Experimentar o experimental

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EXPERIMENTAR O EXPERIMENTAL pesquisas e práticas no território O desenho técnico se propõe a resolver e projetar, de modo cada vez mais aprofundado o objeto a ser construído, ao experimentar e abrstrair sobre várias formas, funções e estruturas correlacionantes da proposta. Entretanto, deixa um aspecto de grande importancia passar em branco, pois esse não cabe na cabeça e traços do arquiteto. As variantes possibilitadas pelas várias ações de diferentes saberes que estão envolvidos, principalmente quando o residente e executor da proposta, “cliente”, é envolvido. Segue-se portanto uma contribuição ao projetar e intervir colaborativo no espaço, na intenção assuimida de incompletute a ser preenchida. Nas páginas seguintes pontuei informações sobre o ao redor pertinentes a definição de propostas e possibilidades de atuação futura, passando para situação vista de dentro da casa. Com as informações gerais reunidas, uma visão sobre a tomada de desições do construir ao habitar. E finalmente, para balizar os desenhos técnicos, um passo a passo sobre cada intervenção com dicas e detalhes construtivos.

2018&9

Onde

?

Rio Paraná, Rio Grande, Rio das Mortes

Área em expansão da cidade¹, no pequeno subúrbio sanjoanese, obras de alto padrão, novos loteamentos, grandes empreendimentos próximos (Garden Hill, Aeroporto), áreas verdes, vias de grande fluxo . . .

... Rio Carandaí SJDR-MG

Introdução

Marcele, Rosa, Bruno, Otto

do que

de quem estamos próximos

?

Intervenham

O Plano diretor da cidade, formulado em 2002 pretende estruturar e orientar a construção de um sistema municipal de planejamento e garantir, com revisão em 10 anos, uma política de desenvolvimento pleno do município. Na área urbana do município divide em zonas com caracteríticas socio-ambientais semelhantes.²

O que podemos usar disso? Como nos encaixamos?

Zona de controle urbanístico: área com ocupação e urbanização já consolidados, procura manter ou melhorar condições urbanas, incentivando usos diversificados.

estacionamos aqui

rio Carandaí

Zona de urbanização futura: área próxima a malha urbana com características de acessibilidade que a tornem preferencial para a expansão da ocupação, preocupa-se em parcelar adequadamente o solo, integrar sistemas viários às novas áreas e propiciar novos usos. 1-Ver anexo de contexto da área 2005 -2018 2- Ver anexo caderno do plano diretor de São João del-Rei 2002


CONDIÇÕES BIOCLIMÁTICAS DE SJDR


SITUAÇÃO

NECESSIDADES

ENTRADA RESIDÊNCIA

Quarto crianças REFORMULAR

Mais espaço, privacidade, perto sem tá longe, sem grandes modificações no núcleo da residência.

Aproveitar água da chuva CONSTRUIR

ENTRADA SERVIÇOS

Recepção, trocas, transição de dentro e fora, passar o tempo, estender roupas.

Carro, plantas, limpezas, fogo.

Sala multifuncional 2‘ piso

Escada

CONSTRUIR

REFORMULAR

Práticas corporais, dormitório colchões, esteiras, ventilado, aconchegante, água pra beber, lavar, escovar, estender roupas, ármario.

Banho, número 1 e 2, lavar, escovar, limpar. Banheiro externo CONSTRUIR

Residência

Primeira parte construída, próximo a chegada dos pequenos. Os habitantes estão satisfeitos com a disposição do local.

ETAPAS DA OBRA

Segunda parte pensada para realização de serviços conta com uma cozinha e oficina de bikes, com estrutura pronta e mobiliário já pensado em construção

Serviços


AUTOCONSTRUÇÃO INTERFACE A PRODUÇÃO COLETIVA O actual não é o que somos, mas aquilo em que nos vamos tornando, aquilo que somos em devir, quer dizer, o Outro, o nosso devir-outro É necessário distinguir, em todo o dispositivo, o que somos ( o que não seremos mais), e aquilo que somos em devir: a parte da história e a parte do actual. Deleuze, Gilles. O mistério de Ariana. Ed. Vega – Passagens. Lisboa, 1996.

INSTRUÇÕES PARA USO Na expectativa de encaixar as propostas e perpectivas, onde ainda tenho que lidar de forma mais harmônica: nos traços da arquitetura, grande contribuinte para alienação por embarreirar o trabalho livre. Tenho como grande proposito, ainda que engatinhando, a criação de interfaces ou dispositivos menos disursivos e mais interativos. Neste trabalho entrego um manual de instruções e um desenho técnico das propostas com formas retas e cruas que indiquem apenas as estruturas necessárias ao quadro de forças do edifício e detalhamento de técnicas para que instigue a investigação e criação. Na tentativa de encontrar e reformular meios propcios a essa finalidade construi esse diagrama sobre a autoconstrução com base no texto “o que é um dispositivo?” de Deleuze, espero que este sirva para criação durante a construção de mais conexões. A família, o arquiteto e o mestre de obras tem linhas de força sobre a obra, respectivamente como: autoridade de quem mora no lugar e sabe do que precisa, de quem afastou-se e possibilitou visuaizar a experiência da proposta e sua ligação com o todo, e de quem domina a técnica e repertório de soluções e casos já vivenciados. Portanto o caderno a seguir pretente-se como mediador entre família e construtores para possibilidades inventivas sobre o espaço.

DIAGRAMA

SOLUÇÕES DA FAMÍLIA PARA LIDAR COM AS NECESSIDADES

AJUDA DO ARQUITETO PARA ORIENTAR SOLUÇÕES, PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA

ADAPTAÇÕES PELO CLIENTE ÀS POTENCIALIDADES CRIATIVAS E LOCAIS

NECESSIDADES ESPACIAIS PARA ADAPTAÇÃO AOS CORPOS E AÇÕES

LEGENDA: linhas de visibilidade --------- Interação entre elementos por objetos linhas de enunciação --------- Dá-se por forma de comunicação linhas de força ---------------- Formas de poder que direcionam ações a um objetivo, como o saber, autoridade... linhas de subjectivação ------ Ações espontâneas na criação/solução de necessidades

FORMULAÇÃO DE PROPOSTA E INTERFACES AS AÇÕES

EXECUÇÃO DAS PROPOSTAS ADAPTAÇÕES AO LIDAR COM OS MATERIAIS DISPONÍVEIS

PERSPECTIVA DO MESTRE DE OBRAS SOBRE O PROJETADO E ALTERNATIVAS NO CANTEIRO


MANUAL DE INSTRUÇÕES PASSO A PASSO: 01- esvaziar o quarto e tampar frestas para não espalhar poeira. 02- etapa: retirada do forro de madeira até a medida, recomendo 03- criar abertura para janela. 04- terminar parede de alvenaria e realizar o reboco

QUARTO DAS CRIANÇAS

ESCADA MESANINO

Espaço disponível: 1.90 m

Escada de mão, maior segurança e menor espaço: 0.90 metros. img 02.

Escada pé direito e pé esquerdo: maior espaço: 1.50 metros.

img 01.

05- colocar forro no telhado, instalar escada 1.50 2.60

06- acabamentos e pintura POSSÍVEIS UTILIZAÇÕES: Ripas do antigo forro a divisão da parede Caibros para escada e guarda corpo

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img 02.


BANHEIRO EXTERNO PASSO A PASSO: 01- preparação do terreno 02- instalações hidraulicas de saída. 03- construção da fundação e alvenaria com entradas d’água. 04- acabamento cimento queimado ou piso 05- instalação de esquadrias, louças e acabamentos POSSÍVEIS UTILIZAÇÕES: estrutura da base em radier e paredes de alvenaria simples, Vidro no chuveiro até parte alta do telhado, ampliando iluminação e vista com conforto.

Recomendo a fundação radier pelas baixas dimensões e cargas com ótimo custo benefício, é necessário somente amarração de tijolos. caso a caixa d’água não fique sob o banheiro Para reuso de água e situações outras a pia acoplada ao vaso


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ESCADA/VARANDA PASSO A PASSO 01- pedido de materias pré fabricados da estrutura. O canteiro recomendado para execução dessa modifiação principal é a lage, onde será a sala multifuncional. Mas como tudo terá de ser adaptado a essa função correndo mais riscos e sem acesso formal, recomendo fazer essa estrutura de acesso para levantar o segundo andar em galpão especializado e deixar as obras de concreto e alvenaria para moldagem no local. Madeira e aço são viáveis para execução da proposta, realizar orçamento com os técnicos das duas possibilidades. 02-remoção da escada e recortes no telhado na escada atual e na área da sala multifuncional. 03- construção de fundações em concreto, base de 40x40x40 cm em concreto, em ambientes externos recomenda-se o afastamento do chão por peça metálica chumbada na base como no exemplo abaixo:

Fechamento em vidro

Rufo de tabeira: Chapa de zinco ou aço galvanizado para suporte do vidro e acabamento rente a parede.

OPÇÃO 01:

telha de barro acompanhando o restante da casa, necessita de maior investimento na estrutura tanto da varanda quanto da sala mutifuncional que é extendido para proteger entrada da sala e caminho até a cozinha e com duas águas.

OPÇÃO 02:

telhado da varanda em telha de pvc colonial, não perde em conforto por estar em ambiente aberto, mais barata e rápida instalação, a proteção da chuva vai até a entrada da sala.

04- instalação da estrutura. 05- estrutura do telhado, pintura da estrutura 06- telhamento (opção 01 junto com paaso 3 da sala) 07- colocar piso e guarda corpo

Forma para indicação de distribuição de cargas.

Perfil da calha encostada na parede: Chapa de zinco ou aço galvanizado mais larga que seja calha e rufo na mesma peça, evitar emendas.

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linhas de estruturas.

SALA MULTIFUNCIONAL PASSO A PASSO:

img 01

OPÇÃO 01:

telha de barro com duas águas, aumenta o valor da estrutura ao adicionar a tesoura. Recomenda-se forro de madeira para inércia térmica do calor acumulado no telhado. Com ármarios e pia embutidos em baixo da calha do telhado, ao adicionar duas vigas na parede norte uma acima do armário outra no alto da parede. (armário idem na opção 02)

OPÇÃO 02:

telha de barro com uma água, essa proposta favorece a ventilação natural com janela alta, a parede norte tem grande potencial de acumulação de energia solar além de ter grande potencial de aquecimento solar passivo, a depender de aberturas.

01- retirada do telhado provisório e recorte no telhado do closet (passo 2 escada) 02- instalação hidráulica, não tenho dados para orientar os melhores caminhos para a saída de água, pode-se pensar em algum reaproveitamento na oficina, bem abaixo ou na horta. 03- levantar estrutura em concreto armado e fechamentos, para parede norte recomenda-se, com mais ênfase, materias como adobe ou tijolos maciços. Instalação elétrica, se embutida. 04- estrutura do telhado e telhamento (opção 01 junto com passo 7 da escada) 05- assentar esquadrias a partir do que achar.(img01) Posicionadas abaixo de 1,10m geram sensação de amplitude mas não devem abrir e ter proteção para evitar acidentes. 06- acabamentos e mobiliários. Para o piso o clássico de madeira (img02) é boa opção em durabilidade e conforto, mas alta manutenção a placa vinilica (img03) é de fácil manutenção e aplicação, só tomando cuidado se tiver muitas aberturas pela baixa resistência ao sol e água. Para os mobiliários: o ármario fica embutido na parede norte abaixo da calha. Para função de dormitório a opção 02 resolve-se pela divisão de ambientes, na opção 01 tem de se embutir as camas (img04&05) ou uso dos futons com outro uso durante o dia como sofás ou puffs (img06).

img 04 img 05

02 img 06

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PASSO A PASSO:

OUTRO APROVEITAMENTO DA ÁGUA PLUVIAL

01- Fundação em bloco com: diametro da manilha + 20cm x 20cm de altura (para reservatório 01) 02- fixação das manilhas após cura do concreto, com impermeabiização da base por argamassa impermeabilizante e preparo de entradas e saídas de água.

Sustentação por tirantes rígidos: para manter circulação e obter proteção do sol e chuva, com malha de proteção acima e telhas leves como telha de pvc colonial .

03- direcionar instalações das calhas para reservtórios passando por filtro de detritos. RESERVATÓRIO

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RESERVATÓRIO

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Para formalizar a entrada de serviços podar árvores para abrir o caminho e pensar em algum tipo de sustentação a calha que vai ao reservatório num portal de boas vindas!

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