Fazendinho 99

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FAZENDinho o fazendo dos pequeninos

em abril, brincadeiras mil!

gratuito

abril 2015


faz-me um desenho ou explica-me como se eu tivesse 5 anos

Verónica Neves – Ornitóloga

m Quando era pequenina o meu avô dizia-me que e r as fêmeas diziam eu caio eu caio eu caio, ao que os machos

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áua , a áu

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a? , áu

respondiam eu-t’agarro eu t’agarro eu t’agarro. Ria-me sempre que ele me contava isto e ria-se ele também, da sua explicação estapafúrdia e pouco credível. E afinal no caso das cagarras são as fêmeas que têm voz grossa, 84Hz, cerca de quatro vezes mais grave do que a dos machos - 367Hz. Nas aves como nos humanos, o som é uma forma efusiva de comunicar e transmitir informação. As vocalizações podem ter diversas razões, consoante a espécie e o contexto: - Impressionar e atrair parceiro; - Delimitar e defender território de nidificação e/ou alimentação; - Avisar da presença e aproximação de um predador; - Identificar e reconhecer membros da família. As cagarras são capazes de reconhecer o seu parceiro pelo canto e estudos mostram que os machos raramente respondem a fêmeas que não a sua. Mas porque cantam as aves de dentro do ninho mesmo quando já têm par? Talvez porque quando uma ave entra de noite no ninho escuro não seja fácil perceber se é mesmo o parceiro e não um intruso e o som lhes permita reconhecer o que os olhos não vêem… Talvez, mas a verdade é que há muito para aprender sobre o canto das cagarras!

Desafio:

Coi

A

«O Grito», 1893, de Edvard Munch, é uma famosa pintura que ligada à explosão do vulcão Krakatoa, na Indonésia. O pintor d inspiração para o seu quadro: «(...)Senti como se um grito esti natureza... As cores estavam a gritar».


Observa o vigia no topo do mastro e descobre 7 diferenças.

Durante mais de 100 anos, os baleeiros açorianos utilizaram este grito (blosh!) sempre que avistavam uma baleia que vinha à superfície respirar. A origem vem do grito inglês “There she blows!!”, utilizado nos navios baleeiros norte-americanos pelos vigias que se instalavam no topo dos mastros. Muitos açorianos embarcaram nesses navios, aprenderam as técnicas da caça à baleia e trouxeram-nas para as ilhas. Hoje em dia, podemos ainda ouvir o grito “Baleia à vista!” utilizado pelos tripulantes dos barcos de whale-watching! As baleias deixaram de ser caçadas e passaram a ser observadas no seu ambiente natural, continuando, por isso, a serem muito valiosas.

! ! H H H S O BLLOOO

Francisco Henriques

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FAZENDO

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reutiliza-me

‘Bora lá fazer um “apitífaro” de papel com o teu fazendinho?! Enrola o fazendinho num tubo e une com fita cola para não se soltar. Faz um pequeno corte, em forma de quadrado, num dos lados. Com a ajuda de uma tesoura, dobra ligeiramente uma ou duas camadas interiores do rolo para criares uma pequena (muito pequena) abertura até ao buraco. Encosta aí os lábios e sopra até ouvires um apito! Pode não ser fácil ouvir um bom som à primeira, mas tu vais conseguir!

capa marco silva paginação raquel vila

ilustração melina álvaro

Envia-nos os teus desenhos e as tuas perguntas para fazendinho.boletim@gmail.com

procura Uma lagosta, uma guitarra, um caracol, uma ra, um canguru, um burro e um galo *

PÁG I N A Q UA R T RO

* ilustração de M.C. Escher


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