À SUPERFÍCIE (2021)

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À SUPERFÍCIE

2021



À SUPERFÍCIE

ADMIR ŠURKOVIĆ ANA SANTOS ÂNGELA FONSECA BÁRBARA MAGESSI CAROLINA MARQUES CATARINA LOPES DIANA PEREIRA DUARTE PERRY HANA HUREM JOÃO PAIS LUZIA ALVES MAFALDA FARIA SANTOS ROCHA SARA MATIAS SOFIA AIRES TOMÁS SERRÃO

2021

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À SUPERFÍCIE A povoação mineira do Lousal, localizada no concelho de Grândola, distingue-se pela paisagem de cariz industrial e tem a sua história ligada à exploração da pirite desde os primeiros anos do século XX. O seu passado reflete-se hoje na memória de uma estrutura urbana marcada pela radical transformação da paisagem ao longo do tempo e na organização doutrinada do aglomerado residencial. A imagem urbana do Lousal está irremediavelmente marcada pelos projetos de crescimento e planeamento nos anos 50, num momento da história da mina caracterizado pelo forte incremento da extração com efeitos no crescimento do povoado, que em meados do século passado atingiu uma ocupação de mais de dois mil habitantes, entre os quais mais de mil eram operários mineiros. Aparato industrial no qual, como refere Paula Rodrigues, “o centro geossimbólico do quotidiano operário é a mina, o que quer dizer, a “esfera do trabalho”. Rodrigues acrescenta que no aparato industrial os bairros operários eram “dispersos pelo Lousal e sem acessos entre si que não os que resultam do calcorrear dos seus habitantes, feitos de bandas contínuas em que a frente de uma confina com as traseiras de outra e correspondem a ruas a que não se deu nome, une os bairros mineiros esse marco visual — a mina — que se vê de quase todos eles, e os curtos caminhos que nela desembocam”. Este território sobre o qual nos propusemos trabalhar, é formado hoje, por conjuntos habitacionais fruto do planeamento urbano ideologizado pelo Estado Novo, que foi sendo reestruturado de acordo com a organização cadastral e a renovação geracional do lugar, desde o encerramento da mina que ocorreu em 1988. São espaços nos quais a situação social e económica, refletindo-se na qualidade do espaço público, foi exigindo intervenções multidimensionais com o intuito de manter uma estreita relação de vivências focadas num passado de extração industrial da pirite. No final do século XX, a Câmara Municipal de Grândola e a Fundação Fréderic Velge, proprietária do complexo através da empresa SAPEC, protocolaram um programa de revitalização urbana e patrimonial da povoação mineira, readequando um conjunto significativo de edifícios do complexo de modo a aproveitar as suas potencialidades turísticas e museológicas.


Hoje, através de entidades e organizações formais e não formais que atuam no terreno, trabalha-se na procura de soluções para atuar positivamente sobre uma realidade sociocultural e demográfica herdeira da atividade mineira secular. A população mineira está envelhecida o que vai acentuando a dificuldade em conseguir uma efetiva coesão social e identitária sobre o território. Confrontamo-nos com uma geração agora adulta que cresceu já com a mina encerrada e uma realidade em que os antigos mineiros na sua maioria muito envelhecidos, vão perdendo a capacidade de passar o legado do passado mineiro às novas gerações, com consequências negativas na produção social da imagem urbana. Vão-se perdendo gradualmente os elementos de leitura na paisagem que permitem ainda hoje, reconhecer no desenho urbano, um passado mineiro de forte cariz identitário. A paisagem urbana, é cada vez mais lida de forma fragmentada, fraturada pelos obstáculos ao desenvolvimento social e económico daquele lugar, facilmente reconhecidos na qualidade deficitária do espaço público entre bairros, na escassez de equipamentos públicos e nas poucas actividades económicas existentes no Lousal. Foi em confronto com esta realidade que se estabeleceu um protocolo entre a Faculdade de Belas Artes e o Município de Grândola em 2017, para que, a partir de uma abordagem socialmente comprometida, se propusesse o desenvolvimento de um programa de arte pública no Lousal, que implicasse a chamada da comunidade e das entidades presentes no terreno para a programação e implementação de diversos projectos no Lousal. Com o projecto À Superfície, que envolveu os estudantes finalistas da Licenciatura de Escultura, procurámos incentivar nos jovens artistas uma atitude socialmente desperta, contando com o apoio e participação direta e indireta de uma amostra populacional diversa e heterogénea. Por isso, investimos em contexto académico, num trabalho de leitura do ambiente urbano associado à valorização identitária do território através da arte na sua dimensão pública. Esta opção foi um fator importante para fomentar uma relação critica, criativa e positiva entre os artistas e o território sobre o qual trabalharam.


Tomámos como programa a preparação de um ciclo de acções baseadas numa metodologia artística assente no trinómio aplicado por Javier Maderuelo à investigação artística: análise-diagnóstico-projeto. Como defende: “cualquier “obra específica” realizada para un lugar concreto debe depender y responder a las condiciones que se desprenden del propio lugar en el que se ubicará y al que debe servir”. Acrescenta que, para o desenvolvimento da investigação artística, no trabalho no terreno é fundamental estar desperto para sentir, analisar e registar. Um trabalho permanente de recolha e questionamento que se sintetiza numa tomada de consciência da realidade envolvente. Ou seja, estar disponível para: a) visitar o lugar valorizando a experiência sensitiva. Seja ao nível do olhar, do tocar, do cheirar ou do caminhar; também, valorizar a capacidade de análise e leitura empíricas dos elementos socio-territoriais que compõem o ambiente natural ou urbano; e saber escolher, catalogar e categorizar os elementos de relevo que o constituem; b) investigar em torno do lugar, pressupondo a pesquisa e organização de documentação escrita e gráfica, que se pode substanciar em artigos, livros, imagens com referências históricas, literárias ou outras; c) relacionar o observado e registado in situ com o pesquisado, e deste modo, estabelecer relações entre passado e presente, entre existente e inexistente, entre vazios e cheios, entre o humanizado e o desumanizado, entre o urbano e o natural, etc. Concluindo, ter as ferramentas para elaborar um conjunto de propostas que pressuponham diferentes abordagens e linguagens, ao nível da observação, da análise e da criação, experimentadas ao nível da fotografia, do desenho, vídeo, construção, maquete ou quaisquer outros suportes considerados os apropriados para expressar uma ideia. Esta metodologia de trabalho pressupôs que tudo aquilo que fosse sendo produzido, ou seja, desenhado, construído, gravado, observado ou registado, fizesse parte do corpo crítico da proposta de escultura,


sendo a partilha desta informação um elemento constituinte de um projeto coletivo mais alargado de arte pública. Na implementação do projecto, a área de intervenção foi dividida em zonas de trabalho, às quais se associaram os participantes, e deste modo, conseguimos agilizar o entrosamento e o trabalho de grupo, seja no terreno ou na Faculdade. Conseguimos o envolvimento dos participantes num processo contínuo de aprendizagem e formação na escultura, como um campo de experimentação e apropriação espacial, de construção de sentidos sobre o território e os modos de o viver nos nossos dias. As obras presentes nesta mostra, trazem ao público uma reinterpretação do que poderão ser referências identitárias do passado mineiro da povoação. A exposição, constitui-se assim, como ferramenta pedagógica para o estudo da transmissão da memória coletiva e da diversidade de usos e apropriações do espaço público hoje. Apresentando hipóteses de diálogo entre a vertente física e imaterial, cultural e social no Lousal, garantindo novas formas de leitura do território através da arte. Neste projecto contámos com o apoio da Câmara Municipal de Grândola, do Centro de Ciência Viva do Lousal, do Centro Comunitário do Lousal e da Junta de freguesia de Freguesia de Azinheira de Barros e São Mamede de Sádão. Sérgio Vicente Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 25 de outubro, 2021

Javier Maderuelo, (2006). Arte Público: Propuestas Específicas. Ed. Universidad de Chile, Santiago do Chile. Paula Rodrigues. (2005). Vidas na Mina: Memórias, Percursos e Identidades. Celta Editora. Oeiras.


ADMIR ŠURKOVIĆ “Companions (Companheiros)” Ferro 250x92x90cm 2021

“Companions” é uma composição díptica que representa uma forma ofensiva e outra defensiva, ou seja, uma apresentação da energia masculina e feminina. Uma forma abstrata onde, com todos os elementos da composição, a perfuração interior representa a energia vital ou alma,

os espigões e os pontos representam o ego, enquanto as asas representam o abraço. A composição é nomeada “companheiros” onde o artista quis enfatizar o simbolismo de companheirismo eterno.

(tradução livre)

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ANA SANTOS

10 “Estruturas” Tubos de aço 188x130x8cm 2021

A presente proposta aborda a relação entre o mineiro, a mina e a lagoa. A lagoa surge na sequência do encerramento da mina e o consequente alagamento da exploração mineira. Ao longo da exploração da mina, as bombas trabalham de uma forma incessante para evitar alagamentos nas galerias. O mineiro, a perfuração constante, o escorar das galerias, o medo permanente da derrocada, a morte está sempre presente. Existe uma ligação quase “simbiótica” entre estes três elementos orgânicos terra, água e homem. A mina é um formigueiro enquanto é explorada, o que resta no final é um conjunto de galerias subterradas que irão inexoravelmente ser invadidas

pela água. A água de uma pigmentação avermelhada, fruto dos minerais, poder-se-á metaforicamente associar ao sangue dos mineiros. A fusão é total entre estes dois elementos, terra e água, com o homem. Tanto o mineiro como as águas, tiveram de emergir para a chegarem à superfície. O mineiro, quando as minas encerram no seu último dia de trabalho, também volta a superfície. No entanto, por baixo destas lagoas, existem ainda as galerias mineiras, que jamais poderão ser revisitadas. A proposta propõe uma “devolução” da mina ao mineiro. Algo se ergue por entre as águas vermelhas, as estruturas foram devolvidas e regressam como que a prestar a derradeira homenagem ao mineiro.


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ÂNGELA FONSECA “Estrutura do Tempo” Cantoneiras de aço 190x110x90cm 2021

Esta obra apresenta uma estrutura metálica semelhante às construções existentes no Lousal, que serviam para os afazeres da comunidade mineira e o seu respetivo ofício. Os edifícios, nomeadamente o da trituração, sendo esse o principal e o maior da área, aparecem já danificados, destruídos e corroídos pela passagem do tempo. Os ferros revelam quebras, fissuras e ferrugem, os tijolos que compõem as paredes

estão partidos, espalhados em fragmentos ou caídos. As estruturas estão vivas ao serviço do tempo e da natureza e é esta a premissa que pretendo transmitir com esta peça. A peça é composta por cantoneiras de aço, a montagem é por isso livre, pois tem a vantagem de ser feita com ligações a frio. Sendo ela móvel, pode ser colocada e guardada em qualquer espaço disponível.

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ÂNGELA FONSECA

O que é ser mineiro? Quem são? Qual é, ou foi, a sua realidade? Quais foram as suas experiências de vida? Como era o trabalho nas minas? Estas são algumas das principais questões que pretendo responder, e explorar, através da concretização deste projeto. Dediquei o meu interesse à vida de um operário mineiro das minas do Lousal, através de uma visão neo realista da sua condição trabalhista, social e doméstica, a que era sujeito quando ainda era explorado o minério nesta terra portuguesa. O foco da obra assenta sobretudo na minha vontade intensa em conhecer e perceber a realidade deste tipo de trabalho humano, um ofício da terra, do povo, de tradição, de ambição

e prosperidade, julgada como garantida em tempos onde era sobretudo um trabalho que exige corpo, sacrifício, suor, que causa dor, exaustão... tudo pela lei da sobrevivência, um esforço desmedido, para no final de cada dia terem o que apresentar na mesa de jantar. É a essa “dor” corporal, “a que se sente na pele”, vinda da terra, essa persistência de uma vida rotineira nas minas, à qual a minha obra é referente. Ergui e modelei torres construídas em posição vertical, que denunciam volumes irregulares sob formas orgânicas. Pretendia que se assemelhassem aos túneis da mina, local onde os mineiros passaram as suas vidas. Num

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happening (ato único), os participantes são convidados a usarem estes objetos escultóricos em cima dos ombros, cobrindo a cabeça. A experiência é o equivalente ao resultado de uma vida de clausura dentro das minas, a escuridão e cegueira causada pela peça é propositada. “Um peso nos ombros” é a resposta ao encaixe da escultura nos ombros (através de uma estrutura metálica desenhada para o torso humano). É o peso que o mineiro carrega dos dias de trabalho, é a dureza e frieza de uma vida de subordinação. Estas torres, feitas em cartão,

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são levadas pelos intervenientes numa marcha, assim como se fazem as procissões religiosas, onde o intuito é recriar o percurso dos trabalhadores mineiros desde as suas residências até ao local de trabalho. O que pretendo transmitir com esta obra é um momento único, intimista, que permita aos espectadores experienciar a realidade do mineiro ou relembrar aqueles que já o foram.


ÂNGELA FONSECA “O Peso de Outrora” Happening 2021

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BÁRBARA MAGESSI “Diálogos” Aço córten e cerâmica 160x25x25cm 2021

“Diálogos” incide sobre uma ligação dos diferentes caminhos existentes em toda a aldeia. A relação surge através dos trajetos feitos pelas pessoas que habitam o Lousal. Como se do “chacra da terceira visão” se tratasse, os caminhos estão enraizados inconscientemente em todas as pessoas, ou seja, a população mais recente continua a repetir o mesmo trajeto de vida dos seus antecedentes.

A partir da observação de formas de cimento presentes no edifício da trituração, a sua composição indica que eram local de passagem. Partindo dessas formas surge a relação com o percurso, atribuindo-lhe uma ligação entre o passado e o presente, com as pessoas e o que as rodeia. Esta composição incide num diálogo entre o movimento dos percursos e a passagem da memória.

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BÁRBARA MAGESSI “Impressões” Barro e pastas variadas 16x15x4cm cada 2021

“Impressões” surge da observação e reflexão da passagem do tempo, ligando-o aos elementos da terra. Esta obra é unicamente produzida com materiais que a Terra nos oferece. Apresenta impressões na matéria, criadas através de elementos recolhidos no Lousal, como pedras, assumindo

as formas como uma marca deixada na Natureza pela excessiva extração de minério. Esta é composta por cinco blocos (o primeiro bloco integrado em “Diálogos”) modelados com diferentes pastas, fazendo referência aos 500 metros de profundidade da Mina.

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CAROLINA MARQUES “Profundidade” MDF e madeira 200x120cm 2021

“Profundidade” surge através da parceria da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa com a Câmara Municipal de Grândola. Lousal, um lugar calmo onde o silêncio e a solidão nos consomem, as cores térreas que predominam, os laranjas, os vermelhos, os amarelos, contrastados com o verde das plantas e o branco das casas do bairro de São Jorge. A paisagem da mina é a mais impactante devido à sua grande dimensão. Caracterizada pela irregularidade do terreno devido à sua exploração, pelas diferentes propriedades do

solo, pelas lagoas e pelos seus recortes, pelas suas cores distintas. Esta escultura tem como motivo a lagoa vermelha e a sua profundidade, tal como as minas no subsolo. A obra transporta-nos à antiga mina, que atualmente está preenchida pela lagoa vermelha. Apresenta o recorte da lagoa que vai diminuindo a cada placa, sugerindo assim a profundidade da mesma, que nos remete também para a situação de profundidade a que os mineiros eram submetidos para exercer o seu trabalho.

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CATARINA LOPES “Marcas de um passado” Acrílico, MDF, modelos de maquetagem 1.32x80x70cm, escala 1:10 2021

O mundo que nos rodeia está em constante alteração. Ao longo do tempo algumas dessas alterações criam uma nova maneira de estar e viver. Depois de desfrutar de algumas conversas com moradores do Lousal e ter conhecido um pouco desta aldeia, apercebime do silêncio constante que sentia neste espaço. Os moradores falavam com um certo pesar de uma outra altura, o passado desta aldeia. Um Lousal cheio de vida e barulho, com festas e comemorações por parte da igreja. Um Lousal que nos dias de hoje se encontra muito calmo. Os moradores adaptaram-se às mudanças e parece que se esqueceram de como eram esses tempos vigorosos.

A minha obra é criada para essas pessoas, para moradores que viveram, ainda que muito jovens, na época mais animada desta terra. Também para as pessoas que se esqueceram, mas também para aquelas que não sobreviveram à mina, aquelas que moram atualmente na aldeia e nunca a presenciaram tão alegre, para os turistas e para todas as pessoas que visitarem o Lousal. É composta por uma pequena maquete de uma parte da aldeia, com uma visão pessoal e imaginativa de como era nesses tempos um Lousal mais vivaz. Esta maquete estará inserida numa caixa expositora, com uma altura relativamente média para a possível observação de pessoas de várias alturas, originalmente criada para a durabilidade e proteção da obra.

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DIANA PEREIRA

26 Sem título Pasta de porcelana 6 peças com medidas entre 20x12x5cm e 30x15x5cm, escala 1:1 2021

Durante a visita ao Lousal, houve alguns elementos que me chamaram à atenção, nomeadamente as cores — uma grande variedade de tons térreos complementados com o azul do céu e da lagoa e o verde da vegetação. Tudo isto me deu um sentimento de tranquilidade e paz naquele local. Retornada a casa, apercebi-me que tudo o que recolhi no Lousal se resumia a pedras, de diferentes variedades, formatos e cores, que fui encontrando pelo caminho.

Para o projeto decidi basear o meu trabalho na paisagem do Lousal, mais especificamente nas pedras e cores que o constituem. As peças são de porcelana, o processo é um ciclo, o referente são as pedras que recolhi. Modelei-as em porcelana e de seguida criei um “pó de pedra”, “pó” que resulta da trituração manual das pedras recolhidas. A esse pigmento juntei água e posteriormente, foi utilizado para pintar as peças de porcelana.


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DIANA PEREIRA

28 Sem título Pasta de porcelana 6 peças com medidas entre 20x12x5cm e 30x15x5cm, escala 1:1 2021


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DUARTE PERRY

30 “Uma homenagem” Tecido Dimensões variáveis 2021

A ideia do estendal na aldeia, de linha em tensão, cheio de fragmentos de tecido, como bandeiras, foi para mim um aspeto charneira. Decidi por isso quebrar a ideia desses fragmentos, colocar uma única bandeira e pendurá-la na estrutura do telhado da ala de trituração, à qual chamei “esqueleto arquitetónico”.

A ferrugem da estrutura, irá escorrer e tingir o tecido, o que no fundo espelha o enegrecimento dos pulmões dos mineiros, aquando do trabalho na mina. Esta peça não tem um carácter necessariamente religioso, mas sim de perspetiva poética para o desconhecido.


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DUARTE PERRY

32 “Dentro do campo” Alumínio, uniões a frio, construção 128x0,79x143cm 2021

O projeto procura homenagear as pessoas que trabalharam em condições miseráveis dentro das minas para sustentarem as suas famílias. Trata-se de uma simplificação da estrutura de apoio ao complexo rochoso da mina.

A escultura é também um esqueleto arquitetónico, ideia que criei e desenvolvi no decorrer do projeto.


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HANA HUREM

34 “Silent servant (Servo silencioso)” Ferro 180x65x73cm, escala 1:1 2021

Ao visitar o Lousal e ao explorar um pouco mais a aldeia, reparei que existem muitas semelhanças com a minha casa e a situação com os espaços rurais, onde quase todos estes lugares são negligenciados e esquecidos. Estes locais são bons desde que haja benefícios, mas quando tudo acaba e tanto quanto possível é espremido, tudo o que resta é ser esquecido, desolado e deixado para sobreviver por si só. Depois do serviço, não somos ninguém, nem nada. O vazio é algo que caracteriza este lugar, é esse o efeito que eu queria alcançar. A história por detrás desta escultura

relaciona-se com os dias de hoje e com o facto de as pessoas estarem apenas a fugir da verdade e da realidade. Como as avestruzes, mergulhamos profundamente na parede ou no chão e fingimos que todos os problemas desaparecem. Não queria colocar as minhas esculturas num pedestal porque não quero que a forma humana seja ampliada, como tem acontecido no passado na história da arte. Quero que as esculturas sejam colocadas de forma nivelada com o espectador, no chão. Pretendo que o espectador sinta a melancolia e o espaço oco que a escultura exala. (tradução livre)


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JOÃO PAIS

36 “Presença” Ferro 195x80x35cm 2021

Apenas. Apenas uma… Uma para lembrar e ser, sonhada, relembrada, sentida, esperada, observada, olhada, ser uma que espero (ao mesmo tempo) que seja uma.


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LUZIA ALVES

38 “Minátomo CuFeS2 (Calcopirite)” Balsa de pinho, tinta acrílica 29x65x47cm, escala 1:50 2021

Interessa-me aumentar a escala daquilo que era extraído da mina (átomos presentes nos compostos extraídos), estudar as suas composições atómicas e explorar a sua vertente estética e plástica. O foco do meu projeto é a Ciência, nomeadamente a parte química dos componentes rochosos que foram retirados da mina durante o seu funcionamento. Como bases, interpretei o seu nome, composição química, imagem orgânica, símbolo químico, cor e forma. A mina laborou continuamente entre 1900 e 1988, sendo a pirite o seu principal objeto de exploração. Da pirite era extraído o enxofre, usado sobretudo para produção de ácido sulfúrico para a indústria química e de adubos. Outras variantes da pirite existentes nas minas eram calcopirite, galena e sulfato de ferro. Através da obra, os componentes que eram extraídos pelos mineiros passam a ser vistos e

experienciados pelo espectador através da sua forma atómica. O tempo histórico será uma junção da memória do que saiu da mina, apresentado agora de maneira atual, onde o interveniente da ação (memória mineira) e o produto final (esculturas e espectador) existem em simultâneo. Neste conjunto escultórico pretendo fazer um jogo de significados e críticas sobre o que observei e senti no Lousal. Metaforizo a Santíssima Trindade comparando-a à realidade do Lousal, que por sua vez é corrompida por 3 dos 7 pecados Capitais. ­ O tríptico “Minátomo CuFeS2 (Calcopirite)”, em cor amarela, é uma homenagem feita às pessoas vivas e residentes do Lousal e depois ao sangue derramado e às vidas perdidas nas minas. O tríptico representa as lápides levantadas ao longo dos anos, as três esculturas: Santíssima Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Lousal, pessoas, impunidade).


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LUZIA ALVES

40 “Minátomo Simples” Madeira, cartão, tinta acrílica 18x14x56cm, escala 1:50 2021

Nas restantes esculturas, notam-se muitas formas triangulares e as cores são as presentes no Lousal (e nas máquinas que ainda podemos ver no Museu Mineiro), que acarretam as consequências do roubo à Terra (cor preta — carvão; compostos extraídos da mina; morte), do roubo à Vida (cor vermelha — sangue das vítimas

e lagoa ácida) e do roubo ao Armistício (cor azul e verde — roubo da paz de espírito dos sobreviventes, injustiça e lagoa ácida). Sendo, Pai correspondente à Terra, Filho à Vida e o Espírito Santo ao Armistício, crio uma nova Trindade, já menos Santa: a Terra, a Vida e o Armistício (Lousal, pessoas, cessação temporária de hostilidades).


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LUZIA ALVES

42 “Minátomo PbS (Galena)” Balsa de pinho, cartão, tinta acrílica 26,5x24,5x24,5cm, escala 1:50 2021

Outra interpretação é a corrupção do tríptico por ligações covalentes de átomos — corrompido por 3 dos 7 pecados capitais, Avareza (verde — a ganância sob o que a Terra nos dá), Luxúria (azul — luxúria material e monetária que o Filho quer na Vida) e Ira (vermelho — sentimento de injustiça sentidos pelos habitantes). Esta minha abordagem não é um ataque religioso,

é uma crítica metaforizada àquilo que vi e aos desabafos que me chegaram dos habitantes, cansados, indignados e injustiçados, por todas as coisas prometidas e não cumpridas. Não serviria de nada a minha, ou nossa, intervenção neste espaço carregada de história, se não exaltássemos as Trindades que ainda se podem modificar.


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LUZIA ALVES

44 “Minátomo FeS (Sulfato de Ferro II)” Balsa de pinho, cartão, tinta acrílica 30x10x32cm, escala 1:50 2021

O problema continuam a ser as casas, as homenagens estão feitas e pela alma de todos rezamos com respeito e saudade. Não devemos deixar cair em esquecimento esta memória mineira fátua. Trato então o lugar e o espaço, projetando esculturas que, se fossem construídas, serviriam de abrigo lúdico e de convívio entre a população, juntando-as no mesmo local, trazendo-as

para perto da mina, debaixo do mesmo teto, um teto alto, oxigenado, que alberga, acarinha, aceita, ouve e sente as dores da população. A futura e desejada passagem pelas esculturas marca o fim deste ciclo — sendo o agente que inicia todas as ações — o criador e o culpado, o beneficiado e o lesado, o mesmo de sempre, o Homem.


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LUZIA ALVES

46 “Minátomo FeS2 (Pirite)” Madeira, cartão, esferovite, tinta acrílica 29x21x35cm, escala 1:50 2021


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MAFALDA FARIA “500m aos teus ombros” Cabo de aço, latão niquelado, minérios 60x40x40cm 2021

“500m aos teus ombros” pretende materializar as sensações sentidas no dia-a-dia de muitos dos mineiros que, por vezes, trabalhavam debaixo da terra até 500 metros de profundidade, em túneis de histórias e memórias vividas e recordadas até aos dias de hoje pelos Lousanenses. Os 64 minérios suportados pela malha de aço que se entrelaça sobre o corpo de quem a usa, simbolizam a componente física desta profundidade, são estes elementos que se encontram inevitavelmente acima de nós

nesta situação. O peso deste objeto, inevitavelmente elevado dado à sua constituição (aprox. 10kg), comporta o peso de todas as sensações sentidas e muitas vezes, sofridas, por quem pratica (ou praticava) o ofício de mineiro, possibilitando assim a quem a usa a ter um vislumbre do que seria viver um dia na pele dos mineiros. A organização e disposição dos minérios espalhados pela malha metálica segue o fenómeno, também intrínseco à aldeia, de contaminação cromática resultante do contacto entre a pedra/minério com o enxofre.

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SANTOS ROCHA

Os presentes textos e estudos gráficos resultam de uma seleção que compila a interpretação poética da artista sobre o Lousal. Consideram as suas cores, bebem e desconstroem o elemento gritante na sua

paisagem, e refletem sobre a passagem do tempo, o envelhecimento e o desgaste característicos no espaço. Estes estudos resultaram no desenvolvimento da obra “Resurretio”.

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“Poço n°2” Papel 180g, (cor) marfim 14,8x21cm 2021

Sem título Papel 180g, (cor) marfim 14,8x21cm 2021

Gigante que recortas a paisagem, a pintas e caracterizas. Lousal a tua casa, mineiros outrora teus habitantes. No teu corpo a encarnação de Santa Bárbara, na tua respiração o som que ecoa nas orações, nas tuas forças constaram os nossos caminhos, o nosso alimento e a paz das rotinas que brevemente se interromperam.

Sarna que me possuis nessa dança lenta que é o tempo. Doença que me chateia, me incomoda e me contorce, consomes-me a pele, desvaneces-me a juventude e repintas o meu ser, o meu estar. Cor de sangue, cor de carne, vives nesta dissonância entre o estar vivo e o morrer.

Tantas vezes nos levaste, tantas vezes nos içaste, pois, no teu destino estava a nossa salvação e agora, que os teus braços cessaram, nada mais nos resta se não permanecer onde nos deixaste. O caminho não acaba aqui, ainda que o teu papel se tenha dissipado, honraremos os teus gestos através das palavras, semeando a imaginação de quem não te viveu, de quem não te ouviu, de quem não temeu. Assumiremos o teu papel, construindo caminhos em solo firme, germinando a terra e procurando enganar o tempo ao contar a nossa história, sorrindo de saudade. Permaneceremos aqui onde nos deixaste! Com a esperança de que nos ajudes, que não deixes dissipar também o teu Lousal.

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Será este o fim da minha existência? Ou deverei apenas abraçar-te como um velho amigo que me apresenta uma nova identidade?


SANTOS ROCHA Sem título Acrílico s/ papel 41x29,7cm 2021

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SANTOS ROCHA “Resurrectio” Cantoneira de ferro, tinta spray, Ginkgo Biloba (árvore) 300x405x105cm 2021

“Resurectio” surge através de uma introspeção sobre passagem do tempo e a degradação. Pretende atuar sob contrariedade destes fatores, aludindo à renovação e ao futuro que cresce sob as bases do passado. Inspirada num dos elementos mais marcantes na paisagem do Lousal, o malacate, mais concretamente, o poço nº 2, outrora responsável pelo transporte dos mineiros. A presente escultura interpreta e reinventa as suas formas de modo a consolidar a intenção referida anteriormente. No centro das suas formas retilíneas poderemos assistir ao crescimento de uma Ginkgo Biloba, árvore ancestral Japonesa, conhecida também pelo nome “árvore das 40 moedas”, de crescimento lento

e que atinge facilmente os 20 metros de altura. Característica pela sua resistência, simboliza a paz e a longevidade da vida, tendo sobrevivido à bomba de Hiroshima. É considerada um fóssil vivo uma vez que existem registos da sua existência há 270 milhões de anos, acompanhando, deste modo, o crescimento da civilização humana. A simbologia destes dois elementos pretende reforçar a ideia de que a desativação mineira pode resultar num bom pretexto para o desenvolvimento da própria comunidade. Invoca à substituição do exercício da extração, pela construção, necessária para a valorização da localidade e dos seus habitantes. Em terra ficamos, na terra construímos.

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SARA MATIAS

Apresento uma proposta escultórica de cariz público que poderia integrar um projeto de reabilitação dos espaços adjacentes ao museu do mineiro, com o propósito de trazer “vida” ao espaço, invocando a memória dos tempos áureos da mina do Lousal. Assim, apresento em formato de vídeo, um projeto 3D de uma escultura (aceder QRcode) que se integra na imagética da arquitetura industrial do Lousal e que faz uma ”ponte” metafórica entre o passado e o presente do lugar, sendo ela um relógio de sol que marca apenas o meio-dia, hora que tocava o “búzio”, sendo assim interpretada como “hora de memória”. Depois do último toque do Búzio; silêncio. Hoje o que resta são memórias, a vida passa-se no limbo entre a memória do que foi e da vivência do que é, dois tempos, dois ritmos, uma dicotomia: ruído e silêncio. O lugar permanece, mas sente-se a falta do compasso da

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rotina, sente-se que o tempo não tem o mesmo significado, falta o ruído do Búzio que marca o tempo como os ponteiros de um relógio que compassa cada momento e cada acontecimento. Tenho a sensação de “não-tempo”, como se o silêncio abrandasse o fluxo dos acontecimentos, até o comboio já não pára neste lugar, não tem tempo a perder. Aqui o tempo e o espaço são como linhas, agora paralelas a diferentes velocidades, que já não se intersectam ou sobrepõem, o ruído deu lugar ao silêncio, a rotina deu lugar às memórias e à saudade de outros tempos mais ruidosos. Quando o sol entra na mina: uma alegoria à esperança de voltar a ser, simultaneamente um memorial ao que foi, emerge da terra trazendo para a superfície um elemento de marcação de tempo que pode ser um lembrete de que o tempo que passou não deve ser esquecido e que não parou desde então.


“Quando o sol entra na mina” e “sons do passado e do presente” (Paisagem sonora) QR code em madeira 2021

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SOFIA AIRES

58 “Ser da Terra” Barro e espelho Dimensões variáveis 2021

“Ser da Terra” surge através da parceria da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa com a Câmara Municipal de Grândola e é composto por 3 peças de cerâmica. O projeto coloca em questão o que é “ser da terra”, e o que a caracteriza nos dias de hoje, partindo da importância dada ao passado de exploração mineira, da Aldeia Mineira do Lousal, tal como o seu impacto

na identidade cultural e individual da população. As três peças funcionam como 3 lentes que convidam o espectador a olhar para o interior da terra, onde, em vez de encontrarem o seu passado, presente nas raízes, se deparam com um reflexo — o presente. Assim, com os olhos postos no passado, este projeto alimenta-se do futuro.


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TOMÁS SERRÃO Sem título Cimento, aglomerado de madeira 100x50x50cm 2021

Ele continua. Contínuo e ininterrupto, segue a direito sem pedir licença. Ninguém lhe encomendou a sua passagem. Não lhe seria indiferente, quisera ele saber do amor e da saudade. Mas ele segue, porque é a única coisa que sabe fazer. Passar. Soubera parar por uns instantes e ficaríamos imóveis, como um rochedo cercado de mar que

teima em permanecer. Como uma torre hirta que se faz digna da sua presença, erguida pelo engenho, força e cansaço do Homem. Pudera algo contra ele, o talento e o engenho. Mas não podem. Porque contra as leis da natureza, apenas se pode um tanto.

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ADMIR ŠURKOVIĆ

BÁRBARA MAGESSI

1995, Saravejo, Bósnia e Herzegovina. Concluiu o bacharelato em Escultura pela Academia de Belas Artes de Sarajevo, Bosnia e Herzegovina. Trabalhou com diversos materiais, fez restauração e conservação de esculturas em edifícios religiosos na Bósnia e Herzegovina. Participou em várias exposições coletivas locais e residências.

1987, Lisboa. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. (2021). Desenvolve trabalho a partir da relação Natureza com o corpo, mantendo a procura de novas práticas, técnicas e materiais que sejam inovadores para o seu trabalho artístico. Complementando-o através do uso de som, desenho e eletrónica. Participou em vários concursos e em alguns projetos artísticos em nome individual e em coletivo. Trabalha atualmente como freelancer na área de escultura.

@shurkaa_nitkov_anticov19

ANA SANTOS 1998, Lisboa. Licenciada em Escultura, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2021). Atualmente focada em desenvolver trabalhos na área da fotografia e produção gráfica. anarita.j.c.s@gmail.com

ÂNGELA FONSECA 2000, Lisboa. Trabalha na área da escultura contemporânea. Desenvolve trabalho artístico envolvendo relações entre objetos construídos, corpo e espaço em atos performativos e escultóricos com intenções participativas, através de vários meios como, fotografia, vídeo, desenho, pintura, entre outros. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2021). Participa em diversos concursos e projetos artísticos em paralelo. angela.24.fonseca@gmail.com @_angela.fonseca_

barbaramagessirodrigues@gmail.com @barbaridades.art

CAROLINA MARQUES 1999, Entroncamento. Licenciada em Escultura, com especialização em medalhística pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2021). Atualmente frequenta o Mestrado de Ensino Artístico, pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. carolmmarques99@gmail.com @carolinamarques.art

CATARINA LOPES 1998, Viseu. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2021). Com interesse pela arte ilustrativa, tendo também feito um curso de ilustração na Arco. Atualmente encontra-se a desenvolver competências no ensino artístico, tendo realizado alguns workshops didáticos para crianças. catarinaxanad@gmail.com

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DIANA PEREIRA

HANA HUREM

Diana Pereira, n. 2000, Lisboa. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes de Lisboa (2021). Estuda atualmente animação 2D e 3D. Ilustradora, com gosto particular pelo desenho digital.

1996, Sarajevo, Bósnia e Herzegovina. Concluiu o bacharelato em Escultura pela Academia de Belas Artes em Sarajevo, Bósnia e Herzegovina. Foi presidente estudantil e foi nomeada para o Prémio Alija Kučukalić, como a melhor aluna do departamento de escultura em 2021. Participou em várias exposições e projetos coletivos com organizações locais, e também, organizações internacionais. Trabalhou como curadora e assistente na galeria de arte, Galeria Brodac em Sarajevo. Participou numa residência de escultura na Ostrozac 2020, e fez uma escultura de pedra Bihacit num espaço público.

d.artsypaw@gmail.com @_artsypaw_

DUARTE PERRY 1999, Lisboa. Artista visual, licenciado em Escultura pela FBAUL (2021). O foco do seu trabalho é social, cruzando a sua prática escultórica com arquitetura, antropologia, minimalismo e história de arte dos séculos XX e XXI, refletindo frequentemente problemas socio-políticos e ambientais. Em 2020, participa numa residência artística no MAAT (Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia), onde fez parte de uma performance e de uma exposição final coletiva. Em 2021 foi finalista do Prémio Arte Sonae “Colombo”. A sua obra está representada nas coleções do Museu Berardo e do MU.SA (Museu de Artes de Sintra). No momento presente encontra-se a fazer um MFA na Universidade de Artes de Zurique, na Suiça. duarteperry.studio@gmail.com @duarte.perry

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@hhanifa_k

JOÃO PAIS 1998, Coimbra. Desde novo demonstrou interesse pelas artes, apoiado pelos mais queridos, fazendo desse interesse o seu percurso académico e o modo como se expressa na vida até aos dias de hoje. Frequentou: EB1de São Martinho do Bispo, Escola EB 2,3 Inês de Castro, Escola Secundária Avelar Brotero, atualmente estuda na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. joaopais1998@gmail.com @jpais1998


LUZIA ALVES

SANTOS ROCHA

2000, Lisboa. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Desenvolve trabalho fotográfico e performativo usando o seu corpo como matéria e tela. Trabalha como aderecista e figurinista de teatro profissional. Ilustradora.

1998, Cascais. Licenciou-se em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2020). Atualmente, reside em Lisboa, no Castelo de São Jorge e encontra-se a frequentar o Mestrado de Ensino de Artes Visuais, pelo Instituto de Educação em colaboração com a Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. A sua vida profissional divide-se entre o seu trabalho como professora de Artes Visuais do 1º ciclo, assistente da escultora portuguesa Cristina Ataíde, como colaboradora na Galeria5050, em Cascais, e o seu trabalho enquanto artista plástica, já contando com a sua participação em diversas exposições coletivas.

luzia.alves.alice@gmail.com @allu.uz @luzia.alves.art

MAFALDA FARIA 1998, Leiria. Frequentou e concluiu em Leiria o curso de Artes Visuais, em 2016. Passou muitas horas da sua infância na fábrica de iluminação decorativa, na Marinha Grande, fundada há 45 anos pelo seu avô materno, no presente gerida pela segunda geração. Aqui teve a oportunidade de acompanhar o processo criativo dos produtos, não apenas o design e a conceção técnica, como a materialização das ideias em objetos. Terminou no presente ano a Licenciatura de Escultura, na Faculdade de BelasArtes da Universidade de Lisboa. Atualmente trabalha no Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT). mafalda.faria.arte@gmail.com @____elafaria____

carolina.rocha.arte@gmail.com @carolina.rocha.arte

SARA MATIAS 1990, Lisboa. Curso Técnico Design de Comunicação pela Escola Artística António Arroio. Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Trabalha atualmente com criação de personagem 3D e escultura 3D saraaleixomatias@gmail.com behance.net/saramatias3

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SOFIA AIRES 1999, Beja. Artista portuguesa, natural de Vila Nova de Milfontes, Licenciada em Escultura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (2021). Desenvolve um corpo trabalho variado, explorando maioritariamente os temas de identidade, memória e Terra, através da Ourivesaria (nível 4 QRQ — António Arroio), Medalhística, Cerâmica e Instalações. sofia.mordido.aires@gmail.com

TOMÁS SERRÃO 1999, Lisboa. Frequentou o ensino secundário no Liceu Rainha Dona Leonor; curso de Ciências e Tecnologias com a opção de Geometria Descritiva A. Licenciado pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2021). Apesar da formação científica, o prazer pelo ato criativo esteve sempre presente no seu quotidiano. A opção científica deveu-se à necessidade de obter formação na área das ciências para que tivesse um conhecimento transversal e para que essas bases fossem os alicerces para a decisão que se seguiu e que passa pela vontade e desejo inquestionáveis de fazer da Arte a sua vida. tomas.gserrao@gmail.com @otomasmaria

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À SUPERFÍCIE Aldeia Mineira do Lousal COORDENAÇÃO Sérgio Vicente

EXPOSIÇÃO 04.12.2021—29.01.2022 Museu Mineiro Centro Ciência Viva do Lousal CURADORIA Luzia Alves MONTAGEM Luzia Alves Ângela Fonseca

PUBLICAÇÃO EDIÇÃO Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes Universidade de Lisboa Largo da Academia Nacional de Belas-Artes, 1249-058 Lisboa +351 213 252 116 investigacao@belasartes.ulisboa.pt cieba.belasartes.ulisboa.pt DESIGN Tomás Gouveia IMPRESSÃO E ACABAMENTO Sersilito DEPÓSITO LEGAL 493995/22 TIRAGEM 150 exemplares Lisboa, janeiro 2022

Este livro é financiado por fundos nacionais através da FCT — Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito do projeto UIDB/04042/2020.



À SUPERFÍCIE

Aldeia Mineira do Lousal

ADMIR ŠURKOVIĆ ANA SANTOS ÂNGELA FONSECA BÁRBARA MAGESSI CAROLINA MARQUES CATARINA LOPES DIANA PEREIRA DUARTE PERRY HANA HUREM JOÃO PAIS LUZIA ALVES MAFALDA FARIA SANTOS ROCHA SARA MATIAS SOFIA AIRES TOMÁS SERRÃO

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