Casa de mochileiros

Levantamento situacional e afetivo

Moradia de mochileiros.

Cliente: Samuel Alves de Freitas - CPF: 080.691.926-40

Proposta situada em Lavras Novas distrito da cidade de Ouro Preto-MG, localidade em que a economia gira em torno do ecoturismo atraindopraticantesderappel,trekking,ciclismo,ralieadmiradoresem geral das serras. De grande importancia também o vilarejo histórico, que se ampliou para receber os turistas, e com achegada dosmoradores

procuram não alterar o jeito simples e calmo da vida de interior. O vilarejo é cercado por quedas d`água.

Arquiteto: André Lopes dos Santos - CAU: A166558-8

Levantamento arquitetônico e urbano desenvolvido em conjunto com o cliente para que o mesmo desenvolva olhar crítico e responsável sobre suas ações no território.

Composto com 06 (seis) folhas A3. Outono de 2020

O plano diretor estabelece as normas de ordem pública e interesse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio ambiental. Portanto é a referência base para, o projetar e construir no solo urbano.

Em Ouro Preto, o plano vigente é de 2006 passando agora em 2020 por uma atualzação, neste documento divide-se o território do distrito de Lavras Novas de acordo com o seguinte microzoeneamento (img. 01). O terreno encontra-se na Zona de Proteção Especial (ZPE), descrita na Seção I, artigo 42:

“Considera-se como Zona de Proteção Especial (ZPE) aquela composta por áreas que contêm os valores essênciais a serem preservados nos conjuntos urbanos. resultantes da presença de traçado urbanístico original e de tipologias urbanísticas.

ZPE - Zona de proteção especial

ZAR2 - Zona de adensamento restrito 2

ZAR3 - Zona de adensamento restrito 3

ZPAM - Zona de proteção ambiental 1

Córrego Seca Fumo, Córrego dos Prazeres, Rio Mainart, Rio Gualaxo do Sul, Rio do Carmo Alto Rio Doce.

img. 01 - Lavras novas 2006 fonte google earth.

img. 0 - loteamento familiar fonte: 9ponto2 arq.

img. 02 - Lavras novas 2020 fonte google earth.

img. 03 - Microzoneamento Lavras novas 2006 fonte site prefeitura de Ouro Preto.

paisagens

A etapa de levantamento de dados, teve início no trajeto e visita aos mirantes da cidade, em que apontavamos onde se lcalizava paisagem e os impactos visuais e culturais das diversas escolhas expostas no lugar.

possível observar o lote, apenas a referência do cemitério acima do morro, e com grande relevancia na paisagem casas novas e torres de água e comunicações.

observar o lote, apenas dos fundos das casas, após descer a rua principal e passar da igreja. Paisagem com vista da mata nativa, impacto visual do loteamento em que estamos, paisagem com intervenções recentes no primeiro plano e fundo, de casas e pousadas.

Os espaços urbanos e rurais que, em todo o território nacional, podem ser chancelados como paisagem cultural, são aqueles em que a vivência ou a ciência humana imprimiu marcas ou reconheceu valores, tornando-as suporte dos cenários, conhecimentos e das realizações homem como o meio natural.

(IPHAN/Depam/2007,

p. 3)

habitares

Durante o trajeto também observamos, modos de vida e ocupação no território, onde os clientes apontaram construções que lhe chamaram atenção, apontando qualidades, defeitos e as preferências. Os locais de parada e distração foram na rua principal, e nas fontes de águas naturais.

Das construções o que chama a atenção são as fachadas das casas antigas, de pequeno porte voltadas para rua, a rua é a sala de estar. Já as novas construções, com grande porte e isoladas, tem fachada voltada para paisagem, como se quisesem colocar dentro da casa a paisagem.

O lote

recursos para tal empreendimento, sem infra-estrutura e com ruas sem boas conexões com o traçado existente. Mas já possui grande esforço coletivo para sua realização, com construções de médio padrão, em que os construtores contam com a ajuda da irmandade e donos do empreendimento, para ligações improvisadas de água, energia e arruamentos.

Com terreno em declive aproximado de 20% na região de cambissolo háplico, macio e possibilidade de pedras, densa vegetação primária.

Durante as dinâmicas de reconhecimento do local pude conhecer esses dois seres-maninhos um pouco melhor. A Raquel está prestes a começar um doutorado em outro lugar, só esperando tramites serem resolvidos, o Samuel está terminando uma pesquisa e investe em concursos para ver se tira a sorte grande, enquanto isso vai trabalhar em paralelo no regime da auto-construção do então investimento.

Pretende trabalhar no primeiro momento pagando o restante do lote e trabalhando na limpeza e preparação do terreno sem construções permanentes, para receber campistas no seu terreno, oferecendo água, energia e fogo.

No segundo momento construir a casa, e, quem sabe, um bacuri desenvolvendo a casa de acordo com o desenvolvimento da família de forma responsável com a legislação e o lugar.

carrim dos doceiros

* Moradia da família

* Área de Camping

* Produzir alimentos

* Casa alugável

* Espaço aberto

rústico x moderno

Palavras chave

Aqui estão apontados as condições ambientais do local, que balizaram a formulação do projeto desenvolvido visando a

Condições de conforto Estratégias bioclimáticas

Que o cliente e construtor utilizem não só as ordens distântes mas que estejam cientes dos referênciais para as propostas gerando autonomia e responsabilidade no momento de execução e lida com o material no local.

MEMORIAL DESCRITIVO RESIDENCIAL.

Proprietário: Samuel Alves de Freitas

CPF: 080.691.926-40

Tipo de obra: contrução de residência unifamiliar

Endereço: S/nº, Centro, Lavras Novas, Ouro Preto - MG

Loteamento Família Valdemira

Bloco 02-A, Lote 01.

Testada do terreno: 10M

Área do terreno: 291,30M²

Taxa de Ocupação: 13,8%

Área a construir: 87M²

MANUAL DE INSTRUÇÕES

O actual não é o que somos, mas aquilo em que nos vamos tornando, aquilo que somos em devir, quer dizer, o Outro, o nosso devir-outro É necessário distinguir, em todo o dispositivo, o que somos ( o que não seremos mais), e aquilo que somos em devir: a parte da história e a parte do actual.

DIAGRAMA

Proprietário: Samuel Alves de Freitas - CPF: 080.691.926-40

Arquiteto: André Lopes dos Santos - CAU: A166558-8

INSTRUÇÕES PARA USO

Na intenção de criar de interfaces ou dispositivos menos disursivos e mais interativos, encaixamos as propostas e perpectivas do cliente, o gerente da obra, em todas as etapas de formulação do projeto e buscou-se possibilitar ao construtor melhoras nos traços da arquitetura, que tem em seu desenho vazios intencionais para tal. Neste trabalho entrego um manual de instruções e um desenho técnico das propostas com formas retas e cruas que indiquem apenas as estruturas necessárias ao quadro de forças do edifício e detalhamento de técnicas para que instigue a investigação, planejamento e criação.

Para encontrar e reformular meios propícios a essa base no texto “o que é um dispositivo?” de Deleuze, espero que este sirva para criação durante a construção de mais conexões.

A família, o arquiteto e o mestre de obras tem linhas de força sobre a obra, respectivamente como: autoridade de quem mora no lugar e sabe do que precisa, de quem afastou-se e possibilitou visuaizar a experiência da proposta e sua ligação com o todo, e de quem domina a técnica e repertório de soluções e casos já vivenciados. Portanto o caderno a seguir pretente-se como mediador entre família e construtores para possibilidades inventivas sobre o espaço.

LEGENDA:

NECESSIDADES ESPACIAIS PARA ADAPTAÇÃO AOS CORPOS E AÇÕES

SOLUÇÕES DA FAMÍLIA PARA LIDAR COM AS NECESSIDADES

AJUDA DE PROFISSIONAL PARA ORIENTAR SOLUÇÕES, PLANEJAMENTO E GESTÃO DA OBRA FORMULAÇÃO DE PROPOSTA E INTERFACES AS AÇÕES

EXECUÇÃO DAS PROPOSTAS

ADAPTAÇÕES PELO CLIENTE ÀS POTENCIALIDADES CRIATIVAS E LOCAIS

PERSPECTIVA DO MESTRE DE OBRAS SOBRE O PROJETADO E ALTERNATIVAS NO CANTEIRO

ADAPTAÇÕES AO LIDAR COM OS MATERIAIS DISPONÍVEIS

linhas de visibilidade --------- Interação entre elementos por objetos

linhas de enunciação --------- Dá-se por forma de comunicação

linhas de força ---------------- Formas de poder que direcionam ações a um objetivo, como o saber, autoridade...

linhas de subjectivação ------ Ações espontâneas na criação/solução de necessidades

Deleuze, Gilles. O mistério de Ariana. Ed. Vega – Passagens. Lisboa, 1996.

PRIVADO E COLETIVO PAISAGEM E COMUNIDADE

A casa possui dois ambientes e duas fachadas divergentes e complementares, o pavimento térreo e fachada dos fundos estão envoltos na intimidade da família e emolduramento da paisagem para o interior. O pavimento do sub-solo e fachada principal, são convites a interação e convivio com a comunidade.

FACHADA PRINCIPAL

FACHADA FUNDOS

PLANTA HUMANIZADA TERREO

Limpeza do local, demarcação da obra, corte e aterro com furos para fundações.

Sapatas e viga baldrame em concreto armado, com isolamento de umidade estrutural.

Estrutura em concreto armado, sempre conectada de forma adequada às projeto estrutural.

As paredes são em alvenaria de tijolos cerâmicos furados, com emboço e pintura externos e internos. Atenção para parede de vista ao norte onde é recomendado tijolos mais grossos para inércia térmica.

As esquadrias apresentadas são em blindex, com marcos e aparas em madeira.

A fachada leste possui esquadrias de grandes dimensões em blindex, como é a fachada que recebe maiores rajadas de vento, recomenda-se plantar árvore como quebra vento na orientação sudeste.

Telhado em cerâmica colonial, com isolante térmico abaixo e inclinação de 30%.

As soleiras em material cerâmico ou pedra e os peitoris acompanhando as esquadrias em madeira com guarda corpo na altura de 1,10 metros.

Forro em madeira, na sala acompanhando o telhado e no quarto com altura constante conforme indicado no desenho.

Para paredes tintas à base d’água e nas madeiras tinta à óleo ou verniz.

Nas áreas externas áreas de grande circulação com piso intertravado. Ao redor da construção e em área que houver movimentação de terra , piso de cimento.

Nas áreas internas, de estar em madeira e molhadas em cerâmica

Prezar na escolha equipamentos que economizem água.

Utilizar joelhos em angulos retos, separar águas cinzas de água negra.

Direcionar as águas das calhas para reservatório no sub-solo, direcionar as águas em canaletas aos canteiros no terreno.

FORROS RETO E INCLINADOS

PAREDE FACHADA NORTE E ESQUADRIAS

EXEMPLO QUEBRA VENTO

EMENDAS E ISOLAMENTO

REDUZIR E REUTILIZAR A ÁGUA