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Fim de semana com sol entre nuvens. Não chove! www.climatempo.com.br

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32o 20o

MÁXIMA

ANO 2 NÚMERO 48

Não Conhecemos Assuntos Proibidos

MÍNIMA

FIM DE SEMANA DE 20 A 22 DE FEVEREIRO DE 2015

FIGUEIRA DO RIO DOCE / GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EXEMPLAR: R$ 1,00

FIM DA POEIRA, BARRO E LAMA

Prefeitura cria acesso para o IFMG Rubens Júnior

Enquanto os projetos definitivos não são implantados pelo DNIT para a pavimentação da estrada de acesso ao campus do IFMG, a Prefeitura buscou solução para tirar professores, alunos e funcionários dos buracos, da poeira e da lama. A partir do dia 24 próximo, todos seguirão para o campus passando por um acesso asfaltado, dentro do loteamento Ouro Verde, vizinho ao Campus. (foto) A aprovação das vias e a instalação de sinalização pela Secretaria de Serviços Urbanos permitem, agora, o acesso por asfalto ao Campus, pelo portão lateral. Este acesso será permitido apenas para veículos leves e ônibus. Dessa forma, com a urbanização dos bairros Cidade Nova e Ouro Verde, foi possível compor o sistema viário de acesso asfaltado e iluminado ao IFMG.

Página 5 LEIA MAIS NESTA EDIÇÃO Rubens Júnior ECD

CNBB lança a Campanha da Fraternidade 2015 Como sempre faz anualmente depois do Carnaval, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na quarta-feira (18) a Campanha da Fraternidade 2015. O tema escolhido este ano é Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”. A ideia é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade como serviço ao povo brasileiro.

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Michaelen, a pequena notável do futsal Feminino

Democrata quer vitória sobre o Tupi neste domingo Depois de uma boa atuação contra o Atlético Mineiro no sábado de carnaval, em Belo Horizonte (foto), o Democrata volta a campo neste domingo em busca da primeira vitória, contra o Tupi. A Pantera quer se reabilitar das últimas três rodadas sofridas para Cruzeiro, Boa Esporte e Atlético Mineiro, e seguir um caminho de vitórias que leve o time à Série D do Brasileirão e a uma vaga no quadrangular final do Campeonato Mineiro. O clima na Rua Osvaldo Cruz é de confiança. O jogo contra o Tupi será às 16h, no Mamudão.

Mais de 70 famílias são beneficiadas com escrituras pela Prefeitura

Máquina de escamar tilápias é invento de mineiro de Central de Minas

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Michaelen Martins, a Micha, tem 25 anos de idade, mas parece ter menos, tem cara de garotinha. Mas por trás desse jeito de menina existe uma mulher que luta bravamente pelos seus objetivos, na escola e no time de futsal feminino, onde atua.

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PA R L AT Ó R I O

Então, você é contra ou a favor da prisão em cela especial para quem tem diploma em curso superior? Página 2


OPINIÃO

Opinião

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

Tim Filho Acabou o Carnaval. Então...

Lutas e conquistas [ I ] Já se declarou neste espaço opinativo, em mais de uma ocasião, que os direitos humanos não caem do céu. São, na verdade, conquistas coletivas de pessoas inconformadas com as disparidades entre grupos assemelhados. Há pessoas que não percebem, de imediato, o caráter injusto de dada situação e não encontram motivos para propor mudanças no quadro. Há quem capte o aspecto iniquo de algumas relações intergrupais mas devolve o tema discutido enquanto resmunga um mal-humorado “quem pariu carregue...” Há, por outro lado, quem se reconheça como provável parte da solução em casos de determinados conflitos. São, via de regra, avessos(as) a autopromoção, indiferentes a dogmas, confissões, ritos e liturgias, desatentos(as) a modismos e à aparência pessoal. Em resumo, tudo o que se refere a esses exemplares da humanidade concorrem para a mesma conclusão “Não são desse mundo!”. Na verdade pesquisas históricas seriamente conduzidas confluem para comprovar que, desde os enciclopedistas franceses do século XVIII, os(as) cidadãos(ãs) empenhados(as) no respeito ao direito de todos movem-se numa aura de esquisitice. Talvez não sejam mesmo desse mundo. Ainda que provindos(as) de outras galáxias, como alguns(mas) suspeitam, têm sido indispensáveis para o progresso da espécie humana. Para estes e estas o importante é a luta em defesa dos(as) injustiçados(as) de todos os tempos. Luta que nem sempre implica uso de força, com embates, tiros e bombas de efeito moral deflagrados nas molduras urbanas dos grandes centros. O sítio da luta pode ser a cátedra, o púlpito, as boleias das charretes ou as cabinas dos bitrens. Em qualquer tempo, lugar ou circunstância que palavras sensatas possam alcançar ouvidos atentos, essa será a oportunidade da denúncia, do protesto e da pregação do novo. Variam os métodos mas o conteúdo da proposta é sempre o mesmo: luta pelos direitos humanos. Atualmente muitos beneficiários dos direitos trabalhistas se esquecem de como se vivia em tempos passados, até que repouso semanal remunerado, aposentadoria por tempo de serviço e salário maternidade, por exemplo, resultassem das lutas e do sofrimento dos que chegaram primeiro nas ondas da História. A Constituição da República elenca, em seus primeiros artigos, extensa variedade de direitos individuais e sociais. A Lei nº 8069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente enumera igualmente numerosas disposições respeitantes aos direitos de crianças e adolescentes. Também a Lei nº 10741/03 – Estatuto do Idoso regula direitos assegurados a pessoas a partir de 60 anos de idade. Importa observar que 1º) essa construção foi levantada peça por peça. A inclusão de cada item fez-se num dado momento de conquista. Foi assim que milhares de mãos e de mentes cooperaram para construir a Nação justa e solidária. Que ninguém se esqueça disso. 2º) A permanência desses direitos dentro do arcabouço jurídico pode sofrer alterações. Sabe-se, por exemplo, que o rebaixamento da maioridade penal continua como alvo preferencial de fortes grupos políticos ora atuantes no Congresso. A luta continua.

Atualmente muitos beneficiários dos direitos trabalhistas se esquecem de como se vivia em tempos passados, até que repouso semanal remunerado, aposentadoria por tempo de serviço e salário maternidade, por exemplo, resultassem das lutas e do sofrimento dos que chegaram primeiro nas ondas da História.

Artigo de Flávio Fróes Oliveira

Expediente Jornal Figueira, editado por Editora Figueira. CNPJ 20.228.693/0001-81 Av. Minas Gerais, 700/601 Centro - CEP 35.010-151 Governador Valadares MG - Telefone (33) 3022.1813 E-mail redacao.figueira@gmail.com São nossos compromissos: - a relação honesta com o leitor, oferecendo a notícia que lhe permita posicionar-se por si mesmo, sem tutela; - o entendimento da democracia como um valor em si, a ser cultivado e aperfeiçoado; - a consciência de que a liberdade de imprensa se perde quando não se usa; - a compreensão de que instituições funcionais e sólidas são o registro de confiança de um povo para a sua estabilidade e progresso assim como para a sua imagem externa; - a convicção de que a garantia dos direitos humanos, a pluralidade de ideias e comportamentos, são premissas para a atratividade econômica. Diretor de Redação Alpiniano Silva Filho Conselho Administrativo Alpiniano Silva Filho MG 09324 JP Jaider Batista da Silva MTb ES 482 Ombudsman José Carlos Aragão Reg. 00005IL-ES Diretor de Assuntos Jurídicos Schinyder Exupéry Cardozo

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Responsável pelo Portal da Internet Enio Paulo Silva http://www.figueira.jor.br

Artigos assinados não refletem a opinião do jornal

Parlatório Você é a favor do fim da cela especial para quem tem curso superior?

Todos devem ser iguais perante a Lei SIM

Carlos Henrique Nunes

Para iniciar, um exercício de imaginação: Dois jornalistas são acusados de serem cúmplices em um crime. Ambos foram presos antes do julgamento definitivo. O primeiro jornalista foi para uma cela, destas que estamos acostumados a ver pela tevê (superlotadas, imundas...) e lá esperou para ser julgado. O segundo, acusado exatamente do mesmo crime, foi encaminhado para uma cela especial. Por que a Justiça os tratou de forma diferente? Qual a diferença entre os dois homens – de mesma idade e profissão, réus no mesmo processo? O que faria com que um deles tivesse sua presunção de inocência garantida e o outro fosse incluído entre os já condenados? A resposta, um diploma. A mesma Constituição que assegura sermos todos iguais perante a Lei determina que, ao serem acusadas de um crime, algumas pessoas têm direito a permanecer em celas especiais enquanto aguardam a data do julgamento – dentre os privilegiados, estão aqueles que ocupam cargos no judiciário, executivo e legislativo, delegados e outros. Nesses outros, incluem-se os diplomados em qualquer curso superior. Se por um lado é compreensível que um delegado réu numa acusação, por exemplo, não possa ficar junto de presos comuns enquanto aguarda sua sentença, inclusive por questões relacionadas à sua própria segurança; por outro, nada parece justificar que uma pessoa se distinga de outra perante a justiça simplesmente por possuir um diploma. Em psicanálise, costumamos diferenciar os termos enunciado e enunciação. Podemos compreender o primeiro como o significado manifesto; o segundo, aquilo que fica dito nas entrelinhas, que é exterior e velado pelo enunciado e que

desmascara uma verdade. O que se lê nessas entrelinhas não é outra coisa senão a afirmativa de que a justiça não é cega e enxerga cidadãos diferenciados, de primeira e segunda classe. Por que alguém que passou alguns anos frequentando uma faculdade valeria mais e mereceria tratamento melhor que outrem que não teve essa chance ou simplesmente fez outras opções de vida? Outra distinção que talvez lance luz sobre este debate é a que se estabelece entre direito e privilégio. Enquanto o direito é universal e se estende a todos os cidadãos, o privilégio é restrito a um grupo e nunca é universalizado pois, obviamente, perderia sua condição de privilégio. Entretanto, por constar na letra da lei, a cela especial é tratada como direito, quando na verdade não é mais que a perversão de um direito. Um privilégio fantasiado de direito, com uma carga moral, elitista e conservadora. O Doutor tem considerada sua presunção de inocência, aguarda a sentença - ele é inocente até que se prove o contrário. Enquanto isso, o não-estudado é lançado no cárcere junto aos já condenados – quem sabe anúncio prévio do desfecho que o espera. Talvez, muito mais que o fim da cela especial, penso que a questão seja o fim do privilégio da cela especial. Este fim só acontece quando o privilégio for estendido à totalidade dos cidadãos, tornando-se direito universalizado; momento em que todos, de doutores a analfabetos, serão tratados com igualdade, mesmo respeito e serão tidos como inocentes até serem convocados a se apresentar frente à Justiça que, dizem por aí, é cega. Carlos Henrique de Oliveira Nunes é valadarense e psicólogo

A cela especial é uma garantia constitucional NÃO

Sabrina Arantes

Cela especial é a garantia dada às pessoas portadoras de diploma de nível superior, com a finalidade de separá-las dos demais agentes que integram a população carcerária. Perdurará apenas até o trânsito em julgado da sentença condenatória. Uma vez condenada, a pessoa será recolhida ao estabelecimento penal comum. Atualmente, a prisão especial é aplicada, entre outros, aos detentores de mandatos, promotores, delegados de polícia, ministros de Estado, sacerdotes e diplomados com curso superior. Essas pessoas são mantidas em locais distintos dos presídios ou cadeias se precisarem ser detidas antes da sentença definitiva do crime pelo qual são acusadas. Pela proposta para o fim da prisão especial, o benefício seria retirado tanto de quem tem curso superior como de políticos que ocupam cargos eletivos, mas, ao ser votada, a história mudou, tornando mais uma proposta demagógica do Senado para ocultar as mazelas de um sistema prisional desqualificado e desumanizado. A proposta cria alusão ao artigo 5º da Constituição, que reza que todos são iguais perante a lei. Porém, descumpre por duas vezes o mesmo artigo: Primeiro quando segue garantindo o direito à cela especial a políticos e outras autoridades, como juízes; Segundo quando introduz uma pessoa em uma cela super lotada, à mercê de maus tratos e violências múltiplas por parte dos outros detentos e, muitas vezes, dos agentes penitenciários. “Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante.” A medida pouco acrescenta ao sistema penitenciário, pois, segundo o secretário-geral adjunto da OAB, Alberto To-

ron, atingirá um número pequeno de detentos. Mais uma vez o Senado monta um circo para uma discussão vazia e sem modificações reais para a sociedade, mantendo intactos os privilégios que não deveria ter. Até o momento em que o curso superior era praticamente uma exclusividade da oligarquia, este assunto não incomodava. Mas, no momento em que pobres ascendem e conquistam um título superior, a sociedade é chamada para debater o assunto. E debatê-lo em partes porque as largas costas de políticos e juízes continuam intactas. “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro” e a prisão é a senzala moderna. Se a intenção é realmente igualar a todos perante a lei comecemos por aqueles que são pagos por nós e assumem um cargo que deveria ser voltado exclusivamente para os interesses sociais. Estamos exaustos de ver casos de corrupção, onde bilhões de reais são desviados. Dinheiro da saúde, da educação, do sistema prisional. Estes malfeitores têm uma série de privilégios como delação premiada, prisão domiciliar e a própria impunidade. Porque então negar um direito ao cidadão comum? No momento que esta discussão for realmente séria, talvez eu me posicione de forma diferente. Mas hoje, a minha posição é de não concordar em fortalecer um esquema que massacra a população e privilegia grandes corruptos. É urgente uma reforma no sistema penitenciário, uma reforma real, pautada na reintrodução do detento na sociedade, transformando-o em uma pessoa útil para a mesma, considerando sempre o tratamento humanizado. Sabrina Arantes é valadarense e professora de geografia da rede estadual de ensino.


POLÍTICA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

Da Redação

Sacudindo a Figueira A figueira precipita na flor o próprio fruto Rainer Maria Rilke / Elegias de Duino

EBC

Eu não sou Getúlio. Não sou Jango. Não sou Collor. Não vou me suicidar. Não faço acordo. Não renuncio. Os nossos adversários terão de assumir que não passam de um bando de golpistas que não respeitam a vontade soberana do povo brasileiro. Dilma Rousseff - Presidenta do Brasil

Vendendo palestras Todo o quiproquó de Joaquim Barbosa em torno das visitas que o ministro José Eduardo Cardoso recebeu de advogados de empreiteiros da Lava Jato serviu para várias coisas, mas, principalmente, para: 1) ele se manter à tona no noticiário depois que Sérgio Moro tomou seu lugar como paladino da esperança; 2) valorizar seu passe como palestrante. No vácuo jornalístico do Carnaval, o ex-presidente do STF viu uma oportunidade de usar o chamado marketing pessoal. Acompanhe a cronologia. No dia 14 de fevereiro, mandou: “Nós,

brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a Presidente Dilma demita imediatamente o Ministro da Justiça.” Em seguida: “Reflita: vc defende alguém num processo judicial. Ao invés de usar argumentos/métodos jurídicos perante o juiz, vc vai recorrer à Política? Gerou o barulho esperado. A OAB acabou divulgando uma nota dizendo o que Barbosa já sabia: “O advogado possui o direito de ser recebido por autoridades de quaisquer dos poderes para tratar de assuntos relativos a defesa do interesse de seus clientes. Essa prerrogativa do advogado é essencial para o exercício do amplo direito de defesa”. Leia mais no www.diariodocentrodomundo.com.br

FRASE

A democracia é o pior regime que existe. Pena que não inventaram um regime melhor. Winston Churchill - Primeiro Mininisto inglês, anos1940

BLOCO DE NOTAS

Quarta-feira de cinzas

Gramado

Depois de quase 4 dias com ruas vazias e vagas de estacionamento por todos os lados, o sinal mais evidente do fim do carnaval pode ser visto ao meio-dia de quartafeira, com um engarrafamento na Avenida Minas Gerais, próximo à Praça Serra Lima. Em meio ao tumulto, muitos guardas municipais, prontos para multar. Acabou o carnaval.

As chuvas que caíram no início do mês deixaram o gramado do Mamudão verdinho de novo. Durante o carnaval, o zelador do gramado, Seo Dionízio (que ninguém conhece por este nome) ou “Parceirinho”, como queira, cortou a grama e deixou tudo preparado para o jogo contra o Tupi, neste domingo, às 16h. Agora vai!

Cinzas

Quando o árbitro encerrou o jogo entre Atlético e Democrata no Independência, o presidente do Democrata, Edvaldo Soares dos Santos, andou pelo gramado e observou atentamente alguns pontos do estádio. E disse que o estádio do Democrata seguirá os moldes da Arena Independência, com arquibancadas bem próximas do gramado. O presidente quer transformar o fututo estádio da Pantera em um caldeirão.

E a quarta-feira seguiu com cinzas. Mas antes das cinzas houve fumaça e fogo. Onde? Debaixo da ponte de São Raimundo. Alguém (sujeito oculto) resolveu atear fogo nas montanhas de lixo depositadas ali diariamente. Foi uma forma de diminuir o mau cheiro e acabar com as “montanhas”.

Cinzas II Só não virou cinza aquilo que o fogo não deu conta de consumir, como gesso, concreto, tijolo e terra. Pneus, isopor, sacolas com lixo doméstico, sofás, pedaços de guarda-roupa, tudo isso ardeu em chamas. E virou cinzas. As pessoas têm abusado e depositado ali tudo quanto é tipo de resíduo. A Prefeitura precisa tomar providências urgentes para coibir os abusos.

Arena da Pantera

Arena da Pantera II Luiz Castro, sócio do empreendimento Chácaras Miura, patrocinador do Democrata, também ficou de olho na Arena Independência. E aprovou tudo. Perguntado se o Democrata teria uma arena igual, ele respondeu: igual nada, muito melhor! Eita!

EBC

O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner, abre a Campanha da Fraternidade 2015 nesta Quarta-Feira de Cinzas, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil [Foto: Marcelo Camargo/ Cartaz da Campanha da Fraternidade Agência Brasil] 2015, espalhado por todas as paróquias

Campanha da Fraternidade 2015 quer aprofundar diálogo entre Igreja e sociedade Da Agência Brasil A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou na quartafeira (18) a Campanha da Fraternidade 2015. O tema escolhido este ano é Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”. A ideia é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade como serviço ao povo brasileiro. A campanha propõe ainda buscar novos métodos, atitudes e linguagens

na missão da Igreja de levar a palavra a cada pessoa. O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, lembrou que o momento escolhido para o lançamento da campanha – o início da Quaresma – é considerado de extrema importância para a Igreja. “Queremos ajudar a construir uma sociedade mais humana e mais divina”, disse. “Sermos pessoas de fermento na massa. Esse é o desejo da campanha.” Durante a cerimônia, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, destacou o compromisso do governo com a emancipação dos pobres. “Defendemos os

pobres, não a pobreza. Queremos que os pobres se libertem”, disse. “Queremos que as pessoas se tornem protagonistas, sujeitos de sua vida e de sua história.” Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, pastora Romi Márcia Bencke, a campanha destaca a necessidade de promover o debate de valores éticos e também do papel missionário da Igreja. “O tema da campanha deste ano nos desafia para uma ética global de responsabilidades. Nos ajuda a refletir sobre o nosso papel enquanto igrejas e enquanto religiões.”

Por fim, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcos Vinícius Furtado, defendeu medidas urgentes para a proteção e o acolhimento aos mais pobres e uma reforma política no país. “A luta por dignidade, justiça e igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. “Precisamos dar um passo adiante na atual situação de um sistema político desigual. Há a necessidade de todas as instituições participarem desse esforço em busca de um sistema político igualitário.”


METROPOLITANO 4

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

Prefeitura resolve problema de acesso ao IFMG Com o atraso na execução do projeto de pavimentação da estrada pelo DNIT, Prefeitura cria acesso alternativo pelo bairro Ouro Verde Da Redação

Diórgenes Lessa

As constantes reivindicações dos alunos e direção do IFMG pela pavimentação da estrada de acesso ao campus ainda não foram atendidaspelo DNIT, mas por meio de um esforço da Prefeitura, o problema foi resolvido temporariamente. Agora, quem se dirige ao campus, ao invés de passar pela estrada sem pavimentação, pode passar pelas ruas pavimentadas do bairro Ouro Verde. O projeto de implantação da continuidade da Avenida Minas Gerais, como passagem urbana da BR 259, foi contratado pela Prefeitura de Governador Valadares e ficou pronto em julho de 2014. Desde então, a Prefeitura apresentou e doou o projeto para o DNIT na expectativa daquele órgão conseguir recursos do Orçamento da União para agilizar a construção da via. Da mesma forma, a Prefeitura doou o projeto da Avenida Universitária à UFJF para construção da via que ligará o Campus do IFMG ao Campus da Universidade Federal. No entanto, enquanto os projetos definitivos não são implantados, a Prefeitura buscou solução para o acesso asfaltado ao IFMG. A pavimentação das vias do loteamento Ouro Verde, vizinho ao Campus, foram aprovadas pela Secretaria de Obras, que já as inspecionou. A aprovação das vias e a instalação de sinalização A antiga estrada de terra, que serve de acesso à portaria do Campus do IFMG, já está sendo evitada por motoristas e motociclistas, que seguem pelo Ouro Verde pela Secretaria de Serviços Urbanos permitem, agora, o acesso por asfalto ao Campus, pelo vulgou, por meio de nota, que a solução é resul- nas Gerais, a comunidade acadêmica se depara redor; fazer correções no asfalto; instalar e ligar a iluminação até o Carnaval. A partir de então, portão lateral. Este acesso será permitido ape- tado de acordo firmado entre o IFMG, Prefeitura com poeira e, na época de chuvas, com lama. nas para veículos leves e ônibus. Dessa forma, Municipal e Peixoto & Souza (responsável pelo Desde o aceleramento das obras do lotea- a Prefeitura comprometeu-se a receber o emprecom a urbanização dos bairros Cidade Nova e loteamento Ouro Verde), e que o acesso, pelo mento em meados de 2014, a Prefeitura mani- endimento e assumir a manutenção do bairro, Ouro Verde, foi possível compor o sistema viário asfalto do bairro Ouro Verde, estará autorizado festou boa vontade em criar este trajeto alterna- sinalizá-lo e autorizar a circulação parcial para atendimento à comunidade IFMG, mesmo sem a partir da próxima terça-feira, dia 24 de feve- tivo pelo bairro Ouro Verde. de acesso asfaltado e iluminado ao IFMG. A direção do Instituto Federal de Minas reiro. Segundo a nota, a alternativa irá facilitar o A Peixoto & Souza empenhou-se em travar a interligação de algumas das suas ruas à extenGerais(IFMG), campus Governador Valadares di- trajeto ao campus, sendo que pela Avenida Mi- os bueiros e dar o devido acabamento ao seu são da Av. Minas Gerais.

CIDADANIA / INFORME DE INTERESSE PÚBLICO A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e a Controladoria-Geral do Estado publicaram resolução conjunta que disciplina a divulgação no Portal da Transparência (www. transparencia.mg.gov.br) da remuneração e subsídio dos servidores, militares e empregados do Governo de Minas. A forma de divulgação atende a Lei de Acesso à Informação (Lei Federal nº 12.527/2011) e segue os parâmetros adotados pelo Governo Federal. Pela resolução, os dados dos servidores e militares da Administração Direta ficam disponíveis em planilhas para consulta a partir desta terça-feira (31). O sistema permite o download das planilhas. As informações sobre a remuneração dos servidores de

fundações e autarquias estarão disponíveis a partir de 31 de agosto próximo. No dia 30 de setembro passam a ser divulgadas as verbas remuneratórias dos empregados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab), Rádio Inconfidência, Trem Metropolitano de Belo Horizonte e Companhia Mineira de Promoções (Prominas) em seus sítios institucionais. A remuneração dos empregados da Minas Gerais Administração e Serviços S.A (MGS) e da Companhia de Tecnologia de Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge) será divul-

gada em seus sítios institucionais a partir de 31 de outubro deste ano. Nesse primeiro momento, serão divulgadas as remunerações dos servidores que estão na ativa. A resolução atende ao Decreto nº 45.969, de 25 de maio de 2012, que determina o acesso à informação da remuneração e subsídio percebidos por ocupante de cargo público (art.4º, parágrafo VIII). Pelo decreto, que prevê a adequação dos mecanismos internos às normas autoaplicáveis da Lei de Acesso à Informação, todos os cidadãos terão direito de acesso à informação dos órgãos e as entidades do Poder Executivo estadual de maneira objetiva, ágil, de forma transparente. A CGE atualizará os dados no Portal até o

Mais de 70 famílias recebem escrituras Da Redação “Ganhei o lote há cerca de 20 anos e este é um momento muito importante, pois a escritura é um documento necessário pra que tenhamos segurança, não é? E agora é só registrar. Estou muito feliz. Foi lá, onde eu e minha esposa criamos nossos três filhos. Agora, tenho a tranquilidade de que será uma herança pra deixar pra eles”. A declaração é do operador de bomba, Manoel Romualdo Rosa, 49. Para ele e outras 69 famílias dos bairros Turmalina, Fraternidade, Conquista e Novo Horizonte a manhã de sexta-feira (13) foi de alegria e do fim de incertezas. Manoel Romualdo foi o primeiro a receber da prefeita Elisa Costa a documentação necessária para a regularização de seu imóvel no bairro Turmalina. Também moradora do Turmalina, a aposentada Ruth de Carlos Freitas, 65, comemorou. “Moro há quase 20 anos no Turmalina e acho o bairro mais lindo de Valadares. Hoje, volto mais feliz pra casa que a partir de agora será ainda mais especial. Era um sonho ter a escritura. Agora que conseguimos, vamos buscar a realização de outros projetos, como a reforma da casa, por exemplo.” A prefeita Elisa Costa ressaltou o esforço do governo municipal para regularizar diversos bairros da cidade por meio do Programa Municipal de Regularização Fundiária. “Estamos trabalhando com muito empenho, pois temos um compromisso com a comunidade: que as pessoas possam ser donas definitivas de seus imóveis; que os filhos tenham o direito de morar; e que as famílias tenham a segurança de que ninguém poderá tomar suas moradias”.

Famílias beneficiadas Desde 2009, a administração pública municipal já beneficiou mais de mil famílias com a entrega gratuita das escrituras de imóveis por meio do Programa de Regularização Fundiária, que tem garantido o direito definitivo de posse a famílias de vários bairros de Valadares. De acordo com a lei 6.029, de dezembro 2009, aquele que possuir um único imóvel em um bairro situado numa Zona de Habitação de Interesse Social (ZHIS) - e utilizá-lo para sua moradia - será beneficiado com a gratuidade da alienação, ou seja, não pagará ao Município pelo imóvel. Quem tiver mais de um imóvel, receberá o benefício em apenas um deles – aquele que utilizar como sua moradia –, tendo, assim, que arcar com as despesas da regularização dos outros. Como requerer a escritura? Procure a Central de Atendimento da Prefeitura (CAC) para informações; Atendimento da CAC: segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17 horas; Os interessados devem residir em um dos bairros já regularizados para a concessão do benefício; Os interessados devem estar em dia com o Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU). O interessado que possuir apenas um imóvel com até 70 m², que residir nele e tiver renda familiar de até dois salários mínimos pode ainda requerer a isenção do IPTU, caso não tenha condições de pagá-lo.

último dia útil de cada mês. De acordo com a resolução, caberá à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) encaminhar para a Controladoria os dados extraídos do Sistema Integrado de Administração de Pessoal e os valores de jetons – remuneração percebida por servidor público estadual como representante do Estado em Conselhos de Administração e Fiscal de empresas controladas direta ou indiretamente pelo Executivo. Os órgãos e entidades que não utilizam o Sisap, como a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), enviarão os dados diretamente para a CGE.

CURTAS

Alteração de linhas de ônibus A secretaria de Serviços Urbanos tem se esforçado para atender às solicitações dos usuários do transporte coletivo em Valadares. Desde o último sábado (14), o usuário que estiver na av. Minas Gerais, após o mergulhão, poderá utilizar, além da linha 18, a linha 01A (Santa Rita/BNH Grã-Duquesa) com destino à UBS Esperança na rua Pirapora. E, atendendo a solicitações, desde o último dia 9 os moradores do distrito de Baguari foram beneficiados com mais opções de viagens nos horários de pico dos dias úteis. Os horários dos finais de semana também foram alterados, conforme tabela em anexo.

Posse do Conselho do Parque Os 28 membros do Conselho Consultivo do Parque Natural Municipal (14 titulares e 14 suplentes), eleitos no final do ano passado, tomaram posse no dia 12, em solenidade presidida pela prefeita Elisa Costa. O mandato é de dois anos (2014/2016), renovável por igual período de tempo. O cargo não é remunerado. O Conselho Consultivo tem, entre outras funções, a de elaborar o regimento interno do Parque; acompanhar a implementação do plano de manejo da Unidade de Conservação; e auxiliar na tomada de decisões sobre as atividades do Parque.


METROPOLITANO 5

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

CRASE realiza ações de prevenção no carnaval Da Redação

As palavras latinas carnis e valles deram origem ao termo carnaval, relacionando-o à ideia de satisfação dos prazeres da carne. Como o evento é realizado antes da quaresma – período em que a tradição católica leva alguns de seus fiéis a não comerem carne -, algumas pessoas, literalmente, desfrutam dos deleites do corpo. Exaltados pelas músicas que remetem à sexualidade, pelo calor, pela alegria e pelo consumo do álcool e de outras drogas, acabam transformando o que era para ser uma brincadeira na rua, no sambódromo ou atrás dos trios elétricos em promiscuidade. Isso, porque fazem sexo sem proteção e com vários parceiros. Pensando em proteger a saúde dos foliões, o Centro de Referência em Atenção Especial à Saúde Dr. Ladislau Salles (CRASE) distribuiu, na sexta-feira (13), em pontos estratégicos da cidade, camisinhas e orientações de como se prevenir das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST). A ação teve início logo pela manhã, das 8h ao meio-dia, na BR- 259. Das 13h às 14h30 foi a vez dos transeuntes e viajantes da Estação Ferroviária serem beneficiados pela atividade. E para finalizar, das 18 horas à meia-noite, os contemplados foram aqueles que passarem pela Estação Rodoviária de Valadares. Novos casos Em 2014 foram registrados 101 novos casos de DSTs em residentes de Valadares. 1.567 pacientes estão cadastrados no CRASE; lá,

recebem atendimento médico e tratamento. Em 2013 foram registrados 113 novos casos e contabilizados 1.467 atendimentos. Equipes de saúde na luta contra a AIDS Além do CRASE, as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Santa Rita I e II, junto ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família V (NASF), estiveram envolvidos em uma mobilização contra a AIDS neste carnaval. A intenção era orientar as pessoas a caírem na folia com proteção, utilizando sempre camisinha. Para isso, foram dadas informações, distribuídos panfletos e preservativos na Avenida JK, próximo à entrada do Distrito Industrial, na sexta-feira (13). A fim de conscientizar a população a brincar no carnaval com confetes, serpentinas e, principalmente, com muita responsabilidade e segurança, os integrantes da ESF Mãe de Deus I e II abordaram motoristas em um dos pontos mais movimentados da cidade: a BR116. A blitz aconteceu às 8h com mobilização em frente ao posto para esclarecimentos e orientações, além da entrega de preservativos pelos profissionais de saúde. Nessa mesma data, os profissionais da Estratégia de Saúde da Família SIR I estiveram na saída da cidade, depois do viaduto B, no bairro Sir, para distribuir camisinhas e dar dicas de como curtir a festa de forma saudável, prevenindo-se de doenças sexualmente transmissíveis. “Nosso objetivo é promover a saúde, fazendo com que as pessoas aproveitem ao máximo o feriado de carnaval, sem deixar de se cuidar”, afirmou a enfermeira da ESF Sir I, Maria Sueli Carlos de Souza.

INVENTO

Máquina de escamar tilápias é sucesso em Central de Minas Da Redação

Para agregar valor ao produto, José Rodrigues, criador de tilápias, inventou uma máquina para tirar as escapas dos peixes. Com criadouros em Central de Minas, Minas Gerais, José produz até 600 quilos de pescado por mês. “Desde 2005 quando voltei dos Estados Unidos quis investir em um novo negócio aqui no interior de Minas. Hoje tenho um tanque de 45 mil metros quadrados, e mais de 5 mil peixes. As tilápias tailandesas são peixes com adensamento muito grande, pois podemos tirar até 600 quilos, em dois metros por dois, com um metro e 20 de profundidade. Com outros peixes não conseguimos trabalhar com esses números. Sem contar que a tilápia é um peixe de carne muito saborosa. Hoje tenho a outorga do Estado, e posso criar mais peixes, e minha meta é dobrar essa produção em até dois anos, e estabilizar. Mas esse é um mercado que devemos entrar com cautela, na piscicultura é preciso saber investir, pois o risco de perdas é grande. Eu mesmo giro o meu negócio, pois vender para atravessadores não vale a pena nesse tipo de empreendimento.” As tilápias são criadas em tanques redes, que são um sistema de confinamento em que os peixes ficam presos para se reproduzirem, alimentados três vezes ao dia, demorando de seis a sete meses para estarem prontos para o abate. E as invenções de José também estão presentes nos viveiros. “Hoje trabalho com 14 tanques – redes, quero passar para 20 ainda esse ano. Nesses viveiros fiz uma adaptação que ao suspendê-los posso ver a criação de

peixes, e tive que fazer uma adaptação fazendo uma espécie de balsa para manipular e recolher as tilápias com mais facilidade.” Descamadeira A máquina de descarmar veio da sugestão de um cliente, segundo Rodrigues a venda do peixe já pronto para o consumo agregou valor e vendas ao negócio. “Alguns clientes me perguntavam por que eu não entregava o peixe já limpo, sem escamas e sem vísceras. E afirmavam ainda que comprariam mais quilos se estivessem limpos. Eu vendia peixes inteiros e a procura não era tão grande, foi até que pensei em porque não melhorar meu produto e entregá-lo 100% ao cliente? Foi aí que desenvolvi essa ideia da descamadeira para me auxiliar na limpeza dos peixes. Assim estou agregando valor ao meu produto final e aumentando os lucros. O quilo do peixe vivo e com escamas sai por R$ 8 reais, já ela limpa sai por R$ 10, para o cliente essa diferença não é muita, compensa, e o filé de tilápia sai por R$ 26.” Rodrigues explica como é a funcionalidade da descamadeira. “Quanto à máquina de tirar as escamas, eu uso barras de metalon, borracha de pneu, que giram como escovas, em formato de roldanas, e um motor de um quarto de cavalo. Depois é só colocar os peixes, um por um, embaixo dessa roldana, e enquanto gira o peixe sai praticamente limpo em poucos segundos. Outros excessos são retirados com o auxílio de uma faca. Essa criação me rendeu a quinta colocação no prêmio Criatividade Rural Minas de 2009 da Emater Mineira.”

Vitória à Minas Vinícius Quintino / De Vitória

Impeachment delivery Ao mesmo tempo em que os brasileiros vão às ruas para aproveitar o carnaval, a imprensa golpista trabalha incansavelmente para garantir que o povo não esqueça dos boatos envolvendo o Governo Federal e a campanha de golpe travestido de impeachment. As primeiras manifestações nesse sentido, não aguardaram sequer o término da apuração dos votos na última eleição, tendo sido suscitadas por grandes nomes do cenário político nacional, como ex-candidato Aécio Neves (PSDB) e o senador Cássio Cunha (PSDB), que inclusive questionaram integralidade da conceituada urna eletrônica brasileira. Contudo, a maior dificuldade dos oposicionistas, está na inexistência de indícios mínimos capazes de sustentar a abertura de um processo de destituição da Presidente Dilma. Dessa forma, a única saída encontrada por eles foi a de contratar parecer de um renomado jurista brasileiro, de forma que, independentemente das razões ali postas, seria capaz de legitimar futuras manifestação de oposição à presidente. E assim, por algo em torno de cem mil reais, o advogado de FHC, Dr. José de Oliveira Costa, encomendou o impeachment através do Dr. Ives Gandra, o qual defendeu a viabilidade de abertura de processo contra a Presidente Dilma. Segundo ele a Presidente teria cometido ato culposo de improbidade administrativa, diante de eventual omissão na gestãoda companhia Petrobrás nos últimos oito anos (quatro anos como Presidente do Conselho de Administração e quatro como Presidente da República).Pela teoria defendida por Gandra, não obstante oConselho de Administração da Petrobrás ser um órgão colegiado e a presidência da República não estar diretamente vinculada à Petrobrás, Dilma teria a obrigação de saber todos os negócios envolvendo a estatal, de modo que eventual conduta ilícita praticada pelos seus subordinados deveria ser a ela imputada. A escolha pelo advogado paulista não foi aleatória. Gandra é professor, escritor e jurista brasileiro, reconhecido internacionalmente por suas posições extremamente conservadoras. É formalmente vinculado à Opus Dei e adepto ao aumento do poderio militar em detrimento da garantia de direitos humanos. O que chama a atenção no parecer contratado não é a posição pessoal do autor e nem mesmo a dúvida quanto à sua integridade intelectual diante da lógica capitalista, mas sim a oportuna conveniência da mudança de opinião diante do contexto político nacional. Isso porque ele foi um dos principais críticos de Joaquim Barbosa quando decidira pela aplicação da “Teoria do Domínio do Fato” aos réus do mensalão. Naquela época, defendeu que o ex-ministro José Dirceu fora condenado sem qualquer provas, e que seria uma aberração jurídica considerar alguém um criminoso pela suposição de que deveria ter conhecimento das ações ilícitas praticadas por seus subordinados.Com ela, afirma Ives Gandra “eu passo a trabalhar com indícios e presunções. Eu não busco a verdade material. Você tem pessoas que trabalham com você. Uma delas comete um crime e o atribui a você. E você não sabe de nada. Não há nenhuma prova senão o depoimento dela — e basta um só depoimento. Como você é a chefe dela, pela teoria do domínio do fato, está condenada, você deveria saber. Todos os executivos brasileiros correm agora esse risco. É uma insegurança jurídica monumental”. Ora, causa perplexidade observar de quem defendera a integridade da justiça e a necessidade de respeito à presunção de inocência, aceitar uma ficção quanto a omissão culposa como esta. As razões utilizadas por ele para fundamentar a abertura do processo de impeachment são exatamente as mesmas que a pouco tempo sustentaram a não culpabilidade dos réus do mensalão. Não é preciso conhecimento aprofundado para perceber o quão contraditório Gandra foi e como seu parecer é completamente inconsistente. Sua conveniência é diretamente proporcional à fragilidade de seu texto, que em pouquíssimos e desconexos parágrafos, ignorou seus próprios ensinamentos, se deixando fazer instrumento político para alimentar um discurso de ódio contra a atual presidente. Com sua adesão ao golpismo, Gandra, FHC e Aécio brincam com a democracia e mancham sua própria biografia. O pior disso tudo é saber que quem sai perdendo dessa batalha são as instituições brasileiras. Esse é o mal da irracionalidade da raiva – principalmente a do mau perdedor – não ser capaz de medir consequência de seus atos.

Ora, causa perplexidade observar de quem defendera a integridade da justiça e a necessidade de respeito à presunção de inocência, aceitar uma ficção quanto a omissão culposa como esta. As razões utilizadas por ele para fundamentar a abertura do processo de impeachment são exatamente as mesmas que a pouco tempo sustentaram a não culpabilidade dos réus do mensalão. Não é preciso conhecimento aprofundado para perceber o quão contraditório Gandra foi e como seu parecer é completamente inconsistente.

Vinícius Quintino é Servidor Público Federal


CIDADANIA

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

BRAVA GENTE

Ombudsman

MICHAELEN MARTINS

José Carlos Aragão

Arquivo Pessoal

BRAVA GENTE – Quando alguém é ungido pelos holofotes da mídia é porque alguma ele fez. Uma ocasional reportagem sobre um político trará à baila os seus feitos, sejam obras, programas, ou as maracutaias de sempre. Esse tipo de notícia sempre traz junto uma imagem que ilustra a informação e amplia a compreensão do leitor. Em alguns casos, imagens reforçam ou comprovam algo que é descrito ou narrado no texto. Assim, é comum vermos, junto ao noticiário político, fotografias de um viaduto em construção, de alunos de escolas públicas merendando ou – como tem ocorrido com alguma frequência nos últimos tempos –de parlamentares sendo conduzidos a tribunais e presídios. Seguindo o mesmo padrão, quando o foco da matéria é um acidente de trânsito, o jornal a ilustra com uma foto do veículo acidentado – ou, no caso dos jornais sensacionalistas, o corpo estendido no chão. Se for sobre a rainha de bateria da escola de samba, tem que ter foto do seu – digamos -borogodó. Na TV, se o assunto é Neymar, são mostradas imagens de seus gols, seus dribles ou de seu novo penteado. Quando um artista plástico torna-se personagem de uma notícia que exalta sua obra, é natural e desejável que imagens de seu trabalho acompanhem a matéria, para que o leitor tenha pelo menos uma vaga noção do que ele faz. Faltou isso na coluna Brava Gente, da semana passada, no Figueira, que destacou Epaminondas Bassi como um multiartista, criativo, camaleônico e imprevisível. Além de uma foto do próprio, o jornal publicou duas outras que praticamente se repetem, ao apresentarem um mesmo objeto (parte de um manequim feminino em vermelho) em duas diferentes configurações. Sendo - como é – um artista que se expressa de múltiplas formas e em diferentes suportes, seria coerente que a nota viesse ilustrada por fotos de duas ou três obras do artista que destacassem essa diversidade. VELHO SAMBA (I) - Sem querer ficar tocando um samba de uma nota só, devo lembrar que essas coisas acontecem quando repórter e fotógrafo são uma só pessoa, como já comentei em edições anteriores. Não apenas porque, na prática, enquanto o repórter conversa com o entrevistado o fotógrafo pode buscar o melhor ângulo para a sua melhor foto, como este, pela natureza do seu ofício, tende a ser dotado de um maior senso de estética, composição, contraste, luz, cor e equilíbrio, que uma boa fotografia deve ter. VELHO SAMBA (II) - “Livraria e conveniência funciona (sic) em uma loja que (...)”. Trecho do subtítulo da matéria principal da página 9, da edição passada do nosso Figueira. A nota é a mesma de outros sambas que já toquei aqui: sujeito composto pede verbo no plural. RODÍZIO–Revistas semanais costumam reservar várias páginas para grandes reportagens e entrevistas em suas edições. Em geral, essas matérias ganham enorme destaque em suas capas e se transformam em apelos fáceis de venda e de leitura. Entrevistas bombásticas e reportagens investigativas carregadas de denúncias são arroz de festa dessas publicações. Para o bem ou para o mal, diga-se. Jornais diários também praticam o modelo, reproduzindo-o em suas edições dominicais, recheadas de cadernos especiais e suplementostemáticos. Não por acaso, esse tipo de conteúdo é comum a essas publicações, que circulam nos finais de semana: é quando o leitor, teoricamente, tem mais tempo livre para se dedicar à leitura de entrevistas e reportagensmais longas. O Figueira, como semanário, não contemplou plenamente essa demanda, em seu projeto editorial. Ocasionalmente, até tem reservado suas páginas centrais para uma reportagem, mas esta nem sempre faz jus ao destaque que se lhe dá. Grandes entrevistas exclusivas com personalidades reconhecidas ou com anônimos que têm histórias interessantes e originais para contar, também fazem falta ao Figueira. Um rodízio de temas e gêneros seria uma boa opção editorial. Entrevistas e reportagens especiais alternadas a cada semana criariam um padrão funcional e prático, tanto para jornalistas, quanto para leitores. Com esse modelo, o repórter teria mais tempo para averiguar os fatos, fazer a pesquisa necessária, produzir sua matéria e apurar seu texto. E o leitor teria a possibilidade de desfrutar de pautas mais diversificadas e interessantes.

Michaelen se destaca no time de futsal valadarense pela garra e determinação

Micha, a pequena notável Natália Carvalho / Especial

Michaelen Martins, a Micha, tem 25 anos de idade e atualmente está se formando no curso de Educação Física. No entanto, a sua história com o esporte começou bem antes. Desde pequena Michaelen gostava de praticar esportes, e aos anos dez anos de idade ela passou a fazer parte do time de Futsal do bairro onde morava. Após três anos de treinos diários e corridos, na parte da manhã com o time de meninas mais novas, na parte da tarde com as adolescentes, e a noite com as adultas, Michaelen chamou a atenção do seu atual técnico, Guilherme Frossard, que a convidou para fazer parte do seu time. Estes muitos anos de experiência e dedicação renderam em várias vitórias, entre elas o campeonato Brasileiro, ligas e vários outros campeonatos em diferentes lugares do Brasil. “Já passei por várias cidades para competir, incluindo Nova Friburgo, Maceió, São Paulo e Brasília e sempre tento tirar boas experiências de qualquer lugar que vou”, comenta. “Penso que todas as partidas que jogamos é uma experiência a mais. Mas ainda assim, prefiro os jogos mais tensos, pois acabamos por nos dedicar um pouco a mais. Um jogo muito fácil também nem tem graça de se jogar.” No entanto, nem toda experiência que

Michaelen e suas companheiras de time passam é vista desta forma. “Lembro-me de uma vez quando viajamos para os campeonatos escolares. Fui junto a outro time, porém os dois times estavam misturados em duas vans. Uma van foi parada pela polícia e a outra não, então tivemos que explicar toda a situação ao policial e convencê-lo a liberar a van para podermos chegar a tempo do jogo.”, recorda rindo. Depois de passar pelo time da Escola Estadual Professor Nelson de Sena, da Praça de Esporte e do Minas Clube, Michaelen hoje faz parte do time do Clube Filadélfia. “Hoje folgo apenas um dia na semana e treino duas horas por dia, muito pouco tempo comparado ao que treinava quando era menor”, comenta. Porém, além de jogar no time, ela também é referência para as garotas mais novas, das quais dá aulas e treinos. Animada, ela convida para a seleção de novas meninas para o time do Filadélfia, que vai acontecer dos dias 18 a 22 de Fevereiro no Clube. “Temos escolinhas para várias idades e estas meninas vão nos substituindo com um passar do tempo. Vamos ficando mais velhas e tomando um rumo na vida. Estou me formando e querendo uma casa. Mais para frente também terei que passar a bola”, finaliza.

José Carlos Aragão, ombudsman do Figueira, é escritor e jornalista. Escreva para o ombudsman: redacao.figueira@gmail.com

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CORRESPONDENTES

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Café com Leite Marcos Imbrizi / De São Paulo

FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

Crônica Gina Pagú

Divulgação

Carnaval é para todos

Obra de Tomie Ohtake, um de seus últimos trabalhos o ‘Monumento aos Trabalhadores’, foi instalado no Paço Municipal de Santo André em setembro de 2013. A obra em aço, com 12 metros de altura e 15 toneladas de peso, prestou uma homenagem aos 80 anos do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade.

Em São Paulo a educação vai de mal a pior O ano letivo mal começou e a rede pública de educação do estado de São Paulo, que já não andava bem das pernas, passa a enfrentar uma série de problemas. Segundo dados da Secretaria de Educação, são 5,3 mil escolas, 230 mil professores e mais de quatro milhões de alunos. Para começar, cerca de duas mil salas de aula foram fechadas em todo o estado. Só na região do Grande ABC foram 300. Para comportar os alunos, algumas salas passaram a contar com até 85 alunos. Há relatos de pais que não conseguiram matricular seus filhos. Outro problema é que no processo de atribuição das aulas, muitos professores e professoras não conseguiram classes para formar a jornada com a carga horária. Outros tiveram de mudar de escolas. Uma das maiores vergonhas no estado mais rico da União é o caso dos mestres admitidos através de contrato de trabalho temporário, que são mais ‘baratos’ para o governo. Os contratos têm validade de um ano, sem registro em Carteira de Trabalho, sem recolhimento do Fundo de garantia por Tempo de Serviço. Os profissionais contratados através desta modalidade não contam com uma série de direitos dos professores de carreira, como plano de carreira, gratificações por tempo de serviço e evolução funcional, entre outras. Segundo dados do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), em 2014, eram mais de 57 mil professores nesta condição. Muitos deles acabaram desempregados neste início de ano. Além de tudo isso, ainda de acordo com a APEOESP, houve ainda corte no repasse de verbas para a manutenção das escolas e no material fornecido aos estudantes. Outro problema é o racionamento de água, frente à crise que o estado enfrenta atualmente. Frente a esta situação o sindicato mobiliza a categoria em defesa da revisão do fechamento de salas de aula, 25 alunos por turma e a revogação da lei que estabelece o contrato temporário, entre outros pontos. Uma assembleia

geral da categoria com indicativo de greve está agendada para o dia 13 de março na capital paulista. Privatização e o lucro acima de tudo – Reportagem publicada no último sábado pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), conta com quase 300 contratos com grandes empresas consumidoras de água que estabelecem desconto na conta quando consumiram mais água. De acordo com a reportagem, até fevereiro de 2014, quando foram anunciadas as primeiras medidas frente à queda do nível dos reservatórios, estas empresas se comprometiam a gastar ao menos 500 mil litros de água por mês. Com o início da crise estas empresas foram liberadas de cumprir a obrigação. Com certeza este é mais um item que contribuiu para o agravamento da atual crise hídrica que afeta o estado. A questão é: no caso de uma empresa que presta um serviço essencial, como é o caso da Sabesp, deveria pensar primeiro no bem estar da população. Mas na lógica atual da empresa, privatizada durante os sucessivos governos tucanos, o que vem em primeiro lugar é o lucro. Tomie Ohtake – Na última semana morreu a artista plástica Tomie Ohtake, aos 101 anos. Nascida no Japão, Tomie adotou a cidade de São Paulo como sua casa, onde instalou série de obras gigantescas, que foram incorporadas à paisagem da cidade. Um de seus últimos trabalhos o ‘Monumento aos Trabalhadores’, foi instalado no Paço Municipal de Santo André em setembro de 2013. A obra em aço, com 12 metros de altura e 15 toneladas de peso, prestou uma homenagem aos 80 anos do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da cidade.

Marcos Luiz Imbrizi é jornalista e historiador, mestre em Comunicação Social, ativista em favor de rádios livres.

MEMÓRIA

A esquina do Bel-Vic Nos anos de 1950 era assim a esquina do Bel-Vic, ou a esquina das ruas Marechal Floriano com Rua Belo Horizonte. Durante anos funcionou ali a lanchonete e o Hotel Bel-Vic. A lanchonete virou farmácia e o hotel continua a funcionar. Mas no passado, ali, nesta famosa esquina, funcionava um Posto Esso e a agência de automóveis Chevrolet, do comendador Seleme Hilel. A foto é do acervo da página “Fotos antigas e atuais de Governador Valadares”, organizada por Nilton Rodrigues, o Nil. É bom lembrar aos leitores que a lanchonete Bel-Vic tinha este nome por causa de seus donos (Belarmino e Vicente). Nos anos de 1980, a lanchonete pertenceu ao volante do Cruzeiro, Douglas.

Eu que não sou muito de folia, de festejos, de dias a fio correndo atrás do trio elétrico com um copo de cerveja. Nem de muvuca e muita gente junto eu sou fã. Só que eu tenho que concordar que o Carnaval mexe com o nosso país, e até com Minas Gerais que não é a capital das festas como Salvador ou Rio de Janeiro. O fato que o Carnaval é um sentimento que toma conta dos brasileiros de todas as idades. Se buscarmos a verdadeira sensação de alegria que vem do nosso povo percebemos que as crianças demonstram isso da forma mais verdadeira. Elas se enfeitam, brincam, dançam, cantam e não tem disputa em nada, só em sorrir e jogar serpentinas para o ar. São quase 28 dias de festa, fevereiro do início ao fim é motivo para pular o Carnaval tão esperado. Mesmo com todos os problemas econômicos ou de infraestrutura, o povo brasileiro está lá a sambar na Sapucaí ou no percurso Barra-Ondina, ou em todas as cidades do país. É quase impossível achar uma cidadezinha que seja que não tenha um bloco de rua, ou já teve, ou ainda uma família que não se reúne para fazer um churrasco, só porque é Carnaval, o dia inteiro. As crianças não têm hora para dormir, os homens se vestem de mulher e todos tiramos sarro disso, porque fica engraçado o cara muito machão com um vestido justo e curto que pegou emprestado da tia. Por mais que não gostemos sempre perguntamos quem ganhou o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Sempre rimos do tio beberrão que encheu a cara e fica falando bobagens. O fato é que é um dos períodos do ano em que vemos a população mais feliz, mais sorridente, mesmo com gente trabalhando em pleno feriadão. Mesmo que a vida esteja difícil, vamos esquecer isso hoje porque amanhã ainda é festa. Vamos nos lembrar dos nossos problemas só daqui uma semana. Daqui a pouco vem o Dia das mães, dos Namorados, das Crianças, os feriados santos, o Final do Ano e no início de 2016 teremos outros dias de muita alegria, folga, amor, sorrisos, cerveja ou de descanso. Na roça, na praia, no samba ou na piscina. O lance é que vamos estar sempre juntos, sempre brasileiros, e sempre donos da nossa cultura que é a verdadeira dona do Carnaval.

Gina Pagú é jornalista.

Museu da Cidade / Página Fotos antigas e atuais de Governador Valadares


FUTEBOL

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FIGUEIRA - Fim de semana de 20 a 22 de fevereiro de 2015

Histórias que a bola não conta Hadson Santiago

Arquivo ECD

Vilão na quinta, herói no domingo Em 1986 eu morava e estudava em Belo Horizonte. Estava na capital mineira há pouco mais de um ano, mas confesso que não me acostumava com aquela situação. Sentia uma saudade danada dos meus pais, do meu irmão, da minha casa, enfim, da minha cidade. Ficava contando os dias para que o próximo feriado prolongado chegasse logo. E a Semana Santa daquele ano se aproximava. Comprei minha passagem para Governador Valadares e quando olhei a tabela do Campeonato Mineiro quase tive um ataque. De alegria!!! Além de passar alguns dias com minha família, o EC Democrata jogaria duas partidas em casa durante o feriado, uma na quinta-feira e a outra no domingo de Páscoa. Perfeito! É verdade que a Pantera não fez uma boa campanha em 1986, ocupando a 13ª posição no final da competição, num total de 16 equipes participantes, ficando à frente apenas de Villa Nova, Guarani e XV de Novembro (Uberlândia). A torcida compareceu em bom número nos dois jogos, como de costume. Na quinta-feira, o Democrata enfrentou o seu xará de Sete Lagoas. Naqueles tempos, enfrentar o Jacaré não era tarefa fácil para ninguém, nem para os clubes da capital. O Democrata-SL era um time chato, difícil de ser batido, principalmente em seu campo, o acanhado Estádio José Duarte de Paiva, cancha que não existe mais. Mesmo atuando no Mamudão, a Pantera teve enormes dificuldades e não conseguiu furar a retranca do time setelagoano. A torcida começou a ficar impaciente, principalmente o pessoal das arquibancadas metálicas, local onde eu me encontrava. E a partir do segundo tempo surgiram as vaias. O EC Democrata jogava mal e o Democrata FC estava satisfeito com o empate, que não era um mau negócio numa época em que a vitória só valia dois pontos. A vaia é um direito democrático do torcedor que paga ingresso, apesar de não ajudar em nada. A equipe ficou mais nervosa ainda e a peleja se transformou numa pelada. Jogo horroroso! Entretanto, um jogador da Pantera não gostou da atitude dos democratenses das metálicas e começou a reclamar. As vaias tornaram-se mais intensas e o jogador se descontrolou, xingou os torcedores e fez gestos obscenos, colocando a mão na genitália e apontando para as metálicas. O tempo fechou. Objetos foram atirados em campo e o boleiro foi vaiado até o final da partida. Alguns torcedores ameaçaram invadir o gramado e ir atrás do dito cujo, mas foram convencidos a não tomar tal atitude. O árbitro não relatou nada na súmula e o jogo terminou empatado por 0x0. Pouco se comentou sobre a partida e todos só falavam do incidente torcida x jogador. O protagonista da balbúrdia era o zagueiro Luiz Carlos Athaydes, conhecido no mundo do futebol como Luiz Carlos Hippie, numa alusão à sua possível simpatia pelo movimento hippie, comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960. Capixaba de Vila Velha, Hippie iniciou sua carreira no América de Belo Horizonte, com passagens também por Avaí (SC), Uberlândia (MG) e outras equipes, principalmente do Espírito Santo. Era um bom zagueiro. Alto, forte, destacava-se na bola aérea e sabia sair jogando. O tempe-

EC Democrata de 1988. Em pé: Robson, Coqui, Luiz Carlos Hippie, Japonês, Bartô e Borges; agachados: Castro, Mauro Botelho, Naldo, Chiquinho e Nequinha.

ramento, às vezes explosivo, talvez o tenha impedido de obter maior sucesso no futebol. No América havia outro Luiz Carlos, o Gaúcho, por isso, o apelido Hippie pegou mesmo. Por coincidência, Luiz Carlos Gaúcho também atuou pela Pantera, em 1983. Já Luiz Carlos Hippie jogou por aqui nas temporadas de 1986, 1988 e 1989. Voltemos a 1986. A partida do domingo de Páscoa era contra o forte Uberlândia, a melhor equipe do interior naquele ano, tanto que terminou o campeonato com a mesma pontuação do vicecampeão Cruzeiro, perdendo apenas no saldo de gols. Seria uma batalha. A dúvida era se Hippie jogaria ou não. A torcida estava chateada com ele. Comentou-se que ele poderia ser afastado e punido pela diretoria por indisciplina. Ninguém sabia se ele jogaria ou não. O sol estava de rachar e as metálicas estavam cheias. Quando a Pantera entrou em campo, todos ficaram apreensivos. Na fila de jogadores estava ele, Luiz Carlos Hippie. Trazia nas mãos um buquê de flores vermelhas. No meio do gramado, a equipe cumprimentou os torcedores presentes. Hippie caminhou até as metálicas. Um silêncio sepulcral se fez presente. Qual seria a reação do jogador e da torcida? Hippie começou a arremessar as flores, uma a uma, para os torcedores das arquibancadas, num visível pedido de desculpas. Alguns torcedores aplaudiram, outros ficaram ressabiados, coisa de mineiro. Luiz Carlos Hippie, humildemente, encerrou sua distribuição de flores e se posicionou com os demais companheiros para a difícil missão, ou seja, vencer o forte Uberlândia e fazer as pazes com a torcida. Ao contrário da partida anterior, a Pantera jogava bem e enfrentava uma equipe que também queria jogo. O primeiro tempo foi um muito equilibrado e o 0x0 foi justo. Na segunda etapa, o panorama da partida não se alterou, com muito equilíbrio. A equipe do Triângulo Mineiro mostrava um futebol de encher os olhos e

o Democrata se superava. A partida caminhava para um provável empate. Não havia vaias nem à equipe da Pantera, que jogava com raça, nem ao zagueiro Luiz Carlos Hippie, que fazia uma partida impecável. O Democrata atacava para o gol da Rua Afonso Pena e por volta dos 40 minutos do segundo tempo houve um escanteio para a Pantera, do lado direito. A bola veio alta, forte, no primeiro pau. E como emergido de um roteiro de filme de Hollywood, eis que aparece Luiz Carlos Hippie, no terceiro andar, cabeceia forte e a pelota estufa as redes, no ângulo esquerdo da meta uberlandense. Indefensável! Golaço! O estádio quase veio abaixo, uma alegria descomunal tomou conta do Mamudão. Vibração que até hoje, 29 anos depois, ainda causa arrepios em quem vivenciou aquela tarde. Hippie saiu comemorando muito por todo o gramado e, claro, correu na direção das metálicas e vibrou com a torcida. Poucos minutos depois, o árbitro encerrou a partida. Vitória do Democrata por 1x0. Hippie estava perdoado. A partir de então, o relacionamento de Luiz Carlos Hippie com os torcedores foi o melhor possível. Ele se tornou um líder da equipe e a segurança da defesa. Em 1987, foi jogar pelo Uberlândia. Retornou em 1988, quando o Democrata amargava a Segunda Divisão. Foi vice-campeão com a Pantera e a equipe subiu. Disputou também o Campeonato Mineiro de 1989. Depois foi jogar no Espírito Santo, sua terra, e por lá atuou mais alguns anos, encerrando a carreira. Tenho certeza que Hippie jamais se esqueceu desse episódio. O vilão que se tornou herói em poucos dias. O seu nome está gravado na história do Esporte Clube Democrata. E isso não tem preço. Hadson Santiago Farias é democratense desde o dia em que nasceu.

Canto do Galo Rosalva Luciano

Que venham muitas alegrias... E o Carnaval chegou e já se foi, não demora muito, ainda mais quando o seu foco não está no brilho, nas cores e na alegria da festa. Minha mãe, atleticana apaixonada, está debilitada e fragilizada, mas com uma lucidez que impressiona. Não deixa de perguntar a quem entra no quarto de hospital se é atleticano ou não, isto dá segurança para ela. Além da competência dos profissionais de saúde, para eles se forem atleticanos, a resposta ao tratamento de mamãe vai ser melhor se derem o sim à indagação. Ela sempre sorrir se as cores alvinegras combinarem. Estamos torcendo pelo melhor, pois a vitalidade dos seus 97 anos bate bem de frente com a juventude de muitos. É de se encantar. Sábado de Carnaval vieram para o Bloco do Independência, mostrando um bailado cuidadoso, os jogadores do Atlético e do Democrata, time da cidade do Figueira. Jogo cauteloso, aproveitado para acertos e definições para o time do Galo, visando à competição máxima do nosso continente, a Libertadores. Levir Culpi avaliou, prestou atenção e saiu do jogo com preocupações bem consistentes. Será que o fantasma das contusões vai permear a Cidade do Galo como no ano passado? Tivemos títulos perdidos por este motivo também, nunca conseguia escalar o mesmo time. Perdemos para o primeiro jogo no Chile contra o Colo-Colo, Marcos Rocha e Lucas Pratto e os jornais de hoje noticiam que Carlos também não viajou. Eu fico também decepcionada, pois estes jogadores são hoje no time de uma importância quase insubstituível, mas em contrapartida dou créditos de confiança e esperança para uma apresentação digna contra os

chilenos, não podemos desesperar, pois tivemos agradáveis surpresas com os que entraram em outras oportunidades e brilharam. Mostram sangue compatível com os que se ausentam. Tomara que continue assim. Bem interessante a declaração do técnico Levir sobre a suspensão da concentração para os jogadores antes dos jogos como no ano passado. Eu, defensora em qualquer aspecto da responsabilidade individual de cada um, sou totalmente a favor. Sempre fui consciente dos meus deveres profissionais e em 39 anos de profissão nunca fui admoestada por falta de comprometimento com o que escolhi, fui uma professora totalmente feliz, mas enfim, jogar para os jogadores este modelo de conduta deu ao time uma outra forma de se apresentar e chegou a ser considerado um dos melhores do

Mas prestando atenção nas declarações dos jogadores percebe-se a afinação entre eles, concordam que podem transpor todas as dificuldades e obter bons resultados. Citam, inclusive, que já estão acostumados e que a não concentração em Belo Horizonte pode ajudar.

país no segundo semestre de 2014. Os jogadores gostam e tem correspondido. O Atlético na Libertadores será o time que terá deslocamentos para jogos bem desgastantes, viagens longas e cansativas. Mas prestando atenção nas declarações dos jogadores percebe-se a afinação entre eles, concordam que podem transpor todas as dificuldades e obter bons resultados. Citam, inclusive, que já estão acostumados, e que a não concentração em Belo Horizonte pode ajudar. A chegada de Cárdenas ao elenco do Atlético deixa o grupo fechado? Levir Culpi disse que sim. Apenas uma situação muito boa para o clube fará chegar gente nova. Administrar os 39 atletas prontos para atuar será uma função do técnico, um pouco difícil, pois todos querem criar o seu espaço. O técnico é enfático em dizer, “Minha preocupação maior é com o agrupamento dos jogadores, não importa o número de jogadores. Quero saber se eles estão participando da nossa família, da nossa tribo. Se estiverem, pode ser até mais jogadores. Se não, prefiro que saia”, avisa Levir. E quarta-feira,dia 18/02 chega verdadeiramente para nós a Copa Libertadores. Que venham muitas alegrias... O Atletico estreou no Chile pela Libertadores. Senti uma emoção diferente pois ver meu time nesta competição me remete ao sonho do bicampeonato. Estádio lotado, não tanto como a nossa mas a pressão é da torcida local. Apaixonados atleticanos listram a tela da TV. Não tivemos a alegria da vitória,um futebol para não ser comentado,fora dos padrões esperados.Que venha os outros jogos com o time realmente em campo.

Rosalva Campos Luciano é professora e apaixonadamente atleticana.


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