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Bauru, 15 de junho de 2018

3º termo - Jornalismo/FAAC - Unesp

Cursos gratuitos inserem bauruenses na dança Departamento de Ensino às Artes é um dos responsáveis pela disseminação dessa atividade a nível municipal

Por: Anne Hernandes e Rafaela Thimoteo

Foto: Edu Cesar / Reprodução

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m Bauru, diversos espetáculos artísticos são apresentados anualmente com o intuito de expandir o cenário cultural da cidade, levando entretenimento, conhecimento e sensibilidade para o público. Susana Libório, diretora da Divisão de Ação Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, área responsável por projetos de difusão cultural, eventos especiais e projetos permanentes, comenta “a arte é essencial para o desenvolvimento de uma cidade e temos a vantagem de possuir boas estruturas e espaços, como por exemplo, uma galeria, um centro cultural, teatro municipal e uma biblioteca pública.” A diretora atesta que a dança é uma das atividades mais desenvolvidas no município e que possui grande destaque: “essa prática é muito intensa em Bauru. Há muitas academias, associações, Companhia Estável de Dança e a divisão de ensino na qual a maior procura é a dança, então temos que fomentar esse movimento em nossa cidade”. O Departamento de Ensino às Artes (DEA), é um dos responsáveis pela formação de jovens bauruenses na dança. O DEA é um dos pilares da propagação cultural à população e oferece também cursos nas áreas de teatro, música e artes visuais. Nilson Batista Junior, diretor do DEA, diz que são oferecidas 1200 vagas (para todos os cursos) no primeiro período de inscrição e que há atendimento no centro cultural, na estação ferroviária e nas bibliotecas ramais. Na área da dança, que é a que possui a maior demanda, existem cursos de jazz, balé (regu-

“Duas meninas que fizeram dança aqui, Camila Maio e Clara Galhardo, foram para a escola de Bolshoi”, diz Nilson Batista, diretor do Departamento de Ensino às Artes

lar ou livre), dança do ventre e modalidades urbanas (street dance e jazz funk). Nilson Batista explica como as inscrições são realizadas: “elas são sempre no começo do ano (no final de janeiro ou no começo de fevereiro) e nós fazemos turmas iniciantes cheias, as turmas novas. No meio do ano têm várias pessoas que saem do curso, por um motivo ou por outro, portanto repomos essa evasão”. Para entrar nos cursos, não é preciso ter experiência ou histórico na atividade, pois existem diversas turmas de iniciantes. Há o limite mínimo de idade (sete anos para alguns cursos e oito para outros), porém não há limite máximo, fazendo com que um maior número de pessoas possa desfrutar da formação oferecida. Sarah Passos Silva, que pratica desde pequena e faz balé há dois anos no DEA, demonstra grande amor pela atividade e fala dos benefícios que ela traz para a

vida: “Desde os quatro anos eu faço balé, então sou apaixonada pela dança. Além de ser uma coisa boa para a saúde, é a melhor academia que tem, porque você trabalha seu corpo inteiro. E também é um amor que você cria, pois você faz do seu jeito, você dança de coração e esquece dos problemas dançando. Eu gosto muito.” Para a bailarina, essa prática contribui para o dia a dia, porque melhora a coordenação motora, memorização, concentração e o equilíbrio.

"É UM AMOR QUE VOCÊ CRIA, POIS VOCÊ FAZ DO SEU JEITO, VOCÊ DANÇA DE CORAÇÃO E ESQUECE DOS PROBLEMAS DANÇANDO. EU

GOSTO MUITO" Sarah comenta também sobre a importância de projetos como os desenvolvidos pelo

DEA: “ter a oportunidade de fazer essas aulas de graça, com excelentes professores, aperfeiçoar o que você sabe ou aprender desde o começo é muito bom. Muitas cidades não têm isso, então a possibilidade de fazer tudo gratuitamente é ótimo, pois muita gente tem dificuldade financeira e não pode pagar uma escola particular.” Ela afirma que em Bauru há um incentivo muito grande “há muitos eventos e a maioria é gratuito.” No entanto, Susana Libório ressalta que esse incentivo ainda está bem longe do almejado para a área cultural, devido ao baixo investimento existente. “Estamos em 1% do orçamento e o ideal seria chegar a 2%, mas infelizmente estamos distantes disso e essa não é uma realidade só nossa.” Susana diz que “é preciso que o administrador público se sensibilize sobre a importância da questão cultural para o crescimento da cidade.”


Cultura Comportamento Diagramação: Letícia Alves

Jornalista responsável: Liliane de Lucena Ito MTB: 40969

Atores promovem cultura alternativa na cidade Grupos de teatro bauruenses aproximam a população da arte crítica nos palcos

Por: Caroline Doms realiza essa apresentação. Fábio Valério, idealizador do Protótipo, conta que o Cabaret é encenado uma vez por mês para ajudar a manter a sede da companhia. Localizado no centro de Bauru, o Espaço Protótipo não é apenas a sede do grupo. Além dos ensaios e encenações, o lugar também é utilizado para apresentações de outros artistas e promove um projeto toda terça-feira à noite, intitulado como Experimento #09, que testa as formas de criar coletivas. “A gente não tem a figura de um diretor do grupo. Todos fazem tudo e isso define bem a característica do Protótipo”, explica Fábio. A Unesp de Bauru também conta com um grupo de teatro, que é uma parceria com a

Foto: Marina Wang / Reprodução.

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m 28 de abril de 2008 a Câmara de Vereadores de Bauru aprovou a lei nº 5575, que instituiu o Programa Municipal de Estímulo à Cultura. O objetivo do projeto é incentivar e democratizar a produção cultural na cidade. Desde então, todo ano a prefeitura lança um edital para que os grupos que promovem ações culturais possam participar do programa, recebendo apoio financeiro do município. Algumas companhias de teatro bauruenses já foram selecionadas no Programa de Estímulo à Cultura. O Protótipo Tópico, por exemplo, teve a apresentação Cabaret ScèneSonore contemplada. O grupo, que surgiu em 2008, em Londrina (PR), atua em Bauru desde 2010 e há quatro anos

Ator Fábio Valério durante a apresentação da peça solo Preâmbulo - Carne com alma dentro, que traz uma reflexão sobre a mente humana ao público

prefeitura municipal. Susan Lopes, professora do projeto, conta que ele surgiu no segundo semestre de 2017 e que os alunos interessados devem passar por um processo seletivo. Segundo Susan a prefeitura apoia financeiramente o

projeto. “Eu sou professora de teatro da prefeitura e venho para cá, subsidiada por ela, dar as aulas”, aponta. O grupo, até o momento, realizou algumas intervenções artísticas pelo campus e está ensaiando para a primeira apresentação.

Bauru apresenta cenário musical diverso Apesar do incentivo da prefeitura, artistas ainda precisam de apoio

Por: Fellipe Gualberto Foto: Social Bauru / Reprodução.

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cidade de Bauru tem dois grupos musicais, a Banda Sinfônica Municipal e a Orquestra Sinfônica Municipal, ambos os conjuntos se apresentam regularmente nos eventos promovidos pela prefeitura e no Teatro da cidade. Atualmente, os dois grupos estão sob a regência do maestro Paulo Pereira. Ele assumiu o posto de maestro da Orquestra Municipal logo que ela foi criada, há 15 anos. A regência da Banda Municipal ficou a seu cargo recentemente, depois que o antigo maestro passou em um concurso público para comandar uma orquestra em outro estado. “Estou cobrando escanteio e cabeceando até acharem outra pessoa pra cuidar da Banda”, ele brinca.

Além de bolsistas a Banda Municipal também conta com músicos voluntários, que costumam ter mais experiência.

A média de idade entre os integrantes da Banda é de 14 a 15 anos. Paulo diz que “a ideia é que enquanto o pessoal estiver na escola, eles podem pertencer à Banda ou à Orquestra como bolsistas”. Os participantes que são bolsistas ganham uma quantia em dinheiro da prefeitura para

tocar e devem comparecer aos ensaios durante a semana na Estação Ferroviária. Apesar dos incentivos da prefeitura na Banda e na Orquestra Municipal, Matheus Zem relata como é difícil fazer sucesso seguindo a carreira de cantor na cidade. “Toco há uns sete anos,

mas comecei a seguir a carreira há um ano e meio mais ou menos”, ele acrescenta que deu uma entrevista para a rádio 94 FM de Bauru e fez alguns shows, mas não viu muito crescimento. Há cerca de um mês, Matheus se mudou para a capital paulista “atualmente eu vivo de música, o dinheiro que ganho tocando nas ruas e nos barzinhos de São Paulo é o meu salário”. Matheus acrescenta que músicos só podem fazer sucesso em Bauru se investirem pesado em marketing digital. O cantor ainda ressalta que nesse pouco tempo em que vêm tocando na área da Avenida Paulista já ganhou 1000 seguidores no Instagram e foi convidado para tocar em casamentos e aniversários.


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