Revista Divulgar Escritor

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SUMÁRIO Entrevistas

EXPEDIENTE

Portugal Entrevista com a escritora Ana Wiesenberger...............................................05 Entrevista com a escritor Pedro Belo Clara................................................10 Entrevista escritora Maria Teresa Almeida......................................................14 Entrevista escritora Teresa Teixeira.................................................................18

Brasil Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano I Nº 04 novembro 2013 Publicação: Mensal Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante TRT: 2664 Projeto gráfico: EstampaPB Diagramação: Ilka Cristina N. Silva Para Anunciar: smccomunicacao@hotmail.com 55 – 83 – 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

Entrevista escritor Alexandra Collazo..............................................................22 Entrevista escritora Eunice Tomé......................................................................26 Entrevista escritora Flávia Assaife...................................................................30 Entrevista escritora Gil Ordônio.......................................................................35 Entrevista escritora Ira Rodrigues...................................................................39 Entrevista escritor Leandro Campos Alves.......................................................42 Entrevista escritora Marcelo Allgayer...............................................................46 Entrevista escritor Mário de Méroe................................................................49

Colunas Pense Fora da Caixa – Pense Literatura..........................................................08 Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa – Maria Carolina.....................................13 Solar de Poetas – José Sepúlveda...................................................................20 Mercado Literário – Leo Vieira........................................................................24 Panorama Cultural – Ana Stoppa.....................................................................29 No Café com Ronaldo Magella........................................................................38 Entre Ideias&Atos – Patrícia Dantas...............................................................45 A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya.....................................................48 Literatura na Prática – Alexsander Pontes.......................................................52

Participação especial com: Flávia Assaife...................................................................................................32 Dilson Macedo................................................................................................53 José Miguel Veiga...........................................................................................54

Um café e um livro com: Jéssica Morgan.................................................................................................56 Renata Soltanovitch........................................................................................58 Maico Filgueiras..............................................................................................59

Momentos de poesia com:

Adriana Ferreira..............................................................................................61 Amy Dine........................................................................................................62 Bernadete Bruto.............................................................................................63 Conceição Roseiro...........................................................................................64 Eunice Tomé...................................................................................................65 Helena Santos..................................................................................................66 Ilda Pinto Almeida...........................................................................................67 Manuel Manços..............................................................................................68 Maria Isabel F. da Cunha................................................................................69 Maria La Salete Sá..........................................................................................70 Maria Tavares..................................................................................................71


2013 um ano que ficou marcado pela criação do Divulga Escritor, que tem como objetivo promover a divulgação literária de todos os escritores que desejam participar do projeto. Um projeto que foi criado para escritores, e vem sendo mantido por escritores. Um projeto que serve como referência a outros projetos de divulgação. Que 2014 venha com união, paz, amor e muita divulgação! Se vier patrocínios também, serão muito bem vindos. Muito obrigada a todos que participam ativamente do projeto no Brasil e em Portugal. Agradecimento especial aos nossos colunistas que nos trazem artigos, textos maravilhosos em todas as edições da Revista. Estamos a disposição de todos. A revista Divulga Escritor “Momentos de poesia” está um encanto. Boas Festas e um próspero 2014! Ficamos a disposição Cordialmente Shirley M. Cavalcante Editora smccomunicacao@hotmail.com www.divulgaescritor.com

Shirley M. Cavalcante, é jornalista, radialista, editora, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/ Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.

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Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista com a escritora Ana Wiesenberger Ana Wiesenberger, de nome completo, Ana Cristina Estrela da Silva Franco Dias Wiesenberger, nasceu em Lisboa em 1962 onde viveu até aos 10 anos, tendo residido desde então em Setúbal. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, variante Inglês/Alemão pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na década de oitentaa, tendo posteriormente feito um Pós -Graduação em Estudos Americanos na Universidade Aberta. Leccionou durante mais de vinte anos no Ensino Básico e Secundário em várias escolas na cidade de Setúbal e no Pinhal Novo, estando actualmente reformada por invalidez. Na sua escrita há um registo poético intimista a par e passo de outros poemas mais direccionados para o exterior, nomeadamente na presença forte da natureza enquanto envolvência e partilha. Há ainda uma outra vertente, a poesia dita de intervenção, suscitada pelas vivências de um quotidiano consciente da realidade socioeconómica e política do seu país. A ambição da autora é que a sua poesia chegue ao homem comum, que não seja apenas abrangida por elites intelectuais, daí a procura constante da língua enquanto veículo acessível à mensagem clara e não fechada e excessivamente cifrada. O poema mais emblemática da estética pretendida é o que dá o nome ao seu blogue, Quero Trazer A Poesia Para A Rua. “Gostava muito que os meus leitores comunicassem comigo, me dissessem como sentiram a leitura dos meus poemas. Nos meus primeiros dois livros não comuniquei às editoras que inserissem o meu endereço electrónico nas obras, mas vou corrigir essa situação nos próximos. Ainda na mesma linha, posso dizer, que é um enorme prazer ter leitores no Facebook e no blogue e receber os seus comentários.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Wiesenberger para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento se sentiu preparada para publicar seu primeiro livro? Ana Wiesenberger - É com satisfação que participo no projecto. Sempre senti o Brasil muito próximo porque sou neta de Brasileiro e apesar dos meus avós se terem divorciado e o meu avô ter regressado para o seu país, arranjou sempre forma de nos comunicar um pouco da cultura Brasileira. Enviava-nos muitas cassetes de música e assim, crescemos com samba, fado e música clássica, respectivamente decorrente dos gostos musicais do meu avô, do meu pai e da minha mãe. Tentando agora, responder concretamente à pergunta, posso dizer, que já há muito me sentia preparada, mas devido à minha vida profissional muito preenchida, enquanto docente e membro activo do sindicato dos professores, julgava só realizar esse projecto depois da aposentação prevista para a faixa etária dos sessenta, claro. Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Especial de Natal e Fim de Ano

Que temas abordas em seu livro “Dias incompleto”? Como foi a escolha do Titulo? Ana Wiesenberger - O título surgiu como consequência das condições em que o livro foi organizado. Adoeci e entrei numa espiral de testes médicos e resultados destabilizadores da minha rotina. Tive de me confrontar com modificações nas minhas capacidades físicas que me atordoaram e houve uma altura em que já estava muito fraca e pensei, que já estaria a entrar na fase terminal. Nesse Agosto de 2011 procurei ter uma conversa séria com o meu filho, que é um jovem adulto e ele exaltou-se comigo perante a perspectiva de eu morrer sem publicar os poemas e as histórias escritas ao longo dos anos em cadernos. Prometi-lhe, então, que se saísse da cama e começasse a sentir-me um pouco melhor, me dedicaria a tentar publicar um livro. Como ainda estava muito fragilizada pelo impacto dos relatórios médicos e pela astenia física, fiquei-me por um livrinho pequenino com diferentes ecos de mim. A sensação prevalecente era mesmo de incompletude, daí o título, Dias Incompletos. O que diferencia seu livro “Dias Incompleto” do seu livro “Idades pela chancela da Esfera do Caos”? Como foi a escolha do Titulo para o seu segundo livro publicado? Ana Wiesenberger - Idades foi elaborado no início do ano de 2012, numa fase já de aceitação da doença e da necessidade de me restabelecer enquanto pessoa válida para a sociedade, uma vez que já não podia continuar a dar aulas devido à instabilidade com que a doença me atingia; nuns dias, tudo parecia normal, noutros, era acometida por um cansaço devastador. Assim, a escrita revelou6

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poderão entrar em contacto com a editora Esfera do Caos. Em relação à compra individual poderão sempre entrar em contacto comigo através do meu endereço electrónico, Ana. wiesenberger@gmail.com ou mesmo enviando-me uma mensagem pelo Facebook.

-se-me como a única estrada possível com horizontes de realização pessoal. Por isso, poder-se-á dizer, que Idades já está inserido num projecto de apresentação do meu “eu” enquanto poeta. Optei em Idades por reflectir as respirações distintas das fases de uma vida, começando pela infância, entrando na adolescência, pousando na idade adulta e terminando com a meia-idade vivida já sob a égide da doença e da proximidade da morte. A ideia é convidar o leitor a fazer a sua própria viagem, a vivenciar os seus momentos através dos meus. Poeta Ana, onde podemos comprar os seus livros? Ana Wiesenberger - Em Portugal o meu livro está disponível um pouco por todo o país, principalmente nas grandes livrarias, sem querer fazer publicidade às mesmas, posso destacar a Fnac, Bulhosa e Bertand; é possível também comprar em livrarias online como o Wook e a Livrododia. Evidentemente que os livreiros Brasileiros eventualmente interessados

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Ana Wiesenberger - O meu propósito raiz é alcançar o leitor indiferenciado, daí o meu poema-manifesto ser intitulado, Quero Trazer a Poesia Para a Rua, que também dá o nome ao meu blogue. Há nitidamente uma tónica posta na vontade de cativar os que normalmente não lêem poesia por considerarem que é uma leitura exigente, quase codificada e não tem de ser assim. A poesia é construída na sensibilidade dos dias e por conseguinte deve realizar uma relação de empatia com o leitor comum; não deve ser reservada às elites intelectuais. No entanto, ao dar corpo aos meus registos distintos, sei que vou direccionar-me para públicos diferentes. Gostava de editar a minha poesia, dita de intervenção e também de dar à estampa um livro mais intrincado devido ao seu cariz mais intimista e com ressonâncias de intertextualidade. Contactos: Ana.wiesenberger@ gmail.com Facebook: Ana Wiesenberger. Blogue: http://querotrazerapoesiaparaarua.blogs.sapo.pt/ Escritora Ana de que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Ana Wiesenberger - Em termos de divulgação, faço apresentações ao público sempre que posso, se bem que a minha vida espartilhada entre


Especial de Natal e Fim de Ano

dois países, Portugal e Alemanha, acabe por não me permitir fazer de forma concertada esse trabalho que considero bastante estimulante. Entretanto, procuro divulgar o meu blogue que contém muitos inéditos e funciona em parceria com o Facebook, também como canal de divulgação. Além da página sob o meu nome, existe a outra mais pretensamente oficial, Pelas Letras É Que Vamos. Participo também em muitos grupos que dão primazia à expressão poética. Sempre que me é possível gosto muito de estar presente e intervir em tertúlias. Conto ainda com as entrevistas na radio (uma pode ser vista e ouvida no youtube) e em publicações afectas à literatura. Tenho sido divulgada ocasionalmente em blogues que transcrevem poemas meus que vão ao encontro do perfil do blogue e a um determinado post. Quais seus próximos projetos literários? Pensas em publicar um novo livro? Ana Wiesenberger - Encontro-me à data, a organizar o meu novo livro, que será desta vez um registo que exige um pouco mais de atenção da parte do leitor, no sentido em que a entrada no corpo do poema é mais vedada ou pelo menos, não prima pela leveza com que se consegue ler Idades. Arrisco-me conscientemente em lançar um livro que não terá a aceitação imediata do leitor comum, quer pela estranheza temática, quer pela presença de algumas referências literárias. Quem é a escritora Ana Wiesenberger? Quais seus principais hobbies? Ana Wiesenberger - Sou uma pessoa muito acessível aos outros; gosto de dialogar com as pessoas, de as ouvir, de as sentir e de as observar. Adoro

a natureza. Preciso muito de árvores, de mar e sou muito ligada ao calor do Sol e à beleza transcendental da neve. Gosto muito de animais e não concebo a minha vida sem eles. Tenho sempre vivido acompanhada pela companhia, pela ternura de filhotes de quatro patas, tanto cães como gatos. Sempre pratiquei desporto; frequentava um ginásio perto de casa, fazia jogging e andava de bicicleta ocasionalmente. Agora, já não me é possível manter esse ritmo, mas faço um pouco de passadeira em casa para que os músculos não atrofiem. O grande hobby que me define desde sempre é a leitura. Preciso de ler todos os dias e sou bastante ecléctica nas minhas preferências literárias. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Ana Wiesenberger - Não me sinto qualificada para opinar sobre o mercado literário em Portugal. No entanto, parece-me que se devia apostar em mais edições acessíveis ao grande público, uma vez que as pessoas não podem adquirir livros a um preço “exorbitante” para as suas possibilidades, ainda mais nesta altura de crise no nosso país. Quanto à inserção dos novos escritores e sobretudo os novos poetas no mercado, a situação é muito complicada; as grandes editoras estão centralizadas em apostar nos nomes já feitos e nem mostram receptividade em relação à apreciação de obras de autores desconhecidos. Consequentemente o autor vê-se confrontado com a possibilidade de ser editado consoante se responsabilize por adquirir um número variável, mas sempre substancial de exemplares - chamam-lhe co-edição. Além disso, nem todas as editoras se ocupam de uma divulgação concertada.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Ana Wiesenberger, que mensagem você deixa para nossos leitores? Ana Wiesenberger - Gostava muito que os meus leitores comunicassem comigo, me dissessem como sentiram a leitura dos meus poemas. Nos meus primeiros dois livros não comuniquei às editoras que inserissem o meu endereço electrónico nas obras, mas vou corrigir essa situação nos próximos. Ainda na mesma linha, posso dizer, que é um enorme prazer ter leitores no Facebook e no blogue e receber os seus comentários. Enquanto mensagem de carácter mais geral, ambiciono que todos se olhem nos olhos; a indiferença e a apatia face ao outro, só conduzem à ruptura no tecido social. É importante construirmos uma cidadania activa, vermos o que se passa em nosso redor e intervir no sentido de prevenir, remediar situações; em suma, viver, de facto, em comunidade de forma responsável.

Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Por Neo One Eon

Pense Literatura POR QUE ESCREVER?

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oje me peguei filosofando sobre o escrever e surgiu o questionamento: Por que as pessoas escrevem, o que leva alguém a escrever? Eu particularmente sempre gostei muito de escrever, desde a época de redações na escola, depois compondo minhas primeiras letras de música, poemas e pensamentos. A arte surgiu para mim como uma forma de desabafo, especialmente os poemas e pensamentos escritos, assim como o conteúdo das primeiras canções. Aos poucos fui lapidando poeticamente a energia da juventude e começaram a surgir criações mais interessantes, nascendo cada vez mais do fundo da essência do ser, mais genuínos e menos inocentes ou ingênuos. Minha relação com a Literatura sempre foi muito forte, porém só há pouco tempo que passei a ser sujeito ativo, antes era só leitor; mas desde que escrevi o meu primeiro conto, nunca mais parei de escrever causos e a vida literária só tem me dado alegrias, ainda mais para alguém que cansou de dar murros em ponta de faca no cruel mercado da música…

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A narrativa longa é um grande desafio pra mim, é a expressão artística caçula no meu caminho peculiar da Arte. No entanto, tenho a sensação que sou apenas um canal de transmissão quando escrevo estórias que poderiam contar a história de várias pessoas, onde possivelmente alguns poderão se identificar com situações ou personagens ali inseridos, que talvez o conteúdo do livro possa tocar a alma de leitores ou curiosos… Às vezes tenho a nítida impressão que não sou eu que estou criando a estória, mas que ela está apenas “passando” por mim, e me sinto deveras satisfeito com esta probabilidade, pois transmitir uma mensagem (ou ao menos causar reflexão no leitor) já é o suficiente para a minha verdade pessoal, sem precisar apelar para vaidades desnecessárias e superficiais. E curiosamente, apesar de ser o campo mais recente da Literatura que eu tenha me arriscado, meu primeiro livro publicado é justamente de uma narrativa longa, e é ele que está abrindo as portas no mundo literário pra mim. Dizem que depois que você escreve um livro, não tem

mais como parar, acho que é a mais pura verdade, tanto que já estou em fase de produção de meu segundo romance-ficção, tentando captar outras estórias no ar e deixar que elas ganhem vida no papel. Em suma, escrever, para mim, é necessário, é terapêutico, é sublime, é registrar em letras, palavras e frases a poesia da vida, o amor à vida, escrever é celebrar a vida! Cada um tem o seu dom, cada um tem suas particularidades, cada um tem sua história pessoal, cada um tem um caminho traçado pra si, eu continuo pedindo sabedoria para continuar percorrendo o meu da melhor maneira possível, e é o que desejo para você que lê este ‘escrevendo’ até o final. Que consigamos buscar o equilíbrio, mas que possamos desequilibrar de vez em quando; que possamos buscar colo e carinho, mas que também tenhamos capacidade de oferecê-los com doçura. E que o Amor prevaleça sempre em nossos atos e palavras, sejam escritas ou não.



Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritor Pedro Belo Clara Pedro Belo Clara mora em Lisboa, Portugal, e é o autor de três livros: “A Jornada da Loucura” (2010), “Nova Era” (2011) e “Palavras de Luz” (2012), sendo os dois primeiros de poesia. Os conteúdos trabalhados pelo autor são diversos: poemas, contos, artigos e crônicas. Pedro debruçase filosoficamente sobre a vida em geral e suas particularidades: a existência, a busca espiritual, a transmutação do Homem. Sem esquecer as incidências das paixões e do amor e assuntos de índole social e política. Pedro desenvolve trabalhos no Brasil e Portugal, divulgando o seu trabalho em diferentes meios de comunicação. Convidamos você, leitor, a conhecer melhor a trajetória de vida e a visão deste maravilhoso escritor. Sejam todos bem vindos a esta especial viagem literária. Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Pedro Belo Clara é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos quando começou a escrever? Em que momento decidiu ser escritor? Pedro Belo Clara (PBC): O meu começo está invariavelmente ligado à música, quando decidi explorar os campos da composição. Os primeiros poemas, dignos desse nome, surgiram quando completei dezassete anos. Mas só com o passar do tempo, e com o respectivo amadurecimento, é que fui tomando decisões mais sólidas – como investir numa carreira profissional no tão difícil mundo da literatura. A escrita, para mim, é um veículo, uma ponte, um simples meio de alcançar o meu semelhante, de tocar em seu mundo e de oferecer múltiplas vias de crescimento e evolução. É como uma mão que se disponibiliza para quem a quiser agarrar. Hoje, eu sei o porquê de fazer aquilo que faço e quais os meus deveres perante os leitores. Na altura, era claro que não. Isso chama-se ‘crescimento’.


Especial de Natal e Fim de Ano

Pedro, como foi publicado o seu primeiro livro? Quais as dificuldades para conseguir publicar a sua primeira obra? Você vem usando a mesma metodologia para publicação de livros? Se mudou o método, porque o mudou? PBC: Publicar um primeiro livro é um processo longo e árduo; fatigante, até… Pleno de dúvidas e de tentações que nos instigam a capitular. Mas devemos ser mais fortes que os obstáculos. Passando o teste, cresceremos – como indivíduos e autores. Devo a minha conquista à Andreia Varela (aqui fica o louvor), que acreditou em mim. Completei o livro “A Jornada da Loucura” em 2009, mas apenas em 2010 ele foi lançado ao público português. Como nunca estamos sós nestas coisas, pude desfrutar do inestimável apoio de diversos amigos, entre auxílios e incentivos. A publicação foi paga, ainda que tivesse a chancela de uma editora, mas consegui recorrer a patrocínios. Foi um caminho muito longo, mas não menos gratificante. O segundo livro, embora editado pela mesma casa, já não contou com a presença de apoios. Nem o terceiro, publicado pela Chiado Editora. Hoje você tem vários livros publicados de diferentes temas. Como foram surgindo estes diferentes gostos literários? O que o influenciou a ter esta diversificação de temas publicados? PBC: Se os temas sobre os quais me debruço são diversos, devo isso à própria diversidade da Vida - que tanto me seduz, ensina e cativa. Da serena contemplação de cada elemento, muito poderá advir. E tal matéria será sempre um alvo do processo criativo. Não existe um tema único em meus

Mudando de género, destaco Henry James, John Steinbeck, Henry David Thoreau, Khalil Gibran e Hermann Hesse.

trabalhos; mas vários que, de uma forma peculiar, se interligam e justificam. São partes que compõem um todo maior. E é, para mim, fascinante abordar, nas medidas possíveis e necessárias, as diversas faces de uma coisa só. Quais são as suas referências literárias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor? PBC: Quando termino de ler uma obra que em mim conseguiu criar um impacto significativo, sei-me diferente. Pois em minha escrita diluiu-se um novo perfume, consequência clara da influência a que me expus. Assim, aprendo e me permito evoluir como autor. No género poético, destaco o mestre do verso depurado, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Breyner, Fernando Pessoa e os heterónimos Alberto Caeiro e Rciardo Reis, José Tolentino Mendonça, T.S. Eliot, Walt Whitman e o próprio Lao-Tsè, com o seu belíssimo “Tao Te Ching” (O Livro do Caminho e da Sabedoria).

Você hoje é colaborador em várias mídias Brasileiras… Como começou as suas atividades no Brasil? PBC: De uma forma bem simples e curiosa. Enquanto preparava o material para uma sessão literária que tive o prazer de efectuar, um amigo meu, no intuito de me prestar um valioso auxílio, indicou-me diversos sites e blogues que poderiam servir de referência na minha exposição. Entre eles, estava o ‘Arte & Cultura’. Bastou um contacto para que a minha participação ficasse acertada… De uma forma assim tão natural, surgia a coluna “Canções da Alma Errante”. Actualmente, o site encontra-se encerrado; mas jamais esquecerei os amigos que lá fiz e todas as partilhas que se realizaram. Foi deveras gratificante. E estarei sempre agradecido por tudo o que por lá pude realizar. Nomeadamente à Sandra Cajado, a directora do projecto que me abriu as portas ao público brasileiro. Que diferenças literárias você destacaria hoje entre Brasil e Portugal? PBC: Resume-se, no fundo, a isto: abertura. A novos autores e a certos temas, diga-se. Pois os leitores portugueses, embora muitas barreiras tenham sido já derrubadas, ainda vivem sob o estigma de certos preconceitos. Mas é igualmente importante não cair num erro que, por aqui, muitas vezes ocorre: apostar e promover a mediocridade, somente por ser vendável. Existe um lugar para todos nós, desde que não falte coragem para a aposta. Repare: os consagrados sempre terão o seu merecido lugar. E os restantes? Não poRevista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Especial de Natal e Fim de Ano

derão ser apenas meras modas… Pois essas são efémeras. É assim que queremos construir um futuro literário num país? É muito importante pensarmos na herança que legaremos às gerações vindouras. Infelizmente, Portugal não se abre tanto quanto devia aos novos autores. Somos um país de grandes poetas e romancistas, não o esqueçamos. Mas existe um pobre investimento. Portugal necessitaria de mais revistas e jornais literários, não só impressos como também em formato on-line. Mais sites e blogues que introduzissem novos e talentosos autores. Existe talento, mas não é aproveitado da melhor forma. Creio também que as duas nações, não só pelo óbvio que os une, muito teriam a ganhar se se promovessem mais eventos e projectos semelhantes entres eles. Pedro, conte-nos sobre seu novo livro “ O Velho Sábio das Montanhas”. Que temas você aborda nesta obra? PBC: Uma vez mais, a existência humana. E os habituais aspectos que a esse tema estão anexados. O livro mistura os dois gêneros literários (prosa e poesia), mas não deixa de possuir uma história para contar. A essência da obra, no fundo, é narrativa, pois baseia-se num relato. A transcrição das palavras do sábio que a este livro dá nome é que se concretizou sob a forma de poemas. Em suma, é uma obra que convida à reflexão, naturalmente instigando o pensamento. Mas as suas palavras são do Homem e para o Homem. Onde podemos comprar os seus livros? PBC: Os meus livros estão disponíveis nas principais livrarias portuguesas. O primeiro poderá ser adquirido na Livraria Bulhosa, o segundo, também de poesia, na livraria Bertrand, e o 12

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terceiro, em prosa, na sobejamente conhecida Fnac. Este último, graças a um protocolo elaborado pela editora, encontra-se igualmente disponível no Brasil, na Livraria Cultura. Em caso de dúvida, poderão contactar-me através da minha página de facebook: https://www.facebook.com/ pbeloclara Que dica você pode dar as pessoas que estão iniciando carreira como escritor? PBC: Acima de tudo, nunca desistam. É um caminho longo e cheio de espinhos… Mas nunca desistam. Principalmente, se estiverem certos daquilo que desejam ser e fazer. Só aquele que capitula é que poder-se-á dizer derrotado. Poderão perder muitas batalhas, mas jamais percam a fé em vocês próprios, em vosso trabalho, em vosso talento. É duro… Mas é deveras gratificante. Pensem em cada etapa como um teste às vossas crenças e limites. À medida que forem caminhando, sentir-se-ão humildes e orgulhosos pelo vosso percurso. As provações poderão ser imensas, a noite poderá parecer eterna… Mas terá um fim. E tudo valerá a pena, desde que a Alma não seja pequena – como Pessoa um dia escreveu. Acreditem. Não existe beleza maior do que tocar outros mundos com as palavras que proferimos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista… Agradecemos a sua participação. Foi muito bom conhecê-lo melhor, Pedro Belo Clara. Que mensagem você deixa para nossos leitores? PBC: Seja qual for a nossa origem, filosofia ou crença, todos nós partilhamos este imenso palco de experiências e aprendizagens. Sejam vocês próprios: respeitando a vossa natureza, irão descobrir a vossa mais íntima

condição. Nela, estará o vosso ofício. Saber escutar o coração é entender a sua linguagem m ais íntima… Os apelos atingem uma profundidade mais significativa do que os desejos. Sigam, assim, os vossos apelos. Todos nós possuímos um dom, apenas o devemos descobrir. E poderemos sempre ser algo de mais e de melhor para nós próprios e para todos aqueles que nos rodeiam. O Homem fluido é aquele que caminha na direcção certa para si próprio, seguro e feliz. Sejam audazes… E partilhem o vosso dom com o mundo.

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Por Maria Carolina da Silva Cardoso e Sá

Poeta Poveiros e Amigos da Povoa

A POESIA E A VIDA

O

poeta é um sonhador à procura de um mundo melhor, mais justo, mais imparcial, mais feliz e com mais amor. Utópico, por vezes, mas sempre em busca da perfeição, da beleza, da sua intrusão completa com a natureza da qual todos nós fazemos parte. Por vezes, ao ver injustiças, deixa passar toda a sua revolta e indignação através de uma poesia cáustica, irónica e repleta de censuras ao que ferir a sua apurada sensibilidade. Se, pelo contrário, está apaixonado por algo ou por alguém, extravasa todo o seu sentir com a ternura e a magia, que o seu coração repleto de poesia, consegue exprimir. Em tudo, na vida, há um toque de ma-

gia poética, que podemos transformar numa deslumbrante passagem por este mundo ou num meandro de encruzilhadas que nos levarão aos recônditos da miséria humana. Todos nós vamos traçando o caminho da nossa vida. Ele poderá ser escrito numa prosa suave, morna, sem grandes alegrias ou tristezas e sem alterações que mexam connosco. Ou, pelo contrário, como um desafio em que possamos encontrar toda a beleza da poesia para adornarmos o caminho da nossa existência. Viver com poesia é como salpicar de especiarias e ervas aromáticas o prato mais requintado, dando-lhe o sabor doce dos bons momentos, o acre das

dificuldades mas, com o sal e a pimenta necessários a tornar este labirinto que percorremos no apetecível de uma vida vivida em toda a sua plenitude. Se assim o fizermos, a vida tornar-se-á num belo poema elaborado com toda a alma, enlevo e carinho que devemos imprimir em tudo o que fazemos. E, como eu escrevi no meu livro SABER VIVER: Acolher o bem, Acolher o mal, Que surge no ar Desta vida Que fomos chamados A viver! A amar!...

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Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Maria Teresa Almeida Maria Teresa de Jesus Almeida Vaz Rodrigues nasceu em Trásos-Montes, na aldeia de Lagoaça, concelho de Freixo de espada à Cinta. Estudou na Escola do Magistério Primário de Vila Real e Instituto superior de Educação e Trabalho do Porto. Exerceu a sua atividade profissional nos concelhos do Porto e Miranda do Douro. Dedicou a sua vida à causa da educação, ora no ensino, ora na área da gestão e administração escolar, ao nível do 1º CEB. Ao desligar-se da sua atividade profissional encontrou, na poesia, naturalmente, um apelo, uma chama, um caminho que percorre com indomável vontade. Nas palavras desafia o tempo, solidifica Por Shirley M. Cavalcante (SMC) os afetos, apura a sensibilidade e revive os estados de alma que na sua Escritora Maria Teresa para nós é vida foram chama, luz e caminho. um prazer tê-la conosco no projeto A poesia, a pintura e a dança são “Divulga Escritor’. Conte-nos o que atividades que a apaixonam. a motivou a ter o gosto pela escrita? Quando começou a escrever? “É na educação o investimento que Teresa Almeida - O meu voo nas paconsidero prioritário. É desejável lavras começou muito cedo através que as escolas e as bibliotecas da leitura. A leitura foi, de facto, a escolares continuem a desenvolver grande motivação. Pela leitura rasprojetos, tendo em vista a formação guei caminhos, abri horizontes, viajei por espaços de enorme encantaliterária dos educandos e o gosto mento. O mundo abria-se para mim pela leitura. de maneira surpreendente e percebi Gostaria que em cada localidade que a vida é a ideia que dela fazehouvesse tertúlias, saraus, teatros mos. Penso que quem tem o prazer com a participação de autores e o intenso de ler, acaba por sentir neenvolvimento da comunidade...” cessidade de comunicar as suas próprias emoções, acaba por descobrir Boa Leitura! o prazer de escrever. O que seria a 14

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vida sem emoção? Creio que comecei a organizar a minha afetividade às palavras no meu pequeno baú de recordações: as cartas dos amigos, os postais ilustrados, as declarações de amor, os aerogramas... Nesse mundo fechado eu sentia o encantamento e a evasão. Encaminhar os meus alunos pelo mundo da leitura e da escrita, ajudando-os a abrir janelas de mais claros rasgados e promissores horizontes, foi uma experiência muito enriquecedora. O que mais lhe inspira a escrever? Teresa Almeida - É a força do amor que me leva a escrever. O poema nasce espontaneamente e nunca sei em que figurino se desenvolve. Devo dizer que tenho um espírito otimista e creio que a alegria e a esperança são perceptíveis nos meus escritos. Em qualquer caso mal sucedido deixo sempre à mostra uma centelha de luz. A natureza é uma inspiração permanente com nuances poéticas incomensuráveis. Recordo-me do meu deslumbramento quando em menina descia as arribas do Douro. Sentia que a poesia me rodeava, como se uma felicidade espiritual descesse, vinda não sei donde e de mim se apossasse. Reparo que o seu blogue é bilingue. Que importância tem a língua mirandesa na sua vida? Teresa Almeida - Tomei contacto com esta língua quando fui colocada como professora numa aldeia em que o Mirandês se falava fluentemente (e ainda se fala) - Aldeia Nova. Lembro-me de tomar nota dos vocábulos e pedir explicações aos meus


Especial de Natal e Fim de Ano

alunos e colegas. Sempre senti a sonoridade e o encanto desta língua. Ser raiano, no planalto mirandês, é andar abraçado a três línguas: o Português, o Castelhano e o Mirandês. A mistura é quase inevitável. Diversos fatores se conjugaram para que o mirandês mantivesse a sua autenticidade e em 1998 a Língua Mirandesa (patrimônio linguístico notável) foi oficializada na Assembleia de República. Sinto necessidade e gosto em escrever, também nesta língua, com a qual me sinto identificada, procurando beber a sabedoria dos que, no berço, a mamaram. É com este objetivo que integro o grupo de blogueiros “Froles Mirandesas” onde se partilha e se vive esta riquíssima e ancestral cultura. Conte-nos como foi escrever seu livro “Ousadia”? A quem você indica a leitura desta maravilhosa obra literária? Teresa Almeida - Como o fogo precisa de rastilho, assim eu preciso de chama para escrever e nesse primeiro livro verti as minhas emoções mais profundas, desde os meus tempos de menina. Direi que a minha escrita tem um cunho sensível e intimista. Não posso deixar de referir que o feedback de pessoas de família e de escritores que muito prezo foi decisivo para vencer a timidez e ousar responder a um anúncio de concurso publicitado pela Corpus Editora. A capa do livro foi escolhida pela editora e constituiu para mim uma enorme e bela surpresa porque me sugere musicalidade, movimento, ritmo e alegria - creio que - sem falsas modéstias - naquele corpo estou eu. Sou aficionada das novas tecnologias mas não me dispenso de andar acompanhada, folhear e sentir o livro da minha preferência.

Escrever um livro é um acto de amor. Dedico a minha obra aos amantes da poesia, aos que gostam de levantar os pés do chão, aos que vivem por amor e aos que comigo se alegram. Escritora Teresa, onde podemos comprar o seu livro? Teresa Almeida - Casa da Cultura de Miranda do Douro. - Pelo correio, autografado; o pedido pode ser feito por email:teresalmeida9@gmail.com Como é o dia-a-dia da escritora Maria Teresa? Conte-nos como concilia a escrita, a pintura e a dança? Teresa Almeida - A escrita, a pintura e a dança são grandes paixões que cultivo, se interligam e me identificam nos meus escritos. Desde os tempos no colégio da Imaculada Conceição - em Lamego - que despertei para a arte, através da dança, do teatro e da musica. De tal modo as sinto entrecruzadas que fiz o lançamento do meu livro em simultâneo com uma exposição de pintura da minha autoria. A ideia de movimento, enquanto arte, acompanha o pincel, o corpo e a palavra. Tendo trabalhado no nordeste transmontano sempre me envolvi nas danças regionais que, para além de serem ensinadas nas escolas, têm levado o nome e a cultura de Miranda do Douro a todos os continentes. Miranda do Douro é uma terra musical, é palco das mais vivas emoções em lhaços de pauliteiros, em danças mistas e cantares. Sinto a melodia quando danço, pinto ou escrevo. No grupo de danças dos professores do planalto mirandês, do qual faço parte como membro da direcção, encontrei a alegria da camaradagem, a suavidade, o ritmo e a alma do espírito mirandês. São lhaços que poetizam os nossos passos. Como refere

Fernando Subtil: a dança, a pintura e a poesia conjugam-se nela em rasgos de carácter e grandeza que dão expressão e força ao seu sentir. Quais são as suas referências literárias? Que autores influenciaram em sua formação como escritora? Teresa Almeida - Sou de muitas leituras e de muitos autores. Há, no entanto, alguns que passam a fazer parte de nós como se tratasse de um perfume íntimo. Milan Kundera, por exemplo, levava-me com arte e leveza de página em página. Eça de Queiroz, Alçada Batista, Gabriel Garcia Marques, Saramago, Patrik Suskind, Lance Horner, Margueritte Duras, Miguel Cervantes. Miguel Torga, o poeta do meu rio e dos meus montes e das minhas gentes: o meu poeta. Florbela Espanca, Maria Teresa Horta, Fernando Pessoa, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, Pablo Neruda e tantos outros. Gosto da forma com José Rodrigues dos Santos lança luz sobre a passado e a atualidade. Gosto da forma como Amadeu Ferreira nos leva ao coração do planalto mirandês. A Biblioteca itinerante Gulbenkian foi, na aldeia, a luz da minha adolescência. No Porto, nas feiras do livro, perdia-me. O Círculo de leitores também me acompanhou. Pelos jornais comecei a ver as publicações, as críticas e ia sempre adquirindo o que mais se identificava com o meu gosto. Na minha escrita há, como é óbvio, uma mistura de influências, mas ouso entregar-me inteira. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Teresa Almeida - A apresentação pública do livro é, desde logo, o primeiro momento marcante. Divulguei trabalhos meus no Agrupamento de Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Especial de Natal e Fim de Ano

Escolas de Miranda do Douro, tendo integrado o programa da semana de leitura. Gosto de deixar o meu livro e as antologias em que participo nas bibliotecas do agrupamento e na biblioteca municipal. Participo, com prazer, em saraus e tertúlias de poesia. Já participei em concursos como o Poetry Slam. Sou muito grata aos escritores que me abriram a portas do Porto poético, incluindo as de Vila nova de Gaia e Matosinhos... Publico na minha página de facebook, no meu blogue e em grupos poéticos. Também já participei em seis antologias. Para além de ser uma boa forma de divulgarmos o nosso trabalho, temos a oportunidade de conhecer outros autores, percebemos melhor a relação entre o autor e o editor e as diversas formas de trabalho das editoras. A minha primeira publicação foi na Antologia “Poetas Luso-Brasileiros (editora Sapere - Rio de Janeiro). Também gosto de trocar livros com outros autores. É a prenda que me dá mais gozo oferecer. Sou, também, membro da Associação Portuguesa de Poetas. Escritora Maria Teresa, quais os seus principais objetivos como escritora? Pretende publicar novos livros? Teresa Almeida - Sem dúvida. Pretendo continuar a trabalhar a palavra e a suas inesgotáveis potencialidades, como se elas pudesse chispar feitas estrelas. Temos direito ao nosso pedaço de céu. Sinto-me integrada neste mundo fascinante e tenho material para um novo livro, mas procuro a melhor maneira de o publicar. Gostaria que a minha escrita fosse uma provocação e um envolvimento. Uma provocação que despertasse o desejo e a inquietude e a vontade de escrever, porque 16

Revista Divulgar Escritor • dezvembro de 2013

tores cujas obras valorizo, tendo já feito apresentações de alguns livros na minha cidade, cidade que continua a valorizar e a promover a cultura. “Divulga Escritor” é um voo oceânico que se insere bem nesta rúbrica.

cada olhar é único e há sempre novos e extraordinários caminhos. Um envolvimento no mundo dos afetos, na alegria de viver, no sentido estético e profundo da palavra. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Teresa Almeida - É na educação o investimento que considero prioritário. É desejável que as escolas e as bibliotecas escolares continuem a desenvolver projetos, tendo em vista a formação literária dos educandos e o gosto pela leitura. Gostaria que em cada localidade houvesse tertúlias, saraus, teatros com a participação de autores e o envolvimento da comunidade. Que os novos autores tivessem visibilidade através dos média. Que as editoras procurassem divulgar, com mais eficácia, as obras dos novos autores. Que se Intensificasse o intercâmbio entre autores de vários países - como, de resto, se começa já a praticar em alguns grupos poéticos.. Gosto de divulgar o trabalho de au-

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto “Divulga Escritor”, muito bom conhecer melhor a escritora Maria Teresa Almeida, que mensagem você deixa para nossos leitores? Teresa Almeida - Agradeço a oportunidade e o prazer que tive em refletir convosco sobre a minha escrita. Uma autoanálise leva-nos a questionarmo-nos e a procurarmos ir cada vez mais longe. A poesia é, para mim, um desafio, do qual não sei sair. A minha percepção, o meu encontro com o universo, a minha forma de me encantar, a fidelidade a mim mesma, mais pura do que a que consigo controlar, o meu traje de gala, como refere Alfredo Cameirão. Como se a minha alma se vestisse de madrugada e a palavra nascesse. Ler é um dos caminhos para o enriquecimento e satisfação pessoal, com reflexos no progresso e no desenvolvimento do país. A leitura e a escrita poderão proporcionar-nos momentos de intenso prazer e ser verdadeiros instrumentos ao serviço da defesa dos valores humanos.

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Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Teresa Teixeira Teresa Glória Dias Teixeira dos Santos, nascida a 5 de Março de 1955, natural de Vila Nova, Ferral, Montalegre e reside em Nogueira, Braga. Desde criança que sente apelo por transmitir os seus sentimentos através de poemas e prosa, tendo sido distinguida em alguns concursos de escrita. Iniciou a sua vida acadêmica no Magistério Primário de Braga, onde se formou, em 1975. Concluiu a Licenciatura em Educação Especial no Instituto de Estudos Superiores de Fafe, em 2001. Lecionou em várias escolas do distrito de Braga em diferentes níveis de ensino. Após vários anos dedicada ao ramo da educação, o amor pela vida, a natureza e a sua infância levaram-na a retomar a escrita e a pintura. No entanto, redescobriu esse gosto com mais intensidade durante o período de doença do seu irmão. “As novas tecnologias estão a levar os jovens a deixar de ler… Há que fazer um esforço para que elas mesmo sejam um veículo para levar os jovens à leitura.” Boa Leitura!

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Revista Divulgar Escritor • dezvembro de 2013

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Teresa Teixeira, é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Teresa Teixeira - Desde jovem que a magia me perseguia e escrever em diários e papelin hos era um hábito constante. Essa minha vontade de exteriorizar os meus pensamentos foi-se desenvolvendo ao longo do meu percurso acadêmico e docente. Os meus alunos deram-me sempre uma grande motivação e incentivo para a escrita; mas foi um motivo triste que me levou a transmitir aos outros o que sentia – a morte de meu irmão, a quem dedico o livro Suspiros de Alma. Prometi-lhe que um dia o escreveria, vou cumprir agora essa promessa. Chegou a hora de mostrar ao mundo tudo que a alma grita baixinho. Que temas você aborda em seu livro de poesia “Suspiros de Alma” a ser lançado agora em novembro de 2013? Teresa Teixeira - A minha poesia sai da alma que ora suspira de dor, ora de amor, de paixão; ora fala do divino, da compaixão ou do profano… um mundo em ebulição, enfim, suspiros de alma!


Especial de Natal e Fim de Ano

Escritora Teresa, como foi a escolha do título? Teresa Teixeira - Esta escolha baseou-se na necessidade de dar voz à alma… suspiros há muito retidos dentro de mim. Como fazer para adquirir um exemplar do seu livro? Teresa Teixeira - Poderão adquiri-lo junto da minha Editora, Modocromia Edições http://editoramodocromia. blogspot.pt/ ou através de mensagem directa para mim: teresagloria@ sapo.pt. Poderão fazê-lo ainda através do meu telefone: 967630528. (Portugal) Conte-nos que tipos de projetos de educação voltados para os surdos você tem participado? Teresa Teixeira - Participei em alguns projectos: Leccionei durante 12 anos na APECDA (Associação de Pais para a Educação de Crianças Deficientes Auditivas de Braga); Integrei o projecto ”Integração Social” projecto que já conta com muitos anos.; Participei na Mediateca (desenvolvido em 1992 com alunos da Associação e integrações escolas regulares); Higiene e Saúde (1994); Jovens Nadadores (1995); Curso de Lingua Gestual Portuguesa (durante 5 anos); Diversos rojectos(nacionais e europeus); Saliento ainda os projectos DUAFWET, patrocinado pela CE e desenvolvido com a parceria as ASPAS-Valência(Espanha) e a FIADDA de Génova-Itália; e o projecto IMPLANTES COCLEARES com parceria Biotécnica e Ética Médica da Faculdade de Medicina do Porto. Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro? Teresa Teixeira - Esta publicação é

uma homenagem a um irmão que partiu… mas já percebi que devo continuar a escrever e quem sabe editar! Gostaria de me aperfeiçoar e transmitir o meu testemunho a quem gostar de me ler… Projecto que tenho consciência é ambicioso para mim, fútil partícula num mundo recheado de talentos. Quem é a escritora Teresa Teixeira? Quais seus principais hobbies? Teresa Teixeira - Esta aprendiz de escritora, na sua simplicidade, humanismo, compaixão e amor pela vida é apenas uma pessoa simples que exterioriza os sentimentos que a fazem vibrar. Gosta de pintar óleo, ler escritores nacionais e estrangeiros, praticar desporto, ouvir música, cantar (pertenço ao Grupo Coral da Casa dos Professores de Braga)… mas a minha verdadeira paixão é a poesia. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Teresa Teixeira - Primeiramente, há uma necessidade de reinventar o ”livro”, apoiar novos autores. Depois, incentivar os jovens à leitura, a amar a poesia, logo cedo, desde as cadeiras escolares, criando programas fortes de incentivo. As novas tecnologias estão a levar os jovens a deixar de ler… Há que fazer um esforço para que elas mesmo sejam um veículo para levar os jovens à leitura. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Teresa Teixeira, sucesso

com o lançamento do seu livro, que mensagem você deixa para nossos leitores? Teresa Teixeira - Amem a poesia! Ela retrata a vida no seu verdadeiro esplendor! Cantem os poetas com amor e o mundo se transformará numa bela flor!

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Por José Sepúlveda

Solar de Poetas Vai voltar

Estrela

O Menino

Há muito, muito tempo Entre os campos de Belém Se ouvirá que nascerá Uma criança singular Enquanto ela crescia Al multidões dizia Que vinha Que vinha pra salvar

Uma estrela surgiu lá no céu de Belém Para dar luz radiosa a toda a terra Um menino nasceu numa gruta no além E cresceu e pregou com fervor o fim da guerra

Belém Efrata está alvoroçada! O povo se aglomera em todo o lado Cansado por aquela atroz jornada Atravessando o monte e o valado

O tempo se passava E aumentava O seu amor E quando ela falava O povo ouvia com fervor Mas o mal apontou E o povo não gostou Mataram Mataram o senhor Vai voltar Vai vi Lotar Há de voltar Há de voltar Um dia Um dia vai voltar Dois mil anos passaram E o povo acreditou Nas solenes promessas Que um dia quis deixar E cheio de esperança Aguarda essa criança Que um dia Um dia vai voltar Vai voltar, Vai voltar Há de voltar Um dia Um dia vai voltar José Sepúlveda

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Lá na cruz Nasce a luz Que nos conduz À salvação Nasceu Cresceu Viveu Pela liberdade O senhor Bom pastor É paz e amor Imensidão Caminho Que conduz Á eternidade Lá na cruz Vi Jesus Expirar A inimigos Cruéis Perdoar A esperança renasce naquele que crê Uma vida feliz vai viver se tiver de Crê de pois em Jesus Nossa paz, nossa lus Crê de pois no Senhor Doce paz, doce amor José Sepúlveda

A jumentinha mansa, fatigada, Cansada, quase que perdia o tino, Trouxera nessa sua caminhada A mãe e, no seu ventre, o seu menino Mas ao chegar feliz, pra seu espanto, Os dois não encontraram um recanto Aonde pernoitar, pela cidade E numa manjedoura, entre animais, No aconchego santo de seus pais, Nascia o Salvador da humanidade José Sepúlveda



Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Alexandra Collazo Alexandra Patrícia de Carvalho Collazo, nasceu na Capital do Estado de São Paulo em 05/01/1983. Paulistana, filha de pais separados foi educada e criada por sua mãe e sua avó materna. Aos 15 anos, começou a trabalhar, o que acabou lhe proporcionando uma grande experiência de vida e também, profissional. Morou no Rio de Janeiro por seis meses e retornou a São Paulo no final de 2012. Hoje, aos 30 anos, está finalizando o curso de Direito e é Coordenadora do Departamento de Compliance de um renomado escritório de advocacia na Capital de São Paulo. Além dos poemas, escreve também, mensalmente para uma revista, artigos sobre Direito Constitucional. Começou a escrever seus poemas aos 17 anos e atualmente, sua coleção de poesias ultrapassa o montante de quinhentos poemas escritos. “Todos os poemas deste livro foram dedicados para alguém, cada capítulo desta obra foi dedicado para uma pessoa em especial, cada qual com sua importância em minha vida.” “Se não fossem projetos como o Divulga Escritor que é essencial para nós escritores, e o site que publiquei meu livro que foi totalmente gratuito, não tenho dúvidas que esse meu projeto não teria sido realizado este ano!” Boa Leitura! 22

Revista Divulgar Escritor • dezvembro de 2013

que eu tenha herdado dela esse dom.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora /Poeta Alexandra Collazo é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela poesia? Alexandra Collazo - Eu que agradeço pelo apoio. O prazer é todo meu em poder ser entrevistada pela Divulga Escritor, um projeto importantíssimo para todos nós escritores. Bom, sinceramente, eu não me lembro o que realmente me motivou a escrever meus poemas. Certa vez, no ano de 2000, eu estava no escritório e de repente senti uma vontade muito grande de escrever. Eu tinha apenas 17 anos e não sabia muito bem o que estava acontecendo. Precisei parar o que estava fazendo para escrever. Foi então que, ao final da escrita, eu percebi que havia escrito meu primeiro poema. Desde essa época não parei. Minha mãe também escreve, creio

Seu livro “ Poemas para o Coração” foi lançado em setembro de 2013, fale-nos um pouco sobre a construção sta obra. Alexandra Collazo - Falar desse livro me emociona muito, pois, foi um divisor de águas em minha vida! Para compor esta obra, escolhi os meus poemas preferidos, aqueles que realmente falam com meu coração. Neste caso eu achei válido, por ser o meu primeiro livro, colocar meus primeiros poemas, onde tudo começou. Não tinha motivos para não incluí-los, mesmo tendo se passado 13 anos desde quando os escrevi. É a minha história. Claro que também, neste conjunto, incluí os meus poemas mais recentes. Praticamente, o livro já estava pronto! O que eu fiz, foi escolher o nome dos capítulos e escolher os poemas que iriam compor cada um deles! Todas as poesias já estavam prontas! Podes citar um exemplo de uma autobiografia publicada em seu livro, para que os leitores possam conhecer um pouco melhor seu trabalho? Alexandra Collazo - Todos os meus poemas são autobiográficos, sem nenhuma exceção, e eu não tenho problema algum em dizer. Minhas poesias retratam e falam o que eu estou sentindo naquele momento. Eu exponho no papel todos os meus sentimentos, minhas vontades, meus desejos e sonhos. Todos os poemas deste livro foram dedicados para alguém, cada capítulo desta obra foi dedicado para uma pessoa em especial, cada qual com sua importância em minha vida.


Especial de Natal e Fim de Ano

Posso citar um poema muito especial que no momento é o meu preferido entre todos. Encontra-se no último capítulo do livro que titulei como Poemas Para um Amor Secreto e chama-se: Águas Passadas! Cito ainda, o capítulo: Poemas para alguém especial “In Memorian”, que foi dedicado especialmente para a minha avó, a pessoa mais importante da minha vida! Em minha opinião, é o capítulo mais emocionante do livro! Como foi a escolha do Titulo “ Poemas para o Coração”? Alexandra Collazo - Eu estava planejando lançar este livro no ano que vem, mais precisamente, no meio do ano. Ocorre que, em uma manhã de quinta-feira, eu acordei com o nome Poemas para o Coração na mente e então, pensei que fosse escrever uma poesia com esse tema, tendo em vista, que isso acontece frequentemente comigo. O problema é que ao passar do dia não consegui elaborar nenhum verso. Na noite seguinte eu sonhei que estava publicando um livro e então, ao acordar, peguei esse sonho como uma intuição, um sinal para antecipar a publicação do livro e não tive dúvidas que o nome desse livro deveria ser Poemas para o Coração. Esse nome retrata exatamente a mensagem que eu quis transmitir, pois, os poemas trazem uma verdade, uma história real e por este motivo, falam diretamente com o coração. As pessoas se identificam com os versos! Onde podemos comprar o seu livro? Alexandra Collazo - O meu livro está

à venda no site: https://clubedeautores.com.br Que temas você aborda em sua escrita? Em que momento te sentes mais inspirada para escrever? Alexandra Collazo - Posso dizer que noventa por cento dos meus poemas falam de amor. Na maioria das vezes que escrevo um poema, não falo do amor em sua forma mais bonita e otimista. Quase todos meus poemas são tristes, falam de um amor sofrido. Eu gosto de escrever quando estou triste, me sentindo sozinha, nos meus mais íntimos momentos de solidão. O sentimento de solidão me inspira e é nesse momento que eu me encontro com o meu “eu” mais infinito, puro e secreto, e então, é neste instante que saem os meus versos. Pensas em publicar um novo livro? Alexandra Collazo - Sim, penso! Pode ser que eu não publique outro livro de poemas, pelo menos por enquanto. Tenho um projeto para lançar outra obra no próximo ano, um livro que aborde o tema político, minha segunda paixão! Pretendo publicar um livro sobre o Militarismo Brasileiro. Quem é a escritora Alexandra Collazo? Quais os seus principais hobbies? Alexandra Collazo - Posso dizer que sou um ser humano em constante evolução e transformação, tenho muito que aprender nesta terra. Sempre estou à procura de me conhecer melhor, de saber quem realmente eu sou! Sou uma pessoa muito séria, introspectiva, responsável, comprometida com tudo que me proponho a fazer e, sempre procuro dar o meu melhor em tudo que faço! Em minhas horas vagas, gosto muito de ouvir música, ir ao cinema, teatro, ler e viajar. Não sou uma pessoa de sair muito,

não gosto de lugares lotados. Como levo uma vida muito agitada, prefiro o sossego. Hoje, meu hobbie preferido é ir às minhas sessões de terapia, que me fazem muito bem e me ajudam nessa minha caminhada! Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Alexandra Collazo - Oportunidade é a minha resposta. O que percebo no Brasil é que o escritor hoje em dia não tem muitas oportunidades. Conseguir uma boa editora é muito difícil, existe toda uma burocracia desnecessária que nos é solicitado. Além disso, posso citar o custo alto que temos para lançar um livro. Se não fossem projetos como o Divulga Escritor que é essencial para nós escritores, e o site que publiquei meu livro que foi totalmente gratuito, não tenho dúvidas que esse meu projeto não teria sido realizado este ano! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora / poeta Alexandra Collazo, que mensagem você deixa para os nossos leitores? Alexandra Collazo - A mensagem que eu gostaria de deixar para meus colegas, é sempre persistir em seus sonhos, nunca desistir, ter perseverança e lutar pelo que quer, pois, um dia todos os sonhos se realizam. É preciso saber que nesta vida, tudo tem sua hora certa para acontecer, tem o seu momento certo e que nada é por acaso. Eu acredito muito nisso! Nunca deixem de escrever seus poemas, pois, a poesia alimenta a alma e, escrever, nos trás ensinamentos inexplicáveis. Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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Por Leo Vieira Escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura - leovieirasilva@gmail.com

Mercado Literário

Produção Independente

A

produção independente é uma alternativa muito sábia para quem quer apresentar o seu potencial para as grandes editoras. Muitos livros estrangeiros e também nacionais começaram desta forma. As vendas e a popularidade foram tantas que abriram os olhos das editoras e distribuidoras. Inclusive, existem editoras com departamento especial somente para observar as tendências no momento de escritores independentes. Após observar a popularidade em blogs e comprovar a alta venda (comparada na proporção de um livreiro autônomo) surge então a proposta formal para cuidar da impressão e distribuição, sob o selo editorial da marca. Enfim, um contrato e a oportunidade de divulgação maior de sua obra. Mas, o conselho fica para se planejar e andar um passo de cada vez. A sua oportunidade virá natural-

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mente se seguir a trilha com responsabilidade e disciplina. Quando você escreve e tem o seu pequeno público nas redes sociais, isso passa a ser o seu pequeno passo seguro. Um pequeno público em potencial para apresentar o seu trabalho cultural literário. Organize o seu livro e o encomende na gráfica ou editora por demanda. Faça uma tiragem pequena (30 a 50 exemplares). Depois organize uma festa de apresentação e lançamento. Pizzaria e restaurantes são ótimos porque chamam a atenção para as duas partes e você poderá até vender para quem não foi convidado (um cliente do restaurante). Com os livros que sobrou, faça divulgação pessoal (leve alguns exemplares na bolsa ou mochila) e virtual (anuncie em blogs, junto com matérias especiais). Mas não seja chato; somente apresente a obra em momentos e locais oportunos. Nesse ritmo e método, você não terá prejuízo, será bem visto no mercado literário e ainda terá a sua oportunidade para uma grande realização e divulgação profissional.



Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Eunice Tomé A autora Eunice Tomé é jornalista, mestre em Comunicação pela USP,professora universitária, escritora. Atuou na área de Assessoria de Imprensa e Comunicação até 2003, sendo que a partir da sua aposentadoria, passa a se dedicar à literatura. Em 2004, lança seu 1º livro “Pequenos Contos de Viagem” e em 2012, o 2º, “Abrindo a Caixa Preta”. Um com 40 contos e o outro com vários gêneros – crônicas, artigos, contos, poesias e haicais. Nesse intervalo participou de cursos, concursos, deu oficinas e, com outros autores, publicou poesias e contos em várias antologias, jornais e revistas literários. “Dobro, desdobro, e nesse fechar e abrir, descubro que cresço e amanheço”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Boa Leitura! Escritora Eunice Tomé, para nós é um prazer contarmos com a sua participação no Projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou escrever? Eunice Tomé - Para mim é que é honroso estar aqui falando para uma plêiade de escritores e leitores. Pelo visto é intenso esse trabalho, pois já vi desfilar inúmeras entrevistas do Projeto. Como jornalista de formação, escrever sempre foi a minha ferramenta de trabalho e durante o período que estava atuando na profissão dava algumas escapadas para o lado da literatura, mas ainda timidamente e em concursos. Com a aposentadoria, porém, a abertura foi total e passei a estudar , fiz cursos, muitas leituras e foi em Portugal, em uma viagem, que aflorou o primeiro livro autoral. Muitas curiosidades, muitas histórias prontas na cabeça para serem reveladas a terceiros.

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Especial de Natal e Fim de Ano

Você é jornalista, tem vários trabalhos na área da Comunicação, em sua opinião quais as principais ferramentas de comunicação utilizadas para a divulgação literária? Eunice Tomé - Bem, essa fórmula que o Divulga Escritor encontrou é muito eficaz, segundo me parece. Pena que são poucas as experiências nesse sentido. A partir da explosão da internet e das redes digitais, aumentou bastante a disseminação das idéias e conteúdos literários, não só na divulgação de livros e lançamentos, mas na publicação de trabalhos de menor porte, como contos, poesias, crônicas. Os veículos da grande imprensa, infelizmente, investem mais em autores consagrados, que possam dar um retorno mais imediato, como é o caso de cadernos literários, revistas especializadas e programas televisivos de entrevistas. Salvam alguns veículos alternativos que têm uma circulação em pequena quantidade, mas de muita eficiência entre grupos interessados de consumidores culturais. Como ativista cultural, em sua opinião, quais as principais atividades literárias que você destaca para o desenvolvimento da literatura? Eunice Tomé - Além do que já comentei na pergunta anterior, me parece que na área da educação é que esse trabalho deve começar. As escolas, preocupadas em estimular os alunos para o conhecimento dos escritores brasileiros e estrangeiros, estariam contribuindo para o aumento estatístico de leitores e escritores, pois é da leitura que surge o repertório criativo. Eu parto sempre de uma base, porque a partir desse empurrão para o universo da leitura, surgem jornais literários estudantis, peças de teatro com adaptações de

lugar e conto uma história típica, por exemplo, em Viena uma psicóloga visitando a casa e museu do Freud e deitando no seu divã, contando-lhe seus segredos mais íntimos.

obras, declamação e saraus. Fora isso, encontros, concursos promovidos por entidades de representação cultural e, sempre que possível , criação de cursos de leituras e oficinas. Como foi escrever “Pequenos Contos de Viagem”? Que curiosidades vamos encontrar ao ler esse livro? Eunice Tomé - Foi em Portugal que me deu o start. Depois de visitar museus e ver vários atrativos em Lisboa, fui a uma biblioteca e pensei por que não transformar algumas curiosidades em um livro, somando com outras tantas viagens que já tinha feito e com anotações de todas elas. Lá mesmo escrevi a introdução do livro, e o restante do tempo, que lá passei, elaborava os contos, muitos na cabeça, outros passando para o papel. Tendo Portugal como inspiração são 3 e os outros 37 são de lugares que me marcaram muito, como Paris, Viena, Praga, Budapeste, Londres, Bélgica, e até a minha cidade de Santos, que escrevi, como se fosse turista. Como curiosidade é que falo do

Que temas você aborda em seu livro “Abrindo a Caixa Preta”? A quem indica a leitura dessa obra? Eunice Tomé - O livro “Abrindo a Caixa Preta”, lançado mais recentemente, e com uma bagagem de material que dei continuidade após o de contos, procurei reunir alguns gêneros que gosto muito de fazer, como crônicas, artigos, poesias e haicais e também contos. A linha de quase todos os trabalho é sensual/erótico. A leitura, acredito, está indicada para pessoas maduras e que gostem desses vários gêneros reunidos em uma só obra. Eunice, onde podemos comprar os seus livros? Eunice Tomé - Como meus livros são autorais e eu mesma patrocinei as edições, estão à venda diretamente comigo, pelo email eutome@hotmail.com. As livrarias impõem muitas dificuldades para a comercialização dos livros, além de ficarem com 20% ou 30% do valor da capa. De que forma, hoje, você divulga o seu trabalho? Eunice Tomé - Os meus trabalhos literários divulgo pela Internet, facebook, participando de concursos, saraus literários, dando algumas oficinas e contando com jornais e revistas alternativos. A rede de amigos, felizmente, é vasta e com freqüência recebo contato de pessoas que souberam que eu tinha lançado os livros e me pedem. Quais seus próximos projetos liteRevista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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rários? Pensa em publicar um novo livro? Eunice Tomé - Quem gosta de escrever, nunca abandona o hábito. Assim, já tenho material para publicar um livro de poesias e outro de haicais. Por outro lado, fiz um conto para um concurso recente, bastante denso e que fala da velhice. Tenho a possibilidade de ampliá-lo, pois o assunto não ficou esgotado. Esses projetos são para 2014. Por que colocar no papel pensamentos, ideias, desejos, lamentos? Seria um outro eu na revelação? Ou uma entrega, delação? Eunice Tomé - Escritores são sombrios, calados. Olham, analisam, sonham. Do nada criam, se espantam com a carga de inspiração. São doidos, filósofos, apaixonados, melosos. Dão vida a seus personagens e assumem suas imagens. Realidade ou ficção. Um pouco do sim, do não. Escondem-se em outros rostos e riem dos próprios desgostos. Já fui homem, mulher, bêbado, assassino. De todos que mais gostei foi de ser eu mesma – poeta”. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Eunice Tomé - O mercado literário cresceu muito, não só no Brasil, mas no mundo. No Brasil, sinto que há um protecionismo de grandes editoras, com pouca abertura para escritores menos conhecidos, ficando difícil o acesso. Todo tipo de fomento literário é importante, com mais programas de TV nos canais fechados, com entrevistas. As feiras literárias, encontro de escritores regionais e investimento maior dos órgãos públicos, abrindo espaços para concursos e cursos para leitores e escritores. Faço parte de um grupo de leitura 28

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“Mania de Ler”, que está completando 10 anos aqui em Santos. As reuniões acontecem uma vez por mês no Sesc. Em cada encontro optamos por estudar um autor, podendo cada participante escolher uma ou mais obras desse escritor. Nesse período, estudamos os clássicos escritores brasileiros e os estrangeiros, além dos laureados com o Prêmio Nobel. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Agradecemos sua participação no Projeto Divulga Escritor. Muito bom conhecer melhor a escritora Eunice Tomé. Que mensagem você deixa para os leitores? Eunice Tomé - Não há nada que amplie mais o conhecimento do que a leitura, seja em qualquer área. O campo de visão se amplia, viajamos para outros continentes, conhecemos culturas, comportamentos e maneiras de vida. Com isso, fazemos cruzamentos e tiramos lições, modificando nosso olhar e forma de encarar o mundo. A leitura há que ser prazerosa e, pela quantidade de gêneros e títulos, não há desculpa de que não se encontre livros interessantes. Se não achou ainda, continue buscando. Obrigada pela oportunidade de me revelar e de trocar ideias com os seguidores do Projeto Divulga Escritor. Abraços a todos.

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Ana Stoppa Advogada, Pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Ambientalista, Ativista Cultural - anamstoppa@hotmail.com

Panorama Cultural O essencial é impalpável.... Um Presente Para Você Qual seria o presente Valioso, sem igual Para alegrar a todos Nesta festa de Natal? Um belo carro do ano Uma boneca de pano Um adorno profano Ou muito calor humano? Um iate gigantesco Um banquete nababesco Um tesouro valioso Ou um abraço gostoso? Uma jóia bastante cara Uma obra de arte rara Um pote de doce de queijo Ou a ternura de um beijo? Um prato de caviar Um passeio em alto mar Um triciclo para andar Ou num riacho nadar? Uma viagem inesquecível Uma mansão acessível O poder do capital Ou amigos sensacionais? Um passeio em Dubai Um verão em Xangai Um concerto em Viena

Ou sentir a alma amena? Um prato de trufas negras Uma pedra de esmeralda Desfrutar de um cruzeiro Ou respirar o ar maneiro? Um cartão internacional Daqueles que fazem festa E ate ás vezes humilha Ou uma linda família? Uma gama de presentes Para ninguém botar defeito Um vaso de amor perfeito Ou sentir a paz no peito? Uma farta comilança Uma polpuda herança Ou somente as boas lembranças E o sorriso de uma criança? A conta bancária expressiva O esbanjar nesta vida Um coração à deriva Ou um amor que cativa? Uma bijuteria que ilude Um colar de aparência Ou ter plena a saúde E a paz na consciência? A proteção blindada Sentir a vida trancada

Uma tela incabada Ou ter Deus em tua jornada? Todos os presentes são bem vindos desde adquiridos ou conquistados com a abençoada força do trabalho..... Mais, os meus para você, incluindo os votos de que tudo se concretize são os que listo a seguir ......Abra os braços para receber!!!!!!!! Que você tenha...... Uma Festa de Natal Muito calor humano Um abraço gostoso A ternura de um beijo Um riacho para nadar Muitos amigos sensacionais A alma sempre amena Que respire o ar maneiro Que tenha a família por perto Que sinta a paz no peito Que receba muitos sorrisos Que tenha um amor para amar Muita paz na consciência A magia desta data E Deus Pai em tua jornada!!!!!!! Feliz Natal a todos. Meu abraço.

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Entrevista escritora Flávia Assaife Flávia Assaife é brasileira, autora dos livros de poesias, contos e crônicas “Ouço a Voz do Coração através de um Mergulho Interior”,“Sussurros da Alma”; “Os Viajantes da Lua” e “Segredos do Coração” e dos infantis “A Princesa Júlia e o Guerreiro Artur” e “O Sapo Lelé que queria aprender a ver as Horas”. Possui participações em mais de 65 Antologias Nacionais e Internacionais de poesias, contos e crônicas. Agraciada com diversos prêmios e medalhas literárias, além de ser integrante de várias Academias de Letras Nacionais e Internacionais. Associada a LITERARTE, a REBRA e a ACIMA. Participante do Poetas Del Mundo, Poemas a Flor da Pele, Fazendo Arte em Búzios e Varal do Brasil. “No Brasil, o conhecimento literário do público leitor é mais insipiente e são poucos os jovens que apreciam a leitura de poesias, contos ou crônicas cujo enredo não seja vampiros, horror, terror, magia, suspense, erótico, veja, não tenho nada contra estes temas, pelo contrário, a questão que chamo a atenção é simplesmente que não há muito interesse por temas que não sejam atrelados à estes e que também podem ser importantes transformadores de pensamento crítico e analítico, como por exemplo questões sociais. Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Flávia Assaife é um prazer para nós contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Em que momento você pensou em publicar seu primeiro livro? Flávia Assaife - Primeiramente gostaria de agradecer a oportunidade em divulgar meu trabalho e a alegria em estar com vocês. Bem eu escrevo desde a infância, mas escrevia somente para mim, não mostrava para ninguém. Em 2005 quando fui diagnosticada com um problema sério de saúde, a escrita foi minha forma de expressar o que ia em minh’alma. Ao mostrar para alguns amigos todos eram unânimes em sugerir a publicação e assim, fui me animando para publicar meu primeiro livro. Que temas você aborda em seu livro “Ouço a Voz do Coração através de um Mergulho Interior” publicado em Portugal? A quem você indica a leitura desta obra? Flávia Assaife - Este livro surgiu no auge de minha auto-reflexão, é um livro que traz poesias que falam sobre os mais variados sentimentos como o perdão, o amor, a aceitação, a coragem, a fé, o egoísmo, a inveja e tantas outras emoções que habitam em nós. Ele expressa as minhas emoções numa descoberta de mim mesma. Deve ser lido pelas pessoas que buscam sua auto-descoberta refletindo sobre si mesmas e suas posturas diante da vida.

Seus livros “Segredos do Coração” e “Os Viajantes da Lua” foram publicados na Itália e no Brasil. Que temas você aborda nestes livros? Flávia Assaife - Nestes livros apresento, além das poesias, alguns contos e crônicas. O Segredos do Coração é um convite ao leitor para viajar em suas emoções e refletir sobre o que o faz rir, chorar, amar, odiar... é composto por 125 poesias, 05 contos e 05 crônicas que passeiam livremente sobre os mais diferentes assuntos, sentimentos e situações. Os Viajantes da Lua já é um livro que procura transformar situações cotidianas, sonhos e sentimentos numa deliciosa viagem. É um convite aos amantes da Lua a embarcar num universo cheio de imaginação, realidade e ficção, é composto por 120 poesias, 11 contos e 11 crônicas.


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Como surgiu a oportunidade de publicação de livros em outros países? Flávia Assaife - Na verdade, no caso destes dois livros, eles foram publicados no Brasil e divulgados nestes paises. O mercado literário em nosso país, não é nada fácil, ainda é pouco incentivado e as crianças e jovens são pouco estimuladas a ler se tornando adultos que não apreciam a leitura, o que o torna ainda mais complexo, aliado a isso, as oportunidades de publicação são raras e extremamente dispensidosas para autores que não possuem apadrinhamentos ou incentivos. As oportunidades de divulgação internacional surgiram em meio ao caos e as adversidades e coube-nos pegar ou largar, foi através da participação em feiras e salões literários onde fiz contatos importantes e com o apoio de entidades e associações, tais como LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artisitas) através da Izabelle Valladares; ACIMA (Associação Cultural Internacional Mandala – Itália) através da Mariana Brasil; REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) na pessoa de Joyce Cavalcante; Varal do Brasil (Literário sem Frescuras - Suiça) com a querida Jacqueline Aisenman e o Jornal e Programa Sem Fronteiras com Dyandreia Portugal que trabalham arduamente na promoção e cultura de escritores brasileiros no exterior que

estas oportunidades foram tomando forma e acontecendo de fato. É muito importante ter apoio, orientação e parcerias para caminharmos no meio literário. Aqui também entra o importante papel das Academias de Letras para divulgação e valorização da literatura seja no Brasil ou no exterior. Que diferenças literárias você citaria entre o Brasil e os países onde você tem livro publicado, ou seja, Itália e Portugal? Flávia Assaife - A Europa em geral valoriza mais a poesia e a própria literatura, é o berço de grandes nomes e os leitores possuem hábitos mais saudáveis com relação a importância de se ler vários gêneros, apreciando e refletindo sobre qual a profundidade do que se lê, formam pensamento crítico. No Brasil, o conhecimento literário do público leitor é mais insipiente e são poucos os jovens que apreciam a leitura de poesias, contos ou crônicas cujo enredo não seja vampiros, horror, terror, magia, suspense, erótico, veja, não tenho nada contra estes temas, pelo contrário, a questão que chamo a atenção é simplesmente que não há muito interesse por temas que não sejam atrelados à estes e que também podem ser importantes transformadores de pensamento crítico

e analítico, como por exemplo questões sociais. Ao meu ver a principal diferença é cultural mesmo, hábitos distintos e valores diferenciados ao significado da leitura. Conte-nos o que a motivou a escrever livros infantis? Pensas em publicar novos livros nesta área? Flávia Assaife - Na verdade, me descobri escrevendo os livros infantis, adoro escrever para elas. Tive uma experiência maravilhosa com o meu livro infantil na BIMM – Biblioteca Infantil Maria Mazzetti que fica na Casa de Rui Barbosa, foi aí que tive absoluta certeza que escrever para crianças, ao meu ver, não é nada fácil, elas são muito críticas, observadoras e verdadeiras em suas opiniões, quando gostam dizem e também apontam o que não gostam. O que me fez escrever para elas foram três motivos: o primeiro tentar despertar um maior interesse pela leitura, por esta viagem que é muito particular de cada leitor; o segundo foi o nascimento de minha sobrinha e de meu afilhado e o terceiro foi o desejo de compartilhar, não só com eles, mas com muitas outras crianças as estorinhas que estavam na minha mente e coração, daí nasceu o primeiro livro. Já tenho o segundo livro saindo “do forno” cujo os

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planos são lançar no Salão do Livro de Lisboa em 2014; a participação numa antologia infantil bilingue (português-alemão) que será lançada na Feira do Livro de Frankfurt em Outubro próximo e mais 3 estórias já escritas que se transformarão em novos livros infantis... A criançada que me aguarde! Escritora Flavia você hoje é membro de várias Academias, em sua opinião, quais as principais contribuições das Academias para o desenvolvimento da cultura Literária? Flávia Assaife - Ao meu ver, a principal função de uma academia de letras é zelar e contribuir para a divulgação, propagação e interesse da literatura em todos os âmbitos e gêneros, além de buscar a valorização dos acadêmicos e escritores através de ações que contribuam para a cultura. Deve criar oportunidades que gerem interesse e motivação tanto no público leitor quanto nos escritores. Deve ser um meio que propicie concursos literários, publicação de livros, promoção e divulgação de novos e antigos escritores e obras, feiras e saraus literários, enfim, um meio de propagação e valorização tanto da leitura quanto da escrita e, também, daqueles que arduamente caminham por ela. As Academias devem ser um agente transformador e propagador da cultura e da literatura em todos os âmbitos e formas. Onde podemos comprar os seus livros? Flávia Assaife - Os livros estão a venda sob demanda, via internet, ao acessar o meu blog: http://www. flvialfor.blogspot.com , é possível identificar a capa de cada um deles. Ao clicar na capa, o interessado é direcionado ao site onde o mesmo está disponível para a venda. Se hou32

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ver, qualquer dificuldade, também podem entrar em contato via email: fassaife@hotmail.com Quem é a escritora Flávia Assaife? Quais seus principais hobbies? Flávia Assaife - Acho que sou uma pessoa normal, comum, nasci na cidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil, sou casada há 23 anos com uma pessoa muito especial em minha vida, um companheiro incrível que me apoia e respeita. Temos um filho maravilhoso que é nosso orgulho e meu grande incentivador, ele tem paciência e é o meu crítico literário, ouve o que escrevo e me dá suas opiniões. Atualmente moro no Rio de Janeiro. Sou formada em Administração de Empresas, pós-graduada em Gestão de Pessoas, Gestão de Negócios, Gestão de Varejo e Docência Superior, atuei por muitos anos em diversos segmentos do mercado na área de ciências humanas. Nos últimos anos venho ministrando aulas de graduação e pós-graduação nas áreas de Gestão e Liderança, Recursos Humanos, Qualidade e Educação Corporativa além de trabalhos como consultora organizacional e literários. Meu maior hobbie é o prazer em escrever, em ouvir minh’alma, em colocar no papel as minhas emoções e poder compartilhá-las com outras pessoas, ouvindo suas opiniões a respeito, também pratico Pilates 3 x por semana o que me dá bastante energia e o tempo que sobra (risos) tento abrir a mente e ser feliz! Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Flávia Assaife - Esta é uma pergunta difícil e importante. Penso que uma das principais melhorias seria propiciar condições mais favoráveis para publicações. Hoje é tudo muito dispendioso. Outro ponto importante

é referente aos pontos de vendas e distribuição que hoje só são viáveis através de distribuidores e grandes editoras. Um programa de incentivo, divulgação e distribuição de novos autores junto a grandes livrarias seria um bom começo. Também seria fundamental maior investimento em programas que fomentassem o interesse pela cultura desde cedo, de forma que as crianças pudessem não somente desenvolver o hábito, mas, principalmente, o prazer pelo mundo mágico da leitura, qualquer que seja o estilo... A leitura é a principal fonte de conhecimento e deveria ser mais acessível à todos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Flávia Assaife, que mensagem você deixa para nossos leitores? Flávia Assaife - O que eu gostaria de deixar é que usem a leitura como forma de conhecimento. Busquem atravessar as pontes e construir fortalezas que propiciem que os sonhos se tornem realidade. A caminhada não é fácil, pelo contrário, é árdua, mas o sabor de cada conquista sempre vale a pena quando temos um ideal, acreditamos e lutamos por ele. A aprendizagem é contínua e inesgotável, tenham sempre sede por aprender cada vez mais e tenham nos livros o alimento de suas almas.

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Consultora Organizacional, Escritora, Poeta e Professora Universitária - Facebook Escritora: https://www.facebook. com/EscritoraFlaviaAssaife - Linkedin e Facebook: Flávia Assaife - Blog: http://www.flviaflor.blogspot.com

o çã pa l ici rt cia Pa spe E

Escritora Flávia Assaife

Desejo de Natal

A

rtur era um menino muito estudioso e educado, porém vinha de uma família de pouca posse. O pai não havia podido estudar e tentava de todas as formas proporcionar ao filho todas as oportunidades que não teve ao longo de sua vida. A mãe cuidava da casa e de sua irmãzinha mais nova. Todo ano, na época de natal, a família de Artur fazia uma ceia muito simples e trocavam singelos presentes. Seus pais diziam que o maior dos presentes que eles possuíam era estarem unidos e felizes. Artur gostava deste momento, mas como toda criança, tinha sonhos e desejos e, não entendia muito o motivo pelo qual algumas crianças ganhavam tudo o que desejavam e outras nada do que pediam, ganhavam outras coisas que ele não sabia como Papai Noel poderia errar tanto. Anualmente ele escrevia sua cartinha e colocava no correio endereçada a Papai Noel, mas ele tinha a sensação que o bom velhinho recebia tantas cartas que não conseguia ler todas e, a dele, nunca era lida. Isso o deixava um pouquinho triste. Aquele ano tinha sido muito difícil para a família de Artur porque sua irmãzinha foi diagnosticada com uma doença muito grave. Os pais procuravam fazer o impossível para dar o mínimo necessário aos filhos, no entanto, os remédios eram muito caros, eles moravam muito longe e o pai havia perdido o emprego porque

precisava faltar muito para levar a irmãzinha ao hospital na cidade vizinha. O natal seria ainda mais simples. Na escola, a professora pediu aos alunos que fizessem uma redação direcionada a Papai Noel com seu maior desejo de natal. Artur escreveu: “Querido Papai Noel, Imagino quantas cartas o senhor deve receber por ano e que, talvez não consiga ler a todas elas. Eu acho que o senhor nunca leu as minhas cartas, mas mesmo assim, continuo tentando e ainda tenho esperança que esta possa ser lida. Sabe Papai Noel, meu pai trabalha muito para que a nossa família (eu, minha mãe e minha irmãzinha) possamos ter o que comer e estudar.

Ele é um bom homem e um ótimo pai, mas perdeu seu emprego porque precisava faltar para levar minha irmã ao hospital. Todos os outros anos em que escrevi minha carta, sempre pedi uma bicicleta para que eu pudesse ir para a escola e também entregar jornais para ajudar meu pai, mas este ano, eu queria pedir outra coisa: eu queria um emprego para o meu pai, que minha irmãzinha possa ter os remédios que precisa para ficar boa e que minha mãe volte a sorrir. Sei que cada criança deve pedir apenas um presente, mas não estou pedindo nada para mim, por isso, Papai Noel, por favor, abra uma exceção, leia esta cartinha e me ajude a fazer com que minha família e eu possamos ter o único presente que sempre tivemos no natal: a união e a felicidade! Artur.” Ao ler a cartinha de Artur lágrimas rolavam pela face da Profª. Anita, enquanto todas as outras crianças pediam brinquedos, Artur queria um emprego para o pai, os remédios para a irmã e o sorriso de sua mãe. Comovida a professora decidiu que faria tudo para que o desejo de Artur fosse atendido. Começou a conversar com várias pessoas na cidadezinha em que moravam e a mostrar a cartinha de Artur. Uma semana antes do Natal a professora foi na casa de Artur e mostrou a cartinha dele aos seus pais que emocionados não sabiam o Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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o ã ç a p ci ial i t ec r p Pa Es

que dizer para a professora, foi então que ela pediu que na noite de natal, fizessem a ceia com os mantimentos que ela ofertava a família como presente de natal e que aguardassem que o Papai Noel iria passar na casa deles. Na véspera de natal aquela família simples fez, pela primeira vez, uma ceia com tudo que tinha direito. O cheirinho da comida era um perfume novo naquela humilde casa, mas Artur tinha o olhar triste, pois não tinha certeza que seus pedidos seriam atendidos. De repente, no meio da ceia, alguém bate a porta. Artur se assusta e o pai calmamente se levanta para abrir. O menino com os olhos arregalados parece não acreditar no que vê: papai noel, em pessoa, em sua casa, quase não acreditou, deu um salto e correu para abraçá-lo. O bom velhinho abraça o menino carinhosamente e diz: - Artur, este ano eu resolvi vir pessoalmente em sua casa para lhe entregar o maior dos presentes: a generosidade. Artur olhava o bom velhinho um pouco decepcionado, porque ele não havia pedido generosidade. O bom velinho continuou: - Pegue este envelope e entregue ao seu Pai e este outro é para sua mãe, e lá fora, há mais dois, um para você e outro para sua irmã. Artur entregou o primeiro envelope ao pai e perguntou o que havia dentro. - O pai com lágrimas no rosto diz: é uma proposta de emprego na

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sua escola! Consegui um emprego! Artur olha para o papai noel e sorri. Em seguida, entrega para sua mãe o outro envelope. Ao abrir a mãe exclama: Meus Deus! Obrigada! E Artur pergunta: - O que é mamãe? - O Sr. José da farmácia irá nos fornecer gratuitamente todos os remédios de sua irmã durante o tratamento. Artur abraça a mãe com força e vê um belo sorriso em sua face, orvalhado pelas lágrimas da felicidade. Olha para o bom velhinho cujas lágrimas também descem pela face, abre a porta e vai até lá fora, os pais e a irmã também vão. A frente da casa, a professora Anita e a vizinhança montaram uma enorme árvore de natal toda iluminada e cheia de presentes. Extasiado Artur não sabe o que fazer ou dizer. Olha novamente para o papai noel que lhe sorri faz um sinal para que ele vá até a árvore e abra os presentes. Artur e sua família tiveram um natal excepcional: ele e sua irmãzinha ganharam vários brinquedos, além da tão sonhada bicicleta. Artur não cabe em si de tanta felicidade! Novamente foi até o bom velhinho, abraçou-o carinhosamente e disse em seu ouvido: - Obrigada por me dar o maior dos presentes: a união, a felicidade e a generosidade! _ Papai Noel apenas retribuiu o abraço enquanto lágrimas rolavam em sua face e pensou: eu quem ganhei o maior dos presentes, a prática da caridade!


Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Gil Ordônio Nasci no interior de Pernambuco (Brasil), mas no início da minha adolescência fui morar em Recife, onde vivo até hoje. Durante um bom tempo me ausentei daqui , indo morar em São Paulo e depois no Rio de Janeiro. Passei alguns meses viajando pelo Brasil, a trabalho, mas que me serviu para conhecer capitais maravilhosas e acima de tudo, me fazer descobrir que sem Recife eu não poderia viver, o que me fez retornar, muito embora um dia voltei a são Paulo e fiquei por um ano. Ao casar, fui morar em Alagoas, depois Paraíba e finalmente regressei a minha querida Recife, de onde não mais pretendo sair. “Em cada poesia expresso a admiração pelos amigos, o desejo pelo impossível e a passividade pelo que o destino me reservou. E nas entrelinhas deixo subentendido o motivo maior do denudar da minha alma, as vezes sem nenhum pudor.” Boa Leitura!

o que me motivou a escrever, mas a certeza que tenho é que no sofrimento as palavras ganharam vida de forma única.

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Gil Ordônio, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos em que momento começou a escreveAr? O que a motivou a ter o gosto pela escrita? Gil Ordônio - Não lembro bem quando comecei a escrever, mas sei que foi em tenra idade, comecei fazendo alguns versos e depois passei a escrever alAgumas histórias, abandonando logo depois. Passados alguns anos retornei a escrita, desta feita apenas poesias, e quando já contava com mais de 600 poesia, tive meus escritos rasgados e jogados ao lixo. Mais uma vez parei de escrever e só voltando a fazê-lo anos depois. Eu sempre gostei de imaginar o outro lado de tudo, talvez tenha sido isso

Que temas você aborda em seu livro de poesia “Desnudando a Alma”? Gil Ordônio - Os mais variados, nele exponho meu amor pelos que me são mais caros e sobretudo deixo que as palavras falem por mim e elas adquirem vida à medida que o pensamento vai fluindo e transbordando em forma de amor, paixão, admiração, dor, tristeza e solidão... Tudo toma forma e vida. Em cada poesia expresso a admiração pelos amigos, o desejo pelo impossível e a passividade pelo que o destino me reservou. E nas entrelinhas deixo subentendido o motivo maior do denudar da minha alma, as vezes sem nenhum pudor. Como foi a escolha do Título “Desnudando a Alma”? A quem você indica a leitura de sua obra? Gil Ordônio - Não escolhi por mero acaso, ao reler alguns trechos do que havia escrito, percebi que havia realmente desnudado a minha alma e foi assim que nasceu o título. Este livro recomendo a todo aquele que não desiste dos seus sonhos. Pois este livro tem como razão principal o mais terno, o mais puro e o mais atrevido dos sentimentos, sobretudo a maneira de aceitar a forma clara e as vezes obscura do verboamar. Onde podemos comprar o seu livro? Gil Ordônio - Na editora LivroPronto, através do site http:// Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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w w w. l i v r o p r o n t o . c o m . b r / e d i tora/descricao/?livro=422 email:gilordonio@gmail.com Em que momento você se sente mais inspirada a escrever poesia? Gil Ordônio - Realmente, não existe um momento certo ou oportuno, a inspiração me chega de repente, as vezes em locais e momentos inusitados, mas também surge através de uma situação vivida ou presenciada. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Gil Ordônio - Pra ser sincera nunca me preocupei em mostrar o que fazia, sempre escrevi para a minha satisfação e só comecei a mostrar o meu trabalho, num blog, presente do Ernandes, um dos meus genros. Depois, ao dar início a minha participação no solar dos poetas e através da minha página no facebook. Quem é a escritora Gil Ordônio? quais seus principais hobbies? Gil Ordônio - Uma mulher bastante marcada pela vida mas que se sente realizada ao ver as filhas e a netinha sendo felizes, gosto de observar meu esposo pescando e fico imaginando o tudo que vivemos nesses mais de trinta anos de casados. E meus hobbies prediletos é: escrever, defender animais de rua e cuidar dos meus bichanos. Amo gatos. Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro? Gil Ordônio - Pra ser realista, não aspiro a nada que o dinheiro não possa comprar, refiro-me a publicação de novos livros que estão engavetados, mas é uma pequena fortuna realizar um sonho desses. Mas talvez eu publique no próximo ano um livro-re36

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portagem e logo em seguida um romance, e quem sabe eu consiga fazer o mesmo com os demais que tenho guardado. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Gil Ordônio - Acredito que se houvesse mais estímulo a leitura, teríamos por certo um mercado mais promissor, mas isto teria que partir principalmente do governo, mas onde a educação é mito, não nos resta sonhar, haja visto que a ignorância parte principalmente dos políticos que em sua maioria são analfabetos de conhecimentos que pudesse proporcionar uma melhor alternativa de saber, pois não basta gostar de leitura ou apenas de escrever, é necessário haver espaço para livros e consequentemente para escritores, mas a nossa realidade dista desse sonho, ou melhor ... Dessa utopia. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Gil Ordônio, que mensagem você deixa para nossos leitores? Gil Ordônio - Sem dúvida foi um prazer enorme poder falar um pouco de Gil Ordonio para vocês, mas acima de tudo ter a oportunidade de agradecer o muito que todos vocês representam na minha vida, pois participar

do solar sem dúvida foi um grande achado, o que me aproximou mais do mundo e da vida, abandonando um pouco a minha existência de sonhos. Vocês amigos continuem lendo ou escrevendo, não importa, pois é através de ambos que amamos, viajamos e nos conhecemos melhor. Um agradecimento sincero a essa grande jornalista Shirley Cavalcante . O meu abraço repleto de admiração e carinho.

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Por Ronaldo Magella ronaldomagella@hotmail.com - Professor, jornalista, poeta, radialista, escritor e acadêmico de Pedagogia, UFPB, autor de três livros de crônicas

No Café com Ronaldo Magella

O NATAL SEM JESUS Natal sem Jesus, o aniversariante esquecido

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ma passada rápida e uma observação ligeira pelo Mundo e vamos perceber que o Natal já chegou, só falta mesmo alguém lembrar o aniversariante: Jesus. Alguém pode até dizer, é cedo ainda para lembrarmo-nos de Jesus, faltam ainda alguns dias para a data em que se comemora o aniversário do Cristo, logo, vamos primeiro ao consumo, as compras, ao lazer, aos presentes e depois, aí, bem depois, perto do dia 25 nos lembraremos de Jesus, do seu nascimento, se der tempo. A televisão ainda não falou em Jesus, nem lembrou que o Natal é a data do seu aniversário, até agora só consumo, lojas, presentes, décimo terceiro, comércio, pressa. Parece que ninguém lembra o motivo primeiro do Natal, que é para comemorar o nascimento de Jesus, antes nos deixamos influenciar por outras coisas, pelo marketing, pela publicidade, pela propaganda, pelo consumo, pois religião, espiritualidade, fé é bom pra ser ter, ostentar, publicizar, testemunhar ou prestar contas socialmente, mas interiormente estamos longe de vivenciar aquilo que dizemos acreditar, a nossa fé, o nosso credo, pois achamos mais interessante um rótulo, um título, a uma vivência oculta, sincera e verdadeira.

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A nossa imaturidade psicológica e a nossa infantilidade espiritual são perceptíveis em nossos atos e ações, demonstrada através da aparência que gostamos de tornar pública e social, através de um culto e de uma adoração exterior, mas que fundo, em realidade e em verdade, somos como sepulcros pintados, lindos e belos por fora, mas imundos e pobres por dentro, como disse o próprio Jesus. Os candidatos a presidência da República na campanha de 2010, tanto José Serra e Dilma Rousseff, passaram boa parte da campanha dizendo-se fiéis e crentes em Deus, mas apenas para agradar os seus eleitores, pois em seus discursos finais, Serra, de derrota, e Dilma, de vitória, nenhum dos dois lembrou-se do companheiro Deus, este não foi lembrado. Tudo isto porque vivemos uma sociedade descartável, quando jogamos as coisas e as pessoas, e os discursos, que não nos servem mais jogamos no lixo, fora, com um simples apertar de um botão, um deletar, um off-line, um desligado, deixamos de existir para outrem e passamos a outras aventuras, relações e consumos, como também de discursos e atos. A mesma coisa nos acontece com relação à religião, vivemos com ela uma relação de utilidade, praticidade, quando nos convém, nós a tornamos clara em nossas vidas, quando não, a deixamos de lado para viver outras coisas. A nossa sociedade é pobre, somos vítimas do nosso tempo, não do tempo, estamos preocupados em parecer jovens, eternos

dentro de um corpo perecível, buscamos a perenidade na superficialidade e aparência das coisas e não vamos permitir que uma moral religiosa nos atrapalhe ou nos afasta de viver esses prazeres e essas sensações da carne. Papai Noel merece de nós mais atenção do que Jesus, nunca vi uma mãe levar seu filho para tirar uma foto com Jesus, já com papai Noel, haja filme e memória. Isso apenas demonstra a nossa relação com aquilo que afirmamos acreditar. Aprendo com os ateus mais do que com os crentes, toda vez que leu um ateu falar sobre Deus mais ele me convence da existência do Criador, porque eles são sinceros e autênticos, não precisam mentir nem iludir a quem quer que seja e não vivem uma mentira para serem aceitos socialmente. O que mais me assusta é que percebo todos vivendo como zumbis, sem pensar, refletir, raciocinar, vivem por viver. As pessoas não pensam no que dizem viver, são motivados pelo sexo, pelo estômago, pelo instinto animal, dentro um reducionismo de vida e existência, todo mundo buscando a mesma coisa, fama, poder, dinheiro, prazer, atenção, paz, conforto, amor dentro de um egoísmo e um narcisismo exuberante e violento. Vide as redes sociais digitais. Jesus com seu discurso não nos empolga, a porta estreita, pois preferimos viver outra coisa, a porta larga. O mundo passageiro e pobre. Mas sempre será uma opção nossa.


Especial de Natal e Fim de Ano

Entrevista escritora Ira Rodrigues Irá Rodrigues natural de Santo Estevão-Bahia. Geografa licenciada pela UEFS- Universidade Estadual de Feira de Santana. Professora da rede Estadual de Ensino, hoje aposentada dedico meu tempo a minha família em escrever e viajar. Autora de o livro “SONHAR SEM SEGREDOS” sei que ainda sou uma aprendiz de poeta que sonha ser reconhecida e valorizada. Atualmente finalizando meu livro infantil o qual espero editar inicio de 2014 e outro com poemas mais sensuais, como também um romance que está amarelado numa gaveta por falta de oportunidades para publicar. “Sabemos que o Brasil é rico em termos literários, porém precisa de mais divulgação e apoio, uma vez que em outros países a poesia se faz presente no cotidiano dos leitores. Quem sabe a poesia venha cada vez mais contagiar as pessoas de uma forma que aprendam a valorizar mais e mais.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ira Rodrigues para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Ira Rodrigues - É de longa data o meu fascínio pela poesia, ainda na adolescência já sentia o prazer e o desejo de colocar no papel todos os meus sentimentos, de início versinhos de criança com temas tristes e melancólicos aos poucos via desabrochar o fantasioso desejo de escrever versos mais sensuais e ai começava a mudar meu jeito de ver a poesia. Guardo até hoje algumas redações escolares e a euforia ao ver meus primeiros versos sendo lido, sentia que escrevendo ajudava a descobri quem sou. Fui criticada por ser sonhadora, ficava triste, mas nunca deixava meus sonhos morrerem e muitas vezes eu encontrei pessoas que podavam a minha criatividade, mas a minha vontade de escrever era muito maior que qualquer crítica... Que temas você aborda em suas poesias? O que mais lhe inspira a escrever sobre estes temas? Ira Rodrigues - Escrevo poemas muitas vezes trazidos dos meus sentimentos onde relato o meu passado ou mesmo momentos vividos no presente. Ou vivo um personagem trago da imaginação escrevo o amor de forma sensual desvendando os

desejos e anseios de uma mulher. O que mais me inspira talvez o meu ser sonhador... Deixando fluir os meus sentimentos... Que tipo de escrita você escreve para o público infantil? Ira Rodrigues - Escrever para esse público infantil não é uma tarefa fácil, portanto tento transmitir conhecimentos através de versos, fábulas e contos descrevendo a fantasia e a realidade de forma que leve a criança a ler e se envolver na história de forma prazerosa. Meus maiores incentivadores os meus netos. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Ira Rodrigues - De início pelo Orkut depois facebook, blog, minha página. Agora pelo meu livro que acabei Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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de lançar. Nos grupos onde publico e pela BEST RÁDIO em Portugal onde tenho poemas lidos todas as noites pela Elsa Maria... Quais, escritores, são as suas referências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você? Ira Rodrigues - Fernando Pessoa- Cecília Meireles- Carlos Drummond de Andrade, entre outros. Aprendi a tê-los como referência desde os tempos de colégio quando surgia um trabalho era a eles que recorria degustando seus livros e me apaixonei de tal forma que hoje não me vejo separada de seus belos trabalhos. Cada um com sua forma literária, mas com certeza admirados pela lisura dos seus trabalhos e ler seus poemas é fazer uma viagem além do imaginário. Quem é a escritora Ira Rodrigues? Quais seus principais hobbies? Ira Rodrigues - Irá Rodrigues é uma mulher apaixonada pela vida, devoradora de livros e amante da poesia, aposentada dedica seu tempo a ler e descrever seus sentimentos de forma sensual e agora para o publico infantil o que está me trazendo um prazer que desconhecia sentir. Meus hobbies é a paixão em escrever, ler um bom livro, faço também artesanatos, uma música suave e viajar em busca de minha inspiração. Finais de semana na fazenda com a família e com amigos. Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um livro solo? Ira Rodrigues - Meu maior objetivo como escritora ver meu trabalho sendo reconhecido, principalmente em meu estado- Bahia, quiçá em minha cidade a qual ainda é muito 40

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pobre em cultura literária. Já publiquei meu livro “ SONHAR SEM SEGREDOS” E participei de antologias uma já lançada com contos de amor. “ BEIJO DE BICO” em Portugal outras prontas para serem lançadas. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Ira Rodrigues - São tantas como o incentivo a leitura poética nas escolas, divulgação de novos talentos voltados à literatura, a dificuldade em editar um livro pelo preço absurdo que cobram deixando que muitos abandonem seus trabalhos numa gaveta como eu deixei quase quarenta anos, a criação de projetos pelas secretarias da cultura municipal onde apoiasse os poetas locais, rádios, jornais, revistas. Sabemos que o Brasil é rico em termos literários, porém precisa de mais divulgação e apoio, uma vez que em outros países a poesia se faz presente no cotidiano dos leitores. Quem sabe a poesia venha cada vez mais contagiar as pessoas de uma forma que aprendam a valorizar mais e mais. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escrito, muito bom conhecer melhor a Escritora Ira Rodrigues, que mensagem você deixa para nossos leitores? Ira Rodrigues - Eu que agradeço pela qualidade do trabalho que você vem desenvolvendo o qual traz oportunidades para que conheçam um pouco da nossa vida. O meu muito obrigado a você e toda sua equipe. A mensagem que gostaria de deixar, que nunca deixem o medo e a covardia impedir de realizar seus sonhos, leia e descubra seus talentos, a criatividade é sem duvida um

fenômeno bastante complexo onde encontramos barreiras, precisamos ser persistentes na busca dos nossos sonhos. Pense de forma criativa e busque essa realização, nada vem pronto precisamos ter um ideal e ir a busca dele, Encontre na leitura o seu verdadeiro objetivo e descubra seu verdadeiro eu. Ler é o melhor caminho que precisamos para entender a vida... “Se, no teu centro um paraíso não puderes encontrar, Não existe chance alguma de, algum dia, nele entrar.” Cecília Meireles Os meus sinceros agradecimentos: Irá Rodrigues

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Entrevista escritor Leandro Campos Nasci em Liberdade Minas Gerais, em 02 de julho de 1972, segundo filho entre quatro irmãos, atualmente moro na cidade hidromineral de Caxambu Minas Gerais. Filho do casal Sebastião Alves e Maria Vanda e casado com Rosilene Alessandra há vinte anos. Tenho dois filhos, Braian Anderson e Brendow Alisson. Sou irmão da escritora e poetisa Deuseli Campos Alves, e amigo do Escritor Rone Wulff Filho, talvez esta seja origem da minha veia artística. Não vou citar obras e títulos em minha biografia, vou fazê-la de forma diferente. Relatarei a minha biografia ao decorrer desta entrevista. “os poetas vão amar, os leitores de romances vão se surpreender, e a literatura brasileira conhecera a nova forma de escrever. Romance? Ficção? Narrativa? Poesia? Ou simplesmente O Conto de Leandro Campos Alves.” Boa Leitura!

É a elas que eu dediquei esta obra. Muitos irão se identificar com o tema abordado. Em quem você se inspirou para escrever seu livro? Leandro Alves - Quando procurei compor meu romance, eu não fui longe busca-lo, bastou-me olhar ao meu redor, e com olhar um pouco mais próximo ainda, olhei para dentro de minha própria família e aos nossos amigos. Misturando fatos reais com um pouco de ficção, a obra foi se construindo. Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Leandro é um prazer contarmos com a sua participação no projeot Divulga Escritor. Conte-nos, que temas você aborda em seu romance “Instinto de Sobrevivência”? O que o motivou a escrever sobre estes temas? Leandro Alves - Eu sempre andava pelas ruas de minha cidade e observava as pessoas envelhecendo, as rugas ditas como expressão da idade em cada uma delas, e estas marcas deixava a minha sensibilidade em alta só em imaginar, o que aquelas pessoas teriam vivido? Qual seria a sua história de sofrimento, lutas, vitórias e alegrias para chegar até aquela idade? Leandro Alves - Quando eu via uma pessoa idosa sendo mal tratada por jovens, eu ficava furioso, não aceitava estas atitudes de desrespeito. Foi pensando nestas pessoas que imaginei em escrever este romance.

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Conte-nos sobre a construção da história que compõe “Instinto de Sobrevivência” houve mudanças no decorrer da escrita ou correu tudo como você tinha planejado no inicio da escrita do livro? Leandro Alves - A primeira visão que tive, foi o olhar distante de uma senhora idosa fechando o olho para a vida, para abrir para sua eternidade, e durante os últimos segundos de seu presságio, ela lembra toda sua história de vida, os sofrimentos, desilusões, alegrias, amores e a constituição de sua família, mas regado por passagens de bom humor. A partir daquele instante eu comecei a narrar a sua saga, por isso o olho distante da capa fazendo referência à história, e as palavras finais na sinopse do livro que dizem. “O nascer que se fez no abrir de seus olhos e findou no fechamento dos mesmos”. Uma única ressalva a este livro, quem leu a boneca primeiro aconselhou-me a publicá-lo com os erros tragos pela minha dislexia, mas em respeito ao leitor e a literatura brasileira, eu


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resolvi profissionalizá-lo e fazer sua correção. Mesmo com a correção profissionalizada, eu deixei entorno de três erros ortográficos que não mudou a história e, não mata nossa literatura, como são erros muito discretos, para não fugir a minha realidade, não deixei corrigi-los, o leitor atento verá as escritas pelos meus olhos, e saberá como é o processo de criação de escritores e pessoas com este modo de vida. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Leandro Alves - A divulgação é feita dia a dia pelos meios eletrônicos, mas o caminho é árduo para o reconhecimento, só que a cada pequena vitória e conquistas, eu agradeço aos amigos e a Deus. Porque sei que em meu caminho existe a presença de um ser supremo, que me deu a capacidade e o prazer de construir esta obra, e por ele as portas vão se abrindo, uma após a outra, amigos são feitos e o romance hoje já está quebrando fronteiras, já tenho conhecimento de que o romance já foi visto nos países vizinhos. Onde podemos comprar seu livro? Leandro Alves - Como todo trabalho e divulgação é por meio eletrônico, a minha editora é o Clube dos Autores, e para efetuar a compra basta ir direto ao link abaixo. https://clubedeautores.com.br/book/151410--Instinto_de_Sobrevivencia - Neste link é feito a compra. Meu email é: leandrocalves@hotmail.com. Escritor Leandro, quais seus próximos projetos literários? Pensas em publicar um novo livro? Leandro Alves - Sim, eu já tenho três bonecas sobre a Verdadeira História da Origem do Cristianismo.

Tenho também uma nova literatura brasileira vinda aí!... Para minha surpresa quando comecei a escrever esta história, meu projeto seria entrar no livro dos recordes, derrubando “Os Lusíadas de Camões” como o maior poema redigido até hoje, mas ao levar o primeiro volume para correção ortográfica, deu-se a certeza que este livro não era composto da mesma estrutura da obra referida de Camões, ao contrário, descobriu-se que se trata de uma nova literatura, que ainda não posso entrar no mérito de sua construção, pois estou em fase de averbação e registro da obra, como contos de Leandro Campos Alves, na Biblioteca Nacional, mas digo de passagem, os poetas vão amar, os leitores de romances vão se surpreender, e a literatura brasileira conhecera a nova forma de escrever. Romance? Ficção? Narrativa? Poesia? Ou simplesmente O Conto de Leandro Campos Alves. Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades? Leandro Alves - Dificuldades são imensas para quem começa a trilhar neste caminho, mesmo a obra sendo boa ou até mesmo excelente. Os incentivos culturais dos governos municipais, estaduais e federal, praticamente não existem. O país tem carência de cultura, gasta-se mais hoje com bebidas do que com um bom livro. As grandes empresas não mexem um centímetro para apoiar a cultura, a não ser se na contramão existirem favores, como abatimentos em impostos. Mesmo assim a dificuldade continuaria para chegarmos próximos dos incentivos culturais dos países emergentes, sei que muitos ficarão furiosos com este relato, mas eu não tenho medo da verdade.

Eu mesmo tentei apoio cultural em associações e grandes empresas, mas meus pedidos foram simplesmente ignorados. Só sei que tudo tem sua hora, uma folha não cai ao chão se não for por permissão de Deus, e assim as coisas acontecem. Para melhorar esta condição, basta uma política pública de valorização aos professores, pois se hoje tem profissionais liberais ganhando fortunas e juristas de renome regendo nossa sociedade, por que no início tinha a Tia Maria, a Tia Neide, Tia Margareth, Tio Paulo, Tia Rita entre outras tantas professoras e professores neste nosso país, alfabetizando e ensinando nossas crianças. Hoje estamos diante de uma desvalorização da categoria, que se continuar assim, nossos pobres professores logo estarão brigando não por reajustes dignos de sua importância, mas brigando pelo cadastro das bolsas sociais do governo. Esta é a política pública que temos. Quem é o escritor Leandro Alves? Quais seus principais hobbies? Leandro Alves - Sou um pai de família, que ama estar em casa com meus familiares, irmãos, filhos, esposa, com a família de minha esposa que também faz parte de minha família, pela qual tenho muito carinho. E conforme diz meu irmão mais novo, nesta lista entra os agregados, pois gosto muito de estar com as pessoas que realmente me fazem bem. Tenho como hobbies, o prazer de escrever e colher o reconhecimento de minhas obras, não importo com o reconhecimento financeiro das vendas, pois isso é consequência, mas a verdadeira alegria são as criticas positivas ou negativas, mas que eu as tenha. Pois bem, estamos chegando ao Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Leandro Alves, que mensagem você deixa para nossos leitores? Leandro Alves - Não quero que achem que estou apenas politizando ser um homem certinho, pois sei que sou cheio de erros, mas acredito que minhas obras não são feitas por mim, são redigidas pela presença de uma força espiritual muito maior que podemos imaginar. A força que pode ter muitos nomes, mas para mim eu o chamo simplesmente de Deus, sou apenas um instrumento de sua vontade. E para meus amigos e leitores, digo que não deixem sua obra na terra passar em branco, acreditem em seus ideais e lutem por eles, tenha fé em seu Deus e caminhe embaixo de sua luz e benevolência, que certamente receberão o que desejam. Agradeço a todas as comunidades literárias do facebook e G+ que faço parte com enorme carinho e dedicação, ao projeto Divulga Escritor, em especial a Jornalista Shirley M. Cavalcante, que conduziu com profissionalismo exemplar esta matéria, e aos meus amigos e leitores que hoje podem conhecer um pouco mais deste escritor. Mas como em todo final de todas minhas obras, eu encerro esta entrevista deixando lhes com a benção de meu Deus, o mesmo Deus de Isaac, Abraão e Jacó. Que ele esteja com todos vocês, hoje e sempre. Meu muito obrigado, e meu forte abraço.

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Por Patrícia Dantas Licenciada em História e Pós Graduação em Turismo de Base Local (UFPB), blogueira, poetisa, colunista de alguns portais e revistas eletrônicas

Entre Ideias&Atos

Esbanjo a vida como ela é

N

ão exijo muito da vida. Que ela me dê o riso, e não o pudor de não saber frequentar minhas vaidades. É só questão de tempo quando penso no que desejo fazer “até lá” – falo daquele cantinho que montamos tão bem decorados como nos filmes de época, algumas vezes, até melhor, como toques muito particulares e sutis. É como se uma mistura de intrincadas composições químicas materiais e imateriais tomassem conta do único espaço existente, a se esparramarem loucamente com suas forças propulsoras de motores pesados. Deter-se incondicionalmente nos espaços e tempos relatados, insistentemente cruzados com a densidade sempre rebelde da imaturidade tardia - é o que muitos fazem. A sublime constatação é que não me detenho, nem sou dona de fato do que encontro pela frente; não espero nada que venha como prêmio - acho que não sou merecedora de relíquias. É algo mais que um consentimento espesso, tateando bem devagar, o que assumo com irresponsabilidade. Ele vem como um intruso na noite adentrando o quarto de uma jovem fingida. Este consentimento de que falo me é inescapável. De qualquer forma não o entendo, deixo-o rondar, prender-se, amadurecer dentro de um casulo, ainda que não encontre a saída ou aval dos deuses.

Mostro o que é inevitável! Como uma ave viçosa no rebento das novas copas primaveris, deixo o grito tilintar com todas as forças na transição das noites. Não suporto ser reconhecida, evito olhar com precisão desde cedo, não importa o que penso sobre o futuro, pois nem sempre ele interessa. Se os pés estão fincados num tempo, ele é o presente improvisado, puro, cheio de malícia; é a melodia, o estalo, o tiro ao alvo, o que se sobressai nos atos reais que em poucos segundos se metamorfoseia em memória e ficção. Esbanjo a vida como ela é. Se às vezes vejo tudo como uma vontade esquisita e voluptuosa que salta no convés infinito das pessoas, saio logo com um nome à minha fonte revelada – o nome dá importância e faz com que as coisas existam, ainda que tenhamos que reinventar suas formas para saciamos o gosto tramitante e instável do corpo. Digo para o que vim, o que quero e como sou. E se estou do lado de fora de qualquer lugar, esperando meu vendaval interior passar, viajo e me vejo num suntuoso sonho; suavemente, espero que venham mais chuvas e tempestades acompanhando a instigante criatura prestes a se mostrar.

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Entrevista escritor Marcelo Allgayer Nasci na cidade de Porto Alegre no dia 14 de maio de 1963. Sempre fui alguém que procurou ver o lado humano nas pessoas, seus sentimentos, as intenções de amizade, etc. Passei por vários colégios até chegar a minha formação em Administração de empresas pela necessidade que tinha em me afirmar num emprego. Mas, também queria conhecer pessoas que fossem parecidas comigo, que comungassem com meu jeito de ser, com minhas aspirações. Mas o fato de ter um emprego, não me satisfazia totalmente, isto é, precisava de algo que me expandisse enquanto ser humano. Procurei a música e muito tempo depois a poesia, gênero literário pelo qual mais me cativou, a ponto de me tornar a ser o que sou hoje em dia: um poeta. Hoje, casado, moro na região metropolitana de Porto Alegre, isto é, na cidade de Cachoeirinha. Além disso, cursei a Faculdade de Letras. Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

“...uma ocupação espontânea que acredito que não faço apenas para mim, mas, para os outros, pois não vejo sentido no poema que não transforma a realidade das pessoas, seja de que forma for o texto.” Boa Leitura!

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Escritor Marcelo é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a escrever poesias? Marcelo Allgayer - Primeiramente muito obrigado pela oportunidade, Shirley. Devo dizer que a poesia sempre esteve latente em mim, mas, ao mesmo tempo, adormecida ao longo da vida, pois escrevi meu primeiro poema aos sete anos de idade. Depois fiquei um longo tempo sem escrever... Mas, no final do século passado, quando já havia concluído o concurso de Administração, a vontade veio novamente, uma ocupação espontânea que acredito que não faço apenas para mim, mas, para os outros, pois não vejo sentido no poema que não transforma a realidade das pessoas, seja de que forma for o texto.


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Que temas você aborda em seus textos poéticos? Marcelo Allgayer - Praticamente nuances humanas, ou seja, sentimentos dos mais variados tipos. Mas gosto também de escrever sobre poesia social, política e religiosa. Creio que nos meus livros o tema mais recorrente é o amor, mas não simplesmente o amor carnal entre duas criaturas, mas, também, o amor fraternal e religioso, pois acho que toda a obra poética é fruto de inspiração divina. Que mensagens você quer transmitir para as pessoas através destes temas? Marcelo Allgayer - Mensagens de amor ao próximo, de otimismo, apesar dos reveses da vida que todas as pessoas têm em determinadas circunstâncias. Mas, também uma mensagem de fé... Sou de uma família Católica, mas respeito as outras religiões. Acredito que o essencial na vida das pessoas é acreditar em um mundo melhor, mais fraterno, mais humano, seguindo a vontade de Deus. O ser humano não pode e não deve perder o foco de tudo o que foi dito no mais perfeito dos homens: Jesus Cristo. Conte-nos como foi a escrita de seu livro “Reflexões Convergentes? Marcelo Allgayer - Em “Reflexões convergentes” os textos foram se aperfeiçoando, pois a maioria dos poemas foram inicialmente escritos no clamor da emoção, sem a forma devida. Também escrevi contos e crônicas que sentia que podia fazer, mesmo sendo iniciante... Resolvi fazer o livro com o intuito de mostrar o meu lado mais sentimental e lírico, além de fazer uma prosa que refletisse sobre o cotidiano que me envolvia na época (ano de 2010).

Alcance de Porto Alegre e o próprio “Reflexões Convergentes” (Editora Sucesso). Lancei um livro, também, pela Livraria Saraiva, a saber, “Sobre poesia e outros assuntos”. Mas, gosto também de apresentar minhas obras nas redes sociais como o facebook, onde se encontram os amigos que podem facilitar ainda mais as vendas. Marcelo, onde podemos comprar os seus livros? Marcelo Allgayer - Meus livros estão à venda na Livraria Cultura e Saraiva, nos respectivos sites: www.livrariacultura.com.br e www.livrariasaraiva.com.br e também mantendo contato comigo pelo e-mail macanto63@gmail.com Pensas em publicar um novo livro? Marcelo Allgayer - Atualmente estou escrevendo contos e crônicas e fazendo uma pesquisa de mercado com as editoras. Mas acredito que em breve sairá uma nova obra. Quais são os principais hobbies do poeta Marcelo Canto? Marcelo Allgayer - Primeiramente, é claro, escrever. Mas também gosto de fazer exercícios físicos, uma boa caminhada pela rua e viajar. Ultimamente, venho navegando pelas redes sociais como passatempo; também gosto de dançar e de estudar e, acreditem, desejo aprimorar os estudos em Língua Portuguesa para enriquecer ainda mais a escrita de meus textos. De que forma você divulga o seu trabalho? Marcelo Allgayer - Vez que outra, faço uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Porto Alegre, onde já lancei três livros, dois pela Editora

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Marcelo Allgayer - Acho que todos têm o direito de, primeiramente, se tiver talento, editar livros sem muitos custos e principalmente livros bem revisados. Todos nós sabemos hoje em dia das vantagens de se editar um livro pela internet, o que alavancou sobremaneira as publicações no Brasil. Mas é preciso muito mais, como por exemplo, o devido apoio aos escritores independentes, cujas obras também têm o seu valor literário. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o escritor Marcelo Allgayer, que mensagem você deixa para nossos leitores? Marcelo Allgayer - Leitura é fundamental. Ela nos dá um conhecimento prévio e mais apurado de mundo, nos permite comunicar com mais sabedoria com as pessoas. Além disso, quando se lê, podemos nos defender melhor perante a sociedade, dando-nos o direito de ter a dignidade que precisamos, a fim de sermos mais livres e ter veementemente o exercício da cidadania.

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Francisco Mellão Laraya larayaescritor@hotmail.com - Advogado, músico e escritor

A vida em partes

Uma Estrela U

m dia sonhei que capturava uma estrela, e então minha mão se transformava em luz!Pus-me a escrever, pois a luz é a certeza que nos conduz a um mundo melhor, o da felicidade, e o escrever é a forma de transmiti-lo. Lembrei-me que há muito tempo atrás, um homem era só luz, as trevas não habitavam nele, estas lutavam contra ele, e o importante do que ensinou foi que “A consciência é de cada um”, não existe o politicamente correto, a moral transitória de alguns grupos, a importância da forma sem pensar na inten-

ção...Na consciência coletiva, esta de que falei você é mais um, enquanto na particular és sempre “um”.Aí se tem a responsabilidade do ato, fiz algo por que quis me responsabilizo por isto, pelas minhas atitudes, meus gestos, minhas idéias, meus gostos...No alto de um madeiro, puseram a luz, crucificando Jesus!Mas pode alguém matar a luz?E do alto da cruz, sofrendo o escárnio, fez da sua humilhação, a cruz, seu símbolo, e a todos que quiseram vê-lo iluminou.A partir daí o mundo se transformou a vida um pouco mudou, e pensa-se diferente para dizer: eu sou!


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Entrevista escritor Mário de Méroe Mário de Méroe é advogado em São Paulo, Membro Catedrático da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas, e Doutor honoris causa em Ciências Sociais. Possui trabalhos jurídico/dinásticos publicados, destacando-se os livros Tradições Nobiliárias Internacionais e sua Integração ao Direito Civil Brasileiro, Estudos de Direito Nobiliário, e A Perpetuação das Qualidades Soberanas em Dinastias ex-Reinantes. No campo histórico-eclesiástico apresentou o estudo “A Teocracia Bizantina na Itália: Estudos sobre os atributos de Soberania da Real Casa de Margiana e Arachosia, dinastia teocrática de direito histórico, em exílio”, veiculado na Itália. Por esse trabalho, recebeu reconhecimento acadêmico com o grau de Doutor em Direito Eclesiástico, bem como a atribuição da “Medaglia del Presidente della Repubblica Italiana Giorgio Napolitano”, conforme amplamente veiculado pela imprensa daquele país. “Ora, nobiliarquia é coisa séria, e a boa doutrina traça regras claras sobre o regular exercício dos direitos dinásticos, que a maioria desconhece. Eu não sou palmatória do mundo, mas a título de orientação básica, elaborei dois livros com linhas gerais sobre nobiliarquia e títulos nobiliárquicos, sua natureza, características formais e regras históricas de sucessão.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Mário de Méroe, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, você começou escrevendo livros na área Jurídica, vejo que hoje escreves romance. Como foi que ocorreu esta mudança de gênero em sua carreira literária? Mário de Méroe - Não foi uma mudança radical, mas um desdobramento. Na área jurídica, eu escrevi sobre Direito Nobiliário, que é incomum no Brasil, mas operacionalizado em países monárquicos, como a Espanha. Ocorre que alguns princípios do Direito Nobiliário tradicional encontram-se em franco antagonismo com a moderna consciência sociopolítica de igualdade de direitos. A nobiliarquia é, necessariamente, discriminatória, pois obedece a alguns padrões tradicionais, como “o homem precede a mulher”, “o primogênito precede os outros irmãos”, etc. Esses conceitos não mais são aceitáveis na era atual, o que pode gerar contendas judiciais. Então decidi observar as tendências por algum tempo e, nesse interregno, dedicar-me à outra “área de produção” que muito me agrada, que é a elaboração de romances baseados em passagens bíblicas. Você pensa em negociar com a Editora uma nova Edição para seu livro “Estudos sobre Direito Nobiliário”, que esta esgotado? Mário de Méroe - Possivelmente esse livro seja absorvido por um projeto maior, denominado “A Lendária Etiópia – A Casa de Salomão e da Rainha de Sabá”. Esse livro possui duas partes. Na primeira, faço uma incursão sobre a Etiópia monárquica, ressaltando a figura lendária do Imperador Hailé Selassié I (que visitou o Brasil em 1960), e sua sucessão dinástica, em exílio. Na segunda parte, há diversos trabalhos sobre Direito Nobiliário e Jurisprudência correlata, aproveitando-se as partes principais do livro Estudos sobre Direito Nobiliário. Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Por gentileza, nos explique o que é direito Nobiliário e de que forma irás agregar este conceito ao livro? Mário de Méroe - Vou resumir um conceito, extraído de meu livro. Direito Nobiliário é um conjunto de normas reguladoras dos atos e relações jurídicas emanadas das cartas de nobreza (Decretos que concedem um título de nobreza). Tem sua origem no poder estatal, nas estruturas monárquicas, onde o rei é o titular do “Ius conferendi” (Direito de conferir honras), e na faculdade de nobilitar reconhecida aos chefes dinásticos de casas reais ou ex-reinantes. A fonte do Direito Nobiliário encontra-se na carta de nobreza. De seu conteúdo emergem as relações entre o poder concedente e o agraciado e, entre este e seus herdeiros (se o título for hereditário). Esse conceito e suas implicações serão agregados ao livro “A Lendária Etiópia....” em razão do livro basear-se na Etiópia do período monárquico. Com o fim desse regime, mesmo perdendo o poder territorial, os descendentes do imperador continuam de posse dos chamados “direitos dinásticos”, e podem conceder honrarias nobiliárquicas. Essa atividade dinástica é regulada pelo Direito Nobiliário. Na segunda parte do livro, há diversos trabalhos sobre o tema, que ajudarão a ter uma ideia clara dessa complexa matéria. Quais os principais conceitos apresentados em seu livro “Tradições Nobiliárias Internacionais e sua Integração ao Direito Civil Brasileiro”? Mário de Méroe - No Brasil e em muitos outros países, há centenas de “príncipes” (entre aspas mesmo!) que ostentam pomposos títulos dinásticos sem procedência, e mercantilizam títulos nobiliários, enxovalhando o verdadeiro conceito da nobreza. Uma consulta ao Facebook 50

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comprova o que afirmei. Ora, nobiliarquia é coisa séria, e a boa doutrina traça regras claras sobre o regular exercício dos direitos dinásticos, que a maioria desconhece. Eu não sou palmatória do mundo, mas a título de orientação básica, elaborei dois livros com linhas gerais sobre nobiliarquia e títulos nobiliárquicos, sua natureza, características formais e regras históricas de sucessão. Incluí um capítulo de jurisprudência nobiliária moderna (Espanha e Itália), e as questões nobiliárias que nesta Era podem ser levadas aos tribunais. Mas, especialmente, o livro esclarece quais as autoridades que podem validamente conceder títulos de nobreza e brasões de armas (acho que não adiantou, pois o número de “príncipes” continua aumentando...). Por último, ilustra os pontos jurídicos que podem integrar-se ao Direito Civil Brasileiro, como a adoção de predicado nobiliário e os direitos do nome. Vamos falar um pouco sobre seus romances. “O Refúgio – A saga da prostituta que cruzou o caminho de Jesus” é um livro baseado em estudos bíblicos ou é fictício? Conte-nos um pouco sobre a construção desta obra. Mário de Méroe - Ele é o primeiro de uma trilogia de romances baseados

em passagens bíblicas, mas sem doutrinamento. Os três livros são baseados na história bíblica, e suas narrativas foram desenvolvidas em direção à espiritualidade. Para preencher os “claros” e estruturar melhor a narrativa, precisei recorrer à ficção, a chamada “verdade latente” mencionada por Clarice Lispector. O Refúgio procura mostrar a figura de um Jesus sem preconceitos, que procura incluir os excluídos, para quem todos os seres humanos são iguais. Embora lançado em 2010, ele está em consonância com a doutrina social adotada pelo atual Papa Francisco, Mário, que mensagem você pensou em levar ao leitor ao escrever “O Estigma – Desvendando o segredo da lança que profanou o corpo de Jesus” ? Mário de Méroe - Nesse volume, foi recriada a saga ficcional do legionário romano que perfurou o corpo de Jesus com a lança, para constatar sua morte. A história se inicia com um casal moderno, no qual o homem sente desconfortos físicos não explicados pela medicina tradicional. No desenrolar dos acontecimentos, ele é levado a fazer uma terapia de vidas passadas, na qual se evidencia a estreita relação dos sintomas físicos de hoje, com algo ocorrido na época da crucificação de Jesus. Procurei levar uma mensagem de otimismo, perseverança mesmo diante de terríveis obstáculos, que nos põem à prova, para a evolução do espírito. Há um forte apelo espiritual, sem sugerir nenhuma corrente ou ideologia. Quais os seus próximos projetos literários? Soube que vem vindo um novo romance. Mário de Méroe - Sim, é verdade. O último livro da trilogia, denominado


Especial de Natal e Fim de Ano

O Outro, já encontra-se na etapa final na Editora Paco. Nele recriei a saga do salteador que foi crucificado à esquerda de Jesus. Ele é mais conhecido como o “mau ladrão”, de quem ninguém fala! A trama é uma junção da ficção com a espiritualidade, tendo por base a pequena passagem bíblica a respeito desse personagem. Há, também, em estágio avançado, o trabalho intitulado “A Lendária Etiópia – A Casa de Salomão e da Rainha de Sabá”, que pretendo concluir até o final deste ano. Onde podemos comprar os seus livros? Mário de Méroe - Os livros estão disponíveis em muitas livrarias, entre elas a Livraria Cultura, Saraiva, Martins Fontes, etc. Podem ser adquiridos diretamente da Livraria Virtual na página da Editorial Paco, pela internet. Há, também, diversos trabalhos digitais veiculados pelo Jornal Brasileiro de Cultura (www.jbcultura.com.br), incluindo dois pareceres jurídico-dinásticos que elaborei. Quais os principais hobbies do escritor Mário de Méroe? Mário de Méroe - Tenho hábitos simples, e passo a maior parte do tempo pesquisando e escrevendo. No mais, pratico caminhadas, leitura, treino Arco e Flecha, e assisto bons filmes. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Mário de Méroe - Considero um mercado que está abrindo suas portas para novos talentos. O Governo Federal criou mecanismos para incentivar, entre outras, essa área do conhecimento, como a Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/1991), conhecida também por

Lei Rouanet, cuja base é a promoção, proteção e valorização das expressões culturais nacionais, e surgiu para educar as empresas e cidadãos a investirem em cultura; a isenção de impostos sobre o papel destinado a produção de livros, prestigiou a iniciativa privada, etc. Há muitas pequenas editoras que foram viabilizadas por essas medidas. Isso se reflete no incentivo a novos escritores e artistas plásticos, que vejo surgirem no mercado, enriquecendo-o com suas criações. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Mário de Méroe, que mensagem você deixa para nossos leitores? Mário de Méroe - Permita-me utilizar uma frase do ilustre escritor Paulo Coelho, muito apropriada: “Quem deseja ver o arco-íris, precisa aprender a gostar da chuva” (in O Aleph). Essa lição nos ensina a ter dedicação e coragem. Dedicação, pois a inspiração pode não surgir subitamente. Às vezes, é necessário aguardar o surgimento do insight; então reunir coragem para criar e para expor sua obra. O escritor deve lembrar-se de que não escreve para ninguém em particular, mas para um público indeterminado. Quem escreve ou elabora alguma obra de arte inevitavelmente se expõe a críticas injustas, à inveja, chacotas, etc. A motriz dessa faceta humana oculta é, invariavelmente, a inveja. Costumar partir de alguém (às vezes, um “amigo”!) que gostaria de escrever ou pintar mas não foi dotado de talento para tal,

ou sentiu-se afrontado por não ter o necessário instrumental linguístico para expor suas ideias com clareza. Minha modesta sugestão: Tenha sucesso. Alguém já disse que “o sucesso é a melhor vingança”. Se alguém o depreciou sem intenção, ficará contente com seu sucesso. Mas se o fez por maldade (o mais provável, infelizmente!), certamente sofrerá em seu íntimo o efeito bumerangue da inveja, sem que você tenha praticado nenhum ato deselegante. E, parafraseando o notável colunista da BandNews, Salomão Schvartzman, no final de seus programas: Seja feliz!

Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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Alexsander Pontes Formado em Letras e pós-graduado em Produção e Recepção de Textos - alexsander.pontes@gmail.com

Literatura na Prática

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odo poeta sabe como trabalhar com as palavras e, para tanto, faz uso de vários recursos linguísticos, entre os mais utilizados estão as figuras de linguagem. De acordo com o gramático Mauro Ferreira, existem dois grupos de figuras de linguagem um deles (grupo 01) concentra sua expressividade no conteúdo sonoro ou semântico das palavras. O outro (grupo 02) abriga construções de figuras feitas através da variação sintática das frases. No grupo 01 podemos encontrar as seguintes figuras: - Antítese (e paradoxo); Ironia; Catacrese; Aliteração; Comparação; Eufemismo; Gradação; Metonímia (e sinédoque); Hipérbole; Metáfora; Onomatopeia e Personificação. No grupo 02 as principais figuras são as seguintes: - Anáfora; Anacoluto; Elipse (e zeugma); Silepse; Polissíndeto/assíndeto e Pleonasmo. Por falta de espaço não poderemos ver a fundo todas as figuras, mas como de costume tentarei, ao menos, falar um pouco sobre uma de cada grupo e demonstrar seu uso na prática.

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Nesta edição veremos a aliteração e na próxima edição, alguma outra do segundo grupo. A aliteração acontece quando um som consonantal é repetido em uma sequência de palavras dando um efeito de sonoridade no texto. Mas atenção! Se a repetição for de uma vogal, a figura de linguagem em questão será a assonância. Agora mostrarei na prática a ocorrência da aliteração em um poema: Primeiro pessoas pitorescas passeavam pela praia pelo próprio prazer pueril. Padeceu, por pouca prudência, pobre praia poluída pelos povos pacóvios. Para paliar,pessoas procuram por precauções pouco ponderosas, por paliativos pouco perspicazes. Fico por aqui, um forte abraço e até a próxima!


o çã pa l ici rt cia Pa spe E

Escritor Dilson Macedo

BELEZA DIFERENTE

E

stamos vivendo um mundo de mudanças alucinantes. Antes a vida era tão curta, que chegando aos 40 anos, éramos considerados velhos, feios, chatos, cheios de tantos males, que nem a gente mesmo se aguentava e a chegada no “Céu” ou “Inferno” era mais rápida... Imagina, o quanto a Espiritualidade Maior ficava até certo ponto, se perguntando: - Ué... Você já voltou? Note que os tempos foram mudando... a longevidade já caminha a termos mais de 100 anos, com previsões fantásticas de vivermos até aos 150 anos! Será que seremos capazes de chegar até lá? Às vezes, me pergunto: - Isso é bom ou é ruim? Partamos primeiramente pelo lado bom e melhor que é viver mais, nessa espetacular vida aqui na Terra. Para quem já ultrapassou a barreira dos 50 anos, perguntem se estão bem. Nem quero entrar nesse mérito de responder tal pergunta, pois ao chegar aos... anos (pensou que iria colocar minha idade, hein?) falo que o meu atual momento é melhor momento de minha vida. E chego a uma realidade que constato que nesse decorrer de mais de meio século, como tem sido importante ser adaptável a uma alimentação balanceada, fazer caminhada, beber bastante água, até em jejum há vários anos, fazer exercícios como Pilates, Ioga, entre outros, procurar nas frutas ingredientes que

harmonizam o nosso metabolismo físico e mental. Rir, chorar, brigar, viajar, beijar, amar... Eis nesse último, uma das coisas que mais no amima a viver mais. Sem dúvida nenhuma, o amar é de suma importância ao nosso convívio aqui na Terra. Sejamos casados, enrolados, amizades, mas nada não nos impede de que esse amor tão natural faça pulsar os nossos corações com mais rapidez, batendo forte naquela amizade que tanto curtimos em nossas caminhadas pela vida afora. Até chega a hora que falamos: - Eu te amo... mas de uma forma tão evidente diante da beleza dessa pessoa. Como é bom rever velhos amigos e amigas que ao nos encontrar, nos diz: - Nossa você não

envelheceu. - Você está tão bonitão. - Que tem feito para estar assim. É essa beleza tão natural que está cada vez mais nos tornando belos em nossos rostos, sorrisos, enfim em nosso corpo físico com atitudes e ações que fortalecem todo essa máquina criada por Deus, isso porque estamos nos cuidando materialmente e abrimos espaços horizontais, verticais e perpendiculares para o amor da beleza divina se faça presente em todos nós. Somos Bonitos? Sim, somos a criação divina de uma imagem do nosso Criador, Deus, o Pai Supremo. Espero que ninguém me contradiga dessa afirmação, tão elegante, real e atual no mundo de hoje. Quem não já vivenciou essas passagens, que atire a primeira pedra. Por isso que digo: Até aos 150 anos e com essa beleza tão bem conquistada ao longo de nossa existência atual e a que trouxemos na bagagem das experiências de vidas em outros tempos, não importa aonde, mas aqui estamos prontos para essa nova ERA. Pensou que iria falar sobre o lado ruim... nem pensar, pois vida é a coisa mais maravilhosa que Deus está nos dando, uma dádiva de tantos aprendizados e ensinamentos. Não enxergo nada de ruim nesse viver aqui na Terra. E você? Um abraço amigo e fraterno. Sob a proteção do Mestre Jesus. Dilson Macedo. Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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o ã ç a p ci ial i t ec r p Pa Es

Escritor José Miguel Veiga

Festim de Natal Flores que brilham ao entardecer Como que querendo mostrar Aquilo que mais tarde ninguém vai ver Sorrisos fartos e promessas de Amor Momentos únicos que não existiram Ninguém os vê ou sente O que serão? Flores que desabrocham Timidamente Medo de serem sorvidas? A Lua se mostra apenas pela metade Espera ser completada pelo sol que não vira... E fica tudo assim escuro,frio,sem cor, Eis que surge o sol com todo seu esplendor Procura sua musa mas não a encontra Poderei viver como ele com todo esplendor A espera da minha? Se eles julgam que se encontram no futuro Onde a escuridão não causara medo e ela possa Ir em busca de seu amor,tudo pode acontecer... No momento ele por trás de todo brilho Chora e suas lagrimas chegam ate nós e nos aquecem Pois é assim seu coração E transborda,por que ela não pode sentir seu calor? Pensa ele que se ela for feita de gelo pode derreter e nunca a ter, Ou talvez não goste do azul do ceu com suas alvas nuvens a brincar, Prefira a companhia da noite das estrelas a brilhar, E lá se vai sol e lua, Neste festin de natal, Fazendo juras de amor,por momentos tão breves Que o Pai Natal não capta E não pode felicita-los com o maior presente de todos Viver juntos o presente e fica apenas a lembrança De tudo que queriam ter vivido e não o fizeram... 28 /12/2002 JMVEIGA 54

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“Renascimento Psicossomático” O símbolo crístico do Natal E´natal data que nasce o maior símbolo do renascer “Jesus Cristo” que vem nos últimos 2013 anos a cada mês de dezembro abrir um novo ciclo “a semente do renascimento psicossomático e espiritual!”. Natal período de união de congraçamento familiar e social, de troca de presentes. É nesse espírito que o mestre nos traz o “presente” de nascer novamente a cada dia, traz à luz a escuridão dos medos e depressões, cobrindo a todos de bênçãos para todos os males, harmonizando a toda humanidade. Eis que urge a semente do renascer rompendo a terra escura com coragem e resignação, amanha arvore frondosa que nos abriga e nutre com seus frutos salutares,que se perpetuam em novas sementes...com o sol que mostra sua face sorridente a cada manha renova-se o ciclo da vida. As palavras de Jesus fluem em suaves notas de sabedoria, paz e fraternidade: “Amai-vos uns aos outros”, atitude de resignação,perdoando 70 vezes sete”, humildade e fé” Lazaro levanta-te!” Pais, filhos, amigos, colegas, todos na mais perfeita sintonia, digam bom dia a cada manha, agradeçam a dádiva da renovação diaria, pegando carona no “espírito” cristico de renascimento psicossomático de amor, fé, esperança sacralizada culminando no tão esperado sucesso! Em 2013 digam bom dia ao “dia! Somente neste momento permita-se comungar com o espírito” de renascimento psicossomático de amor fé, esperança e sucesso! São nossos votos a cada dia de 2013!Abraços fraternos muita luz!



Especial de Natal e Fim de Ano

Um café e um livro com Jéssica Morgan 25 anos, nasceu em Ipatinga nas Minas Gerais. Acadêmica em Direito e especializada na área de Contabilidade. Vinha escrevendo histórias desde o inicio de sua vida escolar, mas só descobriu que poderiam virar livros em 2011. Seu livro de estreia foi escrito em quatro meses. Buscou na realidade os frutos de sua ficção. Seu Romance apresenta características triviais do dia a dia que com um pouco de imaginação consegue levar o leitor até a última página, envolvido em uma trama de mistério e suspense. A característica principal do livro são as dualidades de pensamentos; fé e razão; amor e ódio; dever e sentimento, dentro de uma mesma situação. À qual somente a verdade pura e simples poderia salvar seus personagens. A autora revela que esse livro tem muito de autobiográfico, no sentido que a mesma acredita na verdade como sendo o único caminho.

Por Roberta Kelly do Divulga Autor (D.A.) D.A.: Para começar, fale de você. Quem é Jéssica Morgan? J.M.: Eu sou uma sonhadora incorrigível que quer conhecer Cancún. Que ouve música o tempo todo e seus cantores preferidos são: Michael Jackson e Mariah Carey. Assim como todo aquariano, gosto de lutar por boas causas, sonhar e planejar um futuro feliz. Sou humanitária e determinada, além de honesta e totalmente leal. Mais do que isso, tem 25 anos que venho tentando descobrir. (Risos).

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Especial de Natal e Fim de Ano

D.A.: Como começou o desejo de escrever um livro? J.M.: Da vontade de contar uma história. E essa história se repetia em minha mente tomando meus pensamentos. Até que não pude mais evitar e resolvi passar tudo para o papel. No começo foi uma necessidade de exteriorizar aqueles pensamentos, depois eu quis dividir com alguém. Escrevi meu livro com dois meses, levei mais dois para pensar se acrescentaria algo. Foi tudo muito rápido e fácil. Acredito que este é um presente direto de Deus, pois tudo começou com um sonho. D.A: O que te inspira a criar? J.M.: Tudo. O dia a dia. Uma frase. Uma cena real ou fictícia. Uma música. Sou uma pessoa de muita imaginação. Sonho acordada. D.A.: Fale um pouquinho do seu livro “Medo da Verdade” J.M.: Medo da Verdade é um livro eclético. Há muito drama, suspense, romance e terror. Retrata a vida de cinco jovens comuns, cheios de planos; mas que de repente tem suas vidas marcadas por tragédias. A protagonista (Mel) vive entre o dúbio desejo do certo e do errado. O livro fala muito sobre escolhas e destino. Meu intuito foi mostrar duas realidades: a dos jovens e a do povoado da vila. E que vivendo ambas as realidades não há como ter um julgamento de certo e errado. Assim como deveria ser no mundo real. Não deveria haver julgamentos de conduta, já que não vivemos a realidade do outro. D.A.: Deixe um recado para os leitores! J.M.: O que quero dizer a todos é que experimentem. Que leiam. Que deem oportunidade aos novos escritores e ao novo. Que deem oportunidade a quem quer contar uma história. Que a verdade é o caminho certo e ela sempre vem à tona. E não podemos temê-la. E que a vida é um aprendizado, e o ponto crucial é o saber lidar com o imprevisível. Quero agradecer pela oportunidade de poder me aproximar mais das pessoas e por elas permitirem que isso aconteça. Obrigada!

Quando houver escolhas, aqueles que achamos serem as vítimas se mostrarão capazes de atos piores que os nossos.

D.A.: O Blog Divulga Autor agradece a sua participação Jéssica Morgan! Venda do livro em: https://clubedeautores.com.br jssicaverissimo@yahoo.com.br

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Especial de Natal e Fim de Ano

Um café e um livro com Renata Soltanovitch Advogada, Presidente da Quinta Turma Disciplinar do Tribunal de Ética OAB/SP (gestão 2013/2015), Mestre em Direito pela PUC/SP e Especialista em Direito de Entretenimento pela ESA/SP”

Por Jéssica Morgan e Roberta Kelly do Divulga Autor (D.A.) D.A.: Conte-nos sobre o conto “Antonio, o homem que limpava cadáveres”. R.S.: Após a morte de sua mãe, Antonio decidiu seguir a vida e mudou de cidade. Com um curso de pedreiro no currículo, foi trabalhar no cemitério e aprendeu a cuidar e respeitar os mortos. Solicitado pelo patrão para ajudar na limpeza e enterro de corpos vítimas de um acidente de trânsito, percebeu que era esta profissão que queria seguir. E se especializou em necromaquiagem e aprendeu com os mortos o melhor da vida. D.A.: Quando e como você teve a ideia de escrever os livros jurídicos, e o conto? R.S.: Os livros jurídicos foram trabalhos de mestrado e pós graduação que decidi publicar. Já os contos surgiram como histórias jurídicas, contadas de forma mais leve.

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D.A.: O que você acha do incentivo a arte e cultura no Brasil? Por quê? R. S.: O incentivo a arte e a cultura no Brasil são muito pouco e burocrático para se conseguir. Sem cultura não se educa um povo. Falta mais incentivo do governo. DA.: O que é mais difícil no Brasil: publicar ou divulgar? E que meios usa para que ambas aconteça? R.S.: Ambos são difíceis. Para àqueles que não tem incentivo do governo e pretendem publicar sua obra, tem que recorrer aos recursos particulares, inclusive para divulgar seu trabalho e o retorno financeiro é quase zero. D.A.: “Antonio, o homem que limpava cadáveres” o que podemos aprender com os mortos que não aprendemos com os vivos? R.S.: Independentemente da crença religiosa e de seu dinheiro no bolso, a morte é certa e o iguala aos demais. Precisamos ter mais gratidão pelas coisas simples da vida. D.A.: Parabéns Renata pelo Conto! Foi um prazer poder compartilhar e dividir esta obra. Muito obrigada por sua entrevista ao “Um Café e Um Livro”.

“Embora o que façamos nunca venha a ser o bastante e nem o suficiente, deve ser feito tudo com dedicação, ainda que não resulte no esperado, pois, no dia em que a morte chegar; que àqueles que nos atendam para cuidar de nosso corpo inerte tenham o respeito e a acuidade de que um dia alguém habitou aquele corpo.” Compartilhem a vida, pois nunca sabemos o momento de seu encerramento. Vendas na Livraria Tere Art: http://www.tereart.com.br

Muito obrigada a todos que visitam e leem o Blog Divulga Autor.


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Um café e um livro com Maico Filgueiras Maico Anderson Filgueiras nasceu na cidade de Carmo - RJ, foi consagrado Pastor pela igreja Assembleia de Deus em 2007, é Pastor e Conferencista pela Comunidade Evangélica Efraim de Belo Horizonte MG, Teólogo e entusiasta das Ciências Sociais e Psicológicas, é conferencista internacional credenciado pela Ordem Mundial dos Pastores e Ministros Evangélicos (OMPAME), Membro da Aliança de Líderes Evangélicos de Contagem (ALEC), Bacharelou-se em Teologia pelo Seminário Internacional de Teologia em Ituiutaba MG, bacharelando em Direito pela Faculdade de Minas Gerais (FAMIG) em Belo Horizonte – MG e graduando em Gestão Pública pela Universidade Estácio de Sá Rio de Janeiro - RJ.

informações, desperta o censo crítico e desenvolve o gosto pela leitura. Esta não é uma tarefa fácil. Em contrapartida, escrever faz aflorar emoções, desenvolve opiniões, cultiva o lado lúdico e imaginário do leitor. Escritor é aquele que escreve para os jornais, as revistas, os livros e simplesmente escreve para outros seres humanos, interagindo suas ideias, emoções e anseios, desenvolvendo uma relação cúmplice em favor da cultura. Nas Palavras de José Saramago, “Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não. Por Jéssica Morgan do Divulga Autor (D.A.)

D.A.: Quando criou o livro já sabia o começo, meio e fim logo de cara ou o enredo foi surgindo? M.F.: Não. Para mim a história tem que ter vida própria. Muitas vezes eu imagino um final, mas no próximo capítulo a história muda. Acho bacana assim! Quando vejo o resultado final eu mesmo me surpreendo. D.A.: Você considera a escrita um dom, ou qualquer pessoa pode publicar um livro? Qual sua opinião? O que precisa para se considerar um escritor? M.F.: Acredito que mais do que um dom, escrever é um ato de amor e coragem. Amor, porque através das palavras, o escritor consegue passar para o leitor seus sentimentos, verdades e posições sem medo e se entregando por inteiro. Coragem, porque é a partir deste veículo de comunicação que o escritor transmite

D.A.: Maico, você é Pastor e está bacharelando em Direito que são dois âmbitos diversos e interligados, pois giram em torno da justiça, direito, dever e obrigação. O que é justo para você? M.F.: Justo para mim é poder agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. É reconhecer as nossas imperfeições, sem esquecer que também temos qualidades. É subir na vida sem usar ninguém de escada. É ter sabedoria e segurança quando receber uma crítica, ainda que injusta. É ter liberdade para ter a minha fé, sabendo que devo respeitar a fé do meu próximo, e poder lutar pela minha felicidade sabendo que é impossível ser feliz sozinho. Justo é poder ser livre sem ter medo ou sem ser prisioneiro dos nossos sentimentos. D.A.: Observando “Recomeçar” e “De onde Vens e para onde Vais”, eu quero saber: é possível recomeçar mesmo no lugar onde estamos sendo humilhados? Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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M.F.: Claro. Não há ser humano sem luta, cada um sofre o seu tanto para ser o que é. A mudança em nossa vida começa quando deixamos de ser empurrados pelos nossos problemas e passamos a ser conduzido pelos nossos sonhos! O poeta Lindolfo Bel um dia disse: “Menor que meu sonho não posso ser!” Um grande exemplo de que é possível recomeçar no lugar onde estamos sendo humilhados é a história de Abraham Lincoln. Lincoln que faliu aos 31 anos de idade, que foi derrotado numa eleição para o legislativo aos 32 anos, que faliu de novo em outro negócio aos 34 anos, que superou a morte de sua namorada aos 35 anos, que teve um colapso nervoso aos 36 anos, que perdeu nova eleição aos 37 anos, que perdeu nas eleições para o Congresso dos USA aos 43, 46 e 48 anos, que perdeu a disputa para o Senado americano aos 55 anos, não desistiu e conseguiu ganhar sua primeira eleição aos 60 anos e para Presidente dos Estados Unidos! Ele que colecionou derrotas durante a vida, consegue o mais alto posto do seu País, sendo honrado no local onde fora humilhado! Saiba que as árvores mais altas têm as raízes mais profundas e as dificuldades são as maiores fontes de aprendizado. O que falta muitas vezes, pra gente poder resolver os nossos problemas, é a simplicidade em enxergá-los. Pegue todos os “nãos” que a vida te faz engolir e transforme em canção pra te ajudar a seguir. A grandeza não está em tocar sempre a melhor música, mas em aprender a dançar corretamente todas as melodias! D.A.: Deixe uma mensagem para seus leitores! M.F.: Eu quero agradecer a você lei60

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tor que vem acompanhando meu trabalho e que tem me dado a honra de fazer parte de sua vida, através de meus livros! Que cada página de meus livros possam te inspirar a caminhar um pouco mais e a nunca desistir de sonhar! Que você também possa ser um autor, principalmente da história da sua vida, escrevendo-a sem pular linhas, sem errar palavras, sem esquecer títulos e sem julgar capas. Um grande abraço, Deus te abençoe de forma contínua e abundante! D.A.: Parabéns Maico pelo livro! Muito obrigada por sua entrevista ao “Um Café e Um Livro”. Eu adorei esse bate papo com muitas reflexões para o dia a dia. Suas respostas foram sábias. Enxerguei grande humildade na suas palavras mesmo diante de tanto talento. Sem sombra de dúvidas observando sua trajetória acredito que você vem sendo guiado por Deus. E com certeza não há melhor Guia.

Maico teria uma lista interminável de nomes a quem gostaria de ouvir um elogio sobre seus livros, porém, ele resume dizendo que o elogio que mais gostaria de ouvir é sempre o do próximo leitor! Então, não perca tempo, corra e adquira logo o seu!


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ILUSÃO Descubro um trilho onde antes era um deserto e faço um caminho na minha imaginação. Percorro kilómetros até descobrir que por mais que eu caminhe, tentando seguir , a minha estrada é um circulo sem direção. Os atrasos enganam a minha chegada, consomem o meu tempo, confortam o meu chão, mistura de destinos, separam encontros e disfarçam os erros da intuição. Fingem-se estratégias, montam-se soluções e um fazer que aprendi. Mas apenas costuram retalhos de histórias que foram contadas e que eu nunca li. Meus enganos invertem as minhas certezas, Caiem as pontes que eu construí, decoram atalhos e juntam-se percursos que não combinam mais entre si. Mas a minha viagem precisa ser feita e não quero errar sem viver de ilusão. Confio no amor e no tempo, solto as amarras do meu pensamento e a minha mente perde- se na ilusão de uma longa viagem. Adriana Ferreira

NOITE DE NATAL Num bairro conhecido pela sua elegância, mas de grande miséria para os que lá não moram, uma criança faminta, roupa velha, rota e suja, à luz das estrelas dormia... Morta de cansaço. As mãos sobre o peito, um dos braço erguido segurando os jornais, que não tinha conseguido vender durante o dia. A noite estava fria, a geada queimava. Nas casas à volta, havia sinais de festa. E a criança não tinha lar... Todas as portas estavam fechadas! Em plena rua a criança rota e faminto ali permanecia. Pensei: Será que o frio inclemente da criança miserável teria mágoa e compaixão... Talvez sonhe, pobre inocente! Como será belo o seu sonhar... No seu rosto um sorriso enlevado como se aquele sonho fosse iluminado de tantas coisas imortais. No céu estrelado, pobre criança, talvez sonhe cheia de esperança, vender melhor os seus jornais... Adriana Ferreira

Adriana Ferreira RETRATO Sou um poema inacabado que ninguém nunca leu. Sou a paisagem daquele quadro que o pintor não terminou. Sou uma tarde de verão em que não choveu. Sou aquele rio que secou antes de alcançar o mar. Sou aquele sonho bonito que ninguém realizou. Sou a escultura quase perfeita que caiu no chão e se quebrou. Sou aquela paixão que que por medo, alguém sujou. Sou amor que alguém esperava mas nunca chegou. Sou metade do que desejava ser... O dobro do que nunca esperei!!!! Adriana Ferreira Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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NATAL DE CONTRASTES Qual Rei do mundo, Deus, filho de Deus, Jesus desceu um dia lá dos céus. Num frágil bebézinho ele encarnou E então em ser humano se tornou. Em uma estrebaria Ele nasceu E tendo vindo para o que era seu, Aqui na terra poucos o amaram E ainda menos, honras lhe prestaram… Por berço a manjedoura ele tomou E alguém um jumentinho lhe emprestou. Dormia em casa dos amigos seus E ninguém via n’Ele o próprio Deus. A paz e o amor Ele pregava E a fazer o bem os ensinava Mas os que não gostavam de o ouvir Logo cuidaram de o impedir. E para a humanidade Ele salvar Da morte não se pode libertar E essa cruz na qual nos trouxe a paz Não era sua, mas de Barrabás! Agora que dois mil anos passaram Os seres humanos ainda não mudaram… E eis de novo chega outro Natal Com tudo parecendo surreal: Brilham as luzes, ruas enfeitadas, Lojas e lojas de gente apinhadas Para seguir somente a tradição De dar prendinhas sem qualquer razão…

Nas casas ricas há grandes manjares; Se com mais atenção tu reparares, Verás que nesta quadra de Natal Muitas famílias há passando mal… Alguns já nem terão pão p’ra comer E outros sem ter casa p’ra viver… E a multidão prossegue indiferente: - Eu e só eu, os outros não são gente! E tu Jesus onde estás, afinal? Qual é o teu lugar neste Natal? ‘Starás ainda em Belém, na estrebaria Rodeado de José e de Maria Com o tal boi e vaca a te aquecer Pastores e magos prendas te trazer? Ou segues p’las estradas poeirentas Da vida, encharcadas, lamacentas Nas quais abunda a fome e muita dor Mas onde podes dar o teu amor, E uma palavra de consolo e paz Que à alma aflita a alegria traz? - Para que possas ir, irei também, Unidos chegaremos mais além. Meus pés levar-nos-ão aos aflitos, Os meus ouvidos ouvirão seus gritos, As minhas mãos lhes levarão calor E a minha boca palavras de amor… Deixa o presépio e vem, ó meu Jesus, Trazer-nos tua paz e a tua luz, Para que cada um seja um irmão Nasce, Senhor, em cada coração! Amy Dine

Amy Dine

ENTRE OS MORTAIS JESUS nasce entre os mortais Numa pobre estrebaria Rodeado de animais Filho de DEUS e Maria. A estrela que guiou Os Magos até Belem À choupana os levou Té JESUS supremo bem. Os pastores lá nos campos A guardar seus animais Ouvem coros de anjos santos: “Paz na Terra entre os mortais”. E nessa noite serena Cheia de paz e de amor Torna-se a Terra pequena: Nasceu nela o SALVADOR. Amy Dine

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LUZES DE NATAL

ÁRVORE ENFEITADA

Novamente quando luzes acendem Por toda a cidade Reacende esse olhar todo o brilho Das recordações infantis Refletindo mais uma vez Muitas luzes coloridas Tantas possibilidades! Um coração a sonhar como nos tempos de criança novamente e sempre renasce a esperança em mais um natal!

Lembram-se de enfeitar as árvores nas festividades É assim por toda a cidade! Mas ninguém cuida delas tão indefesas soltas na rua... Nem as defende se vão cortá-las!

Bernadete Bruto www.bernadetebruto.com

OBSERVANDO ESTRELAS

PURO AMOR

PRESENÇA

Não entendo de astronomia somente de sonhos me alimento Encontro a utopia olhando o firmamento naquela estrela lá no alto (apenas uma centelha) brilhando tão forte! Aí, por aqui, penso (ou imagino) que terei mais sorte!

Houve tanto amor em cada passo que dei pela vida à fora. Recebi tanto amor em tão pura doação quando pelo mundo à toa... Porque havia amor dentro, fora e além de mim!

O passado passará A cada dia O futuro virá a cada manhã O agora A cada momento Acolhido com alegria É o melhor presente Que posso me dar!

FELIZ ANO NOVO Celebrando a vida pode ser com água ou champanhe Pode ser junto ou separado só ou acompanhado O caminho sempre é de volta para casa!

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A VIDA A vida é o dia de hoje, o belo respirar. É o ai que mal soa perante cada dor, A tristeza que consome no desamor, O estar aqui, ali sempre no seu cantar. A vida é o sol cantando sempre a raiar, Melodia de Vivaldi nas quatro estações, Cantata d´amor envolvendo emoções, Que termina em doçura num invernar. E tocando o tempo que Vivaldi deixou Bendita seja a vida que Deus acalentou Nestas horas benditas, leves a esvoaçar. Vida, doce encanto que berço embalou, Deixa viver, que Deus pra mim sonhou Neste paraíso de sol ardente, terra e mar. Conceição Roseiro

Conceição Roseiro NATAL

O TEMPO

Sorrisos sempre, sempre, Nos lábios de toda a gente! É Natal! Natal! Natal! Natal! Os anjos cantam nos céus ao senhor: Glória a Deus nas alturas, E paz na Terra aos homens de boa Vontade! Natal! Liberdade! Natal! Liberdade! Respirem lentamente, A agitação da gente, No coração em doçura, Neste menino, que é a ternura, Deste poema em verso, Na imensidade do Universo. E eu canto: Feliz Natal, Nesta noite de AMOR UNIVERSAL!

Naquela manhã de 4 de Maio eu nascia, E o tempo correndo na linha do tempo, Cantava o destino, a vida, pensamento Que o arco do destino no tempo, trazia! O tempo cantava a beleza da primavera, Chorava e ria com tão belo nascimento, E a verdade do tempo, seguiu o vento, E flores nos canteiros bendiziam a terra. O tempo levou-me sempre em correria, Como “ sujeito” do tempo, ou do vento. E como poema, o “ verbo” era o tempo. E assim, vivendo a ilusão de mais um dia, Fui instrumento, uma cantata do tempo, E um dia o tempo, me levará no tempo.....

Conceição Roseiro Conceição Roseiro

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FELIZ NATAL E BOAS VINDAS AO NOVO ANO Estrela guia Sua luz é o refletor No caminho do homem Nada mais lindo do que o brilho dos olhos infantis refletido na árvore de Natal. Sem a sua luz, Pedras no caminho Estrela guia chora Que o colorido dos presentes Mude o negro da terra... Votos de paz! Brilho nos olhos e no coração É o momento de Natal Criança, presentes e luzes Tudo brilha no Natal. Amarrei o sapatinho na janela. Veio você. Quer melhor presente? Somos como flores. Hoje estamos sem cores, Amanhã renascemos Sonhos que chegam, Viagens que vão. Por que não novos amores?

Sempre bom recomeçar. Uma nova rota espera por você. Qual o melhor plano para agora? Viver intensamente... A estrela que te olha lá do céu, Quer dar boas novas! De flores e estrelas, De poemas e luas, Fico com os amores... Os olhos abrem a alma. A boca, os sentimentos. Os beijos que o digam... Canto e não me espanto, Grito e acredito Vontade é derramar felicidade! A música ecoa distante, Teus passos se aproximam O coração sai pela boca Tudo novo, vida nova. Nesse diapasão: O mundo se abre Do mar fiz um rendilhado Que cobre feito franja Teu corpo espraiado...

Eunice Tomé SÍMBOLOS E SIGNIFICADOS Nem só de pau se faz uma canoa. As mãos obreiras Delineiam as rotas dos mares. Nem só de cimento se faz a casa. O coração aberto Traz o amor para dentro dela. Nem só de sexo se faz a cama. No antes e no depois As sensações de puro enlevo. No dia a dia do fazer e do viver Esquecemos dos puros significados Do eu, do outro, da vida. Chegando o final do ano, As luzes se acendem E colorem todo o chão. Nas barbas do Papai Noel Penduro meus sonhos E saio voando com eles. Um novo Natal Que símbolo teria? Mãos dadas universais. Eunice- Novembro/2013 Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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NATAL POBRE

SIMPLESMENTE NATAL

No Natal da minha infância Não havia presentinho no sapatinho Mas a carta eu escrevia Ao Menino Jesus que era quem os presentes trazia Hoje quem traz é o Pai Natal Mas não vejo que diferença faz De manhã eu bem corria Ia ver o que pedira E a noite nem dormira Mas tristonha eu ficara Porque nada me calhara São muitas crianças Alguém me explicara No próximo recebes tu Mas só podes pedir um Resignada eu ficava Mesmo assim ainda chorava Queria tanto aquela boneca Até lhe disse onde se comprava A carta foi enviada Será que não a recebeu Porque tinha de ser eu A ficar para depois Mais um ano ficaria À espera de uma alegria Mas aquela linda boneca Minha já nunca seria.

É Natal…é alegria Há brinquedos e docinhos Sapatinhos ou meinhas Oh Pai Natal traz muitas prendinhas

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Numa Árvore colorida Com bolinhas e fitinhas Estrelinhas a cintilar Há um Presépio de encantar E a mesa uma tentação Há comida com fartura Doces doces e mais doces No Natal é uma loucura É tão bom poder ter tudo Mas não devemos esquecer Que há quem nem no Natal Tem uma sopa com que se aquecer

SONHEI NATAL Neste Natal todos terão um presente Crianças desfavorecidas lindos brinquedos Sem abrigo um tecto quentinho Famílias necessitadas uma mesa farta Países em guerra paz num pacote com um enorme laçarote Doentes dores não terão só alegria no coração Animais abandonados terão lares e alimento porque chega de sofrimento Irradia-se a arrogância, a maldade o egoísmo e a ganância Ainda que seja só por um dia que seja especial Que nesse dia seja mesmo NATAL

Helena Santos portugal@divulgaescritor.com


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FELIZ VELHO NOVO ANO

NATAL

São doze os mêses de cada ano Que sempre têm o mesmo nome Tudo isto ano após ano Desde que amanhece até que dorme

Olhei para o céu, E o céu grisalho estava. A neve cai... Como que sorrateiramente De leve do firmamento A lareira acesa está E a chama empolgante me aconchega do frio É a noite de Natal, que se anuncia A mais linda das noites...

Uns dias trazem surpresas Outros , nem por isso assim E assim vamos envelhecendo Desde o primeiro dia, até ao fim Sempre tudo começa de novo E tudo passa como o vôo d’uma andorinha Um novo ano, se faz novo E o velho fica para trás Tudo isto num instante bem fugaz

Os corações das nações se aquecem, E as guerras se esquecem Para celebrar com alegria este grande dia. Noite natalícia...

Reluz a lembrança De novos sonhos , amor e paz Onde se dão abraços e beijos E uma nova aliança se faz

Que alegria! que alegria! Que dia é este mavioso? Certo dia uma estrela, anunciou! E a luz brilhou...

É um ano que acaba E um novo ano que começa No coração nasce uma nova sílaba Sem que nada se esqueça Todas as coisas velhas passaram E outras novas hão-de vir Renova-se a confiança Que tudo no novo ano se irá cumprir

Um menino nasceu, E seu nome é maravilhoso, príncipe da paz. A esperança nasceu: Suas mãos estendeu a um povo, gentio. A salvação chegou Ele é forte, conselheiro, Pai da eternidade – EMANUEL

Nascem novos projectos Em brindes e abraços de esperança Sem saber o que o futuro trás Ou qual será o amanhã de bonança Apenas desejando um novo ano Replecto de alegria, amor e paz.

É natal, é natal Os anos do Senhor A esperança volveu O coração se alegrou A salvação se anunciou E asssim o natal se estabeleceu Vamos todos então Celebrar com gratidão O nascimento do Senhor

Ilda Pinto Almeida O HOMEM DE CORAÇÃO COM MEL Nasceu em Belém Nasceu Um menino se nos deu Ele é Concelheiro, príncipe da paz. Uma estrela aos magos guiou Até uma mangedoura Para o adorar os levou. Seu nome é sobre todo o nome, Esse nome é Jesus “REI DA GLÓRIA” Filho de um humilde carpinteiro. Foi subindo como renovo Numa terra seca Foi desprezado entre os homens Verdadeiramente ele levou SOBRE SI AS MINHAS DORES Nos desertos e vales Ele é como um farol que brilha E me diz como navegar. No seu amor Levou-me a conhecer A beleza do mundo A viver feliz e a ser fiel. Nasceu , nasceu em Belém O Homem de coração com mel. Ilda Pinto Almeida Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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AQUI ONDE ME VÊEM

NATAL

Aqui onde me vêem Ergo a minha fronte, altivo, Sem me importar o desdém, De nenhum credo sou cativo. Aqui onde me vêem Sinto-me alguém… Hoje é Natal, Nasceu um Menino em Belém! Pobrezinho, numas palhinhas deitado Sem uma camisinha, apenas, Pr’a se aquecer, o coitado. Aqui onde me vêem Eu sou alguém, Não levem a mal, Sem ser nenhum Deus eu faço o Natal. Sou filho dum homem E pai de outros homens, Simples plebeus. Aqui onde me vêem, Do alto da minha altivez, Sinto-me alguém. Pulso a pulso, Passo a passo, Caminho altivo, Sem dever nada a ninguém. Aqui onde me vêem, Indiferente a rótulos Ou perfis, Vejo ricos, falsários E alguns letrados, Crianças sujas, Velhos pedintes, (os mal amados). Eu esqueço a Bósnia, esqueço Timor, esqueço a fome, a guerra, não me julguem mal, só penso em brinquedos, bolas coloridas, um mundo de amor, porque hoje é Natal. E, amanhã, Quando o meu sonho acabar?... Caminharei altivo, Com o meu perfil, Mais vale torcer que quebrar! Lisboa, 6 de Dezembro de 1994

Vinde ouvir a Boa Nova, Que um Anjo do Céu me deu: Numa Gruta abençoada Cristo, Redentor, nasceu!

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Os sinos da minha aldeia Deram agora as trindades. Ó tristes de todo o mundo Vinde ouvir a novidade. Ó pastores e camponeses, Os eleitos de Maria, Vós que tirais da terra, O pão nosso de cada dia. Gente pura, gente honrada, Preparai vossos trenós, Confirmai a profecia, Que o Menino chama por vós. Não temais a noite fria, A neve, a chuva e o vento, Porque o Salvador do Mundo Sofrerá sem um lamento.

Manuel Manços NATAL Brilhai estrelas no céu, Que a voz do Senhor, lá vem, Espalhando a Boa Nova: Nasceu Jesus, em Belém! Ó Anjos do Céu, Benditos, Descei à Terra, Formosa, Trazei ao Menino agasalho, Dai a Maria, uma rosa. Pastores e lenhadores, Entrai na Gruta Sagrada, Adorai o Deus Menino, Saí da rua gelada. Seus olhos, Safiras de ouro, Brilham num amor divino, Numa rude manjedoura, Brinca tão Nobre Menino. Ergue os pezinhos formosos, A boca sorri, sem dentes, Suas mãos vão acenando, Abençoando os viventes.


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PAZ E AMOR

NATAL

Nego-me a ouvir ruídos Ferem-me a sensibilidade Não existo, voo e resisto Lá em cima, danço com a lua Os duendes, as fadas, os príncipes Até o Pai Natal a mim se vem juntar Que linda e despreocupada a nossa dança Pedimos favor antes de entrar Cada um tem o seu lugar O Universo é de todos Nada a usurpar nem invejar Como me sinto feliz, lá no alto Há braços e beijos a fartar Sem malícia, sem falhas, apenas uma carícia De conforto e bem-estar Sem fronteiras, raças, credos ou medalhas Há respeito e amizades verdadeiras As nuvens em rodopio Massajam-nos docemente Enquanto os anjos, gentilmente Tocam melodias de encantar Agora que descobri aquele esconderijo Não quero outro lugar Quando tudo entra em reboliço O barulho é impostor Abro as asas e lá vou eu À procura de paz e AMOR!

Natal é viver Renascer Brindar à vida À amizade, família União, comunhão É festa, alegria Na rua, no trabalho, no lar É calor no coração

Maria Isabel Fernandes da Cunha

É partilha, doação Com o amigo, o pai, o irmão Lembrar o desprotegido Dar-lhe o braço, dar-lhe a mão Para além das luzes, da música Do Pai Natal, do pinheirinho, do presépio Da ceia, dos presentes Vamos lembrar os ausentes Os doentes, os indigentes Neste Natal eu queria Em todos os corações jorrar alegria Ver sorrisos nos lábios Abraços ternos, fraternos Brilho nos olhos de velhos e novos Para as crianças, além dos presentes Oferecer-lhes uma sociedade mais justa e sincera Um mundo novo, onde a paz fosse a estrela Do pinheiro gigante a abençoar toda a TERRA. Maria Isabel Fernandes da Cunha

Maria Isabel F. da Cunha SOLTA NO VENTO Quero caminhar, Na neve mais alva Livre, descalça Solta no vento Cantar o sol Desviar a névoa Sentir o odor Do puro, lavado Da alfazema Singela, mas bela A beleza da rosa Já murcha pelo tempo Bela ainda em contratempo Esquecer o ruído Do andarilho, do maldizente Procurar do Amor O Seu esplendor O brilho do Verdadeiro Do inteiro, do que não mente Do presente, do eterno Perene no coração e na mente Não atraiçoa, não magoa É leve, audaz, de tudo capaz Ouvir o riso cristalino Solto de ironia e malvadez O gesto suave do amigo O ombro forte e aconchegante A palavra sincera, transparente Sem dardo nem mordaça Com rótulo visível na tez Quero abraçar a lua Voar no sonho, De mão dada contigo Alcançar a harmonia do belo e da poesia. Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013

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NATAL Juventude que proclamas Verdade, Juventude que proclamas justiça, Juventude que proclamas união... Sede sempre jovens E ergam bem alto A bandeira branca da Paz! Juventude! O mundo é nosso! Ultrapassemos as nuvens poluídas da cidade! Cheguemos ao céu Onde não há pobreza, Onde não há corrupção! Juventude! A vida é nossa! O Natal é de todos E a humanidade (seja ela qual for) Tem o direito de o viver Com calma e felicidade! Ei-lo que aí vem! (falta tão pouco!...) Oh! Jovens! Temos tantos talentos! Façamos do nosso Natal Uma verdadeira mensagem de Paz... ...e vejamos como se reflecte no mundo inteiro! É Natal! É o Natal da criança, Do jovem, Do adulto... Das grandes herdades, Dos bairros de lata... Da paz das famílias unidas, Da tristeza nos olhares turvos da droga... Mas é Natal! Seja Paz, Seja Verdade, Seja... Uma verdadeira mensagem de AMOR.

AQUELE SOLAR, AQUELE CASEBRE Naquele solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria! Num canto, tão rico e iluminado, O presépio parece de sonho, De contos de fadas... Que lindo! Nesse solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria... Mas nesse solar...ninguém vai à janela, Ninguém vê o casebre do fundo da rua... O Natal é só isso...Folia! E quando no solar À ceia se come do bom e do melhor No casebre faz-se a festa Com as poucas couves e batatas Guardadas para esse dia... Há ainda um naco de pão... As crianças olham-no e pensam Quem poderá comer o último bocado... E o pobre pai lá o reparte “Comam todos...não há mais” Mas... enquanto nesse solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria, uma alegria efémera, fictícia E que acabará de seguida, No casebre onde o frio entra impiedoso Há a mensagem de Paz e Amor Que o Menino Deus traz ao mundo Em cada Natal, em cada ano... E nesse casebre Não há luz de velas multicores, Não há presépio rico, Mas há a Luz Branca e Pura No presépio vivo da família. De Maria La-Salete Sá (29-12-72)

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Maria La Salete Sá


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SONHO DE NATAL

A chuva caia

Estava perto o Natal A noite estava fria Enquanto o menino sonhava Lá fora a neve caía

Entre nuvens de algodão Em finos fios de prata No arvoredo da mata Onde eu caminhava Então ela suavemente Me molhou Suas gotas me beijaram E declararam Amor Lhe disse não poder amar E tive que explicar E lhe pedi por favor Para perguntar ao sol e á lua Se eu podia ser sua De dia sou filha do Sol Á noite sou filha da Lual E nada poder resolver Sem a sua decisão Porque o meu coração a eles pertencia Mas perdi meu coração E tive que confessar Que lhe ia entregar O meu coração para Amar

Sonhava com o Natal Aquele pobre menino Queria ter um presente Nem que fosse pequenino Acenderia a lareira Iria á lenha ao mato E á noite ele poria Na lareira o seu sapato Mas de repente ao olhar Para o seu pequeno pezinho Viu e com muito tristeza Não ter nenhum sapatinho Maria Tavares

Maria Tavares

Maria Tavares Vem comigo Dá-me a tua mão vem comigo vamos ver o mar Respirar a brisa que dele vem Vês a lua como ela brilha nesta noite É o encanto dos namorados Sentiste o vento que soprou Isto foi o amor que nos chamou Dá-me a tua mão vem comigo Vamos ver o mar Ele beijou a areia e deixou a sua marca Beija-me deixa sentir o teu calor Vês como eu te amo amor Dá-me a tua mão vem comigo Vamos ver o mar Maria Tavares

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