Revista - Arquiteto Caio

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Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Anhembi como exigência parcial para aprovação de continuidade do projeto no décimo semestre e obtenção de título de Arquiteto e Urbanista.

CAIO FELIPE BATISTA ALFREDO

ORIENTADOR Prof. Ms. Sarkis Kaloustian

São Paulo 2017

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JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz


Autorizo a reprodução e a divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Capa e Diagramação Interatue Design Studio Revisão de texto Caio Alfredo Fotografias, mapas e diagramas produzido pelo autor

Contato: caioalfredo.fb@gmail.com

Nome: CAIO FELIPE BATISTA ALFREDO Trabalho: Jardim Oriental em São Paulo Um Refúgio de Tranquilidade e Paz Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo apresentado à Universidade Anhembi como exigência parcial para aprovação de continuidade do projeto no décimo semestre e obtenção de título de Arquiteto e Urbanista. Aprovado em

de dezembro de 2017.

BANCA EXAMINADORA Professor_______________________________ Instituição______________________________ Julgamento_____________________________ Assinatura______________________________ Professor_______________________________ Instituição______________________________

CAIO, ALFREDO FELIPE BATISTA Jardim Oriental em São Paulo - Um Refúgio de Tranquilidade e Paz/CAIO FELIPE BATISTA ALFREDO; orientador Prof. Ms. Sarkis Kaloustian. São Paulo, 2017. Dissertação de Trabalho Final de Graduação (Bacharel em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Anhembi Morumbi, 2017.

Julgamento_____________________________ Assinatura______________________________ Professor_______________________________ Instituição______________________________ Julgamento_____________________________ Assinatura______________________________

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AOS MEUS PAIS

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AGRADECIMENTOS Agradeço à Deus, para quem e pelo qual são todas as coisas. Aos meus pais, Cida e Ivan à quem dedico este trabalho sou imensamente grato pelo apoio, amor e suporte que me deram não só na vida acadêmica, mas em toda a minha vida e que assim tornaram possível através de todo o esforço e trabalho que fizeram, eu seguir meus sonhos estudando e superando meus desafios. Ao Prof. Ms Sarkis Kaloustian, que me orientou neste percurso, com toda paciência e entusiasmo, revigorando minhas ideias, acrescentando cada vez mais aos meus conhecimentos e assim me ajudando a ser um profissional melhor. Aos meus amigos que estiveram presentes em diversas fases da minha vida e que fizeram parte do meu desenvolvimento, e que podemos juntos olhar o tempo e ver o quanto nós nos apoiamos uns nos outros e que isso é atemporal para nossa amizade e fundamental para a felicidade.

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“A liberdade é seu jardim secreto. Sua pequena conivência para consigo mesmo. Um sujeito preguiçoso e frio, algo quimérico, razoável no fundo, que malandramente construiu para si próprio uma felicidade medíocre e sólida, feita de inércia, e que ele justifica de quando em vez mediante reflexões elevadas. Não é isso que sou?” Jean-Paul Sartre 6

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RESUMO A monografia a seguir propõe um programa de projeto com diretrizes que resultem em um Trabalho final de Graduação, num terreno ainda não explorado na cidade de São Paulo, em que dispõe de infraestrutura para o uso efetivo do projeto desenvolvido, beneficiando a população através de um impulso na potencialidade do entorno. O referido desenvolvimento, junto ao lazer, é capaz de trazer novos investimentos, melhorias em equipamentos e qualidade de vida para o local. Para isto, na primeira parte deste trabalho foi aplicada uma série de pesquisas ao projeto. Em um segundo momento são apresentados estudos de casos, visitas técnicas e referências. Na terceira constam as diretrizes do projeto que formulam o partido arquitetônico. Por fim, na última parte, é apresentado o projeto final em sua forma arquitetônica. PALAVRAS CHAVE: Paisagem Urbana. Espaço público. Paisagismo Japonês. Feng Shui na Arquitetura e Paisagismo. Templo para todas religiões.

ABSTRACT The following monograph proposes a project program with guidelines that will result in a Final Graduation Project. It is based on an unexplored area in the city of São Paulo, which has infrastructure for the effective use of the developed project, in order to benefit the population through a boosting of the surrounding area’s potential. The development and recreation may bring new investments, equipment improvements and quality of life into this place. For this purpose, a series of researches were applied to the project in the first part of this work. In the second chapter, some case studies, technical visits and references that make up the projectual briefing are presented. The third part brings forward design guidelines that formulate the architectural environment. Finally, the last chapter sets forth the final design in its architectural form. KEYWORDS: Urban Landscape. Public Place. Japanese Ladscaping. Feng Shui in Arquitecture and Landscaping. Temple for all religions.

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ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 – Capa Figura 2 – Tronco De Árvore Figura 3 – Árvore De Cerejeira Figura 4 – Tronco De Árvore Com Musgo Figura 5 – Ramo De Árvore Figura 6 – Ramo Seco De Árvore Figura 7 – Pedras Empilhadas Figura 8 – Vegetação Ao Vento Figura 9 – Flor Branca Figura 9.01 – Bá-Gua Figura 9.02 – Planta Arquitetura Com Bá-Gua Figura 9.03 – Ciclo Dos Elementos Figura 9.04 – Planta Paisagismo Com Bá-Gua Figura 9.05 – Shugakuin Rikyu – Vista Geral Figura 9.06 – Shugakuin Rikyu – Vista Do Lago Figura 9.07 – Renge-Ji – Vista Do Lago Figura 9.08 – Renge-Ji – Vista De Dentro Do Edifício Figura 9.09 – Templo Ryoan-Ji – Jardim Zen Figura 9.10 – Templo Ryoan-Ji – Jardim Zen 2 Figura 9.11 – Jardim Da Família Nishida – Entrada Figura 9.12 – Jardim Da Família Nishida – Caminho De Pedra Figura 9.13 – Jardim Mínimo Com Carpas 8

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Figura 9.14 – Jardim Mínimo Residência Figura 9.15 – Detalhes Construção Figura 9.16 – Shoji Figura 9.17 – Fusuma Figura 9.18 – Engawa Figura 9.19 – Ranma Figura 9.20 – Tokonoma Figura 9.21 – Genkan Figura 9.22 – Tatame Figura 9.23 – Ofuro Figura 9.24 – Irori Figura 9.25 – Sudare Figura 9.26 – Desenho Cerimônia Do Chá Figura 9.27 – Entrada Da Casa De Chá Figura 9.28 – Portão Casa De Chá Figura 9.29 – Desenho Cerimônia Do Chá 02 Figura 9.30 – Mulher Na Entrada Figura 9.31 – Caminho De Pedras Simples Figura 9.32 – Casa De Chá Com Entorno Figura 9.33 – Configuração Da Casa De Cerimônia Do Chá Figura 10 – Flor Azul Figura 10.01 – Vista Vila Imperial Katsura Figura 10.02 – Desenho Da Fachada Da Vila Imperial

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Figura 10.03 – Planta De Localização Figura 10.20 – Pavilhão Memorial Orindô. Figura 10.04 – Planta Da Vila Imperial Katsura Figura 10.21 – Vista Do Shoin Para A Casa De Figura 10.05 – Caminho Miyuki Chá Gepparo. Figura 10.06 – Caminho Entrada Principal Figura 10.22 – Perspectiva Do Complexo Da Figura 10.07 – Perspectiva Vila Imperial Katsura Vila Figura 10.08 – Planta Do Palácio Figura 10.23 – Vista Da Casa De Chá Gepparo Figura 10.09 – Portão Miyuki Através Do Lago Figura 10.10 – Portão De Serviços Figura 10.24 – Vista Da Casa De Chá Gepparo E Figura 10.11 – Casa De Descanso Kepparou Jardim Adjacente Figura 10.12 – Planta Vila Imperial Figura 10.25 – Vista Norte Do Complexo Figura 10.13 – Vista Da Ilha E Fachada Oeste Da Figura 10.26 – Vista Do Templo Kinkaku-Ji Casa De Chá Shokintei Através Do Lago Figura 10.14 – Ponte De Madeira Atravessando Figura 10.27 – Foto Aérea Do Terreno Do Do Caminho Imperial Para O Palácio. Kinkaku-Ji Figura 10.15 – Vista Da Fachada Leste Da Casa Figura 10.28 – Portão De Entrada De Chá Gepparo. Figura 10.29 – Prédio Administrativo Figura 10.16 – Vista Sudoeste Da Casa De Chá Figura 10.30 – Ponte De Pedra Shokintei. Figura 10.31 – Vista Interna Portão Figura 10.17 – Vista Frontal Do Complexo Do Figura 10.32 – Jardim Japonês Com Lago Palácio. Figura 10.33 – Cascata Figura 10.18 – Perspectiva Lateral À Casa De Figura 10.34 – Elementos No Caminho Do Chá Gepparo. Jardim Figura 10.19 – Vista Da Ponte De Madeira E Figura 10.35 – Escada De Terra Abatida E Pedra Terra Do Jardim Da Região De Esportes Da Figura 10.36 – Elementos Decorativos No Lago Corte. Figura 10.37 – Ponte De Concreto JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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Figura 10.38 – Escadaria De Pedra E Terra Abatida Figura 10.39 – Praça De Descanso Com Rocha Figura 10.40 – Lago Da Cascata Figura 10.41 – Vista Do Kinkaku-Ji Figura 10.42 – Córrego De Água Figura 10.43 – Lateral Do Kinkaku-Ji Figura 10.44 – Contenção De Pedra Do Edifício Figura 10.45 – Piso E Coloração Do Edifício Figura 10.46 – Caminho Em Concreto E Pedriscos Figura 10.47 – Ilhas No Meio Do Lago Figura 10.48 – Vista Do Bloco De Sanitários Figura 10.49 – Vista Do Segundo Pavimento Do Templo Figura 10.50 – Detalhe De Madeira Figura 10.51 – Vista Do Último Pavimento Do Templo Figura 10.52 – Vista Externa Do Templo Figura 10.53 – Detalhe De Madeira Templo Enkoji Figura 10.54 – Cobertura Templo Enkoji Figura 10.55 – Pergolado De Árvores Figura 10.56 – Plantação De Pinheiros Figura 10.57 – Plantas E Vistas Templo KinkakuJi 10

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Figura 10.58 – Planta Explodida Templo Kinkaku-Ji Figura 10.59 – Centro Cultural Do Solo Sagrado Do Brasil Figura 10.60 – Vista Aérea Do Solo Sagrado Figura 10.61 – Implantação Google Maps Figura 10.62 – Planta Geral Ilustrada Figura 10.63 – Estacionamento De Ônibus Figura 10.64 – Praça Da Paz Figura 10.65 – Monumento Da Consagração Figura 10.66 – Caminho Do Paraíso Figura 10.67 – Pérgola Da Felicidade Figura 10.68 – Espelho D’água Figura 10.69 – Vista Da Recepção Figura 10.70 – Espelho D’água 2 Figura 10.71 – Escada Arco-Íris Figura 10.72 – Templo Figura 10.73 – Vista Escada Arco-Íris E Represa Figura 10.74 – Canal De Pedra Figura 10.75 – Elemento De Pedra Na Paisagem Figura 10.76 – Ponte De Pedra Figura 10.77 – Vista Da Praça Dos Amigos Figura 10.78 – Lago De Carpas 1 Figura 10.79 – Jardim Japonês Do Centro Cultural Figura 10.80 – Lago De Carpas 2

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Figura 10.81 – Rampa De Pedra Figura 10.82 – Escadaria Do Centro Cultural Figura 10.83 – Vista Da Paisagem Emprestada Figura 10.84 – Arrimo De Pedra De Contenção Da Edificação Figura 10.85 – Vista Do Centro Cultural Figura 10.86 – Caminhos Sinuosos Figura 10.87 – Sala De Cerimônia Do Chá Figura 10.88 – Jardim Em Frente Ao Centro Cultural Figura 10.89 – Caminho Para Veiculos Para O Centro Cultural Figura 10.90 – Goteira Da Calha Figura 10.91 – Canteiros Do Caminho Em Frente O Centro Cultural Figura 10.92 – Pedra Do Jardim Japonês Figura 10.93 – Escadaria De Pedra Da Livraria Figura 10.94 – Córrego Ao Lado Do Complexo Japonês Figura 10.95 – Maquete Do Anteprojeto Figura 10.96 – Perspectiva Anteprojeto Figura 10.97 – Elevações Anteprojeto Figura 10.98 – Croqui Projeto Final Figura 10.99 – Planta Do Projeto Do Templo Figura 10.100 – Planta Da Escadaria Arco-Íris Figura 10.101 – Elementos Arquitetônicos Do SSG

Figura 11 – Flor Verde Figura 11.01 – Templo Zulai Figura 11.02 – Implantação Google Maps Figura 11.03 – Caminho Do Estacionamento – Arbustos Figura 11.04 – Paisagismo Do Lago Figura 11.05 – Ponte De Madeira Sobre O Lago Figura 11.06 – Bloco De Sanitários Figura 11.07 – Ponte De Madeira 2 Figura 11.08 – Muro De Arrimo De Pedra Figura 11.09 – Escadaria E Tori Figura 11.10 – Arbustos Do Pátio Figura 11.11 – Elementos Arquitetonicos E Telhado Figura 11.12 – Corredor Aberto Figura 11.13 – Lago Com Plantas Aquáticas Figura 11.14 – Pátio E Edifício Figura 11.15 – Conjunto De Rochas Figura 11.16 – Pergolado E Caminho De Barro Figura 11.17 – Cascata Com Buda Figura 11.18 – Chão De Pedra Figura 11.19 – Vista Da Entrada Do Templo Figura 12 – Flor Rosa Figura 12.01 – Changdeokgung Palace Paisagem Figura 12.02 – Solo Sagrado De Kyoto –

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Caminho Das Cerejeiras Figura 12.03 – Jardim De Kairaku-En – Vegetação De Cores Fortes Figura 12.04 – Solo Sagrado De Kyoto – Edificação Figura 12.05 - Sala Do Arco E Flexa E Clube Do Boxe Em Tóquio – Vista Interna Figura 12.06 - John Humes Japanese Stroll Garden, Long Island – Casa De Chá Figura 12.07 - Sala Do Arco E Flexa E Clube Do Boxe Em Tóquio – Vista Externa Figura 12.08 - Capela Em Tatuí, Arq. Beatriz Meyer – Vista Frontal Figura 12.09 - Templo Ecumênico Curitiba – Templo No Lago Figura 12.10 - Casa Na Água, Li Xiaodong Atelier – Espelho Dágua Figura 12.11 - Casa Na Água, Li Xiaodong Atelier - Píer Figura 12.12 - Casa Na Água, Li Xiaodong Atelier – Paisagem Figura 12.13 - Pavilhões Da Casa De Chá Osulloc – Vista Externa Figura 12.14 - Red Ribbon Park – Elemento Decorativo 12

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Figura 12.15 - Pavilhões Da Casa De Chá Osulloc – Vista Interna Figura 12.16 - Parque Em Instambul - Detalhes Figura 12.17 – Capela Ecumenica – Vista Interna Figura 12.18 – Capela Ecumenica – Vista Externa Figura 12.19 – Capela – Vista Com Entorno Figura 12.20 – Restaurante Do Lago – Vista Interna Figura 12.21 – High Park Toronto – Cascata E Ponte Figura 12.22 – High Park Toronto – Caminho Das Cerejeiras Figura 12.23 – Mizumoto Japanese Stroll Graden – Passarela De Madeira Figura 12.24 – Jardim Kiyosumi-Tien – Ponte De Concreto. Figura 12.25 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Lago Com Carpas Figura 12.26 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Córrego Com Cascata Figura 12.27 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Sistema De Abastecimento Figura 12.28 – Solo Sagrado Da Igreja

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Messiânica Do Brasil. – Edifício Figura 12.29 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Vista Da Paisagem Figura 12.30 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Caminho Do Paraíso Figura 12.31 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Canteiros Figura 12.32 – Solo Sagrado Da Igreja Messiânica Do Brasil. – Ponte De Pedra Figura 12.33 – Jardim Da Amizade – Paisagem Figura 12.34 – Jardim Da Amizade – Lago Com Carpas Figura 12.35 – Jardim Da Amizade – Passeio Com Pedriscos Figura 12.36 – Jardim Da Amizade – Fonte De Bambú E Pedra Figura 12.37 – Jardim Da Amizade – Nascente Artificial Figura 12.38 – Jardim Da Amizade – Riacho Artificial Figura 12.39 – Jardim Da Amizade – Vista Geral Do Lago Com Carpas Figura 12.40 – Jardim Da Amizade – Cascata No Lago Figura 12.41 – Templo Zu Lai – Muro De Arrimo

De Pedra Figura 12.42 – Templo Zu Lai – Escadaria Figura 12.43 – Templo Zu Lai – Detalhes Figura 12.44 – Templo Zu Lai – Bloco De Sanitários Figura 12.45 – Templo Zu Lai – Ponte De Madeira Sobre O Lago Figura 12.46 – Templo Zu Lai - Pergolado Figura 12.47 – Templo Zu Lai – Paisagem Em Declive Figura 12.48 – Templo Zu Lai – Arbustros Lineares À Edificação Figura 12.49 – Templo Zu Lai – Passeio Sobre A Grama Figura 12.50 – Templo Zu Lai – Caminho Rebaixado Figura 12.51 – Templo Zu Lai - Arbustros Lineares Ao Passeio Figura 12.52 – Templo Zu Lai – Caminho De Pedras Irregulares Figura 12.53 – Templo Zu Lai – Lanterna De Pedra Figura 12.54 – Templo Zu Lai – Caminho De Terra Abatida E Madeira Figura 12.55 – Templo Zu Lai – Elemento De

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Entrada Figura 12.56 – Templo Zu Lai – Cascata E Plantas Aquáticas Figura 12.57 – Kinkaku-Ji Do Brasil – Cascata De Pedras Com Musgo Figura 12.58 – Pavilhão Japonês Do Ibirapuera – Salão De Crimônia Do Chá Figura 12.59 – Kinkaku-Ji Do Brasil – Lago Para Meditação. Figura 12.60 – Pavilhão Japonês Do Ibirapuera – Vista De Dentro Do Edifício Para O Jardim Figura 12.61 – Pavilhão Japonês Do Ibirapuera – Vista Da Edificação. Figura 12.62 – Pavilhão Japonês Do Ibirapuera – Jardim Zen Figura 12.63 – Templo Para Todas Religiões – Cobertura Figura 12.64 – Templo Para Todas Religiões – Fachada Figura 12.65 – Pergolado Bondinho Figura 12.66 – Mirante Cemitério Cerejeiras Figura 12.67 – Portaria Cemitério Cerejeiras Figura 12.68 – Parque Governador Valadares Figura 12.69 – Casa Pinheiro Figura 12.70 – Casa Catuçaba

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Figura 13 – Flor Azul Figura 13.01 – Imagem De Satélite Da Região De Estudo Figura 13.02 – Mapa De Uso E Ocupação Do Solo Figura 13.03 – Topografia Do Terreno Figura 13.04 – Vesta 3D Da Topografia Figura 13.05 – Entorno Do Terreno Figura 13.06 – Entorno Do Terreno Figura 13.07 – Imagem De Satélite Do Terreno De Estudo Figura 13.08 – Entorno Do Terreno Figura 13.09 – Entorno Do Terreno Figura 13.10 – Entorno Do Terreno Figura 13.11 – Entorno Do Terreno Figura 13.12 – Entorno Do Terreno Figura 13.13 – Entorno Do Terreno Figura 14 – Flôr Roxa Figura 14.01 – Perspectiva Do Projeto Figura 14.02 – Perspectiva Da Biblioteca Figura 14.03 – Perspectiva Casa De Chá Figura 14.04 – Perspectiva Banheiro Figura 14.05 – Detalhe Gradil Figura 15 – Flôr Vermelha Firura 16 – Rochas Com Musgo

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FIGURA 02 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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DESENHO: KAROL HILÁRIO

SUMÁRIO 18. Introdução 20. Justificativa 25. Objetivos 27. Metodologia 29. Pesquisas Referenciais 30. Feng Shui 32. Aplicação Do Feng Shui Na Arquitetura 33. Jardins Japoneses 34. Estilos De Jardins Japoneses 39. Características De Construções Japonesas 44. Casa De Cerimônia Do Chá 48. Configuração Da Casa E Da Cerimônia Do Chá 50. Estudos De Caso 51. Estudo De Caso 01 – Vila Imperial De Katsura 52. Introdução 54. Acessos E Hierarquia 56. Coberturas E Vegetação 16

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57. Setorização Da Residência 58. Campos Visuais 61. Análise Arquitetônica E Paisagística 62. Estudo De Caso 02 – Kinkakuji Do Brasil 63. Introdução 64. Análise Fotográfica 69. Setorização E Campos De Visão 70. Análise Arquitetônica E Paisagística 71. Estiudo De Caso 03 – Solo Sagrado Do Brasil 72. Introdução 74. Análise Fotográfica 83. O Anteprojeto Do Templo 85. O Projeto Final 87. Elementos Arquitetônicos Do Solo Sagrado De Guarapiranga 88. Análise Arquitetônica E Paisagística 90. Visita Técnica 91. Templo Zu Lai


103. Referências 123. Terreno 125. Uso E Ocupação Do Solo 127. Análise Cartográfica 128. Perspectiva Fotográfica 129. Levantamento Fotográfico Da Área 132. Projeto 134. Memorial Descritivo 135. 1 - Partido Arquitetônico 135. 1.1- O Parque 137. 1.2 – Os Lagos 139. 1.3 – Templo Para Todas As Religiões 140. 1.4 – Biblioteca 142. 1.5 – Restaurante Da Cascata 142. 1.6 – Museu Oriental 143. 1.7 – Escola De Artes Marciais E Escola De Cerimônia

Do Chá 144. 1.8 – Casas De Chá 147. 1.9 – Viveiro 148. 1.10 – Estações Teleférico 150. 1.11 – Pérgulas 151. 1.12 – Mirante 152. 1.13 – Banheiros 153. 2 – Dados Gerais 154. 3 – Acessibilidade 154. 4 – Elétrica E Iluminação 155. 5 – Hidráulica E Suprimento De Água 156. 6 – Terraplanagem 156. 7 – Gradil 157. Programa De Projeto Detalhado 161. Funcionograma 164. Bibliografia

DESENHO: KAROL HILÁRIO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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INTRODUÇÃO O crescimento urbano tem criado metrópoles cada vez mais aglomeradas, perigosas, estressantes e poluídas, transformando a paisagem um turbilhão de edificações que são construídas a cada dia, e assim diminuindo exponencialmente o contato da população com regiões naturais. As áreas verdes, tem se tornado além de uma questão de estética e lazer, uma questão de qualidade de vida e também preservação ambiental, seguindo alinhada do desenvolvimento da cidade. Essa necessidade que o homem tem de se relacionar com um ambiente primórdio presente em toda evolução humana, tem se transformado através dos séculos, sendo moldadas dentro de cidades como pequenos pulmões que nutrem a população e a cidade, através de qualificação no ambiente físico, biológico, territorial, social e econômico, como defende Adjalmes Ferreira (2005). 18

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Esses novos espaços são criados através de parques, praças e Jardins, em que alguns casos misturam-se com uma paisagem natural já existente. Segundo Eduardo Gonzalo (2010), os parques são lugares de encontro e irradiação de uma nova que rejeita toda forma de violência e discriminação e que apela à dimensão sagrada da mente humana para liberdade e sentido. Através desta afirmação, conclui-se que esse espaço projetado pode ser frequentado por pessoas de diferentes crenças, costumes, culturas e formas de viver, rentabilizando uma diversidade cultural em prol de um objetivo em comum: a busca pelo bem estar. É fundamentando nesta ideia da necessidade da população e na análise de um terreno inserido numa região que pode favorecer os moradores da cidade de São Paulo e de Osasco, que foi definido os objetivos centrais desta proposta de Trabalho Final de Graduação.

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FIGURA 04 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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JUSTIFICATIVA O conceito do Jardim de Estilo Oriental proposto pode ser entendido de uma forma errônea se não analisar a dimensão do terreno de implantação. Este Jardim, por sua escala, pode ser estabelecido como um parque a princípio, mas que no processo projetual, será desenvolvido um conceito singular para o projeto. Nesta etapa do trabalho há questões que devem ser respondidas. Inicialmente, de forma mais simplória, o motivo de fazer um parque é o ponto de partida para o entendimento da proposta de intervenção. “Os problemas urbanos enfrentados na atualidade, tais como poluição do ar e da água, enchentes, ruídos em excesso, entre outros, causam sérios prejuízos à saúde física e mental da população”

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(LONDE; MEDEIROS 2014) e é a partir deste ponto onde é possível notar que a ausência de áreas verdes destinada ao lazer ou até mesmo ao refúgio para a sociedade, conduz o desenvolvimento humano em direção oposta ao crescimento. Uma determinada região pode ser avaliada em sua qualidade urbana através dos equipamentos dispostos para a população, de modo a não criar segregações e sim criar uma mistificação do espaço com usos e ocupações que transpareça segurança, proporcione lazer adequado, infraestrutura de qualidade e postos de extensão de serviços públicos. Na tabela ao lado é possível conferir as principais formas de degradação presentes na ausência de áreas verdes

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e os principais benefícios (FUNDAÇÃO CIDE,2004). A relação que o parque/praças/ áreas verdes tem com o entorno, é de fundamental importância para alguns aspectos ambientais e sustentáveis além da qualidade de vida, como por exemplo, diminuir a velocidade dos ventos e a o calor do entorno, melhoria no ar em função ao processo de oxigenação das árvores, proteção de fauna e flora, barreira sonora, sombreamento da região, convívio entre as pessoas e a natureza e relaxamento. Segundo Patrícia Londe e Paulo Mendes (2001), o poder público deve se preocupar em planejar e a partir de políticas públicas, garantir a qualidade de espaços de lazer e cultura na cidade em decorrência ao

aumento populacional ocorrido nas últimas décadas, para que possa assim garantir espaços atrativos, de qualidade e segurança para o desenvolvimento humano. Com base nesses dados, foi analisado uma área de conturbação entre Osasco e São Paulo, que poderia favorecer a população de ambas as cidades, com um terreno localizado numa região de fácil acesso à meios de transporte público metroviário e viário. O terreno está localizado numa área de forte predominância residencial, mas com incidência de indústrias perto. A proposta de um projeto turístico favorece o desenvolvimento local, melhorando a segurança e investimentos de setor público e privado.

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A proposta do Jardim de Estilo Oriental está ligado diretamente às finalidades primordiais de prazer através das paisagens criadas e de um espaço que permita a população buscar paz espiritual e relaxamento da mente. São poucos os espaços abertos em São Paulo e Osasco destinados à pratica de meditação, contemplação e que o paisagismo é efetivamente tratado como uma arte a se observar. E é notável afirmar que não há nestas duas cidades, um parque de grande porte dedicado à cultura Japonesa, como há em diversas outras cidades pelo mundo.

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FIGURA 05 - FOTO: CAIO ALFREDO 24

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FIGURA 06 - FOTO: CAIO ALFREDO

OBJETIVOS Os objetivos desta proposta de Trabalho Final de Graduação é criar um local que possa gerar melhorias na qualidade de vida da população e no espaço urbano envoltório através da economia, turismo, requalificação do uso do solo, entre os demais fatores que agregam à uma qualificação ambiental no entorno do parque proposto. Este projeto busca desenvolver uma liberdade religiosa, disponibilizando um espaço de que proporcione a devoção de cada pessoa à sua crença, através das belas paisagens criadas e dos edifícios de apoio. O parque também busca trazer maior incentivo econômico para a área através de seu incentivo turístico, o que beneficiará a população local diretamente através de melhorias em equipamentos públicos, comércios, etc.

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FIGURA 087- FOTO: CAIO ALFREDO 26

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FIGURA 08 - FOTO: CAIO ALFREDO

METODOLOGIA Como metodologia para estudos e desenvolvimento desta proposta de Trabalho Final de Graduação, foi baseado em diversas pesquisas na internet e em livros. O livro Jardim Japonês, A magia dos Jardins de Kyoto, do Sarkis Kaloustian, foi de suma importância para o entendimento e estudo de Jardins Japoneses e suas variações, assim como o conhecimento para analisar cada jardim e identifica-los. Foi realizada uma visita técnica no Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil no dia 23/04/2017, onde foi possível obter mais informações sobre o projeto do SSG e a manutenção e filosofia do local. No dia 06/05 foi realizado um levantamento fotográfico do Jardim da Amizade, que fica em frente ao prédio do comando Geral da Polícia Militar de São Paulo, a fim de identificar aspectos importantes no paisagismo e trazer referências de detalhes para o projeto.

Foi realizada uma visita no dia 30/04 no Kinkaku-Ji do Brasil, onde foi recolhidas informações sobre o local e feito uma série de fotos no percurso do terreno pertencente ao templo. O templo Zulai foi material de estudos, sendo realizada também uma visita ao local no dia 29/04, onde foi possível se inspirar com elementos do paisagismo japonês moderno e fotografar a região. Também foi feita uma visita técnica ao Pavilhão do Ibirapuera, réplica do Katsura, onde foi possível obter informações sobre a estrutura do edifício, assim como a manutenção exigida no local e parceiros que contribuem para o bom funcionamento do local. Por fim foi realizado também uma visita ao terreno de intervenção. Foi fotografado o entorno para maior esclarecimento de acessos e relações com o entorno. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 09 - FOTO: CAIO ALFREDO 28

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FENG SHUI O Feng Shui (vento e água em chinês) é uma ciência complexa que envolve o estudo em diversas áreas do conhecimento tais como: ciências, artes, saúde e bemestar e exige muita técnica para que seja aplicado adequadamente. Além do uso de harmonização de ambientes, o Feng Shui também é usado na concepção de projetos paisagísticos, trazendo uma vivência harmônica entre o homem e a natureza através de sua forma mais clara. A aproximação do homem com a natureza é benéfica no Feng Shui pela finalidade de seu conceito primário, que é a melhoria da energia dos ambientes. Acreditase que em tudo há energia, e que essa energia é invisível e se concentra em determinados lugares de acordo com a composição do espaço. Essa energia é chamada de Chi. “Chi é a força vital encontrada dentro de todas as coisas vivas e pode ser encontrado em sua perfeição em qualquer coisa que seja perfeitamente realizada” (Webster, São Paulo, 2009, p.22). Através do projeto FIGURA 9.01 - FONTE: fengshui.blog.br ACESSO EM 02/05/2017

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desenvolvido, o profissional pode direcionar os ambientes de acordo com a filosofia desta arte, harmonizando as edificações com o paisagismo para que haja um melhor filtro da energia e que assim o espaço se torne mais vigoroso e limpo. O estudo preliminar de uma área de intervenção tanto arquitetônica quanto paisagística que irá utilizar técnicas e conceitos do Feng Shui engloba uma análise das condições existentes no entorno, tais como: Conformação do terreno, montanhas, cursos d’água, direção do sol e dos ventos, clima, vegetação, edificações e outros elementos relevantes existentes. A partir destes dados levantados, é sobreposto sobre a área, o Bagua (figura 9.01), espécie de bússola chinesa que direciona áreas que tem relação às emoções, ações que afetará diretamente na vida das pessoas e materiais que fazem parte de um ciclo e que tudo isso ajuda a melhorar o poder e perspectiva do C’hi. O Ba-gua, diferentemente da bússola tradicional, tem o Norte voltado para baixo.

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APLICAÇÃO DO FENG SHUI NA ARQUITETURA Ainda para a prática do Feng Shui, há 5 elementos que possuem um ciclo de evolução e um de destruição, como representado na imagem ao lado. Se respeitado os ciclos destes materiais na correta colocação deles de acordo com o Ba-Guá, o Chi é melhorado, podendo até encontrara a sua perfeição.

FIGURA 9.02 - FONTE: fengshui.blog.br ACESSO EM 02/05/2017

FIGURA 9.04 - FONTE: fengshui.blog.br ACESSO EM 02/05/2017

FIGURA 9.03 - FONTE: harmonizacaodeambientes ACESSO EM 25/05/2017

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JARDINS JAPONESES Os Jardins japoneses são frutos de uma arte milenar que descende da influência dos estilizados e singulares jardins chineses. A concepção de sua formação, é uma paisagem natural com elementos básicos que representam a vida em formas física como a água, as montanhas que são elementos sagrados e árvores verdejantes e bem cuidadas que representam a eternidade. Os Jardins Japoneses sofreram diversas alterações em sua composição por influencias de religiões que se desenvolveram no Japão, mas com isso os significados e as simbologias cresceram naturalmente, fazendo deste espaço, um lugar de harmonia entre o homem e a natureza. Em suma, são Jardins para caminhar devagar, degustando da riqueza de informações e da forma de arte inspiradora. São lugares que estimulam a

espiritualidade através da harmonia e paz que transparecem aos que usufruem. A arte do paisagismo japonês é desenvolvida através de elementos básico que contribuem para a composição visual do espaço. A agua é um elemento de fundamental importância, sendo ela representada de forma real ou simbólica. Ela deve parecer natural da região, se integrando de forma orgânica com o meio envolvido, seguindo caminhos que leva as pessoas através de ambientes do espaço, e representam transições através de suas parreiras e passagens. As rochas também são utilizadas como elementos compositores, que representam a divindade, como nas montanhas, criando estabilidade e uma relação palpável em relação à agua. Seus derivados como a areia e o pedrisco são também desenvolvidos artisticamente nos Jardins, sempre em composições ímpares.

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01. JARDIM DE PASSEIO COM LAGO

ESTILOS DE JARDINS JAPONESES Os estilos de Jardins Japoneses apresentados a seguir segue a interpretação do Profº Sarkis Kaloustian, a partir de uma livre interpretação através de estilos, o que nos leva a analisar no mesmo estilo, diversos jardins de Eras diferentes, que por outros especialistas do assunto, analisam de formas diferentes. A definição para a divisão de estilos desta forma é baseada na construção espacial do espaço.

FIGURA 9.05 FONTE: placestoseeinyourlifetime.com ACESSO EM 02/05/2017

TEMPLO RYOAN-JI, KYOTO, JAPÃO

Jardim em maior escala, este é o modelo de Jardim que mais se aproxima da natureza real. Possuem caminhos que circundam o lago levando os visitantes por regiões com desníveis através dos diferentes cenários criados com ilhas, caminhos com descobertas, elementos rochosos, cascatas e pontes. Segundo Kaloustian (2010), esta tipologia de jardim é da Era Heian, onde a nobreza exercitava seu prazer estético da observação da natureza e da fruição da poesia em um ambiente de sonho simbolizando paraísos budistas.

FIGURA 9.06 – FONTE: placestoseeinyourlifetime.com ACESSO EM 02/05/2017 34

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FIGURA 9.07 FONTE: damien. douxchamps. net ACESSO EM 25/05/2017

RENGE-JI, JAPÃO

02. JARDIM DE CONTEMPLAÇÃO Este jardim é caracterizado como uma versão em menor escala do Jardim de passeio com lago. Geralmente está disposto em frente à edificações, onde há pontos de observações mais específicos. O visitante tem perspectivas mais limitadas por conta da escala do Jardim, entretanto, pelo fato do objetivo ser especificamente a observação, geralmente possuem arbustos e árvores podados e tratados, a fim de criar cenas mais artísticas e instigantes, não tão próximo da realidade da natureza bruta. FIGURA 9.08 – FONTE: waiyukkennedy.wordpress.net.com ACESSO EM 25/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 9.09 – FONTE: placestoseeinyourlifetime.com ACESSO EM 02/05/2017

03. JARDIM DE PAISAGEM SECA

TEMPLO RYOAN-JI, KYOTO, JAPÃO

Estes Jardins são conhecidos como jardins Zen, pois em sua composição, são utilizadas rochas, areia e musgos. São sugestivos e não representam a paisagem natural através de elementos evidentes. Os elementos utilizados tem uma função mais simbólica, abstrata que leva o visitante a encontrar paz e calma, sendo ótimos lugares para reflexão, busca de paz espiritual e meditação.

FIGURA 9.10 - FONTE: placestoseeinyourlifetime.com ACESSO EM 02/05/2017 36

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FIGURA 9.11 FONTE: japanhoppers.com ACESSO EM 25/05/2017

“”

“Eles quase sempre são naturais ou simbólicos em relação à natureza, contrapondo-se ao estilo geométrico e artificial dos jardins europeus. De início, é preciso separar esses estilos para então descobrir a beleza preciosa e sutil contida em seus mínimos detalhes. A aparente simplicidade dos jardins japoneses contém infinitas variações geniais do uso dos terrenos, dos materiais e das formas em que a natureza e o clima exprimem sua sutil beleza. Coube aos mestres paisagistas o trabalho de síntese que permite uma experiência fundamental de contemplação e comunhão com a natureza” Kaloustian, Sarkis.

4. JARDIM DA CERIMONIA DO CHÁ De acordo com a definição de Kaloustian (2010), estes jardins são como amostras de Jardins, e são chamados de ‘Roji’, palavra que possui diversos significados entretanto neste sentido, expressa um caminho de purificação. O percurso percorrido possui um caráter mais mental do que físico, preparando o visitante para a cerimônia antes de chegar à casa de chá. Neste Jardim há elementos que o caracterizam, tais como: caminhos de pedra, lanternas de pedra, bacia d’água para lavar as mãos, e pequenas cercas. A vegetação é projetada com neutralidade, a fim de não chamar atenção específica para o Jardim como no caso dos demais, que possuem cunho de contemplação.

JARDIM DA FAMÍLIA NISHIDA FIGURA 9.12 FONTE: japanhoppers. com ACESSO EM 25/05/2017

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FIGURA 9.13 – FONTE: pinterest.com.br ACESSO EM 25/05/2017

5. JARDIM MÍNIMO São Jardins privados ou secretos. Estes Jardins estão localizados em lugares mais restritos, como em pousadas, restaurantes, residências, edifícios corporativos. Possuem um número menor de elementos paisagísticos.

FIGURA 9.14 – FONTE: paysage.com.br ACESSO EM 25/05/2017 38

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CARACTERÍSTICAS DE CONSTRUÇÕES JAPONESAS A arquitetura japonesa teve grande exploração e desenvolvimento da madeira no séc V (Nóbrega, 2012), e suas características básicas são fundamentadas no clima, relevo e costumes da cultura. As paredes finas possibilitam um melhor arejamento dos ambientes nos meses quentes e úmidos. Segundo Nóbrega (2012) o estudo primário de um edifício depende diretamente da análise em conjunto com o espaço em que estará sendo implantado, pois somente com esta análise de implantação é possível perceber a forma de interação de edifício com o entorno. O telhado curvo é uma das características da arquitetura japonesa em madeira, tendo diversas variantes de estilos

através dos séculos. O design da arquitetura tradicional japonesa é dividido na Era Heian (séc VIII-XII), Era Kamakura (séc. XII-XIV), Era Machi (sécXIV-XVI) e Era do Edo (séc XVII-XIX) e reflete a presença de técnicas e cultura trazidas da China e Coréia em cada Era, portanto as características construtivas sofreram mudanças e aperfeiçoamentos ao longo dos anos, sendo desenvolvida uma filosofia própria para diferentes ambientes, coberturas, fechamentos e formas de dimensionamento de espaços. Apesar da herança arquitetônica herdada da influência de outros países, no Japão, a construção em madeira se espelha em uma realidade mais simples e menos majestosa que as construções da China Imperial.

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No Japão, a arquitetura tradicional é uma fotografia da simplicidade, mantendo a cor original da madeira e fazendo um bom uso dela para resolver as questões estruturais e prezando pelos valores de integração de ambientes e detalhes finos e simplórios que envolvem a meditação. De acordo com o Instituto Ishindo, após a Era Meiji, começou haver mudanças consideráveis na construção de casas, templos e prédios públicos, em que imponentes prédios tinham a utilização de pedras. Posteriormente, o Japão começou a utilizar materiais e técnicas utilizadas em todo o mundo, buscando inovações para adequar as construções à esta região que tem muitos terremotos. Apesar do avanço da tecnologia e da modernidade, é possível identificar muitas novas construções que ainda são feitas em madeira e que respeitam os conceitos e as características da arquitetura tradicional japonesa, tornando assim essas edificações um misto da influência Ocidental e os valores nipônicos da cultura japonesa.

FIGURA 9.15 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017

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FIGURA 9.18 FONTE: flickr. com ACESSO EM 25/05/2017

SHOJI Painéis ou portas de correr em madeira e papel translúcido. Usado em paredes do interior e exterior permitindo entrada de luz natural

ENGAWA

FIGURA 9.16 - FONTE: m.archiproducts.com ACESSO EM 25/05/2017

RANMA

Painéis para entrar luz, são localizados acima dos SHOJI e possuem ou o mesmo acabamento ou são de madeiras ornamentadas.

Corredor externo de um edifício japonês, tem a função de proteger as portas e paredes SHOJI contra iluminação direta do sol, chuvas e tempestades.

FUSUMA

Painéis deslizantes que atuam como portas ou paredes. Tem função e mudança de ambientes e mudança de acessos. FIGURA 9.17 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017

FIGURA 9.19 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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GENKAN Área destinada a retirar os sapatos e calçar um, chinelo para andar dentro do edifício japonês. É pare do conceito de não levar a sujeira da rua para dentro de casa, portanto esta construção é feita em desnível com o restante da casa. FIGURA 9.21- FONTE: flickr.com ACESSO EM 25/05/2017

TATAME

FIGURA 9.20 FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017

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TOKONOMA Ambiente para recepção de convidados, onde se coloca alguma obra de arte, bonsai, pergaminhos ou outros elementos característico da arte japonesa.

FIGURA 9.22 - FONTE: japaneseguesthouses.com ACESSO EM 25/05/2017

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Esteira feita de palha de arroz, com tamanhos padronizados a partir de cada região. Os tatames são usados para medir ambientes, que são feitos com base em suas dimensões. Eles refletem um estilo de vida de uma cultura e transmitem uma sensação suave e natural nos pés.


FIGURA 9.24 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017

OFURO

IRORI

Este é o nome dado ao banho no Japão. Antigamente não havia locais de banho em casa e as pessoas frequentavam banhos públicos. Mais tarde, o Ofuro começou a se tornar característico de casas japonesas. Os banhos japoneses são separados de banheiros, onde a prática é de banhos mais demorados em banheiras de madeira

Consiste em um buraco no piso onde há uma lareira que serve para cozinhar e para aquecer a casa. A panela é suspensa por um gancho. Está se tornando raro utilizar este sistema em casas modernas.

SUDARE

Cortinas tradicionais feitas de cordas de madeira horizontal, bambú e outros materiais naturais. Elas bloqueiam a luz direta do sol mas permitem a entrada de vestilação filtrada.

FIGURA 9.25 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017

FIGURA 9.23 - FONTE: pinterest.com ACESSO EM 25/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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CASA DE CERIMÔNIA DO CHÁ As casas de chá são elementos chave da arquitetura japonesa. A apreciação do chá se desenvolveu através de uma abordagem que veio da China e teve influência no Japão desde o período Kamakura e se desenvolveu até o período da Era do Edo. A partir do séc XVI, a prática de tomar chá em construções destinadas à este uso, teve seu ápice, através da influência de=a classe superior que desenvolveu esse ato como cultural e tinha relações religiosas relacionado ao Budismo e Taoísmo. A cerimônia do chá consiste em uma arte e

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filosofia de vida, baseada num momento que exige concentração, postura e movimentos precisos. Existe uma série de etiquetas que baseiam a forma de apreciar esta arte. Em relação à arquitetura, a cerimônia acontece num quarto (nome que geralmente é chamado pela dimensão do espaço) com tatames, onde o convidado se ajoelha sobre ele. A prática tem 4 princípios que buscam serem desenvolvidos durante a apreciação do chá, que buscam revelar os conceitos de uma profundidade estética e espiritual que

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FIGURA 9.26 FONTE: pinterest.com ACESSO EM 28/05/2017

podem ser aplicadas ao dia a dia das pessoas. -WA: Harmonia. – Significa uma relação harmônica entre o homem e a natureza, com o entorno e com os objetos utilizados na cerimônia, transparecendo uma atmosfera de paz em torno de si. -KEI: Respeito – É a relação empática das pessoas, respeitando os outros apesar das diferenças e valorizando objetos independente de sua qualidade, sendo mais simples ou mais rebuscados. -SEI: Pureza – Limpeza de coração e mente a fim de harmonizar através da pureza que

permite entrar a sensação de paz durante a cerimônia do Chá. -JAKU: Tranquilidade – É um estágio que é alcançado com a prática da Harmonia, Respeito e Pureza. Com o coração puro e iluminado, as pessoas podem usufruir da paz e serenidade proporcionado pelo local. Esses princípios fundamentados da cerimônia do chá, recebe uma preparação ao longo do percurso através do exterior da casa arte o interior. De acordo com Kaloustian (2010), o percurso até a acasa de cerimônia de chá, pode ser dividido em cinco etapas.

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1 – Portão de entrada coberto com muros altos ao redor. Esta primeira etapa remete ao abandono do exterior para adentrar em uma área de purificação de espírito. O caminho é feito de pedras planas que evidenciam o musgo ao redor, mas nunca se deve chamar atenção para elas, portanto é importante usar pedras sem rebuscamento ou que chamem atenção.

2 – Porta do meio, feita de gelha de bambu, marca um novo limite em que o convidado está entrando.

3 – Arranjo da bacia de pedra, onde os convidados lavam a mão e a boca, como uma forma simbólica de purificação espiritual.

FIGURA 9.27 - FONTE: sfc.jp ACESSO EM 28/05/2017

4 – Pequeno buraco do lado da casa de chá, onde os convidados despejam sua ‘sujeira mental’ antes de adentrar à casa, a fim de entrarem totalmente limpos e leves.

5 – Porta de entrada da casa de chá, que é dimensionada de forma que para entrar, o convidado deve se curvar, fazendo de todos os usuários humildes e inteiramente iguais para a prática da cerimônia do chá. 46

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FIGURA 9.28 - FONTE: flickr.com ACESSO EM 28/05/2017


FIGURA 9.32 - FONTE: kizuna-maboroshi.doorblog.jp ACESSO EM 28/05/2017

FIGURA 9.30 - FONTE: flickr.com ACESSO EM 28/05/2017

FIGURA 9.31 - FONTE: philamuseum.com ACESSO EM 28/05/2017

FIGURA 9.29 - FONTE: clubotaku.org ACESSO EM 28/05/2017

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CONFIGURAÇÃO CASA E DA CERIMÔNIA DO CHÁ 1 – SADO-GUCHI – Entrada de visitantes e anfitrião 2 – TEISHU – Cerimônia para visitantes ou anfitrião 3 – DOGU-DATAMI – Lugar onde o chá é servido 4 – CHASHITSU – Interior da casa de chá 5 – YOJOHAN – Quarto de 4 tatames e meio 6 – EHUMON – Pequeno portão de bambu 7 – ROJI – Caminho para a casa de chá 8 – TOBI-ISHI – Caminho de pedras 9 – ISHI-DORO – Lanterna de pedra 10 – TSUKUBAI – Bacia de Pedra 11 – NIJIRI-GUCHI – Entrada baixa para visitantes

FIGURA 9.33

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FIGURA 10 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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ESTUDO DE CASO 1 VILA IMPERIAL KATSURA

FIGURA 10.01 - FONTE: https://abrilviagemeturismo.files.wordpress.com ACESSO EM 09/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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INTRODUÇÃO A Vila Imperial Katsura foi idealizada por Toshihito Hachijô, da família Katsura, parte da família Imperial Japonesa, no século XVII, tendo encomendado este projeto ao arquiteto e mestre de cerimônia de chá Kobori Enshu. A vila teve começou a ser construída por Toshihito, mas só foi finalizado 47 anos depois pelo seu filho que deu sequência no desenvolvimento da Vila. As edificações são construídas sem luxo, não utilizando mais do que o realmente necessário para a composição do edifício, fazendo de sua estrutura, a obra de arte edificada. O projeto tem como centralidade um lago, e em torno dele, é disposto algumas edificações. A edificação inicial e mais importante é o palácio, que dispõe de uma casa de chá (Geparo), um Shoin (sala ou conservatório de livros e estudos) e jardins de passeio e contemplação. Na área

total, tem mais 3 casas de chá, sendo elas: Shokatei, Shoikein e a Shokintei; 4 casas de descanso chamadas de Chatei, que são: Shoukinltei, Shoukotei, Shouiken e Kepparou; e 3 conservatórios, sendo eles: Koshoin, Nakashoin e Shingoten; além de 14 pontes e inúmeras perspectivas de paisagens criadas com simplicidade e harmonia que criam ambientes de meditação, contemplação e é o reflexo do minimalismo japonês paisagístico. O projeto está inserido num terreno de 70.000m², localizado no subúrbio do Oeste de Kyoto, margeando o Rio Katsura. O acesso à vila é fácil através da rodovia Katsura ou da estação de metrô também ali próximo. A região envoltória tem grande predominância residencial, mas sendo na maior parte de uso misto, com comércios de atendimento à população local e também de comércio especializado regional.

FIGURA 10.02 - FONTE: kibomkun.wordpress.com ACESSO EM: 09/05/2017 52

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FIGURA 10.03 - FONTE: sankan.kunaicho.go.jp ACESSO EM 10/05/2017

LOCALIZAÇÃO: Katsuramisono, Nishikyo Ward, Kyoto, Japão ANO DE CONSTRUÇÃO: 1615-1662 ARQUITETO: KOBORI ENSHU ÁREA DO TERRENO: 70.000m²

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ACESSOS E HIERARQUIA

FIGURA 10.04 - FONTE: https://sankan.kunaicho.go.jp ACESSO EM 10/05/2017 54

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Através deste mapa, é possível analisar a configuração dos caminhos da Vila Imperial de Katsura, que por sua vez, foi projetado com um contorno orgânico de percurso, levando o visitante a seguir uma linearidade em seu trajeto, caracterizando assim o contexto geral da área: Um passeio ao redor do lago. Logo na entrada, inicia-se adentrando ao terreno do Palácio, e seguindo este roteiro turístico, o percurso acontece primeiro andando por toda a área antes de voltar e se deparar com a vista principal do Palácio. Durante o percurso, é possível notar que há ramificações nos caminhos, a fim de criar novos que produzem mais paisagens ao longo das várias reentrâncias do lago, que gera diversos córregos. Entretanto, apesar dos diversos caminhos secundários, o sentido do passeio se mantém linear ao lago, com curvas e espaços fechados por um curto período, esconde o que há pela frente,


causando uma expectativa no pedestre, e assim revelando belas paisagens ao se passar pelas sinuosidades. A Vila Imperial de Katsura possui entrada apenas ao norte, restringindo os acesso à somente dois portões existentes. O portão Miyuki foi construído no século XVII por conta de uma visita do imperador Gomizuno. Posteriormente este portão era utilizado apenas pelos membros da família imperial e seus convidados. Hoje este portão é na verdade uma reconstrução do que havia sido construído, anteriormente. A passagem por ele favorecia ao visitante uma vista ampla através de um caminho de pedregulhos cercado por árvores de copa alta e aberta, diferentemente do caminho do portão principal, que obstrui a visão através de cercas vivas que direcionam à um pinheiro. Após este pinheiro, o caminho se abre e apresenta o jardim, depois da expectativa do percurso.

FIGURA 10.05 - FOTO: GLÓRIA ISHIZAKA

FIGURA 10.06 - FOTO: GLÓRIA ISHIZAKA JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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COBERTURAS E VEGETAÇÃO A cobertura dos edifícios são dotadas de formas simples e leves, que remetem ao estilo arquitetônico japonês Sukiya, que faz jus à clareza do objetivo principal de um edifício, dispensando adornos e ressaltando a beleza da estrutura da edificação. Os telhados são projetados ou em duas águas, ou em quatro, mas de forma muito simples, e sem rebuscamento. A vegetação da área, é densa em sua composição geral, a fim de criar diversos espaços com a barreira visual projetada entre as edificações e caminhos. Mas há alguns pontos em que a vegetação se abre, para deixar exposto trechos de caminhos principais e áreas de grande importância que criam expectativas para os visitantes.

Caminhos principais Área com menos vegetação para contemplação Área sem vegetação para prática de esportes

FIGURA 10.07 - FONTE: http://1.bp.blogspot.com/ ACESSO EM 09/05/2017

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FIGURA 10.08 FONTE: https://s-media-cacheak0.pinimg.com/ ACESSO EM 10/05/2017

SETORIZAÇÃO DA RESIDÊNCIA A residência principal possui uma casa de chá, um Shoin, uma sala de música, o palácio em si e a residência dos funcionários. Foi construída todos juntos de forma que mantém uma ligação entre eles através das varandas, que em cada uma, se tem uma perspectiva diferente dos jardins criados no entorno.

Palácio Sala de Instrumentos Shoin Área Funcionários Casa de chá Gepparo JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.09 FONTE: Japan Hoppers

CAMPOS VISUAIS

Portão Miyuki, Portão Imperial, acesso somente da nobreza. FIGURA 10.10 FONTE: Japan Hoppers

Portão de Serviços, atual acesso para visitação. FIGURA 10.11 - FONTE: Japan Hoppers

FIGURA 10.12

Chatei, casa de descanso Kepparou. 58

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FIGURA 10.13 - FONTE: Japan Hoppers

FIGURA 10.16 - FONTE: Japan Hoppers

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Vista da ilha do meio e fachada Oeste da casa de chá Shokintei. FIGURA 10.14 - FONTE: Japan Hoppers

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FIGURA 10.17 - FONTE: Japan Hoppers

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Pavilhão Memorial Orindô.

FIGURA 10.18 - FONTE: Japan Hoppers

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Vista da fachada Leste da casa de chá Gepparo.

FIGURA 10.20 - FONTE: Japan Hoppers

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Vista frontal do complexo do palácio.

FIGURA 10.15 - FONTE: Japan Hoppers

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Vista da ponte de madeira e terra do Jardim da região de esportes da corte.

Vista Sudoeste da casa de chá Shokintei

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Ponte de madeira atravessando do caminho imperial para o palácio.

FIGURA 10.19 - FONTE: Japan Hoppers

FIGURA 10.21 - FONTE: Japan Hoppers

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Perspectiva lateral à casa de chá Gepparo.

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Vista do Shoin para a casa de chá Gepparo. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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Perspectiva do complexo da Vila, onde é possível notar o alinhamento diagonal dos edifícios em zigue-zague, vinculando os shoins e tornando mais prática a circulação entre os ambientes.

Vista da casa de chá Gepparo através do lago. Esta construção está sobre um pequeno monte artificial. FIGURA 10.23 - FONTE: orientalarchitecture.com ACESSO EM 14/05/2017

Vista da casa de chá Gepparo e seu jardim adjacente sob a perspectiva do edifícil central da Vila. FIGURA 10.24 - FONTE: orientalarchitecture.com ACESSO EM 14/05/2017

Vista Norte do complexo completo da Vila Imperial, englobando todas as áreas de moradia e afins destinada à família imperial e os funcionários. FIGURA 10.25 - FONTE: orientalarchitecture.com ACESSO EM 14/05/2017 FIGURA 10.22 - FONTE: http://www.orientalarchitecture.com / ACESSO EM 14/05/2017 60

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ESTUDO DE CASO 2 KINKAKI-JI DO BRASIL

FIGURA 10.26 – FOTO: CAIO ALFREDO 62

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INTRODUÇÃO O Kinkaku-ji do Brasil é um templo ecumênico e cinerário, sendo ele uma réplica de um templo zen-budista construído em 1397 em Kyoto, no Japão, com o mesmo nome . A iniciativa de sua construção foi dada por Alonzo Bain Shattuck, um norteamericano que morou durante 15 anos no Japão, pela oportunidade de criar um novo espaço cinerário, dando suporte complementar ao serviço de cremação que estava se iniciando na cidade de São Paulo. O Templo foi construído em alvenaria e revestido por carvalho, recebendo uma pintura dourada, diferentemente do original no Japão que é pintado com folhas de ouro. Está localizado numa chácara em Itapecerica da Serra, numa área de reserva florestal pertencente à mata atlântica, sendo preservada a topografia original da região. O terreno contempla espaços reservados para túmulos, com áreas de descanso, pontes de pedra e concreto, lagos e cascatas, além de um Jardim Japonês próximo à entrada principal, que direciona o público ao caminho que desce até o Kinkaku-Ji.

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LOCALIZAÇÃO: Chácara das Palmeiras, Itapecerica da Serra – São Paulo ANO DE CONSTRUÇÃO: 1974-1976 ARQUITETO: TAKESHI SUZUKI ESCULTORES: NOBURO NOUSADO e KANTO MATSUMOTO ÁREA DO TERRENO: 190.000m²

ANÁLISE FOTOGRÁFICA 1

Portão de entrada em madeira, com pregos em cada folha de porta, 9 na vertical e 9 na horizontal, que tem base em simbologia chinesa.

FIGURA 10.28 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.29– FOTO: CAIO ALFREDO FIGURA 10.27 - FONTE: GOOGLE MAPS

SETORIZAÇÃO Entrada Principal Portão de Acesso Jardim Japônes Prédio Adm

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Escadarias de Pedra Túmulos Praças

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Kinkaku-Ji Sanitários Lago com Carpas

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Templo

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Caminho Pergolado Entrada dos Fundos Plantação de Pinheiros

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Ponte de pedra que passa por cima do pequeno lago com jardim japonês, como primeiro elemento de grande importância paisagística do complexo.

Prédio administrativo, logo ao lado do portão, que dá acesso ao interior do terreno. O prédio conta com café, lojinha e recepção. Entretanto, apesar da rampa de acesso para cadeirantes, ao longo do percurso, não há acessibilidade para eles.

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FIGURA 10.30– FOTO: CAIO ALFREDO


FIGURA 10.31 – FOTO: CAIO ALFREDO

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Vista interna do portão, onde tem uma escadaria que desce para a ponte do Jardim Japonês. É cercada por arbustos podados e árvores pequenas de copas abertas Jardim Japonês com Lago, cercado com rochas formando a contenção da água e limite de acesso do pedestre e vegetação. Há elementos decorativos no meio, como se pode notar na foto, uma lanterna de pedra.

Na praça, de frente ao Jardim Japonês com lago, há alguns lugares para sentar e contemplar a vista. Nesta imagem, percebemos um conjunto de elementos que caracterizam a configuração dos caminhos: sinuosos, curvos, e para confrontar uma linearidade, é colocado uma rocha avançando nos limites que haviam sido criados. A lanterna de pedra é um elemento presente em quase todos os espaços criados no complexo do Kinkaki-Ji.

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FIGURA 10.34 – FOTO: CAIO ALFREDO

Esta é a primeira escada da qual nos deparamos, descendo para outras escadas que conduz aos túmulos. Diferente das demais escadas, esta tem pedras laterais sem a presença de musgos, e o piso é uma mescla de pedra com cimento.

FIGURA 10.32 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.33 – FOTO: CAIO ALFREDO

Assim que desce a escada, no lado direito há uma pequena cascata que mantém o movimento do lago. A caixa de bomba que é responsável pelo trabalho, fica logo atrás das pedras que vemos na foto.

1 FIGURA 10.35 – FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.36 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.39 – FOTO: CAIO ALFREDO

Praça de descanso, ao lado de um local reservado para túmulos, como é possível perceber no fundo. Essa praça possui um elemento central como uma rocha em pé que remete a um menir.

Elementos decorativos de concreto na margem do lago. Neste lado do lago (oposto ao lado com pedras), a água encontra com a grama e poucas rocha numa declividade menor.

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FIGURA 10.37 – FOTO: CAIO ALFREDO

Ponte de concreto que passa por cima do córrego que leva água à outros lagos existentes na descida para o templo e que desagua no lago das carpas.

Antes de terminar a decida, junto ao último pequeno lago com cascata, é possível ver o Kinkaku-Ji entre as árvores.

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Escadaria de pedra e terra abatida. Nota-se que no caminho, a maior parte da vegetação é mata virgem, pertencente à reserva florestal, e as rochas que circundam o caminho, são cobertas de musgos e plantas.

FIGURA 10.38 – FOTO: CAIO ALFREDO |

Assim como os demais lagos na descida, este é contido por rochas, e pela conformação de seu modelo, as ondas provenientes da cascata se mantém sempre uniformes.

FIGURA 10.40 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.41 – FOTO: CAIO ALFREDO


FIGURA 10.42 – FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 10.46 – FOTO: CAIO ALFREDO

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Caminho lateral ao Kinkaku-Ji, com passeio em concreto e pedriscos, com delimitação de espaço através de rochas alinhadas em tipologias diferentes a cada lado.

Córrego de água que chega até um canal que leva ao lago com carpas.

3 FIGURA 10.47 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.43 – FOTO: CAIO ALFREDO

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Vista lateral ao Kinkaku-Ji. É perceptível na foto a diferença entre a altura da edificação e a área de passeio. FIGURA 10.45 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.44 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.48 – FOTO: CAIO ALFREDO

Vista ao lado do bloco de sanitários para o templo. Vegetação rasteira com poucas árvores altas de copas mais abertas. Há um talude entre o Jardim do Kinkaku-Ji e o lago das carpas. Figura à esquerda: Encontro do lago com o prédio, tem limitação e barreira feita com uma meia parede de concreto revestida de pedras. Figura à direita: Corredor externo do Kinkaku-Ji. Piso cerâmico e coloração dourada da tinta, em contraste com a natureza do entorno.

Ilhas no meio do lago com carpas, onde a rocha é o elemento paisagístico mais marcante, em contraposição à vegetação implantada.

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Vista do segundo pavimento do Templo KinkakuJi para o Templo Enkoji.

FIGURA 10.49 – FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.50 – FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.53 – FOTO: CAIO ALFREDO

Detalhe de madeira esculpida na esquina da construção. A madeira tem função puramente estética a fim de imitar o templo original no Japão, uma vez que a estrutura é toda em alvenaria.

Detalhe de madeira esculpida e pintada no templo Enkoji, que funciona como templo budista.

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4 Vista do último pavimento do templo, englobando o lago e massa de árvores linear ao mesmo que fazem parte da mata de preservação, integrando assim a paisagem criada com uma paisagem emprestada.

Vista externa do templo. O guardacorpo, também esculpido com entalhes japoneses, é o único elemento de madeira que não cumpre função apenas estética.

FIGURA 10.54 – FOTO: CAIO ALFREDO FIGURA 10.55 – FOTO: CAIO ALFREDO

Pergolado de árvores, direcionando o caminho da entrada dos fundos ao templo Enkoji e Kinkaku-Ji. Ao lado diretito está um talude que tem como função barreira para o lago.

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Plantação de pinheiros em malha ao lado do estacionamento dos fundos.

3 FIGURA 10.52 – FOTO: CAIO ALFREDO

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Cobertura do templo Enkoji, construído em 2003, fazendo parte do terreno do Kinkaku-Ji mas não é associado diretamente com ele. São duas edificações sem relações religiosas entre si.

FIGURA 10.51 – FOTO: CAIO ALFREDO

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4 FIGURA 10.56 – FOTO: CAIO ALFREDO


Templo/Cinerário Varanda Circulação Píer Telhado Campo de visão áreas fechadas

FIGURA 10.57 - FONTE: sunny-life.net ACESSO EM 15/05/2017

SETORIZAÇÃO E CAMPOS DE VISÃO As plantas apresentadas, pertencem ao Kinkaku-Ji original, entretanto, a configuração dos espaços da réplica do Brasil permanece a mesa, com exceção de uma ampliação no subsolo. Além dos 3 pavimentos originais, o Kinkaku-Ji do Brasil possui uma área a mais a fim de ganhar mais espaço para compartimentos de cinerários. Dentro do Templo, há espaços reservados para celebrações religiosas como cultos e missas relativos à cada religião da família que leva as cinzas de seus entes falecidos para guardar no local. A circulação é predominantemente

exterior, através dos largos corredores que se tornam varandas para apreciar o lago e a vegetação. Nos dois primeiros pavimentos, há uma ampliação deste espaço, como uma varanda a mais que cumpre um papel de foyer, pois quando há um fluxo maior de pessoas, os corredores externos se tornam insuficientes para a circulação. Na fachada Oeste, há um píer com bancos de madeira que oferece aos visitantes uma vista do lago, oferecendo uma sensação de paz e leveza, por avançar na água calma e parecer estar além do edifício, no meio no lago.

FIGURA 10.58 - FONTE: sunny-life.net ACESSO EM 15/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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ESTUDO DE CASO 3 SOLO SAGRADO DO BRASIL

FIGURA 10.59 – FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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INTRODUÇÃO

FIGURA 10.60 – FONTE: 2.bp.blogspot.com ACESSO EM 29/05/2017

FIGURA 10.61 – FONTE: GOOGLE MAPS

LOCALIZAÇÃO: Av. Profº Hermann Von Ihering, 6.567 – Jardim Casa Grande – São Paulo ANO DE CONSTRUÇÃO: 1991 - 1995 ARQUITETO: Sylvio Sawaya ÁREA DO TERRENO: 327.500m² 72

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O Solo Sagrado do Brasil é uma construção da Igreja Messiânica Mundial, fundada em 1935 por Mokiti Okada, no Japão. Dez anos após fundar a igreja, iniciou-se no Japão a construção de Paraísos Terrestres, que foram chamados de Solo Sagrado. A ideia é que haja harmonia no espaço onde os fiéis possam desfrutar de um local onde exista beleza natural e criada também pelo homem. No Brasil, o Solo Sagrado é um dos maiores lugares para contemplação da natureza e propício para meditação. A sua construção se iniciou em 1991 e teve a participação de diversos voluntários que vieram de diferentes lugares do Brasil e do mundo. O projeto foi desenvolvido por uma equipe de arquitetos comandada por Sylvio Sawaya, que teve o projeto eleito como o de melhor solução para os requisitos apresentados, dentre os 19 anteprojetos propostos para a construção do SSG. O solo Sagrado está localizado na

região de extremo Sul da cidade de São Paulo, no distrito de Parelheiros, e para chegar no terreno, é necessário atravessar o bairro e seguir por uma estrada de subida contínua por cerca de 20 minutos, em que a paisagem vai se transformando de cinza da cidade para o verde da natureza. Conforme sobe, a visão da represa de Guarapiranga fica mais visível em sua total extensão. Assim que chega no destino, antes de adentrar os terrenos do templo, o visitante percorre um caminho de 400 metros sobre um piso Inter travado e que em suas laterais há um canteiro linear com flores e arbustos bem podados que conduzem até o portão de entrada. A visão de um paraíso terrestre é uma ideia concretizada dos fundamentos da Igreja Messiânica Mundial, e através do paisagismo e das belas construções, é possível se sentir em uma outra dimensão, um local de elevação espiritual, que remete à similaridade de moradia celestial e de local Sagrado.


FIGURA 10.62 – FONTE: solosagrado.org.br ACESSO EM 20/04/2017

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FIGURA 10.64 - FONTE: solosagrado.org.br ACESSO EM 29/05/2017

ANÁLISE FOTOGRÁFICA

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Assim que se chega no solo sagrado, há uma área grande para estacionamento de carros e ônibus. Pelo grande número de fiéis e visitantes, a área comporta até 40 ônibus simultâneos.

Praça da Paz, em frente à recepção. Esta praça conta com uma paisagem de contrastes, onde o elemento central é um círculo no meio com flores amarelas, que causa um efeito visual chamativo no amplo espaço aberto. A escadaria que leva à recepção tem degraus compridos e curvos, a fim de transparecer leveza e fazer com que o visitante não sofra com o desnível e quase não o perceba.

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FIGURA 10.63 - FOTO: CAIO ALFREDO

O Monumento da consagração marca o dia em que o Líder Espiritual realizou o culto de Consagração do solo Sagrado de Guarapiranga. É uma obra paisagística formado pela mesma espécie de flores que da praça da paz, entre um arranjo de rochas.

FIGURA 10.65 - FOTO: CAIO ALFREDO 74

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FIGURA 10.66 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.67 - FOTO: CAIO ALFREDO

O caminho do Paraíso é o que leva os visitantes até a praça da esperança, de frente para o templo. É considerado o segundo elemento de maior importância do complexo, pois o seu percurso de 600 metros é responsável por conduzir uma preparação de espírito para o que está mais à frente. E sua sinuosidade esconde uma surpresa visual.

FIGURA 10.68 - FOTO: CAIO ALFREDO

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Ainda no caminho do Paraíso, o visitante passa ao lado da pérgola da Felicidade, onde é possível fazer uma parada para lanches debaixo de uma estrutura de planta livre de madeira, com visão para as copas das árvores que descem sentido à Praça da Felicidade

Da vista da recepção, é possível ver o desnível contornando os limites do estacionamento, assim como a escadaria disposta logo abaixo da cobertura de treliças metálicas que demarca o início do percurso do Solo Sagrado.

No fim do caminho do Paraíso, há os espelhos d’água que formam cascatas em suas laterais. O som da água contribui para a construção da paz espiritual dos visitantes, e há uma simbologia retirada da Bíblia, em que a disposição dos espelhos d’aguá dispostos um de cada lado remetem à abertura do mar vermelho.

4 FIGURA 10.69 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.72 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.71 - FOTO: CAIO ALFREDO

Vista do templo a partir do início da escadaria Arco Íris. São 15 colunas dispostas num círculo perfeito com um anel de concreto acima. A escadaria possui uma leve curvatura em suas extremidades, e os degraus só são exatamente do mesmo tamanho no centro da escada.

Neste trecho, há um caminho sem guarda corpos que passa por cima do espelho d’água, e logo após a sinuosidade, há uma parede de cascata de pedras que contribui para a composição geral da construção de paz espiritual. Apesar de ser uma paisagem maravilhosa, é apenas de passagem, e não projetada para contemplação por longo tempo.

6 FIGURA 10.70 - FOTO: CAIO ALFREDO 76

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8 Nesta imagem é possível ver com mais clareza as grandes Jardineiras que possuem cores e tamanhos diferenciados. FIGURA 10.73 - FOTO: CAIO ALFREDO

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Nas laterais da escadaria que leva ao templo, há grandes jardineiras de cores e tamanhos diferentes que simbolizam as cores do arco íris. Este é um símbolo de bonança e esperança para os japoneses, por isso é implantado neste local, pois a subida das escadas significa a esperança para que assim que chegar ao templo, esteja preparado espiritualmente.


FIGURA 10.74 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 10.75 - FOTO: CAIO ALFREDO

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Ponte de pedra sobre córrego. Nota-se contenção do caminho da água através de disposição linear de pedras.

Elemento decorativo. As rochas simbolizam as montanhas e sua estabilidade, é relacionado à divindade. Foi colocada na região do córrego a fim de criar um elemento de preenchimento de espaço. As rochas em paisagens mais limitadas são colocadas sozinhas ou em conjuntos pequenos.

18 Córrego raso feito de uma composição de rochas, ora diferenciadas e ora planas, permitindo um arranjo fluido da funcionalidade do curso da água com a estética baseada em elementos mais imponentes.

Córrego raso feito de uma composição de rochas, ora diferenciadas e ora planas, permitindo um arranjo fluido da funcionalidade do curso da água com a estética baseada em elementos mais imponentes.

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FIGURA 10.77 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 10.76 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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O lago com carpas é dividido em duas partes, estando cada uma delas em um lado de uma praça, mas há uma ligação entre eles, que mantém as duas partes integradas à um só sistema. Nesta imagem, tem-se um lado do lago, em que algumas rochas são dispostas ao longo da margem, a fim de quebrar a linearidade do encontro da água com a 19 contenção de grama e terra. FIGURA 10.78 - FOTO: CAIO ALFREDO

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Neste outro lado, a margem está mais limpa, não tendo muito a presença de pedras, mas segue o mosmo conceito que o outro lado, possuindo pedras planas no meio do lado, a fim de insinuar a contemplação do visitante se localizado mais adentro do lago, podendo assim, ver de mais perto as carpas.

Esta é uma representação de um Jardim Zen, mas talvez numa linguagem mais contemporânea, onde o uso dos materiais são mais lúdicos e insinuam uma realidade ou uma simbologia.

19 FIGURA 10.80 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 10.81 - FOTO: CAIO ALFREDO 78

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As rampas no Solo Sagrado de Guarapiranga são tratadas com declividade muito baixa, tornando os caminhos mais suaves e fáceis de se caminhar. É possível andar por todo complexo sem ter problemas de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.

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FIGURA 10.79 - FOTO: CAIO ALFREDO


FIGURA 10.82 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 10.84 - FOTO: CAIO ALFREDO

21 Os muros de arrimos foram revestidos de pedras a fim de caracterizar os espaços. Nota-se que circundando os muros, há um recuo com pedriscos que prevê permeabilidade no solo.

22 22 Apesar do grande uso de escadas, em todos os edifícios ou outros lugares importantes do complexo do Solo, possuem alternativas acessíveis de mobilidade. As escadas na área Oriental possuem uma conformação de desconstrução geométrica.

Vista de dentro do centro cultural através da varanda. A região possui grande área de Proteção Ambiental, e isto contribui no paisagismo de forma a criar paisagens mais amplas, com a paisagem emprestada de mata selvagem.

FIGURA 10.83 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.87 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 10.88 - FOTO: CAIO ALFREDO

22 Área de cerimônia do Chá. Diferentemente de em Jardins mais tradicionais no Japão, esta casa de chá fica dentro do edifício do Centro Cultural, e a área de tatames é destinada apenas ao anfitrião. Há cadeiras para que um número maior de pessoas possam apreciar a arte da cerimônia.

Vista de dentro do hall do centro cultural. As portas são apenas releituras da arquitetura tradicional, mas sendo implantado sistemas mais tecnológicos que aumentam a vída útil da edificação e permitem uma melhor performance.

22 Vista de uma

das Fachadas do Centro cultural. Os caminhos se tornam mais sinuosos na região Oriental. Os canteiros são projetados de forma a ter um degrade de cores e tamanhos.

FIGURA 10.85 - FOTO: CAIO ALFREDO 80

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22 Caminhos através do setor oriental. A sinuosidade ajuda a vencer os desníveis mantendo a mesma linguagem dos padrões de circulação. A vegetação se torna densa em pequenos conglomerados, mas sempre com passagens claras e abertas.

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FIGURA 10.86 - FOTO: CAIO ALFREDO


FIGURA 10.89 - FOTO: CAIO ALFREDO

Lateral da área externa do Centro cultural. Foi previsto áreas me maior permeabilidade que recebem água escoada das calhas das coberturas diretamente para o solo, contribuindo para um planejamento correto do direcionamento da água, e não permitindo que escoe tudo diretamente para a represa e danificando a encosta.

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FIGURA 10.90 - FOTO: CAIO ALFREDO

A integração da edificação com a natureza é um dos princípios da arquitetura japonesa, em que os materiais sintonizem com o entorno previsto, não permitindo nem que a edificação cheme mais atenção que o paisagismo e nem o paisagismo que a edificação. Percebemos neste recorte a perfeita harmonização dos elementos presentes da edificação com a vegetação projetada.

22 Acesso de veículos para área a região oriental. As ruas são feitas de Inter travados, garantindo uma maior área de permeabilidade mesmo quando o chão precisa de uma pavimentação. Neste caminho, há árvores de copas altas que em alguns pontos se fecham no topo com a arvore que está do outro lado da rua.

FIGURA 10.91 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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Composição de Pedra e vegetação para um Jardim central. Este Jardim, possui apenas elementos ilusórios de uma realidade e induz o observador a instigar e pensar no que realmente significa.

Nascente do córrego, entre vegetação mais carregada mas não muito densa.

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21 FIGURA 10.94 - FOTO: CAIO ALFREDO

Piso de passeio não permeável. As escadas possuem na maioria dos casos apenas um lado com corrimão. Em suma todas elas possuem curvas ou formas irregulares, nunca sendo uma escada, reta.

22 FIGURA 10.92 - FOTO: CAIO ALFREDO 82

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FIGURA 10.93 - FOTO: CAIO ALFREDO


O ANTEPROJETO DO TEMPLO Sylvio Sawaya teve a proposta escolhida depois da análise de 19 propostas de seus alunos da USP. A princípio Tetsua Watanabe, então presidente da Igreja Messiânica Mundial, expôs sua ideia para a construção do templo. Seria uma forma bem diferente do que havia sido projetado nos demais Solos Sagrados construídos no mundo antes deste. A composição geral do templo era composta por três elementos principais: Um altar coberto com três santuários, Uma torre alta acima do santuário central, captando a energia cósmica e uma nave ao ar livre com arquibancadas em círculo.

FIGURA 10.95 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 91.

FIGURA 10.96 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 86.

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FIGURA 10.97 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 87.

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O PROJETO FINAL

FIGURA 10.98 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 94.

Depois de apresentado o projeto aos membros da comissão de construção, Tetsuo Watanabe revelou que teve um sonho onde estava orando num templo. Neste templo tinha uma torre bem alta que ligava por um grande anel que era sustentado por grandes e imponentes pilares. Neste templo, a ausência de paredes e cobertura transformava a vegetação e o céu em partes compostas do Templo, mostrando a relação do local de culto com a natureza existente, e transformando assim, o local em uma ilusão à moradia celestial.

FIGURA 10.99 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 178. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 10.100 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 185.

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ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS DO SOLO SAGRADO DE GUARAPIRANGA 1 – NAVE 2 – SANITÁRIOS 3 – CONCHA ACÚSTICA E VESTIÁRIO 4 – CAIXA D’ÁGUA ELEVADA 5 – ALOJAMENTO DA COLINA 6 – CABINE DE FORÇA 7 – PORTARIA 8 – PÓRTICO 9 – PÉRGULAS 10 – PRAÇA DA FELICIDADE OU MARQUISE 2 11 – PRAÇA DOS AMIGOS OU MARQUISE 1 12 – AUDITÓRIO 13 – REFEITÓRIO 14 – SALA VIP 15 – CENTRO CULTURAL 16 – ALOJAMENTO PRINCIPAL FIGURA 10.101 - FONTE: RIBEIRO CARLOS (2009), pg. 118.

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FIGURA 11 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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TEMPLO ZULAI

FIGURA 11.01 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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INTRODUÇÃO O templo Zulai é o maior templo budista da América do Sul pertencente ao Monastério Guang Shan. Está no alto de uma encosta com vista para a cidade de Cotia, e é de fácil acesso através da rodovia Raposo Tavares, estando aproximadamente à 40 ou 50 minutos do centro de São Paulo. Durante uma visita em 1992 do mestre Hsing Yun, o casal Chang doou um sítio da família para a construção do templo. Somente oito anos depois, com o financiamento de diversos discípulos de diversos lugares do mundo, foi iniciada as obras do templo. A construção durou três anos, e ao seu fim, o mestre Hsing Yun retornou ao Brasil para consagrar a construção. 92

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Implantado num sítio de 150.000m², a edificação do templo possui 10.000m², e seu projeto contou com a participação de diversos arquitetos chineses, japoneses, taiwaneses e brasileiros, que se inspiraram na no estilo arquitetônico de palácios da Dinastia Tang, e de aspectos da arquitetura ocidental moderna, trazendo uma riqueza de detalhes importadas do outro lado do mundo, como técnicas e também todo o material da construção. O complexo do edifício conta com com equipamentos de superte ao templo como: Cafeteria, lojinha, Refeitório, playground, estacionamento, telefones públicos e Elevadores para atender o público portadores de necessidades especiais.

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FIGURA 11.02 FONTE: GOOGLE MAPS JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 11.03 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 11.04 - FOTO: CAIO ALFREDO 94

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Assim que se entra no terreno do templo Zu Lai, é notável o desnível acidentado de diversas regiões da propriedade que leva aos visitantes usarem diversas escadas e rampas. O estacionamento fica em regiões quase sempre de declividade. Desde o estacionamento até a entrada do templo, tem uma caminhada onde se passa por regiões em que foram projetados paisagismo oriental com uma grande influência ocidental, buscando suas composições mais contemporâneas e simples, deixando de lado o requinte dos jardins Chineses, e buscando uma clareza mais proveniente da filosofia do paisagismo japonês. Na Figura 11.03, é retratada a paisagem ao longo dos caminhos asfaltados que levam das áreas de estacionamento até a primeira parada: o lago com a ponte. Nestes caminhos, há arbustos não podados, plantados em distâncias sequenciais, quase lineares, através dos caminhos curvos que vencem os desníveis. Há árvores frutíferas no caminho, que garantem ao local uma diversidade da fauna, e quase sempre é possível avistar passarinhos sobrevoando a área e pousando sobre os galhos das árvores. Já na Figura 11.04, é notável que a


FIGURA 11.05 - FOTO: CAIO ALFREDO

paisagem muda, por conta da forração ser mais baixa e mais bem cuidada, assim como os arbustos que são podados e possuem tamanhos diferentes, sendo dispostos em grupos, e nem sempre lineares ao caminho. Há árvores com colorações diferentes que contrastam com o restante da paisagem, sendo elemento que chama atenção entre as várias colorações de verde. Do mesmo local que se observa a Figura 11.04, também é possível observar a Figura 11.05, onde é clara a evidência da influência de elementos orientais aplicados no paisagismo. Na beira do lago a contenção é feita através de talude, que segue a forma orgânica do limite da água, e as vezes essa composição é quebrada pela implantação de uma pedra na sequência do limite. A ponte de madeira é um elemento de cunho mais estético, e que possibilita os visitantes observarem os jabutis. Em frente à esta composição de paisagem, tem um bloco de sanitários, que assim como o templo em si, é inspirado em construções Chinesas. A base é construída de alvenaria, e pintada de branco e marrom, simbolizando as estruturas de madeira. A partir do bloco de sanitários, começa a subida suave para o templo.

FIGURA 11.06 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 11.07 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 11.08 - FOTO: CAIO ALFREDO 96

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Do caminho da paisagem do lago até a entrada do Templo, há uma calçada que separa o pedestre da área de passeio dos veículos, e enta calçada por estar numa região bem mais baixa que o templo, foi necessários fazer muros de arrimo para aumentar a área de circulação e viabilizar o passeio de pedestres. Assim como mostrado na Figura 11.08, os muros de arrimo receberam um revestimento concretado com pedras rústicas, a fim de viabilizar uma imagem mais real da influência oriental na paisagem como um todo. As rochas são usadas em quase todas as áreas paisagísticas projetadas, sendo elas um elemento atemporal em relação às técnicas e filosofias do paisagismo japonês e chinês. Ao longo do percurso há diversas estátuas de Buda em que são retratados de diversas formas. São centenas delas em todo o terreno. Assim que se chega à entrada, há uma cascata com uma estátua de Buda. E em frente à cascata, uma escadaria pra subir para o Templo, como mostra na Figura 11.09. Ao subir a escada, há uma série de elementos no


FIGURA 11.09 - FOTO: CAIO ALFREDO

entorno, como as lanternas japonesas na cerca ao lado dos corrimões, e além da paisagem já anteriormente vista, os visitantes só tem a visão do grande portal de entrada, sem saber de fato o que há depois dele, pois a escada em seu alto desnível atua como um elemento de bloqueio, o que causa uma certa expectativa para saber o que há quando chegar ao topo. Uma característica que é possível notar na escadaria é que ela tem uma leva curvatura, o que remete ao Feng Shui, em que diz que os caminhos devem ser sinuosos, como a imitar a natureza, e nunca geométricos nem muito assimétricos, pois a natureza tem sua beleza na forma orgânica e a não geometrização é um passo para dar ideia de inspirações mais naturais. Assim que chega no topo das escadas, o visitante tem uma visão ampla da grande praça em frente o templo, em que arbustos podados são enfileirados em ambos lados lineares às laterais (Figura 11.10) que conduzem a visão à outra escadaria que direciona ao interior do templo. FIGURA 11.10 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 11.11 - FOTO: CAIO ALFREDO

O pátio em frente ao Templo é circundado por outras edificações que como um todo parece um só edifício. A interligação dessas blocos é feito através de corredores abertos, como mostra a Figura 11.12, e que servem de passeio interno para a cafeteria, lojinha e demais salas e conjuntos de sanitários. Os materiais da edificação foram importados, como a telha, tintas, entre outros elementos decorativos, e a construção é repleta de simbologias religiosas do Budismo, como no guarda corpo, que são feitos de metal e tem o desenho de uma flor de lótus, que para o Budismo, representa o crescimento espiritual, e é considerada o trono de Buda e é também um dos oito símbolos auspiciosos da religião. FIGURA 11.12 - FOTO: CAIO ALFREDO 98

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FIGURA 11.13 - FOTO: CAIO ALFREDO

A figura 11.13 mostra um pequeno lago presente ao lado da escadaria assim que chega ao topo, que possui plantas aquáticas e rochas na composição. O complexo possui dois pavimentos, em que os locais dedicados ao culto, meditação e praticas religiosas estão no pavimento superior. Na imagem 11.14, é possível ver os dois pavimentos, elementos da arquitetura, desenhos do guarda corpo, composição moderna do paisagismo oriental e a cobertura que é um dos elementos mais característicos da arquitetura oriental. Na grande praça que vemos em frente o templo, são realizados eventos da cultura chinesa, e também do templo, como meditação em grupos maiores e apresentações artísticas FIGURA 11.14 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 11.15 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 11.16 - FOTO: CAIO ALFREDO

Nas extremidades do complexo, há alguns espaços que foram destinados para lazer, passeio, descanso e contemplação. Na figura 11.15 é possível notar a composição de rochas ao lado de uma ponte de madeira, que faz referência aos Jardins Japoneses, claramente pode ser classificado como Jardim de contemplação, por estar inserido numa escala menor e rodeado por um lago, mais que tem seus elementos limitados pela restrição da área, e pode ser contemplado de pontos específicos . Na figura 11.16 mostra um pergolado, num caminho mais rústico, de pedra abatida e que tem lanternas ao longo do percurso. Na figura 11.17, a cascata de entrada com a estátua de Buda, numa linguagem mais contemporânea, não sendo usado jogos de rochas para o caimento da agua por etapas. Na figura 11.18, é apresentado a composição de pedras numa área mais FIGURA 11.17 - FOTO: CAIO ALFREDO 100

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FIGURA 11.18 - FOTO: CAIO ALFREDO

aberta para contemplação, o chão possui um dos elementos mais marcantes do local, pelo fato da paginação das pedras, formando um espaço circular. Na Figura 11.19, é a vista do elemento transitório do Templo, o grande portão aberto no topo da escada, que marca os limites visuais e de passeio do templo em si. O templo Zu Lai foi projetado com uma ralação mais contemporânea do paisagismo oriental na área de devoção religiosa, entretanto, é possível identificar outras vertentes paisagísticas ao longo dos percursos da propriedade, como no lago, no estacionamento e nas áreas de convívio. Aparentemente, a difusão provocada pelos diversos arquitetos e paisagistas que trabalharam em conjunto, resultou em um grande projeto rico em detalhes e em diversidade que transita em tempos e culturas diferentes FIGURA 11.19 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12 - FOTO: CAIO ALFREDO 102

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REFERÊNCIAS

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FIGURA 12.01 FONTE: https://c2.staticflickr.com ACESSO EM 20/05/2017

Changdeokgung palace (창덕 궁과 후원). Coloração viva da vegetação. Ilha no meio do espelho d’água.

FIGURA 12. 03 FONTE: www.messianica.org.br ACESSO EM 20/05/2017

Jardim De Kairaku-En. Vegetação de Cores Fortes. Árvores e Arbustros Podados. 104

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FIGURA 12.02 FONTE: www.messianica.org.br ACESSO EM 20/05/2017

Solo sagrado de Kyoto. Caminho de Cerejeiras

FIGURA 12. 04 FONTE: www.messianica.org.br ACESSO EM 20/05/2017

Solo Sagrado de Kyoto. Edifício Japonês. Vegetação Podada


FIGURA 12.05 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Sala do Arco e Flexa e Clube do Boxe em Tóquio. Estrutura de Madeira na Cobertura. Releitura da Arquitetura Japonesa. FIGURA 12.07 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Sala do Arco e Flexa e Clube do Boxe em Tóquio. Vedação de Telhas de Policarbonato. Estrutura Aparente. Releitura da Arquitetura Japonesa.

FIGURA 12.06 FONTE: josephdesense.wix.com ACESSO EM 20/05/2017

John Humes Japanese Stroll Garden, Long Island. Casa De Chá. Arquitetura Elevada. Apreciação Das Copas Das Árvores. FIGURA 12.08 FONTE: arcoweb.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Capela em Tatuí, Arq. Beatriz Meyer. Uso de Madeira e Vidro. Interação com Vegetação Presente no Entorno. Estrutura Aparente. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12.09 FONTE: arcoweb.com.br ACESSO EM 21/05/2017

Templo Ecumênico Curitiba, Manuel Coelho Arq. Construção Contemporânea. Uso de Material Translúcido. Templo no Meio do Lago. FIGURA 12.11 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Casa na Água, Li Xiaodong Atelier. Píer Elevado no Lago. 106

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FIGURA 12.10 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Casa na Água, Li Xiaodong Atelier. Espelho D’água com Entorno Seco de Calçada de Pedras. Árvore no Meio das Pedras. FIGURA 12.12 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Casa na Água, Li Xiaodong Atelier. Espelho D’água. Muro de Pedras Para Contenção. Reflexo da Água. Telhados Japoneses. Paisagem Emprestada.


FIGURA 12.13 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Pavilhões da Casa de Chá Osulloc, Mass Studies. Planta Livre, Fachadas de Vidro. Estrutura de Madeira e Concreto. Espelho D’água. FIGURA 12.15 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Pavilhões da Casa de Chá Osulloc, Mass Studies. Planta Livre, Fachadas de Vidro. Estrutura de Madeira e Concreto. Relação com Natureza ao Redor.

FIGURA 12.14 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Red Ribbon Park, Turenscape. Elemento Decorativo Para Contemplação Contínua no Parque. Intervenção Contemporânea FIGURA 12.16 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Parque em Instambul, Dror. Cobertura de Vegetação Rasteira e Musgos em Áreas de Grande Declividade. Passeio Colorido. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12.17 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 21/05/2017

Capela Ecumênica, Bnkr Arq. Vista Interna. Material Translúcido. Uso de Materiais. Iluminação Zenital. FIGURA 12.19 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 21/05/2017

Capela, B&L Arquitetura. Aproveitamento da Vista Natural. Caminho é o Mesmo Piso da Capela. Espaço Aberto para a Natureza. 108

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FIGURA 12.18 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 21/05/2017

Capela Ecumênica, Bnkr Arq. Vista Externa. Rampas de Acesso. Vegetação só com Grama. Material Translúcido. FIGURA 12.20 FONTE: www.archdaily.com.br ACESSO EM 20/05/2017

Restaurante do Lago, Mass Arquitetura. Edificação Sobre o Lago. Relação Paisagem e Natureza. Apreciação do Consumidor do Local.


FIGURA 12.21 FONTE: www.expedia.com.br ACESSO EM 20/05/2017

High Park Toronto. Vegetação de Diversas Tonalidades. Ponte de Pedra. Cascata

FIGURA 12.23 FONTE: c1.staticflickr.com ACESSO EM 21/05/2017

Mizumoto Japanese Stroll Garden. Passarela de Madeira em Zigue-Zague

FIGURA 12.22 FONTE: oicanada.com.br ACESSO EM 20/05/2017

High Park Toronto. Caminho de Cerejeiras

FIGURA 12.24 FONTE: www.gardenvisit.com ACESSO EM 21/05/2017

Jardim Kiyosumi-Tien. Ponte de Concreto Entre Estreito de Rochas JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12.25 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Lago com Carpas. Contenção Linear de Rochas. Ilhotas de Rochas.

FIGURA 12.27 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica Do Brasil. Sistema de Abastecimento do Lago das Carpas Através de Canos em um Córrego. 110

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FIGURA 12.26 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Córrego Raso com Cascata. Jogo de Rochas.

FIGURA 12.28 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Construção em Estilo Oriental. Estrutura de Concreto e Blocos.


FIGURA 12.29 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Vista da Paisagem Emprestada. Edificação em Cotas Altas do Terreno.

FIGURA 12.31 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Canteiros Circundando Caminhos Sinuosos.

FIGURA 12.30 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Caminho do Paraíso. Percurso Sinuoso. Caminho Largo com Vegetação Espessa nas Laterais, Restringindo a Visão.

FIGURA 12.32 - FOTO: CAIO ALFREDO

Solo Sagrado da Igreja Messiânica do Brasil. Ponte de Pedra Sobre o Córrego. Contenção e Direcionamento da Água com Rochas. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12.33 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral De SP. Paisagem com Lago. Margem em Talude com Pedras. Limite de Canteiros com Madeira.

FIGURA 12.35 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Canteiros Circundando Caminhos Sinuosos. 112

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FIGURA 12.34 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Lago com Carpas. Margem Com Pedras e Vegetação. Um Lado Para Contemplação e Outro com Rochas entre Passeio e Lago. FIGURA 12.36 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Fonte de Bambú e Pedra.


FIGURA 12.37 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Paisagem com Lago. Margem em Talude com Pedras. Limite de Canteiros com Madeira. FIGURA 12.39 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Paisagem Geral do Lago. Vegetação Mista. Elemento De Pedra No Meio Do Lago. Formas Sinuosas.

FIGURA 12.38 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Riacho Artificial.

FIGURA 12.40 - FOTO: CAIO ALFREDO

Jardim da Amizade, Quartel Geral de SP. Relação da Quantidade de Pedras com a Quantidade de Vegetação. Vegetação Gradativa em Relação ao Ponto de Vista do Lago. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 12.41 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Muro de Arrimo de Pedra. Integração com a Paisagem.

FIGURA 12.42 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Escadas Contornadas Por Lanternas E Vegetação Podada.

FIGURA 12.44 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Bloco de Sanitários em Estilo Oriental. 114

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FIGURA 12.45 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Ponte de Madeira Sobre o Lago.

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FIGURA 12.43 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Detalhe Do Limite Do Caminho De Passeio. FIGURA 12.46 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Caminho de Terra com Pergolado.


FIGURA 12.47 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Paisagem com Declive, Tonalidades de Grama. Arbustros Podados e Lineares. FIGURA 12.50 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Caminho Rebaixado e Contenção de Pedras com Vala de Escoamento.

FIGURA 12.48 - FOTO: CAIO ALFREDO

FIGURA 12.49 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Área com Pouca Vegetação. Amplitude de Passeio Sobre a Grama. Arbustros Podados.

Templo Zu Lai. Arbustros Altos Podados Lineares à Edificação. FIGURA 12.51 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Arbustros Podados Lineares ao Passeio. Vala de Escoamento de Água.

FIGURA 12.52 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Caminho de Pedras Irregulares

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FIGURA 12.53 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Lanterna de Pedra

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FIGURA 12.54 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Caminho de Terra Abatida e Madeira.


FIGURA 12.55 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Elemento de Entrada. Tori. Na de Pedra. Jardim Moderno sem Árvores.

FIGURA 12.56 - FOTO: CAIO ALFREDO

Templo Zu Lai. Lago com Cascata e Rochas. Plantas Aquáticas

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FIGURA 12.57 - FOTO: Caio Alfredo

Kinkaku-Ji Do Brasil. Lance de Cascata entre Paisagem de Pedras com Musgos. E Vegetação Natural ao Redor.

FIGURA 12.59 - FOTO: Caio Alfredo

Kinkaku- Ji Do Brasil. Lago Com Ondas Suaves. Contemplação Sobre A Ponte Do Lago. Lago Para Meditação. 118

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FIGURA 12.58 - FOTO: Caio Alfredo

Pavilhão Japonês do Ibirapuera. Interior do Pavilhão. Cerimônia do Chá

FIGURA 12.60 - FOTO: Caio Alfredo

Pavilhão Japonês do Ibirapuera. Vista do Jardim de Dentro do Edifício. Elementos de Construção Japonesas. Construção em Madeira.


FIGURA 12.61 - FOTO: CAIO ALFREDO

Pavilhão Japonês do Ibirapuera. Caminho de Pedriscos. Construção Japonesa. Cerca de Bambú. Canteiro Podado.

FIGURA 12.62 - FOTO: CAIO ALFREDO

Pavilhão Japonês Do Ibirapuera. Jardim Zen. Construção Japonesa

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FIGURA 12.63 FONTE: virgula.uol.com.br ACESSO EM 28/05/2017

Templo Para Todas as Religiões. Cobertura Translúcida. Material Claro. Formas Orgânicas. FIGURA 12.65 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Pergolado Bondinho. Estrutura em Madeira. Pergolado em Malha. Uso de Madeira e Policarbonato. 120

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FIGURA 12.64 FONTE: virgula.uol.com.br ACESSO EM 28/05/2017

Templo Para Todas as Religiões. Forma de Flor, Relação Com o Entorno. Monumentalidade FIGURA 12.66 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Mirante Cemitério Cerejeiras 01. Vista Panorâmica a Partir do Mirante. Mirante de Madeira. Arquitetura Orgânica.


FIGURA 12.67 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Portaria Cemitério Cerejeiras. Estrutura Orgânica de Madeira e Ferro. Elemento de Entrada. FIGURA 12.69 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Casa Pinheiro. Bancos de Madeira Beirando a Encosta. Vista da Copa das Árvores Relação Direta com a Natureza.

FIGURA 12.68 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Pq Gov. Valadares. Estrutura de Madeira para Mirante. Fundação em Concreto Armado. FIGURA 12.70 FONTE: carpinteria.com.br ACESSO EM 29/05/2017

Casa Catuçaba. Integração da Casa com Varanda, Diente do Desnível do Terreno, a Casa Parace não Estar Sobre O Chão. Portas de Correr de Madeira. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 13 - FOTO: CAIO ALFREDO 122

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TERRENO

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FIGURA 13.01 - FONTE: GOOGLE MAPS 124

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USO E OCUPAçãO DO SOLO A área escolhida para a implantação do projeto de intervenção, é categorizado como ZEIS 2 e 5. Entretanto a proposta sugere um uso que não se adequa à estas zonas. A Zeis 2 e Zeis 5, como prevista na lei 16.402 de 22 de Março de 2016, restringe o uso da área em sua maior parte à Habitações de Interesse Social, sendo destinada uma parcela à este uso. Mas de acordo com o Quadro 4, anexo integrante da lei, que determina os Usos permitidos por zona, há algumas categorias que se encaixariam com a proposta do projeto se assim fosse pertinente construir, como listado abaixo: nRa-3: Ecoturismo e lazer: atividades cujo desenvolvimento relaciona-se à conservação de condições ambientais específicas, viabilizando, também, o seu aproveitamento econômico e favorecendo o bem-estar e a qualidade de vida, tais como ecoturismo, clubes, pousadas, entre outras; nR2-1: comércio de alimentação de médio porte, com lotação de mais de 100 (cem) e até 500 (quinhentos) lugares; englobando comércio associado a diversão;

nR2-2: comércio especializado; nR2-7: estabelecimentos de ensino não seriado: estabelecimentos destinados ao ensino complementar, aos cursos profissionalizantes ou de aperfeiçoamento ou à educação informal em geral, com até 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) de área construída computável destinada a salas de aula; nR2-10: serviços de lazer, cultura e esportes; nR2-11: local de reunião ou eventos de médio porte localizado na zona urbana com lotação máxima superior a 100 (cem) e até 500 (quinhentas) pessoas; nR2-14: associações comunitárias, culturais e esportivas de caráter local, com lotação superior a 100 (cem) e até 500 (quinhentas) pessoas; nR2-15: local de culto de médio porte localizado na zona urbana com lotação máxima superior a 100 (cem) e até 500 (quinhentas) pessoas na área interna à edificação destinada ao culto; nR3-4: local de reunião ou evento de grande porte localizado na zona urbana com lotação

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superior a 500 (quinhentas) pessoas; nR3-5: comércio de alimentação de grande porte, com lotação superior a 500 (quinhentos) lugares; nR3-7: local de culto de grande porte localizado na zona urbana com lotação máxima superior a 500 (quinhentas) pessoas na área interna à edificação destinada ao culto. Entretanto, mesmo sendo previsto alguns aspectos a serem implantados no terreno, não seria possível construir pois uma grande parcela deveria ser destinada à HIS. A Taxa de Ocupação do terreno total não seria pertinente ao uso de acordo com o zoneamento pré-estabelecido por lei. E o coeficiente de aproveitamento seria muito

menor do que o exigido, transformando a área em subutilizada. Para adequação, seria necessário uma mudança de zoneamento, prevendo uma área destinada à um parque com características específicas, com um caráter turístico e de Preservação ambiental. O conceito da mudança na região implicará na prevalência de uma requalificação de áreas segregadas, através do turismo e do lazer, que também contribuirá para a economia da cidade indiretamente através do desenvolvimento humano proporcionado à população diretamente, pelo fato de valorização da região trazendo novos investimentos, podendo ser de setores privados e públicos, fazendo Assim também a melhoria da infraestrutura urbana e mobilidade.

ZEIS-2 ZEIS-5

FIGURA 13.02 – FONTE: gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br ACESSO EM 19/04/2017 126

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ANALISE CARTOGRÁFICA

FIGURA 13.03 - FONTE: Pt-br.topographic-map.com ACESSO EM 02/05/2017 JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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PERSPECTIVA TOPOGRAFICA

FIGURA 13.04 – PRODUZIDO EM: SKETCHUP

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DA ÁREA

FIGURA 13.05 - FOTO: CAIO ALFREDO

1 FIGURA 13.06 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 13.08 - FOTO: CAIO ALFREDO

3 FIGURA 13.09 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 13.07 - FONTE: GOOGLE MAPS JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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FIGURA 13.10 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 13.12 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 13.11 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 13.13 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 14 - FOTO: CAIO ALFREDO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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PROGRAMA &FLUXOGRAMA

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Figura 14.1 - DESENHO: KAROL HILÁRIO

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MEMORIAL DESCRITIVO

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1 - PARTIDO ARQUITETÔNICO 1.1 - O PARQUE A concepção de formas e paisagens para o desenvolvimento do Parque Oriental em São Paulo teve seu partido preliminar definido enquanto estava lendo o livro ‘Neve de Primavera’, do Yukio Mishima. Nele o autor retrata a residência de uma família pertencente à nobreza da coroa japonesa, e transmite ao leitor a sensibilidade em que seus terrenos são trabalhados em Jardins japoneses, conforme trecho destacado a seguir:

“[..]. A residência do marquês de Matsugae ocupava uma imensa porção de terreno, além de Shibuya, nos arredores de Tóquio, com diversas construções espalhadas por mais de cem acres, os tetos se elevando num estimulante equilíbrio. A casa principal obedecia à arquitetura japonesa, mas num canto do parque se encontrava uma imponente casa em estilo ocidental, projetada por um inglês. Diziam ser uma das quatro residências , no Japão – a do marechal Oyama era a primeira _ onde se podia entrar sem tirar os sapatos. No meio do parque um enorme lago se esparramava contra uma colina coberta de bordos. O lago era suficientemente grande para se remar; havia uma ilha no meio, nenúfares em flores e até brasênias que podiam ser apanhadas para a cozinha. A sala de visitas da casa principal dava para o lago , assim como a sala de banquetes da residência ocidental. Umas duas centenas de lanternas de pedra tinham sido espalhadas a esmo pelas margens e na ilha, que também se ufanava de possuir três garças de ferro fundido, duas delas alongando os compridos pescoços para o céu, a outra com a cabeça inclinada para baixo. A água jorrava da nascente para o topo da colina de bordos e descia os declives em várias quedas; o riacho então passava sob uma ponte de pedra, tombando num tanque sombreado pelas pedras vermelhas da ilha de Sado, antes de desabrochar no lago, num lugar onde floresciam na primavera belas íris. O lago possuía carpas carássios. Duas vezes ao ano o marquês permitia a colegiais fazerem piqueniques neste local. [...]” Neve de Pimavera; Mishima, Yukio. Pag. 7, 8.

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Nesta descrição, a dimensão da propriedade do Marquês é retratada por meio de sua composição artística e descritiva das construções e do lago, que tem por sua vez a finalidade de preencher substancialmente a paisagem natural, fazendo assim uma obra de arte privada para a família, disponível para todos os momentos de lazer e reflexão. Um outro momento deste mesmo livro que ajudou a compor a minha

idealização do Parque foi a cena em que Kiyoaki (protagonista principal) e Honda (seu melhor amigo), após remarem através do lago para uma ilha em seu meio, adormecem, e ao acordarem, se deparam com algumas mulheres da nobreza e suas servas caminhando próximo de onde estavam, e passam a acompanhá-las, até que avistam algo interrompendo o fluxo de agua da cascata.

“- O que é aquilo? Lá em cima, obstruindo a água daquela maneira? A mãe, imediatamente alerta, usou o leque para sombrear os olhos da ofuscante luz do sol que brilhava através dos galhos, e estreitando os olhos voltou-os para cima. O paisagista que havia laboriosamente erguido muros de pedra dos dois lados da margem para assegurar uma graciosa queda d’água nunca poderia entretanto desejar que o fluxo vertesse de forma tão canhestra no meio do topo. Apenas uma pedra encravada naquele lugar poderia causar tal interrupção na corrente. - Não imagino o que possa ser! Parece que alguma coisa se alojou naquele ponto – disse a mãe para a abadessa, francamente espantada.” -Neve de Pimavera; Mishima, Yukio. Pag. 27. Nesta descrição, a dimensão da propriedade do Marquês é retratada por meio de sua composição artística e descritiva das construções e do lago, que tem por sua vez a finalidade de preencher substancialmente a paisagem natural, fazendo assim uma obra de arte privada para a família, disponível para todos os momentos de lazer e reflexão. Um outro momento deste mesmo livro que ajudou a compor a minha 136

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idealização do Parque foi a cena em que Kiyoaki (protagonista principal) e Honda (seu melhor amigo), após remarem através do lago para uma ilha em seu meio, adormecem, e ao acordarem, se deparam com algumas mulheres da nobreza e suas servas caminhando próximo de onde estavam, e passam a acompanhá-las, até que avistam algo interrompendo o fluxo de agua da cascata.

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1.2 - OS LAGOS 1.2.1 - LAGO ARIRANG O lago principal que possui cobertura de cerca de 3.400m² recebeu este nome em homenagem à canção Arirang, pertencente ao tesouro imaterial coreano, e reconhecido pela UNESCO em 2012 como herança cultural asiática. Fazendo parte da história do povo coreano há cerca de 500 anos, a canção possui várias versões em que falam sobre um caminho em que dois amantes possuem um trágico fim. Entretanto esta música representa comoção para o povo coreano, representa o reencontro e as fases do caminho em que é percorrido com muita dificuldade. O lago foi idealizado pensando nessa música pelo seu valor simbólico, sendo a maior atração do complexo, buscará manter uma afinidade com os visitantes pois estará sempre presente em seu percurso, assim como a canção Arirang está na cultura coreana.

1.2.2– LAGO DAS CARPAS Este lago está localizado na região sudoeste, oposto ao lago das tartarugas. Suas margens se estendem com grama por quase 10 metros, de onde os visitantes podem se sentar e fazer piquenique ao redor e apreciar a beleza dos peixes. O lago possui pedras em suas extremidades, a fim de criar a contenção e separação clara do início e fim dos limites da água, e em alguns pontos, grandes pedras são colocadas na margem possibilitando os visitantes se aproximarem mais dos peixes e os verem de perto. 1.2.3 - LAGO DOS PATOS O lago dos patos tem este nome pela sua forma em implantação que lembra levemente o formato da ave. É possível que os visitantes tenham esta visão quando passam por cima através do teleférico. Este lago fica próximo à escola de Artes Marciais e Cerimônia do chá, portanto é previsto que fosse

usado como área de descanso contemplação pelos alunos

e

1.2.4 - LAGO DA FAMÍLIA Próximo à casa de chá e do pergolado Kazoku, este lago está implantando em um pequeno bosque de rochas, que representam a solidez familiar. Suas formas orgânicas que fazem os visitantes permearem suas margens, simboliza as imprevisibilidades na vida familiar, os filhos, os bichos de estimação, as novas pessoas que ao longo dos anos passam a fazer parte da vida de cada família. Suas bordas conduzem à uma ilha no meio do lago, que retrata o caminho estreito que se alarga ao amor e reconhecimento de cada ser como integrante à sua família. A ilha foi pensada para tirar fomos familiares, de forma que se tenha ao fundo: O lago, as rochas, e as árvores coloridas que circundam o pergolado Kazoku.

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1.2.5 - LAGO CASCATA Integrante parcialmente do lago Arirang que cria uma cascata, este lago faz parte da composição visual do restaurante. Sua principal função é estruturação da caída de água, mas possui em seu entorno uma paisagem límpida sem muitas árvores, de forma que possa ser visualizado em seu arranjo espacial limpo e claro. É utilizado um sistema de bombeamento para devolver a água ao lago Arirang, de foma que tenha um movimento contínuo da cascata. 1.2.6 - LAGO DA CONTEMPLAÇÃO O lago da contemplação está numa localização elevada, onde é possível observar o parque e seus jardins panoramicamente. Este lago foi inspirado em um dos pequenos lagos do complexo do Kinkaku-Ji do Brasil, e a função deste projetado é similar ao original.

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Através de uma ponte que tem para a travessia deste lago, é possível sentar e observar as ondas que se propagam delicadamente e continuamente através de uma leve cascata de uma de suas extremidades. Estas ondas que se repetem num contínuo padrão encontram seu fim em uma margem de pedras, permitindo assim um perfeito local zen para meditação. 1.2.7 - LAGO DA LUA De acesso mais difícil, este lago está a cerca de 28 metros acima do passeio original e a 10 metros abaixo do nível mais alto do terreno. Seu acesso é feito apenas por quem quer ir apreciar de perto sua beleza. O lago da Lua possui águas cristalinas, e areia branca, que durante o dia reflete sua alvura para quem está a pontos mais altos do terreno.

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1.2.8 - LAGO DAS TARTARUGAS Um dos mais amplos do complexo, o lago que serve de lar para as tartarugas está numa região mais afastada na direção do amor segundo o Ba-guá. Foi idealizado para piqueniques mais descontraídos, onde os visitantes possam contemplar a visão do parque num ponto mais alto apreciando a beleza do lago e suas tartarugas nas diversas ilhotas. 1.2.9 – LAGO DO AMOR O lago do amor fica próximo à casa de chá Kankei, e é cercado por Ypês Rosas, amarelos e brancos. Ele possui diversas tábuas em ziguezague em sua superfície, onde os visitantes podem caminhar por cima delas enquanto veem a fauna local de perto e podem alimentá-los. Este lago não é profundo, e em muitos pontos destacam-se plantas hidrófilas.


1.3 - TEMPLO PARA TODAS AS RELIGIÕES A religião sempre esteve presente na cultura de cada sociedade há milhares de anos. Independente da crença, todos buscam uma pureza espiritual e alcançar realizações através das leis que regem cada religião. Como parte fundamental na vida humana, no parque é proposto um templo para todas as religiões, que fomentem a ideia de que o culto pode ser realizado de forma pura em meio à natureza. A construção está localizada no centro do lago Arirang, e é a base central para a implantação do Ba-guá, de forma que represente, que a religião é o ponto central para a perfeita estabilidade das energias. Sua forma orgânica reflete à características simbolistas de algumas

religiões, voltadas para a arquitetura, sem sobressair ou estampar partidos religiosos e nem induzir aos fiéis que ali estão, a pensarem que estão em um templo de seu própria igreja. Inspirado no Templo Ecumênico do Solo Sagrado do Brasil, o templo para todas as religiões possui acesso visual para o céu e para o entorno do parque, permitindo que as paredes do templo simbolicamente seja a natureza, assim como o teto seria o céu. Os materiais usados na construção, como madeira e vidro, buscam fazer uma aproximação desta sensação de forma que torne a área mais segura criando uma cobertura e um ambiente semifechado para a realização de cultos e demais eventos.

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1.4 - BIBLIOTECA A forma geométrica simples de um cubo idealizado para a biblioteca é uma referência à arquitetura japonesa minimalista. O edifício sem adornos e exuberância busca ornar com a paisagem de forma que um complete o outro, sem haver sobreposição de nenhum na composição espacial. A biblioteca está localizada à Sudoeste do terreno, área em que no Bá-Guá representa espiritualidade e sabedoria. A estação Inverno do teleférico está localizado próximo ao edifício, e ao fazer a rota entre a estação Inverno e Outono, os visitantes poderão ver a biblioteca por cima (em implantação), e compreender

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que o piso ao seu redor formado metade por grama e metade por pedras, é uma releitura geométrica do símbolo de Ying Yang, representando assim que a sabedoria e conhecimento é como uma moeda, que possui dois lados. A sua cobertura de madeira disposta em duas águas fica escondida do ponto de vista do pedestre, estando um pouco mais abaixo que o fim da borda do edifício. As fachadas do edifício possuem fechamento de grandes ripas verticais de madeira que passam por um tratamento de oxidação e carbonização, técnica japonesa chamada Shou Sugi Ban desenvolvida na ilha de Naoshima no

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Japão, para conservação das casas dos pescadores; que resulta em uma madeira mais resistente à corrosão e com cor preta. O acesso ao interior da biblioteca é feito através de duas fachadas que possuem uma parede de madeira laminada de cor clara inclinada e um pano de vidro. As fachadas norte e Nordeste não possuem janelas, por conta da incidência de iluminação natural, já a fachada Leste, recebe uma grande janela que compõe mais de 50% da superfície, permitindo os usuários da biblioteca ter uma visão ampla do bosque de leitura e do início do lago. A fachada Sul (principal) recebe como janela um ideograma Chinês que tem como significado biblioteca.

Figura 14.2

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1.5 - RESTAURANTE DA CASCATA O restaurante da cascata busca imergir os visitantes do parque à cultura oriental (japonesa, chinesa e coreana) através da gastronomia. A construção inspirada nas casas tradicionais coreanas (Hanok), possui 2 andares, que vence um desnível de 8 metros e tem seus salões de refeições voltados para a cascata, de onde os clientes podem ter suas refeições vendo a caída de água do lago Arirang para o lago da cascata,

e ao som das águas batendo nas rochas. A estrutura é metálica com grandes pórticos que deixam aparente o travamento das vigas e pilares através de cabos de aço, com acabamentos em madeira laminada (cobogós) e vidro. O telhado será em quatro águas, com inclinação de 60º com telhas pintadas de azul, fazendo alusão às coberturas das casas de vilas de pescadores em Busan na Coréia do Sul.

1.6 - MUSEU ORIENTAL Pensado para expor obras de artes para os visitantes do parque, o Museu Oriental também conta com um pequeno auditório em seu pavimento superior, que abrigará palestras, mostras de filmes e seminários. A sua composição deve ser uma releitura de arquitetura Oriental de

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forma que englobe Coréia, China e Japão, tríade em foco do parque. Os materiais a serem usados possuirão características dos princípios dessas construções, entretanto se adequando com os avanços tecnológicos e estéticos de sistemas construtivos. Sua estrutura será um híbrido de madeira e aço.


1.7 - ESCOLA DE ARTES MARCIAIS E ESCOLA DA CERIMÔNIA DO CHÁ Para compor a cultura oriental, foi proposto uma escola de artes marciais e cerimônia do chá, onde a população pode se inscrever para aprender técnicas como Judô, Tae-kwon-do, Kung Fu e Karatê, além de que os visitantes possam fazer um curso rápido de cerimônia de chá ou uma extensão mais aprofundada desta arte. O edifício que abrigará esta escola,

terá sua implantação inspirada nas casas tradicionais coreanas (Hanok), onde o edifício tem geralmente formatos em ‘L’ ou em ‘U’ de forma que crie um pátio interno/externo à casa, relacionando o espaço íntimo à paisagem externa. A construção será de madeira, pedra, telhas e papel, considerando materiais nobres da construção tradicional oriental para sua composição. JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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1.8 - CASAS DE CHÁ Figura 14.3

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No Parque, as casas de chá foram distribuídas em lugares estratégicos em sete das oito direções do Bá-Guá, de forma que cada uma tenha uma representação sentimental e sensorial através do Feng Shui. A filosofia Taoísta e Zen Budista que rege a cerimônia do chá, se aplica à arquitetura de suas casas também. O conceito de simplicidade se expande além da construção para o entorno, sendo seus caminhos de acesso e o paisagismo, rudimentares e sem adornos. Para manter o conceito original, as casas de chá projetadas foram pensadas em suas formas puras e originais, mas com

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revestimentos que melhor remetessem à estética contemporânea e que permitisse uma adaptação ao clima brasileiro, criando brises e aproveitando de forma mais efetiva a iluminação natural. Cada uma das sete casas foram trabalhadas de diferentes tamanhos através da paginação de tatames, com diferentes coberturas, formas e composição de material, criando além das paisagens, construções díspares que fazem jus à caminhada dos visitantes para poder visitar cada uma delas. O parque contará com roteiros noturnos através das casas de chá.


1.8.1– CASA DE CHÁ HAN’EI (PROSPERIDADE - NOROESTE) TAMANHO: 6 TATAMES (área útil: 9,72m² área total: 11,29m²). ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça carbonizada. VEDAÇÃO: Placas de policarbonato, com aberturas superiores com veneziana de policarbonato. COBERTURA: Telhado 1 água em madeira maciça cor natural e fechamento em policarbonato. 1.8.2 – CASA DE CHÁ KANKEI (RELACIONAMENTO - NORDESTE) TAMANHO: 18 TATAMES (área útil: 29,16m²

área total: 33,05m²). ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça carbonizada. VEDAÇÃO: Policarbonato leitoso em tábuas horizontais com inclinação na parte superior de forma que funcione de brises para ventilação cruzada. COBERTURA: Telhado 4 águas em madeira maciça cor natural e placas de policarbonato leitoso. 1.8.3 – CASA DE CHÁ SEIKO (SUCESSO – NORTE) TAMANHO: 5,5 TATAMES (área útil: 8,91m² área total: 10,05m²). ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira

maciça cor natural. VEDAÇÃO: Placas de policarbonato, com aberturas superiores com veneziana de policarbonato. COBERTURA: Telhado 2 águas em madeira maciça carbonizada (estrutura do telhado em madeira cor natural) e placas de policarbonato leitoso. 1.8.4 – CASA DE CHÁ SOZO-SEI (CRIATIVIDADE - LESTE) TAMANHO: 8 TATAMES (área útil: 12,96m² área total: 15,05m²). ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça cor natural. VEDAÇÃO: Placas de policarbonato, com

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aberturas superiores com veneziana de policarbonato. COBERTURA: Telhado 4 águas em madeira maciça cor natural. 1.8.5 – CASA DE CHÁ TOMODACHI (AMIGOS - SUDESTE) TAMANHO: 7 TATAMES (área útil: 11,34m² área total: 12,74m²) ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça carbonizada. VEDAÇÃO: Ripas de madeira laminada com espaçamento de 1 cm na parte superior de forma que funcione de brises para ventilação cruzada. COBERTURA: Telhado 2 águas em

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madeira maciça carbonizada (estrutura do telhado em madeira cor natural). 1.8.6 – CASA DE CHÁ KAZOKU (FAMÍLIA - OESTE) TAMANHO: 12 TATAMES (área útil: 19,44m² área total: 22,04m²) ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça cor natural. VEDAÇÃO: Placas de policarbonato leitoso, com aberturas superiores com veneziana de policarbonato leitoso. COBERTURA: Telhado 2 águas em madeira maciça carbonizada (estrutura do telhado em madeira cor natural) e placas de policarbonato leitoso.

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1.8.7 – CASA DE CHÁ CHIE (SABEDORIA - SUDOESTE) TAMANHO: 9 TATAMES (área útil: 14,58m² área total: 16,58m²) ESTRUTURA: Pilares e vigas de madeira maciça cor natural VEDAÇÃO: Ripas de madeira carbonizada com espaçamento de 1 cm na parte superior de forma que funcione de brises para ventilação cruzada. COBERTURA: Telhado 2 águas em madeira maciça carbonizada (estrutura do telhado em madeira cor natural) e placas de policarbonato leitoso.


1.9 – VIVEIRO Para plantio de espécies de árvores e flores nacionais e orientais presentes no parque. Este viveiro terá mudas para venda aos visitantes e também Exposição e venda de Bonsais. A estrutura do edifício será de madeira laminadacom fechamentoem policarbonato e tela. Sua forma será semiesférica, possibilitando uma composição simples e que mescle com a paisagem ao seu redor.

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1.10 - ESTAÇÕES TELEFÉRICO As estações de teleférico têm como finalidades: propor um meio de acessibilidade entre as diferenças de níveis para as pessoas portadoras de necessidades especiais de forma eficaz e segura sem desgaste e também uma visão ampla de um ponto de vista elevado do complexo do parque. As estações foram divididas em 5 pontos estratégicos, de forma que melhor resolvesse a questão da acessibilidade aos conjuntos arquitetônicos.

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A construção das estações é feita em estrutura metálica, com fechamento em madeira e vidro. A sua forma contemporânea recebe estes revestimentos de forma que orne melhor com o entorno e faça referência às construções japonesas. O sistema de ventilação natural é feito através de cobogós que tem formatos inspirados nas portas de casas tradicionais coreanas (Hanok). O acesso às estações, é feita através de escadas e elevadores.

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2. ESTAÇÃO INVERNO Primeira estação do circuito, faz acesso à estação Outono. No percurso, é possível observar a implantação da biblioteca, que possui referências simbólicas; O lago das cargas e após passar a conformação da pequena montanha, o teleférico passa por cima da escola e tem uma visão do lago, o templo e o bosque das cerejeiras. 3. ESTAÇÃO OUTONO Estação que faz acesso à casa de chá Han’ei, também é portão para a área reservada para trilhas. 4. ESTAÇÃO VERÃO Esta estação que está no eixo central das estações tem ligação com a estação Outono à Oeste e a estação Primavera a Leste. Pode ser a estação

inicial para quem faz acesso através do estacionamento norte, e faz ligação ao Mirante e o lago da Meditação. 5. ESTAÇÃO PRIMAVERA Penúltima estação, faz ligação ao lago das tartarugas, à casa de chá Kankei e ao lago do amor. O percurso entre esta estação e a estação restaurante possibilita os visitantes terem uma visão completa de todas as obras arquitetônicas do complexo. 6. ESTAÇÃO RESTAURANTE Última estação, ela recebe este nome por fazer acesso direto ao restaurante da cascata, idealizando o momento correto de degustar a culinária oriental após uma longa visita ao parque.

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1.11 – PÉRGULAS 1. PERGOLADO KAZOKU ( DA FAMÍLIA) O pergolado da Família recebe este nome por estar implantado na direção da família em relação ao Ba-guá. Sua estrutura de madeira laminada é orgânica curvilínea e de aspecto que transparece leveza. Sua forma é baseada em um ideograma chinês que representa família. Localizado perto do lago Kazoku e casa de chá do mesmo nome, o pergolado tem acesso visual para a escola de artes marciais e cerimônia do chá.

que fazem o acesso através da entrada sul, Sua forma curvilínea e comprida representa o o percurso que se faz para encontrar uma recompensa. E a recompensa ao se fazer este caminho do pergolado, é que em sua extremidade, tem-se uma das mais belas visões do parque. A vista para a casa de chá Chie, através do lago, com o bosque de árvores atrás no fundo, e a conformação do pequeno morro do parque.

2. PERGOLADO DA ARTE Implantado perto do restaurante, o pergolado da Arte dispõe de uma vista através do lado, cercado de Ypês e ao fundo, o bosque das cerejeiras. A paisagem colorida e alegre é propícia à apreciação, sessões fotográficas e desenhos da perspectiva.

4. PERGOLADO DA PAZ Este pergolado está localizado a Sudoeste, e recebe este nome por conta da vegetação que recebe ao seu redor. Sua estrutura é de madeira maciça e tem vegetação encorpada em sua estrutura, de forma que torna o espaço mais natural. Os visitantes do parque também contam nesta área com redes de bambu para descanso e apreciação.

3. PERGOLADO DO CAMINHO É o primeiro pergolado para os visitantes

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1.12 - MIRANTE O mirante foi implantado no ponto mais alto do terreno, de forma que os visitantes tivessem uma visão panorâmica de todo o complexo. Seu acesso é através da entrada Norte ou através da estação do teleférico.

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1.13 – BANHEIROS O parque disporá de 16 banheiros dispostos ao longo do percurso, portanto foi desenvolvido um único módulo. A forma orgânica desenvolvida, com paredes curvas, é uma leitura do Ying Yang, em que de um lado há o sanitário masculino e de outro, o feminino. A cobertura tem o formato de uma folha, com sua estrutura de madeira seguindo os veios, em que só pode ser notado pela parte interna do banheiro. A estrutura de bambu recebe um fechamento de uma dupla camada de policarbonato rugoso, permitindo entrada de luz natural entretanto bloqueando parcialmente a visão interna, de forma que só veja os vultos através das paredes. Os banheiros não possuem portas, por questões higiênicas. Para que tenha um bloqueio visual da área interna, as paredes se estendem na curva, fazendo que os usuários façam uma leve volta para entrar no ambiente

Figura 14.4

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2 - DADOS GERAIS O terreno está dividido em 13 lotes com diversos proprietários, como apresentado na tabela abaixo: CADASTRO DO IMÓVEL

PROPRIETÁRIO

ENDEREÇO

186.006.0001-3

PIEMONTE EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA

Rua dos Piemonteses, 13 – Parte da Fazenda – Bussocaba – CEP 04320-040 – SÃO PAULO

186.006.0010-2

TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LT 7 QD B – Bussocaba – CEP: 05585-000 – SÃO PAULO

186.006.0011-0

TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LTS 8 e 9 QD B – Bussocaba – CEP 05585-000 – SÃO PAULO

186.006.0012-9

TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LTS 10 a 15 QD B – Bussocaba – CEP: 05585-000 – SÃO PAULO

186.006.0015-3

TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LT 6 QD B – Bussocaba – CEP 05585-000 – SÃO PAULO

186.006.0021-8

TENDA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Joaquim Lapas Veiga, S/N – LT 01 a 5 QD B – Jardim D’Abril – CEP 01012-001 – SÃO PAULO

186.006.0003-1

VISTABELA EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA

Rua dos Piemonteses, S/N – Chácara Sônia – Bussocaba – CEP 05550-070 – SÃO PAULO

ALEJANDRO CASTRO MACEIRA 186.006.0002-1

QUEIROZ GALVÃO MZM BUTANTA DESEN IMOB LTDA

186.006.0022-6

QUEIROZ GALVÃO MZM BUTANTA DESEN IMOB LTDA

Rua dos Piemonteses, 207 – Parte da Fazenda – Bussocaba – CEP 05550-070 – SÃO PAULO Rua Emília Pilon, S/N – LTS 16 a 20 QD B – Jardim D’Abril – CEP 05550-100 – SÃO PAULO

186.006.0016-1

BRAIDO DARIO ADM E PART LTDA

Rua Joaquim Lapas Veiga, S/N – LTS 1 a 3 QD C – Jardim D’Abril – CEP 05398-011 – SÃO PAULO

186.006.0020-1

BRAIDO DARIO ADM E PART LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LT 6 QD C – Bussocaba – CEP 05585-000 – SÃO PAULO

186.006.0018-8

MZM EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua dos Piemonteses, S/N – LT C – Bussocaba – CEP 05550070 – SÃO PAULO

186.006.0019-6

MZM EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA

Rua Kenkiti Shimonoto, S/N – LTS 4 e 5 PT LT 6 QD C – Bussocaba – CEP 05585-000 – SÃO PAULO JARDIM ORIENTAL EM SAO PAULO - Um Refúgio De Tranquilidade E Paz

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3 - ACESSIBILIDADE O Parque terá todos os recursos necessários para atender portadores de necessidades especiais. A partir do estacionamento, terá carros elétricos (carros usados em campos de Golf) com capacidade de até 6 pessoas para conduzir desde a entrada até o Centro do

Parque. A pista de pedestre terá uma pista linear de 3 metros onde passarão estes carros. O teleférico fará a transposição de pessoas entre níveis discrepantes, entretanto ainda haverá rotas alternativas através de escadas e rampas para acesso às atrações do Parque.

4 - ELÉTRICA E ILUMINAÇÃO O sistema elétrico será de fornecimento de rede pública para os edifícios, e toda a fiação será canalizada A iluminação das vias para

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passeios noturnos será feita através de postes de luz de led com abastecimento via energia solar (placa individual acoplado junto com cada poste)

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5 - HIDRÁULICA E SUPRIMENTO DE ÁGUA 5.1 - FORNECIMENTO DE ÁGUA

O fornecimento de água será através de rede pública

5.2 - ABASTECIMENTO

Será disposto no nível superior, um conjunto com 4 reservatórios de 10.000 litros para abastecimento do parque. Não haverá caixas d’água aparente ao longo dos jardins pois todo o abastecimento contará com a pressão da água canalizada que chega a cada ambiente No nível intermediário do terreno, onde estão localizados a maior parte dos edifícios, será dispostas mais 4 cisternas em que serão abastecidas com água da chuva, utilizadas para irrigação das plantas dos jardins.

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6 - TERRAPLANAGEM Será necessário despacho de grande volume de terra, decorrente dos cortes para implantação dos lagos artificiais.

7 – GRADIL O fechamento do parque será feito com gradil Galvanizado com acabamento em pintura eletroestática verde. Dimensões: A= 2,5m; B=2,82m

Figura 14.5 156

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FONTE: grademaxx.com.br Acesso em: 30/10/2017


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MIRANTE

W.C. Feminino

Sanitário

Mulheres

3117,7

1

3117,7

-

3117,7

BANHEIRO

GUARITA

160

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W.C. Feminino

Sanitário

Mulheres

45

16

720

-

W.C. Masculino

Sanitário

Homens

45

16

720

-

W.C. P.N.E Feminino

Sanitário

Mulheres

3,65

16

58,4

Banheiro P.N.E.

W.C. P.N.E Masculino

Sanitário

Homens

3,65

16

58,4

Banheiro P.N.E.

1556,8

-

Sala do Segurança

Guarita

Segurança

15

2

30

-

W.C. Segurança

Sanitário

Segurança

4

2

8

-

38

-

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FUNCIONOGRAMA

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FIGURA 15 - FOTO: CAIO ALFREDO

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FIGURA 16 - FOTO: CAIO ALFREDO 166

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