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Artigo

“¡VIVA LA ANARQUÍA!” DO DISCURSO À VIOLÊNCIA: PROPAGANDA PELO FATO NAS PÁGINAS DO PERIÓDICO LA VOZ DE LA MUJER. (BUENOS AIRES. 1896-1897). Por Ingrid Souza Ladeira de Souza Resumo: Este artigo é parte da dissertação de mestrado que vem sendo desenvolvida no âmbito do Programa de PósGraduação em História da UNIRIO e tem como proposta analisar os conteúdos referentes a chama propaganda pelo fato publicados nos artigos do periódico La Voz de la Mujer. O periódico anarquista circulou em Buenos Aires, entre os anos de 1896-1897, e foi o primeiro jornal de mulheres para mulheres da América Latina. Os artigos sobre a propaganda pelo fato são parte de uma série de textos que abordam assuntos do anarquismo em geral, que tinham como objetivo pedagógico mostrar o olhar feminino no que se refere aos assuntos discutidos no movimento. Para as redatoras anarquistas, a propaganda pelo fato poderia ser um dos métodos utilizados para demonstrar a força que o movimento anarquista tinha, além de ajudar a propagar suas ideias e ideais. O jornal La Voz de la Mujer seguia a corrente do Comunismo-Anárquico, mas algumas de suas redatoras apoiavam ideias que usavam a violência como meio de ação. Palavras-chaves: Anarquismo, Imprensa, Mulheres.

Breves considerações sobre a propaganda pelo fato.

P

olêmica

entre

os

libertários,

a

propaganda pelo fato alcançou status após ser discutida sobre a possibilidade

de ações mais efetivas no Congresso de Londres (1881), onde os anarquistas que defendiam a ideia encontraram respaldo em suas conclusões. O Congresso

de

Londres

aconteceu

nas

dependências de uma taverna em Charrington Street, onde apareceram em torno de 45 delegados, representando cerca de 50 mil pessoas. Durante todo o Congresso os governos europeus

se mostraram preocupados a ponto de pensarem em barrar o encontro. (WOODCOCK, 2006, p.27). Diversas teorias que estava em ascensão naquele momento foram discutidas durante o Congresso, deixando evidente a proliferação de correntes heterogêneas. A propaganda pelo fato, ou pelo feito e as formas de praticar a violência em prol da Revolução foram discutidas exaustivamente. Os participantes do Congresso chegaram a conclusão de que a violência seria algo inevitável, mas ainda não se tinha como uma ideia concreta de como seria essa nova vertente anarquista. O radicalismo

Gnarus Revista de História - VOLUME IX - Nº 9 - SETEMBRO - 2018


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