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Silva – Isquemia crônica de membros inferiores visualização do fluxo em cores (Color-Doppler Triplex-Scan), detalhados a seguir. Eco-color-doppler Após a avaliação não invasiva do paciente com isquemia crítica do membro, dá-se seguimento á programação de estratégia de tratamento e revascularização. Para tanto, há a necessidade de avaliação dos diferentes territórios arteriais. As estratégias de revascularização baseiam-se na detecção de todas as estenoses significativas ou oclusões que estejam entre o coração e o tecido isquêmico. Em geral, identifica-se então a artéria sadia mais distal antes das lesões, e esta servirá como doadora de fluxo; e a artéria sadia mais proximal após as lesões e que possua livre deságüe ao tecidoalvo, que será a receptora do fluxo. Em casos de lesões curtas e localizadas, procedimentos locais como endarterectomias e até mesmo endovasculares como angioplastias podem ser preferidos aos enxertos arteriais 5. Com isso, os exames de imagem constituem condição primordial para obtenção de sucesso terapêutico. A arteriografia permanece como padrão-ouro, no entanto, por ser um método invasivo outras modalidades estão ganhando espaço nos últimos anos. Apesar de proporcionar maior conforto ao paciente, a angiotomografia computadorizada ainda assim também produz radiação ionizante e também requer utilização de contraste. A angiorressonância magnética ainda é considerada um exame caro, com limitações como pacientes com claustrofobia e próteses metálicas, superestima lesões e em pacientes nefropatas pode ocasionar a chamada esclerose nefrogênica sistêmica. Mapeamento arterial O eco-color-doppler (ECD) permite a identificação do local anatômico e o grau da estenose na doença arterial obstrutiva periférica combinando o US modo-B e US Doppler colorido. A avaliação hemodinâmica é realizada medindo-se o pico de velocidade sistólica (PSV) e suas razões na lesão e após esta comparando-as com o segmento adjacente à montante, a presença ou ausência de turbulência, e preservação da pulsatilidade. Uma razão de PSV maior que 2:1 é considerada como indicação de estenose > 50%, uma razão de PSV maior que 4:1 revela estenose > 75%; e uma razão de PSV maior que 7:1, estenose > 90% 12.

Experts in Ultrasound: Reviews and Perspectives

O ECD pode ser utilizado para a programação pré-intervenção avaliando se um determinado paciente possui anatomia adequada para tratamentos endovasculares, como uma angioplastia femoro-poplítea, com uma acurácia de 84-94% 14. Também tem sido utilizado alternativamente à ASD para programação de revascularização infrainguinal com enxertos, proporcionando a seleção da artéria mais apropriada para a anastomose distal 15. No entanto, alguns estudos sugerem que o ECD, somente, é inferior à ASD para a avaliação de artérias tibiais para cirurgia de bypass distal 16. Outro estudo não demonstrou diferença na perviedade dos enxertos infra-poplíteos em coortes não randomizados de pacientes com avaliação pré-operatória pelo ECD e pela ASD 17. Entretanto, além da análise dos vasos distais, o ECD parece ter outras limitações como avaliação de vasos pélvicos e vasos calcificados. Allard et al. 18 demonstraram que a presença de doença arterial em segmento adjacente ao estudado promove limitação na detecção e quantificação das estenoses. Comparação com outros métodos de imagem Vários estudos têm relatado a alta acurácia do ECD em comparação com o padrão-ouro arteriografia por subtração digital (ASD). Uma metaanálise recente de estudos publicados entre 1996 e 2005 relatou uma sensibilidade de 88% (84-91%) e especificidade de 94% (93-96%) para ECD, confirmando os dados de outra meta-análise 19. Quando utilizada por examinadores experientes e em pacientes adequados, o ECD pode produzir um mapeamento de estenoses significativas e obstruções da aorta abdominal até o pé 20. A angiotomografia computadorizada (ATC) das artérias do membro inferior apresenta sensibilidade de 95% (92-97%) e especificidade de 96% (93-97%) para estenoses maiores que 50% ou oclusões. Assim como o ECD, a acurácia diagnóstica é menor para vasos pequenos e mais distais do membro mantendo, porém, boa performance com sensibilidade de 85-99% e especificidade de 79-97% (CAO et al., 2011). Esta modalidade encontra suas limitações na avaliação de artérias calcificadas, exposição à radiação e contrastes nefrotóxicos e alergênicos 21. Outro exame, a angiorressonância nuclear magnética (ARNM), apresentou sensibilidade de 95% (92-100%) e especificidade de 97% (64-99%); que foi superior às encontradas para ATC e ECD EURP 2012; 4(2): 69-76


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