar” A temporada de vendas de verão ainda está quente no GV Shopping. E com a proximidade do carnaval o mall dá início hoje (02) até o dia 13 de fevereiro a campanha “Verão de Pernas para o Ar”. A iniciativa é uma oportunidade para quem quer conferir as novidades e fazer as compras de carnaval. Para participar é muito simples. Juntando R$ 150,00 (os cupons são cumulativos) em compras nas lojas participantes, complementando com mais R$6,00, o cliente levará um par de chinelos exclusivo do GV Shopping. O resgate é limitado a um par de chinelos por CPF e a promoção é válida enquanto durar o estoque de 3.000 unidades. O ponto de troca funcionará na loja 126, próximo à portaria 3 (entrada próxima à Chilli Beans), de segunda a sábado de 10h às 22h, domingos e feriados de 12h às 18h. Confira as lojas participantes da Promoção: Ananda, Araújo Hipermercado, Bach’ Sorveteria Premium, Bongosto, Boroto Calçados, Cacau Show, Carmen Steffens, Canecão, Chilli Beans, Chocolates Brasil Cacau, Chriska, Cia do Terno, Classe A Jóias e Presentes, Dadalto, Da Isadora, Dominante For Men, Dona Conceição, Estereótipo, Etc & Tal, Funshoes, Giraffas, Gourmet Itália Pizzaria, Graffite, Iafone, Itapuã Calçados, Katuxa, Lacqua Di Fiori, Le Postiche, Louback Café, Lupo, Luxo e Sedução, Mela Melado, Melissa, M.Martan, Mimos, Mister Grill, Mística, O Boticário, Patroni Pizzaria, Precoce, Rabbit, Rock Point, Sato Teppan, Samsung, Sérgios, Spatifilus,Spoleto, Subway, Toulon, Triton Eyewear, World Tennis.


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Prazo de legalização do mototáxi é prorrogada As permissões serão concedidas por dez anos, podendo ser renovadas por igual e único período, seguindo critérios legais aplicados pelo município Diórgenes Lessa

Da Redação

Para quem ainda não conseguiu organizar a documentação exigida para legalização do ponto de mototáxi ainda está em tempo: o prazo foi prorrogado até o dia 20 de fevereiro. Na primeira etapa, os pontos serão legalizados; na segunda, serão concedidas permissões para os mototaxistas autônomos, por meio de processo licitatório. A chamada pública, lançada no último dia 23 de dezembro, é uma etapa preparatória para que donos de pontos de mototáxi que tenham interesse em participar da concorrência (licitação) possam se preparar com os documentos necessários para emissão do alvará provisório de licença e localização. Isto porque o edital da primeira fase, a ser publicado este ano, será para definir primeiramente os pontos de mototáxi – limitados a 150 pontos (locais). Para que a empresa ou microempreendedor individual (pessoa jurídica) possa participar da licitação é necessário que cumpra os requisitos da lei municipal, que estabelece critérios de localização dos pontos, além do requisito obrigatório do alvará de licença e localização provisório a ser emitido com validade específica para os participantes. Concluída a primeira etapa, ou seja, estabelecidos os pontos, o próximo passo será conceder permissões aos mototaxistas autônomos. Serão ofertadas aproximadamente mil vagas. Todos os interessados em disputar um dos pontos nos diversos bairros e regiões de Valadares devem comparecer à Central de Atendimento ao Cidadão (CAC), no térreo da Prefeitura, até o dia 20 de fevereiro, das 7h30 às 17h, munidos dos seguintes documentos: - Cópia do CNPJ válido; - Cópia do Contrato Social ou Ato de Constituição Microempreendedor Individual; - Cópia do RG e CPF dos titulares; O grande número de motos existente na cidade faz o serviço de mototáxi se ampliar a cada dia - Cópia da escritura averbada do imóvel; - Boletim de Cadastro Imobiliário do Imó- por mototaxistas permissionários, mediante Valadares e certidão de aprovação em curso permissão do município através de licitação de mototaxista ministrado por órgão compevel (BCI). pública. tente credenciado. As permissões serão concedidas por dez Ainda de acordo com a lei, o número máxiA legislação anos, podendo ser renovadas por igual e úni- mo de motocicletas para operacionalização do Todo o procedimento está de acordo com co período, a critério do município. A execu- serviço de mototáxi será limitado a 1 (um) vea lei municipal 6495/14, que dispõe sobre a ção dos serviços será feita pelos mototaxis- ículo para cada 260 habitantes residentes em exploração do serviço especial de transporte tas permissionários, com os mesmos sendo Governador Valadares. As empresas permisindividual de passageiros por motocicletas. A responsáveis por todos e quaisquer danos sionárias e os mototaxistas ficarão sujeitos à lei determina que a exploração do serviço seja e acidentes pessoais e ou patrimoniais que cassação da permissão em caso de negligência realizada por empresas, individuais ou cole- causarem. Os mototaxistas terão que possuir ou imprudência caso utilizem os veículos para tivas, cooperativas legalmente constituídas e comprovante de residência em Governador a prática de crimes de qualquer natureza.

24 mil alunos voltaram às aulas nas escolas da rede municipal de ensino Da Redação

Após recesso de férias é hora de recomeçar. Um tempo novo repleto de desafios se descortina para os profissionais da educação e estudantes da rede municipal de ensino. A volta às aulas traz uma expectativa do que está por vir – o novo para alguns, a continuidade para tantos e o fechamento de um ciclo para muitos. Lápis, papel, borracha, criatividade e muita disposição terão que ser aliados de toda comunidade escolar. Na segunda-feira (2), os mais de três mil educadores e profissionais escolares retomaram suas atividades em um dia marcado por reuniões e organização das escolas que receberam na terça-feira (3), crianças e adolescentes. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, apenas as escolas Padre Pedro Crisólogo Rosa, no bairro Conjunto SIR; João Cândido no bairro Santa Efigênia; José Ângelo de Marco, na sede e na antiga SOMIREHU, no bairro Santa Rita; Ivo de Tassis, no bairro Turmalina; Sillas Crespo, no bairro Vila dos Montes; Serra Lima, no bairro Palmeiras e Damon de Lima, no bairro São Raimundo iniciaram as atividades na quarta-feira (4), por causa de reformas e ampliações. Além destas, mais 30 escolas ainda estão em

obras visando melhorias nos prédios, tendo a previsão de término para o mês de abril. Novidades para 2015 Uma novidade neste ano, é que todas as escolas de educação infantil funcionarão 10 horas diárias, o que antes ocorria apenas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) e nas creches conveniadas. A exceção são as turmas de pré-escola que funcionam dentro das escolas de ensino fundamental. Outra novidade é que o ano letivo de 2015 terá 207 dias letivos, atendendo à Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que estipula no mínimo 200 dias a serem oferecidos. Contudo, foram assegurados os recessos de feriados colados aos finais de semana, assim como duas semanas inteiras de recesso no meio do mês de julho. Dessa forma, a Rede Municipal caminha para o padrão das melhores escolas do país assegurando aos seus alunos, o que é direito dele. As matrículas em toda a rede ainda podem ser feitas nas escolas municipais, conforme disponibilidade de vaga, de segunda a sexta até as 16h.

Departamento de Vigilância em Saúde funciona em novo endereço A Prefeitura de Valadares informa que o Departamento de Vigilância em Saúde (DVS) está funcionando em novo endereço. A mudança tem por objetivo proporcionar maior comodidade tanto para os funcionários quanto para o público em geral. O novo espaço conta com auditório para 30 pessoas, ambiente climatizado e sala de reunião para a realização de capacitações da rede pública de atenção à saúde e também particular. Além disso, o local acomoda os 30 profissionais dos setores de Epidemiologia, Núcleo de Vigilância em Violência, Vigilância Ambiental e a direção do Departamento. E mais: ainda são responsáveis pelo armazenamento de dados importantes do Município, como o Sistema de Mortalidade e nascidos vivos, Sistema de Notificações (SINAN) e Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água (SISAGUA). O DVS agora funciona de segunda à sexta-feira, das 8 às 18 horas, na Rua Israel Pinheiro, 2025 – Centro.

Parque Municipal já está aberto ao público O Parque Natural Municipal foi inugurada nesta sexta-feira. Ao longo do dia, o visitante pode participar de caminhadas guiadas pelas trilhas, rodas de leitura e teatro. Haverá, ainda, atividades desenvolvidas pela Casa do Servidor: Lian Gong, Aero Fighters e Acupuntura auricolar. As atrações continuam no fim de semana. Já às sete e meia do sábado (7) haverá uma caminhada do Minas Clube até o Parque. Este também será o destino dos ciclistas que partirão do 43º Batalhão da Polícia Militar às oito e meia. Às nove horas, os visitantes poderão participar de um aulão de zumba, oferecida pela Casa do Servidor. Logo após, às 10 horas, a Vale promoverá oficinas com materiais reciclados. Na parte da tarde haverá visitas guiadas e shows. No domingo (8), a programação estará focada nas famílias. A partir das nove e meia, o visitante terá aulas de ioga à sua disposição, além de visitas guiadas e permeadas por contadores de histórias. Os amantes de piqueniques já podem levar suas cestas. Os visitantes devem trajar roupas leves, levar garrafas de água e protetor solar.

EMPREGO

IFMG seleciona professores Estão abertas, até o dia 18 de fevereiro (quarta-feira), as inscrições para o concurso público do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) - campus Governador Valadares destinado à seleção de candidatos para o cargo de professor efetivo do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. Estão sendo ofertadas quatro vagas para as respectivas disciplinas Matemática, Química, Segurança do Trabalho; Engenharia Ambiental ou Tecnologia em Gestão Ambiental. O regime de trabalho é de 40 horas semanais com dedicação exclusiva e a remuneração mensal varia de acordo com a titulação, vai de R$ 3.804,29 a R$ 8.344,64, além de auxílio-alimentação no valor de R$ 373,00. A inscrição deverá ser realizada exclusivamente via internet, pelo site www.ifmg. edu.br. O valor é de R$110. O candidato deve ficar atento aos requisitos e à documentação comprobatória exigida.

Combate à dengue Durante todo o mês de fevereiro, a Prefeitura de Valadares realiza ações com o propósito de intensificar o combate à dengue e à febre Chikungunya. A ideia é alertar a sociedade sobre os cuidados necessários para eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti, prevenindo, assim, as duas doenças. As ações acontecem nas unidades de saúde.


NACIONAL

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Notícias do Poder

Jogo midiático

José Marcelo / De Brasília

Preço da fidelidade

Governo paralelo Depois de eleito presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já vem sendo considerado uma espécie de presidente paralelo da República. Até no Palácio do Planalto se tem essa sensação, segundo um assessor da Presidência, que pediu para ter a identidade preservada. É que a partir de agora Cunha tem a faca e o queijo na mão, por ter o poder de determinar os projetos que entram ou não na pauta da Casa. E isso tem impacto direto nos interesses e nos projetos da Presidência da República. Consciente do risco, Dilma Rousseff teria até ensaiado o tom da conversa que teria com Cunha, para evitar que o conflito se estabeleça de vez. O problema é que nem os principais assessores do Planalto conseguiram identificar quem pode ser escolhido para atuar como uma espécie de algodão entre os cristais, para atenuar o clima entre a presidente e o deputado, pelos próximos dois anos.

A fidelidade de Renan Calheiros à presidência da República, no comando do Senado tem nome e significado: Renanzinho. O filho do senador foi eleito governador de Alagoas, um estado pobre, que depende e muito do repasse de verbas federais. O vice-presidente Michel Temer seria o responsável direto por cuidar do estado, no Palácio do Planalto. Caricatura de Amarildo

O papel de Renan Com o comando da Câmara nas mãos do desafeto, toda a esperança da presidente Dilma Rousseff recaiu sobre o presidente reeleito do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Caberia a ele o papel de corrigir possíveis estragos causados pela gestão de Cunha na Câmara, uma vez que o Senado é a Casa revisora. O problema é que modificações feitas por uma Casa têm de ser referendadas pela Casa que originou a mudança, e aí o clima de guerra pode ficar ainda mais evidente. Mais uma vez, os assessores da presidente procuram um nome para tentar suavizar a situação.

Articulação Depois de apoiar o senador Luiz Henrique (PDB-SC) para presidente do Senado, o PSDB e PSB ficaram sem nenhum cargo na Mesa. Irritados, os parlamentares das duas legendas já articulam maneiras de enfrentar o presidente reeleito na divisão dos trabalhos nas comissões. E planejam minar o terreno do Governo também somando forças e trocando informações com os colegas oposicionistas na Câmara.

Aposta A escolha do o deputado Sibá Machado (AC) como novo líder do PT na Câmara encheu de esperanças a comunidade científica brasileira. É que o deputado é relator do Projeto de Lei denominado de Código de Ciência e Tecnologia. Nos últimos quatro anos, Sibá participou de audiências públicas sobre matérias que devem compor o novo Marco Legal de CT&I. A aposta é que na liderança ele tenha mais força para botar o projeto em votação e mais fôlego para angariar votos para aprovar a medida.

Farra das passagens Nova CPI? Principal porta-voz da oposição, quando a imprensa precisa de informação mais segura, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) está sem a mínima esperança de que uma nova CPI da Petrobrás surtir algum efeito concreto no Congresso. Até porque, a que foi criada foi articulada por oito partidos da base aliada. À oposição caberá o papel de tentar criar mais um relatório paralelo, ao final do processo. Ainda assim, segundo o senador, a oposição vai tentar entrar de sola, ao menos para causa estardalhaço.

Começou como piada e ganhou as páginas de jornais, mas já ganha força o pedido para que os cofres públicos banquem passagens aéreas para mulheres de deputados e senadores. Entre os mais críticos, chamam a possível medida de garantia de visita íntima.

José Marcelo dos Santos é comentarista de política e economia e apresentador da edição nacional do Jogo do Poder, pela Rede CNT. É professor universitário de Jornalismo, em Brasília.

Por que todas precisamos da visibilidade trans? [I]

“A ignorância é vizinha da maldade” – Legião Urbana O dia 29 (vinte e nove) de janeiro é o Dia da Visibilidade Trans. Este dia marca a primeira campanha nacional elaborada por ativistas transexuais em parceria com o Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde voltada para a promoção do respeito e cidadania das trans. Foi realizada em 2004 com o slogan “Travesti e Respeito” [1]. Onze anos depois o respeito ainda não veio, questões afetas à saúde de pessoas trans continuam sendo negligenciadas, e não alcançamos o respeito ao direito à sua saúde integral. Na área das leis e do direito algumas migalhas são lançadas vez ou outra, por um legislativo e judiciário que vivem imersos na lógica do patriarcado e do machismo, mantendo uma ordem que deslegitima as pessoas trans, e forçosamente as adoece e estigmatiza. O preconceito dirigido às pessoas trans, ou à aparência trans, é chamado de transfobia. A transfobia pode vir junto com o racismo se a pessoa que a sofre é negra, bem como à lesbofobia se a mulher trans for lésbica, homofobia ou gayfobia se o homem trans for gay, à bifobia se a pessoa trans for bissexual. Lembrando que a pessoa trans pode ser heterossexual, por exemplo, se a Roberta Close gostar só de homem ela é uma mulher trans heterossexual. Também virá junto com o preconceito de classe, xenofobia etc. a depender do lugar de vivência da pessoa que a sofre. Mas a transfobia vem de onde? Do nosso medo do diferente? Mas por que uma identidade trans é diferente? Porque aprendemos que uma pessoa nasce com uma genitália que dirá se ela é menino ou menina. Tendo pênis será menino terá ótimo raciocínio lógico, será esperto, sagaz, agressivo, líder, um macho alfa em busca de fêmeas para acasalar. Tendo vagina vai ser uma menina, será doce, suave, cuidadora nata, mãe e esposa amantíssima de um homem que a protegerá dos perigos, será dela o conforto do lar, ou as privações do ambiente privado. Desde sempre sabemos que há um muro que divide os dois únicos gêneros possíveis e existentes. É uma regra que nos ensinam desde antes de nascermos. E não há nada de errado nisso, já que é algo da nossa natureza, que nossos hormônios explicam, e que se perpetuou ao longo da história, justamente por isso. Ou seja, no princípio era assim[2]: Nós e nossas tecnologias evoluímos e mais elementos foram desvendados na história:

Tudo certo, tudo lindo, tudo bem. Não fosse o fato de que não nos ensinam que existem locais nos quais a força e bravura são comportamentos típicos das mulheres, enquanto a docilidade é tipicamente masculina. Não nos ensinam que nossos comportamentos não são necessariamente opostos. Que existe lugar no qual mulheres e homens são (ambos) dóceis, maternais. Bem como há local no qual homens e mulheres são agressivos[3]. O que não nos ensinam é que não há uma relação direta entre comportamento e corpo. O que não nos perguntam é se um homem adulto que perde o pênis em razão de um acidente ou doença deixa de ser homem. E se as únicas possibilidades que temos é a binária homem e mulher, se este homem se torna uma mulher a partir do momento que não tem mais o pênis, fator essencial para que seja um homem. Mas poderá ser mulher sem uma vagina? Forçoso pensar que este homem não amputará junto com seu pênis toda sua construção de gênero, que não deixará de ser um homem. Donde se pode entender que pênis e vagina não são suficientes para nos explicarem o que nos torna mulheres ou homens. O que não nos ensinam é que este muro rígido que separa os gêneros e nos coloca cada um em nosso devido lugar, homens e mulheres, não existe. Nunca existiu, senão no campo da ficção. Então, de fato, esta hierarquia social que criamos baseada no gênero não se justifica pela questão hormonal, não está no pênis, na vagina, nem no útero e ovários. Não está inscrita de forma única na história de toda a humanidade, é construção da sociedade na qual vivemos. Não sendo algo inato, algo da natureza, algo imutável, torna-se uma situação que não precisa prevalecer, a não ser que optemos por este modelo como o que melhor expressa nossas vontades e anseios. Algo libertador e com alcance incomensurável se chegar a grandes massas, se for algo internalizado em nossas mulheres e meninas desde sempre. É aí que mora nossa transfobia. E é por isso que ela nos é tão cara. Ela vive arraigada na noção de que genitália é comportamento e gênero. Na fictícia ideia de que temos um muro que divide e separa os gêneros feminino e masculino, que são opostos entre si e advêm da vagina e do pênis que tínhamos ao nascer.

Texto do Coletivo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do Vale do Aço, parceiro do Núcleo de Debates sobre Diversidades (NUDIs), de Governador Valadares.

Leonardo Morais

ALÉM DO ARCO-ÍRIS/ NUDIs

E a oposição, segundo o senador Álvaro Dias, vai, finalmente, sair do armário para travar uma guerra na mídia, contra o atual governo. A ordem é investir em dossiês e denúncias documentadas para municiar jornalistas. Tudo nos mesmos moldes do PT, quando os tucanos governavam o país.


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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Estas são imagens do Rio Doce dias atrás. As pedras do leito já podem ser vistas. É uma das piores secas dos últimos anos

ESTIAGEM Seca e calor castigam Valadares e região

Temperatura do ar é aquela que é medida segundo padrões meteorológicos por um instrumento à sombra sobre a relva e longe de fontes de calor. Sensação térmica é a relação da temperatura do ar em função da velocidade do vento. Como no verão, as temperaturas são altas e a velocidade do vento relativamente baixa, há pouca diferença entre a sensação térmica e a temperatura do ar. Ou seja, a sensação térmica deve ser usada no inverno. Alexandre Sylvio Pesquisador

Segundo especialistas o período de estiagem deve durar até o fim do verão, com pouca chuva, e classificado como um dos janeiros mais quente dos últimos anos. Gina Pagú / Repórter Há mais de 30 dias sem chuvas os valadarenses sofrem com o calor forte e a falta de chuvas na região. Com temperaturas de até 39 graus, o verão esse ano tem deixado um rastro de insatisfação, e aponta para um dos meses de janeiro mais quentes dos últimos períodos da estação. O professor adjunto de recursos hídricos e meio ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Alexandre Sylvio, faz o alerta para um período com menor número de volume de chuvas da Região. “O que sentimos é o que realmente está acontecendo. Os registros de dias com chuva aqui na região do Médio Rio Doce e no nosso entorno registram queda, ou seja, estamos cada vez mais com dias sem chuva. Na última década tivemos veranicos em praticamente todos os anos, chegando a quase sessenta dias sem chuva em pleno período chuvoso: dezembro, janeiro e fevereiro. Este ano estamos caminhando para o mesmo evento, afinal, não temos registro de chuvas na região de Governador Valadares desde o dia 20 de dezembro. Parte das chuvas que caíam na região eram chuvas convectivas, formadas pela evaporação da água através da mata. Com o desmatamento perdemos muito destas chuvas, pois não tem água suficiente no solo para evaporar e formar as nuvens de chuva. Com isto uma grande massa de ar quente se forma bloqueando a passagem de massas de ar que trazem chuvas, fato que tem ocorrido muito pouco nos últimos meses.” Lucinha Teixeira, presidente da Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, explica que janeiro de 2015 se mostrou com precipitações de chuva abaixo da média na Bacio do Rio Doce. “As últimas informações que recebemos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), mais uma vez reforçam que a estiagem severa de 2014 é resultado de três anos hidrológicos consecutivos de precipitação abaixo da média histórica. Além do atraso no início das chuvas, também foram observadas, nos meses de novembro e dezembro de 2014, precipitações abaixo da média em diversas áreas da região Sudeste. E, para piorar a situação, em janeiro de 2015 foram verificadas precipitações significativamente abaixo da média na bacia do rio Doce.” Sobre a sensação que temos de termos invernos mais frios e verões

mais quentes que o normal, o professor reitera que essa é outra realidade que estamos vivendo em momentos de descuido com o meio ambiente. “Este fato é realidade. Processei os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1975 e os ajustes dos modelos matemáticos mostram isto, as temperaturas médias anuais estão subindo na região. As causas são várias que passam desde as alterações globais quanto as regionais.” Segundo Michael Bezerra, meteorologista do Instituto de Gestão das Águas (IGAM), Governador Valadares sofre ainda mais com o clima quente por conta da localização geográfica. “De fato Valadares é um município quente porque está localizado numa região de vale e tem o clima tropical semiúmido – subquente, além de ter a influência do relevo ao seu redor - Pico do Ibituruna, que funciona como um enorme refratário aumentando a incidência dos raios solares. Outro fator importante que mantém o clima quente durante quase todo ano é a presença das Serras do Espinhaço e da Mantiqueira que dificultam o avanço das frentes frias sobre a região.” Com relação às temperaturas e a sensação térmica, o meteorologista, diz que equivalem-se no verão, embora tenham conceitos diferentes. “Temperatura do ar é aquela que é medida segundo padrões meteorológicos por um instrumento à sombra sobre a relva e longe de fontes de calor. Sensação térmica é a relação da temperatura do ar em função da velocidade do vento. Como no verão, as temperaturas são altas e a velocidade do vento relativamente baixa, há pouca diferença entre a sensação térmica e a temperatura do ar. Ou seja, a sensação térmica deve ser usada no inverno. Para o verão é usual utilizar o índice de calor, que é a função da temperatura do ar e a umidade relativa do ar.” Mortandade e produção A seca promete prejuízos para os produtores e criadores de gado. O professor explica que as temperaturas continuarem quentes e sem chuvas, os produtores podem perder até 100% das plantações. “As plantações de milho, feijão ou frutíferas que não possuem irrigação estão fadadas ao fracasso com quebra de


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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Lucinha Teixeira

produção de até 100%, ou seja, perder tudo. Sem água os grãos não enchem e não se formam de maneira adequada. No caso da pastagem esta resiste um pouco mais, mas também tem a sua rebrota comprometida tendo o produtor que apelar para as alternativas de período seco como a cana com ureia.” Com relação à mortandade dos peixes na aldeia Krenak, na última semana, Alexandre diz que a temperatura e a qualidade da água podem ter influenciado. “Os peixes são animais muito sensíveis aos fatores externos como temperatura e qualidade da água. Provavelmente um conjunto de fatores ocorreu para que isto acontecesse. Possivelmente devido à redução do volume e do fluxo de água a temperatura deve ter subido mais que o normal o que deve ter gerado um estresse nos peixes. Altas temperaturas também reduzem a quantidade de oxigênio dissolvido na água comprometendo a respiração dos peixes. E se o nível de poluição orgânica estiver médio ou alto as bactérias tratam de eliminar o restante do oxigênio existente e as cianobactérias, através da produção de compostos tóxicos, podem estar fechando este ciclo causando a mortandade de peixes.” Rio Doce As estimativas para cheias do Rio Doce também não são boas. Segundo Alexandre, não haverá chuvas significativas para os próximos meses. “O Rio Doce está sofrendo e vai sofrer muito mais nos próximos meses sem previsão de chuvas significativas na bacia. As frentes frias polares não passam do Rio de Janeiro e Sul de Minas. As massas da Zona Tropical Atlântica não estão se formando, as chuvas convectivas reduziram muito por conta do desmatamento. E se tivemos uma seca intensa no ano passado que comprometeu a vazão do Rio Doce, neste ano a tendência é que a situação piore. Juntando ao fato de que a maioria das cidades da Bacia ainda despeja seus esgotos direto no rio, estamos diante de uma tragédia anunciada. Os registros da redução da vazão do Rio Doce são claros nas últimas décadas com um recorde de redução de vazão no ano passado. O que esperar do futuro se ações mais efetivas não forem tomadas nos próximos anos?” Lucinha fala sobre o trabalho que os Comitês de Bacias Hidrográficas tem feito nesse período de estiagem. “Os CBH’s têm papel de articular o poder público, usuários - indústria, mineração, produtores rurais, Hidrelétricas e sociedade, buscando garantir água em quantidade e qualidade necessária aos usos múltiplos da mesma. Para lidar com o período de seca na Bacia do Rio Doce, o CBH-Doce criou a Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CT-

GEC). A competência dessa câmara é discutir e estabelecer diretrizes para a gestão de recursos hídricos relacionados à escassez, cheias e também relacionados à questão das cianobactérias. No ano de 2014, a CTEGEC trabalhou no levantamento de informações resultando na produção sistemática de boletins sobre o período de estiagem. Também foi promovido um encontro entre representantes dos Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAEs), COPASA, Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento, (ASSEMAE), Consórcios Municipais de Saneamento Básico com atuação na Bacia do Rio Doce, entre outros usuários para contribuir com o planejamento das ações destes setores no período de estiagem. Estas atividades continuarão a ser executadas durante 2015.” Cuidados Segundo Lucinha a sociedade pode fazer melhor utilização e conservação dos recursos hídricos. O uso adequado é a saída para a economia de água. “O estabelecimento pelas empresas de saneamento de programas efetivos de controle de perdas/vazamentos, reaproveitamento de água nas indústrias, uso racional da água na agricultura para a irrigação, são práticas que devem ser buscadas. Proteção de nascentes e topo de morros também. É importantíssima a educação ambiental para divulgar ações que levem a economia de água pela sociedade. É fundamental a participação da sociedade na economia da água em suas tarefas diárias, mas a ação deve ser coletiva envolvendo o poder público, a sociedade e o setor produtivo. Cada um tem um papel nesta situação, mas este pacto para conservação dos recursos hídricos tem que ser levado a sério e de forma bastante responsável por todos.” Previsão Segundo Alexandre, está previsto para esse final de semana, chuvas com probabilidade de 60%. “Alguns institutos de previsão meteorológica estão prevendo chuvas para quinta e sexta na Região com probabilidade na ordem de 60%. Vamos torcer para que os 40% aconteçam. A princípio não temos boas expectativas para fevereiro. As chuvas, na melhor das hipóteses, serão próximas as registradas na média histórica. A tendência da temperatura também é de permanecer alta semelhante às de janeiro.” (Nota: na quarta-feira choveu em Governador Valadares e o calor deu uma trégua).

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CIDADANIA

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BRAVA GENTE

Ombudsman

FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

NILTON RODRIGUES

José Carlos Aragão

Arquivo Pessoal

A CARA DE CADA UM - A tipografia moderna e os variados recursos introduzidos pelas novas tecnologias às artes gráficas facilitaram muito, nos últimos anos, não só a redação jornalística, como a melhor assimilação de uma informação pelos leitores em geral. Se, em outros tempos, o diagramador – função praticamente extinta nas redações dos jornais de hoje – tinha à sua disposição uma variedade limitadíssima de tipos e corpos (tamanhos de letra) na composição da página, hoje, a gama de opções à disposição do programador visual responsável por acomodar títulos, textos e imagens nesse mesmo espaço, é quase infinita. Diante de tantas alternativas oferecidas, era natural que jornais e revistas adotassem normas internas de uso racional desses recursos, evitando excessos e preservando uma unidade gráfica e de estilo que dão ao veículo uma identidade própria e facilmente reconhecível por seus leitores. Essas normas são definidas previamente, antes mesmo que o primeiro número da publicação chegue às ruas. Elas integram um manual – às vezes, apenas tácito – de estilo e conduta a ser seguido por redatores, editores e programadores visuais, e integram o chamado projeto gráfico e editorial de um veículo. Esse projeto estabelece, entre outras coisas, que tipografias (como são chamados vários padrões e estilos de letras usadas em artes gráficas) e suas variações (maiúscula ou caixa alta, minúscula ou caixa baixa, versalete, normal, itálico, sublinhado, negrito, condensado, expandido, etc.) serão adotadas como padrão pela publicação em seus títulos, antetítulos, subtítulos, entretítulos, matérias, legendas de fotos, vinhetas e tudo mais. O nosso Figueira, como qualquer jornal moderno, também nasceu com um projeto gráfico pré-definido e que lhe dá a “cara” que tem e que, com menos de um ano de vida, já é facilmente reconhecida nas bancas ou na internet, em sua edição virtual. RECORRÊNCIA - Ainda assim, com muita frequência, perpetra lá seus pecadilhos que comprometem não só a sua própria imagem, como também a qualidade da informação que oferece a seus leitores. Em sua edição passada, o Figueira foi pródigo em exemplos disso, particularmente com os entretítulos e títulos de algumas notas curtas. O problema apareceu na seção Bloco de Notas (p. 03); na principal matéria da página 04; e “last, but not least”, na coluna desse ombudsman. Nos três casos, os entretítulos não foram formatados em negrito, como se esperaria que o fizessem, para que se destacassem do corpo da matéria ou para separar uma nota da outra. Isso confunde o leitor e, inevitavelmente o fazer reler aquele trecho várias vezes, até perceber o que está errado e confuso. PERDAS E DANOS - Sei que não é intencional, mas a frequência com que esse tipo de problema acontece nessa coluna causa estranheza e compromete a qualidade, originalidade ou estilo próprio que tento imprimir ao que escrevo. Muitas vezes, me esforço por agregar humor aos títulos e entretítulos, valendo-me de ironia, deboche, paródia ou trocadilhos e que, não caracterizados visualmente como títulos ou entretítulos, acabam “engolidos” pelo texto do qual deveriam se destacar. Também recorro, não raro, à estratégia de articular entretítulos, vinculando sentidos, significados e intenções através de um sequenciamento lógico (ou não!) de acurada e complexa elaboração. Talvez por isso, sinto um prejuízo particularmente maior, quando algum título ou entretítulo que proponho acaba pulverizado por essa infeliz recorrência. BURACO NEGRO - O mesmo se aplica quando me valho da escrita em itálico para caracterizar o ocasional uso de palavras e expressões em idioma estrangeiro ou para nomes de obras literárias e artísticas ou de publicações. Na transposição do meu arquivo de texto original para a coluna formatada e impressa nas páginas do Figueira, tudo isso se perde num misterioso buraco negro. Isso tem me levado a experimentar alternativas incorretas e inadequadas, como usar aspas para identificar palavras em outra língua ou para um título de livro, filme ou artigo publicado em alguma mídia. (Aspas não são para isso – e já falei pra que servem, em colunas passadas.) Em minha coluna anterior, várias palavras que grafei em itálico, não foram reproduzidas com essa configuração, o que redundou em frases confusas e aparentemente sem sentido.

Nil Rodrigues discursando na tribuna da Câmara, durante homenagem recebida por ele, pelo trabalho que desenvolve

Memória fotográfica da cidade Rosi Santiago / Especial

Foi a curiosidade que Nilton Rodrigues de Moura tinha em relação a algumas histórias de nossa cidade que o motivou, em 2009, a buscar fotos com os moradores mais antigos do bairro São Pedro. A ideia era contar a história do bairro São Pedro. Nesta época ele era o presidente da ABASP – Associação Comunitária do Bairro São Pedro. Junto com as fotos foram surgindo documentos e objetos antigos que o ajudaram a remontar essa história. Em outubro do mesmo ano, realizou a 1ª Exposição de Fotos Antigas, com exposição de 500 fotografias e lançou um DVD com as mesmas. Com essas e outras iniciativas foi conquistando o apoio da população e as fotos foram se multiplicando, despertando a admiração dos valadarenses pelo que esta terra era antigamente. E, em 2012, quando saiu da presidência da associação, decidiu expandir a coleção para além da história do bairro e facilitar o acesso a todos que poderiam se interessar. Criou então, a página “Fotos antigas e atuais de Governador Valadares MG” no Facebook.

Hoje, a página tem mais de 7.000 curtidores e conta com um acervo variado de fotos antigas e atuais. Quem entra na página viaja em acontecimentos marcantes, como um incêndio no Ibituruna, conhece artistas da terra e estrangeiros, esculturas na areia à margem do Rio Doce, o antigo aeroporto no bairro de Lourdes, enfim, as imagens falam por si. É um verdadeiro museu virtual, feito com muito amor e carinho de um valadarense para com seus conterrâneos. O trabalho exige uma dedicação de Nilton para procurar as fotos, busca-las e depois devolvê-las aos donos. Como administra sozinho a página, todos os custos são assumidos por ele. Mas para ele vale a pena sentir que as pessoas se emocionam e colaboram, em especial aquelas que vivem em outro país. Para Nilton a importância de seu trabalho é preservar nossa memória, reviver momentos e projetar o futuro. Para nós curtidores, a página é um singelo presente onde podemos nos deliciar com as imagens de nossa terra e nos sentirmos protagonistas de nossa história.

PERDÃO PRÉVIO - Por isso, a partir de hoje – e com o perdão dos bons escritores que me serviram de modelo; dos professores de Português que me instruíram desde o ensino fundamental; das gramáticas que me observam de plantão, na estante ao lado da minha mesa; e do meu pai que sempre me mostrou a importância da correção no uso da língua – vou institucionalizar o uso inadequado de aspas nessa coluna. Fica como minha contribuição prática e efetiva, visando a um novo e futuro acordo ortográfico para a simplificação da comunicação entre quem escreve e quem lê.

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

F

Uma das fotos antigas de Valadares que foram postadas por Nil Rodrigues na fanpage que resgata a memória da cidade

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GERAL

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Dirt Jumping: o risco da aventura O Dirt Jupimg é uma das cinco variações do BMX, uma das mais difíceis e a mais radical modalidade feita com bicicletas. Diórgenes Lessa

Gina Pagú / Repórter

Bicicletas que quase voam, pilotos que fazem manobras que misturam bicicross com saltos e piruetas. Tudo isso em uma pista de terra, com rampas únicas e altas, doublés ou trails, que são rampas em sequência. O Dirt Jupimg é uma das cinco variações do BMX, surgiu nos anos 70 nos Estados Unidos, e pode ser considerada uma das mais difíceis e a mais radical modalidade feita com bicicletas. Com manobras de alto risco, o atleta para praticar o Dirt precisa ser corajoso, hábil e persistente para realizar os saltos mais arriscados. Na maioria das vezes, as pistas de treino são construídas pelos atletas, com uma pá nas mãos e muita força de vontade. O que não tira a paixão dos atletas pelo esporte. Felipe Stork, 20, que pratica o Dirt há pelo menos 10 anos, diz que quando ganhou sua primeira bike se apaixonou pelas aventuras do estilo Dirt. “Meu sentimento hoje por esse esporte é infinito. É algo que quando você gosta você gosta de verdade. Trabalhamos nas pistas, nas rampas, e principalmente adoramos praticá-lo. É gratificante conseguir as manobras e os saltos, além do sentimento fraterno de construir algo com os amigos em que vamos nos divertir muito depois.” Vikin Fernandez, 21, atleta de Dirt há 7 anos, explica que o esporte se tornou quase estilo de vida. “Para mim é a minha vida. Acordo e durmo pensando em BMX. Já acordo com vontade de andar de bike. Esporte é saúde, mas para mim é muito mais.” Apesar dos aficionados pelo estilo radical, o cenário desse esporte em Governador Valadares hoje agrega somente 15 atletas. O Dirt, que já proporcionou campeonatos e disputas acirradas na cidade, está tentando se reerguer. Os praticantes tentam parcerias da Prefeitura e da Secretaria de Esportes. Stork diz que precisam de apoio para solidificar a modalidade em Valadares. “O Município vem nos apoiando há uns cinco meses, mas isso surgiu quando conseguimos

As bicicletas voam ao superar os obstáculos da pista de terra, exigindo habilidade do ciclista para dominá-las

criar a Associação de BMX Dirt e Street de Governador Valadares. O departamento da juventude está nos ajudando a executar um evento que programamos para Março desse ano. Mas queremos buscar mais incentivos e apoio. Afinal o Dirt tem que ser valorizado como os outros esportes.” Limites Luiz Souza, atleta veterano de bikes, diz que o Dirt não é um esporte comum e que é necessário ter excelente condicionamento físico para praticar. “Esse é um estilo extremo e radical feito com bike. Exige do atleta muito conhecimento, habilidade, fle-

xibilidade, pois as quedas são constantes. O biker tem que estar muito bem preparado fisicamente. Mas há uma idade limite para pratica, normalmente que tem mais de 40 anos não deveria se arriscar tanto.” A educadora física, Aline Araújo, explica que o esporte pode ser praticado por pessoas de todas as idades, mas observando o uso de equipamentos de segurança adequados. “Como todo esporte, o Dirt também requer um condicionamento físico do atleta. Proporcionando melhora na aptidão cardiorrespiratória e agilidade física que são fundamentais para um bom desempenho nessa pratica esportiva. E por exigir muito do corpo como um todo, os membros

Direitos Humanos Flávio Fróes

Grandeza e miséria A denominada Era Digital, que pensadores um tanto otimistas acreditam ser a culminância da História, impregna, na verdade, todos os setores do fazer humano. Dos telefones celulares de um trabalhador rural do Tocantins às bibliotecas das universidades americanas e europeias, toda informação que se busque estará disponível em linguagem matemática de acesso universal e para utilização imediata. Olhando pelo retrovisor e com auxílio de muita imaginação, os exemplares da espécie humana poderão sentir-se privilegiados por estarem nesse ponto de sua trajetória. Os registros históricos mais confiáveis atribuem ao matemático e pensador francês Blaise Pascal (1623-1662) precedência na construção da tetravó absoluta das modernas calculadoras: tratava-se de um instrumento dotado de engrenagens e rodinhas que, corretamente manipulado, efetuava operações aritméticas. Duzentos anos depois desse feito, estudos do matemático britânico George Boole (1815-1864) levaram ao surgimento do sistema de numeração binário, que é a base teórica da lógica das linguagens digitais. Eis aí um episódio que engrandece a espécie humana. Das pinturas rupestres – cujos autores não imaginavam, por certo, que seus rabiscos marcados na superfície das rochas com técnicas tão rudimentares alcançassem tamanha perenidade –ao despojamento das linguagens matemáticas que possibilitam a um artefato lançado da Terra atingir a superfície de um cometa, por exemplo, que esplêndida caminhada! Mesmo recém-chegada, porém, a Era Digital já de-

sestabiliza usos e costumes além de sacolejar antigas convicções. Quem ligou seu televisor (digital certamente) nos programas de notícias da última semana viu o lado avesso da grandeza acima referida. Um adolescente, cuja vida física, desde a fase de gestação, foi preservada por obra e graça da Lei nº 8069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) foi filmado (digitalmente) ao cometer um latrocínio. Apreendido nos termos do artigo 103 e seguintes daquela Lei, declarou à autoridade algo como “matei e mato”! Em outro cenário e também por esses dias, a intolerância, praga da espécie humana desde a Pré-história, equipou-se com o que há de mais atualizado da Era Digital para transmitir pela televisão, com notável apuro tecnológico, seus rituais de “fé cega e faca amolada”, que incluíam degolas e fuzilamentos. Emblema e anúncio para os infiéis do mundo inteiro: o fim vem! Aliás, nem é preciso sair do perímetro urbano para experimentar alguns sinais de fim do mundo. Aí estão as diversas formas de desrespeito e abuso a crianças, adolescentes, idosos e deficientes; atos de crueldade indiscriminada a toda espécie animal, incluída a humana; depredação dos equipamentos urbanos de utilização comunitária; degradação intencional do ambiente, repetidas agressões à biodiversidade... Pelo visto cada habitante do Planeta tornou-se vítima potencial de indivíduos alienados e de turbas ensandecidas. Participa da grandeza e da miséria de sua espécie.

Flávio Fróes Oliveira é filósofo e estudioso dos direitos das crianças e adolescentes.

inferiores são os mais explorados. Portanto é necessário um trabalho de fortalecimento desses membros principalmente dos joelhos e o uso de proteção durante a prática esportiva como: capacetes, cotoveleiras, luvas e joelheiras.” Stork diz que o prazer do esporte é algo inexplicável, mas que no quesito perigo e dores, ele já passou momentos de dificuldades, e diz que mesmo assim não vai parar de pedalar. “Já passei por três cirurgias nos joelhos por causa de rupturas nos ligamentos cruzados, e irei fazer a quarta no início do mês que vem. Estou há quase dois anos sem pedalar por imprudência minha, tive lesões e não segui o tratamento adequadamente. Eu adoto o estilo mais agressivo nas pistas, e todo o cuidado é pouco. Mas no caso de torções e lesões não podemos deixar de nos cuidarmos, senão não há como voltar para o Dirt.” Souza explica que as áreas mais afetadas na prática desse esporte são joelhos, coluna, cotovelos, ombros e tornozelos. “Embora todo impacto no corpo, a gratificação desse esporte está no sucesso das manobras, na satisfação do atleta em conseguir se superar e na conquista cada vez mais de coordenação motora. Mas o risco maior está na construção das pistas, muitas vezes feitas pelos esportistas, em terrenos baldios e áreas desocupadas, o que geram pistas sem limites, com rampas altas demais, e sem os devidos cuidados de segurança para o atleta. Alguns saltos podem chegar à altura de 5 metros do solo, e uma aterrisagem mal feita pode custar muito caro. O ideal é começar com uma boa bike e um instrutor ao lado.” Araújo alerta para o cuidado com o público. “Devemos pensar também em quem vai as pistas para assistir ao show proporcionado pelos bikers. E o público também deve ter segurança. É necessário mantêlos em uma distância segura, de forma a evitar a proximidade com os atletas, principalmente nos setores aonde a pista seja curva, local de boa parte dos acidentes nas provas.”

Prefeitura implanta consultório na rua A Prefeitura de Valadares vai implantar o consultório na rua – um serviço que visa oferecer cuidados diferenciados com a saúde de quem vive nas ruas do Município. O serviço conta com o apoio do Programa Crack é Possível Vencer, da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) e da Secretaria Municipal de Saúde e acolherá e atenderá 700 moradores de rua cadastrados sob encaminhamento voluntário. A equipe, que vai trabalhar durante 40 horas semanais, conta com 2 psicólogos, enfermeiro, técnico em enfermagem e dois agentes sociais. A inauguração acontecerá nesta quinta-feira (5), às 17 horas, na Praça dos Pioneiros. Balanço de projeto Além da inauguração do consultório na rua, será anunciado o balanço final das atividades do Projeto Saúde, Valadares é Movimento também nesta quinta-feira, às 17 horas, na Praça dos Pioneiros. Lançado em oito de maio de 2014 pela Secretaria Municipal de Saúde, o Projeto foi idealizado para ir ao encontro da população com o intuito de acolher e levar até ela informações e serviços de saúde ofertados pelos centros de referência e atenção básica. O evento, que é realizado pela equipe do Departamento de Atenção à Saúde (DAS), juntamente com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e tantos outros parceiros e profissionais da saúde, já agitou os moradores dos bairros Jardim Primavera, São Pedro, SIR, Santos Dumont, Floresta, Universitário, Cardo, Capim, Sion, Turmalina, Atalaia, Azteca, Ipê, São Raimundo, Vila do Sol/Vila dos Montes, além do distrito de Itapinoã.


CORRESPONDENTES

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Café com Leite

Política

Marcos Imbrizi / De São Paulo

Lucimar Lizandro

Divulgação

Eleição na Câmara Federal, a direita se fortalece

O carnaval da “crise hídrica” A falta de água, também conhecida como crise hídrica, parece não ser exclusividade paulista e atinge também as Minas Gerais. Coincidentemente a crise surge no período em que os governadores eram tucanos. Em São Paulo, depois de passar o ano de 2014 inteiro a negar o racionamento, menos de 30 dias após assumir o quarto mandato, o governador Geraldo Alckmin finalmente reconheceu o problema. Depois disso, um técnico da Sabesp, a empresa responsável pelo abastecimento no Estado, afirmou que, caso o volume de chuvas continue baixo, pode haver um rodízio drástico, ou seja, os paulistas podem ter dois dias com água e cinco sem o precioso líquido. Já em Minas Gerais o problema foi recebido como herança pelo governador Fernando Pimentel, também no seu primeiro mês de mandato. E parece que, assim como São Paulo, o problema está relacionado à redução do volume de chuvas, mas principalmente pelo mau gerenciamento. Por aqui, ao invés de investir em novos sistemas para captação, os governadores tucanos preferiram privatizar a Sabesp e distribuir seus lucros na Bolsa de Valores de Nova York a construir novos sistemas de captação e agora correm contra o tempo para minimizar os estragos produzidos pela escolha adotada. Pelo que acompanhei, o caso de Minas Gerais é o mesmo. O mau gerenciamento levou à crise e agora o novo governo agora corre atrás do prejuízo. E assim como em São Paulo, quem vai pagar a conta é o pobre cidadão mineiro. E por fala em prejuízo, no fim de semana a imprensa divulgou o relatório de gestão do governo mineiro relativo a 2014, que teve um déficit de R$ 2,16 bilhões. Pelo jeito o novo governador e sua equipe vai ter muito trabalho pela frente por conta da herança recebida. Carnaval – Pelo jeito, ao menos aqui no Sudeste, este

deve ser o carnaval da falta d´água. Aliás, no estado de São Paulo, muitas cidades já decidiram cancelar a festa por conta da crise de abastecimento. Por outro lado, nas redes sociais muitas piadas começam a circular como ‘São Paulo vai se igualar a Paris... vai tomar banho uma vez por semana’, ou então, adaptar o famoso bordão atribuído à rainha Antonieta durante a Revolução Francesa. No caso a figura de uma rainha com a cara do governador Geraldo Alckmin afirma ‘Se não têm água... que bebam champagne’. Na capital a festa está confirmada. Aliás, a festa já acontece desde os últimos fins de semana com uma das novidades introduzidas pelo prefeito Fernando Haddad nos dois últimos anos: o resgate dos blocos de rua. Em 2015, segundo dados da prefeitura, o ‘Carnaval de rua de São Paulo’ terá 300 blocos em vários cantos da cidade. Para garantir a festa, a municipalidade garante a estrutura como banheiros químicos, atendimento médico, limpeza e segurança, entre outros. A novidade tem atraído não só paulistas e paulistanos, mas muitos turistas. O bom humor e a irreverência marcam muitos destes blocos na cidade que recebe gente de todo o Brasil e do mundo. O carioca ‘Sargento Pimenta’ que conta com trio elétrico e adapta sucessos dos Beatles a ritmos brasileiros; o Ritaleena, que homenageia a roqueira Rita Lee; e o ‘Galosamba’, que reúne torcedores do time mineiro são alguns exemplos. A expectativa este ano é de um público de dois milhões de foliões. A programação completa está em: http://carnavalderua.prefeitura.sp.gov.br/home/

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

No dia 1º de fevereiro, a câmara e o senado federal elegeram seus novos presidentes para o biênio 2015 – 2016. Embora muito tensas, as disputas se encerraram em primeiro turno, com o PMDB comandando as duas casas. No senado federal, Renan Calheiros foi eleito para o seu quarto mandato. Na câmara federal venceu o deputado carioca Eduardo Cunha, um assumido desafeto da presidenta Dilma Rousseff. No senado concorreram Renan Calheiros – 49 votos e Luiz Henrique – 31 votos. Ambos do PMDB. Na câmara federal os candidatos foram Eduardo Cunha – PMDB com 267 votos, Arlindo Chinaglia - PT com 136 votos, Júlio Delgado – PSB com 100 votos e Chico Alencar – PSOL com 08 votos. Na câmara alta, a reeleição de Renan Calheiros não deverá trazer mais problemas para o governo federal. Mas, a escolha de Eduardo Cunha para presidir a câmara federal é a certeza de muitos sobressaltos e uma relação conflituosa com o executivo federal. O presidente da câmara federal é o primeiro nome da linha sucessória na ausência da presidenta e do vice-presidente da república. Além do mais, cabe a ele o ritmo do andamento dos projetos em tramitação na casa. Também, é sua prerrogativa acolher ou sustar, monocraticamente, qualquer pedido de impeachment contra a presidenta da república. Por tudo isso, o governo federal moveu céus e terras para derrotar o deputado carioca. Além do apoio do próprio partido, dos partidos da base aliada, Eduardo Cunha recebeu prestimosa ajuda da oposição, que vê no líder pemedebista um instrumento de desestabilização do governo federal e ainda a chance de prosperar um pedido de impeachment contra Dilma Rousseff. A eleição de Eduardo Cunha para a presidência da câmara federal vem coroar um momento de claro retrocesso das forças de esquerda no parlamento brasileiro. A legislatura que se inicia é conservadora nos costumes e extremamente liberal quando o assunto é economia. Com essa configuração temas caros aos movimentos progressistas como a união civil de pessoas do mesmo sexo, a regulação da mídia eletrônica, o imposto sobre fortunas, o financiamento público de campanhas, com os quais os eleitores de Dilma Rousseff um dia sonharam, estão solenemente enterrados. Propostas de retirada de direitos trabalhistas e avanço da terceirização deverão ganhar novo ritmo na câmara federal. Dessa forma, governo e movimentos sociais devem atuar de maneira mais próxima, ainda que em campos específicos, a fim de se contrapor a avalanche conservadora que se coloca. Após doze anos de poucas, mas, importantes, conquistas sociais e econômicas, a direita dá o seu recado: a festa acabou. Lucimar Lizandro de Freitas é graduado em Administração e PósGraduado em Administração Pública.

PARABÉNS, GOVERNADOR VALADARES. A FIGUEIRA VIROU PRINCESA! 77 ANOS


CULTURA E ESPORTE 11

FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Histórias que a bola não conta Hadson Santiago

Um jogo e vários sentimentos A partida Democrata x Cruzeiro, estreia das duas equipes no Campeonato Mineiro 2015, mexeu com a cidade de Governador Valadares e toda a região leste desde que a tabela da competição foi divulgada, ainda em 2014. Todos queriam saber o preço dos ingressos e quando começariam a ser vendidos, estavam ansiosos pelos lançamentos das camisas dos dois times, especulavam quais os jogadores do Cruzeiro que viriam à cidade e muitos outros questionamentos. Ou seja, o assunto futebol ficou em evidência por muitos e muitos dias. E à medida que a data do jogo se aproximava, a ansiedade aumentava. E chegou o dia 1º de fevereiro, data do embate entre Pantera x Raposa. Confesso que, apesar de muitos anos de janela, estava bastante ansioso e uma miscelânea de sentimentos se fez presente naquela tarde/noite. Sentimentos de alegria e satisfação por poder ir ao Estádio José Mammoud Abbas na companhia do meu pai e rever alguns amigos e conhecidos. Lá estava, também, Housemberg Pettersen, o Velho Rosa, músico que compôs o maravilhoso hino do Esporte Clube Democrata, além de outro belo hino dedicado a Governador Valadares. Encontreime com Marcelo Alves, ex-jogador do Democrata, e iniciamos um longo bate-papo sobre a sua carreira na Pantera. Marcelo, oriundo de Caratinga (MG), começou nos juniores e esteve presente naquele fantástico time do Democrata vice-campeão mineiro de 1991. Atuou pela Pantera até meados de 1995, quando foi vendido ao Botafogo (RJ) e, no mesmo ano, sagrou-se campeão brasileiro. Atuou ainda por Olaria (RJ) e ABC (RN). Muito atencioso com todos que o cumprimentavam, Marcelo me confidenciou que era a primeira vez que voltava ao Mamudão desde a sua saída em 1995. Trouxe seu filho, um garoto de 11 anos, que pela primeira vez assistiria a uma partida de futebol num estádio. Foi bom rever e conversar com as pessoas. O sentimento de ansiedade crescia com a aproximação da hora do jogo. Os árbitros chegaram e ficaram conversando no gramado. A ansiedade deu lugar ao medo. Sim, medo de que o Democrata fosse prejudicado por aqueles homens que sorriam lá embaixo, ainda vestidos com roupas normais. Por mais bem-intencionado que esteja, o árbitro sempre usa dois pesos e duas medidas no confronto entre um clube do interior e outro da capital. E isso ficou claro e evidente ao longo da partida. Encostavam nos jogadores do Cruzeiro e ele marcava falta. E se o mesmo ocorresse do outro lado? Ah, segue o jogo. Aquele toque da bola na mão do jogador celeste dentro da área cruzeirense gerou muita dúvida. Talvez tenha sido involuntário, mas se o lance tivesse acontecido com um jogador democratense, sem sombra de dúvida que o soprador de latinha mandaria colocar na marca da cal. Certeza absoluta disso. Não estou afirmando que o Democrata perdeu por causa do árbitro, mas ele tratou as duas equipes de forma diferente. Será que colocou a cabeça no travesseiro e dormiu tranquilo no domingo à noite? Apreensão quando o Dinho, torcedor e mascote da Pantera, pas-

Belo Horizonte terá museu do sexo Com slogan definido, “Sexo é a coisa mais natural do mundo”, a presidente da Associação das Prostitutas de Minas Gerais (APROSMIG), Cida Vieira, quer lançar o Museu do Sexo em Belo Horizonte. O projeto será construído na maior área de prostituição do país, onde funcionam 21 hotéis trabalhando em dois turnos, com atendimento 24 horas. A região da Rua Guaicurus, de fama conhecida na Tevê brasileira por contar histórias como de Hilda Furacão e o travesti Cintura Fina, vai abrigar o primeiro Museu do Sexo do Estado. Vieira diz que as prostitutas precisam de apoio para dar visibilidade à profissão e para o reconhecimento do trabalho de cada uma. Atua ao lado das profissionais do sexo, buscando melhorias para a qualidade de trabalho e atendimento, como no período da Copa, em que promoveu aulas de inglês e espanhol para as prostitutas da Rua Guaicurus. Hoje busca apoio para a consolidação do Museu do Sexo com Secretaria Estadual de Cultura e quer inscrever o Projeto na Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (BELOTUR). “O museu vai ajudar a quebrar o estigma do trabalho das prostitutas na sociedade mineira, que é falsa moralista. Convive com a Guaicurus desde sempre e nunca nos assumiu. Agora, as profissionais do sexo vão sair do armário”, afirmou ao Jornal Estado de Minas. Mas o museu não para por aí, a proposta é de imediato lançar o Museu do Sexo Virtual. O antropólogo e artista visual Francilins, também responsável pelo Projeto, disse ao Estado de Minas que enquanto não se consolida o espaço físico, os organizadores e parceiros estão reunindo material visual para o lançamento da versão virtual, com fotos, vídeos, e objetos que recriem a rotina das prostitutas da Rua Guaicurus. “No primeiro momento, temos a plataforma visual. Quando tivermos apoiadores, podemos viabilizar o museu físico. O importante é dar visibilidade a estas pessoas que estão ali trabalhando e que a cidade tenta esconder. Trata-se de um patrimônio imaterial de enorme importância, que poderá funcionar como atração turística, assim como em Amsterdã”, declara ao Jornal. (Gina Pagú)

Hadson Santiago

Paulo de Tarso, do Programa Terceiro Tempo, entrevista Marcelo Alves

sou mal e precisou ser socorrido por uma das ambulâncias de plantão no estádio. Revolta quando cronistas de Belo Horizonte começaram a chamar o campo do Democrata de pasto, areal e terrão. Abrem a boca e falam pelos cotovelos sem ao menos checar a veracidade dos fatos. Há 60 dias não chove em Governador Valadares e a temperatura chega facilmente aos 40°C. Não há gramado que resista. Parte da grama estava queimada, mesmo com todo o esforço do Parceirinho em molhá-la todos os dias. Sentam na própria cauda e se esquecem de que o Mineirão, reformado com dinheiro público para a Copa do Mundo, foi reinaugurado no começo de 2013 e todo o gramado do estádio foi retirado em dezembro de 2014 para um novo plantio. Fazer gracinha com o dinheiro do contribuinte é fácil. O Estádio José Mammoud Abbas é particular e não se usa dinheiro público nas suas reformas. Criticar é fácil, muito fácil. Sentimento de orgulho pela raça, disposição e bom futebol apre-

sentados pelos comandados de Gilmar Estevam. O Democrata fez um primeiro tempo primoroso e foi superior ao adversário. Defesa bem compacta e um bom toque de bola. O golaço de Rodrigão, o afilhado futebolístico do Tico Mineiro, levou os democratense ao delírio. Foi uma obra de arte e que merece uma placa no Estádio José Mammoud Abbas. Na etapa final, o Cruzeiro partiu para o tudo ou nada, atuando com vários atacantes. Foi para cima mesmo. O Democrata sentiu a pressão e não mais conseguia manter o toque de bola. Quando Marcelo Oliveira iria colocar mais um atacante no lugar de um jogador de defesa, ocorreu o empate. Uma desatenção na marcação permitiu o gol de Henrique. A Pantera sentiu o golpe. Quem já jogou futebol sabe disso. O Cruzeiro continuou sufocando e acabou, poucos minutos depois, chegando ao segundo gol. Foi uma pena. Não merecíamos a derrota. Há de se ressaltar, entretanto, que o futebol apresentado pelo time valadarense foi de dar orgulho ao verdadeiro torcedor da Pantera. Perdemos, mas saímos de cabeça erguida. A luta só está começando. Um sentimento de profunda tristeza se fez presente quando ficou visível que 90% dos torcedores presentes no estádio torciam pelo Cruzeiro. Lamentável que moradores de Governador Valadares e da região deixem o time da cidade de lado e torçam por uma equipe de fora, de outra região das Minas Gerais. Sei que moramos num país livre e, teoricamente, democrático. O torcedor que pagou ingresso pode torcer por quem ele quiser, mas é injusto. Aliás, uma covardia sem precedentes. E o sentimento de tristeza se transformou em revolta e indignação quando esses mesmos indivíduos começaram a vaiar, xingar e achincalhar as tradições do Esporte Clube Democrata, um clube fundado em 1932. É revoltante. Se não fôssemos pessoas equilibradas, sei não. Um cidadão sentado próximo a mim, morador da cidade, após uma falta batida pelo democratense Júlio Cesar, soltou a pérola: “Ô da roça!”. Uai, se esse energúmeno mora aqui também, então... E quem disse que morar na roça é ultrajante. Pelo contrário, quem me dera... E mais indignação se fez presente quando percebemos que o público do futebol realmente mudou. Não temos mais aqueles torcedores oriundos do povão. Hoje se tem um bando de coxinhas, torcedores que não manjam nada de futebol e que vão ao estádio sem compromisso com a paixão clubística. Para eles é apenas mais um lazer, um momento de pura exibição. E dá-lhe pau de selfie para aquelas fotos ridículas e poses idiotas. Lembrei-me na hora do texto da Gina Pagú e já publicado no Figueira. Tirar fotos normais, tudo bem, todo mundo tira. Agora, retirar da bolsa o tal pau de selfie e começar aquelas sessões de babaquices... Quanta futilidade! E Einstein já havia dito que teríamos uma geração de idiotas... Não desanimemos. Foi apenas uma derrota. Vamos seguir de cabeça erguida e buscar os objetivos traçados por Gilmar Estevam. E o verdadeiro democratense, aquele que jamais abandona o time mesmo em jogos contra equipes da capital, seguirá o lema cravado na letra do hino de autoria do Velho Rosa: “Nós somos brasileiros, Democrata até morrer”. Ah, como sou vegetariano, odeio coxinha...

Hadson Santiago Farias é democratense desde o dia em que nasceu.

CRÔNICA

Que sexo você tem? Gina Pagú / Repórter

Lembrando a discussão sobre transexualidade na edição 43 do Figueira, e depois de muita gente ter lido e comentado comigo que gostou ou que ficou pensando sobre o assunto. Me recordei dias depois que escrevi a reportagem de uma música do Caetano Veloso: “Nosso estranho amor”. E dos trechos que dizem: “(...) não importa com quem você se deite. Que você se deleite seja com quem for. Apenas te peço que aceite, o meu estranho amor. (...) teu corpo combina com o meu jeito. Nós dois fomos feitos muito para nós dois. Não valem dramáticos efeitos, mas o que vem depois.” Entre uma palavra e outra pensamos em comportamento, valores, religião, preconceito, sentimentos e sexo. E eu fiquei pensando também como nós vivemos a hipocrisia de achar que estamos certos, ora porque somos heterossexuais, homossexuais ou qualquer outra classificação. Como é mais fácil olhar o diferente, e achando-o estranho, o colocamos bem distante de nós. O filho do vizinho pode ser gay, o meu não. A filha da vizinha pode ser trans, a minha jamais. E é assim que fazemos. Todo mundo bateu palmas para o assunto ser discutido num jornal, mas o mais importante é saber ter força e amor para encarar uma parada dessas. E voltando a música do Caetano. Penso que antes de discutir a sexualidade, pensamos em como não falamos de sexo, como isso fica escondido, por mais explícito que esteja na Tevê hoje em dia. Como não falamos com nossos filhos e não paramos para ouvi-los. Como fingimos que nossas filhas são virgens e como isso não é importante. E se eles forem de orientação sexual além da heterossexualidade fingimos que não está acontecendo nada. Mas podemos ser e pensar o que quisermos. E num ponto nos encontramos. Todos vivemos nossas vidas intimas mesmo que furtivamente e escondemos o sexo que temos. E como usufruímos desse prazer de viver, dessa

coisa boa que é o sexo e que ninguém tem coragem de falar, só de torcer o nariz. Ser gordo ou magro, homem ou mulher, ou branco ou negro, ou tudo isso junto e mesclado numa classificação só atrapalha a vivermos nossa sexualidade. Rotular para separar não nos permite deleitarmos para aproveitarmos o amor, como diz a música. Rotular só nos impede de aceitar que o seu par pode ser igual a você. Que você pode ser quem você quiser, e não é obrigada a dizer isso para ninguém. O que não podemos é continuar na hipocrisia de achar que todos somos iguais em tudo. Em querer encaixotar o nosso próprio sexo e o amor por nós mesmos.


FUTEBOL

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FIGUEIRA - Fim de semana de 6 a 8 de fevereiro de 2015

Democrata vai a Varginha pegar o Boa Pantera quer se recuperar da derrota sofrida para o Cruzeiro no último domingo, mantendo a mesma pegada: marcação intensa e jogo no ataque Tim Filho / Repórter

FLASH DA SEMANA

A estreia foi boa. Se for considerado apenas o resultado de derrota por 2 x 1 para o Cruzeiro, não. Mas analisando a postura do time em campo, principalmente no primeiro tempo, e o fato de que até na metade do segundo tempo vencia o bicampeão brasileiro por 1 x 0, sim, a estreia foi boa. Motivado pela atuação de domingo, o Democrata já está em Varginha, onde enfrenta o Boa Esporte neste domingo às 17h. A delegação viajou às 23h de quinta-feira e chegou na cidade do ET às 7h da manhã de sexta. O técnico Gilmar Estevam programou dois treinos em Varginha, na sexta e no sábado. O time não teve baixas. Alguns jogadores fizeram tratamento no Departamento Médico, mas já estão liberados. É o caso de Jadson e João Paulo, com problemas musculares. Na quarta-feira, o volante Júlio César estava com o rosto inchado, por causa de uma inflamação na gengiva. Fez aplicação com gelo, foi ao dentista, medicado e viajou com a delegação. Trazer três pontos de Varginha é a meta. Todos sabem que o Boa Esporte é uma equipe de Série B, e que por pouco não ascendeu à Série A em 2014. Mas o respeito ao adversário não significa que a Pantera vai entrar na retaguarda. O time vai jogar em cima, no campo do adversário, disposto a vencer. Melhor notícia A melhor notícia para o Democrata veio do céu, na quarta-feira. Por volta de 17h, o céu tornou-se cinza na área do bairro Esplanada, onde se localiza o Mamudão. A chuva caiu e decretou o fim do gramado ruim, que tinha várias áreas queimadas pelo sol, com os tons escuros da grama queimada dando a impressão que o campo de jogo era como os campos de várzea, ou seja, com pouca grama e grandes áreas de terra batida. Pelo menos foi esta a impressão que ficou durante a transmissão do jogo de domingo contra o Cruzeiro, pela TV, despertando a ira dos jornalistas belorizontinos, que chamaram o Mamudão de “pasto” e “campo de várzea”. Ao ver a chuva, o zelador do gramado, Dionízio Parceiro, tirou o chapéu e gritou: “glória a Deus!” Foi uma vibração geral no Mamudão. Enquanto a chuva caía, Gilmar Estevam comandava o coletivo-apronto para o jogo de Varginha. Graças a Deus!

Rubens Júnior / Assessoria de Imprensa do ECD

Gilmar Estevam e Sandra Pires, posaram ao lado da prefeita Elisa Costa e outras autoridades presentes à aula inaugural na Estação Olímpica

“Vocês não tem noção de como esta estrutura aqui é importante. Esta escola é um presente. Vocês podem não se tornar atletas olímpicos, mas vão levar valores do esporte para o resto da vida. Eu também estudei em escola pública e consegui chegar onde cheguei. Se vocês quiserem, também podem chegar lá”, afirmou a medalhista olímpica no vôlei de praia, Sandra Pires. A atleta veio a Valadares para participar da aula inaugural da Estação Olímpica na quarta-feira pela manhã. Outro atleta a contar sua experiência no esporte foi o treinador do Esporte Clube Democrata, Gilmar Estevam. “A oportunidade está aí. Dedique-se e acredite e as coisas acontecerão naturalmente. É importante conciliar o esporte com os estudos, pois se você não conseguir ser um atleta, ainda terá chance de vencer na vida”, enfatizou Gilmar. O aluno Victor Lucas Guedes, 13 anos, aproveitou bem o encontro com os atletas, pegou autógrafo, tirou fotos e dú-

vidas; e já decidiu que será engenheiro, caso a carreira de jogador de futebol não vingue. “Achei muito legal a escola trazer os atletas para falar com a gente. Hoje, tivemos uma oportunidade única de ter contato com atletas nacionais. Foi muito bom poder perguntar sobre a carreira deles e ver as medalhas olímpicas de perto”, comemorou. A Estação Olímpica é um projeto inovador da escola em tempo integral, com um viés esportivo. Os alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental da Escola Municipal Octávio Soares Ferreira irão usufruir da moderna estrutura da Estação. Eles terão todo o conteúdo comum às outras escolas, porém com atividades extras voltadas à prática esportiva. Serão, inicialmente, 10 horas/aula semanais. Os interessados em estudar na Estação Olímpica devem correr, pois as vagas são limitadas. As inscrições devem ser feitas na secretaria da própria escola. O endereço é Rua Engenheiro Felipe Moreira Caldas, s/nº, Fraternidade. (Secom/Prefeitura)

Canto do Galo Rosalva Luciano

Fanpage do Galo

O Canto mais lindo das Alterosas volta: Galoooooooo! Começa o nosso Campeonato Mineiro de Futebol. Que traga grandes jogos, grandes momentos de gols, grandes emoções. Que traga bom convívio nos estádios da capital como também nos lindos campos traçados em branco das lindas cidades do interior mineiro. Sinto-me muito feliz em acompanhar meu amado time nos espaços mineiros. Que traga a certeza de competições imparciais e resultados no mínimo justos e que traga para nós atleticanos mais um título, pois a comemoração pelo título maior de futebol das Minas Gerais é tão boa quanto a dos outros. Sempre vibro muito. Quando Bernard deu adeus ao nosso alvinegro, nos sentimos quase como orfãos. Quando o adeus veio do Ronaldinho, aí então sentimos de novo a “dor” de tudo perdido. Confesso um aperto no coração tão grande quando veio a despedida de Diego Tardelli. “Desmanche de time”, “estamos perdidos”, “não vamos ganhar nada” e outras coisas mais foram por mim ouvidas e faladas. Venho me redimir das lamúrias, mesmo que alguns considerem antecipadas as minhas observações. Parece-me que não teremos grandes estragos no time em 2015. Já tinha me entusiasmado bastante a partida amistosa contra o time da Ucrânia, saí bem feliz e pessoas mais entendidas do que eu em técnica e tática também com opiniões iguais. No primeiro jogo oficial contra o Tupi de Juiz de Fora, o primeiro tempo me confirmou que daremos trabalho em tudo que disputarmos. Será competência? Será ajuda divina? Será apenas obra de merecimento o Lucas Pratto hoje estar enjaulado dentro daquelas listas pretas e brancas? Encaixe perfeito. Tudo por tudo. Tem a cara de jogador atleticano mineiro. Como é corajoso, vai e vem sem se preocupar com obstáculos. E o time acompanhou, jogou o fino da bola. Dátolo já é dos nossos e junto com o outro argentino, já ídolo Pratto, fizeram a massa gritar por duas vezes gol. Jesus e seu discípulo

Lucas prometem muitas alegrias aos seus seguidores fiéis. O jogo foi tranquilo e a torcida encantava-se com a troca de passes lindos e com a movimentação do time, todos por todos os cantos. O time mostrava um entrosamento bem atípico para princípio de temporada. Chegamos no placar de 2 x 0 e o Independência saiu festejando. Comemorar 150 partidas por um time é quase uma façanha no troca-troca que é o futebol de hoje. Obrigada por tantos gritos de alívio, Victor. Obrigada por tantos gritos de alegria, tantas lágrimas de emoção e por tantas batidas aceleradas no coração. Você já se eternizou por aqui. Você já é mais que tudo para a nossa torcida também apaixonada por você. Seja sempre muito feliz e como hoje a comemoração é profissional seja sempre você debaixo das traves e com todas as proteções de Deus. Fazemos-lhe reverência. Estou nesta primeira semana de fevereiro, desenvolvendo um trabalho numa cidade bem perto de Patos de Minas/MG. Cidade que no domingo, dia 08/02 será nosso reduto, nosso poleiro. O Atlético vem enfrentar a URT. Me impressiona o interesse pelo jogo, não se acha ingresso, como sempre os aproveitadores de situações caprichando em preços altos, querendo ganhar o mundo e a vida com a desonestidade. Dois adolescentes vieram perguntar sobre alguma forma de conseguir a entrada, aqui infelizmente eu não sei e não consegui, mesmo tentando via Belo Horizonte. Deu peninha ver a decepção destes filhos de amigo. Quando estamos em BH, nos falta esta visão de tantos apaixonados atleticanos fora da região metropolitana, mesmo sabendo que somos a maior de Minas. Que venham sempre mais e mais gritos de Aqui é Galo! Rosalva Campos Luciano é professora e apaixonadamente atleticana.

Dátolo e Lucas Pratto atuaram muito bem contra o Tupi. Cada um marcou 1 gol


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