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Helder Costa

junto à Ponte da Fraternidade e nas saídas de esgoto junto ao Seixal. Algumas espécies raras como a Gaivota-de-bico-riscado Larus delawarensis ou o Famego Larus canus têm sido aí observadas. É possível percorrer todo o perímetro da baía utilizando uma estrada marginal e, para além disso, nos últimos anos foi construído um passeio ciclo-pedonal a partir do qual se pode observar as aves. O melhor acesso à baía do Seixal é feito a partir da N10 (ver mapa).

A z i n h e i r a A zona da Azinheira fica situada junto ao Seixal e aí existem alguns moinhos de maré abandonados e alguns tanques que proporcionam refúgio de maré a muitas centenas de límicolas. Os alfaiates e os milherangos são comuns, o mesmo se passando com os pernas-vermelhas, os pilritos-de-peito-preto Calidris alpina ou as tarambolas. O número de rolas-do-mar Arenaria interpres que utiliza esta zona como refúgio pode ser extremamente elevado no contexto do estuário (já foram vistos grupos com mais de 300 aves). O acesso é feito a partir do terminal dos barcos da Transtejo no Seixal. Uma vez aí deve seguir-se em direcção das instalações do Instituto Hidrográfico. Depois de passar o campo de futebol do Seixal deve virar-se à direita para uma estrada de terra que segue ao longo da vedação do centro de estágios do S.L. e Benfica. Os moinhos de maré dos Paulistas ficam situados a escassas centenas de metros (ver mapa).

Gaivotas alimentando-se na zona do Seixal. Em primeiro plano Gaivota-de-bico-riscado Larus delawarensis, em segundo plano Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus e em terceiro plano guinchos Larus ridibundus

res locais para observar nesta área é o moinho de maré existente entre Corroios e Miratejo cujo acesso infelizmente está agora vedado. A Ponta dos Corvos é acessível a partir de Miratejo (ver mapa). Helder Costa

O Perna-vermelha Tringa totanus é uma das limícolas mais comuns no sapal de Corroios

A b a í a d o S e i x a l A baía do Seixal encontra-se ladeada por áreas densamente urbanizadas. Na sua margem oeste fica situada a localidade da Amora ao passo que na margem leste se localizam a Arrentela e o Seixal. Esta é uma zona particularmente interessante no Inverno, época em que é possível observar facilmente muitas garças, limícolas e gaivotas. Entre as espécies normalmente presentes contam-se a Garça-real Ardea cinerea, a Garça-branca Egretta garzetta, o Alfaiate, o Milherango, o Perna-vermelha e a Tarambola-cinzenta. As gaivotas tendem a concentrar-se na foz do Rio Judeu,

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H e l d e r C o s t a

Helder Costa

Luscinia svecica. O Pernilongo Himantopus himantopus nidifica regularmente na área tendo-se verificado também tentativas de nidificação de Chilreta Sterna albifrons e de Borrelho-de-coleira-interrompida Charadrius alexandrinus. Os terrenos envolventes do sapal de Corroios são provavelmente dos melhores sítios do país para ver o Mainato-de-poupa Acridotheres cristatellus, espécie asiática recentemente introduzida em Portugal. Separando o sapal do curso principal do Tejo estende-se uma restinga arenosa que, começando no Alfeite, termina na denominada Ponta dos Corvos já em frente ao Seixal. Esta área encontra-se coberta por um pinhal pouco denso e, na sua parte final existem alguns terrenos abertos. A diversidade ornitológica desta península não é por norma muito elevada. Entre as espécies habitualmente presentes salientam-se o Peneireiro Falco tinnunculus, o Mocho-galego Athene noctua ou a Cotovia-de-poupa Galerida cristata. No entanto, no período de passagem pós-nupcial, e sob condições climatéricas favoráveis, pode verificar-se a chegada de muitos migradores. O Sapal de Corroios pode ser explorado a partir da Rua do Rouxinol que começa junto à rotunda de Corroios e se prolonga até Miratejo. Um dos melho-

Perspectica do sapal de Corroios a partir da zona do Alfeite

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As aves em revista

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